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  • 7/29/2019 Petio - FINAL

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    AV. Andr Arajo, 115, 2 Andar - Sala 234, Aleixo, Manaus-AM

    Tel.: (92) 3664-6601 / 9179-0214;E-Mail: [email protected]

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA .......... VARA

    SEO JUDICIRIA DE MANAUS/AM,

    VALDEMAR FROTA DA ROCHA ,

    brasileiro, solteiro, ex-militar do Exrcito Brasileiro, inscrito no Cadastro Pessoas Fsicas

    sob o n 772.609.532-68 e da Cdula de IdentidadeRG n 1688084-6 SSP/AM e CIRG n

    12009065-5 expedida pelo M Def, residente Rua Jesus de Nazar, 09 Novo Israel

    CEP 69039-030 - Manaus-AM, por intermdio de seu advogado, procurao anexa, vem,

    respeitosamente, presena de Vossa Excelncia com amparo na Constituio Federal de

    1988; Declarao Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral dasNaes Unidas, em 10 de dezembro de 1948; Pacto Internacional sobre Direitos

    Econmicos, Sociais e Culturais, aprovado na XXI Sesso da Assembleia Geral das

    Naes Unidas, em Nova York, no dia 19 de dezembro de 1966; Lei n 6.880/80, Decreto

    n 57.654/66, alm de ampla jurisprudncia, propor

    AO DE INDENIZAO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS -

    RESPONSABILIDADE OBJETIVAADMINISTRATIVOCOM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

    em face da UNIO FEDERAL MINISTRIO DA DEFESA EXRCITO

    BRASILEIRO, que poder ser citada na pessoa de um de seus procuradores nesta Cidade,

    pelas seguintes razes de fato e fundamentos jurdicos a seguir aduzidos:

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    AV. Andr Arajo, 115, 2 Andar - Sala 234, Aleixo, Manaus-AM

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    I - DOS FATOS

    O AUTOR que, agindo com o dever e respeito

    a nossa Carta Magna de servir a nossa ptria, fora um militar altamente profissional, nos 7

    (sete) anos 07 (sete) meses e 02 (dois) dias em que se encontrava na ativa do servio

    militar. Serviu primeiramente no 1 Batalho de Infantaria de Selva (Aeromvel),

    localizado nessa comarca, l desenvolveu na Companhia Pioneira, como consta em suas

    alteraes em anexo, diversas funes e atribuies como Soldado Cidado, nas quaisvindo a destacar-se em seus pares e referenciado por seus subordinados.

    Tanto foi o seu reconhecimento pelos seus

    subordinados que foi indicado para realizar o Curso de Formao de Cabos CFC

    QMG/QMP 0951 (Manuteno de Viatura e Auto), realizado no Parque Regional de

    Manuteno da 12 Regio Militar, no perodo de 01 de junho de 2005 a 22 de julho de

    2005 publicado no Boletim Interno do 1 Batalho de Infantaria de Selava (Amv) N

    104, de 08 de junho de 2005.Consequentemente, ato continuo, o AUTOR,

    em 07 de maro de 2006 iniciou o Estgio Bsico de Sargento Temporrio - EBST, que se

    estendeu at o dia 10 de agosto de 2006, realizado no Centro de Embarcaes do Comando

    Militar da Amaznia- CECMA, na especialidade funilaria/pintura de veculos em geral.

    Curso esse que seleciona somente os profissionais mais qualificados para desempenhar

    dentro da instituioExrcito Brasileiro as atividades meio que a referida necessita para

    manuteno e conservao de seu patrimnio. Logrando xito ao trmino do curso foradesignado para servir na Companhia de Comando da 12 Regio Militar, mais

    especificamente na Seo de Transporte (Garagem), no mesmo ano, desenvolvendo l suas

    atribuies, conforme sua qualificao e at mesmo outras designadas pelo seu

    Comandante, quais sejam: metalrgica, motorista militar, servio ao quartel.

    Ocorre que durante todo esse perodo

    desenvolvendo suas atividades laborais com muita dedicao o AUTOR veio a se

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    incomodar com FORTES DORES EM SUA COLUNA e solicitou ao seu subordinado

    direto que o autorizasse a ir ao Hospital Militar do AmazonasHMAM. No nosocmio

    foi encaminhado a realizar exames clnicos na Clnica de Imagenologia de Manaus

    LTDA MAGISCAN. Seja temporrio ou de carreira, o militar que contrai doena

    durante o servio militar ativo tem direito reforma.

    So poucos os militares que, efetivamente,

    conhecem seus direitos. O que se v com frequncia que dedicam sua vida pela ptria

    e, aps anos de dedicao, so lanados prpria sorte, sem qualquer benefcio

    previdencirio, ao serem licenciados do quadro ativo militar em decorrncia de doenade difcil controle, e que depende de tratamento mdico especializado.

    Cegueira, esquizofrenia, HRNIA DE

    DISCO, transtorno bipolar, hansenase, HIV, neoplasia maligna so alguns exemplos de

    doenas que tem acometido grande parte dos militares das Foras Armadas, e se

    manifestam, muitas vezes, sem a ocorrncia de acidente durante o servio.

