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RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2019 Email: [email protected] Website: https://casadogaiato-lisboa.com/ R. Pe. Adriano, 40, 2660-119 St. º Antão do Tojal - Loures Tel.: + 351 219 749 974

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Page 1: Uma casa de família, para famílias e de família - RELATÓRIO ...Aquando o acolhimento do jovem é entregue um Manual de Acolhimento, onde consta entre outras informações, os princípios

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

2019

Email: [email protected]

Website: https://casadogaiato-lisboa.com/

R. Pe. Adriano, 40, 2660-119 St. º Antão do Tojal - Loures

Tel.: + 351 219 749 974

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NOTA INTRODUTÓRIA

O presente documento pretende apresentar as principais atividades desenvolvidas durante o ano 2019, nas diversas respostas sociais da Casa do Gaiato de Lisboa, os principais projetos desenvolvidos ao longo deste ano, que se enquadram no Plano Estratégico 2018-2020, já apresentado no Relatório de Atividades de 2018.

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MISSÃO Acolher e reintegrar crianças e jovens em perigo, famílias em dificuldade, idosos carenciados, jovens e adultos portadores de deficiência cognitiva ligeira e moderada, crianças e famílias estrangeiras entradas, em contexto de crise, em território nacional, crianças/famílias provenientes de cenários de guerra ou de intolerância étnica e religiosa, crianças evacuadas dos PALOP para tratamento médico em Portugal e sem retaguarda logística e residencial.

“A Casa do Gaiato de Santo Antão do Tojal, até ao ano de 2006 da responsabilidade da “Obra da Rua”, passou a ser uma instituição canónica autónoma com a designação de CASA DO GAIATO DE LISBOA pelo decreto do Cardeal Patriarca de Lisboa de 5 de Julho de 2006. A CGL é uma IPSS, inscrita no livro de registos das IPSS sob o número 03/08 a fls 184 verso e 185, do livro nº6 das Fundações de Solidariedade Social, com personalidade jurídica no foro canónico e civil. A Casa do Gaiato de Lisboa é uma instituição católica, integrada na sua missão apostólica de propagar a visão cristã do Homem e do Mundo, destinada a concretizar o ministério da Igreja Católica em atividades de acolhimento, formação e integração de crianças e famílias.

Estatutos CGL, 2015

Visão

Promover o legado histórico da instituição tornando-a numa instituição de excelência no acolhimento e apoio aos mais carenciados

Valores Serviço, Respeito, Gratidão, Qualidade, Transparência, Responsabilidade, Estética

Qualidade

Prosseguir a melhoria contínua e sustentada dos processos organizacionais, de modo a beneficiar a pessoa acolhida e/ou apoiada na promoção da sua dignidade humana.

“Casa de Família, para as famílias e pelas famílias”.

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SERVIÇOS

Acolhimento Residencial (AR) Acolhe por um período prolongado (mais de seis meses) crianças e jovens do sexo masculino de acordo com o estabelecido na Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo. O AR tem como meta potenciar e apoiar o desenvolvimento social dos jovens nos domínios pessoal, interpessoal, comunitário, cívico e político por forma a viverem de forma adequada e inserida na sociedade.

Apartamento de Autonomização (AA) É um equipamento inserido na comunidade para acolhimento de jovens, com medida de acolhimento residencial, mas em vias de autonomização total a curto prazo, com supervisão técnica adequada e suporte financeiro, destinado a apoiar a transição para a vida adulta e a autonomia plena de vida.

Residência Autónoma (RA) Equipamento de acolhimento, que funciona numa moradia autónoma, integrada no complexo de respostas sociais da Casa do Gaiato de Lisboa, destinado a jovens e/ou adultos do sexo masculino, portadores de deficiência mental e incapacidade, de idade igual ou superior a 18 anos que, mediante um apoio mínimo, possuem capacidade de viver de forma autónoma.

Projeto Porta Aberta (PPA) Resposta de apoio e/ou acolhimento de ex-utentes que, por alguma razão, e acontecimentos adversos às suas vontades, se encontram numa situação de emergência social necessitando de acolhimento e apoio por um período de tempo acordado em cada caso.

Casa Mundo (CM)

Equipamento de acolhimento, que funciona numa moradia autónoma, e que se destina ao acolhimento de crianças e mães refugiadas no âmbito da articulação interinstitucional e dispositivos existentes, acolhimento de crianças e mães evacuadas dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) para tratamento médico em Portugal e sem retaguarda logística e residencial.

Projecto de Apoio ao Estudo (PAE)

Projecto de Explicações na Biblioteca da CGL, que se desenvolve no sentido de concretizar o objetivo de apoiar as crianças e jovens da comunidade, com idades entre os 10 e os 18 anos, em situação de pobreza e exclusão social, promovendo a sua inclusão escolar e contribuir para uma boa integração profissional e social.

Teatro da Mitra (TM) Projecto de inclusão pela arte, destinado a todos os utentes da CGL e jovens da comunidade.

CLDS – 3G No seguimento da parceria criada no ano anterior entre a CGL e a Câmara Municipal de Loures, no âmbito do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS 3G) foi dada continuidade às atividades desenvolvidas anteriormente, tendo como foco o combate à pobreza infantil e exclusão social. Já participaram nas atividades 410 crianças e jovens, oriundos da comunidade local e do Bairro do Zambujal, situado na freguesia da CGL.

