unidades básicas do corpo de cristo

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Livro Unidades Básicas Corpo de Cristo

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  • iI"11)VI

  • ______ G ~ S --------

    Em reconhecimento a

    Unidades bsicas do corpode Cristo

    Conheo o Ralph, a sua viso, esprito e literatura h 30 anos. Sem-pre fui desafiado nos meus paradigmas pela reflexo clara, e s vezesprovocante, sobre a igreja como corpo vivo de Cristo. Creio, porm,que este livro estica ao ponto mximo o paradigma convencionalda igreja como ns a conhecemos. A minha sugesto que faamosuma limpeza profunda nos nossos filtros, tirando a resistncia quenos impede de enxergar e entender verdades profundas e at bvias,obstrudas pelos paradigmas anteriores, razo de tanta resistncia aoassunto. Que o termo ekklesia chegue ao nosso corao, entendi-mento e ao com o frescor e vigor do Novo Testamento. Boa leitu-ra e prepare-se para essa jornada desafiadora.

    - Robert Michael LayPresidente, Ministrio Igreja em Clulas no Brasil

    "Este livro nos d uma percepo atraente e convincente dos anos deexperincia e conhecimento do dr. Neighbour. O seu trabalho mos-tra um homem de muita experincia e profunda maturidade. Possorecomendar esta obra persuasiva a cada lder de igreja e especialmen-te aos que esto angustiados buscando direo. Ao longo das pocas,Deus tem usado pessoas como o dr. Neighbour para desbravar emodelar as mudanas que ele quer para a sua ekklesia. Pessoalmenteconsidero este livro profundamente revelado r."

    - Harold F. Weitsz, pastor titular,Little Falls Christian Center, frica do Sul

  • "Este livro mais um marco onde Ralph expressa o que Deus estfazendo nestes ltimos dias - preparando a igreja para a conclusoda Grande Comisso. Quando li este livro, eu disse 'Amm' muitasvezes ao que Ralph est dizendo. Basicamente, ele est expressandoo que eu tenho recebido de Deus e de sua Palavra [...] e tambm oque muitos outros cristos esto recebendo."

    - Ben Wng, autor e coordenador,Cell Church Missions Network, Hong Kong

    "Ralph Neighbour o 'guru' do ministrio igreja em clulas. O me-lhor de tudo que Ralph serve como modelo e vive na prtica asverdades que ele conhece to bem. Neste livro, Ralph nos desafia air alm de estrutura, frmula e sucesso no ministrio de clulas e alembrar do que trata e no que consiste o grupo pequeno ou clula:Cristo vivendo por meio de cada membro do grupo. Deus me desa-fiou por meio deste livro a lembrar que o ministrio de clulas no um empreendimento humano e artificial (ou um meio de governoda igreja). Tudo nele est relacionado a Jesus e tem que ver com ele!Tenho certeza de que Deus vai desafiar e mudar voc durante a lei-tura da percepo que Ralph tem da natureza da igreja. Obrigado,Ralph, por nos ajudar a refocalizar em Jesus."

    -Joel Comiskey, Ph. D.Fundador epresidente, [oel Comiskey Group, Califrnia

    "No incio da dcada de 1990, ler os livros radicaise confrontadores deRalph Neighbour bagunou tudo o que eu pensava sobre ministrio emudou o meu ministrio na igrejaa partir de ento. Este livro radicalizao que j era radical. Ele a culminao da reflexo,experincia e expe-rimentos radicais de uma vida inteira de Ralph Neighbour com o quesignificaser a noiva de Cristo. Voc talvezno concorde com tudo o queele escreve,mas ter de se ocupar com os desafiosque ele apresenta."

    - Scott Boren,Autor e consultor de igrejas

  • "Durante anos Ralph Neighbour tem exposto a maneira em que de-vemos viver igreja. Ele tem sido ouvido claramente e em alto volumeem todo o mundo e merece ser ouvido e lido neste livro que se tornaum porta-bandeira. O elemento mais forte neste livro que ele arti-cula o que a igreja deveria ser vista do eterno Reino de Deus. A per-da da mentalidade de Reino tem sido a perda mais custosa da igreja,e eu tenho o prazer de dizer que Deus est no processo de trazer oReino de volta igreja. Poucas vozes tm emitido sinais to claros nossa confusa cultura religiosa quanto a de Ralph Neighbour. Leiaeste livro com muita concentrao, e preste ateno."

    -Jack Taylor,presidente,Dimensions Ministries, Melbourne, Flrida

    "Ralph Neighbour elaborou com muita arte e cuidado um livro bem es-crito que, na minha opinio, o melhor dele. Profundamente centradoem Cristo e demonstrando uma compreenso clara da unio inseparvelentre Cristo e a sua igreja, este livro dar muito material de reflexo aosseus leitores. Recomendo este livro especialmente a todos que esto envol-vidos em comunidades missionrias que pregam o evangelho integral."

    - Frank Viola, autor

    "Neste livro, o dr. Neighbour explica duas verdades profundas acer-ca da natureza da igreja: A primeira que na terra a igreja o corpoespiritual do Cristo eterno e preexistente. A segunda que o Cristoeterno e preexistente se expressa de forma singular por meio das co-munidades de grupos pequenos da igreja. O dr. Neighbour defende deforma veemente que o grupo pequeno no somente um mtodo ouestrutura, mas a vida espiritual mais fundamental do Cristo eterno epreexistente. Ele explana em detalhes como o Cristo das Escrituras seexpressa na vida prtica da comunidade de grupo pequeno. Este livrode teologia prtica necessrio para as pessoas que querem cumprir amisso da igreja de alcanar o mundo do sculo XXI."

    - Bill Beckham,Autor e consultor de igrejas em clulas

  • Unidades bsicas docorpo de Cristo

    Vivendo a presena,o poder e os propsitos de Deus em

    comunidades bblicas

    Ralph Neighbour Jr.

  • Publicado em portugus por:Ministrio Igreja em Clulas no BrasilRua Vereador Antnio Carnasciali, 166181670-420 Curitiba - PRTel.!Fax: (41) 3276-8655www.celulas.com.br

    Copyright 2008 por Ralph W Neighbour, Jr.Ttulo original em ingls: Christ's Basic BodiesPublicado por: TOUCH PublicationsHouston, Texas, USA

    Coordenao geral: Robert Michael LayCoordenao de produo: Harry KasdorfTraduo: Valdemar KrokerReviso: Ingrid Neufeld de LimaCapa: Bruno de Castro

    CIP-Brasil. Catalogao-na-fonteSindicato Nacional dos Editores de Livros, RJN33m

    Neighbour, Ralph Webster, 1929-Unidades bsicas do corpo de Cristo: vivendo a presena, o poder e os pro-

    psitos de Deus em comunidades bblicas / Ralph W Neighbour, Jr. ; [traduoValdemar Kroker], -Curitiba, PR: Ministrio Igreja em Clulas no Brasil, 2009.

    il.

    Traduo de: Christ's basic bodiesISBN 978-85-87194-91-6

    1. Evangelizao - Metodologia. 2. Vida crist. 3. Grupos pequenos - Aspec-tos religiosos - Cristianismo. I. Ttulo.

    09-5030. CDD: 253.7CDU: 2-766

    23.09.09 30.09.09 015433

    1.a Edio em portugus: 2009

    Reimpresso: 2011

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicao pode ser reprodu-zida, armazenada em sistema de recuperao ou transmitida de qualquer forma oupor qualquer meio eletrnico, mecnico, fotocpias, gravao ou outro qualquer,sem a permisso por escrito dos editores.

    Os textos bblicos usados neste livro so da Nova Verso Internacional, EditoraVida, salvo outra indicao.

  • Agradecimentos

    ___ --- l ~1i'" S -------

    Rick Yamamoto, estrategista da comunidade "Mosaic" em LosAngeles, leu atentamente um esboo inicial deste livro e escreveu:"Na sua maioria, a 'Gerao X' [nascidos entre 1960 e 1970 naAmrica do Norte] provavelmente ler o livro e acenar positiva-mente com a cabea [...] Voc tem muito que oferecer gerao maisjovem, e esta se interessaria se o livro estivesse voltado para a culturadeles. Algum mais jovem precisa ler o manuscrito para ajudar voca compartilh-lo com essa platia".

    Assim, encontrei dois jovens ministros e lhes pedi que lessematentamente o manuscrito. A verso atual o resultado de sugestesfeitas por Matt Hammon e Shae Cottar. A contribuio deles foiinestimvel ao meu processo de elaborao do material. Obrigado avocs dois pelo trabalho duro e pela dedicao a este projeto.

    Finalmente, devo gratido especial a Randall Neighbour, meufilho amado, que analisou cada frase e melhorou muito a estruturado livro. Mais importante, ele encarna a vida em comunidade que descrita nestes captulos.

    O meu desejo falar como mentor queles que esto tentandofazer algo diferente. A minha orao que os captulos sejam assimusados pelo nosso Rei, inspirando jovens visionrios a enxergar aigreja no como ela , mas como ela pode ser.

  • ___ ~- l ~ 8' S --------

    Contedo

    Introduo 13

    Seo 1: O que a "Igreja" - Definio

    1. Pensando como Deus pensa 232. Filtros 353. Libertando-nos do sculo passado 474. Membros do corpo - Poresadequadas

    nos lugares adequados 615. O tamanho e a natureza das unidades bsicas

    do corpo de Cristo 976. Amoblia do templo 115

    Seo 2: Questes teolgicas

    7. A comunidade da trindade 1318. As quatro tarefas do Crisro eterno 1459. Cristo habita nos seus "chamados para fora" 16310. O vnculo inviolvel 179

    ~ Questes prticas

    11. O Reino de Deus e as unidades bsicasdo corpo de Cristo 191

    12. Como as unidades bsicasdo corpo deCristo so constitudas? 205

    13. As "capacitaes" - A fonte e o supridor 22114. H mais, muito mais! 23715.Aqui est o basto - Voc correr com ele? 255

  • ---~- G ~s -------

    Unidades bsicas do

    corpo de Cristo

    Uma comunidade formada e batizada peloEsprito Santo. Todos os membros so conduzidospelo Cristo que neles habita, e ele edifica e revelaa sua presena, poder e propsitos por meio deles.

    ---~- G~ S -------

  • Introduo

    ---~- c: ~TS ------

    Depois de implantar uma dezena de igrejas no nordeste dosEstados Unidos, de trabalhar para Billy Graham e de servir nodepartamento de evangelismo da conveno batista do Texas,cheguei a um momento crtico. Quanto mais trabalhava comigrejas grandes e pequenas, mais crescia a minha frustrao. Ocristianismo moderno estava confinando o povo de Deus em es-truturas fsicas, e a igreja j no tocava as pessoas nas comunida-des sua volta.

    Dr. Pen~ St. Amant era meu professor no SeminrioTeolgico de No~ Orleans quando eu estava fazendo o douto-rado (Th.D.) em histria eclesistica. Ele causou um impactoprofundo em mim quando fez esta afirmao: "Vocs que atin-gem este nvel acadmico tm a obrigao moral de manter estadenominao a certa distncia e trazer renovao a ela. Esta a sua tarefa!". Naquele mesmo dia, o Esprito de Deus impreg-nou essas palavras no meu sistema de valores, e elas moldarama minha jornada.

    Por um bom tempo andei de um lado para o outro dentroda minha casa em Dallas refletindo sobre o meu encontro diriocom as igrejas batistas decadentes s quais eu servia, orando sobre omeu destino. Aos 36 anos de idade, eu sabia que tinha de dar umaresposta aflio do meu corao. Pensei: "Tem de haver um jeitode ajudar essas igrejas a renovar o seu estilo de vida e se tornar maisbblicas na sua estrutura",

    Senti a necessidade de uma "igreja-parbola" estabelecida emmeio a estruturas tradicionais. Eu no queria expor nem criticar aigreja tradicional. A minha esperana era mostrar em amor a essas

  • Introduo

    igrejas uma forma mais eficaz de alcanar pessoas que no queriamser encontradas mortas num prdio de igreja. 1

    Conversei com um professor de evangelismo do Seminrio doSul (EUA) sobre a minha aflio. Ele me encorajou a fazer algo con-creto com isso e me garantiu que um modelo bblico causaria umgrande impacto. Eu ento desenvolvi e coloquei no papel uma estra-tgia de 68 pginas sobre como seria uma "igreja experimental".

