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Uma memorável viagem à China Numa parceria da Ordem dos Economistas com o IDEFE e o CEGE/ChinaLogus do ISEG, realizou-se de 13 a 21 de outubro, uma visita de estudo à China que se revelou uma experiência inolvidável, penso que para todos. O grupo em que predominavam membros da OE reuniu economistas e gestores de diferentes gerações, diferentes regiões do país e diferentes experiências profissionais, que se revelou de uma alegria, entusiasmo, solidariedade e endurance enormes, o que muito contribuiu para o sucesso da viagem. A visita tinha como objetivo sensibilizar os participantes para o grande mercado emergente que é a China, e a sua inserção do tecido económico e empresarial da Ásia, mas também, permitir a observação in locco de aspetos relevantes da gestão empresarial nesse país, comparando modelos organizativos das empresas estatais chinesas, das empresas privadas e das empresas multinacionais em joint-venture ou com 100% de capital que ali investiram. A viagem tinha também como objetivo identificar os grandes desafios que se colocam aos gestores ocidentais quando têm de trabalhar ou dirigir empresas naquele país. Pelos comentários que recolhemos no fim da viagem esses objetivos foram conseguidos, tendo a maioria dos membros deste grupo, mudado a sua perceção sobre o papel da China da realidade económica mundial, a competitividade global das suas empresas e das multinacionais que ali operam e, das suas implicações para as nossas empresas e indiretamente na vida de todos nós. Sim porque a dimensão, a diversidade, a conetividade, e a rapidez da evolução da economia chinesa acaba por ter implicações marcantes nas empresas e nas economias do resto do mundo. O programa que decorreu em Shanghai, Hangzhou e Macau passando por Hong Kong, incluía; a lecionação de quatro seminários, visitas a unidades fabris, a empresas de serviços, à Feira Internacional de Macau e à Universidade de Macau. Os aspetos mais relevantes do modelo de desenvolvimento da China foram apresentados ao grupo pela signatária ainda em Lisboa, no ISEG, no dia 8 de outubro, e foi um primeiro encontro que serviu também, para tirar dúvidas sobre pormenores da viagem e conhecer os outros participantes. Este seminário foi complementar da exposição realizada logo no dia da chegada, no almoço de boas-vindas, por Sam Lee, CEO da InnoChina Academy sobre “Compreender a China através da sua história recente”. A InnoChina Academy representada em Portugal pela ChinaLogus do CEGE/ISEG, foi responsável pela organização do programa na China, esta empresa não é uma agência de viagens, é uma empresa cuja missão é a transmissão a estrangeiros do conhecimento sobre as tendências de negócio e a realidade económica e empresarial

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Page 1: Uma memorável viagem à China20%E0%20China… · e tortuosas podem ser as experiências dos gestores estrangeiros na China. Estas experiências ajudam a preparar quem trabalha em

Uma memorável viagem à China

Numa parceria da Ordem dos Economistas com o IDEFE e o CEGE/ChinaLogus do

ISEG, realizou-se de 13 a 21 de outubro, uma visita de estudo à China que se revelou

uma experiência inolvidável, penso que para todos. O grupo em que predominavam

membros da OE reuniu economistas e gestores de diferentes gerações, diferentes

regiões do país e diferentes experiências profissionais, que se revelou de uma alegria,

entusiasmo, solidariedade e endurance enormes, o que muito contribuiu para o

sucesso da viagem.

A visita tinha como objetivo sensibilizar os participantes para o grande mercado

emergente que é a China, e a sua inserção do tecido económico e empresarial da

Ásia, mas também, permitir a observação in locco de aspetos relevantes da gestão

empresarial nesse país, comparando modelos organizativos das empresas estatais

chinesas, das empresas privadas e das empresas multinacionais em joint-venture ou

com 100% de capital que ali investiram. A viagem tinha também como objetivo

identificar os grandes desafios que se colocam aos gestores ocidentais quando têm de

trabalhar ou dirigir empresas naquele país.