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ACTIVIDADES

Acolhimento Residencial (AR)

Em 2019 a CASA DE ACOLHIMENTO RESIDENCIAL (CAR) da CASA DO GAIATO DE LISBOA (CGL), comummente designada CASA-MÃE, acompanhou 21 crianças, dos 14 aos 22 anos. Um ano volvido da celebração do Acordo de Cooperação com o Instituto de Segurança Social, registámos 10 admissões e 6 saídas. A preocupação com o desenvolvimento integral e a potenciação de competências de integração social continuam na base da diversidade de atividades sociopedagógicas que procuramos proporcionar aos jovens que temos o privilégio de acolher e acompanhar. Mantemos a garantia de que as crianças/jovens acolhidas tenham condições de vida tão aproximadamente quanto possível à estrutura familiar e acesso a todas as estruturas e experiências que promovam o seu desenvolvimento adequado. O objetivo fundamental é facilitar que estas crianças/jovens sejam adultos responsáveis, bem integrados na sociedade, exercendo uma cidadania ativa e completa com uma boa realização a nível profissional, social e familiar. Persistimos na procura de constante melhoria das ofertas básicas nomeadamente ao nível da saúde, como a criação de novas parcerias para a saúde mental (e.g., CADIN) e para a medicina dentária (Clínica de Santa Madalena), que satisfazem bastante as muitas necessidades que temos. Definimos atividades, com cariz regular e/ou pontual, de acordo com a faixa etária, maturidade e necessidades educativas específicas das crianças/jovens, incentivando-os a participar em atividades diversas (e.g., desportivas, religiosas, socioculturais e/ou lúdicas), aproveitando as ofertas da Instituição e da Comunidade, quer no concelho quer fora deste. Contamos ainda com redes de suporte (voluntários Fernanda Pires, Carmo Delgado, Luís Monteiro, FFX) e parcerias informais (e.g., Grenke Renting, S.A., EmpiGestos, Rotary Club, Terra dos Sonhos), que muito agradecemos por proporcionaram aos nossos jovens experiências inesquecíveis. Na área educativa e formativa alargámos a rede de explicadores voluntários e, para alguns casos específicos, iniciámos o ensino apoiado na Casa do Gaiato de Lisboa ao abrigo do Plano Casa. Na área de animação e lazer, mantemos a promoção dos campos de férias, visitas/passeios,

comemoração de datas festivas, eventos na comunidade e o incentivo à participação no grupo de teatro. Continuamos a integrar as crianças/jovens acolhidas em diversas modalidades desportivas (e.g., basquetebol, râguebi, golfe e futebol) mantendo o sucesso nos Special Olympics (golfe) e no Sport Lisboa e Benfica (basquetebol). O parque desportivo amplo e diverso que dispomos propiciou a melhores tempos de lazer. É o caso dos frequentes jogos de futebol, dos passeios de bicicleta, das corridas e também da caminhada de preparação para a peregrinação a pé a Fátima.

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ACTIVIDADES

Apartamento de Autonomização (AA)

O APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO da CASA DO GAIATO DE LISBOA é um equipamento para acolhimento de jovens com medida de acolhimento residencial, mas em vias de autonomização total a curto prazo, tendencialmente autossustentado pelos seus residentes, com supervisão técnica adequada e suporte financeiro em caso de necessidade. O APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO da CASA DO GAIATO DE LISBOA está inserido na comunidade, destinado a apoiar a transição para a vida adulta de jovens que possuem competências pessoais específicas, através da dinamização de serviços que articulem e potenciem recursos existentes nas respetivas comunidades ou outras. Em 2019 o APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO da CASA DO GAIATO DE LISBOA, acompanhou 8 jovens, com idades compreendidas entre os 18 e os 21 anos de idade. Neste ano (2019) registou-se 3 saídas e 3 admissões. (Quadro 1 e 2) A Equipa Técnica do APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO da CASA DO GAIATO DE LISBOA compreende e valoriza a importância de um acolhimento inicial cuidado. No decorrer do ano de intervenção privilegiamos o momento do acolhimento inicial, uma vez que, consideramos que uma experiência positiva ou negativa influência todo o processo de integração do jovem e pode condicionar o seu desenvolvimento futuro. Aquando o acolhimento do jovem é entregue um Manual de Acolhimento, onde consta entre outras informações, os princípios do apartamento de autonomização, os direitos e deveres dos jovens, horários etc. (Quadro 2) Houve uma transição de localização do APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO de Loures para Santo António dos Cavaleiros. (Quadro 2)

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O APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO inclui os seguintes compartimentos e espaços: • Uma Sala de estar/sala de refeições; • Uma instalação sanitária; • Quatro quartos; • Uma Cozinha; • Uma despensa.

O apoio por via de cedência de espaço para o APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO pela IGREJA MANÁ teve continuidade no ano de 2019 e irá manter-se no ano de 2020. Mais uma vez, os Técnicos da CASA DO GAIATO DE LISBOA privilegiaram a criação de relações positivas estruturadas com os jovens, a interiorização das regras e dinâmicas do apartamento de autonomização, bem como as necessidades dos jovens, com o objetivo de se estruturar uma intervenção continua e sistemática. Considerou-se importante compreender as necessidades, dificuldades, interesses e motivações de cada jovem e do grupo, de forma a estabelecer objetivos e planificar atividades adequadas às especificidades identificadas. Neste sentido, no ano de 2019, procurou-se de forma abrangente promover o desenvolvimento pessoal, social e cultural dos jovens, fomentando a aquisição de competências.

