monte carlo quântico para férmions fortemente correlacionados

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Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados Apoio: http://www.if.ufrj.br/~rrds/rrds.html Esta apresentação pode ser obtida do site seguindo o link em “Seminários, Mini-cursos, etc.” Raimundo Rocha dos Santos [email protected]

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Esta apresentação pode ser obtida do site. http://www.if.ufrj.br/~rrds/rrds.html. seguindo o link em “Seminários, Mini-cursos, etc.”. Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados. Raimundo Rocha dos Santos [email protected]. Apoio:. Esquema do mini-curso. Introdu ção - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente

Correlacionados

Apoio:

http://www.if.ufrj.br/~rrds/rrds.html

Esta apresentação pode ser obtida do site

seguindo o link em “Seminários, Mini-cursos, etc.”

Raimundo Rocha dos [email protected]

Page 2: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Esquema do mini-cursoI. IntroduçãoII. MC para Sistemas ClássicosIII. QMC a T finita: PreliminaresIV. QMC a T finita: Amostrando o Espaço de Fases com

Determinante FermiônicoV. Instabilidade a Baixas TemperaturasVI. O Problema do Sinal NegativoVII. ExemplosVIII. SupercondutividadeIX. O Modelo de Hubbard AtrativoX. Metais, Isolantes ou Supercondutores?XI. Efeitos de DesordemXII. Conclusões e Perspectivas

Page 3: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

A aproximação de elétrons indepen-dentes com o modelo de bandas expli-ca boa parte dos comportamentos observados:

• metais• isolantes• semicondutores

Introdução

Page 4: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Elétrons (independentes) em sólidos: potencial cristalino periódico

elétrons quase-livres[menos localizados]

a limite atômico

[mais localizados]

a a

dE dE

Pergunta: quantos estados quânticos há num intervalo de energia dE ?

Page 5: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Densidades de estados (eletrons quase-livres ou tight-binding)

MetalIsolante ouSemicondutor

Depende da magnitude do gap:•isolante se eV •semicondutor se 0.1 eV

Page 6: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Mas, cuidado com bandas estreitas (especialmente d e f ):maior tendência à localização

elétron passa mais tempo perto do núcleo

tem maior chance de encontrar outro elétron no

mesmo núcleo

interação repulsiva (Coulombiana) entre elétrons não pode mais ser desprezada

os e se movimentam solidariamente, para

minimizar a energia fortemente correlacionados

Page 7: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Supercondutores de Alta Temperatura

Page 8: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Cálculos de bandas: caso não-dopado (x = 0):

Metal ????

Incluindo correlação, ocomportamento isolante(correto!) é obtido

Page 9: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Sistemas de muitas partículas interagentes: quer-se estudar propriedades coletivas Mecânica Estatística

Perguntas típicas que se quer responder sobre um determinado sistema:

• ele pode ser magnético? qual o arranjo?• é metálico?• é isolante?• pode ser supercondutor?• como a carga está distribuída espacialmente?• estas propriedades estão intrinsecamente ligadas?

Page 10: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Para responder a estas questões em diversos sistemas físicos reais, os aspectos quânticos têm que ser levados em conta de modo fundamental

Pelo menos duas escalas de energia: kBT e :• se kBT >> , o fato dos níveis serem discretos não importa

sistema “clássico”• se kBT , a ausência de estados acessíveis pode ser crucial (e.g., gap supercondutor)

sistema quântico fenômenos temporais inseparáveis: h/2 dimensões extras

Espectro:

Page 11: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Estaremos interessados nas propriedades físicas de férmions (p.ex., elétrons, buracos, etc.) em cristais: interplay entre graus de liberdade de

carga

e de spin

i.e., distribuição espacial de carga, propriedades de transporte (condutividade)

Ordenamento magnético

Em isolantes, o grau de liberdade de carga está congelado

Page 12: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Modelos: através de modelos (essencialmente de uma Hamiltoniana apropriada) espera-se captar os ingredientes físicos fundamentais, que sejam responsáveis pelo comportamento observado

Assim, consideraremos aqui as propriedades de spins itinerantes (spins localizados serão pensados como um caso limite)

Aproximações: dado um modelo, é necessário “resolvê-lo”, ao menos de modo aproximado, e calcular grandezas que permitam caracterizar as propriedades físicas.

As simulações de Monte Carlo devem ser pensadas como uma das aproximações possíveis. E, como tal, tem limitações. Daí a extrema importância da análise de dados.

Page 13: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Modelo emblemático para spins localizados: Modelo de Heisenberg

ji

jiJH,

SS

Se J > 0 : tendência a Ferromagnetismo

Se J < 0 : tendência a Antiferromagnetismo

i j

N.B.: Os mágnons são as excitações de mais baixaenergia, e destróem o estado ordenado a qq T > 0em d 2.O que ocorre no estado fundamental?

• Os FM’s se ordenam a T = 0, em qq d • E os AFM’s ?????

1os. viz.apenas

Page 14: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Classicamente, os modelos AFM e FM são equivalentes numarede bipartite:

(i.e., que pode ser de-composta em duas sub-redes, e , equivalentes, como as redes quadrada, cúbica simples, etc)

ii

ii

ii

,SS,SS

FMAFM HH

Flutuações quânticas efeitos não-triviais no estado fundamental (T = 0) de antiferromagnetos

P.ex., ao flipar os spins de uma sub-rede, as relações de comutação não são preservadas se S < :

ziij

yj

xi

ziij

yj

xi SiSSSiSS

,,

• d = 1 quase-ordem (correlações decaem com lei de potên- cia, ao invés de tenderem ao quadrado da magnetização; exato).• d = 2 há ordem ou quase-ordem? QMC: ordem [Reger & Young (1988)]

????

