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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU O ORIENTADOR EDUCACIONAL E O DESAFIO DE SOCIALIZAR O EDUCANDO BRASILEIRO NO SÉCULO XXI CÁTIA CRISTINA DA SILVA DIAS Orientador: Prof. Dr. Vilson Sergio de Carvalho Rio de Janeiro Julho de 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU

O ORIENTADOR EDUCACIONAL E O DESAFIO DE

SOCIALIZAR O EDUCANDO BRASILEIRO NO SÉCULO

XXI

CÁTIA CRISTINA DA SILVA DIAS

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sergio de Carvalho

Rio de Janeiro

Julho de 2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU

CÁTIA CRISTINA DA SILVA DIAS

O ORIENTADOR EDUCACIONAL E O DESAFIO DE

SOCIALIZAR O EDUCANDO BRASILEIRO NO SÉCULO

XXI

OBJETIVOS:

Monografia apresentada à Universidade

Cândido Mendes, como requisito para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação

latu sensu de Orientação Educacional e

Pedagógica.

Rio de Janeiro

Julho de 2010

3

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter iluminado os meus

pensamentos dando a necessária

sabedoria para o desenvolvimento deste

trabalho.

Ao corpo docente do IVM por ter nos

incentivado a seguir nosso objetivo.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra ao meu grande Amor e

amigo de todas as jornadas e de

dificuldades, Alexandre Tito, o seu apoio

sempre me deu a sustentação necessária

para que eu pudesse continuar seguindo

em frente. As minhas filhas Thalita e

Jéssica pela compreenção da ausência e

por serem fonte de energia e inspiração

para minha vida.

5

RESUMO

Esta monografia visa estudar a contribuição do Orientador Educacional para

socializar o educando nesse novo século, pois está sendo marcado pela

globalização e a tecnologia, onde os problemas econômicos têm ditado o destino

da sociedade contemporânea fazendo com que o núcleo familiar às vezes se

fragmente, pois a demanda pelo capital, devido ao custo de vida, tem gerado a

necessidade da ausência dos pais brasileiros de seus lares, deixando, dessa

forma, os seus filhos em idade escolar sem referência e orientação confiáveis a

seguir.

6

METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica / documental, através das

seguintes técnicas indiretas: levantamento e seleção da bibliografia, leitura

analítica, fichamento, análise comparativa e interpretação dos dados.

A partir dos dados coletados, elaborou-se o estudo teórico e realizou-se

uma analogia entre as teorias e as informações/dados coletados. Este confronto

teoria/prática revelou a complexidade da investigação a respeito do Orientador

Educacional.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA FORMAÇÃO

DO DISCENTE

9

CAPÍTULO II

OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI PARA O ORIENTADOR

EDUCACIONAL

18

CAPÍTULO III

AS SUGESTÕES PARA ENFRENTAR OS NOVOS DESAFIOS

QUE ESTE SÉCULO IMPÕE

23

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA 31

WEBGRAFIA 32

8

ÍNDICE 34

INTRODUÇÃO

O verbo orientar tem uma enorme relevância para humanidade, pois

significa indicar o rumo a seguir, guiar ou aconselhar. Dessa forma, podemos

inferir a importância que deve ter a Orientação Educacional para a sociedade, pois

se trata de método psicológico e pedagógico de acompanhamento das atividades

dos estudantes, principalmente o jovem, visando a contribuir para seu

desenvolvimento intelectual e a formação de sua personalidade.

Dentro do espectro da Orientação Educacional, nos restringiremos a do

Ensino Fundamental 1, que tem por finalidade realizar a formação educacional

básica do cidadão. Sendo assim, para lidar com um grupo, onde os seus

integrantes possuem uma personalidade em formação, pressupõe-se que o

docente encontre certa dificuldade para transmitir conhecimentos e contribuir em

sua formação moral e ética 2. Dessa forma, o Orientador Educacional pode auxiliar

o docente, e em certas vezes preencher uma lacuna vazia na formação da

personalidade do discente.

1 É uma das etapas da educação básica no Brasil. Tem a duração mínima de oito anos, sendo a matrícula obrigatória para todas as crianças a partir dos sete anos de idade. 2 De acordo com o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Ética significa: parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.

9

Como o século XXI está sendo marcado pela globalização e a tecnologia,

onde os problemas econômicos têm ditado o destino da sociedade

contemporânea fazendo com que o núcleo familiar às vezes se fragmente, pois a

demanda pelo capital, devido ao custo de vida, tem gerado a necessidade da

ausência dos pais brasileiros de seus lares, deixando, dessa forma, os seus filhos

em idade escolar sem referência e orientação confiáveis a seguir.

Destarte, faz-se mister reconhecer se o Orientador Educacional pode

contribuir para socializar o educando brasileiro nessa nova realidade.

Neste contexto, a análise sobre a contribuição do Orientador Educacional

para socializar o educando nesse novo século permitirá valorizar e mostrar a

importância desses profissionais da Educação na formação do cidadão brasileiro.

Dessa forma, o propósito da monografia será o de verificar se o Orientador

Educacional está preparado para socializar o educando brasileiro do Ensino

Fundamental no século XXI. E para tanto, tentaremos responder as seguintes

indagações: Qual o papel do Orientador Educacional na formação do discente?

