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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS PSICOMOTORES NO
DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS
Por: Sergio Henrique dos Santos Manhães
Orientadora
Profa. MS Fátima Alves
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS PSICOMOTORES NO
DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em .
Por. Sergio Henrique dos Santos Manhães
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por permitir que eu possa ter a oportunidade
de realizar mais esse sonho.
Agradeço a minha noiva Viviane, pelo apoio e dedicação.
Aos meus familiares.
Aos meus amigos.
Aos meus professores em especial a minha professora orientadora Fátima
Alves.
A todos, muito Obrigado!
RESUMO
Este estudo teve por objetivo a verificar qual a contribuição da educação
física escolar na aprendizagem motora dos alunos, através dos jogos
psicomotores. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com autores que deram
base para a elaboração deste trabalho. O ponto de partida deste trabalho é
analisar por meio de referências bibliográficas a contribuição dos jogos
psicomotores na formação da educação psicomotora como ferramenta de
auxílio na aprendizagem. Com o objetivo de mostrar a importância e a
contribuir para o desenvolvimento dos alunos, propõem questões relacionadas
aos jogos psicomotores, a Educação Física, a psicomotricidade. A
aprendizagem é um processo global que envolve todo o corpo, assim,
observam-se nas aulas de Educação Física os aspectos corporais e o vínculo
cognitivo, afetivo-emocional e motor nas ações e no processo de aprendizagem
escolar. E a contribuição ao desenvolvimento motor, social, emocional dos
movimentos corporais na promoção da totalidade do ser humano.
Palavras-chave: Psicomotricidade, Educação Física escolar,
aprendizagem e jogos psicomotores.
METODOLOGIA
O presente estudo foi elaborado, através de uma pesquisa bibliográfica, em
livros e sites sobre o tema proposto. Sendo assim, a pesquisa é do tipo qualitativo e
exploratório que, segundo Gil (2002), define dentre diversas escritas que quando
não consegue-se analisar os dados de forma quantificada e exploram-se quando
visam obterem-se mais informações sobre um determinado assunto, como no caso
deste presente estudo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Educação Psicomotora 10
CAPÍTULO II - Educação Física X Psicomotricidade 19
CAPÍTULO III – Jogos Psicomotores 25
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA CITADA 29
INDICE 31
8
INTRODUÇÃO
A psicomotricidade é a ciência que tem como objetivo de estudo o
homem por meio do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo
interno e externo, portanto, é um termo empregado para uma concepção de
movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo
sujeito cuja ação é resultado de sua individualidade, sua linguagem e sua
socialização. (ALMEIDA, 2007, p.17)
Portanto, a psicomotricidade nas aulas de Educação Física pode auxiliar
na aprendizagem escolar, contribuindo para um fenômeno cultural que consiste
de ações psicomotoras exercidas sobre o ser humano de maneira a favorecer
comportamentos e transformações.
Segundo Le Boulch (1987), o objetivo central da educação pelo
movimento é contribuir ao desenvolvimento psicomotor da criança, de quem
depende, ao mesmo tempo, a evolução de sua personalidade e o sucesso
escolar.
O principal problema abordado neste trabalho foi: Qual a contribuição de
desenvolver os jogos psicomotores em crianças de 4 a 6 anos?
O objetivo deste trabalho é analisar o conceito do desenvolvimento
motor do aluno nas instituições de ensino, com a finalidade de mostrar a
importância dos jogos psicomotores e a partir dessas análises desenvolver
aulas que trabalhem a psicomotricidade dos alunos visando o tema estudado.
Este trabalho sobre os jogos psicomotores nas aulas de educação física
implica, no conhecimento do referencial próprio que o norteia. Nesse sentido, este
trabalho monográfico apresenta-se, aos que trabalham a psicomotricidade em suas
9
aulas de educação física, como um convite para refletirem sobre os fundamentos da
própria ação.
O trabalho monográfico será desenvolvido através de estudo de caso
qualitativo com os seguintes procedimentos de pesquisa: Artigos de revistas;
Projetos de pesquisa; Sites de Internet e também Bibliográfico, que serão
através de livros de autores especialistas no assunto abordado.
Os autores que auxiliaram a pesquisadora foram: Le Boulch, Almeida,
Luminus, entre outros, todos esses autores deram a pesquisadora um
entendimento melhor sobre o assunto abordado.
