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    EXMO SR. JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CVEL DA COMARCA DA CAPITAL

    GRERJ NO. 10921441071-04

    JORGE MANOEL TEIXEIRA CARNEIRO,brasileiro, casado, professor,

    portador da Carteira de Identidade n. 06032331-8, emitida pelo IFP-R.J., inscrito no CPF sob o

    n. 735.364.157-68, residente e domiciliado Rua Dezenove de Fevereiro, n 127 Apto 201Botafogo - Rio de Janeiro - CEP: 22.280-030, R.J., vem, presena de V.Exa, por seu

    advogado infra-firmado (anexo 1), que, para os fins do art. 39, I, do CPC, indica o endereo do

    prprio AUTOR, propor

    AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

    em face de LUFTHANSA S.A., CNPJ 33.461.740/0001-84, Inscrio Estadual 149.600. na

    pessoa de seu representante legal, com sede na Rua Gomes de Carvalho , n 1356, 12

    andar, CEP 04547-005, Itaim Bibi, So Paulo, S.P., na pessoa de seu representante legal,

    pelas razes de fato e de Direito que a seguir, passa a expor:

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    IDos Fatos:

    1) Em 18 de Outubro de 2013, JORGE MANOEL TEIXEIRA CARNEIRO,doravante denominado AUTOR, comprou uma passagem area, com destino a Bremen, na

    Alemanha, junto a LUFTHANSA S.A., doravante denominada R. Foi emitido o bilhete com os

    seguintes trechos: So Paulo Frankfurt - Bremen, partindo de So Paulo no dia 10 de

    Dezembro de 2013 s 19h45min horrio local, chegando a Frankfurt no dia 11 de Dezembro de

    2013 s 10:25 horrio local, e depois saindo de Frankfurt no dia 11 de Dezembro de 2013 s

    12:40 horrio local, e chegando a Bremen no dia 11 de Dezembro de 2013 s 13h35min

    horrio local, ambos os trechos operados pela R, tudo conforme anexos 2.

    2) O PRINCIPAL MOTIVO DA VIAGEM QUE O AUTOR O

    REPRESENTANTE DO BRASIL NO BOARD DA EIBA(EUROPEAN INTERNATIONAL

    BUSINESS ACADEMY), http://www.eiba-online.org/r/default.asp?iId=GGELMD,

    anexo 3, E PARTICIPA, H ANOS, DE SEUS CONGRESSOS COMO PALESTRANTE E

    REPRESENTANTE BRASILEIRO, UMA HONRA PARA ELE, QUE PROFESSOR DO

    DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAO DA PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DO

    RIO DE JANEIRO (PUC-RIO).

    3) O CONGRESSO SE REALIZARIA DE 12 A 14 DE DEZEMBRO DE 2013,

    EM BREMAN, NA ALEMANHA, CONFORME SE VERIFICA DO PROGRAMA DE

    SIMPSIOS, ANEXO 4 E NO SITE http://www.eiba2013.org/.

    4) EM 2013 O AUTOR IRIA PARTICIPAR DOS SEGUINTES EVENTOS DO

    CONGRESSO, CONFORME PROGRAMAO NO ANEXO 5 E INSCRIO NO ANEXO 6:

    1.pag.7 - membro do board2.pag.19 - professor participante do consrcio doutoral (4th COST-EIBA

    Doctoral Think Tank)

    3.pag.25 e p.41 - co-autor de artigos cientficos apresentados no congresso4.pag.54 - apresentador em painel de debates5.pag.60 - participante inscrito no congresso6.pag.67 - revisor de artigos para o congresso

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    5) A passagem fora comprada partindo de So Paulo, porque o AUTOR

    estaria participando de um outro congresso, da Iberoamerican Academy of Management, como

    palestrante, anexo7.

    6) Contudo, em 14 de outubro de 2013, o AUTOR foi convidado para

    participar de uma atividade pr-conferncia, que se realizaria na vspera do evento, dia 11 de

    dezembro de 2013: o consrcio doutoral, no qual professores do aconselhamento a alunos de

    doutorado sobre seus projetos de tese. Tambm haveria um jantar no dia 10 de dezembro de

    2013, para a abertura do consrico doutoral, onde seriam apresentados os professores aos

    alunos de doutorado.

    7) Uma vez que o coordenador geral do consrcio, Prof. Daniel van den

    Bulcke decidiu que, nessa edio, o consrcio doutoral contaria com um professor de cada um

    dos pases dos BRIC (Brasil, Rssia, ndia, China), participar deste consrcio representaria um

    grande prestgio acadmico para o AUTOR e seria uma nota importante em seu currculo de

    professor e pesquisador. O convite foi feito pelo prprio prprio Prof. Daniel van den Bulcke,

    coordenador geral do consrcio, atravs de email, anexo 8.

    8) Muito orgulhoso pelo convite recebido, o AUTOR, ento comeou a semovimentar no sentido de comparecer ao consrcio doutoral. Primeiro, solicitou ao

    organizadores da Iberoamerican Academy of Managementque sua palestra fosse antecipada

    para a manh do dia 09 de dezembro, o que foi prontamente atendido, anexo 7. Depois ele

    solicitou a alterao da sua passagem area junto a R, para ser antecipada para o dia 09 de

    dezembro de 2013, um dia antes do originalmente marcado. A R confirmou que poderia faz-

    lo, contudo haveria uma multa de U$180,00 (cento e oitenta dlares), cerca de R$391,42

    (Trezentos e noventa e um reais e quarenta e dois centavos), anexo 9, a ttulo de multa e

    outros itens em funo da mudana de data de vo. Assim foi emitido o novo bilhete eletrnico

    com a data de ida para 09 de dezembro com chegada a Breman em 10 de dezembro de

    2013,anexo 10.

    7) O AUTOR ficou muito feliz por poder ento viajar e participar do consrcio

    doutoral, que seria um grande passo em sua carreia. Assim, em 22 de outubro de 2013, aps

    se comunicar quase diariamente com o professor Daniel van den Bulcke por email, enviou-lhe

    um email confirmando a sua presena, anexo 11, informando, ento que chegaria a Breman na

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    tarde do dia 10 de dezembro, a tempo do jantar de abertura do consrcio doutoral, e,

    principalmente, para participar das atividades do consrcio doutoral, que seguiriam no dia

    seguinte, 11 de dezembro. O Prof. Daniel van den Bulcke lhe agradeceu o empenho, e ficoumuito contente que o AUTOR poderia participar das referidas atividades e lhe informou como

    seriam os procedimentos e reembolsos, anexo 12.

    8) Por sua participao nas atividades do consrcio doutoral, os

    organizadores reembolsariam o AUTOR pelas despesas de passagem area e de dirias de

    hotel e tambm lhe dariam uma ajuda de custo, anexo 12.O AUTORestava excitadssimo

    com a viagem. Assim, na pgina 09 da programao do congresso foi includo o nome do autor

    como participante do consrico doutoral, anexo 5:

    1.pag.19 - professor participante do consrcio doutoral (4th COST-EIBADoctoral Think Tank)

    9) Ento no dia09 de dezembro de 2013, o AUTOR chegou ao aeroporto de

    So Paulo, com trs horas de antecedncia, como indicado para vos internacionais, fez os

    procedimentos de Check-in, pegou seus cartes de embarque, anexo 9, e esperou o horrio deembarque. Por volta das 19:00 o AUTOR embarcou, no vo da R, LH 0507, para Frankfurt

    (Alemanha), com sada marcada para s 19:45, e chegada s 10:25, no dia seguinte, 10 de

    dezembro de 2013, para depois prosseguir para para Bremen (Alemanha) via vo, tambm da

    R, LH 0354, com a sada de Frankfurt s 12:30 e chegada prevista em Bremen para 13h25

    (horrio local) do dia 10 de dezembro de 2013, anexo 13. Tudo perfeitamente sincronizado,

    para que o AUTOR chegasse em Breman, fosse para o Hotel, descansasse um pouco e

    se preparasse para o Jantar.

    10) J dentro do avio O AUTOR e os outros passageiros ficaram

    aguardando a partida, mas o ar-condicionado no foi ligado. A justificativa dada pela tripulao

    da R de que a equipe tcnica estava fazendo um reparo no avio. O AUTOR ficou dentro

    do avio cerca de duas horas esperando, num calor insurportvel, onde a R, s servia gua e

    biscoitinhos do tipo pretzel.

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    11) s 21h45 o comandante da R anunciou que o problema tcnico no

    seria solucionvel em tempo hbil e determinou que todos os passageiros desembarcassem.

    De volta ao porto de embarque, a R anunciou o vo estava cancelado, anexo 14, e quetodos os passageiros seriam acomodados em um hotel, e, posteriormente, seriam informados

    sobre novos vos.

    12) O AUTOR ficou completamente desnorteado com aquela situao, j que

    tinha que chegar em Breman no dia seguinte, no mximo dia 11 de dezembro, pela manh,

    para participar do consorcio doutoral.

    13) O AUTOR ainda argumentou com trs funcionrios da R, na tentativade embarcar naquele dia, DEVIDO A SEU COMPROMISSO EM BREMAN NO DIA SEGUINTE

    E, PRINCIPALMENTE, NO POSTERIOR, 11 DE DEZEMBRO DE 2013, sobre a possibilidade

    de a empresa me alocar em um voo de outra companhia que estivesse seguindo para Frankfurt

    ou para outro ponto da Europa, para que ele pudesse chegar a seus destino final. Ele foi

    informado de que havia um voo da Air France e outro da TAM, que partiria s 23:25, anexo 15,

    assim o AUTOR poderia chegar a Frankfurt no dia seguinte, sem nenhum problema.

    14) Entretanto, os funcionrios da R disseram que somente estavamrealocando os passageiros que tivessem comprado passagem em classe executiva. A

    passagem do AUTOR era de classe econmica. Ele ainda argumentou que era passageiro

    frequente da Star Aliance (aliana da qual a R faz parte), e que perdieria um comrpomisso

    importantssimo, mas os funcionrios foram irredutveis! Os funcionrios da R disse que no

    poderia fazer nada, e que ele teria que esperar pelo vo do dia seguinte. O AUTOR se sentiu

    completamente discriminado pela R!

    15) A PRPRIA R SABENDO QUE O AUTOR TINHA UM COMPROMISSO

    IMPORTANTE NA ALEMANHA, SENDO PARCEIRA DA TAM EM CODE SHARES, ANEXO

    15, TENDO AINDA A AIR FRANCE VOANDO PARA O MESMO DESTINO, E VRIAS

    OUTRAS COMPANHIAS VOANDO PARA A EUROPA, ANEXO 16, ONDE O AUTOR

    PODERIA FAZER UMA CONEXO, PARA FRANKFURT E DE L SEGUIR PARA BREMAN,

    SENDO QUE ELA PRPRIA PROVOCARA O CANCELAMENTO DO VO, NO SE

    ESFOROU PARA REALOCAR O AUTOR EM OUTRO VO, NO TOMOU NENHUMA

    PROVIDNCIA PARA QUE ELE CHEGASSE A TEMPO A BREMAN, FAZENDO COM QUE O

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    AUTOR PERMANECESSE EM UMA CIDADE ESTRANHA A SEU ROTEIRO ORIGINAL, S

    PODENDO VOAR 24 (VINTE E QUATRO) HORAS DEPOIS, CHEGANDO 29 (VINTE E NOVE

    HORAS APS O PREVISTO)!