Page 15: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Favorece o salto dos férmions entre sítios (termo de banda)

Repulsão Coulombiana: a energia total aumenta se 2 e’s ocuparem o mesmo orbital termo de correlação†

iii

jiijji nnUcccctH

,,

Modelo emblemático para spins itinerantes: Modelo de Hubbard

Competição entre graus de liberdade de carga e de spin

Hubbard Heisenberg AFM para um e por sítio (banda semi-cheia) quando U t

† para uma apresentação .ppt de revisão sobre aspectos de sistemas fermiônicos fortemente correlacionados, veja http://www.if.ufrj.br/~rrds/rrds.html e siga os links em “Seminários, Mini-cursos, etc.”

Page 16: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

O papel da dimensão espacial:

em uma dimensão não há ordem magnética de longo alcance quase-ordem

itinerância onda de densidade de spin (SDW)

Page 17: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Conseqüências da competição carga-spin em d = 1: CDW’s e SDW’s

Brown and Grüner (1994)

Page 18: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

ômico

não-ômico

Se período da CDW incomen-surável com a rede [i.e., r a; r racional e a parâmetro de rede] transporte de corrente é não-ômico

Explicação: analogia mecânica

Importante determinar o período da CDW

Brown and Grüner (1994)

Page 19: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Acredita-se que nos su-percondutores de alta tem-peratura haja um equilí-brio entre o ordenamento de spin (AFM, não SDW) e o ordenamento de cargas (tipo CDW) ao longo de uma direção ( na Fig.):

As cargas tendem a se agrupar em regiões de menor ordem AFM

Page 20: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Fase listrada melhor observada num “primo” dos supercondutores

novo ingrediente:ordenamento direcional dosorbitais d do Mn

Formação de CDW [onda de densidadede carga]

Page 21: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Que grandezas usar para caracterizar o comportamento para sistemas de tamanhos finitos?P.ex., comportamento magnético (FM de Ising)

magnetização: (não há quebra de simetria) suscetibilidade: tem máximo na transição OK

função de correlação: (r) decai com a distância com lei de potência (se crítica)

Page 22: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

o teorema de flutuação-dissipação se modifica devido aos aspectos quânticos (i.e., não-comutação) :

HB

s

z eTkGBG

NSm

Trln;1

Magnetização e suscetibilidade:

Como

Bm

χ

Hzi

Hzi

ji

zj

zi

zj

zi

s

eSeS

SSSSdN

τ-τ

β

τ

onde

ττβ

βχ

)(

)0()(1

,0

HH -H eH

ede ττ)βλ

λτ

λ

(

0

)(

evolução “temporal”

Page 23: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

MC para sistemas clássicosModelo de Ising (spin-½):

ji

ji SSJH,

Para modelos clássicos, cada configuração corresponde a um autoestado de H, de modo que pode-se associar a ela uma energia E ({S}).

N sítios na rede; spin em cada sítio pode estar em um de dois estados Espaço de fases tem 2N configurações:

NSSSSSSS ...54321

S S z S = 1

Page 24: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Lembre-se que a função de partição é obtida através de uma soma sobre todas as configurações.

Mas: probabilidade de ocorrência de uma configuração {S} é

})({1})({ SEeZ

Sp

algumas configurações são menos prováveis que outras por que desperdiçar tempo na amostragem, tratando todas as configurações como se fossem igualmente importantes?

Page 25: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Amostragem por importância: um exemplo simples

M

iixf

MxfdxI

1

1

0)(1)(

Aproximemos a integral por uma soma discreta:

se {x} tomados ao acaso, e com iguais probabilidades, no intervalo [0,1]:

fi f (xi), i = 1,...M são variáveis aleatórias independentes

M

ii

M

ii

fI

fM

ffM

f

M

ff

M

11

22

22

1,1 e

com

σ dois modos de se diminuir o erro:

1. M 2. diminuir f

Page 26: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Seja w (x) uma função peso normalizada, tal que

1)(,)()()(

1

0

1

0 xwdx

xwxfxwdxI com

Definindo

1)1(0)0();()()(0

yyxwdxdyxwxdxy

x e

a integral I pode ser escrita como

M

i i

i

yxwyxf

MyxwyxfdyI

1

1

0 )()(1

)()( Amostragem de f/w

sobre pontos y distribuídos uniformente

Page 27: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Escolhendo w t.q. a razão f/w varie pouco com x, teremos um erro pequeno

y

w

xdx=dy/w

Isto é, tomamos mais pontos x perto de onde a função é maior

Amostragem por importância

Page 28: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

O algoritmo de Metropolis et al. faz a amostragem por importância do espaço de fases: as configurações vão sendo geradas em sucessão, cada uma a partir da anterior

{S} {S}’

A diferença de energia entre as configurações {S} e {S}’ é uma propriedade local; i.e., depende apenas dos spins em torno daqueleque se tenta flipar. No exemplo acima: E = 2 J – (– 2 J) = 4 J

Page 29: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

A razão entre as probabilidades de ocorrência das duas configs. é:

EeSpSpW

})({)}'({

• Se W > 1, a nova configuração é aceita.• Se W < 1, a nova configuração é aceita com probabilidade W

Vá para o sítio seguinte e repita o procedimento: tente virar o spin e verifique se a nova configuração é aceita.

N.B.: A possibilidade de aceitar uma configuração menos provável simula o efeito das flutuações térmicas!

Faça isto para todos os sítios da rede (finita). Ao final, calcule grandezas de interesse A({S}). A pode ser, p.ex., magnetização, energia, suscetibilidades, calor específico, etc.

