unidade xiii - fitocromo e fotomorfognese
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UNIDADE XIII – FITOCROMO E FOTOMORFOGÊNESE
1. Introdução
2. Fitocromo
2.1. Descoberta
2.2. Propriedades físicas e químicas
2.3. Distribuição
3. Características das respostas das plantas induzidas pelo fitocromo
4. Funções ecológicas
4.1. Evitar a sombra
4.2. Ritmos circadianos
4.3. Especialização do fitocromo
5. Domínios funcionais do fitocromo
6. Mecanismos celulares e moleculares
INTRODUÇÃOSabe-se que a luz está relacionada ao crescimento
vegetal controlando vários processos fisiológicos, tais como: Fotossíntese (azul e vermelho), fototropismo (azul), abertura estomática (azul e vermelho) e fotomorfogênese (azul, vermelho e vermelho-distante).
O efeito da radiação luminosa (280 a 800 nm) no desenvolvimento vegetal, ou seja, a morfogênese controlada pela luz, independente da fotossíntese, sendo denominado de FOTOMORFOGÊNESE.
As primeiras observações foram feitas por Julius vonSachs (1882) em abóbora: “Plântulas que crescem no escuro adquirem uma aparência característica (caules finos, rudimentares e alongados e folhas amareladas)”. Ele denominou esta síndrome de doença do estiolamento.
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As respostas fotomorfogenéticas em plantas parecem estar sob o controle de três
fotorreceptores
• FITOCROMO - Absorve luz nas regiões do azul, vermelho e vermelho distante;
• CRIPTOCROMO - Flavoproteína que absorve luz nas regiões UV-A (320-400 nm) e do azul;
• FOTORRECEPTOR UV-B - Compostos que absorvem luz na região do ultravioleta (280-320 nm).
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obs 1: Estes fotorreceptores controlam vários processos morfogenéticos, tais como, a germinação de sementes, o desenvolvimento da planta, culminando com a formação de novas flores e sementes;
obs 2: O fitocromo é o fotorreceptor mais importante nas plantas vasculares;
obs 3: Alguns efeitos da luz azul são mediados pelo fitocromo, porém, a sua conversão pela luz vermelha é 50 a 100 vezes mais efetiva que a luz azul.
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HISTÓRICO SOBRE A DESCOBERTA DO FITOCROMO
• GARNER & ALLARD (1920) DESCOBRIRAM QUE A DURAÇÃO RELATIVA DO DIA E DA NOITE CONTROLAVA A FLORAÇÃO DE CERTAS ESPÉCIES;
• FLINT & McALLISTER (1935) DEMONSTRARAM QUE SEMENTES FOTOBLÁSTICAS APRESENTAM UMA RESPOSTA A LUZ BEM CARACTERÍSTICA: NÃO GERMINAM NO ESCURO, MAS GERMINAM NA PRESENÇA DA LUZ (MÁXIMA PROMOÇÃO NA FAIXA DO VERMELHO);
• HAMNER & BONNER (1938) TRABALHANDO COM Xanthium strumariumDESCOBRIRAM QUE NESTA ESPÉCIE (PDC) A INTERRUPÇÃO DA NOITE LONGA INIBIA A FLORAÇÃO. SENDO A LUZ VERMELHA MAIS EFICIENTE NA INIBIÇÃO;
• OBS: CEVADA DE INVERNO (PDL) FLORESCE COM A INTERRUPÇÃO DA NOITE LONGA COM LUZ BRANCA OU VERMELHA;
• VÁRIOS PESQUISADORES (DÉCADA DE 30 E INÍCIO DE 1940) ESTUDARAM A FENOMENOLOGIA DA AÇÃO DA LUZ NO ESTABELECIMENTO DE PLÂNTULAS E DE PARTES DE PLANTAS ESTIOLADAS, PORÉM AMPLIARAM MUITO POUCO O QUE JÁ SE CONHECIA NO INÍCIO DO SÉCULO;
• CRIAÇÃO (1945) EM BELTSVILLE, MARYLAND, EUA, DE UM LABORATÓRIO PARA ESTUDAR A FOTOMORFOGÊNESE, ESPECIALMENTE O FOTOPERIODISMO (BORTHWICK, PARKER & HENDRICKS). APÓS, ASSOCIARAM-SE A ESTE GRUPO EBEN & VIVIAN TOOLE (SEMENTES) E SIEGELMAN, BUTLER & NORRIS (BIOQUÍMICA). SUAS PRICIPAIS CONTRIBUIÇÕES FORAM:
