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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO LUIZA RAQUEL SOUZA E SILVA UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL CUIABÁ-MT 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

LUIZA RAQUEL SOUZA E SILVA

UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO

CONTEXTO EDUCACIONAL

CUIABÁ-MT

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

LUIZA RAQUEL SOUZA E SILVA

UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO

CONTEXTO EDUCACIONAL

CUIABÁ-MT

2018

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LUIZA RAQUEL SOUZA E SILVA

UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO

CONTEXTO EDUCACIONAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Educação da Universidade Federal de

Mato Grosso como requisito para a obtenção do título

de Mestre em Educação. Área de Concentração:

Educação. Linha de Pesquisa: Organização Escolar,

Formação e Práticas Pedagógicas.

Orientador: Prof. Dr. Cristiano Maciel

Cuiabá - MT

2018

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AGRADECIMENTOS

Para realizar esta pesquisa e gerar este trabalho, foi necessário contar com a ajuda

de muitas pessoas, que, por razões de sorte, sempre tiveram grande atenção comigo e com

minha dissertação. Por isso, agradeço, primeiramente, ao meu orientador, Cristiano

Maciel, por sua dedicação como profissional e por sua energia vibrante, que sempre me

direcionou para a positividade. Agradeço ao PPGE, especialmente à professora Rute

Cristina Domingos da Paula, que, como coordenadora, sempre somou para a finalização

desde ciclo, e à professora Marcia dos Santos Ferreira. Também agradeço aos servidores

do Programa, Marisa, Luisa e Marcos, pela atenção de sempre. Assim como aos

professores do Mestrado, que contribuíram com minha formação de forma ímpar, por

meio das discussões em sala de aula. Ao LêTECE, o grupo de pesquisa de que fiz parte e

por meio do qual tive oportunidade de conhecer as relações entre educação e tecnologia.

Desse modo, também agradeço à CAPES, órgão de fomento que forneceu auxílio por dez

meses à minha pesquisa.

Ademais, agradeço à UFMT, especialmente à SETEC, pela oportunidade de ser

estagiária em produção de videoaulas e pela autorização para o uso dos materiais

utilizados na presente pesquisa. Também agradeço à professora Patrícia Oliveira, do

Instituto de Biologia da UFMT, por ceder o material produzido no projeto UFMT Online.

Ainda, ao professor Dielcio Moreira, supervisor do projeto, por sua disposição em ajudar

neste processo.

Agradeço aos membros que compuseram a banca, professor Clodis Boscarioli e

professora Taciana Sambrano, que avaliaram o trabalho detalhadamente, contribuindo

para o aperfeiçoamento da pesquisa.

Assim, além das relações diretas com o Mestrado, há aquelas que, nas coxias,

incentivaram e ampararam essa importante etapa acadêmica. Nesse sentido, a família fez-

se fundamental, assim, agradeço aos meus pais, Cecília e João, e à minha companheira,

Ana Carolina, pelo amor e respeito que demonstraram em cada ocasião nos últimos anos.

Por fim, agradeço ao Universo pela oportunidade de iniciar e concluir esse

acontecimento sagrado, de descobertas e superação, pois, para cumpri-lo, foi preciso

passar por profundas transformações, como presenciar o encontro da ciência com a magia

da fé.

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Desde que, adulto, comecei a escrever

romances, tem-me animado até hoje a ideia

de que o menos que um escritor pode fazer,

numa época de atrocidades e injustiças

como a nossa, é acender a sua lâmpada,

trazer luz sobre a realidade de seu mundo,

evitando que sobre ele caia a escuridão,

propícia aos ladrões, aos assassinos e aos

tiramos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito

da náusea e do horror. Se não tivermos uma

lâmpada elétrica, acendamos nosso toco de

vela ou, em último caso, risquemos fósforos

repetidamente, como um sinal de que não

desertamos nosso posto.

Érico Veríssimo

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RESUMO

A videoaula é utilizada como recurso pedagógico na educação a distância e, além disso,

muitos indivíduos, mesmo sem estar vinculados a uma instituição de ensino, recorrem a

elas como fonte de pesquisa e material de estudo nas plataformas de mídias digitais. Visto

que esse é, de fato, um recurso de ensino, faz-se necessário desenvolver procedimentos

que impulsionem a produção de conteúdo por meio do audiovisual, desenvolvendo

técnicas que auxiliem na construção de materiais instrucionais. A produção de videoaulas

por equipes interdisciplinares, muitas vezes, é realizada sem a devida padronização, o que

não garante um produto que atenda aos padrões pedagógicos e técnicos. Frente a isso,

questiona-se: é possível estabelecer etapas para o processo de elaboração de videoaulas a

fim de organizar a construção do produto? Esse é o ponto de partida para esta pesquisa, a

qual tem como objetivo propor um método para sistematização da produção de videoaulas

de modo a dar suporte para a otimização desta tecnologia educacional. Para tanto,

executou-se uma revisão bibliográfica, a qual permitiu identificar os conceitos de Teoria

da Aprendizagem e de Design Instrucional, bem como trabalhos relacionados a temática.

Com base nisso, o trabalho apresenta a proposta de um método para a produção de

videoaulas, com o instrumento de roteirização e um instrumento de avaliação de

produção, a fim de orientar as equipes de produção ao longo do processo e permitir a

análise do material produzido. O método, bem como os instrumentos propostos para este,

é experimentado nas etapas de pré-produção, produção e pós-produção de videoaulas,

permitindo a análise da sua viabilidade de uso.

Palavras-chave: 1. Processo de produção; 2. Videoaula em estúdio; 3. Videoaula em

locação externa; 4. Design Instrucional; 5. Aprendizagem multimídia.

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ABSTRACT

The video classes are used as a pedagogical resource in distance learning and many

individuals, even without being linked to an educational institution, resort to them as a

source of research and study material on digital media platforms. Because this is an

important teaching resource, it is important to develop procedures that improve the

content production through audiovisual technology, developing techniques that assist the

production of instructional materials. However, the production of video classes by

interdisciplinary teams is often performed without proper standardization, which does not

guarantee a product that meets the pedagogical and technical standards. Faced with this

challenge, we question: is it possible to establish steps for the process of making video

classes in order to organize their production? This is the starting point for this research,

which aims to propose a method for systematizing the production of video classes in order

to optimize this educational technology. For that, a literature review was carried out,

allowing to identify the concepts of Learning Theory and Instructional Design, as well as

works related to the theme. Based on the data collected, this research proposes a method

for the production of video classes, with the instrument of routing and a instrument of

evaluation of production, in order to guide the production teams throughout the process

and to allow the analysis of the material produced. The method and the instruments are

experimented with in the pre-production, production and post-production stages of video-

classes, so as to permit the analysis of their viability.

Keywords: 1. Production process; 2. Studio video class; 3. External shooting of video

class; 4. Instructional Design; 5. Multimedia learning.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15

1.1 PROBLEMA ................................................................................................................... 17

1.2 OBJETIVO ............................................................................................................................ 18

1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 18

1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 18

1.4 METODOLOGIA ................................................................................................................. 19

1.4.1. INSTRUMENTOS DO MÉTODO ................................................................................... 21

1.4.2 ROTEIRO TÉCNICO .................................................................................................... 22

1.4.3 ROTEIRO LITERÁRIO ................................................................................................ 22

1.4.4 ROTEIRO PARA TELEPROMPTER ........................................................................... 23

1.4.5 ROTEIRO DE IMAGENS GRÁFICAS ........................................................................ 23

1.4.6 ROTEIRO TÉCNICO-LITERÁRIO PARA CAMPO ................................................... 23

1.4.7 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO ............................................................................ 23

1.4.8 VERIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO MÉTODO ............................................... 24

2. MARCOS TEÓRICOS ..................................................................................................... 26

2.1 PERCURSO METODOLÓGICO DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................... 26

2.2 OS MODELOS DE VIDEOAULAS DE INSTITUIÇÕES QUE ATUAM NA EAD .... 29

2.2.2 AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM MULTIMÍDIA E DO DESIGN

INSTRUCIONAL ................................................................................................................... 47

Tabela 6 - Princípios da Aprendizagem Multimídia. (Fonte: MAYER apud PEREIRA, 2013,

p. 33). ...................................................................................................................................... 53

2.2.3 ELEMENTOS DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL USADOS EM PRODUÇÃO DE

VIDEOAULAS ....................................................................................................................... 56

2.2.4 OS EQUIPAMENTOS PARA AS GRAVAÇÕES ....................................................... 61

2.2.5 ENQUADRAMENTOS DE PLANOS .......................................................................... 62

3. UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS ............................................. 64

3.1 A PRÉ-PRODUÇÃO ........................................................................................................ 64

3.2 A PRODUÇÃO/GRAVAÇÃO ......................................................................................... 67

3.3 PÓS-PRODUÇÃO ............................................................................................................ 71

4. EXPERIMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO MÉTODO ................................. 74

4.1 ROTEIRO DE VIDEOAULA EM ESTÚDIO ............................................................ 74

4.2 O ROTEIRO DE IMAGENS GRÁFICAS ....................................................................... 79

4.3 ROTEIRO PARA TELEPROMPTER PARA VIDEOAULA EM ESTÚDIO ................. 82

4.4 O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS EM

ESTÚDIO ................................................................................................................................ 86

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4.5 ROTEIRO TÉCNICO PARA VIDEOAULA EM LOCAÇÃO EXTERNA (EM CAMPO)

................................................................................................................................................. 87

4.6. ROTEIRO TÉCNICO-LITERÁRIO PARA CAMPO ..................................................... 91

4.6 O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DA VIDEOAULA EM

LOCAÇÃO EXTERNA (EM CAMPO) ................................................................................. 96

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 98

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Autores e trabalhos utilizados na Fundamentação Teórica ........................... 27

Tabela 2 - Autores e trabalhos utilizados na fundamentação teórica localizados por meio

de pesquisa bibliográfica ................................................................................................ 28

Tabela 3 - Categorias de produções de videoaula. (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO.

2012, p. 9) ....................................................................................................................... 40

Tabela 4 - Princípios comuns entre a Teoria da Aprendizagem Multimídia (MAYER,

1997, apud PEREIRA, 2013 ) e a Teoria da Carga Cognitiva (Filatro, 2008). Fonte:

autoria própria................................................................................................................. 49

Tabela 5 - Principios divergentes entre a Teoria da Aprendizagem Multimídia e a Teoria

da Carga Cognitiva. Fonte: autoria própria. ................................................................... 49

Tabela 6 - Princípios da Aprendizagem Multimídia. (Fonte: MAYER apud PEREIRA,

2013, p. 33). .................................................................................................................... 53

Tabela 7 - Lista de checagem de equipamentos. (Fonte: ZETTL, 2011) ....................... 58

Tabela 8 - Cronograma de Produção em Campo (Fonte: ZETTL, Herbert. 2011, p.329)

........................................................................................................................................ 59

Tabela 9 - Ordem de atividades da Pré-produção (Fonte: autoria própria) .................... 65

Tabela 10 - Roteiro Técnico para produção de videoaula – 1ª etapa. (Fonte: autoria

própria). .......................................................................................................................... 66

Tabela 11 - Cronograma de Produção. (Fonte: autoria própria)..................................... 67

Tabela 12 - Figura 7 Ordem de atividades da Produção/gravação. (Fonte: autoria

própria). .......................................................................................................................... 68

Tabela 13 - Roteiro Técnico. (Fonte: autoria própria). ................................................... 69

Tabela 14 - Roteiro de Imagens Gráficas. (Fonte: autoria própria)................................ 70

Tabela 15 - Ordem de atividades da Pós-produção. (Fonte: autoria própria)................. 71

Tabela 16 - Instrumento de avaliação de produção. (Fonte: autoria própria)................. 72

Tabela 17 - Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas (estúdio).

(Fonte: autoria própria) ................................................................................................... 79

Tabela 18 - Roteiro de imagens gráficas. (Fonte: autoria própria). ................................ 82

Tabela 19 - Roteiro para teleprompter. (Fonte: autoria própria). ................................... 85

Tabela 20 - Instrumento de avaliação da produção da videoaula O computador é sua

mesa de trabalho: domine-o. (Fonte: autoria própria). ................................................... 86

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Tabela 21 - Aplicação do Roteiro Técnico para videoaula em locação externa. (Fonte:

autoria própria). .............................................................................................................. 91

Tabela 22 - Roteiro Técnico-literário para Campo. (Fonte: autoria própria). ................ 95

Tabela 23 - Instrumento de Avaliação da produção Bioma Cerrado e suas

fitofisionomias. (Fonte: autoria própria). ....................................................................... 97

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Máscara de Roteiro UFSCar (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p.4) 31

Quadro 2 - Máscara de Roteiro UFSCar (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p. 4)

........................................................................................................................................ 32

Quadro 3 - Exemplo de como preencher a máscara de roteiro (Fonte: MAZZEU;

AMBRÓZIO. 2012, p. 5) ............................................................................................... 34

Quadro 4 - Máscara de roteiro preenchida e decupada (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO.

2012, p. 5) ....................................................................................................................... 35

Quadro 5 - Exemplo de roteiro para material didático on-line (Fonte: FILATRO. 2008,

p.59) ................................................................................................................................ 38

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1. INTRODUÇÃO

O uso dos recursos audiovisuais faz parte do cotidiano educativo há um tempo.

Primeiro, foram os filmes com viés pedagógico, depois vieram os programas televisivos

educativos e, hoje, temos a internet transformando a organização tradicional da educação

no mundo, com centenas de milhares de tutoriais e videoaulas, ensinando a realização de

complexos processos, de forma dinâmica e acessível aos usuários da rede que conecta os

curiosos ao mundo.

A internet possibilitou a convergência entre texto, áudio e vídeo em uma única

plataforma de comunicação - desta forma, ela pode ser vista como um importante recurso

facilitador do ensino a distância, por exemplo. Mas as transformações não aconteceram

apenas na modalidade não presencial, o ensino tradicional está se adaptando cada vez

mais às tecnologias, em busca de que o intenso vínculo entre os jovens e a tecnologia

favoreça seu processo de aprendizagem.

Nesse sentido, Neder (2009, p. 138), acompanhando Grinspun, afirma que “a

tecnologia é o conhecimento científico transformado em técnica, que por sua vez, amplia

a possibilidade de produção de novos conhecimentos científicos”. Desse modo, estes dois

elementos, a ciência e a tecnologia, num processo cíclico, dão origem a novos

conhecimentos, estimulando o processo educativo.

A autora afirma, ainda, que “na relação ciência, tecnologia e sociedade, a

educação tem, com certeza, um lugar de destaque não só pelo que ela produz e

desenvolve, mas também pelo que ela pode construir”. Deste modo, a autora faz uma

reflexão sobre as novas tecnologias como um instrumento capaz de construir um novo

tipo de capital intelectual, isto é, elas têm um grande potencial para veicular o

aprendizado.

Assim, é possível considerar as videoaulas não só como meios possíveis de

aprendizagem, mas como meios legítimos no processo de ensino-aprendizagem, que

podem trazer efeitos positivos para a educação, pois, além de mediar conhecimentos de

todas as áreas, são também ferramentas de efeito metalinguísticos, ou seja, a videoaula é

uma tecnologia que ajuda o usuário nos avanços de seus conhecimentos tecnológicos.

Além disso, esse recurso pode servir como um mediador entre a ciência e o conhecimento

comum, já que a linguagem utilizada pelo audiovisual está muito próxima da oralidade,

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um fato importante para facilitar a compreensão de assuntos complexos e que, por isso,

poderia promover o acesso à formação de novos conhecimentos.

A videoaula é um recurso audiovisual que tem como objetivo produzir

conhecimento e, para isso, se utiliza da ciência para fundamentar seus conteúdos. No

entanto, a ciência carrega um protocolo particular, que vai de termos específicos, até

procedimentos exclusivos de cada área de conhecimento. Nesse sentido, é preciso uma

atenção ao processo de produção de videoaulas, para que esse conteúdo seja decodificado

por seu receptor e que o fenômeno da aprendizagem aconteça e não se perca no vazio,

resultando em fracasso.

Santos (1984) discorre acerca da relação entre ciência e senso comum em suas

obras, apresentando a possibilidade de romper com o atual paradigma da ciência e

reconhecer que o senso comum tem aspectos positivos, como “ser prático e pragmático”,

pois “reproduz-se colado às trajetórias e às experiências de vida de um dado grupo social

e nessa correspondência se afirma de confiança e dá segurança (SANTOS, 1988, p. 44)”.

Assim, a intersecção da ciência com o senso comum, seria um meio para propagar os

resultados de pesquisas científicas, tornando-se acessível a um maior número de

indivíduos e produzindo conhecimentos que transformam a vida prática e outros

rompimentos ideológicos. Nesse sentido,

a nova configuração de saber é, assim, a garantia do desejo e o desejo

da garantia de que o desenvolvimento tecnológico contribua para o

aprofundamento da competência cognitiva e comunicativa e, assim, se

transforme num saber prático e nos ajude a dar sentido e autenticidade

à nossa existência (SANTOS, 1988, p. 46).”

Essa “autenticidade à nossa existência”, a qual Santos coloca como uma questão

ideológica, que pode ser alcançada pelas sociedades, são também os avanços que a ciência

pode proporcionar às questões sociais, subjetivas e objetivas, no plano individual e do

coletivo.

Nesse sentido, para que a ciência alcance o ritmo acelerado dos acontecimentos

dos fenômenos sociais, possa estar em transformação e superando seus próprios

resultados, ela precisa ser mediada pela tecnologia de informação, que irá desempenhar

o papel de traduzir tais informações da linguagem formal da ciência, para a linguagem

popular do audiovisual e, assim, consolidar a Educação.

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Desse modo, considerando que as tecnologias de comunicação constituem, em

potencial, veículos educativos, sempre devem ser consideradas uma possibilidade de

promover o aprendizado e, simultaneamente, a comunicação humana de forma menos

coercitiva que a educação presencial. Os meios de comunicação são, em essência,

instrumentos capazes de despertar o interesse das pessoas que também são,

essencialmente, sociáveis e comunicativos.

As videoaulas tornaram-se uma extensão da sala de aula, possibilitando novos

arranjos nas relações entre indivíduos e conhecimento, entre professores e alunos e entre

instituições e políticas públicas. Além disso, vale ressaltar que videoaulas são também

uma nova área para profissionais por ser um novo ramo da economia e, assim,

consequentemente, um fenômeno que vêm recebendo investimentos de diferentes esferas,

tanto públicas quanto de instituições privadas.

Assim, essa pesquisa consiste na busca dos métodos utilizados pelos profissionais

que produzem videoaulas em instituições que desenvolvem trabalhos voltados à

construção desse modelo de material didático e que, portanto, já possuem métodos

estabelecidos. Segundo as definições de Filatro (2008), videoaulas com esses perfis

recebem o nome de “Open content” ou “conteúdo aberto” e são caracterizadas pelo fator

de que “universidades e outras instituições de ensino disponibilizam on-line,

gratuitamente, seu material acadêmico e didático para qualquer pessoa utilizar”

(FILATRO, 2008, p.16).

A Universidade Federal de Mato Grosso, uma das instituições pioneiras em

Educação a Distância no Brasil (ALONSO; NEDER. 2008. p.1), está com o projeto de

criação de um canal que disponibilizará diversos materiais audiovisuais educativos para

a sociedade externa e interna, por meio do projeto UFMT Online, que teve a seu primeiro

conjunto de produções no ano de 2017.

1.1 PROBLEMA

A produção de videoaulas por equipes interdisciplinares, muitas vezes, é realizada

sem a devida padronização, de forma que não se garante um produto que atenda aos

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padrões pedagógicos e técnicos. Frente a isso, questiona-se: é possível estabelecer etapas

para o processo de elaboração de videoaulas a fim de organizar a construção do produto?

1.2 OBJETIVO

Propor um método para sistematização da produção de videoaulas de modo a dar

suporte para organizar as etapas de construção desta tecnologia educacional.

1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar as etapas do processo da produção de videoaulas já estabelecidas por

outros autores;

• Elaborar instrumentos para dar suporte às atividades dos processos de produção

de videoaulas;

• Verificar a adequação do método e dos instrumentos na prática a produção de

videoaulas.

1.3 JUSTIFICATIVA

O processo de produção de materiais audiovisuais pode ser realizado de diferentes

formas, porém, existem meios de torná-lo menos difícil e mais organizado. O presente

trabalho é o resultado da busca por sistematizar os processos de produção de videoaulas.

Nesse sentido, este trabalho, por meio do levantamento de dados de outros

pesquisadores, terá como diferencial a elaboração de um método de produção de

videoaulas, no qual serão apresentados um instrumento de roteirização e outro cuja função

será avaliar o desenvolvimento do produto, os quais, por fim, poderão auxiliar novas

produções de conteúdo para materiais audiovisuais.

O método que será apresentado ao longo do presente trabalho foi experienciado

no projeto UFMT Online, os dois tipos de videoaulas: em estúdio e em locação externa.

Essa experiência foi o ponto inicial desta pesquisa, pois o projeto UFMT Online

desenvolveu produções fora do estúdio, as quais recebem nesta pesquisa o título de

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“videoaulas em locação externa”, bem como gravações em estúdio. À medida em que as

produções eram realizadas, notou-se a necessidade de estabelecer métodos de produção,

a fim de otimizar a comunicação entre os membros da equipe e buscar melhores

resultados dos produtos.

Nesse sentido, Montanaro (2011, p. 43) aponta que a produção de videoaulas tem

inúmeras particularidades, em decorrência de consistir em produção de conteúdo. Assim,

faz-se necessário que essas particularidades sejam elencadas e aplicadas às produções de

videoaulas, a fim de profissionalizar o processo e seguir um protocolo de produção.

Para a construção de um método de produção audiovisual que contemple essas

particularidades, o referencial teórico que será enfatizado nessa pesquisa fundamenta-se

em conceitos do design instrucional, nas teorias da aprendizagem multimídia, de Richard

Mayer (1997 apud PEREIRA, 2013) e em autores que pesquisam e realizam produções

de videoaulas. Esta pesquisa busca gerar um instrumento para o uso das equipes de

produção que pretendem estabelecer um método de organização e produção de conteúdo.