Quais os desafios do Século XXI? Como enfrentar os mesmos? O trabalho não

tem a pretensão e a soberba de esgotar o assunto, porém intenciona desenvolver

uma modesta análise do problema visando fomentar uma discussão e uma

reflexão sobre tema tão atual e importante nos dias de hoje. Para isso, o estudo foi

dividido em três capítulos onde no primeiro veremos a importância do Orientador

Educacional na formação do docente como cidadão, bem como a contribuição

para o desenvolvimento de sua personalidade. No segundo, identificaremos os

desafios deste século a serem sobrepujados para a orientação do educando como

cidadão. No terceiro, iremos sugerir como transpô-los. Ao final, chegaremos a

algumas conclusões que pretendem responder ao problema, bem como atingir o

propósito do trabalho.

1

CAPÍTULO I

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA

FORMAÇÃO DO DISCENTE

A ação de orientar sempre foi muito valorizada na história da humanidade,

pois aqueles que orientavam na antiguidade eram indivíduos de extrema

experiência, possuidores de conhecimentos elevados e respeitados entre os

cidadãos daquelas sociedades. Dessa forma, podemos inferir o quão é importante

orientar alguém, seja na antiguidade ou nos tempos atuais, onde observamos uma

diversidade de profissionais orientadores (educacionais, profissionais etc). No

presente capítulo, iremos abordar o Orientador Educacional e como ele contribui

para a formação do educando, tanto em sua personalidade, bem como em sua

formação acadêmica, dando ênfase no Ensino Fundamental nos dias atuais.

1.1 Cenário do Século XXI para o docente e o jovem estudante

brasileiro

1

O século XXI está sendo marcado pela globalização e a tecnologia fazendo

dessa forma com que as fronteiras entre os países sejam relativas, transformando

o mundo em uma grande comunidade, ou seja, uma sociedade multicultural, bem

como haja um grande e fácil acesso ao conhecimento e a informação. Sendo

assim, torna-se um grande desafio para o docente competir com a internet ou com

o “professor virtual” (site da Wikipédia, dentre outros sites), já que é possível

aprender por meio de figuras, às vezes animadas, sons, e outros recursos de

multimídia. Além disso, devido a tal processo tecnológico, as mudanças que

ocorrem no globo, atingem a toda população com grande velocidade, e o

educador deve estar sempre atento às mesmas visando acompanhar as

indagações dos discentes cada vez mais curiosos e informados. Com isso, o

docente deve estar capacitado a trabalhar esse dinamismo das mudanças e da

informação para que possa continuar mantendo o prazer e a necessidade do

discente em ir às aulas.

Aliado ao citado acima, a internet como meio de informação e

entretenimento vem preenchendo a lacuna deixada pelas ausências de orientação

e referenciais morais fornecidas pelos pais aos seus filhos, que é muito importante

no estágio da formação da personalidade do jovem, pois aqueles se encontram,

na maior parte do tempo, ausentes do lar em seus trabalhos e na correria do dia-

a-dia. Porém, tal preenchimento não tem sido na maior parte eficaz, já que os

amigos virtuais (comunidades da internet como Orkut, Twitter, MSN etc) não

possuem comprometimento com o outro e às vezes influenciam e atuam

negativamente com os jovens e adolescentes (vários casos de pedofilia etc)

transmitindo valores éticos e morais questionáveis. Destarte, a Escola do Ensino

Fundamental ganha maior importância como referencial e orientação moral e

vocacional, pois o sujeito/aluno de hoje, não é o mesmo de ontem.

Concluímos então que o professor sozinho não tem condições de suprir

essas demandas, sendo necessária à presença de um profissional capacitado, no

caso, o Orientador Educacional, que terá a hercúlea tarefa de preparar o

1

educando para este século, dando ferramentas para o jovem caminhar e

desenvolver-se de forma segura e ética, contribuindo, dessa forma, para a

formação do cidadão brasileiro.

1.2 O Orientador Educacional

Conforme dissemos na introdução, a Orientação Educacional se trata de

método psicológico e pedagógico de acompanhamento das atividades dos

estudantes, principalmente o jovem, visando a contribuir para seu

desenvolvimento intelectual e a formação de sua personalidade. Verifica-se,

assim, que a mesma está relacionada com a psicologia, conforme vemos abaixo:

“A Orientação Educacional tem sua história de desenvolvimento atrelada à da Psicologia, que data do século XVI e procurava através de psicotécnicas traçar aptidões correlacionadas a atividades específicas (Grinspun, 1992). Seu desenvolvimento como função específica dentro do contexto escolar se dá no rastro dos avanços da Psicologia; no entanto, é preciso considerar que a noção sempre se fez presente na Educação, tendo em vista que a educação em si se propõe à orientação do ser. Até a década de 1920, a Orientação Educacional no Brasil constituía-se de atividades esparsas e isoladas, em que se fazia presente o cunho de aconselhamento, ligado a uma moral religiosa. A partir da década de 1920, com o desenvolvimento urbano-industrial, houve a necessidade de formação para essa nova realidade de trabalho. O ensino profissional foi sendo implementado e, com ele, a Orientação Educacional, serviço que poderia adotar uma linha de aconselhamento vocacional. (Frangella 3, 2009, p.1, grifo nosso)”

