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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO " A VEZ DO MESTRE "
" Social : O melhor investimento do mercado ".
Girlei de Mello dos Santos
Orientador
Prof. Antônio Fernando Vieira Ney
Rio de Janeiro
Abril/2006
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO " A VEZ DO MESTRE "
" Social : O melhor investimento do mercado ".
Girlei de Mello dos Santos
Rio de Janeiro
Abril/2006
Trabalho Monográfico Apresentado como Requisito Parcial para Obtenção do Grau de Especialista em Gestão de Recursos Humanos
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“Essas organizações extrapolam e ultrapassam o simples local de
trabalho e passam a oferecer algo mais para os seus funcionários.
Aliás, função social da organização reside nisso: colaborar para o
desenvolvimento das pessoas e da comunidade de maneira
responsável, pois de nada adianta ser uma ilha de prosperidade no
meio de um oceano de pobreza” (Chiavenato, 2004,pg.452).
4
Agradecimentos :
A Deus, por eu existir.
À minha família, que me incentivou e colaborou para que hoje eu
chegasse até aqui.
À minha mãe, que esteve presente tanto nos momentos de alegria
quanto nos mais difíceis.
Às amigas Bebel, Isaura, Priscilla e Bianca, companheiras
incansáveis de todos os sábados à tarde.
Aos queridos mestres deste projeto, pela contribuição tanto no meu
crescimento profissional quanto pessoal.
E, aos futuros Gestores de Recursos Humanos, que objetivam
utilizar seus conhecimentos e técnicas como instrumento de
mudanças construtivas na sociedade.
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Apresentação:
Esta monografia é fruto de estudos realizados no decorrer das aulas
assistidas na Pós-Graduação de Gestão de Recursos Humanos do
Projeto A Vez do Mestre, realizado pela Universidade Cândido
Mendes e, do meu desejo em me aprofundar um pouco mais sobre o
referido tema - Responsabilidade Social : Uma nova concepção na
gestão das empresas.
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Resumo :
O presente trabalho apresenta o leitor ao tema Responsabilidade
Social Empresarial, indicando alguns de seus conceitos e ações,
assim como pode vir a ter seus resultados demonstrados pelo
Balanço Social, seguindo de um “link” entre este modelo de gestão
diante do enfrentamento da Questão Social no Brasil, exemplificando
através de alguns programas realizados pela Petrobras.
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Metodologia :
Análise bibliográfica e pesquisa na internet sobre o tema da
Responsabilidade Social Empresarial e, visita ao Recursos Humanos
da Petrobras, responsável pela parte dos programas de meio
ambiente, localizado na Rua General Canabarros, n. 500, Maracanã
(RJ). Nesta visita fui atendida pelo responsável do setor, Sr. José
Carlos Mendes, o qual apresentou os programas desenvolvidos pela
Petrobras e, doação de material bibliográfico interno, como revistas,
jornais e panfletos, contribuindo para a realização deste trabalho.
8
Sumário :
Introdução 9
Capítulo I : Responsabilidade Social : Uma nova concepção na
gestão das empresas 11
1.1 - Um breve panorama histórico da Responsabilidade Social
no Brasil 11
1.2 - Responsabilidade Social Empresarial 17
1.3 - Quem é socialmente responsável ? 24
Capítulo II : Responsabilidade Social : Busca de uma atitude
responsável 30
2.1- O Balanço Social como investimento no ambiente social da
empresa 30
2.2- Uma aliança viável para o enfrentamento da Questão Social ?36
2.3 - Petrobras : Responsabilidade Social e Ambiental 45
Considerações Finais 55
Bibliografia 57
9
Introdução :
As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm
afetado profundamente o comportamento de empresas até então
acostumadas à pura e exclusiva maximização do lucro. Se por um
lado o setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação
de riqueza; por outro lado é bem sabido que com grande poder, vem
grande responsabilidade. Em função da capacidade criativa já
existente, e dos recursos financeiros e humanos disponíveis,
empresas têm uma intrínseca Responsabilidade Social.
O objetivo deste trabalho, que tem como título " Social : O melhor
investimento do mercado " foi o de analisar a Responsabilidade
Social Empresarial no Brasil, a partir das ações e projetos sociais e
ambientais já implementados em nossa sociedade.
Infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia,
mas as razões por trás desse paradigma não interessam somente
ao bem-estar social, mas também, envolvem melhor performance
nos negócios e, consequentemente, maior lucratividade.
A idéia de Responsabilidade Social incorporada aos negócios é,
portanto, relativamente recente. Com o surgimento de novas
demandas e maior pressão por transparência nos negócios,
empresas se vêem forçadas a adotar uma postura mais responsável
em suas ações. Mas, quais as contribuições efetivas para a
sociedade, quando as empresas participam ou implantam projetos
de Responsabilidade Social ?
Estamos vivendo neste momento um choque entre dois movimentos.
De um lado, o avanço do processo de democratização brasileiro que
gera essa sociedade maravilhosa de afirmação democrática, um
10
exemplo para o mundo, mas que se choca com a dificuldade de dar
respostas aos anseios da sociedade, às expectativas da sociedade
de busca pela justiça social, da ampliação da cidadania e da
inclusão social, por parte da deficiência do Estado em suprir nossas
severas demandas sociais. É do choque entre este avanço
fantástico do processo de democratização brasileiro e a
incapacidade das nossas organizações que nasce o imperativo da
Responsabilidade Social, ou seja, as empresas vêm atuando cada
vez mais de forma ativa na sociedade, como também incorporando
um discurso social mais justo.
O estímulo em me aprofundar mais sobre a Responsabilidade Social
Empresarial foi provocado pelo meu envolvimento com a missão do
Assistente social, que é a de planejar planos, projetos ou políticas
sociais que visem a melhoria das condições de vida da população.
Dentro deste contexto, seria um dos profissionais aptos a participar
da implementação de Projetos de Responsabilidade Social das
Empresas, como também capaz de acompanhar sua continuidade e
demonstrar seus resultados.
O capítulo I do presente trabalho contemplou um breve panorama da
Responsabilidade Social no Brasil; seu significado e seus
determinantes recentes; assim como aponta as ações que levam as
empresas serem consideradas socialmente responsáveis. No
capítulo II se encontra o Balanço social como instrumento para o
ambiente social da empresa; um contraponto entre a
Responsabilidade Social como uma aliança viável diante do
enfrentamento da Questão Social; seguida da apresentação dos
projetos de responsabilidade social e ambiental implementados pela
Petrobrás.
11
Capítulo I :
Responsabilidade Social : Uma nova concepção na
gestão das empresas
1.1 - Um breve panorama histórico da Responsabilidade Social
no Brasil :
As sucessivas crises econômicas, a abertura política e econômica e
a mobilização da sociedade influenciaram no modelo de intervenção
centralizadora do Estado nas atividades econômicas e, sobretudo,
em relação às funções sociais por ele desempenhadas. Assim, a
afirmação do Estado como ator central e exclusivo na
implementação de programas sociais passou a ser questionada pela
sociedade. Novos mecanismos institucionais - como a
descentralização administrativa e a participação cidadã - foram
canalizadas pelo aparelho estatal para o desenvolvimento de
políticas sociais em nível local.
Por outro lado, a reestruturação industrial levou muitas organizações
empresariais, principalmente as de grande porte, a dotar uma nova
cultura calcada na ética e na responsabilidade social.
Baseadas no senso de "responsabilidade social", tais empresas
passaram a ter a expectativa de que a implantação de ações sociais,
além das previstas na legislação brasileira, e de uma gestão
participativa podem aumentar a produtividade de seus empregados
e torná-los mais comprometidos com o trabalho; da mesma forma,
podem obter o reconhecimento da sociedade em relação aos
projetos sociais das empresas preocupadas com a questão
ambiental, a saúde, a educação, a cultura etc., que assumem,
assim, parcelas da dívida social.
12
Os movimentos da sociedade civil passam a expressar-se em uma
dimensão mais participativa, buscando canalizar as novas
demandas sociais e obter uma legibilidade popular maior. Ao tratar
da redistribuição de responsabilidades entre o Estado, a sociedade
civil e o mercado, enfatizam-se ações que buscam a solidariedade e
a justiça social como cimento que agrega esses blocos. A
cooperação e a confiança passam a fazer parte do novo processo de
interação comunitária, em que se deve compartilhar
democraticamente os interesses.
De acordo com essa concepção de solidariedade, considera-se que
a participação ativa dos agentes sociais é capaz de potencializar as
relações de cooperação entre os membros da sociedade,
contribuindo para o seu desenvolvimento e compondo o chamado "
capital social ".
Quanto à perspectiva de que capital social é promovido pela
ampliação da participação de diversos agentes sociais em favor do
desenvolvimento, temos observado no Brasil que novas redes de
participação vêm sendo articuladas. Constata-se um movimento de
solidariedade de alguns setores do empresariado brasileiro, visando
à mobilização de recursos, ao intercâmbio de experiências e à
formulação de projetos sociais fundados em identidades e valores
coletivos.