Pelos comentários que recolhemos no fim da viagem esses objetivos foram

conseguidos, tendo a maioria dos membros deste grupo, mudado a sua perceção

sobre o papel da China da realidade económica mundial, a competitividade global das

suas empresas e das multinacionais que ali operam e, das suas implicações para as

nossas empresas e indiretamente na vida de todos nós. Sim porque a dimensão, a

diversidade, a conetividade, e a rapidez da evolução da economia chinesa acaba por

ter implicações marcantes nas empresas e nas economias do resto do mundo.

O programa que decorreu em Shanghai, Hangzhou e Macau passando por Hong

Kong, incluía; a lecionação de quatro seminários, visitas a unidades fabris, a empresas

de serviços, à Feira Internacional de Macau e à Universidade de Macau. Os aspetos

mais relevantes do modelo de desenvolvimento da China foram apresentados ao

grupo pela signatária ainda em Lisboa, no ISEG, no dia 8 de outubro, e foi um primeiro

encontro que serviu também, para tirar dúvidas sobre pormenores da viagem e

conhecer os outros participantes. Este seminário foi complementar da exposição

realizada logo no dia da chegada, no almoço de boas-vindas, por Sam Lee, CEO da

InnoChina Academy sobre “Compreender a China através da sua história recente”.

A InnoChina Academy representada em Portugal pela ChinaLogus do CEGE/ISEG, foi

responsável pela organização do programa na China, esta empresa não é uma

agência de viagens, é uma empresa cuja missão é a transmissão a estrangeiros do

conhecimento sobre as tendências de negócio e a realidade económica e empresarial

Page 2: Uma memorável viagem à China20%E0%20China… · e tortuosas podem ser as experiências dos gestores estrangeiros na China. Estas experiências ajudam a preparar quem trabalha em

na China, através da organização de visitas de estudo destinadas a universidades,

escolas de negócios, associações empresariais e empresas. Os seus quadros têm

elevada formação universitária como Sam Lee que tem um MBA da CEIBS - China

European International Business Studies, a Anne Han diretora da InnoChina e nossa

incansável e inestimável guia, com um mestrado em Marketing tirado em Oxford e, o

seu simpático colaborador Jason Ho, estudante coreano a realizar um mestrado em

Shanghai.

O briefing sobre a economia asiática com foco na China, foi desenvolvido por Bala

Ramasamy, que tem um PhD pela Universidade de Leicester e é professor de

economia na CEIBS, tinha sido meu contemporâneo na Universidade de Macau e foi

um prazer revê-lo, tanto mais, que o seu briefing foi muito importante para

compreender a interação da economia chinesa com as outras economias da Ásia,

nomeadamente as da diáspora chinesa.

Um tema forte desta visita era a análise comparativa entre modelos organizativos de

empresas estatais chinesas, empresa privadas e multinacionais a operar na China.

Um dos aspetos mais desafiantes para um gestor ocidental é gerir na China, por isso o

seminário China CEO – Liderança na China em que foi oradora Laurie Underwood,

diretora da DKSH, professora da CEIBS e coautora dos livros, China CEO e Chinese

Entrepreneur foi um momento de grande aprendizagem e algum humor, tão caricatas

e tortuosas podem ser as experiências dos gestores estrangeiros na China.

Estas experiências ajudam a preparar quem trabalha em empresas, que têm ou

tencionam vir a ter investimentos na China e aos que procuram emprego naquele país,

e esta é uma das perspetivas que os gestores portugueses não podem ignorar. Um

artigo do Brookings Institute publicado na East Asia Quarterly de abril deste ano referia

que o calcanhar de Aquiles das empresas multinacionais chinesas são os recursos

humanos, os gestores multilingues e multiculturais são poucos e longe das

necessidades, um estudo da Mckinsey & Company de 2005 estimava que as

multinacionais chinesas necessitavam de cerca de 75 000 gestores globais até 2020.

Este valor foi seguramente subestimado. Algumas empresas chinesas estão a

aproveitar a crise financeira global para contratar gestores jovens mas, com

experiência, despedidos das grandes multinacionais europeias e americanas, por

outro lado, em 2010 o China Daily referia que as empresas chinesas a trabalhar no

estrangeiro tinham contratado 800 000 gestores estrangeiros.

