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Newsletter bimestral da Sociedade Portuguesa de Reumatologia n Novembro/Dezembro de 2011 n Distribuição Gratuita 6 de Janeiro de 2012 Sessão comemorativa dos 40 anos da SPR Estudo apresentado a 22 de Novembro Terapêutica biológica diminui custos directos e indirectos Um bom ano! 2011 em balanço Editorial Retrospectiva A presente Edição da “Ligações” procura retratar os principais acontecimentos levados a cabo pela Direcção neste seu primeiro ano de mandato, associando-os aos principais eventos realizados pelos Serviços de Reumatologia. Foi um ano de muito trabalho, baseado num planeamento rigoroso e atempado de todas iniciativas, contribuindo, por essa via, para os seus bons resultados. A Direcção mostrou-se uma equipa coesa, motivada e empenhada para, em cada caso, colocar toda a sua energia no atingir dos objectivos propostos. Consolidaram-se projectos, como o Registo Nacional dos Doentes Reumáticos, a Acta Reumatológica Portuguesa, a Escola de Ecografia, a formação para Internos de Reumatologia, ao mesmo tempo que se desenvolveram novos, como a parceria com a Católica Lisbon ou Fundo para a Investigação e Formação Reumatológicas, merecendo referência especial o primeiro estudo epidemiológico Nacional – o ReumaCensus, para além do reforço do número de bolsas de investigação, entre outras acções. A Reunião Científica intercalar em Aveiro – “Artrite e Osso” – ultrapassou as expectativas iniciais e consolidou a vertente científica da nossa Sociedade. As Jornadas de Outono – com outro sponsor – manteve o carácter de reunião de toda a”Família Reumatológica”. No plano político reforçámos a nossa parceria com o Ministério da Saúde, através da DGS, participando de forma activa – quer quando solicitados, quer por nossa iniciativa voluntária – na discussão das Normas de Orientação Clínica e Terapêutica. Defendemos os nossos princípios no que diz respeito à prescrição de terapêuticas Biotecnológicas, na defesa do livre exercício da nossa prática clínica e do direito, legítimo, do acesso dos doentes àquela terapêutica. Se 2010/2011 se revelou assim francamente positivo, 2012 será um ano duro. A indústria farmacêutica, suporte imprescindível de muitas das iniciativas por nós desencadeadas, é o retrato do País. Cortes, contenção, diminuição de investimento! Não pouparemos energias no prosseguimento do nosso projecto, na defesa da aposta nos projectos estratégicos, realizando, para além disso, tudo o que se mostre sustentável. Procuraremos dignificar o ano em que a SPR comemora quarenta anos, culminando no nosso Congresso de Maio de 2012 com a aproximação às Sociedades Espanhola e Brasileira, com noção das realidades. Procuraremos que as dificuldades acrescidas se revelem num desafio suplementar à nossa imaginação! Boas Festas e um Ano de 2012 pleno de sucessos! Luís Maurício Presidente de Direcção da Sociedade Portuguesa de Reumatologia N31 P2 P7 P6

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Page 1: Um bom ano! P2 Retrospectiva - spreumatologia.pt · Em Dezembro de 2010, precisamente há um ano, Luís Maurício assinava o primeiro editorial enquanto presidente da Sociedade Portuguesa

Newsletter bimestral da Sociedade Portuguesa de Reumatologia n Novembro/Dezembro de 2011 n Distribuição Gratuita

6 de Janeiro de 2012

Sessão comemorativados 40 anos da SPR

Estudo apresentado a 22 de Novembro

Terapêutica biológica diminui custos directos e indirectos

Um bom ano!

2011 em balanço

Editorial

Retrospectiva

A presente Edição da “Ligações” procura retratar os principais acontecimentos levados a cabo pela Direcção neste seu primeiro ano de mandato, associando-os aos principais eventos realizados pelos Serviços de Reumatologia.

Foi um ano de muito trabalho, baseado num planeamento rigoroso e atempado de todas iniciativas, contribuindo, por essa via, para os seus bons resultados. A Direcção mostrou-se uma equipa coesa, motivada e empenhada para, em cada caso, colocar toda a sua energia no atingir dos objectivos propostos.

Consolidaram-se projectos, como o Registo Nacional dos Doentes Reumáticos, a Acta Reumatológica Portuguesa, a Escola de Ecografia, a formação para Internos de Reumatologia, ao mesmo tempo que se desenvolveram novos, como a parceria com a Católica Lisbon ou Fundo para a Investigação e Formação Reumatológicas, merecendo referência especial o primeiro estudo epidemiológico Nacional – o ReumaCensus, para além do reforço do número de bolsas de investigação, entre outras acções. A Reunião Científica intercalar em Aveiro – “Artrite e Osso” – ultrapassou as expectativas iniciais e consolidou a vertente científica da nossa Sociedade. As Jornadas de Outono – com outro sponsor – manteve o carácter de reunião de toda a”Família Reumatológica”.

No plano político reforçámos a nossa parceria com o Ministério da Saúde, através da DGS, participando de forma activa – quer quando solicitados, quer por nossa iniciativa voluntária – na discussão das Normas de Orientação Clínica e Terapêutica. Defendemos os nossos princípios no que diz respeito à prescrição de terapêuticas Biotecnológicas, na defesa do livre exercício da nossa prática clínica e do direito, legítimo, do acesso dos doentes àquela terapêutica.

Se 2010/2011 se revelou assim francamente positivo, 2012 será um ano duro. A indústria farmacêutica, suporte imprescindível de muitas das iniciativas por nós desencadeadas, é o retrato do País. Cortes, contenção, diminuição de investimento! Não pouparemos energias no prosseguimento do nosso projecto, na defesa da aposta nos projectos estratégicos, realizando, para além disso, tudo o que se mostre sustentável.

Procuraremos dignificar o ano em que a SPR comemora quarenta anos, culminando no nosso Congresso de Maio de 2012 com a aproximação às Sociedades Espanhola e Brasileira, com noção das realidades.

Procuraremos que as dificuldades acrescidas se revelem num desafio suplementar à nossa imaginação!

Boas Festas e um Ano de 2012 pleno de sucessos!