O autor Richard Mayer desenvolve pesquisas sobre o potencial educativo das

imagens e dos sons, levantando a hipótese do fato de que as informações são explicadas

por meio de recursos que vão além do texto escrito, a capacidade humana de receber

informações e armazená-las é ampliada, assim como a de aplicar os conteúdos aprendidos

em situações do cotidiano.

As Teorias da Aprendizagem Multimídia também são utilizadas para dar suporte

às ideias que fundamentam a Teoria do Design Instrucional, as quais buscam

compreender o processo de aprendizado humano em três níveis: “neurofisiológico,

perceptivo e cognitivo” (FILATRO, 2008, p. 73).

1.4 METODOLOGIA

Este trabalho consiste em pesquisa aplicada, a qual se faz por meio de

levantamento de dados e aplicação prática dos mesmos, sob uma perspectiva de

abordagem qualitativa.

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20

A pesquisa foi realizada por meio de Revisão Bibliográfica, a qual foi

desenvolvida inicialmente em plataformas digitais e, após a obtenção de resultados nesse

contexto, acrescentaram-se dados obtidos por intermédio de obras literárias.

A princípio, o interesse deste trabalho era gerar um instrumento de avaliação de

videoaulas, buscando listar critérios de qualidade dos materiais. No entanto, com base nas

leituras iniciais e notando a diversidade de tipos de videoaulas disponíveis na internet,

esse interesse foi se transformando, pois, ao longo do processo, tornou-se perceptível que

seria inviável estabelecer critérios de avaliação, porque os próprios teóricos evitam fazê-

lo, a fim de ampliar as possibilidades de produção de conhecimento. Um exemplo disso

está em Montanaro (2011), o qual segue a teoria de Gerbase (2006 apud MONTANARO,

2011) e concorda com ele ao afirmar que, a “linguagem da videoaula ainda está sendo

estabelecida, portanto, não há um padrão a ser estabelecido”. Para eles, a “questão é

exatamente entender essa nova linguagem em desenvolvimento, suas possibilidades,

dificuldades, restrições e soluções, em âmbito técnico, linguístico e até econômico”.

Assim, “equilibrar todas essas características é o desafio que precisa ser desbravado”.

A pergunta do início desta pesquisa, em 2016, foi determinada da seguinte forma:

“quais são os critérios que indicam a qualidade de videoaulas segundo os teóricos da

área?”. No sentido de respondê-la, foram utilizados os descritores “videoaula” +

“educação” + “avaliação”, entre aspas. No entanto, durante as leituras dos trabalhos

selecionados, constatou-se que estes seriam demasiadamente genéricos para obter

resultados sobre critérios de qualidade.

Durante o intervalo da primeira fase até a decisão final que resultou a presente

pesquisa, teve-se a oportunidade de produzir uma série de videoaulas, o que interferiu

diretamente nesta pesquisa, visto que o trabalho com a produção de videoaulas

possibilitou identificar os gargalos de materializar conhecimentos por meio do

audiovisual. Destarte, evidenciou-se a importância de pesquisar sobre o processo de

produção em outras instituições e o que teorizaram os profissionais da área a respeito do

processo de produção de videoaulas.

Nesse contexto, aproximou-se naturalmente a relação entre teoria e prática, sendo

notório que estas não se separam no âmbito da produção de conhecimento. Isso, inclusive,

pode ser a base da linguagem audiovisual, já que, para estabelecê-la, faz-se necessário o

equilíbrio entre conhecimentos técnicos e pedagógicos, bem como a sensibilidade para se

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perceber os rumos que devem ser tomados no processo de ensino. Estes rumos, segundo

a Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1994), podem ser diferentes,

dependendo das habilidades de cada aprendente, portanto, podem ser desenvolvidos pelo

educador que estiver preocupado e atento a seus alunos.

Dessa maneira, foi após a experiência do trabalho na produção de videoaulas que

surgiu a ideia de dissertar sobre a necessidade de sistematizar o processo de produção,

para que este se torne organizado e coeso. Assim, o interesse desta pesquisa passou a ser

propor um método que organize as etapas de produção, por meio de um Roteiro Técnico,

o qual é desenvolvido a partir do Roteiro Literário elaborado pelo próprio professor

apresentador da videoaula.

Tendo em vista que, neste trabalho, são abordados dois tipos de videoaula – a

gravada em estúdio e a gravada em campo – percebeu-se que cada uma tem necessidades

específicas em relação ao roteiro. Frente a isso, para a utilização em estúdio, organizou-

se um Roteiro para Teleprompter e um Roteiro de Imagens Gráficas. Por sua vez, na

videoaula de campo, não é preciso roteiro de imagens e não se usa teleprompter, portanto,

foi organizado um roteiro que conjugou as informações técnicas com as falas do professor

apresentador, a que deu-se o nome de Roteiro técnico-literário para campo. Desse modo,

esse conjunto de instrumentos aponta as fases necessárias para a realização da pré-

produção até a finalização do material.

Além desses roteiros, foi proposto um instrumento de avaliação de produção para

a equipe. Todos esses materiais constituem o Método de Produção de Videoaulas.

1.4.1. INSTRUMENTOS DO MÉTODO

Os instrumentos de produção consistem na organização das etapas presentes na

construção do vídeo e nas atividades referentes a cada uma dessas fases. As referências

para a elaboração dos instrumentos têm origem na Revisão Sistemática, a qual encontrou

trabalhos que tratavam especificamente das fases de produção das videoaulas.

Os modelos apresentados nesses trabalhos são simples e objetivos, tendo em vista

tornar o processo compreensível a todos os envolvidos na produção. Nesse sentido, esses

modelos buscam atender às necessidades de produções de videoaula em estúdio e em

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locação externa (em campo), vinculando-se a referências em estudos da área do Design

Instrucional e da Aprendizagem Multimídia.

Desse modo, o Roteiro Técnico foi construído com base em estudos de caso de

produções de videoaula as quais apresentavam roteiros utilizados por equipes de

instituições de ensino. Ademais, usou-se como base as teorias da Aprendizagem

Multimídia e do Design Instrucional. Para atender aos princípios dessas teorias, buscou-

se elaborar um roteiro com informações que orientem o professor durante a produção de

seu texto, de modo que, por meio deste instrumento, a equipe possa se comunicar e

compreender a construção da videoaula.

1.4.2 ROTEIRO TÉCNICO

A equipe será orientada por meio das informações técnicas que, no Roteiro

Técnico, estarão descritas ao lado do texto que será narrado pelo professor. O roteiro

segue um modelo semelhante ao roteiro utilizado em materiais publicitários e no

documentário, conhecido como Roteiro A/V, o qual tem a função de alinhar áudio e vídeo,

descrevendo as falas e o que será apresentado no vídeo, simultaneamente. Desse modo, o

roteiro busca simplificar as informações que orientam professor, equipe, programador e

editor em um único documento.

1.4.3 ROTEIRO LITERÁRIO

O Roteiro Literário consiste no texto inicialmente elaborado pelo professor

apresentador. Nele, devem ser mencionadas as informações mais relevantes acerca do

tema, redigidas em linguagem conversacional. As instruções para a elaboração deste

material constam na primeira etapa do Roteiro Técnico e devem ser repassadas ao

professor, visto que ele detém o conhecimento a respeito da temática a ser desenvolvida

na videoaula, ou seja, ele é o produtor do conteúdo nessa etapa da produção. Desse modo,

apenas após esse processo a equipe de produção terá acesso ao material necessário para

seu trabalho.

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1.4.4 ROTEIRO PARA TELEPROMPTER

O conteúdo do Roteiro para Teleprompter é uma versão corrida do Roteiro Literário, que

será rodada na tela do aparelho. Portanto, não pode conter nenhuma informação técnica, mas

apenas pautar o que o professor apresentador irá dizer durante a gravação. Vale ressaltar que

alguns programas para Teleprompter não aceitam e não leem sinais gráficos, os quais devem ser

retirados nesse caso.

1.4.5 ROTEIRO DE IMAGENS GRÁFICAS

O Roteiro de Imagens Gráficas foi baseado no Roteiro para Apresentação de

Slides de Montanaro (2014, p. 126). Sua função é orientar o editor de vídeo e o

programador multimídia, para tanto, deve conter as imagens citadas no Roteiro Técnico

pelo professor, bem como o título de cada uma delas.

1.4.6 ROTEIRO TÉCNICO-LITERÁRIO PARA CAMPO

Esse roteiro é uma adaptação do roteiro técnico bastante utilizado na área do

audiovisual, o qual descreve as locações (externa ou interna), bem como o período do dia

(dia ou noite) em que a gravação ocorrerá, além do texto corrido. No Roteiro Técnico-

literário para Campo, somam-se a essas informações as orientações para o editor de vídeo

e para o programador multimídia.

1.4.7 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO

O instrumento de avaliação foi elaborado por meio da Teoria da Aprendizagem

Multimídia, a qual é desenvolvida pelo pesquisador Richard Mayer (1997) e da teoria do

Design Instrucional, apresentada por Andrea Filatro (2008), as quais propõem princípios

capazes de otimizar a aprendizagem multimídia por meio de técnicas que facilitam a

compreensão e a aprendizagem, tendo em vista os processos cognitivos humanos.

Mayer (1997) apresenta dez princípios de aprendizagem multimídia e Andrea

Filatro (2008) utiliza-se deles para tratar das técnicas de Design Instrucional. Desse

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modo, seguir esses princípios pode ser um meio de organizar a produção do material

audiovisual e otimizar o produto .

O instrumento de avaliação de produção é um material de pós-produção destinado

para o uso da equipe, a fim de analisar o processo de produção da videoaula. Assim, após

a videoaula ser finalizada, tal instrumento permite avaliar o desenvolvimento de cada

etapa do processo e a forma como se conduziu cada fase. Desse modo, torna-se possível

registrar acontecimentos do processo, tendo em vista, inclusive, estruturar materiais para

a condução de pesquisas futuras.

Para que a avaliação possa ser feita de modo sistemático, foram elaboradas

perguntas que levassem a equipe de produção a analisar se foram atendidos os princípios

dessas duas teorias descritos neste trabalho.

1.4.8 VERIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO MÉTODO

Os instrumentos foram verificados no contexto do UFMT Online, de modo que as

produções do projeto possibilitaram a idealização das etapas de produção, as quais foram

sistematizadas e concretizadas no decorrer da pesquisa. Nesse sentido, o projeto se

apresentou como um espaço no qual as experiências foram vividas na prática, enquanto,

ao mesmo tempo, foi se materializando os instrumentos propostos na presente pesquisa.

As videoaulas selecionadas para a exemplificação do método são Bioma Cerrado

e suas Fitofisionomias e O Computador é sua mesa de trabalho: domine-o. A primeira

videoaula refere-se a uma produção em locação externa, ou seja, em campo e, a partir

disso, a equipe percebeu a necessidade de desenvolver um método mais rigoroso para a

sistematização do processo. Esse foi o ponto de partida para a elaboração do instrumento

de análise proposto por esta pesquisa. Por sua vez, a videoaula O Computador é sua mesa

de trabalho: domine-o foi escolhida por ter sido acompanhada desde o início do processo,

de modo que sua produção pudesse seguir as etapas propostas no método apresentado no

presente trabalho.

Em outras palavras, o instrumento de roteiro de produção de videoaulas foi testado

durante a produção dos vídeos, ainda que este instrumento não tivesse sido concluído.

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O projeto UFMT Online é uma realização da Secretaria de Tecnologia

Educacional (SETEC) e tem como objetivo a criação de uma plataforma digital da

Universidade Federal de Mato Grosso para oferecer à população materiais como cursos e

aulas em formato audiovisual, ministradas por professores da instituição. Frente a isso,

vale ressaltar que foi fornecido um termo de consentimento para que a videoaula Bioma

Cerrado e suas fitofisionomias fosse utilizada como objeto de análise desta pesquisa,

enquanto que a videoaula O Computador é sua mesa de trabalho: domine-o ainda está

em processo de produção, portanto, não será apresentado o termo de consentimento de

uso do material.

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2. MARCOS TEÓRICOS

Nesta seção é discutida a base teórica da pesquisa, formulada a partir de uma

Revisão da Literatura e da elaboração de referenciais com conceitos-chave da pesquisa.

2.1 PERCURSO METODOLÓGICO DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A pesquisa realizou-se por meio de Revisão Bibliográfica, a qual, por sua vez,

seguiu um protocolo mínimo a fim de sistematizar o processo. As buscas nas plataformas

digitais foram utilizadas no sentido de atualizar os conteúdos que estavam sendo

produzidos a respeito de produções de videoaula. A pesquisa nas obras literárias, por sua

vez, foi realizada para dar maior suporte às buscas realizadas nas plataformas digitais,

visto que não se encontrava grande volume de pesquisas direcionadas para esse tema.

Desse modo, a fim de resolver o problema desta pesquisa, as buscas foram

realizadas no Portal de Periódicos da Capes, Google Acadêmico e Portal Scielo como

bases de pesquisa, em maio do ano de 2017. O protocolo de pesquisa utilizado nas três

bases, inicialmente, apresentou os seguintes descritores em língua portuguesa: “produção

de videoaulas + etapas do processo de produção + como fazer videoaula”, sem aspas,

considerando publicações de todos os tipos, entre 2000 e 2017. As pesquisas realizadas

no Portal do Google Acadêmico, em dezembro de 2017, retornaram 787 itens para os

termos “produção de videoaulas + etapas do processo de produção + como fazer

videoaula”, enquanto as buscas no Periódicos Capes não encontraram resultados, bem

como o Portal Scielo. Entre estes itens, quatro trabalhos tratam de etapas de produção de

videoaulas. Portanto, será a partir destes resultados que surgirão os primeiros dados deste

estudo.

Os critérios de exclusão utilizados foram a falta de rigor científico como a

formatação dos textos e a falta de explicação detalhada a respeito do processo de

produção, o que foi observado, em grande parte dos trabalhos, que, na maioria das vezes

buscava descrever o processo de produção de vídeos experimentais, com determinados

alunos, ao fim de disciplinas de cursos diversos. Além disso, foram encontrados muitos

estudos sobre formação de professores e temas que não tinham semelhança com a

presente pesquisa, estes foram eliminados por não atenderem aos descritores “avaliação”

e “videoaula”. Os demais trabalhos foram excluídos por estarem em duplicidade. Por fim,

os trabalhos que foram selecionados são materiais oriundos de pesquisas específicas

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voltadas à técnicas e didáticas de videoaulas, de pesquisadores que pertencem a

instituições que atuam na modalidade de Educação a Distância, como UFSCar, UFSC,

UNESP, UFMG, UFRGS, UFPB, entre outras.

Como critérios de inclusão foram considerados os estudos sobre etapas do

processo de produção de videoaula, avaliação de cursos EaD, revisão histórica do papel

das videoaulas na EaD no Brasil, gêneros cinematográficos na EaD, além das teorias de

aprendizagem como Teoria da Aprendizagem multimídia e Teoria das Inteligências

Múltiplas.

Os quatro trabalhos vão embasar o instrumento de roteirização do processo de

videoaula e a Teoria da Aprendizagem Multimídia, de Mayer (1997 apud PEREIRA,

2013) irá sustentar o instrumento de autoavaliação da equipe. Isso se explica pelo fato

dos trabalhos encontrados consistirem em pesquisas que tratam sobre o processo de

produção seguido pelas equipes das universidades que trabalham na modalidade EaD.

Enquanto a Teoria da Aprendizagem Multimídia estabelece princípios relevantes para

que a aprendizagem aconteça.

Os trabalhos que serão utilizados na fundamentação teórica da presente pesquisa

são apresentados a seguir:

Autor Título Tipo Ano

MAZZEU, Ian;

AMBRÓZIO, Mariana;

Processos de produção e

distribuição de vídeos na SEAD-

UFSCAR.

Artigo 2012

LAMEZA, Jacqueline, et

al.

Estratégias na profissionalização da

videoaula como recurso

potencializador do aprendizado

Artigo 2017

MONTANARO, Paulo. A caracterização da produção de

materiais didático-educativos

audiovisuais para educação

superior a distância na UFSCAR

Dissertação 2013

SOARES, Ismênia, et al. Mídias Digitais como

Potencializadoras de Múltiplas

Inteligências

Artigo 2013

Tabela 1 - Autores e trabalhos utilizados na Fundamentação Teórica

Para fundamentar teoricamente a presente pesquisa, serão usadas algumas obras

que tratam a respeito de conceitos do cinema, produção e elaboração de roteiro, além de

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trabalhos que discorrem sobre a Teoria de Aprendizagem Multimídia. Estes trabalhos

estão dispostos a seguir:

Autor Título Tipo Ano

RODRIGUES, Chris. O Cinema e a Produção Livro 2007

FIELD, Syl. Manual do Roteiro Livro 1995

PEREIRA, Vinicius

Carvalho.

Uma proposta de instrumento de

roteirização de videoaulas para EaD

contruído à luz da teoria Instrucional

e da Aprendizagem Multimídia.

Monografia de

especialização

2013

FILATRO, Andrea. Design Instrucional na prática. Livro 2008

FILATRO, Andrea. Design Instrucional

contextualizado.

Livro 2010

ZETTL, Herbert. Manual de produção de televisão Livro 2011

Tabela 2 - Autores e trabalhos utilizados na fundamentação teórica localizados por meio de pesquisa

bibliográfica

Os trabalhos selecionados para compor esta pesquisa serão apresentados

resumidamente nesta sessão, a começar pelo artigo publicado por Mazzeu e Ambrózio

(2012), no qual podem ser encontradas as fases de produção de audiovisual da UFSCar.

Este trabalho foi incluído à lista da revisão sistemática porque traz dados a respeito da

produção de videoaulas para EaD da Universidade Federal de São Carlos, uma das

instituições que possuem reconhecimento nacional na modalidade de ensino à distância.

Neste material, é apresentado o roteiro de produção das videoaulas, isto o faz ser

referência fundamental para a presente pesquisa.

A dissertação de Paulo Montanaro (2013) segue um perfil semelhante ao do artigo

supracitado. Assim, a contribuição da obra de Paulo Montanaro (2013) aprofunda-se no

sentido de trazer diferentes modalidades de audiovisual e suas características em detalhes,

apontando o processo de cada tipo de material, com ênfase em videoaulas.

No mesmo sentido, encontra-se o trabalho de Lameza et al. (2017), que busca

esclarecer como a equipe de Moda do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

desenvolveu estratégias para potencializar a aprendizagem por meio de técnicas

implementadas nas videoaulas. Estas compõem parte do material didático do Centro

Universitário Belas Artes, das disciplinas presenciais dos cursos de graduação e pós-

graduação. Demonstra-se, então, a composição das etapas dos conteúdos, o processo de

elaboração dos roteiros didáticos e técnicos, as estratégias utilizadas na produção das

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videoaulas, bem como os profissionais envolvidos. Nesse sentido, o artigo de Lameza et

al. (2017) contribui significativamente para a elaboração do roteiro de produção e

avaliação de videoaulas propostos neste trabalho.

O artigo de Ismênia Soares et al. (2013) difere-se dos demais no sentido de não

tratar especificamente de produção de videoaulas, mas de temas relacionados, o que eu,

como pesquisadora, achei relevante a fim de embasar os argumentos levantados para

reforçar a discussão sobre o audiovisual como meio de aprendizagem. Isso se deve ao

fato de que, nesse artigo, as autoras relacionam as multimídias com as inteligências

múltiplas, termo criado pelo psicólogo Howard Gardner (1980), o qual desenvolve a ideia

de que existem vários tipos de inteligência e que, por consequência disso, os indivíduos

possuem habilidades de aprendizado diferentes. Gardner (1980) reforça ainda que a

missão do educador é criar estratégias para que a aprendizagem aconteça, assim, nesse

artigo, as autoras tratam de uma experiência de produção de videoaula interativa, a fim

de otimizar a comunicação entre professor e aluno.

A pesquisa desenvolvida por Pereira (2013) está relacionada aos conhecimentos

da área de Design Instrucional. Nesse sentido, o autor elenca os princípios da Teoria da

Aprendizagem Multimídia, de Richard Mayer (1997) e como eles podem ser aplicados

em produções de videoaula. Portanto, essa obra será usada para levantar os conceitos que

norteiam a presente pesquisa, já que a Teoria da Aprendizagem Multimídia, de Mayer,

será referência para a elaboração do instrumento de avaliação.

2.2 OS MODELOS DE VIDEOAULAS DE INSTITUIÇÕES QUE ATUAM NA EAD

As videoaulas são materiais usados para alargar as fronteiras do conhecimento e

cada vez mais esse instrumento se legitima no ambiente acadêmico e fora dele, como um

mecanismo potencial de difusão de ideias. Esse meio ganhou potência devido à evolução

da internet banda larga e ao aumento de sua acessibilidade, bem como à Educação a

Distância, uma modalidade que se utilizou da tecnologia para promover a comunicação e

o conhecimento.

Nesse sentido, os trabalhos que serão vistos nesta fundamentação teórica estão

diretamente vinculados à modalidade de Educação a Distância, a qual desenvolveu-se,

em sua maioria, por meio da Universidade Aberta do Brasil, em diferentes instituições de

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ensino do país. Assim, à medida em que o programa se estabelecia em uma instituição,

uma equipe de produção de videoaulas e videoconferências era formada para elaborar os

materiais disponibilizados nas plataformas digitais. A formação dessas equipes interfere

diretamente na qualidade do conteúdo dos materiais, prova disso é que este item aparece

em todos os trabalhos selecionados. No caso da UFSCar a equipe apresenta a seguinte

formação:

um supervisor geral, um produtor, dois diretores de vídeo, dois

assistentes de direção, um editor de vídeo, dois ilustradores, um revisor

textual, um diretor de animação e sete animadores, totalizando 18

pessoas envolvidas no processo de produção dos diferentes materiais

audiovisuais. (MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p. 2)

A equipe da UFSCar produziu 490 vídeos para os cinco cursos de graduação e

diversos cursos de especialização e extensão oferecidos pela instituição, em 2011. Nota-

se que essa vasta produção tem relação direta com a estrutura da equipe que produz

audiovisual na instituição, a qual, “com o intuito de atender toda esta demanda,

estabeleceu uma metodologia de produção de vídeos que segue um cronograma um tanto

rígido e que contempla as diversas etapas da produção audiovisual”. (2012, p.2)

Assim, a necessidade de produzir em larga escala fez com que a primeira etapa da

produção de videoaula fosse a aula de introdução à disciplina. Segundo os autores, este

primeiro vídeo segue o seguinte procedimento:

A primeira fase para produção deste vídeo é a de contato com o

supervisor geral da equipe para agendamento de uma reunião

presencial, na qual já se pode definir a data da gravação. Após esse

contato, o professor terá um tempo para preparação do roteiro, que vai

ser seu guia e também da equipe, tanto durante a gravação no estúdio,

quanto posteriormente na edição do material. Durante todo o processo

de elaboração do roteiro, assim como nas demais fases, a equipe

encontra-se à disposição do professor, seja para tirar dúvidas, ou para

auxiliar no desenvolvimento da linguagem. Para a produção do roteiro,

o professor deve preencher uma máscara com o texto que ele irá falar

para a câmera e, consequentemente, será transmitido aos alunos.

(MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p.3)

O termo “máscara” pode ser entendido como um modelo padrão de roteiro que

facilita a escrita do professor/apresentador da aula, este material é apresentado ao

professor dessa forma:

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“Dicas para fazer o seu roteiro:

- Na coluna da esquerda, “Fala”, escreva literalmente aquilo que quer dizer aos seus

alunos. Tenha em mente que você está se comunicando diretamente com eles, assim,

evite frases como “é necessário que o aluno desta disciplina...”. Prefira sempre “é

necessário que vocês...”. Evite também um linguajar muito formal. Procure sempre

escrever o roteiro de forma clara, objetiva e mais próxima à linguagem oral.

- Na coluna da direita, “Destaques na tela”, devem ser escolhidos textos com

palavras-chave, ilustrações, fotos ou animações que venham a colaborar e reforçar

aquilo que está sendo dito na coluna da esquerda. Em caso de destaques de texto,

procure ser bastante objetivo. Frases longas costumam atrapalhar o entendimento

da fala. Caso opte por fotos, ilustrações ou animações, lembre-se sempre de não

exagerar na quantidade. Muitas informações podem poluir a tela e dificultar o

entendimento do aluno. Caso você queira incluir alguma figura no seu vídeo,

procure a equipe audiovisual para ser orientado sobre como proceder. Como não

podemos trabalhar com material com copyrights, temos ilustradores que podem

redesenhá-las baseadas nas originais.

- O roteiro é dividido em parágrafos para facilitar a gravação. Procure escrever, no

máximo, até 10 linhas (fonte Calibri tamanho 11) em cada parágrafo. Este

procedimento é necessário, pois durante a gravação, é feita a leitura do texto num

teleprompter (um monitor situado abaixo da lente da câmera no qual o texto é

exibido). Essa leitura é interrompida por um corte na gravação ao final de cada

parágrafo. Desta forma, busca-se uma maior desenvoltura na leitura e interpretação

do texto em frente às câmeras. Não se preocupe em decorar o texto e nem com erros

durante a leitura. A divisão em parágrafos curtos também visa facilitar eventuais

correções na gravação.

- Quando estiver escrevendo o roteiro do seu vídeo de introdução, evite incluir datas,

nomes de tutores, ou detalhar demais atividades, pois o intuito é que o vídeo possa

ser utilizado também nas futuras reofertas da disciplina.

Assista a um vídeo, clicando no link abaixo, para saber mais informações sobre o

processo de gravação:

http://audiovisual.uab.ufscar.br/intro_fp_mariana.flv

Em caso de dúvidas, ou sugestões, escreva para: [email protected]

Abaixo encontra-se a máscara do roteiro a ser preenchida. Bom trabalho!

Equipe Audiovisual”

Quadro 1 - Máscara de Roteiro UFSCar (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p.4)

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A “máscara” usada pela equipe de produção possui uma linguagem que se adequa

a diversos tipos de videoaula, abaixo, encontra-se a imagem do formato utilizado para

direcionar o professor conteudista/ apresentador:

ROTEIRO DECUPADO

VÍDEO DE INTRODUÇÃO

PROFESSOR(A): DISCIPLINA: CURSO:

FALA DESTAQUE NA TELA

1

Breve apresentação do professor

Textos:

- Nome do professor

-Disciplina

2

Breve apresentação da disciplina

Textos:

- Ilustrações

-Animação:

-Fotos:

- Outros:

3 Textos:

- Ilustrações

-Animação:

-Fotos:

- Outros:

4 Textos:

- Ilustrações

-Animação:

-Fotos:

- Outros:

5 Textos:

- Ilustrações

-Animação:

-Fotos:

- Outros:

6

Considerações finais

Textos:

- Ilustrações

-Animação:

-Fotos:

- Outros:

7 Textos:

- Ilustrações

-Animação:

-Fotos:

- Outros:

8

Despedida

Texto 1: Disciplina

Nome do professor

Quadro 2 - Máscara de Roteiro UFSCar (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p. 4)

Nota-se que a máscara do roteiro possui uma estrutura simples, porém

fundamental para a organização da produção. Mazzeu e Ambrózio (2012, p.4) afirmam

ainda a importância dessa etapa do processo não só para a equipe e para a edição, mas

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também para o professor que irá se apresentar diante à câmera: “ (...) após esse contato [a

primeira reunião], o professor terá um tempo para preparação do roteiro, que vai ser seu

guia e também da equipe, tanto durante a gravação no estúdio, quanto posteriormente na

edição do material”.

O roteiro é indispensável porque, além de ser utilizado na edição/finalização, é

também uma forma de organizar as ideias do professor que apresentará a videoaula. Vale

lembrar que, o discurso diante de uma câmera não segue o mesmo ritmo de uma aula

expositiva presencial, ou seja, muitas vezes, o professor se sente inseguro porque, embora

tenha a experiência em ministrar aulas, é possível que se intimide diante do desafio de

falar diante da câmera.

No caso das produções da UFSCAR, todas os vídeos são gravados em estúdio,

portanto, há o aparato do teleprompter em todas as gravações. Assim, é realmente

elementar – obrigatório - o desenvolvimento do roteiro, porque este será usado durante a

gravação. Mas existem casos, a exemplo do projeto UFMT Online, nos quais as

videoaulas têm o objetivo de romper padrões estéticos, sair do modelo tradicional de

videoulas gravadas em estúdio. Embora tais modelos sejam diferentes do padrão, também

faz-se necessário o uso do roteiro, já que este tem a função de pôr ordem nas ideias do

professor e, assim, fazê-lo sentir-se mais seguro.

O modelo implementado pela SEaD, Secretaria de Educação a Distância da

UFSCAR, se assemelha ao modelo mais conhecido do roteiro publicitário, conhecido

como roteiro A/V (áudio/vídeo) porém, traz elementos que Montanaro (2013, p. 38)

chama de “particularidades”, “nuances”, as quais o tornam específico para a otimização

da didática de materiais educativos audiovisuais. O roteiro usado pela equipe da UFSCar

pode ser considerado uma fusão entre o roteiro publicitário e o roteiro de cinema. Segundo

Syd Field, “a forma do roteiro é simples; tão simples , de fato, que a maioria das pessoas

tenta torná-la mais complexa” (FIELD, 1995, p. 155). Nesse sentido, a proposta de roteiro

que será apresentada na presente pesquisa buscará ser simples e prática, visto que isso

facilita a sua compreensão. Segundo Chris Rodrigues (2007), um roteiro deve ser escrito

de uma forma que todos possam entender claramente as informações contidas”.

(RODRIGUES. 2007, p.52)

Assim, o processo de Mazzeu e Ambrózio (2012, p. 5) aponta a etapa seguinte

após o preenchimento realizado pelo professor.

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Com uma primeira versão do roteiro escrita pelo professor, o diretor de vídeo

irá fazer a revisão do texto e a decupagem do roteiro. A decupagem é descrição

das imagens no papel, dos enquadramentos e movimentos de câmera.

(MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p. 5).

Para exemplificar o processo de decupagem, feito pelo diretor de imagem, os

autores apresentam o seguinte material:

Professora: Mariana Derigi Ambrózio Disciplina: Curso:

1 Olá Professor! Eu sou a Mariana, supervisora da Equipe Audiovisual da SEaD-UFSCar e estou aqui para orientar você para a gravação do vídeo de introdução à disciplina.

Texto: Mariana Derigi Ambrózio Supervisora da equipe Audiovisual – SEaD-UFSCar

2 Para a gravação desse primeiro vídeo, você irá agendar uma reunião presencial comigo e neste contato eu apresentarei o processo de produção do vídeo de introdução, como fazer o roteiro, além de mostrar outros tipos de produtos audiovisuais que podem ser feitos pata compor o material didático da sua disciplina.

Texto: -videoaulas -animações -podcasts

3 Depois da nossa reunião de orientação, você irá preencher o formulário de solicitação de material audiovisual, que é utilizado para o vídeo de introdução e para videoaulas, animações, etc.

É importante que o roteiro seja enviado com antecedência, seguindo o calendário definido com as equipes de planejamento, para que a equipe audiovisual possa revisar, analisar e fazer sugestões antes da gravação.

Figura: Printscreen do formulário

Quadro 3 - Exemplo de como preencher a máscara de roteiro (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p.

5)

Logo em seguida, Mazzeu e Ambrózio apresentam o mesmo roteiro, mas com a

decupagem já realizada.

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Professora: Mariana Derigi Ambrózio Disciplina: Curso:

1 Olá Professor! Eu sou a Mariana, supervisora da Equipe Audiovisual da SEaD-UFSCar e estou aqui para orientar você para a gravação do vídeo de introdução à disciplina.

PG: Centro Texto: Mariana Derigi Ambrózio Supervisora da equipe Audiovisual – SEaD-UFSCar

2 Para a gravação desse primeiro vídeo, você irá agendar uma reunião presencial comigo e neste contato eu apresentarei o processo de produção do vídeo de introdução, como fazer o roteiro, além de mostrar outros tipos de produtos audiovisuais que podem ser feitos pata compor o material didático da sua disciplina.

PP: 1Q Texto: -Videoaulas -Animações -podcasts

3 Depois da nossa reunião de orientação, você irá preencher o formulário de solicitação de material audiovisual, que é utilizado para o vídeo de introdução e para videoaulas, animações, etc.

É importante que o roteiro seja enviado com antecedência, seguindo o calendário definido com as equipes de planejamento, para que a equipe audiovisual possa revisar, analisar e fazer sugestões antes da gravação.

PM: esquerda crop Figura: Printscreen do formulário Figura: Exemplo de roteiro

Quadro 4 - Máscara de roteiro preenchida e decupada (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p. 5)

A parte sublinhada visa sinalizar para o editor que o trecho em destaque, na fala,

deve ser acompanhado de um texto que deve aparecer na tela, de modo que fiquem claros

quais são os produtos audiovisuais a que a coluna esquerda se refere e que devem aparecer

no vídeo em forma de texto, figura ou animação..

Os autores explicam ainda as siglas e termos utilizados na decupagem, que são

úteis para a movimentação de câmera (PG, PM, PP) e para a edição (centro, 1Q, esquerda

crop):

As marcações PG, PM e PP referem-se aos enquadramentos utilizados

na gravação: Plano Geral, Plano Médio e Primeiro Plano,

respectivamente. Já as marcações centro, 1Q e esquerda crop são

indicações para o editor, sobre em qual posição da tela deverá estar a

informação solicitada. Neste caso, o destaque feito em amarelo significa

que as imagens da coluna da direita entrarão no momento em que a fala,

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também destacada em amarelo, na coluna da esquerda, estiver sendo

escutada. (MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p. 6)

A decupagem não é um procedimento arbitrário, segundo os autores, pois,

existem diferentes tipos de decupagem. No entanto, há duas modalidades que se

destacam: a opacidade e a transparência, o que significa, segundo Xavier (2005), que “o

discurso audiovisual transparente é aquele que segue uma montagem chamada de

invisível e uma decupagem clássica (...) e o discurso opaco é quebra as regras naturalistas,

desconstruindo a imagem e expondo os processos de produção (XAVIER, 2005 , p. 27)”.

O modelo mais usual é descrito da seguinte forma pelos autores:

A decupagem clássica, dentro desta ideia, trabalha a construção do

espaço “de modo que não se provoque estranheza no espectador [...], o

espaço deverá ser construído tal como ele apareceria à nossa percepção

imediata”. Portanto, costumamos decupar as sequências da seguinte

forma: - Plano Geral, no início, localizando o professor, ou professores,

dentro do estúdio; - Variações entre Planos Médios e Primeiros Planos,

conforme a fala do professor e o destaque das outras informações

(textos, imagens etc.); - Primeiro Plano para finalizar o vídeo.

(MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p. 8)

A decupagem clássica contempla, também, videoaulas que não são gravadas em

estúdio, pois, com ela, é possível estabelecer as etapas fundamentais de qualquer processo

de produção de materiais audiovisuais educativos.

A decupagem de direção, no cinema, é realizado pelo diretor e pelo diretor de

fotografia, pois consiste em definir os enquadramentos, movimentos de câmera ,

elementos que irão surgir na tela, como legendas e animações. Na videoaula também é

necessário que isso seja decidido conjuntamente, se possível, com a presença e aprovação

do professor conteudista.

Assim, como o roteiro elaborado e preenchido pelo professor, essa etapa técnica

reflete diretamente na qualidade do material final. Para os autores:

É importante notarmos que todas as marcações de imagem, sejam elas

referência para o processo de gravação ou de edição, devem estar

definidas já no roteiro. O exemplo do crop é bastante significativo, pois,

ainda que seja um processo realizado na edição, sua indicação na

gravação serve para o operador de câmera deixar um espaço vazio ao

lado da imagem que, quando cortado pelo editor, não afete o plano.

(MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p.9)

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Filatro (2008) apresenta o roteiro como um meio de transformar a ideia do autor,

seja escritor, diretor, roteirista, “traduzindo-a em uma linguagem que possibilite sua

compreensão e seu desenvolvimento por uma equipe altamente especializada e

diversificada”(FILATRO, 2008, p.58).

O roteiro apresentado como um exemplo por Filatro (2008) é um meio de

comunicação que a autora chama de documentos de especificação, pois são tipos de

documento que precisam ser compreendidos por várias frentes de uma mesma equipe.

Para Filatro, “especificar é descrever de modo rigoroso e minucioso cada uma das

características de um material, obra ou serviço” (FILATRO, 2008, p. 58).

No aprendizado eletrônico, podemos usar roteiros ou SB (storyboard)

para especificar detalhadamente os conteúdos de um curso (na forma de

textos, imagens e sons), as orientações de atividades propostas, os

diálogos das personagens (se houver, e as falas em off (aquelas em que

a pessoa que narra não aparece no vídeo ou na animação), determinando

a sequência em que eles serão exibidos no produto final. Se for

necessário criar cenários, eles também são detalhados no documento de

especificação. (FILATRO, 2008, p. 59)

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Administração de marketing – 12ª edição [Capítulo 2, Módulo 1] Tela 4/18 O desafio de entregar valor para o cliente Mas quem eram esses consumidores? O que queriam? Com o que sonhavam? Uma pesquisa de mercado identificou dados interessantes. [Apresentar uma ilustração de cada vez, lado a lado, com ícone de locução. Apenas ativar o botão avançar quando os três depoimentos tiverem sido acessados pelo aluno] [Ilustração 1 - Mulher na casa dos 30, conforme o perfil do Depoimento 1] [Depoimento 1 – texto exibido em formato pop-up e áudio locutado] Sou solteira e tenho 31 anos. Sou muito ativa, trabalho, faço cursos à noite, estou sempre envolvida com alguma coisa. Queria ter mais tempo livre para me dedicar a causas importantes. Por exemplo? Ah, reciclagem, reflorestamento, essas coisas. Acho importante cuidar do meio ambiente. [Ilustração 2 – mulher na casa dos 40, conforme perfil do Depoimento 2] [Depoimento 2 – texto exibido em formato pop-up e áudio locutado] Tenho 45 anos e dois filhos pequenos. Trabalho fora o dia todo, por isso tenho pouco tempo para ficar com eles. Procuro compensar essa ausência fazendo com que os momentos que passamos juntos tenham qualidade. Sempre procuro transmitir valores para eles. Mas vou confessar uma coisa: eu me preocupo com o futuro deles e com o mundo que encontrarão quando adultos.

Quadro 5 - Exemplo de roteiro para material didático on-line (Fonte: FILATRO. 2008, p.59)

O modelo de roteiro apresentado por Filatro (2008) para produção de vídeos,

possui as orientações para os responsáveis pela apresentação, produção e edição do

material, de forma simples e explicativa. A autora sugere um modelo de roteiro que se

assemelha ao de Mazzeu e Ambrózio em diversos aspectos, embora apresente formatação

diferenciada.

O roteiro de Filatro (2008) pode ser utilizado em diferentes tipos de videoaula,

pois sua formatação livre pode ser facilmente adaptada para videoaulas em estúdio, em

locação externa e, inclusive, para as interativas, as quais necessitam de maiores

informações ao programador de vídeo.

Nesse sentido, vale ressaltar que existem diferentes tipos de produções de

videoaulas. Segundo Mazzeu e Ambrózio (2012), videoaula podem ser classificadas

como:

Identificação

do material

Identificação da tela

Título da tela

Orientações ao

programador

Orientações ao

ilustrador

Texto para exibição em

caixa pop-up e locução

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Videoaula expositiva Gravada em estúdio em que o professor discorre sobre

o assunto, sem usar recursos complementares. Neste

caso, recomenda-se preparar o texto completo do que

será falado ou um roteiro de tópicos dos itens a serem

abordados na videoaula;

Videoaula expositiva com slides Também é gravada no estúdio, mas o roteiro é a

apresentação de slides preparada pelo professor, esta será

utilizada como guia para o que vai ser dito. Durante a

gravação, intercala-se a imagem do professor com os

slides, através de uma mesa de corte, ou switcher, para

facilitar a edição do material.

Videoaula em locação Constitui-se de aulas gravadas em locação externa, exige

um planejamento maior, tanto do professor quanto da

equipe, pois é necessário conhecer o local

antecipadamente, planejar detalhes de iluminação,

captação do som, enquadramentos, etc. À equipe é

imprescindível ter um roteiro de tudo que será necessário

gravar, já que não será feito no ambiente do estúdio, onde

a iluminação e o isolamento são propícios para a gravação

de vídeos. Também se recomenda que o professor grave

uma introdução sobre a videoaula, que pode ser captada

no estúdio ou na própria locação, dependendo de como

foi definido no planejamento entre a equipe audiovisual e

o docente.

Videoaula com lousa interativa

digital

Consiste na utilização da lousa. Este tipo de videoaula é

recomendado quando o professor necessita escrever, seja

para resolver um exercício numa página em branco ou

para fazer anotações em cima de um slide, uma

ilustração, um gráfico etc. Através do software da lousa

digital é possível capturar as anotações do professor e

inseri-las durante o vídeo.

videoaula com captura de tela” utiliza ferramentas de

captura de tela como o Camtasia1. Estes recursos podem

ser utilizados quando é necessário demonstrar

procedimentos a partir do computador, por exemplo, o

funcionamento de um software. Enquanto o professor

utiliza o programa, é possível gravar áudio explicativo ou

simplesmente inserir textos na captura de tela. Neste tipo

de videoaula, fica a critério do docente aparecer ou não

no vídeo. Contudo, é sempre mais interessante para o

aluno se ele puder ver o professor.

1 O Camtasia Studio é uma ferramenta de captura e gravação de tela para Windows e Mac. O programa,

além do screen recorder, possui diversas opções para edição e montagem de vídeos, útil para a criação de

tutoriais em vídeo e apresentações de slides. Pode ser acessado no link discover.techsmith.com.

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Videoaula debate e/ou entrevista Esse tipo de vídeo é indicado para o desenvolvimento de

temas específicos na área do conhecimento da disciplina

e pode contar com a ajuda de especialistas nas áreas que

serão abordadas para participarem das gravações.

Tabela 3 - Categorias de produções de videoaula. (Fonte: MAZZEU; AMBRÓZIO. 2012, p. 9)

Nesse contexto, cabe mencionar, como exemplo, as produções do projeto UFMT

Online, as quais atendem ao perfil do item “3) videoaula em locação” , pois, na videoaula

“Bioma Cerrado e suas fitofisionomias”, a equipe se deslocou três vezes para uma cidade

vizinha, a fim de encontrar o maior número possível de locações que demonstrassem a

variedade do Cerrado mato-grossense. Nesse sentido, vale ressaltar que, assim como foi

colocado pelos autores, a videoaula em locação externa exige uma série de cuidados, caso

contrário, os deslocamentos se transformam em viagem perdida e os resultados ao final

ficam comprometidos. Assim, durante a produção dessa videoaula, ficou evidente que

todos os equipamentos precisam ser revisados e testados, a equipe precisa ter o roteiro

em mãos e as locações pré-definidas, alimentos disponíveis, bem como água para garantir

o bem estar físico da equipe. Quando tudo isso ocorre dentro do planejamento, o resultado

é muito positivo, pois a videoaula toma feições semelhantes ao estilo cinematográfico, o

que se torna um elemento a mais no auxílio à aprendizagem.

Nesse sentindo, pode-se notar as amplas possibilidades existentes quando se

trata de produção de videoaula, visto que cada uma possui um elemento que a diferencia

das demais. Embora haja essas diferenças, é válido ressaltar que todas necessitam de

roteiro, seja ele de textos ou seguindo um modelo pré-estabelecido, por tópicos ou sem

slides. Por isso, considero o roteiro o procedimento mais importante de todo o processo

de produção de videoaulas.

O tipo de roteiro do perfil da “videoaula em locação”, adotado pelo projeto

UFMT, Mazzeu e Ambrózio indicam o seguinte:

Para as videoaulas em locação ou captura de tela, utilizamos uma

máscara semelhante a dos vídeos de introdução à disciplina, ou seja, o

roteiro possui duas colunas, a da esquerda contém a fala/explicação do

professor e a coluna da direita possui a indicação das imagens referentes

às falas. Nos dois casos recomendamos sempre que o professor grave

uma introdução sobre a aula e, se for o caso, uma conclusão do assunto.

Como esta costuma ser uma gravação mais demorada e com uma série

de imagens que não são apenas o professor falando, utilizamos o mesmo

procedimento de decupagem do vídeo de introdução (2012, p.12).