O conhecimento transmitido nos seminários enquadrou e ajudou a compreender as

visitas que realizamos às seguintes unidades fabris e empresas de serviços; Haworth,

Baosteel, Wangxingly Fan Industry, Geely Automotive Holdings, GM company, Lenovo

e Li & Fung.

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De uma forma geral podemos concluir, que a grande preocupação das empresas

estatais chinesas é o seu processo de globalização, a formação de quadros e a

incorporação nas suas práticas de gestão de avançados modelos organizativos de

gestão que proporcionem uma maior produtividade e, que a grande preocupação das

empresas multinacionais europeias e americanas na China é a adaptação cultural e o

mercado interno chinês. Verificamos também uma grande diferença de culturas

organizacionais, entre as empresas estatais e as empresas privadas chinesas e entre

as empresas chinesas mais tradicionais e ainda assentes em mão-de-obra intensiva e

as empresas de capital mais intensivo ou de novas tecnologias. De referir a dificuldade

de comunicação dos gestores das empresas estatais chinesas.

Revendo as visitas que realizamos gostaria de vos deixar os seguintes apontamentos;

1. A Haworth é uma empresa global americana de mobiliário de escritório com

mais de 100 grandes clientes em todo o mundo. Visitamos a sua unidade de produção

na Wai Gao Qiao Free Trade Zone da Zona Económica Especial de Pudong e o seu

showroom em Puxi onde aliás teve lugar o seminário com Bala Ramasamy. A empresa

é conhecida pela sua forte especialização tecnológica e pelo seu design sustentável,

está bastante empenhada na sustentabilidade do meio-ambiente, incorporando na

produção processos amigos do ambiente para minimizar a poluição e reduzir o

consumo de energia, como se pôde observar no seu showroom com iluminação a led.

2. A Baosteel é uma empresa estatal chinesa e a maior empresa siderúrgica da

China, sendo a segunda maior do mundo depois da ArcelorMittal Sa. Opera ao nível

global com uma produção de 44,2 milhões de toneladas/ano, tem cerca de 1000

patentes registadas.. Com cerca de 22 subsidiárias das quais 9 no estrangeiro, está

listada na Fortune 500 em nº 197 em 2012. Com cerca de 116 702 empregados, a

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Baosteel, tem sofrido com a crise mundial e vindo a diminuir os seus lucros de

qualquer forma estes continuam positivos cerca de US$ 1486 milhões antes de

impostos e de um volume de vendas de US$ 35 799 milhões.

3. A visita à Wangxingly Fan Industry, foi uma visita muito relaxante depois da

visita no dia anterior à siderurgia, onde tudo era literalmente a ferro e fogo, aqui nesta

unidade de produção, tudo era tranquilidade e beleza, a começar pelos lindíssimos

leques que estão expostos no seu museu e a terminar na nossa aprendizagem de

como fazer o nosso leque. Esta empresa está localizada em Hangzhou e é uma

tradicional e artesanal empresa chinesa com 130 anos, é considerada pelo governo

chinês um tesouro nacional intangível e cultural. No dia da nossa visita, estavam a

fazer uns leques para a Christian Dior, que infelizmente não se podiam comprar na

fábrica. E se pensam que fazer um leque é fácil, desenganem-se…

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4. Nessa tarde, depois da agradável manhã e de um divertido almoço de fondue

chinês, voltamos à indústria pesada, visitamos a Geely Automobiles Holdings Ltd, que

é um dos dez maiores fabricantes de automóveis na China. Com a sede em Hangzhou

tem unidades de produção em Linhai, Ningbo, Luqiao, Shanghai, Lanzhou, Xiangtan,

Jinan e Chengdu, e na Austrália tem um centro de P&D e uma fábrica. Esta empresa

com cerca de 17 753 trabalhadores, dos quais 15% em P&D, produziu 432 000 carros

em 2011 e tem ativos na ordem de cerca de US$ 16 055 milhões (incluindo a Volvo

Cars Corporation). Em 2010 a Geely adquiriu 22,8% da Manganese Bronze Holdings

PLC ("MBH"), mais conhecida pela companhia dos táxis de Londres, apesar da

intervenção de falência a Geely pode produzir esses famosos modelos, vimos um em

exposição, mas o clássico preto era azulão. Na execução do programa da estratégia

