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UNIJUI- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Ciência Política e Teoria do Estado Dejalma Cremonese A REPÚBLICA PlATÃO Ana Paula Bortolini Ijuí, 24 de setembro de 2007

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Page 1: UNIJUI- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Ciência Política e Teoria do Estado Dejalma Cremonese A REPÚBLICA PlATÃO Ana Paula

UNIJUI- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Ciência Política e Teoria do Estado

Dejalma Cremonese

A REPÚBLICAPlATÃO

Ana Paula BortoliniIjuí, 24 de setembro de 2007

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A República

O propósito do dialogo nos afasta desses tempos conturbados, dos quais Platão substitui a lembrança por uma ameaça imprecisa.

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Sócrates, que o narra depois de tê-lo entabulado, aparece aí no vigor dos anos; ignora ainda que será a vítima do mal político. Platão o faz desempenhar o papel de um legislador em palavras, relembrando que ele se manteve afastado dos assuntos políticos.

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O cenário desse diálogo é uma casa do Pireu, porto de Atenas, centro econômico distinto do centro político, mas não sem influência sobre ele.

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Os interlocutores são estrangeiros domiciliados sem direitos políticos, como Céfalo, dono da casa, e seu filho Palemarco, estrangeiros de passagem, como o sofista Trasimaco; mas também jovens atenienses, como Adimante e Glauco, irmãos do próprio Platão.

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Tudo parece ser feito para que o leitor não saiba se a política está no centro ou na periferia do dialogo.

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A estrutura dessa obra se compara com uma abóbada complexa, na qual cada arco suportaria um outro arco menor encravado. A abóbada maior, que se estende do “prelúdio” que constitui o livro I até o mito do julgamento das almas que conclui o livro X, não tem significação política; ela concerne do problema da moral individual.

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Os interlocutores divergem profundamente na apreciação que fazem da justiça:Céfalo e Polemarco ratificam a aprovação social que dela se interfere; Trasimaco a rejeita com a violência e que mostrar que a justiça é apenas uma coação mistificada, exercida pelos detentores do poder, em seu interesse, sobre seus súditos, contra os interesses destes.

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A despeito da dimensão política que introduz, dessa maneira na discussão, a noção de justiça, no curso destas primeiras aproximações, permanece, a disposta pelo indivíduo para se comportar de uma determinada maneira em suas relações com terceiros.

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No livro II, o diálogo sobre a justiça se transforma em uma Politeia é dada por Sócrates em resposta a esse terrível desafio. A justiça, observa ele, pode ser uma propriedade individual mas, da mesma forma, de uma cidade inteira.

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Platão se encontra conduzido a ressaltar, em sua pureza essencial, os elementos em equilíbrio nos quais residirá a justiça interna da cidade; obter-se-á uma cidade que servirá de modelo construindo-se uma cidade-modelo.

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Nada menos “idealistas” do que a gênese inicial da cidade, tal como Platão começa a descrevê-la. Os homens se associam porque tem necessidades materiais que não podem satisfazer individualmente. Associando-se, eles se especializam, segundo as diferenças de suas aptidões naturais; a divisão do trabalho aumenta a eficiência.

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A cidade começa a evoluir. A cidade acabada comporta, portanto, três classes: produtores econômicos, auxiliares armados e governantes-guardiães.

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O giro pelas grandes linhas termina. Volta-se a psicologia a á ética individuais e coloca-se em correspondência, com as três classes da cidade, três partes da alma (racional, irascível e desejosa), cujo o equilíbrio hierarquizado definirá a justiça como saúde da alma.

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A República poderia terminar aqui, sob a reserva de um exame das formas da injustiça, que Sócrates começa, retomando apoio sobre o paralelo indivíduo-cidade. Mas um incidente dialético no começo do livro V, vai fazer tudo saltar e comprometer desenvolvimentos de uma importância nova e imprevista.

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Essa nova etapa política da discussão se desenvolve em três “ondas” de violência crescente na proporção de seu paradoxo:

1°) As mulheres poderão ser guardiãs, receber a mesma educação e as mesmas funções que os guerreiros e os governantes, se tiverem as aptidões.

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2°) O comunismo dos guardiões dirá respeito não somente a seus bens, mas também a suas mulheres e a seus filhos.

3°) Uma constituição que transtorna tantos hábitos e sentimentos tidos como naturais será ainda realizável? Observa Sócrates: um modelo ideal não perde nada de seu valor se pode demonstrar que é realizável.

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Poder-se-ia mais uma vez, parar por aí. Mas Sócrates toma a iniciativa de um novo sobressalto: já que lhe fora pedido um programa de educação para os filhos de pouca idade dos guardiães, vai traças um amplo programa de educação superior, destinado a formar guardiães perfeitos, agora que se sabe que ele devem ser filósofos também.

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O termo fina desse “longo circuito” é o conhecimento ao mesmo tempo mais elevado e mais apropriado à função real: é o conhecimento do Bem em si.

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Não se pode insistir aqui sobre as nuvens deslumbrantes com as quais Platão envolve esse objeto supremo: as três imagens famosas do Sol, da Linha e da Caverna.

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O Sol e a Linha, onde são simbolizados a ontologia e a epistemologia platônicas, podem figurar; sem que fosse mudada sequer uma vírgula, dentro de um diálogo que não teria nenhuma relação com a política.

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A Caverna, ao contrário, representa a ascensão filosófica a partir da cidade comum, onde reina a ilusão, mas também os valores usurpados.

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Se é tão difícil saber em que sentido e até que ponto A República é uma obra política, talvez seja por isso, em definitivo: sua lição é que a política é uma coisa importante demais para ser confiada àqueles que ignoram haver coisas bem mais importantes.

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A coexistência de A República e das Leis no legado de Platão à posteridade tem sem dúvida construído fortemente para empurrar a primeira dessas duas obras para o pólo daquilo que se chamou de utopia. É preciso dizer que A República marcou mais o pensamento político; teve mais do que construtores.

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BIBLIOGRAFIA

Dicionário das Obras Políticas

www.4sharer.com

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