No primeiro capítulo a pesquisa monográfica irá abordar a Educação
psicomotora. Mostrando seu conceito histórico e conceituando.
No segundo capítulo irá demonstrar que a Educação física X
Psicomotricidade. Mostrando seus benefícios e importância.
Já no terceiro capítulo a pesquisa está relacionada aos jogos
psicomotores, exemplificando-os e mostrando seus benefícios para os
educandos e como o profissional de Educação física deve trabalhar a
psicomotricidade de seus alunos.
10
CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE
A Psicomotricidade é uma prática pedagógica que visa contribuir para o
desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-aprendizagem,
favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sócio-cultural,
buscando estar sempre condizente com a realidade dos educandos.
(WINNICK, 2004, p.306)
Segundo Le Boulch (1982), a psicomotricidade se dá através de ações
educa a furtivas de movimentos espontâneos e atitudes corporais das crianças,
proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua
personalidade.
1.1 – Histórico da Psicomotricidade
Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso
médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do
século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das
regiões motoras. Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia,
começa a constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro
esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São
descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade prática. A partir da
necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos
clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o termo Psicomotricidade, no ano de
11
1870. As primeiras pesquisas que deram origem ao campo psicomotor
correspondem a um enfoque eminentemente neurológico (SBP, 2003).
A Psicomotricidade no Brasil foi norteada pela escola francesa. Durante
as primeiras décadas do século XX, época da primeira guerra mundial. Em
1909, a figura de Dupré, neuropsiquiatra, é de fundamental importância para o
âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade
motora, antecedente do sintoma psicomotor, de um possível correlato
neurológico. Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do
movimento humano dando-lhe uma categoria fundamental como instrumento
na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o
movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo, e
discursar sobre o tônus e o relaxamento. Em 1935, Edouard Guilmain,
neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de
indicação da terapêutica e de prognóstico. Em 1947, Julian de Ajuriaguerra,
psiquiatra, redefine o conceito de debilidade motora, considerando-a como uma
síndrome com suas próprias particularidades. É ele quem delimita com clareza
os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico.
(SBP, 2003) e (ISPE-GAE, 2007).
A psicomotricidade no Brasil se deu a partir de Lefévre, que buscou
entender o desenvolvimento psicomotor.
No Brasil, Antonio Branco Lefévre buscou junto as obras de Ajuriaguerra e Ozeretski, influenciado por sua formação em Paris, a organização da primeira escala de avaliação neuromotora para crianças brasileiras. Dra. Helena Antipoff, assistente de Claparéde, em Genebra, no Institut Jean-Jacques Rosseau e auxiliar de Binet e Simon em Paris, da escola experimental "La Maison de Paris", trouxe ao Brasil sua experiência em deficiência mental, baseada na Pedagogia do interesse, derivada do conhecimento do sujeito
12
sobre si mesmo, como via de conquista social... Em 1972, a argentina, Dra. Dalila de Costallat, estagiária do Dr. Ajuriaguerra e da Dra. Soubiran em Paris, é convidada a falar em Brasília às autoridades do Ministério da Educação, sobre seus trabalhos em deficiência mental e inicia contatos e trocas permanentes com a Dra. Antipoff no Brasil (ISPE-GAE, 2007).
Com estas novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de
outras disciplinas, adquirindo sua própria especificidade e autonomia.
Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como
uma motricidade de relação, enquanto na mesma época, profissionais
estrangeiros convidados vinham ao Brasil para a formação de profissionais
brasileiros. Em 1977 é fundado GAE, Grupo de Atividades Especializadas, que
veio a promover a partir de 1980 vários encontros nacionais e latino-
americanos. O 1° Encontro Nacional de Psicomotricidade foi realizado em
1979. O GAE é responsável pela parte clínica e o ISPE, Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educação, destinado à formação de profissionais em
psicomotricidade, se dedica ao ensino de aplicações da psicomotricidade em
áreas de saúde e educação. (SBP, 2003) e (ISPE-GAE, 2007).
