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DPC I Unidade VII PETIÇÃO INICIAL 1 Elementos. Ajuizamento e distribuição. CONCEITO . O veículo de manifestação formal da demanda é a petição inicial, que revela ao juiz a lide e contém o pedido da providência jurisdicional, frente ao réu, que o autor julga necessária para compor o litígio. Duas manifestações, portanto, o autor faz na petição inicial: a) A demanda da tutela jurisdicional do Estado, que causará a instauração do processo, com a convocação do réu; b) o pedido de uma providência contra o réu, que será objeto do julgamento final da sentença de mérito. Por isso mesmo, “petição inicial e sentença são os atos extremos do processo. Aquela determina o conteúdo desta. Aquela, o ato mais importante da parte, que reclama a tutela jurídica do juiz; esta, o ato mais importante do juiz, a entregar a prestação jurisdicional que lhe é exigida”. 1.1 Requisitos da petição inicial: A petição inicial, que só pode ser elaborada por ESCRITO e que, salvo a exceção do art. 36, há de ser firmada por ADVOGADO LEGALMENTE HABILITADO, deverá conter os seguintes requisitos indicados pelo art. 282: I o juiz ou tribunal, a que é dirigida: indica-se o órgão judiciário e não o nome da pessoa física do juiz; II os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu: os dados relativos à qualificação das partes são necessários para a perfeita individualização dos sujeitos da relação processual e para a prática dos atos de comunicação que a marcha do processo reclama (citações e intimações); III o fato e os fundamentos jurídicos do pedido: todo direito subjetivo nasce de um fato, que deve coincidir com aquele que foi previsto, abstratamente, pela lei como o idôneo a gerar a faculdade de que o agente se mostra titular. Incumbe ao autor, para tanto, descrever não só o fato material ocorrido, como atribuir-lhe um nexo jurídico capaz de justificar o pedido constante da inicial. Quando o Código exige a descrição do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido, torna evidente a adoção do PRINCÍPIO DA SUBSTANCIAÇÃO da causa de pedir, sendo o exercício do direito de ação deve se fazer à base de uma causa petendi que compreenda o fato ou o complexo de fatos de onde se extraiu a conclusão a que chegou o pedido formulado na petição inicial. IV o pedido, com suas especificações: é a revelação do objeto da ação e do processo. Demonstrado o fato e o fundamento jurídico, conclui o autor pedindo duas medidas ao juiz: 1°, uma sentença (pedido imediato); e 2°, uma tutela específica ao seu bem jurídico que considera violado ou ameaçado (pedido mediato, que pode consistir numa condenação do réu, numa declaração ou numa constituição de estado ou relação jurídica, conforme a sentença pretendida seja condenatória, declaratória ou constitutiva). Exemplo: numa ação de indenização, o autor alega ato ilícito do réu, afirma sua responsabilidade civil pela reparação do dano e pede que seja proferida uma sentença que dê solução à lide (pedido imediato) e condene o demandado a indenizar o prejuízo sofrido (pedido mediato). V o valor da causa: a toda causa o autor deve atribuir um valor certo. VI as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: não basta ao autor alegar os fatos que justificam o direito subjetivo a ser tutelado jurisdicionalmente. Incumbe-lhe, sob pena de sucumbência na causa, o ônus da prova de todos os fatos pertinentes à sua pretensão.

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  • DPC I Unidade VII PETIO INICIAL 1 Elementos. Ajuizamento e distribuio. CONCEITO. O veculo de manifestao formal da demanda a petio inicial, que revela ao juiz a lide e contm o pedido da providncia jurisdicional, frente ao ru, que o autor julga necessria para compor o litgio. Duas manifestaes, portanto, o autor faz na petio inicial: a) A demanda da tutela jurisdicional do Estado, que causar a instaurao do processo, com a convocao do ru; b) o pedido de uma providncia contra o ru, que ser objeto do julgamento final da sentena de mrito.

    Por isso mesmo, petio inicial e sentena so os atos extremos do processo. Aquela determina o contedo desta. Aquela, o ato mais importante da parte, que reclama a tutela jurdica do juiz; esta, o ato mais importante do juiz, a entregar a prestao jurisdicional que lhe exigida.