    16) Com isso, o AUTOR perderia o jantar de abertura, mas,

    PRINCIPALMENTE, O EVENTO DO CONSRCIO DOUTORAL, EVENTO QUE FORA

    CONVIDADE E QUE SERIA O REPRESENTANTE BRASILEIRO NO MESMO, J QUE

    APENAS UM DE CADA PAS DOS BRICs FORA CONVIDADO. ELE FICOU

    COMPLETAMENTE CONSTERNADO COM ESTA SITUAO, POIS SABIA DA

    IMPORTANCIA DO CONVITE E DO EVENTO, PORQUE VIU QUE SERIA IMPOSSVEL

    APRESENTAR O TRABALHO DELE NO CONSRCIO DOUTORAL, PRINCIPALMOTIVO DA ANTECIPAO DA VIAGEM, POIS, CONFORME EMAIL

    ENVIADO, O MESMO COMEAVA NO DIA 11 DE DEZEMBRO PELA MANH,j que o novo

    vo chegaria neste dia, por volta das 13:25hs. Alm disso, no seria reembolsado dos gastos

    que teve com a viagem, j que no participaria do evento. Mas o pesadelo ainda no havia

    acabado!

    17) Somente s 22:25, a mala do AUTOR apareceu novamente na esteira.Uma hora depois, por volta das 23:30, aps uma longa espera de p, em uma fila em que

    todos os passageiros aguardavam, a R entregou ao AUTOR um voucher para hotel, anexo

    17. O hotel era no centro de So Paulo, bem distante do aeroporto de Guarulhos, que fica em

    outra cidade. Quando o AUTOR disse que preferia um hotel prximo ao aeroporto, os

    funcionrios da R disseram que no tinham convnio com hotis prximos e que somente

    estariam alocando prximo a Guarulhos passageiros de classe executiva. Mas uma vez o

    AUTOR fora discriminado.

    18) A R informou, ento, que os passageiros teriam direito comente a: 1)

    uma ligao telefnica de trs minutos; 2) jantar no restaurante do hotel (mas no no quarto)

    com refrigerante; 3) caf da manh no dia seguinte; 4) almoo no dia seguinte. A nica coisa

    que a R ofereceu aos passageiros enquanto eles aguardavam fora garrafinhas de agu.

    Apenas s 01:20 da madrugada foi que o nibus da R que levaria os passageiros ao hotel

    chegou. O AUTOR estava no aeroporto desde s 16:30 da tarde. Extremamente cansado e

    estressado com essa situao, o AUTOR se dirigiu ao hotel.

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    19) Cerca de meia hora depois, o nibus chegou ao hotel Novotel Jaragu,

    no centro de So Paulo. A fila para o check-in estava enorme, anexo 18. O AUTOR decidiujantar primeiro (havia um buffet disposio) e em seguida se dirigiu ao balco de check-in. A

    fila continuava enorme.

    20) Finalmente s 03:00 da manh chegou a vez do AUTOR de ser atendido

    e conseguir fazer o check-in no hotel e ir para o quarto. O funcionrio do hotel disse que a R

    informara que a companhia daria uma nova posio s 11h30. O AUTOR ficou muito

    preocupado, pois, pelo visto a R no garantia a realocao no dia seguinte. Com isso,

    praticamente nem dormiu.

    21) Logo cedo, o AUTOR falou com sua agncia de viagens, que lhe vendeu

    as passagens, a qual manteve contato com a R para tentar lhe realocar, o mais rpido

    possvel. At as 11h30, ningum fez contato no quarto para informar sobre a R, sobre a

    realocao, mas o AUTOR soube que havia funcionrios da R no hotel.

    22) O restaurante do hotel s abriu s 12:27, e o AUTOR, ento, engoliu a

    comida e desceu para tentar conseguir falar com algum funcionrio da R, j que, at aquelehorrio, ela no havia dado qualquer posiosobre a realocao em outro vo, e o AUTOR

    estava deveras preocupado. s 12:45, o funcionrio Andr, da central de reservas da R, ligou

    para o celular do AUTOR e informou que haveria um nibus da empresa na porta do hotel s

    13h00. OU SEJA, A R LIGOU 15 MINUTOS ANTES PARA INFORMAR O QUE SERIA

    FEITO! UM ABSURDO! O AUTOR, imediatamente, fez o check out no hotel, anexo 19, e

    entrou no nibus da R que s partiu do Hotel s 13:55.

    23) Aps uma hora de viagem, o AUTOR chegou novamente no aeroporto de

    Guarulhos. Ao chegar no balco da R para efetuar o novo Check in, foi informado pela

    funcionria da R que no havia vagas no vo de So Paulo para Frankfurt. Para que o

    AUTOR no perdesse mais uma dia, A R FARIA O FAVOR de embarcar o AUTOR em um

    vo para o Rio de Janeiro, operado pela TAM, e de l para um vo do Rio de Janeiro para

    Frankfurt e, finalmente, de Frankfurt, num novo voo para Bremen. Ou seja, um vo muito mais

    cansativo, com uma escala que no estava prevista no Rio de Janeiro, num vo operado por

    outra companhia erea, diferentemente do que o AUTOR havia comprado a passagem, E SEM

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    NENHUMA COMPENSAO PELO TRANSTORNO, COMO UM UPGRADE, por exemplo.

    24) A R informou que no teria outra forma, e que isso era melhor o que

    eles poderiam fazer; Ocorre que, com esse novo itinerrio o AUTOR s chegaria a Breman s18:15,quando o evento do consrcio doutoral j teria acabado. Como no tinha jeito, no

    restou outra alternativa ao AUTOR a no ser, MUITO CONTRARIADO, aceitar aquela opo!

    25) Depois de mais uma nova e desnecessria espera, finalmente o AUTOR

    conseguiu os seus cartes de embarque, anexo 20. Observe-se que o assento era diferente do

    que o AUTOR havia solicitado anteriormente. Por volta das 18:10 do dia 10 de dezembro de

    2013, o AUTOR decolou rumo ao Rio de Janeiro, para poder embarcar para Frankfurt e de l

    para Bremman.

    26) Somente s 18:15 do dia 11 de dezembro de 2013, . MAIS DE VINTE E

    NOVE HORAS APS O QUE O AUTOR HAVIA COMPRADO JUNTO A R, foi que o AUTOR

    chegou a Breman. Ele saiu correndo do aeroporto, e, sequer passou no hotel indo direto para o

    evento, sem trocar de roupa nada, aps mais de 24 horas de sua sada do hotel em So Paulo.

    Ele saiu correndo para o Consrcio Doutoral. Completamente estressado, chegou ao evento,

    que j tinha acabado, e completamente constrangido e humilhado, pediu desculpas aos

    participantes, e ao coordenador geral do consrcio, Prof. Daniel van den Bulcke.

    27) E mais, conforme se verifica da programao anexada, anexo 5,

    como era um dos participantes do consrico doutoral e um dos palestrantes, o AUTOR

    deveria chegar cerca de pelo menos trs horas antes da sua sesso para verificar se as

    ferramentas para a apresentao estavam funcionando corretamente, se as facilidades

    necessrias estavam a disposio, e no dia da palestra deveria chegar pelo menos dez

    minutos antes de come-la. PARA ISSO O AUTOR HAVIA PROGRAMADO CHEGAR UM

    DIA ANTES! PORM, DEVIDO A DESDIA DA R, COM O CANCELAMENTO E O ATRASO,

    NO CHEGOU PARA O CONSRCIO DOUTORAL, EPASSOU POR UM ENORME CONSTRANGIMENTO DIANTE DE UMA COMUNIDADE

    INTERNACIONAL!

    28) O AUTOR se sentiu totalmente embaraado pelo ocorrido, j que se

    tratava de um congresso internacional, e ele era um dos representantes brasileiros,

    haviam participantes de todos os pases do mundo, estava em um pas, onde a

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    pontualidade muito apreciada, e chegou atrasado para uma palestra a qual vinha se

    preparando h meses! Uma verdadeira vergonha para o AUTOR, diante de centenas de

    participantes!

    29) Alm disso, outra questo preocupava o AUTOR, como participante do

    consrcio doutoral, ele teria direito ao reembolso de TODAS as suas despesas, qual sejam,

    passagem, hospedagem, alimentao, transporte, multa pela troca de data da passagem, etc,

    conforme lhe explicou por email o Prof. Prof. Daniel van den Bulcke, anexo 21.

    30) Ocorre que, como ele somente chegou a Bremen em um horrio em que

    as atividades do consrcio doutoral j tinham terminado e, consequentemente, no participoudo evento, DEVIDO AO CANCELAMENTO DO VO E, O POSTERIOR ATRASO, AMBOS

    CAUSADO PELA R, O AUTOR ACABOU FICANDO SEM O REEMBOLSO DESSAS

    DESPESAS, QUE TOTALIZAM MAIS DE R$7.000,00 (SETE MIL REAIS)! Uma despesa muito

    alta que o AUTOR no esperava ter, anexos 2, 9 e 22!

    31) S em relao ao hotel em Bremen, o AUTOR teve um gasto de

    $422,00 (quatrocentos e vinte e dois euros), anexo 22, cuja cotao oficial do dia era R$3,20,

    anexo 23, tendo-se o total, em Reais, dos gastos de R$1.350,40 (Hum mil trezentos ecinquenta reais e quarenta centavos).

    32) No hotel, ele teve que pagar por quatro dirias (de 10 a 14 de dezembro).

    Note-se que, apesar de ele ter chegado somente no dia 11, o hotel lhe cobrou por todos os

    dias da reserva (inclusive o dia 10), posto que ele tinha feito a reserva em uma tarifa mais

    barata, porm no reembolsvel em caso de cancelamento, vide o no show da nota de

    despesas, cobrando os$105,50 (cento e cinco euros e cinquenta centavos),

    33) A viagem do AUTOR fora, sem nenhuma necessidade, desgastante.

    Ficou completamente constrangido com toda esta situao, no podendo comparecer ao

    consrcio doutoral, onde seria um dos representantes dos BRICs e o nico representante do

    Brasil, havia confirmado a sua presena, e seria muito importante para a sua carreira,

    extremamente triste com tantos improprios que teve que passar, e profundamente ressentido

    dos pssimos servios prestados pela R.

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    34) O AUTOR NO CONSEGUIU CHEGAR PARA O CONSRIO

    DOUTORAL, NO PODE COMPARECER E PARTICIPAR DO EVENTO INTERNACIONALQUE FORA CONVIDADO A PARTICIPAR E VINHA PREPARANDO H MAIS DE DOIS

    MESES, EM QUE PESE TENHA CONFIRMADO SUA PRESENA NO MESMO, E TIVESSE

    SEU NOME CONSTANDO DA PROGRAMAO, NO TEVE SUAS DESPESAS

    REEMBOLSADAS, PASSOU PELO CONSTRANGIMENTO DE TER QUE SE DESCULPAR

    PERANTE CENTENAS DE PARTICIPANTES DE VRIAS PARTES DO MUNDO,

    FALTANDO A MESMA, POR CULPA EXCLUSIVA DA R.