• DETERMINAÇÃO DO ESPECTRO DE AÇÃO (INDUÇÃO E INIBIÇÃO) DA GERMINAÇÃO (1952);
• IDEM PARA A INIBIÇÃO DO ESTIOLAMENTO DE PLÂNTULAS (1952);• IDEM PARA A INIBIÇÃO DA FLORAÇÃO DE PDC E INDUÇÃO DA
FLORAÇÃO DE PDL (1952);
• DEMONSTRAÇÃO DA REAÇÃO REVERSÍVEL (1952)660
FV FVD 735
ESCURO
• UNIVERSALIDADE DE VÁRIAS RESPOSTAS FOTOMORFOGENÉTICAS (1952-1959);
• DESCRIÇÃO DAS PROPRIEDADES FISIOLÓGICAS, ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO FOTORRECEPTOR –FITOCROMO (1959 e 1960).
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Por que se diz que o fitocromo é o pigmento da fotomorfogênese?
1. Devido as similaridades entre o espectro de ação e o espectro de absorção;
2. A reversibilidade do pigmento in vitro coincide com a reversibilidade dos processos fisiológicos in vivo
Quimicamente o fitocromo é uma cromoproteína(holoproteína): apoproteína e cromóforo
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O fitocromo nativo é um dímero
Tipo I (PHY A): 250 kDa (2 x 125 kDa) – Escuro
λλλλ de absorção: V = 667 nm e VD = 730 nm
Tipo II (PHY B): 236 kDa (2 x 118 kDa) – Luz
λ de absorção: V = 652 nm e VD = 724 nm
O tipo I é aproximadamente nove vezes mais abundante que o tipo II em plantas de ervilha cultivadas no escuro.
Reação autocatalítica(Associação espontânea)
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O Fitocromo é uma proteína quinase autofosforilanteregulada pela luz
DOMÍNIOS FUNCIONAIS DO FITOCROMO
PEST →→→→ Pro-Glu-Ser-Thr
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Contudo, a análise da função do fitocromo é complicada pelo fato de que existe mais de um tipo de fitocromo que
são codificados por genes separados (família multigênica) e cada um deles tem função específica no
desenvolvimento.
ESPECIALIZAÇÃO DO FITOCROMO• O phyA é necessário para as respostas à luz vermelho distante
contínua;
• O phyB controla as respostas à luz branca ou luz vermelho contínua;
• Os papéis dos phyC, phyD e phyE no desenvolvimento ainda estão sendo esclarecidos.
obs 1: Embora phyA e phyB sejam as formas predominantes do fitocromo em Arabidopsis, phyC, phyD e phyE parecem ter papéis específicos na regulação das respostas às luzes vermelho e vermelho distante.
obs 2: As interações dos fitocromos são importantes no início da germinação.
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• Ele é detectado em Angiospermas, Gimnospermas, Pteridófitas, Briófitas e algas.
• O FVD é distribuído entre o citosol e o núcleo.
ESTADO FOTOESTACIONÁRIO (FOTOEQUILÍBRIO)
Fotoequilíbrio (φφφφ)φφφφ = FVD / FV + FVD = FVD / Ftotal
Para o V ⇒⇒⇒⇒ φφφφ = 0,85;
Para o VD ⇒⇒⇒⇒ φφφφ = 0,03;
Para a luz solar ⇒⇒⇒⇒ φφφφ = 0,60
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Características das respostas das plantas induzidas pelo fitocromo
SÃO AGRUPADAS EM DOIS TIPOS:1. Eventos bioquímicos rápidos;
2. Mudanças morfológicas lentas que incluem movimento e crescimento.
Obs 1: as respostas do fitocromo variam no:
� Lag time: que é o tempo decorrido entre o estímulo e a resposta;
� Rápido: 8 min (inibição do alongamento do caule pela luz vermelha);
� Longo: várias semanas (floração).