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Lameza et al. (2017), pesquisadores da Faculdade de Belas Artes da UNIFESP,

também iniciam o processo de produção de videoaula com a formação da equipe, segundo

os autores do trabalho intitulado “Estratégias na profissionalização da videoaula como

recurso potencializador do aprendizado”,

A fim de garantir a eficiência e a qualidade da produção das videoaulas,

o planejamento é integrado por uma equipe multidisciplinar, composta

pelos seguintes técnicos e especialistas: gestora, professores-autores,

designers instrucionais, preparadores e revisores de texto, designers

multimídia, equipe técnica do LIS (Laboratório de Imagem e Som) e

maquiador (2017, p.4).

A equipe de produção de videoaulas da faculdade de Belas Artes segue etapas

semelhantes às utilizadas pela UFSCAR, na qual o professor autor, juntamente com os

designers instrucionais e os preparadores e revisores de texto, delimita o tema do

conteúdo e os objetivos norteadores do roteiro didático. De acordo com este roteiro

didático, designers instrucionais, com o auxílio do design multimídia, elaboram um

roteiro técnico para padronizar e customizar as videoaulas - etapa que é intitulada de

“decupagem” pela equipe da UFSCAR.

Na figura 1, é possível visualizar o fluxo do processo de produção, as etapas e o

profissional da equipe responsável por cada uma delas (LAMEZA et al.. 2017, p 4):

Figura 1 - Fluxo de Produção de videoaula do Centro Universitário Belas Artes (Fonte: LAMEZA, et al.

2017, p.4)

Frente à necessidade de se organizar todo o processo a fim de que o resultado final

seja realmente positivo, o esquema acima facilita bastante que a equipe de produção da

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videoaula consiga visualizar o processo de maneira mais ampla e clara. Nesse sentido,

uma importante informação na primeira etapa do processo é a duração do tempo. Segundo

a equipe do Centro Universitário de Belas Artes:

A duração de cada uma [videoaula] não depende apenas do conteúdo

disponível, pois caso este resulte excessivo, dever-se-á priorizar a

experiência do aluno e sintetizá-lo de maneira a não o tornar cansativo

e prejudicar sua compreensão (LAMEZA et al. 2017, p 4).

Após a definição dos temas e do tempo da videoaula, por meio do roteiro técnico,

o passo seguinte é a roteirização. Segundo Lameza et al. (2017, p.5).

Preparar o conteúdo de uma boa videoaula envolve uma etapa extensa

de pré-produção, na qual são determinados os conteúdos que serão

apresentados no vídeo, tarefa realizada anteriormente pelo professor

autor. As ideias são registradas em um documento, denominado

roteiro, que orientará a gravação. O designer instrucional e o professor

autor trabalham no roteiro visando um vídeo de estilo espontâneo, com

uma narrativa que contemple o começo, meio e fim, dos conceitos mais

importantes para os alunos. O roteiro deve: ser objetivo, explicitando o

conteúdo sem perder as propriedades estilísticas do professor autor;

apresentar a descrição dos elementos que irão compor a videoaula; e,

além das narrativas, prever as imagens e os recursos visuais utilizados

para transmitir as ideias.

Da mesma forma como os pesquisadores da equipe da UFSCAR definiram os

tipos de roteiro, esta equipe o fez resumidamente:

Existem diferentes tipos de roteiro educacional (mapas conceituais,

estruturação de tópicos ou textos elaborados) que podem ser utilizados

na criação de entrevistas, documentários, séries temáticas e narrativas

instrucionais. Na videoaula da Belas Artes, utiliza-se o roteiro a partir

de textos previamente elaborados, adaptados e com a adição de

imagens, pronúncias, menções a pausas, vinheta de abertura, efeito de

transição e vinheta de encerramento. Uma vez concluída a confecção

do roteiro, este é revisado por meio de leituras em voz alta para

certificar-se da fluidez fonética do texto. Utilizam-se, também, as

indicações das artes a serem inseridas em cada cena a partir de um

padrão de artes pré-definidas (LAMEZA et al. 2017, p. 5).

Embora haja diferenciações entre os tipos de videoaula, alguns elementos que

compõe o audiovisual como sonoridade, vinheta de abertura e arte gráfica são

fundamentais para todos os tipos de material audiovisual. Eles auxiliam na produção de

sentidos pelos espectadores/alunos. As vinhetas de abertura, a música tema e outros

possíveis recursos sonoros são criados e selecionados previamente, antes do início de de

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todas as produções. As artes gráficas são elaboradas pelo design multimídia, o

responsável por criar todos os materiais de animação, previamente também, em um

programa de edição de imagens vetoriais. Esta etapa corresponde ao item “5” do esquema

apresentado há pouco.

A padronização da arte é uma etapa da produção de materiais audiovisuais da

Faculdade de Belas Artes, vale ressaltar que este aspecto é importante para que os vídeos

tenham uma harmonia visual consonante com o texto e o assunto que será tratado. Nesta

etapa, o responsável pela função é o designer multimídia. A seguir, os autores apresentam

o trabalho deste profissional para a produção das videoaulas (Lameza et al. 2017, p.6):

O designer multimídia seleciona o tamanho das fontes e as imagens

utilizadas para que o aluno visualize o texto tanto em desktop como em

dispositivos móveis. As imagens utilizadas são adquiridas em bancos

de imagens e respeitam os direitos autorais. A cor branca é utilizada

como fundo da videoaula, o branco, pois permite que o vídeo se

destaque junto com a cor de fundo da identidade visual do curso na

página em HTML. “O processo de desenvolvimento das artes em

videoaula possui uma ligação emocional e cognitiva com o público-

alvo (Santaella, 2001 apud Quintana et al, 2017, p. 6)”, o que reforça a

importância do papel do designer multimídia no processo criativo.

Após a arte do material ser desenvolvida pelo designer multimídia, que “por meio

do projeto gráfico, apresenta a padronização aplicada ao roteiro técnico e indica a noção

visual da produção das cenas”, o material segue para a análise do designer instrucional,

que tem o seguinte papel:

O designer instrucional ocupa uma posição estratégica durante o

processo de gravação, juntamente ao preparador e revisor de texto; tal

como um diretor, acompanha e assiste diretamente cada etapa da

gravação: monitora o desenvolvimento do roteiro; orienta e realiza a

mediação entre professores-autores e equipe técnica; adverte quanto à

necessidade de ajustes técnicos nos aparelhos; observa enquadramento

e posicionamento de câmeras (LAMEZA et al, 2017, p. 8).

Mais adiante, a arte é entregue para a “equipe técnica envolvida na gravação

profissional (2017, p.5)”. Esta etapa, a padronização da arte, é o momento em que todos

os elementos artísticos da videoaula serão elaborados no Adobe Photoshop2, além de

serem determinados a marcação de onde cada elemento gráfico ficará posicionado na tela.

2 Adobe Photoshop é um software caracterizado como editor de imagens bidimensionais do tipo raster

(possuindo ainda algumas capacidades de edição típicas dos editores vectoriais) desenvolvido

pelaAdobe Systems. Pode ser adquirido no site www.adobe.com.br/products/photoshop.

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Outra etapa que, segundo Lameza et al (2017, p.7), faz-se fundamental para o

resultado do material é a “concepção da vinheta”. Segundo os autores,

A vinheta de abertura da videoaula da Belas Artes foi concebida a partir

de um brainstorm e é composta por referências visuais relacionadas à

tecnologia, meios de comunicação eletrônicos, movimento e

criatividade. Estas imagens, articuladas com o som e as animações da

vinheta, estimulam os sentidos da percepção. Em seu sentido

etimológico de união, junção e sensação, a sinestesia da audição, o som,

pode provocar uma experiência visual (2017, p. 6).

A função da música de abertura, segundo os autores, exige intensa pesquisa, pois

“a música certamente atua no inconsciente do aluno, e por isso serve como motivação no

grande investimento da pesquisa pela música-tema na criação das vinhetas de abertura.

Apontam ainda, que, segundo Ferraretto (2000, p. 286 apud Lameza et al., 2017, p. 6) “a

música e os efeitos exploram a sugestão, criando imagens na mente”.

Nesse sentido, “a música desempenha um papel relativo ao estímulo emocional,

daí sua importância nas vinhetas. Isso se adequa à teoria Instrucional, que será discutida

adiante, de Mayer (2011) a qual afirma que a aprendizagem passa pela afetividade para

ser concretizada, por isso, o professor quando está diante de uma câmera, é um meio de

aproximar alunos que estudam na modalidade à distância, ao seu professor, podendo

então, ter a sensação de vínculo com o mesmo.

A trilha sonora, quando articulada com a imagem, seguindo certos princípios,

pode, segundo Samuel (1964), “representar um elemento unificador, pode acentuar um

efeito, sugerir um movimento e criar uma atmosfera” (apud LAMEZA et al., 2017, p. 7).

Nesse sentido, discorrem sobre o processo de seleção da trilha sonora das videoaulas

produzidas na faculdade. Essa é uma técnica importante para no processo de produção de

videoaulas, principalmente quando se trata de tema de abertura, já que este será fixo e

será a identidade do produto.

A produção é onde o roteiro cria forma, onde “o vídeo toma corpo, nela cabe a

“previsão de necessidades”, tanto no caráter técnico, quanto no humano, ou seja, é preciso

prever o uso de equipamentos, cenário, técnicos, maquiagem e a própria filmagem.

Antes de ir para a gravação da videoaula, prepara-se o TP

(teleprompter) para que o professor autor confira as informações

contidas no texto, previamente aprovadas no roteiro. Nesse momento,

para uma maior eficácia na gravação, o preparador e revisor de texto

atua juntamente ao teleprompter, realizando adequações, se necessárias,

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ao discurso oral, evitando a junção de palavras foneticamente

complexas e sinalizando com clareza o ritmo a ser seguido, sem que

este comprometa a inteligibilidade do conteúdo. Em suma, o preparador

e revisor de texto trabalha e adequa a linguagem a um contexto distinto

ao escrito, considerando a especificidade dos interlocutores, daqueles

que protagonizam as aulas em vídeo; assegura que nenhuma alteração

de sentido em relação ao conteúdo original tenha sido feita por acidente

ou consequência do processo de confecção das etapas anteriores

(LAMEZA et al., 2017, p. 7)

A etapa da finalização é quando o vídeo receberá todos os elementos organizados

anteriormente, desde a arte produzida no photoshop, pelo designer multimídia, até o

roteiro com informações da decupagem, realizada pelo designer instrucional. Perceba a

importância dessa etapa, na descrição feita pelos pesquisadores da Faculdade de Belas

Artes:

Na pós-produção ocorre a finalização do trabalho, desde a pré-edição

do vídeo até a disponibilização para os alunos. O editor de vídeo recebe

a gravação e inicia a decupagem, ou seja, a preparação do vídeo para a

edição, auxiliado pelo roteiro que recebeu do designer instrucional. A

edição inicia-se no programa Adobe Premiere, onde são ajustadas

qualidade da imagem, som e posicionamento do professor autor na tela.

Em seguida, o vídeo é exportado para o After Effects, onde são

desenvolvidas e integradas as vinhetas de abertura e a animação no

pacote com todas as cenas de artes desenvolvidas pelo designer

multimídia no Adobe Photoshop. As animações em motion graphics são

aplicadas em balões de texto, setas, caixas de realce, pontos de

interação, além do GC e das cenas de transição (LAMEZA et al, 2017,

p. 9).

A videoaula é um recurso em contínuo desenvolvimento, nota-se sua relevância

como uma ferramenta educacional por meio de pesquisas realizadas a fim de explorar as

diferentes possibilidades que o audiovisual representa para a educação. Um exemplo do

potencial deste recurso pode ser visto na pesquisa realizada por Soares et al (2013), na

Universidade Federal da Paraíba, em que os pesquisadores se utilizaram da Teoria das

Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, para nortear um experimento inovador, no

qual a proposta era construir videoaulas interativas.

O objetivo desta pesquisa pode ser encontrado em Soares (2013), que discorre a

respeito do processo de produção neste trecho:

O objetivo foi o de permitir a quebra da linearidade, estabelecendo um

processo de pós-produção interativa. No processo de produção da

ferramenta foi utilizada a técnica de observação do usuário e da tarefa,

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os cenários de uso, a verbalização simplificada, a avaliação heurística

no que diz respeito à análise da interface e, na verificação do código da

aplicação gerada pela ferramenta, utilizamos o NCL Validator.

(SOARES et al. 2013, p. 3).

O intuito resume-se em desenvolver um software e disponibilizá-los aos

professores para que estes tenham acesso à adicionar recursos sonoros, espaciais,

linguísticos, entre outros.

Assim, a pesquisa parte do fato de que cada indivíduo tem habilidades diferentes

e, portanto, indaga-se de que forma pesquisadores poderiam encontrar subsídios que

“viessem propiciar a construção de um modelo conceitual que ancorasse a possibilidade

do uso de estratégias de ensino-aprendizagem com vistas a uma nova visão de educação”

(SOARES et al., 2013, p. 3). Assim, encontrar contribuição nas ciências cognitivas que

permitissem pensar modelos onde cada docente, ao trabalhar com conteúdo educativo,

pudesse potencializar determinadas inteligências no “aprendente”, dando ao mesmo a

“oportunidade de ampliar o seu potencial em relação a determinadas inteligências” que,

interligadas, permitem alcançar um melhor nível de competência na aprendizagem. Este

cenário é intrínseco à compreensão de aprendizagem apresentado por Gardner em sua

Teoria (GARDNER, 2000 apud BRENNAND et al. 2013, p. 3).

Os ícones correspondentes a cada tipo de habilidade de aprendizado podem ser

acrescentados em determinado ponto da videoaula e a ele podem ser anexados arquivos

como vídeos, músicas e podcasts, para explicar melhor o assunto tratado, ou seja, o

“aprendente” pode parar o vídeo, acessar o conteúdo extra e depois retornar ao vídeo.

Desta forma, pode-se ressaltar as diferentes inteligências, de acordo com cada

“aprendente”. O objetivo desta ferramenta é valorizar todos os tipos de inteligências e,

assim, promover o aprendizado de diferentes formas:

Pensar o modelo com base na participação ativa do aprendente, na

exploração e na experimentação quando das escolhas feitas durante

percurso de navegação do conteúdo interativo tornou-se um desafio.

Assim, implementamos uma ferramenta que pudesse validar o modelo

para criação de conteúdos interativos, oportunizando ao docente

estabelecer conexões com outros conteúdos que considere essencial à

aprendizagem, de forma que os aprendentes sejam estimulados a

navegar em meio ao conteúdo abordado (SOARES et al. 2013, p. 4).

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A Teoria da Inteligências Múltiplas defende a ideia de que o educador precisa

encontrar os caminhos para ensinar:

Nesta pesquisa, os conteúdos interativos audiovisuais foram produzidos

com vistas a acionar um conjunto de inteligências no aprendente. As

docentes, de acordo com as características apontadas por Gardner

(2000) para cada inteligência em sua Teoria, puderam lançar mão das

formas inovadoras de visão de mundo que cada aprendente poderia ter.

Gardner (2000) explica que as inteligências são potenciais que podem

ser ativados dependendo dos valores culturais do sujeito, das decisões

pessoais de cada um e das oportunidades que se apresentam em sua

cultura (SOARES et al., 2013, p. 17).

Assim, o “processo de conhecer pode ser enriquecido quando temos acesso a

conteúdos concebidos a partir de um modelo que envolva a tríade educação-tecnologia-

cognição” (SOARES et al., 2013, p. 2).

Essa pesquisa exibe o quanto a utilidade de videoaulas pode alargar os

conhecimentos de um aprendente, além de apontar outro método de produção, o qual

envolve a interatividade e a possibilidade de somar outros recursos cognitivos para a

garantia da aprendizagem. Nesse sentido, esse artigo se apresenta nessa pesquisa como

um suporte teórico que fundamenta a ideia de que existem métodos de produção comuns

a qualquer material audiovisual educativo, porém, ainda há uma infinidade de outros

métodos que podem surgir para tornar essa ferramenta ainda melhor.

Os conceitos advindos destes trabalhos foram úteis para a elaboração do roteiro

de produção de videoaula. Assim, tendo como fundamento as etapas do processo de

produção apontadas pelos autores das obras, será apresentado adiante um protocolo de

produção de videoaula, em formato de roteiro, que pretende auxiliar produtores e

professores na elaboração de materiais audiovisuais educativos.

2.2.2 AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM MULTIMÍDIA E DO DESIGN

INSTRUCIONAL

A partir daqui, serão apresentados os resultados da revisão bibliográfica,

explicando brevemente em que consiste cada uma das teorias selecionadas para servir de

base à produção de videoaulas. Será feita também uma breve revisão sobre alguns

conceitos do audiovisual, usados na produção de videoaulas.

O interesse por acrescentar conteúdos que estimulem diferentes inteligências

também é a base da Teoria da aprendizagem Multimídia, de Richard Mayer (1997, apud

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PEREIRA, 2013)3 Esse estudioso desenvolveu pesquisas que visavam meios de

aprendizagem em que o aluno não só compreendesse o assunto, mas fixasse as

informações e aplicasse o que aprendeu em atividades semelhantes do cotidiano.

Os conceitos de Mayer são muito utilizados no design instrucional. Na obra de

Filatro (2008), as ideias da Teoria da Aprendizagem Multimídia são explicadas como

“teoria da carga cognitiva”, a fim de aplicar as hipóteses de Mayer às técnicas de design

instrucional. No quadro a seguir, encontra-se os pontos em comum entre as teorias de

Mayer (1997, apud PEREIRA, 2013) e Filatro (2008):

3 A Teoria da Aprendizagem Multimídia, de Mayer (1997), será utilizada neste trabalho por meio do

material traduzido pelo especialista em linguagens Pereira (2013), na maior parte das vezes e, também, por

Pereira et al. (2011), devido ao difícil acesso à obra original de Mayer (1997) e a qualidade das traduções

já realizadas por eles.

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Princípios convergentes entre a Teoria da Aprendizagem Multimídia e a Teoria

da Aprendizagem Cognitiva

Teoria da Aprendizagem Multimídia

Richard Mayer (1997, apud PEREIRA,

2013)

Teoria da Aprendizagem Cognitiva

Andrea Filatro (2008)

Princípio da Coerência

Princípio da Coerência

Princípio da Redundância

Princípio da Redundância

Princípio da Contiguidade Espacial

Princípio da Proximidade espacial

Princípio de Multimídia

Princípio de Multimídia

Princípio de Personalização

Princípio de Personalização

Princípio da Modalidade

Princípio da Modalidade

Tabela 4 - Princípios comuns entre a Teoria da Aprendizagem Multimídia (MAYER, 1997, apud

PEREIRA, 2013 ) e a Teoria da Carga Cognitiva (Filatro, 2008). Fonte: autoria própria.

Há também os princípios encontrados em apenas um dos autores:

Princípios divergentes entre a Teoria da Aprendizagem Multimídia e a Teoria

da Aprendizagem Cognitiva

Teoria da Aprendizagem Multimídia

Richard Mayer (1997)

Teoria da Aprendizagem Cognitiva

Andrea Filatro (2008)

Princípio da Sinalização Princípio da Prática

Princípio da Contiguidade temporal

Princípio da Segmentação

Princípio do Treinamento Prévio

Tabela 5 - Principios divergentes entre a Teoria da Aprendizagem Multimídia e a Teoria da Carga

Cognitiva. Fonte: autoria própria.

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Nesse sentido, o designer instrucional é o profissional que desenvolve técnicas

que buscam otimizar a aprendizagem dos materiais didáticos, principalmente os que se

referem ao aprendizado eletrônico, como os de plataformas de EaD. As equipes de

produção de conteúdo para sites são compostas, segundo Filatro, por ‘ilustradores,

webdesigner, programadores, roteiristas, locutores, atores” (FILATRO, 2008, p. 84),

além do designer instrucional e do subject matter expert (SME), o especialista em

conteúdo multimídia.

No caso de equipes de produção de videoaulas, o diretor das filmagens executa

grande parte da função do design instrucional e do conteudista (SME), enquanto o

professor apresentador, a função de roteirista, locutor e ator. Assim, os conhecimentos na

área de design instrucional podem contribuir determinantemente para a produção do

material.

Nesse sentido, Andrea Filatro (2008) também se utiliza dos princípios de Mayer

(1997, apud PEREIRA, 2013) para dar ênfase às técnicas de design instrucional

relacionadas às faculdades cognitivas da aprendizagem.

Mayer (1997, apud PEREIRA, 2013) comprovou que o texto era capaz de explicar

um fenômeno, mas quando vinha acompanhado de imagens explicativas, os resultados

eram muito mais profundos e perene. Esta teoria pode ser amparada pela ampla pesquisa

de Roger Parry (2017), que apresenta em sua obra “a ascensão das mídias”, os elementos

básicos da comunicação como “o discurso, a música, a imagem e a escrita”. Filatro

também aponta em um dos princípios do design instrucional que quando “apresentada de

maneira verbal e não-verbal, a informação é mais facilmente processada pela memória do

que quando apresentada de uma única forma” (FILATRO, 2008, p. 77)

Assim, é possível estabelecer uma relação direta com esses quatro elementos – o

discurso, a música, a imagem e a escrita -, os quais podem hoje, ser utilizado

simultaneamente, devido ao uso de tecnologias na educação e a teoria multimídia. Pois,

segundo Mayer (1997, apud PEREIRA, 2013), basta que dois meios sejam combinados

para se produzir a aprendizagem multimídia, dessa forma, a videoaula é um recurso

multimídia em essência, porque se apresenta por meio da escrita, da imagem, da música

e da escrita, já que o professor discursa, ao mesmo tempo que legendas surgem na tela,

bem como as imagens, que ilustram e exemplificam. Além disso, a música é um elemento

que está constantemente em aberturas, vinhetas de passagem, encerramento etc.

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Porém, Filatro (2008) aponta que o uso de imagens, música, discurso e escrita

deve ser feito de modo instrucional, o qual baseia-se na combinação de elementos que

não ultrapassem os limites cognitivos do cérebro, evitando que a aprendizagem seja

sobrecarregada.

Assim, o uso desses recursos deve ser feito buscando sempre a finalidade

instrucional, para Mayer (1997, apud PEREIRA et al, 2011), “a mensagem multimédia

instrucional é uma apresentação consistindo em palavras e imagens que se destina a

promover a aprendizagem significativa”, ou seja, as imagens precisam conter passos do

processo que correspondam ao que está escrito ou discursado. Assim, para Mayer (1997

apud PEREIRA et al., 2011), “há duas partes para a definição: (a) a apresentação contém

palavras e imagens, e (b) a apresentação é desenhada para promover a aprendizagem

significativa”.