    35) Alm disso, a R em que pese os pedidos do AUTOR para lhe alocarem um vo na mesma noite, pois havia vos de vrias outras empresas, a mesma disse

    que no iria atender o pedido do AUTOR, pois s estava remanejando pessoas da classe

    executiva, havendo uma ntida discriminao em relao ao AUTOR.

    36) Com isso, vrios foram os problemas gerados pelo cancelamento do

    vo provocado pela R ao AUTOR, tais como: perda de tempo, ausncia no consrcio

    autoral, perda do reembolso, despesas efetuadas com ligaes telefnicas, , frustrao

    por receber somente respostas vagas e lentas, e, principalmente por ter a sua dignidadeafetada, ao ser discriminada pela R que no a colocou em outro vo em outra empresa

    area no mesmo dia, e estava alocando os outros passageiros da classe executiva, ao

    ver que no poderia comparecer ao evento que era muito importante sua carreira

    profissional, alm da vergonha na ausncia no mesmo, perante a comunidade

    internacional.

    37) O AUTOR se sentiu completamente humilhados e constrangido pela R,

    posto que esta no lhe deu nenhuma assistncia e ainda se sentiu completamente

    discriminado e enganado pela R, porque esta nem mesmo se esforou para lhe alocar em um

    vo no mesmo dia, em outra companhia rea, em que pese estar fazendo isso para os

    passageiros da classe executiva. Vale lembrar que o atraso do vo para Frankfurt apenas se

    deu devido ao cancelamento do vo da aprpria R, tendo o AUTOR que esperar mais de

    vinte quatro horas pelo prximo vo. Este comportamento da R acabou causando ao AUTOR

    vrios danos, de ordem moral e material, e devem ser, imediatamente, compensados.

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    IIDo Direito :

    38) A defesa do consumidor ganhou contorno constitucional com a Carta de

    1988 que ao cuidar dos Direitos e Garantias Fundamentais, exigiu a atuao do legislador

    infraconstitucional, em prazo pr-determinado, para integrar a norma constitucional de princpio

    institutivo apresentada no art. 5o, inciso XXXII da CRFB/88.

    39) O Cdigo Brasileiro de Defesa do Consumidor, publicado em 12 de

    Setembro de 1990, e que passou a viger decorridos 180 dias daquela data, apresentou ao

    ordenamento jurdico, normas de ordem pblica e de interesse social voltadas para a

    humanizao das relaes de consumo recorrendo de forma subsidiria ao Cdigo Civil.

    40) As relaes privadas, com o advento da Constituio Cidad, passaram

    a ser informadas pelo princpio da dignidade da pessoa humana, previsto na Constituio da

    Repblica em seu art. 1o, III que se solidificou como o vetor interpretativo de todo o

    ordenamento jurdico, realizando a chamada revoluo copernicana do Direito passando a

    Constituio a ocupar o lugar dos Cdigos, despatrimonializando e constitucionalizando o

    Direito Civil. Neste sentido, vale a citao da lio da mais abalizada doutrina :

    Em realidade, o humanismo solidarista que conquistou a filosofia poltica e a teoria do

    Estado neste sculo findante operou sobretudo o fenmeno da constitucionalizao de

    inmeras categorias do direito privado, atravs de sua insero no culminante e seleto

    conjunto de normas e princpios constitucionais. Esses novos direitos supralegais, em

    razo do papel integrador da ordem jurdica desempenhado pela Constituio,

    passaram a exercer uma espcie de liderana axiolgica em face dos microssistemas

    normativos associados a comandos constitucionais, a exemplo dos regimes jurdicosaplicveis propriedade, proteo do consumidor, ... (A Constituio Aberta e os

    Direitos FundamentaisEnsaios sobre o Constitucionalismo Ps-Moderno e Comunitrio

    Carlos Roberto Siqueira CastroEditora ForenseAno 2003fl. 16)

    41) O caso versado nestes autos apresenta hiptese clara de relao de

    consumo caracterizada pelo desrespeito por parte do fornecedor de produtos em relao aos

    acordos firmados com o consumidor, sendo que este, com base no principio da confiana, por

    acreditar que, sendo esta uma empresa area de 1aclasse, estariam assegurados, e poderiam

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    embarcar no vo planejado e cumprir os compromissos agendados, sem maiores percalos.

    42) Alm disso, cumpre frisar que entendem os nossos juristas edoutrinadores que mesmo havendo a conveno ou acordo internacional que trate da matria

    em especfico e que o nosso pas tenha aderido ao mesmo, a nossa Carta Magna soberana

    sobre este, principalmente quando essa conveno for omissa a respeito. Aps a promulgao

    da Constituio Federal de 1988, a questo do confronto do ato normativo internacional com a

    nova Lei Fundamental foi objeto de importantes discusses no STF. Nessa oportunidade,

    sendo rel. o Min. Marco Aurlio, a ementa do julgado ficou assim vazada:

    INDENIZAO - DANO MORAL - EXTRAVIO DE MALA EM VIAGEMAREA - CONVENO VARSVIA - OBSERVAO MITIGADA -CONSTITUIO FEDERAL - SUPREMACIA.O fato de a Conveno de Varsvia revelar, comoregra, a indenizao tarifada por danos materiais noexclui a relativa aos danos morais. Configuradosesses pelo sentimento de desconforto, deconstrangimento, aborrecimento e humilhaodecorrentes do extravio de mala, cumpre observar aCarta Poltica da Repblica - incisos V e X do artigo5, no que se sobrepe a tratados e convenes

    ratificados pelo Brasil. (RE 172720, de 21.02.1997,Rel. Min. Marco Aurlio).

    No mesmo sentido expressa seu pensamento o Min. Paulo Brossard:

    INDENIZAO - Extravio De Bagagem - Dano Moral -Conveno Varsvia que contempla apenas danos

    materiais - Irrelevncia em face da supremacia daCarta Poltica Brasileira, em relao a tratados econvenes internacionais ratificados pelo Brasil -

    Verba devida - Inteligncia do art. 5, incs. V e Xda CF.

    43) No h que se falar tambm em prevalncia da conveno de Varsvia

    perante o Cdigo de Defesa do Consumidor. Pode-se dizer claramente e com toda a certeza

    que em conflito entre a Conveno de Varsvia e o Cdigo de Defesa do Consumidor,

    prevalece este ltimo, posto que hierarquicamente superior (editado nos termos do art. 5, inc.

    XXXII da Constituio Federal), especial (o CDC regula toda relao de consumo)e, como se

    no bastasse, posterior (tendo sido publicado em 11/09/1990 e entrado em vigor em

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    13/03/1991, enquanto que a Conveno ingressou no ordenamento nacional em 24/11/1931).

    este o entendimento do Supremo tribunal Federal:

    INDENIZAO - DANO MORAL - EXTRAVIO DE MALA EM VIAGEMAREA - CONVENO DE VARSVIA - OBSERVAO MITIGADA -CONSTITUIO FEDERAL - SUPREMACIA" - "O fato de aConveno de Varsvia revelar, como regra, aindenizao tarifada por danos materiais no exclui arelativa aos danos morais. Configurados esses pelosentimento de desconforto, de constrangimento,aborrecimento e humilhao decorrentes do extravio de

    mala, cumpre observar a Carta Poltica da Repblica -incisos V e X do artigo 5, no que se sobrepe a

    tratados e convenes ratificados pelo Brasil." (RE172.720-9, Rio de Janeiro. Rel. Min. Marco Aurlio.06.02.96).

    44) Tal entendimento foi finalmente sacramentado em 25 de maro de 2009,

    conforme notcia divulgada em seu portal abaixo:

    Notcias STFQuarta-feira, 25 de Maro de 20091 Turma rejeita recurso que tentava impor teto em pedido de indenizao empresa areaA Primeira Turma do STF arquivou o Recurso Extraordinrio (RE) 351750, no qual a Viao Area Rio Grandense (Varig)recorria de uma deciso que reconheceu o Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC) como o fundamento legal para o pedidode indenizao de uma passageira. Com a deciso, ficou mantido o entendimento da Turma Recursal dos Juizados Especiaisdo Rio de Janeiro, que aplicou o CDC favoravelmente consumidora.O CDC no estabelece limite para os pedidos de indenizao, enquanto a Conveno de Varsvia para a unificao deregras relativas ao transporte areo internacional, cuja redao foi consolidada no Protocolo de Haia, limita as indenizaesao valor do bem perdido ou, no caso de pessoas, a uma quantia estabelecida em Direito Especial de Saque (DES), a moedade referncia do Fundo Monetrio Internacional.A deciso da Primeira Turma de nem considerar o mrito do RE, na sesso do dia 17, levou em conta o fato de que aaplicao e interpretao do CDC matria infraconstitucional, o que o afasta das competncias jurisdicionais do Supremopois o Tribunal julga somente questes que afrontem diretamente a Constituio Federal. Sendo assim, continuarvalendo o entendimento da Turma Recursal dos Juizados Especiais do RJ sobre indenizaes de empresas areas, ou seja,no haver teto para o pedido de indenizao, aplicando-se o CDC.

    O relator da matria no Supremo, ministro Marco Aurlio, votou pelo arquivamento do Recurso Extraordinrio, sendoacompanhado pelos ministros Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso. Segundo Peluso, em seu entendimento pessoal, aespecialidade maior no caso do CDC, e no das convenes internacionais, que so mais favorveis s empresas areas.Ele disse que sua deciso se fundou apenas na interpretao e aplicao do CDC, por isso adotou a mesma postura dorelator. O Cdigo de Defesa do Consumidor o que prevalece no conflito, sentenciou, ao confrontar com a posio doministro Eros Grau.J o ministro Eros Grau reconheceu que a Conveno de Varsvia e o protocolo de Haia seriam mais especficos ao casoque o prprio CDC e votou em favor da continuidade do processo no Supremo, mas foi voto vencido.MG/LF

    45) Ao comprar a passagem area celebra-se um contrato de prestao de

    servios que abrange tanto o transporte da pessoa quanto o de seus pertences. Ambas as

    prestaes devem ser realizadas adequadamente, e caso haja algum dano causado, faz-se,

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    conseqentemente, surgir o dever de indenizar.

    46) Como decorrncia da inexecuo contratual, experimentou o AUTOR, osdissabores de uma relao jurdica com exigncias desiguais que causou-lhe prejuzos de

    ordem moral e material. Com base no art. 6o, inciso VI, da Lei 8078/90, direito do consumidor

    a efetiva reparao das perdas e danos patrimoniais e morais sofridos.

    47) Infelizmente, esta conduta da R, pelas empresas areas mais comum

    do que se desejaria e precisa ser desestimulada. O AUTOR chegou com antecedncia ao

    check-in, fez todos os procedimento, mas a R, sem nenhuma explicao, comeou a atrasar

    a decolagem e cancelou o vo.

    48) O AUTOR foi surpreendido com o atraso do vo e ainda com a

    informao que teriam que pernoitar em So Paulo, posto que s existiria vo disponvel no dia

    seguinte, o que no era verdade, j que haviam outros vos para Frankfurt e para outros

    lugares da Europa. E com isto estaria sendo privado de participar do consrcio doutoral.

