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Uma cessão de Occultismo Ad '

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Uma cessão de Occultismo Ad '

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S. PAULO Encarregam-se da confecção de clichês em zin-

co ou cobre. Editores da interessante publicação illustrada,

dedicada ao exmo. sr. prefeito de S. Paulo, S. Paulo Antigo e S. Paulo Moderno

O segundo fasciculo saiu á luz e contém as seguintes vistas: Egreja do Carmo (1854) ; antiga ponte do Carmo (1870) ; ladeira do Carmo (1859); antiga residência de d. Matheus de Abreu Pereira, quarto bispo de S. Paulo; ladeira do Carmo (1887); nova ponte do Carmo; ladeira do Carmo (1905); fundos da egreja do Carmo; consistorio da mesma egreja; ladeira Miguel Carlos (1862); rua Florencio de Abreu (em 1987 e em 1905) ; diversos trechos.

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AH 1^0505

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O Snr. Rubião — Manso, muito aceiado . ... e não falta. Se usasse saias, era o ideal das sogras!

/U ^osoSj^r

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ARARA

ARARA Num. 5 — SABBADO 11 DE MARÇO DE 1905

EXPEDIENTE

PnMica-se aos saMos—ProprieMe de PEREIRA & COMP. Assignaturas: Capital, amo.. . 10^000—Interior. . . 15%000 Numero avulso, 200 reis; numero atrazado, 500 reis.

ÂDÍ1NI8TRIÇÍ0: Rua ki Bonifácio, U —Caixa postal, 113 s. iFLÃJcr:

6càfl) ̂ «^ Mis Carnaval que passou e Congresso que se abre. Os dois

unicos factos que a semana forneceu aos commentarios do chro- nista.

Longe de nós querer approximar os dois factos, para lhes descobrir algum laço mysterioso, que os ligue.

Os dignos representantes do povo e da Commissão Central são sufficientemente tristes para apreciar a alegria doidiva- nas dos adoradores do deus Momo. Por esse lado ha de ser difficil descobrir qualquer analogia entre um carnavalesco en- diabrado e um sensaborão e pacato pai da pátria. Seria, real- mente, um achado precioso, para os que anceiam sensações no- vas, ouvir a voz melliflua do sr. José Vicente passar atravez da bocca duma mascara, modulando umas pilhérias hilariantes a S. José ou a qualquer outro santo de sua devoção; ouvir o sr. Rubião descoser as intrigas políticas dos seus companheiros; assistir a um trote no sr. Almeida Nogueira, passado em regra pelo sr. Herculano de Freitas. Mas, para se poder gosar deste prazer de requintado sybaritismo, fora preciso que elles se con- vencessem de que somente á benevolência da Commisão Cen- tral devem a posição que disfructam.

Verdade seja que o processo das eleições, em que pese ao sr. Tibiriçá, tem qualquer coisa de carnavalesco. As vota- ções a bico de penna e as actas, concertadas com vagar nas casas dos secretários das mesas eleitoraes, offerecem assumpto para uma farça hilariante, obrigada a apotheose com fogos de ilaificio.

Como dissemos, outros que pretendam achar uma relação sympathica entre o carnaval que cassou e o Congresso que se abre. Para nós a approximação dos dois factos é obra de sim- ples acaso.

Nem o governo iria agora, de firme propósito, convocar extraordinariamente o Congresso para o fazer funccionar, em se- guida ás loucuras do Carnaval.

O governo, este sim, divertiu-se a valer nos três dias. Met- teu-se em custoso dominó de seda, mudou de mascara e de- satou a correr as ruas da cidade á procura de conhecidos com que pudesse troçar á vontade.

Esteve no Polytheama, onde buliu com a sra. Carmçn Ruiz; foi á Rôtissjrie e pintou o diabo com o pachorrento Da- niel; deu uma volta pelo Schorch e ahi fez zangar um gordo 'atinista, chamando-o genro da futura presidência. E, quando se retirava para Palácio, cantando victoria como o mosquito da co- nhecida fábula de Lafontaine, foi cahir tolamente no Internacio- nal, onde o descobriram: o sr. Borba apanhou o dominó a fa- zer namoro ás moças que estavam na sacada. Esquecera-se o go- verno de que estava de mascara !