    1.1 Requisitos da petio inicial: A petio inicial, que s pode ser elaborada por ESCRITO e que, salvo a exceo do art. 36, h de ser firmada por ADVOGADO LEGALMENTE HABILITADO, dever conter os seguintes requisitos indicados pelo art. 282: I o juiz ou tribunal, a que dirigida: indica-se o rgo judicirio e no o nome da pessoa fsica do juiz; II os nomes, prenomes, estado civil, profisso, domiclio e residncia do autor e do ru: os dados relativos qualificao das partes so necessrios para a perfeita individualizao dos sujeitos da relao processual e para a prtica dos atos de comunicao que a marcha do processo reclama (citaes e intimaes); III o fato e os fundamentos jurdicos do pedido: todo direito subjetivo nasce de um fato, que deve coincidir com aquele que foi previsto, abstratamente, pela lei como o idneo a gerar a faculdade de que o agente se mostra titular. Incumbe ao autor, para tanto, descrever no s o fato material ocorrido, como atribuir-lhe um nexo jurdico capaz de justificar o pedido constante da inicial. Quando o Cdigo exige a descrio do fato e dos fundamentos jurdicos do pedido, torna evidente a adoo do PRINCPIO DA SUBSTANCIAO da causa de pedir, sendo o exerccio do direito de ao deve se fazer base de uma causa petendi que compreenda o fato ou o complexo de fatos de onde se extraiu a concluso a que chegou o pedido formulado na petio inicial. IV o pedido, com suas especificaes: a revelao do objeto da ao e do processo. Demonstrado o fato e o fundamento jurdico, conclui o autor pedindo duas medidas ao juiz: 1, uma sentena (pedido imediato); e 2, uma tutela especfica ao seu bem jurdico que considera violado ou ameaado (pedido mediato, que pode consistir numa condenao do ru, numa declarao ou numa constituio de estado ou relao jurdica, conforme a sentena pretendida seja condenatria, declaratria ou constitutiva). Exemplo: numa ao de indenizao, o autor alega ato ilcito do ru, afirma sua responsabilidade civil pela reparao do dano e pede que seja proferida uma sentena que d soluo lide (pedido imediato) e condene o demandado a indenizar o prejuzo sofrido (pedido mediato). V o valor da causa: a toda causa o autor deve atribuir um valor certo. VI as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: no basta ao autor alegar os fatos que justificam o direito subjetivo a ser tutelado jurisdicionalmente. Incumbe-lhe, sob pena de sucumbncia na causa, o nus da prova de todos os fatos pertinentes sua pretenso.

  • VII o requerimento para a citao do ru: como o processo relao jurdica que deve envolver trs sujeitos autor, juiz e ru -, cabe ao autor, ao propor a ao perante o juiz, requerer a citao do demandado, pois este o meio de forar juridicamente, seu ingresso no processo.

    De acordo com o art. 39, n I, deve o advogado declarar, na petio inicial, o endereo em que receber as intimaes no curso do processo.

    2 Despachos iniciais. Despacho liminar: natureza jurdica e contedo. COMPETNCIA. Onde h mais de um juiz com igual competncia, a petio inicial deve ser, previamente, submetida distribuio perante a repartio adequada do juzo. Sendo apenas um o competente, a petio apresentada diretamente ao magistrado. Com a DISTRIBUIO, OU COM A ENTREGA DA PETIO INICIAL AO JUIZ, instaurada se acha a relao processual (ainda no trilateral), e proposta se considera a ao. CHEGANDO A PETIO S MOS DO JUIZ, CABER A ESTE EXAMINAR SEUS REQUISITOS INTRNSECOS E EXTRNSECOS ANTES DE DESPACH-LA.