Sob pressões advindas do sistema internacional, que redefiniu a
agenda governamental nos anos 1980 e 1990, o empresariado
brasileiro vem tendo que se adaptar ao seu novo papel político e
social, definido a partir da reestruturação industrial. Novos canais de
participação criam-se à margem da estrutura corporativa oficial.
13
Por exemplo : o PNBE, Pensamento Nacional das Bases
Empresariais - fundado em 1987 - e que no ano 2000 contava com
480 empresários de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza,
Campinas, Ribeirão Preto, Vitória e Presidente Prudente - surgiu no
patamar dessa reordenação ideológica empresarial. O PNBE
apresenta uma forte inclinação para a ação social e uma nova
postura frente ao sistema político e tem combatido a oligarquização
e o imobilismo que marcaram a cultura empresarial das décadas
anteriores ( Gomes & Guimarães, 2000).
O maior divulgador das questões ligadas à responsabilidade social
no Brasil é o Instituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial,
uma organização sem fins lucrativos fundada em 1998.
O Instituto Ethos tem o propósito de conduzir projetos e programas
em nível global, buscando incentivar empresas a alcançar sucesso
em seus negócios implementando práticas que respeitem as
pessoas, as comunidades e o meio ambiente. Criado no Brasil pelos
representantes do movimento empresarial do PNBE, o Instituto
Ethos acredita que investir em responsabilidade social é um grande
negócio, na medida em que as empresas podem compartilhar custos
com o governo em relação ao desenvolvimento sustentável local, por
meio de uma rede de ações capazes de sensibilizar, motivar e
facilitar o investimento social dos empresários brasileiros :
" A comunidade em que a empresa está inserida
fornece-lhe infra-estrutura e o capital social
representado por seus empregados e parceiros,
contribuindo decisivamente para a viabilização de
seus negócios. O investimento pela empresa em
ações que tragam benefícios para a comunidade é
uma contrapartida justa, além de reverter em ganhos
para o ambiente interno e na percepção que os
14
clientes têm da própria empresa " ( Instituto Ethos,
2003 ).
Submetidas à concorrência internacional, as empresas passaram a
buscar soluções para melhorar seu desempenho e sua
competitividade. O aumento da competição internacional impôs
novos padrões de desempenho produtivo, tecnológico e
mercadológico às empresas. Foi necessária uma adaptação às
novas necessidades, como uma produção mais flexível;
trabalhadores mais qualificados ou multiespecialistas; integração
entre trabalhadores e máquinas, além de tecnologias avanças.
Por sua vez, o processo de consolidação democrática, proteção e
defesa do consumidor, bem como a defesa do meio ambiente,
tornaram o consumidor e o público em geral muito mais exigentes
com a qualidade dos produtos e serviços que lhes são oferecidos.
A qualidade do produto e a qualidade gerencial são hoje fatores
competitivos essenciais para conseguir-se atrair clientes, produzir
mais e reduzir os custos. Da mesma forma, a competitividade do
mercado tem exigido uma alteração na mentalidade do
empresariado, com uma ênfase maior na perspectiva que focaliza o
fator humano e social como chave para o sucesso.
Na medida em que as regras da operação dos negócios foram
tornando-se obsoletas, a sobrevivência das empresas passou a
depender de sua capacidade de aceitar as novas idéias e
estratégias de organização empresarial.
Contudo, nem todas as empresas estão mudando. Aquelas que
mudam, em especial as grandes empresas, têm apontado para o
fato de que a resistência à mudança é resultado da acomodação
15
gerencial, da falta de perspectivas na mudança ou da insegurança
provocada pela ausência de treinamento e educação voltados às
novas práticas.
Os movimentos sociais, em especial os ambientalistas,
conquistaram uma posição de destaque nessa nova configuração
empresarial. Muitas empresas de grande porte, como é o caso da
Petrobras, estudado mais adiante, passaram a incluir em sua
agenda a questão ecológica. Considera-se uma empresa
ambientalmente responsável aquela que age para a manutenção e
melhoria das condições ambientais, minimizando ações próprias
potencialmente agressivas ao meio ambiente e disseminando em
outras empresas as práticas e conhecimentos adquiridos nesse
sentido.
A questão da ética nos negócios tem sido valorizada, atualmente,
em muitas grandes empresas, no meio acadêmico e nos meios de
comunicação. A ética corporativa guia-se por valores ou princípios
de conduta como honestidade, justiça, integridade, respeito,
transparência e cidadania responsável.
A empresa que atua de maneira responsável nas dimensões interna
e externa, sem se ater apenas aos resultados financeiros do balanço
econômico, exercita sua cidadania empresarial e será classificada
como " empresa cidadã " pelo mercado ( Melo Neto & Froes, 1999 ).
Contudo, a ação empresarial definida como responsável não se
refere ao simples cumprimento das obrigações legais, previamente
determinadas pelas conquistas da sociedade. Deste modo, não faz
sentido denominar de responsabilidade social empresarial o
cumprimento da lei:
16
" Da mesma forma, não podemos chamar de
responsabilidade social as ações, programas,
benefícios etc. que foram adotados pelas empresas
como resultado de negociação trabalhista ( acordo,
convenção etc. ). Nesse caso, estamos diante de
uma questão de poder, barganha política, e não de
responsabilidade social " (Idem,1999).
A responsabilidade social, então, passa a ser do interesse de
algumas empresas, na medida em que, além de terem seu poder
fortalecido como promotoras de bem-estar social, contribuirão para o
fortalecimento da sociedade civil.
É exatamente esse tipo de sociedade que mais atende às
necessidades das empresas na economia contemporânea, isto é,
uma sociedade que permite os fluxos de informações serem ágeis,
diversificados e desenvolvidos para facilitar o consenso, as
negociações e minimizar os custos das transações comerciais.
Enfim, valores culturais novos estão surgindo no mundo corporativo
brasileiro e são direcionados para a elaboração de estratégias que
focalizem a excelência dos produtos e serviços, índices cada vez
maiores de produtividade e a superação da concorrência. Além
disso, o empresariado está aderindo à idéia da cooperação com o
poder público para buscar benefícios mútuos e oferecer algo mais à
sociedade, além de produtos e serviços : respeito e credibilidade.
17
1.2 - Responsabilidade Social Empresarial :
O Instituto Ethos conceitua responsabilidade social empresarial
como:
" a forma de gestão que se define pela relação ética
e transparente da empresa com todos os públicos
com os quais ela se relaciona e pelo
estabelecimento de metas empresariais compatíveis
com o desenvolvimento sustentável da sociedade,
preservando recursos ambientais e culturais para
gerações futuras, respeitando a diversidade e a
redução das desigualdades sociais " ( Instituto
Ethos,2003).
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma
associação de empresas de todo porte e setor interessadas em
desenvolver suas atividades de forma socialmente responsável
num permanente processo de avaliação e aperfeiçoamento. Este
foi criado em 1998, com a missão de promover e disseminar
práticas empresariais socialmente responsáveis contribuindo para
que empresas e sociedade, alcancem um desenvolvimento
sustentável em seus aspectos econômico, social e ambiental.
Segundo Neto :
" a responsabilidade social corporativa é uma
conduta que vai da ética nos negócios às ações
desenvolvidas na comunidade, passando pelo
tratamento dos funcionários e relações com
acionistas e clientes" (Neto, 2003).
18
O tema responsabilidade social é amplo, assim como o é seu
conceito, ou seja, ambos compreendem um espectro amplo que
vão desde conduta ética, ás ações comunitárias e de tratamento
dos funcionários e ao dinamismo das relações que a empresa
mantém com seus diversos públicos.
Em especial, nas últimas duas décadas vem aumentando o
interesse e conseqüente investimento do empresariado brasileiro
na área social. Discutem-se temas sobre o gerenciamento social,
implementação de projetos sociais comunitários, o empresário
ético e a responsabilidade social.
Na compreensão dos institutos, fundações, associações
empresariais que vêm buscando assumir uma gestão socialmente
responsável nos negócios, a responsabilidade social empresarial
é uma forma de conduzir as ações organizacionais pautada em
valores éticos que visem integrar todos os protagonistas de suas
relações : clientes, fornecedores, consumidores, comunidade
local, governo (público externo) e direção, gerência e funcionários
(público interno), ou seja, todos aqueles que são diretamente ou
não afetados por suas atividades, contribuindo para a construção
de uma sociedade que promova a igualdade de oportunidades e a
inclusão social no país.
As empresas, adotando um comportamento socialmente
responsável, são poderosos agentes de mudança ao assumirem
parcerias com o Estado e a sociedade civil, na construção de um
mundo economicamente mais próspero e socialmente mais justo.
É o caso de se perguntar quais são os motivos que têm
impulsionado segmentos do empresariado brasileiro a adotar a
postura de responsabilidade social empresarial.