No exemplo apresentado por Richard Mayer (2003 apud PEREIRA et al., 2011),

o processo ensinado é “encher um pneu de bicicleta. Veja como a escrita descreve o

processo:

Por exemplo, o professor diz: “Quando a alavanca é puxada para cima,

o pistão move-se para cima, a válvula de admissão abre-se, fecha a

válvula de saída e há entrada de ar no cilindro. Quando a alavanca é

empurrada para baixo, o pistão desce, a válvula de admissão fecha-se,

e a válvula de saída abre-se e faz sair o ar para fora da mangueira”

(PEREIRA et al., 2011).

Este excerto faz parte da pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, e

aponta que, segundo Mayer (1997 apud PEREIRA et al., 2011), em média, os alunos que

ouvem (ou lêem) explicações que são apresentadas apenas com palavras não são capazes

de se lembrarem mais das ideias chave e têm dificuldades em usar o que foi apresentado

para resolver problemas novos. Já os alunos que podem pesquisar na internet o descritivo

“como encher um pneu de bicicleta” possui maiores possibilidades de compreensão, pois,

combinados, texto e imagem, acontece a relação do entendimento das duas partes do

cérebro, direita e esquerda.

Essa teoria foi desenvolvida em um período em que a internet ainda não havia se

popularizado, mas ainda fundamenta as técnicas de design instrucional, farto que legitima

sua eficácia.

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As técnicas que fundamentam a Teoria da Aprendizagem Multimídia apresentadas

por Mayer nesse trecho:

Nesta seção, eu apresento uma teoria cognitiva de aprendizagem

multimídia, que se baseia em três hipóteses sugeridas pelas pesquisas

sobre a natureza da aprendizagem humana – o pressuposto do canal

duplo, a hipótese de capacidade limitada e a suposição de aprendizagem

ativa. A suposição de canal duplo é que os seres humanos possuem

informações distintas para representações visuais e verbais, e é derivado

da pesquisa de Paivio (1986) e Baddeley (1998). Por exemplo,

animações são processadas no canal visual/ imagens e palavras faladas

(exemplo, narrativas) são processadas no canal auditivo/verbal. O

pressuposto da capacidade limitada é que a quantidade de

processamento que pode ocorrer dentro de cada canal de processamento

de informação é extremamente limitada. Por exemplo, os alunos podem

ser capaz de ativar mentalmente apenas uma frase da narração e cerca

de 10 segundos de animação, a qualquer momento. O pressuposto ativo

de aprendizagem é de que ocorre quando os alunos entram no processo

ativo cognitivo incluindo tomar atenção a informação relevante de

palavras e imagens, organizá-las mentalmente em representações

verbais , e integrar as representações verbais mentalmente entre elas e

com o conhecimento prévio (PEREIRA, 2011).

Esses princípios são a base dos conhecimentos do profissional responsável pelo

“planejamento, o desenvolvimento e a utilização sistemática de métodos, técnicas e

atividades de ensino para projetos educacionais apoiados por tecnologias” (FILATRO,

2004, p. 32), intitulado de Design Instrucional.

Pereira (2013) ressalta que, “no que tange videoaulas e outros materiais

multimídia, o design instrucional tem por fim promover a aprendizagem significativa,

aliando recursos verbais e não verbais no processo de instrução” (MAYER,1997, apud

PEREIRA, 2013). Portanto, as hipóteses consideradas por Mayer podem ser interpretadas

como:

• Dualidade de canais – os seres humanos possuem canais separados para

processamento de informações visuais e auditivas;

• Capacidade limitada – os seres humanos são limitados na quantidade de

informação processada por vez em cada canal;

• Processamento ativo – os seres humanos engajam-se na aprendizagem

ativa ao atentarem para informações relevantes, organizarem a

informação selecionada em representações mentais coerentes e

integrarem essas representações com outros conhecimentos.

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Desse modo, Mayer desenvolveu as hipóteses para uma aprendizagem multimídia

e as dividiu em dez princípios (MAYER apud PEREIRA, 2013, p.33), os quais podem

ser vistos a seguir

Princípios para redução de processamento

desnecessário

Princípio da coerência

Princípio da sinalização

Princípio da redundância

Princípio da contiguidade espacial

Princípio da contiguidade temporal

Princípios para gerenciamento do

processamento essencial

Princípio da segmentação

Princípio do treinamento prévio

Princípio da modalidade

Princípios para estímulo do processamento

generativo

Princípio de multimídia

Princípio de personalização

Tabela 6 - Princípios da Aprendizagem Multimídia. (Fonte: MAYER apud PEREIRA, 2013, p. 33).

Segundo Pereira (2013), os princípios para redução de processamento

desnecessário têm a finalidade de evitar a sobrecarga de informações e elementos que

levem à distração, como excesso de imagem e som no material multimídia. Enquanto os

princípios para gerenciamento do processamento essencial buscam “capacitar o aluno a

identificar o que é relevante no material multimídia e compreender suas informações

principais, por meio do design instrucional do material” (PEREIRA, 2013, p. 33). Por

fim, os princípios para estímulo do processamento generativo têm o objetivo de estimular

os alunos através de recursos atraentes, a fim de tornar o material mais interessante.

Filatro (2008) também discorre a respeito da atenção que deve existir para atender

a esse princípio, porque faz-se necessário manter uma linguagem conversacional para

melhor compreensão do aluno, mas sempre tendo em vista que o assunto deve ser

relevante, principalmente no caso de sons, textos e imagens, a fim de não distrair o aluno

e perturbar o aprendizado com excesso de informação (FILATRO, 2008, p. 76).

O Princípio da Coerência consiste na ideia de “eliminar o material desnecessário”.

segundo esse princípio, um material multimídia coerente é aquele que elimina

informações secundárias, pois, essas podem disputar “espaço na mente com as

informações principais, prejudicando o processamento cognitivo”. A respeito disso,

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Filatro afirma ainda que o limitado potencial de atenção deve ser utilizado com recursos

que “realmente contribuem para o significado da unidade de aprendizagem” (FILATRO,

2008, p. 76)

Já o Princípio da Sinalização, a qual defende que a organização do material deve

ser explícita ao aluno, diz que, “além de signos que veiculem informações expositivas,

um material multimídia deve conter signos metacomunicativos, os quais explicitem ao

aluno como o material está organizado”. A ideia central desse princípio é que, assim, o

“aluno não consumirá parte de seu limitado processamento cognitivo tentando entender

a estrutura do material, podendo dedicar-se a compreender seu conteúdo”. No caso de

videoaulas, tal princípio pode, por exemplo, se manifestar em vinhetas que definam onde

começa a introdução da aula ou sua conclusão, ou símbolos na tela que definem se aquela

é uma informação principal ou uma curiosidade.

Nesse sentido, o Princípio da Redundância, que orienta a não combinar fala e

transcrição da fala, também é fundamental. Segundo Pereira (2013), “materiais que

reduplicam uma mesma informação em dois canais, como um texto verbal apresentado

aos ouvidos (fala) e aos olhos (transcrição da fala), exigem desnecessariamente duplo

processamento”. Isso faz com que o espectador reduza os limitados recursos cognitivos

disponíveis, ou seja, é muita informação para ser trabalhada pelo cérebro:

No que tange a videoaulas, as “legendas de aulas ministradas em língua

materna é desnecessária, salvo para aprendentes com deficiência

auditiva. No entanto, os resultados de Mayer (2009) indicam que

palavras-chave podem ser destacadas no vídeo eventualmente, sem que

isso resulte em redundância nociva ao material didático. Nesse caso, as

palavras-chave reforçariam o princípio da sinalização, destacando que

determinadas informações do texto falado são mais importantes para

aquela aula. (PEREIRA, 2013, p. 33)

Segundo Mayer (1997, apud PEREIRA, 2013), o princípio da contiguidade

espacial quer dizer que deve-se aproximar textos e imagens correspondentes na tela do

vídeo, no caso do audiovisual, ou seja, “tal disposição de itens na tela desobriga o aluno

de despender esforços cognitivos para buscar correspondências entre os elementos

visuais”. Assim, no caso de videoaulas, a etapa de edição do vídeo deve considerar o

posicionamento de textos escritos (palavras-chave ou lista de itens, por exemplo) e

imagens correspondentes. Esse princípio é respeitado na produção de videoaulas da

UFSCAR, no qual a “máscara” do roteiro contém as informações que indicam ao editor

onde as imagens ilustrativas vão ficar ao dividir a tela com o professor. Essas siglas que

indicam a localização (PP:Centro; PG: 1Q; PM: esquerda crop ou seja, primeiro Plano:

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centro; Plano Geral; um quadro; plano médio: corte à esquerda) auxiliam, também, o

diretor de fotografia na gravação.

Princípio da Contiguidade Temporal, que consiste em apresentar simultaneamente

textos e imagens correspondentes, segundo Pereira (2013), “sinaliza que a simultaneidade

entre esses estímulos permite que os alunos associem, na memória de trabalho, os textos

e imagens apresentados, o que favorece o estabelecimento de conexões”. Por isso, no caso

de videoaulas, “as palavras-chave e imagens inseridas na fase de edição devem aparecer

simultaneamente à fala do professor, e não em tomadas em série”.

O Princípio da Segmentação é bastante utilizado em produções para materiais de

EaD, ele se define pela divisão do conteúdo multimídia em unidades menores. Para

Mayer, “uma aula fragmentada em partes menores permite que o aluno processe o

conteúdo de forma mais estruturada, articulando unidades conceituais simples em

construtos complexos”. Para Pereira (2013), “no que tange a videoaulas, a segmentação

pode se dar na estruturação do vídeo em diferentes takes, que podem ser separados entre

si por vinhetas de passagem, entre outros recursos de transição”.

O Princípio do treinamento prévio pode ser uma sugestão bastante útil para

produtores de videoaula, o qual consiste em apresentar previamente termos técnicos,

Para aumentar o fluxo de informações essenciais recebidas pelo

aprendente, termos técnicos, bem como outros elementos a serem

memorizados na condição de pré-requisitos, devem ser previamente

apresentados. No caso de videoaulas, estes termos técnicos ou outros

pré-requisitos ser veiculados em uma mídia complementar, como um

material impresso, um arquivo em PDF etc . (PEREIRA, 2013, p. 33)

O Princípio da Modalidade é o resultado de pesquisas sobre a fisiologia humana,

o qual ressalta que o ser humano possui canais diferentes para interpretar informações.

Por isso, esse princípio se baseia na ideia de que o texto oral complementa imagens

melhor do que o escrito, pois, “como imagens são veiculadas pelo canal visual, são mais

bem complementadas por informações veiculadas pelo canal auditivo, evitando

sobrecarga de um único canal. Assim, em uma videoaula, a voz do professor

complementa uma imagem melhor do que uma legenda ou texto escrito o fariam”.

Há ainda o Princípio de Multimídia, que resume toda a teoria ao afirmar que

“aprende-se melhor com imagens e palavras do que apenas com palavras”. Nesse sentido,

o aluno que for receber informações por meio dos canais auditivo e visual é estimulado a

integrar as mensagens de cada canal, o que possibilita a construção de novos

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conhecimentos, já que o gênero videoaula é essencialmente estruturado com base na

articulação de imagem e som, em que a fala do professor é veiculada ao mesmo tempo

em que sua imagem e quaisquer outras aparecem no vídeo

Por fim, está o Princípio de Personalização, que significa a busca pela

simplicidade da linguagem coloquial. Este diz “empregue linguagem conversacional”,

porque “um estilo dialógico aproxima professor e aluno, pois coloca-os na condição de

pares que interagem na construção do conhecimento, em vez de meros polos em um

paradigma transmissivo de educação”. Segundo Pereira (2013), “em uma videoaula, a

linguagem conversacional pode emergir de gravações mais espontâneas ou de roteiros em

que as marcas de interlocução são previamente explicitadas no texto”.

Filatro (2008) acrescenta ainda o “Princípio da Prática”, o qual afirma que o

aprendizado eletrônico deve propor atividades práticas, as quais “requeiram dos alunos

processar informações em contextos autênticos, em vez de simplesmente reconhecer ou

recuperar informações previamente fornecidas”. (FILATRO, 2008, p. 76)

Estes princípios irão nortear o instrumento de avaliação de produção de

videoaulas, sendo que, por meio deles, serão elencadas as questões às quais a equipe deve

responder a respeito do processo de produção. Desse modo, caso a intenção seja saber se

a equipe seguiu o Princípio de Modalidade, a pergunta do instrumento deverá ser

direcionada a saber se houve o cuidado de não colocar textos simultaneamente a imagens

e sons, porque este princípio traz a ideia de que os indivíduos possuem limitação em sua

capacidade de armazenamento de informações. Portanto, é preciso que não aconteça uma

sobreposição de meios transmitindo a mesma ideia.

2.2.3 ELEMENTOS DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL USADOS EM PRODUÇÃO

DE VIDEOAULAS

Essa seção apresenta procedimentos bastante usuais em produções audiovisuais

em locação interna e externa. Adiante, portanto, serão listadas as etapas para a produção

com base nas obras de Chris Rodrigues (2007), O Cinema e a Produção, e de Herbert

Zettl (2011), Manual de produção de televisão.

A escrita do roteiro consiste no princípio de qualquer produto audiovisual, seja ele

de cunho artístico, publicitário ou educativo. Por isso, no caso de videoaulas, é importante

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que a equipe saiba orientar o professor conteudista – o qual corresponde ao roteirista

responsável pelo primeiro e principal texto da videoaula – a melhor forma de fazê-lo.

O processo de produção de videoaulas se assemelha ao de uma produção

cinematográfica em diversos pontos, embora uma produção de cinema seja mais longa e

demande mais recursos, os eixos são os mesmos. Isso se dá devido as cinco partes que

dividem o processo de uma produção audiovisual, as quais, segundo Rodrigues (2007)

são: preparação, a pré-produção, a filmagem (produção), a desprodução e a finalização”

(RODRIGUES, 2007, p. 105).

As etapas da pré-produção de gravações em campo, segundo Zettl (2011), em

geral são praticamente as mesmas da produção em estúdio. “Como primeira etapa é

preciso estudar o script (roteiro) e formular uma mensagem de processo viável, que

precisa então ser traduzida no mais eficaz e eficiente método de produção” (ZETTL,

2011, p. 329)

A reunião de produção inicial é uma questão levantada por Zettl (2011), e,

segundo ele, “o ideal é essa reunião envolva todo o pessoal-chave, incluindo o assistente

de produção, o assistente de direção e o operador de câmera” (ZETTL, 2011, p. 329).

Ainda a respeito disso, o autor menciona a necessidade de incluir um diretor de fotografia

ou iluminador em casos de gravações em diversos locais fechados e que é fundamental

que todos saibam com exatidão onde a produção vai ser realizada e como chegar no local.

Para isso, o cronograma com as principais etapas de produção e o esboço de locação deve

ser distribuído a todos da equipe.

A produção deve checar os equipamentos antes de partir para a produção em

campo, segundo o autor, a lista de checagem de equipamentos “auxilia como guia geral”.

Zettl cita uma série de equipamentos, na Tabela 7 podemos identificar alguns deles::

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LISTA DE CHECAGEM DE EQUIPAMENTOS:

Câmeras: Quantas? Foram verificadas? Os suportes de câmera serão necessário:

tripés, dollies com tripé, suportes especiais? Você possui baterias suficientes? Elas

estão totalmente carregadas e cabem nas câmeras específicas que você utiliza?

Áudio: Se você não tiver checado a acústica do local, leve vários tipos de microfones.

Verifique seus microfones de lapela sem fio. Há bateria suficientes para os

transmissores de microfone sem fio? Os microfones portáteis se ajustam à frequência

do canal do receptor? Todos os remotos, incluindo os de lapela, devem ter protetor

de vento.

Iluminação: É possível iluminar a maioria dos interiores com instrumentos de

iluminação portáteis. Leve vários kits de iluminação. Verifique se eles realmente

contêm as lâmpadas, os pedestais e os acessórios complementares. As lâmpadas

funcionam? Sempre inclua algumas lâmpadas extras. As lâmpadas realmente se

encaixam nos instrumentos de iluminação? Elas brilham com a temperatura da cor

desejada (3.200 K ou 5.600 K)?

Refletores: Há refletores suficientes (rebatedor branco), rebatedores em sombrinha,

material de difusão (telas, gelatinas de difusão) e gelatinas coloridas para regular a

temperatura de cor? As gelatinas coloridas mais usadas são as de cor âmbar ou

laranja-claro para diminuir a temperatura da cor e azul-claro para aumentá-la.

Diversos: Há alguns outros itens que, muitas vezes, são necessários para uma

produção em campo – scripts e cronogramas extras; folhas de registro de campo;

placas (claquetes) e marcadores; guarda-chuvas comuns e “capas de chuva” (de

plástico) para as câmeras; cartões brancos para o equilíbrio de branco; um

teleprompter (tela plana e laptop), se aplicável; cartazes de prompt (dálias) em branco

ou bloco de papel grande e marcador; cavalete e vários rolos de fita isolante e adesiva

(crepe). Também serão necessários: giz branco, sacos de areia extras, prendedores de

roupa feitos de madeira, corda, kit de maquiagem, garrafas de água, toalhas,

lanternas, sacos de lixo e um kit de primeiros socorros.

Tabela 7 - Lista de checagem de equipamentos. (Fonte: ZETTL, 2011)

O exemplo de cronograma de gravação sugerido por Zettl pode ser verificado na

Tabela 8:

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CRONOGRAMA: PRODUÇÃO EM CAMPO

7h30 – 8h15 Verificação de equipamento

8h15 Partida

9h15 Horário de estimado de chegada

9h30 – 10h Reunião

10h – 11h Instalação técnica

11h – 11h30 Almoço

11h30 – 12h Ensaio geral técnico e com artistas

12h – 12h20 Anotações e ajuste

12h20 – 12h30 Intervalo

12h30 – 12h Gravação em vídeo do segmento 1

13h – 13h15 Anotações e ajuste do segmento 2

13h15 – 13h5 Gravação em vídeo do segmento 2

13h45 – 13h55 Intervalo

13h55 – 14h10 Anotações e ajuste do segmento 3

14h10 – 14h40 Gravação em vídeo do segmento 3

14h40 – 15h Spill

15h – 15h30 Desmontagem dos cenários

15h30 Partida

16h30 Horário estimado de chegada à estação

16h30 – 16h45 Verificação de equipamento

Tabela 8 - Cronograma de Produção em Campo (Fonte: ZETTL, Herbert. 2011, p.329)

Segundo Herbert Zettl (2011), o roteiro A/V de duas colunas, conhecido como

formato A/V é o preferido pela maioria dos roteiristas, devido a sua praticidade também

é conhecido por formato de documentário (ZETTL, 2011, p.39). Segundo o autor, “os

três nomes referem-se à mesma coisa: um roteiro que exibe no lado direito da página o

que é ouvido e na esquerda o que é visto.” (ZETTL, 2011, p.39). Dessa forma, verifica-

se que o modelo de roteiro utilizado para a produção de videoaulas segue o padrão

conhecido no audiovisual. Herbert Zettl completa, afirmando que “o formato A/V pode

ser um roteiro completo, ou seja, todas as falas são exibidas na coluna de áudio, ou parcial,

isto é, exibem-se apenas partes do diálogo. (ZETTL, 2011, p.39)

Um dado curioso a respeito das produções cinematográficas e a utilização do

roteiro A/V é que, segundo Zettl (2011), em documentários, eles são elaborados depois

da gravação:

Grande parte dos roteiros na versão completa utiliza o formato A/V de

duas colunas. Como o objetivo dos documentários é registrar um

evento, e não reconstruí-lo, os roteiros são frequentemente escritos após

a produção em campo. Por essa razão , os roteiros de documentários,

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fornecem orientações para a fase de pós-produção, e não para a

produção de fato. As principais deixas são listadas na coluna de vídeo,

e todas as falas e efeitos de som são escritos na coluna de áudio. O

roteiro fornece indicações ao diretor sobre que trechos de áudio utilizar

e qual vídeo selecionar para os segmentos de voice-over (voz sobre

imagem). Nesse formato é importante indicar as deixas específicas de

entrada e saída com as quais o diretor poderá inserir um clipe de vídeo,

um título ou movimentar as câmeras para outra área do set. (ZETTL,

2011, p. 39)

Essa situação se aplica às produções de videoaulas em locação externas, as quais

resultam em um produto bem próximo ao gênero documentário. Desse modo, pode-se

utilizar um roteiro simples, elaborado através do texto do professor e depois as gravações,

montar o roteiro em formato A/V para inserir as informações técnicas a fim de orientar o

editor e o programador de vídeo.

Nesse sentido, “de uma maneira geral, a produção é o período que envolve a

filmagem propriamente dita, ou seja, as filmagens em termos fotográficos e a captação

do som das cenas descritas no roteiro”. (RODRIGUES, 2007, p.67)

No caso das produções de videoaulas, é possível resumir essas cinco fases para

três: preparação, filmagem e finalização. Segundo Rodrigues (2007), “tudo começa a

partir de um roteiro lido e aprovado pelo produtor”, portanto, o roteiro faz parte da fase

da preparação, na qual as ideias se materializam em texto.

Depois do roteiro escrito, iniciam-se os procedimentos da preparação. Para o

autor, “a preparação é a parte mais importante do filme” (RODRIGUES, 2007, p. 106),

pois envolve os seguintes itens:

a) Administração;

b) Locações;

c) Decupagem de direção;

d) Roteiro técnico;

e) Análise técnica de direção;

f) Cronogramas;

g) Decupagens diversas;

h) Orçamento definitivo;

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61

Esses oito itens são indispensáveis para se fazer um filme, no entanto, a produção

de videoaulas é mais simples, ainda que se busque qualidade profissional. Isso porque no

caso de videoaulas os itens “a” e “h” podem ser eliminados, porque a “administração”,

para Rodrigues é a “montagem de escritório (local, funcionários, telefones, móveis etc.)”

(RODRIGUES, 2007, p. 107).

Enquanto o orçamento definitivo consiste na soma das despesas dos segmentos

da produção, incluindo cenografia, equipamentos, hotel, escritório, transporte, etc. Assim,

torna-se desnecessário dispender atenção ao orçamento definitivo, visto que a produção

de videoaulas é realizada dentro de uma instituição de ensino com estruturas adequadas

e com apoio logístico para deslocamentos.

