uma ferramenta para gerência do conhecimento no ambiente...

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Ricardo de Holanda Busquet Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Computação e Informação da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Computação e Informação. Orientadoras: Ana Regina Cavalcanti da Rocha Natália Chaves Lessa Schots Uma Ferramenta para Gerência do Conhecimento no Ambiente SPEAKER Rio de Janeiro Março de 2015

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Ricardo de Holanda Busquet

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia de Computação e Informação da Escola

Politécnica da Universidade Federal do Rio de

Janeiro como parte dos requisitos necessários para

a obtenção do grau de Engenheiro de Computação

e Informação.

Orientadoras: Ana Regina Cavalcanti da Rocha

Natália Chaves Lessa Schots

Uma Ferramenta para Gerência do Conhecimento no Ambiente SPEAKER

Rio de Janeiro

Março de 2015

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Ricardo de Holanda Busquet

PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA

DE COMPUTAÇÃO E INFORMAÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO DE COMPUTAÇÃO E INFORMAÇÃO.

Examinadores:

__________________________________________

Prof. Ana Regina Cavalcanti da Rocha, D. Sc.

__________________________________________

Natália Chaves Lessa Schots, M. Sc.

__________________________________________

Prof. Gleison dos Santos Souza, D.Sc.

__________________________________________

Prof. Geraldo Bonorino Xexéo, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2015

Uma Ferramenta para Gerência do Conhecimento no Ambiente SPEAKER

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iii

Busquet, Ricardo de Holanda

Uma Ferramenta para Gerência do Conhecimento no

Ambiente SPEAKER/Ricardo de Holanda Busquet – Rio de

Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica – COPPE, 2015

XI, 39: il.; 29,7cm

Orientadoras: Ana Regina Cavalcanti da Rocha

Natália Chaves Lessa Schots

Projeto (graduação) – UFRJ/Escola Politécnica/Curso de

Engenharia de Computação e Informação, 2015

Referências Bibliográficas – p. 34-36

1. Gerência do Conhecimento I. da Rocha, Ana Regina

Cavalcanti et al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Escola Politécnica, Curso de Engenharia de Computação e

Informação. III. Título

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iv

A minha família de hoje.

E minha família no futuro.

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v

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus acima de tudo.

Agradeço a meus pais, Almir Ricardo e Izete, e minha irmã Ingrid, pelo apoio e

pela confiança, por sempre me incentivarem em tudo.

Agradeço a Marry, pela paciência, pelo suporte.

Agradeço às professoras Ana Regina e Natália, minhas orientadoras, pelos

ensinamentos desde as aulas até nesse momento de projeto.

Agradeço aos professores Geraldo Xexéo e Gleison Santos, por aceitarem

participar da banca deste projeto de graduação.

Meus agradecimentos a todos.

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vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/COPPE/UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Computação e

Informação.

Uma Ferramenta para Gerência do Conhecimento no Ambiente SPEAKER

Ricardo de Holanda Busquet

Março/2015

Orientadoras: Ana Regina Cavalcanti da Rocha

Natália Chaves Lessa Schots

Curso: Engenharia de Computação e Informação

Nos dias atuais, grandes organizações vêm percebendo que um grande fator para manter

a competitividade é o tratamento do conhecimento organizacional como um ativo da

organização. A Gerência do Conhecimento ajuda nesse tratamento, definindo processos

para que o conhecimento leve a organização ao crescimento. Neste contexto, a utilização

de tecnologia para apoiar esses processos é uma boa opção, e alguns sistemas vêm sendo

desenvolvidos para tarefas que demandam a utilização do conhecimento. O ambiente

SPEAKER é um ambiente baseado em conhecimento para auxiliar a análise de

desempenho de processos de software. Este trabalho descreve a ferramenta desenvolvida

no contexto do SPEAKER para disponibilização do conhecimento necessário para

execução da análise de desempenho.

Palavras chave: Conhecimento, Gerência do Conhecimento, Processo de Software,

Análise de Desempenho

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vii

Abstract of the Undergraduate Project presented to Poli/COPPE/UFRJ as a partial

fulfillment of the requirements for the degree of Computer and Information Engineer.

A Knowledge Management Tool for SPEAKER

Ricardo de Holanda Busquet

March/2015

Adivisors: Ana Regina Cavalcanti da Rocha

Natália Chaves Lessa Schots

Course: Computer and Information Engineering

Nowadays, large organizations are realizing that a big factor to remain competitive is the

treatment of organizational knowledge as an organizational asset. Knowledge

Management helps in such treatment, defining processes for knowledge to lead the

organization growth. In this context, the use of technology is a good option, and some

systems have been developed for tasks that require the use of knowledge. The SPEAKER

is a knowledge based environment to assist in performance analysis in software process.

This project describes a tool developed in the context of SPEAKER to provide the

knowledge required to execute the performance analysis.

Key Words: Knowledge, Knowledge Management, Software Process, Performance

Analysis

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viii

Sumário

Lista de Figuras .................................................................................................................x

Lista de tabelas ................................................................................................................ xi

Capítulo 1 Introdução ....................................................................................................1

Capítulo 2 Gerência do Conhecimento .........................................................................3

2.1 Conhecimento .................................................................................................... 3

2.2 Conversão do Conhecimento ............................................................................. 4

2.3 Gerência do Conhecimento ................................................................................ 5

2.4 Processos para gerência do conhecimento ......................................................... 6

2.5 Técnicas para a Gestão do Conhecimento ......................................................... 8

Capítulo 3 Representação e Apresentação do Conhecimento .....................................11

3.1 Representação do conhecimento ...................................................................... 11

3.2 Apresentação do Conhecimento ...................................................................... 13

3.3 Uma forma de apresentação: Mapas mentais................................................... 14

Capítulo 4 Ferramenta para Gerência do Conhecimento ............................................16

4.1 Contexto ........................................................................................................... 16

4.1.1 A2M – Ambiente de Alta Maturidade ...................................................... 16

4.1.2 Ambiente SPEAKER ................................................................................ 17

4.2 Requisitos e casos de uso ................................................................................. 18

4.3 Tecnologias utilizadas ...................................................................................... 19

4.3.1 D3.js .......................................................................................................... 19

4.4 Estrutura ........................................................................................................... 21

4.5 Funcionalidades ............................................................................................... 21

4.5.1 Cadastro do Conhecimento ....................................................................... 21

4.5.2 Visualização do Conhecimento ................................................................ 23

4.6 Exemplo de uso ................................................................................................ 24

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ix

Capítulo 5 Conclusão e Trabalhos Futuros .................................................................31

5.1 Conclusões ....................................................................................................... 31

5.2 Limitações ........................................................................................................ 31

5.3 Trabalhos futuros ............................................................................................. 32

Referências Bibliográficas ...............................................................................................34

Apêndice ..........................................................................................................................37

A. Casos de Uso ...................................................................................................... 37

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x

Lista de Figuras

Figura 2.1 – Espiral do Conhecimento, adaptado de [10] ............................................... 4

Figura 3.1 – Exemplo de rede-semântica ...................................................................... 12

Figura 3.2 – Modelo de Visualização do Conhecimento de BURKHARD .................. 13

Figura 4.1 – Exemplo de página utilizando D3.js ......................................................... 20

Figura 4.2 – Resultado da página após execução do D3.js ........................................... 20

Figura 4.3 – Exemplo de mapa mental .......................................................................... 23

Figura 4.4 – Trecho da tela onde o conhecimento é listado .......................................... 24

Figura 4.5 – Tela inicial do A2M .................................................................................. 25

Figura 4.6 – Tela da ferramenta, com as funcionalidades ............................................. 25

Figura 4.7 – Lista de conhecimentos cadastrados ......................................................... 26

Figura 4.8 – Tela de cadastro de conhecimento com texto ........................................... 26

Figura 4.9 – Tela de cadastro de conhecimento com mapa mental ............................... 26

Figura 4.10 – Conceito central ...................................................................................... 27

Figura 4.11 – Mapa mental com nó central e um nó filho ............................................ 27

Figura 4.12 – Tela para registro de detalhes sobre nó no mapa mental ........................ 28

Figura 4.13 – Mapa mental completo ............................................................................ 28

Figura 4.14 – Tela inicial das execuções de análise de desempenho ............................ 29

Figura 4.15 – Execução da análise de desempenho ...................................................... 29

Figura 4.16 – Tela de exibição de etapa do processo de Análise de Desempenho ....... 29

Figura 4.17 – Tela de exibição de atividade do processo de Análise de Desempenho . 30

Figura 4.18 – Tela de exibição de tarefa do processo de Análise de Desempenho ....... 30

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xi

Lista de tabelas

Tabela 2.1. Comparação entre os processos de gerência do conhecimento .................... 8

Tabela A.1 – Fluxo básico do caso de uso 1.................................................................. 37

Tabela A.2 – Fluxo básico do caso de uso 2.................................................................. 38

Tabela A.3 – Fluxo básico do caso de uso 3.................................................................. 38

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1

Capítulo 1

Introdução

Muitos fatores influenciam na competitividade de uma organização. Recursos

humanos, capital, relevância, entre outros. Cada dia mais organizações estão

considerando como um importante fator para essa competitividade a identificação do

conhecimento possuído pela organização como um ativo que possui valor e deve ser

gerenciado. Para isso, se faz necessário buscar formas de gerenciar esse conhecimento

organizacional, identificando o que existe de conhecimento acumulado, onde ainda pode

ser desenvolvido e como pode ser compartilhado e utilizado para que traga retornos a

organização e também a possibilidade de multiplicação desse recurso.