    Isso tem motivado a desincorporao e o

    licenciamento de militares, desamparando-os por completo, privando-os do soldo e dotratamento mdico a que tinham direito enquanto na ativa, sob a justificativa de que a

    patologia no guarda nexo de causalidade com o servio militar.

    E nem se comente que, incorporados em

    total higidez fsica, so excludos com evidente incapacidade para o servio militar e

    com incontveis limitaes para o exerccio de atividades laborativas na vida civil, em

    total afronta clara disposio do Estatuto dos Militares, sendo tolhidos dos benefcios

    a que teriam direito na condio de agregado/adido, ou mesmo reformados.A referida lei, aliada a Portarias editadas

    pelo prprio Ministrio da Defesa, probe expressamente a excluso de militares que

    apresentarem incapacidade fsica para o servio militar, determinando que sejam

    includos na condio de adido, at que alcancem plena recuperao ou, em se tornando

    tal incapacidade definitiva, assim permaneam enquanto aguardam pela tramitao do

    processo de reforma.

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    Sim, isso mesmo: a lei determina. No se

    trata, aqui, da discricionariedade da Administrao para prorrogar ou no o tempo de

    servio do militar. No se pode negar que a ela inerente, segundo seu juzo de

    convenincia, licenciar ou desincorporar o militar temporrio, contudo, indispensvel

    que ele apresente aptido fsica.

    II - DO DIREITO

    A Constituio de 1988, de forma indita,positivou a sade como um direito fundamental, posto como um direito social.

    Relativamente sade do trabalhador, alm da disciplina mais avanada do que nas

    Constituies anteriores, as quais se referiam apenas higiene e segurana do trabalho, a

    Constituio atual contm um captulo especfico sobre a proteo do meio ambiente, um

    dos fatores fundamentais garantia da sade, qui o mais importante, preconizando que

    no meio ambiente geral est compreendido o meio ambiente do trabalho.

    Demais, as normas de proteo sade dotrabalhador so de ordem pblica. De maneira que a sade do trabalhador, como

    direito bsico fundamental, tem de ser atendida em quaisquer circunstncias, em

    nome do princpio-guia do sistema jurdico brasileiro, qual seja, oda dignidade da

    pessoa humana, indissocivel do prprio direito vida, o fundamento ltimo de todo

    Estado de Direito, social ou no.

    Essa complementaridade entre os direitos

    vida (integridade fsico-funcional e moral), sade do trabalhador e ao meio ambiente dotrabalho tambm pode ser extrada de uma interpretao sistemtica da Constituio

    Federal, na qual se encontra, portanto, um fundamento mximo quele direito. Nestes

    dispositivos se encontra, ento, a ntida interdependncia entre os tais direitos vida,

    sade do trabalhador e meio ambiente do trabalho equilibrado, interpretao levada a

    efeito com base no princpio ontolgico da dignidade da pessoa humana, um valor

    praticamente absoluto no sistema jurdico nacional.

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    Nesse sentido, a legislao ptria em vigor

    aplicvel espcie, a que tomamos a liberdade, como se v:

    II.1) Da Constituio Federal

    A Constituio de 1988, com dito

    anteriormente, de forma indita, positivou a sade como um direito fundamental, posto

    como um direito social, conforme preconiza o art. 6:

    Art. 6 So direitos sociais a educao, a sade, a

    alimentao, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana,

    a previdncia social, a proteo maternidade e

    infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta

    Constituio. (Redao dada pela Emenda

    Constitucional n 64, de 2010)

    Relativamente sade do trabalhador, alm da

    disciplina mais avanada do que nas Constituies anteriores (art. 7, incisos XXII e

    XXVIII), as quais se referiam apenas higiene e segurana do trabalho, a Constituio

    atual contm um captulo especfico sobre a proteo do meio ambiente (art. 225), um

    dos fatores fundamentais garantia da sade, qui o mais importante, preconizando

    que no meio ambiente geral est compreendido o meio ambiente do trabalho.

    Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

    alm de outros que visem melhoria de sua condiosocial:

    XXII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por

    meio de normas de sade, higiene e segurana;

    XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo

    do empregador, sem excluir a indenizao a que este

    est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc64.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc64.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc64.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc64.htm#art1
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    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente

    ecologicamente equilibrado, bem de uso comum dopovo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se

    ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo

    e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

    Verifica-se a preocupao do estado em

    manter a manuteno da sade laboral do trabalhador, independente do seguimento

    profissional (Celetista, Estatutrio, Militares, etc...), para que, com isso, possa

    desempenhar suas atividade sem prejudicar sua sade fsica. por isso que as normasde Direitos Humanos vm tratando com muita percia o tema.

    II.2) Dos Direitos Humanos

    Demais, as normas de proteo sade do

    trabalhador so de ordem pblica. De maneira que a sade do trabalhador, como

    direito bsico, fundamental, tem de ser atendida em quaisquer circunstncias , em

    nome do princpio-guia do sistema jurdico brasileiro, qual seja, o da dignidade da

    pessoa humana, indissocivel do prprio direito vida, o fundamento ltimo de todo

    Estado de Direito, social ou no.