19
Historicamente, a filantropia, como caridade e ato de amor à
humanidade e, a assistência, como a simples proteção ou ajuda
àqueles considerados incapazes, não fizeram parte da cultura
empresarial brasileira. Segundo Rico ( 2001 ), até o início do
nosso processo de industrialização e mesmo a partir dele as
ações sociais empresariais foram heterogêneas, pontuais,
dependentes e tuteladas pelo Estado. Inexistiam ações
assistenciais sistemáticas aos pobres, a partir de medidas
tomadas pelo Estado. A prática dessas ações era uma forma de
os ricos ascenderem aos valores aristocráticos, pela prática do "
bem " através de esmolas ( Sposati,1998 ). O Estado brasileiro
limitava-se a reconhecer as ações assistenciais praticadas pelas
irmandades, atribuindo um papel diferenciado à Igreja.
"A assistência social privada, agraciada como
benesses estatais, era a forma transfigurada com
que o poder público insinuava assistir à miséria [...]
sustentada pela Irmandade de Misericórdia, forma
combinada do público e privado, do religioso e leigo
[...] "( Idem, p.85 ).
Responsabilidade Social é um estágio mais avançado no
exercício da cidadania corporativa. Tudo começou, no entanto,
com a prática de ações filantrópicas. Empresários, bem sucedidos
em seus negócios, decidiram retribuir à sociedade parte dos
ganhos que obtiveram em suas empresas. Tal comportamento
refletia uma vocação para a benevolência, um ato de caridade
para com o próximo.
A filantropia baseia-se no "assistencialismo", no auxílio aos
pobres, aos desfavorecidos, aos excluídos e enfermos. Suas
ações são restritas à empresários filantrópicos e abnegados, ou
20
seja, partem de vontades e desejos individuais. Em geral,
assumem a forma de doações a grupos ou outras entidades. E,
como tais, prescindem de planejamento, organização,
monitoramento, acompanhamento e avaliação.
Ao contrário, as ações de responsabilidade social exigem
periodicidade, método e sistematização e, principalmente,
gerenciamento efetivo por parte das empresas-cidadãs.
A responsabilidade social é diferente da filantropia, pois tem a ver
com a consciência social e dever cívico. Sua ação não é
individual, reflete a ação de uma empresa em prol da cidadania.
A empresa que a pratica demonstra uma atitude de respeito e
estímulo à cidadania corporativa, consequentemente exige uma
associação direta entre o exercício da responsabilidade social e o
da cidadania empresarial.
Busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a
cidadania individual e coletiva. Sua ética social é centrada no
dever cívico, enquanto que a filantropia tem no dever moral sua
ética absoluta.
As ações de responsabilidade social são extensivas a todos que
participam da vida em sociedade - indivíduos, governo, empresa,
grupos sociais, movimentos sociais, igreja, partidos políticos e
outras instituições. É uma "ação transformadora", uma nova forma
de inserção social e uma intervenção direta em busca da solução
de problemas sociais.
É, sobretudo, uma ação estratégica da empresa que busca
retorno econômico social, institucional e tributário-fiscal.
21
Podemos afirmar que a responsabilidade social é coletiva,
mobilizadora, porque valoriza a cidadania, promove a inclusão
social e restaura a civilidade.
Segundo Mifano (2002), a responsabilidade social das
organizações surgiu num contexto no qual há uma crise mundial
de confiança nas empresas.
Para tanto, as organizações empresariais começaram a promover
um discurso politicamente correto, pautado na ética,
implementando ações sociais que podem significar ganhos em
condições de qualidade de vida e de trabalho para a classe
trabalhadora ou, simplesmente, podem se tornar um mero
discurso de marketing empresarial desvinculado de uma prática
socialmente responsável.
A busca da responsabilidade social corporativa tem, a
característica de ser plural, ou seja, as empresas não devem
satisfação apenas aos seus acionistas. Muito pelo contrário. O
mercado deve prestar contas aos funcionários, à mídia, ao
governo, ao setor não-governamental e ambiental e, por fim às
comunidades com que opera. As empresas só tem a ganhar na
inclusão de novos parceiros sociais em seus processos
decisórios, pois um diálogo mais participativo não apenas
representa uma mudança de comportamento da empresa, mas
também significa maior legitimidade social.
Uma das conseqüências de um projeto social bem-sucedido é o
seu reconhecimento institucional, comunitário e social, em outras
palavras, a construção de uma imagem positiva por meio de um
investimento que contribui diretamente para a melhoria da vida
comunitária, provocando impactos positivos na comunidade.
22
Deve, portanto, ser distributiva, visto que a responsabilidade
social nos negócios é um conceito que se aplica a toda cadeia
produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado por
fatores ambientais e sociais. Assim como, consumidores,
empresas também são responsáveis por seus fornecedores e
devem fazer valer seus códigos de ética aos produtos e serviços
usados ao longo se seus processos produtivos.
A responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de
desenvolvimento sustentável. Deste modo, uma atitude
responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não apenas
garante a não escassez de recursos, mas também amplia o
conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento
sustentável não se refere apenas ao ambiente, mas por via do
fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da
empresa como um todo e por fim leva ao crescimento orientado.
Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a
prevenção de riscos futuros, coo impactos ambientais ou
processos judiciais.
A responsabilidade social deve ter também como característica
ser transparente, visto que é uma demanda trazida com o
fenômeno da globalização. Com a globalização não mais nos
bastam os livros contábeis, pois as empresas são gradualmente
"obrigadas" a divulgar sua performance social e ambiental, os
impactos de suas atividades e as medidas tomadas para a
prevenção ou compensação de acidentes.
Nesse sentido, as empresas devem publicar relatórios anuais,
onde sua atividade é aferida nas mais diferentes modalidades
possíveis. Muitas empresas já o fazem em caráter voluntário, mas
23
muitos prevêem que relatórios sócio-ambientais serão
compulsórios num futuro próximo.
Portanto, trata-se de uma questão estratégica o investimento na
área social, pois as empresas ao serem reconhecidas como
socialmente responsáveis tendem a conseguir diferenciais de
competitividade e uma vez tendo a imagem valorizada, podem
aumentar a motivação dos funcionários no trabalho e atrair um
número maior de parceiros dispostos a colaborar com a causa
social. Consequentemente, a empresa consegue melhorar sua
produtividade. A empresa utiliza várias estratégias para vender e
tornar pública a imagem de seus produtos ( marketing, promoção,
publicidade e , recentemente, balanço social ). Os custos dessas
atividades, incluindo os investimento em ações sociais, são
repassados ao preço final do produto. Deste modo, são
considerados mecanismos comerciais com objetivos econômicos
que não oneram a empresa.
Muito do debate sobre a responsabilidade social empresarial já foi
desenvolvido mundo afora, mas o Brasil tem dado passos largos
no sentido da profissionalização do setor e da busca por
estratégias de inclusão social através do setor privado.
24
1.3 - Quem é socialmente responsável ?
O assunto Responsabilidade Social está em evidência e pode ser
considerado como uma tendência no mundo corporativo. Mas
será que os administradores ou as empresas sabem o real
significado da chamada responsabilidade social ?
Algumas organizações pensam que fazer doações, filantropia,
patrocínios são ações sociais e realmente são, mas esse termo
vai além disso. Algumas empresas têm uma visão mais
abrangente e completa do assunto e outras possuem uma visão
bem míope, pois imaginam que o simples fato de gerar empregos
pode ser considerado como uma ação de responsabilidade social.
Puro engano.
A responsabilidade social corporativa ou empresarial pode ser
definida como sendo uma obrigação da organização de atuar em
modos que sirvam tanto aos seus próprios interesses, quanto ao
seu público externo ( fornecedores, clientes, comunidade,
entidade, governo etc. ); ou seja, é tomar decisões e ações para
os interesses da própria organização e da sociedade.
Embora muitas organizações, em todo mundo, considerem-se
socialmente responsáveis há várias décadas, a verdade é que o
assunto só ganhou maior destaque a partir dos anos 90, período
em que ocorreu uma maior pressão da sociedade, dos meios de
comunicação e de ONG`s sobre o mundo organizacional.
A partir disso, as empresas sentiram a necessidade de passar
uma imagem corporativa positiva e o resultado foi uma corrida
para recuperar o tempo perdido.
25
A responsabilidade social para além da expressão de
compromisso com causas sociais incorporou-se, no mundo
corporativo, como modelo de gestão. Modelo adotado,
principalmente, pelas grandes empresas sintonizadas com um
mundo globalizado cada vez mais exigente em relação à dinâmica
de seus negócios e à sustentabilidade empresarial.
Os conceitos de responsabilidade social dentro do universo
corporativo têm sido flexíveis, de acordo com a capacidade de
compreensão dos profissionais, por sua vez, diretamente
vinculada à cultura institucional que prevalece na empresa.
De acordo com a conceituação técnica apresentada pelo Instituto
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social :
" Responsabilidade Social Empresarial é uma forma
de conduzir os negócios que torna a empresa
parceira e co-responsável pelo desenvolvimento
social. A empresa socialmente responsável é aquela
que possui a capacidade de ouvir os interesses das
diferentes partes - acionistas, funcionários,
prestadores de serviço, fornecedores, consumidores,
comunidade, governo e meio ambiente - e conseguir
incorporá-los ao planejamento de suas atividades,
buscando atender às demandas de todos, não
apenas dos acionistas ou proprietários " ( Instituto
Ethos, 2003 ).