Em 1982, o ISPE-GAE realiza o vínculo científico-cultural com a Escola Francesa através da exclusiva Delegação Brasileira da OIPR - Organisation Internationale de Psychomotricité et de Relaxation. A SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, entidade de caráter científico-cultural sem fins lucrativos, foi fundada em 19 de abril de 1980 com o intuito de lutar pela regulamentação da profissão, unir os profissionais da psicomotricidade e contribuir para o progresso da ciência, promovendo congressos, encontros científicos, cursos, entre outros. Começa então, a ser delimitada uma diferença entre postura reeducativa e uma terapêutica, já demonstrando diferenças em intervenções da Psicomotricidade, e que, ao despreocupar-se da técnica instrumentalista e ao ocupar-se do corpo em sua globalidade, vai dando progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional, acompanhando as tendências do momento por que passava. No entanto, sob o prisma do discurso da SBP, a psicomotricidade não é a soma da psicologia com a motricidade, ela tem valor em si. Para o psicomotricista, o conceito de unidade ultrapassa a ligação
13
entre psico e soma. O indivíduo é visto dentro de uma globalidade, e não num conjunto de suas inclinações (SBP, 2003) e (ISPE-GAE, 2007).
Partindo desse pensamento, a psicomotricidade passou a se vista como
uma mudança progressiva no comportamento de movimento ao longo do ciclo
da vida da criança.
1.2 - Conceituando a psicomotricidade
Existem várias definições para a Psicomotricidade. Cada autor
coloca o seu olhar para defini-la. A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como:
Segundo ISPE-GAE, 2007, psicomotricidade é uma neurociência que
transforma o pensamento em ato motor harmônico. É a sintonia fina que
coordena e organiza as ações gerenciadas pelo cérebro e as manifesta em
conhecimento e aprendizado. Psicomotricidade é a manifestação corporal do
invisível de maneira visível.
A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade conceitua a
psicomotricidade como:
A ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. (S.B.P.2003)
Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção
de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo
14
sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua
socialização.
O Prof. Dr. Júlio de Ajuriaguerra, a Profª. Drª. Dalila M. M. de Costallat e
a Profª. Drª. Maria Beatriz da Silva Loureiro, fundadora do GAE e do ISPE,
conceituam e definem respectivamente a Psicomotricidade de seguinte modo:
“A Psicomotricidade se conceitua como ciência da Saúde e da Educação, pois indiferente das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas, etc. ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo (AJURIAGUERRA apud ISPE-GAE, 2007).
Já Fonseca afirma que se deve tentar evitar uma análise desse tipo
para não cair no erro de enxergar dois componentes distintos: o psíquico e o
motor, pois ambos são o mesmo (FONSECA apud OLIVEIRA, 2001). A
psicomotricidade para Fonseca não é exclusiva de um novo método ou de uma
“escola” ou de uma “corrente” de pensamento, nem constitui uma técnica, um
processo, mas visa fins educativos pelo emprego do movimento humano
(OLIVEIRA, 2001).
Le Boulch aponta correntes distintas na psicomotricidade. Enquanto
uma aponta para a educação psicomotora, outra, para a terapia e reeducação
psicomotora (LE BOULCH, 1982). Estas correntes já apontam não só para
diferentes intervenções, de um modo superficial, sob a perspectiva de mercado
e atuação profissional, mas, sobretudo, de diferentes olhares.
A conceituação da psicomotricidade se dá através de vários autores
cada um com suas peculiaridades e com o cuidados de expressar com suas
palavras que é uma ciência de movimentos contínuos que visa adaptações
continuas para se trabalhar o desenvolvimento motor das crianças.
15
1.3. Áreas Psicomotoras
Quando falamos em realização de movimentos, como atividade de um
individuo total, expressa-se a personalidade de seu todo proporcionado por
diferentes estímulos, pensa-se nas possibilidades de vivencias de movimentos
humanos básicos (andar, saltar, correr, rastejar, rebater equilibrar, esquivar-se,
quicar, equilibrar, chutar, passar, receber, transportar...) como maneira de
desenvolver o ser todo a partir da compreensão das áreas psicomotoras.
Segundo Fonseca (1988, p.85) a psicomotricidade atualmente é
conhecida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação
entre o individuo e o meio, na qual a consciência se forma e se materializa.
