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UIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Mestrado em Educação Física Autor: Rosa Zilda Aquino Zanin Um programa de Educação utricional e Alimentar inserido no Projeto Sênior para a Vida Ativa da Universidade São Judas Tadeu – USJT. São Paulo 2010

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U�IVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Mestrado em Educação Física

Autor: Rosa Zilda Aquino Zanin

Um programa de Educação �utricional e Alimentar inserido no Projeto Sênior para a Vida Ativa da Universidade São Judas Tadeu – USJT.

São Paulo

2010

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Um programa de Educação �utricional e Alimentar inserido no Projeto Sênior para a Vida Ativa da Universidade São Judas Tadeu – USJT.

ROSA ZILDA AQUI�O ZA�I�

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu,

como parte dos requisitos para obtenção do título de

Mestre em Educação Física – Linha de Pesquisa Bases

Psicológicas e Pedagógicas da Educação Física e do

Esporte.

Orientadora: Profª. Dra. Sandra Maria Lima Ribeiro

São Paulo

2010

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Zanin, Rosa Zilda Aquino

Um programa de educação nutricional e alimentar inserido no projeto sênior

para a vida da Universidade São Judas Tadeu – USJT / Rosa Zilda Aquino Zanin

; orientador, Sandra Maria Lima Ribeiro. - São Paulo, 2010.

80 f. : il., tab. ; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2010.

1. Educação alimentar. 2. Alimentação - qualidade. 3. Idosos - nutrição –

avaliação. I. Ribeiro, Sandra Maria Lima. II. Universidade São Judas Tadeu,

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD – 613.0438

Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878

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Rosa Zilda Aquino Zanin

Um programa de Educação Nutricional e Alimentar inserido no Projeto Sênior para a Vida Ativa da Universidade São Judas Tadeu – USJT.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu,

como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre

em Educação Física – Linha de Pesquisa Bases

Psicológicas e Pedagógicas da Educação Física e do

Esporte. Aprovada em ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Profª Dra. Sandra Maria Lima Ribeiro (Orientadora)

Universidade de São Paulo - USP

____________________________________________________________

Profª Dra. Rita de Cássia de Aquino Universidade São Judas Tadeu - USJT

____________________________________________________________

Profª Dra. Ana Maria Cervato Universidade de São Paulo - USP

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Dedicatória

A todos os idosos do Projeto Sênior para a Vida Ativa da Universidade São Judas Tadeu – USJT, inspiração para um envelhecimento ativo.

A meu esposo Ângelo Roberto Zanin, em quem sinto segurança.

A meus filhos, Erica, Alice, Anderson, Roberto, Andressa e Ariana, motivo de todo o meu entusiasmo.

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Agradecimentos

Todo projeto concluído apresenta uma cadeia de ações que conjuntamente colaboram

para o seu êxito. O marco do presente trabalho ocorreu na graduação em Nutrição com

uma pesquisa para a Exponutri, onde a orientação da Profª Karina Olbrich despertou

em mim o interesse pela pesquisa. Depois veio o estágio em Educação Nutricional com

a colega Patrícia Paiva e sob a supervisão da Profª Elizabeth Egashira, decisivo no

direcionamento para a educação. Após a graduação o aprimoramento junto com a

colega Vanessa Moretti onde a Profª Cássia de Aquino não só orientou como acreditou

em mim me incentivando para o mestrado. Já no mestrado o apoio dos colegas e de

todos os professores contribuiu para a continuidade do amadurecimento acadêmico.

Era hora de testar os conhecimentos em campo com a realização da pesquisa objeto

deste trabalho, momento em que a equipe responsável pelo Projeto Sênior para a vida

ativa da Universidade São Judas Tadeu não mediu esforços, tudo fazendo para o bom

êxito da mesma. Os idosos que tão gentilmente colaboraram. Na qualificação a Profª

Marília Velardi reconheceu em mim uma educadora. Minha orientadora a Profª Sandra

Ribeiro me acompanhou em todos os passos. Meu esposo Ângelo e os filhos Erica,

Alice, Anderson, Roberto, Andressa e Ariana, e todos os demais familiares e agregados

sempre orgulhosos. Os colegas de trabalho sempre incentivando. Todos foram e são

muito importantes para mim, por isso meus mais sinceros agradecimentos. Obrigada a

Deus meu Pai, ajudador e redentor, de quem o cuidado, direcionamento e alegrias

proporcionadas são inconfundíveis.

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RESUMO ZANIN, R. Z. A. Um programa de Educação Nutricional e Alimentar Inserido no Projeto Sênior Para a Vida Ativa da Universidade São Judas Tadeu - USJT. São Paulo; 20. (Universidade São Judas Tadeu - USJT). As mudanças na alimentação através dos anos têm repercutido na saúde e no estado nutricional das populações, contribuindo para uma maior prevalência de doenças crônicas. Essas mudanças incluem a população idosa. Com o envelhecimento, várias funções fisiológicas e metabólicas estão alteradas, e estas acabam por se refletir na saúde como um todo. Programas de educação nutricional têm sido desenvolvidos nos últimos anos, porém com pouca efetividade como agentes de mudanças do comportamento alimentar. Diante desse fato e do já amplamente envelhecimento populacional, faz-se necessário o desenvolvimento de programas de educação nutricional e alimentar, de maneira permanente, e aliados aos programas de educação em atividade física para esse público, contribuindo para a promoção de saúde e um envelhecimento bem sucedido. O presente estudo teve por objetivos: Geral – desenvolver e aplicar um programa de educação nutricional e alimentar inserido no Projeto Sênior para a Vida Ativa – USJT, para a promoção e adoção de alimentação saudável e modos de vida saudáveis, a partir da análise do consumo alimentar e dos depoimentos; e Específicos - analisar o consumo alimentar de um grupo de idosos participante do Projeto SENIOR para a vida ativa; - analisar as percepções dos idosos sobre conceitos de saúde e da relação entre alimentação e saúde. O percurso metodológico aliou as técnicas quantitativas e qualitativas, com a participação de 20 idosos. A coleta dos dados foi por meio de Recordatório alimentar de 24 h (R24h) e de entrevistas gravadas a partir de um roteiro semi-estruturado. Os dados das entrevistas foram analisados pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Como principais resultados registraram-se consumo alimentar inadequado quanto às porções diárias estimadas para os grupos alimentares, quanto ao número e tipo de refeições diárias. Em contraste, a percepção dos idosos sobre alimentação equilibrada indicou atributos de uma alimentação saudável e o reconhecimento da sua interferência na saúde. Esses dados confirmam a necessidade de programas especificamente direcionados a essa população, construídos sobre o ideário da promoção da saúde. Palavras-chave: idosos, alimentação saudável, educação contínua, autonomia, discurso do sujeito coletivo.

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ABSTRACT ZANIN, R. Z. A. Nutrition education programme related to Senior project to an active life from São Judas Tadeu University - USJT. São Paulo; 2010. (Universidade São Judas Tadeu - USJT). Feeding practices have changed across the years, and these changes have contributed to high prevalence of chronic diseases. Elderly people are also included in those changes. With ageing, many physiological and metabolic functions are deleteriously modified, with health consequences. Nutrition education programmes have been developed over the last years, however without effective achievements regarded to food behavior changes. Considering that information and also considering the known population’s ageing, we recognize the need of specific nutrition education programmes, combined with physical activity, looking forward a successful ageing. This study had the aims to: General - Develop and implement a program of nutrition education and food inserted into the Senior Project to an Active Life - USJT for the promotion and adoption of healthy eating and healthy lifestyles, from the analysis of consumption food and statements, and Specific - analyse food consumption from a group of elderly people registered on a programme related to health (SENIOR Project for an active life); - analyse the perceptions of those individuals about health and the relations between food and health. As such, we have adopted qualitative and quantitative methods, including 20 elderly individuals. Data collection included 24-hour food recall and semi-structured interviews, recorded, transcript and analysed according to collective subject discourse. As mains findings, we observed inadequate food consumption from food groups, in opposition to discourses, which showed healthy feeding practices and the recognition of its relation to health. Our data have confirmed the need of specific programmes drove to elderly, built on the heath promotion construct. Key-words: elderly, healthy feeding, continuous education, autonomy, collective subject discourse.

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Características sócio-demográficas dos sujeitos estudados em número e proporção. Universidade São Judas Tadeu, 2008. .............26

Tabela 2 - Condições de saúde dos sujeitos estudados em número e proporção.

Universidade São Judas Tadeu, 2008. .............................27

Tabela 3 - Número de porções diárias estimadas, média e desvio padrão de porções diárias consumidas de cada grupo de alimento (exceto óleos e gorduras) e porcentagem atingida da estimativa. Universidade São Judas Tadeu, 2008. ...............................................28

Tabela 4 - Número de refeições diárias recomendadas, média e desvio padrão de refeições diárias consumidas, segundo as classificações completas, incompletas, ou lanches, e porcentagem atingida do recomendado. Universidade São Judas Tadeu, 2008.....................................................28

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Lista de Quadros

Quadro 1a - Instrumento de Análise de Discurso 3 (IAD-3). Expressões-chave e

Idéias Centrais obtidas dos depoimentos dos idosos em resposta à pergunta 1: O que significa saúde para O que significa saúde para você?........................................................................................................29

Quadro 1b - Idéia Central e Discurso do Sujeito Coletivo em resposta à questão

1ª: O que significa saúde para você? .................................................... ..31

Quadro 2a - Instrumento de Análise de Duscirso 3 (IAD-3). Expressões-chave e Idéias Centrais obtidas dos depoimentos dos idosos em resposta à pergunta 2: De que forma a alimentação interfere na saúde? ...........32

Quadro 2b - Idéia Central e Discurso do Sujeito Coletivo em resposta à questão 2ª: De que forma a alimentação interfere na saúde? ..............................35

Quadro 3a - Instrumento de Análise de Discurso 3 (IAD-3). Expressões-chave e Idéias Centrais obtidas dos depoimentos dos idosos em resposta à pergunta 3: Como você definiria uma alimentação equilibrada?..............................................................................................37

Quadro 3b - Idéia Central e Discurso do Sujeito Coletivo em resposta à questão 3ª: Como você definiria uma alimentação equilibrada?...........................40

Quadro 4 - Programa Educativo ............................................................................43

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................1 1.1 Educação nutricional e alimentar...............................................................1 1.2 Educação para a autonomia......................................................................3 1.3 Educação para a promoção da saúde.......................................................6 1.4 Alimentação saudável relacionada à atividade física na promoção da

saúde ........................................................................................................8 1.5 Educação nutricional e envelhecimento bem sucedido ...........................11 2 OBJETIVOS ............................................................................................14 2.1 Geral.........................................................................................................14 2.2 Específicos ..............................................................................................14 3 CASUÍSTICA E MÉTODOS ....................................................................15 3.1 Sujeitos e local de estudo........................................................................15 3.1.1 Sujeitos....................................................................................................15 3.1.2 Local de estudo e o Projeto Sênior para a Vida Ativa .............................15 3.2 Tipo de estudo.........................................................................................16 3.3 Delineamento do estudo..........................................................................16 3.4 Procedimentos metodológicos ................................................................17 3.4.1 Variáveis do estudo .................................................................................17 3.4.1.1 Avaliação do consumo alimentar.............................................................17 3.4.1.2 Entrevista semi-estruturada.....................................................................18 3.4.2 Análise dos dados ...................................................................................18 3.4.2.1 Consumo alimentar .................................................................................18 3.4.2.1.1 Quanto ao número de porções................................................................18 3.4.2.1.2 Quanto à classificação das refeições ......................................................20 3.4.2.1.3 Quanto ao número de refeições ..............................................................20 3.4.2.2 Discurso do Sujeito Coletivo....................................................................20 3.4.2.2.1 Organização e tabulação dos dados .......................................................20 3.4.2.2.2 Conceito de alimentação saudável..........................................................22 3.4.3 O programa educativo .............................................................................23 4 RESULTADOS........................................................................................25 4.1 Características da população estudada ..................................................25 4.2 Consumo alimentar .................................................................................27 4.3 Discurso do sujeito coletivo .....................................................................29 4.3.1 Pergunta “O que significa saúde para você?” .........................................29 4.3.2 Pergunta “De que forma a alimentação interfere na saúde?”..................31 4.3.3 Pergunta “Como você definiria uma alimentação equilibrada?” ..............36 4.4 Programa Educativo ................................................................................42 5 DISCUSSÃO ...........................................................................................45 6 CONCLUSÕES ......................................................................................56 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................58 8 ANEXOS ................................................................................................67

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Educação Nutricional e Alimentar

Nos últimos anos a população tem experimentado rápidas mudanças em função

do padrão de consumo alimentar e do modo de vida, impostos pela industrialização,

urbanização, desenvolvimento econômico e globalização dos mercados. Isto tem

repercutido na saúde e no estado nutricional das populações, sobretudo nos países em

desenvolvimento e em transição. Positivamente foi ampliada a disponibilidade e

aumentada a diversidade de alimentos e de acesso aos serviços; em contrapartida,

destacam-se os aspectos negativos como hábitos alimentares inapropriados e

diminuição da atividade física, com o correspondente incremento das enfermidades

crônicas relacionadas com a dieta, especialmente entre as pessoas menos favorecidas

economicamente (OMS, 2003). As sociedades atuais vivem num ambiente que

desestimula a atividade física e promove a ingestão excessiva de alimentos (FRENCH

et al, 2001).

