um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos...

22
UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS SUSTENTÁVEIS DE INVESTIMENTO SOCIAL CORPORATIVO E AVALIAÇÃO DE RISCOS Nícolas Castro Lopes (UFF) Mara Telles Salles (UFF) Resumo Na seleção de projetos socioambientais, a preocupação com a sustentabilidade dos projetos a serem financiados, ou seja, a perpetuação de seus resultados, tem sido uma constante. Escolher um projeto que não possa se sustentar é desperdiçar oos recursos de uma empresa. Nesse estudo, pretendeu-se aprofundar o Modelo do Alvo da Sustentabilidade para seleção de projetos de Investimento Social Corporativo. Esse modelo é baseado na literatura de investimento social privado, de gerenciamento de projetos, nas experiências de organismos desenvolvimento regional, e já foi validado em grandes empresas. O resultado foi a criação de parâmetros de avaliação para aplicação prática do modelo, vislumbrando-se com clareza os principais fatores que colocam em risco a sustentação de um projeto social. Palavras-chaves: Seleção de Projetos. Responsabilidade Social Corporativa. Investimento Social Privado 12 e 13 de agosto de 2011 ISSN 1984-9354

Upload: phungtu

Post on 12-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

UM MODELO PRÁTICO PARA

SELEÇÃO DE PROJETOS

SUSTENTÁVEIS DE INVESTIMENTO

SOCIAL CORPORATIVO E AVALIAÇÃO

DE RISCOS

Nícolas Castro Lopes

(UFF)

Mara Telles Salles

(UFF)

Resumo Na seleção de projetos socioambientais, a preocupação com a

sustentabilidade dos projetos a serem financiados, ou seja, a

perpetuação de seus resultados, tem sido uma constante. Escolher um

projeto que não possa se sustentar é desperdiçar oos recursos de uma

empresa. Nesse estudo, pretendeu-se aprofundar o Modelo do Alvo da

Sustentabilidade para seleção de projetos de Investimento Social

Corporativo. Esse modelo é baseado na literatura de investimento

social privado, de gerenciamento de projetos, nas experiências de

organismos desenvolvimento regional, e já foi validado em grandes

empresas. O resultado foi a criação de parâmetros de avaliação para

aplicação prática do modelo, vislumbrando-se com clareza os

principais fatores que colocam em risco a sustentação de um projeto

social.

Palavras-chaves: Seleção de Projetos. Responsabilidade Social

Corporativa. Investimento Social Privado

12 e 13 de agosto de 2011

ISSN 1984-9354

Page 2: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

2

1 INTRODUÇÃO

Os Investimentos Socioambientais geralmente são relacionados às práticas de

Responsabilidade Social Corporativa (RSC), que a cada momento, ganham maior importância

no mundo empresarial. Há uma pressão crescente, por parte da sociedade, para que sejam

feitos empreendimentos de forma sustentável (PENALVA, 2008) e, também, há uma

disposição por parte de muitas corporações em demonstrar consciência socioambiental,

guardadas suas devidas motivações.

A RSC é parte de um movimento ainda maior, o da gestão sustentável das

organizações (ALLEDI FILHO, QUELHAS, 2006). A RSC tem ganho maiores proporções

em paralelo ao amadurecimento dos conceitos de Desenvolvimento Sustentável (UNITED

NATIONS, 1987) e Ecodesenvolvimento (SACHS, 1986) ao longo das últimas décadas.

Observa-se contribuição relevante da RSC para o Desenvolvimento Sustentável.

O Tripple Bottom Line (ELKINGTON, 1994) ajuda a trazer estes conceitos para

dentro das empresas, por se referir a uma linguagem empresarial. Muitas vezes é representado

pelos 3P´s: People, Planet and Profit.

O Investimento Social pode ser apenas uma das formas de manifestação da RSC, que é

um conceito amplo.

1.1 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

É fundamental garantir que estes investimentos sociais apresentem resultados

duradouros. As empresas têm discutido as formas de garantir e avaliar a efetividade dos seus

projetos.

Porém, ainda é mais vantajoso identificar os riscos a estes projetos já durante o

processo de seleção, pensando em maior efetividade e sustentabilidade (COUTINHO, 2006),

o que tem recebido menor atenção dos estudiosos.

Page 3: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

3

Para Coutinho (2006), muitas são intituladas "empresas socialmente responsáveis"

simplesmente por patrocinarem projetos em comunidades. Pouco se questiona sobre a forma

como tais projetos são implementados.

Assim, como estimar os riscos de um projeto investimento social corporativo durante a

seleção dada tamanha subjetividade que pode conter o processo? Esse é o problema que se

pretende responder com o artigo.

Projetos mal sucedidos podem trazer más conseqüências à empresa, financeiras e de

imagem.