Mas, na terça-feira gorda, é que o governo se desforrou. Saiu num carro magnífico, representando uma alterosa montanha, em cujo cume um arco todo catita; debaixo do arco, o busto do sr. Tibiriçá; fora, guardadas as devidas distancias, distri- buiam-se pela encosta os bustos dos secretários e do chefe de policia. Tudo isto de papelão e lona era mui bello de vêr-se. Percebia-se que o governo esgotara a imaginação phantasiosa, no plano do carro; o povo, porém, não deu o apreço devido á concepção governamental; não comprehendeu o symbolismo subtil dessa exhibição do presidente e seus auxiliadores de ad- ministração, no prestito duma sociedade carnavalesca de pânde- gos; não poude penetrar o sentido esotérico do ruidoso zé-pe- reira, que a poucos metros de distancia fechava o cortejo.

Também foi a única contrariedade que o governo soffreu no Carnaval. Não teve as palmas frementes de enthusiasmo da turba multa em delirio, nem a coroa gloriosa dos louros da victoria; não teve, é verdade.

Ninguém, comtudo, lhe dirá que a estréa não fosse auspi- ciosa. Para o anno ha de vencer, não desanime; insista e verá o governo como no carnaval de 1906 o povo ha de acclamal-o, gritando como o philosopho do Quincas Borba: Ao vencedor as batatas! ♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦*♦***

CARNAVAL Foi-se embora o Carnaval e não deixou saudades. Frio,

desconsolado e desenxabido, como o dos annos anteriores. Durante os três dias, das 4 da tarde ás 10 da noite, a

população passeou a sua pasmaceira pelas ruas centraes da ci- dade.

Apenas, de vez em quando, aqui e alli se tornava anima- do o jogo das serpentinas, a luta dos lança-perfumes; depois, tudo recahia na modorra e apathia, que os mascaras avulsos não conseguiam despertar.

Na terça-feira á noite, saíram os prestitos dos club carna- valescos. E, cora franqueza, melhor não tivessem sahido.

Os jornaes tinham annunciado prodígios de graça e es- pirito, maravilhas deslumbrantes de riqueza e bom gosto. Em dithyrambos gastos e sediços, cantavam a doida alegria das festas do deus Momo; em versos de pé quebrado, entoavam loas a umas hetairas, modeladas em algodão em rama, semi- vestldas numas fatiotas mirabolantes de setineta reles.

ttLmsos^G

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^1X ARARA

carros de allegorias e de criticas eram descriptos com o de adjectivos retumbantes. E o publico, o eter- esperava anciosamente' esses prestitos esfusiantes

de espirito, de luxo, de phantasia louca, de contas, surgiram os prestitos e o publico desa-

deante de tanta frandulagem, recolheu-se aos pena- 'maldiçoando mais uma vez a sua ingenuidade, sempre

pta a acreditar todos os carapetões em letra de fôrma. Nem: um carro original pela concepção da composição,

nem um carro onde se percebessem os princípios rudimentares das aitfflEecorativas ; nenhuma critica fina, .humoiisticamente leve ou fmamente satyrica.

Apenas de toda' «ssa borracheira se ssJientaram dois carros, de torpe engrossaménto ao governo do Estado e dá^ünjlo, eresses mesmos feitos, de papelão e aniagph grosseiramente piwtalgada. *",. % fe

;• Mas, toda essa pelintragem não nos surprehendeô. Ainda nào ha muito, a imprensa diária «teceu elogios á illuminação da Light, duma pobreza de imaginação, duma falta de gosto, só toleráveis numa alde4ola perdida no sertão. /y

áÉ^pdo éás ísséatâdores de fios deslumbram S. Paulo com umas fieiras de lâmpadas electricas e uns pendrucalhos á guiza de estrellas radiantes, não é muito que o Ali-Babá e o Toga dêm a nota de espirito critico e formulem leis de esthe- ticfl em í)4fadãosinh0 sarapintado.