    Aps esse exame, proferir uma deciso que pode assumir trs naturezas, a saber:

    a) DE DEFERIMENTO DA CITAO: se a petio estiver em termos, o juiz a despachar, ordenando a citao do ru para responder. O CHAMADO DESPACHO POSITIVO. Cumprida a diligncia deferida, o ru estar integrado relao processual, tornando-a completa (trilateral);

    b) DE SANEAMENTO DA PETIO (EMENDA INICIAL): quando a petio inicial apresentar-se com lacunas, imperfeies ou omisses, mas esses vcios forem sanveis, o juiz no a indeferir de plano. Determinar que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 dias. S se o autor no cumprir a diligncia no prazo que lhe foi assinado, que o juiz, ento, indeferir a inicia.

    OBS: Entende-se por PETIO INICIAL DEFEITUOSA E CARENTE DE SANEAMENTO a que no preenche os requisitos exigidos pelo art. 282, a que NO SE FAZ ACOMPANHAR DOS DOCUMENTOS INDISPENSVEIS PROPOSITURA DA AO, ou a QUE APRESENTA DEFEITOS E IRREGULARIDADES CAPAZES DE DIFICULTAR O JULGAMENTO DE MRITO. c) DE INDEFERIMENTO DA PETIO: do exame da inicial, ou do no cumprimento da diligncia saneadora de suas deficincias pelo autor, pode o juiz ser levado a proferir uma deciso de carter negativo, QUE INDEFERIMENTO DA INICIAL, permitindo recurso de apelao perante o tribunal superior a que estiver subordinado o juiz. OBS: O DESPACHO QUE INDEFERE A INICIAL, GERA A EXTINO DO PROCESSO SEM RESOLUO DE MRITO, GERA COISA JULGADA FORMAL, PERMINTINDO PELA PARTE NOVO AJUIZAMENTO DA MESMA AO. c.1. MATRIA DE ORDEM PBLICA. H casos, em que o juiz profere, excepcionalmente, julgamento de mrito ao indeferir a inicial, isto , decide definitivamente a prpria lide. o que ocorre quando o juiz verifica, in limine litis, que j ocorreu a decadncia ou a prescrio do direito que o autor pretende fazer valer atravs da ao. Exemplo: com uma ao anulatria de casamento proposta aps o prazo decadencial previsto no Cdigo Civil. O juiz pode repeli-la no despacho da inicial, mesmo antes da citao do ru.

  • c.2.FALTA DE CORRELAO ENTRE OS FATOS E O PEDIDO. Haver, tambm, julgamento de mrito em indeferimento da petio inicial, quando o juiz, do cotejo entre os fatos narrados pelo autor e o pedido, concluir que no decorre logicamente a concluso exposta. Exemplo: na hiptese em que uma noiva, diante do descumprimento de promessa de casamento, ajuizasse uma ao para pedir a condenao do noivo a contrair o matrimnio prometido; quando um credor de prestao de fato infungvel pretendesse a priso civil do devedor para compeli-lo ao cumprimento da obrigao; OBS: A DECISO QUE INDEFERE A INICIAL SENTENA E DELA CABE RECURSO DE APELAO. NO HAVENDO RECURSO PODER SURGIR DO INDEFEREIMENTO LIMINAR a coisa julgada formal e at material. RECURSO DE APELAO. JUZO DE RETRATAO. ARTIGO 296 DO CPC.

    Havendo apelao, o juiz poder, no prazo de 48 horas, rever sua deciso e reform-la, em juzo de retratao.

    No ocorrendo a reforma, os autos sero imediatamente encaminhados ao tribunal competente. No h ainda a citao do ru para acompanhar a apelao contra o indeferimento da inicial. Somente, aps o eventual provimento do recurso, baixando os autos comarca de origem, haver a normal citao do demandado para responder ao.