    Decidi que a nica forma de comear seria retirar-me totalmen-te da vida de igreja organizada ou ensinar numa universidade secularpara alcanar aqueles cujos paradigmas no tivessem sido restringi-dos por experincias passadas. Com eles, eu faria experincias coma vida de corpo. Manteria laos de amor com minha denominao,crendo de todo o corao que se lhe mostrasse uma forma melhor,ela reagiria com paixo transio para um ambiente e estruturamais transbordantes de vida.

    Corrigindo concepes errneas

    Nunca tive raiva dos meus irmos e irms nas estruturas tradi-cionais, mas francamente admito a minha frustrao com eles, umafrustrao intensa o suficiente para me desfazer de toda a minhasegurana para comprar a prola de grande valor. Na poca, Ruth,minha preciosa esposa, disse: "Meu bem, se voc sabe que Deus oest chamando para desenvolver uma igreja experimental, eu estouvoltando enfermagem". Meu filho mais velho, Ralph, disse: "Pai,eu consigo um emprego de empacotado r no mercado depois da es-cola para ajudar nas despesas". Com trs filhos, uma sogra e doiscachorros para sustentar e dar abrigo, decidi pela ruptura e por fazero que fosse necessrio para desenvolver uma igreja-parbola.2

    Tambm nunca fui "anti-igreja". As pessoas do antigo paradig-ma nem sempre encontram um modelo para me enquadrar e entosou classificado como "anti-igreja". Isso simplesmente no verda-

    I H anos, descobri uma pesquisa que indicava um grande nmero de norte-americanosque escolhem uma funerria e no um prdio de igreja como local de sua cerimniafnebre. Isso me fez pensar. Se uma pessoa no quer ser encontrada morta num prdiode igreja, por que iria a ele quando viva?

    2 Ralph Neighbour, lhe Seuen Last Wordr 01 the Church (Grand Rapids: Zondervan Pu-blishing Cornpany, 1973).

  • Introduo

    de. Minha paixo tem sido a restaurao do corpo de Cristo, noo assassnio dele. Fico triste com a meno frequente que se faz amim como "o pai do movimento igreja em clulas". Sempre defendimuito mais do que esse padro estrutural para a vida de igreja. Meucorao bate forte para ajudar a igreja a pensar sobre como vive a suavida, no somente sobre mudar suas estruturas. A teologia gera a suaprpria metodologia!

    Hoje, aos 79 anos, sei de fatos que eram bastante vagos h 40anos. Por exemplo, em 1969, na mesma poca em que estvamosdando incio ao nosso novo estilo de vida na igreja experimentalformada em Houston, falei na conferncia batista de evangelismo deMaryland. Compartilhei com o secretrio executivo da convenode um estado vizinho o meu sonho de mostrar o meu amor peladenominao ao desenvolver um prottipo que servisse de modelopara os outros. Ele disse claramente: "Ralph, ningum pediu vocpara fazer isso. Ns no precisamos de um modelo novo. Estamoscom rometidos em fazer o modelo presente funcionar melhor!". -

    Aq~.IO doeu! me ida que os anos foram passando, descobri que ele me disse

    a verdade. ,As enominaes esto presas s suas tradies. necess-rio um chamado muito especial para algum ser um inovador ou quese adapte rapidamente a uma nova ideia. O poder, em geral, est nasmos dos que se adaptam lentamente e dos arrastados, no dos inova-dores e dos que se adaptam rapidamente a uma nova ideia.

    Se eu fosse viver a minha vida de novo, faria exatamente o quefiz. .Eu no possuo UI~yjsQ ta viso que me possui. Eu oro, caro lei-tor ou leitora, para que voc perceba o meu amor pelo corpo de Cristoao ler estas pginas. Como escreveu Winston Churchill: "Se voc pre-cisa destacar um ponto importante, no tente ser sutil ou esperto. Useum bate-estacas. Acerte o ponto uma vez. Depois volte e acerte-o denovo. E ento acerte uma terceira vez - um golpe extraordinrio".

    Este livro mais um golpe na mensagem que o meu cha-mado de vida e a minha paixo. Ela clama: "O igrejismo cega opovo de Deus e o previne de ser o corpo de Cristo. Deus estremodelando o povo chamado a viver como unidades do corpode Cristo em toda a terra!".

  • Introduo

    Nunca pergunte a um peixe como est a gua

    Esse provrbio chins fornece a metfora para o nosso dilemada estrutura de igreja. Nesta gerao, a igreja norte-americana umaqurio privativo de peixes, agora totalmente isolado do seu ambien-te. Quando os peixes olham para as paredes de vidro do seu aqurio,a nica coisa que enxergam a sua ima em refletida. Eles no con-seguem enxergar o mun o ora ali.

    S! igu:jismo como um aquano. Os que esto nadando dentrodele no conseguem entender por que o seu meio to confortvel no o nico necessrio. Eles esto cegos para o quanto parecem estranhosaos de fora que os observam atravs do vidro e da gua escura.

    Voc alguma vez j pensou sobre o fato de que todos os seresvivos foram criados para sobreviver em um certo ambiente e no so-brevivero se esse ambiente no for adequado? Pense nos peixes. Elesexperimentam somente um ambiente: a gua. Eles foram limitadospelo seu Criador a existir em um habitat.

    ffio h razo para que os peixes pensem sobre a ~Qluti-_tui o d ' no um elemento a ser analisado, mas umambiente a ser experimentado. No seu ambiente, os peixes so/sensveis s condies da gua, tudo associado sua prpria "zonade conforto". Eles escolhem uma profundidade adequada parafornecer a quantidade exata de luz e calor para torn-los confor-tveis. Eles podem experimentar gua suja, gua limpa, ou guaestagnada, mas para eles isso sempre gua e eles no precisamrefletir muito sobre ela.

    A igreja contempornea um ser vivo que requer um meioem que possa sobreviver e vicejar. Eu creio que no meio em queela se encontra atualmente pode estar sufocando sem perceb-lo. Por exemplo, tome o conceito do Reino de Deus. "Busquem,pois, em primeiro lugar o Reino de Deus [ ..} e todas essas coisas lhessero acrescentadas" (Mateus 6.33) um versculo conhecido, masque raramente considerado. ,Est na hora de o povo do Reinoescolher um modo de vida que tenha em mente a eternidade eno focalize em carreira, esportes, consumo, frias e programas",especiais de TV.

    ::::::::::==

  • Introduo

    Um novo termo para uma nova estao

    Depois de muita orao e contemplao, vou introduzir umapalavra nova para me referir ekklesia em sua formao mais bsica,s vezes chamada de "clulas" ou "comunidades crists de base" ou"grupos pequenos holsticos". Vou usar a expresso: Unidades bsicasdo corpo de Cristo. Ela define o que a igreja contempornea no con-segue compreender completamente: a autntica ekklesia3 no umgrupo pequeno opcional. um corpo espiritual habitado por Cris-to - que presta contas somente a ele - capacitado a revelar a suapresena, poder e propsito. Como voc ler repetidas vezes nestelivro, a comunidade mais sagrada na terra hoje. Precisamos continu-ar diligentes no cumprimento do chamado da ekklesia (Esse termoe o seu significado mais profundo sero discutidos em detalhes noscaptulos quatro e cinco).

    Quero suplicar a voc: No se arme e no rejeite o que estelivro discute antes de chegar ao fim dele. Por favor, volte comigo origem: ~quele que escolheu a ekklesia para ser seu corponesta era. Considere o que est escrito. Talvez descubra que no fimdas contas voc no um :peixe de aqurio!

    H mais de uma dcada escrevi Where Do U Co from Here? [Eagora?Para onde vamos?}. Esse livro apresentou o modelo da igreja emclulas a milhares de pessoas. Desde ento, novas unidades bsicas docorpo de Cristo podem ser encontradas em todos os continentes.

    Muitas verses de igrejas baseadas em clulas tm surgido, cadauma com o seu sistema de superviso. Ateno excessiva tem sidodada ao gerenciamento das clulas em comparao com a extraordi-nria edesiologia que d sustentao a essa vida de igreja "dos lti-mos dias". Por essa razo, propositadamente no discutirei sistemas

    " de gerenciamento de igreja neste livro. O foco estar muito maisassociado aos fundamentos.

    Muitos mtodos de crescimento de igreja se tornaram moda,endossados por aqueles que querem pr remendos nos odres velhosda vida de igreja tradicional. Lderes de igreja correm para congres-

    3 O termo ekklesia ser discutido em mais detalhes adiante. o termo grego significando"pessoas chamadas para fora", origem da palavra igreja em portugus.

  • Introduo

    sos tentando descobrir mais sobre cada inovao, voltam empolga-dos dos seus seminrios, leem um livro ou dois e, ento, idolatramesses remendos. Alguns pastores at rompem amizades com outrosobreiros em virtude de sua lealdade a esses diferentes remendos. Nodemora, e o odre velho apodrece em outro lugar e abre caminho paraum novo truque ser acrescentado como remendo. Como voc ver,no creio em remendos. Eu creio, isso sim, que odres novos podemsubstituir odres velhos. A transio est ocorrendo em todos os lu-gares na nossa poca.

    Trabalhei com centenas de igrejasna fric;a do Sul na metadeda dcada de 1990. Que sede havia ali por remendos! A estruturadas cl .. iramente vista como mais um rem~ se?costurado sobre as estruturas antigas. Quando os pastores e igrejasestabeleceram o alvo de substituir os odres velhos, ajudei os pastores

    '> a fazer a transio. Durante dois anos, voltei l a ca a trs mesespara conduzi-los na estratgia de transformar completamente as suascongregaes.

    Atualmente, entramos na terceira gerao do movimento igrejaem clulas. As coisas hoje so diferentes de quando escrevi o meuprimeiro livro. Agora h muitas "vertentes". Algumas dessas verten-tes desenvolveram clulas e grupos pequenos' como meras linhas demontagem para fabricar "convertidos" com maior rapidez. Receioque eles sejam grupos de cogumelos em crescimento que podem atse desenvolver rapidamente, mas no estaro preparados para supor-tar o calor da guerra espiritual.

    Creio que o ingrediente letal nesse estgio uma edesiologiaembaada e indistinta ou uma compreenso incompleta da sacrali-dade do corpo de Cristo. Dirijo a essa questo os captulos seguintes.Por favor, suporte comigo essas primeiras pginas enquanto trata-mos de conceitos de aprendizagem bsicos antes de chegarmos aofil mignon do assunto em questo. O primeiro captulo vital paraa absoro do restante do livro de forma transformacional.

    O evangelho est escondido dos perdidos porque a igreja notem vivido em comunidades bblicas e holsticas que articulem e

    4 "Eclesologa" um termo que os telogos usam para descrever as diversas perspectivasde vida de igreja.

    18

  • TIntroduo

    expressem claramente a sua f. Talvez o maior empecilho da propa-gao do evangelho seja a existncia da presente atividade da igreja,que est focalizada basicamente no que acontece em um prdio ouconstruo. Cristo no nos pede que organizemos eventos para queas pessoas "venham e vejam". Fomos desafiados a ir e ser o corpodele em meio cultura ao nosso redor. Eu proponho que rejeitemosesse modelo que opera por atrao e adotemos um modelo mais "en-carnacional". Precisamos penetrar segmentos pequenos e escuros dasociedade com a luz da presena de Cristo.