A Gerência do Conhecimento tem como um dos objetivos tratar o conhecimento

como um recurso da organização, não apenas dos seus membros. Uma etapa importante

do processo de Gerência do Conhecimento é quando o conhecimento dos indivíduos,

gerados a partir de experiências, convicções pessoais e formação, precisa ser passado para

outros indivíduos, através de formatações desse conhecimento em representações visuais.

Essas representações precisam codificar o conhecimento pessoal de forma que uma outra

pessoa possa entender e absorver aquele conhecimento. Esse é um processo complexo

porque formalizar o conhecimento das pessoas não é trivial e esse processo demanda a

instalação de uma cultura de compartilhamento do conhecimento e aprendizagem

organizacional.

Neste contexto, atividades que demandam muito conhecimento e experiência

pessoal são difíceis de serem transmitidas. Uma atividade deste tipo é a realização da

análise de desempenho de processos, requerida nos níveis mais altos de modelos de

maturidade, tais como o MR-MPS [1] e o CMMI-DEV [2]. Verifica-se que uma das

principais dificuldades para a execução da análise de desempenho de processos nas

organizações de desenvolvimento de software é a falta de conhecimento e experiência

nesta área [3] [4]. A fim de auxiliar as organizações de software no aprendizado e uso das

técnicas da análise de desempenho de processos, um sistema baseado em conhecimento,

denominado SPEAKER (Software Process pErformance Analysis Knowledge-based

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EnviRonment), está sendo desenvolvido pelo Grupo de Qualidade da COPPE/UFRJ [4]

[5] [6].

O objetivo deste projeto final é desenvolver uma ferramenta no contexto do

ambiente SPEAKER que apoie a gerência do conhecimento a ser provido sobre análise

de desempenho de processos no decorrer da execução das atividades de análise de

desempenho. A ferramenta desenvolvida visa cadastrar, manter e disponibilizar o corpo

de conhecimento sobre análise de desempenho de processos.

Este texto se divide em 4 capítulos além desta introdução. No segundo capítulo,

será apresentada uma revisão da literatura sobre conceitos relacionados à Gerência do

Conhecimento. Neste capítulo, serão apresentadas definições de conhecimento, a

importância da Gerência do Conhecimento nas organizações, definições de processos

para realizar essa gerência, assim como técnicas para apoiar esses processos.

O terceiro capítulo aborda técnicas de representação e apresentação do

conhecimento. Nele serão apresentados alguns estudos sobre como o conhecimento pode

ser formalizado para ser utilizado no processo de compartilhamento do conhecimento na

organização, assim como a definição mais detalhada de uma dessas formas de

apresentação, mapas mentais, uma técnica presente na ferramenta proposta neste trabalho.

No quarto capítulo, a ferramenta proposta será apresentada, as tecnologias

utilizadas, detalhes da implementação e que processos essa ferramenta busca apoiar, além

de um exemplo de uso desta ferramenta, apresentando as funcionalidades desenvolvidas.

Por fim, o quinto capítulo apresenta as conclusões obtidas com esse trabalho,

como também a perspectiva para trabalhos futuros para evolução da ferramenta proposta,

visando uma melhor capacidade e efetividade na disponibilização do conhecimento.

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Capítulo 2

Gerência do Conhecimento

Nos dias atuais, as organizações estão vivendo grandes desafios quanto à gerência

do conhecimento pertencente aos seus integrantes. Entre estes desafios, podemos citar a

necessidade de corte de custos, a alta rotatividade de empregos e o alto crescimento a

nível geográfico das organizações, causas que muito provavelmente levam a dificuldade

de acesso ou a perda de quantidades críticas de conhecimento [7]. Tendo em vista esses

desafios, se torna necessário um investimento em técnicas de gerência do conhecimento

por parte dessas organizações, a fim de organizar e armazenar o conhecimento como um

ativo da organização e não somente dos indivíduos.

2.1 Conhecimento

Antes de tratar sobre a gerência do conhecimento, é necessário definir o que é

conhecimento. A definição de conhecimento é um tema bastante discutido, sendo possível

encontrar diversas definições, a partir de diversos pontos de vista.

De uma maneira simples porém pouco específica, conhecimento é aquilo que se

sabe sobre algo ou alguém. A definição clássica de conhecimento vem de Platão, quando

diz que conhecimento é uma “crença verdadeira e justificada”. No dicionário [8],

conhecimento é definido por meio dos termos como informação, experiência, ideia,

instrução, saber, entre outros. Outra definição de conhecimento é dada a partir da

definição de dados e informação, devido à relação entre essas definições [9]. Um número

ou um determinado fato isolado, sem uma organização ou interpretação e significado

aparente, pode ser considerado como um dado. Informação é um conjunto de dados

contextualizados e organizados; são dados com relevância e propósito. A informação

emerge da interpretação dos dados. Evoluindo e combinando esses conceitos,

conhecimento pode ser definido como a associação entre dados, informações, experiência

e interpretação individual, visando o aumento da capacidade de uma tomada de decisão

mais efetiva.

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O conhecimento pode ser categorizado em duas formas: conhecimento tácito e

conhecimento explícito. NONAKA e TAKEUSHI [10] propõem a definição de

conhecimento tácito como todo o conhecimento presente na mente das pessoas, na forma

como estas realizam e participam dos processos das organizações, consistindo suas

habilidades, modelos mentais, crenças e perspectivas e, por isso, sua formalização e

comunicação é difícil e complexa. Conhecimento explícito, em contraste, é o

conhecimento que pode ser facilmente expressado, armazenado, capturado e reutilizado,

podendo ser transmitido de forma estruturada e organizada como em textos, gráficos,

tabelas, banco de dados, entre outros formatos [10].

2.2 Conversão do Conhecimento

Para que o conhecimento tácito possa ser utilizado pela organização, ele deve ser

codificado e armazenado, convertendo-se em conhecimento explícito. NONAKA e

TAKEUCHI [10] propuseram a Espiral do Conhecimento, onde é apresentado o processo

de conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito e vice-versa, por meio

da interação das pessoas que formam a organização. A Espiral do Conhecimento

apresenta quatro etapas, representadas na Figura 2.1 e descritas a seguir [10]:

Socialização: é a transformação de conhecimento tácito para conhecimento tácito,

entre duas pessoas. Acontece quando há comunicação face à face, geralmente num

Figura 2.1 – Espiral do Conhecimento, adaptado de [10]

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5

formato mestre-aprendiz, onde há o compartilhamento de experiências por meio

do diálogo entre as pessoas.

Externalização: é a transformação de conhecimento tácito em conhecimento

explícito, realizado pela pessoa que detém o conhecimento buscando representar

o máximo deste por meio de modelos, conceitos e hipóteses, estruturando-o em

tabelas, texto, desenhos, etc. É iniciado por meio do diálogo ou de reflexão

coletiva sobre o conhecimento tácito dos membros da organização.

Combinação: é a distribuição do conhecimento explícito da organização, por

meio da organização, combinação e agregação dos itens de conhecimento

explícito e dos processos da organização.

Internalização: é a transformação do conhecimento explícito da organização em

conhecimento tácito de uma pessoa. Acontece por meio do estudo do

conhecimento armazenado da organização, pela visualização, prática e

reinterpretação desse conhecimento.

A Espiral do Conhecimento acontece a partir da conversão do conhecimento por

meio dessas etapas, começando pela socialização, que faz com que o conhecimento seja

compartilhado entre as pessoas da organização, passando pela externalização que faz com

esse conhecimento seja explicitado para toda a organização e possa ser utilizado no

processo de combinação e internalização do conhecimento. O novo conhecimento tácito

internalizado pode ser novamente socializado, reiniciando a espiral e estimulando um

ambiente de criação e compartilhamento de conhecimento na organização [9].

