um click em minha natureza

85
By Gilson Jr. Um Click em Minha Natureza. U m C l i c k e m M i n h a N a t u r e z a . Capa

Upload: gilson-de-lima-e-silva-junior

Post on 25-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Trabalho fotográfico, que mostra uma natureza viva e foco com minha lentes.

TRANSCRIPT

Page 1: Um Click em Minha Natureza

By Gilson Jr.Um Click em Minha Natureza.

Um

Click

em

Minha

Natureza.

Capa

Page 2: Um Click em Minha Natureza

Página propositalmente em branco

Page 3: Um Click em Minha Natureza

A dedicação ao que se ama, acaba se tornando um vício. Fotografar éuma arte, talvez alguns usam essa classificação, outros porém, fazem desua profissão. E uns tentam impor regras. Como dizer se é certo ouerrado, em algo que é tão pessoal. Quem vive da fotografia, realmenteprecisa se adequar a certos padrões já preexistentes, mas, quemreconhece que fotografia é uma arte, cria suas próprias regras.Sou Cirurgião Buco-Maxilo-Facial e Implantodontista, vivo seguindoregras, regras estas que já existiam mesmo, muito antes de meunascimento. Tenho que me aperfeiçoar com novos conhecimentos, massei o que é certo ou errado, em uma ciência que não é exata, tenho queser perfeito nas regras, quando estou operando. Amo o que faço, e façoassim minha vida. Já, na fotografia é diferente, a regra é minha, se écerto ou errado, quem vai dizer? Também faço por amor, mas aindanão vivo dela, tiro meu sustento de minha profissão, com formaçãoacadêmica. Mas fotografar faz parte de minha vida.

Page 4: Um Click em Minha Natureza

Desobedescendo a lógica propriamente dita, onde primeiro registramos a foto emnossa máquina, para depois ver qual foi o resultado, faço o oposto disto, e paraquem ama fotografar a vida sevalgem, seja no ar, na terra, ou a vida semovimentando, porém a maior paixão, é registrar a vida submersa em águassalgadas. Luz, foco, iso, abertura, velocidade, profundidade de campo, o meioentre um início e um fim lógico. Preciso ter esse conjunto em equilíbrio, para queeu consiga ver a imagem pronta antes do "click" de minha máquina. Só colocandoesse pensamento em prática, que consigui fazer uma foto, onde consigo ver comdetalhes, as gotas d'aguas que ainda estão no ar, deixadas pelo rastro de uma ave,que pegou um peixe distraído na superfície, e, ficou mesmo sem saber de ondeveio o ataque. Fotos, que nos prendem o olhar ou nos faz ver o movimento emuma imagem fixa, é uma foto admirável. Existem também, aquelas imagens quenos confundem com os seus detalhes e aos sentimentos. Outras, que sãoverdadeiros troféus, mas precisam de uma bela história, para que se tornemainda mais valiosas. Quantos olhos e pernas tem uma aranha? Uma foto simplesque me trouxe a lembrança de meu colegial, nas longas aulas de biologia.

Page 5: Um Click em Minha Natureza

Fotografar para mim é isto. Tenho na minha mente o book pronto, e sópreciso de minha canon para que cada imagem se torne real, e assim podersofrer críticas, ou quem sabe, admirações e até mesmo outros sentimentos.Lembro-me de um comentário, que ouvir com respeito a uma de minhas fotos,onde uma pessoa reconhecida no meio fotográfico, disse que já havia sonhadocom aquela imagem duas vezes, e por isso precisava se tornar dono daquelequadro.Fotografar, na minha opnião, é simplesmente expor aos seus olhos, imagenscaptadas pelas minhas lentes e que estavam em minha mente. Mas não ficareisatisfeito com apenas isto, preciso que todos vocês, sintam, ouçam e vejamcomo estas imagens nasceram em minha imaginação, passaram por minhasmãos, e agora estão aí diante de vossos olhos, e amanhã, quem sabe, em vossaslembraças. Fotografia é isto, simplesmente um vício que leva a imagem queestava em minha mente, aos olhos de quem admira o vício de uma arte, e queàs vezes se faz em uma fração de segundo. Gilson Jr.

Page 6: Um Click em Minha Natureza

O instante em que o movimento da vida se transforma em uma imagemestática, mostrando detlhes da vida em movimento.

Page 7: Um Click em Minha Natureza

Olhos atentos. O meu no seu ataque,e o dele no meu click.