♦»♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦

ou-

gat»

Foi em Minas, na villa de Caracol, ha muitos annos. Casava-se nessa semana a Carlota Barbuda, moça morena,

de olhar ardente e senhora de um buço que muito rapazinho invejaria.

O IOíVQ^ era de fora, de uma longínqua terra de Matto Grosso, t devia chegar daíli a dois dias. O casamento fealizar- se-ia logo depois.

Nessa semana, não se falara em outra coisa. Pobre noivo, pobre noivo, que sorte o esperava! dizia toda a gente.

E' qie a mãe de Carlota era um virago, de íaca na liga. Chamavan-lhe a Felicia Fera, porque todo o santo dia vivia em guerra cm o marido, dominava-o, escravisava-o, fazia delle ga- to sapato.Era baixinha e nervosa, de olhos negros e cabellinho na venta, twando o chamava não era pelo nome. Dizia:

—O' eu Carocho ! Carocto era um cão que havia na casa, magro, doente,

atacado de asthma. E o pobre homem, que ia roçando pelos 50 annos, atten-

dia logo ao chamado, humilde, resignado, incapaz de uma rea- eção.

A filha, que era barbuda como a mãe, devia sair uma ou- tra Felicia Fera. Pobre noivo, pobre noivo, não teria um anno de vida! diziam.

O dia aprazado para o casamento era um sabbado lumi- noso e quente.

O noivo chegara de manhã, acompanhado dos seus. Era alto, forte, espadaúdo. Os seus olhos tinham um bri-

lho extranho, as sua maneiras um não sei quê de brusco, o seu ar um desdém, uma soberania que impressionavam a quem o fitava.

Chamava-se Roldão. Poucas fallas. De resto, ninguém alli o conhecia, a não ser a familia da sua noiva. ^^Roldão pediu logo para ir ver a casa que lhe destinavam

* e a lua'áiulher. ^^ *• ~

Era situada no cabo da villa, quasi junto ao cemitério. A visita á sua nova vivenfla não o impressionou mal.

Horas depois, sem convidados, sem festas, sem àpparato algum, realizou-se o casamento.

Os pais da noiva ácompanharam-na á sua nova residência. Ahi, seccamente, sem mais formalidades. Roldão despediu-os, quasi que Ities fechou a porta na cara.

Carlota Barbuda olhoii.o marido de um modo extranho; mas o olhar dé Roldão causou-lhe uma espécie de sobreàalto.

Depois Roldão apparelhou o seu cavallo, saiuií.J3roL tíizer uma palavra á mulher. Fez um passeio pelas imme^iaCÕfis da villa e quando voltou a cjá^ era noite feita.

Prendeu o cavallo á Jlrta, dirigiu-se a mulher e c| lhe que puzess&[?55iáí8ar % mesa.

Quando eátavam coiwendo, Roldão dirigiu-se que havia na éalá e pediu-lhe um copo de água.

O gato, é claro, não obedeceu. De um salto, âllucinado, raivoso. Roldão agarrou' o animal

pelas patas e esmigalhou-lhe o èraneo contra a-parede,. Olhou depois para o Carocho, que tinha ficado aUi. ê pe-

diu-lhe unmopyB.Jragua.»( .«* ' -.* ' m$m*m$M O cão, bem entendido, moita... Roldão vae ao seu quarto, traz uma formidável catana e de

um golpe separa a cabeça do corpo do pobre Carocho. Depois dirigindo-se ao-seu- cavallo-fez-lhe- igual pedido

e como não fosse attendido metteu-lhe a espada até aos copos, matando-o.

Por fim, dirigiu-se á mulher: Dá-me um copo de água. Tremendo, desfigurada, Carlota correu para a cosinha,'trou-

xe a água. —Ainda bem ! exclamou Roldão. Se houvesse neste riiundo

alguém que me desobedecesse dar-lhe-ia o destino que tiveram esses animaes.