Page 30: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Após varrer a rede M vezes, teremos M valores de A, e umaestimativa para a média no ensemble é dada por

M

AM

A1

1

Alguns comentários técnicos, mas muito importantes:1. Cada varredura da rede é considerada como um passo de

MC. E cada passo de MC é usado como uma unidade de “tempo”.

2. Antes de calcular valores médios deve-se aguardar um certo número de passos até que o sistema termalize e as médias passem a flutuar pouco; este número de passos depende da temperatura e de características do próprio sistema, como, p.ex., interações e/ou desordem.

Page 31: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

3. Os A não são variáveis aleatórias independentes porque, por construção, as configurações mantêm uma certa correlação entre si. Solução: promediar diferentes Ā

M M M

Ā1 Ā2 ĀG....

G

AG

A1

1

G

AA 22

barra de

erro

Page 32: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

4. Efeitos de tamanho finito.• Quais as escalas de comprimento importantes?

o tamanho linear, L;o comprimento de correlação, |T – Tc|

• Logo, a variável relevante deve ser a razão entre estas duasescalas: L / • Segue daí a teoria de finite-size scaling [prevê como os

máximos nas diferentes grandezas (p.ex., suscetibilidade, calor específico,, etc.) se tornam singularidades ao nos aproximarmos do limite termodinâmico]:

LTT

LLconstLfLTX

xc

xx

L

se ,

se ,)(

FSS auxilia nas determinações de Tc , da natureza das fases e dos expoentes críticos.

X é qqgrandeza

TD

Page 33: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

QMC a T finita: PreliminaresDiscutiremos agora apenas•sistemas itinerantes (fermiônicos), devido à sua maior abrangência

modelo de Hubbard, por ser o mais simples

iii

iii

jiijji

nnU

nncccctNH )(,,

KV

Problema: queremos amostrar os estados possíveis de cada partícula (a rigor, sítio), mas

0, K,Veee VKVK pois

gran-canônico!

[dos Santos (2003) e refs. lá contidas]

Page 34: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Solução: fórmula de Trotter

BABABA

BABA

eeeeee

eee

0

1

0

lim

lim

(1/) termos

Page 35: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

• Interpretação de : intervalos de “tempo” (imaginário) discretos• Para uma dada temperatura T, = ( kBT )-1 temos então M fatias “temporais” , M =

1322,,,

1

11

11

21

1

ieiieiiei

ieieTreTrZ

HM

HH

iii

MH

i

MHH

M

...}{

:

n

i

temporalfatia daestado

o denota

i1 i2 i3 iM i1

Page 36: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

• O operador e- H introduz uma correlação entre os estados na direção temporal

dimensão efetiva do sistema é ( d + 1 ) M quando T 0

• Obteremos, então, uma seqüência de aproximações para a função de partição, Z , a qual deve, em princípio, ser extrapolada para 0

• Mas isto ainda não é suficiente: precisamos poder variar os estados de cada sítio individualmente, mas

precisamos de uma nova aproximação

0,,,

, jkij

ji

KKKKee ijji ij

pois

Page 37: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

2a aproximação: Decomposição do tipo tabuleiro de xadrez

Exemplo em d = 1:H = HA + HB

HA = H12 + H34 + H56 +

HB = H01 + H23 + H45 +

x

0 1 2 3 4

2

211,,,

1,,,21 21

iejjeiZ BA

M M

HH

iii jjj

2 oBA HHH eee

Page 38: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Em d = 2, desmembra-se H em plaquetas:H = HA + HB

ímpares plaquetas

pares plaquetas

pB

pA

HH

HH

Vejamos agora um algoritmo para varrer o espaço de fases

Resumindo as 2 aproximações:1. Trotter para introduzir dimensão temporal

introduz erros sistemáticos da ordem de 2

2. Decomposição em tabuleiro de xadrez introduz erros sistemáticos também da

ordem de 2

Page 39: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

QMC a T finita : Amostrando o Espaço de Fases com determinante fermiônico

jjiiij nUnnUnK eee τττ

A preparação anterior nos levou a isolar os termos de interação sob a forma

cc

bilinear “integrável”(e.g., livre)

cccc

não-integrável façamos umatransformação que o leve a cc

Page 40: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

A transformação de Hubbard-Stratonovich:

Inspirada na identidade(A é um operador)

xAxA

edxe22

21

21

A forma quadrática em A é transformada em linear! Custo: introdução de um “campo auxiliar” x.

1a. providência: fazer aparecer uma forma quadrática na interação

nnnnnn

nnnnnn

21

21

21

21

2

2

ouLembrando que, para férmions, n

2 = n = 0, 1temos

m (magnetização)n (carga)

Page 41: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Usando a forma em que aparece m2 temos

nnxUxnnUnUn

edxeeττ

τπ

2

21

22 m

x se acopla com mU > 0 !!!!

ou, para o caso de U < 0, usamos a forma em que aparece n2:

nnxUxnnUnUn

edxeeττ

τπ

2

21

22 n

x se acopla com nU < 0 !!!!

Page 42: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

,

nUs

s

nnUnns

s

nnxUxnnUnUn

ee

edxee

2

1

2

1

21

2

21

21

22

ττ

τττ

π

Para simulações, é mais conveniente que a transformação de Hubbard-Stratonovich seja discreta:

1sdx

2τcosh Ue

Para U < 0 usa-se uma relação análoga, porém com o campo flutuante acoplando-se com a carga

Ou seja, a THS indica que férmions interagentes (on-site) são equivalentes a férmions livres em um campo magnético flutuante

Page 43: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Aplicando esta transformação para todos os sítios (espaço-tempo), podemos escrever a gran-função de partição como

M

nsZ

1

TrTr

i

iiiji

jiji cVccKcM

ns

ML

eeZd

,

τ

,1

TrTr2

1

onde

casos outros vizinhos1 para os.