Os hábitos alimentares inapropriados constituem um grande desafio segundo a

Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN (BRASIL, MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2003). Nas diferentes regiões do Brasil são preservadas tradições e práticas

alimentares errôneas sobre o valor nutritivo, propriedades terapêuticas, indicações ou

interdições de alimentos ou de suas combinações. Ressalte-se, por outro lado, a

multiplicação do comércio de fast food que oferece alimentação rápida e que agrada ao

paladar de grande parte da população, entretanto, pobre em nutrientes e fibras

alimentares e rica em açúcares e gorduras saturadas (BRASIL, MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2003). Também houve aumento na aquisição de alimentos ricos em gordura,

com diminuição dos alimentos ricos em carboidratos complexos. Por outro lado, a vida

sedentária está associada a um número significativo de horas vendo TV e ingerindo

alimentos (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998).

Essas mudanças fazem com que a população brasileira apresente, ao mesmo

tempo, aspectos nutricionais característicos de países subdesenvolvidos e de países

desenvolvidos:

... é bastante complexa a situação da alimentação e nutrição no Brasil,

país com características epidemiológicas e regionais bastantes

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heterogêneas, no qual coexistem problemas típicos de sociedades

subdesenvolvidas e de países desenvolvidos (BRASIL, MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 2003, p.16).

No Brasil, onde ainda prevalecem a desnutrição infantil e as deficiências de

micronutrientes em vários grupos populacionais, vivencia-se a evolução das doenças

crônicas não-transmissíveis – DCNT (PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION,

1998; ONU, 2003), coexistindo sobrepeso e baixo peso (DOAK et al, 2000), sendo

necessário que as ações de promoção da saúde objetivem reverter ambos os quadros

epidemiológicos. A ingestão alimentar, quando dentro das recomendações oficiais,

pode contribuir, de forma decisiva, na prevenção de tais problemas, bem como

minimizar os já existentes.

A alimentação, necessária à nutrição humana, importante tanto na prevenção

como no tratamento de algumas doenças, é um dos aspectos fundamentais para a

promoção da saúde (OPAS, 1986; BURR, 1994; FLAGG, 1995; WILLET, 1998; WHO,

2003). De acordo com a PNAN (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003):

A alimentação e a nutrição constituem requisitos básicos para a

promoção e a proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do

potencial de crescimento e desenvolvimento humano, com qualidade de

vida e cidadania (p. 11).

A promoção de hábitos e práticas alimentares saudáveis é uma das diretrizes da

Política Nacional de Alimentação e Nutrição (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003),

através de programas de educação nutricional. “A educação nutricional é um processo

que orienta e apóia escolhas alimentares saudáveis através do conhecimento da

ciência da nutrição e da inter-relação desta com a saúde” (p. 429), sendo, portanto,

fundamental na promoção da saúde (CELES; COELHO, 2004).

Programas de educação nutricional têm sido desenvolvidos nos últimos anos

para os diversos grupos da população (MILLER et al, 2002; CERVATO et al, 2005;

VALVERDE, 2006, RODRIGUES; BOOG, 2006, RUSSEL, 2007). Embora todos

relatem resultados positivos, alguns autores falam da pouca efetividade dos programas

de educação nutricional como agentes de mudanças do comportamento alimentar

(MOTTA; BOOG, 1988). “A maioria dos programas de educação nutricional acredita que

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os indivíduos estão dispostos a mudar seus comportamentos, o que nem sempre

ocorre” (CERVATO et al, 2004).

(Sahyoun et al (2004) analisando 21 programas de educação nutricional

desenvolvidos para idosos, publicados de 1990 a 2003, concluíram que a maioria dos

estudos revisados teve sucesso limitado. Esses programas foram desenvolvidos num

determinado contexto, num período curto e sem continuidade, o que leva a crer que tais

fatores tenham concorrido para a pouca efetividade na adoção e incorporação de um

estilo de vida saudável, especialmente em relação ao consumo alimentar. Desta forma

é importante educar a população, em todas as fases da vida, de maneira permanente, e

com metodologia apropriada e específica, inclusive contribuindo para os saberes sobre

alimentos e processo de alimentação, destacando a importância das escolhas

individuais no sentido de prevenir problemas nutricionais que vão desde a desnutrição

até a obesidade.

1.2. Educação Para a Autonomia

“A educação é um processo contínuo vivido pelo ser humano ao longo de toda a

vida” (CACHIONI; NERI, 2004, p. 29), e “deve contribuir para a autoformação da pessoa

(ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar

cidadão” (MORIN, 2005, p.65).

De fato o papel essencial da educação, destacado no Relatório para a UNESCO

da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (DELORS et al, 1998), é

conduzir o indivíduo ao desenvolvimento humano decorrente do crescimento contínuo

tanto individual, como da sociedade. A educação deve capacitar cada um para a

realização de projetos pessoais e também desenvolver no indivíduo a percepção da

interdependência que o conduza na realização de projetos comuns, de tal forma que

contribua para a inclusão social.

De acordo com o mesmo relatório (DELORS et al, 1998), para que o

desenvolvimento humano aconteça é necessário:

- “caminhar para uma sociedade educativa” (p. 18), cujas características são:

desenvolvimento humano, educação ao longo de toda a vida, consciência de si próprio

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e do ambiente que o rodeia, consciência de seu papel individual e inserido na

sociedade, exercício da autocrítica, responsabilidade nos projetos pessoais e comuns;

- possibilitar aos indivíduos “enriquecimento contínuo dos saberes e do exercício

de uma cidadania adaptada às exigências do nosso tempo” (p. 68);

- que os saberes transmitidos sejam adaptados à população alvo e estejam

embasados cientificamente a fim de que as pessoas não sejam orientadas por

informações efêmeras na realização de seus projetos de desenvolvimento individuais e

coletivos;

- “ampliar as possibilidades oferecidas às pessoas”, possibilidades incontáveis e

que podem evoluir com o tempo, sendo que para as pessoas as principais, e sem as

quais o acesso às demais é impossível, são ter uma vida longa e com saúde, adquirir

conhecimentos e ter acesso aos recursos necessários a um nível de vida decente (p.

81).

Não existe para o ser humano uma fase da vida onde se interrompa seu

desenvolvimento. Desde o nascimento até a sua morte o homem deve aproveitar todas

as oportunidades para adquirir novos conhecimentos, aprofundar, atualizar e enriquecer

outros, como condição para se adaptar a um mundo que está em constante mudança

(DELORS, 1998), e também porque, como membro de uma sociedade, vive uma troca

constante de conhecimentos e experiências, num aprender-ensinar-aprender sem fim.

A educação ao longo de toda a vida é primordial num mundo que exige

atualização contínua dos saberes que levam o homem, em todo o decurso de sua vida,

a “tomar consciência de si próprio e do meio que o envolve e a desempenhar o papel

social que lhe cabe” (p. 107) na comunidade onde está inserido, através de “um

conhecimento dinâmico do mundo, dos outros e de si mesmo” (p. 104), combinando,

num continuum educativo, os quatro pilares (DELORS, 1998).

A educação pode nos tornar melhores (MORIN, 2005), pois, ao longo de toda a

vida é uma construção contínua da pessoa humana, do seu saber e das suas aptidões,

mas também da sua capacidade de discernir e agir” (DELORS, 1998, p. 106). Onde, de

forma independente, cada indivíduo possa “recolher, selecionar, ordenar, gerir e utilizar

as mesmas informações” (p. 20). Por outro lado, “o aumento dos saberes [...] favorece o

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despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o

real, mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir” (p. 91).

Freire (2003) já reconhecia “que a educação é essencialmente um ato de

conhecimento e de conscientização” (p. 10), e “deve ser desinibidora e não restritiva” (p.

32). O homem sabe-se inacabado, a consciência desse inacabamento ou inconclusão

faz com que ele se eduque, portanto, o inacabamento (ou a inconclusão) do homem é o

núcleo fundamental que sustenta o processo de educação, exigindo que a educação

tenha caráter permanente, ou seja, todos estão se educando (p. 28), sabendo-se

responsáveis pelo seu destino.

Se todos estão se educando, então todos estão se ensinando. Ensinar é todo um

processo de troca onde ambos (quem ensina e quem aprende) aprendem, ambos

adquirem e sanam dúvidas, ambos crescem como seres humanos. Ao ensinar é preciso

respeitar o educando quanto à sua autonomia, sua dignidade, seus saberes e

experiências vividas, seus gostos próprios, é preciso ouvir, estimular a discussão,

despertar a curiosidade, permitir a criticidade, encorajar a opção, favorecer a mudança

(FREIRE, 2009). Por isso a educação deve ser dialógica, indo além do simples diálogo

entre os diferentes, para buscar a valorização, o respeito e a preservação da

diversidade. Assim crescendo e aprendendo na diferença, como seres inacabados,

conscientes disso, e cuja presença inserida no mundo faz com que sejam sujeitos

também da história. A consciência do inacabamento faz seres responsáveis, seres da

opção, da decisão.

Como educar não é apenas transferir conhecimentos, mas compartilhar vida, a

autonomia “deve ser entendida como um processo de construção permanente onde

devem ser conjugados, entrelaçados e equilibrados muitos elementos: os aspectos

pessoais, os aspectos contextuais, os aspectos formativos” (GIACON; TAINO, 2001, p.

158).

A abrangência dos elementos envolvidos nesse processo de construção reflete

nos aspectos físico, mental, emocional e social. Dessa forma, é primordial uma

educação permanente, global e harmoniosa em saúde que possibilite aos indivíduos

construírem e reconstruírem seu conhecimento, o que os capacitará a intervir sobre

aqueles fatores sob seu controle e que influenciam diretamente seu bem estar.

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1.3. Educação Para a Promoção da Saúde

Para Czeresnia e Freitas (2003) “a discussão do conceito de promoção da saúde

tem como ponto de partida o próprio conceito de saúde” (p.11).

De acordo com Houaiss e Villar (2001) saúde é o

“estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente, o qual

mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro

dos limites normais para a forma particular de vida (raça, gênero, espécie)

e para a fase particular de seu ciclo vital” (p. 2525).

De forma ampliada saúde é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS)

como o completo bem estar físico, mental e social, e, não somente a ausência de

doença e enfermidade. De acordo com a VIII Conferência Nacional de Saúde (BRASIL,

1986), a saúde, em seu sentido mais abrangente, “é a resultante das condições de

alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte,

emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde” (p.

4), e é construída pelo cuidado consigo mesmo e com os outros e pela capacidade de

tomar decisões e controlar os fatores determinantes de sua saúde (OPAS, 1986).

Buss (2003) menciona que as bases conceituais e políticas contemporâneas da

promoção da saúde foram estabelecidas pelas conferências internacionais de Otawa

(OPAS, 1986), de Adelaide (OPAS, 1988) e de Sundsvall (OPAS, 1991), observando

que o significado de promoção da saúde sofreu mudanças ao longo do tempo,

passando de um nível de atenção da medicina preventiva a um enfoque político e

técnico em torno do processo saúde-doença-cuidado.

Segundo a Carta de Otawa (OPAS, 1986):

� Promoção de saúde é: “o processo de capacitação da comunidade para

atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior

participação no controle deste processo”;

� Uma vez que a saúde pode ser favorecida ou prejudicada por fatores

culturais e comportamentais, entre outros, as ações de promoção da

saúde devem contribuir para que estas condições sejam mais favoráveis,

através, por exemplo, do acesso a informações e de oportunidades de

aprendizado em assuntos de saúde, desta forma permitindo escolhas por

uma vida mais sadia;

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� Entre as condições e os recursos fundamentais para a saúde estão a

educação e a alimentação.

O tema central da Conferência de Adelaide foi “as políticas públicas saudáveis” a

serem desenvolvidas pelo setor público, dentro da visão global de que a saúde é

responsabilidade de todos, cabendo aos países desenvolvidos assegurar políticas

públicas que contribuam para a saúde das nações em desenvolvimento, bem como

identificou quatro áreas prioritárias para as ações imediatas, entre as quais, a

alimentação e nutrição (OPAS, 1988).

A Conferência de Sundsvall teve como foco a interdependência entre saúde e os

espaços onde as pessoas vivem, convocando o governo, as organizações e as pessoas

a se empenharem ativamente no desenvolvimento de ambientes mais favoráveis à

saúde. Estes ambientes envolvem as dimensões políticas, econômicas, físicas e sociais

(OPAS, 1991).

À época da Conferência de Sundsvall o envelhecimento da população já era um

fenômeno mundial, entretanto não se vislumbrou o quadro epidemiológico hoje

decorrente de tal acontecimento.

Com o envelhecimento populacional faz-se necessário ir além do conceito

clássico da OMS, “já que [para os idosos] a ausência de doenças é privilégio de

poucos, e o completo bem estar pode ser atingido por muitos, independentemente da

presença ou não de doenças”. Portanto, quando se fala do universo de saúde dessa

população, “a saúde não é mais medida pela presença ou não de doenças, e sim pelo

grau de preservação da capacidade funcional (RAMOS, 2003, p. 793).