A empresa socialmente responsável adota processos que
incorporam escuta e negociação com seus parceiros de negócios,
internos e externos, fortalecendo uma cultura institucional voltada
à democratização das relações de trabalho. E, também
26
estabelece relações de comprometimento, através dessas
parcerias, com uma agenda social voltada à sustentabilidade,
através de projetos de interesse público que apontam para a
crucial questão da desigualdade de renda no Brasil.
Investir em responsabilidade social, não exige obrigatoriamente
investimentos altos, e sim, atitude, desejo de mudança,
consciência de cidadania, compromisso com a modernidade,
compromisso com seus parceiros de negócios, em direção à
sustentabilidade : fortalecimento dos negócios, equidade social e
qualidade ambiental. Por quê ? Porque sem esses fatores não há
mais marca ou negócio que se mantenha duradouro e lucrativo.
A responsabilidade social de uma empresa consiste na decisão
de participar mais diretamente das ações comunitárias na região
em que está inserida e diminuir possíveis danos ambientais
decorrentes do tipo de atividade que exerce.
Mas, apoiar o desenvolvimento da comunidade e apoiar o meio
ambiente não são suficientes parar atribuir a uma empresa a
condição de socialmente responsável. É necessário investir no
bem-estar de seus empregados e dependentes e num ambiente
de trabalho saudável, além de dar retorno aos seus acionistas e
garantir a satisfação dos seus clientes.
O exercício da cidadania empresarial, adquirindo o status de
"empresa-cidadã", pressupõe uma atuação eficaz da organização
em duas dimensões : a gestão de responsabilidade interna e
gestão de responsabilidade externa. A primeira se caracteriza
como o estágio inicial da cidadania empresarial. Entretanto, não é
sempre que ocorre este movimento, isto é, muitas organizações
cometem um sério erro de estratégia social e invertem este
27
processo, causando grande descontentamento entre seus
empregados, ocasionando conflitos, ansiedade e desmotivações.
A responsabilidade social interna tem como foco trabalhar o
público interno da organização, desenvolver um modelo de gestão
participativa e de reconhecimento de seus empregados,
promovendo comunicações transparentes, motivando-os para um
desempenho ótimo. Este modelo de gestão interna compreende
ações dirigidas aos empregados e dependentes, aos funcionários
de empresas contratadas, terceirizadas, fornecedoras e parceiras.
Este modelo de desenvolvimento é também chamado de trabalho
de endomarketing, onde a organização leva motivação para seu
ambiente interno e cria uma relação de confiança com o
empregado. Com isso, a organização ganha sua dedicação,
empenho, lealdade e aumento de produtividade.
A partir do desenvolvimento e implantação destas ações de
gestão interna, a empresa pode realizar ações sociais que
beneficiem a comunidade, passando a exercitar a sua
responsabilidade social externa. Através de um planejamento de
marketing social, a organização, atendendo à sua missão,
crenças e à demanda de necessidades da comunidade, atua nas
áreas de educação, saúde, assistência social e ecologia,
desenvolvendo ações empresariais, visando maior retorno de
imagem e publicitário.
Ao participar de ações sociais, a organização além de adotar um
comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento
econômico, atua na dimensão social do desenvolvimento
sustentável, melhorando a qualidade de vida de seus empregados
e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um
todo, exercendo a sua responsabilidade social.
28
Uma empresa-cidadã tem no seu compromisso, com a promoção
da cidadania e o desenvolvimento da comunidade, o seu
diferencial competitivo, buscando, desta forma, ser uma
organização que investe recursos financeiros, tecnológicos e
mão-de-obra em projetos de interesse público. É uma
organização que cria um ambiente agradável de trabalho
valorizando seus recursos humanos e é capaz de desenvolver um
modelo de gestão integrado onde as pessoas têm um papel
decisivo no seu compromisso com relação à comunidade e à
sociedade em geral. E ainda, é uma empresa que se organiza e
constrói maneiras alternativas de participar, conviver e viver
melhor.
No Brasil há, especialmente, dois fatores que alavancaram este
processo : o grande número de empresários jovens bem
preparados, que conheceram outros países e se sentem na
obrigação de trabalhar por um Brasil melhor; e o aumento da
violência que está tornando a vida nas grandes cidades brasileiras
insuportável, ficando impossível omitir-se diante de alguma ação
que reverta esse quadro de disparidade social.
Numa sociedade globalizada e super informada, já não basta
oferecer bons produtos, visto que "em uma pesquisa mundial feita
pela Ford, ficou comprovado que os consumidores, principalmente
os jovens, preferem companhias que tenham preocupação social"
( RH .com.br ).
As empresas que se preocupam com a comunidade, também se
preocupam com o ambiente interno. Tratar bem seus funcionários
faz parte da cartilha ética. Foi comprovado por meio de várias
pesquisas, que as empresas que atuam com responsabilidade
social, têm aumentado substancialmente os lucros e valorizando
29
as ações mercantis continuamente, negando o lema que se deve
ser mau e egoísta para vencer no mundo dos negócios.
A empresa ética além de ter responsabilidade social e ambiental,
tem consciência de si mesma. Ética faz parte do pacote da
empresa do novo milênio. Sendo ética, uma companhia pode ser
virtual, inovadora, rápida e conectada.
Num mundo onde tudo muda, a única segurança possível para
uma empresa é manter-se em contato com sua missão, seu
caráter e seu credo. Buscar isso, é buscar um sentido ético para a
existência que vai além do mercado. Vale citar que o mercado é
um mecanismo para separar o eficiente do ineficiente e não um
substituto para a responsabilidade.
30
Capítulo II:
Responsabilidade Social : Busca de uma atitude
responsável
2.1 - O Balanço Social como investimento no ambiente social
da empresa :
A Responsabilidade Social Empresarial está associada a dois
fatores, que definem a essência da sua prática: ética e
transparência na gestão de negócios.
Estes fatores concretizam-se no cotidiano das organizações
privadas. Há empresas que ofertam produtos e serviços de
reconhecida qualidade para seus consumidores. Todavia, se no
desenvolvimento de suas atividades utilizam a prática de jogar
dejetos nos rios, por exemplo, não estarão sendo éticas nas suas
relações com a sociedade, revelando uma atitude negligente em
relação ao meio ambiente. Deste modo, as prefeituras terão de
proceder a recuperação da água poluída com verbas provenientes
de impostos que arrecadam do cidadão, ou seja, a sociedade
paga duas vezes por aquilo que não provocou: quando compra o
produto e quando seu dinheiro é destinado à recuperação da
água . Neste sentido, o resultado prático é uma sociedade que ,
além de perder dinheiro, vai perdendo o que lhe é essencial: a
sua qualidade de vida.
Assim, o ser ético nos negócios supõe que as decisões de
interesse de determinada empresa respeitem os direitos, os
valores e os interesses de todos os indivíduos que de uma forma
ou de outra são por ela afetados.
31
O outro conceito central da responsabilidade social empresarial
que caminha ao lado da ética é a transparência. Pois, ser
transparente implica em atender às expectativas sociais,
importantes sobre seus produtos e serviços.
O Balanço Social é um documento publicado anualmente,
reunindo um conjunto de informações sobre as atividades
econômicas, ambientais e sociais desenvolvidas pela empresa
que apresenta seus principais compromissos públicos, as metas
para o futuro, os problemas que imagina enfrentar e os possíveis
parceiros com quem pretende trabalhar para equacionar os
desafios previstos. Por meio deste documento, a empresa mostra
o que fez pelos empregados e seus dependentes e, pela
população alcançadas pelas atividades desenvolvidas.
" É um instrumento pelo qual a empresa divulga o
investimento em projetos e/ou ações sob a ótica da
responsabilidade social " (Menegasso, 2001).
Embora ainda não seja obrigatória a divulgação do balanço social
no Brasil, algumas instituições como por exemplo, a Fundação
Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social ( Fides) e o
Instituto Brasileiro de Análises Sociais (Ibase) vêm desenvolvendo
modelos de balanço social com o objetivo de incentivar e facilitar
sua publicação pelas empresas.
Reconhecer publicamente os esforços da responsabilidade social
desenvolvidos por empresas é o objetivo do Selo Empresa
Cidadã, que em sua 3a edição, premiou 28 organizações privadas.
32
Essa iniciativa foi criada a partir da Resolução Legislativa n.
05/98, de autoria da então vereadora Aldaíza Sposati
(CIEE,1999).
O Selo é concedido a organizações que contribuem para o
desenvolvimento da comunidade e que adotam um
comportamento ético na busca da consolidação da cidadania.