0i,jtK ij 2

UsV ii e

Dℓ ()

Os expoentes que aparecem em Dℓ () são bilineares nos operadores fermiônicos...

Page 44: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

...e formas bilineares em operadores fermiônicos podem ser integradas.

Demonstração [2 estágios; ver dS (2003) p/ detalhes]:

1. Demonstra-se a identidade

cccBccAc

eee jijiji

jijiji

,,

onde são os autovalores da matriz e BAee

2. O Tr nas variáveis fermiônicas vira um determinante:

BA

nn

ee

eee

1

1

det

TrTr

No nosso caso, temos produtos sobre as fatias temporais e sobreos spins fermiônicos...

Page 45: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

...isto é,

i

iiiji

jiji

ML

cVccKcM

nseeZ d

,

τ

,1

TrTr2

1

O traço fermiônico pode então ser efetuado:

sOsO

BBBZ

s

MMs

detdetTr

detTr 111

Fator de Boltzmann? Cuidado! O det · det não é necessariamente > 0 Se não for, tome |det · det| (mais sobre isto depois)

Matrizes Ns Ns

Page 46: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

A simulação:Tomando det O ·det O como fator de Boltzmann, fazemos a simulação nos {s}Escrevamos

O passo de QMC: Estamos no sítio da fatia

i

11 BBBB1O Mdetdet )(A

1

A1AA

2 )(),(

)(),()()(

),()(

iskiji

jk

ii

ei

i

ss

com

entãoSe

Todos os elementos são nulos, menos o da posição i da diagonal

Obs: det nãose alterap/ perm.

cíclica dosB’s

Page 47: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

OO

ROO

RRR

RRW

detdet

detdet

1e com

Este passo de QMC é aceito com probabilidade

Cálculo de R :Necessitamos da função de Green instantânea, i.e., calcu-lada na fatia ℓ, 1 ℓ M , para uma dada configuração {s}: 1

121 BBBBB1gg

Mjiij

cc )()(

iiiiiR

),( g11 A razão entre det’s fica trivial se pudermos calcular as g’s instantâneas

Page 48: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Se o passo é aceito, tem-se que atualizar os O , ou, equivalentemen-te, as funções de Green:

1

1g11ggg

Note o caráter não-local desta atualização: ao aceitar o passo no sítio i, toda a g na fatia ℓ tem que ser atualizada: Ns 2 operações!

• Agora tenta-se virar o s do próximo sítio na mesma fatia temporal

Após tentarmos virar as variáveis em todos os sítios, passemos para uma nova fatia temporal, na qual a função de Green se torna 1

1 BgBg

Ns 2

operações!OBS: Erros de arredondamento degradam g após um certo número de atualizações desta forma; periodicamente deve-se calculá-la a partir da definição

Page 49: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

A manipulação através de funções de Green é uma das grandes vantagens desta implementação por determinante fermiônico, já que os valores médios de interesse também podem ser expressos em termos das g’s:

iiii

iiiiiiiiiii

gg

ggccccnnm

11

O Teorema de Wick tb se aplica no caso do Tr{n}: 324143214321 iiiiiiiiiiii cccccccccccc

expressos em termos das g’s

Page 50: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Em princípio estaria tudo bem, mas há dois importantes problemas que discutiremos em seqüência :

1. instabilidade a baixas temperaturas;2. sinal negativo do determinante fermiônico.

Page 51: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Instabilidade a Baixas TemperaturasDurante a simulação fazemos o produto de muitas matrizes, como, p.ex., no cálculo de Z

VK

MMs

eeBBBBZ comdetTr ,111

ou no cálculo da própria função de Green a partir da definição1

121 BBBBB1g

M

• O Problema: B mal condicionada autovalores que crescem exponencialmente com o inverso da temperatura níveis de energia negativa (quase sempre ocupados) autovalores ~ 1 níveis de (alta) energia positiva, raramente ocupados (mas Gran-Canônico!) mistura de escalas difícil de acompanhar numericamente

Page 52: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Este problema se manifesta mais gravemente no update das g: • à medida em que T diminui, inicialmente aumenta a freqüência com que g tem que ser calculada a partir da definição• à medida em que T diminui ainda mais, o cálculo de g fica impraticável, mesmo a partir da definição

Como é baixa a escala de temperaturas de interesse, tem-se que resolver este problema

Page 53: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

• 1a Solução Possível: Formulação espaço-tempo [Hirsch 88]

Na formulação “espacial” original,

1

1

~1~

OgBO

L

Matrizes NxN N2 ops. por update de g N3 por fatia N3L por rede xt

Um outro extremo é a formulação espaço-temporal:

( M L )

A razão entre os maiores e os menores autovalores desta matriz cresce algebricamente com L melhor comportada para inversão

Matrizes NL x NL (NL)2 ops. por update N3L2 por fatia (NL)3 por rede xt

Page 54: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Esta formulação espaço-temporal é inviável: fator L2 sobre a espacial

O melhor mesmo é um procedimento intermediário: • agrupe apenas uma fração p das fatias temporais, de modo que L0=L/p fatias sejam colapsadas

Matriz Np x Np cujo maior autovalor é da ordem de exp(0), onde é uma escala típica de energias de 1 partícula, e 0 = L0

Page 55: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Vantagem adicional: a inversa de OLo fornece diretamente um conjunto de g’s:

OLo (ℓ) é definida, de modo semelhante, aumentando-se cada indice da matriz anterior de ℓ-1; analogamente para g

A escala de updates agora fica (NL)3/L02 por rede xt, e pode-se

atingir ~ 20

Page 56: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

• 2a Solução Possível: Fatorização de matrizes [White et al 89]

