um salto quântico no cérebro global

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Neste livro, Laszlo apresenta um novo "mapa da realidade" para nos guiar através das mudanças mundiais que estão ocorrendo - os problemas, as oportunidades e os desafios com que nos defrontamos individual e coletivamente - e para nos ajudar a entender o que precisamos fazer durante essa época de grande transição.

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UM SALTO QUÂNTICOno

CÉREBRO GLOBAL

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Ervin Laszlo

UM SALTO QUÂNTICOno

CÉREBRO GLOBALComo o Novo Paradigma Científi co

Pode Mudar a Nós e o Nosso Mundo

Tradução

NEWTON ROBERVAL EICHEMBERG

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Título original: Quantum Shift in the Global Brain.

Copyright © 2008 Ervin Laszlo.

Copyright da edição brasileira © 2012 Editora Pensamento-Cultrix Ltda.

Texto de acordo com as novas regras ortográfi cas da língua portuguesa.

1a edição 2012.

Publicado originalmente em inglês por Inner Traditions.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revistas.

A Editora Cultrix não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados neste livro.

Coordenação editorial: Denise de C. Rocha Delela e Roseli de S. Ferraz

Preparação de originais: Marta Almeida de Sá

Revisão: Maria Aparecida A. Salmeron

Diagramação: Join Bureau

Resumo: “As mudanças do materialismo científi co para uma visão de mundo multidimensional em harmonia com as grandes tradições espirituais do mundo.” – Fornecido pelo editor.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Laszlo, Ervin Um salto quântico no cérebro global : como o novo paradigma científi co pode mudar a nós e o nosso mundo / Ervin Laszlo ; tradução Newton Roberval Eichemberg. – São Paulo: Cultrix, 2012.

Título original: Quantum shift in the global brain.Bibliografi a.ISBN 978-85-316-1146-9

1. Ciências – Aspectos sociais 2. Ciências e civilização 3. Civilização moderna, 1950 – 4. Clube de Budapeste 5. Consciência – Aspectos sociais 6. Espiritualidade – Aspectos sociais 7. Evolução humana8. Evolução social 9. Mudança social I. Título.

12-02096 CDD-909.825

Índices para catálogo sistemático:

1. Civilização moderna : Século 20 909.825

Direitos de tradução para o Brasiladquiridos com exclusividade pela

EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA.Rua Dr. Mário Vicente, 368 — 04270-000 — São Paulo, SP

Fone: (11) 2066-9000 — Fax: (11) 2066-9008E-mail: [email protected]

http://www.editoracultrix.com.brque se reserva a propriedade literária desta tradução.

Foi feito o depósito legal.

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dedicado a

Jenna,

Ishana,

Kahlia Paola

e a todos os jovens

que levarão a mudança quântica a um mundo melhor

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Sumário

Introdução: A Revolução da Realidade ........................................ 11

P A R T E U M

MACROMUDANÇA NA SOCIEDADE

1. Evolução ou Extinção: Eis a Questão .......................................... 19

2. Macromudança: A Dinâmica ....................................................... 29

3. As Raízes da Insustentabilidade ................................................... 51

4. Uma Maneira Melhor de Crescer ................................................. 61

5. Uma Nova Visão .......................................................................... 65

6. Uma Ética Planetária ................................................................... 79

7. A Cultura de Holos ......................................................................... 93

8. Evolução, e não Extinção! Um Chamado de Fiji......................... 101

P A R T E D O I S

MUDANÇA DE PARADIGMA NA CIÊNCIA

9. O Plenum Cósmico:

O Novo Conceito Fundamental de Realidade ............................. 109

10. Coerência não Local:

O Novo Conceito de Realidade Manifesta ................................... 117

11. O Campo Akáshico:

O Recém-Redescoberto Conceito de Realidade ........................... 129

12. Implicações Metafísicas, Teológicas e Éticas................................ 133

13. A Próxima Evolução da Consciência Humana ............................ 143

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P A R T E T R Ê S

A GLOBALSHIFT EM AÇÃO: O CLUBEDE BUDAPESTE E SUAS INICIATIVAS

14. Uma Breve História do Clube de Budapeste

Uma Contribuição de Iván Vitányi e Mária Sági ............................ 151

15. Manifesto sobre a Consciência Planetária ................................... 157

16. Principais Atividades do Clube de Budapeste ............................. 167

17. Objetivos da GlobalShift University ............................................ 169

18. Objetivos do World Wisdom Council ......................................... 173

19. Objetivos do International Survey of Emergent Cultures ........... 175

20. Objetivos dos Eventos Global Peace Meditation/Prayer Days ..... 177

Anexo: Comunicação Além do Túmulo –

Explorando uma Explicação ........................................................ 179

Bibliografi a ................................................................................... 201

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––––––––––––––––––

O que é um salto quântico no cérebro global?