De fato, a saúde, por ser dinâmica, deve ser construída a cada instante, e assim

permitir que se mantenha a capacidade funcional em todas as fases da vida, inclusive

na velhice. A saúde, dentro do conceito da promoção da saúde,

“tem sido considerada menos como um estado abstrato e mais como um

meio para um fim, que pode ser expresso em termos funcionais, como um

recurso que permite que as pessoas levem uma vida social individual e

economicamente produtiva” (WHO, 1998, p. 1, tradução nossa).

Neste sentido a saúde é um recurso que possibilita o envelhecimento bem

sucedido e, portanto, deve ser promovida, em todas as fases da vida e

independentemente das condições de saúde existentes. De acordo com a ONU (2003):

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Promover a saúde supõe estimular as pessoas a vigiar e melhorar sua

própria saúde, e as ações nesse sentido devem contribuir para a

prevenção e retardo de doenças com vistas à manutenção da

independência, bem como para a melhoria da qualidade de vida dos que

já sofrem incapacidades ( p. 52).

A educação nutricional e alimentar é o processo pelo qual as pessoas são

efetivamente auxiliadas a selecionar e implementar comportamentos desejáveis de

nutrição e estilo de vida, constituindo-se assim uma estratégia fundamental para a

promoção da saúde, através do conhecimento compartilhado que as capacita a intervir

sobre suas vidas e sobre o ambiente, criando condições para sua própria existência

(BOOG, 1997; FERRAZ et al, 2000; MENDONÇA, 2006), contribuindo para ampliar as

possibilidades de vida longa e com saúde, devendo ser adotada como estratégia

primeira de ação para conter o avanço das doenças não transmissíveis (MONTEIRO et

al 1995).

Em revisão de literatura científica, no período de 1990 a 2002, Assis et al (2004)

concluíram que no Brasil não é comum a realização de programas de promoção da

saúde do idoso.

1.4. Alimentação Saudável relacionada à Atividade Física na Promoção da

Saúde

Quando se fala de promoção da saúde do idoso é importante lembrar que a

alimentação saudável isoladamente pode trazer muitos benefícios à saúde, conforme as

evidências científicas. Entretanto, a atividade física é um “elemento potencializador dos

resultados esperados pela adoção de práticas alimentares adequadas” (BRASIL,

MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a, p. 24).

Referindo-se à atividade física, o Guia Alimentar (BRASIL, MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2006a) define “como qualquer movimento realizado pelo sistema esquelético

com gasto de energia” e “implica adotar hábitos mais ativos em pequenas, mas

importantes, modificações no cotidiano, optando-se pela realização de tarefas no

âmbito doméstico e no local de trabalho e por atividades de lazer e sociais mais ativas”

(p. 24).

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O baixo nível de atividade física é um importante fator de risco para o

desenvolvimento de doenças crônicas (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002),

inclusive obesidade (BARRETO et al, 2003) e conseqüentemente para o aumento de

morbi-mortalidade. Por outro lado, estudos epidemiológicos comprovam os benefícios

da atividade física: Paffenbarger (1988) em acompanhamento de 16.000 indivíduos por

16 anos constatou que a atividade física regular protege contra as doenças coronárias e

contribui para aumentar a longevidade; numa avaliação durante vinte anos constatou-se

que é um importante fator de saúde para a população idosa (LISSNER et al, 1996);

reduz a prevalência de limitações funcionais (BRILL et al, 2000); sua prática regular tem

sido indicada tanto para a prevenção como para a reabilitação de diferentes tipos de

doenças (HERREIRA, 2001); reduz riscos de síndrome metabólica (MÉNDEZ-

HERNÁNDEZ, 2009); melhora a sobrevida e a capacidade funcional (STESSMAN, J. et

al, 2009); otimiza a saúde em todo o processo de envelhecimento (SATTELMAIR et al,

2009).

Desta forma, um estilo de vida ativo e saudável pode retardar as alterações

morfofuncionais que ocorrem com o processo de envelhecimento (NÓBREGA et al,

1999) e evidências científicas mais recentes mostram que o sedentarismo e a

alimentação não saudável estão entre os condicionantes diretamente relacionados à

produção das chamadas doenças modernas (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2006a).

É possível que a principal relação entre alimentação saudável e atividade física

seja relacionada ao equilíbrio entre o consumo de calorias e o gasto de energia. Em

indivíduos fisicamente ativos esse equilíbrio ocorre normalmente, o que não ocorre em

pessoas de vida sedentária. Nessas, as calorias ingeridas excedem o dispêndio diário

de energia, resultando num balanço energético positivo, que, em longo prazo, leva à

obesidade (KATCH; McARDLE, 1996). O consumo per capita de energia por dia tem

aumentado. Segundo a WHO – World Health Organization (2003) esse aumento é em

torno de 130 quilocalorias por década. A redução da atividade física e as mudanças no

consumo alimentar são os principais fatores para o balanço energético positivo

(KUMANYIKA, 2001). Estilo de vida sedentário associado ao consumo de alimentos de

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alta densidade energética são fatores determinantes no aumento da prevalência da

obesidade em diversas partes do mundo (WHO, 2002a).

Além da ação conjunta da alimentação e atividade física na determinação do

balanço energético merece destaque o fato de que quando abordadas conjuntamente

podem influenciar positivamente comportamentos, e, pelo fato de compartilharem as

mesmas vias metabólicas, podem interagir de várias maneiras, influindo nos riscos de

várias doenças crônicas (WHO, 2003).

A alimentação saudável e a atividade física regular são aliadas fundamentais

para a manutenção do peso saudável, redução do risco de doenças e melhoria da

qualidade de vida (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a). Dietas com alta ingestão

de gorduras saturadas e sal, e baixo consumo de frutas e vegetais e insuficiente

quantidade de fibras e vitaminas combinada com sedentarismo, são os maiores fatores

de risco para condições crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares, sobrepeso

e obesidade, artrite e alguns cânceres (WHO, 2002b)

Em relação aos idosos, existem orientações para a prática de atividade física e

de uma dieta alimentar saudável para manter peso ideal (WHO, 2002a), além do que as

atividades de promoção da saúde com abordagem em nutrição e atividade física podem

atenuar as principais causas de morte, incapacidade e mortalidade nessa população

(ONU, 2003), e prevenir doenças e o declínio funcional, aumentar a longevidade e a

qualidade de vida (WHO, 2005; MATSUDO, 2006). Dietas saudáveis e atividade física

são fundamentais para boa nutrição e necessárias para uma vida longa e saudável

(OPAS, 2003). De acordo com Ferreira (2005) um programa de intervenção em

atividade física e orientação nutricional promove aumento significativo do nível de

atividade física até entre idosos fisicamente ativos.

Whofford et al (2007) realizaram um programa educacional em alimentação e

atividade física para 2.624 indivíduos com idade entre 30 e 80 anos e concluíram que

as mudanças no estilo de vida ocorridas após o programa resultaram em redução do

IMC e/ou aumento da atividade física, contribuindo para a redução significativa de

distúrbios do sono e estresse.

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1.5. Educação Nutricional e Envelhecimento Bem Sucedido

O processo de envelhecimento é caracterizado por acentuado declínio fisiológico,

limitando a capacidade de cada sistema na manutenção do organismo. Esse declínio

sofre a influência de fatores genéticos; de risco, como fumo, álcool, obesidade,

colesterol; e ambientais, como dieta, estilo de vida (FREITAS, 2004). Outros fatores

como deficiência física, a situação econômica prejudicada, o isolamento social, o uso de

medicamentos, estado mental alterado, além das mudanças que ocorrem com o

envelhecimento, podem causar maus hábitos alimentares que levam ao suprimento

inadequado das necessidades nutricionais requeridas nesta fase da vida. A má

nutrição, por exemplo, pode ser uma das causas da redução de massa muscular

(RIBEIRO et al, 2006b). Por outro lado, a ingestão energética em excesso aumenta

consideravelmente o risco de obesidade e outras doenças a ela associadas, bem como

deficiências físicas nas pessoas que estão envelhecendo (WHO, 2002b).

Esses fatores, isoladamente ou em conjunto, podem acelerar o envelhecimento,

e, indiscutivelmente, favorecem o aparecimento de doenças. A maioria das

enfermidades crônicas se manifesta nesta etapa da vida (OMS, 2003). De acordo com o

IBGE (2009) as doenças crônicas crescem de forma muito importante com o passar dos

anos, e já atingem 75,5% dos idosos brasileiros, ou seja, de quatro idosos três são

portadores de DCNT, que, geralmente levam à incapacitação.

Apesar de que o envelhecer não está necessariamente relacionado a doenças e

incapacidades, com tais constatações pode-se concluir que o processo de

envelhecimento pode contribuir para o declínio da capacidade funcional e uma

crescente dependência, o que estaria incompatível com o desenvolvimento humano.

Fica claro que não importa apenas aumentar os anos vividos, mas também garantir

possibilidades de um crescer contínuo, envelhecendo sim, mas com boa qualidade de

vida individual e social. É o que se intitula boa e saudável velhice, ou, velhice bem

sucedida. De acordo com Néri (1995):

Velhice bem-sucedida é uma condição individual e grupal de bem-estar

físico e social, referenciada aos ideais da sociedade, às condições e aos

valores existentes no ambiente em que o indivíduo envelhece, e às

circunstâncias de sua história pessoal e de seu grupo etário. Finalmente,

uma velhice bem-sucedida preserva o potencial individual para o

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desenvolvimento, respeitados os limites da plasticidade de cada um (p.

34).

Dessa forma para envelhecer satisfatoriamente cabe ao indivíduo equilibrar suas

limitações e potencialidades aprendendo a compensar as perdas inerentes ao processo

de envelhecimento; e à sociedade realizar ações focalizando a longevidade, a saúde

física e um ambiente adequado para os idosos (NERI, 1995). Além disso, o

envelhecimento bem sucedido depende de alguns elementos (NERI, 1995):

� De ordem econômica – o qual ela chama de principal, pois possibilita a

promoção de boa saúde física e educação ao longo do curso de vida;

� Educação contínua – potencializa o desenvolvimento e a adaptação às

mudanças ao mundo em que está inserido;

� Estímulo à flexibilidade individual e social em relação às questões da

velhice.

Diante das necessidades do idoso buscar novos saberes, compreender e

adequar-se às mudanças na sociedade através da participação ativa, Cachioni e Néri

(2004) chamam a atenção para o aspecto transformador da educação, que pode

favorecer o envelhecimento bem-sucedido.

Dentre os fatores que determinam longevidade bem sucedida, um dos mais

relevantes e plenamente modificável é, sem dúvida, a nutrição (FILHO, 2007).

Com o aumento da expectativa de vida e das exigências impostas por um mundo

globalizado e em constante transformação, os idosos enfrentam o desafio de escolher

uma dieta saudável que forneça todos os nutrientes que necessitam e que ofereça a

quantidade de energia requerida de acordo com seu nível de atividade física (GASTON

et al, 1999).

Por outro lado, quando se fala no desenvolvimento integral do indivíduo, não há

como separar a atividade física da dieta. Mesmo com abordagens específicas, tanto a

educação alimentar e nutricional quanto a educação em atividade física precisam

caminhar juntas, contextualizadas, integradas. Seguindo o pensamento de Morin

(2005), dissociá-las seria hiperespecializar, ou seja, não permitir sua integração na

problemática global da promoção da saúde.

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Diante dessa realidade, e do já amplamente divulgado aumento da população

idosa, faz-se necessário o desenvolvimento de programas que abordem juntamente a

educação nutricional e alimentar e a educação em atividade física, direcionados para

essa população, contribuindo para um “envelhecimento bem sucedido” e todos os

benefícios dele decorrentes (WHO, 2002a).

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Desenvolver e aplicar um programa de educação nutricional e alimentar inserido

no Projeto Sênior para a Vida Ativa – Universidade São Judas Tadeu – USJT, para a

promoção e adoção de alimentação saudável e modos de vida saudáveis, a partir da

análise do consumo alimentar e dos depoimentos.

2.2. Específicos

- Analisar o consumo alimentar do grupo estudado;

- Analisar as percepções dos idosos sobre conceitos de saúde e da relação entre

alimentação e saúde.

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3. CASUÍSTICA E MÉTODOS

De acordo com dados do censo de 2000 (IBGE, 2000), São Paulo é a quarta

cidade do Brasil em número de idosos, e a maior concentração dessa faixa etária,

acima de 60 anos, encontra-se na zona Leste da cidade. Com base nessa informação e

para atender a necessidade de realização de um programa de educação nutricional

para os idosos do Projeto Sênior para a Vida Ativa é que se escolheu o local para a

pesquisa.

3.1. Sujeitos e Local de Estudo

3.1.1. Sujeitos

Os sujeitos do estudo foram todos os idosos participantes do Projeto Sênior para

a Vida Ativa da Universidade São Judas Tadeu - USJT.

Critérios de inclusão: Os participantes tinham idade de 60 anos ou mais, de

ambos os gêneros e fisicamente independentes.

Critérios de exclusão: estarem participando simultaneamente de algum outro

programa de Educação ou Orientação Nutricional. Os dois idosos submetidos a

acompanhamento com nutricionista foram excluídos da amostra avaliada, sendo

permitida sua participação nas atividades educativas.