Suponha que m matrizes possam ser multiplicadas sem deterioração:

111 BBB mma

Usa-se ortogonalização de Gram-Schmidt para escrever o produto como

1111 RDUa Matriz ortogonal

bem condicionada Matriz diagonal com gran-

de variação no espectro

Matriz triangular

bem condicionada

Multiplica-se à esquerda por mais m matrizes

22211111222 BBB RDURDUa mmm

e assim sucessivamente, agrupando-se M/m multiplicações:

mMmMmMmM RDUaA

Page 57: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Para calcular g, devemos isolar D, devido à sua grande variação espectral

RDU

RDRUUA mMmMmMmMmM

1111g

Com este algoritmo, também atinge-se t ~ 20

Page 58: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

O Problema do Sinal Negativo

Para o modelo de Hubbard repulsivo, na banda semi-cheia, n = 1, det det > 0, devido à simetria partícula-buraco

Demonstração:1. Transformação partícula-buraco

iiiii

iii ddcccdc 11

vizinhosprimeiros se jiKK

chddtKchcctK

ijij

jiji

ijjiij

,~..~..

1

Page 59: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

2UnnUnnUnnnUn iiiiiiii~~~~

A Hamiltoniana fica invariante pela simetria partícula-buraco se

2UU condição para banda semi-cheia

Obs.: No caso de hopping entre 2os. vizinhos, p.ex., não há simetria partícula-buraco, de modo que a condição para banda semi-cheia não é conhecida a priori.

2. “Det” sob transformação partícula-buraco

i

U

ii sUsV 2

2

0detdetdetdet

TrTrdet

,

~~

~

OOOeO

eeeeeO

ii

ii

iii

iii

s

snsK

n

nsK

n

Page 60: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Logo, não há problema de sinal para Hubbard repulsivo (hopping de 1os vizinhos apenas) com n =1

Para o modelo atrativo, pode-se mostrar que, para qualquer n ,

0 OOOO detdetdetdet

como resultado do campo auxiliar se acoplar com a carga.

Page 61: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Vejamos agora o que acontece quando o produto dos det’s é < 0

c

cpOOZ )((( σ)detσ)detTrσ soma sobre configurações c

s

sA

cscp

cAcscp

cp

cscp

cp

cAcscp

cscp

cAcscp

cp

cAcp

A

c

c

c

c

c

c

c

c

c

c

)()(

)()()(

|)(|

)(|)(|

|)(|

)()(|)(|

)(|)(|

)()(|)(|

)(

)()(

OK enquanto s ’ 1

Page 62: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

2D

3D

nes NU de fortemente depende onde ,

Page 63: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Fora da banda semi-cheia, desde que trabalhemos na região em que s 0.6, pagando o preço de realizar amostragens mais longas, as médias ainda têm algum sentido.Tamanho da amostragem (independente de s ) determina os erros estatísticos

O “problema do sinal negativo” ainda não foi resolvido; vejadiscussão sobre problemas correntes

Page 64: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Exemplos1. O diagrama de fases do modelo de Hubbard 2-D, a T = 0

Teoria de Campo Médio (teoria de 1 partícula)

Page 65: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Propriedades magnéticas:

iii nnmoperador magnetização:

operador momento local:22

43

ii mS

fator de estrutura:

jiji

jiimmeS

,

RRq

N1)q(

suscetibilidade:

HH

jiji

jii

AeeA

mmde

τ-τ

β

τ com

τχ

)(

,)(N1

)q(0,

RRq

Page 66: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Função de correlação: iiyx mmc ),(

···

Correlações AFM’s enfraquecem ao nos afastarmos da banda semi-cheia

···

n = 1, L = 10U = 4, β = 10

n = ½, L = 8U = 4, β = 10

[White et al 89]

Page 67: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Fator de estrutura magnético

jiji

jiimmeS

,

RRq

N1)q(

S (q

x, q y)

qx

S (q) tem pico em (,)

Pico em S (,) a T = 0 cresce com L

S (

, )

β

[White et al 89]

Page 68: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Aproximação de onda de spin:

212

31),(

NomN

S

Extrapola para um valor finito ordem de longo alcance

1/L

S/N

Erros sistemáticos não são muito dependentes de β

[White et al 89]

[Hirsch & Tang (89)]

Page 69: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Fator de Estrutura para outras densidades:

Logo, para n 1 o sistema é PM

S (,) só cresce significativamen-te com para n = 1

[Hirsch (85); Hirsch & Tang (89)]

Page 70: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Pico incomensurável para <n> 1; c.f. espalhamento de neutrons para LSCO

[Moreo et al. (90)]

Page 71: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Transição Metal-isolante:

Compressibilidade:

n

nPV

V 2

11

Isolante: não se consegue adicionar partículas através de pequenas variações do potencial químico (nível de Fermi) 0

U/2 U/2

[Moreo et al. (90)]

Mais tarde: outros critérios para M ou I

Page 72: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

2. CDW no modelo de Hubbard 1-D, a T = 0

KF

KF

xx)kA

xxxkA

xK

xnn 422/31 124cos(

ln)2cos(

)()()0(

K caracteriza a intensidade da interação

2kF n; n é a densidade eletrônica

Para o modelo de Hubbard prevê-se que K 1/2 2kF mais importante que 4kF

Previsão da teoria de líquidos de Luttinger:

kF-kF

k

[Voit(1994)]

Page 73: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Distribuição de carga:operador densidade de carga:

suscetibilidade:

iii nnn

ji

ji

jiinne

NC

,

RRq1)q(

fator de estrutura:

)0()(1)q(

0,

RRqji

ji

jiinnde

NN τ

β

Hi

Hi enen

ˆˆ

Page 74: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

U crescente: 4kF ainda cresce para T 0, 2kF estabiliza (Ns 36 sites)

Sem efeitos de tamanho finito ou temperatura finita: simulações com Ns 96 N(4kF) ln

n 1/6

[Paiva & dS (00a)]

Page 75: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Logo, o modo de carga com 4kF de fato predomina sobre o com 2kF, ao menos para valores de U suficientemente grandes.