    EFEITOS DO JULGAMENTO. Reformada a deciso apelada no julgamento de segundo grau, o acrdo que manda prosseguir o feito com a citao do ru no far. Poder na contestao reabrir discusso sobre o tema decidido, sem embargo do que fora assentado pelo Tribunal, porque esta deciso do Tribunal no gera coisa julgada. 3 Indeferimento. Inpcia. Sentena Liminar. Recurso e juzo de retratao. Dispe o art. 295 que o indeferimento da petio inicial ocorrer: I quando for inepta: entende-se por inepta a petio inicial quando: a) lhe faltar pedido ou causa de pedir; b) da narrao dos fatos no decorrer logicamente a concluso; c) o pedido for juridicamente impossvel; d) contiver pedidos incompatveis entre si; II quando a parte for manifestamente ilegtima; III quando o autor carecer de interesse processual; IV quando o juiz verificar, desde logo, a decadncia ou a prescrio: aqui o juiz pode agir de oficio, sendo o objeto da lide direitos patrimoniais e no patrimoniais. V quando o tipo e procedimento, escolhido pelo autor, no corresponder natureza da causa ou ao valor da ao: nessa hiptese, a regra a converso ao rito adequado e o juiz s indeferira a inicial quando se revelar impossvel a adaptao, como, por exemplo, naqueles casos em que houvesse de modificar o prprio pedido, e no apenas o procedimento ( impossvel, v.g., converter uma ao de execuo em ao de conhecimento, e vice-versa); VI quando no atendidas as prescries dos arts. 39, pargrafo nico, primeira parte, e 284: ou seja, quando o autor no proceder diligncia determinada pelo juiz para sanar omisses, defeitos ou irregularidades da petio inicial.

  • 3.1 EXTENSO DO INDEFERIMENTO DA PETIO INICIAL: Pode haver indeferimento total ou parcial da petio inicial.

    a. PARCIAL. Quando, sendo vrios os pedidos manifestados pelo autor, o despacho negativo relacionar-se apenas com um ou alguns deles, de modo a admitir o prosseguimento do processo com relao aos demais.

    b. TOTAL. Ser total quando o indeferimento trancar o processo no nascedouro, impedindo a subsistncia da relao processual. O primeiro deciso interlocutria, e o segundo, sentena terminativa.

    3.1.a JULGAMENTO IMEDIATO DO PEDIDO NA APRECIAO DA PETIO INICIAL:

    Vejamos no CPC, o art. 285-A, cujo caput prev que:

    quando a matria controvertida for unicamente de direito e no juzo j houver sido proferida sentena de total improcedncia em outros casos idnticos, poder ser dispensada a citao e proferida sentena, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.

    O art. 285-A do CPC emprega a mesma tcnica de economia processual s causas seriadas ou

    repetitivas, de modo que, um mesmo tema, sobre uma s questo de direito, repete-se cansativamente, por centenas e at milhares de vezes.

    Para evitar que os inmeros processos sobre casos anlogos forcem o percurso intil de todo o

    iter procedimental, para desaguar num resultado j previsto, com total segurana, pelo juiz da causa, desde a propositura da demanda, o ART. 285-A MUNIU O JUIZ DO PODER DE, ANTES DA CITAO DO RU, proferir sentena de improcedncia prima facie do pedido traduzido na inicial.

    Esse julgamento liminar do mrito da causa MEDIDA EXCEPCIONAL E SE CONDICIONA AOS

    SEGUINTES REQUISITOS:

    a) Preexistncia no juzo de causas idnticas, com improcedncia j pronunciada em sentena; b) a matria controvertida deve ser unicamente de direito; c) deve ser possvel solucionar a causa superveniente com a reproduo do teor da sentena prolatada na causa anterior. OBS: SOMENTE APLICAVEL ESTA FORMA DE INDEFERIMENTO PARA REJEIO DA DEMANDA E, NUNCA PARA ACOLH-LA. NO ACOLHIMENTO PRECISO O CONTRADITRIO AMPLO, POIS PRECISO SE VERIFICAR OS FATOS ALEGADOS, COM DEPOIMENTO DE PARTES, ONDE PODE SE APLICAR REVELIA AO RU OU CONFISSO A AMBOS. OBS: UMA MEDIDA QUE FAVORECE O RU, QUE TEM UMA IMPRODECENCIA LIMINAR DA AO MOVIDA CONTRE SI. OBS: PRECISO QUE HAJA IDENTIDADE DE CAUSA MESMO PEDIDO E CAUSA DE PEDIR E A MATRIA DE DIREITO TENHA SIDO ENFRENTADA EM SENTENA IDNTICA, PARA APLICAO DO ARTIGO 285-A DO CPC. FUNDAMENTOS DE DIREITO E PEDIDO DIFERENTES, NO PODE HAVER INDEFERIMENTO LIMINAR. 3.1.a.1 Intimao da sentena prima facie - liminar.