Page 8: Um Click em Minha Natureza

Atenção tripulação, preparar para decolar.

Page 9: Um Click em Minha Natureza

Bem vindo ao nosso voo.

Page 10: Um Click em Minha Natureza
Page 11: Um Click em Minha Natureza

Manto branco

Page 12: Um Click em Minha Natureza

Antigas aulas de biologia.

Page 13: Um Click em Minha Natureza
Page 14: Um Click em Minha Natureza
Page 15: Um Click em Minha Natureza
Page 16: Um Click em Minha Natureza
Page 17: Um Click em Minha Natureza
Page 18: Um Click em Minha Natureza

Este pássaro, toda vez que canta, dá pulo para cima, vira uma cambalhota evolta para o ponto de partida, para então, começar tudo de novo. Ti-ti-ti-

tiziu, ti-ti-ti-tiziu, ti-ti-ti-tiziu.

Page 19: Um Click em Minha Natureza
Page 20: Um Click em Minha Natureza
Page 21: Um Click em Minha Natureza
Page 22: Um Click em Minha Natureza
Page 23: Um Click em Minha Natureza
Page 24: Um Click em Minha Natureza
Page 25: Um Click em Minha Natureza
Page 26: Um Click em Minha Natureza
Page 27: Um Click em Minha Natureza
Page 28: Um Click em Minha Natureza

Primeiro grupo.

Page 29: Um Click em Minha Natureza

Segundo grupo

Page 30: Um Click em Minha Natureza

Terceiro grupo

Page 31: Um Click em Minha Natureza
Page 32: Um Click em Minha Natureza
Page 33: Um Click em Minha Natureza
Page 34: Um Click em Minha Natureza
Page 35: Um Click em Minha Natureza

Rio Paraguai, depois do voo direto do Rio para Cuiabá, e mais algumas horasde carro até a cidade de Cáceres, estamos agora, embarcado em umaChalana Hotel. Cinco dias descendo o rio em direção a Bolívia. Como sempre,me destraindo com minha máquina fotográfica, cansado de aves e matafechada nas duas margens. Saímos cedo na lancha de apoio, para mais umdia de pescaria, já acreditando que não apareceria mais nada interessantepara minha lente. Voltamos para a chalana, para um típico almoçopantaneiro. O assunto na mesa, era de uma onça que atravessou o enorme rioa nado, até alcançar à outra margem e desaparecer em meio a mata, e eu,lá em outro canto ouvindo apenas pássaros, sob um sol forte. Minhaindignação foi total. Conversa vai, conversa vem, uma expressão de p.estampado na "cara" e a certeza que teria perdido uma imagem perfeita,além é claro, imaginem a sequência que poderia fazer, acompanhando emfotos uma fera n'agua. Bem, agora já era, foi que pensei. Como sou umapessoa de muita sorte, recebi uma proposta maravilhosa, de um funcionárioda chalana. Quer fotografar uma onça pintada de perto? Óbvio né!

Page 36: Um Click em Minha Natureza

Mas como ele teria tanta certeza que iríamos encontrar uma onça? Se só víamosaves e uma simpática sucuri que ficava perto do barco, para comer o resto dacomida que sobrava. Vamos amanhã pela manha, a gente vai ver sim. Noiteansiosa, não via a hora de amanhecer, para que pudéssemos encontrar nossaamiga felina. Lancha de apoio preparada, tanque abastecido, isopor cheio,começamos nossa trajetória até o possível ponto onde poderiamos provocar oencontro. Foi quando o Walter começou a me explicar, isso era uma tradição quehavia herdado do seu pai, eles levavam turistas ao encontro com as pintadas.Mas como você tem tanta certeza que iremos encontrar? Uma resposta rápida ecerteira. Vamos parar em um lugar onde possamos sair da lancha, irei começara "esturrar" a onça, ou seja, irei imitar o som que uma onça macho faz como seestivesse tentando dominar o território que alguma outra onça já domina.Pensei, iremos encarar uma onça de frente, sem nenhuma proteção, armadoapenas com minha máquina fotográfica e a infalível experiência do meu guia, ese não bastasse essa situação, ainda iremos provocar um encontro para umapossível briga. Não suou bem aos meu ouvidos essa história.