Luís MaurícioPresidente de Direcção da Sociedade Portuguesa de Reumatologia

N31

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Page 2: Um bom ano! P2 Retrospectiva - spreumatologia.pt · Em Dezembro de 2010, precisamente há um ano, Luís Maurício assinava o primeiro editorial enquanto presidente da Sociedade Portuguesa

Em Dezembro de 2010, precisamente há um ano, Luís Maurício assinava o primeiro editorial enquanto presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, sugerindo que esta newsletter continuasse a reflectir o que se passava “em nossa casa”. Um ano depois, é tempo de balanço.

Novos projectosOs números traduzem o sucesso de um dos projectos mais acarinhados: foram inseridos no Reuma.Pt (Registo Nacional de Doentes Reumáticos da SPR), até Dezembro de 2011, 4749 doentes e 28366 consultas. Esta plataforma capta, neste momento, mais de 1500 doentes com diversas doenças reumáticas sob terapêutica biológica; dos três mil doentes com artrite reumatóide em seguimento prospectivo, mil estão sob terapêutica biológica. A newsletter deste projecto, encarte da Ligações e editada por Pedro Machado e Sofia Ramiro, tem sido a principal fonte de actualização e divulgação do Reuma.pt; importa reter, no entanto, que a versão Web da plataforma será finalmente apresentada durante a Sessão Comemorativa dos 40 anos da SPR [vide pág. 6].

As candidaturas à primeira edição do Fundo para a Investigação e Formação Reumatológicas, criado pela SPR para fomentar a diversificação de apoios, terminam a 31 de Dezembro de 2011. Neste âmbito, a parceria com dois laboratórios resultou em duas novas bolsas de investigação para 2012 nas áreas de Doenças Raras (SPR / Genzyme) e da Osteoartrose (SPR / AstraZeneca).

Por último, o EpiReuma.Pt – com o nome público Reuma Census 2011-2013 –, lançado oficialmente no passado dia 9 de Setembro, na sede da ordem dos Médicos, em Lisboa, já está na rua e promete marcar uma nova era no estudo das doenças reumáticas. O projecto pode ser acompanhado on-line, em www.epireumapt.org.

Eventos a recordarO 2.º Simpósio SPR, denominado “Artrite e Osso” (31 de Março a 2 de Abril, Aveiro), constituiu, segundo Luís Maurício, um “embrião de uma futura mudança de periodicidade do Congresso Português de Reumatologia”, pelo facto de ter ultrapassado vários níveis de expectativas: quase 700 inscrições, mais de 400 participantes efectivos, 64 posters, 12 comunicações orais e uma ampla cobertura dos media nacionais. Este simpósio foi o cenário da primeira apresentação oficial do XVI Congresso Português de Reumatologia, que decorrerá entre 1 e 5 de Maio de 2012, no CS Palácio de Congressos do Algarve.

A cidade de Viseu acolheu, em 2011, dois eventos já com cartas dadas: o IV Fórum das Espondilartrites (25 e 26 de Fevereiro) e as Jornadas de Outono (30 de Setembro a 2 de Outubro), onde Luís Maurício teve a oportunidade de fazer um pré-balanço do primeiro ano de mandato. Merecem destaque também as III Jornadas dos Novos Centros de Reumatologia (29 e 30 de Abril, Óbidos).

Marcar pontos A SPR tem mantido uma colaboração estreita com a Direcção--Geral de Saúde desde há longa data. Começou com a elaboração de uma plataforma Web para o Reuma.pt e continuou mais recentemente com a colaboração na revisão da proposta inicial das recomendações para uso de anti-inflamatórios, para a terapêutica da osteoporose e para o uso de terapêutica biológica nos doentes reumáticos. Todas estas colaborações estão, neste momento, em curso e constituirão marcos importantes para a melhoria da prática médica a nível nacional.

Em Málaga, no XXXVII Congresso Nacional da Sociedade Espanhola de Reumatologia, a SPR teve oportunidade de estreitar laços com esta Sociedade e a Sociedade Brasileira de Reumatologia, parceiros

Ligações de Destaque

2011 em balançoAposta da Sociedade Portuguesa de Reumatologia na formação e investigação e na afirmação da especialidade marcou o ano que se aproxima agora do fim

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na divulgação do XVI Congresso Português de Reumatologia e na organização, inclusive, de um dos cursos Pré-Congresso.

Ainda no contexto internacional, a participação portuguesa no EULAR 2011 foi um sucesso, pautando-se por dois oradores convidados, quatro comunicações orais, vinte e dois posters, e cinco representantes nos Standing Commitees: enfermeira Lurdes Barbosa (Health Professionals in Rheumatology), J. A. Melo Gomes (Pediatric Rheumatology), João Eurico Fonseca (Investigative Rheumatology ), Helena Canhão (Epidemiology and Health Services Research) e Margarida Oliveira (Musculoskeletal Imaging).

Recorde-se que a SPR apoiou a candidatura de Maurizio Cutolo ao cargo de presidente-eleito da EULAR, sagrando-se vencedor. Esta é uma eleição estratégica para Portugal, dado que Cutolo assumiu o compromisso de envolver os reumatologistas portugueses nas iniciativas da EULAR e mostrou-se disponível para apoiar uma candidatura de Portugal quer à organização de um congresso europeu da EULAR quer à realização dos seus cursos em território nacional.

Investimento na FormaçãoO primeiro curso de Reumatologia Pediátrica para Internos de Reumatologia (21, 22 e 23 de Janeiro, Lisboa), coordenado por Melo Gomes, marcou o início de um ano que foi fértil em actividade formativa, com destaque para o II Curso sobre Técnicas Reumatológicas (12 de Fevereiro, Leiria), sob a direcção de J. M. Bravo Pimentão, a III e última acção de formação de formadores da ESPER (2, 3 e 4 de Abril, Aveiro), a acção de formação “Health Management Challenges”, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, o Curso sobre DMARDs para internos de Reumatologia (30 de Setembro a 1 de Outubro, Viseu) e o I Curso Básico de Ecografia Músculo-Esquelética (14 a 16 de Outubro, Castelo Branco).