QUADRO 1 – PLANO ATIVIDADES 2019

QUADRO 2 –ATIVIDADES EXTRA PLANO 2019

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ACTIVIDADES

Residência Autónoma (RA)

Situada no complexo da Quinta da Casa do Gaiato de Lisboa, a RA destina-se a jovens com idade igual ou superior a 18 anos, portadores de défice cognitivo ligeiro a moderado, que mediante apoio possuem capacidade para viver de forma autónoma. Desde a sua abertura no ano de 2016, a Residência Autónoma, já conta com 8 acolhimentos. No decorrer do ano 2019, autonomizaram-se dois dos residentes, dando entrada na referida resposta social mais um elemento. O trabalho desenvolvido com esta população, vai para além da satisfação e garantia das necessidades básicas, de segurança e bem-estar, mas tendo como base essa premissa, toda a intervenção envolve um conjunto de acções, de forma a potenciar ao máximo a autonomia, inserção social e profissional dos residentes. A realização prévia de um diagnóstico social é fundamental, para posterior elaboração do Plano de Intervenção individual, que será a base de trabalho com cada residente. O referido instrumento de trabalho, conta com a participação ativa do residente, que desde o início se envolve juntamente com a equipa na sua elaboração, tomando consciência de que tal é essencial para uma boa integração psicossocial. Neste sentido, existem várias acções desenvolvidas junto de cada jovem, cada uma delas indo ao encontro das características de cada um. Existindo assim, quatro grandes eixos de intervenção: Desenvolvimento intelectual, relações interpessoais, gestão do quotidiano e inserção profissional. Para além da intervenção individual, são promovidas actividades em grupo, que têm várias finalidades, embora se destaquem como objetivos fundamentais, a promoção do sentimento de pertença, o cuidado e respeito pelo outro e pela sua individualidade, a corresponsabilização, a solidariedade, o trabalho em equipa e o espírito de entreajuda, procurando-se que a Residência Autónoma seja uma casa onde todos os que lá vivem se sintam parte. Nunca descurando, a importância das relações afetivas com familiares, pessoas de referência e com a comunidade, fomentando rotinas e actividades, que contribuam para o bem-estar e qualidade de vida dos residentes.

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ACTIVIDADES

Projecto Porta Aberta (PPA)

Com base na missão da CGL e no sentido de responsabilidade para com o outro em si inerente, surgiu o projeto Porta Aberta. Este projeto está situado na ala norte do Palácio dos Arcebispos dá resposta a situações de emergência social de ex-utentes. A entrada neste projeto é bastante criteriosa e os pedidos são avaliados pela Direção Técnica e Direção da CGL. Os pedidos de apoio, apesar de bastante diferenciados, têm em comum a necessidade de apoio psicossocial a par com o apoio alimentar e residencial. Durante o período que permanecem no Projeto Porta Aberta, os utentes são apoiados com base nas suas problemáticas, quer sejam de saúde, a nível jurídico ou até estrutural com vista a autonomização dos mesmos. Durante 2019 um dos utentes deste projeto reuniu a estrutura necessária e conseguiu autonomizar-se e durante 2 meses acolheu um outro utente que precisou de suporte de forma pontual. Atualmente, o projeto Porta Aberta apoia de forma permanente dois utentes

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ACTIVIDADES

Casa Mundo (CM)

A O Projeto Social Casa Mundo teve início no ano de 2016 indo ao encontro do lema da CGL, “Casa de Família, para as Famílias e pelas Famílias”. O acolhimento destina-se a famílias monoparentais construídas por mães e crianças que, em algum momento, se encontraram em situação de perigo. Durante o ano de 2019 houve uma reorganização das famílias pelos quartos de forma a disponibilizarmos mais um quarto para receber mais uma família. Esta reorganização foi feita tendo em conta as características das famílias que neles habitam. A Casa Mundo está situada numa vivenda com 6 quartos, 3 casas de banho, 1 sala comum, 1 cozinha e 1 sala de refeições tendo como capacidade total 15 utentes, sendo 6 mães e 9 crianças. Até dezembro de 2019, o Projeto Social Casa Mundo já acolheu 30 utentes (21 refugiados e 9 provenientes dos PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Os principais objetivos da Casa Mundo são:

• Acolher e integrar famílias refugiadas ou provenientes dos PALOP em situação de emergência social; • Garantir a estas famílias todos os serviços ao seu dispor na comunidade e respetiva integração na mesma; • Criar uma rede que venha a permitir a autonomização destas famílias no menor período de tempo possível; • Promover tanto quanto possível, dentro das condições legais e quando tecnicamente aconselhável, o agrupamento familiar.

O foco da intervenção é sempre a criança contudo, e tendo por base a importância da estrutura familiar para o desenvolvimento integral da criança, há um trabalho exaustivo a desenvolver com as mães. Este trabalho exige um grande esforço e dedicação por parte da CGL que não só disponibiliza recursos humanos como também garante o alojamento, alimentação e todos os restantes gastos. No que respeita ao acolhimento de refugiados detém um protocolo com a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), porém as restantes famílias que acolhe, provenientes de pedidos efetuados por CPCJ, Segurança Social, Tribunais e entidades parceiras são acolhidas a pro-bono. Neste momento, todas estas famílias acolhidas têm um fator em comum, são provenientes dos PALOP e vieram para Portugal para tratamento médico dos seus filhos. A Casa Mundo conta ainda com alguns apoios de voluntários que, apesar de pontuais, se revelam fundamentais para a Casa. Durante o ano de 2019 as ações de voluntariado incidiram sobre o melhoramento dos quartos da residência e distribuição de brinquedos e bens para as famílias. Durante o ano de 2020 esperamos que o acordo seja firmado e consigamos desta forma acolher ainda mais famílias vulneráveis, continuar a receber mais famílias vulneráveis e consolidar os projetos de intervenção desenvolvidos com as famílias.