2.3 Gerência do Conhecimento

O reconhecimento por parte das organizações de que conhecimento é um ativo

importante para a sua competitividade tem levado ao aumento do interesse em técnicas

para a gerência desse conhecimento [11]. Visto como um ativo organizacional, o

conhecimento tem valor, gera retornos, tem um tempo de vida, pode ser medido e pode

ser gerenciado [12].

Segundo O’LEARY [7], a gerência do conhecimento é a gerência de ativos de

conhecimento com o objetivo de facilitar o acesso e o reuso desses ativos pela

organização, classificando formalmente esses recursos em um formato estruturado pré-

definido que pode evoluir durante os processos.

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6

Por outro lado, segundo o Instituto Britânico de Padrões [13], a gerência do

conhecimento também visa conectar as pessoas à outras pessoas e informações, permitir

a conversão do conhecimento, incentivar a inovação e a criatividade, e obter, manter e

compartilhar o conhecimento da organização.

2.4 Processos para gerência do conhecimento

A gerência do conhecimento é uma atividade contínua, de vital importância para

as organizações que buscam utilizar o conhecimento como recurso. De uma forma geral,

é possível identificar que a execução da gerência do conhecimento levará a identificação

e criação do conhecimento, formas para compartilhá-lo e como aplicar o conhecimento

nas atividades da organização. Essas etapas podem ser organizadas em um processo

sistemático bem definido, visando desenvolvimento organizacional, desempenho,

efetividade, lucro e crescimento [12].

Existem diversas propostas para definição de processos para a gerência de

conhecimento. Uma dessas propostas é a apresentada por SOUZA et al. [9], contendo as

seguintes etapas:

Identificação: Deve-se identificar as competências críticas ou essenciais da

organização, ou seja, o que a organização precisa saber para realizar suas

atividades mais importantes.

Captura: Nesse processo, ocorre a aquisição dos conhecimentos, habilidades e

experiências necessárias para criar e manter as competências críticas da

organização.

Seleção e Validação: Os conhecimentos capturados devem ser filtrados,

selecionados e priorizados de acordo com a qualidade, valor e relevância,

definindo quais e como serão armazenados.

Organização e Armazenagem: Todo conhecimento capturado deve ser

armazenado de uma forma que garanta recuperação rápida, fácil e correta do

conhecimento, utilizando sistemas de armazenagem efetivos.

Compartilhamento: O conhecimento não pode ser restrito a algum grupo restrito

de indivíduos da organização, mas deve ser compartilhado por meio de

mecanismos capazes de disseminar o conhecimento para os interessados nele de

forma rápida e eficiente.

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7

Aplicação: Além de compartilhados, os conhecimentos disponíveis devem ser

utilizados em situações reais da organização buscando produzir benefícios

concretos como melhoria de desempenho, qualidade, etc.

Criação: A criação de novo conhecimento deve ocorrer por meio dos processos

de conversão de conhecimento, resultando em aprendizagem, externalização,

lições aprendidas, pesquisa, experimentação, inovação, etc.

Proteção: A questão da proteção do conhecimento organização é um fator crítico

da gerência do conhecimento, por que trata de aspectos como vazamento de

informações, conhecimentos estratégicos, direitos autorais e patentes.

YOUNG [14] apresenta o processo de gerência do conhecimento definido pela

Asian Productivity Organization (APO), um processo de gerência de conhecimento com

cinco etapas, a saber: Identificação, Criação, Armazenamento, Compartilhamento e

Aplicação. A partir da etapa de Identificação, o conhecimento necessário para a

construção das competências da organização, os tipos desse conhecimento e onde locais

onde falta a utilização desse conhecimento são identificados. A etapa de Criação irá

preencher as falhas de utilização do conhecimento convertendo e gerando novos

conhecimentos. A etapa de Armazenamento visa coletar e preservar o conhecimento

organizacional, organizando para que seja possível acessá-lo fácil e rapidamente. A etapa

de Compartilhamento mantém uma cultura de troca de conhecimento entre os membros

da organização. E a etapa de Aplicação consiste do uso – e reuso – do conhecimento

organizacional nas atividades da organização.

ABECKER et al. [11] também apresenta um processo de gerência do

conhecimento semelhante, composto pelas seguintes etapas: Identificação, Aquisição,

Desenvolvimento, Disseminação, Uso, e Preservação.

Demais definições seguem um modelo semelhante de processo, que passa pela

identificação do conhecimento presente na organização (seja um conhecimento explícito

ou tácito), uma forma de criar conhecimento a partir do que já está presente na

organização, como armazenar esse conhecimento e como distribuí-lo entre os integrantes

da organização para realizarem suas tarefas de forma eficiente.

A Tabela 2.1 apresenta uma comparação entre as etapas de um processo básico de

gerência de conhecimento e os processos apresentados anteriormente. Observa-se que

todos os trabalhos apresentam uma estrutura semelhante.

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8

Tabela 2.1. Comparação entre os processos de gerência do conhecimento

Passos Básicos SOUZA et al. [3] APO [7] ABECKER et al. [5]

Identificação

Identificação

Identificação Identificação

Seleção e Validação

Captura Aquisição

Criação Criação Criação Desenvolvimento

Armazenamento

Organização e

Armazenamento Armazenamento Preservação

Proteção

Compartilhamento Compartilhamento Compartilhamento Disseminação

Uso Aplicação Aplicação Uso

Para o sucesso da gerência do conhecimento, esses processos dependem do

empenho de todas as pessoas da organização, e principalmente dos líderes de grupo ou da

alta gerência, já que é necessária a mudança no comportamento e na cultura

organizacional para integração desses processos listados nos processos de trabalho da

organização, incentivando o compartilhamento e a colaboração do conhecimento [9].

É importante notar que esses processos devem ser executados de forma cíclica.

Isso deve-se ao fato de que a organização deve se adaptar ao contexto atual da necessidade

da gerência do conhecimento organizacional, dado que o ciclo de vida do conhecimento

é rápido, fazendo com que esse conhecimento perca valor se for apenas armazenado. O

conhecimento organizacional deve ser constantemente utilizado, debatido e recriado, para

que seja sempre um ativo de interesse da organização.

2.5 Técnicas para a Gestão do Conhecimento

Os processos listados anteriormente dão uma direção para a instalação de uma

cultura de gerência de conhecimento na organização. Para apoiar cada passo do processo,

existem diversas técnicas e ferramentas que podem ser utilizadas para a utilização do

conhecimento de forma mais efetiva nos processos da organização.

YOUNG [14] apresenta uma lista de técnicas que podem ser utilizadas em cada

processo. Algumas destas técnicas são descritas a seguir:

Captura de ideias e aprendizado: A gerência do conhecimento é baseada na

captura de ideias e aprendizado. Técnicas desse tipo são utilizadas nos processos

de identificação e criação de conhecimento, com o objetivo de capturar e utilizar

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9

as ideias das pessoas de forma sistemática e coletiva. Esse tipo de técnica pode

ser utilizado no processo de Criação de conhecimento.

Lições aprendidas: Lições aprendidas podem ser capturadas durante ou depois

da execução de um processo da organização. O objetivo principal dessa técnica é

capturar o conhecimento adquirido com a prática da execução de cada processo

da organização. Lições aprendidas podem ser: (i) informacionais, quando

descrevem como determinado passo de um processo deve ser executado; (ii) de

sucesso, quando representa um resultado positivo durante uma crise; ou (iii)

problema, quando descreve falhas ou formas de resolver problemas [7]. Essa

técnica pode ser utilizada nos processos de Criação, Compartilhamento e

Armazenamento de Conhecimento.

Narração de histórias: No contexto de gerência de conhecimento, a narração de

histórias é uma técnica muito eficiente que vem sendo utilizada de diversas formas

para a conversão de conhecimento, principalmente pela transferência de

conhecimento tácito entre membros de uma equipe. Por não precisar de muito

conhecimento técnico para a sua utilização, sua implementação é muito prática e

pode ser facilmente combinada com outras técnicas. O processo de

Compartilhamento de conhecimento é o mais propício para a utilização dessa

técnica.

Comunidades de prática: Comunidades de prática são grupos de pessoas que

compartilham conhecimento em uma determinada área, e aprendem umas com as

outras por meio do relacionamento regular e da prática das suas habilidades. Sua

característica permite que essa técnica possa ser utilizada em qualquer processo

de gerência do conhecimento, pois envolve intensamente a interação entre as

pessoas promovendo um ambiente ótimo para a identificação, criação,

compartilhamento e aplicação do conhecimento.