    Essa complementaridade entre os direitos

    vida (integridade fsico-funcional e moral), sade do trabalhador e ao meio ambiente

    do trabalho tambm pode ser extrada de uma interpretao sistemtica da Constituio

    Federal, na qual se encontra, portanto, um fundamento mximoquele direito. Nestes

    dispositivos se encontra, ento, a ntida interdependncia entre os tais direitos vida,

    sade do trabalhador e meio ambiente do trabalho equilibrado-, interpretao levada a

    efeito com base no princpio ontolgico da dignidade da pessoa humana, um valor

    praticamente absoluto no sistema jurdico nacional.

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    Em seguida a Declarao Universal dos

    Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Naes Unidas, em 10 de

    dezembro de 1948, assegurou como um direito humano a sade e o bem-estar, em

    seu art. XXV, n. 1, sendo que o Pacto Internacional sobre Direitos Econmicos, Sociais

    e Culturais, aprovado na XXI Sesso da Assembleia Geral das Naes Unidas, em Nova

    York, no dia 19 de dezembro de 1966, reconheceu em seu art. 12, n. 1, o direito de toda

    pessoa a desfrutar o mais elevado nvel possvel de sade fsica e mental.

    Artigo XXV (Declarao Universal dos Direitos

    Humanos)1. Todo ser humano tem direito a um padro de vida

    capaz de assegurar-lhe, e a sua famlia, sade e bem-

    estar, inclusive alimentao, vesturio, habitao,

    cuidados mdicos e os servios sociais indispensveis, e

    direito segurana em caso de desemprego, doena,

    invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos

    meios de subsistncia em circunstncias fora de seu

    controle.

    Artigo 12 (Pacto Internacional sobre Direitos

    Econmicos, Sociais e Culturais)

    1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o

    direito de toda pessoa de desfrutar o mais elevado nvel

    de sade fsica e mental.

    2. As medidas que os Estados-partes no presente Pacto

    devero adotar, com o fim de assegurar o pleno

    exerccio desse direito, incluiro as medidas que se

    faam necessrias para assegurar:

    2. A melhoria de todos os aspectos de higiene do

    trabalho e do meio ambiente.

    A sade do trabalhador trata-se de um direito humano, em ateno ao princpio

    ontolgico da dignidade da pessoa humana, fundamento maior do Estado Democrtico

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    (e Social) de Direito em que se consubstancia a Repblica Federativa do Brasil.

    Embasado nesse entendimento, o Cdigo Civil trs dispositivos pertinentes para que a

    busca da segurana jurdica seja concedida.

    II.3) Do Cdigo Civil Brasileiro

    O Cdigo Civil Brasileiro em seus dispositivos

    legais trs ampla concordncia com o caso em tela e mostra a ilegalidade do ato

    praticado por autoridade que vai contra as suas disposies, neste sentido:

    "Art. 75 - A todo direito corresponde uma ao, que o

    assegura."

    "Art. 76 - Para propor, ou contestar uma ao,

    necessrio ter legtimo interesse econmico ou moral."

    "Art. 82 - A validade do ato Jurdico requer agente

    capaz, objeto lquido e forma prescrita ou no defesa em

    lei."

    "Art. 115 - So lcitas em geral, todas as condies, que

    a lei no vedar expressamente. Entre as condies

    defesas se incluem as que privarem de todo efeito o ato,

    ou o sujeitarem ao arbtrio de uma das partes."

    "Art. 130 - No vale o ato, que deixar de revestir a

    forma especial, determinada em lei (art. 82) salvoquando esta comine sano diferente contra a preterio

    da forma exigida."

    "Art. 145 - nulo o ato jurdico:

    III - quando no revestir a forma prescrita em lei."

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    II.4) Estatuto Dos Militares - Lei N 6.880, de 9 de dezembro De 1980.

    claro e evidente de se constatar que lei

    clara, e no foi obedecida pelo Poder Pblico, que deve, em tese ser o primeiro a dar o

    exemplo do fiel cumprimento da legislao vigente, e nunca ao contrrio, j que quem

    promulga e faz, necessariamente, valer o preceito dojus scriptum.

    Nesse sentido, a demonstrao que se faz nesta

    oportunidade, evidencia-se de longa margem, que o RU passou por cima de tudo o que

    determina o preceito legal, tornando-se um transgressor aberto e as claras das mais

    comezinhas normas jurdicas, que por sua prpria formalidade, que resguarda ossagrados direitos do ora suplicante.

    Consequentemente, verifica-se que fora

    penalizado administrativamente, para tambm ser excludo, aps a concluso da Junta

    Mdica que deu apto sem restries, uma vez que se encontrava em tratamento, o

    cmulo do absurdo, pois o ato cometido crime, preceituado na legislao penal, ou

    simplesmente transgresso disciplinar, nunca os dois ao mesmo tempo, sob pena de

    aplicar-se uma dupla penalizao.Doutra parte, porm, o RU, na sua nsia

    descomedida, de querer realizar o ato administrativo para licenciar o militar aos seus

    prprios olhos e maneira, acaba finalmente por cometer a barbaridade que ora se v, de

    atos administrativos visceralmente nulos, sem qualquer efeito legal, pela pressa, pela

    desconsiderao, pelos preceitos legais.