    A nossa cultura j teve verses sem vida suficientes do cristia-nismo contemporneo. O declnio constante do nmero de mem-bros das igrejas na Amrica do Norte prova isso. Somente por meiodas unidades bsicas do corpo de Cristo seremos capazes de levar aesperana e vida do Reino de Deus a uma cultura que de outra forma fechada ao evangelho. Viver numa comunidade verdadeiramentebblica confere carne e sangue s palavras que dizemos. Se no acor-darmos para o problema, veremos mais pessoas perdidas que noencontraram o Reino de Deus.

    Encorajo voc a ler este livro em pequenos bocados, paran-do para mastigar os conceirosntes de prosseguir. Ao ler, por favor,mantenha o foco na questo crucial deste livro: Cristo habita umcorpo sagrado, e nos tornamos seus membros medida que o EspritoSanto forma as comunidades crists de base!

    Uma advertncia final: Eu creio firmemente que as pessoas ab-sorvem informaes novas depois de as terem ouvido repetidas ve-zes. O meu lema : "Seis vezes para fixar". Com isso em mente, nopense que este velho esqueceu o que ele disse num captulo anteriorquando conceitos so recapitulados. A repetio para o seu benef-cio. Se voc no captar a ideia na primeira vez, talvez na segunda outerceira ela penetre na sua mente.

    Voc est pronto? Vamos comear?

    Dr. Ralph Neighbour fr.

    19

  • Seo 1:

    __ -- l~i S ---

    o que a "Igreja"-Definio

    __ --l~iS --

  • li

    Unidades bsicas do

    corpo de Cristo

    Uma comunidade formada e batizada peloEsprito Santo. Todos os membros so conduzidospelo Cristo que neles habita, e ele edifica e revelaa sua presena, poder e propsitos por meio deles.

    ----- G 'if~1i'" S --- _

  • Captulo 1

    ..

    ---~- l lf~S -------

    Pensando comoDeus pensa

    " 'Pois os meus pensamentos no so ospensamentos de vocs,nem osseus caminhos so os meus caminhos: declara o Senhor.)1ssim como os cus so mais altos do que a terra, tambm osmeus caminhos so mais altos do que os seus caminhos, e osmeus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos'. "

    Isaas 55.8,9

    Um homem se aproximou de mim e perguntou: "Voc poderiaorar por mim para que o meu negcio pjospere? Estou beira dafalncia e preciso que Deus me abenoe".

    E eu disse: "Posso perguntar uma coisa a voc? No passadovoc foi fiel e honrou a Deus com os lucros que teve? Deus nos dizem Malaquias que se ns formos fiis a ele e no lhe roubarmos odzimo, ele vai abrir as janelas do cu". 1

    Ele confessou: "Bem, tenho que dizer que no apoiei a obra doSenhor durante muitos anos".

    "Tenho um dilema", eu disse, pensando em voz alta. "Comoeu peo a Deus que abenoe um ladro que roubou de Deus?".

    claro que a nossa conversa no terminou a. Continuei eperguntei se ele achava que um homem devia sustentar sua famliacomo sua primeira prioridade, e ele concordou. Ento lhe pergun-

    I Malaquias 3.10.

  • Captulo 1

    tei se ele se sentia parte de uma famlia do povo cristo e que Deusqueria que ele aceitasse a responsabilidade de cuidar das necessidadesdeles? Assim como a maioria dos cristos responderia, ele afirmou:"Eu nunca pensei na minha igreja como uma fam~Na minha

    .. ,.. , .,.. "~mlao, e uma orgamzaao .O conceito de vida vivida em comunidade com irmos de f e

    na intimidade da vida em famlia entre os~s ,mnca tinha si4;.-~possihi1idade para ele. Ele continuou e explicou que um Deusinvisvel que dono do cu e da terra certamente no precisariados mseros dlares dele. O !~;::m;~e domingo a que ~ssistiaduas vezes por ms cert;ame-Rt;:3a valla 10% do rendim;nWTele.-- -De acordo com esse homem, um bom filme n9 cinema - que tem

    3proximadameote a mesma dura!;o de um culto na igreja --SclIsta oito dlares. ----

    homem era ue eleconsideravao dzi-mo uma exigncialegalistapara sustentar uma instimio pblica. Na _dos seus anos de assistiraos encontros da igrejao fez pensar que ele era- -,Parte de uma famlia que necessitavade Suacontribuio fiJ)aDceira..

    Precisamos enxergar a vida da perspectiva de Deus. Isso signi-fica rejeitar o erro de que viver a vida crist pode ser uma atividadeautocentrada. Enquanto Cristo habita pessoalmente nos "chamadospara fora" (ekklesia)dentre as pessoas, um ato fundamental do Esp-rito Santo separar-nos do nosso esprito autocontrolador e nos co-nectar a outros membros. Isso forma um corpo encarnado por Cris-to.2 Viver em comunidade significa que cada um deve cuidar "no

    s interesses,mas tam s interessesdos outros"?Milt Rodriguez escreve:

    Um bom exemplo desse ponto de vista corporativo podeser observado na vida do Senhor Jesus. Ele nunca trabalha-va sozinho. Ele dizia as palavras do Pai. Ele fazia as obrasdo Pai. Ele expulsava demnios pelo Esprito (Mateus12.28). Jesus viveu a vida do Deus trino. Ele poderia tervivido sozinho e trabalhado sozinho, mas essano foi a suaescolha. Como pessoa, ele tem a possibilidade e o poder de

    2 1 Corntios 1.12; 1 Corntios 12.13.3 Filipenses 2.4.

    24

  • Pensando como Deus pensa

    escolher. E ele escolheu, como homem, viver e trabalharna vida corporativa de Deus. Ele tinha uma "conscinciacorporativa" e sabia de onde vinha. Ele era parte de umaComunidade e no agiria de maneira independente dessaComunidade s porque estava aqui na terra. Alis, o Paio enviou para dar continuidade a essa comunho, essemodo de vida corporativo, aqui na terra, para que os seusdiscpulos comeassem a "ver" com os seus prprios olhos.Ele queria que os discpulos comeassem a enxergar ascoisas do ponto de vista de Deus."

    A orao de Jesus foi que os crentes fossem um: "Pai Santo,protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assimcomo somos um"? Como pode ser isso? Somos separados por sexo,idade, lngua, cultura, inclinaes, temperamentos e ocupaes.Nosso estilo de vida presente como crentes no pode comear a de-monstrar o que Cristo tinha em mente para o seu novo corpo.

    O Filho existe na comunidade da trindade. Quando ele estpresente, o Pai e o Esprito tambm esto plenamente presentes:

    "Este aquele que veiopor meio de gua e sangue, Jesus Cristo:no somente por gua, mas por gua e sangue. E o Esprito quem d testemunho, porque o Esprito a verdade. H trsque do testemunho: o Esprito, a gua e o sann;!' e os trsso unnimes","

    Quando temos o Filho, temos a plenitude da trindade habitan-do em ns: "e os trs so unnimes". O que o Pai tem em mente parans que sejamos um.

    A perspectiva de Deus: Devemos viver em comunidade

    Temos de nos afastar de uma perspectiva auto centrada da nos-sa vida em Cristo. No podemos viver de maneira independentedos outros. Fomos formados pelo Esprito para sermos ajuntados4 Milr Rodriguez, "lhe Corporate God", lhe &builder Gaeette, 14 de maro, 2005.5 Joo17.11.6 1 Joo 5.6-8.

    25

  • Captulo 1

    em comunidade com outros, formando um corpo habitado porCristo." Como seres humanos, somos sempre indivduos separa-dos, mas isso nunca assim no Reino de Deus. A vida que temos a de um corpo que expressa a vida do Filho. Por isso chamamosa Deus de "Pai nosso".

    A vida em comunidade comea com trs pessoas. Assim, Deuscriou cada pessoa para nascer fisicamente em comunidade: "E como beb agora somos trs". Ele tambm criou o atual corpo de Cristopara que comeasse ali onde dois ou trs esto reunidos no nomedele." Deus ento cria uma comunidade com uma atividade comum,fazendo com que seja adequado considerar os membros como umcorpo nico. Eles recebem um nome especial: "os chamados parafora" (ekklesia).9 Observe que o termo plural, referindo-se a umacomunidade, no a indivduos.

    Para revelar plenamente a natureza de Deus, precisamos en-tregar nosso egocentrismo e olhar no somente para os nossos inte-resses, mas tambm para os interesses dos outros. 10 A essncia trina deDeus mais bem expressa quando h um corpo feito por Deus aser observado de perto." A comunidade da trindade precisa se tor-nar conhecida por meio de uma comunidade especial encarnada porCristo. Essa a tarefa da ekkle~ia.j1 comunidade da trindade n~. plenamente revelada por meio de uma organizao, mas por meio~um or/pvjrwQ. _

    A compreenso desse organismo muda tudo sobre a nossa pr-tica atual da vida de igreja. Desde a poca de Constantino - e at aReforma, bem como durante o sculo passado - a verdadeira natu-reza das unidades bsicas do corpo de Cristo tem faltado.

    A natureza orgnica das unidades bsicas do corpo de Cristo expressa pela intimidade no grupo pequeno. um lugar em que"todo o mundo sabe o teu nome". um lugar em que voc visto econsegue ser transparente, em que outros esto conscientes dos pon-tos fortes que voc tem, bem como das suas fraquezas. um lugar

    7 1 Corntios 12.8 Mateus 18.20; no caso de "dois", Cristo o terceiro.9 Ser que palavra "igreja" como empregada hoje poderia ser usada para definir essa

    verdade?10 Filipenses 2.4.11 1 Corntios 12.13, mas tambm o captulo todo.

  • Pensando como Deus pensa

    \

    em que os outros podem contar com voc nos seus pontos fortes elhe do apoio quando voc falha. Nesse estilo de vida do Reino noh pessoas solitrias. Alm disso, Cristo no meio das pessoas gera umnvel de amor e poder espiritual que distingue esse grupo de todas asestruturas feitas por homens.

    isso que o homem de negcios em apuros que aconselhei notinha experimentado. Ele no estava sintonizado com Deus porqueno estava em contato com o que deveria ser a sua famlia espiritual.

    Grande parte da igreja ocidental impessoal. Os crentes se en-contram para sentar em filas, e raramente se importam com a dor dapessoa na fila de trs. Uma porcentagem do grupo grande se reneem grupos pequenos, mas no tm intimidade porque ficam ho-ras interminveis discutindo textos bblicos, tpicos de interesse, ourealizando alguma tarefa para os encontros corporativos do grupomaior. Na vida de igreja hoje, somente uma porcentagem pequenado nmero total de crentes est consciente da presena e do poderde Cristo que habita neles.

    Algumas igrejas esto tentando se relacionar com as culturas domundo no alcanado, o que um enorme passo frente. Elas mu-dam o seu estilo musical para mostrar que no so to "diferentes".Elas transformam os seus cultos em algo mais atraente-rriasno ob-servam o Cristo que neles habita curar os doentes, levantar os mor-tos, purificar os leprosos e libertar os cativos - a no ser que sejana plataforma do "ungido" em apresentao solo. Contudo, aindano esto preocupados com o aspecto de que no esto revelando apresena e poder sobrenatural de Cristo sua prpria cultura.

    Contraste-se isso com o que ouvi de um lder da igreja nascasas na China. Ele disse ao seu grupo: "No vimos ningum res-suscitar dos mortos durante cinco meses! Precisamos jejuar e orar!".A demonstrao do poder de Cristo era a testemunha da primeiraekklesia. Cremos realmente que 'Jesus Cristo o mesmo, ontem, hoje epara sempre"?'? No deveramos lamentar que as nossas palavras nocorrespondem nossa experincia com o sobrenatural?

    Um estudante de ps-graduao do sul da ndia foi meu alunono Columbia International Seminary. Ele me disse que era implan-12 Hebreus 13.8.