Opinião essa ratificada por MARTELLI ,(2006)4 quando afirma:

“As correntes educational guidance norte-ameriana e pela psychologie scolaire francesa foram as principais influências no Brasil. [...] A segunda afirmava que a orientação se desenvolveria nas escolas

3 Rita de Cássia Prazeres Frangella é Doutora em Educação pela UERJ. 4 Mestre em Educação.

1

como um serviço de psicologia escolar, com a finalidade de conhecer o escolar normal, a criança comum, em função disso, a orientação era baseada na aplicação de testes. Percebeu-se nitidamente o caráter de ajustamento do indivíduo na sociedade, utilizando a base teórica da psicologia ( p.252). “

Foi com o Decreto Nº 72.826 – de 26 de setembro de 1973 que se definiu a

profissão do Orientador Educacional, bem como os requisitos para se exercer a

mesma. Segue abaixo um trecho do decreto a fim de dar-nos uma visão formal

dessa profissão:

Art. 1º - Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas. Art. 2º - O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo: I – Dos licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação Educacional, possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos. II – Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador Educacional obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação. III – Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da lei em vigor. (Kroth 5, 2008, p.1,)

FRANGELLA (2009, p.1) nos diz que a partir da década de 90 as funções

de Supervisor e Orientador Educacional, no Brasil, ficaram descaracterizadas, pois

a idéias defendidas pela Anfope (Associação Nacional de Profissionais da

Educação) centralizavam na docência a identidade do curso de Pedagogia e do

Pedagogo.

As atuais Diretrizes Nacionais para Pedagogia (2006) a definem como

curso de licenciatura plena, acabando com a divisão de especialista e docente e a

5 Lidia Maria Kroth - Pedagoga e Orientadora Educacional.

1

problemática das habilitações, ficando em concordância com as propostas

defendidas pela Anfope, o que resultou nos dias de hoje várias instituições

escolares apresentando falta de um Orientador Educacional. Diante desse

horizonte histórico de desenvolvimento das funções do Orientador, encontramo-

nos hoje num momento de busca por uma reconceitualização do que vem a ser

Orientador. A busca por uma ressignificação desses papéis no contexto escolar e

na formação docente revela a importância dessas funções no cotidiano escolar

(que tentaremos mostrar no decorrer deste capítulo). Isso pode ser percebido no

Projeto de Lei 838/07 do Deputado Marcos Montes (DEM-MG), que tenta obrigar

as instituições de pré-escola, ensino fundamental e ensino médio com 300 ou

mais alunos a manter um profissional da educação de nível superior habilitado em

Orientação Educacional.

Na Escola, o orientador educacional é um dos profissionais da equipe de

educação. O mesmo trabalha com os alunos, ajudando-os em seu

desenvolvimento pessoal e em conjunto com os docentes, para compreender o

comportamento dos estudantes, visando atuar de maneira adequada em relação

aos mesmos, com a escola, na organização e realização da proposta pedagógica,

e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis.

Infelizmente, atualmente, poucas instituições escolares possuem em sua

equipe de gestão pedagógica o Orientador Educacional (conforme vimos no breve

contexto histórico no capítulo), pois, às vezes, não possuem a real noção da

importância de tal profissional. Isso pode ser verificado na matéria publicada na

revista NOVA ESCOLA, quando afirma:

“Apesar da remuneração semelhante, professores e orientadores têm diferenças marcantes de atuação. "O profissional de sala de aula está voltado para o processo de ensino-aprendizagem na especificidade de sua área de conhecimento, como Geografia ou Matemática", define Mírian Paura, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. "Já o orientador não tem currículo a seguir. Seu compromisso é com a formação permanente no que diz respeito a valores, atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e criticando." Embora esse seja um papel fundamental,

1

muitas escolas não têm mais esse profissional na equipe, o que não significa que não exista alguém desempenhando as mesmas funções. Para Clice Capelossi Haddad, orientadora educacional da Escola da Vila, em São Paulo, "qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questões pessoais". O que não deve ser confundido com as funções do psicólogo escolar, que tem uma dimensão terapêutica de atendimento. O orientador educacional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas, relacionamento com colegas, vivências familiares. (2003, p.1, grifo nosso)”

Podemos inferir que a atuação do Orientador Educacional poderá contribuir

muito para o desenvolvimento emocional e no aperfeiçoamento moral do aluno, e

que a sua falta nas instituições de ensino, principalmente a fundamental, poderá

deixar essas lacunas vazias, ainda mais quando vivemos em um século de maior

ausência dos pais e responsáveis, conforme abordado no item anterior deste

capítulo.

