UM DOS DESVIOS INSTITUCIONAIS MAIS FREQUENTES NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE É O QUE SE REFERE AO USO QUE DETERMINADOS GRUPOS POLÍTICOS FAZEM DO ESTADO PARA SE PERPETUAR NO PODER.

NO BRASIL, UMA DAS PALVRAS QUE MELHOR EXPRESSAM ESSE TIPO DE PRÁTICA É O CORONELISMO. ATÉ HOJE, IMPORTANTES LÍDERES TÊM SUA FORÇA ELEITORAL ATRIBUÍDAS ÀS PRÁTICAS CORONELÍSTICAS HISTORICAMENTE CONSTRUÍDAS.

A ORIGEM DO CORONELISMO ESTÁ ASSOCIADA Á PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO NACIONAL BRASILEIRO APÓS A INDEPENDÊNCIA POLÍTICA, PROCLAMADA EM

1922; COM O ARGUMENTO DE QUE SERIA NECESSÁRIO GARANTIR A UNIDADE NACIONAL, O IMPERADOR D. PEDRO I IMPÔS UMA CONSTITUIÇÃO QUE LHE ATRIBUÍA PODERES ABSOLUTOS, DECISÃO QUE CAUSOU REVOLTAS EM DIVERSAS REGIÕES DO PAÍS.

O PERÍODO REGENCIAL, FOI UMA ÉPOCA DE MUITA AGITAÇÃO, PORQUE A PRINCÍPIO, O GOVERNO FICOU SOB O CONTROLE DOS POLÍTICOS MODERADOS. DEPOIS SURGIRAM DOIS GRUPOS: DE UM LADO SE ARTICULOU UM GRUPO QUE QUERIA O RETORNO DE D. PEDRO E DO OUTRO LADO, ESTAVA O GRUPO CONHECIDO COMO “EXALTADOS”, ERAM DEFENSORES DE REFORMAS RADICAIS DO SISTEMA DE GOVERNO, ENTRE ELES OS FEDERALISTAS, QUE QUERIAM DESCENTRALIZAR O PODER POLITICO.

A REGÊNCIA TRINA TENTAVA CONSQUITAR O APOIO DOS GRANDES FAZENDEIROS; A MAIOR PREOCUPAÇÃO ERA: COMO CONTROLAR O PODER POLÍTICO E GARANTIR SUA DOMINAÇÃO SOCIAL?

UMA DAS MEDIDAS CRIADAS FOI CRIAR A GUARDA NACIONAL, QUE DELA SÓ PODERIAM PARTICIPAR OS HOMENS QUE TIVESSEM RENDA MÍNIMA ANUAL DE CEM MIL RÉIS, COMANDADOS PELO CHEFE POLÍTICO LOCAL ELEITO PELOS FAZENDEIROS PARA A FUNÇÃO DE CORONEL.

TEORICAMENTE A GUARDA NACIONAL DEVERIA SER MOBILIZADA PARA DEFENDER O INTERESSE POLÍTICO, MAS NA PRÁTICA OS CORONÉIS DEFENDIAM OS INTERESSES PARTICULARES DAS ELITES POLÍTICAS E ECONÔMICAS.

AS DISPUTAS PELO PODER LOCAL SE DAVAM EM TORNO DO CONTROLE DO ENTÃO FRÁGIL APARELHO DE ESTADO EXISTENTE NOS MUNICÍPIOS, DAÍ A FUNÇÃO DE CORONEL TORNOU-SE UM POSTO COBIÇADO.

ALÉM DO USO DA VIOLÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS POLÍTICOS, OS CORONÉIS CONCEDIAM PEQUENOS FAVORES E PROVIDENCIAVAM ALGUNS BENEFÍCIOS A POPULAÇÃO EM TROCA DE VOTO EM SEUS CANDIDATOS.

A CONSTITUIÇÃO DE 1824, ESTABELECIA QUE NA IMPOSSIBILIDADE DE O HERDEIRO ASSUMIR O TRONO, O BRASIL DEVERIA SER GOVERNADO POR TRÊS REGENTES ERSCOLHIDOS PELA ASSEMBLÉIA; ESSE FEITO SÓ DUROU QUATRO ANOS E DEPOIS DE ENFRENTAR UM PERÍODO DE TULMULTOS SOCIAIS E POLÍTICOS FIZERAM UMA REFORMA CONSTITUCIONAL EM 1834.

DURANTE O PERÍODO DA REPÚBLICA VELHA( 1889-1930), INTERESSAVA AO GOVERNO FEDERAL QUE HOUVESSEM LÍDERES LOCAIS QUE PUDESSE REALIZAR TROCA DE FAVORES.

NESSE MESMO PERÍODO OS GOVERNADORES TAMBÉM ERAM ELEITOS COM O APOIO DE CORONÉIS DE SEU ESTADO, FORMANDO ASSIM, UMA REDE DE COMPROMISSOS POLÍTICOS E PARTICULARES.

APESAR DA EXTINÇÃO DA GUARDA NACIONAL EM 1922, A FORÇA POLÍTICA DOS CORONÉIS MANTEVE-SE DURANTE ALGUM TEMPO COM JAGUNÇOS E CAPANGAS PARA COMBATER AS TENTATIVAS DE DESAFIO AOS SEUS INTERESSES.

COMO EXEMPLO DESSE DESASTRE TODO NA POLÍTICA DESSE PERÍODO CITO “PADIM CIÇO”, QUE FOI UM CORONEL DE BATINA, ASSOCIANDO A RELIGIOSIDADE ÁS QUESTÕES DE INTERESSES PARTICULARES PARA CHEGAR AO PODER.

A PRÓPRIA IGREJA CATÓLICA, O SUSPENDEU DAS SUAS ATIVIDADES ECLESIÁTICAS E POPULAÇÃO DE JUAZEIRO LUCROU COM O COMÉRCIO, EM TORNO DOS FALSOS MILAGRES DESSE CORONEL DE BATINA.

E AQUI TERMINO NOSSA AULA, FAZENDO UMA PERGUNTA: ATÉ QUANDO A SOCIEDADE BRASILEIRA VAI APOIAR OS DESVIOS INSTITUCIONAIS?

UM ABRAÇO! PROFª. CARINA BARROSO