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ACTIVIDADES

Projeto de Apoio ao Estudo (PAE)

Desde 2017 a funcionar enquanto estrutura de acompanhamento pós-escolar na biblioteca da Casa do Gaiato de Lisboa, para crianças da comunidade envolvente com necessidades prementes em termos de combate à pobreza e exclusão social, o PAE tem vindo ao encontro de um dos eixos centrais para a mobilidade social que é a inclusão escolar. O objetivo da inclusão escolar assenta no pressuposto de que a criança será melhor sucedida se melhorar as suas competências de aprendizagem, mas também se se sentir bem consigo própria ao valorizar as suas ações e conquistas e se se sentir acompanhada no seu percurso. Por outro lado, ao melhorar a inclusão escolar, está a melhor qualificar-se para uma boa integração profissional e social. Em 2019, alargámos a rede de explicadores voluntários permitindo não só colmatar o mais possível o espaço temporal em que as crianças/jovens da comunidade estão sem supervisão de um familiar/adulto responsável bem como regularizar o apoio pedagógico junto dos utentes da CGL e das freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal. Alguns dos utentes da CGL passaram também a beneficiar de apoio personalizado ao abrigo do Plano Casa.

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Teatro da Mitra (TM)

Em 2019, o Grupo de Teatro da Mitra mantém o seu propósito de inclusão pela arte junto de todos os utentes da Casa do Gaiato de Lisboa bem como das crianças/jovens da comunidade envolvente. Num registo de formação de regularidade pontual, destaca-se a participação em momentos de especial importância para a Casa do Gaiato de Lisboa (e.g., Natal, Páscoa, Dia do Padre Américo) bem como junto da comunidade com a participação no âmbito do CLDS 3G Loures no Musical Ópera Rock: • Um Natal em que podes acreditar (reposição do espetáculo de Natal’2018 para o 71o aniversário da CGL’2019) • Tudo está consumado (Páscoa’2019) • Musical Ópera Rock (CLDS 3G Loures em Santo António dos Cavaleiros’2019) • Dia do Padre Américo (2019) • Festa de Natal (2019) O sucesso destes momentos evidencia-se não só no resultado, através do público que assiste, mas, principalmente, nos bastidores, internos e externos. A preparação, o envolvimento, o confronto, a aprendizagem e a criatividade, são denunciadores dos benefícios da arte no desenvolvimento de competências pessoais e sociais e na edificação da personalidade de cada um.

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CLDS – 3G

Terminou em setembro de 2019 o ciclo do projeto CLDS 3G que teve início no ano de 2017. Promovido pela Câmara Municipal de Loures e executado pela CGL na freguesia em Santo Antão e São Julião do Tojal e em algumas escolas de Loures, o Contrato Local de Desenvolvimento Social 3a Geração (CLDS 3G) abrangeu mais de 500 participantes nas atividades de Formação de Competências Pessoais e Sociais, Formação de Métodos de Estudo e Criação de um grupo de Teatro. Como Entidade Local Executora nas referidas freguesias, a CGL, valeu-se do seu vasto conhecimento sobre o público-alvo a abranger o que lhe permitiu adaptar as ações às características dos participantes. A avaliação feita pelos participantes é claramente positiva, o que espelha o empenho e esforço feito quer por toda a equipa, quer pelos formadores que dinamizaram as ações. Fechamos este ciclo de projeto com o sentimento de dever cumprido tendo as nossas ações, mais uma vez contribuído para o combate à pobreza infantil e exclusão social. Para 2020 avizinham-se novos desafios no trabalho com as comunidades. Com o surgimento de oportunidade de participação num novo ciclo do CLDS 4G – Fonte de Mudança, a CGL fará parte de um consórcio de instituições lideradas pela Cruz Vermelha Portuguesa. O território de intervenção será o Bairro da Quinta da Fonte, União de freguesias de Camarate, Unhos e Apelação do concelho de Loures e os dois principais objetivos do projeto são:

- Promover o desenvolvimento das condições de vida dos residentes no território de intervenção; - Aumentar os níveis de coesão social e qualidade de vida da população por intermédio de ações que estimulem a capacitação individual, familiar e comunitária e reforcem o trabalho em rede entre Organização e atores locais.

Conscientes do desafio que este projeto representa, abraçamo-lo com a certeza de que a nosso sentido de missão nos guiará nos próximos três anos.

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OS NOSSOS UTENTES

Previsões de admissões até Março de 2020 – 7 (5 jovens para o AR e 2 jovens para o AA)

Números de autonomizações - 16 Acolhimento Residencial: 6 Apartamento de Autonomização: 2 Residência Autónoma: 2 Casa Mundo: 5 Porta Aberta: 1 Quantos acompanhamentos em

follow-up: 14

Acolhimento Residencial: 7 Apartamento de Autonomização: 1 Residência Autónoma: 3 Casa Mundo: 3 Porta Aberta: 0

Resposta Social Tipo de resposta Jan-19 Feb-19 Mar-19 Apr-19 May-19 Jun-19 Jul-19 Aug-19 Sep-19 Oct-19 Nov-19 Dec-19

Acolhimento Residencial Acolhimento 14 16 17 17 18 18 18 18 18 16 18 15

Apart. Autonomização Acolhimento 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4

Residência Autónoma Acolhimento 5 4 4 3 3 3 4 3 3 3 4 4

Casa Mundo Acolhimento 9 9 9 9 9 9 11 11 11 8 8 8

Porta Aberta Acolhimento 3 3 4 3 3 3 3 2 2 2 2 2

PAE* OTL 15 15 15 15 15 15 0 0 15 15 15 15

Grupo Teatro Mitra* OTL 4 4 4 4 4 4 4 0 4 4 4 4

49 50 52 50 51 51 39 37 52 47 51 48TOTAL

*só estão contabilizados os externos, embora as respostas sejam também frequentadas pelos jovens do AR e crianças da Casa Mundo

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CASA PAPA FRANCISCO Duas novas repostas sociais, uma nova Casa!