“Healt Management Challenges” foi, aliás, uma iniciativa inédita no âmbito formativo. As noções básicas de Marketing aplicado à Saúde, os sistemas de apoio à decisão e aspectos relacionados com liderança foram os temas que

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Secretário de Estado Adjunto e da Saúde “positivamente impressionado” com o Reuma.pt

A SPR, representada por Luís Maurício, Viviana Tavares e José Carlos Romeu, defendeu peremptoriamente o acesso dos doentes às terapêuticas, nomeadamente as biológicas, no passado dia 20 de Outubro de 2011, em reunião com o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa.

Face ao quadro de dificuldades financeiras que o sector da Saúde enfrenta e à consequente necessidade de fazer um uso criterioso dos recursos disponíveis, Fernando Leal da costa assegurou que a prescrição de terapêuticas aos doentes que delas necessitassem nunca seria posta em causa, mas iria ser, eventualmente, sujeita a outro tipo de regras e controlo. Foi nesse contexto que a SPR apresentou os últimos “print screens” do Reuma.pt (Registo Nacional de Doentes Reumáticos da SPR), com o objectivo de provar a importância deste registo para assegurar a qualidade da prescrição e a sua manutenção e controlo, cumprindo critérios e guidelines nacionais e internacionais.

Segundo Luís Maurício, Fernando Leal da Costa ficou “positivamente impressionado” com o Reuma.pt, afirmando que iria indagar as razões pelas quais este ainda não tinha sido operacionalizado pela Direcção-Geral de Saúde. Recorde-se que a 14 de Janeiro de 2011, numa audiência entre João Gonçalves, Chefe de Gabinete do então Secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, um representante da DGS, Filipa Homem Christo, e vários elementos da SPR, a tutela da Saúde reafirmava o interesse na plataforma construída pela SPR e o objectivo de iniciar a respectiva operacionalização.

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despertaram mais a atenção dos formandos. O sucesso desta iniciativa levou a uma 2.ª edição, que está já agendada para 25 e 26 de Maio de 2012.

Ainda em 2010, mas já no mandato da actual Direcção, a assinalar a primeira acção de formação para Internos, subordinada à temática “Manifestações Cutâneas das Doenças Reumáticas”, que decorreu a 11 de Dezembro, no Hotel Marriott, em Lisboa.

PublicaçõesNo campo editorial, a Acta Reumatológica Portuguesa, órgão oficial da SPR, indexada à Pub/Medline e com factor de impacto atribuído, tem uma nova imagem e um site específico. Ambos serão apresentados na sessão comemorativa dos 40 anos da SPR, 6 de Janeiro de 2012, na Casa-Museu da Fundação Medeiros e Almeida. A Ligações passou a assumir uma periodicidade bimestral, continuando a ser um elo privilegiado entre os reumatologistas. O Boletim Informativo continuou a desempenhar o seu papel de espelho para o exterior.

Um bom ano, portanto!

Ligações de Destaque

P4P4

Eventos maduros em Reumatologia

Quatro eventos “clássicos”, pela maturidade das edições e pela qualidade a que já habituaram a comunidade científica, marcam o último trimestre de 2011.

O Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), EPE - Hospital Egas Moniz e a Disciplina de Reumatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa organizaram as 4as Jornadas de Reumatologia Prática em Cuidados Primários, presididas por Jaime Branco, que ocuparam a capital portuguesa durante 22 e 23 de Setembro.

O XXXII Curso de Reumatologia, presidido por José António Pereira da Silva e organizado pelo Serviço de Reumatologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, teve, neste ano, um formato diferente, que agradou aos mais de 500 participantes que se deslocaram ao Hotel Vila Galé, em Coimbra, nos dias 13 e 14 de Outubro.

As IX Jornadas do Aparelho Locomotor, organizadas pelo Serviço de Reumatologia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, foram, neste ano, subordinadas ao tema “Desafios em Reumatologia”, e, como é habitual, tiveram casa cheia nos dias 28 e 29 de Outubro, na Universidade do Minho, em Braga.

Outro encontro emblemático da Reumatologia foi realizado, nesta edição, um pouco mais cedo do que habitual: as XIX Jornadas Internacionais do Instituto Português de Reumatologia ocuparam o Centro de Congressos de Lisboa, entre 24 e 25 de Novembro, e receberam cerca de mil participantes.

Merecem também destaque, tendo marcado o segundo trimestre de 2011, as IV Jornadas dos Serviços de Reumatologia do Hospital de São João e da Faculdade de Medicina do Porto, que decorreram nos dias 6 e 7 de Maio, no Hotel Sheraton da cidade invicta.

Guidelines da SPR em balanço Por Prof. Doutor João Eurico Fonseca

Ao longo do último ano, actualizámos as nossas recomendações sobre terapêutica biológica em doentes com Artrite Reumatóide, Espondilite Anquilosante, Artrite Idiopática Juvenil e Osteoporose, no total de quatro documentos, actualizámos o guia prático de utilização de biológicos na Artrite Reumatóide e ainda redigimos, pela primeira vez, as recomendações sobre terapêutica biológica em doentes com Artrite Psoriática.

As recomendações sobre terapêutica biológica em doentes com Artrite Reumatóide foram uma das primeiras a ser publicadas a nível europeu (a primeira versão tem quase 10 anos) e têm sido actualizadas com uma frequência quase anual, à medida que o conhecimento sobre esta área progride e à medida que novos fármacos são introduzidos na prática clínica. Este trabalho está concluído e será publicado no próximo número da Acta Reumatológica Portuguesa.

As recomendações sobre terapêutica biológica em doentes com Espondilite Anquilosante tinham tido só uma primeira versão, uma vez que o aumento da disponibilidade de novos fármacos nesta área terapêutica tem sido menor. No entanto, surgiram recentemente novos conceitos na área da monitorização desta doença que urgia inserir nestas recomendações. Este trabalho está concluído e será publicado no próximo número da Acta Reumatológica Portuguesa.

As recomendações sobre terapêutica biológica em doentes com Artrite Idiopática Juvenil estão a ser alvo de uma profunda reestruturação de forma a integrar a introdução da terapêutica biológica no fluxograma complexo de decisões médicas que têm que ser tomadas no tratamento destas crianças. Por outro lado, devido à heterogeneidade da Artrite Idiopática Juvenil e à menor evidência publicada na literatura, sob a forma de ensaios clínicos, por comparação com o uso de terapêuticas biológicas nos adultos, foi necessário proceder a uma extensa revisão de dados provenientes de registos clínicos, estudos obrigacionais e opinião de peritos. Este trabalho está quase concluído e será publicado num dos próximos números da Acta Reumatológica Portuguesa.