    49) Excelncia, o AUTOR fora convidado para participar do consrico

    doutoral, por ser um excelente profissional e ter seu reconhecimento na rea, era o nico

    representante brasileiro no evento, vinha planejando esta viagem h muito tempo, se

    preparando para o mesmo, se sentiu completamente honrado pelo convite, seria um passo

    importante em seu currculo e em sua carreira, como professor da PUC. E a R, com sua

    desdia, no a levou ao local contratado, na data contratada!

    50) Est claro que, no caso em tela, houve uma quebra de contrato por

    parte da R. QUALQUER ATRASO J UMA QUEBRA DE CONTRATO! O VO TEM QUE

    SAIR NA HORA E CUMPRIR O ROTEIRO CONTRATADO! NO PODE A R, PARA

    ATENDER AS SUAS PRPRIAS NECESSIDADES, POR QUALQUER MOTIVO,

    PREJUDICAR SEUS CONSUMIDORES, INCLUSIVE O PRPRIO AUTOR! VALE

    RESSALTAR QUE TODOS OS PASSAGEIROS, QUE NO ERAM DA

    CLASSE EXECUTIVA, FORAM PREJUDICADAS PELA R! AINDA HOUVE UMA

    ENORME DISCRIMINAO!

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    51) E pior, aes como esta vem fazendo com que a mquina do judicirio

    seja exigida ainda mais, fazendo com que consumidores como o AUTOR, por se sentirlesionado, procure o judicirio para ser reparado. Conforme vemos abaixo:

    0012841-48.2007.8.19.0205- APELACAODES. GUARACI DE CAMPOS VIANNA - Julgamento: 25/05/2010 - DECIMA NONA CAMARA CIVEL

    APELAO CVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AO INDENIZATRIA. DANOS MORAIS. GOL LINHAS AEREAS

    ATRASO DE VO.O EVENTO NARRADO NOS AUTOS EVIDENCIA AOCORRNCIA DE FORTUITO INTERNO E POR ISSO, NO EXCLUI A

    RESPONSABILIDADE DO PRESTADOR DE SERVIOS PORQUANTO SITUAO QUE FAZ PARTE DA ATIVIDADE DESEMPENHADA,LIGANDO-SE AOS RISCOS DEEMPREENDIMENTO. DANO MORALCONFIGURADO. MAJORAO DO QUANTUM INDENIZATRIOARBITRADO PARA R$ 10.000,00, EM CONSONNCIA COM OPRINCPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.DESPROVIMENTO DO PRIMEIRO RECURSO DE APELAO E PROVIMENTO PARCIAL DO SEGUNDO APELO.

    0429450-37.2008.8.19.0001- APELACAODES. PEDRO SARAIVA ANDRADE LEMOSJulgamento: 15/07/2010 - DECIMA CAMARA CIVEL

    Apelao Cvel. Atraso em voo, que resultou em perda da conexo, obrigando o autor a pernoitarem Lisboa. Extravio da bagagem. Perda de equipamentos profissionais.Reparao pelos danosmorais.Hiptese sujeita a prazo prescricional, no transcorrido quando do ajuizamento da ao.Falha na prestao do servio. No merecem prosperar as alegaes que atribuem o fato danoso crise areainstaurada poca para se eximir de sua responsabilidade. Risco inerente atividade. Responsabilidade objetiva.

    Empresa r que no prestou qualquer assistncia ao autor. Prejuzos profissionais eeconmicos. Dano moral configurado. Indenizao arbitradano valor de R$ 25.000,00 que, diante das peculiaridades docaso concreto,mostra-se adequada.Sentena mantida. NEGADO SEGUIMENTO AORECURSO, nos termos do art. 557, caput, CPC.

    2009.001.32628- APELACAODES. GALDINO SIQUEIRA NETTO - Julgamento: 29/09/2009 - DECIMA QUINTA CAMARA CIVEL

    Ao de indenizao por danos morais. Atraso de mais de 20 horas em vo Sidney -Santiago - Rio de Janeiro. Comprovao de que no houve overbooking, mas atraso por problemastcnicos no afasta a responsabilidade da transportadora APELADA, eis que configura fortuito interno. Verba

    indenizatria fixada de forma tmida devendo ser aumentada. Provimento parcial ao recursoda primeira apelante, para elevar a reparao por dano moral aoquantum de R$ 12.000,00 (doze mil reais),com correo monetria a partir desta data, enegando provimento ao 2 (segundo) recurso interposto.

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    52) A situao ftica evidenciada no caso presente, atraso e

    cancelamento de vo,caracteriza-se por ser hiptese de Responsabilidade

    Civil por Inexecuo Contratual, diante da prestao de um servio inadequado, gerando

    o dever de indenizar os danos morais e materiais da decorrentes conforme o disposto

    no art. 6o, inciso VI, da Lei 8078/90, indicando que direito do consumidor a efetiva

    reparao das perdas e danos patrimoniais e morais sofridos. Neste sentido, se alinha a

    jurisprudncia mencionada a seguir:

    0068958-21.2009.8.19.0001- APELACAODES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento: 27/07/2010 - DECIMA NONA CAMARA CIVEL

    AGRAVO INOMINADO COM FULCRO NO 1 DO ART. 5570020DO CPC. INDENIZATRIA. SERVIO DETRANSPORTE AREO. VIAGEM INTERNACIONAL. ATRASO DE VOO E CONSEQUENTE PERDA DECONEXO. DANO MORAL. A relao entre as partes de consumo, devendo ser analisada luz da Lei n8.078/90, norma de ordem pblica e interesse social, de carter cogente que ora afasta a aplicao da Convenode Montreal em vista no somente de ser posterior norma internacional como do carter especial daquela aoregular as relaes de consumo, ademais na reparao do dano moral assegurada pela C.R.F.B. A r, com ocontrato de transporte, assume uma obrigao de transportar so e salvo o passageiro no horrio estabelecido,compromisso que no se adimpliu por completo. Como bem observou o sentenciante, o problematcnico que impediu a decolagem da aeronave na qual retornava o autor constitui fortuitointerno, inerentes atividade da r, ademais no sendo explicado o porqu de ter sido

    permitida a decolagem do vo de conexo para o Rio de Janeiro em total descaso aospassageiros da prpria companhia que, sem qualquer culpa, foram impedidos de chegar atempo de embarcar como inicialmente era esperado. inquestionvel a sensao derevolta ante os problemas ocorridos, frustrao ante o que se esperava da viagem eimpotncia diante da empresa e seu descaso e desrespeito ao passageiro, comconseqncias na esfera psicolgica, configurando assim o dano de natureza moral quedeve ser indenizado, sendo inmeros os precedentes deste Tribunal.Sem um critrio legal pr-determinado mas diante dos critrios indicados pela doutrina e jurisprudncia, considerando as partes em juzo, aextenso e as conseqncias da leso, diante das circunstncias do fato concreto, o valor arbitrado mostra-seinsuficiente e merecendo ser majorado.Recurso desprovido.

    0062699-44.2008.8.19.0001 (2009.001.04430) - APELACAO

    DES. ANTONIO SALDANHA PALHEIRO - Julgamento: 17/03/2009 - QUINTA CAMARA CIVEL

    RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE AREO. ATRASO E MUDANA DE ITINERRIO DOS VOS SEM AVISOPAPELADAVIO AO PASSAGEIRO. FALHA NA PRESTAO DO SERVIO. FATO OCORRIDO NO PERODOABRANGIDO PELO CAOS AREO QUE ASSOLOU O PAS. PRECEDENTES DESTA E. CORTE NO SENTIDO DETRATAR-SE DE FORTUITO INTERNO, NO SE VISLUMBRANDO A INCIDNCIA DE QUALQUER EXCLUDENTE DERESPONSABILIDADE DA CONCESSIONRIA APELADA.DANO MORAL CONFIGURADO. O DANO MORAL DEVE SEAPROXIMAR DE UMA COMPENSAO CAPAZ DE AMENIZAR O CONSTRANGIMENTO EXPERIMENTADO. DEVE,PORTANTO, SER FIXADO TOMANDO-SE EM CONTA A GRAVIDADE DO FATO, SUAS CONSEQNCIAS, CONDIOSOCIAL DA VTIMA E INFRATOR, ALM DE INCORPORAR O CARTER REPARATRIO, PUNITIVO E PEDAGGICO.OBSERVADO O PRINCPIO DA RAZOABILIDADE. D-SE PROVIMENTO AO RECURSO.

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    DES. NORMA SUELY - Julgamento: 01/07/2008 - OITAVA CAMARA CIVEL

    APELAO CVEL.INDENIZAO.TRANSPORTE AREO INTERNACIONAL DE PASSAGEIROS. CANCELAMENTO DEVO. EMBARQUE EM AERONAVE DE OUTRA EMPRESA AREA. PERDA DE CONEXO.FALHA NA

    PRESTAO DE SERVIO. DANOS MATERIAIS E MORAIS CONFIGURADOS.RELAODE CONSUMO.RESPONSABILIDADE OBJETIVA.FIXAO DA INDENIZAO EMOBSERVNCIA AOS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE EPROPORCIONALIDADE.DESPROVIMENTO DE TODOS OS RECURSOS.

    0003413-04.2009.8.19.0001 (2009.001.61085)- APELACAO

    DES. MARIO ASSIS GONCALVES - Julgamento: 19/01/2010 - TERCEIRA CAMARA CIVEL

    Responsabilidade civil. Relao de consumo. Indenizao. Vo internacional. Atrasos. Extravio de bagagem. Danosmorais. Trata-se de responsabilidade objetiva que se manifesta no descumprimento do contrato de transporte,respondendo a empresa por danos materiais e morais. A empresa area obrigada a transportar o passageiro e seuspertences, inclumes, at o lugar de destino. A relao existente entre o passageiro e a empresa de transporte areoencontra-se amparada pela Lei 8.078/90, com a incidncia de suas normas e de seus princpios, com fora obrigatria,uma vez que a preservao dos direitos dos consumidores acha-se diretamente ligada ao bem estar social e por ternascido o Cdigo de Defesa do Consumidor de uma previso constitucional - art. 5, inc. XXXII e 170, inc. V - sendoindiscutvel a natureza de ordem pblica de suas normas, bem como o seu carter imperativo. A responsabilidade dotransportador , repita-se, objetiva, conforme estabelece a regra do artigo 14 da Lei n 8.078/90 (CDC). Cidad que viajacom filho de menos de dois anos de idade e que, muito embora adquira passagem para vo direto, obrigada a efetuar

    escala em So Paulo (Aeroporto de Guarulhos). Atraso de mais de quatro horas. Falta de informaese auxlio consumidora. Caos areo, fato pblico e notrio.Extravio do carrinho de beb, sdevolvido trs dias depois, o que obrigou a cidad a carregar o filho no colo todo o tempo, tolhendo-se o seu ir e vir. Ador, a angstia, a apreenso e o evidente sofrimento psicolgico so insofismveis.Falha da prestao do servio que j estaria caracterizada pelo simples atraso do vo,pois o transportador est sujeito aos horrios e itinerrios previstos. Problemas no

    sistema aerovirio que pudessem gerar atrasos ou cancelamento de vos so fatosinerentes ao risco empresarial, o que no exonera a APELADA de sua responsabilidade.Dano moral. Existncia. No cumprido este dever, exsurge a obrigao de indenizar,independentemente da comprovao de culpa. Conjunto probatrio e razoabilidade dosfatos comprovados. Deve o julgador orientar-se pelo seu livre convencimento, pelo bomsenso e pelas regras de experincia comum. Verba fixada em R$ 12.000,00 (doze milreais), a ttulo de danos morais, em observncia ao princpio da razoabilidade eproporcionalidade. Sentena correta. Recursos a que se nega provimento.