O cérebro global é a rede de processamento de energia e informação quase neu-

ral criada pelos seis bilhões e meio de seres humanos que habitam o planeta,

interagindo de muitas maneiras – privadas e públicas – e em muitos níveis – lo-

cais e globais.

Um salto quântico no cérebro global é uma transformação súbita e funda-

mental nas relações dos indivíduos de uma parcela signifi cativa dos seis bilhões

e meio de seres humanos, uns com os outros e com a natureza – uma macromu-

dança na sociedade –, e uma transformação igualmente súbita e fundamental

nas percepções da frente avançada da humanidade com relação à natureza da

realidade – uma mudança de paradigma na ciência. Juntas, as duas mudanças

compõem uma verdadeira “revolução da realidade” na sociedade e na ciência.

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Introdução

A Revolução da Realidade

Na primeira década do século XXI, defrontamo-nos com uma nova realidade,

individual e também coletivamente. Nossa realidade está mudando porque o

mundo humano tornou-se instável e não é mais sustentável. Mas a revolução

da realidade abriga uma oportunidade única. Essa década é a primeira da

história que nos ofereceu a escolha entre ser a última década de um mundo

desvanecente e obsoleto ou a primeira de um mundo novo e viável.

A realidade emergente é radicalmente nova. Estamos experimentando

choques e surpresas cada vez mais frequentes e cada vez maiores, e eles não

se devem simplesmente à cegueira e à ignorância. É a nossa realidade que

está mudando. Como observou o economista Kenneth Boulding, a única coi-

sa que não deveria nos surpreender é o fato de estarmos surpresos.

A nova realidade é intrinsecamente surpreendente. Nada continua da

mesma maneira como era antes; tudo “bifurca”. Essa expressão, que veio

originalmente da matemática e da teoria do caos, indica que o caminho de

desenvolvimento de um sistema encontra uma mudança rápida e anterior-

mente imprevista. Vivemos em uma era de bifurcação no meio de uma trans-

formação fundamental do nosso mundo: em uma macromudança.

A mudança de realidade que experimentamos se refere à maneira como

nos relacionamos uns com os outros, com a natureza e com o cosmos. Pre-

viamente, alguns de nós havíamos suspeitado que essa realidade poderia

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logo mudar, mas a grande maioria da humanidade continuou supondo que

as coisas permaneceriam praticamente como eram: tudo continuaria igual.

No entanto, está fi cando cada dia mais evidente que tudo, defi nitivamente,

não continua igual. A Terra está literalmente se transformando sob os nossos

pés. Na véspera do Ano-Novo, os russos o celebraram na antiga Praça Verme-

lha sem que houvesse no local um só traço de gelo ou neve; em janeiro, nova-

-iorquinos caminharam pelo Central Park em mangas de camisa; o centro da

Groenlândia foi ocupado por um lago descongelado do tamanho do Lago

Michigan, do Lago Superior e do Lago Erie combinados; e praticamente nada

restou da lendária neve que cobria o topo do Kilimanjaro. Qualquer um que

ainda duvida de que o mundo em que vivemos está mudando deve ser cego,

obstinado ou pura e simplesmente estúpido.

Naturalmente, o clima é apenas uma das muitas mudanças que estão

ocorrendo, embora seja a mais visível. Há uma série de outros fatores asso-

ciados com a mudança climática nas áreas econômica, social, política e cul-

tural que são tão propensos à mudança quanto a ecologia. A linha de fundo

está no fato de que, em mais de um aspecto, se nós continuarmos a caminhar

como temos feito até agora, isso nos levará a uma bifurcação catastrófi ca, a

um fatídico ponto de mudança irreversível.

A mudança não é mais uma mera teoria e não é mais apenas uma opção:

é uma realidade, um imperativo para a nossa sobrevivência. Prosseguir com

base na suposição de que “tudo continuará o mesmo” (TCM) é uma atitude

suicida.