Apesar do que foi abordado acima, fazemos a seguinte pergunta: Será que

o Orientador Educacional está ciente de sua importância na formação do aluno,

principalmente o do jovem e do adolescente? Vamos mais além, e perguntamos:

Será que a sociedade conhece o que faz e os atributos de um Orientador

Educacional? Acreditamos que existe muito desconhecimento, por parte do

próprio Orientador e da sociedade, da real importância de tal profissional da

Educação. E que se o mesmo fosse mais valorizado, bem como tivesse o seu

papel mais divulgado, talvez não houvesse várias instituições escolares

apresentando a ausência do mesmo em sua equipe de gestão. Dessa forma,

apresentamos o texto abaixo que tentará nos ajudar a diminuir um pouco a nossa

ignorância acerca dos atributos de um Orientador Educacional:

“Referindo-se ao papel do Orientador Educacional, Alzira Tenfen da Silva (1981), relaciona, a partir da posição de diversos autores, alguns dos papéis a ele atribuídos, tais como: Especialista – prioridade ao aconselhamento psicopedagógico; Generalista – orientação de grupo, registro de alunos, sessões de aula, aplicação de testes, organização de classes, fichas cumulativas, etc; Monitor – orientação centrada no aluno; Assessor – orientação centrada no contexto; Consultor e assessor – assessoramento de pessoas e pequenos grupos, consultando

1

professores, diretores, pais e outros; Agente de mudança – revisão crítica; Profissional de ajuda – ajuda, assessoramento; Catalizador – o indivíduo realizando seu próprio papel; Conselheiro e guia pessoal do aluno; Agente de informações sobre oportunidades educacionais e ocupacionais; Orientador da vocação do aluno; Mediador entre comunidade escolar e familiar; Membro do grupo profissional. (Kroth, 2008, p.1, grifo nosso)”

Concluímos que os atributos supracitados mostram o quão importante é o

Orientador Educacional como auxiliar dos pais e responsáveis pelo bom

andamento do jovem e do adolescente na escola e na formação desse futuro

cidadão.

No tocante ao desenvolvimento da personalidade da criança e do

adolescente tem-se como característica a formação do pensamento, memória, fala

e conceitualização. As manifestações comportamentais ocorridas durante esse

período são alterações psicossexuais e psicossociais e que podem ser

modificadas por fatores culturais. No período das relações com os companheiros,

nos anos escolares, as amizades são estabelecidas, caracteristicamente com

pessoas do mesmo sexo. Com relação ao desenvolvimento social, a criança

também se conscientiza, nesse momento, de que existe hora para o lazer e hora

para o que vai sendo progressivamente, chamado de responsabilidade. Com isso,

como foi proposto, nos restringimos ao Orientador Educacional inserido no Ensino

Fundamental, onde além dos atributos citados anteriormente, o mesmo deve

possuir outras atribuições, como novamente KROTH(2008) nos mostra:

“A Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas distintas a executar. São elas: uma correspondente as quatro primeiras séries e a outra, às quatro últimas séries. As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Fundamental são: •Desenvolver junto ao educando, crianças que, são um trabalho de adaptação dos mesmos no ambiente escolar; •Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o mundo que os cerca; •Propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos outros, a iniciativa e a criatividade dos educandos; •Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que descubram, com encanto, o próximo, em movimento de

1

distanciamento dos dois centros que são o lar e a escola; •Habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem atendidos e orientados; •Observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento e temperamento, com a cooperação dos professores; •Nas últimas quartas séries de Ensino Fundamental, o Orientador deve dedicar-se com mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e preferências do educando. Vê-se, então, a necessidade de se intensificar o funcionamento das atividades extras-classes, bem como as oportunidades de visitas, excursões e estágios, para que aptidões e preferências tenham mais oportunidades de se manifestarem e se desenvolverem; •Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando, deva fazer a opção de curso profissionalizante; •Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação moral, pois existe o advento da crise pubertária e o despertar do espírito crítico. (p.1)”

Concluímos, assim, de acordo com o que nos foi mostrado, que além da

importância do Orientador Educacional na contribuição com os pais e

responsáveis, que existe uma grande relevância desse profissional ser empregado

no Ensino Fundamental, já que ele estará atuando na base escolar e no iniciar do

aluno como pessoa (formação moral, sexual, psicológica etc) e cidadão, que

acontece nesse período educacional, sendo objetivo desse profissional a

articulação currículo-sociedade, homem-natureza, homem-sociedade, escola-

trabalho, escola-vida, numa visão de trabalho coletivo no interior da escola, tendo

também como tarefa a realização de uma análise permanente de sua sociedade e

do mundo que o cerca para que, dessa forma, possa cumprir o seu papel de forma

eficaz. Destarte, esse profissional deve participar ativamente do projeto político

pedagógico 6 da instituição escolar auxiliando na confecção e na execução do

mesmo.

Podemos, com esse capítulo, inferir que este século coloca vários desafios

para a Educação brasileira auxiliar na formação do jovem, seja como pessoa e

6 É a referência para o docente conduzir o discente pelas diferentes disciplinas do currículo. Na elaboração do mesmo faz-se mister uma visão dialética onde o planejamento do ensino seja executado e permanentemente avaliado visando à correção contínua das falhas, melhorando a docência.

1

cidadão, devido aos vários motivos que foram expostos no seu decorrer, e que

somente com um profissional capacitado a entendê-los e trabalhá-los em conjunto

com o docente, o discente e com os pais e responsáveis é que poderemos ter no

futuro uma sociedade com cidadãos mais preparados da forma ética e moral. E

que é primordial que tal trabalho seja feito nos primeiros anos do aluno na escola,

ou seja, no Ensino Fundamental, visando criar as bases desse futuro cidadão.