2019 foi o ano da construção, conclusão e licenciamento pelo Instituto da Segurança Social de duas importantes

respostas sociais especializadas na área da deficiência cognitiva – um desafio sentido há muito quer internamente quer pelas solicitações externas. Foi este o esforço de investimento encetado em 2018: construirmos nos, com a nossa comunidade de benfeitores que tem tornado toda esta obra possível ao longo de 70 anos, sempre sensíveis as causas que defendemos, de cuidar o melhor possível dos mais frágeis.

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Lar Residencial

É uma resposta social específica, que tem como missão promover o alojamento e a prestação de cuidados individualizados e personalizados a pessoas com deficiência e/ou incapacidade, maiores de 16 anos, com vista a satisfazer as suas necessidades de acolhimento, cuidados pessoais, instrumentais e de reabilitação, contribuindo para a sua autonomia e qualidade de vida. O Lar Residencial da Casa do Gaiato de Lisboa vai funcionar num edificado autónomo que se situa no complexo de respostas sociais da instituição, local calmo, de ambiente seguro, aprazível e terapêutico. As unidades de alojamento para pessoas portadoras de deficiência constituem uma resposta social que surgiu da necessidade de acolher jovens e adultos com incapacidades e/ou necessidades educativas especiais, com vista ao seu apoio diário, no que diz respeito às condições de vida, bem-estar e integração social, tal como a participação nas atividades de vida diária, tendo em consideração as suas capacidades e limitações, segundo o quadro normativo em vigor. O apoio residencial surgiu como um serviço para cidadãos portadores de deficiência e suas famílias, com função supletiva e não de substituição, em ordem à autonomia afetiva, social e pessoal dos seus clientes, funcionando também como elemento equilibrador do sistema familiar, tantas vezes abalado na sua vertente física e psicológica. A resposta social de Lar Residencial, visa uma ocupação direcionada a actividades de alojamento e respectivas áreas de apoios, estando o programa “desenhado” em dois pisos, com dotação para 23 utentes, destinado a pessoas com deficiência cognitiva, e que apresentam um grau de mobilidade e autonomia bastante elevado. A estrutura interna, adapta o disposto na regulamentação e simultaneamente integra o conceito de funcionamento geral da Casa do Gaiato de Lisboa. O piso 0 do edifício, diretamente relacionado com o nível exterior, está distribuída por zona dedicada às refeições, e respetivos espaços de apoio (copa e compartimento de sujos mais instalações sanitárias), com articulação entre a zona de acesso e a circulação aos alojamentos (10 utentes), onde se distribuem dois quartos triplos, um duplo e dois quartos simples, com respetivas instalações sanitárias de apoio para uma utilização máxima até quatro utentes. Neste piso localiza-se ainda a sala destinada à vigilância do edifício e de apoio aos utentes. O piso 1, destinado ao alojamento (13 utentes), contempla três quartos triplos, um duplo e dois quartos simples, com respetivas instalações sanitárias de apoio para uma utilização máxima até quatro utentes. O espaço central é ocupado por sala de convívio mais compartimentos secundários de apoio, constituído por instalações sanitárias e compartimento de sujos.

Capacidade: 23 utentes, de ambos os sexos

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Centro de Actividades Ocupacionais

O Centro de Atividades Ocupacionais da Casa do Gaiato de Lisboa (CAO) tem como missão desenvolver atividades para potenciar capacidades, qualidade de vida e bem-estar a pessoas com deficiência intelectual e/ou incapacidade, com idade igual ou superior a 16 anos, cuja integração socioprofissional se encontra condicionada, mas que possuam potencial de aprendizagem e de realização de atividades socialmente úteis. Esta resposta social tem como objetivos gerais:

• Desenvolver um plano individual para o utente, de acordo com aos seus hábitos de vida, interesses, necessidades e expectativas;

• Promover atividades terapêuticas, ocupacionais, socialmente úteis e oficinais que visem o desenvolvimento das capacidades, competências e autonomia;

• Proporcionar, sempre que possível, a integração profissional;

• Promover o desenvolvimento de qualidade de vida, de autonomia e de igualdade de oportunidades, para evitar situações de discriminação e exclusão social;

• Privilegiar a interação com a família e significativos e com a comunidade, no sentido de otimizar os níveis de atividade e participação social;

• Contribuir para a promoção de uma sociedade inclusiva, promovendo a participação, dos utentes, em atividades e contextos sociais.