Acordo com descrição de LL : amplitude A1(n,U) de 2kF 0 para U U (n)

Esquematicamente:n

1

0U

2kF

4kF

U (n)

[Paiva & dS (00a)]

Page 76: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

iii

jiijji

jiijji nnUcccctcccctH

,,2

,,

3. Efeitos de estrutura de bandas no modelo de Hubbard 1-D

Simetria partícula-buraco: n 1- n e t2 - t2

t2

Diagrama de fases para U=0

Questões de interesse: (1. Supercondutividade/ Gap de Spin?) 2. Rota para o Ferromagnetismo?

Page 77: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

t1

t2

Compostos do tipo “escadas” (ladder)

SrCu2O3Sr2Cu3O5

SrCuO2

Page 78: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Ferromagnetismo [Ghosh e RRdS, 99]

U = 2t

Page 79: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

FM

U = 2t

A presença de t2 estabiliza a fase FM em uma região de parâmetros

O pico FM já aparece para U 6t quando t2 = 0.15a região FM do diagrama acima move-se para baixo quando U aumenta“Problemas de sinal negativo” não permitem verificar a SUC para valores maiores de t2

Page 80: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Supercondutividade1. Fenomenologia

Metal normal

Resistência nula

Page 81: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Efeito Meissner

Page 82: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

momento

ener

gia

00 jki

i 00 jki

i

Elétron só é espalhado ( resistência) pq há estados finais disponíveis

dens. de corrente

Considere cargas negativas em um potencial periódico

momento

ener

gia

E

2. Condução em Metais

Page 83: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Como evitar dissipação?

Suprimir, através de algum mecanismo, estados acessíveis na faixa de energia próxima ao nível de Fermi

Page 84: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

3. Interação elétron-elétron

elétron

íon

A interação Coulombiana entre um par qualquer de elétrons é blindada pelos demais elétrons e pelos íons; pode chegar a ser atrativa em alguns casos.

constante dielétrica

Page 85: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

'k'k,k

k'kkkk

k)k( bbVcc

H

termo livre (banda)

kkk ccb

4. A Teoria BCS:

Solução variacional:

k 2k

kk 01

1

g

bg

Page 86: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

A equação do gap:

2k

2k

'k 'k

'k'kk

0k )k(

21

EE

VV

com ,

)()k(k T

dkkdkks

xyyx

yxyx

- onda

- onda -onda

sensen

coscos1

)k( 22SUC’sconvencionais

Page 87: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

2

Gás de e `s

Estados ocupados

Estados desocupados

F

+ interação atrativa

A modificação no espectro pode ser esquematizada da seguinteforma:

Page 88: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

ener

gia

momento

Condução por pares (cada par tem KCM=k1+k2):

todos têm KCM = 0

Para um par “sentir” a impureza teria que ser quebrado:

KCM KCM dos demais pares alto custo energético (gap!)

Ao formarem pares, os elétrons “se vacinam” contra as fontes de resistência

ener

gia

momento

E

Page 89: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Por quê [Anderson, 87] ? • O estado fundamental do modelo de Hubbard, fora da banda semi-

cheia, seria o de fortes correlações AFM’s de curto alcance. • Os férmions (buracos no contexto da maioria dos SUC’s de alta T)

formariam pares singletes ressonantes [RVB] pares de Cooper?

5. Supercondutividade no modelo de Hubbard repulsivo 2D?

Page 90: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Propriedades supercondutoras:

)()()k(1)( kk

k ττ τ ccf

Nrr

operador de emparelhamento:

suscetibilidade uniforme (q=0):

,)()(0

0ττβ

rrr dP

fr (k) = 1 pares no estado sfr (k) = cos kx cos ky pares no estado d fr (k) = cos kx + cos ky pares no estado s* (estendido)

Page 91: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

1os resultados de QMC [Hirsch & Lin ’88]

Sem tendência a emparelhamento

Pr

U = 4

Ao ligar a interação, as suscetibilidades de pares ficam menores que as do caso livre.

Page 92: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Outros resultados de QMC [White et al ’89]

Parte descorrelacionada retirada

Suscetibilidade total

Se o enhancement tivesse sido significativo (FSS, T mais baxas, etc), seria forte evidência para a formação de pares

Logo não há, ainda, sérias evidências numéricas para SUC no modelo de Hubbard repulsivo

Page 93: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

6. Efeitos de estrutura de bandas no modelo de Hubbard 2-DDensidades de estados (U=0)

Singularidade de van Hove

Há expectativas de que a presença da singularidade de van Hove favoreça um estado supercondutor [BCS: Tc~ exp[-1/(F)|V|]

Só que quando t2=0, a singularidade ocorre no estado isolante; se t20, a singularidade fica deslocada para a região metálica.

Page 94: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Solução de campo médio (Hartree-Fock) a T = 0:

t2=0

t2=0.4

Page 95: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

88, n = 42/64 0.66

1010, n =0.74

• t2<0 as correlações magnéticas na direção diagonal diminuem; aumentam na direção da face

• t2>0 comportamento oposto

[c.f. espalhamento de nêutrons em cupratos]

• As correlações de carga têm comportamento com t2 oposto ao das correlações magnéticas.