    53) Quanto ao dano material, assiste ao AUTOR o direito de receber de volta

    da R, o gastos enumerados abaixo, referentes aos gastos necessrios efetuados durante a

    viagem devido ao cancelamento do vo, j que o AUTOR no pode comparecer ao consrcio

    doutoral e com isso no teve seu reembolso aprovado pelo comit. Assim, no fora

    reembolsado dos gastos que teve com a passagem de R$4.687,76 (quatro mil seiscentos e

    oitenta e sete reais e setenta e sete centavos), anexo 2, mais multa de R$391,42 (trezentos e

    noventa e um reais e quarenta e dois centavos), pela troca da data, anexo 9, o valor da

    hospedagem em Brema, no valor total de$422,00 (quatrocentos e vinte e dois euros), anexo

    22, cuja cotao oficial do dia era R$3,20, anexo 23, tendo-se o total, em Reais, dos gastos de

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    R$1.350,40 (Hum mil trezentos e cinquenta reais e quarenta centavos), mais os valores gastos

    em alimentao de $50,00 (cinquenta euros) por dia, totalizando $200,00 (duzentos euros) ,

    cuja cotao oficial do dia era R$3,20, anexo 23, totalizando em Reais R$640,00 (seiscentos equarenta reais), TOTALIZANDO ASSIM R$ 7.069,58 ( SETE MIL E SESSENTA E NOVE

    REAIS E CINQUENTA E OITO CENTAVOS), em conformidade com o que preceitua o art. 20,

    II, da Lei 8078/90, de acordo com o clculo abaixo especificado, cujo pagamento resta

    comprovado pelos recibos acostado nos anexo 2, 9 e 22 e anexos 23, em despesas realizadas

    durante a viagem e que no foram reembolsadas, j que o AUTOR no compareceu ao evento

    do consrcio doutoral.

    Descrio Valor em $ Valor em R$Passagem area - 4.687,76

    Multa pela troca da passagem - 391,42

    Hotel 422,00 1.350,40

    Alimentao 200,00 640,00

    TOTAL GASTOS 622,00 7.069,58

    Total de gastos efetuados na viagem, que nosero reembolsados, j que o AUTOR no compareceu ao

    consrcio doutoral, devido ao atraso e cancelamento do

    vo: R$ 7.069,58 ( SETE MIL E SESSENTA E NOVE REAIS E

    CINQUENTA E OITO CENTAVOS)

    54) Quanto ao dano moral, a sua exigncia patente diante do desrespeitocom que foi tratado o AUTOR e do incmodo causado por conta do no cumprimento da

    obrigao por parte da R, atrasando e cancelando o vo, e fazendo com que os AUTOR

    levasse mais de VINTE E NOVE horas para chegar a seu destino final, Breman, impedindo o

    AUTOR de chegar na data programada e cumprisse com seus compromissos pessoais e

    profissionais. Alm de deixar o AUTOR constrangido, pois este NOchegou ao evento que

    havia sido convidado, para a sua apresentao internacional. A R imps a sua vontade e o

    AUTOR ficou em So Paulo, SEU VO ATRASOU EM VINTE E QUATRO HORAS, DEVIDO

    A FALHA DA R !

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    55) Ressalte-se que no e qualquer dissabor infligido a pessoa que venham a

    ser capazes de materializar o dano moral. Os aborrecimentos corriqueiros no so idneos asua compensao. Porm no caso em tela, por se tratar de ofensa ao direito da personalidade,

    bem de natureza intangvel, no so suscetveis de prova; decorrem do fato em si, aferidos

    conforme a experincia comum. Por isso so danos in re ipsa, ou seja, insto a prpria ofensa,

    decorrendo do ilcito em si, de tal modo que provada a ofensa, demonstrado esta o dano moral,

    sendo este uma presuno natural, no sendo necessrio se provar mais nada. Neste sentido:

    Em sntese, tem-se reconhecido a existncia de dano moral reparvel,

    sempre que da omisso de uma parte contratante resultar para a outra umasituao incmoda ou constrangedora. (Yussef Said Cahali, Dano Moral,

    Ed. Revista dos Tribunais, 2aedio, 3atiragem, pg. 532)

    Neste sentido a jurisprudncia :

    0296745-36.2012.8.19.0001- APELACAO

    DES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento: 24/09/2013 - DECIMA NONA CAMARA CIVEL

    INDENIZATRIA. SERVIO DE TRANSPORTE AREO. ATRASO DE VOO. OVERBOOKING DANO MORAL.A responsabilidade de natureza objetiva em vista da relao de consumo existente entreas partes. A r, com o contrato de transporte, assume uma obrigao de resultado, pois temo compromisso de transportar so e salvo o passageiro no horrio estabelecido,compromisso que no adimpliu por completo. A tese de fora maior no se sustenta poisnos vemos diante de hiptese de fato proveniente da atividade da r (fortuito interno), nopodendo esta transferir para o consumidor os riscos de sua atividade, simplesmentedesejando o bnus sem arcar com o nus de seu negcio.Ainda que na aviao civil comercialatrasos sejam corriqueiros, a questo apresentada foi muito alm do aborrecimento cotidiano diantede um atraso de mais de 13 horas at que as autoras desembarcassem nesta cidade. Se foramprovidenciadas acomodaes e alimentao para as autoras, no se pode impedir que o excessivo

    atraso comprometessem compromissos pessoais e profissionais de ambas.Cumpre destacarque no sendo impugnada na contestao, a prtica do overbooking, consistente na venda depassagens areas em quantidade superior ao de assentos existentes no avio com o intuito deminimizar os prejuzos decorrentes do cancelamento de reservas, revela-se abusiva e deve ser banidapelas companhias areas. Dano moral claro sendo o valor indenizatrio fixado justa eadequadamente pelo que merece ser mantido.Recurso a que se nega seguimento nos termos docaput do art. 557 do C.P.C.

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    0236575-74.2007.8.19.0001 (2009.001.38478)- APELACAO

    DES. LINDOLPHO MORAIS MARINHO - Julgamento: 19/01/2010 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL

    DEFESA DO CONSUMIDOR.ATRASO DE VOO. PERDA DE CONEXO. ESPERA EM AEROPORTO. PERDADE UM DIA DE SEMINRIO. DEVOLUO DE DIRIAS DE HOTELE DO VALORCORRESPONDENTE A UM DIA DO EVENTO. DIREITO DO DEMANDANTE. DANO MORALCONFIGURADO. INDENIZAO FIXADA COM RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.MANUTENO DA SENTENA.As demandas so responsveis pelos danos experimentados pelo autor.A primeira apelante em razo do cancelamento do vo para Madri, por motivos de greve de seusempregados. A segunda apelada por ter aceitado o endosso de bilhete de passagem e secomprometido a transportar o autor ao seu destino.A causa dada como justificativa para o atraso dovo para Milo, onde seria feita uma conexo para Madri, no exclui a responsabilidade da Alitalia,visto que ao aceitar o endosso do bilhete, deu a entender que tinha condies de transportar o autorat Madri.Demonstrado o autor que o atraso do vo para Milo implicou em perda daconexo para Madri, impossibilitando-o de participar de um dia do congresso e perdendo

    duas dirias de hotel, tem o mesmo direito de reembolso destas despesas de formaproporcional.O reembolso das quantias despendidas com compra de roupas, calados e objetos dehigiene pessoal so devidos, uma vez que, se no fosse o extravio da bagagem tais gastos no seriamrealizados.Descabe o reembolso integral da passagem e das dirias do hotel em Madri, visto que oobjetivo da viagem no era exclusivamente profissional, j que havia sido previsto um passeio emBarcelona, aps o evento.O valor da indenizao por danos morais fixado na sentena em R$14.000,00 suficiente para compensar o dano experimentado.Recursos aos quais se negaprovimento.

    2009.001.61479- APELACAO - 1 EmentaDES. VERA MARIA SOARES VAN HOMBEECK - Julgamento: 15/10/2009 - PRIMEIRA CAMARA CIVEL

    INDENIZATRIA. TRANSPORTE AREO. ATRASO E CANCELAMENTO DE VO. DANO MORAL CONFIGURADO.REDUO DO QUANTUM ARBITRADO, POIS DISSONANTE COM OS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE EPROPORCIONALIDADE. 1. A deflagrao de uma greve inesperada e inevitvel. Porm, relaciona-se com osriscos da atividade e com a organizao do negcio explorado pelo transportador. Trata-se de caso fortuito

    interno, que no afasta o dever de indenizar. 2. Acerca da existncia de danos morais, inegvel que a frustrao e a ansiedade pela qual passaram ospassageiros no pode ser considerada mero aborrecimento. RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO, NOS TERMOS DO ART. 557, PARGRAFO 1-A, DO CPC.

    2008.001.62994- APELACAODES. OTAVIO RODRIGUES - Julgamento: 14/01/2009 - DECIMA PRIMEIRA CAMARA CIVEL

    Ao de Indenizao por Danos Morais. Rito Sumrio. Transporte areo. Alegao de que comprou passagemcom destinos Rio de Janeiro/Madri/Paris; Barcelona/Madri/Rio de Janeiro. Impossibilidade defazer o embarque em Barcelona. Vo cancelado sob o argumento deproblemas meteorolgicos. Sentena julgando procedente em parte opedido, fixando a condenao por danos morais em R$ 4.000,00.Recurso de Apelao. R E F O R M A, com aplicao do CODECON,diante do erro da transportadora que causou transtorno ao passageiro,obrigando-o a permanecer em pas estrangeiro e atrasando o dia deembarque. Inaceitvel esse tipo de erro. Verba de dano moral quemerece ser majorada para R$ 10.000,00. P R O V I M E N T O D O R E C U R S O.

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    56) Por outro lado, cada vez toma mais fora o dano moral em conseqncia

    da perda do tempo livre. A doutrina e jurisprudncia moderna comeam a adotar com fora tal

    teoria. Quando o consumidor tem que ir procurar a tutela jurisdicional para fazer cumprir umaobrigao do fornecedor, o mesmo est perdendo seu tempo til. Essa perda no aconteceria

    se a R fosse responsvel no trato com seus clientes, especialmente com o Autor que estava

    viajando para um pas estrangeiro, como convidado de um evento que no pode participar por

    causa do atraso.