Taxonomia: Uma taxonomia é uma técnica de estruturação da informação, dos

documentos e bibliotecas da organização de uma forma consistente. Pode ser

considerado como um sistema de classificação dos ativos de conhecimento da

organização. Essa técnica é utilizada nos processos de Armazenamento,

Compartilhamento e Aplicação do conhecimento.

Sistema de gerência de documentos: A utilização de um repositório de

documentos, associado a sistemas de gerência de documentos, pode ser uma

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10

solução efetiva para tornar mais eficiente o acesso à informação na organização.

Como mencionado anteriormente na definição de conhecimento e nos processos

de gerência do conhecimento, o acesso à informação adequada é essencial para o

sucesso na utilização do conhecimento da organização. Essa técnica é uma forma

de armazenar, compartilhar e aplicar o conhecimento da organização.

Bases de conhecimento: Bases de conhecimento são formas de armazenar e

aplicar o conhecimento explícito da organização. São implementadas por meio da

identificação de áreas chave de conhecimento para armazenar o conhecimento

explícito associado, e a aplicação de sistemas que incentivem a manutenção desse

conhecimento por meio da transferência de conhecimento tácito.

YOUNG [14] ainda cita diversas técnicas para a gerência do conhecimento, porém

as citadas anteriormente são as técnicas que estão relacionadas ao contexto da proposta

deste projeto.

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11

Capítulo 3

Representação e Apresentação do

Conhecimento

Uma questão importante quanto a gerência do conhecimento é a forma como o

conhecimento deve ser representado. Sistemas de gerência de conhecimento o

representam de formas legíveis ao ser humano, acessado via sistemas de busca e

navegação, ou legíveis à máquina, com o propósito de servir como base de conhecimento

para sistemas especialistas.

3.1 Representação do conhecimento

Um conhecimento pode ser apresentado de diversas maneiras em sistemas de

gerência de conhecimento. De maneira geral, a utilização das regras da lógica deveria ser

suficiente para representar qualquer conhecimento, mas a dificuldade em representar um

conhecimento que possa ser lido por humanos está na necessidade de representar de

maneira fácil e eficiente o conhecimento que muitas vezes é incerto, incompleto ou muito

subjetivo [15].

OLIVEIRA e CARVALHO [15] apresentam alguns paradigmas de representação

legível de conhecimento, detalhadas a seguir:

Conhecimento Procedimental: Conhecimento em formato de funções ou

procedimentos. Estabelece como realizar um processo por meio da descrição de

habilidades, algoritmos, técnicas e métodos.

Árvores de decisão: são estruturas de suporte a decisão, representando as

decisões e suas consequências em um grafo direcionado tipo árvore. Cada nó

interno representa um teste sobre um atributo e cada aresta que sai representa os

possíveis valores desse atributo. Os nós folha representam a decisão tomada

depois que os atributos são computados. São estruturas facilmente entendidas e

podem ser boas alternativas para representar análises dos conhecimentos sobre

tomadas de decisão da organização visando identificar melhores estratégias, além

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de serem facilmente combinadas com outras formas de representação do

conhecimento. Porém podem haver limitações quando os resultados esperados

não são discretos ou quando há dificuldade na escolha dos atributos que definem

cada nó interno.

Regras: Conhecimento em formato textual pode ser representado facilmente em

formato de regras. Regras armazenam o conhecimento no formado SE-ENTÃO.

Apesar da simplicidade, não são utilizadas em sistemas de grande porte, pois o

aumento na quantidade das regras leva muito rapidamente ao aumento da

complexidade, ao tornar necessária a combinação entre diversas condições e

resultados.

Redes: Em contraste com o conceito de árvores de decisão, o conhecimento

representado em redes apresenta os conceitos e entidades nos nós de um grafo

direcionado – não necessariamente uma árvore –, e as arestas representam a

relação entre cada conceito e entidade. Uma forma específica de redes para

representação de conhecimento é a rede semântica. Uma rede semântica apresenta

os conceitos e entidades nos nós e as arestas representam relações hierárquicas

entre cada nó - por exemplo, é-um, tem-um, tipo-de, etc. A Figura 3.1 apresenta

um exemplo de rede semântica. As redes semânticas, assim como as árvores de

decisão, também são entendidas rapidamente e as relações são facilmente

detectadas, pois são representadas de forma explícita. Porém sua simplicidade não

atende a conceitos complexos, principalmente quando as relações entre estes

conceitos se apresentam de forma subjetiva.

Figura 3.1 – Exemplo de rede-semântica

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3.2 Apresentação do Conhecimento

Associado aos paradigmas de representação do conhecimento, há a necessidade

de apresentar o conhecimento de forma a facilitar sua criação e a transferência através da

visualização. A aplicação de técnicas de apresentação do conhecimento visa criar (e

recriar), acessar, referenciar e transferir visões, experiência, atitudes, valores,

expectativas, perspectivas, opiniões e predições [16]. Para que esse processo seja efetivo,

EPPLER e BURKHARD [16] propõem cinco perguntas chave:

1) Que tipo de conhecimento deve ser visualizado?

2) Por que esse conhecimento deve ser visualizado?

3) Por quem este conhecimento deve ser visualizado?

4) Em que contexto deve ser visualizado?

5) Como deve ser representado?

A partir dessas perguntas, BURKHARD [17] propõe um Modelo de Visualização

do Conhecimento. Nesse modelo, como pode ser visto na figura 3.2, é apresentada a

interação de troca de conhecimento entre dois indivíduos, onde um deles é o remetente,

que possui um conhecimento tácito e deseja compartilhar com o segundo, o destinatário.

Uma terceira parte do modelo é um conjunto de visualizações do conhecimento para

ajudar no processo de aprendizado do destinatário. O modelo busca definir os processos

interpessoais – entre os indivíduos – e intrapessoais – na mente de cada um deles – que

definem como o conhecimento é compartilhado e como a apresentação do conhecimento

deve ser realizada para que seja correta e eficientemente ensinado.

Figura 3.2 – Modelo de Visualização do Conhecimento de BURKHARD [17]. O primeiro

bloco é o remetente, que possui conhecimento que o destinatário deseja receber. O bloco central

define como o conhecimento deve ser apresentado para efetivar esse processo.

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14

O modelo define um processo realizado sobre as visualizações do conhecimento

em três etapas. Na primeira, deve-se chamar a atenção do destinatário quanto aquele

conhecimento. Na segunda, deve ser apresentado um contexto, ou seja, uma visão global

e opções sobre como ele pode se beneficiar daquele conhecimento, como aquele

conhecimento pode ser importante para ele. Por fim, devem ser apresentados detalhes

sobre determinado assunto selecionado pelo destinatário. Essa terceira etapa só é efetiva

quando o destinatário percebe a relevância do conhecimento através das duas primeiras

etapas para então se motivar a buscar mais detalhes sobre o conhecimento [17].

3.3 Uma forma de apresentação: Mapas mentais

Dentre os formatos apresentados neste capítulo para a representação do

conhecimento, pode-se destacar dois que apresentam características visuais em comum:

as árvores de decisão e as redes. Esses formatos apresentam figuras geométricas,

representando conceitos, ligadas por linhas ou setas que indicam a relação entre esses

conceitos.

Muitas formas de apresentação do conhecimento lançam mão dessa forma de

representação de relacionamentos entre conceitos, e podem ser encontrados diversos

métodos em diversas áreas [18]. Uma dessas formas de apresentação é a utilização de

mapas mentais.

Mapas mentais são diagramas radiais, que representam relacionamento semântico

entre as porções do conhecimento sendo apresentado, em um formato hierárquico [18].

Conforme se caminha por um mapa mental, os conceitos partem de uma ideia central mais

abrangente, se tornando mais detalhados enquanto se distancia do nó que representa a

ideia central. A premissa do funcionamento dos mapas mentais é que eles funcionam

como imagina-se que o cérebro humano funciona, ligando as informações através dos

relacionamentos entre elas, em um formato radial em vez de relações lineares, conectando

cada ideia com centenas ou milhares de outras ideias e conceitos [19]. Sendo assim,

podem ser utilizados para a apresentação do conhecimento em tópicos e subtópicos, de

forma criativa e de fácil manipulação.

A forma que mapas mentais apresentam conhecimento é compatível com o

modelo de visualização do conhecimento de BURKHARD [17], uma vez que apresenta

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15

formas de chamar a atenção do indivíduo para buscar mais detalhes do conhecimento

apresentado de forma criativa e natural.