[Huang et al. (01)]

Sem evidência de FM nos intervalos

estudados

Page 96: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Indicações de SUC:4x4, t2 = 0.4n = 1.1 U=0 U=4

6x6, t2 = 0.4n = 1.5 U=0 U=4

A presença de U aumenta a suscetibilidade de pares (onda-d), quando comparada ao caso livre.

Não foi possível à época realizar um estudo mais sistemático: FSS, <n>, etc.; probs: sinal negativo, tempo, etc.

[dos Santos, 89]

Page 97: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

tx

ty

t/’ t\’

t’’

[Kuroki e Aoki (98)]

Estendem o espaço de parâmetros para que o espectro fique com níveis pouco espaçados

12x12<n>=0.82t’=-0.43t’’= 0.07U=1

12x12<n>=1.32

t’=-0.5t’’= 0U=1

Page 98: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

O Modelo de Hubbard Atrativo

iii

iii

jiji nnnnUcctH

σH.c.

,,

Características:•Emparelhamento no espaço real, ao

contrário de BCS.•Equivale a BCS para |U| << t•Apresenta gap (para excitações) de

spin SUC’s de alta T

•Mais amigável para cálculos numéricos

pode ser usado como modelo efetivo para entender diversas propriedades de supercondutores (p.ex., desordem)

[Micnas et al. (90)]

Tc

T*(região de pares pré-formados;gap de spin)

|U|

Page 99: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Algumas propriedades [Emery (76), dS(93)] :

1. Transformação partícula-buraco parcial:

i

iiii cccc 1,

iii

iii

jiji

nnUnnU

cctHH

2

σH.c.

,,

acoplamento com campo magnético (z)Interação Repulsiva

Page 100: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Ainda como conseqüência desta transformação,

correlações de pares correlações antiferromagnéticas XX e YY

correlações de carga correlações antiferromagnéticas ZZ

U < 0 U > 0

Page 101: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

2. Limite de acoplamento forte U >> t :

Façamos o limite de acoplamento forte em H ’

||,,

UtJShJHji i

ziji

24SS com

AFM de Heisenberg com campo uniforme na direção z:• se h = 0, ordem tipo Heisenberg isotrópico• se h 0, ordem tipo XY

O que isto implica para nosso modelo atrativo original?• se a banda é semi-cheia: coexistência CDW + SUC• fora da banda semi-cheia: somente SUC

a dimensão espacial define se a ordem é de longo alcance, e/ou se persiste a T > 0

Page 102: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Análise de QMC em 2D [Moreo and Scalapino (91); Paiva, dS et al. (04)]: sem sinal negativo! Função de corelação de pares

com

Em 2D:• banda semi-cheia: Heisenberg isotrópico só há ordem de

longo alcance a T=0 • fora da banda semi-cheia: modelo XY há quase-ordem a T

< Tc Kosterlitz-Thouless

Finite-size scaling:

K-T: = ¼

Page 103: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.00.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

T C

< n >

0 4 8 12 16

0,01

0,1

5 6 7 8 90.02

0,03

0,040,050,060,070,080,090,1

P

s/L2- s

L=4

18

Cruzamentos: estimativa de Tc para <n>

Variando-se <n> obtém-se Tc (<n>)

[Paiva, dS, et al. (04)]

Page 104: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Em 3D:

Expansões em série para o modelo XY: = 0FSS:

LfTPLTLfTPL css qualquer para ,022

L = 3 ??

L = 4

L = 6[dos Santos (94)]

Page 105: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Lx

Lz

Ly

Qual a dimensão linear deste sistema?

22213

zyx LLLL

11123

zyx LLLL

31

3 zyx LLLL

Para 4x4x2, temos L1 = 2.83, L2 = 3, e L3 = 3.17Escolhe-se a definição que aproxima os encontros no scaling plot

[dos Santos (94)]

Page 106: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Suscetibiliade uniforme:

tipo Pauli (na rede)

tipo spin gap

pares pré-formados[dos Santos (94)]

Page 107: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

QMC no mod repulsivo

Sols. variacionais

U

O máximo de Tc não parece variar muito com U.

[dos Santos (94)]

Page 108: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Metais, Isolantes ou Supercondutores?Motivação: Como determinar, através de simulações, se o estado fundamental é SUC, sem supor qualquer simetria para o estado do par? (E, caso não seja, determinar se é isolante ou metal)

[Scalapino et al. (93)]

Considere a componente x do operador densidade de corrente

e sua função de correlação espaço – i-temporal

Idéia básica: resposta do sistema (anel ou toróide) a um fluxo magnético

Page 109: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Tomemos a transformada de Fourier (no espaço e no i-tempo) da função de correlação

Agora podemos definir os limites

transverso

longitudinal

Page 110: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Definamos também a energia cinética associada aos links na direção x

Regra de soma impõe que deve sempre ser veri-ficada através de cál-culos explícitos

Testes: Hubbard repulsivo e atrativo na rede

quadrada com QMC

Page 111: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Kx

Kx

N.B.: Os q são discretos:limq0 sujeito a erros deextrapolação

OK: L = Kx a cada temperatura

Page 112: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Como resultado do Efeito Meissner, o parâmetro de ordem supercondutor (densidade superfluida) é dado por

Fase SUC: s 0 como resultado da simetria L -T (ou Kx- T) ser quebrada

Page 113: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

s = 0: Hubbard repulsivo na banda semi-cheia é isolante

Hubbard atrativo fora da banda semi-cheia

Note efeito de temperatura: para = 2, s = 0para = 6, 10 s 0consistente com transição

de K-T a T finita

Kx

Kx

Page 114: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Hubbard atrativoCuidado com análise a T fixa: aparente fase SUC na banda

semi-cheia.