� Tempo de escape da fotorreversibilidade que varia de menos de 1 minuto até horas para diferentes respostas.
Obs 2: as respostas do fitocromo podem ser distinguidas pela quantidade de luz exigida.
Existem duas interpretações para as respostas fotomorfogenéticas com base no requerimento de
energia.
1. O único pigmento responsável pela absorção da luz na fotomorfogênese é o fitocromo, que age em função da fluência da luz incidente (mol de fótons m-2). (IRRADIÂNCIA = velocidade da fluência, mol de fótons m-2 s-1).
�FLUÊNCIA MUITO BAIXA (VLFR) (10-4 a 0,05 µµµµmol m-2). Ex: estimula o crescimento do coleóptilo e inibe o do mesocótilo de aveia estiolada;
�FLUÊNCIA BAIXA (LFR) (1 a 103 µµµµmol m-2). Ex: germinação de sementes fotoblásticas, floração e a maioria das respostas fotomorfogenéticas;
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�ALTA IRRADIÂNCIA (HIR) (>>>> 10 mmol x m-2 x s-1, sendo a resposta proporcional ao tempo de exposição, dentro de certa faixa de amplitude).
Ex: síntese de antocianinas, inibição do alongamento do hipocótilo de plântulas (mostarda, alface e petúnia), indução da floração (hyosciamus), abertura do gancho plumular de alface e crescimento de cotilédones de mostarda.
2. Além do fitocromo, o criptocromo (CRY1 e CRY2) seria, na fotomorfogênese, o pigmento responsável das reações de alta irradiância no azul e UV-A.
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Lei da reciprocidade de Bunsen & Roscoe (1850)
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Funções ecológicas do fitocromo
Até agora foram discutidas as respostas reguladas pelo fitocromo estudadas em laboratório. Entretanto, o fitocromo tem uma importante função ecológica em plantas crescendo no ambiente natural.
O fitocromo permite que as plantas se adaptem às alterações nas condições de luminosidade.
A presença de um pigmento reversível vermelho/vermelho-distante nas plantas verdes, sugere que estes comprimentos de onda da luz fornecem informações que ajudam as plantas a se ajustarem ao ambiente.
A razão entre luz vermelha (V) e vermelho-distante (VD) varia bastante de acordo com o ambiente e pode ser definida como:
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A razão V/VD e o sombreamento
Para uma “planta de sol”ou “planta que evita sombra”,
existe um evidente valor adaptativo em
alocar seus recursos em direção a um
rápido crescimento em
extensão, quando ela é sombreada por outra planta.
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A razão V/VD e a germinação de sementes
A qualidade da luz também participa na regulação da germinação de algumas sementes. Como vimos, o fitocromo foi descoberto em estudos de germinação de sementes de alface dependente da luz (fotoblásticas positivas).
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Hormônios e fotoblastia
• GA substitui o requerimento de luz;
• Citocinina também substitui o requerimento de luz em algumas espécies;
• AIA em geral não tem efeito ou inibe em alta concentração;
• ABA é inibidor.
Causa quebra de dormência
Síntese de citocinina
Anulam o efeito do ABA
FVD
Destruição de ABASíntese
de GA
Vantagens ecológicas da fotoblastia
• Evitar problema de exaustão de reservas durante a germinação;
• Evitar que sementes germinem em condições desfavoráveis, como sob a sombra de outras árvores;
• Sementes são “desenterradas” ao longo do tempo →→→→
germinam apenas aquelas que estão expostas à luz →→→→isto evita que em um ano ruim a espécie “desapareça”.
Obs: Salientar a importância deste fato para evitar a proliferação de ervas daninhas fotoblásticas (efetuar o adensamento da cultura).