    57) O professor Andr Gustavo Corra de Andrade, em Dano Moral e

    Indenizao Punitiva (pgs. 103/104), nos ensina que a menor frao de tempo perdida de

    nossas vidas constitui um bem irrecupervel, um tempo que nos irreversivelmente tirado doconvvio familiar, do lazer, do descanso, do trabalho ou de qualquer atividade de nossa

    preferncia. Por isso, afigura-se razovel que a perda desse bem, ainda que no implique

    prejuzo econmico ou material, d ensejo a uma indenizao. A ampliao do conceito de

    dano moral, para englobar situaes de perda do tempo livre da pessoa, no deve ser vista

    como sinal de uma sociedade intolerante, mas como manifestao de uma sociedade que no

    est disposta a suportar abusos.

    58) Nossa jurisprudncia caminha nesse sentido. Vejamos:

    2007.005.00430 julgado em 19.02.2008, unanimidade: EMBARGOS INFRINGENTES. FALHANA PRESTAO DO SERVIO DE TELEFONIA. DANO MORAL. Acrdo que, por maioria dos votos, deuparcial provimento apelao, reformando a sentena, excluindo a condenao ao pagamento deindenizao por dano moral. Razes recursais, alegando ter sido indevida a interrupo nofornecimento do servio de telefonia, bem como a ameaa de incluso nos cadastros restritivos decrdito, o que gerou inequvoco dano moral. Falha na prestao do servio. No se trata de meroinadimplemento contratual. Dano moral caracterizado. Interrupo indevida do servio de telefonia ea ameaa de incluso nos cadastros restritivos de crdito. Teoria da perda do tempo tildo consumidor. Diversos infortnios para a soluo de um problemaacarretado pela m prestao do servio. Ntida ofensa dignidade do embargante.

    Recurso provido. Manuteno in totum da sentena.

    2007.005.00517- EMBARGOS INFRINGENTES - 1 Ementa

    DES. ROGERIO DE OLIVEIRA SOUZA - Julgamento: 15/04/2008 - DECIMA OITAVACAMARA CIVELEmbargos infringentes. Direito do consumidor. Servio bancrio. M prestao doservio. Talonrio de cheques no recebido pelo correntista e que tem compensado, contrasi, diversos cheques emitidos fraudulentamente, com repercusses negativas em suaconta-corrente, inclusive, com devoluo de cheque emitido regularmente. Dano moralconfigurado. Perda de tempo til. Obrigao do fornecedor de restabelecer a pazde esprito do consumidor, frustrada com a m-prestao do servio. Conhecimentoe provimento dos embargos.

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    59) Logo, em relao ao dano moral no se pode deixar de reconhec-lo,

    atravs dos intensos sofrimentos e estresses a que foi submetido o AUTOR, em razo do

    atraso e do cancelamento do vo, durante uma viagem onde o AUTOR tinha um compromissoprofissional, era convidado como o nico representante brasileiro, e teria todas as suas

    despesas pagas devido a sua participao, era palestrante de um congresso

    internacional,representante da PUC, e, membro do EIBA. Era uma viagem h muito sonhada

    pelo AUTOR, e representava um grande salto em seu curriculo, bem como em sua carreira

    profissional. Ou seja, uma viagem que se prestaria para que o AUTOR COMPARECESSEM A

    UM COMPROMISSO PROFISSIONAL, por descaso da R, se tornou uma fonte de problemas

    e preocupaes, sendo neste caso, merecedor de uma compensao em valor capaz de

    substituir a angstia e o estresse vivenciados. RESSALTE-SE QUE, O AUTOR AINDAPASSOU PELO CONSTRANGIMENTO DE NO COMPARECER AO EVENTO ONDE ERA O

    PALESTRANTE E REPRESENTANTE DO BRASIL!

    60) Quanto fixao do dano moral, deve esta ser norteada de acordo

    com o grau de culpa da R, a intensidade do sofrimento do AUTOR, o CARTER PUNITIVO-

    EDUCATIVOe as possibilidades da R. Neste sentido, vale destacar o esclio de Paulo Czar

    Pinheiro Carneiro, em lio lapidar, abaixo transcrita:

    Liquidao de sentena. A fixao do quantum indenizatrio para o dano

    moral deve ser norteada pelos seguintes princpios e parmetros: a) o grau de

    culpa, considerado em sua intensidade mxima, quando provm de dolo do

    agente ; b) a intensidade do sofrimento do ofendido, em razo da repercusso

    social do fato, de sua gravidade, conjugada com a situao profissional e

    social do lesado ; c) o carter punitivo da indenizao, de sorte que o valor

    fixado seja suficientemente elevado, desestimulando, por completo, a

    repetio de fatos semelhantes, seja pelo prprio ofensor, seja por terceiros.

    Provimento parcial da 1a apelao para elevar a verba indenizatria (A

    Atuao do Ministrio Pblico na rea Cvel, Editora Lumen Juris, 2a

    edio, pgina 227)

    61) Entretanto, sempre que se fala na fixao do Dano Moral, fala-se que no

    pode haver o enriquecimento ilcito de uma das partes. Porm, se a fixao do Dano Moral for

    em um valor irrisrio para a parte R, este no ter atingido o seu carter punitivo, e mais,

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    estimular a parte R a continuar com este horripilante comportamento.Ao comparar o que se

    ganha, com tal odiosa prtica, com o que se perde, em aes como a presente, com certeza o

    judicirio continuar a ter que solucionar mais e mais lides, tais quais a presente, posto que oslucros das empresas areas continuaro a crescer, j que esta acabar sendo uma forma ilcita

    de enriquecimento, j que as empresas continuaram a praticar atos ilcitos, conforme preceitua

    o artigo 186 do Cdigo Civil, e pior, DOLOSAMENTE ! Por isso, em respeito ao princpio da

    efetividade, pela teoria do desestmulo, (art. 6o, inciso VI, da Lei 8078/90) os nossos tribunais

    tem sido implacveis quanto fixao do Dano Moral, dentro dos padres da razoabilidade e

    proporcionalidade, em casos como o apresentado. Neste sentido, a deciso abaixo se encaixa

    perfeitamente no caso concreto:

    0190846-54.2009.8.19.0001 - APELACAO

    DES. GILDA CARRAPATOSO - Julgamento: 07/03/2012 - DECIMATERCEIRA CAMARA CIVEL

    APELAO CVEL. RITO SUMRIO. TRANSPORTE AEREO. RELAO DECONSUMO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. AO DE INDENIZAO PORDANOS MATERIAL E MORAL. SENTENA QUE CONDENA A R A PAGAR PELAREPARAO MORAL O VALOR DE R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS), E DER$ 591,85 (QUINHENTOS E NOVENTA E UM REAIS E OITENTA E CINCO

    CENTAVOS) PELO DANO MATERIAL. RECURSO DA R, PUGNANDO PELAIMPROCEDNCIA DO PEDIDO OU A REDUO DO QUANTUM FIXADO, BEMCOMO OS JUROS MORATRIOS A PARTIR DA SENTENA. ATRASO ECANCELAMENTO DE VO. PROBLEMAS TCNICOS NA AERONAVE DURANTEA DECOLAGEM. AUTOR QUE DEIXA DE COMPARECER A EVENTOPROFISSIONAL, ONDE ESTARIA REPRESENTANDO A EMPRESA EM QUETRABALHA. REAL PREJUZO IMAGEM PESSOAL E PROFISSIONAL DOAUTOR. ATRASO NO VO E ALTERAO DE HORRIOS SEM ORIENTAODOS FUNCIONRIOS DA R. FALHA NA PRESTAO DO SERVIOCARACTERIZADA. FRUSTRADA A EXPECTATIVA DO CONSUMIDOR.AUSNCIA DE QUALQUER EXCLUDENTE DO DEVER DE INDENIZAR. DANOMORAL EVIDENCIADO. REPARAO EXTRAPATRIMONIAL ALINHADA COMOS PARMETROS NORMALMENTE ARBITRADOS PARA CASOSSEMELHANTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO .

    62) Alis, a histria aqui relatada, j bem conhecida do dia-a-dia forense,

    no havendo qualquer novidade nos fatos narrados, pois so os que ordinariamente

    acontecem quando h atraso de vo, perda de conexo, extravio de bagagem, etc. : descaso,

    falta de informao, e espera infindvel e angustiante. Ningum que realiza uma viagem area

    internacional, viaja pensando em ter problemas com atrasos, visto que, o marketing das

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    empresas areas se baseia principalmente na imagem da tranquilidade, conforto e segurana

    que aquele tipo de servio oferece. Mas foi justamente o contrrio disso tudo que o AUTOR

    TEVE!

    63) Mais absurdo ainda, fora o fato de a R ter se negado a alocar o AUTOR,

    em um vo de outra companhia, mesmo ele aps ele ter explicado que iria participar de um

    congresso, e que teria que estar em Breman no dia 11 de dezembro, apenas porque ele no

    era passageiro da classe executiva. Se havia vagas em outros vos, por que a R no alocou

    o AUTOR? Por que o fez pernoitar em So Paulo, e pior envi-lo para o Rio de Janeiro e faz-

    lo chegar mais tarde ainda do que o horrio previsto, CINCO HORAS DEPOIS E NOD DIA

    SEGUINTE GERANDO UM ATRASO TOTAL DE VINTE E NOVE HORAS! Por este motivo,deve se levar ainda mais em conta o aspecto punitivo-pedaggico!

    64) Excelncia, o AUTOR ERA REPRESENTANTE DO

    BRASIL, DENTRE OS PASES EMERGENTES, CONHECIDOS COMO

    BRIC )BRASIL, RUSSIA, INDIA E CHINA) PROFESSOR DA PUC-RJ,

    NICO REPRESENTANTE E MEMBRO BRASILEIRO NO BOARD DO

    EIBA (European International Business Academy), FORA CONVIDADO

    PELO COORDENADOR GERAL DO CONSRCIO, PROF. DANIEL VAN

    DEN BULCKE, PARA PARTICIPAR DE UMA ATIVIDADE PR-

    CONFERNCIA: O CONSRCIO DOUTORAL, NO QUAL

    PROFESSORES DO ACONSELHAMENTO A ALUNOS DE

    DOUTORADO SOBRE SEUS PROJETOS DE TESE, ONDE

    COORDENADOR GERAL DO CONSRCIO, PROF. DANIEL VAN DENBULCKE DECIDIU QUE, NESSA EDIO, O CONSRCIO DOUTORAL

    CONTARIA COM UM PROFESSOR DE CADA UM DOS PASES DOS

    BRIC, NO QUAL PARTICIPAR DESTE CONSRCIO REPRESENTARIA

    UM GRANDE PRESTGIO ACADMICO PARA ELE E SERIA UMA NOTA

    IMPORTANTE NO SEU CURRCULO DE PROFESSOR E PESQUISADO,

    COM TODAS AS DESPESAS PAGAS DEVIDO A SUA PARTICIPAO,

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    COM AUTORIDADES NO ASSUNTO DE TODO MUNDO, E NO

    CONSEGUIU CHEGAR AO EVENTO E PARTICIPAR DO MESMO,

    DEVIDO AO ATRASO E CANCELAMENTO DE VO PROVOCADOS

    PELA R! FCIL IMAGINAR O CONSTRANGIMENTO SOFRIDO POR

    ELE ALM DE TER PERDIDO O JANTAR DE APRESENTAO NO

    PRIMEIRO DIA ONDE SERIAM APRESENTADOS OS PARTICIPANTES.