O guia prático sobre terapêutica biológica em doentes com Artrite Reumatóide consiste numa abordagem pragmática das dificuldades do dia-a-dia na prescrição destes fármacos e tem necessidade de actualização frequente, em paralelismo com o aumento do conhecimento na utilização dos fármacos e com a introdução de novas opções terapêuticas. Este trabalho está concluído e será publicado no próximo número da Acta Reumatológica Portuguesa.

As recomendações sobre a terapêutica da Osteoporose publicadas inicialmente em 2007 constituíram um marco importante numa área onde as opções terapêuticas são múltiplas e a decisão médica difícil. Com base nesta experiência prévia e nos novos fármacos entretanto introduzidos na prática clínica, está em elaboração final um texto que constituirá um novo marco importantíssimo nesta área terapêutica. Este trabalho está quase concluído e será publicado num dos próximos números da Acta Reumatológica Portuguesa.

As recomendações sobre terapêutica biológica na artrite psoriática são as mais complexas de todas dada a heterogeneidade desta doença. Até recentemente, utilizámos adaptações das recomendações criadas para a Artrite Reumatóide e para a Espondilite Anquilosante, conforme o doente tivesse um componente de doença mais periférico ou mais axial. No entanto, esta adaptação era manifestamente insuficiente, deixando por comentar o envolvimento oligoarticular predominantemente dos membros inferiores, os fenómenos de dactilite, a relação entre o envolvimento cutâneo e articular e as formas de envolvimento predominantemente das IFD. Este trabalho está quase concluído e será publicado num dos próximos números da Acta Reumatológica Portuguesa.

A elaboração e actualização de todas estas recomendações de actuação prática envolve quase todos os reumatologistas em múltiplas reuniões presenciais e revisões de textos por e-mail que contribuem para aproximar todos os reumatologistas num corpo só, com uma prática médica mais uniforme e mais baseada na evidência.

COM O APOIO

10 DE FEVEREIRO

11 DE FEVEREIRO

12h30 – 14h00 14h00 – 14h15

14h15 – 15h45

14h15 – 14h45

14h45 – 15h15

15h15 – 15h45

15h45 – 16h00

16h00 – 18h00

16h00 – 16h30

16h30 – 17h00

17h00 – 17h30

17h30 – 18h00

18h00 – 18h15

Almoço e Boas-VindasAberturaDr. Luís Maurício (Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia)

Manifestações extra-articulares nas EspondilartritesModeradores: Dr.ª Fátima Godinho e Dr. Armando Malcata

Manifestações intestinais das espondilartrites: novas perspectivas. Orador: Dr. Francisco Portela

Psoríase - o que o reumatologista deve saber. Orador: Dr. Rui Tavares Belo

Olho vermelho nas Espondilartrites - como tratar? Orador: Prof. Doutor Rui Proença

Coffee – break MiscelâneaModeradores: Dr.ª Inês Cunha e Dr.ª Paula Valente

Entesite: um factor determinante nas espondilartrites. Orador: Dr. Paulo Monteiro

Artrite idiopática juvenil psoriática - uma entidade heterogénea. Orador: Dr.ª Ana Filipa Mourão

Artrite reactiva: diagnóstico e opções de tratamento. Orador: Dr. Miguel Sousa

Importância das Comorbilidades nas Espondilartrites. Orador: Dr.ª Maria José Santos

Encerramento do 1º dia

9h00h – 11h00

9h00 – 9h30

9h30 – 10h30

10h30 – 11h00

11h00 – 11h15

Exames nas EspondilartritesModeradores: Dr.ª Cláudia Vaz e Dr.ª Margarida Oliveira

HLA-B27 nas espondilartrites: o que há de novo? Orador: Dr. Fernando Pimentel

Radiologia convencional nas Espondilartrites. Passado ou Actual? A favor: Dr.ª Catarina Ambrósio Contra: Dr.ª Helena Santos

Utilidade diagnóstica da RMN na espondilartrite axial precoce. Orador: Dr. Alberto Vieira

Coffee – break

11h15 – 12h45

11h15 – 11h45

11h45 – 12h15

12h15 – 12h45

12h45 – 14h00

14h00 – 16h00

14h00 – 14h30

14h30 – 15h00

15h00 – 15h30

15h30 – 16h00

16h00 – 16h30

Tratamento das Espondilartrites – Parte IModeradores: Dr. Luís Maurício e Dr. Pedro Abreu

Qual o papel da MFR no tratamento do doente com Espondilite Anquilosante? Orador: Dr. Jorge Lains

Tratamento das espondilartrites: o que é que os genes nos podem ensinar? Orador: Dr. Fernando Pimentel

É possível prevenir o dano estrutural na Espondilite Anquilosante? Orador: Prof. Doutora Helena Marzo-Ortega

Almoço Tratamento das Espondilartrites – Parte IIModeradores: Dr. Miguel Bernardes e Dr.ª Anabela Barcelos

Optimização da terapêutica anti-TNF nas espondilartrites axiais: quando e como? Orador: Dr.ª Elsa Sousa

É eficaz o switch entre anti-TNF? Orador: Dr.ª Cátia Duarte

Linfócitos Th17 nas espondilartrites: o fim da dicotomia Th1/Th2? Orador: Dr. Pedro Machado

Novos tratamentos biológicos nas espondilartrites. Orador: Dr.ª Sofia Ramiro

Encerramento

FÓRUM DASESPONDILARTRITES

PROGRAMA

DIA 27 (SEXTA-FEIRA)09h00-09h15 Abertura do Curso

09h15-10h00 Princípios físicos da ecografia Funcionamento do ecógrafo Artefactos e limitações técnicas em ecografia

10h00-10h45 Imagens ecográficas das diversas estruturas músculo-esqueléticas normais

10h45-11h15 Intervalo para café

11h15- 13h00 Exploração prática: Funcionamento do ecógrafo/ colocação da sonda Imagem ecográfica das diversas estruturas