Um levantamento anterior evidenciou que no Mestrado em Sistemas de Gestão do

Laboratório de Tecnologia (LATEC) da Universidade Federal Fluminense (UFF) alguns

pesquisadores já trilharam caminhos circundam a questão:

Marketing Social (ANDRADE, 2004) e retornos para a empresa decorrentes da

atuação social (FERREIRA; 2006), portanto um tema correlato mas que não

trata diretamente do objeto deste estudo;

Araújo (2005, p.7) propõe:

“o desenvolvimento de um sistema de gestão da responsabilidade social

corporativa, capaz de avaliar a efetividade das ações empresariais e seus pactos junto

às comunidades e iniciativas sociais apoiadas; valorizar a imagem institucional e

elevar a capacidade de atrair e reter talentos”

Rosa (2007) sugere um sistema de gestão para projetos sociais, logo tanto Rosa

(2007) quanto Araújo (2005) contemplam em seus estudos desde a fase de

planejamento até a avaliação de resultados do investimento social; Araújo

ainda ressalta a definição de diretrizes internas antes da escolha dos projetos;

A avaliação de resultados post facto tem recebido a maior atenção dos estudos

(LIMA, 2004; PEREIRA, 2005; ROSA, 2007; ARAÚJO, 2005);

Pereira (2005) analisa os impactos de um projeto e faz uma tentativa de

determinar os fatores críticos de sucesso na gestão de projetos sociais. O autor

sugere para trabalhos futuros a “elaboração de estudo propositivo que aponte as

condições necessárias para a sustentabilidade das ações sociais”, justo o que

está se estudando nesse artigo;

Araújo (2005), Rosa (2007) e Pereira (2005), embora se aproximem mais do foco do

artigo, contribuem com um trabalho de grande amplitude, mas não esgotam todos os critérios

de seleção de projetos.

Page 4: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

4

Outros autores fora do LATEC desenvolvem trabalhos correlatos, contribuindo com o

estudo:

Cotrim (2004) analisa uma técnica para incentivar a criação de projetos sociais

e comenta a interferência do trabalho voluntário nesses projetos;

Angel (1995), através do Instituto Latinoamericano e do Caribe de Planificação

Econômica e Social (ILPES), cria um Guia metodológico para a preparação e

avaliação de projetos de investimento social, contando com a experiência do

autor com o Governo da Venezuela;

Nogueira e Chauvel (2003) estudam critérios de decisão adotados por cinco

empresas para patrocínio de projetos sociais; o resultado é uma matriz em que

se informa se as empresas consideram ou não o alinhamento às linhas de

atuação pré-definidas, localidade de execução dos projetos, parceria com outras

instituições, autossustentação e benefícios para a mantenedora; portanto, há

apenas a citação, mas não se permite detectar exatamente quais são os

parâmetros de seleção;

Rodrigues (2004), na Fundação Getúlio Vargas, estuda uma metodologia para

avaliação de resultados das ações sociais das empresas;

Catarina e Serva (2004) estudam de forma ampla o investimento social privado

em duas empresas do setor financeiro e suas diretrizes internas, sem focar nos

critérios de seleção.

Assim, apesar da contribuição destes pesquisadores e outros, como será visto adiante,

nota-se que ainda existe uma lacuna a ser preenchida quanto aos critérios de seleção de

projetos sociais, conforme figura 1:

Autossustentaçãodos projetos(NOGUEIRA e CHAUVEL, 2003)

Diretrizes(ARAÚJO, 2005.; CATARINA e SERVA, 2004)

Avaliação post facto(RODRIGUES, 2004; LIMA, 2004;

PEREIRA, 2005; ROSA; 2007)

Sistema de gestão(ROSA, 2007; ARAÚJO, 2005)

Marketing social e retornos para

a empresa(ANDRADE, 2004; FERREIRA, 2006)

Concepção dos projetos(COTRIM, 2004)

Fatores críticos de sucesso (PEREIRA, 2005)

Projetos governamentais (ANGEL, 1995)

Voluntariado(COTRIM, 2004)

Figura 1 – A lacuna de conhecimento em investimento social corporativo

Fonte: LOPES (2010)

Page 5: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

5

Parte dessa lacuna foi complementada com a dissertação “Investimento

Socioambiental Corporativo: a busca por um modelo de seleção de projetos sustentáveis”

(LOPES, 2010). Na dissertação construiu-se o “Modelo do Alvo da Sustentabilidade” para

seleção de projetos de investimento social. Nele foram identificados diversos quesitos que

podem afetar a sustentação da instituição executora, do projeto ou dos seus resultados a

médio-longo prazo.