Aspectos Éticos: todos os participantes foram informados quanto aos

procedimentos e objetivos da pesquisa, e assinaram termo de consentimento livre e

esclarecido (ANEXO 1). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

USJT (COEP nº 11/08).

3.1.2. Local de estudo e o Projeto Sênior para a Vida Ativa

De acordo com Miranda et al (2004) o Projeto Sênior para a Vida Ativa na USJT

foi estruturado sobre o Ideário da Promoção da Saúde (BUSS, 2003; CZERESNIA,

2003), a Perspectiva Teórica da Velhice Bem-Sucedida (NÉRI, 1995) e a Pedagogia da

Autonomia de Paulo Freire, tendo como meta a melhora da qualidade do envelhecer

dos idosos. O projeto tem como objetivo contribuir para uma velhice bem sucedida,

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através da disseminação de informações e ações necessárias à aquisição de

autonomia para a manutenção de hábitos saudáveis, como a prática sistemática de

atividades físicas, a adoção de dieta adequada e o constante autocuidado. Para tal,

integra as áreas de Educação Física, Nutrição e Farmácia.

O programa teve início em outubro de 2001 e ocorre anualmente, após inscrição

prévia e avaliação dos participantes. Os idosos participam das atividades por um

período de doze meses com três encontros semanais. A fase seguinte é a chamada

fase de transição por igual período de doze meses com encontros apenas uma vez a

cada mês, após a qual, e diante do que foi proposto no sentido de favorecer a

autonomia, devem deixar o projeto para, de alguma forma, colaborarem buscando

soluções para novos programas ou espaços para a prática de atividades físicas das

pessoas idosas.

O presente estudo foi desenvolvido na Universidade São Judas Tadeu – USJT,

atendendo ao Projeto Sênior para a Vida Ativa no que diz respeito à área de Nutrição.

Diversos são os fatores ao longo do processo de envelhecimento que podem alterar o

comportamento alimentar, causando ao idoso comprometimento da qualidade de vida,

em médio ou longo prazo, requerendo ações de uma equipe multiprofissional. É nesse

sentido que a intervenção em nutrição, através do programa de educação nutricional e

alimentar constitui uma ferramenta obrigatória para o desenvolvimento do projeto.

3.2. Tipo de estudo

Trata-se de um estudo quantitativo e qualitativo, longitudinal e prospectivo

(ALMEIDA FILHO e ROUQUAYROL, 1992), descritivo e analítico. O foco essencial do

estudo descritivo é o desejo de conhecer a comunidade, suas características, seus

valores (TRIVIÑOS, 1995).

3.3. Delineamento do estudo

O projeto foi desenvolvido em duas etapas, uma para avaliação inicial e a outra

consistiu no desenvolvimento do programa educativo.

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Primeira etapa: foram avaliados o consumo alimentar por meio da aplicação de

dois Recordatórios 24h, em dias alternados, e os aspectos cognitivos do

comportamento alimentar por meio de uma entrevista semi-estruturada.

Segunda etapa: a partir da análise do consumo alimentar e das falas em

resposta à entrevista semi-estruturada foi desenvolvido o programa de educação

nutricional objetivando contribuir para a adoção de um estilo de vida saudável.

3.4. Procedimentos metodológicos

3.4.1 Variáveis do estudo

3.4.1.1 Avaliação do consumo alimentar

Devido às dificuldades metodológicas na avaliação do consumo alimentar, não

existe um instrumento de inquérito dietético ideal, devendo-se escolher o instrumento

mais adequado em função dos propósitos do estudo e da população estudada

(BEATON et al, 1983).

Para a investigação do consumo alimentar, quanto ao número de porções e

classificação e número de refeições, foram aplicados dois recordatórios alimentares de

24h – R24h (ANEXO 2) em dias não consecutivos. Através do método recordatório 24

horas se obtém informações sobre a ingestão alimentar das últimas 24 horas, tipo de

alimento e peso/tamanho das porções (CAVALCANTE et al, 2004), apesar da

possibilidade de informações de ingestão subestimada, manifestando uma idealização

de sua alimentação (BRATTEBY et al, 1998), é o método mais usado porque é simples,

prático e barato (FAO, 2008).

BINGHAM citado por CAVALCANTE et al, 2004, recomenda a aplicação do

método recordatório 24 horas por três dias, devido a sua capacidade de estimar as

diferenças entre grupos de indivíduos em pesquisas epidemiológicas. No presente

estudo buscou-se conhecer o consumo alimentar dos idosos antes do programa de

educação nutricional, para avaliar o consumo de alimentos e verificar os hábitos

alimentares, o que explica o emprego em apenas dois dias.

O R24h foi construído com informações sobre a ingestão dos alimentos, qual o

horário, em que local, qual o tipo de preparação e ingredientes e a quantidade em

medidas caseiras.

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3.4.1.2 Entrevista semi-estruturada

A entrevista é considerada um importante instrumento de trabalho nos vários

campos das ciências sociais (MARCONI e LAKATOS, 2006). Através da entrevista

podem ser obtidos dados que se referem diretamente ao sujeito entrevistado, sejam

suas atitudes, valores e opiniões (MINAYO, 1992).

A forma utilizada foi a entrevista semi-estruturada constituída de perguntas

abertas onde o entrevistado pôde falar livremente sobre o tema proposto, usando

linguagem própria, e emitir opiniões (MINAYO, 1992; MARCONI e LAKATOS, 2006),

pretendendo-se “superar a limitação implícita na compreensão dos campos através de

dados objetivos” (LEFÈVRE, 2000, p.16), dados estes que não levariam à

compreensão do comportamento alimentar da população estudada, nem a maneira

como o problema alimentar é vivenciado, com todas as questões de natureza subjetiva

e interpessoal a ele inerentes (BOOG, 2008).

As questões semi-estruturadas foram elaboradas para saber o que pensam os

idosos sobre saúde e de que forma a alimentação interfere nela, e sobre alimentação

equilibrada.

As entrevistas foram realizadas de forma individualizada, gravadas em meio

magnético e depois transcritas.

O roteiro para a entrevista encontra-se no ANEXO 3.

3.4.2. Análise dos dados

3.4.2.1 Consumo alimentar

3.4.2.1.1 Quanto ao número de porções

No Guia Alimentar (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a) estão traçadas as

recomendações de porções dos diferentes grupos de alimentos com base em um

consumo energético médio diário da população de 2.000 calorias. É uma estimativa da

necessidade média de energia para uma população considerada sedentária.

� Cereais, tubérculos e raízes

A recomendação para o consumo dos alimentos do grupo dos cereais,

tubérculos e raízes é de seis porções diárias, dando-se preferência aos grãos

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integrais e evitando-se o consumo de bolachas que têm elevado teor de gorduras

trans e sal ou açúcar. O consumo diário dos alimentos ricos em carboidratos

complexos (grãos, tubérculos e raízes) vem diminuindo, o que deve ser revertido

através de incentivo ao consumo dos alimentos desse grupo.

� Frutas, legumes e verduras

A orientação para esse grupo de alimento é consumir diariamente três

porções de frutas e três porções de legumes e verduras, variando nas refeições e

ao longo da semana.

� Feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteína

O consumo diário recomendado é de uma porção de leguminosas

(feijões). As leguminosas, além de fontes de proteína são também fontes de fibra

alimentar.

Neste grupo são também incluídas as castanhas e sementes, que podem

ser consumidas também como ingredientes de diferentes preparações.

� Leite e derivados, carnes e ovos

A recomendação para o consumo de leite e derivados é de três porções

por dia, dando-se preferência, relativamente ao consumo por adultos, aqueles

com menores quantidades de gordura.

Leite e derivados são fontes de proteínas, vitaminas e a principal fonte de

cálcio, sendo seu consumo importante em todas as fases da vida.

Recomenda-se também, consumir diariamente uma porção de carnes,

peixes ou ovos, preferencialmente magros e com toda a gordura aparente

retirada antes da preparação.

� Gorduras, açúcares e sal

É recomendado o consumo máximo diário de uma porção de alimentos do

grupo dos óleos e gorduras, preferindo-se os óleos vegetais, azeite e margarina

livres de ácidos graxos trans.

Em relação ao grupo dos açúcares e doces e também do sal a

recomendação de consumo diário é de, no máximo, uma porção.

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3.4.2.1.2 Quanto à classificação das refeições

Com relação à classificação das refeições diárias, foram consideradas: I)

completas as refeições constituídas por todos os tipos de alimentos básicos, ou seja: a)

- os alimentos com alta concentração de carboidratos (cereais, tubérculos e raízes); b) -

os alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras (frutas, legumes e verduras) e c) - os

alimentos fonte de proteínas (leguminosas, sementes, castanhas, leite e derivados,

carnes e ovos); II) incompletas as refeições que incluem apenas dois dos tipos de

alimentos básicos e III) lanches aquelas onde apenas um tipo de alimento básico está

presente (LENNERNÃS; ANDERSSON, 1999; ASSIS et al, 2003; BRASIL,

MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a).

3.4.2.1.3 Quanto ao número de refeições

Quanto às refeições e lanches diários, para garantir a saúde, o Guia Alimentar

(BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a) estabelece que devem ser feitas “pelo

menos três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas por

pequenos lanches” (p. 41).

3.4.2.2 Discurso do Sujeito Coletivo

3.4.2.2.1 Organização e tabulação dos dados

Para a organização e tabulação dos dados qualitativos obtidos nos depoimentos

foi utilizada a metodologia da Análise do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) conforme

proposto por Lefèvre et al (2000) e Lefèvre e Lefèvre (2003, 2005).

Na tabulação dos depoimentos foram utilizadas as seguintes figuras

metodológicas:

Expressões-chave: são pedaços, trechos ou transcrições literais de partes dos

depoimentos, que revelam a essência do depoimento e permitem o resgate do

essencial do conteúdo discursivo dos segmentos em que se divide o depoimento, são

segmentos de discursos que remetem á idéia central e a corporificam.

Idéia Central: são fórmulas sintéticas que descrevem o(s) sentido(s) presente(s)

nos depoimentos de cada resposta e também nos conjuntos de respostas de diferentes

indivíduos, que apresentam sentido semelhante ou complementar e permitem traduzir o

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essencial do conteúdo discursivo explicitado pelos sujeitos em seus depoimentos. É

uma descrição (a mais sucinta e objetiva possível) do sentido desse discurso. A idéia

central tem a função de individualizar um dado discurso ou conjunto de discursos,

descrevendo, positivamente, suas especificidades semânticas o que permite distingui-lo

de outros discursos portadores de outras especificidades semânticas.

Discurso do Sujeito Coletivo: o DSC é um recurso metodológico utilizado em

pesquisas onde se busca resgatar as opiniões coletivas:

... é uma forma não-matemática nem metalinguística de representar (e de

produzir), de modo rigoroso, o pensamento de uma coletividade, o que se

faz mediante uma série de operações sobre os depoimentos, que culmina

em discursos-síntese que reúnem respostas de diferentes indivíduos, com

conteúdos discursivos de sentido semelhante. (LEFÈVRE, 2005)

Os dados que originaram os discursos do sujeito coletivo foram trabalhados nas

seguintes etapas:

1ª Etapa: As entrevistas foram ouvidas e transcritas literalmente através de um

processador de texto. Após, cada depoimento foi lido, selecionado e separado os

trechos ou pedaços do discurso mais relevantes daqueles menos relevantes como

repetições literais da mesma idéia, particularidades como fatos relativos ao sujeito

especificamente, resultando as expressões-chave.

2ª Etapa: As expressões-chave foram organizadas no Instrumento de Análise de

Discurso 1 (IAD-1). Este instrumento descreve as expressões-chave para cada resposta

de uma determinada pergunta.

3ª Etapa: Todas as idéias centrais e todas as expressões-chave para cada um

dos sujeitos, referentes às mesmas respostas a uma pergunta da entrevista, foram

listadas e organizadas como no Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2).

4ª Etapa: Consistiu na organização das falas de acordo com cada idéia central.

Para isso elaborou-se o Instrumento de Análise de Discurso 3 (IAD-3).

5ª Etapa: Por fim, foi construído o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), com as

falas dos diversos indivíduos para as quais foi identificada a mesma idéia central,

estruturadas de maneira seqüencial, clara e coerente, como se apenas um indivíduo

falasse, ou seja, “como se o discurso de todos fosse o discurso de um” (LEFÈVRE,

2000, p. 20).

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3.4.2.2.2 Conceito de alimentação saudável

Muitas podem ser as definições de alimentação saudável em função do local, no

que diz respeito aos alimentos ali produzidos e à cultura alimentar; bem como das

aversões, gostos e preferências.

Baseado no referencial científico e na cultura alimentar o Guia alimentar para a

população brasileira – Guia Alimentar (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a)

define que refeições saudáveis são aquelas: “preparadas com alimentos variados, com

tipos e quantidades adequadas às fases do curso da vida, compondo refeições

coloridas e saborosas que incluem alimentos tanto de origem vegetal como animal.” (p.