13h00-14h30 Almoço

14h30-15h00 Técnica da exploração ecográfica do Ombro

15h00-16h30 Exploração prática: Ombro

16h30-17h00 Intervalo para café

17h30-18h00 Técnica de exploração ecográfica do Punho e Mão

18h00-19h30 Exploração prática: Punho e Mão

20h00 Jantar

DIA 28 (SÁBADO)09h00-09h30 Técnica de exploração ecográfica do Joelho

09h30-11h00 Exploração prática: Joelho

11h00-11h30 Intervalo para café

11h30-12h00 Técnica de exploração ecográfica da Anca

12h00-13h00 Exploração prática: Anca

13h00-14h30 Almoço

14h30-15h00 Técnica de exploração ecográfica da Tíbio-társica e Pé

15h00-16h30 Exploração prática: Tibio-társica e Pé

16h30-17h00 Intervalo para café

17h00-17h30 Técnica de exploração ecográfica do Cotovelo

17h00-18h30 Exploração prática: Cotovelo

20h00 Jantar

DIA 29 (DOMINGO)09h30-10h15 Elaboração de um relatório

10h15-11h00 Projecção de imagens ecográficas: identificação das estruturas

11h00-11h30 Intervalo para café

11h30- 12h00 Avaliação do curso e encerramento

12h30 Almoço

PROGRAMA

10 E 11 DE FEVEREIRO DE 2012BESSA HOTEL PORTO

II Curso Básico de EcografiaMúsculo-EsqueléticaHotel M´AR De AR MuralhasÉvora | 27 a 29 Janeiro de 2012

PATROCÍNIO

ORGANIZAÇÃO

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COM O APOIO

10 DE FEVEREIRO

11 DE FEVEREIRO

12h30 – 14h00 14h00 – 14h15

14h15 – 15h45

14h15 – 14h45

14h45 – 15h15

15h15 – 15h45

15h45 – 16h00

16h00 – 18h00

16h00 – 16h30

16h30 – 17h00

17h00 – 17h30

17h30 – 18h00

18h00 – 18h15

Almoço e Boas-VindasAberturaDr. Luís Maurício (Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia)

Manifestações extra-articulares nas EspondilartritesModeradores: Dr.ª Fátima Godinho e Dr. Armando Malcata

Manifestações intestinais das espondilartrites: novas perspectivas. Orador: Dr. Francisco Portela

Psoríase - o que o reumatologista deve saber. Orador: Dr. Rui Tavares Belo

Olho vermelho nas Espondilartrites - como tratar? Orador: Prof. Doutor Rui Proença

Coffee – break MiscelâneaModeradores: Dr.ª Inês Cunha e Dr.ª Paula Valente

Entesite: um factor determinante nas espondilartrites. Orador: Dr. Paulo Monteiro

Artrite idiopática juvenil psoriática - uma entidade heterogénea. Orador: Dr.ª Ana Filipa Mourão

Artrite reactiva: diagnóstico e opções de tratamento. Orador: Dr. Miguel Sousa

Importância das Comorbilidades nas Espondilartrites. Orador: Dr.ª Maria José Santos

Encerramento do 1º dia

9h00h – 11h00

9h00 – 9h30

9h30 – 10h30

10h30 – 11h00

11h00 – 11h15

Exames nas EspondilartritesModeradores: Dr.ª Cláudia Vaz e Dr.ª Margarida Oliveira

HLA-B27 nas espondilartrites: o que há de novo? Orador: Dr. Fernando Pimentel

Radiologia convencional nas Espondilartrites. Passado ou Actual? A favor: Dr.ª Catarina Ambrósio Contra: Dr.ª Helena Santos

Utilidade diagnóstica da RMN na espondilartrite axial precoce. Orador: Dr. Alberto Vieira

Coffee – break

11h15 – 12h45

11h15 – 11h45

11h45 – 12h15

12h15 – 12h45

12h45 – 14h00

14h00 – 16h00

14h00 – 14h30

14h30 – 15h00

15h00 – 15h30

15h30 – 16h00

16h00 – 16h30

Tratamento das Espondilartrites – Parte IModeradores: Dr. Luís Maurício e Dr. Pedro Abreu

Qual o papel da MFR no tratamento do doente com Espondilite Anquilosante? Orador: Dr. Jorge Lains

Tratamento das espondilartrites: o que é que os genes nos podem ensinar? Orador: Dr. Fernando Pimentel

É possível prevenir o dano estrutural na Espondilite Anquilosante? Orador: Prof. Doutora Helena Marzo-Ortega

Almoço Tratamento das Espondilartrites – Parte IIModeradores: Dr. Miguel Bernardes e Dr.ª Anabela Barcelos

Optimização da terapêutica anti-TNF nas espondilartrites axiais: quando e como? Orador: Dr.ª Elsa Sousa

É eficaz o switch entre anti-TNF? Orador: Dr.ª Cátia Duarte

Linfócitos Th17 nas espondilartrites: o fim da dicotomia Th1/Th2? Orador: Dr. Pedro Machado

Novos tratamentos biológicos nas espondilartrites. Orador: Dr.ª Sofia Ramiro

Encerramento

FÓRUM DASESPONDILARTRITES

PROGRAMA

DIA 27 (SEXTA-FEIRA)09h00-09h15 Abertura do Curso

09h15-10h00 Princípios físicos da ecografia Funcionamento do ecógrafo Artefactos e limitações técnicas em ecografia

10h00-10h45 Imagens ecográficas das diversas estruturas músculo-esqueléticas normais

10h45-11h15 Intervalo para café

11h15- 13h00 Exploração prática: Funcionamento do ecógrafo/ colocação da sonda Imagem ecográfica das diversas estruturas