    II.5) Da JurisprudnciaPara tanto, trazemos nesta ocasio, algumas

    decises, que em muitos so aplicveis a presente causa:

    "O julgamento da legalidade dos atos administrativos,

    est includo na competncia jurisdicional que protege

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.880-1980?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.880-1980?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.880-1980?OpenDocument
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    qualquer leso de direito individual." (STF, in RDA

    110/243).

    "Ainda que discricionrio o ato administrativo, deve

    conformar-se com a finalidade legal." (TJSP, in RDA

    36/121).

    "A motivao jurisdicional do ato administrativo, tem

    seus limites no formalismo que cerca o ato." (TFR, in

    RDA 61/135).

    "A faculdade discricionria no pode ser usada

    abusivamente sob pretexto de pena disciplinar." (TJBA,

    in RDA, 105/150).

    PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO.

    RECURSO ESPECIAL. MILITAR. ANULAO.

    LICENCIAMENTO. INCAPACIDADE

    TEMPORRIA. ADIDO. REINTEGRAO PARA

    FINS DE TRATAMENTO DE SADE.PRECEDENTES.

    1. No caso dos autos, conforme se extrai do aresto

    recorrido, a autor foi licenciado dos quadros do

    Exrcito, tendo em vista a sua limitao fsica

    temporria, sem o adequado tratamento de sade do

    qual teria direito.

    2. Assim, mostra-se inegvel, portanto, o direito do

    recorrente a reintegrao dos quadros militares como

    adido para fins de tratamento de sade. Isso porque, a

    jurisprudncia desta Corte Superior entende que, em se

    tratando de militar temporrio ou de carreira, em vista

    da debilidade fsica acometida durante o exerccio de

    atividades castrenses, o ato de licenciamento ilegal,

    fazendo jus, o servidor militar, a reintegrao aos

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    quadros castrenses para tratamento mdico-hospitalar, a

    fim de se recuperar da incapacidade temporria.3. Recurso especial provido. (Processo: REsp 1240943

    RS 2011/0042329-1; Relator(a): Ministro MAURO

    CAMPBELL MARQUES; Julgamento: 07/04/2011;

    rgo Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA; Publicao:

    DJe 15/04/2011)

    ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO

    AGRAVO DE INSTRUMENTO.

    MILITARTEMPORRIO. INCAPACIDADE

    DECORRENTE DE LESO EM SERVIO.

    NULIDADE DOLICENCIAMENTO SEM

    REMUNERAO. DEVIDA A REINTEGRAO

    PARA TRATAMENTODE SADE.

    IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVA.

    SMULA 7 DO STJ.AGRAVO REGIMENTAL

    DESPROVIDO.

    1. Os militares temporrios do servio ativo das ForasArmadas tm direito assistncia mdico-hospitalar, na

    condio de adido, com o fito de garantir-lhes adequado

    tratamento de incapacidade temporria.

    2. Com apoio no material ftico-probatrio constante

    dos autos, o Tribunal local afirmou que o autor

    ingressou hgido no servio militar e assim permaneceu

    at sofrer acidente em servio, o que resulta na nulidade

    de seu licenciamento sem remunerao enquanto se

    encontrava incapacitado, sendo devida a sua

    reintegrao para possibilitar o tratamento mdico

    adequado at a completa recuperao. Infirmar referido

    entendimento esbarra na vedao prescrita pela Smula

    7 do STJ.

    3. Constatada a ilegalidade do ato administrativo que

    excluiu o militar, legtimo o pagamento das parcelas

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    pretritas relativas ao perodo que medeia o

    licenciamento ex-officio e a reintegrao do militar.4. Agravo Regimental da UNIO desprovido.

    (Processo: AgRg no Ag 1340068 RS2010/0149826-0;

    Relator(a): Ministro NAPOLEO NUNES MAIA

    FILHO; Julgamento:

    14/02/2012; rgo Julgador: T1 - PRIMEIRA TURMA;

    Publicao: DJe 17/02/2012)

    Recentemente a Primeira Turma do TRF da

    1. Regio negou provimento apelao da Unio e manteve militar temporrio

    nos quadros da Marinha, na condio de agregado. Segundo a Turma, ele dever

    permanecer em sua unidade, na Bahia, at que seja emitido parecer definitivo que

    lhe d a licena, desincorporao ou reforma, conforme o caso .

    Na 1. instncia, a deciso do juiz federal foi

    no mesmo sentido e reconheceu a ilegitimidade do licenciamento do militar.

    A Unio recorreu ao TRF da 1. Regio,

    sustentando que o militar foi licenciado pelo decurso do tempo mximo de permanncia

    na Marinha, tendo sido atendidos os requisitos legais para o ato, inclusive inspeo de

    sade que o considerou apto para deixar o servio militar.

    Segundo o relator do processo,

    Desembargador Federal Nviton Guedes, consta dos autos que o militar foilicenciado quando ainda se encontrava em tratamento de sade, em decorrncia de

    leses em ambos os joelhos, adquiridas enquanto ainda prestava servio militar, embora

    percia mdica judicial no comprove relao de causa e efeito com o servio militar.