41) e destaca os atributos e as características de uma alimentação saudável:

a) – É composta, no dia-a-dia, por todos os grupos de alimentos:

1) cereais (preferencialmente na sua forma integral), tubérculos e raízes,

fonte primeira de carboidratos;

2) frutas, legumes e verduras, ricos em fibras alimentares, vitaminas e

minerais;

3) feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteínas e fibras

alimentares;

4) leite e derivados (preferencialmente desnatados), carnes

(preferencialmente magras) e ovos, fontes de proteína animal;

5) gorduras, açúcares e sal, alimentos cujo consumo deve ser reduzido

por estarem associados ao maior risco de doenças crônicas não transmissíveis.

b) – Tem sabor, variedade, cor e harmonia:

� A alimentação saudável é saborosa. O fato de alguns classificarem o

alimento saudável como não saboroso pode dever-se ao marketing que,

geralmente, associa sabor ao alimento industrializado não saudável;

� É necessário variar os alimentos, tanto entre como intra grupos para evitar

a monotonia alimentar e fornecer os diversos nutrientes nas quantidades

recomendadas para o atendimento das demandas fisiológicas;

� A diversidade de cores não só torna a refeição atraente como garante

maior riqueza em vitaminas e minerais.

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A harmonia garante o equilíbrio em qualidade e em quantidade dos alimentos

consumidos, de acordo com a idade, o sexo, o estado de saúde e nutricional, e o grau

de atividade física. Em termos de qualidade, além do aporte adequado de nutrientes

existem, entre estes as interações: benéficas (p. ex. a vitamina C favorece a absorção

de ferro) e prejudiciais (p. ex. o Cálcio prejudica a absorção do ferro). Recomenda-se

também escolher alimentos ricos em nutrientes e, ao mesmo tempo, de baixa

concentração energética para prevenir o excesso de peso e a obesidade, relacionados

ao aumento do risco de DCNT (p. 42). Quanto à quantidade, é importante ingerir as

porções recomendadas como garantia do fornecimento dos nutrientes e também do

equilíbrio energético.

c) – Contribui para a prevenção das deficiências nutricionais e protege contra as

doenças infecciosas (SCRIMSHAW et al, 1968; FEIGIN, 1977) e doenças crônicas não-

transmissíveis – DCNT (WHO, 2003).

Além disso, uma alimentação saudável não deve desprezar o significado social,

cultural e comportamental das práticas alimentares, contribuindo para que o ato de se

alimentar seja um evento agradável e de socialização.

Para garantir a nutrição adequada ao favorecimento da saúde, evitando

desequilíbrio do balanço energético ou deficiência nutricional, é necessário que os

alimentos sejam ingeridos de forma variada e em quantidades que forneçam os

nutrientes suficientes para atender as demandas do organismo.

3.4.3. O programa educativo

Muito embora a população desse estudo seja portadora de doenças crônicas, o

programa educativo teve como foco principal a parte alimentar e nutricional dentro dos

objetivos da vida ativa do projeto sênior, com o fim de promover a adoção de

alimentação e estilos de vida saudáveis. Com base nesses aspectos e a partir da

análise das respostas obtidas através da entrevista e do recordatório alimentar de 24h

elaborou-se o programa educativo.

O programa foi desenvolvido em nove encontros, nos meses de setembro a

novembro, sendo oito encontros às quartas-feiras, no horário das 13:00h às 14:00h, na

mesma sala utilizada para as atividades físicas do Projeto Sênior. O período de uma

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hora destes oito encontros consistiu em 30 minutos para explanação do tema, com

aulas expositivas; quinze minutos para discussão do tema abordado objetivando saber

qual o aprendizado e como eles pretendiam colocar em prática; e quinze minutos para

dinâmicas com o propósito de fixação dos conhecimentos adquiridos. O último encontro

foi em uma cozinha designada para a prática de culinária, no horário das 13:00h às

17:00h, que propiciou a familiarização com cereais integrais, e a degustação de

preparações inéditas para os participantes. As datas, objetivos, conteúdos e dinâmicas

dos encontros encontram-se no ANEXO 4.

As informações fornecidas tiveram como base o Guia Alimentar para a população

brasileira (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a). Para Motta e Boog (1988) é

necessário conhecimento suficiente para que os indivíduos selecionem os alimentos e

se alimentem adequadamente. A forma de comunicação utilizada foi a interpessoal

grupal, combinada com dinâmicas, material impresso, visual e audiovisual. Os melhores

resultados obtidos na mudança de hábitos alimentares indesejáveis ocorrem quando se

utiliza esse tipo de comunicação em conjunto com outros métodos (FAO, 1999).

Comunicação eficaz é aquela capaz de criar consciência, melhorar os

conhecimentos e, em longo prazo, produzir mudanças de comportamentos

tanto individuais quanto sociais, que, neste caso, se traduz em consumo

de alimentos saudáveis e na incorporação da atividade física para a saúde

(OMS, 2003, p. 140 – tradução nossa).

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4. RESULTADOS

4.1. Características da população estudada

Foram avaliados 20 idosos. A caracterização da população estudada encontra-se

nas Tabelas 1 e 2.

Os idosos participantes, em sua maioria, apresentaram baixo nível de

escolaridade e relataram serem portadores de três ou mais doenças crônicas.

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Tabela 1. Características sócio-demográficas dos sujeitos estudados em número e proporção.

Universidade São Judas Tadeu, 2008.

Homens (n=5) Mulheres (n=15) Total (n=20) Variáveis

N % N % N %

Idade

60-64

65-69

70-74

75-79

80-82

Estado civil

Casado(a)

Viúvo(a)

Divorciado(a)

Com quem mora

Esposo(a)/companheiro(a)

Familiares

Sozinho(a)

Ocupação

Aposentado(a)

Do lar

Trabalha

Escolaridade

Ensino fundamental incompleto

Ensino médio incompleto

Ensino médio completo

Ensino superior completo

Renda familiar

0 a 5 Salários mínimos*

2

1

1

0

1

3

1

1

4

1

0

5

0

0

3

0

1

1

5

40,00

20,00

20,00

-

20,00

60,00

20,00

20,00

80,00

20,00

-

100,00

-

-

60,00

-

20,00

20,00

100,00

3

4

5

3

0

4

9

2

5

6

4

5

8

2

13

2

0

0

15

20,00

26,67

33,33

20,00

-

26,67

60,00

13,33

33,33

40,00

26,67

33,33

53,34

13,33

86,67

13,33

-

-

100,00

5

5

6

3

1

7

10

3

9

7

4

10

8

2

16

2

1

1

20

25,00

25,00

30,00

15,00

5,00

35,00

50,00

15,00

45,00

35,00

20,00

50,00

40,00

10,00

80,00

10,00

5,00

5,00

100,00

* Um Salário mínimo vigente de 01/03/2008 a 31/01/2009: R$ 415,00

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Tabela 2. Condições de saúde dos sujeitos estudados em numero e proporção. Universidade

São Judas Tadeu, 2008.

Homens (n=5) Mulheres (n=15) Total (n=20) Variáveis

N % N % N %

Condições de saúde

Diabetes

Hipertensão arterial

Dislipidemias

DPOC

Doenças do esqueleto e

articulações

Ex-tabagista

Não fumante

Etilista eventual

Não etilista

Quedas nos últimos 5 anos

2

2

2

2

0

4

1

3

2

3

40,00

40,00

40,00

40,00

-

80,00

20,00

60,00

40,00

60,00

3

12

11

3

14

2

13

4

11

11

20,00

80,00

73,33

20,00

93,33

13,33

86,67

26,67

73,33

73,33

5

14

13

5

14

6

14

7

13

14

25,00

70,00

65,00

25,00

70,00

30,00

70,00

35,00

65,00

70,00

4.2. Consumo alimentar

Os dados obtidos nos recordatórios de 24h (R24h) e que, juntamente com as

análises dos discursos do sujeito coletivo, serviram de base para a elaboração do

programa educacional encontram-se nas Tabelas 3 e 4 .

Quanto às porções diárias consumidas deixamos de incluir o grupo de óleos e

gorduras devido à dificuldade em obter informações mais precisas do consumo desse

grupo.

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Tabela 3. Número de porções diárias estimadas, média e desvio padrão de porções diárias

consumidas de cada grupo de alimento (exceto óleos e gorduras) e porcentagem atingida da

estimativa. Universidade São Judas Tadeu, 2008.

Grupos de alimentos Porções diárias

estimadas

Porções diárias

consumidas

% atingida da

estimativa

Cereais, tubérculos e raízes 6 2,73 ± 1,23 45,5

Frutas 3 1,55 ± 1,66 51,66

Legumes e verduras 3 1,53 ± 0,85 51,0

Feijões e outros alimentos

vegetais ricos em proteínas

1 0,83 ± 0,97 83,0

Leite e derivados 3 1,57 ± 1,02 52,3

Carnes e ovos 1 1,19 ± 0,91 119,0

Açúcares 1 0,79 ± 0,79 79,0

1) Total de idosos n=20. 2) A média de porções diárias consumidas refere-se aos dois Recordatórios de 24h (R24h) aplicados em dias alternados. 3) Número de porções diárias recomendadas (para dieta de 2.000kcal) e % do consumo são baseados no Guia Alimentar para a População Brasileira.

Tabela 4. Número de refeições diárias recomendadas, média e desvio padrão de refeições

diárias consumidas, segundo as classificações completas, incompletas, ou lanches, e

porcentagem atingida do recomendado. Universidade São Judas Tadeu, 2008.

Refeições Refeições diárias

recomendadas

Refeições

diárias

consumidas

% atingida do

recomendado

Completas 3 0,98 ± 0,66 32,6

Incompletas 0 1,70 ± 0,85 170,0

Lanches 2 1,45 ± 1,48 72,5

1) Total de idosos n=20. 2) A média de refeições diárias consumidas refere-se aos dois Recordatórios de 24h (R24h) aplicados em dias alternados. 3) Número de refeições diárias recomendadas e % do consumo são baseados no Guia Alimentar para a População Brasileira.

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4.3. Discurso do sujeito coletivo

4.3.1. Pergunta “O que significa saúde para você?”

O Quadro 1a mostra as idéias centrais e expressões-chave, dos depoimentos

obtidos para a pergunta “O que significa saúde para você?”. Os Instrumentos de Análise

do Discurso IAD-1, IAD-2, encontram-se nos ANEXOS 4.1 e 4.2.

Quadro 1a. Instrumento de Análise de Discurso 3 (IAD-3). Expressões-chave e Idéias Centrais

obtidas dos depoimentos dos idosos em resposta à pergunta 1: O que significa saúde para

você?

Idéia Central Expressões-chave

Idéia Central: Saúde é o bem maior.

ID 1 – Significa a vida. Significa a vida. É se cuidar, é se amar.

ID 2 – É ter uma boa qualidade de vida. Significa ter uma boa qualidade de vida: viver

bem, poder se locomover sem precisar de

ajuda.

ID 3 – É tudo de bom. Saúde é tudo de bom (risos). É a vida, é

alegria.

ID 4 – É tudo. É tudo: não ter doença nenhuma, ter

disposição para fazer o serviço.

ID 5 – É ter qualidade de vida. Significa ter uma atividade física, comer

razoavelmente bem, é qualidade de vida.

Qualidade de vida é estar alegre, feliz, gostar

da vida, mesmo que ela traga alguns

probleminhas. Mas a gente enfrenta. Eu acho

que qualidade de vida é fazer o que gosta e

estar vivendo como gosta de viver, sair,

passear, ir ao shopping, caminhar.

ID 6 – É tudo. É tudo pra gente. Se não tiver saúde a gente

não faz nada. Saúde é tudo.

ID 8 – É muito importante. Saúde é muito importante. É o que a gente

mais quer é ter saúde.

ID 10 – É o bem estar. Saúde é o bem estar.

ID 11 – É tudo. Pra mim saúde é tudo. Significa uma vida

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boa, uma qualidade de vida boa.

ID 12 – É tudo. É tudo. Se não tiver saúde não precisa nem

dinheiro.

ID 13 – É tudo, é bem estar. A saúde é bem estar na vida, estar tudo bem.

Se tiver saúde a gente tem tudo.

ID 14 – Significa tudo. Saúde significa tudo. É complicado quando a

gente começa a ter os problemas e não

consegue fazer as coisas que a gente fazia.

Traz aborrecimento, sensação de inutilidade.

ID 15 – É bem estar. É bem estar.

ID 16 – É tudo. Eu acho que é tudo. Se não tem saúde não

tem nem prazer de viver. Saúde é se sentir

bem, não ter problema de saúde, poder

desfrutar da vida.

ID 17 – É estar de bem com a vida. É estar de bem com a vida, bem disposto, a

gente sentir bem, ter saúde.

ID 18 – É uma das coisas mais importantes. Saúde, eu acho que para o ser humano é

uma das coisas mais importantes.

ID 19 – Eu acho que é tudo. É estar são. Eu acho que é tudo na vida. Saúde é estar

são.

ID 20 – É tudo. É tudo. Porque sem a saúde você não

consegue usufruir nada, de passeio, de

amizade, de lazer, de nada. Saúde é

importantíssimo, número um.

Idéia Central 2: Saúde é uma coisa que a gente exerce.

ID 1 – É uma coisa que a gente exerce. Para mim saúde é uma coisa que a gente

exerce.