As locações são elementares na produção de cinema e no caso de produções de

videoaulas externas, o que se aplica às produções realizadas no projeto UFMT Online, no

qual todas as videoaulas foram gravadas fora de estúdios.

No cinema, o roteiro literário é o texto na íntegra, sem as divisões de cena,

informações de locação e movimentação de câmera. Na videoaula, essa fase é realizada

pela escrita do professor conteudista, o qual é responsável por desenvolver o tema

proposto.

As locações são definidas coletivamente, entre professor conteudista e diretor de

produção. Devem seguir critérios que possibilitem a realização, no sentido de obter as

devidas autorizações e buscando sempre locações com maior acessibilidade da equipe, os

quais proporcionem segurança e contemplem o máximo de tema possível.

2.2.4 OS EQUIPAMENTOS PARA AS GRAVAÇÕES

Existem objetos que pertencem ao uso exclusivo da produção cinematográfica,

mas que podem trazer benefícios às produções de cunho educativo. Um desses objetos é

a “claquete”, uma placa feita com material de quadro branco e que, por isso, pode ser

escrita por pincéis apagáveis. Esse objeto possui a função de registrar a cena que está

sendo gravada e qual o “take” que será utilizado na edição. Organizar a gravação e

sinalizar para o editor qual das cenas é a válida, ajuda todo o andamento da produção e

profissionaliza o processo.

Há outro importante equipamento nas gravações, o microfone a lapela. Ele é o

mais utilizado nestes casos, porque é acoplado diretamente à câmera, o que otimiza o

processo, de maneira que o arquivo das imagens acompanha o áudio da cena. O cuidado

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necessário para com este equipamento é em relação ao manuseio de seus cabos, que são

frágeis e sensíveis, afinal, eles não colocados na gola da camisa do apresentador, o que

faz dele um objeto pequeno e com necessidade de ser quase invisível na tela.

Segundo Zettl (2011) o microfone de lapela é o mais adequado em programas

educativos, pois “em programas com um intérprete principal ou professor na televisão, o

microfone de lapela é ideal. A captação de som é a mesma, independentemente de o

professor falar com a classe ou se voltar para o quadro branco” (ZETTL, 2011, p.126).

O microfone de lapela deve ter sempre suas pilhas carregadas, sem isso, a

gravação não acontece. Nesse sentido, faz-se necessário que a equipe esteja sempre atenta

às recargas das pilhas.

O teleprompter é indispensável para gravações em estúdio. Este é um

equipamento que converte o texto e possibilita sua exibição, para a leitura do

apresentador, por meio de um aparato de vidro espelhado, que é acoplado à câmera e ao

computador. A equipe deve programar o roteiro elaborado pelo professor, sem que este

esteja em tabelas e sem nenhuma imagem, pois o texto deve conter apenas o que for ser

falado, sem nenhuma informação técnica.

O tripé é essencial, segundo Herbert Zettl, sempre que possível, deve-se colocar

a câmera sobre o tripé, para se ter mais controle sobre o enquadramento e estabilização

do plano. “Também ficará menos cansado em uma gravação longa”. (ZETTL, 2011,

p.108)

A ilha de edição consiste em um computador que os vídeos serão editados. Este

equipamento é o local em que as imagens serão armazenadas e no qual os materiais serão

finalizados, portanto, é fundamental que este computador tenha capacidade para suportar

arquivos e programas pesados.

2.2.5 ENQUADRAMENTOS DE PLANOS

Existem alguns tipos de planos que são utilizados no cinema e que foram

“emprestados” para todas as produções audiovisuais. Segundo Zettl, quando se

enquadram planos eficazes, alguns princípios estéticos devem ser adaptados às

necessidades específicas da proporção da imagem. Nesse sentido, alerta sobre as “bordas

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que devem ser deixadas para que sobre um espaço acima da cabeça” (ZETTL, 2011,

p.115).

Os planos mais conhecidos, segundo Zettl (2008) são o Grande plano geral ou

plano de localização; plano geral ou plano aberto; plano médio ou plano de cintura; close-

up; close-up extremo. Outras denominações como de busto, americano, de dois, de três,

sobre o ombro (O/S) e cruzado (X/S) podem ser vistos. A respeito dos enquadramentos,

o autor aponta que

como o tamanho da tela da televisão é relativamente pequeno, usamos

mais close-ups e planos médios do que planos gerais. Quando se grava

para HDTV, que tem proporção de imagem mais ampla e tela maior,

podem-se usar mais planos médios e gerais. (ZETTL, 2011, p.121)

Independente do enquadramento em que será feita a gravação, a câmera deve ser

“ajustada para realizar as compensações de luz avermelhada e azulada, essa compensação

realizada pela câmera é chamada balanceamento de branco” (ZETTL, 2011, p.73). Esse

procedimento é fundamental para garantir a qualidade de imagem, correndo sérios riscos

de perder-se as imagens realizadas, devido a grandes possibilidades de alteração de cor.

A câmera possui um botão específico - White Balance - para esse procedimento e realizá-

lo é muito simples: basta posicionar um papel branco em frente à lente, dar zoom até o

máximo possível pela câmera e depois apertar o botão de White Balance.

Frente a isso, fica claro que tais conhecimentos da área do audiovisual não podem

ser relegados a segundo plano quando se trata da produção de uma videoaula, uma vez

que o enquadramento e outros aspectos até aqui apresentados são fundamentais para

produzir um vídeo de qualidade. Portanto, a partir desse ponto, serão reunidos os

conceitos até então apontados com o fito de criar um método definido para a produção de

videoaulas.

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3. UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS

Até aqui, fez-se uma revisão de trabalhos os quais apresentaram maneiras de

sistematizar, de alguma maneira, os processos para a produção de videoaulas. Entretanto,

é possível constatar que esses trabalhos não atendem a todas as necessidades das equipes

de produção, frente a isso, a seguir, são apresentados elementos a fim de suprir tais

carências.

Assim, neste capítulo, será apresentado o roteiro de produção de videoaulas, que

partirá dos conceitos e ideias que foram apresentadas por meio das pesquisas encontradas

na revisão sistemática, nas quais os autores apontam as etapas do processo de produção

de videoaulas, bem como da Teoria de aprendizagem multimídia, de Mayer (1997 apud

PEREIRA, 2013).

Este método de processos didáticos contempla: pré-produção (com um roteiro), a

produção e a pós-produção (com um instrumento de avaliação). Os instrumentos do

método consistem em Roteiro Técnico, Roteiro Literário, Roteiro para Teleprompter,

Roteiro de Imagens Gráficas, Roteiro Técnico-literário para Campo e Instrumento de

Avaliação.

3.1 A PRÉ-PRODUÇÃO

Os instrumentos principais nessa fase do processo são os roteiros. O texto

elaborado pelo professor/apresentador (Roteiro Literário) e o roteiro com as orientações

técnicas (Roteiro Técnico) deverão ser desenvolvidos nesta etapa em caso de gravação

em estúdio. No caso de gravação externa, o instrumento utilizado será o Roteiro Técnico-

literário para Campo. Esse processo se aplica a produções em locação externa e a

produções em estúdio, sendo assim, é importante que a equipe faça algumas adaptações

ao modelo caso haja necessidade. Na Tabela 9, estão as atividades referentes à fase de

Pré-produção.

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65

Pré-produção

1 Reunião da equipe de audiovisual e o professor apresentador.

2 A equipe apresenta o modelo do roteiro ao professor e, juntos, iniciam o

preenchimento das informações principais do Roteiro Técnico e o

preenchimento de um cronograma que estime os prazos de cada etapa.

3 O professor elabora o Roteiro Literário que será apresentado, definindo os

principais termos que deverão ganhar destaque na tela.

4 Equipe e professor/apresentador finalizam o preenchimento os itens do Roteiro

Técnico e organizam as imagens gráficas que serão utilizadas na edição de

vídeo.

5 A equipe elabora o Roteiro de Imagens Gráficas com as devidas orientações ao

editor de vídeo.

6 O diretor da equipe de audiovisual revisa o texto, faz as adaptações necessárias.

7 O diretor preenche os campos referentes aos movimentos de câmera, ilustrações

(se houver), palavras que serão destacadas, as animações e define as locações

(se for o caso de locação externa).

Tabela 9 - Ordem de atividades da Pré-produção (Fonte: autoria própria)

A primeira etapa do processo de produção acontece na primeira reunião com o

professor/apresentador da videoaula. Na fase de pré-produção, devem ser definidos o

assunto que será tratado, o recorte temático que será feito e a data da próxima reunião, na

qual o professor/autor/apresentador deverá apresentar o texto da videoaula, para se iniciar

a elaboração do roteiro. O modelo apresentado a seguir consiste em um formulário que

deverá ser preenchido pelo professor e pela equipe de produção. Faz-se necessário que o

texto a ser apresentado na videoaula esteja finalizado na forma de Roteiro Literário para

que se inicie esta etapa.

O instrumento para ser utilizado nesta etapa pode-se apresentar como está disposto

na Tabela 10:

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Produção de videoaula

1ª Etapa

Pré-produção

Professor: Data:

Departamento/Curso: E-mail:

Tema:

Título da videoaula (pode ser provisório):

Data agendada para a próxima reunião:

O que o professor deve preparar para a próxima reunião:

( ) Texto/ roteiro

( ) Imagens/ exemplo

( ) Sugestão de locação

( ) Referências bibliográficas utilizada

DICAS PARA A PRODUÇÃO DO ROTEIRO

- Escreva frases curtas, usando linguagem oral;

- Na apresentação do tema, tente abordar os aspectos mais interessantes do assunto,

tratando de sua utilidade para a vida do aluno, da aplicabilidade do tema ao cotidiano,

estabelecendo uma conexão entre o tema e os possíveis conhecimentos do público-

alvo.

- Divida o texto em subtemas e parágrafos, isso facilita a compreensão e a organização

do conteúdo.

- Na coluna da direita, “Destaques na tela”, devem ser escolhidos textos com palavras-

chave, ilustrações, fotos ou animações que venham a colaborar e reforçar aquilo que

está sendo dito na coluna da esquerda. Em caso de destaques de texto, procure ser

bastante objetivo. Frases longas costumam atrapalhar o entendimento da fala. Caso

opte por fotos, ilustrações ou animações, lembre-se sempre de não exagerar na

quantidade. Muitas informações podem poluir a tela e dificultar o entendimento do

aluno

(Item retirado do modelo da UFSCar acesso em MAZZEU; AMBRÓZIO, 2012, P. 4). Tabela 10 - Roteiro Técnico para produção de videoaula – 1ª etapa. (Fonte: autoria própria).

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O Cronograma de execução de cada etapa da produção pode ser organizado como

na Tabela 11. Este meio de organização das atividades e suas respectivas datas de

realização fazem parte da primeira etapa, a Pré-produção.

Cronograma de Produção

Etapa Início Término

Roteiro Literário

Roteiro Técnico

Gravação

Edição

Revisão pelo Diretor

Revisão pelo Professor

Ajustes

Publicação

Tabela 11 - Cronograma de Produção. (Fonte: autoria própria).

3.2 A PRODUÇÃO/GRAVAÇÃO

A produção consiste na gravação da videoaula. O fundamental desta fase é que a

pré-produção tenha sido realizada de forma sistemática, assim, a equipe estará com os

artefatos necessário para a realização da gravação. A produção de videoaulas em locação

externa exige maior atenção na pré-produção. Equipamentos devem estar rigorosamente

testados e o Roteiro Técnico-literário para Campo deve ser disponibilizado para todos os

membros da equipe. O uso do teleprompter só é possível em estúdio, portanto, o roteiro

deve ser previamente estudado pelo professor/apresentador, para que as gravações sejam

fluidas.

Após a segunda reunião, a gravação pode ser agendada, assim, é importante que

este roteiro já tenha sido revisado por toda a equipe no dia da gravação. O mesmo roteiro

pode servir para as marcações de enquadramento e movimentação de câmera.

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Produção/gravação

1 A equipe deve estar com o Roteiro Técnico impresso e com o Roteiro para

Teleprompter já salvo no computador vinculado à câmera.

2 Os equipamentos devem estar preparados: os microfones com as pilhas

carregadas, a bateria da câmera carregada, o telepromter deve estar ligado e com

o texto adaptado para a apresentação do professor.

3 Depois que o professor estiver com o microfone a lapela e estiver preparado

para a apresentação, inicia-se a gravação. Muita atenção ao ritmo de leitura do

professor.

4 Depois das gravações, transferir as imagens para a ilha de edição.

Tabela 12 - Figura 7 Ordem de atividades da Produção/gravação. (Fonte: autoria própria).

Esse modelo segue o exemplo visto na “máscara” desenvolvida pela produção da

UFSCar, em Mazzeu e Ambrózio (2012), mas é também uma sugestão apresentada a

partir das experiências na produção das videoaulas do projeto UFMT Online. Além disso,

Filatro (2008) também apresenta em formato de “orientações para os programadores”, em

seu exemplo de roteiro. Essa orientação pode ser realizada por meio de um roteiro de

imagem, a fim de ilustrar as imagens gráficas que serão utilizadas pelo editor e

programador de vídeo, as quais devem conter os mesmos títulos do roteiro principal. A

seguir, apresenta-se o Roteiro Técnico e na fase de experimentação dos instrumentos, será

ilustrado o Roteiro de Imagens Gráficas.

Roteiro Técnico

Professor: Disciplina/ tema:

Fala

Destaques na tela

1 Apresentação breve do professor e do

tema.

Fale sobre a importância do assunto e

como ele poderá ser aplicado a situações

ou discussões. (Princípio da coerência)

Textos

Nome do professor:

Palavra-chave do título:

Locação:

Movimento de câmera:

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2 Faça um sumário do tema em tópicos e

deixe claro como a aula será organizada.

(Princípio da sinalização)

Locação:

Texto/palavra-chave:

Ilustrações/ fotos:

Animações:

Movimento de câmera:

3 Introdução:

Explique os termos técnicos e outras

informações essenciais que servirão de

pré-requisito. (Princípio do treinamento

prévio)

4 Desenvolvimento

Use linguagem conversacional e busque

apresentar imagens.

No caso de gráficos, faça uma narração e

explique as informações.

(Princípio da personalização, da

modalidade e de multimídia)

Locação:

Texto/palavra-chave:

Ilustrações/ fotos:

Animações:

3 Considerações finais

Faça uma síntese do que foi visto e dê

sugestões de atividades para se

aprofundar no assunto. (Princípio da

prática)

Locação:

Texto/palavra-chave:

Ilustrações/ fotos:

Animações:

Movimento de câmera:

4 Encerramento/despedida Locação:

Texto/palavra-chave:

Ilustrações/ fotos:

Animações:

Movimento de câmera:

Tabela 13 - Roteiro Técnico. (Fonte: autoria própria).

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Roteiro de Imagens Gráficas

Título do arquivo Imagem

1

2

3

4

Tabela 14 - Roteiro de Imagens Gráficas. (Fonte: autoria própria).

A divisão em blocos foi feita buscando seguir as sugestões dos pesquisadores e

produtores, além de atender, em certa medida, aos conceitos da Teoria da Aprendizagem

Multimídia, intitulada por Mayer de Princípio da Segmentação (MAYER, 1997, apud

PEREIRA, 2013, p. 9), o qual diz que, “uma aula fragmentada em partes menores permite

que o aluno processe o conteúdo de forma mais estruturada, articulando unidades

conceituais simples em construtos complexos” (PEREIRA, 2013).

Quanto aos itens da coluna direita, trata-se de informações que irão auxiliar os

produtores desde a pré-produção até a pós, na edição. As informações contidas na

“máscara” do roteiro da UFSCAR (MAZZEU;AMBRÓZIO, 2011. p. 4) podem ser

adaptadas de acordo com as necessidades da equipe de produção, assim, gravações em

estúdio dispensam a informação “locação”, isso será exemplificado a diante, na aplicação

do roteiro.

É importante ressaltar que as sugestões de imagens gráficas pelo

professor/apresentador são necessárias, ainda que a videoaulas seja gravada em locações

externas, pois nem sempre se encontra na locação todos os exemplos possíveis para

explicar de fato um assunto. Desse modo, as imagens gráficas devem ser organizadas em

um roteiro na fase de pré-produção, a fim de ser utilizada pelo editor de vídeo na fase de

pré-produção.

As animações são os movimentos das palavras-chave e das imagens da videoaula,

assim, é importante que o professor tenha uma ideia de como gostaria que esses elementos

fossem animados. Todavia, caso o professor não tenha ideias quanto a isso, esse campo

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pode ser preenchido pelo diretor ou design instrumental, a fim de indicar ao editor de

imagens o que ele espera que aconteça em cada tópico ou bloco.

O movimento de câmera cabe ao diretor de fotografia ou o diretor geral preencher,

portanto, é um espaço que deve permanecer em branco até passar pela decupagem do

diretor.

3.3 PÓS-PRODUÇÃO

A pós-produção, também chamada de desprodução, constitui-se em edição de

vídeo e revisão do produto. Nesse contexto, será apresentada uma tabela a qual organiza

as fases dessa etapa do processo de produção.

Pós-produção

1 O editor ou programador de vídeos deve estar com o roteiro principal e com o

roteiro de imagens gráficas, os quais contêm as orientações técnicas para

realizar a montagem da videoaula

2 As imagens editadas devem ser revistas e aprovadas pelo diretor

3 Depois de possíveis correções feitas pelo editor, a videoaula deve ser

apresentada ao professor. Só depois da aprovação do professor elas devem ser

publicadas.

4 A equipe faz a validação da videoaula por meio do instrumento de Avaliação

Tabela 15 - Ordem de atividades da Pós-produção. (Fonte: autoria própria).

Ao final da produção, pode-se realizar uma avaliação da produção e do produto

final, a fim de que a própria equipe identifique e sistematize os problemas do processo de

produção e como eles interferiram no resultado do produto final. Essa avaliação pode

seguir um modelo semelhante a esse:

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Instrumento de Avaliação

Pré-produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Personalização]

O roteiro foi revisado e adaptado à linguagem audiovisual?

[Princípio de Multimídia e da Modalidade]

Houve a seleção de imagens gráficas para referências e

exemplos?

Produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Coerência e da Redundância]

O professor apresentou as ideias principais do tema?

[Princípio da Sinalização e da Segmentação]

O conteúdo foi divido em tópicos?

[Princípio do Treinamento Prévio]

Os conceitos principais da videoaula, que são pré-requisitos da

unidade de aprendizagem, foram explicados no início?

[Princípio da Prática]

O professor fez sugestões de atividades para o aluno se

aprofundar e treinar o conteúdo recebido?

Pós-produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Contiguidade Temporal e da Contiguidade

Espacial]

As imagens gráficas foram narradas de modo a evitar textos

escritos?

Qualidade Técnica

A checagem de equipamentos foi realizada?

As informações do roteiro foram suficientes para orientar o

editor de vídeo?

O áudio tem qualidade? Está livre de ruídos?

Houve erros? A coloração da imagem está equilibrada? Ficou

esbranquiçada (luz estourada), desbotada, avermelhada ou

muito escura?

Foi possível corrigir erros como cor, fala ou áudio na edição?

Tabela 16 - Instrumento de avaliação de produção. (Fonte: autoria própria).

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Essa sistematização das etapas de produção visa atender às necessidades de

produtores, professores e pesquisadores que se interessam por um processo mais

dinâmico o qual facilite a construção da videoaula. Desse modo, uma equipe,

independentemente de quantos membros a constituam, pode realizar uma produção de

forma que visualize todo o processo, desde a pré-produção até a finalização.

Assim, no próximo capítulo, os instrumentos serão aplicados em duas videoaulas,

uma produzida em estúdio e outra em locação externa, a fim de ilustrar as etapas do

método proposto.

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4. EXPERIMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO MÉTODO

As videoaulas que serão ilustradas como exemplo nesta sessão correspondem à

produção em estúdio e à produção em locação externa ou produção em campo, segundo

Zettl (2011).

Os modelos a seguir foram criados para dar suporte à construção das ideias.

Buscou-se seguir todas as etapas do método proposto, para ilustrar com o máximo de

rigor, mas com a ressalva de que não foram executados, previamente, seguindo esse

modelo. Assim, o que está em experimentação nesta seção não é o método em si, mas os

artefatos preparados para dar suporte a ele.

Embora os produtos finais não sejam resultantes do método proposto, os materiais

foram selecionados porque seguiram um processo sistemático de produção, sendo,

inclusive, o que provocou o interesse pela realização dessa pesquisa. Ao fim, será

realizado o procedimento de avaliação da produção da videoaula produzida em estúdio e

da produzida em locação externa.

4.1 ROTEIRO DE VIDEOAULA EM ESTÚDIO

A seguir, o roteiro da videoaula O computador é sua mesa de trabalho: Domine-

o! será adaptado para a versão Roteiro Técnico. A videoaula é um material produzido

pelo projeto UFMT Online e, para que pudesse ser utilizada neste trabalho, os

responsáveis por ela assinaram um termo de consentimento.

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Roteiro Técnico

Videoaula em estúdio

Professor: Cristiano Maciel Disciplina/ tema: Computação

Título: O computador é sua mesa de trabalho: Domine-o!

Unidade: 1. O computador e seus recursos básicos

Fala Destaques na tela

1 Apresentação breve do professor e do

tema

Fale sobre a importância do assunto e

como ele poderá ser aplicado a situações

ou discussões. (Princípio da Coerência)

Olá! Eu sou Cristiano Maciel, professor do curso

de Ciência da Computação e hoje vou falar sobre

o computador como uma mesa de trabalho,

mostrando alguns dos seus principais

componentes e como usá-los.

Os computadores são hoje em dia um meio de

comunicação utilizado em larga escala e por uma

grande parcela da população, porque eles têm

uma série funcionalidades.

Um dos grandes avanços nesta área é

Internet, um importante meio de

comunicação, que podemos usar não só

enviar e-mails ou acessar páginas na Web,

mas também para nos relacionar em redes

sociais e nos comunicarmos em tempo real

com outros usuários. Esta aula pretende atingir um público iniciante na

área, mas espero que outros usuários possam

também entender melhor como essa máquina

funciona!