    O magistrado disse que "a despeito de o

    Comando Militar da Marinha haver concludo (...) que ele estava apto a ser licenciado, o

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    certo que a percia mdica judicial constatou que ele apresentava problema de sade

    quando do seu licenciamento".

    Sendo assim, "nessa linha de orientao, este

    Tribunal firme no entendimento de que, comprovada incapacidade temporria do autor

    poca do licenciamento, deve ser reconhecido o direito sua reintegrao na condio

    de adido sua unidade at que seja emitido parecer mdico definitivo, devendo ser

    desconstitudo o ato que o licenciou, por concluso do tempo de servio, por fora do

    que dispem os artigos 82 e 84 da Lei n. 6.880/80 (Estatuto dos Militares)", concluiu odesembargador.

    A Primeira Turma, por unanimidade,

    acompanhou o relator. (N do Processo: 68866820054013300)

    Portanto, Nobre Julgador, caracterizado est

    dentro da Carta Magna, das normas de Direitos Humanos, da lei vigente, da doutrina eda atual jurisprudncia, a ilicitude civil praticada pelo RU, contra os direitos do

    AUTOR, e que, nada mais resta, a bem da JUSTIA, do que decretar a nulidade do ato

    administrativo.

    II.6) Da Doutrina

    A doutrina, por seus ilustres mestres do

    direito, nos ensina o seguinte:PONTES DE MIRANDA Comentrios

    Constituio de 1967, 2 Edio, Tomo V, p. 235:

    "O direito de defesa deve ser assegurado em qualquer

    processo penal, administrativo ou policial."

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    HELY LOPES MEIRELES Direito

    Administrativo Brasileiro, Ed. Revista dos Tribunais - SP. 1981, p. 569:

    "Essa garantia constitucional se estende a todo e

    qualquer procedimento acusatrio, judicial ou

    administrativo e se consubstancia no devido processo

    legal (due process of law), de prtica universal nos

    estado de Direito. a moderna tendncia da

    jurisdicionalidade do poder disciplinar que impe

    condutas formais e obrigatrias para garantia dos

    acusados contra arbtrios da administrao,

    assegurando-lhes no s a oportunidade de defesa, como

    a observncia de rito legalmente estabelecido para o

    processo."

    Verifica-se que no poderia ser diferente

    diante dos textos legais, eis que a doutrina em consonncia com a lei, pois que analisafriamente a aplicao desta, tambm no pode estar distante da jurisprudncia, que vem

    a ser a aplicao do texto legal frente aos fatos e atos jurdicos ocorridos, quando os

    Tribunais, so chamados a se pronunciarem, como veremos a seguir:

    IVDOS DANOS MORAIS

    Fazendo uso das palavras de PLANIOL,

    patrimnio no significa riqueza. Nele se computam obrigaes e todos os bens de

    ordem material e moral, entre estes o direito vida, honra, liberdade e boa fama.

    Nesse sentido, importante se verificar o

    quantum da obrigao de indenizar, que atravs do estudo do ato ilcito, que aquele

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    praticado em descompasso com o ordenamento jurdico, no entanto, a prtica de ato

    ilcito deve ser punida e desestimulada.

    Toda leso a qualquer direito traz como

    consequncia a obrigao de indenizar.

    A responsabilidade civil enfatiza o dever de

    indenizar sempre que os elementos caracterizadores do ato ilcito estiverem presentes.

    A teoria da responsabilidade civil estconstruda sobre a reparao do dano. Tal princpio emerge do art. 159, do Cdigo Civil

    Brasileiro: aquele que por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia

    violar direito ou causar prejuzo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.

    oportuno trazer reflexo as ponderaes de

    CAIO MRIO DA SILVA PEREIRA:

    para a determinao da existncia do dano, como

    elemento objetivo da responsabilidade civil,

    indispensvel que haja ofensa a um bem jurdico.

    IV.1) Dano Moral - O valor de sua Reparao

    O dano moral advm da dor e a dor no tem

    preo. Sua reparao seria enriquecimento ilcito e vexatrio, na opinio dos mais

    retrgrados.

    Modernamente, verifica-se que o dano moral

    no corresponde dor, mas ressalta efeitos malficos marcados pela dor, pelo

    sofrimento. So a apatia, a morbidez mental, que tomam conta do ofendido. Surgem o

    padecimento ntimo, a humilhao, a vergonha, o constrangimento de quem ofendido

    em sua honra ou dignidade, o vexame e a repercusso social por um crdito negado.

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    Para que se amenize esse estado de

    melancolia, de desnimo, h de se proporcionar os meios adequados para a recuperao

    da vtima.

    Condenar o ofensor por danos morais implica

    reparar o necessrio para que se propiciem os meios de retirar o ofendido do estado

    melanclico a que fora levado.

    Bisando CAIO MRIO DA SILVA

    PEREIRA:

    o fundamento da reparabilidade pelo dano moral est

    em que, a par do patrimnio em sentido tcnico, o

    indivduo titular de direitos integrantes de sua

    personalidade, no podendo a ordem jurdica

    conformar-se em que sejam impunemente atingidos.

    Costumam os julgadores atentar para arepercusso do dano na vida do ofendido e para a possibilidade econmica do ofensor.