E acerescentou: j —Bem, vou deitar-me. £|ao quero que me accordera, nem

que se faça o mais pequeno barulho. Vieram no dia seguinte, logo de manhã cedo, os pais de

Carlota vêr a filly e esta, que não puzera olho em toda a noi- te, referiu-lhes, toda tremente, a ferocidade do seu marido.

Boquiabertos transidos de susto, os velhos voltaram logo para casa. Mas pelo caminho Carocho sorria, tinha um ar sa- tisfeito.

Logo que chegou a casa, prendeu á porta o seu cavallo, chamou o gato para a sala do jantar e esperou a hora da comida.

Quando este foi posto na meza, o marido de Felicia en- chendo-se pela primeira vez de coragem, olhou para sua mu- lher cora arrogância e depois dirigindo-se ao gato:

— Dá-me um copo de água. Felicia ergueu-se de um pulo, fusilou de cólera e, avan-

çando para o velho, tròvejou:* — Senhor dom Carocho, é tarde, eu conheço as suas

manhas! O pepino torce-se de pequenino... PASCHOAL.

Um mascara, que não pudemos descobrir, mas que nos pareceu pelas revelações que fez ser amigo do governo, mostrou-nos um exemplar dum livrinho tão precioso e instruetivo como a Vida In- fantil, do sr. Mario Bulcão.

Era um opusculo de umas vinte paginas, em cuja luxuosa capa de chagrin vermelho, se liam estas palavras : «Manual do perfeito dominó, seguido dum roteiro da cidade de S. Paulo, por Albuquer- que Lins, com prefacio do espirituoso publicista Vicente Mata Qualquer Prosa»; tudo isto dentro duma cercadura artisticamente feita de cyprestes.

Se o livrinho teve larga publicidade, fica explicada a semsaboria dos mascarados deste anno.

Um jornal noticiando o banquete que será offerecido bre- vemente, em Bello Horizonte, ao dr. Affonso Penna, diz que esse comes-e-bebes vai tomando o caracter político e a feição dum apoio decidido.

E toda a gente a pensar que essa festa era para matar as forainhas do sr. vice-presidente da. Republica e ao mesmo tem- po manifestar-lhe o mais completo abandono!

Felizmente que com a hábil reportagem do collega tudo se aclarou. ,

Ainda bem. ***»■■- Igylí ■ >.-■•

Aíl i^O^O^

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Carnaval de 1905

Toureiro de barbas Ramilheteira de Tivoli Moço de forcado Tosca senza Scarpia Vatel de f^o e fogão Chucharra Mandarim da CDtnmissão Chanteuse à diction

Ctwuffeur Cupldo Cantora Internacional

frd iWIÍOS^

Capit8o-Mór

As "phantasias" que deram sirte

PVa a missa das almas Chuva de todos os tempos

fidMOÒOSJV

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ARARA

O delegado do Campinas prohibm o jogo de entrado. Os masca-

ras, porém, nilo sahiram á rua; sociedades carnavalescas e ali-babás

não existem mais na terra de Carlos Gomes. O povo esperou sabba-

do e domingo, pacieiitcmente, por algum dominó engraçadoou princez

disfructavel. Nem um nem outro apparocevam. E yái d'ahi, sem com-

binação previa, sem uma unicà consulta ao directorio político, desa-

ta o povo a jogar o entrado, que foi um Deus nos acuda.

«Atiraram-se lanranjinhas ás grosas, as bisnagas desapparociam

•l»s prateleiras dos negociantes, baldes, bacias, canecos, esguicüos,, tu-

do sahiiv para as ruas em uso e abuso desesperado. Os bondes, que

percorriam as linhas, recebiam. grandes massas de água, em muitos

pontos da cidade, ficando os passageiros molhados como pintos. Um

delírio! »

Assim descreve'um correspondente de Campinas para ura jornal

de S. Paulo o outrudo naquella cidade.

A policia deixou, brincar o povo, apesar de ter prohibido aquellá

orgia de laranjinhas e bisnagas.