Um fato interessante e importante é que o nosso mapa do mundo tam-

bém está mudando: a própria ciência está no meio de uma mudança de para-

digma. O novo paradigma nos proporciona um entendimento mais profundo

da essência das mudanças quânticas nos sistemas complexos da natureza e

da sociedade. Os sistemas complexos não evoluem uniformemente, passo a

passo: eles são acentuadamente não lineares. Eles evoluem passo a passo

apenas até certo ponto e então atingem um limiar de estabilidade e em segui-

da colapsam ou bifurcam. Isso é verdadeiro para a evolução das estrelas (em

determinado momento, elas explodem como uma supernova e vomitam a

substância que se tornará matéria-prima para a próxima geração de estrelas

ou colapsam em um buraco negro); isso também é verdadeiro para as espé-

cies vivas (em sua maioria, mais cedo ou mais tarde, em seus tempos de vida,

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as espécies são ameaçadas de extinção – e então elas passam por mutações,

que as tornam espécies mais viáveis, ou se extinguem); e também é verdadei-

ro para civilizações inteiras (elas também evoluem ou afundam, como a ex-

periência do mundo comunista demonstrou no inverno de 1989/1990).

Isso signifi ca que a sociedade humana pode estar condenada e que nós

podemos nos extinguir até mesmo como espécie? A forma de civilização

atualmente dominante parece ter alcançado os seus limites e é compelida a

mudar. Porém, a hipótese de nossa morte como espécie, embora não possa

ser excluída, não está de modo algum estabelecida. Temos enormes recursos,

recursos ainda inexplorados, para responder com sucesso aos desafi os com

que nos defrontamos. Temos toda uma gama de novas e sofi sticadas tecnolo-

gias à nossa disposição, e percepções radicalmente novas estão emergindo na

linha de frente das ciências.

Entretanto, a profunda e aguçada percepção-chave que provém do novo

paradigma das ciências não é tecnológica. Ela é a confi rmação de alguma

coisa que as pessoas sempre sentiram, mas para a qual não puderam dar uma

explicação racional: nossa conexão íntima uns com os outros e com o cos-

mos. As pessoas tradicionais sabiam disso e viviam isso, mas a civilização

moderna, em primeiro lugar, negligenciou esse fato e, em seguida, o negou.

No entanto, a experiência espiritual genuína oferece evidências diretas de

nossas ligações uns com os outros e com toda a criação, e hoje a ciência con-

fi rma a validade dessas intuições.

Até a última década – ou as duas últimas décadas –, os cientistas e as

pessoas inclinadas para a ciência consideravam o sentimento da intercone-

xão humana – ou da interconexão entre ser humano e natureza – como mera

ilusão. Mas então as evidências começaram a aparecer. Um olhar revigorado

para as nossas conexões no arcabouço das novas ciências – a física quântica

acima de tudo – começou a indicar que a “unicidade” – o sentimento de uni-

dade – que as pessoas às vezes experimentam não é ilusória e que a sua ex-

plicação não está além da compreensão das ciências. Assim como os quanta,

os átomos inteiros e as moléculas podem ser instantaneamente conectados

ao longo do espaço e do tempo, da mesma maneira, os organismos vivos,

especialmente o cérebro e o sistema nervoso – complexos e supersensíveis

– dos organismos evoluídos, podem ser instantaneamente conectados com

outros organismos, com a natureza e com o cosmos como um todo. Esse fato

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é de importância vital, pois a admissão em nossa consciência cotidiana da

intuição de conexões pode inspirar a solidariedade que tão urgentemente

necessitamos para viver neste planeta – para viver em harmonia uns com os

outros e com a natureza.

O oráculo de Delfos recomendava: “Conhece-te a ti mesmo”. Devería-

mos completar essa frase dizendo: “Conhece-te a ti mesmo como parte de

um mundo interconectado em rápida mudança”. Como você poderá ver nes-

te livro, esse conhecimento e a sabedoria prática que dele se segue tornaram-

-se a precondição da persistência da civilização humana e até mesmo da

sobrevivência da espécie humana.

O NASCIMENTO E O CORPO DESTE LIVRO

Este livro abrange, pela primeira vez, os dois lados de meus interesses e de

minhas pesquisas ao longo de minha vida: o lado prático, focalizado nos

problemas, nas oportunidades e nos desafi os com que nós agora nos defron-

tamos individual e coletivamente, e o lado teórico, que procura os contornos

da realidade sugerida pelos desenvolvimentos mais recentes nas ciências.