ID 7 – É cuidar da alimentação e fazer

atividade física.

Eu acho que significa o seguinte: a gente não

exagerar em nada na alimentação e ter

algumas horas de exercício.

ID 9 – É cuidar da alimentação. Eu acho que saúde é cuidar com alimentação

e com a higiene.

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Do discurso referente a essa pergunta foram retiradas duas idéias centrais que

originaram os discursos do sujeito coletivo: DSC-1 que tem como idéia central saúde é

o bem maior, e DSC-2 cuja idéia central é saúde é uma coisa que a gente exerce,

conforme transcritos no Quadro 1b abaixo:

Quadro 1b. Idéia Central e Discurso do Sujeito Coletivo em resposta à questão 1ª: O que

significa saúde para você?

Idéia Central - 1 Discurso do Sujeito Coletivo - 1

Saúde é o bem maior. Significa ter uma boa qualidade de vida: viver bem,

poder se locomover sem precisar de ajuda é não ter

doença nenhuma, ter disposição para fazer o serviço. É

fazer o que gosta e estar vivendo como gosta de viver,

sair, passear, ir ao shopping, caminhar. É complicado

quando a gente começa a ter os problemas e não

consegue fazer as coisas que a gente fazia. Traz

aborrecimento, sensação de inutilidade. Saúde é tudo

de bom. É a vida, é alegria. É o que a gente mais quer,

é ter saúde. Porque sem a saúde você não consegue

usufruir de nada, de passeio, de amizade, de lazer, de

nada. Se não tem saúde não tem nem prazer de viver.

Saúde é importantíssimo, número um.

Idéia Central - 2 Discurso do Sujeito Coletivo - 2

Saúde é uma coisa que a

gente exerce.

Para mim saúde é uma coisa que a gente exerce. É não

exagerar em nada na alimentação, cuidar com a higiene

e ter algumas horas de exercício.

4.3.2. Pergunta “De que forma a alimentação interfere na saúde?”

O Quadro 2a mostra as idéias centrais e expressões-chave, dos depoimentos

obtidos para a pergunta “De que forma a alimentação interfere na saúde?”. Os

Instrumentos de Análise do Discurso IAD-1, IAD-2, encontram-se nos ANEXOS 5.1 e

5.2.

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Quadro 2a . Instrumento de Análise de Discurso 3 (IAD-3). Expressões-chave e Idéias Centrais

obtidas dos depoimentos dos idosos em resposta à pergunta 2: De que forma a alimentação

interfere na saúde?

Idéia Central Expressões-chave

Idéia Central 1: A alimentação correta permite a atividade.

ID 1 – A alimentação interfere como forma

de atividade, independência, auto-estima e

vontade de viver.

Se eu me alimentar direitinho eu dou conta

de tudo aquilo que eu quero fazer: vir aqui

no grupo, sair quando eu quero, ir ao

shopping. A gente tem vontade de viver.

Tem que se cuidar para não ser peso para

os filhos. Ter auto-estima é muito bom.

ID 3 – A alimentação interfere como forma

de atividade.

A alimentação interfere em todos os

sentidos. Se eu não me alimentar como vou

me sustentar em pé?

Idéia Central 2: A alimentação serve para proporcionar prazer.

ID 20 – A alimentação serve para

proporcionar prazer.

A alimentação serve para proporcionar

prazer ao comer.

Idéia Central 3: Dependendo da quantidade e qualidade a alimentação favorece a

saúde ou a doença.

ID 2 – Dependendo da quantidade e

qualidade a alimentação favorece a saúde

ou a doença.

Interfere muito porque o que a gente come

é o que ajuda a gente em tudo, por

exemplo: comer muito e comer comidas

muito gordurosas fazem mal; alimentar-se

de saladas e legumes e menor quantidade

de comida faz sentir melhor; comer o que

não é bom faz a gente não se sentir bem,

não tem tanta disposição.

ID 6 - A alimentação que engorda. A alimentação interfere em tudo, em tudo.

Basta dizer que se a gente comer tudo o

que tem vontade e quer a gente vai

engordar.

ID 7 - Dependendo da quantidade e

qualidade a alimentação melhora a saúde.

Interfere porque se a gente evitar gorduras,

frituras, diminuir pão e massas, comer

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menos doces e bastantes verduras, eu acho

que isso já melhora bastante a saúde.

ID 9 – Alimentar-se bem favorece a saúde e

alimentar-se mal favorece a doença.

Interfere porque se você não come bem,

não se alimenta bem, como é que vai

formar o sangue? Passa a ter um sangue

que não é legal, então a gente passa a ficar

doente, porque se não se alimenta bem

como é que vai poder estar bem de saúde?

Dá fraqueza, tontura, não por causa da

pressão, mas porque não se alimenta bem.

ID 10 – A alimentação que engorda. Interfere muito porque dependendo do que

se come a gente engorda.

ID 11 - Há alguns alimentos que fazem mal. Há também alguns alimentos que fazem

mal, como gorduras e alimentos não tão

saudáveis em excesso, como o açúcar e o

sal.

ID 12 – Tem alimento que faz mal, como

gordura.

Tem alimento que faz mal, como gordura.

ID 13 – Para ter saúde a gente tem que

comer menos massa e doce e mais frutas e

verduras.

Interfere porque para ter saúde a gente tem

que ter uma alimentação certa: não comer

muita massa nem muito doce, e comer

mais frutas e verduras.

ID 14 - Dependendo do alimento interfere,

como gordura, muito sal.

Dependendo do alimento interfere, como

gordura, muito sal.

ID 15 – Nessa idade se a gente come muito

não é bom, quanto menos comer é melhor.

Interfere, por exemplo, na quantidade,

principalmente nessa idade se a gente

come muito não é bom, quanto menos

comer é melhor.

ID 17 - Interfere, a gordura entope as veias. Interfere, a gordura entope as veias.

ID 18 – A gente percebe a interferência

quando vai chegando uma certa idade.

E como interfere! E a gente percebe isso

quando vai chegando uma certa idade pois

aparecem mil problemas que quando jovem

não sentia.

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ID 20 - Há alimentos que são pro mal e

alimentos que são pro bem.

Há alimentos que são mais pro mal, como

feijoada que é muito gordurosa, e alimentos

que são mais pro bem, como salada que faz

a gente se sentir mais leve.

Idéia Central 4: A alimentação fornece o que o organismo precisa: vitaminas,

proteínas e energia.

ID 5 - A alimentação fornece o que o

organismo precisa: vitaminas, proteínas e

energia.

A alimentação é o principal porque o

organismo precisa de vitaminas, proteínas e

os carboidratos que são importantes para

dar força.

ID 11 – A alimentação é importante porque

a gente precisa ingerir vitaminas.

Eu sei que é importante porque a gente

precisa ingerir vitaminas.

ID 20 – A alimentação fornece energia.

A alimentação é energia para você se

manter.

Idéia Central 5: Alimentar-se não é que vai melhorar ou piorar a saúde.

ID 8 – Não sei, porque eu como e eu tenho

saúde.

Não sei, porque eu como e eu tenho saúde.

ID 16 – Alimentar-se bem não é que vai

melhorar ou piorar a saúde.

Eu acho que se alimentar bem não é que

vai melhorar ou piorar a saúde.

Do discurso referente a essa pergunta foram retiradas cinco idéias centrais que

originaram os discursos do sujeito coletivo: DSC-1 que tem como idéia central a

alimentação correta permite a atividade, o DSC-2 cuja idéia central é a alimentação

serve para proporcionar prazer, o DSC-3 onde a idéia central é dependendo da

quantidade e qualidade a alimentação favorece a saúde ou a doença, o DSC-4 com a idéia

central a alimentação fornece o que o organismo precisa: vitaminas, proteínas e energia,

e o DSC-5 que tem como idéia central alimentar-se não é que vai melhorar ou piorar a

saúde, conforme transcritos no Quadro 2b abaixo:

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Quadro 2b. Idéia Central e Discurso do Sujeito Coletivo em resposta à questão 2ª: De que

forma a alimentação interfere na saúde?

Idéia Central - 1 Discurso do Sujeito Coletivo - 1

A alimentação correta permite

a atividade.

A alimentação interfere em todos os sentidos. Se eu não

me alimentar como vou me sustentar em pé? Se eu me

alimentar direitinho eu dou conta de tudo aquilo que eu

quero fazer: vir aqui no grupo, sair quando eu quero, ir

ao shopping. Tem que se cuidar para não ser peso para

os filhos. Assim a gente tem vontade de viver e melhora

a auto-estima. Ter auto-estima elevada é muito bom.

Idéia Central - 2 Discurso do Sujeito Coletivo - 2

A alimentação serve para

proporcionar prazer.

A alimentação serve para proporcionar prazer ao comer.

Idéia Central - 3 Discurso do Sujeito Coletivo - 3

Dependendo da quantidade e

qualidade a alimentação

favorece a saúde ou a

doença.

A alimentação interfere em tudo, em tudo. Dependendo

do alimento interfere, como gordura, muito sal. E como

interfere! Há alimentos que são mais pro mal, como

feijoada que é muito gordurosa, (gorduras entopem as

veias), e alimentos não tão saudáveis em excesso,

como o açúcar e o sal; e alimentos que são mais pro

bem, como salada que faz a gente se sentir mais leve.

Interfere porque para ter saúde a gente tem que ter uma

alimentação certa: não comer muita massa nem muito

doce, e comer mais frutas e verduras. É que se você

não come bem, não se alimenta bem, como é que vai

formar o sangue? Passa a ter um sangue que não é

legal, então a gente passa a ficar doente, porque se não

se alimenta bem como é que vai poder estar bem de

saúde? Dá fraqueza, tontura, não por causa da pressão,

mas porque não se alimenta bem. Também interfere

muito porque dependendo do que se come a gente

engorda. Basta dizer que se a gente comer tudo o que

tem vontade e quer a gente vai engordar. Interfere até

na quantidade, principalmente nessa idade, se a gente

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come muito não é bom, quanto menos comer é melhor.

E a gente percebe isso quando vai chegando uma certa

idade pois aparecem mil problemas que quando jovem

não sentia. O que a gente come é o que ajuda a gente

em tudo, por exemplo: comer muito e comer comidas

muito gordurosas fazem mal; alimentar-se de saladas e

legumes e menor quantidade de comida faz sentir

melhor; comer o que não é bom faz a gente não se

sentir bem, não tem tanta disposição. Se a gente evitar

gorduras, frituras, diminuir pão e massas, comer menos

doces e bastantes verduras, eu acho que isso já

melhora bastante a saúde.

Idéia Central - 4 Discurso do Sujeito Coletivo - 4

A alimentação fornece o que o

organismo precisa: vitaminas,

proteínas e energia.

A alimentação é o principal porque o organismo precisa

de vitaminas, proteínas e os carboidratos que são

importantes para dar força. É importante porque a gente

precisa ingerir vitaminas. A alimentação é energia para

você se manter.

Idéia Central - 5 Discurso do Sujeito Coletivo - 5

Alimentar-se não é que vai

melhorar ou piorar a saúde.

Eu acho que se alimentar bem não é que vai melhorar

ou piorar a saúde, porque eu como e eu tenho saúde.

4.3.3. Pergunta “Como você definiria uma alimentação equilibrada?”

O Quadro 3a mostra as idéias centrais e expressões-chave, dos depoimentos

obtidos para a pergunta “Como você definiria uma alimentação equilibrada?”. Os

Instrumentos de Análise do Discurso IAD-1, IAD-2, encontram-se nos ANEXOS 6.1 e

6.2.

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Quadro 3a . Instrumento de Análise de Discurso 3 (IAD-3). Expressões-chave e Idéias Centrais

obtidas dos depoimentos dos idosos em resposta à pergunta 3: Como você definiria uma

alimentação equilibrada?

Idéia Central Expressões-chave

Idéia Central 1: É o nosso prato cotidiano.

ID 1 – É o nosso prato cotidiano.

É o nosso prato cotidiano: arroz, feijão,

batatinha, carboidrato, uma saladinha e um

legume.

Idéia Central 2: É aquela que a gente se alimenta de tudo.

ID 2 – É aquela que a gente se alimenta de

tudo.

É aquela que a gente se alimenta de tudo.

Tudo é arroz, feijão, carne, de vez em

quando um bolo quando num aniversário,

doce em geral.

ID 3 – O principal é o alimento energético. O principal é o alimento energético, aquele

que dá energia ao corpo, como pão, arroz,

macarrão.

ID 4 - Tem que comer muita verdura,

legumes e frutas.

Também tem que comer muita verdura,

legumes e frutas.

ID 5 – A gente precisa comer de tudo.

A gente precisa comer de tudo. Se comer

só carboidrato fica obeso e com falta das

outras vitaminas.

ID 7 – Tem que ter proteína, verdura, carne,

coisinhas verdes, coloridas.

Tem que ter proteína, verdura, carne,

coisinhas verdes, coloridas Comer 2 a 3

frutas por dia, tomar um copo de leite de

manhã, de noite um iogurte. Ter sempre ou

cenoura, ou mandioquinha, ou couve-flor,

verduras junto com carne ou frango. E ter

mais peixe. O peixe faz falta.