E andou bem a polícia; E' justo que ao menos duas vezes por

anno o povo faça a sua vontade, já que a polícia, 363 vezes por

anno e 364 nos bisextos, faz o quo quer do povo.

Parabéns â terra campineira que possue autoridades tão corda-

tas o rasoavois.

Noticiaram os jornaes que chegou a esta cidade numeroso bando

de indios guaranys, procedentes do aldeamento de Conceição de Ita-

nhaéra. O governo, com um cuidado todo paternal e affectuoso, aga-

salhou-os na Hospedaria de Immigrantés.

Dizem ainda os papeis públicos que estes indios vieram pedir ao

governo o beneplácito para a nomeação definitiva do chefe, que ti-

nham escolhido.

A vinda dos índios nào despertou desta vez a menor curiosida-

de. E' que nestes últimos tempos tem sido tantas e tão amiudadas

as visitas destes gentlemans de tanga e flecha que o publico acos-

tumou-se a ellas, como se se tratasse desses teams de foot-ball, que

por aqui costumam a apparecer, afim de se exhibirem no ponta-pé,

sabiamente regulamentado pelos ínglezes.

A ultima exposição dos bororós acabou por desmoralísar a ori-

ginalidade dos costumes desses selvagens, tão romanticamente ideali-

sados por Alencar. Quem nào tivesse uns magros dez tostões dispo-

níveis não podia visitar a exposição ; os felizardos, que conseguiram

visital-a, sairam de lá desilludidos. Longe de se encontrar a tradi-

ccional desconfiança e retraimento do selvagem, ficava-se desapontado

deante da desenvoltura e desembaraço elegantes dos bororós. Curva-

turas ceremoniosas da espinha, sorrisos discretos de amabilidade pa-

laciana, passos bem marcados para a frente e para traz, pernadas

de lado e demais s^maloques quo o sr. Freitas Vallo, o chefe do

nosso protocollo, aconselha nas recepções da haute.

Procurando agradar a todos, os bororós, em quanto o- sr. Paul»

Orozimbo os envolvia • dum olhar .de ardente e scientifica investiga-

ção, executavam uma dança guerreira, cantando em côr» o dobrad»

Campos Sallels, do maestro Antão !.

Houve até quem dissesse que um desses selvagens liquidara ha-

via pouco, nunia cidade do sertão^ contas- com a poUciarqne o accu*

sava do passageln de notas falsas. '^ -

Ora^ahi está por que razão a visita do índio» á Paulicéa passí

despercebida o som interesse. ifc*-, ÍÍ| %;V

Ds gaáif' Itanhaóm procederam, coiftádc^,.», ra^S'"eSfrrectat

ssivol, mostrando uma perfeitajiJi^wíjjiwJaTef disciplina« partidária;

M m*

armeza inque- a commisíjío Central é quo não correspondeu a essa fir

farafftavel de -principios políticos.

EUes elegaram expontaneamente nta capitão e não consultaram

para isso, seja dito de passagem, o. nnieo poder do Estado ; ^mas

vieram agora submetter rg^peitosamente a eleição ao critério e ap-

provação do sr. Lacerda Franco.

Keceiando qualquer contestação por parte de algum sr. José

Getulio, todo o eleitorado resolveu acompanhar o eleito, ficando ape-

nas nos sertões de Itanhaém aquelles que não estão em pleno goso

dos seus direitos.

Em taes condições, parecia que não se faria esperar o reconhe-

cimento, principalmente, numa época tão propicia à caça, agora qu»

os araçás estão maduros e as jacutingas descem para as baixadas.

Pois, senhores, nem mesmo assim esta eleição escapou : o sr.

Cardoso de Almeida decidiu nomear capitão... o orador queapresenton

o eleito !

A que movei obedeceu o secretario do interior, annullando a

tinanimi.clade do suffragio dos indios de Itanhaém ?