Agora se pretende criar formas de comparação entre cada um dos projetos candidato

para cada um desses quesitos e meios de identificar se o projeto atende às exigências

mínimas. Ao criar uma escala qualitativa, pode-se reduzir a subjetividade das avaliações

normalmente feitas pelos grupos avaliadores.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Consolidar a metodologia de seleção de projetos de investimento social corporativo, o

que poderá proporcionar melhores resultados à empresa e aos stakeholders comunidades e

sociedade.

1.2.2 Específico

Criar uma escala qualitativa para enquadramento dos projetos candidatos ao

investimento social corporativo, reduzindo a subjetividade das avaliações.

Page 6: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

6

2 REVISÃO DA LITERATURA

Para o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE, 2002, p. 12), o Investimento

Social Privado é o uso planejado, monitorado e voluntário de recursos privados, provenientes

de pessoas físicas ou jurídicas, em projetos sociais de interesse público. Isto diferencia esse

investimento das práticas assistencialistas.

Como este conceito do GIFE também diz respeito aos projetos ambientais, deveria-se

usar o termo investimento socioambiental. Para excluir os investimentos privados feitos por

pessoa física, propõe-se substituir o termo “privado” por “corporativo”, assim resultando na

expressão mais adequada “Investimento Socioambiental Corporativo” (ISC).

No trabalho, serão focados os projetos sociais. Os projetos culturais não estão sendo

considerados uma forma de ISC.

Na literatura de gestão de projetos foca-se a necessidade de análise prévia dos riscos,

que podem ter impacto no tempo, custo, escopo ou qualidade do projeto (PMBOK, 2004, p.

237). Assim, devem ser planejadas ações preventivas ou mitigadoras.

As empresas brasileiras têm realizado parcerias com outras empresas, organizações

não-governamentais e órgãos do governo.

2.1 DIRETRIZES DE INVESTIMENTO SOCIAL CORPORATIVO

Antes de iniciar a seleção dos projetos, os autores recomendam definir internamente as

diretrizes desses investimentos, analisando os seguintes elementos:

Fundamentação (GIFE, 2002, p.34): é a motivação da empresa para investir;

Objetivos geral e específicos do investimento (GIFE, 2002, p.34): são os

impactos que se pretende produzir;

Page 7: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

7

Definição do foco de investimento (GIFE, 2002, p.34; ARAÚJO, 2005);

Estimativa orçamentária (GIFE, 2002, p.34; ARAÚJO, 2005);

Metodologia e estratégias (GIFE, 2002, p.34): definição do processo seletivo e

de monitoramento dos projetos;

Modus operandi (GIFE, 2002, p.34): definição da estrutura organizacional para

trabalhar nesses investimentos;

Perfil das organizações parceiras (ARAÚJO, 2005);

Premissas da relação de parceria (LOPES, 2010).

2.2 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

A análise da sustentabilidade de uma iniciativa, programa ou ação social é tarefa

árdua, em função da dificuldade de se encontrarem indicadores que possam ser utilizados para

tal mensuração (COUTINHO, 2006).

Em 1990, o Banco Mundial recomendou que a análise da sustentabilidade dos projetos

de desenvolvimento econômico e social incorporasse seis tipos de capital: humano, natural,

cultural, institucional, físico e financeiro. De acordo com sua experiência, viu-se que o êxito

dependia do equilíbrio entre esses tipos de capital (BANCO MUNDIAL, 1990).

Um dos exemplos pode ser uma obra de infraestrutura escolar. Ela somente trará

resultados caso haja mão de obra capacitada e organizada, para que a infraestrutura possa ser

aproveitada. Desse modo, a sustentabilidade não se limita à dimensão financeira.

A visão tradicional do Banco Mundial não contemplava o capital natural. No passado,

alguns projetos levaram à depleção de recursos naturais, como água e florestas, causando o

efeito contrário ao desejado: um retrocesso econômico.

A existência de estradas, canais de transporte, e barragens está associada ao Capital

Físico. A existência de leis como de preservação das águas, instituições que fortaleçam a

transferência e adaptação tecnológica e suporte governamental, representa o Capital

Institucional.

O Banco Mundial (2001, p.15) possui objetivos de longo prazo em 5 categorias:

indicadores relacionados à infraestrutura, ambiente natural, desenvolvimento social,

Page 8: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

8

desempenho do setor público, e desenvolvimento do setor privado, reforçando a ênfase nos

capitais já expostos.

Angel (1995, p. 27) corrobora com esta visão ao sugerir avaliar se o projeto é factível

do ponto de vista físico, técnico, institucional e cultural. Uma de suas contribuições é quanto à

disponibilidade de insumos (p. 46).