Capacidade: 30 utentes, de ambos os sexos

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VOLUNTARIADO O ano de 2019 permitiu verificar-se a consolidação de muitas relações de voluntários com a Casa. Todas as ações são bem-vindas, desde as colaborações isoladas no âmbito das iniciativas de responsabilidade social de muitas organizações, como aqueles que se fidelizam, dispondo da sua vida e dos seus dons com o compromisso da regularidade que as relações precisam. É certo que precisamos sempre de melhorias nas instalações, e como se viu durante este ano, há momentos em

que todos os braços são poucos. O resultado que se conseguiu na beleza das instalações do Lar Residencial e do Centro de Actividades Ocupacionais só foi possível pela generosidade que tantos tiveram na partilha dos seus dons de costura, de carpintaria, pintura, limpezas, decorações...tantos ofícios. Todo o empenho para fazer uma casa onde gostassem de morar. E não há palavras que espelhem a gratidão que se sente! Mas fica o desejo dos “cem por um”, pelo Bem que nos trazem.

BEM-HAJAM!

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ACONTECIMENTOS A gratidão por estes anos que passaram e a esperança num futuro sem medo, faz-nos olhar o presente com muita alegria. O nosso calendário de eventos tem, literalmente, início e fim com a passagem entre anos. E com os acontecimentos que os marcam. Um encontro festivo, que decorreu, mais uma vez, no nosso espaço do bar, e onde a alegria da música, o calor da lareira ou o entusiasmo dos jogos, contagiaram um caloroso ambiente fraterno e um burburinho de felicidade no rosto. No dia 4 de Janeiro celebrámos mais uma vez o aniversário do início da Casa do Gaiato em Lisboa. Uma festa que, apesar da sua importância, é quase ofuscada pelo aniversário natalício do nosso Cláudio. Este ano, para além de um festivo banquete no refeitório da Casa Mãe, tivemos a oportunidade de rever, agora com mais calma, a peça de teatro que fizemos para a festa de Natal anterior.

Em Março celebrámos todos o Dia da Primavera, e cada utente e trabalhador da Casa plantou a sua flor ou árvore

A nossa Quaresma teve um autêntico sabor de caminhada para a Páscoa. Um grupo de 8 rapazes: 3 catecúmenos e mais 5 para o crisma desejaram iniciar a sua preparação para receber os sacramentos de iniciação cristã. Com eles pudemos acentuar o Mistério Pascal, centro e fonte de toda a nossa vida e da vivência desta Casa do Gaiato de Lisboa. Foram dias de Semana Santa e Páscoa incríveis, com limpezas, arrumações, cuidado pela beleza da liturgia, empenho e zelo apostólico, colaborando com O autor da vida na transformação destas queridas histórias.

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Quis a história que os sacramentos não se celebrassem nesta Páscoa, mas no Pentecostes. Mais uma oportunidade de crescimento, de peregrinação para o tão desejado dia. Foi-nos dada a possibilidade de uma peregrinação a sério. Aí fomos nós. Decidido o percurso, fomos dormir à Nazaré, e de lá, partimos em direção ao Santuário de Fátima. O caminho difícil deixou-nos descobrir as nossas fraquezas, sofrimentos e limitações; foi aí que encontrámos a força para lá do egoísmo; ou a coragem para ajudar o outro quando não nos apetecia sequer andar. A estrada tornou-se mestre de uma pedagogia de comunhão e a alegria da chegada permitiu saborear o tema que nos tinha conduzido: “Somos Um”.

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E, se a peregrinação foi um momento decisivo na alteração dos comportamentos do quotidiano da nossa Casa, a recompensa foi certamente merecida com a presença do Senhor Patriarca entre nós para a Solenidade do Pentecostes. Uma verdadeira presença do Espírito Santo. Três foram batizados, uma menina fez a primeira comunhão, e 8 receberam o Santo Crisma. Dia de Alegria partilhada na eucaristia e na mesa da refeição com utentes, voluntários, benfeitores e familiares. Um dia de sol que inundou de sentido o caminho até aqui percorrido.

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Sol, e muito, foi o que nos acompanhou nas férias de verão em Vila Nova de Milfontes. O estar fora do ambiente comum, ajuda-nos a uma proximidade enriquecedora. Os que o mereceram, experimentaram uns belos dias de praia, de caminhadas, de aventura, de convívio, de descanso. A presença do João (voluntário habitual destas semanas) e este ano do Marco (Equipa Técnica), foram um acréscimo de sucesso e de cuidado pelos nossos rapazes. o enfrentar em grupo a força das ondas ou o arrumar os quartos e estar a horas nas refeições, são a expressão mais feliz do nosso desejo de querer viver em Família. As férias terminaram com a ida, no último dia, ao Zoomarine. O melhor são eles, o mais difícil também o são. E não é assim com a família? Lugar da nossa maior dificuldade e alegria? Estas semanas são certamente a pedagogia mais eficaz do amor, pois deixam a nu quem somos e o que podemos ser.