Textos

Nome do professor: Cristiano

Maciel

Palavra-chave do título: o

computador como uma mesa de

trabalho

Estúdio

Movimento de câmera:

Plano médio

2 Nossa aula será dividida nos seguintes

tópicos:

[Faça um sumário do tema em tópicos e

deixe claro como a aula será organizada.

(Princípio da Sinalização)]

1.Computador

2 Sistema Operacional

3. Área de Trabalho

4. Pastas

5. Recursos básicos

Estúdio

Texto/palavra-chave:

Computador

Sistema Operacional

Área de Trabalho

Pastas

Recursos básicos

Animações: As palavras

surgem no ritmo da narração

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Movimento de câmera:

Plano Médio

Esquerda crop (quando o texto

divide o mesmo enquadramento

com o professor).

3 [Explique os termos técnicos e outras

informações essenciais que servirão de

pré-requisito. (Princípio do Treinamento

Prévio)]

Nesta Unidade serão apresentados os

conceitos e recursos básicos de um

computador e o que ele pode te oferecer

como ferramentas de trabalho para o dia-a-

dia.

Estúdio

4 [Use linguagem conversacional e busque

apresentar imagens. No caso de gráficos,

faça uma narração e explique as

informações.

(Princípio da Personalização, da

Modalidade e de Multimídia)]

Um computador é formado por uma parte física

(hardware), que são as peças que o compõem, e

por uma parte lógica (software), que são os

programas que fazem o computador funcionar.

Na Figura 1 a seguir, você pode ver um esquema

que mostra a composição geral dos

computadores.

Estúdio

Ilustrações/ fotos:

Figura 1 “Composição geral

dos computadores”

3 O Sistema Operacional (SO) é um grande

software, e o principal, que nos permite utilizar

computadores, celulares e tablets, por exemplo.

O SO nos permite dar ordens ao computador, de

forma que se possa executar programas como

editores de texto e de edição de fotos, ouvir

músicas, assistir filmes, navegar na internet e se

comunicar com outras pessoas, por exemplo. O

SO poderia ser comparado com o presidente de

uma empresa, em sua mesa de trabalho, o qual

toma as decisões e gerencia diversos projetos e

dá da suporte aos seus funcionários na execução

de várias outras tarefas.

Exemplos de Sistemas Operacional para

computadores são: o Microsoft Windows (os

mais comuns), MAC OS X (para computadores

da Apple – MAC), Sistemas Operacionais Livres

- LINUX (UBUNTU e FEDORA, por exemplo).

Os smartphones que utilizamos, atualmente,

também possuem um sistema operacional para

Estúdio

Palavra-chave: Sistema

Operacional

SO

Plano Médio

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77

gerenciar tudo. São exemplos de SO para

celulares: Android e iOS para iPhone.

Em geral, eles vêm instalados nos computadores

ou dispositivos!

4 Ao iniciar seu computador, a primeira tela

visualizada é o Desktop, que em português

significa “área de trabalho”. Veja a imagem

de um Desktop ilustrada na Figura 2 a seguir.

A área de trabalho é semelhante a uma mesa

de trabalho, a qual contém diversas

ferramentas (aplicativos/programas) que

você utiliza no dia-a-dia para trabalhar e

documentos que podem não estar em pastas

organizadoras.

Nesta área você pode ter, por exemplo, uma

calculadora e uma planilha eletrônica.

Estúdio

Palavra-chave:

Área de trabalho

Ilustração:

Figura 2 Área de trabalho do

Windows 10

5 Pastas são locais para organizar e armazenar

arquivos dentro do computador. As pastas são

como os arquivos físicos, onde são guardados

papéis em pastas, ou ainda, são similares às

pastas atuais que usamos no dia a dia para

guardar documentos ou outros papéis. Você pode

criar quantas pastas desejar no computador, dar

nome a elas e, ainda, criar uma pasta dentro da

outra, como se fosse uma pasta sanfonada que

possui diversas divisórias.

De modo geral, para criar uma pasta no

computador você deve pressionar o lado direito

do mouse e selecionar “nova pasta”.

Estúdio

Palavra-chave:

Pastas

Animação:

lado direito do mouse e selecionar

“nova pasta”

6 A seguir vão ser apresentados alguns recursos

básicos que todos os computadores oferecem.

A calculadora no computador é idêntica às

calculadoras físicas que podemos ter na mesa de

trabalho veja nessa figura. O seu funcionamento

é funções são os mesmos das calculadoras que

estamos habituados.

No computador, além da calculadora padrão e

básica, ainda há a possibilidade de acessar

calculadoras científica, para programador e fazer

diversos tipos de conversões, veja nessa outra

figura.

Estúdio

Palavra-chave:

Recursos Básicos

Calculadora

Ilustração: Figura 3. Calculadores no

computador Calculadora padrão

básica

Outras opções de calculadoras

avançadas.

Page 78: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

78

7 Editor de texto é um programa de computador,

também disponível para celulares e tablets, por

meio do qual você pode escrever, editar e

formatar um texto. Um editor de texto tem a

mesma funcionalidade de uma antiga máquina de

escrever, com a diferença que, por ser um

programa de computador, existem diversas

funcionalidades e facilidades para a elaboração

de textos, inclusive adicionar imagens a esses

arquivos.

Atualmente, existem diversos editores de textos

disponíveis. Os mais comuns são o Microsoft

Office Word (pago), o Libre Office Writer

(gratuito) e Google Docs (gratuito). Na Figura 4

pode ser visto uma interface de um editor de

textos e algumas de suas funcionalidades.

Estúdio

Palavra-chave:

Editor de texto

Ilustração:

Figura 4 Exemplo do editor de

texto Microsoft Office Word 2013

8 Planilha Eletrônica é semelhante a editores de

texto, com a diferença que é uma ferramenta para

se trabalhar com números. Uma planilha

eletrônica pode ser comparada aos antigos livros

de contabilidade, com linhas e colunas, com a

diferenças que as eletrônicas fazem cálculos

automática e corretamente. As planilhas

eletrônicas atuais permitem analisar os dados de

diversas formas e, ainda, criar diferentes tipos de

gráficos.

As principais planilhas eletrônicas existentes

para uso são: Microsoft Office Excel (pago),

Libre Office Calc (gratuito) e Google Sheet

(gratuito). Na Figura 5 pode ser vista uma

interface de uma ferramenta para se trabalhar

com planilhas eletrônicas.

Estúdio

Palavra-chave:

Planilha eletrônica

Ilustração:

Figura 5 Exemplo da planilha

eletrônica Microsoft Office Excel

2013

9 Despedida

Viu só como o computador pode ser comparado

a nossa mesa de trabalho? Com tantos recursos

para otimizar seu dia a dia, não há como deixar

de usar os computadores para agilizar nossas

tarefas! Nessa videoaula tratamos sobre os

recursos básicos do computador, área de

trabalho, pastas e sistema operacional. Na

próxima videoaula vamos falar sobre a

internet, que também é um dos recursos

básicos do computador e que já faz parte das

nossas vidas!

Estúdio

Locação:

Texto/palavra-chave:

Ilustrações/ fotos:

Animações:

Movimento de câmera:

10 Sugerir materiais para o aluno se

aprofundar no assunto e produzir novos

Texto/palavra-chave: Procure por “Digitação por voz” e

acharás conteúdo como este:

Page 79: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

79

conhecimentos [Princípio da prática]

(FILATRO, 2008).

Veja os links disponíveis nos comentários

deste vídeo e se aprofunde nos assuntos que

vimos hoje.

Até o nosso próximo encontro!

http://www.techtudo.com.br/dicas-

e-tutoriais/noticia/2015/09/como-

escrever-textos-usando-voz-no-

google-docs-em-portugues.html

Movimento de câmera:

Tabela 17 - Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas (estúdio). (Fonte: autoria

própria)

Este roteiro é uma ilustração da aplicação do método proposto a uma videoaula

produzida em estúdio. O texto faz parte de um curso, o qual possui três módulos. Neste

exemplo foi usada parte da primeira unidade, a fim de não tornar o material extenso, como

orientam os teóricos.

4.2 O ROTEIRO DE IMAGENS GRÁFICAS

O roteiro de imagens gráficas, deve ser elaborado na fase de pré-produção, como

o roteiro principal, mas será utilizado para orientar o editor e programador de vídeo na

fase de pós-produção. A seguir um exemplo de roteiro da videoaula O computador é sua

mesa de trabalho: domine-o.

Page 80: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

80

Roteiro de Imagens Gráficas

Título Imagem

Figura 1. composição geral

dos computadores.

Fonte:

https://www.gcfaprendelivre.

org/tecnologia/curso/informa

tica_

basica/comecando_a_usar_u

m_

computador/1.do

Figura 2. Área de trabalho

do Windows 10

Fonte:

http://youchew.net/forum/i

ndex.php?/topic/13114-

post-your-

desktop/&page=102

Page 81: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

81

Figura 3. Calculadores no

computador: a) Calculadora

padrão básica; b) outras

opções de calculadoras

avançadas.

Figura 4. Exemplo do editor

de texto Microsoft Office

Word 2013.

Fonte:

http://www.techtudo.com.br/t

udo-sobre/microsoft-word-

2013.html

Page 82: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

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Figura 5. Exemplo da

planilha eletrônica Microsoft

Office Excel 2013.

Fonte: https://excel2013.net/

Tabela 18 - Roteiro de imagens gráficas. (Fonte: autoria própria).

4.3 ROTEIRO PARA TELEPROMPTER PARA VIDEOAULA EM ESTÚDIO

O roteiro para o teleprompter deve ser diferente do texto do roteiro técnico,

portanto, mais simplificado, porque nele neve constar apenas o texto que será lido pelo

professor. O texto para “rodar” no telepromter deve estar o mais “limpo” possível, como

foi possível notar, até palavras com “ç” e acentuadas devem ser editadas, isso se dá devido

aos programas específicos para o uso de teleprompter, que desconfiguram palavras com

sinais gráficos, o que perturba a leitura do professor na hora da gravação.

A seguir uma exemplificação da formatação deste roteiro:

Page 83: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

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ROTEIRO PARA TELEPROMPTER

Olá! Eu sou Cristiano Maciel, professor da área da Computação e hoje vou falar sobre o

computador como uma mesa de trabalho, mostrando alguns dos seus principais componentes e

como usá-los.

Os computadores são hoje em dia um meio de comunicação utilizado em larga escala e por

uma grande parcela da população, porque eles têm uma serie funcionalidades.

Um dos grandes avanços é a Internet, um importante meio de comunicação, que

podemos usar não só enviar e-mails ou acessar páginas na Web, mas também para nos

relacionar em redes sociais e nos comunicarmos em tempo real com outros usuários.

Esta aula pretende atingir um público iniciante na área, mas espero que outros usuários possam

também entender melhor como essa máquina funciona!

Vamos discutir os seguintes assuntos: 1.Computador

2 Sistema Operacional

3. Area de Trabalho

4. Pastas

5. Recursos básicos

Nesta etapa serão apresentados os conceitos e recursos básicos de um computador e o

que ele pode te oferecer como ferramentas de trabalho para o dia-a-dia.

Um computador é formado por uma parte física (hardware), que são as peças que o compõem,

e por uma parte logica (software), que são os programas que fazem o computador funcionar.

Na Figura a seguir, você pode ver um esquema que mostra a composição geral dos

computadores.

O Sistema Operacional (SO) é um grande software, e o principal, que nos permite utilizar

computadores, celulares e tablets, por exemplo. O SO nos permite dar ordens ao computador,

de forma que se possa executar programas como editores de texto e de edição e fotos, ouvir

músicas, assistir filmes, navegar na internet e se comunicar com outras pessoas, por exemplo.

O SO poderia ser comparado com o presidente de uma empresa, em sua mesa de trabalho, o

qual toma as decisões e gerencia diversos projetos e que permite aos seus funcionários

executarem várias outras tarefas, simultaneamente.

Exemplos de Sistemas Operacional para computadores são: o Microsoft Windows (os mais

comuns), MAC OS X (para computadores da Apple – MAC), Sistemas Operacionais Livres do

tipo LINUX (UBUNTU e FEDORA, por exemplo).

Page 84: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

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Os smartphones que utilizamos, atualmente, também possuem um sistema operacional para

gerenciar tudo. São exemplos de SO para celulares: Android e iOS para iPhone.

Em geral, eles vêm instalados nos computadores ou dispositivos!

Ao iniciar seu computador, a primeira tela visualizada é o Desktop, que em português

significa “área de trabalho”. Veja a imagem de um Desktop ilustrada na Figura a seguir.

A área de trabalho é semelhante a uma mesa de trabalho, a qual contém diversas

ferramentas (aplicativos/programas) que você utiliza no dia-a-dia para trabalhar e

documentos que podem não estar em pastas organizadoras.

E como tratar nossos arquivos digitais? Para tal, utilizamos pastas, que são locais para organizar

e armazenar arquivos dentro do computador. As pastas são como os arquivos físicos, onde são

guardados papeis em pastas, ou ainda, são similares as pastas atuais que usamos no dia a dia

para guardar documentos ou outros papeis. Você pode criar quantas pastas desejar no

computador, dar nome a elas e, ainda, criar uma pasta dentro da outra, como se fosse uma pasta

sanfonada que possui diversas divisórias.

A seguir serão apresentados alguns recursos básicos que todos os computadores oferecem.

A calculadora no computador é idêntica as calculadoras físicas que podemos ter na mesa de

trabalho veja nessa figura. O seu funcionamento e funções são os mesmos das calculadoras que

estamos habituados.

No computador, além da calculadora padrão e básica, ainda há a possibilidade de acessar

calculadoras cientifica, para programador e fazer diversos tipos de conversões, veja nessa outra

figura.

Editor de texto é um programa de computador, também disponível para celulares e tablets, por

meio do qual você pode escrever, editar e formatar texto. Um editor de texto tem a mesma

funcionalidade de uma antiga máquina de escrever, com a diferença que, por ser um programa

de computador, existem diversas funcionalidades e facilidades para a elaboração de textos,

inclusive adicionar imagens a esses arquivos.

Atualmente, existem diversos editores de textos disponíveis. Os mais comuns são o Microsoft

Office Word (pago), o Libre Office Writer (gratuito) e Google Docs. (gratuito). Na Figura pode

ser visto uma interface de um editor de textos e algumas de suas funcionalidades.

Planilha Eletrônica é semelhante a editores de texto, com a diferença que é uma ferramenta

para se trabalhar com números. Uma planilha eletrônica pode ser comparada aos antigos livros

de contabilidade, com linhas e colunas, com a diferenças que as eletrônicas fazem cálculos

automática e corretamente. As planilhas eletrônicas atuais permitem analisar os dados de

diversas formas e, ainda, criar diferentes tipos de gráficos.

Page 85: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

85

As principais planilhas eletrônicas existentes para uso são: Microsoft Office Excel (pago),

Libre Office Calc (gratuito) e Google Sheet (gratuito). Na Figura pode ser visto uma interface

de uma ferramenta para se trabalhar com planilhas eletrônicas.

Viu só como o computador pode ser comparado a nossa mesa de trabalho? Com tantos recursos

para otimizar seu dia a dia, não há como deixar de usar os computadores para agilizar nossas

tarefas!

Nessa videoaula falamos sobre os recursos básicos do computador, área de trabalho,

pastas e sistema operacional. No curso, vamos também falar sobre a internet, que é

outro recurso básico do computador e que já faz parte das nossas vidas!

Boa jornada!

Tabela 19 - Roteiro para teleprompter. (Fonte: autoria própria).

A seguir, um modelo de instrumento de avaliação da produção e do material

produzido, o qual poderá ser realizado pela equipe. Vale ressaltar que o preenchimento

da tabela é apenas parcial devido ao fato de que a videoaula O computador é sua mesa de

trabalho: domine-o ainda se encontra em andamento. Desse modo, as fases de produção

e pós-produção não foram concluídas.

Page 86: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

86

4.4 O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS EM

ESTÚDIO

Pré-produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Personalização]

O roteiro foi revisado e adaptado à linguagem audiovisual?

x

[Princípio de Multimídia e da Modalidade]

Houve a seleção de imagens gráficas para referências e exemplos?

x

Produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Coerência e da Redundância]

O professor apresentou as ideias principais do tema?

x

[Princípio da Sinalização e da Segmentação]

O conteúdo foi divido em tópicos?

x

[Princípio do Treinamento Prévio]

Os conceitos principais da videoaula, que são pré-requisitos da

unidade de aprendizagem, foram explicados no início?

x

[Princípio da Prática]

O professor fez sugestões de atividades para o aluno se aprofundar e

treinar o conteúdo recebido?

x

Pós-produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Contiguidade Temporal e da Contiguidade

Espacial]

As imagens gráficas foram narradas em voice-over (ou voz off) de

modo a evitar textos escritos?

x

Qualidade Técnica

A checagem de equipamentos foi realizada? x

As informações do roteiro foram suficientes para orientar o editor de

vídeo?

x

O áudio tem qualidade? Está livre de ruídos? x

Houve erros? A coloração da imagem está equilibrada? Ficou

esbranquiçada (luz estourada), desbotada, avermelhada ou muito

escura?

x Ocorreram

falhas na

primeira

gravação, devido

a algum mau

contato de cabos.

Mas na segunda

gravação o

problema foi

sanado.

Foi possível corrigir erros como cor, fala ou áudio na edição? x

Tabela 20 - Instrumento de avaliação da produção da videoaula O computador é sua mesa de trabalho:

domine-o. (Fonte: autoria própria).

Page 87: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

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A videoaula “O computador é sua mesa de trabalho: domine-o” se enquadra no

tipo de videoaulas que são apresentadas em módulos, as quais são utilizadas para tratar

temas com mais profundidade e que, portanto, tem como proposta a produção de vídeos

em série. O experimento foi realizado com a videoaula do primeiro módulo.

4.5 ROTEIRO TÉCNICO PARA VIDEOAULA EM LOCAÇÃO EXTERNA (EM

CAMPO)

O roteiro da videoaula a seguir foi um dos materiais produzidos no projeto UFMT

Online e teve o objetivo de discorrer a respeito das fitofisionomias do Bioma Cerrado, ou

seja, todos os tipos de vegetação presentes no bioma Cerrado, tendo como foco também

a elaboração de um material audiovisual que valorizasse as produções mato-grossenses,

no sentido de divulgar de forma diferenciada os conhecimentos acerca do Cerrado, que

também é o objeto de pesquisa de instituições renomadas da região Centro-Oeste, e que,

portanto, é o foco de diversos trabalhos já existentes.

Produção de videoaula

Videoaula em locação externa

1ª Reunião

Professor(a): Patrícia Oliveira Data: 12/08/2017

Departamento/curso: Biologia E-mail: patrí[email protected]

Tema: Cerrado

Título da videoaula (pode ser provisório):

“Bioma Cerrado e suas fitofisionomias”

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Data agendada para a próxima reunião:

O que o professor deve preparar para a próxima reunião:

( x ) Texto/ roteiro

( ) Imagens/ exemplo

( x ) Sugestão de locação

( x ) Referências bibliográficas utilizada

2ª Reunião

Roteiro

Fala Destaques na tela

1 Apresentação breve do professor e do

tema

Fale sobre a importância do assunto e

como ele poderá ser aplicado a situações

ou discussões. (Princípio da Coerência)

O que vem à sua mente quando esta palavra é

mencionada? Cerrado. Escrito assim, com

letra maiúscula. Qual a imagem mental que

você faz para esta palavra? Se por um instante

você pensou naquele ambiente de matriz

graminosa, com árvores espaçadas

relativamente baixas e de tronco retorcidos,

ok, esta é uma boa ideia do que o Cerrado

pode ser. Mas é uma ideia parcial.

Nesta videoaula você vai conhecer um pouco

sobre esse Bioma, venha com a gente e fique

por dentro do Cerrado!

Prof.ª Patrícia Oliveira

Palavra-chave do título:

“Cerrado”

Locação: Véu de Noiva –

Chapada dos Guimarães

2 Use linguagem conversacional e busque

apresentar imagens. No caso de gráficos,

faça uma narração e explique as

informações.

Nesta imensidão continental (a área equivale

a aproximadamente a soma da superfície da

França, Espanha, Alemanha, Itália, Reino

Unido e Portugal) diferentes paisagens estão

presentes: campo limpo; cidade, vereda, mata

de galeria, pastagem, cerrado típico, ...

Locação: Cidade de Pedra –

Chapada dos Guimarães

Texto/palavra-chave:

Ilustrações/ fotos:

Animações:

Page 89: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

89

Passando agora para fitofisionomias com

presença de árvores em menor densidade que

nas florestas e matriz graminosa. São elas:

Cerrado sentido restrito: é o que apresenta a

aparência clássica de cerrado, com árvores

aleatoriamente distribuídas em uma matriz

herbácea (graminosa). Não há dossel. A

densidade das árvores permite a classificação

nos subtipos denso, típico e ralo. Além desses

há ainda o cerrado rupestre, expressão

fitofisionômica do cerrado sentido restrito

que ocorre em afloramentos rochosos, nas

fendas entre as rochas.

Cada um destes tipos de cerrado é referido

com inicial minúscula. Cerrado bioma é

sempre escrito com inicial maiúscula.

3 Formações associadas aos cursos d’água e

formações de interflúvio” (Ribeiro & Walter

2008).

Se tem floresta no bioma Cerrado, tem sim

senhor. E as florestas do Cerrado assumem

diferentes formas de expressão:

- Se acompanham o leito de cursos de água

de pequeno porte, formando corredor de

vegetação, são as Matas de Galeria. Estas

ainda podem ser separadas em inundáveis e

não inundáveis.

- Se acompanham o leito de cursos de água

de médio e grande porte, sem a formação do

túnel de vegetação, temos a Mata Ciliar. A

caducifolia é uma de suas características;

As duas anteriores são matas que seguem os

cursos de água. Mas no Cerrado também há

formações florestais de interflúvios, não

associadas a cursos de água. Recebem, por

este motivo, o nome de Mata Seca.

As diferentes formas de expressão da Mata

Seca dependem do nível de caducifolia das

suas árvores. Nesse caso ela pode ser

Sempre-Verde, Semi-Decídua ou Decídua.