Ao comparar mapas mentais com outros formatos de apresentação do

conhecimento (como mapas conceituais e metáforas visuais, por exemplo), EPPLER [18]

lista as vantagens e desvantagens desse formato em relação aos outros e em que situações

os mapas mentais podem ser mais bem aproveitados.

EPPLER [18] cita como vantagens da utilização dos mapas mentais o fato de que

(i) são de fáceis de aprender e aplicar; (ii) que mapas mentais estimulam a criatividade e

a autoexpressão; (iii) que permitem uma visão hierárquica concisa sobre os conceitos

apresentados e que (iv) é fácil estender e adicionar novas informações. A partir dessas

vantagens, ele conclui que mapas mentais podem ser utilizados eficientemente para

anotações pessoais, principalmente em brainstorms de ideias. Devido a sua simplicidade,

conceitos e um mapa mental podem ser absorvidos e lembrados de forma mais eficiente.

Por outro lado, como desvantagens, EPPLER [18] lista os seguintes pontos: (i)

mapas mentais podem ser difíceis de serem lidos por terceiros; (ii) sua capacidade de

representação é mais efetiva em relacionamentos hierárquicos em detrimento de outros

formatos; (iii) podem ser inconsistentes; e (iv) podem se tornar muito complexos,

perdendo a noção da ideia central e do relacionamento geral entre os conceitos. Ele

conclui então que mapas mentais podem ser uma boa ferramenta se integrado com outras

formas de visualização do conhecimento, utilizando mapas mentais para representar

ideias de forma mais criativa e de rápida absorção – principalmente quando utilizado

como ferramenta de anotações – e outros formatos como mapas conceituais para

estruturar o conhecimento com maior formalidade [18].

Apesar disso, em [19], estudos realizados evidenciam o sucesso da utilização de

mapas mentais para diversos fins, como suporte no processo de aprendizagem,

organização e compartilhamento de conhecimento e melhoria no processo de

memorização e absorção do conhecimento.

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16

Capítulo 4

Ferramenta para Gerência do Conhecimento

O propósito desse capítulo é apresentar uma ferramenta para gerência do

conhecimento baseada nos conceitos apresentados anteriormente. A ferramenta foi

implementada no contexto do ambiente SPEAKER.

O objetivo dessa ferramenta é disponibilizar o conhecimento relacionado às

atividades de análise de desempenho de processos de software, orientando o usuário de

acordo com que executa cada tarefa no ambiente SPEAKER. A ferramenta também

permite que o conhecimento sobre as execuções seja inserido para disponibilização

futura.

4.1 Contexto

A ferramenta foi implementada no contexto do ambiente SPEAKER, que está

sendo construído no contexto de uma tese de doutorado do Grupo de Qualidade da

COPPE/UFRJ. Por sua vez, o ambiente SPEAKER está sendo construído na

infraestrutura de um ambiente já existente no Grupo de Qualidade, denominado A2M

(Ambiente de Alta Maturidade).

Ambos ambientes serão apresentados a seguir a fim de auxiliar no entendimento

do contexto no qual a ferramenta deste projeto final foi desenvolvida.

4.1.1 A2M – Ambiente de Alta Maturidade

O A2M – Ambiente de Alta Maturidade – é uma plataforma desenvolvida pelo

Grupo de Qualidade da COPPE/UFRJ com o objetivo de apoiar organizações que desejam

realizar práticas sugeridas pelos altos níveis de modelos de maturidade, tais como o MR-

MPS [1] e o CMMI-DEV [2]. Diversas ferramentas foram desenvolvidas no contexto do

A2M, a partir das pesquisas realizadas pelo grupo de pesquisas em alta maturidade de

processos da COPPE/UFRJ, tais como: [20] [21] [3].

O A2M é desenvolvido na linguagem de programação JAVA, com interface do

usuário desenvolvido com as tecnologias JSP e JSF (JavaServer Pages e JavaServer

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17

Faces, respectivamente). A infraestrutura do A2M provê ao desenvolvedor de

ferramentas de apoio diversos serviços auxiliares que facilitam o desenvolvimento de

novas ferramentas, tais como: persistência de dados, controle de acesso, tratamento de

exceções, elementos visuais para reutilização como tabelas e telas de cadastro, entre

outros.

Toda a infraestrutura interna da ferramenta proposta neste trabalho foi

desenvolvida no contexto do A2M e utiliza-se largamente de diversos serviços auxiliares

presentes no ambiente.

4.1.2 Ambiente SPEAKER

O ambiente SPEAKER (Software Process pErformance Analysis Knowledge-

based EnviRonment) visa auxiliar a execução da análise de desempenho de processos por

meio das práticas da gerência do conhecimento [4] [5] [6]. Esse ambiente está sendo

desenvolvido pelo Grupo de Qualidade da COPPE/UFRJ, como uma ferramenta do

ambiente do A2M.

O ambiente SPEAKER, conforme mostra a Figura 4.1, foi projetado contendo

duas ferramentas principais: (i) um sistema baseado em conhecimento (SBC) que guia o

responsável durante a execução da análise de desempenho, apresentando os

conhecimentos necessários para cada atividade, e que mantém o corpo do conhecimento

do ambiente; e (ii) uma ferramenta para instanciação e execução do processo (FIE) que

permite o controle da instanciação do processo da análise de desempenho e o

armazenamento dos resultados obtidos [4].

Figura 4.1 – Ambiente SPEAKER – Visão Arquitetural [4]

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A ferramenta proposta neste trabalho implementa parte do SBC permitindo o

cadastro de itens de conhecimento vinculados às atividades da análise de desempenho de

processos e sua disponibilização durante a execução.

4.2 Requisitos e casos de uso

Durante a fase de levantamento de requisitos, cinco requisitos foram definidos,

sendo eles os descritos a seguir:

REQ1 – A ferramenta deve permitir o cadastro de conhecimento vinculado a uma

tarefa do processo de Análise de Desempenho de Processos

REQ2 – A ferramenta deve permitir que o conhecimento seja disponibilizado

durante a execução das tarefas da Análise de Desempenho

REQ 3 – A ferramenta deve permitir a manutenção do conhecimento cadastrado

REQ 4 – A ferramenta deve estar integrada ao Ambiente SPEAKER

REQ 5 – A ferramenta deve disponibilizar o conhecimento aos poucos, a medida

que o usuário solicite mais detalhes

A partir desses requisitos, três casos de uso foram definidos. Estes casos de uso

estão descritos a seguir. Informações mais detalhadas sobre cada caso de uso pode ser

encontrada no Apêndice deste trabalho.

UC1 – Registrar Conhecimento

A ferramenta disponibilizará aos usuários tela que permita o registro de

conhecimento relacionado a uma tarefa do processo de Análise de Desempenho, em

formato textual ou em um mapa mental. Registros feitos durante a execução de uma tarefa

associam o novo conhecimento diretamente à tarefa sendo executada.

UC2 – Disponibilizar Conhecimento

Durante a execução de uma tarefa do processo de análise de desempenho, a

ferramenta listará os conhecimentos relacionados a esta atividade. O usuário, ao indicar

que deseja visualizar detalhes sobre um conhecimento, será redirecionado a página do

conhecimento indicado.

UC3 – Manter conhecimento

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19

A ferramenta disponibilizará uma tela para listagem dos conhecimentos

registrados e permitir que o usuário edite, desative ou exclua um conhecimento.

4.3 Tecnologias utilizadas

Para a visualização do conhecimento, a principal tecnologia para desenvolvimento

utilizada foi a biblioteca JavaScript de manipulação de dados D3.js. As visualizações do

conhecimento são registradas no sistema no formato JSON, facilmente integrado com a

biblioteca D3.js.

4.3.1 D3.js

D3.js – Data Driven Documents [22] é uma biblioteca JavaScript para

manipulação de documentos baseados em dados. D3.js permite que dados sejam

associados a um Modelo de Objeto de Documentos (DOM – Document Object Model),

uma interface independente de plataforma e linguagem para acesso e atualização

dinâmica de conteúdo, estrutura e estilo de documentos na WEB [23].

O objetivo principal do D3.js é a manipulação das estruturas do DOM de forma

eficiente, sempre orientada aos dados a serem representados. A biblioteca não se propõe

a ser uma ferramenta de visualização, mas permite que padrões WEB como HTML

(HyperText Markup Language – linguagem para a definição de objetos do DOM em um

documento na WEB), CSS3 (Cascading Style Sheets – linguagem de definição de estilos

para objetos do DOM) e SVG (Scalable Vector Graphics – linguagem para definição de

imagens vetoriais) sejam facilmente utilizados para potencializar a visualização dos

dados.