de P&D “Safety First” foi criado o Geely Safety Technology Laboratory em Zhejiang

com vários especialistas de universidades chinesas. A organização e a produtividade

são duas das prioridades que a empresa tem, foi o que concluímos da apresentação

feita pelo gestor que nos recebeu William Xing, foi-nos várias vezes referido, que o

grupo tinha uma grande preocupação com a educação, tendo lançado universidades e

escolas técnicas para preparar os seus quadros, nomeadamente a Beijing Geely

University, o Sanya College na Hainan University e a Zhejiang Auto Vocational and

Technical College e, em colaboração com a Society of Engineers in China a Geely

financiou a criação do Zhengjiang Auto Engineering College a primeira escola

especializada no treino de mestres e doutorados em engenharia automóvel na China.

5º No dia a seguir de manhã bem cedo voltamos para Shanghai para visitar a

Shanghai GM Company Ltd, a maior produtora de automóveis na China, é uma joint-

venture entre a General Motors Company e a SAIC Motor, fundada em 1997 numa

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parceria de capital 50%-50% e fabrica e vende na China as marcas Chevrolet, Buick,

Cadillac e Opel. É uma joint-venture entre a tecnologia e a organização global da GM

e o exército de mão-de-obra da China, ambas são impressionantes, fala-se em

fábricas de automóveis com robots, mas os operários chineses que observamos nas

suas linhas de montagem, devem ser mais rápidos e eficientes.

6º Nessa tarde visitamos a empresa multinacional chinesa Lenovo, nome como é

conhecida esta empresa desde 2004 em substituição do nome Legend, considerado

pouco apropriado para uma empresa de TI. Incorporada em Hong Kong é a maior

empresa de PCs na China e foi notícia quando em 2005 adquiriu a unidade de PCs

pessoais da IBM, por US$ 1750 milhões, o que foi um fato notável para uma empresa

que tinha começado 20 anos antes numa garagem, com um capital de RMB 25000 o

equivalente hoje a US$4000, por iniciativa de professores universitários do Computer

Technology Institute da Academia das Ciências da China, Hoje a Lenovo está no

ranking da Fortune 500, teve receitas no valor de US$ 29 574 milhões no ano

2011/2012, com um lucro bruto de US$ 3446 milhões. O gestor que nos recebeu Liu

Qi,, apresentou-nos o modelo de organização e referiu as preocupações como o

controlo de qualidade e com aumento de produtividade, nomeadamente a utilização de

técnicas de team building. Os fatores apontados para o sucesso são a cultura de

compromisso da Lenovo “We do what we say and we own what we do” e a estratégia

de equilíbrio entre os resultados a curto prazo com os objetivos de longo prazo, o

compromisso com a inovação para a diferenciação de produtos, o modelo de negócios

eficiente focado no utilizador final e uma forte liderança global da organização.

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7º Para terminarmos as visitas a empresas, visitamos na manhã da nossa partida

de Shanghai, a Li & Fung, empresa fundada em 1906 em Hong Kong onde ainda hoje

é a sua sede. É presentemente uma trading multinacional líder no design de bens de

consumo, no seu desenvolvimento, sourcing e, distribuição a marcas e retalhistas

líderes mundiais. A empresa tem 71 escritórios em 41 países, em Portugal está no

Porto, tèm cerca de 16 000 empregados em todo o mundo dos quais 700 estão em

Shanghai.

Fomos muito bem recebidos pela vice-presidente da direção de produtos para a casa,

Christina Kong que nos deu uma autêntica aula sobre evolução do conceito de

marketing e estratégia de crescimento internacional neste tipo de produtos, no mundo

global. Foi também a Li & Fung nos proporcionou o almoço mais agradável da nossa

estadia em Shanghai.

Antes de partirmos para Macau, apresentamos cumprimentos ao Cônsul-Geral de

Portugal em Shanghai, Dr. Joaquim Moreira de Lemos e ao Diretor da AICEP naquela

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cidade, Dr. Filipe Costa que nos falaram sobre as oportunidades e dificuldades das

empresas portuguesas na China.