    65) RESSALTE-SE QUE FORAM VRIOS OS

    TRANSTORNOS CAUSADOS AO AUTOR PELA R, DEVIDO A

    TRS FATORES PRINCIPAIS: O ATRASO DO VO, E O

    POSTERIOR CANCELAMENTO DO MESMO E A NO

    ALOCAO EM OUTRO VO NO MESMO DIA, EM QUE

    PESE HAVER VAGAS! Neste sentido, mais uma deciso que se encaixa

    perfeitamente, alm das constantes do anexo 24:

    ACAO DE INDENIZACAO

    TRANSPORTE AEREO

    EXTRAVIO DE BAGAGEM

    ATRASO DE VOO

    DANO MORAL

    PROVIMENTO PARCIAL

    ACAO DE INDENIZACAO POR DANOS PATRIMONIAIS E

    MORAIS. TRANSPORTE AEREO. EXTRAVIO DE

    BAGAGENS. ATRASO DE VOO OCASIONANDO PERDA

    DA CONEXAO. PRESENTE O DEVER DE INDENIZAR.

    DANOS MORAIS FIXADOS DE FORMA MODICA,

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    DEVENDO A QUANTIA SER ELEVADA

    PARA O EQUIVALENTE A 50 SALARIOS

    MINIMOS PARA CADA UMA DAS

    AUTORAS, POR SER VALOR MAIS CONDIZENTE

    COM O SOFRIMENTO EXPERIMENTADO. VERBA

    HONORARIA DA SUCUMBENCIA CORRETAMENTE

    APLICADA. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.(TJRJ Apelao Cvel n. 5682/2000, rgo Julgador: 3 C.C.T.J.;

    Relator: Des. Galdino Siqueira Netto; Julgado em 31.10.2000destaquei e grifei)

    66) Em que pese a inexistncia de dolo, a culpa restou caracterizada dando

    causa grande intensidade no sofrimento do AUTOR de modo extremo, por conta da falta de

    cumprimento do contrato de transporte de passageiros pela parte R, contratado pelo AUTOR,

    e pelo fato da R obrigar o AUTOR a passarem a noite em So Paulo, e chegar a seu destino

    vinte e nove horas depois. A R transformou a viagem do AUTOR, num momento de grande

    tristeza e preocupao alm de todo descaso no que concerne as informaes transmitidas, as

    poucas que foram, ao AUTOR, e a negativa em aloc-lo em outro vo, por no estar na classe

    executiva. Alm disso, e mais importante, evidencia-se o carter punitivo e educacional da

    condenao que ora se pleiteia. Atinge o lado financeiro e gera maior excelncia na prestao

    do servio oferecido por uma sociedade empresria, a maior empresa area da Alemanha, que

    a R.

    67) O AUTOR estava viajando para Breman na Alemanha com o objetivo

    principal de ir a conferncia que o AUTOR ia participar como convidado e tambm como

    palestrante, e tambm participar do consrcio doutoral, representando o Brasil. Com a

    inadequao do servio prestado, a R transformou a referida viagem em um verdadeiro

    caos, em um momento de bastante desconforto, ao terem que ficar presos em um quarto de

    hotel em So Paulo, tendo despesas que no estavam previstas e no chegando a tempo

    conferncia.

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    68) O impedimento do embarque do AUTOR pela parte R, devido falha

    mecnica, e a no alocao em outra companhia erea, deu causa ao grande incmodo

    sofrido pelo AUTOR, no s por conta do desrespeito, desconsiderao e discriminao comque foi tratado, mas, tambm, devido ao inconveniente gerado, fazendo com que o AUTOR, ao

    invs de chegar a seu destino e cumprisse seu compromissos profissionais e pessoais, tivesse

    que ficar mais de vinte quatro horas presos em So Paulo, LEVANDO MAIS DE VINTE E

    NOVE HORAS PARA CHEGAR A SEU DESTINO!A R fez com que o AUTOR perdesse

    tempo e dinheiro, gerando uma grande frustrao nele.

    69) A indignao do AUTOR se d, principalmente, pela falta de assistncia

    da R, porque esta poderia, perfeitamente resolver o problema dos AUTOR, se o colocasse nooutro vo para Frankfurt, da Tam que decolava s 23:00, ou ainda, em qualquer outro vo para

    Europa, pela Air France ou outra companhia area, de FORMA QUE O AUTOR CHEGARIA

    NO MESMO DIA AO SEU DESTINO! Mas indaga-se: Se no haveria prejuzos para a R, ser

    que seria interessante para ela resolver o problema do AUTOR?

    70) Informe-se ainda que a R no entregou at a presente data cpia do

    contrato de transporte de passageiros contratado, onde constam os direitos do AUTOR,

    aspecto que poderia dificultar a prova do direito lesionado que ora se pleiteia a reparao, nofosse a clusula da inverso do nus da prova aplicvel s relaes de consumo, conforme o

    disposto no artigo 6o, VIII da Lei 8078/90.

    71) Sorte que o AUTOR traz aos autos documentos comprovando que no foi

    por sua culpa a perda do vo, conforme anexos, posto que a prpria R foi quem atrasou o

    vo, fazendo a realocao involuntria. Desta forma, no h que se falar em fato exclusivo da

    vtima, at porque est fartamente comprovado nos autos que o AUTORA estava no avio da

    R, e s pode viajar no dia seguinte, alm do comprovante dos outros vos partindo de

    Guarulhos para Europa por outras companhias.

    72) Alm disso, e mais importante, evidencia-se o carter punitivo e

    educacional da condenao ao atingir o lado financeiro e gerar maior excelncia na prestao

    do servio oferecido por uma sociedade empresria lder no mercado de transporte areo

    alemo como a R.

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    73) A indenizao mede-se, no somente, pela extenso do dano, conforme o

    art. 944 do Cdigo Civil. Porm, como ensina a doutrina, ptria e estrangeira, outros aspectos

    devem ser levados em conta quando da fixao da indenizao do Dano moral, tais como: ALESO, O DANO, O PREJUZO, A SITUAO ANTERIOR (STATUS QUO ANTE), O

    PODER FINANCEIRO E ECONMICO DAS PESSOAS ENVOLVIDAS, AS

    CIRCUNSTNCIAS DO CASO E A GRAVIDADE DA FALTA COMETIDA PELO LESANTE. O

    grande mestre, Des. Roberto Abreu e Silva, em A Falta Contra a Legalidade Constitucional,

    2002, pgs. 73/74, nos ensina:

    A sano jurdica tem por finalidade proporcionar a reparao integral,

    nos danos materiais e por eqidade nos danos extrapatrimoniais

    (imateriais ou morais), aplicando-se o princpio da restituio integral

    (restitutio in integrum), no primeiro, e no ltimo caso, o arbitramento por

    aproximao. O arbitramento da indenizao pelos prejuzos causados

    por fato lcito ou da reparao dos prejuzos perpetrados por fatos ilcitos

    deve considerar como parmetro: a leso, o dano, o prejuzo, a

    situao anterior (status quo ante), o poder financeiro e econmico

    das pessoas envolvidas, as circunstncias do caso e a gravidade

    da falta cometida pelo lesante, obedecendo os princpios da

    proporcionalidade, eqidade e de justia.

    74) Conforme sabido, a LUFTHANSA S.A., INTERNACIONALMENTERECONHECIDA COMO A MAIOR EMPRESA AREA DA ALEMANHA. Para o arbitramento

    da indenizao, deve se levar em conta oporte empresarial das partes, s suas atividades

    comerciaise, ainda, ao valor do negcio.

    75) Outro fator, de suma importncia, a reprovabilidade do ato causador do

    dano e o carter punitivo da reparao, DE FORMA A DISSUADIR A PARTE R DE IGUAL

    OU NOVO DESCUIDO. Ocorre que, EMBORA OUTRAS EMPRESAS J

    TENHAM SIDO CONDENADAS PELO MESMO FATO, a R continua

    a repetir abominvel comportamento conforme relatado acima e se verifica a seguir:

    Transporte areo. Atraso prolongado de vo, com perda

    da conexo.

    Ausncia de prova do alegado excesso de trfego areo

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    para justificar o atraso.Conveno de Varsvia. Precedente da Corte.

    1. O atraso superior a 24h, com perda de conexo, e obrigao de pernoite em cidade

    no exterior, sem que tenha o Acrdo recorrido enfrentado o fato de ter sido tomada aprovidncia possvel para minorar o sofrimento decorrente de atraso assim to

    prolongado, ausente a via do art. 535 do Cdigo de Processo Civil para acesso ao

    especial, e, ainda, tendo afastado a alegao de que o atraso decorreu de excesso de

    trfego areo por falta de prova, causa transtorno anormal, bastante para justificar a

    obrigao de indenizar.

    2. Recurso especial no conhecido.

    (REsp 295.369/SP, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA

    TURMA, julgado em 09/10/2001, DJ 19/11/2001 p. 264) (destaquei e grifei).

    2008.001.51975- APELACAO - 1 Ementa

    DES. MONICA COSTA DI PIERO - Julgamento: 28/10/2008 - OITAVA CAMARACIVEL

    APELAO CVEL. AO DE INDENIZAO. PERDA DE CONEXO EM RAZO DE ATRASONO VO. DANO MORAL. Objetiva indenizao por dano material e moral.

    Atraso de vo. Perda da conexo com destino

    internacional, ensejando pernoite em So Paulo paraembarque somente no dia seguinte.Sentena deprocedncia parcial. Recurso da parte APELADA. Inaplicabilidade doCdigo Brasileiro de Aeronutica. Incidncia do Cdigo de Defesa doConsumidor. Princpio da especialidade. Decorre de normaconstitucional. Responsabilidade objetiva. Inexistncia de causaexcludente de responsabilidade da APELADA. Transtorno causado por

    atraso de vo. Falha na prestao do servio. Trfego

    areo, tempo desfavorvel, problemas tcnicos eoperao padro dos controladores de vo. Situaesque devem ser vistas como risco do empreendimento.Fato interno. Dano caracterizado. Autora quecomprovou ter perdido um dia de sua viagem. Deverde indenizar. Dano moral devidamente fixado, de acordo com osprincpios da razoabilidade e proporcionalidade. Nega-se provimentoao recurso.

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    2007.001.61844- APELACAO - 1 EmentaDES. CAMILO RIBEIRO RULIERE - Julgamento: 17/06/2008 - PRIMEIRA CAMARA CIVEL

    Ao de Reparao de Danos Materiais e Morais - Contrato de transporte areo de passageiros

    Atraso no vo oriundo do Rio de Janeiro, ensejando perda da conexoem So Paulo, com destino a Madrid - Embarque somente realizado nodia seguinte, sem as bagagens, porque expedidas em vo diverso Fatos incontroversos -

    Artigo 334, inciso II do Cdigo de Processo Civil - Aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor

    - Fato constitutivo do direito configurado pelos transtornos econtratempos impostos autora -Quantificao da verba indenizatria por dano

    moral que deve ser majorada, adotando-se os critrios de razoabilidade e proporcionalidade -Fixao de verba material, relacionada com despesas realizadas em hotel, enquanto aguardavao vo com destino a Madrid Provimento parcial do recurso da autora, majorando-se o valor dodano moral e condenando a APELADA ao pagamento de dano material e nus sucumbenciais -Provimento parcial da Apelao da empresa, fixando-se juros de mora da citao e correomonetria da lavratura do Acrdo.