Devido a utilização dos padrões WEB mais recentes, D3.js é compatível

principalmente com navegadores mais modernos, conjunto que abrange praticamente

todos os navegadores mais utilizados como Firefox, Chrome, Safari, Opera, Internet

Explorer 9 e mais recentes, e navegadores para os sistemas operacionais móveis Android

e iOS. O Internet Explorer 8 e versões mais antigas deste navegador não implementam

padrões como CSS3 e SVG, e portanto a visualização de documentos com D3.js nesses

navegadores fica comprometida.

A ferramenta utiliza D3.js para a criação e visualização de mapas mentais, uma

das formas de apresentação do conhecimento providas pelo sistema. Para isso, os itens de

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conhecimentos apresentados nos mapas mentais são representados no banco de dados

como uma cadeia de caracteres no formato JSON (JavaScript Object Notation). Esse

formato é convertido em objetos JavaScript facilmente. Com a biblioteca D3.js, é possível

associar objetos JSON a objetos no DOM, como representado nas figuras 4.1 e 4.2. No

exemplo, a lista (array) dataset é associada a elementos HTML de parágrafo (<p>).

Figura 4.1 – Exemplo de página utilizando D3.js

Figura 4.2 – Resultado da página após execução do D3.js

A página da biblioteca D3.js apresenta diversos tutoriais e exemplos [24], além de

um livro de MURRAY [25] que é possível acessar online gratuitamente, com exemplos

executáveis.

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4.4 Estrutura

A ferramenta é composta de um módulo de serviços e persistência e um módulo

WEB. O módulo de serviços provê as estruturas necessárias para registro do

conhecimento no banco de dados, assim como o registro das associações com as entidades

que definem as tarefas da análise de desempenho. O módulo WEB provê as páginas para

cadastro e visualização do conhecimento. Também fica a cargo desse módulo a listagem

do conhecimento associado a uma tarefa do processo de análise de desempenho.

Para exibir a funcionalidade de disponibilização do conhecimento durante a

execução do processo de análise de desempenho, foi desenvolvido uma ferramenta

protótipo que contém as etapas do processo e como este se encadeia. Mais detalhes sobre

a tela serão descritos no exemplo de uso da ferramenta.

4.5 Funcionalidades

Nesta sessão, serão descritas as principais funcionalidades da ferramenta: cadastro

e manutenção do conhecimento, e visualização do conhecimento.

4.5.1 Cadastro do Conhecimento

A funcionalidade Cadastro do Conhecimento é a principal funcionalidade da

ferramenta. Consiste na possibilidade de registro do conhecimento em formato de texto e

em um mapa mental.

Texto

É o formato mais simples provido pela ferramenta, permite que um conhecimento

seja descrito no formato de uma redação, na forma que for conveniente para a

representação deste conhecimento.

Mapa mental

É o formato mais avançado de representação do conhecimento na ferramenta. A

ferramenta provê uma interface para a criação de mapas mentais que podem ser

utilizados para uma descrição mais detalhada e organizada do conhecimento

relacionado a uma determinada atividade ou tarefa.

No contexto do ambiente SPEAKER, cada tela de etapa, atividade ou tarefa

apresentará um botão para o usuário inserir um conhecimento relacionado ao item sendo

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visualizado. Uma nova tela se abrirá para que o usuário insira o conhecimento. O usuário

também poderá cadastrar um conhecimento relacionado a uma tarefa de forma direta, fora

da execução de uma análise de desempenho, na tela inicial do ambiente SPEAKER.

4.5.1.1 Construção do Mapa Mental

Uma característica importante do cadastro do conhecimento desenvolvido é a

possibilidade da organização do conhecimento no formato de mapas mentais. Essa

característica, devido a sua complexidade, foi a que mais demandou investimento em

tempo e tecnologia para seu desenvolvimento.

Foi desenvolvida uma tela para a criação de mapas mentais. Essa tela permite a

organização do conhecimento a partir de uma ideia central. O usuário pode então expandir

o conhecimento relacionado a essa ideia principal, aumentando o nível de detalhamento

enquanto descreve o conhecimento.

O mapa mental é formado por uma rede direcionada, onde os nós da rede

correspondem a porções do conhecimento a ser representado e as arestas representam a

existência de uma relação entre essas porções. A ideia central é representada por um nó

distinto dos demais. Em cada nó, é possível definir uma descrição curta, que será exibida

na apresentação do mapa, e um texto que provê uma descrição mais detalhada, exibida

apenas se o usuário visualizando o conhecimento assim desejar.

É possível também ocultar e reexibir os nós enquanto visualiza o conhecimento.

Essa possibilidade é interessante pois permite que o usuário que visualiza o conhecimento

se atenha a uma determinada área do mapa mental enquanto oculta outra que no momento

não lhe parece interessante para a atividade que esteja executando. Isso pode ser feito com

um clique duplo sobre um nó que contenha nós filhos.

A criação do mapa mental começa com a definição da ideia central. Em uma tela

onde o usuário esteja cadastrando um novo conhecimento, é apresentada uma rede

composta por um único nó, no qual é possível editar o texto do nó com um duplo clique

em sua descrição. A partir disso, o usuário pode definir novos nós conectados ao nó que

representa a ideia central. Selecionando um desses nós, o usuário pode adicionar nós

conectados a ele, permitindo a criação de uma rede em formato de árvore. Utilizando o

botão ‘ctrl’ no teclado enquanto clica sobre um nó, uma janela se abre para que uma

descrição detalhada possa ser adicionada ao nó.

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Figura 4.3 – Exemplo de mapa mental

Para o desenvolvimento da tela de criação e visualização de mapas mentais foi

utilizada largamente a biblioteca D3.js. Para que a sua utilização fosse viabilizada no

framework A2M, algumas modificações foram necessárias, principalmente nas formas de

leitura dos dados em formato JSON que definiam o mapa mental, já que o framework

sobrescreve algumas funções do navegador. Outra consequência da utilização da

biblioteca D3.js é que o usuário precisa utilizar navegadores atualizados, que

implementam as tecnologias utilizadas pelo D3.js, para acessar corretamente essa

funcionalidade. Por exemplo, os nós dos mapas mentais são construídos utilizando

imagens SVG e estilizadas com CSS3 e as transições e animações utilizadas precisam que

o navegador implemente versões recentes da linguagem JavaScript.

Como descrito anteriormente, o D3.js fornece a habilidade de associação de

elementos da página com os dados. A estilização dos elementos, definição de animações

e interações com o usuário ficam a cargo do desenvolvedor. D3.js possui suporte para

interações básicas com o mouse para permitir a movimentação dos elementos com o

ponteiro. Para a associação de botões do teclado a funções como apagar ou adicionar

descrições, foi utilizada a biblioteca Mousetrap.js [26].

4.5.2 Visualização do Conhecimento

Para que o conhecimento cadastrado no sistema seja útil para um usuário que

esteja realizando uma atividade de análise de desempenho em um processo de software,

é necessário que esse conhecimento esteja disponível durante a execução dessa atividade.

Para isso, a ferramenta provê uma forma de visualizar o conhecimento associado à

determinada atividade.

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Seguindo a proposta de BURKHARD [17] para a apresentação do conhecimento,

é necessário que o usuário perceba que a atividade que está sendo executada possui um

conhecimento relacionado. Isso deve acontecer de uma forma que o usuário que deseja

absorver o conhecimento posso alcançar esse conhecimento sem que isso afete sua

atividade corrente.

Portanto, durante a execução de uma atividade da análise de desempenho no

ambiente SPEAKER, os itens de conhecimento relacionados serão apresentados,

conforme apresentado no exemplo da Figura 4.4. Ao clicar em um dos itens de

conhecimento, uma nova janela se abre com os detalhes do conhecimento. O

conhecimento é exibido em outra janela para que o usuário não perca o que estava sendo

feito enquanto executava a tarefa que se relaciona com o conhecimento.

Figura 4.4 – Trecho da tela onde o conhecimento é listado

4.6 Exemplo de uso

A fim de apresentar com mais detalhes o funcionamento da ferramenta proposta,

um exemplo de uso é descrito a seguir. Este exemplo de uso consiste em um cenário

hipotético em uma organização de desenvolvimento de software que possui o nível C do

MR-MPS e deseja atingir o nível 4. Este exemplo foi apresentado em [5] com o objetivo

de demonstrar como o corpo de conhecimento foi organizado e disponibilizado no

ambiente SPEAKER. No entanto, neste relato não havia o apoio ferramental para o

cadastro e disponibilização do conhecimento.