Este prêmio é concedido às empresas que se destacam nas
seguintes áreas do balanço social: meio ambiente, ambiente de
trabalho, ambiente social e qualidade de vida, ambiente urbano,
qualidade dos produtos e serviços, desenvolvimento dos direitos
humanos e difusão da conduta de responsabilidade social
(Idem,1999). É através do balanço social que as empresas tornam
públicos os seus compromissos e condutas de responsabilidade
social, difundindo o vínculo entre a ética e o processo produtivo.
Deste modo, o balanço social nada mais é do que um instrumento
de controle sobre as obrigações das empresas em relação a
todos os seus atores : empregados, clientes, fornecedores,
financiadores, comunidades (governos locais e nacionais).
As empresas que recebem o Selo Empresa Cidadã adquirem
algumas vantagens: podem utilizá-lo em produtos, embalagens,
propagandas e correspondências. Consequentemente, passam a
ser reconhecidas pelo compromisso com a qualidade de vida,
equidade e desenvolvimento dos funcionários e sua família, pela
comunidade e preservação do meio ambiente (Idem, 1999).
Salienta-se que são segmentos do empresariado que defendem a
idéia da elaboração e da divulgação do balanço social como um
instrumento de demonstração do seu envolvimento social junto à
33
sociedade, considerando inclusive que o mesmo é um dos
indicadores da responsabilidade social empresarial.
Podem ser relacionados alguns institutos e associações
empresariais que vêm defendendo a publicação do balanço social
junto a seus associados. O Instituto Ethos possui uma publicação
sobre esse tema - Guia de Elaboração do Balanço Social.
Importante mencionar o Grupo de Institutos, Fundações e
Empresas - GIFE -, que foi a primeira organização da América do
Sul, fundada em 1995, a reunir organizações de origem privada
que financiam ou executam projetos sociais, ambientais e
culturais de interesse público.
Hoje, o GIFE possui um universo de 69 associados que destinam
mais de R$ 700 milhões por ano a iniciativas que buscam a
melhoria das condições de vida dos brasileiros, implementando ou
apoiando ações nas áreas de educação, cultura, saúde, meio
ambiente , desenvolvimento comunitário, voluntariado, entre
outras (GIFE, 2001).
Todavia depara-se com fenômenos complexos ao apurar desvelar
o significado da responsabilidade social empresarial. Inicialmente
nossas indagações tomando como exemplo a primeira associação
de empresários fundada no Brasil, sendo igualmente a primeira da
América do Sul: o Gife.
Desde sua criação, seja pela primeira implementação de projetos,
realização de pesquisas, publicação sistemática de artigos, livros
e documentos, seja pela sua participação em fóruns nacionais e
internacionais (dentre outras atividades), o Gife conquistou ao
longo dos seus dez anos de existência a imagem pública de uma
associação que atua em parceria com outras empresas, ONGs
34
(organizações não-governamentais), instituições da sociedade
civil e com o Estado, tendo o compromisso de inovar e contribuir
para o desenvolvimento sustentável do país. Os projetos
desenvolvidos pela rede de seus associados são considerados
modelos de investimento social privado. A maioria dessas ações
pode ser multiplicada ou inspirar outras organizações privadas a
atuarem na busca de soluções para as desigualdades sociais
existentes em nosso país(Idem, 2001).
Estes dados demonstram uma certa resistência a expor de forma
transparente o que fazemos , o que não conseguimos fazer e
porquê isso acontece. Em outras palavras, tornar público o
compromisso que nos dispomos a assumir.
Estamos nos referindo, nesse momento, a uma das principais e
mais representativas associações empresariais, o Gife, cuja
atuação tem por objetivo “buscar soluções para a superação das
desigualdades sociais brasileiras, tendo com objetivo estratégico
influenciar as políticas públicas”. Observa-se que a comunicação
das suas afiliadas com os seus diversos públicos é um processo
fácil. Nossas observações não estão apenas direcionadas ao
Gife.
Ele é apenas um dos exemplos(uma associação representativa
dentre muitas) que demonstra o quanto é difícil, neste país, tornar
públicos e transparentes os compromissos assumidos, adotando
efetivamente uma postura de comprometimento com o
desenvolvimento sustentável.
Os caminhos da construção da sociedade democrática
perpassam pela constituição de relações éticas e transparentes
35
entre Estado, mercado e sociedade civil e pela presença e o lugar
que ocupam as associações e corporações privadas.
A democracia é condicionada pela atual realidade mundial e
nacional, refletindo que para além de sua natureza política
institucional, ainda frágil, deve avançar nas esferas econômica e
social.
A democracia se concretiza no cotidiano, exigindo regras de
convivência, respeito, justiça social, direitos humanos, dissensos
e consensos e gestão estratégica. O conflito lhe é inerente e,
portanto, deve-se estar sempre atento à busca de negociações,
apresentando alternativas que envolvam os diversos segmentos
da sociedade.
Nesse sentido é que a nossa história político-econômoca,
acrescida de uma tradição cultural autoritária, clientelista dos
nossos governantes e do nosso empresariado, da pouca
convivência com o processo de democratização (instaurado após
a Ditadura Militar) ao pretender conquistar o desenvolvimento
sustentável, só poderia defrontar-se com tais contradições.
Compreende-se que para segmentos do empresariado envolvidos
com os princípios da responsabilidade social empresarial e que
procuram implementar projetos sociais, mesmo que incipientes
diante da crise em que está mergulhado o Brasil, é um grande
desafio assumir na prática uma nova gestão empresarial.
36
2.2 - UMA ALIANÇA VIÁVEL PARA O ENFRENTAMENTO DA
QUESTÃO SOCIAL?
“A nova política de desenvolvimento deve se basear na busca
incansável da transformação produtiva com eqüidade social. A
nova ética é a da co-responsabilidade dos grandes setores da
vida brasileira (governo, mundo empresarial e terceiro setor) no
enfrentamento das desigualdades sociais intoleráveis” (SENNA,
2001, p. 11).
Viviane Senna é a responsável por um dos institutos que mais
tem se destacado nas questões da implementação de projetos
sociais aliada aos princípios da responsabilidade social
empresarial: Instituto Ayrton Senna.
Nesta fala destaca-se o seu propósito dirigido ao “enfrentamento
das desigualdades sociais intoleráveis”, ou seja, a questão social
no Brasil de hoje.
Esta questão é aqui compreendida como um processo de
exclusão social que não é passageiro, mas ao contrário, amplia-
se e se reproduz [...], perpetuando-se no âmbito dos diferentes
níveis da prática social (NASSER, 2000, p. 305).
Esse processo reflete-se sob a forma de sucessivas perdas na
totalidade da vida dos indivíduos, enquanto seres sociais.
Entende-se que a centralidade do processo de exclusão social
vincula-se ao conjunto de problemas políticos, sociais e
econômicos intrínsecos à sociedade capitalista.
37
O processo de exclusão social supõe o conceito de pobreza,
expresso através de um parâmetro monetário vinculado ao custo
de atender às necessidades básicas no âmbito privado, ou seja,
as despesas para atingir o mínimo de bem-estar considerado
aceitável em determinada região do país. Outros componentes eu
são incluídos no conceito de pobreza envolvem outros aspectos
de condição de vida não imediata ou diretamente vinculadas à
renda corrente – como condições de moradia e acesso a serviços
públicos básicos (ROCHA, 2001, p. 72).
Sendo a pobreza um fenômeno associado a várias causas inter-
relacionadas, tais como baixo nível de escolaridade, crescente
expansão das atividades informais no mercado de trabalho,
redução dos postos de trabalho e desemprego, é imprescindível
destacar que a incidência da pobreza absoluta no Brasil está
indissoluvelmente associada à forte desigualdade na distribuição
de renda.
Conforme dados publicados, 2,4% das famílias detêm 33% da
riqueza produzida no país, proporção que vem aumentando desde
a década de 80 (quando perfaziam um total de 1,8%), passando a
concentrar mais riqueza. As famílias ricas, em 2000, referem-se
ás que tinham renda mensal superior a R$ 10.982, em valores de
hoje (Folha de São Paulo,2004).
Considerando-se que em 2000 era a 10a economia do mundo,
com uma renda per capita de R$ 6.056, mas já apresentando a 6a
maior concentração de renda do mundo, entende-se que, hoje, o
fato de o Brasil apresentar a 4a maior concentração de renda, por
si só, leva compreender a trágica crise social do país ou “as
desigualdades sociais intoleráveis”( Senna,2001).
38
O Brasil, como um dos países ao mesmo tempo desenvolvido e
industrializado, guarda como característica fundamental a
convivência com um capitalismo moderno marcado pela extrema
concentração de renda, ao lado de um capitalismo predatório que
produz e reproduz de forma selvagem e impune profundas
desigualdades sociais (SPOSATI, 1985).
A questão dos rumos definidos pela política econômica brasileira
adotada (inserção no modelo de integração ao capital
internacional sob a perspectiva de uma política neoliberal) fez
com que o Estado brasileiro assumisse uma postura voltada, em
grande parte, para a estabilidade econômica (entendendo-se a
estabilidade da moeda) e deixando de investir cada vez mais em
programas sociais, o que, conseqüentemente, tem acirrado as
desigualdades sociais.