Juntos, ambos os lados fornecem orientação essencial para uma época de

mudanças quânticas: uma época em que o terreno está mudando sob os nos-

sos pés, bem como o nosso mapa do terreno.

O corpo deste livro consiste em três partes. A Parte 1 é a parte prática,

que focaliza a mudança do mundo em que vivemos. A realidade que expe-

rimentamos é uma realidade substancialmente nova. O desafi o que essa “ma-

cromudança” nos impõe é o da mudança construtiva, com a qual nos

defrontamos em nós e ao nosso redor, nascida da previsão fortalecida pela

percepção e pela compreensão. Ou nós mudamos com o nosso mundo em

mudança – o que nós poderemos fazer se adquirirmos a compreensão e do-

minarmos a vontade – ou nos arriscamos a sofrer crises cada vez maiores e,

fi nalmente, o colapso.

A Parte 2 é a parte teórica, mas ela focaliza uma preocupação eminente-

mente prática: como entender o mundo em que vivemos e o universo, seu

contexto mais amplo. Não é apenas o nosso mundo que está mudando, mas

também a ciência; uma transformação que ocorre na forma de uma mudança

de paradigma. O conceito de realidade que emerge nas fronteiras da pesquisa

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científi ca tem pouca semelhança, se é que tem alguma, com o conceito clás-

sico que nos ensinaram nas escolas. O novo conceito é mais amplo – ele se

estende a muitos universos que surgem em um metauniverso possivelmente

infi nito – e é mais profundo – estende-se para dimensões inferiores ao domí-

nio do quantum. É também mais inclusivo, pois projeta luz em fenômenos

que foram ignorados ou que eram considerados “anômalos” e relegados à

metafísica, à teologia ou à parapsicologia até poucos anos atrás.

Os treze capítulos que, juntos, compõem a Parte 1 (que trata do nosso

mundo em mudança) e a Parte 2 (que resume as mudanças ocorridas no

mapa do mundo fornecido pela ciência) formam uma totalidade coerente,

mas cada capítulo também pode ser lido separadamente, de acordo com as

preocupações e os interesses do leitor. Eles se destinam a nos ajudar a enten-

der o nosso mundo em mudança, bem como o nosso mapa do mundo, que

também está mudando, e a nos investir de poder e guiar a nossa evolução à

medida que nos movemos para a fase crítica da macromudança atual.

A Parte 3 passa da teoria para a prática ativa e efetiva. Nela se descrevem

as origens, os projetos e os principais objetivos do Clube de Budapeste, uma

usina de ideias global fundada pelo autor e dedicada à facilitação das mudan-

ças que precisam ocorrer em nosso mundo graças à aplicação dos profundos

discernimentos proporcionados pelo novo mapa da realidade obtido pela

ciência para a causa da paz, da sustentabilidade, do bem-estar e da sobrevi-

vência humana.

Na seção de encerramento – o anexo – se desbrava uma nova região em

nosso mapeamento científi co das áreas mais profundas da experiência huma-

na. Reexamina-se uma experiência surpreendente feita pelo autor e se tenta

interpretá-la à luz do novo mapa da realidade. A experiência (“transcomuni-

cação” com pessoas que morreram recentemente) é de uma importância tão

notável que merece que nos aventuremos além dos limites da ciência estabe-

lecida – os quais, devemos observar, não são em absoluto os limites da acui-

dade perceptiva e da compreensão humana.

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P A R T E 1

MACROMUDANÇANA SOCIEDADE

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Evolução ou ExtinçãoEIS A QUESTÃO

Se tivesse vivido atualmente, Hamlet, príncipe da Dinamarca, afi rmaria com

uma convicção mais profunda do que nunca: Ser ou não ser é de fato a questão.

Porém, não é sobre a caveira de um ser humano individual que Hamlet teria

refl etido, mas sobre este planeta vivo azul-esverdeado, o lar da humanidade.

Até quando ele nos sustentará? Será que nós destruiremos seus equilíbrios deli-

cados, ou será que começaremos a nos empenhar na tarefa de curar os danos

que já infl igimos a ele? Conseguiremos evoluir como uma espécie social e cul-

tural consciente ou nos extinguiremos como os dinossauros?

A questão é: evolução ou extinção?