Baseado principalmente na visão do Banco Mundial foi estruturado um modelo

analítico para dar suporte na elaboração dos critérios de seleção de projetos sociais, o Modelo

do Alvo da Sustentabilidade (LOPES, 2010), conforme Figura 2. Trata-se de uma visão

matricial destes capitais em três níveis: da instituição parceira executante, do projeto em si e

dos resultados. A sugestão é que a empresa interessada em investimentos sociais esgote os

quesitos de seleção em cada intersecção.

Na Figura 2, já foram identificados alguns desses quesitos (numerados), após pesquisa

bibliográfica e em 4 grandes empresas com atuação no Brasil.

Figura 2 – O Modelo do Alvo da Sustentabilidade, com quesitos de seleção assinalados

Fonte: LOPES (2010), baseado nos 6 capitais do Banco Mundial (1990)

Esses quesitos serão comentados agora, com a numeração correspondente.

Sustentabilidade da Instituição:

Page 9: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

9

1) Idoneidade e isenção político-partidária (ARAÚJO, 2003; ROSA, 2007): o

cumprimento das leis e desvinculação a movimentos políticos que podem

desvirtuar os objetivos da candidata;

2) Experiência na área e histórico de resultados obtidos (ROSA, 2007; BARROS,

2002);

3) Solidez financeira atual da instituição (LOPES, 2009; MARINO, 2003);

4) Quadro diretor (LOPES, 2009; BARROS, 2002): formação, experiências e

habilidades, como por exemplo de liderança, e idoneidade dos diretores;

Sustentabilidade do Projeto:

5) Necessidade do público-alvo e compatibilidade com o foco (ANGEL, 1995):

trata-se de avaliar se realmente há demanda por algum tipo de bem ou serviço e

qual a sua representatividade, assim como analisar o quanto o projeto está

alinhado ao foco de investimentos da empresa;

6) Clima da comunidade (ROSA, 2007; ANGEL, 1995): é a receptividade dos

próprios beneficiados e da vizinhança;

7) Existência de parceiros, capacidade de articulação e suporte legal (ROSA, 2007;

ANGEL, 1995): se refere a parceiros técnicos ou financiadores, o quanto a

candidata está preparada para se aliar a eles e se há estabilidade política e leis que

tornem os projetos propícios;

8) Planejamento de Recursos Humanos (ROSA, 2007; PMBOK, 2004): está

relacionado à capacidade da candidata de atrair, desenvolver e reter talentos e

conhecimentos, assim como à qualificação do quadro de colaboradores;

9) Orçamento (ANGEL, 1995): além da consistência do orçamento, e saber se está

dentro do definido pela empresa, cabe a análise desse ser excedido e qual seria em

reais o preço desse risco (talvez correr esse risco seja válido);

10) Divulgação (ARAÚJO, 2005; ANGEL, 1995): a pesquisa demonstrou um ponto

de vista das empresas de que a divulgação pode ajudar a aproximar mais parceiros

de todos os tipos;

11) Consistência técnica da proposta: este quesito foi incluído após validação nas

empresas e significa avaliar se a metodologia pode trazer os resultados esperados;

Page 10: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

10

Sustentabilidade dos resultados:

12) Análise de mercado: este quesito também foi incluído após validação nas

empresas. Cooperativas que viriam a produzir um gênero alimentício dependem

de haver demanda na região ou até onde a logística seja competitiva. Projetos de

formação profissional também precisam de demanda por aquela qualificação para

quem venham a emancipar aqueles beneficiados;

13) Definição de indicadores quantitativos, qualitativos, de resultado e processo

(ANGEL, 1995): o quanto a situação permite ou a organização está preparada para

fazer medições que tornem o projeto gerenciável. Algumas organizações ainda

confundem indicadores de resultados e de meios para atingi-lo;

14) Contribuição para emancipação (ARAÚJO, 2005): é o quanto os beneficiados se

tornarão independentes desse tipo de projeto;

15) Potencial de impacto do projeto (ROSA, 2007): de preferência, quantificar

quantas pessoas serão beneficiadas e em que termos.

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1 ESTRATÉGIA ADOTADA

A análise bibliográfica buscou os principais autores em cada área de conhecimento:

Investimento Social Privado: GIFE (2002);

Projetos: PMBOK (2004);

Sustentabilidade de projetos: Banco Mundial (1990);

Page 11: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

11

Projetos de RSC: GIFE (2002), Araújo (2005);

Critérios de seleção de projetos de investimento social corporativo: Araújo

(2005), Mokate (2002), Angel (1995);

Segue o esquema explicativo sobre o passo a passo metodológico da pesquisa:

Figura 3 – Passo a passo metodológico

Fonte: Elaborado pelo autor (2011)

3.2 TIPO DE PESQUISA

Em paralelo à validação em 4 empresas do modelo analítico já comentado no item 2.2,

foram verificados diferentes estágios de evolução dos projetos em cada quesito. A validação

se deu por entrevistas. Essa experiência permitiu traçar uma escala qualitativa.