Na concepção do Estado Mínimo há uma conseqüente retração
dos investimentos em políticas públicas e sociais,
descentralização dos projetos sociais e privatização de alguns
serviços sociais básicos. Neste sentido cria-se um espaço para as
organizações e instituições da sociedade civil e as fundações
empresariais atuarem junto à problemática social, desencadeada
por uma crise sociopolítica-econômica, sem precedentes na
sociedade brasileira.
Todavia, é preciso compreender que esses investimentos
empresariais estão ocorrendo num contexto político, econômico e
social que afetou diretamente os negócios das empresas.
Se os governos não têm assumido suas responsabilidades, para
garantir o mínimo social necessário para todo cidadão, abre-se
um espaço público no qual organizações comunitárias, entidades
39
assistenciais, ONGs (organizações não-governamentais) e
fundações empresariais começam a buscar formas de reduzir a
pobreza e fortalecer a democracia nas sociedades
subdesenvolvidas. As empresas controlam os recursos
financeiros gerenciais essenciais para a execução de programas
públicos eficazes e atividades comunitárias. Por outro lado, uma
política pública bem formulada e a estabilidade social são colunas
vitais para sustentar as economias viáveis das empresas. Pode-
se concluir, assim, que existem razões para formações de
alianças entre o setor público e o privado que garantam a
sobrevivência da política econômica globalizada.
Assinale-se que sob a bandeira da responsabilidade social
empresarial delineia-se um espaço contraditório de relações
sociais, no qual os interesses e necessidades vão se constituindo
em demandas, na medida em que são apropriados pelas
organizações e se institucionalizam como resposta.
As parcerias são hoje compreendidas como fundamentais no
enfrentamento da exclusão social, na medida em que possam
agregar experiências inovadoras que sirvam de referência para a
elaboração das políticas sociais. Para que haja estabelecimento
de parcerias, é fundamental a elaboração da identidade dos
parceiros. Desta forma, a educação que é um direito do cidadão
para uma participação plena na vida em sociedade, é também
uma responsabilidade do Estado.
A sociedade civil pode e deve colaborar com o Estado, a partir de
suas experiências, introduzindo de forma negociada soluções
para problemas sociais.
40
Por sua vez, representantes do empresariado vinculado à filosofia
da responsabilidade social empresarial compreendem que a
agenda política do país deve ser pautada pela parceria entre o
Estado, a sociedade civil e as empresas. Nas décadas anteriores
a 80, a agenda política dos Estados Nacionais pautava-se, entre
outros temas, na contraposição empresas e mercado versus
Estado. Hoje essa contraposição perdeu o sentido.
A agenda política de um país deve ser pautada pela parceria
entre o Estado, a sociedade civil organizada e as empresas. O
investimento social privado se faz necessário devido aos
inúmeros problemas sociais. Entretanto, vale lembrar que o papel
social da empresa não se resume a este investimento. É fruto
também de uma relação ética da empresa com seus funcionários,
com seus fornecedores, com o governo, com seus clientes (que
são denominados stakeholders) e com meio ambiente (MATTAR,
1999).
As empresas socialmente responsáveis têm entre seus objetivos
contribuir com a implementação das políticas públicas. Cabe às
empresas utilizar seu poder de mobilização para atuar como
agentes e parceiros do desenvolvimento social.
Conhecer os programas governamentais é um passo fundamental
nesse processo, a partir do qual a empresa pode identificar
oportunidades de inserção, por meio da disponibilização de
recursos, da capitalização de agentes e da mobilização de outras
organizações e demais stakeholders, entre outras iniciativas.
Ao atuar alinhada às políticas públicas, a empresa pode contribuir
para o fortalecimento do papel do Estado, contribuindo na busca
de soluções efetivas para os problemas sociais existentes.
41
É fundamental destacar que a Amcham-SP em instituiu em 1982
o prêmio ECO (Prêmio de Contribuição Empresarial à
Comunidade). Perfilando o caminho da responsabilidade social
empresarial, o Prêmio ECO vem exercendo forte influência ao
reconhecer e incentivar empresas que apoiam projetos sociais por
ser uma iniciativa de caráter exclusivamente sociocultural e sem
fins lucrativos, que visa a distinguir e homenagear anualmente
alguns entre os principais programas sociais voltados para o bem-
estar social e para o desenvolvimento do país, desenvolvidos por
empresas, fundações e instituições empresariais localizadas no
Brasil.
São premiados projetos que se destacam nas seguintes
categorias: educação, cultura, meio ambiente, saúde e
participação comunitária.
Desde a criação da instituição até 2003, mediante o Prêmio ECO,
já obteve 1.729 projetos inscritos, representados por 1.372
empresas. Destaque-se que criança e adolescente são os
principais públicos beneficiados pelos projetos vencedores nos 21
anos de existência do prêmio. Considera-se que a estratégia
desse tipo de investimento tem como uma de suas metas
capacitar o elemento humano, que poderá permitir ao
empresariado a possibilidade de buscar, no mercado de trabalho,
o profissional que apresente o novo perfil que atenda às
vantagens competitivas dos mercados voltados às economias
abertas (GIFE, 2001).
Assim como o Instituto Ethos, o Gife e a Amcham-SP, ao
incentivar suas experiências bem sucedidas, podem servir de
base para a elaboração de políticas sociais, uma vez que
disseminam a efetividade dos programas sociais, a influência do
42
programa na qualidade de vida do usuário, de seus familiares e
na comunidade em geral, os impactos que os referidos programas
causam na comunidade onde se realizam, inclusive nas próprias
fundações empresariais, a percepção gradativa, por parte do
usuário, da sua condição de cidadão, e a formação de uma
imagem institucional, destacando o interesse da organização
pelas questões sociais, éticas e políticas, o que, inclusive,
constitui elemento de vantagem competitiva diante do mercado.
Todavia, como visto anteriormente, os investimento realizados
pela responsabilidade social empresarial atingem parcelas da
população brasileira que são selecionadas para ingressarem nos
seus projetos mediante critérios estabelecidos pelas próprias
fundações, institutos empresariais e organizações parceiras. Tais
critérios, podem, no entanto, não privilegiar a população mais
necessitada dos serviços de saúde, de moradia ou mesmo de
alimentação.
É um fato que o volume dos investimentos empresariais não
conseguirão assumir os mínimos sociais. Diante do Estado
neoliberal com a limitação dos gastos com as políticas sociais e,
considerando os dados sobre as desigualdades sociais no país, a
situação se complexifica.
Esta é uma questão contraditória que coloca em cheque a filosofia
e os princípios da responsabilidade social empresarial, pois os
serviços sociais direcionam-se para uma camada da sociedade
definida com base em critérios diferentes daqueles da
universalidade de direitos.
Todavia, diante das implicações que a questão social tem
colocado ao Estado, ao mercado e à sociedade civil, entende-se
43
que, embora contraditórios ( pois o empresariado possui seus
próprios interesses, tais como: vantagem competitiva, visibilidade
nos negócios e divulgação de imagem), os investimentos sociais
empresariais revelam um compromisso público do empresariado
no enfrentamento das desigualdades sociais, buscando colaborar
com o desenvolvimento social sustentável.
" Certamente ao mencionar o crescente aumento
dos investimentos empresariais em projetos sociais,
é preciso que a nossa análise desvele o real sentido
dessa prática, porque se apresenta como algo novo.
Vive-se, neste país, onde as disparidades sociais
tornam-se um desafio não só para o Estado, mas
para os mais variados segmentos da sociedade civil.
Há de se observar que, para além dos negócios da
empresa, há algo novo na atitude de parcela do
empresariado " (RICO, 2001).
Se é evidente que os investimentos sociais empresariais vêm
ocorrendo no sentido da rearticulação do próprio capital, é certo
igualmente que segmentos da burguesia nacional "sem fronteiras"
e/ou internacional, porém situados no país, vêm apresentando
uma postura diferenciada, na qual se observa um perfil mais
arrojado no enfrentamento da crise social, concretizado na
implementação e/ou financiamento de projetos sociais, parcerias
que são estabelecidas com outras organizações da sociedade
civil e mesmo com o Estado. Um bom exemplo é o Programa
Fome Zero, lançado em 2003 pelo governo federal, que tem por
objetivo estimular a organização da sociedade para que ela faça a
sua parte na formulação, execução e acompanhamento de
políticas de segurança alimentar e nutricional.
44
Enfrentar desigualdades sociais depende de decisões em nível de
políticas públicas e sociais, cuja elaboração e implementação é
uma responsabilidade prioritária do Estado, diante de uma crise
social sem precedentes no nosso país torna-se praticamente
imprescindível que segmentos da sociedade civil, empresariado,
associações de classe, entidades assistenciais e filantrópicas
realizem parcerias com o setor governamental como uma
responsabilidade para esse enfrentamento. Nesse sentido, a
responsabilidade social empresarial representa,
contraditoriamente, um elemento novo na dinâmica do
desenvolvimento do capital e, ao mesmo tempo, uma
possibilidade de representação cívica nas esferas pública e
privada.