Sendo assim, é imprescindível aumentar a valorização do Orientador Educacional

devido a todas as suas atribuições e responsabilidades, divulgando a sua

importância e aumentando a sua presença nas instituições escolares do Ensino

Fundamental.

1

CAPÍTULO II

OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI PARA O ORIENTADOR

EDUCACIONAL

Conforme pudemos verificar no capítulo anterior o Século XXI está sendo

marcado pelas grandes transformações tecnológicas que acabam por alterar o

comportamento das sociedades. Além disso, vimos a grande importância do

Orientador Educacional na idade da Educação Fundamental. Sendo assim, neste

capitulo tentaremos identificar o que esse século reserva ao Orientador

Educacional brasileiro como desafio, durante o Ensino Fundamental.

2.1 – Prováveis desafios do Século XXI para o Orientador Educacional

brasileiro durante o Ensino Fundamental

De acordo com o que estudamos no capítulo anterior, quando relatava o

cenário do Século XXI para o docente e o jovem brasileiro, podemos perceber que

2

este século, devido à ausência cada vez maior dos pais e responsáveis do

ambiente do lar 7, acaba se transformando, às vezes, em uma era da sociedade

corrompida eticamente, desumana, injusta e excludente. Pois esse fato (ausência

dos genitores) permite com que haja a falta de uma orientação moral e ética para

as crianças e os jovens, principalmente durante a fase do Ensino Fundamental.

Sendo assim, começaremos elencando alguns desafios abaixo vislumbrados:

2.1.1 - Falta de orientação moral e ética no ambiente do lar.

Sendo os pais, os grandes referenciais para os filhos, as suas ausências,

devido à necessidade premente de conviver nesse mundo capitalista, os deixam a

mercê dos pseudo-amigos e dos amigos virtuais, que nem sempre estão

comprometidos com aquela criança e aquele jovem. Com isso, podemos efetuar

os seguintes questionamentos: Que valores possuem essa sociedade? Qual moral

ela tem para oferecer aos novos alunos, sejam eles crianças ou jovens no Ensino

Fundamental?

E vamos mais longe, em uma sociedade em que tudo está apresentando

momentos de crise, poderia a instituição escolar estar passando por bons

momentos? Acreditamos que não, que a mesma, na realidade brasileira, também

está passando por momentos difíceis, pois conforme visto no Capítulo I, os

professores precisam competir com a Internet e nem sempre eles possuem tempo,

incentivo, recursos e disponibilidade para manterem-se atualizados visando poder

suprir a demanda pela informação dos discentes do Século XXI.

Concluímos, assim, que a ausência dos pais e responsáveis prejudica o

bom desenvolvimento da criança, pois são o referencial para ela e que o professor

sozinho, por vezes, não consegue cativar o aluno deste século, muito mais em

prover uma orientação eficaz na parte moral e ética, que são os principais

7 Abordado no Capítulo I.

2

fundamentos para formação de um cidadão, permitindo, dessa forma, uma melhor

convivência em sociedade.

2.1.2 - Grande individualização das pessoas

Devido a este século ter como característica a tecnologia que nos permite

do nosso computador conhecer o mundo e fazer amizades instantâneas, muitos

indivíduos preferem ficar em suas casas e dessa forma perdem o contato com o

próximo. Sendo assim, as novas gerações têm seguido o mesmo caminho, o do

isolacionismo, permitindo a criação de uma sociedade, por vezes, muito

individualizada, pois tudo tem sido virtual.

Essa observação, aliada ao que foi exposto anteriormente, dificulta ainda

mais a preparação da criança e do jovem para uma vida em sociedade, onde o

contato com o outro é importante, já que somente dessa maneira é que as coisas

que precisamos aprender antes de fazê-las só são realmente aprendidas quando

as fazemos. A aprendizagem da ética, portanto, se dá fundamentalmente pelo

envolvimento em situações que nos exijam sermos justos, respeitosos, solidários,

não egoístas etc, e para tal precisa-se de um envolvimento com o outro. E se não

temos um referencial ou alguém que possa orientar essa criança ou jovem, a

mesma sentirá uma grande dificuldade em se relacionar com a sua comunidade.

2.1.3 - A falência das instituições sociais

Como este século possui como uma de suas características uma sociedade

corrompida eticamente, desumana, injusta e excludente, pois em um mundo

globalizado e impactado pelas mídias, a velocidade com que as informações são

difundidas dá a impressão de que as ações desrespeitosas que aviltam a

2

dignidade humana estão por toda parte e ocorrem a todo momento. São tais

ações, e não as que contribuem para tornar a convivência humana mais

harmoniosa, as que merecem maior destaque nos noticiários (fraudes, corrupção,

descaminhos, propinas etc). Comportamentos não éticos têm mais apelo do que

comportamentos éticos, infelizmente.

As instituições sociais com os quais as crianças e os jovens convivem: a

família, a escola, o grupo comunitário, o grupo religioso não possuem,

exclusivamente, a prerrogativa de formar eticamente o caráter dos discentes, mas

todos têm importantes contribuições a dar, mesmo quando fornecem orientações

conflitantes. E atualmente vemos na mídia muitas alusões às falências dessas

instituições, como os casos de pedofilia ocorridos nas igrejas, muitas famílias se

desagregando (seja por drogas, dinheiro etc), violências nas escolas (contra o

professor e o aluno), dentre outras notícias que chegam diariamente as nossas

casas pela televisão e internet.