  • --,

    Captulo 1

    tador de igrejas e que fundava trs a quatro igrejas por ano. Quandolhe pedi que me descrevesse sua estratgia para implantar novos tra-balhos to rapidamente, ele respondeu: "Eu entro numa vila, e entoando pela vila, jejuo e oro durante alguns dias. Enquanto observotodos os doentes, aleijados e possessos, pergunto: 'Senhor, a quemvoc quer tocar para revelar a sua presena neste lugar?'. Ento oSenhor diz: 'Esta pessoa', E a eu oro e liberto a pessoa. Ento toda avila fica maravilhada, e eles vm para ouvir o meu ensino. Depois dealgumas semanas, os crentes so firmados, e eu vou para outra vila. uma estratgia simples, mas funciona!".

    Crentes norte-americanos e de grande parte do Ocidente nopercebem o quanto lhes falta da experincia da presena e do poderde Cristo. A igreja no pode continuar a adotar as normas e tendn-cias atuais da vida de igreja. Como escreveu Manfred Haller: "Nopodemos nos apegar nossa forma histrica atual de cristianismo;ela no deve ser preservada nem restaurada" Y

    Nestes ltimos dias," a trindade lanou uma comunidade sin-gular no mundo. No h um modelo nico a ser duplicado, nenhumpadro nico que pode ser imitado como o "como fazer" definitivo.A forma bblica precisa ser criada por uma expresso nova e radicalde ekklesia.

    As unidades bsicas do corpo de Cristo so todas formadaspor uma verdade singular expressa em 1 Corntios 12.12: "Ora,assim como o corpo uma unidade, embora tenha muitos membros,e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um s corpo, assimtambm com respeito a Cristo ". Paulo usa o corpo humano comoilustrao. Quando observamos um corpo humano, vemos muitosmembros, mas somente uma pessoa. Ele afirma claramente: "assimtambm com respeito a Cristo". A presena de Cristo no mundo hojeprecisa revelar a comunidade da trindade. A verdade importantea ser absorvida simplesmente que uma comunidade autntica habitada e capacitada por Cristo!

    isso que torna sagradas as unidades bsicas do corpo de Cris-to. A imagem que a igreja de hoje passa que o tamanho da plateia

    13 Manfred Haller, The Mystery 01 God: Christ All and in All. (1he Rebuilders: http: 11therebuilders.org, 2004). Prefcio.

    14 Atos 2.17.

  • -..--------------Pensando como Deus pensa

    determina o seu sucesso._Encontros de massa so "bolhas de proto-plasma" que no tm partes do corpo evidentes. O verdadeiro corpode Cristo somente aparecer quando as clulas~u grupos pequenosrevelarem o poder do Reino, levando os observadores a se prostrar eexclamar: "Deus realmente est entre vocs!':15

    o significado de oikosA Bblia fala de "casa" com o termo grego oikos." Esse termo

    sempre descreve um grupo pequeno de pessoas intimamente relacio-nadas, pequeno o suficiente para permitir p.restao de contas mxi-ma entre elas 17 Esses grupos podem ser considerados as unidades b-sicas do corpo de Cristo, porque esse termo descreve o bloco bsicode construo da comunidade de Cristo na terra. Essas unidades b-sicas do corpo de Cristo no existem de maneira independente. Elasesto conectadas entre si para formar a assembleia maior da ekklesia.Assim como um indivduo sozinho no pode revelar a comunidade,tampouco pode uma unidade bsica do corpo se separar de outrasunidades bsicas do corpo e funcionar de forma independente.

    Paulo se refere a esse oikos sagrado como um grupo em que aprestao de contas e a responsabilidade funcionam. Cristo est pre-sente nele e controla a vida desse corpo, capacitando-o. Cada unida-de bsica do corpo pode penetrar um pequeno segmento da socieda-de, revelando a presena e o poder do Cristo que nela habita.

    o lugar de origem das unidades bsicas do corpo de Cristo: A cruzQuando nasceu a noiva de Cristo? Alguns mestres da Bblia

    dizem que isso aconteceu no Pentecoste. Essa uma conclusoinexata. A noiva nasceu do lado machucado e ferido de Cristo nomonted ssim' como Deus criou a noiva de Ado do_~ deste, assim o segundo Ado eu ongem a esse novo corp?,~do-o luz quando o seu lado foi furado e dele saram sangJe---.:~~ Foi na cruz, mesmo quando ele pagou o castigo por toda

    15 1 Corntios 14.24,25.16 Oikos: "os ocupantes de uma casa, todas as pessoas que formam uma famlia, uma casa"

    (extrado de 1hayer's Greek Lexicon, Electronic Database. Copyright 2000, Biblesoft).17 Filipenses 2.4.

  • Captulo 1

    a rejeio dos seres humanos pelo Reino de Deus, que ele deu luz esse novo corpo, a ekklesia.

    Foi no Pentecoste que o Esprito de Cristo entrou naqueles queconstituiriam o seu novo corpo. Antes de isso acontecer, o Esprito San-to teve de realizar uma obra. Antes que pudesse haver uma verdadeiraunidade dos novos membros do corpo, todos tinham de ter "uma smente". Isso levou dez dias de interao na sala do andar superior, nocenculo. No seria possvel formar um corpo de braos e pernas quediscutissem e discordassem acerca de serem ajuntados num corpo. Nestelado do cu, nunca saberemos tudo que aconteceu durante aqueles diasno cenculo. Mas sabemos que o que l aconteceu os levou unidade,

    Num evento extraordinrio, a glria do Deus trino entrou em120 pessoas reunidas em total acordo. 18 ~ "Lascas" de fogo que ca-. -::----.r.am sobre cada pessoa eram de fogo espiritual, no fsico. Foi o fogo .da shekinah,19 a...g!ria de Dem Foj a mesma bekiuah '}l.le ~observou na sara em chamas que no era consumida por e1a~ A glria divina caiu sobre cada pessoa presente. O que estava acon-

    tecendo? Cristo estava voltando para ocupar o seu novo corpo! Os 120haviam experimentado o Cristo encarnado no corpo de Jesus. Agora ex-perimentariam a presena de Cristo habitando os seus prprios corpos!O Esprito divino dele retornou para ocupar os espritos humanos deles.

    Eles perceberam imediatamente que a glria dele estava habi-tando neles. Com emoo profunda e transbordante, eles foram sruas exclamando: "Jesus voltou! Ele voltou! Ele veio para habitar emns!". Foram tomados de tal forma por essa experincia que nemperceberam que o Esprito Santo estava traduzindo instantaneamen-te o que falavam na sua lngua para as mltiplas lnguas faladas pelosque vinham de outras naes." Pelo poder do Esprito Santo, a pes-soa de Cristo viera para habitar esse novo corpo.

    Observe que a misso de Cristo foi imediatamente ativada pormeio do seu novo corpo. Jesus tinha instrudo o grupo, antes de

    18 Atos 1.8. Observe o propsiro: "Sero minhas testemunhas em Jerusalm, em toda aJudeia e Samaria, e at os confins da terra".

    19 Shekinah C'aquilo que habita", do verbo shaken ou shakan, "habitar", "residir"): Essapalavra no se encontra na Bblia, mas h aluses ao seu significado em Isaas 60.2;Mateus 17.5; Lucas 2.9, em que descreve a glria de Deus manifesta como brilho inten-so. (Extrado de International Standard Bible Encyclopaedia, Electronic Database,1996,Biblesoft).

    20 Atos 2.5-1 L

  • Pensando como Deus pensa

    subir ao cu, a proclamar as novas a todas as naes (etnos). Pou-cos minutos depois de ele ter entrado na vida deles, eles estavamfazendo exatamente isso. A primeira proclamao foi dirigida aos"partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotmia, Judeia e Ca-padcia, do Ponto e da provncia da sia, Frgia e Panfilia, Egito edas partes da Libia prximas a Cirene, visitantes vindos de Roma,tanto judeus como convertidos ao judasmo, cretenses e drabes." detodas as naes!

    Habitado por Cristo, esse novo corpo se multiplicou pela terra,penetrando todas as naes. Em sua nova forma corprea, ele revelaa sua presena por meio da capacitao da vida corporativa deles.2:~misso do novo corpo de Cristo a proclamao no de informao, #-_mas de revelao da sua encarnao.

    - Antes da fundao da terra, o Pai planejou a seleo dos quefariam parte da habitao de Cristo que seguiria sua encarnao nocorpo de Jesus. O seu plano eterno estava essencialmente ligado aoseu Filho.

    Deus no concebeu um plano que estivesse desassociado do seu Fi-lho. O plano do Pai sempre esteve somente em Cristo. O Pai nosescolheu em Cristo antes da criao do rnundo.f O prazer de Deus ter muitos filhos, predestinados a ser habitados pelo seu Filho uni-gnito. pelo seu Santo Esprito que os seus filhos so chamados'?e pelo Esprito Santo que somos guiados a toda a verdade." JesusCristo disse acerca do Esprito Santo: "Ele me glorificar, porque rece-ber do que meu e o tornar conhecido a vOCS".26

    A nossa identidade com Cristo e nele to ntima que o livrode Efsios, captulo a captulo, nos posiciona como sentados comele nas regies celestiais." e posiciona Cristo como encarnado emns na terra." Juntos com ele, guerreamos contra os principados epotestades nas regies celestiais."

    21 Atos 2.9-11.22 1 Corntios 14.24,25.23 Efsios 1.5.24 Joo 16.8.25 Joo 16.13.26 Joo 16.14,15.27 Efsios 1.20; 2.628 1 Corntios 12.27; Efsios 1.22,23; 2.22.29 Efsios 3.10.

  • Captulo 1

    COMO A COMUNIDADE DAPERSPECTIVA DE DEUS

    Vamos observar essa questo crucial do ponto de vista do Pai.Se simplesmente dissermos como Pedro: "Tu s o Cristo, o Filho doDeus vivo ':30 o Senhor responder: "Isto no lhefoi revelado por carneou sangue, mas por meu Pai que est nos cus ".3l

    Mas no paremos a! Do ponto de vista do Pai, Jesus foi adian-te e profetizou que ele seria a rocha sobre a qual a ekklesia seria edifi-cada." Ele estava se referindo sua nova encarnao e maneira emque iria, por meio do seu novo corpo, prover sua presena e poderpara ligar e desligar usando as chaves do Reino.

    Precisamos nos ocupar com os filtros que nos atrapalham e nosenganam acerca da verdadeira natureza da unidade bsica do corpode Cristo. A comunidade constituda exclusivamente pela ekklesia,"os chamados para fora", formada pela obra do Esprito Santo parareceber a presena de Cristo que nela habita. O que poderia ser maisclaro do que as palavras de Paulo em 1 Corntios 12.27: "Ora, vocsso o corpo de Cristo, e cada um de vocs, individualmente, membrodesse corpo"?

    "Por essa razo, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe onome toda a famlia nos cus e na terra. Oro para que, comas suasgloriosas riquezas, ele osfortalea no ntimo do seu sercom poder, por meio do seu Esprito, para que Cristo habiteno corao de vocs mediante a f; e oro para que, estandoarraigados e alicerados em amor, vocspossam, juntamentecom todos os santos, compreender a largura, o comprimento,a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo queexcede todo conhecimento, para que vocssejam cheios de todaa plenitude de Deus. "

    (Efsios 3.14-19)

    \() Mareus 16.16.\[ Mareus 16.17.\2 Mareus 16.18.

    32

  • ------ G'8"~ S ------

    Unidades bsicas do

    corpo de Cristo

    Uma comunidade formada e batizada peloEsprito Santo. Todos os membros so conduzidospelo Cristo que neles habita, e ele edifica e revelaa sua presena, poder e propsitos por meio deles.