Um provérbio chinês nos adverte: “Se nós não mudarmos de direção, é pro-

vável que acabemos chegando exatamente ao mesmo lugar de onde parti-

mos”. Aplicado ao mundo atual, isso seria desastroso:

• Há um aprofundamento da insegurança tanto em países ricos como

nos pobres e uma propensão maior em muitas partes do mundo a

recorrer ao terrorismo, à guerra e a outras formas de violência.

• O fundamentalismo islâmico está se espalhando por todo o mundo

muçulmano, os neonazistas e outros movimentos extremistas estão

Capítulo 1

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vindo à tona na Europa, e o fanatismo religioso está aparecendo em

todo o mundo.

• Os governos procuram conter a violência por meio de guerras orga-

nizadas; os gastos militares em todo o mundo subiram nos últimos

oito anos consecutivos e atingiram mais de um trilhão de dólares

por ano.

• Um em cada três moradores urbanos no mundo mora em um corti-

ço, uma favela ou em um gueto urbano. Mais de 900 milhões de

pessoas são classifi cadas como moradoras de cortiço. Nos países

mais pobres, 78% da população urbana subsiste em circunstâncias

que ameaçam a vida.

• Embora mais mulheres e meninas estejam sendo instruídas agora,

em relação aos anos anteriores, em muitas partes do mundo, menos

mulheres têm empregos e mais mulheres são forçadas a equilibrar

seus orçamentos no “setor informal”.

• A frustração e o descontentamento continuam a crescer à medida

que o poder e a riqueza se tornam mais concentrados e aumenta a

lacuna entre os detentores da riqueza e do poder e as populações

pobres e marginalizadas. Oitenta por cento do Produto Interno Bru-

to (PIB) do mundo pertence a um bilhão de pessoas, e 20% do que

resta é partilhado por cinco bilhões e meio de pessoas.

• A mudança no clima ameaça tornar grandes áreas do planeta inóspi-

tas para a habitação humana e para um nível adequado de produção

de alimentos. Pouquíssimos países ainda são autossufi cientes em ali-

mentos – e as reservas de alimentos internacionalmente disponíveis

estão diminuindo.

• A quantidade de água potável disponível está diminuindo rapida-

mente; mais da metade da população mundial enfrenta carência de

água. Em média, 6 mil crianças morrem a cada dia de diarreia causa-

da por água poluída.

Não estamos caminhando na direção correta. Para onde vamos a partir

daqui?

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DOIS CENÁRIOS

1. Sem mudança: o Cenário TCM (Tudo Continuará o Mesmo)

Prosseguindo nesse caminho, o prelúdio para o colapso inevitável irá se ma-

nifestar à medida que condições críticas forem surgindo nas regiões mais

diretamente expostas aos efeitos perniciosos das mudanças climáticas. Nes-

sas regiões, lares de centenas de milhões de habitantes:

• A mudança dos padrões meteorológicos cria secas, tempestades de-

vastadoras e perdas nas colheitas por toda parte.

• Áreas litorâneas são inundadas pela elevação dos níveis do mar.

• A fome se espalha em áreas que dependem de quantidades adequa-

das de chuva para a produção de alimentos e áreas expostas a torna-

dos, furacões e violentas tempestades.

• Ondas maciças de migrantes vindos de regiões mais atingidas procu-

ram áreas onde os recursos estão mais garantidos.

O colapso das regiões mais pobres e mais diretamente expostas cria uma

ameaça à segurança global:

• Epidemias de doenças infecciosas se espalham pela África, pela Ásia

e pelas Américas por causa de ondas de calor, surtos de pestes agrí-

colas e água potável contaminada.

• As ondas de migração para regiões relativamente mais afortunadas

sobrecarregam a base de recursos local e cria confl itos com as popu-

lações estabelecidas.

• Grupos terroristas, proliferadores nucleares, narcotrafi cantes e o cri-

me organizado formam alianças com empresários inescrupulosos e

expandem a escala e o âmbito das suas atividades.

No caminho para o colapso, podemos antecipar mudanças drásticas nos

processos econômicos e políticos e na ecologia, acompanhadas por debanda-

da militar.

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Os Processos Econômicos e Políticos

• O terrorismo se espalha, juntamente com ataques declarados e não

declarados contra países suspeitos de abrigar terroristas.

• A Aliança do Atlântico Norte, que liga a Europa, os Estados Unidos

e a Rússia, entra em colapso.