Hubbard atrativo a = 10: s extraída a partir de T calcu-

lada no menor qy disponível

Kx

Page 115: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Hubbard repulsivo fora da banda semi-cheia (sinal negativo!):

s = 0: não-SUC

s = 0: não-SUC; mas cuidado com efeitos de tamanho finito

Page 116: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Examinemos, então, a condutividade:

D é o peso de Drude ( densidade de transportadores/massa); logo

E quando o sistema não fôr SUC, podemos dizer se é M ou I?

Isolante D = 0Metal D 0

D pode ser calculado como

O lim0 é mais eficientemente tomado numericamente em termos das freqüências de Matsubara

Page 117: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

D 0: Hubbard repulsivo na banda semi-cheia é isolante;

atenção para efeitos de tamanho-Kx

-Kx

D D0 : Hubbard repulsivo fora da banda semi-cheia é metálico.

Cuidado: isto não quer dizer que o sistema seja metálico a T > 0. Isto é

pq T < para excitações de partícula-buraco; para T fixa e L , teríamos, necessariamente, D 0

Page 118: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

KxHubbard atrativo a = 10: D D0 (zero resistência)

Page 119: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Efeitos de DesordemMotivação: Todos os sistemas estudados até agora eram puros. Quais são os efeitos de impurezas – isto é, componentes que se comportam de modo diferente da maioria – nas propriedades físicas dos materiais? Exemplos:

• átomos magnéticos diluídos em matrizes não-magnéticas; • átomos de uma espécie diluídos em matrizes de outra; diferentes níveis atômicos ou integrais de hopping• sítios com U = 0 diluídos em matriz de sítios com U < 0• etc.

Page 120: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

2 tipos de desordem, caracterizadas pelas relações entre as escalas de tempo envolvidas: Sejam

• – tempos característicos da dinâmica das interações; p.ex.: tempos de flutuação dos spins; tempos de hopping de elétrons, pares de Cooper, etc.• i – tempos associados à difusão das impurezas pela matriz hospedeira

Se ~ i a configuração (posição, etc.) das impurezas é determinada pelas condições de equilíbrio desordem recozida (annealed)

ZTkGeZ BsH

c sc lnTr

P.ex., para um isolante magnético:

Se << i a configuração (posição, etc.) das impurezas é totalmente aleatória e congelada. desordem temperada (quenched)

ZTkGeZ BsH

sc

c lnTr P.ex., para um

isolante magnético:

Page 121: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

•No caso de simulações, gera-se uma configuração de desordem e executa-se os passos como antes: termalização, promediação, etc.

•Repete-se para um certo número de configurações de desordem, e faz-se a média das grandezas sobre as diferentes realizações de desordem.

Consideraremos aqui apenas desordem temperada

Page 122: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Quanto podemos dopar um supercondutor até que ele fique normal (isolante ou metal)?Questão ainda mais interessante em 2-D (filmes bem finos):

• supercondutividade é marginal transição de Kosterlitz-Thouless

• coomportamento metálico (e- livres) também marginal

Localização para qq desordem (expts. recentes: MIT possível?)

Supercondutores desordenados

Page 123: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Sheet resistance:

R a uma temperatura fixa pode ser usada como medida de disordem

Desordem em escalas atômicas: filmes amorfos sputtered

CR

ITIC

AL

TEM

PER

ATU

RE

T c (ke

lvin

)

Mo77Ge23 film

[J Graybeal and M Beasley (1984)]

t

ℓℓ

ttAR

independe do tamanho do quadrado

Tc decresce com a desordem: blindagem da repulsão coulombiana é enfraquecida

SHEET RESISTANCE AT T = 300K (ohms)

Page 124: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

†( . )i jìj

H t c c h c

Potencial químico: controla # de elétrons

i i ii

U n n ( )i ii

n n

Ui = 0 com prob fUi = U com prob 1-f

Modelo para estudo da desordem:

Inicialmente T 0: efeito da desordem no estado fundamental

2

2sP C

L L Aprox de onda de spin

gap supercondutor

†s i r i

r

P † † †i i ic c onde QMC

[Hurt,..., F Mondaini, T Paiva, & dS (05)]

Page 125: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

0.00 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 0.10 0.11 0.12 0.130.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

0.06

f=0/16 f=1/16 f=2/16 f=4/16 f=5/16

Ps/

L2

1/L0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

f

[D Hurt,..., F Mondaini, T Paiva, & dS (05)]

Transição não-percolativa: fc < 0.41

Impurezas inibem CDW só resta parâmetro de ordem de 2 componentes (reflexo do que ocorre a T >0)

aumento da ordem por desordem

Em andamento: T > 0

Page 126: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

Conclusões e Perspectivas• QMC é um método poderoso para o estudo de sistemas fortemente correlacionados• Deve ser acompanhado de uma análise de dados criteriosa• O problema da instabilidade a baixas T foi contornado• O problema do sinal ainda está aberto (veja próximo slide)• Perspectivas:

•Adaptação para o estudo de modelos multi-orbitais deve ser buscada; e.g., Anderson

•Acoplamento de férmions com momentos localizados (tipo Kondo): propostas de THS já feitas em alguns trabalhos [Assaad (99)]

• Dissipação Quântica [Capriotti et al., (2002)]

Page 127: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

O sinal negativo

A origem do problema:

Façamos a THS nas ℓ primeiras fatias temporais

2N valores de P1 emergem de P0 P0 = Z > 0

A amostragem é feita em ℓ=M; se considerássemos todas as possíveis configurações, PM teria # de valores positivos ligeiramente (exp a baixas T ’s!) maior que negativos.

{SW Zhang [1999(a)(b)]}

Page 128: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados
Page 129: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

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Page 130: Monte Carlo Quântico para Férmions Fortemente Correlacionados

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