    A Constituio Federal, em seu art. 5, incisos

    V e X, prev a indenizao por dano moral como proteo a direitos individuais, o que

    j haviam feito o Cdigo Brasileiro de Telecomunicaes, a Lei de Imprensa e a Lei dos

    Direitos Autorais, especificamente.

    Toda vez que houver ataque honra, dignidade, reputao de uma pessoa, dever estar presente a reparao pelo dano

    moral.

    H os que acham que a reparao pelo dano moral vem associada reparao

    pelo dano material. O que se valora a repercusso da leso sofrida e contribui

    para aumentar o valor da indenizao o elemento intencional do autor do dano.

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    IV.2) Dano Moral no Tempo e no Espao

    Cdigo de Hamurabi, art. 127 : se um

    homem livre estender um dedo contra uma sacerdotisa ou contra a esposa de um outro e

    no comprovou, arrastaro ele diante do Juiz e raspar-lhe-o a metade do seu cabelo.

    A est uma pena de reparao por dano moral.

    Lei das XII Tbuas - 2 - se algum causa um

    dano premeditadamente, que o repare.

    IHERING dizia que ilimitada a reparao

    do dano moral e afirmava: o homem tanto pode ser lesado no que , como no que

    tem.

    IV.3) Dano Moral no Brasil

    No Brasil, a reparao por dano moral vem

    caminhando firme com sentenas e acrdos respeitveis favorecendo-a.

    Quando o art. 159 do Cdigo Civil Brasileiro

    determina ...fica obrigado a reparar o dano, o faz em sentido amplo, ilimitado,

    irrestrito.

    A reparao civil feita atravs da restituio

    das coisas ao estado anterior e mediante a reparao pecuniria.

    O Ministro do STJ CARLOS A. MENEZES

    assim se manifestou: no h falar em prova do dano moral e sim prova do fato que

    gerou a dor, o sofrimento, sentimentos ntimos que o ensejam.

    PONTES DE MIRANDA foi fervoroso

    adepto da reparao por dano moral: os padecimentos morais devem participar da

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    estimao do prejuzo. O desgaste dos nervos, a molstia da tristeza projetam-se no

    fsico, so danos de fundo moral e consequncias econmicas.

    Nesse sentido, o AUTOR teve sua dignidade

    abalada, pois, adentrou no Exrcito Brasileiro, com todo vigor de um jovem e em plena

    capacidade fsica e com objetivo de fazer carreira dentro da instituio. Sendo que

    passo-a-passo fora galgando novas graduaes como militar temporrio e com o nico

    objetivo de prestar concurso para ser militar de carreira. Sendo que ao trmino do seu

    tempo como militar temporrio, estava com um grave problema de sade, e encontrava-se em tratamento, como relatado nos fatos. No entanto, sem observar, e nem levar em

    considerao o estado de sade do AUTOR, o RU, passando por cima de toda

    legislao vigente no pas, o licenciou, assim como se jogasse algo que no prestasse

    mais para fora. Encontra-se o AUTOR hoje impossibilitado de exercer suas atividades

    laborais e desprovido do sustento seu e de sua famlia.

    Nesse diapaso, a vasta jurisprudncia tem

    sido pertinente ao pedido de danos morais:

    DA INDENIZAO REFERENTE AO DANO

    MORAL. A indenizao referente ao dano moral visa

    compensar a dor, a mgoa e o sofrimento sentidos pela

    vtima, possuindo ainda efeito pedaggico para o

    ofensor, mas deve o seu valor ser fixado sem extrapolar

    os limites da razoabilidade. Pode-se utilizar, por

    analogia, para calcular o valor do dano moral, os

    parmetros estabelecidos pela Lei N 4.117/62 - Cdigo

    Brasileiro de Telecomunicaes, que adota o critrio de

    que o montante da reparao no ser inferior a cinco,

    nem superior a cem vezes o maior salrio mnimo

    vigente no Pas, variando de acordo com a natureza do

    dano e as condies sociais e econmicas do ofendido e

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    do ofensor. Recurso Ordinrio Patronal parcialmente

    provido. Recurso Adesivo Obreiro improvido.(Proc. n TRT RO 5027/01, 1 Turma, Juza Relatora

    Virgnia Malta Canavarro, DOE/PE 13.07.02)

    PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO.

    MILITAR. REINTEGRAO. EXECUO

    PROVISRIA. POSSIBILIDADE. ART. 2- B DA

    LEI 9.494/97. APLICAO RESTRITIVA.

    PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL

    CONHECIDO E PROVIDO.

    1. O art. 2-B da Lei 9.494/97 deve ser interpretado

    restritivamente, de modo que, salvo as excees nele

    previstas, a antecipao da tutela aplicvel em

    desfavor do ente pblico. Hiptese em que o pedido

    de antecipao dos efeitos da tutela diz respeito

    reintegrao do autor nos quadros do Exrcito.