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Dedicado à Missão e às missões, o mês de Outubro trouxe-nos a azáfama própria de uma inauguração: a Casa Papa Francisco. Mais do que o terminar das obras, o nome escolhido para o novo Lar Residencial e Centro de Atividades Ocupacionais, é síntese e programa pedagógico para esta nova missão: cuidar dos que mais precisam, e neste caso da pessoa portadora de deficiência cognitiva moderada. O lema permanece o mesmo: uma Casa de Família, para as Famílias e pelas Famílias. Essa foi certamente a expressão mais bonita de cada momento do dia 12 de Outubro: somos uma Família e em família crescemos. Os preparativos, o cuidado nos pormenores, a participação dos rapazes, o carinho das funcionárias, a alegria com que o fizemos, foi receita para o espanto e deslumbre de quem pela primeira vez entrava na Casa Papa Francisco. Foi o Senhor. Manuel Clemente Patriarca de Lisboa quem presidiu à bênção, com o Dr. Bernardino Soares (Presidente do Município de Loures), o Dr. Paulo Macedo (Presidente do Conselho Executivo da Caixa Geral de Depósitos), o senhor Jorge Tadeu (Apóstolo da Igreja Maná) e tantos amigos desta Casa. Ou uma família. As instalações foram inauguradas por estas figuras e quem “cortou a fita” foram os rapazes que agora a vão habitar. Foram inaugurados dois espaços: o CAO e o LAR RESIDENCIAL (Casa Papa Francisco). Seguiu-se um almoço de festa no novo ginásio do CAO, primorosamente embelezado pelos nossos trabalhadores e voluntários. O que sobressai desta festa é o desejo de um rosto novo para a Casa do Gaiato de Lisboa. No poema atribuído a S. Francisco de Assis podemos escutar: “Onde houver trevas, que eu leve a Luz”. Inaugurar este re-qualificado edifício faz-nos acreditar que o amor será sempre mais forte que a morte. A inauguração vinca-nos a certeza de que o caminho é por aqui. Que o simples Francisco de Assis nos ensine sempre a consolar, mais que ser consolado. Não foi apenas uma inauguração, mas o ponto de viragem do projeto de refundação. Se pelo Papa Francisco chegámos aqui, certamente importa recordar a Catalina e o Álvaro… sem eles, talvez não soubéssemos escutar as palavras e a intenção clara do Santo Padre. Obrigado… sempre agradecidos pelo bem que nos ajudaram a concretizar.

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Chegámos rapidamente ao tempo de Natal e com ele a nossa Festa. Mais uma vez tivemos a presença do Senhor Patriarca,

que muito nos alegra e conforta porque faz parte desta família, sendo sempre próximo com com os rapazes ou as crianças da Casa Mundo, os voluntários e os trabalhadores.

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Pela primeira vez, este ano todos os utentes, depois de celebrada uma antecipada missa da noite de Natal, foram passar o dia com os seus familiares, amigos voluntários, e membros da direção.

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Este ano, e pelo sucesso humano e pedagógico, que tem sido as semanas de verão, decidimos realizar um campo de Inverno. O destino era o ponto mais alto de Portugal continental, mas mais uma vez, o caminho para lá chegar talvez tenha sido o mais extraordinário. Passámos nas portas do sol em Santarém, visitámos a magnitude da barragem de Castelo de Bode, contemplámos a harmonia de Piódão e repousámos em Seia onde permanecemos mais dois dias. Subimos à Serra da Estrela e apanhámos ainda uma nesga de gelo que fez a delícia de todos. Descemos o Vale do Zêzere até Manteigas. Levámos a Awin e o Sammy, ou a história de dois amigos improváveis, um do Curdistão Iraquiano e outro da Libéria. As brincadeiras, os sorrisos, as gritarias e correrias, estão sempre para além do inimaginável, e são a linguagem comum. Afinal “todos sorrimos na mesma língua”.

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Cada pedaço de estrada é sempre para todos nós uma oportunidade de crescimento, de aprendizagem. Depois de uma noite de jogo e convívio, saímos em direção ao Fratel para a Missa de Domingo e acolhimento para almoço, e que almoço com direito a visita guiada e com “guinadas”, pela região. Um obrigado muito grande ao Zé Duarte e a Ana pelo fogo de natal que nos aqueceu tanto ainda neste tempo de Natal.

Terminamos o ano como o começamos, com a passagem de ano no nosso bar. Este ano, depois do convívio acompanhámos o Padre Arsénio à Casa Sacerdotal para vermos, no terraço do 9º andar, a explosão do fogo de artifício sobre a cidade de Lisboa. Foi deslumbrante, fascinante, e apesar de um novo edifício construído no Saldanha nos tapar a vista do fogo lançado no terreiro do paço, regressámos a Casa disponíveis às alegrias e às adversidades que 2020 nos guardava como escola de humanização.

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EVENTOS E CAMPANHAS SOLIDÁRIAS Uma ajuda sempre importante à nossa Casa vem pelas Campanhas e Eventos Solidárias: umas que procuramos, desenvolvemos e empenhamo-nos na sua divulgação, como é o Caso do Campanha IRS Solidário.

Outros são iniciativas dos nossos benfeitores, perfeitos bónus que dão prova da generosidade e da providência – trazem bens monetários, bens em espécie, e permitem-nos fazer face às dificuldades que por vezes surgem! Com isto o sentimento de que esta Casa é de facto de todos aqueles que nunca a esquecem!

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FORMAÇÃO Na sequência dos anos anteriores, a preocupação com a formação dos trabalhadores foi também área de investimento em 2019 através da organização de ações de formação regulares internas, quer pela supervisão técnica à equipa técnica e ações de formação dos técnicos no exterior, quer ações de formação interna dirigidas pela equipa técnica e direcionadas às equipa de apoio, e ainda por ações de formação dirigidas às equipa técnicas, equipas educativas e de apoio, utentes e voluntários. A organização das respostas sociais ao abrigo dos acordos de cooperação celebrados em 2018, assim como a chegada de muitos novos utentes trouxe a exigência de aprofundar muitas temáticas importantes na intervenção. Destacam-se neste ano duas ações que organizámos num modelo diferente, em que utentes e trabalhadores de sentaram juntos no grupo dos formandos em acções sobre Comportamentos Aditivos (com o apoio do Desafio Jovem) e Educação para a Justiça e Cidadania (com o apoio do Tribunal de Loures). A CGL aceitou também o desafio lançado pela Embaixada da República Democrática de Timor-Leste em Portugal, de receber uma visita de estudo comparativo dos Senhores Deputados da Comissão da Saúde, Segurança Social e Igualdade de Género de Timor-Leste a Portugal, sobre o assunto Crianças e jovens em risco, tendo-se organizado uma ação de formação dirigida aos Senhores Deputados.