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As interações do fitocromo são importantes no início da germinação
O phyA e o phyB têm papéis mutuamente antagônicos
Funções ecológicas: Ritmos circadianosVários processos biológicos, como a FS e a RS,
exibem um ciclo alternado de alta e baixa atividade, com periodicidade de 24 horas, os RITMOS CIRCADIANOS. Devido a persistência do ritmo na ausência de fatores de controle externos, ele éconsiderado endógeno.
A natureza endógena dos ritmos circadianos sugere que eles sejam controlados por um regulador interno, chamado de OSCILADOR.
Uma característica importante do oscilador éque ele não é afetado pela temperatura, o que permite ao relógio funcionar sob uma variedade de condições climáticas e sazonais (O relógio exibe uma compensação de temperatura).
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A luz é um forte modulador de ritmos em plantas. Na natureza, os períodos tendem a ser de 24 horas, devidos aos efeitos sincronizantes da luz ao amanhecer, chamados de SINCRONIZAÇÃO.
Tanto a luz vermelha quanto a luz azul são efetivas na sincronização. O efeito da luz vermelha éfotorreversível pela luz vermelho-distante, um indicativo da participação do fitocromo. Enquanto que, o efeito da luz azul é mediado por um fotorreceptor de luz azul.
O fitocromo regula os movimentos de fechamento das folhas (nictinastismo de folha de Mimosa pudica
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LHY ⇒⇒⇒⇒ Proteína reguladora do tipo MYB (Late elongated HYpocotyl).
CCA1 ⇒⇒⇒⇒ Proteína reguladora do tipo MYB (Cyrcadian Clock Associated 1.
TOC1⇒⇒⇒⇒ Regulador positivo dos genes LHY e CCA1.
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MECANISMO DE AÇÃO DO FITOCROMO
Fatores de transcrição ausentes (necessita sua expressão)
GENES DE RESPOSTA TARDIA:
Fatores de transcrição presentes
GENES DE RESPOSTA PRECOCE:
Envolve mudanças na expressão de genes, que podem ser:
RESPOSTAS LENTAS:
•Envolve a fotomorfogênese.
Envolve mudanças na atividade de proteínas (enzimas, bombas, canais, etc.)
RESPOSTAS RÁPIDAS:
•Movimento de cloroplasto e de folíolos que envolvem a ativação de ATPase e fluxo de íons.
RESPOSTA FINAL:
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Regulação da expressão gênica pelo fitocromo
PIF3 ⇒⇒⇒⇒ Fator 3 de interação do fitocromo (fator de transcrição);
PIC ⇒⇒⇒⇒ Complexo de pré-iniciação;
MYB ⇒⇒⇒⇒ Fator nuclear de transcrição;
Motivo G-BOX ⇒⇒⇒⇒ Confere aos genes a regulação pela luz.
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Figura 17.22 – Síntese dos fatores conhecidos envolvidos na expressão gênica regulada por fitocromos. É provável que rotas combinadas e fitocromo-específicassejam descobertas, na medida que mais sinalizadores intermediários sejam identificados (Sharma, 2001).
Na luz, COP1 interage diretamente com SPA1 e é exportado para o citoplasma.
12.
No escuro, HY5 (fator de transcrição de leucina) é degradado com o auxílio do complexo proteossômico COP/DET/FUS;
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No escuro, COP1, uma ligase E3, ubiquitina o HY5;10.
No escuro, COP1 (fotomorfogênese constitutiva 1) entra no núcleo e reprime os genes regulados pela luz;
9.
O nucleosídeo difosfato quinase 2 (NDPK2) é ativado por PfrB;8.
PfrA e PfrB podem regular a transcrição diretamente ou por meio da interação com o fator 3 de interação com o fitocromo (PIF3);
7.
PfrA e PfrB ativados entram no núcleo;6.
cGMP, calmodulina (CAM) e cálcio Ca2+) podem ativar fatores de transcrição (X e Y);
5.
PfrA e PfrB ativados podem interagir com proteínas-G;4.
PfrA ativado fosforila a substrato 1 fitocromo quinase (PKS1);3.
AS formas Prf do fitocromo phyA e phyB podem se autofosforilar;2.
A luz vermelha converte PrA e PrB em suas formas Pfr;1.
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