    76) Pelo exposto acima verifica-se que as indenizaes por danos morais

    estabelecidas anteriormente contra outras empresas areas, no tem sido suficiente para inibi-

    la a prtica do ato. Muito pelo contrrio, parece que a R no tem se preocupado muito em

    melhorar os seus servios de forma a evitar dissabores como os experimentados pelos

    AUTORES, a seus consumidores. Vide o ocorrido no fim do ano de 2006, em todos os

    aeroportos brasileiros, e os vrios problemas que os passageiros do mundo inteiro vm

    enfrentando conforme relatado nos jornais diariamente.

    77) A doutrina norte americana tem um instituto conhecido por exemplaryou

    punitive damages, cuja traduo singela seria indenizaes exemplares ou punitivas. Consiste

    o referido instituto, na possibilidade que o direito civil norte-americano consagra, de punir, de

    uma forma realmente marcante, o causador do dano, tornando-o um exemplo, uma referncia,

    para que outros no se aventurem pelo mesmo caminho. O objetivo principal desse instituto,

    que se encaixa com preciso no direito ptrio, conforme conceituao doutrinria, consiste em:

    Indenizaes em escala crescente, conferida ao autor da ao, para

    compens-lo monetariamente, quando o ano causado ao mesmo, foi

    agravado por circunstncias de violncia, opresso, m-f, fraude ou

    conduta desaconselhvel, por parte do causador do dano. Visam as

    exemplary damages compensar o autor da ao pela angstia mental,

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    lacerao de seus sentimentos, vergonha, degradao ou por qualquer

    outro agravante advindo do dano causado.

    Tm como fim principal tornar o causador do dano um exemplo para

    que outros no cometam ilcitos semelhantes, sendo portanto,

    conhecidas, ainda, como punitory ou vindictive damages, e mais

    vulgarmente, por smart-money (Blacks Law Dictionary Henry

    Campbell Black pgina 468 revisada 14 edio West Publishing

    Co.)

    78) Infelizmente, casos como o que est sendo debatido vem ocorrendo com

    bastante freqncia. E o consumidor, se sentido lesado, vem cada vez mais procurando o

    judicirio na esperana de ser compensado monetariamente, pelos danos patrimoniais e

    extrapatrimonias sofridos. E isto vem ocupando ainda mais o j atarefado judicirio, tendo que

    resolver lides como esta. Em pesquisa realizada no site do Tribunal de Justia do Estado do

    Rio de Janeiro, http://www.tj.rj.gov.br/ em 07/03/20007, entre Janeiro de 2006 at o ms de

    junho do ano corrente, ou seja, j foram levados e julgados pelo Tribunal de Justia Cvel,

    14(Quatorze) PROCESSOS que versavam S SOBRE ESTE ASSUNTO!!!E mais, a mesma

    pesquisa foi realizada no site do STJ, http://www.stj.gov.br/SCON/pesquisar.jsp, em

    19/07/2006, e l consta um total 10(dez)processos versando sobre a matria desde a data de

    criao desta corte mxima para o exame da matria.

    79) H casos, como o da presente, que devem ser aplicadas punies

    severas. Punies que sirvam no apenas para quem sofreu o dano, mas para dar uma lio

    ao causador deste, alm de servir de exemplo para as outras empresas do ramo, de forma a

    evitarem, a todo custo, atrasos, cancelamento de vos, no sobrecarregando o judicirio. Logo,

    deve se ter a reprovabilidade do ato causador do dano e o carter punitivo da reparao, como

    um dos norteadores da valorao dos danos morais.

    80) Quanto ao foro competente, assiste aos AUTORES a possibilidade de

    demandar com base no domiclio da R (pargrafo 1 o, artigo 94 do Cdigo de Processo Civil).

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    IIIDo Pedido :

    Ante o exposto, requer o AUTOR V. Ex.a.:

    81) A citao da R, na pessoa de seus representantes legais, para

    apresentar contestao, querendo, sobre os termos da presente ao, sob as penas da lei.

    82) A inverso do nus da prova em favor do AUTOR, conforme autoriza o

    art. 6. Inciso VIII, do Cdigo de Defesa do Consumidor.

    83) Seja julgada procedente a presente Ao de indenizao por Danosmorais e materiais.

    84) A condenao da R ao pagamento dos danos materiais sofridos e

    fartamente comprovados pelos AUTORES no valor total de $ 7.069,58 ( SETE MIL E

    SESSENTA E NOVE REAIS E CINQUENTA E OITO CENTAVOS), em conformidade com o

    que preceitua o art. 20, II, da Lei 8078/90, de acordo com o clculo j especificado, no item 53,

    cujo pagamento resta comprovado pelos recibos acostado nos anexo 2, 9 e 22 e anexos 23,

    devidamente corrigidos monetariamente at a data do pagamento, acrescidos de devidos juroslegais.

    85) A condenao da R ao pagamento dos danos morais sofridos pelo

    AUTOR em valor a ser arbitrado pelo Douto Juiz, considerando que devido ao cancelamento,

    e, conseqentemente ao atraso e perda de conexo, e a chegada VINTE E NOVE HORAS

    DEPOIS, o AUTOR foi submetido a todos os improprios abaixo:

    a) O vo do AUTOR pela R, com destino a Frankfurt, ficou duas horas

    parado, sem que a R informasse o que estava acontecendo, e servindo

    apenas agu e pretzels, sem que o ar condicionado fosse ligado;

    b) Passadas as duas horas, o Comandante informou que todos os

    passageiros tinham que desembarcar, pois devido a uma falha tcnica o

    vo estava cancelado;

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    c) O AUTOR solicitou que fosse endorsado o seu bilhete e que ele fosse

    alocado em outra companhia area, para voar naquele mesmo dia, j quehavia vos na TAM e na AIRFRANCE, mas a R se negou a faz-lo;

    d) A R discriminou o AUTOR, primeiro dizendo que s estava alocando os

    passageiros da classe executiva nos vos da TAM e da AIRFRANCE

    naquela noite, e depois dizendo que apenas estes passageiros, iriam ficar

    em um hotel prximo ao aeroorto;

    e) A R nem se esforou para colocar o AUTOR em um vo mais cedo, de

    forma que ele chegasse a tempo em BREMAN;

    f) Devido ao atraso provocado pela R o AUTOR foi obrigado a permancervinte e quatro horas a espera de um novo vo para So Paulo, perdendo

    um dia de viagem por permanecer nesta cidade;

    g) O AUTOR foi tratado com desrespeito por parte dos funcionrios da R,

    sempre como se ele tivesse provocado toda a situao do atraso do vo e

    cancelamento do vo, e no a prpria da R;

    h) O hotel que a R hospedou os AUTORES era de pssima qualidade,

    longe do aeroporto, ele ficou horas na fila para efetuar o check-in, e mal

    pode dormir a noite;i) Ao chegarem para fazer o check-in rumo a Breman, o AUTOR verificou

    que a R acabou lhe enviando a Frankfurt, pela TAM via Rio de Janeiro, e

    que ele s chegaria a Breman no final do dia, ao contrrio de sua

    passagem original que chegaria por volta das treze horas;

    j) Chegando em Breman s dezoito horas, o evento j tinha acabado, e o

    AUTOR no pode participar do consrcio doutoral;

    k) O AUTOR s pode chegar no seu destino final, Breman, mais de

    VINTE E NOVE horas aps o previsto, marcado em seu bilhete,

    perdendo seu dia de trabalho;

    l) Com isso, o AUTOR perdeu o consrcio doutoral, evento para qual

    havia sido convidado, no qual professores do aconselhamento a

    alunos de doutorado sobre seus projetos de tese, sendo que o

    AUTOR seria um dos conselheiros, sendo o nico representante

    brasileiro convidado ao evento;

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    m) O consrcio doutoral contaria com um professor de cada um dos

    pases dos BRIC (Brasil, Rssia, ndia, China), participar deste

    consrcio representaria um grande prestgio acadmico para oAUTOR e seria uma nota importante em seu currculo de professor e

    pesquisador.

    n) Perdeu o dia de trabalho, J QUE ERA DE SEU INTERESSE

    participar do evento, E TINHA SE SENTIDO MUITO HONRADO PELO

    CONVITE;

    o) Perdeu o reembolso prometido pelo organizador do evento, j que

    no participou do consorcio doutoral, tendo que pagar pela viagem

    que seria reembolsada, devido a sua participao no consrcio,como representante brasileiro;

    p) O AUTOR chegou ao local do evento totalmente estressado com

    tudo o que aconteceu, alm de estar bastante atrasado, e

    completamente constrangido, pediu desculpas aos participantes,

    mas ainda assim, no tinha como participar do evento, que j tinha

    terminado, no podendo fazer a apresentao que ele havia

    preparado durante dois meses;

    q) O AUTOR se sentiu totalmente embaraado pelo ocorrido, j que setratava de um congresso internacional, e ele era O NICO

    representante brasileiro, haviam participantes de todos os pases do

    mundo, estava em um pas, onde a pontualidade muito apreciada, e

    NO CONSEGUIU PARTICIPAR DE UM EVENTO ONDE ERA UM

    CONVIDADO ESPECIAL, REPRESENTANDO O BRASIL NO EVENTO,

    para uma palestra a qual vinha se preparando h meses! PASSANDO

    POR UM ENORME CONSTRANGIMENTO DIANTE DE UMA

    COMUNIDADE INTERNACIONAL!

    r) O AUTOR perdeu tempo, dinheiro, compromissos pessoais e profissionais

    tudo em razo da desdia da R!

    86) Seja aplicado sobre o valor da indenizao arbitrada os juros

    compensatrios de 12% a.a. (doze por cento ao ano), calculados compostamente, a partir do

    ato lesivo, de acordo com precedente sumular do STJ.

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    87) Seja condenada no ressarcimento das custas e honorrios advocatcios,

    a base de 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenao.

    88) Protesta o AUTOR por todos os meios de prova admitidos em lei,

    especialmente, prova oral e documental suplementar, requerendo desde j que a R apresente

    cpia do contrato onde haja meno dos direitos e deveres de cada parte.

    89) D causa o valor de R$ 2.000,00 (Dois mil e quinhentos reais) para fins

    de alada.

    90) Requer, finalmente, que seja esta ao JULGADA, em sua totalidade,

    PROCEDENTE, com a condenao da R, que seja condenada a pagar uma indenizao

    justa, no valor a ser apurado, critrio de Vossa Excelncia; levando em considerao os

    parmetros previstos na legislao e demonstrados pelo AUTOR e, ainda, o grande porte da

    empresa responsveL pela ofensa, a maior empresa na Alemanha no ramo da aviao de civil,

    formando-se ttulo executivo judicial em favor do AUTOR de modo a concretizar-se sua

    pretenso aqui exposta.

    Nestes termos, que pede deferimento.Rio de Janeiro, 23 de Janeiro de 2014.

    Roberta Terezinha Pinho Leite

    OAB/RJ 131.858

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