2.1.4 – Dificuldade da escola para lidar com a criança e o jovem deste

século

A realidade dos nossos docentes é um pouco difícil para enfrentar o século

atual, pois devido aos baixos salários da maioria, possuem grande dificuldade

para se atualizarem (precisam de computador, acesso à internet, efetuar leitura,

realizarem cursos de pós-graduação etc) e dessa forma atender aos discentes da

“geração internet”. Tal dificuldade, por vezes, faz com que haja uma desmotivação

por parte do docente (dificuldade para argumentar com o discente, devido à

necessidade de acompanhar o que acontece no mundo, aliando a teoria com a

prática e as mudanças cada vez mais velozes e que nos atingem cada vez mais

rápido, propiciadas pela globalização) e do discente (devido à desatualização do

seu professor, sente-se frustrado por não ter a sua demanda por explicações

2

atendidas e por achar a internet mais agradável de aprender, achando dessa

maneira que é mais agradável aprender com o computador e com a televisão do

que em aula com o professor). Sendo assim, os docentes brasileiros possuem um

grande desafio a vencer, que é: apesar das dificuldades atuais, se deve evitar a

monotonia das aulas tradicionais fazendo com que as mesmas tornem-se

agradáveis para a geração discente do século XXI. Melhor dizendo, o docente

brasileiro tem que ser mais sedutor do que a mídia e despertar dessa forma a

atenção e o interesse do aluno.

Além disso, ainda faltam muitos recursos didáticos nas escolas para

atender as demandas dos alunos.

Dentro desse contexto, podemos perceber que precisa haver um elo entre o

docente e o discente, visando compreender as necessidades de ambos e poder,

dessa forma, minimizar esse distanciamento entre eles, bem como assim

aperfeiçoar o projeto político pedagógico da escola.

2

CAPÍTULO III

AS SUGESTÕES PARA ENFRENTAR OS NOVOS

DESAFIOS QUE ESTE SÉCULO IMPÕE

Nos capítulos anteriores podemos verificar o que é e a importância do

Orientador Educacional, bem como visualizamos alguns desafios que o Século

XXI reserva a esse profissional da Educação, principalmente, durante o Ensino

Fundamental, que é a época do início da formação moral e ética da criança e do

adolescente. Precisamos estar atentos as necessidades dos nossos discentes.

Neste capitulo tentaremos abordar algumas soluções que talvez permitam

ao Orientador Educacional enfrentar esses desafios citados.

3.1 – Valorização do trabalho do Orientador Educacional

Conforme podemos estudar no Capítulo I, o Orientador Educacional possui

um papel fundamental no auxílio do desenvolvimento da personalidade da criança

2

e do jovem, principalmente no Ensino Fundamental, pois ele preenche a lacuna

que, às vezes, fica vazia referente à orientação moral e ética, devido à ausência

dos pais e responsáveis do ambiente doméstico. Porém, poucas pessoas

conhecem o seu trabalho, fazendo, assim, com que poucas instituições escolares

possuam esse profissional em seu grupo de gestão pedagógica, conforme

podemos averiguar no artigo da Revista NOVA ESCOLA (2003, p.1): “Embora

esse seja um papel fundamental, muitas escolas não têm mais esse profissional

na equipe”. Sendo assim, é muito importante divulgar o seu papel na escola, e

uma das maneiras de isso ser feito é através de uma campanha de valorização

desse profissional. Vemos que, hoje em dia, tal movimento está começando a

surgir, por meio de artigos e debates no meio acadêmico, conforme podemos

verificar abaixo:

“Diante desse horizonte histórico de desenvolvimento das funções do orientador, encontramo-nos hoje num momento de busca por uma reconceitualização do que vem a ser orientador. A busca por uma ressignificação desses papéis no contexto escolar e na formação docente revela a importância dessas funções no cotidiano escolar. (Frangella, 2009, p.3, grifo nosso)”

E ratificado pelo trecho do artigo a seguir, que nos mostra como o referido

assunto tem sido debatido no meio acadêmico:

“A Escola, hoje, tem um papel muito mais complexo do que antes, pois tem que educar com as novas formas de educação impostas pela prática social, como a questão da mídia e a questão das representações sociais e do imaginário, que estão presentes quando se fala em educar o sujeito. A Orientação Educacional, hoje, também passa por esse processo de atuação, pois, atua diretamente com professores, alunos e comunidade escolar. (Freitas e Oliveira, 2009, p.1, grifo nosso).”

Concluímos, então, que a sociedade acadêmica está percebendo a

importância desse profissional e que somente através de um maior debate e

2

entendimento da sua importância na Educação é que poderá haver um

reconhecimento e valorização do mesmo, o que permitirá, dessa feita, que mais

Orientadores Educacionais estejam presentes nas instituições escolares,

principalmente nas de Ensino Fundamental, auxiliando na grande tarefa de

orientar a formação moral e ética dos alunos, bem como servir de elo entre

docente, discente, escola e sociedade. Porém, não basta somente o

reconhecimento por parte dos pedagogos e estudiosos do assunto, mas também

por parte da sociedade brasileira, o que poderá ser conseguido por meio de

reuniões e palestras entre escola e responsáveis pelo educando, demonstrando a

importância em se ter tais profissionais no grupo educacional da instituição

escolar.