As empresas socialmente responsáveis estão conseguindo uma
grande vantagem competitiva em relação às demais, uma vez que
vão assimilando o papel de co-responsabilidade no enfrentamento
da desigualdade e da exclusão social. Conclui-se que, diante da
necessidade de rearticulação do próprio capital, existe hoje, no
país, um segmento empresarial em condições objetivas de somar
seus esforços a outros parceiros na luta pelo desenvolvimento
econômico, social, viável e ambientalmente sustentável.
45
2.3 – Petrobras: Responsabilidade Social e
Ambiental.
Com a atuação em toda a cadeia produtiva de petróleo e gás,
desde o poço até o poste, a Petrobras está constantemente
buscando novas técnicas de compatibilizar os riscos inerentes à
sua atividade com a preservação do meio ambiente, a segurança
das pessoas e de suas instalações e a melhoria da qualidade de
vida das comunidades onde atua.
Com um investimento que já ultrapassava R$ 8 bilhões, a
Petrobras começou a implementar, em abril de 2000, o Programa
de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança Operacional,
um dos maiores do gênero da indústria mundial do petróleo . Em
pouco tempo, foram revistos os planos de contingência, criados
novos instrumentos de prevenção de acidentes e aperfeiçoados
os sistemas de gestão visando dotar a empresa de padrões
internacionais de excelência nessas áreas.
Como parte desse programa, foram instalados no país nove
Centro de Defesa Ambiental, que funcionam como uma espécie
de corpo de bombeiros contra vazamentos de óleo. Com
profissionais treinados e em alerta 24 horas por dia, estes centros
estão equipados com barcos, balsas, recolhedores, agentes
bioquímicos e milhares de metros de barreiras de absorção e
contenção ,dando origem ao primeiro complexo de segurança
ambiental da América do Sul.
Adicionalmente, a Petrobras mantém de prontidão na Baía de
Guanabara uma embarcação especializada no controle de
vazamentos com capacidade para recolher do mar até 250 mil
litros de óleo por hora, essa embarcação pode também
46
rapidamente se deslocar para atender a outras áreas marítimas
de atração da empresa, como Baía de Campos e Angra dos Reis.
Duas outras embarcações desse tipo protegem as operações da
empresa no litoral de Sergipe e no Canal de São Sebastião, em
São Paulo.
Outra importante conquista do Programa de Excelência Ambiental
da Petrobrás foi a conclusão do processo de certificação de todas
as suas unidades no país pelas normas ISO 14001 (meio
ambiente) e BS 88000 ou OHSAS 18001 (segurança e saúde).
Com isso a Petrobras passou a ser a empresa no país com a
maior número dessas certificações.
Além de comprometida com a produção de petróleo e gás em
condições máximas de segurança, a Petrobras é a empresa que
mais investe no país em programas sociais, culturais e
ambientais. Patrocina projetos como o Tamar, uma referência
mundial na preservação de tartarugas marinhas, a Baleia Jubarte,
o Peixe-Boi e a Mata atlântica, só para citar alguns.
Também está apoiando, na Baía de Guanabara, um inédito
projeto de repovoamento de caranguejos e despoluição de
mangues, que visa, além de tudo, promover o desenvolvimento
sustentado na região.
Com relação à saúde, a Petrobras desenvolve uma série de
programas visando à melhoria da qualidade de vida das pessoas
envolvidas com suas atividades. Dentro de um conceito de saúde
integral, esses programas contemplam os aspectos físicos,
emocionais, profissionais e sociais, além de avaliar e prevenir os
impactos dos riscos ambientais na saúde da força de trabalho e
comunidades vizinhas.
47
Graças a Petrobras, o Brasil foi dos primeiros países do mundo a
retirar o chumbo tetraetila da gasolina, assim como
progressivamente vem reduzindo o ter de enxofre de seus
produtos. São investimentos que não se destinam ao aumento de
produção, mas unicamente ao meio ambiente, à melhoria da
qualidade do ar que respiramos e só isso já seria uma
recompensa para uma empresa que sabe que projetos assim são
verdadeiros projetos de vida.
A Petrobras é uma empresa comprometida com o
desenvolvimento sustentável. Ao interagir com o meio ambiente e
consumir seus recursos naturais, a companhia entende que
prestar contas à sociedade sobre o impacto de suas atividades na
biosfera é contribuir para a melhoria de qualidade de vida da
população. Neste sentido a empresa tem uma grande
responsabilidade socioambiental e investe em programas que,
além de defenderem a preservação do meio ambiente, incentivam
o desenvolvimento de uma consciência ecológica junto às
comunidades.
A empresa acredita que sua performance empresarial deve
englobar aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Reconhecida pela sua marca de excelência na produção de
petróleo, gás e derivados, a companhia tem o compromisso de
estender à área socioambiental a qualidade nos resultados de
suas ações, destacando-se os compromissos de transparência e
de responsabilidade social com seus diversos públicos de
interesse, e incorporando a responsabilidade social às
expectativas de desempenho e de resultado em todas as suas
relações de negócios. A Petrobras pretende alcançar a meta de
74% em 2010 no que se refere à imagem de Responsabilidade
48
Social Corporativa junto à opinião pública, meta que alcançou
71% em 2005 (Revista Petrobras, ag. de 2005).
Um dos projetos de destaque na atuação é o Programa
Voluntariado Petrobras Fome Zero. Até 2003, as ações de
voluntariado que partiam da força de trabalho eram isoladas. A
partir deste ano, a Petrobras passou a organizar, através da
Ouvidoria Geral, a ação dos voluntários desenho de um modelo
comum, sob o título de Programa Voluntariado Petrobras Fome
Zero. Foram realizadas 19 prospecções, em 66 municípios de 11
estados diferentes.
Depois de identificar as principais demandas destas regiões,
foram apresentadas 66 planos de ações – 32 do quais já
aprovados e o restante em fase de ajustes - que atualmente
envolvem mais de mil pessoas (empregados, contratados e
aposentados de todo o Sistema Petrobras), que disponibilizam
seu tempo livre em atividades de cunho social. (Idem, 2005).
A Petrobras aderiu em Outubro de 2003 aos Princípios do Pacto
Global da ONU. O Pacto é de livre adesão de qualquer empresa
no mundo e tem como objetivos principais disseminar a prática
dos 10 princípios no meio empresarial em todo mundo e, catalizar
suas ações para dar suporte às iniciativas da ONU. Os princípios
contam com o consenso universal e se organizam em torno dos
temas Direitos Humanos, Condições de Trabalho, Proteção do
Meio ambiente e Combate à Corrupção, sendo os três primeiros
derivados da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da
Declaração da Organização Internacional do Trabalho e, da
Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento.
49
O Pacto Global está baseado na transparência e no incentivo às
empresas, à força de trabalho e à sociedade civil para que iniciem
e compartilhem ações substantivas direcionadas à prática dos
princípios nos quais o mesmo se baseia, sem ser um instrumento
regulador ou fiscalizador das empresas.
Por conta de sua adesão ao Pacto global, a Petrobras foi
convidada a participar do III Global Compact Learning forum
Meeting, organizado em Minas Gerais pelo Instituto Ethos e a
Fundação Dom Cabral, entre 9 e 11 de dezembro de 2003, que
teve como tema principal as parcerias para o desenvolvimento,
onde foram explorados os caminhos através dos quais as
empresas poderão contribuir para a meta de redução dos níveis
de pobreza mundial, aplicando os princípios preconizados pelo
Pacto Global.
Nesta oportunidade, apresentou como estudo de caso, o Progefe,
que se constitui num claro exemplo de iniciativa para disseminar
os conceitos e preceitos da Responsabilidade Social e Ambiental
Corporativa, pelos milhares de fornecedores de produtos e
serviços à Petrobras, num esforço de relacionamento com um
importante grupo de stakeholders da companhia.
Dentro deste contexto, a Petrobras vem investindo atualmente em
projetos voltados à Responsabilidade Social Empresarial, onde
tais projetos estão divididos em Programas Ambientais, Sociais e
Culturais.
Além do Projeto Tamar, do Baleia Jubarte e do Peixe-Boi, estão
em andamento dois outros grandes projetos voltados à
preservação ambiental. O Projeto Mata Atlântica é resultante de
um convênio firmado entre a Petrobras e o Instituto de Pesquisas
50
Jardim botânico e tem como objetivo a execução de um programa
de estudo, conhecimento e restauração da Mata Atlântica. O outro
projeto chamado Recuperação e Valorização das Nascentes do
Rio Jaguaribe, tem como objetivo salvar as nascentes do Rio
Jaguaribe (localizado em Natal – Rio Grande do Norte) e todo seu
patrimônio natural, sendo importante no âmbito ambiental, social,
educacional e científico. Importância ambiental, pela recuperação
e preservação de uma área de mata nativa e água virgem. Social,
pela geração de consciência e capacidade de gerenciamento dos
recursos naturais comunitários. Educativa e científica pela
transmissão e ampliação de conhecimento para crianças, jovens e
toda comunidade.