Ao acessar o SPEAKER a partir da tela inicial do ambiente A2M (apresentado na

Figura 4.5), o usuário pode selecionar se deseja iniciar uma nova execução da análise de

desempenho ou cadastrar um conhecimento relacionado a determina atividade da análise,

conforme apresentado na Figura 4.6.

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Figura 4.5 – Tela inicial do A2M

Figura 4.6 – Tela da ferramenta, com as funcionalidades

Para cadastrar um novo conhecimento, o usuário deve clicar em “Cadastrar

conhecimento” e, após selecionar o sinal de "+", é direcionado para a tela de cadastro

(Figura 4.7). Nesta tela, o usuário deve informar um nome para o conhecimento e

selecionar qual o tipo de conhecimento que deseja cadastrar, textual ou mapa mental. Ao

selecionar o tipo textual, o campo “Descrição” deve ser preenchido (figura 4.8). Se o tipo

mapa mental for selecionado, uma área da tela aparecerá apresentando o nó central do

mapa mental, conforme mostra a Figura 4.9. O usuário também pode selecionar a que

tarefa do processo de análise de desempenho deseja associar esse conhecimento, no meu

“Item relacionado”.

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Figura 4.7 – Lista de conhecimentos cadastrados

Figura 4.8 – Tela de cadastro de conhecimento com texto

Figura 4.9 – Tela de cadastro de conhecimento com mapa mental

Para a criação do mapa mental, o usuário começa editando o nó central, com dois

cliques, redigindo qual o conceito central daquele mapa (figura 4.10). Para adicionar

novos nós, o usuário deve clicar na tela duas vezes, que um novo nó se apresentará, como

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na figura 4.11. A partir daí, pode editar seu nome e continuar criando novos nós como

desejar.

Se o usuário desejar colocar detalhes sobre um dos nós, deve clicar no nó enquanto

mantém o botão “ctrl” do teclado pressionado. Ao fazer isso, uma janela se abrirá para

que ele escreva os detalhes. A figura 4.12 exemplifica esse caso Para voltar ao mapa, deve

clicar no link “[fechar]”.

Figura 4.10 – Conceito central

Figura 4.11 – Mapa mental com nó central e um nó filho

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Figura 4.12 – Tela para registro de detalhes sobre nó no mapa mental

Na figura 4.13, há um exemplo de um mapa mental para a primeira tarefa do

processo de Análise de Desempenho.

Figura 4.13 – Mapa mental completo

Se o usuário desejar iniciar uma nova execução do processo de Análise de

Desempenho, ele deve clicar em “Executar Análise”.

Nessa tela (figura 4.14) ele pode continuar uma instância da execução ou iniciar

uma nova. Para exemplo, será considerado o caso de uma nova instância da execução

sendo iniciada. Ao clicar no “+”, o usuário será apresentado a tela da figura 4.15, onde

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poderá adicionar um nome para aquela execução, e selecionar a versão da análise que

deseja realizar.

Figura 4.14 – Tela inicial das execuções de análise de desempenho

Figura 4.15 – Execução da análise de desempenho

Ao clicar em “Iniciar Execução”, o usuário será levado a tela que apresentará a

primeira etapa do processo de Análise de Desempenho. Aqui ele já verá que pode

adicionar um conhecimento relacionado a etapa em geral, ao clicar no botão “Adicionar

Conhecimento” (figura 4.16). Ao clicar em “Iniciar Etapa”, o usuário é apresentado a

primeira atividade da tarefa (figura 4.17). Da mesma forma, ao clicar em “Iniciar

Atividade”, o usuário é apresentado a primeira tarefa daquela atividade.

Figura 4.16 – Tela de exibição de etapa do processo de Análise de Desempenho

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Figura 4.17 – Tela de exibição de atividade do processo de Análise de Desempenho

Na tela da tarefa, apresentada na figura 4.18, a ferramenta SPEAKER apresenta

ao usuário dois campos onde ele pode inserir resultados sobre aquela execução do

processo. Essas informações serão registradas para análise futura. Pode-se verificar ao

lado direito da figura a lista dos conhecimentos registrados para aquela tarefa. No caso,

conhecimento sobre objetivo, definições e referências da tarefa.

Ao selecionar um conhecimento, uma nova janela se abrirá, onde o usuário poderá

visualizar o conhecimento no formato em que foi inserido, seja um mapa mental ou um

texto.

Figura 4.18 – Tela de exibição de tarefa do processo de Análise de Desempenho

O usuário continua então o processo, clicando em “Próxima tarefa”. Ao final, ele

voltará a tela onde iniciou a execução, e a ferramenta cadastrará a hora e data do término.

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Capítulo 5

Conclusão e Trabalhos Futuros

5.1 Conclusões

Para concluir qualquer atividade em uma organização nos dias atuais, os membros

desta organização precisam utilizar conhecimento, mesmo que seja apenas tácito,

lembranças de experiências pessoais ou conhecimentos adquiridos durante a formação da

profissão. Em particular, as atividades relacionadas à análise de desempenho de processos

requerem tanto conhecimentos técnicos sobre os métodos e técnicas sobre análise de

desempenho, como conhecimento relacionado ao contexto organizacional.

Para que a organização utilize esse conhecimento de forma mais eficiente, a

Gerência do Conhecimento é imprescindível. A tecnologia pode ser uma boa aliada na

implantação de uma cultura de compartilhamento e aplicação do conhecimento

organizacional. A ferramenta proposta serve como base para incentivar os usuários a

registrar o conhecimento possuído e adquirido durante a execução de uma atividade na

organização.

Algumas limitações foram encontradas durante o desenvolvimento da ferramenta,

porém ainda há muito espaço para extensões e melhorias para que a implantação dessa

cultura do conhecimento seja mais eficaz.

5.2 Limitações

A ferramenta proposta apresenta como limitações, principalmente a falta de

compatibilidade com navegadores mais antigos para utilização de todas as

funcionalidades. Uma limitação encontrada durante os testes foi devido ao fato que o

tratamento de eventos JavaScript como, por exemplo, eventos de clique do mouse ou

detecção de botão do teclado, são implementados de forma diferente entre os diversos

navegadores atuais. Contornar essa limitação depende de um mapeamento dessas

implementações em cada navegador para identificar essas diferenças.

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Quanto ao objetivo da ferramenta, suas funcionalidades não conseguem apoiar

todos os processos de gerência do conhecimento. As funcionalidades da ferramenta não

atendem a processos como o de Seleção e Validação definido em SOUZA et al. [3] e

implementa de forma básica os processos de Captura, Criação, Compartilhamento e Uso,

sendo esse último processo limitado às atividades de análise de desempenho de processos

cadastradas no ambiente SPEAKER.

Algumas dificuldades relacionadas ao uso do framework A2M foram encontradas

durante a implementação da ferramenta. O framework apresenta diversos recursos para

facilitar o desenvolvimento de novas ferramentas, porém a utilização desses recursos para

que a nova ferramenta se integre ao ambiente demanda um esforço de aprendizado. O

framework deixa transparente para um desenvolvedor de ferramentas alguns aspectos de

mais baixo nível de desenvolvimento web, às vezes mascarando alguns erros. Porém, com

a prática, o desenvolvimento se torna mais ágil.

5.3 Trabalhos futuros

Há muito espaço para desenvolvimento de melhorias e novas funcionalidades para

a ferramenta, tendo em vista todo o espectro que os processos de gerência de

conhecimento apresentam.

Avaliação do Conhecimento

Uma forma de aprimorar a cobertura dos processos de gerência do conhecimento

seria o desenvolvimento de técnicas para avaliação do conhecimento contido na

ferramenta. Dar aos usuários uma forma de julgar se um conhecimento é relevante para

uma tarefa evita que informações desnecessárias sejam mostradas ao usuário durante a

execução daquela tarefa, exibindo apenas aquelas que outros usuários indicaram ou que

foram mais importantes em uma execução anterior da análise de desempenho.

Reutilização e Integração com outras ferramentas

Qualquer atividade dentro de uma organização exigirá a gerência dos

conhecimentos relacionados a cada uma delas. Uma proposta é que a ferramenta de

disponibilização do conhecimento possa ser um recurso para o desenvolvedor de novas

ferramentas no ambiente A2M utilizar com suas estruturas.