3.2 – Adaptação da formação do Orientador Educacional ao Século XXI

Não adianta somente terem mais Orientadores Educacionais nas escolas,

mas o fundamental é que esse profissional da Educação tenha consciência dos

desafios deste século e que esteja devidamente preparado para entender e

dialogar com os indivíduos dessa nova geração, conforme podemos ver:

“Hoje, torna-se necessário que o Orientador Educacional, tenha uma boa formação política-pedagógica, psicológica e cultural, pois o sujeito/aluno hoje, não é o mesmo de ontem. Assim, é preciso nos questionar: Quem é o sujeito/aluno, hoje? Como ele se forma? O que é preciso para se educar para o futuro, neste novo século em que vivemos? [...] Segundo ela o sujeito/aluno, “é um sujeito permeado por um mundo que têm por base a negação do amor e dos valores humanos, gerando atitudes de violência e intolerância. Um sujeito desprovido de otimismo, perspectivas, esperança, sonhos e ideais, combustíveis essenciais para uma vivência cidadã”. Daí percebe o sujeito/aluno que temos em nossas escolas, sendo preciso lançar novas perspectivas sobre o sentido da formação da cidadania, “o que se faz necessário educar para participação social, para o reconhecimento das diferenças entre vários grupos sociais, para a diversidade cultural, para os valores e direitos humanos”. (Freitas e Oliveira, 2009, p.2, grifo nosso).”

2

Isso deve começar na sua formação, onde as Universidades Públicas e

Privadas devem dar-lhe essas noções, mostrando que o indivíduo / aluno de hoje

é diferente de ontem, bem como os preparando para os desafios listados

anteriormente. Dessa forma, acreditamos que apesar de premente, essa

sistemática não deva ser de curto prazo e de rápida implementação, pois, afinal, a

formação de um Orientador Educacional preparado para entender e conviver com

os desafios apontados não pode ser feita da noite para o dia, sendo necessários

vários anos para podermos obter uma massa crítica adequada de Orientadores

Educacionais aptos para tal.

Além do citado, faz-se mister que esse Orientador Educacional busque

sempre acompanhar a evolução e as mudanças que acontecem na sociedade,

mantendo-se, dessa forma, atualizado com o mundo que o cerca, o que lhe

permitirá um melhor entendimento das necessidades e do pensar da criança e do

adolescente do seu presente.

3.3 – Maior participação do Orientador Educacional na elaboração do

projeto político pedagógico da instituição escolar, principalmente no Ensino

Fundamental

Como estudado em capítulos anteriores, o Orientador Educacional faz a

articulação currículo-sociedade, homem-natureza, homem-sociedade, escola-

trabalho, escola-vida, numa visão de trabalho coletivo no interior da escola, tendo

também como tarefa a realização de uma análise permanente de sua sociedade e

do mundo que o cerca, faz necessária uma participação efetiva do mesmo na

elaboração e implementação do projeto político pedagógico da escola,

principalmente durante o Ensino Fundamental, porque marca o iniciar do

desenvolvimento do futuro cidadão, e muito mais devido a todos os problemas que

2

caracterizam este século, que foram amplamente debatidos nesse estudo. Tal

opinião é também compartilhada por Freitas e Oliveira (2009), quando diz a

importância da participação do Orientador Educacional na elaboração do referido

projeto:

“Educar, hoje, exige mais do que nunca olhar o sujeito/aluno de forma ampla, um ser que é que constituído de história, crenças e valores, e por isso a escola deve ter um projeto político-pedagógico, onde nele implícito ou explicitamente, deve ser refletido a questão da formação do sujeito. O Orientador deve, portanto, buscar os meios necessários para que a escola cumpra seu papel de educar, mediante ao seu projeto político-pedagógico. (p.3, grifo nosso)”

Dessa forma, com a sua efetiva participação em tal atividade no Ensino

Fundamental poder-se-á construir bases sólidas para um adequado

desenvolvimento moral, ético e psicológico da criança e do pré-adolescente,

contribuindo para a formação do futuro cidadão brasileiro e para uma sociedade

mais humana e fraterna.

Podemos concluir com este capítulo que existem algumas soluções para

enfrentar os desafios e que as mesmas não são de difícil realização, mas não de

curto prazo. Sendo assim, torna-se imperativo começar o quanto antes visando

permitir que tenhamos um cidadão e uma sociedade melhor.

2

CONCLUSÃO

Vimos no decorrer do nosso estudo quais são as tarefas e os atributos do

Orientador Educacional, bem como a sua importância na Educação,

principalmente durante o Ensino Fundamental. Onde ele contribui muito para o

desenvolvimento emocional e no aperfeiçoamento moral do aluno, além da

formação de uma sociedade mais justa e humana. Porém, Infelizmente,

atualmente, poucas instituições escolares possuem em sua equipe de gestão

pedagógica o Orientador Educacional, pois, às vezes, não possuem a real noção

da importância de tal profissional. E que a sua falta nas instituições de ensino,

principalmente a fundamental, poderá deixar lacunas vazias, referentes à

orientação moral e ética.