13h00-14h30 Almoço

14h30-15h00 Técnica da exploração ecográfica do Ombro

15h00-16h30 Exploração prática: Ombro

16h30-17h00 Intervalo para café

17h30-18h00 Técnica de exploração ecográfica do Punho e Mão

18h00-19h30 Exploração prática: Punho e Mão

20h00 Jantar

DIA 28 (SÁBADO)09h00-09h30 Técnica de exploração ecográfica do Joelho

09h30-11h00 Exploração prática: Joelho

11h00-11h30 Intervalo para café

11h30-12h00 Técnica de exploração ecográfica da Anca

12h00-13h00 Exploração prática: Anca

13h00-14h30 Almoço

14h30-15h00 Técnica de exploração ecográfica da Tíbio-társica e Pé

15h00-16h30 Exploração prática: Tibio-társica e Pé

16h30-17h00 Intervalo para café

17h00-17h30 Técnica de exploração ecográfica do Cotovelo

17h00-18h30 Exploração prática: Cotovelo

20h00 Jantar

DIA 29 (DOMINGO)09h30-10h15 Elaboração de um relatório

10h15-11h00 Projecção de imagens ecográficas: identificação das estruturas

11h00-11h30 Intervalo para café

11h30- 12h00 Avaliação do curso e encerramento

12h30 Almoço

PROGRAMA

10 E 11 DE FEVEREIRO DE 2012BESSA HOTEL PORTO

II Curso Básico de EcografiaMúsculo-EsqueléticaHotel M´AR De AR MuralhasÉvora | 27 a 29 Janeiro de 2012

PATROCÍNIO

ORGANIZAÇÃO

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Ligações Sólidas

P6

Sessão comemorativa dos 40 anos da Sociedade Portuguesa de ReumatologiaNo dia 6 de Janeiro de 1972, nascia a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, presidida por Assunção Teixeira. Quarenta anos mais tarde, é o momento de recordar este marco.

Licínio Poças (1989-1991)

“O que são quarenta anos? Uma eternidade, uma vida, uma saudade? Escolho a saudade… Sinto que vivi e assim continuo. As funções que, bem ou mal, exerci na Sociedade Portuguesa de Reumatologia concedem-me uma eternidade curricular.

Se saudade é memória triste de momentos felizes, outra coisa não posso sentir que gratidão.”

José A. Melo Gomes (1996-1998)

“Esta questão pode ter múltiplas respostas… Vou elaborar as 5 que me ocorrem com mais facilidade…

Janeiro de 1972 – tinha 19 anos, era estudante de Medicina na Faculdade de Medicina de Lisboa e vivia num País autocrático, muito “seguro”, muito controlado, de vistas muito limitadas e no qual a fundação desta Sociedade Científica, promovida por uma pessoa

pouco querida ao regime político, passou quase despercebida para os não envolvidos.

Janeiro de 1982 – aos 29 anos, era Interno de Reumatologia e já tinha tido contactos vários com a SPR e participado num Congresso Português de Reumatologia (1978), onde apresentei 7 comunicações Livres. A SPR já era então a “minha” Sociedade Científica. Os Congressos Portugueses de Reumatologia eram organizados de forma irregular e a Acta Reumatológica Portuguesa tinha dificuldade em captar trabalhos.

Janeiro de 1992 – aos 39 anos, já tinha fundado a Unidade de Reumatologia do Hospital Militar Principal, que foi a segunda Unidade hospitalar de Reumatologia na região de Lisboa. Já fazia parte dos corpos gerentes da SPR, estando envolvido, de forma muito entusiástica, nos trabalhos e actividades da SPR. Os congressos Portugueses de Reumatologia tornaram-se mais regulares (bienais) e a Acta continuava com dificuldade em obter trabalhos para publicação.

Janeiro de 2002 – aos 49 anos, já tinha sido Presidente-Eleito (1994/96) e Presidente da Direcção da SPR (1996/98), dando andamento à criação de Grupos de Trabalho da SPR, continuando a participar nas actividades da Sociedade e a ter o prazer de a ter visto crescer, em quantidade e na qualidade dos seus jovens membros, que têm constituído a maior mais-valia nesta nossa sociedade. A Acta Reumatológica Portuguesa continuava com dificuldades na captação de trabalhos para publicação.

O próximo Dia de Reis terá um significado muito especial para todos os reumatologistas. É a celebração de um percurso. É a projecção de um novo futuro. É o momento de triunfo de uma especialidade.

A sessão comemorativa dos 40 anos da Sociedade Portuguesa de Reumatologia terá lugar num cenário que marca também, ele próprio, “o triunfo de uma vida”: a Casa-Museu da Fundação Medeiros e Almeida, que acolhe temporariamente uma parte do acervo documental existente sobre a vida e obra de António de Medeiros e Almeida.

Após a recepção aos convidados, às 18h30, durante a qual será dada a oportunidade de visitar a exposição temporária da Casa-Museu, Luís Maurício irá abrir oficialmente a sessão. Seguir-se-ão duas intervenções especiais: “Figuras e Factos da Acta Reumatológica Portuguesa. Uma Visão Pessoal”, por Mário Viana de Queiroz, ex--presidente da SPR e ex-editor chefe desta publicação científica, e “Um Passado com Futuro”, por Viviana Tavares, presidente-eleita da SPR.

Que significado tem para si o 40.º aniversário da Sociedade Portuguesa de Reumatologia?Uma pergunta simples, respondida com muita emoção, por alguns ex-presidentes da SPR.

A segunda parte deste artigo será publicada na próxima edição, com testemunhos de outros ex-presidentes.

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Terapêutica biológica diminui custos directos e indirectosMenos internamentos, menos baixas por doença, menos idas às urgências e maior qualidade de vida são, segundo um estudo promovido pela Plataforma mais Saúde, os ganhos consequentes da terapêutica biológica

Apresentado a 22 de Novembro, no auditório do Infarmed, em Lisboa, o estudo vem demonstrar, segundo Arsisete Saraiva, porta-voz da Plataforma Mais Saúde, que a terapêutica biológica “tem um impacto muito positivo no controlo da doença e na qualidade de vida dos doentes, traduzindo-se na diminuição dos custos directos para o Estado em internamentos, cirurgias e serviços de urgência, e dos indirectos, relacionados com baixas por doença e reformas antecipadas”.

Denominado “Impacto da terapêutica biológica na qualidade de vida dos doentes”, o estudo teve como base um inquérito realizado a mais de 1500 pessoas com doenças inflamatórias crónicas, como artrite reumatóide, espondilite anquilosante, doença de Crohn, colite ulcerosa e psoríase.