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SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL “Ainda não se conseguiu adoptar um modelo circular de produção que assegure recursos para todos e para as gerações futuras e que exige limitar, o mais possível, o uso dos recursos não-renováveis, moderando o seu consumo, maximizando a eficiência no seu aproveitamento, reutilizando e reciclando-os. A resolução desta questão seria uma maneira de contrastar a cultura do descarte que acaba por danificar o planeta inteiro.”

Laudato Si, 22 Já não se pode falar de desenvolvimento sustentável sem uma solidariedade intergeneracional. Quando pensamos na situação em que se deixa o planeta às gerações futuras, entramos noutra lógica: a do dom gratuito, que recebemos e comunicamos. Se a terra nos é dada, não podemos pensar apenas a partir dum critério utilitarista de eficiência e produtividade para lucro individual. Não estamos a falar duma atitude opcional, mas duma questão essencial de justiça, pois a terra que recebemos pertence também àqueles que hão-de vir. Os bispos de Portugal exortaram a assumir este dever de justiça: «O ambiente situa-se na lógica da recepção. É um empréstimo que cada geração recebe e deve transmitir à geração seguinte».

Laudato Si, nº159 Na continuidade das medidas de sustentabilidade ambiental, iniciadas em 2015 com o diagnóstico cedido pela EDP através de uma Auditora Energética, e no âmbito do Projecto pedagógico Cuidar da Casa Comum iniciado em 2018, a CGL em 2019 desenvolveu novos esforços no sentido de ir ao encontro dos objetivos destes projetos, com alguns investimentos que permitem tornar mais eficientes a totalidade do edifícios residenciais afetos às respostas sociais, melhorando o conforto dos utentes e com custos energéticos mais reduzidos. Assim, 2019 foi o ano em que se atingiram os objetivos de conseguir ter em todas as unidades residenciais janelas eficientes e sistemas de climatização de acordo com as recomendações da referida auditoria. Foram ainda substituídas as luminárias do pavilhão gimnodesportivo para sistema LED, com o apoio da Hovione.

Parecerias e candidaturas a apoios – Egeo, Agência Municipal de Energia e Ambiente de Loures (AMEAL),

Aviso do Fundo de Eficiência Energética - Aviso 25|Plano Nacional para a Eficiência Energética, Cuidar da Casa Comum, AIESEC, Hovione

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CONTAS

Ao longo do exercício de 2019, a CGL pode contar com a colaboração da EY na continuidade do trabalho já desenvolvido, tendo sido prestado apoio de assessoria e formação na implementação de melhoria de processos, nomeadamente no processo de controlo e gestão de stocks. Por esta colaboração, a Direção da CGL agradece reconhecidamente a disponibilidade constante da EY e a sua generosidade por este importante apoio que nos presta em regime pro bono.

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OS NOSSOS BENFEITORES DE TODOS OS DIAS Durante todos os 365 dias deste ano de 2019, houve sempre quem fizesse tudo para que não nos

falte nada! São estes os benfeitores que asseguram o dia a dia do funcionamento desta Casa.

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PARCEIROS / BENFEITORES

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São muitos também aqueles que nos ajudam através de donativos individuais particulares, regulares ou pontuais, e que mantém no seu silêncio e discrição um carinho muito grande por esta Casa e por aqueles que acolhemos.

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MENSAGEM FINAL Há muitos anos que a Casa do Gaiato de Lisboa não tinha um ritmo tão grande de novos acolhimentos- rejuvenescemos com cada desafio (e cada mistério) que foi, e é, acolher na fragilidade, de todos, porque nesse momento sentimo-nos todos, quem chega e quem recebe, muito pequeninos. E ver-nos, pela proximidade, pela entrega, estabelecer verdadeiros laços fraternos, securizantes, entre pares, com os adultos... aos poucos já não imaginamos a vida sem que as nossas histórias se cruzem. A certeza de que não há histórias más ou boas em si mesmo. Há caminhos. Há processos de mudança, que se deseja muito que sejam positivas. Desenvolve-se e devolve-se a esperança, pelo despertar em cada consciência do valor inestimável do seu Eu, elemento central e fundamental na construção da própria história, naturalmente sempre em relação com o outro. O sentido único da nossa Missão e dos objetivos estabelecidos no quadro estratégico para 2020 é este, com cada pessoal acolhida. O ano de 2019 trouxe-nos muitos momentos de sentir e refletir nestes desafios concretos, e de assegurar a desejada qualidade relacional pelo ambiente saudável, afetivo e alegre a criar, e a qualidade técnica, pela compreensão aprofundada daquele outro que nos chega, na sua individualidade, no seu contexto de história de vida, e que precisa do nosso cuidar. O licenciamento de duas novas respostas sociais que nos chega no fim deste ano de 2019, faz adivinhar um novo ano com a exigência de consolidar e ampliar esta capacidade. E o sentido da missão na Casa do Gaiato de Lisboa vai sendo cada vez maior!

A DIREÇÃO DA CGL

AOS NOSSOS BENFEITORES E AMIGOS DE

SEMPRE, MUITO OBRIGADA!

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