ID 11 – É comer de tudo um pouco. Comer de tudo um pouco, mas também

com sabedoria. Tudo seria: todo dia um

pouco de cada coisa, fruta, verdura, carne,

leite, doce.

ID 12 – É leite, queijo e carne. Tomar leite, comer queijo fresco e também

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carne.

ID 15 – É comer fruta, verdura, carne. É comer fruta, verdura, carne, tudo na

medida para ter equilíbrio e vitamina.

ID 20 – É comer tudo que precisa. É comer tudo que você precisa: todas as

vitaminas A, B, C, D, F, gorduras, proteínas

(as carnes têm as proteínas).

Idéia Central 3: É a que tem variedade.

ID 6 – É variar as coisas. É variar as coisas: comer uma coisa no

almoço, outra no jantar.

Idéia Central 4: Envolve as atitudes de não comer muito, comer na hora certa, de 3

em 3 horas, 6 vezes ao dia e devagarzinho.

ID 4 – É comer na hora certa.

É comer na hora certa.

ID 9 – É se alimentar de 3 em 3 horas, 6

vezes ao dia.

- É não comer muito, e devagarzinho.

Eu acho que a pessoa tem que se alimentar

de 3 em 3 horas, 6 vezes ao dia. Não é o

comer muito, é comer devagarzinho.

ID 13 – É comer pouco.

Comer pouco.

ID 16 – É não abusar.

É não abusar.

Idéia Central 5: É uma comida saudável.

ID 9 – É uma comida saudável. É ir se alimentando com frutas, uma comida

saudável sem trans. Muita bolacha, biscoito,

não é legal. Comendo isso não está se

alimentando, está se estragando.

ID 17 – É com menos sal e gordura.

Acho que é a que faz bem para a saúde:

comer menos sal e gordura.

Idéia Central 6: É aquela que seja bem balanceada.

ID 5 – Tem que ser balanceada. Alimentação tem que ser balanceada.

ID 18 - É balanceada. É aquela que seja bem balanceada.

Idéia Central 7: É comer certo.

ID 13 - É comer certo. É comer certo: comer mais fruta, mais

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verdura.

Idéia Central 8: É comer o que não engorda.

ID 14 – É comer o que não engorda. Comer arroz e feijão porque não engorda,

junto com uma salada e carne cozida.

Idéia Central 9: É comer todo dia o essencial.

ID 16 - É comer todo dia o arroz e feijão. É comer todo dia o arroz e feijão que são

essenciais e também um pedacinho de

carne.

Idéia Central 10: É aquela que não tem muita gordura.

ID 18 – Não tem muita gordura.

É aquela que não tem muita gordura.

Idéia Central 11: É não usar óleo para nada.

ID 10 – É não usar óleo para nada. É não usar óleo para nada. Não fazer nada

à milanesa, mas fazer no forno.

Idéia Central 12: É aquela que dá prazer, embora faça mal.

ID 2 – É aquela que dá prazer embora faça

mal.

Eu acho que se a gente tiver que deixar de

tudo fica meio ruim, porque comer é bom

não é? A gente não precisa deixar de comer

o que gosta, a gente precisa ver qual a

quantidade necessária que o nosso corpo

precisa.

ID 5 – No fim de semana pode comer

alguma coisa diferente.

No fim de semana a gente pode comer

alguma coisa diferente: um doce, apesar de

que muitos doces e muitas massas não são

bons.

ID 12 - É comer também carne que pode

ser de porco, apesar de fazer mal.

É comer também carne que pode ser de

porco, apesar de fazer mal a gente come

para matar a vontade.

ID 17 - Alimento que tem muita gordura eu

gosto.

Alimento que tem muita gordura eu gosto.

Do discurso referente a essa pergunta foram retiradas doze idéias centrais que

originaram os discursos do sujeito coletivo: DSC-1 que tem como idéia central é o

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nosso prato cotidiano, o DSC-2 cuja idéia central é aquela que a gente se alimenta

de tudo, o DSC-3 onde a idéia central é a que tem variedade, o DSC-4 com a idéia

central envolve as atitudes de não comer muito, comer na hora certa, de 3 em 3 horas, 6

vezes ao dia e devagarzinho, o DSC-5 referente à idéia central é uma comida saudável, o

DSC-6 cuja idéia central é aquela que seja bem balanceada, o DSC-7 onde a idéia central é

comer certo, o DSC-8 com a idéia central é comer o que não engorda, o DSC-9 cuja idéia

central é comer todo dia o essencial, o DSC-10 com a idéia central é aquela que não tem

muita gordura, o DSC-11 referente à idéia central é não usar óleo para nada, e o DSC-12

onde a idéia central é aquela que dá prazer, embora faça mal, conforme transcritos no

Quadro 3b abaixo:

Quadro 3b. Idéia Central e Discurso do Sujeito Coletivo em resposta à questão 3ª: Como você

definiria uma alimentação equilibrada?

Idéia Central - 1 Discurso do Sujeito Coletivo - 1

É o nosso prato cotidiano.

É o nosso prato cotidiano: arroz, feijão, batatinha,

carboidrato, uma saladinha e um legume.

Idéia Central - 2 Discurso do Sujeito Coletivo - 2

É aquela que a gente se

alimenta de tudo.

É aquela que a gente se alimenta de tudo. Comer um

pouco de tudo que precisa: todas as vitaminas A, B, C,

D, F, gorduras, proteínas (as carnes têm as proteínas),

mas também com sabedoria. Tudo seria um pouco de

cada coisa: arroz, feijão, fruta, verdura, leite, carne, de

vez em quando um bolo quando num aniversário, doce

em geral, tudo na medida. O principal é o alimento

energético, aquele que dá energia ao corpo, como pão,

arroz, macarrão. Mas se comer só carboidrato fica

obeso e com falta das outras vitaminas. Também tem

que comer muita verdura, legumes, frutas e queijo

fresco. Tem que ter proteína, verdura, carne, coisinhas

verdes, coloridas. Comer 2 a 3 frutas por dia, tomar um

copo de leite de manhã, de noite um iogurte. Ter

sempre ou cenoura, ou mandioquinha, ou couve-flor,

verduras junto com carne ou frango. E ter mais peixe. O

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peixe faz falta.

Idéia Central - 3 Discurso do Sujeito Coletivo - 3

É a que tem variedade É variar as coisas: comer uma coisa no almoço, outra

no jantar.

Idéia Central - 4 Discurso do Sujeito Coletivo - 4

Envolve as atitudes de não

comer muito, comer na hora

certa, de três em três horas,

seis vezes ao dia e

devagarzinho.

Não é o comer muito, é comer pouco, devagarzinho e

na hora certa. A pessoa tem que se alimentar de três

em três horas, seis vezes ao dia e não abusar.

Idéia Central - 5 Discurso do Sujeito Coletivo - 5

É uma comida saudável. É ir se alimentando com frutas, uma comida saudável

sem trans. A que faz bem para a saúde é comer menos

sal e gordura. Muita bolacha, biscoito, não é legal.

Comendo isso não está se alimentando, está se

estragando.

Idéia Central - 6 Discurso do Sujeito Coletivo - 6

É aquela que seja bem

balanceada.

É aquela que seja bem balanceada.

Idéia Central - 7 Discurso do Sujeito Coletivo - 7

É comer certo. É comer certo: comer mais fruta, mais verdura.

Idéia Central - 8 Discurso do Sujeito Coletivo - 8

É comer o que não engorda. É comer arroz e feijão porque não engorda, junto com

uma salada e carne cozida.

Idéia Central - 9 Discurso do Sujeito Coletivo - 9

É comer todo dia o essencial. É comer todo dia o arroz e feijão que são essenciais e

também um pedacinho de carne.

Idéia Central - 10 Discurso do Sujeito Coletivo - 10

É aquela que não tem muita

gordura.

É aquela que não tem muita gordura.

Idéia Central - 11 Discurso do Sujeito Coletivo - 11

É não usar óleo para nada. É não usar óleo para nada. Não fazer nada à milanesa,

mas fazer no forno.

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Idéia Central - 12 Discurso do Sujeito Coletivo - 12

É aquela que dá prazer,

embora faça mal.

No fim de semana a gente pode comer alguma coisa

diferente: um doce, apesar de que muitos doces e

muitas massas não são bons. Alimento que tem muita

gordura eu gosto, como a carne de porco, apesar de

fazer mal a gente come para matar a vontade. Eu acho

que se a gente tiver que deixar de tudo fica meio ruim,

porque comer é bom não é? A gente não precisa deixar

de comer o que gosta, a gente precisa ver qual a

quantidade necessária que o nosso corpo precisa.

4.4. Programa educativo

O detalhamento das estratégias do programa educativo encontra-se no quadro 4, onde os

temas abordados foram:

� O panorama das doenças/mortes evitáveis com alimentação saudável e atividade

física;

� Os seis grupos de alimentos, seus benefícios/riscos e a orientação quanto às

porções a serem consumidas diariamente;

� Os alimentos diet e light;

� Os alimentos funcionais;

� O uso de ervas para dar mais sabor aos alimentos;

� A importância de ler os rótulos dos alimentos.

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Quadro 4. Programa educativo.

Data Objetivo Conteúdo (30 minutos) Discussão (15 minutos) Dinâmica (15 minutos)

17/09

Que possam se familiarizar com a situação da

saúde no Brasil e quantas doenças/mortes

seriam evitadas com alimentação saudável e

atividade física.

Panorama das doenças/mortes

evitáveis com alimentação saudável e

atividade física.

Relação alimentação e nutrição.

Programa educativo.

O que você não sabia e aprendeu

hoje?

Como pretende colocar em prática

em sua vida?

Troca de conhecimentos do

que precisa ter numa refeição

saudável.

Pedir para trazerem figuras de

alimentos para montagem de

alimentação saudável:

desjejum e almoço.

24/09 Que conheçam o Guia Alimentar Brasileiro.

Que conheçam o que é alimentação saudável e

quebrem o tabu “alimentar-se bem é caro”.

Que saibam qual a quantidade recomendada de

refeições/dia.

Guia alimentar brasileiro.

Diretriz 1 – Os alimentos saudáveis e

as refeições.

O que você não sabia e aprendeu

hoje?

Como pretende colocar em prática

em sua vida?

Montar um prato que eles

julguem saudável.

Calcular o custo desse prato.

01/10 Que conheçam o grupo de alimentos dos cereais

(preferencialmente integrais), tubérculos e

raízes, para que servem e porções

recomendadas.

Diretriz 2 – Cereais, tubérculos e

raízes

O que você não sabia e aprendeu

hoje?

Como pretende colocar em prática

em sua vida?

Troca dos pratos para

avaliação e discussão.

08/10 Que conheçam o grupo de alimentos das frutas,

legumes e verduras, para que servem, sua

importância na saúde e porções recomendadas

Que saibam a importância das práticas de

higiene.

Diretriz 3 – Frutas, legumes e

verduras.

Diretriz especial 2 – Qualidade

sanitária dos alimentos.

O que você não sabia e aprendeu

hoje?

Como pretende colocar em prática

em sua vida?

Amigo fruta – troca, por sorteio,

das frutas trazidas onde cada

um explicava propriedades da

fruta e o que motivou a

escolha.

Degustação de frutas.

22/10 Que conheçam o grupo de alimentos vegetais

ricos em proteínas, a importância de consumi-los

Diretriz 4 – Feijões e outros alimentos

vegetais ricos em proteínas.

O que você não sabia e aprendeu

hoje?

Amostra de leguminosas,

castanhas e sementes.

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44

e as porções recomendadas.

Que conheçam o grupo de alimentos animais

ricos em proteínas e saibam que devem

consumi-los moderadamente.

Diretriz 5 – Leite e derivados, carnes e

ovos.

Como pretende colocar em prática

em sua vida?

29/10 Que conheçam o grupo das gorduras, açúcares

e sal, para que servem e quais os riscos e

porções recomendadas.

Que aprendam o uso de ervas.

Diretriz 6 – Gorduras, açúcares e sal.

Ervas que dão sabor.

O que você não sabia e aprendeu

hoje?

Como pretende colocar em prática

em sua vida?

Dividir em duas equipes para

montagem da pirâmide

alimentar.

Pedir para trazerem rótulos.

05/11 Que saibam que a água é um alimento

indispensável ao funcionamento adequado do

organismo, a recomendação.

Que conheçam os alimentos diet e light.

Que saibam a importância de ler os rótulos dos

alimentos.

Diretriz 7 – Água.

Alimentos diet e light.

Rotulagem.

O que você não sabia e aprendeu

hoje?

Como pretende colocar em prática

em sua vida?

Leitura e discussão dos rótulos

trazidos.

12/11 Que conheçam os alimentos que têm

propriedades específicas em benefício da saúde.

Alimentos fortificados.

Alimentos funcionais.

O que você não sabia e aprendeu

hoje?

Como pretende colocar em prática

em sua vida?

Divisão em dois grupos e troca

das pirâmides para avaliação e

discussão.

Troca de idéias do que fazer na

prática de culinária.

14/11 Que aprendam a cozinhar novos pratos. Prática de culinária. Foram elaborados pratos tendo como um dos

ingredientes a farinha integral, a soja ou seus derivados, tendo-se em vista

suas características funcionais. Receitas desenvolvidas e degustadas:

feijoada vegetariana, quibe com recheio de carne vegetal. Receitas apenas

degustadas: esfiha de massa integral com recheio de tomate e queijo e

escondidinho de mandioca com carne vegetal.