O encontro contou com várias figuras públicas, entre as quais o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, que confessou “estar a olhar” para o despacho dos medicamentos biológicos, admitindo que “eventualmente” o mesmo terá de ser alterado, sem, no entanto, ter adiantado qualquer outra informação.

José Carlos Romeu representou a Sociedade Portuguesa de Reumatologia neste evento.

Janeiro de 2012 – aos 59 anos mantenho o mesmo entusiasmo pela participação nas actividades da SPR, cujo crescimento me apraz registar! A SPR actual tem actividades e membros de uma qualidade e empenho que seriam dificilmente previsíveis há 20 ou 30 anos! Contudo, era para este resultado actual que todos trabalhámos desde há algumas décadas, confiando que o iríamos alcançar (e, agora, confiantes de que o vamos ultrapassar). A Acta Reumatológica Portuguesa é uma revista portuguesa indexada, e tem excesso de oferta de artigos para publicação, oriundos de todo o Mundo, vendo-se na necessidade de recusar muitos, por critérios de qualidade.

Que significado têm para mim os 40 anos da SPR? Significam a satisfação de quem viveu profissionalmente ligado à SPR desde o fim do Curso de Medicina e teve o prazer de a ver crescer e atingir um nível muito superior ao existente há 30, 20 e 10 anos, graças ao trabalho de muitos e ao grande empenho e qualidade de alguns. E espero poder afirmar em 2022 que os avanços da última década ainda foram mais notáveis…”

Mário Rodrigues (1998-2000)

“Não sendo ainda uma idade muito “avançada”, já é seguramente uma idade madura. Tem honrado os compromissos que assumiu perante os seus fundadores, mantendo-se em contínua evolução, e prestando um cada vez melhor serviço à sua causa primeira - a Reumatologia - e aos seus associados. É merecedora das nossas mais cordiais felicitações.”

Domingos Araújo (2004-2006)

“Os 40 anos da SPR representam 40 maravilhosas primaveras ao serviço dos doentes reumáticos e de dedicação à investigação e ensino em prol do progresso da Reumatologia Portuguesa.

Os 40 anos da SPR foram anos de combate árduo pelo projecto da construção da Reumatologia Portuguesa mas, também, recheados de grandes sucessos obtidos pela qualidade dos seus especialistas reconhecidos internacionalmente.”

P7

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Ligações de Parceria

P8 FICHA TÉCNICA Propriedade: Sociedade Portuguesa de Reumatologia Concepção, edição e paginação: Maria Design – Publicidade, Comunicação e Marketing Estratégico Revisão Científica: Sociedade Portuguesa de Reumatologia Periodicidade: Bimestral Tiragem: 200 exemplares

Introdução: Faz parte das recomendações atuais que os doentes tratados com AINE, com risco gastroduodenal elevado, devem usar preferencialmente um inibidor selectivo da COX-2 ou um AINE não seletivo (ns) associado a um agente gastro-protector. Uma combinação fixa destes agentes tem o potencial de aumentar a adesão a estratégias gastro-protectoras em populações de risco e, ao reduzir a dispepsia associada à toma de AINE, aumentar a adesão a este tratamento com melhoria dos outcomes clínicos. Em 2 estudos idênticos, de não-inferioridade, em doentes com OA, comparou-se a eficácia e a tolerabilidade de uma combinação fixa de naproxeno 500 mg, com revestimento-entérico, e esomeprazol 20 mg, de libertação-imediata (naproxeno/esomeprazol), com o celecoxib 200 mg.Métodos:Dois estudos multicêntricos, de fase 3, duplo-cegos e controlados com placebo (PN400-307/309) incluíram doentes com idade ≥ 50 anos e com OA sintomática do joelho. Na sequência de uma agudização da OA, os doentes foram randomizados (2:2:1) para tratamento com naproxeno/esomeprazol, duas vezes por dia, celecoxib 200 mg por dia ou placebo, durante 12 semanas. Os endpoints primários foram a alteração média (entre o início do estudo e as 12 semanas) dos scores WOMAC-dor, WOMAC-função e PGA (Patient Global Assessment) da OA, utilizando uma escala visual analógica (VAS, 0-100mm); definiu-se como margem de não-inferioridade dos tratamentos activos, para cada endpoint, os 10 mm. A avaliação da tolerabilidade fez-se com o score mSODA (modified Severity Of Dyspepsia Assessment), gravidade da azia e eventos adversos do tubo digestivo superior (EATDS) relacionados com a utilização de AINE.Resultados: No estudo 307, dos 619 doentes randomizados, 614 foram tratados e 521 concluíram o estudo. No estudo 309, dos 615 doentes randomizados, 610 foram tratados e 489 concluíram o estudo. Os dados demográficos foram semelhantes entre os grupos de tratamento, em ambos os estudos; a idade média foi 62 anos e > 60% eram mulheres.

Assistiu-se a melhoria dos scores WOMAC-dor, WOMAC-função e PGA-VAS com os dois tratamentos (naproxeno/esomeprazol e celecoxib), em ambos os estudos (Figura 1). A combinação naproxeno/esomeprazol não foi inferior ao celecoxib para cada endpoint primário; os limites superior/inferior do IC 95% das diferenças entre os tratamentos foram < 5 mm. Ambos os tratamentos activos mostraram eficácia significativamente superior ao placebo no estudo 307 (p <0,05), enquanto apenas o naproxeno/esomeprazol foi significativamente superior ao placebo no estudo 309 (p <0,05). O uso de acetaminofeno e as expectativas da população de que estaria a fazer um tratamento activo (dado o esquema de randomização 2:2:1), poderão ter contribuído para a elevada taxa de resposta observada no grupo placebo.A incidência de EATDS foi de 17,3% no estudo 307 e 20,3% no estudo 309, e foi similar entre os grupos de tratamento (Tabela 1). Os EATDS reportados por ≥ 3% dos doentes foram dispepsia, náuseas e dor abdominal superior. No estudo 307, 1,2%, 1,6% e 2,4% dos doentes interromperam o tratamento devido aos EATDS nos grupos naproxeno/esomeprazol, celecoxib e placebo, respectivamente; no estudo 309 estes valores foram de 0,8%, 3,7% e 2,5%, respectivamente. A melhoria no score mSODA foi semelhante entre os grupos de tratamento em ambos os estudos, sem diferenças significativas entre os tratamentos activos (Figura 2). Os doentes tratados com naproxeno/esomeprazol estiveram, significativamente, mais dias sem azia, que os tratados com celecoxib (IC 95%: Estudo 307: 2,1 vs 12,7; Estudo 309: 2,5 vs 13,4) e placebo (IC 95%: Estudo 307: 6,4 vs 19,2; Estudo 309: 1,1 vs 14,4) (Figura 3).Conclusões:Com eficácia não inferior e tolerabilidade (EATDS) comparável ao celecoxib, a combinação naproxeno/esomeprazol parece ser uma opção de tratamento eficaz e bem tolerada nos doentes com OA do joelho e risco gastrintestinal elevado associado à toma de AINE.