    ------ G 'if~ S -----

  • Captulo 2

    ------ G~1i'" S ------

    Filtros

    '/lgora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espe-lho; mas, ento, veremosface aface. Agora conheo em parte;ento, conhecerei plenamente, da mesma forma como souplenamente conhecido. Assim, permanecem agora estestrs: af, a esperana e o amor. O maior deles, porm, o amor. "

    1 Corntios 13.12,13

    Conheo um homem em Cingapura que tem um comrciode filtros. Numa visita ao seu depsito, ele me mostrou filtros paramuitas aplicaes. Um filtro separava pedras grandes. Outro filtros deixava passar gros de areia. Sua empresa vendia at filtros decaf que permitem somente a passagem de gua aromatizada para agarrafa do caf coado.

    Ao ler o restante deste livro, voc talvez descubra que tem filtrospessoais que no deixam passar informaes novas que so estranhasao seu paradigma atual. Embora eu no me importe em voc fechareste livro com veemncia e "mastigar" o que acabou de ler num dadocaptulo, espero, sim, que voc volte a ele. Se voc puder fazer umdesvio para evitar o seu filtro ou paradigma atual, ns poderemoscontinuar a nossa jornada.

    Por outro lado, ao ler o captulo a seguir, voc talvez descubraque j passou ou est passando pelo processo de atravessar um dessesfiltros. Ento voc j andou boa parte do caminho. Ao dialogar comoutras pessoas e lev-las junto nessa jornada, elas tambm passaro

  • Captulo 2

    por alguns desses estgios. Talvez a informao a seguir ajude voc aconduzi-las nessa jornada conjunta.

    Para comear, vamos considerar estas observaes de um cole-ga respeitado, William A. Beckham: 1

    Durante a ltima dcada um novo conjunto de perguntastem sido feito. Essas perguntas no esto relacionadas validade do uso de grupos pequenos, mas natureza de taisigrejas: Com que elas se parecem e como elas operam? Omovimento da igreja nas casas reage contra os defeitos dogrupo grande e pergunta: "O grupo grande necessrio?".Outra pergunta surge porque os modelos mais visveisdo movimento at este momento tm sido igrejas muitograndes. ''A estratgia de grupo pequeno primariamenteum mtodo de igreja grande?". No entanto, uma grandeporcentagem das igrejas no mundo hoje tem menos de 100membros adultos ativos. Por isso, se o movimento quercontinuar no sculo XXI, essas igrejas pequenas precisamenergizar o movimento. E o que est acontecendo na Chinaprova que este no um fenmeno somente das igrejasgrandes. Em outras reas tambm surgem perguntas.Como a implantao de igrejas e os ministrios de apoiose encaixam no movimento?

    Um movimento precisa ser controlado?

    Essa uma pergunta que assumiu grande importncia duranteos ltimos anos. O fato que o movimento em clulas j dura cincodcadas com somente o Esprito Santo como o seu administradordivino. O movimento no sobreviver mais muitas dcadas se aps-tolos humanos o atrelarem a si mesmos, encaixotarem-no em algunsmodelos, codificarem a sua vida ou esquecerem de liderar como ser-vos. Os lderes podem ser classificados como lderes-substantivos oulderes-verbos. Lderes-substantivos precisam de ttulos e posies.Lderes-verbos lideram pelo exemplo. Lderes-substantivos dizem:

    1 Contato com W A. Beckham pode ser feito em [email protected]. Suas obras escritasesto disponveis em ingls em www.touchusa.org e em portugus em www.celulas.com.br.

    36

  • Filtros

    "Prestem ateno em mim" e "Obedeam-me". Lderes-verbos di-zem: "Sigam-me" e "Deixe-me servi-los". Um movimento no so-breviver sob lderes que exigem ttulos e posies.

    Estamos procura de grupos produzidos por homens ou unidadesdo corpo de Cristo produzidos por Deus?

    O futuro do corpo de Cristo s possvel como movimentoneotestamentrio quando os grupos so o corpo de Cristo e fun-cionam como um movimento cristo de base. A unidade bsica deimplantao desse movimento precisa ser um grupo produzido porDeus, habitado por Cristo e capacitado pelo Esprito. O elemen-to essencial Cristo. Cristo aparece nesses grupos como prometeu?Cristo est no centro de cada grupo com sua presena divina, seupoder da ressurreio e seu propsito eterno?

    A mudana continuar no sculo XXI?

    Quo bem-sucedida ser a transformao do corpo de Cristoa partir deste momento na histria? A continuao e eficincia dessemovimento sero diretamente proporcionais resposta s seguintesquatro perguntas:

    O movimento se origina na natureza e no corao de Deus? O Esprito Santo est no controle do movimento? Os cristos esto dispostos a morrer para viver em comunidadecom Cristo e uns com os outros?

    A unidade bsica desse movimento um grupo conduzido porDeus, habitado por Cristo e capacitado pelo Esprito?

    No fim das contas, esse movimento est relacionado a Deus ea como ele se expressa como o corpo de Cristo na terra e como elecapacita esse corpo por meio do Esprito Santo. Enquanto o movi-mento estiver associado a ele, continuar sendo capacitado:

    Que Cristo me proteja hoje contra veneno e fogo,Contra afogamento e ferimento,Para que eu possa cumprir a minha misso

    37

  • Captulo 2

    E dar frutos em abundncia.Cristo adiante de mim e atrs de mim,Cristo abaixo de mim e acima de mim,Cristo comigo e em mim,Cristo em volta de mim e perto de mim.Cristo minha direita e minha esquerda,Cristo quando me deito noite,Cristo quando levanto de manh,Cristo no corao de todo aquele que pensar em mim,Cristo na boca de todo aquele que falar de mim,Cristo em todo olho que me vir,Cristo em todo ouvido que me ouvir.

    Aqueles entre ns que so mordomos do Reino de Deus paraesta gerao so os que moldaro as mudanas - mas somente na

    medida em que dermos ouvidos ao Rei! penoso pensar fora das categorias dosnossos hbitos e tradies. mais preju-dicial, no entanto, permanecer naquiloque conhecido e confortvel e no par-ticipar na obra contnua de Cristo. OL.jiltros pessoais so os maiores inimigos.............da mudana.

    -- Ao ler a seo seguinte que descrevecinco filtros que impedem a adoo demudana, considere qual melhor reflete oseu atual paradigma das comunidades b-sicas de Cristo. Quando voc determinarqual filtro voc usa, ter uma escolha pelafrente. Permita que Deus trate da questo

    subjacente que colocou aquele filtro no lugar para experimentar a ca-racterizao, ou mant-lo como um lugar seguro.

    Mais tarde, voc deve voltar a esta seo para entender melhor osfiltros usados por outros. Cada estgio revela um nvel de compromissoque uma pessoa far com um novo estilo de vida que requer mudanaradical. Observe cuidadosamente que resposta pode ser esperada em

    FILTROS QUE CONDUZEM CARACTERIZAO

    . .:::. '.:,c~',J

    ~_ilJ_I '

    ".i:~',~rA~

    38

    So Patrcio

  • Filtros

    cada nvel e aproxime-se de outras pessoas tendo em mente os seusfiltros para poder introduzir mudanas de forma mais eficiente.

    INCONSCINCIA

    Esse filtro contm uma tela de malha to fina que no pe~ite)a passa&em de conceitos novos. Imagine um pedao grosso de pls-tico preto afixado sobre uma j;nela. Toda a luz solar bem como o aresto bloqueados de entrar no quarto. Com esse filtro, a pessoa quemora no quarto no tem ideia de que existe ali uma janela porqueela est to bem escondida.

    O filtro da inconscincia mantido por medo. Por exemplo, l-deres de programas de igrejas tradicionais que trabalharam duro paraatingir a sua posio podem se sentir to ameaados que se negam areconhecer a existncia do filtro.

    As pessoas que tm o filtro da inconscincia no conseguem fa-zer o compromisso da mudana, nem mesmo conseguem considerara possibilidade de mudana. Seu ponto de vista para a mudana dequalquer tipo est completamente auto-obstrudo.

    CONSCINCIA(NO SENTIDO DE ESTARCONSCIENTE)

    Quando algu,m tem esse filtro, um novo conceito ~mas no recebido. E semelhante a uma tela contra mosquitos afixadaa uma janela quepermite a passagem de ar e luz solar. Com essefiltro, a pessoa que mora no quarto olha atravs da janela com a tela,mas a tela continua sendo uma barreira.

    O filtro da conscincia mantido por preocupao. Se uma pes-soa olha para trs sobre o ombro e percebe desaprovao dos seuscolegas, o preo da mudana ser grande demais. A pessoa no mudaQuando a bno de homens mais importante que o destino de

    -- Deus. O jovem ric02 estava bloqueado por esse filtro. Ele no estava-disposto a vender tudo que tinha! Mas isso que devemos fazer sequeremos nos tornar a noiva autntica de Cristo.

    2 Lucas 18.18-30.

    39

  • Captulo 2

    Conhecer uma verdade importante no quer dizer que seja ne-cessrio adot-la. Os que tm o filtro da conscincia at poderiamfazer um compromisso para mudar, mas no o fazem.

    ATENO CONTROLADA

    DISPOSIO PARARECEBER

    Quando algum tem esse filtro, um novo conceito considera-( do, mas raramente adotada.. A melhor forma de ilustrar esse filtrohdescrio de um quarto com tela de galinheiro afixada sobre a janela.Uma pessoa que mora no quarto pode at estender o brao para forada janela e tocar o elemento que est alm para test-lo e ver se valea pena trocar o conforto do quarto por ele.

    Esse filtro mantido pela falta de autoconfiana. A pessoa no estdisposta a pr em risco o que tem, mesmo que seja abaixo do padro.Por exemplo, alguns pastores veem a podrido do igrejismo na sua igre-ja, mas esto mais preocupados com as prestaes de financiamentos daexpanso e reforma dos prdios. Assim, eles se negam a implementarmudanas necessrias a no ser que elas resultem no aumento das ofer-tas. Ou um lder de grupo pequeno resiste a entregar o controle perma-nente do seu grupo a Cristo porque tem medo de que um dia "Deusno aparea no encontro" e ele vai se sentir tolo ou despreparado.

    Nesse nvel, o indivduo pode se tornar interiormente agitado eimpaciente, mas a atrao magntica da segurana e proteo limitaa sua reao. Contudo, a mudana ser considerada. Os que tm ofiltro da disposio para receber consideraro a mudana, mas so-mente um em dez, de fato, a adotar.

    Este um filtro enganoso no autodiagnstico porque est re-pleto de armadilhas. Adotam-se conceitos, mas no ocorreu a mu-dana permanente rioestilo de vida. Co;icere um quarto comjanelas abertas e desobstrudas. Uma pessoa que vive nesse quartoenxerga as grandes oportunidades de mudana e estende a mo pelajanela para mant-las distncia. Ela gosta do que pegou na mo,mas o considera mais valioso s na sua mente como um lugar predi-

    40

  • Filtros

    leto para morar. Ela no valoriza a mudana a ponto de passar pelajanela e deixar o quarto definitivamente. Ela trabalha fora da janelaregularmente, mas volta ao seu quarto onde se sente confortvel.

    O filtro mantido por reticncia em se apossar da mudana. Porexemplo, um pastor pode ler dezenas de livros sobre renovao deigreja e defender o ideal do "sacerdcio de todos os crentes". Mas elel faz experimentos com os grupos pequenos ou os recomenda como

    _'* uma opo entre militas para que a igreja se envolva."r H alguns anos fui enganado a pensar que ~do conduzia os

    membros da igreja a esse nvel eu tinha sido bem-sucedido . .b:> pes-_soasme seguiam fielmente a um novo estilo de vida...J.e.ministrio aoutros porque elas respeitavam a minha liderana. Contudo, os seus

    ~v~Ff's tradicionais nfto haviam mudado, Quando eu deixava a igreja _e outro pastor me substitua, tudo ue lhes havia ensinado e treinadoa pr em prtica desmoronava como um caste o de cartas. A atitu edeles era: "O rei est morto; vida longa ao novo rei['.