A descoberta do agir e sentir traz uma nova dimensão ao prazer do
movimento, é o prazer da ação, de vivenciar no cotidiano as coisas simples e
complexas. Onde o prazer de vivenciar o próprio corpo é experimentar o prazer
de movimentar-se.
A psicomotricidade apresenta o aspecto comunicativo do individuo e
pode-se dividi-la em funcional e relacional. Os conceitos funcionais são
referentes à interação da motricidade do individuo em um determinado espaço
e tempo, cuja ação e qualidade são percebidas e mensuradas através das
estruturas psicomotoras definidas como básicas: Locomoção, Manipulação e
Tônus que interagem o corpo como um só.
A psicomotricidade relacional possibilita à criança expressar suas
dificuldades relacionais e ajudá-la a superá-las. Não tem objetivos pedagógicos
diretos, mas sim uma influência clara sobre as dificuldades de adaptação
16
escolar, na medida em que estão diretamente relacionadas com os fatos
psicoafetivos relacionais.
A psicomotricidade relacional propõe operar em aspectos psicoafetivos
que geram atitudes relacionais, oferecendo um espaço de jogo espontâneo
com o seu grupo, para que possa manifestar suas necessidades e desejos,
buscando potencializar e, muitas vezes resgatar o prazer corporal, através do
movimento, reconhecendo uma unidade corporal.
Almeida (2007, p.41 a 97) conceitua e exemplifica as áreas psicomotoras
segundo suas peculiaridades:
I - Coordenação Motora Fina
Capacidade de controlar pequenos músculos para exercícios refinados.
Exemplo recorte, colagem, encaixe, escrita, etc.
II - Coordenação Motora Ampla
Possibilidade do controle e da organização da musculatura ampla para
a realização de movimentos complexos. Exemplos: correr, saltar, andar,
rastejar, etc.
III – Desenvolvimento de Percepção Espacial
É a orientação e a estrutura do mundo exterior, a partir do Eu e o
depois a relação com outros objetos ou pessoas em posição estática ou em
movimento, é a consciência da relação do corpo com o meio.
IV – Desenvolvimento de Percepção Temporal
17
É a capacidade de avaliar tempo dentro da ação, organizar-se a partir
do próprio ritmo, situar o presente em relação a um antes e a um depois, é
avaliar o movimento no tempo, distinguir o rápido do lento. E saber situar o
momento do tempo em relação aos outros.
V - Desenvolvimento da Percepção Corporal
Relacionamento do individuo com o mundo exterior, conhecimento e
controle do próprio corpo e de suas partes, adaptação do mesmo ao meio
ambiente.
Imagem Corporal: A experiência do individuo em relação ao próprio
corpo sujeito, impressão subjetiva.
Conhecimento Corporal: Conhecimento intelectual que se tem do
próprio corpo.
Esquema Corporal: Tomada de consciência de cada segmento do
corpo (interna e externa) o desenvolvimento do esquema corporal se da a partir
da experiência vivida pelo individuo com base na disponibilidade do
conhecimento que tem sobre o próprio corpo e de sua relação com o mundo
que o cerca.
VI - Lateralidade
Representa a conscientização integrada e simbólica interiorizada dos
dois lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a linha
média do corpo, que no decorrer estão relacionados com a orientação face aos
objetos. Essa conscientização do corpo pressupõe a noção de direita e
18
esquerda e, sendo que a lateralidade com mais força, precisão, preferência,
velocidade e coordenação, melhor capacidade e dominância cerebral.
19
CAPITULO II
EDUCAÇÃO FÍSICA X PSICOMOTRICIDADE
A utilização da educação psicomotora nas aulas de educação física
surgiu na França, em 1966, pela fragilidade da educação física, pelo fato dos
professores de educação física não conseguirem desenvolver uma educação
integral do corpo. Para Le Boulch, muitos desses professores centravam sua
prática pedagógica nos fatores ligados à execução dos movimentos, tendo
como principal objetivo de sua ação educativa chegar à perfeição desses
movimentos, de forma mecânica (LE BOULCH, 1982)
2.1 – Educação Física
A educação física no âmbito escolar muitas vezes é considerada como
apenas uma brincadeira, mais quando na verdade ela utiliza uma metodologia
de ensino diferenciada das demais para atender as necessidades dos
educandos.