Dizem que um político do Bananal tinha ainda, e como sempre,

itm candidato ao logar de capitão; ,6 foi justamente para eollocar

esse pretendente que o sr. Cardoso de Almeida falseou mais nma

vez a veídade eleitoral. O que, porém, é certo, positivo o innegavel,

e que Bdtucatú mais uma vez Venceu Conceição de Itanhaém ! ♦ ^

Em S. Roque correu desanimado o Carnaval; mascaras avulsos

mais cacetes que o sr. José Vicente, e um prestito carnavalesco mais

fúnebre do que o sr. Albupuerqne Lins.

Os filhos de S. Roque são celebres na historia pátria pela sua ale-

gria expansiva e ruidosa, pelo amor á dansa e ao canto. Eram de S.

Roque os que em companhia de David cantavam e davam á perna

deante da Arca Santa, quando esta, por ordem do sr. Cardoso de Al-

meida, foi transferida do Bananal para Botucatú. Mais deixemos isto.

Não lhes soffreu o animo tamanha insipidez; e para empregar

melhor os três dias consagrados á Folia, os filhos de S. Roque come-

çaram a bailar como se tivessem o demo no corpo. Do bailar aos

baldes d'agua e pós de gomma foi um momento. Em menos duma

hora, ninguém mais se entendia em S. Roque: era o entrudo com to-

das as suas brutalidades de banhos forçados, de caras mascarradas a

carvão e pós de sapato, de cabeças enfarinhadas, o diabo a quatro,

emfim. Mas a policia, ao envez da sua collega campineira, entendeu

que o povo é burro de carga e não devia entregar-se ao entrudo. E,

num arreganho mavortico tenta arrancar dos foliões as bisnagas, os

regadores e os cartuchos de polvilho.

Viu-se então uma scena, sob todos os pontos de vista, digna du-

ma epopéa: por um destes milagres, hoje rarissimos, as bisnagas trans-

formam-se em varapaus e estes cahem nas costas dos mantedores da

ordem publica com uma violência tal que os põe em debandada. E,

depois deixa entrudar, corra o marfim.

O Arara é essencialmente bonacheirão e amigo, por instincto de

conservação, da policia. Mas não deixa de reconhecer que esta se de-

ve dar por contente com a sova, que nesse dia apanhou dos de S.

Roque, quando é certo que ella tem o resto do anno para os sovar á

vontade. E isto de pancada ó como sangria : uma no anno, aléuTde nãa .... .

fazer mal, tempera os humores, como diziam os physicos.

/{fLi^oscú^.Jo

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ARARA

Polyl.heaina

A companhia, que trabalha neste theatro, deu-nos mais uma peça nova, no decorrer da semana. Nova é um modo de falar; A volta do mundo em oitenta dias, conta já um par de annos bem puchados e, era S. Paulo, já foi representada ha muito tempo. Mas, por isso mesmo, é que o publico teimou em consideral-a nova, esquecido de a ter visto ha muitos an- nos e lerabrando-se apenas e vagamente de que a peça de Júlio Verne e D'Ennery tinha feito grande successo, e valia bem a pena ser ouvida outra vez.

E, pensando assim, encheu o theatro Polytheama, na quinta e sexta-feira, e applaudiu a valei Maria Lino, Carmen Ruiz, Machado, Peixoto, Brandão e demais artistas.

Não vamos agora dar nem um simples resumo da espe- ctaculosa peça, que o leitor deve conhecer bem.

D'Ennery, Deus lhe fale n'alma, tinha habilidade para des- envolver situações complicadas, enternecendo o espectador e sustentando sempre o interesse do principio a fin.

No romance de Júlio Verne não ha lances dramáticos nem episódios, que possam fazer derramar lagrimas ou desabrochar em gargalhadas o humor do ouvinte.

O que elle dá é para uma exhibição de costumes interna- cionaes e fornece pretexto para scenarios vistosos. Disto é que D'Ennery tirou partido, explorando, ainda, assim da mellhor maneira possível, toda a alegria desse impagável Passe-partout, e a gravidade cômica do lord seu patrão.