    2. Recurso especial conhecido e provido.

    (REsp 624.207/RS, Rel. Ministro ARNALDOESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em

    27.02.2007, DJ 12.03.2007 p. 309) RECURSO

    ESPECIAL - INDENIZAO POR DANOS

    MORAIS E MATERIAIS SOLDADO -

    ACIDENTE DURANTE ATIVIDADE MILITAR -

    INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA O

    SERVIO DO EXRCITO -

    RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO

    AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DOS

    ARTIGOS 106, 108, 109 E 110 DA LEI N. 6.880/80,

    E 139 DO DECRETO N. 57.654/66 - PRETENSO

    DE REDUO DO VALOR DA INDENIZAO

    FIXADA PELA CORTE DE ORIGEM -

    DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL NO

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    CONFIGURADA - AUSNCIA DE SIMILITUDE

    FTICA.A existncia de lei especfica que rege a atividade

    militar (Lei n. 6.880/80) no isenta a

    responsabilidade do Estado, prevista no artigo 37,

    6, da Constituio Federal, pelos danos morais

    causados a servidor militar em decorrncia de

    acidente sofrido durante atividade no Exrcito.

    Ausncia de prequestionamento dos artigos 106, 108,

    109 e 110 da Lei n. 6.880/80, e 139 do Decreto n.

    57.654/66, entendido como o necessrio e

    indispensvel exame da questo pelo r. decisum

    recorrido, apto a viabilizar a pretenso recursal.

    Incidncia das Smulas ns. 282 e 356 do Supremo

    Tribunal Federal. Do necessrio confronto entre o v.

    julgado do Tribunal Regional Federal da 4 Regio

    com o v. aresto trazido como dissonante, denota-se,

    sem maiores esforos, evidente dessemelhana. A

    hiptese dos autos trata de indenizao por danosmorais devida pela Unio soldado que sofreu

    seqela em dois dedos de sua mo esquerda, por

    ocasio de acidente durante atividade no Exrcito. J

    o acrdo paradigma cuida de indenizao por

    danos morais devida por empresa ferroviria me

    de vtima falecida em queda de trem. Dissdio

    jurisprudencial no configurado. Recurso Especial

    no conhecido.

    (REsp 514.888/RS, Rel. Ministro FRANCIULLI

    NETTO, SEGUNDA TURMA, julgado em

    21.08.2003, DJ 03.11.2003 p. 308)

    RECURSO ESPECIAL - ALNEA "C" -

    INDENIZAO POR DANOS MORAIS -

    SOLDADO - ACIDENTE DURANTE ATIVIDADE

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    MILITAR - INDENIZAO FIXADA PELA

    CORTE DE ORIGEM EM 100 SALRIOSMNIMOS DATA DA SENTENA -

    PRETENSO DE REDUO DO VALOR -

    DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL NO

    CONFIGURADA - AUSNCIA DE SIMILITUDE

    FTICA.

    Do necessrio confronto entre o v. julgado do

    Tribunal Regional Federal da 4 Regio com o v.

    aresto trazido como dissonante, denota-se, sem

    maiores esforos, evidente dessemelhana. A

    hiptese dos autos trata de indenizao por danos

    morais devida pela Unio soldado que sofreu a

    perda total de seu olho direito por ocasio de

    acidente durante atividade militar, fixada pela Corte

    de origem em 100 (cem) salrios mnimos. J o

    acrdo paradigma cuida de indenizao por danos

    morais, estipulada no valor de 50 (cinqenta)

    salrios mnimos, devidos por empresa ferroviria me de vtima falecida em queda de trem. Dissdio

    jurisprudencial no configurado.

    Ainda que assim no fosse, este Superior Tribunal de

    Justia firmou o entendimento de que pode majorar

    ou reduzir, quando irrisrio ou absurdo, o valor das

    verbas fixadas a ttulo de dano moral, por se tratar

    de matria de direito e no de reexame ftico-

    probatrio.

    No caso em anlise, entretanto, a fixao da verba

    em 100 (cem) salrios mnimos data da sentena

    no se mostra excessiva, mas atende ao princpio da

    razoabilidade, considerados tanto o sofrimento

    causado ao jovem pela perda da viso e incapacidade

    para seguir carreira no Exrcito, conforme

    planejava, quanto a necessidade de utilizao de

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    prtese ocular, que "pode, se bem feita, esconder o

    dano esttico, no o elimina, e, com certeza, reativa odano moral cada vez que removida para os

    cuidados de higiene e novamente instalada"

    (Ministro Ari Pargendler, REsp n. 171.240/ES, DJ de

    23.04.2001).

    Recurso especial no conhecido.

    (REsp 509.362/PR, Rel. Ministro FRANCIULLI

    NETTO, SEGUNDA TURMA, julgado em

    26.06.2003, DJ 22.09.2003 p. 305)

    VDa Antecipao dos Efeitos da Tutela

    O artigo 273 do Cdigo de Processo Civil preceitua

    que:

    Art. 273. O juiz poder, a requerimento da

    par te, ant ec ip ar , total ou parcialmente, o efeito da

    tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindoprova inequvoca, se convena da verossimilhana da

    alegao e:

    I - h a j a f u n d a d o r e c e i o d e d a n o

    i r r e p a r v e l o u d e d i f c i l reparao; ou

    I I - f i q u e c a r a c t e r i z a d o o a b u s o d e

    d i r e i t o d e d e f e s a o u manifesto propsito

    protelatrio do ru. (grifos nossos)

    A seu turno, o perigo de dano

    i r re pa r ve l ou , no mn imo , de d i f c i l r e pa ra o , e nc on t ra - s e

    consubstanciado nos laudos mdicos realizados (Doc. anexa) na sua coluna lombar que

    diagnosticou nas vertebras L4 e L5 com abaulamento discal difuso, associado a pequeno

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    componente focal protruso pstero-mediano, comprimindo a face anterior do saco

    dural e mantendo contato com as razes nervosas intra-canal correspondente, o que

    impede de realizar suas atividades laborais, por motivo de fortes dores e

    consequentemente o inabilitar a suprir as necessidades de sua famlia.