A Educação Física é uma disciplina que integra o educando na cultura
corporal, formando o cidadão que irá produzi-la, reproduzi-la e transformá-la
através dos jogos, dos esportes, das lutas, da ginástica e das danças, na busca
do exercício crítico da cidadania e de uma melhor qualidade de vida. Ela é
considerada como um meio educativo privilegiado, pois abrange o ser na sua
totalidade, objetivando o equilíbrio, a saúde do corpo, a aptidão física para a
ação e o desenvolvimento dos valores morais. (PINTO, 2010)
20
Esta disciplina permite ao educando exercer todas as suas
potencialidades, desenvolve as funções mentais, a coordenação motora, a
criatividade, a livre expressão e a sociabilidade, também auxilia no
desenvolvimento global do indivíduo, isto é, no aspecto cognitivo, psicomotor e
afetivo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN’s (BRASIL, 1998) propõem
que numa aula de Educação física não basta apenas praticar exercícios, mas,
sim, vivenciar experiências e ter relações interpessoais.
Embora numa aula de Educação Física os aspectos corporais sejam mais evidentes, mais facilmente observáveis, e a aprendizagem esteja vinculada à experiência prática, o aluno precisa ser considerado como um todo no qual aspectos cognitivos, afetivos e corporais estão inter-relacionados em todas as situações. (...) O processo de ensino e aprendizagem em Educação Física, portanto, não se restringe ao simples exercício de certas habilidades e destrezas, mas sim de capacitar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais e, com autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativa e adequada.
No entanto, as instituições de ensino não se encontram preparadas
para lidar com aluno que tenha qualquer tipo de limitação, pois um grande
número de instituições não tem estrutura física para subsidiar os alunos
A Educação Física tem um papel importante no desenvolvimento global
dos alunos, principalmente daqueles com deficiência, tanto no desenvolvimento
motor quanto nos desenvolvimentos intelectual, social e afetivo.
Quando se trata da Educação Física Adaptada, pensamos em uma área
de conhecimento que discute os problemas biopsicossociais da população
considerada de baixo rendimento motor, ou seja, pessoas com deficiência
física, deficientes sensoriais, deficiência intelectuais e pessoas com
deficiências múltiplas.
21
Procura tratar do aluno sem que haja desigualdades, tornando a auto-
estima e a autoconfiança mais elevada através da possibilidade de execução
das atividades, conseqüentemente da inclusão
Segundo Winnick (2004, p.4), a educação física adaptada, envolve a
modificação de objetivos, atividades e métodos, a fim de suprir necessidades
especiais.
O princípio da normalização pode ser considerado a base filosófico-
ideológica da integração. O termo traz muita controvérsia em seu significado,
porque deriva da palavra "normal", e também faz pensar em '"normas sociais",
que consideram "desviantes" aqueles que fogem dos padrões médios de
comportamento socialmente estabelecidos. Normalização poderia sugerir,
erroneamente, a busca da conformidade às normas sociais. Também não
significa tornar "normal" a pessoa portadora de deficiências. Prevalece sempre
o seu direito de ser diferente e de ler suas necessidades especiais
reconhecidas e atendidas pela sociedade. (BRASIL, 1995, p.11)
Segundo a LDB, lei 9394/96, art.60, os órgãos normativos dos sistemas
de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas
sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação
especial.
O esporte adaptado designa o esporte modificado ou criado para suprir
as necessidades especiais das pessoas com deficiência, para interagir com os
não-portadores de deficiência em um ambiente segregado.
22
Para Winnick (2004, p. 307) o profissional de educação física deve
facilitar o contato do aluno com o esporte e com o lazer promovendo
experiências que irão enriquecer as vivencias do mesmo.
Nesse sentido, as metodologias de ensino propostas em sala de aula
aos alunos devem apresentar um leque de possibilidades corporais, desde os
movimentos de esforço com qualidades variadas e com padrões específicos de
tarefas esportivas.
2.2 – Psicomotricidade nas aulas de Educação física
A Educação Física escolar atualmente vem sendo pensada como ação
educativa integral do ser humano, assim como a psicomotricidade que
relaciona o individuo como um ser completo e único capaz de pensar e agir,
deixando de lado as características de dualidade de corpo e mente, e sim como
um ser capaz de integrar-se com si próprio e com o meio.