Assim, quanto aos fins, esta pesquisa se classifica como metodológica, pois pretendeu

esclarecer uma temática existente, porém não consolidada, e fornecer meios, sistematizar, ou

sugerir um método para aplicação nas empresas.

Quanto aos meios de investigação, tratou-se de análise bibliográfica (duração de 11

meses, entre 2008 e 2009), pesquisa de campo e análise multicasos (duração de 7 meses, em

2010).

PRODUTO: Modelo do Alvo da Sustentabilidade

6. Formulação da escala qualitativa com base na

pesquisa bibliográfica e respostas das empresas.

1. Análise bibliográfica;

2. Elaboração do modelo de seleção de projetos, reunindo

critérios propostos por outros autores;

3. Atualização quanto às práticas nas empresas escolhidas,

através de entrevistas com os “selecionadores” de projetos;

4. Discussão e validação do modelo e critérios em

entrevistas com as empresas;

5. Junção, análise de informações e conclusões;

2009

2010

2011

Page 12: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

12

3.3 DEFINIÇÃO DE UNIVERSO, AMOSTRA E

SUJEITOS

Universo: Empresas com ações no contexto do investimento social corporativo.

Amostra: Empresas selecionadas de notório reconhecimento nessas ações, de porte

grande, com atuação no Brasil. Com base nos critérios foram selecionadas e convidadas 10

empresas. Quatro aceitaram o convite.

A seleção se deu por critério de acessibilidade, com empresas dentro dos critérios a

seguir:

Mais de 5 anos de atuação;

Ter patrocinado mais de 20 projetos de investimento social;

Lucro líquido em 2009 superior a 100 milhões de reais;

Com ações em bolsa de valores;

Ser ou ter sido signatária do Pacto Global das Nações Unidas, participante do

Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo

(BOVESPA), ou vinculada ao Conselho Empresarial Brasileiro para o

Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Estes critérios tinham por objetivo que a empresa tivesse fôlego financeiro que

permitisse esses investimentos. Mais informações estão disponíveis quando possui ações em

bolsa. Ser signatária do pacto global ou participante do CEBDS pode demonstrar um mínimo

de preocupação ética. Participar do ISE-BOVESPA, um histórico recente de boa conduta

ética.

Seleção dos sujeitos: especialistas em seleção de projetos sociais ou seus respectivos

gerentes. Foi entrevistado um especialista em duas das empresas. Em outra, um gerente e um

especialista. Na última, o próprio gerente.

3.4 COLETA E TRATAMENTO DE DADOS

Page 13: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

13

A pesquisa bibliográfica ocorreu através de busca nos bancos de teses e dissertações

de diversas universidades brasileiras, artigos em portais de periódicos citados no CAPES, e

livros em bibliotecas.

Para a entrevista, foi usado um roteiro semiestruturado, permitindo que questões-

chave não deixassem de ser abordadas, sem ignorar o que não foi cogitado.

Duas das entrevistas ocorreram presencialmente e as demais por telefone. As

informações foram registradas no próprio roteiro e reenviadas aos respondentes para

validação.

Alguns documentos destas empresas também foram disponibilizados previa ou

simultaneamente às entrevistas.

As informações coletadas nas empresas foram analisadas comparativamente entre si e

em relação ao estudo teórico.

3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

A escala qualitativa de classificação dos projetos candidatos está sendo elaborada

posteriormente à coleta de informações nas empresas. Assim, esta não está sendo testada por

elas. Além disso, demandaria que estas a adotassem em um processo seletivo com certa

amplitude. Haverá necessidade de adequação da escala a cada empresa e tipo de projeto em

específico.

4 RESULTADOS

Page 14: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

14

Foi elaborada a escala qualitativa de avaliação do potencial e riscos de um projeto

candidato. Essa escala é acumulativa, ou seja, para se considerar atendida a classificação B, a

A deve ter sido atendida, e assim sucessivamente.

Sustentabilidade da Instituição

1) Idoneidade e isenção político-partidária da instituição parceira:

Qualquer negativa elimina a candidata do processo seletivo

A) Possuir CNPJ, declaração de utilidade pública, apresentar Certidões negativas de

débito junto ao INSS, tributos federais e FGTS, ata de eleição da diretoria, e quando aplicável,

a comprovação de inscrição junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente, ser gratuito para os beneficiados. Não ter sido fundada por candidatos políticos

ou seus familiares;

B) Boas referências junto a outros parceiros.