Há tempos atrás aqui no Mato Grosso, os

migrantes desbravadores avaliavam a terra a

ser desmatada em “mato de primeira”, mato

de segunda, mato de terceira... e assim por

diante. O “mato de primeira” eram os locais

onde havia fitofisionomias florestais de

Cerrado com os menores índices de

caducifolia. Os terrenos que outrora

Locação: Crista do Galo e Rio

Claro

Texto/palavra-chave: Matas de

Galeria; Mata Ciliar; Mata

Seca; Caducifolia;

Sempre-Verde, Semi-Decídua

ou Decídua.

Ilustrações/ fotos:

Animações:

Page 90: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

90

sustentavam aquelas fitofisionomias

florestais, são as melhores terras para a

agricultura: férteis, com drenagem adequada.

Estes terrenos foram preferencialmente

limpos para a implantação da agricultura. As

fitofisionomias florestais de interflúvios do

Cerrado estão muito perto da extinção.

4 Os campos contemplam áreas onde as

árvores são ausentes, podendo haver

arbustos, mas essencialmente caracterizadas

pelo predomínio de espécies herbáceas. A

presença de arbustos assina o campo sujo

enquanto sua ausência determina o campo

limpo. Ambos podem ser úmidos ou secos. E

há ainda o campo rupestre, fitofisionomia que

se desenvolve em afloramentos rochosos. Ele

pode conter arbustos. E quase sempre

apresenta endemismos.

Locação: Cachoeira da Mata

Fria

Texto/palavra-chave: Campo;

campo limpo, campo sujo.

Ilustrações/ fotos:

Animações:

5 Vereda: campo geralmente úmido, graminoso,

com Buritis em menor densidade que no

Buritizal. Forma faixas concêntricas de vegetação

distinta, dividindo a vereda em em borda, meio e

fundo.

Locação: Proximidades da

Cachoeira da Salgadeira

Texto/palavra-chave: Vereda

Ilustrações/ fotos:

Animações:

6 Além desses há ainda o cerrado rupestre,

expressão fitofisionômica do cerrado sentido

restrito que ocorre em afloramentos

rochosos, nas fendas entre as rochas.

Locação: Morro de São

Jerônimo

Texto/ palavra-chave:

Vegetação Rupestre

Imagens: takes da equipe

subindo o morro e escalando

pedras

6 [Despedida]

Foram os avanços nas ciências agronômicas

que permitiram a “descoberta” do cerrado

para o cultivo em escala industrial. Desde

então, o bioma tem sido submetido a uma

Locação:

Texto/palavra-chave:

Ilustrações/ fotos:

Animações:

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91

pressão de uso sem precedentes e mais da

metade de sua áreas já foi irreversivelmente

transformada.

7 [Encerramento]

O provimento de água é dependente de

biodiversidade. Cada forma de vida posta no

ambiente pela natureza, cada espécie ali

presente, contribui para o equilíbrio delicado

do bioma caixa d’água da América do Sul;

Perder biodiversidade é comprometer os

serviços dos ecossistemas, dos quais, talvez,

o provimento de água seja o mais provável

em mobilizar para a ação de conservação.

Locação: Véu de noiva

Texto/palavra-chave:

Ilustrações/ fotos: Passáro,

rios, florestas, veredas.

Inserção do canto da arara e

música quando subir créditos.

Animações:

Sobe música de encerramento

[Créditos]

Texto:

Um projeto da Secretaria de

Tecnologia Educacional

Secretário: Alexandre dos

Anjos

Coordenação Pedagógica:

Prof.ª Maria Lúcia Cavalli

Neder

Bioma Cerrado e suas

fitofisionomias

Apresentação: Prof.ª Patrícia

Oliveira

Produção: Anderson Parlo,

Luiza Raquel, Mariana Mouro

Edição: Luiza Raquel

Supervisão: Prof. Benedito

Dielcio Moreira

Imagem: Logo da Setec (acima

do texto)

Logo da UFMT (abaixo do

texto) Tabela 21 - Aplicação do Roteiro Técnico para videoaula em locação externa. (Fonte: autoria própria).

4.6. ROTEIRO TÉCNICO-LITERÁRIO PARA CAMPO

Uma outra possibilidade de formatação do roteiro pode seguir a forma como

Filatro(2008) apresenta o modelo de roteiro para materiais didáticos on-line (FILATRO,

2008, p. 58), no qual o texto original elaborado pela professora pode conter as orientações

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92

para a equipe técnica no decorrer do texto. A visualização do editor e do programador

dica um pouco sobrecarregada, porém, para roteiro de extensão curta pode ser uma

alternativa interessante.

Por dentro do Cerrado

Introdução

O que vem à sua mente quando esta palavra é mencionada? Cerrado. Escrito assim, com letra

maiúscula.

[Título na tela: Palavra-chave Cerrado]

Qual a imagem mental que você faz para esta palavra? Se por um instante você pensou naquele

ambiente de matriz graminosa, com árvores espaçadas relativamente baixas e de tronco

retorcidos, ok, esta é uma boa ideia do que o Cerrado pode ser. Mas é uma ideia parcial.

Aqui estamos nos referindo a mais do que a uma unidade de paisagem. Estamos nos referindo

ao bioma. De acordo com o IBGE este bioma cobre uma área de 2.036.448 km2, indo desde o

litoral maranhense até o estado de São Paulo; aqui de Mato Grosso até Minas Gerais ou o

interior da Bahia. É o segundo maior bioma do Brasil.

Nesta imensidão continental (a área equivale a aproximadamente a soma da superfície da

França, Espanha, Alemanha, Itália, Reino Unido e Portugal) diferentes paisagens estão

presentes: campo limpo; cidade, vereda, mata de galeria, pastagem, cerrado típico, ...

Ok. Cerrado típico. Esta é a imagem que talvez você tenha feito lá no início. De fato ela

caracteriza bem o bioma Cerrado, mas não é exclusiva. E sobre o mapa do bioma, trata-se de

uma estimativa de qual bioma cobriria aquela região se não houvesse intervenção humana.

Mas há. E ela transforma rapidamente a paisagem, embora essas transformações produzam

paisagens semelhantes em biomas diferentes. Aqui no Cerrado já respondem pela perda de mais

de 50% de sua área original. Na parte restante, sem intervenção humana, as paisagens são bem

mais variadas.

O que une então aquelas paisagens tão diferentes, que vão de campo à floresta, sob o nome de

Cerrado? Em uma macro escala, é o clima sazonal com uma estação seca, de baixa pluviosidade

e umidade relativa do ar e outra úmida, com as maiores temperaturas médias registradas na

estação úmida. [ou seja, o que há em comum entre essas regiões é que sempre vão ter duas

estações bem definidas, uma muito seca e outra de chuvas.]

A sazonalidade é bem marcada e definidora do bioma Cerrado. Na literatura podemos

encontrar uma rica discussão sobre quais fatores definem um bioma, e aí aparecem a

geomorfologia, o solo, ou o solo como produto do clima, ou ocorrência histórica de fogo e até

Page 93: UM MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS NO … · meio das discussões em sala de aula. ... Aplicação do Método de roteiro para produção de videoaulas ... o ensino tradicional

93

a ação humana pode ser considerada. Mas o clima, ahh o clima! Se eu fosse planta eu só iria

tomar parte nesta região se eu suportasse essa secura intensa.

Aqui, vamos ajustar nosso foco na variação das paisagens naturais dentro do Bioma Cerrado.

Vamos ficar “por dentro” do Cerrado. As diferentes paisagens são aqui consideradas sob os

aspectos de estrutura da vegetação e sua composição de espécies. Quando isto é levado em

conta, temos o conceito de Fitofisionomia emergindo. Fito-fisionomia. A aparência da

vegetação.

[Destaque na tela: Fitofisionomia]

Para as fitofisionomias do Cerrado levamos em conta o que foi proposto por Ribeiro & Walter

(2008). Concordamos com eles que os termos devem ser de fácil entendimento tanto no meio

acadêmico quanto fora dele. Preferencialmente advindos do uso popular e consagrado.

Voltemos às fitofisionomias apresentadas na sequência de imagens anteriores para selecionar

três delas:

Campo, Cerrado Típico, Mata de Galeria

[Destaque na tela: Campo, Cerrado Típico, Mata de Galeria]

Com essas três já podemos categorizar as fitofisionomias do Bioma Cerrado em três grandes

grupos: formações de vegetação florestal, com predomínio de árvores; formações savânicas,

com árvores espalhadas em uma matriz graminosa; e campestres, onde não há presença de

árvores, mas pode haver arbustos.

[A ideia do texto a seguir é dar ao público uma ideia da diversidade de paisagens do Cerrado,

trabalhando o conceito de diversidade de ambientes ao invés de diversidade de espécies; cada

item posto a seguir pode ser retrabalhado, expandido ou contraído]

[Destaque na tela: Florestas e seus subtipos]

“Formações associadas aos cursos d’água e formações de interflúvio” (Ribeiro & Walter 2008).

Se tem floresta no bioma Cerrado, tem sim senhor. E as florestas do Cerrado assumem

diferentes formas de expressão:

- Se acompanham o leito de cursos de água de pequeno porte, formando corredor de vegetação,

são as Matas de Galeria. Estas ainda podem ser separadas em inundáveis e não inundáveis.

[Destaque na tela: Matas de Galeria]

- Se acompanham o leito de cursos de água de médio e grande porte, sem a formação do túnel

de vegetação, temos a Mata Ciliar. A caducifolia é uma de suas características;

[Destaque na tela: Matas Ciliar]

As duas anteriores são matas que seguem os cursos de água. Mas no Cerrado também há

formações florestais de interflúvios, não associadas a cursos de água. Recebem, por este

motivo, o nome de Mata Seca.

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[Destaque na tela: Mata Seca]

As diferentes formas de expressão da Mata Seca dependem do nível de caducifolia das suas

árvores. Nesse caso ela pode ser Sempre-Verde, Semi-Decídua ou Decídua.

[Destaque na tela: Sempre-Verde, Semi-Decídua ou Decídua]

Cerradão: pertence às formações florestais do bioma Cerrado e se constitui de uma mata

composta majoritariamente por aquelas espécies arbóreas que também ocorrem na formação

mais famosa do Cerrado – aquela que provavelmente você imaginou no começo deste vídeo.

O Cerradão difere das demais formas florestais também por sua característica de vegetação

esclerófila (com folhas mais rígidas).

Savanas e seus subtipos

[Destaque na tela: Savanas e seus subtipos]

Passando agora para fitofisionomias com presença de árvores em menor densidade que nas

florestas e matriz graminosa. São elas:

[Destaque na tela: Cerrado sentido restrito]

Cerrado sentido restrito: é o que apresenta a aparência clássica de cerrado, com árvores

aleatoriamente distribuídas em uma matriz herbácea (graminosa). Não há dossel. A densidade

das árvores permite a classificação nos subtipos denso, típico e ralo. Além desses há ainda o

cerrado rupestre, expressão fitofisionômica do cerrado sentido restrito que ocorre em

afloramentos rochosos, nas fendas entre as rochas.

Cada um destes tipos de cerrado é referido com inicial minúscula. Cerrado bioma é sempre

escrito com inicial maiúscula.

[Destaque na tela: Parque do Cerrado]

Parque de Cerrado: Árvores ficam agrupadas em pequenas elevações do terreno, como

campos de murundu. É como se as árvores formassem pequenos grupos na paisagem. Reunião

de árvores.

[Destaque na tela: Palmeiral]

Palmeiral: Campos com presença marcante de uma espécie de palmeira. Babaçual, Buritizal,

Guerobal, Macaubal são os palmeirais do Cerrado.

[destaque na tela: Vereda]

Vereda: campo geralmente úmido, graminoso, com Buritis em menor densidade que no

Buritizal. Forma faixas concêntricas de vegetação distinta, dividindo a vereda em em borda,

meio e fundo.

Campos e seus subtipos

[Destaque na tela: Campos e seus subtipos]

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Os campos contemplam áreas onde as árvores são ausentes, podendo haver arbustos, mas

essencialmente caracterizadas pelo predomínio de espécies herbáceas. A presença de arbustos

assina o campo sujo enquanto sua ausência determina o campo limpo. Ambos podem ser

úmidos ou secos. E há ainda o campo rupestre, fitofisionomia que se desenvolve em

afloramentos rochosos. Ele pode conter arbustos. E quase sempre apresenta endemismos.

Considerações finais

Foram os avanços nas ciências agronômicas que permitiram a “descoberta” do cerrado para o

cultivo em escala industrial. Desde então, o bioma tem sido submetido a uma pressão de uso

sem precedentes e mais da metade de suas áreas já foi irreversivelmente transformada. Há

tempos atrás aqui no Mato Grosso, os migrantes desbravadores avaliavam a terra a ser

desmatada em “mato de primeira”, mato de segunda, mato de terceira... e assim por diante. O

“mato de primeira” eram os locais onde havia fitofisionomias florestais de Cerrado com os

menores índices de caducifolia. Os terrenos que outrora sustentavam aquelas fitofisionomias

florestais, são as melhores terras para a agricultura: férteis, com drenagem adequada. Estes

terrenos foram preferencialmente limpos para a implantação da agricultura. As fitofisionomias

florestais de interflúvios do Cerrado estão muito perto da extinção.

A literatura referente à conservação biológica geralmente trata de espécies e não de fisionomias

ou fitofisionomias. Não é preciso algum grau de especialização para entender que a perda de

ambientes naturais leva à perda de espécies. Precisamos conservar toda a diversidade de

ambientes, de fitofisionomias, que o Cerrado expressa.

O que vamos fazer com o que ainda sobra do Cerrado?

E você? Você mora no Cerrado? Quais fitofisionomias ocorrem aí, na sua região? O quê está

sendo feito aí pela conservação do bioma?

Ideia solta:

Aqui fazemos parte de um grupo de profissionais que valoriza a vida pela vida. Encontramos

dificuldades toda vez que temos que “valorar” em termos econômicos as diferentes formas de

vida, embora já exista esforços acadêmicos e técnicos neste sentido. Discutir conservação da

vida por seu valor intrínseco tem sido uma batalha perdida.

Entretanto, há um ponto de consenso: o provimento de água é dependente de biodiversidade.

Cada forma de vida posta no ambiente pela natureza, cada espécie ali presente, contribui para

o equilíbrio delicado do bioma caixa d’água da América do Sul; Perder biodiversidade é

comprometer os serviços dos ecossistemas, dos quais, talvez, o provimento de água seja o mais

provável em mobilizar para a ação de conservação.

Tabela 22 - Roteiro Técnico-literário para Campo. (Fonte: autoria própria).

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A produção deste material ocorreu concomitantemente à presente pesquisa, dessa

forma, a videoaula não seguiu a proposta de sistematização das etapas de produção, bem

a ideia de roteiro apresentado nesta pesquisa. No entanto, houve, em todo o processo,

etapas sistemáticas, as quais possibilitaram uma linearidade na organização do conteúdo.

Portanto, embora este material não seja um meio de validação do método aqui proposto,

ele está apresentado como apêndice deste trabalho para que haja a visualização da

aplicação do instrumento pelo leitor.

A professora convidada para produzir esta videoaula é do curso de Biologia da

UFMT, Patrícia Oliveira, que assinou termo de consentimento para o uso da videoaula.

A professora também se incumbiu de fazer os contatos necessários para que a equipe

pudesse acessar as regiões mais preservadas do Parque Nacional de Chapada dos

Guimarães, administrado pelo ICMBio.

4.6 O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DA VIDEOAULA EM

LOCAÇÃO EXTERNA (EM CAMPO)

A avaliação do processo de produção da videoaula Bioma Cerrado e suas

fitofisionomias, preenchida pela equipe de produção:

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Pré-produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Personalização]

O roteiro foi revisado e adaptado à linguagem audiovisual?

x

[Princípio de Multimídia e da Modalidade]

Houve a seleção de imagens gráficas para referências e

exemplos?

x

Produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Coerência e da Redundância]

O professor apresentou as ideias principais do tema?

x

[Princípio da Sinalização e da Segmentação]

O conteúdo foi divido em tópicos?

x

[Princípio do Treinamento Prévio]

Os conceitos principais da videoaula, que são pré-requisitos da

unidade de aprendizagem, foram explicados no início?

x

[Princípio da Prática]

O professor fez sugestões de atividades para o aluno se

aprofundar e treinar o conteúdo recebido?

x

Pós-produção Sim Não Por quê?

[Princípio da Contiguidade Temporal e da Contiguidade

Espacial]

As imagens gráficas foram narradas de modo a evitar textos

escritos?

x

Qualidade Técnica

A checagem de equipamentos foi realizada? x

As informações do roteiro foram suficientes para orientar o

editor de vídeo?

x

O áudio tem qualidade? Está livre de ruídos? x Foi preciso regravar o

áudio de uma fala

devido o ruído do vento.

Houve erros? A coloração da imagem está equilibrada? Ficou

esbranquiçada (luz estourada), desbotada, avermelhada ou

muito escura?

x A luz estourou em

algumas cenas, mas foi

usado o recurso de

contraste e brilho na

edição, o que ajustou em

partes a cor do vídeo.

Foi possível corrigir erros como cor, fala ou áudio na edição? x A edição ajustou a cor e

o áudio foi regravado.

Tabela 23 - Instrumento de Avaliação da produção Bioma Cerrado e suas fitofisionomias. (Fonte: autoria

própria).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve por objetivo construir um método de produção de videoaula a

fim de organizar o processo e, assim, contribuir para a otimização de futuras produções.

Sendo assim, após a aplicação parcial do método aqui formulado em duas videoaulas, foi

possível perceber que, de fato, o método permite à equipe ter uma visão geral de todo o

processo, podendo, desse modo, comunicar-se com mais eficiência. Outrossim, o método

contribui também para tornar o conteúdo dessas videoaulas mais claro e didático, devido

à maior organização de ideias que este instrumento proporciona.

Tal afirmação pode ser realizada porque o processo de construção desta pesquisa

passou por ocasiões que serviram de verificação do método, à medida em que as pesquisas

eram realizadas e, simultaneamente, as produções se concretizavam no projeto UFMT

Online. Além disso, os autores utilizados para fundamentar a elaboração do método

proposto, trazem conceitos já experenciados por equipes de instituições que atuam na área

de produção de vídeo para EaD.

Nesse sentido, vale ressaltar que este trabalho foi realizado em um contexto de

transição, pois, ao mesmo tempo em que as videoaulas são produtos resultantes do

encontro entre educação e tecnologia, elas são também produtos que estão sendo

substituídos por tecnologias mais avançadas como as webconferências, aulas online,

transmissões simultâneas em redes sociais, entre outras novidades.

Porém, há nas videoaulas um elemento que as difere das tecnologias que surgem:

a sua capacidade de ser produzida, elaborada, direcionada para públicos específicos,

criada por meio de planejamento em equipe. Essas características são o que fazem das

videoaulas produtos perenes, que permanecem atemporais, armazenadas e acessíveis por

um tempo ilimitado.

A teoria de Mayer, largamente utilizada neste trabalho, juntamente com a teoria

do Design Instrucional, de Filatro, revelam aspectos em comum em grande parte de seus

princípios, o que remete a quanto é atual o interesse em desenvolver meios de qualificar

a aprendizagem por intermédio das mídias.

Assim como os livros, as revistas e os jornais impressos, as videoaulas têm um

lugar seguro no campo no conhecimento e, também, estão passando por transformações

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como todos os fenômenos da “Web 2.0”, termo utilizado por Filatro (2008) para tratar

deste universo que “aproveita a inteligência coletiva”, promove os compartilhamentos,

possui código livre e conteúdo aberto (FILATRO, 2008, p.16).

Nesse sentido, este trabalho se diferencia quando aponta a necessidade de

aproveitar ao máximo as potencialidades das videoaulas, por meio da organização e

sistematização do processo de sua produção, pois as videoaulas são recursos que podem

causar transformações, promover mudanças e veicular o conhecimento. Além disso, ainda

guardam o potencial para despertar a consciência tanto individual, porque o audiovisual

está acessível por meio dos aparelhos celulares, quanto coletiva, porque, em larga escala

de visualizações, as possibilidades se ampliam.

No entanto, a “cibercultura”, termo criado por Pierre Lèvy (1999) para definir as

novas estruturas da comunicação por meio das redes interligadas, tem como característica

as amplas ofertas de materiais disponíveis, o que, segundo Paniago (2016) produz “um

dos medos do ser humano”, que é “perder-se na imensidão de possibilidades”

(PANIAGO; SILVA. 2016, p. 159). Segundo as autoras, “a sociedade da modernidade

líquida, da pós-modernidade nos convida a múltiplas experiências em nossa vida, como

trocar de empresa, de relacionamentos, de profissão com muita facilidade” (PANIAGO;

SILVA. 2018, p. 159).

Assim, torna-se fundamental produzir materiais de qualidade para, em certa

medida, permanecer atual na cibercultura. Isso envolve o planejamento de produções, a

sistematização do processo e a aplicação das técnicas desenvolvidas por estudos de design

instrucional.

Outro ponto levantado neste trabalho e que deve ser observado relaciona-se à

formação da equipe e à função de cada membro da equipe nas produções de videoaula.

Em todos os trabalhos investigados é possível identificar excertos que tratam de assuntos

relacionados ao trabalho em equipe, mostrando o quanto esse ponto é fundamental no

fazer audiovisual.

Assim, faz-se necessário apontar que o instrumento apresenta limitações, visto

que ele foi pensado para ser utilizado em videoaulas produzidas em estúdio ou em locação

externa, o que significa que as necessidades de cada contexto de produção podem variar

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e, desse modo, tornar o instrumento sujeito a adaptações por não contemplar todas as

idiossincrasias de cada uma das categorias de videoaula.

Frente a isso, espera-se que este instrumento possa ser testado em um contexto

real de produção de videoaulas a fim de ampliar os olhares acerca de sua eficácia e

utilidade para equipes diversas. Por fim, como é sabido que o processo de produção de

videoaulas está em constante transformação, consequentemente, este trabalho ainda pode

receber novas contribuições, as quais farão com que permaneça sempre atual.

Desse modo, pode-se realizar uma pesquisa aplicada a fim de demonstrar a

possibilidade de uso do método em outros contextos. Assim, sugere-se que os

instrumentos sejam utilizados em mais produções para aprimorar os instrumentos com a

prática de equipes que estejam dispostas a fazer uso do método. Desse modo, seria

possível identificar com mais clareza e especificidade quais são os pontos ainda frágeis

no método em situações diversificadas.

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