Concluímos que além da importância do Orientador Educacional na

contribuição com os pais e responsáveis, que existe uma grande relevância desse

profissional ser empregado no Ensino Fundamental, já que ele estará atuando na

base escolar e no iniciar do aluno como pessoa (formação moral, sexual,

psicológica etc) e cidadão, que acontece nesse período educacional, sendo

objetivo desse profissional a articulação currículo-sociedade, homem-natureza,

homem-sociedade, escola-trabalho, escola-vida, numa visão de trabalho coletivo

no interior da escola, tendo também como tarefa a realização de uma análise

permanente de sua sociedade e do mundo que o cerca para que, dessa forma,

3

possa cumprir o seu papel de forma eficaz. Dessa maneira, esse profissional deve

participar ativamente do projeto político pedagógico da instituição escolar

auxiliando na confecção e na execução do mesmo.

Como século XXI está sendo marcado pela globalização e pela tecnologia

fazendo dessa forma com que as fronteiras entre os países sejam relativas,

transformando o mundo em uma grande comunidade, ou seja, uma sociedade

multicultural, bem como haja um grande e fácil acesso ao conhecimento e a

informação, as mudanças que ocorrem no globo, atingem a toda população com

grande velocidade, e o educador deve estar sempre atento às mesmas visando

acompanhar as indagações dos discentes cada vez mais curiosos e informados. A

vista disso, inferimos que o professor sozinho não tem condições de suprir essas

demandas, sendo necessária à presença de um profissional capacitado, no caso,

o Orientador Educacional, que terá a hercúlea tarefa de preparar o educando para

este século, dando ferramentas para o jovem caminhar e desenvolver-se de forma

segura e ética, contribuindo, dessa forma, para a formação do cidadão brasileiro.

Verificamos alguns desafios que o Século XXI apresenta para o Orientador

Educacional, como: a) falta de orientação moral e ética no ambiente do lar, pois a

ausência dos pais e responsáveis prejudica o desenvolvimento da criança, já que

são o referencial para ela e que o professor sozinho, por vezes, não consegue

cativar o aluno deste século, muito mais em prover uma orientação eficaz na parte

moral e ética, que são os principais fundamentos para formação de um cidadão,

permitindo, dessa forma, uma melhor convivência em sociedade; b) grande

individualização das pessoas, o que dificulta a aprendizagem da ética, pois a

mesma se dá fundamentalmente pelo envolvimento em situações que nos exijam

sermos justos, respeitosos, solidários, não egoístas etc, e para tal precisa-se de

um envolvimento com o outro; c) falência das instituições sociais, pois em um

mundo globalizado e impactado pelas mídias, a velocidade com que as

informações são difundidas dá a impressão de que as ações desrespeitosas que

aviltam a dignidade humana estão por toda parte e ocorrem a todo instante. E que

3

infelizmente, os comportamentos não éticos têm tido mais difusão do que

comportamentos éticos; d) dificuldade da escola para lidar com a criança e o

jovem deste século devido à falta de incentivo e de um melhor preparo do

docente, bem como falta de recursos didáticos apropriados da escola.

Portanto, com base nas estudos realizados através de pesquisas tecidas e

nas análises efetuadas dos autores pesquisados no desenvolvimento da

monografia, é possível concluir, em conformidade com o propósito do trabalho,

que o Orientador Educacional ainda encontra alguns desafios para socializar o

educando brasileiro do Ensino Fundamental nesta nova realidade de mundo que o

século atual nos impõe. Para tanto, foram vislumbradas algumas sugestões para

enfrentar essa nova realidade, e que não são de difícil implementação, mas para

que sejam eficazes faz-se mister que os órgãos competentes estudem o assunto,

através de um debate com os setores do governo competentes, além do meio

acadêmico, escola e da sociedade brasileira.

3

BIBLIOGRAFIA

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3

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO E PRIVADO NO BRASIL

9

9

1.1 Cenário do Século XXI para o docente e o jovem estudante

brasileiro

10

1.2 O Orientador Educacional 11

CAPÍTULO II

OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI PARA O ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO

18

18

2.1 – Prováveis desafios do Século XXI para o Orientador

Educacional brasileiro durante o Ensino Fundamental

18

2.1.1 - Falta de orientação moral e ética no ambiente do lar 19

3

2.1.2 - Grande individualização das pessoas 19

2.1.3 - A falência das instituições sociais 20

2.1.4 – Dificuldade da escola para lidar com a criança e o

jovem deste século

21

CAPÍTULO III

AS SUGESTÕES PARA ENFRENTAR OS NOVOS DESAFIOS QUE ESTE SÉCULO IMPÕE

23

23

3.1 – Valorização do trabalho do Orientador Educacional 23

3.2 – Adaptação da formação do Orientador Educacional ao

Século XXI

25

3.3 – Maior participação do Orientador Educacional na

elaboração do projeto político pedagógico da instituição escolar,

principalmente no Ensino Fundamental

26

CONCLUSÃO

28

BIBLIOGRAFIA

31

WEBGRAFIA

32

ÍNDICE

34

3