Page 37: Um Click em Minha Natureza

Então vamos. Até esse momento não tinha percebido muito bem onde estavame metendo. Motor de popa à toda, esteira se formava no rastro de nossalancha, não lembro ao certo, mas acho que umas duas horas depoisencostamos a lancha em uma pequena sede do ibama, onde morava um casal,e seu filho de apenas três anos de idade. Era a última semana que estavammorando por ali, por que havia uma onça que estava sempre por perto, e pelaquarta vez, haviam pegadas pelo terreiro da casa. Comecei a pensar queestava ficando sério esse assunto de fotografar onça. Entramos em uma mataatrás da sede em busca dela, quando ouvimos alguns passarinhos começarema piar como se estivessem assustados. Está ouvindo? A onça já sentiu nossocheiro e está saindo para outro lado. Uma coisa é certa, estava alí parafotografar, era inevitável que tivéssemos o nosso encontro. Mas, ouvir que aonça não estava mais por perto foi um alívio. Vamos descer mais o rio, que láem baixo tem um ponto que vamos conseguir encontrá-la. Antes de sair dasede, uma foto do faminto Zé, um jacaré que morava na redondeza, e sempreque o caseiro chamava ele aparecia.

Page 38: Um Click em Minha Natureza

Partimos novamente, desta vez, confiante na certeza que ele tinha que iríamosconseguir fazer o que fomos fazer, era realmente verdadeira. Em um certo ponto,desligamos o motor da lancha. Estávamos no meio do rio. Walter sentado àfrente, com um remo orientava a direção. Silêncio total. Pássaros piávam longe, ecom a fumaça de um fósforo para ver qual o sentido do vento, conseguimosmanter uma posição, que impedisse que o nosso cheiro atrapalhasse novamente onosso encontro. Nesse momento, Walter começou a esturrar. Hoje, sentado aquiem meu ambiente de trabalho, na frente de meu laptop escrevendo esta matéria,e relembrando cada momento vivido naquele instante, parece que ainda sinto asensação, como se arrepiasse todo meu corpo com aquele som, algo soberano,imponente, algo realmente forte. Agora sim, silêncio total, os pássaros quietos,tenho a impressão que até o rio se silenciou neste instante. Meio dia, céu azul,silêncio, silêncio, Walter olha para trás e faz um sinal apontando para margemdireita, como se estivesse me dizendo que ele já havia sentido a presença dela, éestranho tentar explicar como é, como foi, mas é uma sensação fortíssima.

Page 39: Um Click em Minha Natureza

Agora sim, ouvi o que tanto queria e ao mesmo tempo temia, realmentehavia uma onça por perto, silêncio, e o sinal agora era que iríamos encostar alancha no barranco, bem de vagar ele foi guiando, começamos a passar porbaixo de uns galhos, que faziam uma sombra, deixando um clima ainda maisassustador para mim. Calma, silêncio, quando de repente QUA-QUA-QUA-QUA-QUA (um grito bem alto de uma ave que estava escondida e se assustoucom a gente) neste momento só não infartei, porque meu coração soltou pelaboca, com meus olhos arregalados e o meu sangue tentando nutrir o queainda havia restado vivo em mim, fui obrigado manter silêncio ($#@&*^=%#*) vai dar um susto deste na "mãe". Coração ainda batendo no peito, etentando me recompor do susto, descemos da lancha, céu coberto pelasárvores, chão cheio de folhas secas, um tronco caído, e um espaço abertoentre as árvores, lugar perfeito. Além das provocações feitas pelo Walter, erespondida pela onça, agora comecei a ouvir folhas secas se partindo, em vozbem baixinha escutei: é agora, prepare a máquina. Nossa! É quase impossíveltentar passar em simples palavras o que senti.

Page 40: Um Click em Minha Natureza

Um animal enorme, lindo, um amarelo manchado de preto em meio a umamata verde e cinza, surgiu aos meus olhos, primeiro uma parada atrás de unsgalhos, tempo para uma foto, e depois ela veio para mais próximo, de caraconosco, frente à frente, a uns quinze metros da gente. Quando percebeu que foienganada, parou e ficou nos observando, me encoragei, me acalmei ainda mais,aproveitei aquele momento ímpar e comecei a "clickar". O único barulho que seouvia agora, era de minha máquina registrando este encanto naquela mata. Atéhoje, lembro-me de seu olhar penetrante, seu tamanho, o couro da cabeçaenrugado e um machucado no fochinho, que provavelmente tenha sido de algumabriga rescente por território. Após uns trinta segundos, já certa de que seu lugarestava protegido, virou-se e desapareceu novamente na mata. Passei a noiteansioso, e pela manhã ainda muito curioso, descemos o rio apreensivo, tive meumomento de assustado e com um pouco de medo. Mas agora que estou no exatolugar que ela estava parada, fotografando suas pegadas deixadas no chão úmido,estou me sentindo realizado. Já dentro da lancha, mais uma foto, um casal delontra se encaixam me minha lente.