A combinação de Naproxeno e Esomeprazol, em dose fixa, tem eficácia e tolerabilidade comparáveis ao Celecoxib em doentes com osteoartrose (OA) do Joelho: resultados de dois ensaios controlados, randomizados.

Hochberg MC et al. Arthritis Rheum 2010; 62(10 Suppl.):S388; Hochberg MC et al. Curr Med Res Opin 2011; 27:1243-1253; Cryer B et al. Ann Med 2011; 43:594-605

PVM

V000

2PT2

0111

128

Baseline

A negative change from baseline in WOMAC pain function indicates improvement; a positive change from baseline in PGA-VAS indicates improvement.

CEL, celecoxib; LS, least squares; mITT, modified intent-to-treat; NAP/ESO, naproxen/esomeprazole magnesium; PBO, placebo; PGA-VAS, Patient Global Assessment of osteoarthritis using visual analog scale; WOMAC, Western Ontario and McMaster Osteoarthritis Index.

Figure 2. Mean change from baseline to week 12 in (A) WOMAC pain; (B) WOMAC function; and (C) PGA-VAS (mITT population).

(a) Study 307

LS m

ean

LS m

ean

Study 3090

-5-10-15-20-25-30-35-40-45-50

6 weeks 12 weeks Baseline

PBONAP/ESOCEL

0-5

-10-15-20-25-30-35-40-45-50

6 weeks 12 weeks

Baseline

(b)

LS m

ean

0-5

-10-15-20-25-30-35-40-45

6 weeks 12 weeks

Baseline

(c)

LS m

ean

353025201510

50

6 weeks 12 weeks Baseline

LS m

ean

353025201510

50

6 weeks 12 weeks

Baseline

LS m

ean

0-5

-10-15-20-25-30-35-40-45

6 weeks 12 weeks

Summary of predefined UGI AEs and discontinuations as a result of UGI AEs or any AE (safety population).Study 307 Study 309

NAP/ESO (n=247)

CEL (n=243)

PBO (n=124)

NAP/ESO (n=243)

CEL (n=245) PBO (n=122)

Patients with any UGI AE, n (%) 41 (16,6) 41 (16,9) 24 (19,4) 46 (18,9) 53 (21,6) 25 (20,5)UGI Ars reported by >- 3%

of patients,ª n (%)Dyspepsia 13 (5,3) 19 (7,8) 14 (11,3) 28 (11,5) 33 (13,5) 16 (13,1)

Nausea 12 (4,9) 6 (2,5) 6 (4,8) 5 (2,1) 9 (3,7) 3 (2,5)Upper abdominal pain 10 (4,0) 9 (3,7) 2 (1,6) 10 (4,1) 12 (4,9) 6 (4,9)

Vomiting 5 (2,0) 2 (0,8) 4 (3,2) 3 (1,2) 4 (1,6) 0 (0,0)Discontinuations due to UGI Aes, n (%) 3 (1,2) 4 (1,6) 3 (2,4) 2 (0,8) 9 (3,7) 3 (2,5)

Discontinuations due to AE, n (%) 18 (7,3) 16 (6,6) 7 (5,6) 16 (6,6) 22 (9,0) 5 (4,1)a Any treatment group of either study.AE = adverse event; CEL=celecoxib; NAP/ESO = naproxen/esomeprazole magnesium; PBO = placebo; UGI = upper gastrointestinal.

0

-1

-2

-3

-4

-5

LS m

ean

NAP/ESO(N=245)

-3,8

-4,6

-3,7

CEL(N=237)

PBO(N=123)

(a)

Study 307

Study 309

Study 309

0

-1

-2

-3

-4

-5

LS m

ean

NAP/ESO(N=238)

-4,0

-3,4

-4,3

CEL(N=241)

PBO(N=120)

(b)

Study 307100

80

60

40

20

0

LS m

ean

prop

ortio

n (%

)

NAP/ESO(N=245)

78,971,5

66,1

CEL(N=241)

PBO(N=123)

(a) 100

80

60

40

20

0

LS m

ean

prop

ortio

n (%

)

NAP/ESO(N=241)

74,066,0 66,3

CEL(N=243)

PBO(N=122)

(b)

Figure 2. Change from baseline to week 12 in Msoda pain scores (LS mean) in patients treated with naproxen/esomeprazole magnesium, celecoxib and placebo (mITT population with last observation carried forward). 95% CI on treatment difference for naproxen/esomeprazole magnesium minus celecoxib in Study 307:-0.4, 1.9; P=0.1828; and for Study 309: -1.8, 0.6: P=0.2979. (CEL = celecoxib; mITT = modified intent-to-treat; LS = least squares; mSODA = modified Severity of Dyspepsia Assessment; NAP/ESO = naproxen/esomeprazole magnesium; PBO = placebo.)

Figura 1 Tabela 1

Figura 2

Figura 3

Figure 3. Proportion of heartburn-free days (LS mean %) in patients treated with naproxen/esomeprazole magnesium, celecoxib and placebo (mITT population with last observation carried forward). 95% CI on treatment difference for naproxen/esomeprazole magnesium minus celecoxib in Study 307:-2.1, 12.7; and for Study 309: 2.5, 13.4. (CEL = celecoxib; mITT = modified intent-to-treat; LS = least squares; mSODA = modified Severity of Dyspepsia Assessment; NAP/ESO = naproxen/esomeprazole magnesium; PBO = placebo.)