2) Experiência na área e histórico de Resultados Obtidos:

A) Possui mais de um ano de existência atuando na área relacionada ao projeto;

B) Já concluiu pelo menos um projeto (ou ciclo) na mesma linha com alguns resultados

positivos;

C) Demonstrou resultados bem sucedidos em mais de um projeto (ou ciclos), percebendo-

se um nível constante;

D) Possui formas de garantir sucesso de seus projetos independente da rotatividade dos

profissionais.

3) Solidez financeira atual da instituição

A) Não possui débitos ou o grau de endividamento é irrelevante.

B) Evidencia recursos próprios bem como suas fontes;

C) Possui fontes diversificadas de financiamento;

D) As receitas são estáveis ao longo dos últimos X anos (a depender da duração

pretendida do projeto).

4) Quadro diretor

Page 15: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

15

A) Possui histórico de idoneidade

B) É qualificado para gestão do projeto

Há a possibilidade de criar escalas intermediárias dentro do item B caso muitas

organizações não o atendam, ou o superem.

Sustentabilidade do Projeto

5) Necessidade do público-alvo e compatibilidade com o foco

A) É aparente a demanda de serviços não atendida daquele público e naquele contexto;

B) Essa carência é significativa e o público-alvo é compatível com o foco da empresa em

termos de região geográfica, faixa etária, escolaridade, entre outros;

C) O objetivo do projeto está totalmente alinhado com as diretrizes da empresa e a

carência é evidenciada por estatísticas públicas.

6) Clima da comunidade (grupo de pessoas fisicamente ao redor do projeto)

A) O público-alvo deseja e está comprometido com o projeto e seus pré-requisitos;

B) A organização candidata é transparente e estimula a participação da comunidade

no entorno do projeto;

C) A comunidade apóia e participa eventualmente do projeto;

D) A comunidade participa de forma plena, ativa, criando soluções para as

deficiências ocorridas ao longo do projeto.

7) Existência de parceiros, capacidade de articulação e suporte legal

Há necessidade de dividir este em 3 linhas de avaliação. Nas duas primeiras, as escalas

A e B são comuns.

A) A candidata consegue mobilizar seus colaboradores, voluntários e a vizinhança nas

suas ações;

B) A candidata se articula com outras organizações de finalidades diversas, participa

de associações e redes de cooperação.

7.1) Parcerias financeiras

C) A candidata contou com financiamentos eventuais ou constantes no passado, ou já

conta com financiamentos de microempresas. Existem empresas de médio ou

grande porte alinhadas com as mesmas causas;

Page 16: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

16

D) A organização apresenta padrões de transparência e comunicação dos resultados.

Possui potencial para conseguir novos parceiros financiadores de médio ou grande

porte futuramente ou já possui pelo menos um.

7.2) Parcerias técnicas

C) Existem organizações que podem contribuir tecnicamente para o projeto, tais como

universidades, empresas, organizações não governamentais. A candidata pode já

ter tido contribuições pontuais destas organizações;

D) Há parcerias de média ou longa duração estabelecidas junto a essas organizações

que podem contribuir para os resultados do projeto.

7.3) Segurança política e suporte legal-governamental

A) O país possui governo constituído e não apresenta situações de conflitos;

B) Há um sistema legal confiável e situação de estabilidade política;

C) O país constituiu organismos básicos de suporte à causa em questão e/ou leis de

incentivo;

D) A candidata firmou parcerias com órgãos e serviços públicos - sejam de educação,

cultura, assistência social, esportes, saúde, bancos de desenvolvimento ou

prefeituras - para o projeto em questão.

8) Planejamento de Recursos Humanos

A) A candidata conta com profissionais de qualificação e experiência de acordo com

as necessidades do projeto;

B) Consegue manter baixa rotatividade desses profissionais nos últimos anos;

C) Possui uma sistemática de captação, treinamento e retenção de profissionais

consistente e bem sucedida.

D) Conta com profissionais chaves que se destacam por suas competências de

liderança e gestão, que superam as expectativas.

9) Orçamento (Consistência, adicional de contingência e limite de valor)

Pode-se estabelecer que a candidata que não atingir a escala A será eliminada. Para as

escalas B a D sugere-se estipular faixas de valores, em ordem decrescente, relativas ao

universo das propostas de cada candidata dentre as X melhores classificadas, como critério de

desempate.

Page 17: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

17

A) O orçamento está de acordo com as regras e valores aceitáveis pela empresa,

apresentando consistência.

B) Ex.: Projetos entre 1 milhão de reais e 500 mil, ou inferiores mas com risco de

gastos não planejados;

C) Ex.: Projetos entre 500 mil reais e 100 mil, ou inferiores mas com risco de gastos

não planejados;

D) Ex.: Projetos abaixo de 100 mil reais.

10) Divulgação

A) A candidata é conhecida na vizinhança em que atua;

B) Possui um plano de divulgação por mais de um meio de comunicação, visando

atrair novas parcerias de diversos tipos;

C) A candidata é conhecida na cidade ou estado em que atua, sendo referência

legitimada.