Este exaustivo programa de visitas e seminários não nos deu muito tempo para

turismo e para compras, mas mesmo assim tivemos ocasião de visitar; o Yu Garden

um bonito jardim construído na Dinastia Ming, que ficava mesmo por detrás do nosso

hotel em Shanghai, visitarmos as casa Shikumens e o seu museu, uma arquitetura

única em Shanghai, a zona de entretenimento, lojas, restaurantes, livrarias, cafés, de

Xiantiandi, e a Jin Mao Tower com 88 andares, de onde enviamos um postal que

chegou a Portugal um mês depois, fizemos um cruzeiro noturno no Rio Huangpu a

bordo do Shanghai Dragon Boat onde jantamos.

Também não posso deixar de lembrar a beleza que foi o espetáculo a que assistimos

em Hangzhou no West Lake, património da UNESCO, este show é dirigido por Zhang

Yimou, responsável pelas cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos

Olímpicos de Pequim e só por si justifica uma deslocação a Hangzhou.

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Apesar da falta de tempo e da crise, as malas vieram bem mais cheias do que foram,

é que as compras na China são irresistíveis.

A chegada a Macau deu-nos um pouco a sensação de estarmos em casa, fomos

muito bem recebidos pelos nossos anfitriões, o Dr. Jackson Chang e a Drª Irene Lau

respetivamente Presidente e Diretora Executiva do IPIM. Que agradável que é chegar

ao Clube Militar e encontrar os sabores da Justa Nobre que nesses dias estava aos

fogões numa promoção de cozinha portuguesa, depois de uma semana de paladar

chinês, foi também muito bom encontrar velhos amigos, mas também ver muitos

jovens que são recém-chegados e procuram em Macau oportunidade para uma

carreira profissional, numa sala onde muitas mesas estavam ocupadas por chineses

que também apreciam a comida portuguesa. Na Feira Internacional de Macau a

grande aposta das empresas portuguesas foi justamente para o setor dos produtos

alimentares e vinhos, os principais distribuidores destes produtos no território tinham

ali os seus stands, e os participantes nesta viagem que fazem negócios nesse setor

aproveitaram para fazer alguns contatos.

Os Professores do ISEG aproveitaram para visitar a Universidade de Macau e renovar

os contatos com a direção do departamento de Business Administration, que nos

recebeu em peso com o Dean Jacky So à cabeça, tinham preparado para nós uns

pastéis de nata que nada ficavam a dever aos que por cá se fazem, foi uma amistosa

e doce receção.

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Todos aproveitaram para conhecer ou relembrar Macau, as ruinas de S. Paulo, o

Museu, as igrejas, os templos chineses, as ruazinhas que lembram as aldeias

portuguesas e ainda se encontram na parte antiga da cidade e claro os casinos, o

Hotel onde ficamos o Venetian, era um hotel no meio de um casino, pelo que não

precisamos de ir muito longe, não sei se alguns membros do grupo tentaram a sua

sorte.

No regresso partimos do aeroporto de Hong Kong e aproveitamos para no caminho

visitar o Pico Vitória, Repulse Bay e Kowloon onde ainda tivemos oportunidade de

fazer umas compras ou tomar um chá no famoso Hotel Península que mantem todo o

glamour que tinha quando Hong Kong era uma colónia inglesa.

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Partilho estas notas pessoais com os colegas que participaram, para memória futura

desta memorável viagem à China e, com os que não tiveram ocasião de nos

acompanhar para conhecerem o nosso percurso. Para o ano vamos pensar em visitar

Pequim e conhecer outras realidades económicas que são muito importantes, como o

sistema financeiro, a distribuição, o turismo, o marketing e outras experiências

culturais, como visitar a grande muralha, a cidade proibida, o templo do céu e claro

podemos sempre regressar por Macau a tempo de participar na Feira Internacional de

Macau, que já nos convidou para a sua 18ª Edição.

Maria Fernanda Pargana Ilhéu

Membro da OE nº 408

Professora do ISEG

Coordenadora do ChinaLogus do CEGE/ ISEG.