A empresa do Polytheama montou a peça com esmero; os scenarios são bons, os vestuários luxuosos e. os artistas, se carregam aqui e alli, não desvirtuam muito o caracter dos per- sonagens. O publico ri-se a valer e sahe do theatro contente e satisfeito. E isto, afinal de contas, é o succeso da peça.

Os nossos colegas do Diário Popular em seu numero de 8 do corrente, dão a seguinte varia:

"Assegura-se que, com a nova feição que vão tomando as cousas políticas, é bem provável que seja abandonado mais um elemento que em tempo teve alta cotação na política pau- lista.

Esse facto deve ser conseqüência lógica da chegada dos antigos companheiros de propaganda a um accôrdo."

O abandono dum elemento, que teve cotação na política, e conseqüência lógica da chegada etc. e tal, é realmente muito grave. E, se esse elemento é o sr. Campos Salles, é caso de darmos os pêsames ao collega vespertino, que se tinha tornado o campeão do solitário de Banharão, publicando cartas de po- líticos influentes dando como certa a candidatura do supracita- do solitário á presidência da Republica. Emfim, nada mais certo do que o velho rifão: ninguém é propheta na sua terra.

Ao Zé Máximo —Não discuto mais comtigo I —Dás-te por vencido então ? —Isso nunca! Não prosígo E acabou-se a discussão ! —Não pudéste refutar Nem um dos meus argumentos I —Porque falas por duzentos E não me deixas falar! —Fiz-te calar! —Não me ímbutes Com teus argumentos rotos : Eu só temo os perdígotos Que soltas, quando discutes! —Com minha eloqüência viva, Com o meu talento não podes ! —Venceste-me com a saliva Que me atiraste aos bigodes I

JURUPARY.

DUARTE AZEVEDO Lente de direito romano, na Academia de S. Paulo, distin-

guiu-se pela clareza e methodo de exposição, pela imparciali- dade na interpretação dos textos. Essa imparcialidade, mantem- n'a elle sempre em todos os actos da vida. No império, foi mi- nistro da justiça e como tal abaixou a arrogância de dois bis- pos, á custa de pão e água; mais tarde, fez-se irmão de todas as ordens e, agora, explicador das Sagradas Escripturas.

Entre o atheismo secco e frio, e as esposas de S. José, ma- ceradas pelo jejum e enlevadas no mysticismo do Amor, o seu coração de poeta não hesita: vai para as esposas do san- to carpinteiro. §^s#lfc-v - - ■ t

A sua lúcida intelligencia, disciplinada pela lógica rigorosa dos textos romanos, levava-o a deixar-se crystallisar no seu passado político; mas, desprendido das coisas terrenas, foi pa- ra o Senado estadoal, adherindo assim ao novo regimen, com a força irresistível que faz com que Maria vá com as outras.

Ainda não ha muito, que seu alto saber de jurisconsulto se viu em papos de aranha ao discutir no Senado a reforma judi- ciaria: Li . ■"-_ l

O seu talento brilhante conduzia-o em linha recta a admit- tir a completa independência do Tribunal de Justiça. Podia até desmanchar toda a argumentação, eivada de permissas falsas a favor da escravidão do magistrado á politicagem do quero, pos- so e mando. Mas essa attitude não o seduziu, porque já não o seduzem essas lutas da palavra, esses triumphos da oratória; tudo isto nada vale... vanitas vanitatum!

Hoje, todo elle vive entregue á contemplação extactica das coisas divinas.

De vez em quando, uma recordação dos tempos da mocida- de, dos tempos que não voltam, assalta-lhe a imaginação. El- le então, esboçando um sorriso de fina malícia, fecha o Eccle- siastes e, entre duas baforadas do charuto, que nunca larga, exclama: "Não mando ainda o meu quinhão para o bispo". Re- fere-se, está bem de vêr, ao quinhão de gloria que lhe cabe na interpretação das parábolas do meigo e doce Jesus, na her- menêutica sublil da theologia dogmática.

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Ad majorem floriam Dei

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Deus é bom, mas a Republica não é a diaba que me pintavam I

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