D) A reputação da candidata atinge uma esfera nacional ou internacional.

11) Consistência técnica da proposta

Escala a ser definida de acordo com especialistas contratados pela empresa. Pode-se

usar da experiência de projetos anteriores em qualquer organização.

Sustentabilidade dos resultados

12) Análise de mercado

Caso o projeto seja de formação profissional e dependa das oportunidades de emprego

da pessoa, ou seja da venda de algum produto, dependendo de mercado consumidor.

Deve-se, conforme o caso, desenvolver uma escala que considere a utilidade do

produto, atratividade em preço, nível de exigência do consumidor em qualidade, logística de

distribuição e potencial mercado consumidor, com faturamento esperado. A avaliação

resultará da análise de um plano de negócio.

Quanto à projetos de formação profissional, deve-se avaliar a existência de

organizações que possam a vir demandar o profissional, bem como cenário econômico geral

ou específico do ramo de uma empresa.

Page 18: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

18

De qualquer maneira a avaliação fica sendo bastante específica, tanto quanto pode ser

o objetivo do projeto, devendo as escalas serem desenvolvidas caso a caso.

13) Definição de indicadores quantitativos, qualitativos, de resultado e processo

A) A candidata possui indicadores de processo qualitativos e quantitativos definidos;

B) Possui indicadores de resultados qualitativos definidos;

C) Possui indicadores de resultados quantitativos definidos, sendo auditáveis, ou

pretende monitorar a manutenção do resultado após o término do projeto (atende

apenas um desses aspectos).

D) Ambas as respostas do item C.

14) Contribuição para emancipação

Escala a ser definida de acordo com especialistas contratados pela empresa. Pode-se

usar da experiência de projetos anteriores em qualquer organização.

15) Potencial de impacto do projeto

Escala a ser definida de acordo com especialistas contratados pela empresa. Pode-se

usar da experiência de projetos anteriores em qualquer organização. Pode ser analisado como

resultado do conjunto de fatores analisados em cada quesito deste roteiro, inclusive a

consistência técnica da proposta.

Para fins de exemplificação está se usando dois exemplos hipotéticos de projetos

candidatos ao investimento social de uma corporação. Os pesos de cada quesito também

teriam sido atribuídos por essa empresa hipotética. A empresa também teria decidido incluir

um quesito para o Capital Natural, Físico e Cultural (quesitos 16 a 18).

Page 19: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

19

Figura 4 – Exercício de uso da escala qualitativa em dois projetos cadidatos. A numeração corresponde aos

mesmos quesitos que acima. Os quesitos estão agrupados de acordo com a dimensão ou tipo de capital.

Fonte: Elaborado pelo autor (2011)

Nesse exemplo, apesar do projeto X ter alcançado uma pontuação muito maior em

diversos aspectos, e também no total, está sendo eliminado por não ter alcançado o mínimo no

quesito idoneidade (número 1).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro das limitações já mencionadas na metodologia, foi possível formular

uma escala qualitativa para pontuação dos projetos candidatos ao investimento

social corporativo. Algumas organizações cujos patrocínios sejam sujeitas aos órgão

de controle público poderiam ter restrições ao uso dessa escala, mesmo que dentro

dos comitês de avaliação. A escala reduz a subjetividade, mas não a elimina.

Os próximos passos serão o teste da escala dentro de um processo seletivo

real ou diretamente junto a organizações do terceiro setor.

Também será dada abertura às críticas dos especialistas em seleção de

projetos, para validação.

Page 20: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

20

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALLEDI FILHO, Cid; QUELHAS, Osvaldo Luiz Gonçalves. Responsabilidade Social nas

organizações brasileiras. In: LEMOS, Haroldo Mattos. Sustentabilidade das organizações

brasileiras. Niterói: ABEPRO, 2006.

ANDRADE, Ana Paula de Freitas. Marketing Social e Ações de Responsabilidade Social:

os resultados e o impacto na empresa e na sociedade. Dissertação (Mestrado em Sistemas de

Gestão). Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2004.

ANGEL, Hector Sanin. Guía Metodológica para la preparación y evaluación de proyectos

de inversión social. Santiago: ILPES, 1995.

ARAUJO, Fernando Oliveira. Sistema de gestão da responsabilidade social corporativa:

proposta para uma organização multinacional da indústria automobilística brasileira.

Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão). Universidade Federal Fluminense, Niterói,

2005.

BANCO MUNDIAL. Sustainability of Development Operations in Evaluation Results for

1988: Issues in World Bank Lending over Two Decades. Operation Evaluation Department,

Washington, D.C., 1990.

BANCO MUNDIAL. Annual Review of Development Effectiveness: Making Choices.