Winnick, afirma que:
O desenvolvimento motor é a mudança progressiva no comportamento de movimentos ao longo do ciclo da vida. Envolve a adaptação continua do individuo às mudanças na sua capacidade de movimento, num esforço incessante para obter e manter o controle motor e a competência de movimentos.(2004, p.306)
A metodologia da educação psicomotora é indispensável no
desenvolvimento motor, afetivo e psicológico do individuo para sua formação
integral, e é explorado por meio de jogos e atividades lúdicas que oportunize a
conscientização do próprio corpo e ser.
23
A visão de formação integral nos conceitos da Educação vem sendo
abordada como uma nova metodologia educativa para a formação de um ser
completo e independente de suas ações.
Assim como a psicomotricidade, a Educação Física escolar era
abordada apenas como ferramenta de desenvolvimento motor. No entanto
atualmente com a inovação nas perspectivas de uma Educação Física escolar
que reconhece o ser humano como um ser complexo de emoções e ações
próprias, propiciadas por um contato corporal e a sua relação com o mundo.
O ambiente escolar irá dar subsídios para que a criança possa se
desenvolver suas percepções e poder experimentar, testar, errar e concluir.
Assim como afirma Almeida (2007, p.25):
[...] O ambiente educativo é aquele que vai proporcionar toda uma exploração por parte da criança. É nesse ambiente educativo em que a criança poderá se expressar sem amarras. É neste ambiente educativo em que a criança poderá viver uma porção de faz-de-contas que lhe serão importantes fonte de percepções. É nesse ambiente educativo em que uma criança poderá experimentar, testar, errar e concluir. Tudo porque ali se constrói enquanto se vive todas aquelas dimensões, com todos os recursos disponíveis. Mas, a riqueza e a beleza daquele ambiente não podem ser reduzidas à aparência daquele espaço.
Entende-se que a Educação Física escolar e a sua relação com a
psicomotricidade tem como base as necessidades do ser humano em integrar-
se com o si próprio e com o ambiente por meio de ações e movimentos
conscientes e de experiências vivenciadas e adquiridas em todas as etapas da
vida.
Tendo em vista que a psicomotricidade valoriza no ser a capacidade de
experimentar sentimentos e emoções através dos movimentos de seu próprio
corpo, a Educação Física associada a ações psicomotoras possibilita um
24
desenvolvimento global através do movimento corporal consciente, que sente,
pensa e agi em diferentes situações, sendo este um ser humano independente
em suas realizações.
25
CAPITULO III
OS JOGOS PSICOMOTORES
Os jogos podem ser classificados de varias formas, no entanto a melhor
maneira de concebê-los é encarando-os como forma de crescimento
psicossocial. O jogo pode ser descrito de três formas:
I - Jogos afetivos
Possibilitam que as crianças tenham trocas afetivas intensas durante
sua realização. A princípio, todos os jogos podem apresentar esta concepção,
mas em alguns jogos este aspecto esta bem mais presente.
II - Jogos cognitivos
Esta voltada para o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático,
estes jogos ampliaram a percepção e o calculo mental. Que exigem grande
concentração, que será desenvolvido durante a atividade acadêmica.
III - Jogos corporais
São aqueles que cobram uma boa dose de atividade motora. É
necessário que a criança coloque seu corpo à disposição da atividade que esta
sendo desenvolvida (LOPES, 2001 apud ALMEIDA, 2007, p.111 e 112).
3.1 - Jogos e atividades psicomotoras
Jogar é uma atividade natural do ser humano, ele integra os aspectos
motores, cognitivos, afetivos e sociais. A psicomotricidade pode subsidiar
através de atividades que auxiliam o desenvolvimento motor.
26
Segundo Le Boulch (1982, p. 24), a educação psicomotora deve ser
considerada como uma educação de base na escola infantil. Ela condiciona
todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de
seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a
adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação
psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com
perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já
estruturadas.
Neste pensamento procuramos atividades que trabalhem a
psicomotricidade dos alunos partindo de suas particularidades, e
principalmente, os jogos que possam estar dentro da realidade de vivencia de
cada um dentro do âmbito escolar.
As atividades a seguir, sugerem brincadeiras que são vistas como
tradicionais, visando às áreas psicomotoras:
I. Coordenação Motora Fina
Gato e rato, bambolê, pular corda e quebra-cabeça.