Os projetos sociais realizados são denominados Geração de
Emprego e Renda. O Projeto “Reciclagem e Cultura” visa criar
oportunidades de emprego e renda e “solucionar” o problema do
destino dos resíduos plásticos.
Baseado na experiência piloto realizada na Comunidade de
Vigário Geral (RJ), atualmente transformada em cooperativa de
trabalho, o projeto reaproveita as garrafas PET, transformando-as
em mobiliários. O patrocínio, criado em 2002, é destinado à
manutenção da usina de reaproveitamento de plásticos PET e
também à ampliação da geração de renda na comunidade. Os
resultados deste trabalho têm sido excelentes, visto que os
produtos criados já estão sendo comercializados no Brasil, na
Feira Hype (Rio de Janeiro) e, exportados para Londres.
O projeto construção do “Centro de Integração Social de
Alterosa”, em Minas Gerais, tem como objetivo promover o
aumento dos postos ocupacionais para o mercado de trabalho
formal e informal, com a implementação de atividades geradoras
51
de renda e incentivo ao desenvolvimento turístico municipal e
regional. A obra beneficia cerca de 1.400 jovens por sua proposta
de criação, construção de instalações, compra de equipamentos,
capacitação do corpo docente e treinamento dos funcionários. O
principal foco de atividade é o cultivo de plantas medicinais e
aromáticas, além do plantio de vegetais para produção de
alimentos, como forma de manutenção da cultura regional e
geração de renda para a população carente do município.
O objetivo do projeto “Fomento ao Cooperativismo” é estimular a
formação de cooperativas e iniciativas empreendedoras, assim
como contribuir para a comercialização de seus produtos e
serviços. A expectativa é incrementar novas possibilidades de
geração de renda em iniciativas sustentáveis para que se
multipliquem e estabeleçam metas de qualidade de vida.
Dentro desta proposta, foram selecionadas algumas iniciativas
como “Vira Lata”; “Rede de Comercialização solidária das
Cooperativas de Sorocaba e Região (cata Vida)”; “Manguezarte”,
entre outros. Todas iniciativas visam organizar meios de obtenção
de trabalho e renda por meio de valorização do cidadão,
divulgação dos direitos humanos, educação ambiental, coleta
seletiva e beneficiamento de materiais recicláveis.
O “Centro de Capacitação Profissional” (CECAP), localizado na
comunidade de Vista Dourada, em Cariacica (Espírito Santo) é
um projeto que atende também as comunidades dos bairros
vizinhos e, tem como objetivo criar um espaço de
desenvolvimento comunitário na região. Em seu espaço físico são
ministradas palestras e cursos para a comunidade,
disponibilizando um espaço de capacitação profissional, geração
de renda, troca, aprendizado, informação e convivência. Propõe a
52
formação de grupos de produção, tendo em vista o
aproveitamento dos alunos que já concluíram cursos de
capacitação nas áreas de corte e costura e embalagens, oferecido
pelo próprio centro. Deste modo, vêm implementando alternativas
de geração de renda que elevam a qualidade de vida da
população envolvida, contribuindo para o desenvolvimento
econômico, social e comunitário.
Criado em 2001, o projeto “Bordados da Caatinga” beneficia as
mulheres da região do semi-árido do estado do Pará. Com o
objetivo principal de reduzir a pobreza rural e manter as famílias
em suas propriedades, o projeto já recebeu um prêmio na
categoria qualidade, em um evento organizado pela UNESCO, na
França. Com acabamento perfeito, os produtos são
confeccionados em linho, e encantam por sua beleza e
simplicidade. A comercialização dos bordados, realizada pela
fundação, possibilita às artesãs, em pouco tempo, obter um grau
de profissionalismo, de excelência de escala de produção e auto-
gestão, permitindo à essas mulheres a decisão de seus próprios
destinos.
Os Projetos Culturais desenvolvidos pela Petrobras são
denominados Educação e Qualificação Profissional. Atualmente
estão sendo desenvolvidos doze projetos, são eles: “Nós do
Morro”; “sambalelê”; “Cidadão Capaz”; “Posto Escola”;
“Companhia Étnica de Dança e Teatro – Encantar”; “Mova Brasil”;
“Estação Social”, “A Cor da Cultura”; “Orquestra Mirim Armando
Prazeres”; “Quixote”, “Biblioteca Canto da Leitura” e “Sonho dos
Erês”.
Neste ponto procuramos destacar apenas alguns destes projetos,
como por exemplo o “Nós do Morro”, que é um grupo de teatro,
53
surgido em 1986, no morro do Vidigal (RJ), onde cerca de 300
alunos da comunidade participam das 20 oficinas oferecidas,
entre elas a de interpretação, cenário, figurino, iluminação, história
do teatro, literatura, dança e roteiro de cinema.
Com o Projeto “Posto – Escola”, a Petrobras Distribuidora
(empresa que tem a maior rede de postos do país), objetiva
promover o treinamento e a qualificação profissional de pessoas
para atuarem como frentistas, promotores de venda e
profissionais de lubrificação no mercado de trabalho. O projeto
busca, ainda, incentivar o primeiro emprego, enfocando a
educação e a geração de renda.
O “Encantar – Oficina de Capacitação em Artes Cênicas”, visa
formar artistas e técnicos em artes cênicas nos morros cariocas
do Andaraí e arredores. O objetivo é capacitar jovens em artes
cênicas, elevando sua auto-estima e conscientizar sócio-
culturalmente. Para isso, o projeto conta com oficinas técnicas de
iluminação, sonoplastia e oficinas didático-pedagógicas de
acompanhamento escolar, comunicação oral e escrita e higiene
pessoal, dentre outras.
O projeto “Sonho dos Erês”, organizado pelo Centro de Cultura
Negra do Maranhão, surgiu com a intervenção ativa de crianças,
adolescentes e jovens na busca de alternativas de inserção no
mercado de trabalho, através de meios de educação que
considerem a arte e a cultura negra instrumentos pedagógicos no
fortalecimento da auto-estima. Os sentimentos são expressos
pela fala, dança, música, voz e pelo poder de transformação de
suas vidas. Entre suas ações há a oficina de confecção de
instrumentos de percussão, encontros e oficinas de organizações
e cidadania, passeios culturais, encontro com famílias, mostras
culturais, além das oficinas de grafite e de estampa afro.
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Diante disto, se apresenta como ação transformadora para a
cultura da paz ao contemplar ações afirmativas de enfrentamento
da exclusão social, promovendo o fortalecimento da auto-estima,
da identidade étnica e racial dos adolescentes e jovens em
situação de risco social, por meio de atividades de capacitação e
educação profissional, arte e cultura impulsionando os jovens a
desenvolverem e ampliarem as suas capacidades de analisar e
intervir positivamente sobre sua realidade, qualificando a
participação em sua comunidade e criando uma cultura de
respeito, de exercício da cidadania e da não violência.
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Considerações Finais :
A Responsabilidade Social anda de mãos dadas com o poder
social, e já que a empresa é a maior potência no mundo
contemporâneo, ela tem a “obrigação” de assumir uma
responsabilidade social correspondente. Por sua vez, a
sociedade, que deu esse poder às empresas, pode chamá-la
para prestar contas pelo uso desse poder. A empresa precisa
estar aberta aos problemas sociais e a sociedade deveria
valorizar os esforços na área da responsabilidade social.
Ser socialmente responsável tem seu preço, mas as empresas
podem repassar com legitimidade esse custo aos consumidores
na forma de aumento nos preços. De forma ainda mais
revolucionária, a empresa tem obrigação até de ajudar a resolver
problemas sociais nos quais não está diretamente envolvida. Essa
obrigação visa o bem comum, porque quando a sociedade
melhora, a empresa se beneficia. Os programas sociais também
implicam que pequenos se tornem grandes, o que trará benefícios
tanto para a sociedade como para a empresa. Ações que
demonstram uma sensibilidade social podem, na verdade, ser
lucrativas para a empresa, na medida em que, ser socialmente
responsável melhora sua imagem pública.
Empresas existem para gerar valor. Essa é a missão primordial de
qualquer negócio. Seus líderes armam estratégia, seus
funcionários dão duro, seus acionistas investem. E é sobre o valor
que as organizações de todo o mundo buscam saídas para se
manter quase que diariamente, num mercado globalizado e
mutante.
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E, neste sentido, o mercado que vem cobrando cada vez mais
das organizações uma transformação no modo como as
empresas devem se comportar diante da sociedade. Deste modo,
a boa cidadania corporativa torna-se uma estratégia de negócio. A
Responsabilidade Social atua como uma “mão invisível”
permitindo a sobrevivência das empresas a longo prazo.
Usar valores cidadãos da empresa aparentemente pode parecer
apenas uma boa ação para a comunidade, mas na verdade pode
apresentar vida longa para a organização, onde a
interdependência de funcionários, fornecedores, clientes e
pessoas externas à corporação resultam ( quem sabe? ) na
imortalidade da empresa.
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