Page 41: Um Click em Minha Natureza

Dia perfeito. Agora é voltar para a chalana, sentar a mesa e começar acontar o que vivi. Absolutamente sensasional. Mesmo achando que nãoconseguiria uma imagem como esta. Deveria ter acreditado mais, quando aosair de casa, ouvi: Papai, cuidado para onça não te comer no meio do mato.

Page 42: Um Click em Minha Natureza
Page 43: Um Click em Minha Natureza
Page 44: Um Click em Minha Natureza

Quando uma estrela cai, na escurão da noite,e um violeiro toca suas mágoas.Então os "óio" dos bichos, vão ficando iluminadosRebrilham neles estrelas de um sertão enluarado.Quando o amor termina, perdido numa esquina,e um violeiro toca sua sina.Então os "óio" dos bichos, vão ficando entristecidos

Rebrilham neles lembranças dos amores esquecidos.Quando o amor começa, nossa alegria chama,

e um violeiro toca em nossa cama.Então os "óio" dos bichos, são os olhos de quem ama

Pois a natureza é isso, sem medo, nem dó, nem dramaTudo é sertão, tudo é paixão, se o violeiro toca

A viola, o violeiro e o amor se tocam...

Almir Sater

Page 45: Um Click em Minha Natureza
Page 46: Um Click em Minha Natureza

Guardião

Natureza

Page 47: Um Click em Minha Natureza

Susto,Cada um por si.

Page 48: Um Click em Minha Natureza
Page 49: Um Click em Minha Natureza

Belo banho de sol.

Page 50: Um Click em Minha Natureza
Page 51: Um Click em Minha Natureza
Page 52: Um Click em Minha Natureza
Page 53: Um Click em Minha Natureza
Page 54: Um Click em Minha Natureza
Page 55: Um Click em Minha Natureza
Page 56: Um Click em Minha Natureza

Jararaca

Page 57: Um Click em Minha Natureza
Page 58: Um Click em Minha Natureza

Por que desta língua?Algo pessoal...

Page 59: Um Click em Minha Natureza
Page 60: Um Click em Minha Natureza

Um peixe olho de cãose esfregando ao fundo

Page 61: Um Click em Minha Natureza
Page 62: Um Click em Minha Natureza
Page 63: Um Click em Minha Natureza

Mãos à obra, ou melhor, bico à obra.

Page 64: Um Click em Minha Natureza

Só para que reflitam umpouco mais, a sensação de

fazer esta foto. Meio domato, sem arma, cara à

cara, cicatrizes debatalhas.

Força.

Page 65: Um Click em Minha Natureza
Page 66: Um Click em Minha Natureza
Page 67: Um Click em Minha Natureza
Page 68: Um Click em Minha Natureza
Page 69: Um Click em Minha Natureza
Page 70: Um Click em Minha Natureza
Page 71: Um Click em Minha Natureza
Page 72: Um Click em Minha Natureza
Page 73: Um Click em Minha Natureza
Page 74: Um Click em Minha Natureza

Qual dos dois?

Page 75: Um Click em Minha Natureza
Page 76: Um Click em Minha Natureza
Page 77: Um Click em Minha Natureza
Page 78: Um Click em Minha Natureza
Page 79: Um Click em Minha Natureza
Page 80: Um Click em Minha Natureza

Detalhes de um voo, junto aos detalhes de uma planta.

Page 81: Um Click em Minha Natureza
Page 82: Um Click em Minha Natureza
Page 83: Um Click em Minha Natureza
Page 84: Um Click em Minha Natureza

Amar o que se faz, é acima de tudo, interagir com a presença daquiloem sua vida. Sentir a força do assunto principal sobre o momento do

click, talvez seja um instante em que só uma máquina fotográficapossa mostrar, como

um polvo ao deixar asmarcar de suas

ventosas em minhalente. Ele é o interesse,

eu sou o interessadoe essa foto, o perfeito

encontro denós dois.

Isto é o que amo fazer.

Page 85: Um Click em Minha Natureza

[email protected]

Acredito que a arte defotografar é a união de

inúmeras coisas. Oportunidade,

experiência, estilo e paixão pelaarte. Só assim, é possível

fotografar com arte.

é a

A ARTE POR UMCLICK.