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Tipos de representação do conhecimento

A ferramenta proposta apresenta apenas dois tipos de representação do

conhecimento, em texto e mapas mentais. Permitir que conhecimento seja representado

em outros formatos como glossários, mapas conceituais, metáforas visuais, entre outros,

aumentaria a capacidade de formalização do conhecimento tácito dos usuários em

conhecimento explícito para atividades futuras.

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Referências Bibliográficas

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SOFTWARE BRASILEIRO, “MR-MPS-SW – Guia Geral,” SOFTEX, Associação

para Promoção da Excelência do Software Brasileiro, 2013. [Online]. Disponível:

MR-MPS-SW – Guia Geral. [Acesso em Fevereiro 2015].

[2] CMMI PRODUCT TEAM, “CMMI® for Development (CMMI-DEV), V1.3,”

Software Engineering Institute, [Online]. Disponível: http://www.sei.cmu.edu/.

[Acesso em 2 Março 2015].

[3] SIMÕES, C. A., Repositório de Medidas para Organizações de Alta Maturidade em

Processos de Software, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.

[4] SCHOTS, N. C. L., GONCALVES, T. G., MAGALHAES, R. F., ROCHA, A. R.

C., SANTOS, G. E OLIVEIRA, K. M., “Supporting Software Process Performance

Analysis through a Knowledge-based Environment,” In: Proceedings of the XL

Latin American Computing Conference (CLEI), pp. 286-297, 2014.

[5] SCHOTS, N. C. L., ROCHA, A. R. C., e SANTOS, G., “A Body of Knowledge for

Executing Performance Analysis of Software Processes,” In: Proceedings of the

Twenty-Sixth International Conference on Software Engineering & Knowledge

Engineering, pp. 560-565, 2014.

[6] SCHOTS, N. C. L., Um Ambiente baseado em Conhecimento para a Análise de

Desempenho de Processos de Software. Exame de Qualificação. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, 2013.

[7] O'LEARY, D. E., “Enterprise Knowledge Management,” Computer, pp. 54-61,

1998.

[8] FERREIRA, A. B. H., “Significado de Conhecimento,” [Online]. Disponível:

http://www.dicionariodoaurelio.com/conhecimento. [Acesso em Fevereiro de

2015].

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[9] SOUZA, J. M., “Gestão do conhecimento e Memória de Grupo,” em Sistemas

Colaborativos, 2004, pp. 206-220.

[10] NONAKA, I. e TAKEUSHI, H., The Knowledge-Creating Company: How

Japanese Companies Create the Dynamics of Innovation, New York: NY: Oxford

University Press, 1995.

[11] ABECKER, A., BERNARDI, A., HINKELMANN, K., KÜHN, O. E SINTEK, M.,

“Toward a Technology for Organizational Memories,” In: IEEE INTELLIGENT

SYSTEMS, pp. 40-48, 1998.

[12] NAIR, P. E PRAKASH, K., Knowledge Management: Facilitators’ Guide, APO -

Asian Productivity Organization, 2009.

[13] BRITISH STANDARTS INSTITUTE - BSI APUD GILCHRIST, A., Knowledge

Management Roadmap GLOSSARY for Joint Information Systems Committee,

Londres: tfpl., 2006.

[14] YOUNG, R., Knowledge Management Tools and Techniques Manual, Tóquio:

Asian Productivity Organization, 2010.

[15] OLIVEIRA H. C. E CARVALHO, C. L. “Gestão e Representação do

Conhecimento,” 2008.

[16] EPPLER, M. J. E BURKHARD, R. A., “Visual representations in knowledge

management: framework and cases,” 2007.

[17] BURKHARD, R. A., “The Use of Complementary Visual Representations for the

Transfer of Knowledge.,” 2005.

[18] EPPLER, M. J., “A comparison between concept maps, mind maps, conceptual

diagrams, and visual metaphors as complementary tools for knowledge construction

and sharing,” Information Visualization, pp. 202-210, 2006.

[19] THINKBUZAN LTD., Mind Mapping: Scientific Research and Studies,

ThinkBuzan Ltd.

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[20] BARRETO, A. S., Definição e Gerência de Objetivos de Software Alinhados ao

Planejamento Estratégico, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.

[21] BARRETO, A., Uma Abordagem para Definição de Processos Baseada em

Reutilização Visando à Alta Maturidade em Processos, Universidade Federal do

Rio de Janeiro, 2011.

[22] BOSTOCK, M., “D3.js - Data Driven Documents,” [Online]. Disponível:

http://d3js.org/.

[23] WORLD WIDE WEB CONSORTIUM (W3C), “W3C Document Object Model,”

[Online]. Disponível: http://www.w3.org/DOM/#what.

[24] BOSTOCK, M., “Gallery - mbostock/d3 Wiki,” [Online]. Disponível:

https://github.com/mbostock/d3/wiki/Gallery.

[25] MURRAY, S., Interactive Data Visualization for the Web, O'Reilly Media, 2013.

Disponível: http://chimera.labs.oreilly.com/books/1230000000345/index.html

[Acesso em Fevereiro de 2015]

[26] CAMPBELL, C., “Mousetrap - Keyboard shortcuts in Javascript,” [Online].

Disponível: http://craig.is/killing/mice. [Acesso em Fevereiro 2015].

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Apêndice

A. Casos de Uso

Neste apêndice, serão descritos os casos de uso da ferramenta, com seus fluxos básicos e

alternativos e regras de negócio.

UC1 – Registrar Conhecimento

Descrição: A ferramenta disponibilizará aos usuários tela que permita o registro

de conhecimento relacionado a uma atividade no fluxo do processo de análise de

desempenho. A ferramenta deve permitir que o usuário inclua um título e uma descrição

para o conhecimento a ser registrado, em formato textual. Adicionalmente, o

conhecimento pode ser apresentado como um mapa mental.

Fluxo básico:

Tabela A.1 – Fluxo básico do caso de uso 1

No. Ações Desvios

1 O caso de uso é iniciado.

2 O sistema disponibiliza os campos para preenchimento dos dados

do item de conhecimento.

3 O Usuário escolhe o tipo de conhecimento a ser inserido.

4 O Usuário representa o conhecimento de acordo com o tipo

selecionado

FA1

5 O Usuário associa o conhecimento a uma etapa, atividade ou tarefa

do processo.

6 O sistema registra o conhecimento.

7 O caso de uso é encerrado.

Fluxos Alternativos:

FA1 – Registro durante execução do processo

Caso o usuário esteja inserindo um conhecimento durante a execução do processo,

o conhecimento é automaticamente associado à etapa, atividade ou tarefa do processo

sendo executada. Retorna no passo 6.

Regras de Negócio:

RN1 – Tipos de conhecimento

A ferramenta permite a inserção de conhecimento em formato textual e em um

mapa mental.

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UC2 – Disponibilizar Conhecimento

Descrição: Disponibilizar aos usuários o conhecimento registrado durante a

execução de uma tarefa do processo de análise de desempenho. A ferramenta deve indicar

que existe conhecimento relacionado a tarefa sendo executada, listando todos os itens de

conhecimento associados, assim como permitir que os detalhes de cada item de

conhecimento sejam visualizados.

Fluxo básico:

Tabela A.2 – Fluxo básico do caso de uso 2

No. Ações Desvios

1 O caso de uso é iniciado. FA1

2 O sistema indica que há conhecimento relacionado a tarefa sendo

executada, listando-os na tela.

3 O Usuário indica que deseja ver mais detalhes sobre o

conhecimento.

4 O sistema exibe o conhecimento no formato em que foi inserido.

5 O caso de uso é encerrado.

Fluxos Alternativos:

FA1 – Busca de conhecimento

O usuário está buscando conhecimento relacionado ao processo de análise

de desempenho. Retorna no passo 3.

UC3 – Manter conhecimento

Descrição: Disponibilizar tela para edição e desativação ou exclusão de itens de

conhecimento.

Fluxo básico:

Tabela A.3 – Fluxo básico do caso de uso 3

No. Ações Desvios

1 O caso de uso é iniciado.

2 O usuário indica que deseja editar um item de conhecimento. FA1, FA2

3 O Usuário altera informações desse item de conhecimento.

4 O sistema registra as atualizações.

5 O caso de uso é encerrado.

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Fluxos Alternativos:

FA1 – Desativação do conhecimento

O usuário indica a desativação do conhecimento. Esse conhecimento não poderá

ser exibido até que ativado novamente. Atualizações no conhecimento serão permitidas.

Retorna ao passo 4.

FA2 – Exclusão do conhecimento

O usuário indica a exclusão do conhecimento. Esse conhecimento será apagado

do sistema e não poderá ser recuperado. Retorna ao passo 4.