  • INTIMAO. O autor ser intimado do julgamento de rejeio liminar de seu pedido, proferido nos termos do art. 285-A. A norma legal, no entanto, nada disps a respeito do ru, que ainda no foi integrado relao processual, j que a deciso de mrito aconteceu antes do ato citatrio. COMUNICAO DO RESULTADO DO JULGAMENTO. Deve-se, aplicar-se, analogicamente, a regra do par. 6 do art. 219, que em situao tambm de julgamento liminar de mrito, mas fundado em prescrio decretada de ofcio pelo juiz, determina ao escrivo comunicar ao ru o resultado do julgamento. 3.1.b RECURSO CONTRA O JULGAMENTO PRIMA FACIE ARTIGO 285-A CPC.

    Embora proferido sem a presena do ru no processo, o pronunciamento da improcedncia prima facie das causas seriadas configura, sem dvida, UMA SENTENA, como afirma o art. 285-A do CPC.

    Em se tratando de sentena, sua impugnao recursal faz-se por MEIO DE APELAO, e cujo processamento, todavia, foge dos padres normais desta modalidade recursal.

    PRAZO PARA JUZO DE RETRATAO. Prev o par. 1 do art. 285-A um JUZO DE RETRATAO EXERCITVEL PELO JUIZ PROLATOR DA SENTENA NO PRAZO DE CINCO DIAS CONTADOS DA INTERPOSIO DO RECURSO. Dentro desse interstcio, lcito ao juiz manter ou no a sentena liminar.

    Se ocorrer a revogao, determinar-se- o prosseguimento do feito, devendo o demandado ser citado para responder ao.

    Se o caso for de manuteno da sentena, tambm haver citao do ru, mas no para contestar a ao, e, sim, para responder ao recurso (ou seja, para apresentar contrarrazes apelao). - O Tribunal pode manter a deciso de primeiro grau, negando provimento apelao. - Se o tribunal der provimento a apelao anular (ou cassar) a sentena, determinando o

    retorno ao juzo de 1 grau, para concesso do prazo de 15 dias de defesa do ru e, seguimento do processo.

    3.2 EFEITOS DO DESPACHO DA PETIO INICIAL.

    Do despacho positivo, decorrem os efeitos inerentes propositura da ao (fixar a

    angularizao do processo) artigo 219 do CPC. Do despacho negativo, decorre a extino do processo e a extino dos efeitos da propositura

    da ao. 4 CAUSA DE PEDIR. CONCEITO. TEORIA DA SUBSTANCIAO. CAUSA DE PEDIR PRXIMA E REMOTA. A causa de pedir ou causa petendi diz respeito s razes fticas e jurdicas que justificam a pretenso do autor. Por ser elemento fundamental na identificao da demanda, tem relao com os INSTITUTOS DA LITISPENDNCIA E DA COISA JULGADA.

    Divide-se em CAUSA DE PEDIR PRXIMA E REMOTA:

    a. A CAUSA DE PEDIR PRXIMA OU IMEDIATA FUNDAMENTUM ACTIONS PROXIMUM diz respeito ao fundamento jurdico, ou seja, tem ligao com a situao jurdica.

    b. A CAUSA DE PEDIR REMOTA OU MEDIATA FUNDAMENTUM ACTIONS REMOTUM o fato que deu origem ao direito alegado pelo autor.

    A causa de pedir tem ligao com o princpio da adstrio da sentena, uma vez que a petio inicial define a causa, de modo que fundamento jurdico no descrito no pode ser levado em

  • considerao, mesmo porque a causa de pedir um dos elementos que identificam a causa, no podendo se modificada sem o consentimento do ru, aps a citao, e em nenhuma hiptese aps o saneamento do processo.