• A França, a Alemanha, a Rússia e a China formam uma coalizão para

equilibrar aquilo que eles percebem como uma crescente hegemonia

militar-econômica dos Estados Unidos, à qual se juntam o Brasil, a

Índia, a Coreia do Sul e outros países em desenvolvimento.

• Os gastos militares globais experimentam um aumento acentuado à

medida que os Estados Unidos e seus aliados e os países do bloco

oponente entram na espiral de uma corrida armamentista.

• A estagnação econômica global, combinada com o unilateralismo

norte-americano, enfraquece o Fundo Monetário Internacional e a

Organização Mundial do Comércio. À medida que os acordos econô-

micos regionais tornam-se mais atraentes do que os programas de

ação comerciais multilaterais e o comércio bilateral com os Estados

Unidos, guerras comerciais tornam-se frequentes e desestabilizadoras.

• Acordos comerciais norte-sul são cancelados e fl uxos comerciais são

interrompidos; o sistema econômico-fi nanceiro internacional está

desordenado.

• Pessoas forçadas a viver na pobreza juntam-se a rebeliões contra pro-

prietários de terra locais e autoridades do governo.

As Dimensões Ecológicas

• Escassez de água e de alimentos na África Subsaariana, na China, no

sul da Ásia e na Mesoamérica gera guerras pela água e por alimentos.

• A exploração excessiva dos solos e a pesca desmedida em mares e

rios reduzem a produção nos países industrializados e produzem

crescente dependência com relação a reservas internacionais de ali-

mentos cada vez mais escassas.

• Condições de inanição e de insalubridade aceleram a difusão do

HIV/AIDS, da SARS e de outras epidemias em todos os países pobres.

• A Corrente do Golfo oscila, produzindo temperaturas geladas na pri-

mavera e no verão na Europa ocidental e setentrional.

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As Consequências Militares

• Os confl itos políticos e econômicos entre os Estados Unidos e seus

aliados e o bloco militar/político de oposição atinge um ponto crítico;

os que defendem o uso do poder militar e os lobbies armamentistas

pressionam para que sejam usadas armas de destruição em massa.

• Regimes que defendem o uso da força sobem ao poder no Hemisfé-

rio Sul, determinados a usar as forças armadas para corrigir erros

detectados.

• Guerras regionais irrompem nas tradicionais áreas perigosas e se es-

palham para países vizinhos.

• Os principais blocos das potências militares, políticas e econômicas

decidem fazer uso de seus arsenais de armas de alta tecnologia para

atingir seus objetivos econômicos e políticos.

• Alguns entre os novos regimes que enfatizam o uso da força empre-

gam armas nucleares, químicas ou biológicas para resolver confl itos

regionais.

• A guerra travada com armas convencionais e não convencionais in-

gressa em uma escalada para o âmbito global.

Nenhuma mudança leva à ruptura. Mas há outro caminho que podería-

mos seguir.

2. O Cenário da Transformação Oportuna

Os Primeiros Passos

• A experiência do terrorismo e da guerra – juntamente com o aumen-

to da pobreza e das ameaças impostas por um clima em mudança –

desencadeia mudanças positivas na maneira como as pessoas

pensam. A ideia segundo a qual indivíduos e pequenos grupos po-

dem ser agentes efetivos de transformação rumo a um mundo mais

pacífi co e sustentável capta a imaginação de um número cada vez

maior de pessoas. Pessoas em diferentes culturas e de diferentes po-

sições sociais e ocupações profi ssionais juntam forças para enfrentar

as ameaças com que se deparam em comum.

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• A ascensão mundial de movimentos populares pela paz e pela coope-

ração internacional leva à eleição de fi guras políticas animadas de

motivações semelhantes, emprestando ímpeto revigorado a projetos

de cooperação econômica e de solidariedade intercultural.

• Líderes políticos e de opinião despertam para a necessidade urgente

de oferecer ajuda para as populações mais imediatamente ameaçadas

e de criar uma organização em nível mundial para monitorar as

amea ças, fornecer advertências e levantar fundos para realizar opera-

ções de resgate.

• Líderes empresariais locais, nacionais e globais decidem adotar uma

estratégia onde a procura do lucro e do crescimento é in formada pela

busca de responsabilidade social e ecológica cor porativa.

• Um E-Parlamento eletrônico entra on-line, ligando os parlamentares

em todo o mundo e proporcionando um fórum para debates sobre as

melhores maneiras de servir a um bem comum.