    Nesse nvel de compromisso, somente dois em dez mantm~uma inteno de se envolver emocional ou espiritualmente em

    r mudanas radicais no ministrio. _

    COMPROMISSO

    O filtro do compromisso com frequncia superado por no-vas obrigaes, tarefas ou oportunidades. Considere uma pessoa quedeixou a segurana do seu quarto com janelas para estudar na uni-versidade. Enquanto est l, ela est completamente comprometidaem aprender tudo que pode. Contudo, no.fundo da sua mente, elasabe que vai se formar e avanar para o estgio seguinte na vida. Porsaber tanto mais sobre quartos e espaos vitais, ela no voltar ao seuprimeiro quarto. Ela encontrar um quarto diferente para morar,com janelas maiores, tetos arqueados e armrios embutidos.

    Esse filtro mantido 12elodesencorajamento em potenciaL in-teiramente possvel para alguns se comprometerem com uma novaestrutl! ra....colocarem tudo em ordem, sangrarem um pouco por darde cara com questes espinhosas e decidirem que no vale a pena.Saltaro, ento, para outra inovao.

    41

  • Captulo 2

    Uma querida irm que me conhece bem mandou fazer uma pe-quena placa de vidro colorido que agora est no parapeito da janela domeu escritrio. Ela tem duas letras: "O" e "Q". Quando lhe pergunteio que queriam dizer as letras, ela disse: "Ralph, tem a ver com seumaior ponto fraco: 'No Desista!' " (Em ingls: "Don't Quit").

    Nesse nvel, oito de dez pessoas que so ativas na vida de igrejaparticipam conforme permitem as condies. Quando as condiesmudam, o seu compromisso interrompido.

    CARACTERIZAO

    aracterizaco a condio de viver sem filtro algum. Na ver-dade, um filtro ao contrrio. Tudo que uma pessoa de caracteriza-o enxerga filtrado pela sua viso.

    J no uma atividade exterior e no h quarto para o qualretornar. A viso est dentro da pessoa e a impele ao.

    Com a caracterizao, a mudana de paradigma e estilo de vidafiltra e elimina toda e qualquer coisa que poderia impedir voc decumprir o chamado de Deus na sua vida. J no voc que tem umaviso; a viso que tem e domina voc! Voc nem mesmo pensa nasconsequncias daquilo com que se comprometeu a fazer ou a se tor-nar. Paulo mostrou que no tinha filtros e estava caracterizado porseu ministrio quando foi advertido de consequncias terrveis. Elerespondeu:

    'Todavia. n4!!....me importo, nem considero a minha vida devalor algum para mim mesmo, se to-somente puder termi-

    -nr a corrida e completar o ministrio que o Senhor {esusm~c2!!fiou, de testemunhar do evangelho da graa de Deus. "3

    O que voc aprender nos prximos captulos vai tir-lo de umambiente que at aqui considerou "normal" para a vida de igreja. Estna hora de olhar para a pura e fecunda noiva de Cristo e descobrir porque no podemos permanecer na igreja organizada como ela existehoje. Embora eu admita que possvel fazer a transio a partir dela,no tenho a esperana de preserv-la ou remend-la.

    \ Atos 20.24.

    42

  • Filtros

    Um pensamento srio para ministros cristos

    No seu livro brilhante, lhe Structure of Scientific Revolutions,Thomas Kuhn escreve:

    Quase sempre os homens que realizaram essas invenesfundamentais de um novo paradigma foram ou muitojovens ou muito recentes no campo cujo paradigmamudaram [... ] esses so os homens que, tendo poucocomprometimento com a prtica anterior das regras tra-

    3icionais [... ] so particularmente propensos a enxergar -4f'que essas regras j no definem um jogo que pode ser_~do e a conceber um novo conjunto de regras quepossa substitu-las."

    A mudana e os novos paradigmas s ameaam aqueles cujasposies confortveis esto em risco de ser eliminadas. Em 1937,Chester Carlson era um estudante de direito frustrado com o tdiode fazer cpias de documentos com uma mquina de escrever. Eleimaginou uma maneira de faz-lo usando energia eletrosttica, e le-vou a ideia IBM, Marinha dos Estados Unidos e Kodak. Todosos especialistas dessas empresas filtraram a proposta dele e pronta-mente a rejeitaram. Afinal, o que um p escuro, uma lmina de me-tal e uma luz poderiam produzir que pudesse substituir a fotografia?Em 1950, Carlson finalmente encontrou apoio suficiente para criaro que mais tarde se tornaria a Xerox Corporation. Consigo imaginaros executivos to experientes e estabelecidos no mercado da IBM eKodak balanando a cabea em desgosto quando a Xerox mudou ocenrio do mundo corporativo.

    Quando eu tinha pouco mais de 30 anos, Deus me conduziua fazer uma enorme mudana de paradigmas. Voc est disposto alargar os seus filtros e tambm fazer essa mudana?

    Os filtros so parecidos catapora. Quando criana, voc sabequando pegou a doena, mas talvez no saiba de quem a pegou. Exa-minei os meus prprios filtros para descobrir a sua origem, processeio pensamento por trs deles e avancei. Enquanto voc estiver lendo a

    Thornas Kuhn, The Struaure ofScientific Rcualutian, (Chicago: Thc Universiry ofChica-go Press, 1966), p. 90.

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  • Captulo 2

    minha histria, considere os seus prprios filtros: quando foi e ondevoc estava quando formou os seus pontos de vista atuais sobre ocorpo de Cristo?

    A minha peregrinao at a caracterizao

    Crescer em casa e famlia de pastor me deu uma perspectivade "igreja" que focalizava em sermes, escola dominical, construescom piano e bancos, e em ser um bom menino para no desgraar omeu pai ou prejudicar a reputao dele. Eu estava totalmente incons-ciente da verdadeira natureza do corpo de Cristo. Eu nadava comoum peixe naquele aqurio chamado santurio, indo de uma reunio outra, sentando no primeiro banco ao lado da minha me.

    A conscincia irrompeu quando percebi que Deus era mais doque uma palavra. As Histrias Bblicas de Hurlburt me expuseramaos muitos eventos em que Deus tratou com Ado, Abrao, Davi,Golias e dezenas de outros. A "igreja" se tornou um lugar a que eu iapara ouvir histrias acerca de Deus e das pessoas.

    A disposio para receber a vida de igreja veio quando percebique se eu fosse batizado poderia participar da comunho e ceia comos adultos. A minha "profisso de f" foi to sincera quanto o podeser a profisso de uma criana, cuja mente no pensava em termosabstratos.

    A ateno controlada desenvolveu ainda outros conceitos emmim acerca da "igreja" como um estilo de vida. Eu observava o meupai lidando com poltica de igreja numa organizao religiosa con-trolada por homens de negcio abastados. Esse filtro, junto com ou-tros que adotei, eliminaram qualquer compreenso de comunidadeou de vida dirigida por Cristo. Como jovem, eu me preparei paraocupar o meu lugar como pregador e professor das Escrituras, em-polgado com a oportunidade de proclamar a mensagem do evange-lho. A minha conscincia das dimenses da salvao estava bem es-tabelecida nessa poca, mas me faltava completamente a conscinciade um corpo de pessoas habitadas pelo Filho de Deus.

    Ao crescer em formao e experincia, fui exposto a toda a me-cnica e s estruturas do cristianismo organizado. O meu paradigmaquase podia ser comparado a uma gaiola que limitava o meu estilo

    44

  • Filtros

    de vida. Usando todos os meus talentos e habilidades, com nfaseem retrica e teatro, dediquei toda a minha ateno a ser um "suces-so" como obreiro cristo.

    O estgio do compromisso me arremessou semana de 75 horasde um dedicado "homem de Deus" que tinha de ganhar o mundo atodo o custo. Em poucos anos, muitas igrejas tinham sido implan-tadas em vastas regies da Pensilvnia, Nova Jersey e Nova York. Eudormia no carro porque no tinha dinheiro para pagar o hotel. AAssociao Batista Keystone foi formada como resultado do meucompromISSO.

    Foi nesse ponto que o meu paradigma se tornou meu inimigo.Comecei a olhar para fora dos parmetros da igreja como organiza-o e no como organismo. A leitura do livro de Atos e os comen-trios de Paulo acerca da ekklesia como o corpo literal de Cristo naterra finalmente destruram os ltimos resqucios da gaiola em queeu vivia.

    A caracterizao significou a ruptura com todo o trabalho deorganizao de igreja. Ela gerou a conscincia libertadora de queCristo habitava em mim e nos membros do seu corpo autntico.Essa conscincia crescente levou disposio para receber, atenocontrolada a um novo compromisso com um estilo de vida radical eagradvel vivido em comunidade. Finalmente, descobri que no ha-via nada melhor ou mais poderoso a sobrepujar o meu compromissocom a vida nas unidades bsicas do corpo de Cristo.

    A minha orao sincera que este livro liberte voc dos seusantigos paradigmas para tomar posse da igreja autntica, os eventosdos ltimos dias que o Esprito Santo est agora moldando ao colo-car Cristo no centro vivo do seu novo corpo.

    "Aquele que tem ouvidos oua o que o Esprito diz s igrejas"(Apocalipse 2.7).

    45

  • ----- G~ S ----- __

    Unidades bsicas do

    corpo de Cristo

    Uma comunidade formada e batizada peloEsprito Santo. Todos os membros so conduzidospelo Cristo que neles habita, e ele edifica e revelaa sua presena, poder e propsitos por meio deles.

    ------ G 'if~ S ----- __

  • Captulo 3

    ---~- G ~ S ------

    Libertando-nosdo sculo passado

    "No que eu j tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfti-oado, mas prossigopara alcan-lo, pois para isso tambm fuialcanado por Cristo Jesus. Irmos, no penso que eu mesmoj o tenha alcanado, mas uma coisa foo: esquecendo-medas coisas que ficaram para trs e avanando para as queesto adiante, prossigo para o alvo, afim de ganhar oprmiodo chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. Todos ns quealcanamos a maturidade devemos ver as coisas dessaforma,e, se em algum aspecto vocspensam de modo difirente, issotambm Deus lhes esclarecer. Mo-somente vivamos de acordocom o que j alcanamos. "

    Filipenses 3.12-16

    Muitas mudanas ocorreram na vida de igreja no sculopassado. Os evanglicos foram impactados durante muitos anospela vida de Owight L Moody (1837-1899). As suas cruzadasevangelsticas colocaram uma mo sobre a Inglaterra e a outrasobre a Amrica e atraram ambas para debaixo da sombra dacruz. As cruzadas evangelsticas, tanto grandes quanto pequenas,colocando em evidncia homens como Sam Jones, R. A. Torrey,Billy Sunday, Billy Graham e Bill Bright, deram continuidade aisso. Encontrei dezenas de convertidos em cruzadas organizadas

  • Captulo 3

    pelo meu av, R. E. Neighbour, que conduziu campanhas queduravam meses em cidades por todo o pas.

    Era bvio que o sculo produziria uma exploso de novos con-vertidos por toda a terra. Missionrios foram despachados em nme-ros cada vez maiores para terras distantes, penetrando novos grupose populaes com grande paixo. Novos mrtires foram acrescenta-dos aos de sculos anteriores, incluindo meus colegas de classe: JimElliott, Nate Saint, Roger Youderian, Pete Fleming e Ed McCulley.

    Mesmo crentes no carismticos precisam respeitar as mudan-as na vida de igreja causadas pelo avivamento na rua Azusa entre1906 e 1915.10 que comeou como um movimento singelo em LosAngeles, Califrnia, gerou uma onda gigante de mudanas no cris-tianismo durante um sculo. Alguns creem que o impacto est entreos eventos mais significativos desde o tempo dos reformadores.