II. Coordenação Motora Ampla
Amarelinha, futebol, morto ou vivo e esconde-esconde.
III. Desenvolvimento de Percepção Espacial
Corrida do ovo na colher, brincadeira de casinha, dominó e dama
IV. Desenvolvimento de Percepção Temporal
27
Usar relógios com algarismo arábicos e, ao mesmo tempo, relógios
digitais para que eles percebam as diferenças de contagem de um
mesmo tempo.
V. Desenvolvimento de Percepção Corporal
Pular corda, cinco marias, ioiô e estátua.
VI. Lateralidade
Dobradura e tiro ao alvo.
No ponto de vista pedagógico, as atividades lúdicas são usadas como
instrumento para transmitir conhecimentos. Muitas delas são praticadas apenas
com o corpo, como é o caso das danças, das cirandas, dos jogos de saltar,
correr, esconder, pegar. Outras necessitam do objeto brinquedo, como a bola,
a corda, a peteca, o pião, entre outros. (PINTO, 2003 apud TEIXEIRA, 2010,
p.14).
28
CONCLUSÃO
A Educação Física e a psicomotricidade são metodologias interligadas
em que o desenvolvimento dos aspectos motor, social, emocional dos
movimentos corporais é vivenciado, através de atividades motoras.
Pode-se afirmar que a Educação Física possui um impacto positivo no
pensamento, no conhecimento e ação, nos domínios cognitivos, na vida do ser
humano. Entretanto o individuo fisicamente educado vai para uma vida ativa,
saudável e produtiva, criando uma integração segura e adequado
desenvolvimento de corpo, mente e espírito.
Portanto, a Educação Física, pelas suas possibilidades de
desenvolver a dimensão psicomotora das pessoas, com os domínios cognitivos
e sociais, é de grande importância no desenvolvimento da aprendizagem
escolar.
Assim a Educação Física, através de atividades afetivas, psicomotor e
sócio psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas,
expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o
indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.
29
BIBLIOGRAFIA CITADA
§ ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e prática em psicomotricidade:
jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. 3ª
edição. Rio de Janeiro: Wal Ed., 2007
§ BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 5.692/71.
Disponível em:< http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/128525/lei-de-diretrizes-
e-base-de-1971-lei-5692-71> Acesso em 18 Maio 2011.
§ FONSECA, Vitor. Psicomotricidade. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
§ GIL, Carlos Antonio. Como elaborar projetos de pesquisa. Ed. Atlas 2002
São Paulo.
§ ISPE-GAE. Instituto Superior de Psicomotricidade e Educação e Grupo
de Atividades Especializadas. Disponível em: http://www.ispegae-oipr.com.br.
Acessado em 17 Abril 2011.
§ PCN: Educação Física. Disponível em: http://www.zinder.com.br/
legislacao/pcn-fund.htm. acesso em 14 Abril 2011.
§ LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6
anos. Trad. Por Ana Guardiola Brizolara. 7ª edição. Porto alegre: Artes
Médicas, 1982.
§ OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e Reeducação
num enfoque Psicopedagógico. 5ª edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.
§ PINTO, Mercia Sequeira. Os benefícios da educação física. Disponível
em:<http://www.ilv.com.br/noticias/mai_beneficioseducacaofisica/educacaofisic
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30
§ SBP. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Disponível em:
www.psicomotricidade.com.br. Acesso em: 11 Abril 2011.
§ TEIXEIRA, Sirlândia Reis de Oliveira. Jogos, brinquedos, brincadeiras e
brinquedoteca: implicações no processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Rio de Janeiro: Wak Ed. 2010
§ WINNICK, Joseph P. Educação Física e esportes adaptados. Barueri, São
Paulo: Manole, 2004
31
INDICE FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Educação Psicomotora 10
1.1- História da Psicomotricidade 10
1.2 - Conceituando a psicomotricidade 13
1.3 - Áreas Psicomotoras 15
CAPÍTULO II - Educação Física X Psicomotricidade 19
2.1 – Educação Física 19
2.2 – Psicomotricidade nas aulas de Educação Física 22
CAPÍTULO III – Jogos Psicomotores 25
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA CITADA 29
INDICE 31