• Organizações não governamentais se ligam por meio da Internet e

desenvolvem estratégias compartilhadas para restaurar a paz, revita-

lizar regiões e áreas ambientais dilaceradas pela guerra e assegurar

um suprimento adequado de alimento e de água. Elas promovem

planos de ação política social e ecologicamente responsáveis em go-

vernos locais e nacionais, e também nos negócios.

A Cristalização dos Contornos de um Mundo Cooperativo

• Dinheiro é transferido de orçamentos militares e destinado à defesa

para fi nanciar tentativas práticas de resolução de confl itos e imple-

mentação de projetos de sustentabilidade social e ecológica, interna-

cionalmente pactuados e globalmente coordenados.

• É criado um programa de âmbito mundial de energia renovável,

preparando o caminho para uma terceira revolução industrial, que

faz uso de fontes de energia solar e de outras fontes de energia reno-

vável para transformar a economia global, fornecer água limpa e

retirar populações marginalizadas do círculo vicioso da pobreza.

• A agricultura é restituída a um lugar de importância básica na eco-

nomia mundial, tanto para a produção de alimentos de primeira

necessidade como para a produção de culturas energéticas e de ma-

té rias-primas para as comunidades e para a indústria.

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• Líderes empresariais de todo o mundo juntam forças para criar uma

economia de mercado socioecológica voluntariamente autorregulado-

ra que assegure acesso justo a recursos naturais e a produtos indus-

triais e à atividade econômica para todos os países e todas as populações.

A Ascensão de uma Civilização Sustentável

• Estruturas de governo nacionais, continentais e globais são reforma-

das ou recém-criadas, levando os Estados para a democracia partici-

pativa e liberando uma irrupção de energia criativa entre populações

capacitadas e progressivamente mais ativas.

• O sistema de mercado socioecológico consensualmente criado e glo-

balmente coordenado começa a funcionar; como resultado, os re-

cursos naturais requeridos para a saúde e o bem-estar tornam-se

disponíveis em toda a comunidade mundial.

• A desconfi ança internacional e intercultural, o confl ito étnico, a

opressão racial, a injustiça econômica e a desigualdade sexual dão

lugar a um nível superior de confi ança e à vontade compartilhada

para se obter relações pacífi cas entre os Estados e sustentabilidade na

economia e no meio ambiente.

Poderíamos mudar de direção; com uma transformação oportuna, po-

deríamos criar um mundo pacífi co e sustentável. Será que o criaremos? Eins-

tein nos disse que não podemos resolver um problema com o mesmo tipo de

pensamento que o produziu. No entanto, atualmente, estamos tentando fa-

zer exatamente isso. Estamos combatendo o terrorismo, a pobreza, a crimi-

nalidade, o confl ito cultural, a mudança climática, a degradação ambiental, a

má saúde e até mesmo a obesidade e outras “doenças da civilização” com os

mesmos meios e métodos que produziram os problemas – estamos recorren-

do a exércitos e forças policiais, a remendos tecnológicos e a medidas palia-

tivas, temporárias. Não estamos juntando a vontade e a visão necessárias

para produzir uma transformação oportuna.

SERÁ QUE É TARDE DEMAIS?

Na primavera de 2006, o biólogo britânico James Lovelock, que há trinta

anos descobriu que a Terra possui um sistema de controle planetário que a

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mantém ajustada para a vida (a “hipótese de Gaia”), proclamou que esse

sistema de controle foi destruído e que rapidamente produzirá condições que

poderão se comprovar fatais para a humanidade. O aquecimento da atmosfe-

ra pela atividade humana criará, nas palavras de Lovelock, “um clima infer-

nal”. A temperatura média aumentará aproximadamente 9,8o C em regiões

temperadas e 12,8o C nos trópicos. “É preciso considerar que a Terra, em sua

condição física, está seriamente doente e logo entrará em um período de fe-

bre mórbida que poderá durar 100 mil anos.” “Creio que temos poucas op-

ções”, concluiu Lovelock em The Revenge of Gaia, “a não ser nos prepararmos

para o pior e admitirmos que já ultrapassamos o limiar.” O limiar a que ele

se refere é o ponto em que a dinâmica de automanutenção do sistema colap-

sa e leva irreversivelmente à catástrofe.