    Esse evento tratado como a "primeira onda". Passou sobreo cristianismo como um tsunami. Uma teologia em particular foiirnpactada para sempre: o lugar do Esprito Santo na experinciapessoal dos crentes.,

    Novas denominaes surgiram com o uso do novo termo "pen-tecostal". A frica do Sul foi to fortemente impactada pelo minis-trio de John G. Lake2 logo depois da experincia da rua Azusa quea Misso de F Apostlica (Apostolic Faith Mission - AFM), hojecom dois milhes de membros, se tornou a rival da fortemente en-trincheirada Igreja Reformada Holandesa (Dutch Reformed Church).Os membros da Misso de F Apostlica foram to zelosos que a redeferroviria nacional (controlada por dignitrios da Igreja Reforma-da Holandesa) intencionalmente transferiu funcionrios que erammembros da Misso de F Apostlica para vilas distantes no "fim daslinhas" para restringir a influncia deles nas cidades.' Evidentemen-te, nessa jogada o tiro saiu pela culatra e resultou na implantao decentenas de novas igrejas da Misso de F Apostlica!

    Em todo o mundo, a nova teologia formou novos seminriospentecostais. Essas instituies treinaram pastores para derramar

    I http://www.ag.org/ enrichmentjournal! 199904/026_azusa.cfm.http://www.chrisrianneLco.za/revival! jglake.hrm

    ; Relaro oral de muiros pasrores da Misso de FAposrlica quando circulei entre eles em1996.

    48

  • Libertando-nos do sculo passado

    vinho novo nos odres velhos organizados segundo os padres dasestruturas eclesisticas que resultaram do perodo da Reforma. Ofenmeno fragmentou a maioria das igrejas protestantes e muitosgrupos catlicos de formas inditas.

    Novos conflitos surgiram medida que a onda carismticacresceu. Essa "segunda onda" atingiu a margem da vida tradicionalde igreja e formou um novo grupo de estruturas paraeclesisticas queatendia queles que no conseguiam achar o vinho novo na sua igre-ja. As mulheres se empolgaram, e os homens de negcio comearama se encontrar para almoos, separados da vida de igreja.

    A veio a "terceira onda". 4 Classes de sinais e maravilhas noSeminrio Teolgico Fuller geraram mais uma onda alta sobre aspraias. Surgiu mais um grupo de denominaes que focalizavam emcura e dons espirituais. John Wimber se tornou um dos apstolosdo movimento. Suas igrejas da Vinha formaram "grupos de interessecomum" que se encontravam basicamente para comunho, compro-metidos em seguir a capacitao e direo do Esprito Santo.

    Nessa mesma poca, alguns evanglicos se reuniram em tornodo "Movimento da Plenitude", no querendo ser rotulados de pente-costais nem carismticos, mas proclamando o poder do Esprito Santodentro da pessoa. Na realidade, no chegou a ser uma "quarta onda", eem grande parte perdeu fora medida que a mar baixou.

    Paralelamente a isso, surgiram dezenas de estruturas paraecle-sisticas. Diferenas teolgicas criaram movimentos evangelsticoscomo Youth for Christ (Mocidade para Cristo), Jovens com umaMisso (JOCUM), Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo eYoung Life (Vida Jovem). Outros, como os Navegadorewornaram-se fortes no foco do discipulado. Bible Study Fellowship (Comu-nho de Estudo Bblico), Focus on the Family (Foco na Famlia) eorganizaes semelhantes nasceram para apoiar as igrejas locais, masmuitas passaram a competir com elas. Cada uma oferecia espaodistinto para a expresso da vida crist e focalizava em uma espe-cialidade particular. Algumas tentaram influenciar as congregaes.Outras concluram que as igrejas locais eram estruturas infrutferas eas garimparam na busca de obreiros e fundos.

    4 http://www.leaderu.com/isot/docs/3wave.html

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  • Captulo 3

    Outra "estrutura paralela" foi Promise Keepers (Cumpridoresde Promessa), que reuniu homens de igrejas locais, com seus pasto-res, em enormes estdios. O trabalho de atingir pessoas dentro dosistema penal assumiu um novo foco por meio de Chuck Colson;seguiram-se mais de vinte e nove novos ministrios em prises, aindaativos nos Estados Unidos hoje.

    Infelizmente a necessidade de um odre novo ficou desperce-bida. Poucos perceberam que o verdadeiro corpo de Cristo exigiriaque o Esprito Santo formasse unidades bsicas do corpo de Cristo.Assim, a mar da atividade do Esprito Santo atingiu as praias, masnunca transformou as formas centralizadas em prdios, focalizadasem programas e conduzidas pelo clero.

    Uma nova teologia do Esprito Santo

    Como afirmei anteriormente, o batismo pessoal com o EspritoSanto se tornou o foco principal. O batismo de grupos pelo EspritoSanto - crentes unidos como unidades bsicas do corpo de Cristo - ain-da era um amplo ponto cego. Nunca se fez a conexo plena para unir indi-vduos que fossem enviados como sua comunidade para fazer a sua obra.

    Essa paixo do movimento de Azusa no compreendeu a impor-tncia da posio de Cristo como o cabea da comunidade (ekklesia)5.Considere as palavras de Frank Bartleman, um dos personagens prin-cipais do movimento da rua Azusa em 1906. (Alguns o chamam de"pai do movimento pentecostal"). Acerca dessa questo, ele escreveu:

    No comeo da obra pentecostal, tornei-me bem exercitadono Esprito acerca do fato de que Jesus no deveria serdesprezado, "perdido no templo", pela exaltao do Esp-rito Santo e os dons do Esprito. Parecia haver um grande

    , Em rodo este livro, trataremos a palavra grega ekklesia usando o termo comunidade emvez de "igreja", uma palavra que na mente moderna est associada a uma estrutura fsica,e no ao significado literal "os chamados para fora". Quando a palavra "igreja" usadaneste livro, serve propositadamente para definir um prdio religioso em que os cristosse renem para encontros formais. interessante que esse termo foi escolhido parasubstituir "igreja" por Adolf Schlatter, telogo da Faculdade Protestante de Teologia deTbingen, Alemanha (1852-1938). O dr. Andreas Ksrenbergcr, tradutor dos livrosde Schlatter, explica: "Schlatter definiu ekklesia como comunidade e por isso evitou ouso do termo 'igreja' (no original alemo, a distino entre Kirche [igreja] e Gemeinde[comunidade], e Schlatter usa consistentemente este termo e no aquele").

    50

  • Libertando-nos do sculo passado

    perigo de perder de vista o fato de que Jesus era "tudo, e emtodos". Eu me esforava em mant-lo como tema e figuracentrais diante das pessoas. Jesus ser sempre o centro danossa pregao. Tudo vem por meio dele e nele. O EspritoSanto nos foi dado para "revelar as coisas de Cristo".

    A obra do Calvrio, a expiao, precisa se tornar o centroda nossa considerao. O Esprito Santo nunca tira a nossaateno de Cristo para atra-la a si mesmo, mas antes revelaCristo de forma mais ampla. Estamos diante do mesmoperigo hoje.

    No h nada mais profundo nem mais elevado do queconhecer a Cristo. Tudo dado por Deus para esse fim.O "nico Esprito" dado para esse fim. Cristo a nossasalvao e o nosso tudo. Para que conheamos "a largura,o comprimento, a altura e a profundidade [do] amor deCristo" (Efsios 3.18,19), tendo um "esprito de sabedo-ria e de revelao, no pleno conhecimento dele" (Efsios1.17). Isso foi para que conhecssemos a Cristo; e era porisso que Paulo se empenhava.

    Certa vez fui conduzido repentinamente a apresentar Jesusnuma noite congregao na esquina das ruas Oitava eMaple. Eles o tinham negligenciado na sua exaltao doEsprito Santo e dos dons. Agora eu estava introduzindoCristo para a considerao deles. Eles foram tomados total-mente de surpresa, e em pouco tempo estavam convictos.Deus me usou para faz-lo. Ento eles perceberam o seuerro e perigo. Certa noite eu estava pregando a Cristo,colocando-o no seu devido lugar diante deles, quando oEsprito testemunhou de tal maneira do seu prazer que eufoi tomado de suapresena, caindo impotente no cho debaixode uma revelao poderosa de Jesus minha alma. Eu cacomo Joo na ilha de Patmos, aos ps dele.

    Escrevi um folheto nessa poca, e a seguir esto algunstrechos dele: "No podemos nem mesmo defender uma

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  • Captulo 3

    doutrina, nem buscar uma experincia, exceto em Cris-to. Muitos esto dispostos a buscar energia de qualquerbateria que conseguem achar a fim de realizar milagres,atrair a ateno e adorao das pessoas a si mesmos, assimroubando a glria de Cristo e fazendo um show na carne.A maior necessidade religiosa dos nossos dias parece ser ade verdadeiros seguidores do manso e humilde Jesus. Oentusiasmo religioso facilmente passa do ponto. O espritohumano domina de tal forma o esprito religioso que querse vangloriar. Mas ns precisamos nos apegar ao nossotexto - Cristo. S ele pode salvar.

    A ateno das pessoas precisa ser dirigida em primeirolugar, e sempre, a ele. O verdadeiro 'Pentecoste' produzirconvico profunda de pecado, uma volta a Deus. Manifes-taes falsas produzem somente entusiasmo e admirao,que no afetaro seriamente o pecado e a vida egosta.Precisamos obter o que nossas convices exigem. Creiana fome do seu prprio corao e v adiante com Deus.No permita que o diabo lhe roube o real 'Pentecoste'.Qualquer obra que exalta o Esprito Santo e os dons maisdo que a Jesus resultar em fanatismo. Tudo que nos leva aexaltar e amar a Jesus seguro. O contrrio arruinar tudo.O Esprito Santo uma grande luz, mas estar semprefocalizado em Jesus para a sua revelao."

    Quando o movimento pentecostal no experimentou a vidavivida em comunho com o Cristo que habita no crente, o riode gua artesiana que flui dele como a fonte de vida se perdeu.Cristo afirmou: "Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seuinterior fluiro rios de gua uiua",! O manancial dos rios o Cris-to que habita no crente. As correntes desses rios so o ministriodo Esprito."

    (, Frank Bartlernan. Another WtlVe 01 Reuioa! (Springdale, PA: Whitaker House, 1962),p.95-6.Joo 7.38.

    , Sempre precisamos enquadrar essas afirmaes na compreenso de que no podemosseparar a trindade em "compartimentos". O Esprito Santo, o Esprito de Cristo e etc.so sinnimos. O erro surge quando se faz a compartimentalizao.

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  • Libertando-nos do sculo passado

    Infelizmente o que Bartleman tentou corrigir no mudou oque aconteceu na evoluo da primeira onda. Apesar desse descuido,Deus permitiu essa onda, usando a paixo dos seus defensores paraabalar os fundamentos do foco intelectual do sculo XIX. A ondaapontou para o lugar da experincia como algo crtico na vida doReino. Ainda assim, mesmo hoje, alguns insistem com veemncia:"Jesus est no cu, assentado direita do Pai. o Esprito Santo queopera na nossa gerao".

    Na metade do sculo, a nova teologia do Esprito Santo tinhase tornado to popular que novos ministrios surgiram em torno depersonalidades. Homens como Oral Roberts atraram as massas paraver milagres demonstrados "no palco". As manifestaes na plata-forma ficavam bem nas redes crists de televiso, ento em francocrescimento. Como resultado, muitos cristos agora operam indi-vidualmente e "adoram a Deus" em casa quando assistem aos seuspregadores prediletos na TV

    Um relato de George Barna reflete os resultados disso. Os lti-mos estudos da sua organizao identificam uma tendncia crescentepara os americanos religiosos expressarem sua f em lugares fora dosprdios de igreja. Alm disso, Barna comentou que no se surpreen-der se uma parcela maior da populao de "nascidos de novo" pas-sar "do grupo dos que esto 'na igreja' para a coluna dos 'sem igreja'nos prximos dez anos".