    Comunicando-se tambm o perigo iminente,

    pois como fora arbitrariamente licenciado sem amparo nenhum e com sua sade

    debilitada, se no for reintegrado, estar sujeito, no s voc como sua famlia, a

    passarem fome, pois no possuem nenhuma renda, e esto at a presente data vivendo

    da ajuda de amigos e parentes.N o c a s o s ub j ud i c e , todos os

    requisi tos ex igidos pela lei processua l para deferimento da tutela antecipada encontram-

    se reunidos. De fato, no h que se questionar sobre a efetiva verossimilhana

    das alegaes aduzidas, que restou fartamente comprovado pela documentao

    constante dos autos, bem como opericulum in mora.

    III - DOS REQUERIMENTOSDiante do que ficou exposto, requer a

    concesso da Tutela Antecipada para que seja reingressado as fileiras do Exrcito

    Brasileiro, pois comprovado est a incapacidade temporria do AUTOR poca do

    licenciamento, deve ser reconhecido o direito sua reintegrao na condio de adido

    sua unidade at que seja emitido parecer mdico definitivo, devendo ser desconstitudo

    o ato que o licenciou, por concluso do tempo de servio, por fora do que dispem os

    artigos 82 e 84 da Lei n. 6.880/80 (Estatuto dos Militares) e, com isso, d continuidadeao tratamento da sua coluna lombar que estava sendo realizado a poca do

    licenciamento, mais precisamente na L4 e L5 com abaulamento discal difuso, associado

    a pequeno componente focal protruso pstero-mediano, comprimindo a face anterior

    do saco dural e mantendo contato com as razes nervosas intra-canal correspondente,

    bem como volte a receber o seu soldo para sua prpria manuteno e de sua famlia, o

    que encontra-se impossibilitado de suprir.

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    Requer-se ainda:

    a) seja concedida a tutela em definitivo, bem

    como protesta provar o acima exposto, por todos os meios de prova em direito

    admitidas, quer sejam documentais fora os que inclusos, como tambm testemunhais,

    cujo rol declinar oportunamente e tempestivamente, pericial, se necessrio for, bem

    como, pelo depoimento pessoal do representante legal do RU, na forma do que dispe

    o art. 343, pargrafo 1, do C.P.C.

    b) pela citao do RU, j qualificado para

    que tome conhecimento da presente ao, e querendo em tempo hbil, venha a Juzoproceder a sua defesa, sob pena de assim no o fazendo, serem tidos como verdadeiros

    os fatos articulados nesta inicial, e correrem sua inteira revelia processual e

    consequente condenao.

    c) que, aps os trmites legais, requer pela

    inteira procedncia da presente ao, para decretar, por sentena de mrito, a nulidade

    do ato administrativo, que licencia o AUTOR das fileiras do Exrcito Brasileiro e via de

    consequncia, reintegr-lo mesma, na condio de direito que dispunha como Militarda ativa, 3 Sargento, com todos os direitos advindos de tal declarao judicial, tais

    como, contagem de tempo de servio, promoes e vantagens pecunirias, e a condenar

    ainda o RU ao pagamento dos salrios no recebidos, desde data de 28 de Fevereiro de

    2012 para c, acrescidos de juros de mora, correo monetria e demais cominaes

    legais aplicveis espcie, por ser de direito e de justia.

    d) a condenao do RU, nas custas

    processuais, em devoluo, honorrios advocatcios base usual de 20% sobre omontante final apurvel em execuo de sentena, e demais cominaes legais.

    e) os benefcios da JUSTIA GRATUITA, de

    conformidade com a Lei 1060/50 e alteraes posteriores, eis que se trata de pessoa

    reconhecidamente pobre na acepo jurdica do termo, conforme declarao anexa.

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    D-se causa, o valor de R$ 18.327,05

    (dezoito mil trezentos e vinte e sete reais e cinco centavos) acrescidos de eventuais

    reajustes salariais e juros e correo monetria, referente ao pagamento que

    deixou de receber desde a data do licenciamento at o ms de outubro de 2012, a

    ttulo de danos materiais e R$ 62.200,00 (sessenta e dois mil e duzentos reais),

    ttulo de danos morais, perfazendo um total de R$ 80.527,05 (oitenta mil

    quinhentos e vinte e sete reais e cinco centavos)

    Termos em que,

    pede e espera deferimento

    Manaus, 10 de janeiro de 2013.

    FBIO DE ASSUNO ACOSTA

    OAB/AM 8415