Operation Evaluation Department, Washington, D.C., 2001.

BARROS, Marcos. Uma Proposta de Tipologia Organizacional Comparada das

Organizações Não-Governamentais. Anais do ENANPAD, 2002.

CATARINA, José Alves; SERVA, Maurício. Responsabilidade social: contribuições para a

análise do investimento social privado. Revista Alcance, UNIVALI, Vol. 11, n.3 p. 321 – 338,

Set. / Dez. 2004.

COTRIM, Rodrigo Sant’Anna. MIYASHITA, Ricardo. Aplicação de uma metodologia

estruturada para desenvolvimento de um projeto social no setor educativo. Anais do

Encontro Engenharia e Desenvolvimento Social, v. 1. p. 1-10. Rio de Janeiro, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, 2004.

COUTINHO, Renata Buarque Goulart; MACEDO-SOARES, Teresa Diana L. V. A.; Silva,

José Roberto Gomes. Projetos sociais de empresas no Brasil: arcabouço conceitual para

pesquisas empíricas e análises gerenciais. Revista de Administração Pública, vol.40, n.5,

Rio de Janeiro set/oct, 2006.

Page 21: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

21

ELKINGTON, John. Towards the Sustainable Corporation: Win Win Win Business Strategies

for Sustainable Development. California management review, Vol. 36, Nº2, Winter, 1994.

FERREIRA, Carla Marcia Salles. A evolução da responsabilidade social empresarial na

gestão e sua relação com os grupos de interesse: estudo de caso perdigão. Dissertação

(Mestrado em Sistemas de Gestão). Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2006.

GIFE. Guia GIFE sobre investimento social privado: como iniciar um programa de ação

social na sua empresa, 2002. Disponível em: http://www.gife.org.br/. Acesso em 01/02/2008.

LOPES, Nícolas Castro. Investimento Socioambiental Corporativo: selecionando projetos

sustentáveis. Monografia (MBA em Organizações e Estratégia). Universidade Federal

Fluminense, Niterói, 2009.

LOPES, Nicolas Castro. Investimento Socioambiental Corporativo: a busca por um modelo

de seleção de projetos sustentáveis. Dissertação. Mestrado em Sistemas de Gestão (Linha da

Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa). Universidade Federal Fluminense

(LATEC), Niterói, 2010.

MARINO, Eduardo. Diretrizes para avaliação de projetos e programas de investimento

social privado: estudo da aplicabilidade dos Standards de Avaliação de Programas pelo The

Joint Committee of Standards for Educational Evaluation em programas e projetos de

investimento social privado. Dissertação. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

MOKATE, Karen. Eficácia, eficiencia, equidad y sostenibilidad: qué queremos decir?

Banco Interamericano de Desarrollo, Instituto Interamericano para el Desarrollo Social

(Indes), 2002.

NOGUEIRA, Carlos Eduardo de Araújo. CHAUVEL, Marie Agnes. Responsabilidade

Social: um estudo exploratório sobre o processo de decisão das instituições mantidas por

empresas. RIMAR - Revista Interdisciplinar de Marketing, v.2, n.2, p. 4-20, Jul./Dez. 2003.

PENALVA, Rita Andrade Quadros. Estudo comparativo entre o "estado da arte" e o

"estado da prática" em responsabilidade social corporativa na indústria de petróleo e

gás. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) Universidade Federal Fluminense UFF,

Niterói, 2008.

PEREIRA, Itamar Barbosa. Contribuição para a gestão efetiva de projetos sociais. estudo

de caso – projeto inclusão & ação: uma proposta de capacitação de profissionais de educação

para uma sociedade inclusiva. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão). Universidade

Federal Fluminense, Niterói, 2005.

RODRIGUES, Maria Cecília Prates. Ação social das empresas privadas: uma metodologia

para avaliação de resultados, 2004. Tese (Doutorado em Administração Pública e de

Empresas). Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio

Vargas, Rio de Janeiro, 2004.

ROSA, Maria de Fátima Ocani. Projetos sociais para enfrentamento da pobreza:

contribuições para a atuação socialmente responsável das empresas. Dissertação (Mestrado

em Sistemas de Gestão) Universidade Federal Fluminense UFF, Niterói, 2007.

Page 22: UM MODELO PRÁTICO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS … · um modelo prÁtico para seleÇÃo de projetos sustentÁveis de investimento social corporativo e avaliaÇÃo de riscos nícolas

VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011

22

SACHS, Ignacy. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo: Vértice, 1986.

UNITED NATIONS. Report of the World Commission on Environment and

Development. General Assembly, 96th plenary meeting, 11 December 1987.

http://www.un.org/documents/ga/res/42/ares42-187.htm. Acesso em Dez/2007.