    Barna descobriu que uma de cada cinco pessoas sem igrejal a Bblia numa semana tpica, seis de dez oram a Deus todas assemanas, e uma de vinte compartilharam a sua f em Jesus Cris-to com pessoas que no so crists professas durante o ltimoano. Tambm, perto de um milho de adultos d o dzimo dosseus rendimentos, embora o dinheiro seja destinado tipicamentea uma diversidade de ministrios paraeclesisticos e no a umaigreja local.

    Durante um ms tpico, seis de dez adultos sem igreja adorama Deus num lugar que no um culto de igreja, diz Barna. Trs dedez pessoas estudam a Bblia e uma de sete participa de perodos deorao e leitura da Bblia com membros da famlia. Quatro de dezbuscam edificao na f por meio da televiso, rdio, revistas ou sites

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  • Captulo 3

    cristos na internet, e um quarto dos adultos sem igreja afirmam terconversas com um ou mais amigos a quem prestam contas sobre aprtica dos seus princpios de f.

    Em geral, Barna concluiu que um em trs adultos norte-ameri-canos est sem igreja. "Achar que o fato de o nvel da populao semigreja ter estacionado uma indicao de estagnao do comporta-mento religioso ingenuidade", disse Barna. "H, de fato, milhesde pessoas sem igreja que no querem ter nada que ver com a religioou o desenvolvimento espiritual organizado. A tendncia mais im-portante, no entanto, que um nmero grande e crescente de norte-americanos que evita o contato congregacional no est rejeitando ocristianismo na mesma proporo em que est mudando a forma deinteragir com Deus e as pessoas num esforo estratgico de ter umavida espiritual mais realizadora"."

    Est na hora de avanar para o nvel seguinte. Precisamos orartodos os dias para que Deus aumente a nossa uno e faa melhoruso de ns. Charles Carrin disse: "O pice da nossa vida de igre-ja no se encontra onde j estivemos. Est no futuro. Precisamosavanar para o ponto em que o poder do Esprito Santo se tornar omais intenso. Se no avanarmos para Deus, nunca atingiremos essedestino final".

    No momento em que pensarmos que j "chegamos", perdere-mos o "algo mais". R. T. Kendall disse:

    Em 1992, o primeiro Congresso Palavra/Esprito naInglaterra de que tenho conhecimento foi realizado noCentro de Convenes de Wembley em Londres, e eudei uma palavra que me meteu em mais confuso do quequalquer outra mensagem que jamais preguei em toda aminha vida, na qual fiz esta afirmao: Abrao pensousinceramente que Ismael era o filho da promessa - vocconhece a histria. Como ele recebeu a promessa de umfilho, mas, enquanto foi ficando mais velho, no vinhafilho algum, Sara disse a Abrao: "Deite-se com a minhaserva Agar", e ele o fez e nasceu Ismael. Durante 13 anosAbrao ficou feliz achando que essa era a maneira em

    " Para obter mais informaes do estudo, visite www.barna.org.

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  • Libertando-nos do sculo passado

    que Deus estava fazendo as coisas. Certo dia, Deus dissea Abrao: "Errado! Ismael no a resposta. Est vindoo Isaque!". Exatamente a coisa que Abrao antes queria,que lhe viesse um filho por meio de Sara, ele estava agoradesdenhando: "Ah, no!".

    H muitas pessoas que, porque seus apetites mudam, e assituaes mudam, exatamente a coisa que uma vez queriam,agora que lhes oferecida, elas dizem: "Ah, no!". Lembroter dado uma palavra a um lder carismtico na Gr-Breta-nha em 1992. Eu disse: "Voc acredita que o movimentocarismtico a soluo definitiva, que o cumprimentode tudo que espervamos?". "E como voc se sentiria se omovimento carismtico fosse Ismael, e que Isaque est porvir?". Ele ficou perturbado com essa pergunta.

    Naquela noite, no Centro de Convenes de Wembley,eu preguei uma mensagem que afirmava que tudo quevimos at agora Ismael. Ofendi mais os carismticose pentecostais e tambm evangelicais, porque eu disse:"Qualquer igreja digna de respeiro na Gr-Bretanha , emgeral, carismtica, porque as igrejas esto morrendo di-reita, esquerda e no centro na Gr-Bretanha. Assim, vimpara anunciar que Isaque est vindo! Como a promessa deIsaque tanto maior do que aconteceu com Ismael, assim oque est vindo proporcionalmente maior do que qualquercoisa que temos visto, e da minha parte creio que estamos'perto assim' de isso acontecer. H algo mais!". 10

    Esse "algo mais" futuro est associado restaurao e retornodo poder e propsito de Cristo ao lugar central no plano eterno deDeus. Desde 1905, tem havido uma nfase exagerada no EspritoSanto e uma reduo do papel de Cristo na estratgia de Deus paraestabelecer o seu Reino na terra. O lugar crucial do novo corpo deCristo composto de comunidades crists de base tem sido invisvel aquase todos. Essa centralidade precisa ser restaurada!

    1 Mensagem pregada em 2 de maio de 2005, na Carhedral of rhe Pines, Beaumonr, Te-xas.

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  • Captulo 3

    Em resumo, o movimento da rua Azusa errou ao no enxergara ekklesia como o corpo de Cristo, a comunidade crist de base. En-volta em roupagem tumular das tradies eclesisticas da Reforma,essa nova teologia do Esprito Santo foi derramada em odres velhos.As novas denominaes pentecostais multiplicaram as antigas estru-turas dos reformadores. Novos nomes como "Assembleias de Deus"no reformaram os padres centrados em prdios e no clero. As no-vas assembleias ainda eram a "asa grande" .11 O odre no mudou como novo vinho que nele foi derramado! Elas herdaram as mesmas es-truturas usadas pelos seus vizinhos no pentecostais e desenvolveramorganizaes semelhantes s deles.

    Karen Hurston comentou: "A minha perspectiva esta: Deussomente nos d o que estamos em condies de receber. Muitas das'fases' por que passamos foram 'estaes' que nos conduziram es-tao atual - e precisamos honrar cada estao passada a fim deadotar a verdade maior da nova estao que Deus quer nos dar". 12

    Deus no pode ser adequadamente discernido parte da vidaem comunidade. No entanto, os movimentos do ltimo sculo nocaptaram a importncia dos odres "dos ltimos dias", a comunidadecrist de base, ou a unidade bsica do corpo de Cristo.

    Espritos automodeladores ressaltaram que cada indivduoprecisa receber o batismo pessoal no Esprito Santo custa da vidacompartilhada de membros do corpo. Um sculo se passou agora deexplanao por parte desses mestres de como essa exposio a umaparte da trindade - o Esprito Santo - seria a resposta definitiva.Na verdade, h mais. Quando a pessoa batizada, ela no somentebatizada pelo Esprito Santo, ela batizada no corpo de Cristo - afamlia de crentes que, juntos, continuam a obra de Cristo e carre-gam a identidade dele.

    Duas falhas nas trs "ondas"

    Da perspectiva humana, o novo ensino no discerniu a sacrali-dade do corpo de Cristo. Da perspectiva divina, uma parte da trin-dade, o Esprito Santo, tornou-se o foco predominante. Isso tarn-

    " William A. Beckham, A Segunda Refomlil (Curitiba: Ministrio Igreja em Clulas,2007), p.37

    " E-mail [email protected].

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  • Libertando-nos do sculo passado

    bm conduziu heresia de "s Jesus" entre pentecostais que rejeitoua trindade - mais uma aberrao que ignora o significado de Co-lossenses 2.9,1 o.

    Como mencionado acima, o novo movimento atraiu umaenorme quantidade de personalidades independentes, todas apare-cendo como "profetas" e "apstolos". Alguns se tornaram ministrosda cura pela f com tendas que geraram confuso com os seus ensi-nos sectrios. Por exemplo, William Branham, endossado por Ken-neth Hagin como um "profeta", 14 ensinava que a Palavra de Deusfoi dada em trs formas: no zodaco, nas pirmides do Egito e nasEscrituras escritas!" Ele negou a trindade, chamando-a de "doutrinado diabo". 16 Experincias baseadas em abusos se tornaram sinais deque "o Esprito veio".

    Pregadores do rdio oferecem "lenos ungidos" em troca de umacontribuio para o ministrio, que devem ser esfregados na parteenferma para resultar em cura. Viagens Terra Santa so feitas compilhas de cartas transportadas de diante da plateia que assiste ao acon-tecimento para que mos santas sejam impostas sobre as cartas diantedo tmulo vazio de Jesus. Programas de televiso agora mostram enor-mes plateias histricas, causando espanto entre os no cristos que seassustam com a ingenuidade a que conseguem ir os cristos.

    Assim, quando a "onda" da nova nfase na centralidade do Es-prito Santo surgiu com a rua Azusa, o tsunami logo incluiu muitolixo. A nossa tarefa hoje de alguma forma libertar a realidade desubstncias estranhas. Precisamos nos livrar da confuso e nos com-prometer firmemente com a realidade encontrada nessas ondas.

    O entulho na gua foi observado logo no incio do sculo passado:

    Seymour veio pregar uma nova mensagem pentecostal:Falar em lnguas era a "evidncia bblica" do batismo noEsprito, assim como o era no incio no livro de Atos. Isso,argumentava Seyrnour, a restaurao do cristianismo do

    I' "Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e, por estaremnele, que o Cabea de todo poder e autoridade, vocs receberam a plenitude".

    , Burgess e McGee, ed., Dirtionarv ofPentccosral and Chnrismntir Motements (Grand Ra-pids, MI: Zondervan Publishing House). p. 96

    I' lmp:l /"ww.apologeticsindex.org/b05 .hrrnl.\X'illiam Branharn, Footprints ou tbc Sll/d, ojTimr: The autobiography ofWilliam Mar-rion Branham. ParrTwo (letiersonville, IN: Spoken Word Publicarions, 1975), p. 606-7.

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  • Captulo 3

    Novo Testamento [... ]. Seymour pregava uma viso deequidade racial em que "a linha da cor lavada e elimina-da no sangue". [... ] Infelizmente, essa paixo e amor pelaunidade entre as raas a certa altura foram oprimidos peloracismo entrincheirado da cultura americana no inciodo sculo :XX. Seymour ficou profundamente triste comisso. [... ] Ao observar a intolerncia racial daqueles queafirmavam ter sido batizados no Esprito Santo, em queo falar em lnguas era a prova, ele gradualmente ajustouo seu ponto de vista da "evidncia bblica", dando nfaseao fruto do Esprito como a evidncia mais importanteda plenitude do Esprito.

    Ele ainda cria que o falar em lnguas era um dom genu-no e significativo de Deus, que poderia ser um sinal dacapacitao no Esprito, mas no o sinal. [... ] Seymourdefendia que o batismo do Esprito Santo deveria ter umimpacto na vida dos que o receberam. Na sua opinio, osque persistiam no racismo ou em outros pecados no eramnecessariamente cheios do Esprito s porque falavam emlnguas [... ] Seymour [... ] considerava o batismo no Esp-rito como tendo um propsito, um "cornissionamento".Era uma experincia que capacitava o crente a ser umatestemunha mais eficiente para o evangelho, e falar emlnguas era mais do que uma "insgnia" que comprovavao recebimento do Esprito [... ] [que] era fundamental-mente uma uno de Deus para evangelizar um mundonecessitado de Cristo.'?

    possvel neste novo sculo haver mais? hora de absorver aspartes vlidas da teologia pentecostal e lanar fora os extremos. Sim,h mais! Deus est em ao no nosso mundo.

    Quando nos apegamos ao que bom na expresso pentecostalenquanto refocalizamos em Cristo como o centro, descobrimos comoo Esprito Santo nos capacita a viver como unidades bsicas do cor-po de Cristo. Como Seymour aprendeu, o verdadeiro charisma a

    1- S. David Moore, "William J. Seymour", Ministries Today (maio/junho de 2005), p. 48.

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  • Libertando-nos do sculo passado

    vida vivida no cumprimento do nosso papel como uma extenso dapresena d