Será que já alcançamos esse ponto catastrófi co? Não sabemos com

certeza, mas as notícias não são nada animadoras. O clima global está se

des pedaçando, repleto de pontos de mudança irreversível e de laços de rea-

limentação além dos quais o lento rastejar da decadência ambiental dará lu-

gar a um súbito colapso que se autoperpetuará. Os equilíbrios vitais estão se

degradando na atmosfera, nos oceanos e nos sistemas de água doce, e tam-

bém nos solos produtivos. As consequências incluem o efeito estufa e a re-

dução da produtividade dos mares, lagos, rios e das terras agricultáveis.

Vários processos críticos se alimentam de si mesmos e estão fora de

controle. À medida que o gelo ártico derrete, o mar absorve mais calor, que

aumenta a taxa de derretimento; à medida que o permafrost siberiano desapa-

rece, o metano liberado da turfeira sob ele exacerba o efeito estufa, o que

aumenta a fusão de gelo e, portanto, a liberação de mais metano.

Mas os argumentos que apontam para o dia do juízo fi nal não levam em

consideração um ponto básico: eles deixam de reconhecer não apenas que a

natureza é um sistema dinâmico capaz de rápidas transformações, mas tam-

bém que a humanidade é igualmente um sistema assim. Quando um deter-

minado sistema se aproxima do ponto em que as estruturas e realimentações

existentes não conseguem mais manter sua integridade, ele se torna ultras-

sensível e responde até mesmo ao menor estímulo para a mudança. Nesse

estado, é possível que ocorram “efeitos borboleta”. (Esses efeitos são assim

chamados por causa do “atrator caótico” em forma de borboleta descoberto

pelo meteorologista Edward Lorenz quando ele tentava mapear mudanças

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progressivas no sistema meteorológico global. Eles são popularmente identi-

fi cados com a ideia de que as minúsculas correntes de ar criadas pelo bater

das asas de uma borboleta podem ser amplifi cadas muitas e muitas vezes e

acabar criando uma tempestade do outro lado do planeta.) No mundo atual,

quase caótico, instável e, portanto, ultrassensível, “borboletas” tais como o

pensamento, os valores, a ética e a consciência de uma massa crítica da socie-

dade podem desencadear transformações fundamentais.

A PERSPECTIVA POSITIVA

Estamos nos aproximando de um ponto de mudança irreversível, mas a si-

tuação está longe de nos deixar sem esperança: perto do limiar do colapso

dos sistemas, as previsões do dia do juízo fi nal têm um efeito paradoxal. Elas

elevam o nível de percepção das pessoas, motivam uma difundida mudança

de consciência e podem acabar se tornando profecias autofalsifi cadoras.

A situação política pode se tornar contraditória. Planos de ação política

bem-intencionados criam a impressão de que a situação está controlada e de

que a crise está sendo administrada, e assim eles não catalisam a vontade

nem a direcionam para a transformação fundamental. Uma estratégia retró-

grada é mais útil a esse respeito. Ela, de forma inadvertida, mas efetivamente,

motiva as pessoas a insistir na mudança radical; ela projeta na ação um nú-

mero cada vez maior de pessoas.

Atualmente, políticas retrógradas ainda são dominantes. Em última aná-

lise, isso não é ruim. Nos segmentos mais avançados da população, essas polí-

ticas aumentam o nível de urgência de reformas econômicas, sociais e políticas.

A mortandade que o tsunami asiático provocou entre inocentes aldeões

e turistas que desfrutavam suas férias no Sul e no Sudeste da Ásia motivou

atos de solidariedade e de generosidade em todo o mundo. O cataclismo

produzido pelo Furacão Katrina fez as pessoas “encontrarem seus pés” e

marcharem rumo a Washington a fi m de protestar contra a política adminis-

trativa que consistia em se concentrar na guerra do petróleo no Iraque e

negligenciar a necessidade de o país estar preparado para desastres naturais

e a má situação em que se encontram as pessoas pobres que nele vivem. Será

que a humanidade irá esperar a ocorrência de uma catástrofe natural ou

ocasionada pelo homem, uma catástrofe que ceifará as vidas de centenas de

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milhares ou de milhões de pessoas, para se sentir realmente motivada a mu-

dar? Mas então poderá ser tarde demais. Nós precisamos, e ainda podemos,

nos encaminhar para uma mudança oportuna nos valores, na visão e nos

comportamentos.

Evolução para uma civilização sustentável, ou queda na crise, no caos e,

possivelmente, na extinção. Como Hamlet diria hoje: eis a questão.

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