Distribuição de apostilas de

orientações nutricionais.

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5. DISCUSSÃO

Caracterização do grupo e análise da dieta

Os idosos participantes desta pesquisa eram predominantemente do gênero

feminino, aproximando-se dos valores de 76,4% encontrados por Moreira et al

(2007), acima dos 60,3% registrados por Fiore et al (2006), porém bem abaixo do

relatado por Cervato et al (2005), onde dos idosos pesquisados 100% eram do sexo

feminino. Tal fato decorre da elevada participação de mulheres em Universidades

Abertas para a Terceira Idade, provavelmente por se preocuparem mais com as

demandas relacionadas à promoção de saúde (CERVATO et al, 2005). Dos idosos

viúvos e dos que moram sozinhos a maioria são mulheres. De acordo com

Camarano (2003) isto se deve a maior longevidade das mulheres e ao fato da

prevalência da cultura de os homens casarem novamente e com mulheres mais

jovens. Miguel e Fortes (2005) entendem que os idosos que escolhem morar

sozinhos devem ser incentivados pelos familiares, porém participando

cotidianamente de sua companhia dispensando-lhes carinho e atenção.

Dos idosos que trabalham todos são mulheres. Estudo de Rocha et al (2005)

mostra que as mulheres idosas, na perda do companheiro, exercem outras

atividades independentes de seus familiares, porém mantendo a boa relação com

estes. Essas constatações podem ser explicadas pelo fato de que o número de

mulheres supera o de homens na população idosa, tal fenômeno é chamado

“feminização do envelhecimento” (WHO, 2002a, p. 39). Verificou-se também

prevalência de baixa escolaridade e renda familiar. Cabe destacar que a renda é o

principal elemento para o envelhecimento bem-sucedido, pois possibilita a promoção

da saúde e educação ao longo de toda a vida (NERI, 1995).

A doença de maior prevalência foi referente ao esqueleto e articulações

(presente apenas nas mulheres), seguida da hipertensão arterial e dislipidemias.

Lebrão e Laurenti (2005) apontaram a hipertensão como de maior prevalência e com

freqüência relativamente alta, vindo logo após as referentes ao esqueleto e

articulações, seguidas dos problemas cardíacos. Já em estudo realizado por Ribeiro

et al (2006a) com um grupo de idosas participantes de um programa de educação

física as doenças mais frequentemente referidas foram diabetes, hipertensão arterial

e doenças cardiovasculares. Um número bem significativo de homens referiu ser ex-

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tabagista e etilista eventual. Tal fato é significativo uma vez que o tabagismo e o

etilismo são fatores que contribuem para o aparecimento de doenças crônicas, bem

como potencializam outros fatores.

A prevalência de quedas mostrou-se alta, sendo relatadas por 73,33% das

mulheres e 60% dos homens, bem acima do encontrado por Lebrão e Laurenti

(2005), que relatam 26,2% naqueles com 60 a 74 anos e 36,9% acima de 75 anos,

sendo mais freqüentes nas mulheres. Conforme SANTOS (2008) a ocorrência de

quedas nos idosos tem aumentado em todo o mundo de forma exponencial, e

constituem a principal causa da síndrome de imobilidade, originando assim a

síndrome de dependência, consistindo em um grande problema para as pessoas

idosas (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006b).

O consumo alimentar mostrou-se inadequado quanto às porções diárias

estimadas para os diversos grupos alimentares. Isso deveu-se tanto à ausência de

consumo, como ao consumo abaixo ou acima do recomendado. Quanto às refeições

diárias, o consumo também foi inadequado tanto no que se refere ao número abaixo

do recomendado, quanto à qualidade, uma vez que apresentou um número

insatisfatório de refeições completas. Para que uma alimentação seja saudável é

necessário que seja composta por todos os grupos de alimentos e nas porções

estimadas para que atenda às necessidades de nutrientes: carboidratos, lipídios,

proteínas (os macronutrientes), e vitaminas e minerais (os micronutrientes) (BRASIL,

2006a). Os nutrientes carboidratos, lipídios e proteínas fornecem a energia

necessária para a preservação da integridade funcional e estrutural do organismo,

tanto no repouso, quanto em atividade física (McARDLE et al, 2008a).

Os cereais são os principais fornecedores de carboidratos. A média diária de

consumo de alimentos do grupo dos cereais foi de 2,73 porções, abaixo de 50% do

recomendado, o que pode ser prejudicial ao funcionamento do organismo. Os

carboidratos, além de serem a principal fonte de energia para a maioria das células

(WAITZBERG; GALIZIA,2004), ajudam a preservar a proteína tecidual, auxiliam na

oxidação das gorduras e são responsáveis pelo funcionamento adequado do

sistema nervoso central. A quantidade ingerida deve manter as reservas corporais

de glicogênio, portanto, se o consumo diário de carboidratos não é suficiente: a)

ocorre a depleção das reservas de glicogênio, o que leva a uma readaptação do

organismo que passa a utilizar as proteínas para obtenção de energia, prejudicando

assim a manutenção tecidual quanto ao reparo e crescimento; b) prejudica a

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oxidação das gorduras gerando acúmulo de corpos cetônicos; c) produz quantidade

insuficiente de glicose. A glicose é o combustível principal utilizado pelo cérebro e a

única fonte de energia das hemácias (McARDLE et al, 2008a). Os cereais para

consumo na alimentação humana podem ser refinados (aqueles que passaram por

processo de beneficiamento) e integrais. As dietas ricas em cereais integrais são

associadas com menor ocorrência de doenças coronárias e câncer de pulmão,

cólon, esôfago e estômago (FDA, 1999). O consumo de cereais integrais vem sendo

recomendado: a) para melhor alimentação e estilo de vida na prevenção de doenças

cardiovasculares (LICHSTENSTEIN, 2006); b) na prevenção de doenças crônicas

(WHO, 2004); c) no guia dietético americano (DEPARTAMENT OF HEALTH AND

HUMAN SERVICES, 2005).

Os alimentos de origem animal, como carnes e ovos, e leite e seus derivados,

são fontes de proteínas de origem animal e de lipídios na forma de gorduras

saturadas. O consumo diário dos alimentos do grupo de carnes e ovos apresentou

19% acima do recomendado, ou seja, 1,19 porções diárias. Já o consumo de leite e

derivados foi abaixo do recomendado, constatando-se no presente estudo o

consumo diário de 1,57 porções. O consumo elevado de gorduras saturadas está

relacionado, geralmente, com dietas com alto consumo de produtos animais

(WAITZBERG; BORGES, 2004). Alimentos de origem animal quando ingeridos em

quantidade acima da recomendada elevam a concentração sanguínea de colesterol

e promovem a doença coronariana. Quando utilizados para produzir energia elevam

o catabolismo das proteínas, aumentando as necessidades hídricas do corpo

(McARDLE, 2008a). Por outro lado, leite e derivados são fontes importantes de

cálcio. O cálcio é importante na contração muscular e mineralização dos ossos e o

reduzido consumo de alimentos fontes contribuem para o surgimento de doenças do

esqueleto e articulações (BORGES et al, 2004).

Existem alimentos vegetais que também são fonte de proteínas, como os

feijões e as oleaginosas. O consumo diário de feijões e outros alimentos vegetais

ricos em proteínas, no presente estudo foi de 0,83 porções, o que representa 20%

abaixo do recomendado. A POF 2002-2003 apontou redução no consumo de feijão

(IBGE, 2004). Os feijões contêm, entre outros nutrientes, carboidratos complexos,

proteínas de alta qualidade, ferro e fibras dietéticas. Os feijões diminuem as

concentrações de colesterol sérico, fator positivamente relacionado com maior risco

de doenças cardiovasculares; melhoram muitos aspectos do diabético e

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proporcionam benefícios metabólicos que ajudam no controle do peso (ANDERSON

et al, 1999, LETERME, 2002).

Os micronutrientes desempenham papéis altamente específicos facilitando a

transferência de energia e a síntese dos tecidos, garantindo, desta forma, a

regulação de todos os processos metabólicos. Os principais alimentos fornecedores

de micronutrientes, bem como de fibras alimentares, são as frutas, legumes e

verduras (McARDLE, 2008b).

Nesse estudo constatou-se consumo médio diário de frutas de 1,55 porções e

de legumes e verduras de 1,53 porções, alcançando apenas 51,66% do

recomendado. A POF 2002-2003 mostrou que o consumo na zona urbana é inferior

às recomendações diárias (IBGE, 2004).

Deficiências substanciais de micronutrientes afetam o estado nutricional, a

saúde e o desenvolvimento de grande parte da população em muitos países, tanto

desenvolvidos quanto em desenvolvimento (FAO/WHO, 1992). Em estudo realizado

com mulheres observou-se um risco menor de enfermidades ateroscleróticas de

aproximadamente 30% nas mulheres que comiam de cinco a dez porções de frutas

e verduras por dia, comparando-se com aquelas que comiam de duas a cinco

porções por dia (LIU et al, 2000). As dietas ricas em frutas, verduras e legumes são

associadas com menor ocorrência de doenças coronárias e alguns tipos de câncer

(LIU et al, 2000; FDA, 1999). Autores salientam a necessidade do consumo

adequado desses alimentos para o devido suprimento de vitaminas, minerais e

fibras, inclusive para proteção contra doenças cardíacas, diabetes e desordens

gastrointestinais (BARRETO e CYRILLO, 2001; BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2006a). O Informe sobre a saúde no mundo 2002, citado na APM (2003), ressalta

que o consumo de frutas e hortaliças em quantidades adequadas é útil para prevenir

as enfermidades cardiovasculares e alguns cânceres e que uma baixa ingestão

desses alimentos contribui para gerar quase três milhões de morte ao ano como

resultado dessas afecções.

O consumo de açúcares ficou em 0,79 porções por dia, abaixo do máximo

permitido. Os açúcares são ricos em sacarose. A ingestão de alimentos ricos em

sacarose está relacionada com risco de desenvolvimento de obesidade (FUNG et al,

2001). O consumo desses alimentos pela população brasileira vem aumentando,

onde alimentos industrializados ricos em carboidratos simples e gorduras saturadas

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substituem os alimentos ricos em fibras e nutrientes, favorecendo a obesidade e

todas as doenças decorrentes (TRAEBERT et al, 2004).

Existem várias pesquisas onde foi avaliado o consumo diário dos diversos

grupos de alimentos. Em estudo com 1740 idosos Foote et al (2000), ao avaliarem a

ingestão alimentar quanto às porções diárias recomendadas de acordo com a

pirâmide alimentar, constataram que menos de 10% consumiam as porções

recomendadas de feijões e de leite e seus derivados, apenas 49% das mulheres e

40% dos homens consumiam as porções recomendadas de legumes e verduras,

53% das mulheres e 48% dos homens consumiam as porções recomendadas de

frutas. O consumo de carboidratos ficou abaixo, atingindo apenas 60% do

recomendado, enquanto que a ingestão diária de proteínas ultrapassou as porções

recomendadas em 20%. Já de acordo com Risonar et al (2009) foi constatado 47,9 e

84,1% para a ingestão de proteína e carboidratos, respectivamente, e baixo

consumo de micronutrientes, sendo que, o consumo de cálcio foi de apenas 1/3 do

recomendado.

Constatou-se inadequação também quanto ao número de refeições e quanto

aos tipos de refeições diárias, onde foi relatado número abaixo do recomendado e

ocorrência elevada de refeições incompletas. As refeições completas atingiram

apenas 32,6% do recomendado e os lanches 72,5%, enquanto que para refeições

incompletas, que não são recomendadas, foi registrado alto consumo. O consumo

de refeições incompletas preferencialmente às completas resulta em aporte

insuficiente de nutrientes, colaborando para o aparecimento de outras doenças, bem

como para o agravo das já existentes.

Em relação aos depoimentos coletados, o DSC representa o que se pode

pensar sobre um determinado tema e é composto por aquilo que um dado indivíduo

falou e também por aquilo que poderia ter falado e que seu “companheiro de

coletividade” atualizou por ele. Desta forma os discursos informam sobre as

possibilidades disponíveis para se pensar um dado tema, numa determinada

formação social e num dado momento histórico (LEFÈVRE et al, 2000).

Análise dos discursos

Em virtude do caráter educativo, tornou-se relevante refletir sobre quais

concepções de saúde, alimentação saudável, e a interferência desta na saúde.

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Na matéria prima para a elaboração do discurso do sujeito coletivo originado

da idéia central saúde é o bem maior, percebe-se repetição de expressões-chave

como: “tudo, tudo de bom”, “qualidade de vida”, “mais importante, importantíssimo”.

Buss (2000) menciona que existem abundantes evidências científicas

mostrando a contribuição da saúde para a qualidade de vida de indivíduos ou

populações.

Nas representações aqui coletadas, saúde significa qualidade de vida. A

WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION (1998) define qualidade de vida como "a

percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de

valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações". Desta forma, apresenta a possibilidade de o idoso ter qualidade de

vida, apesar da existência de doenças (se o caso), mesmo porque as doenças não

surgem apenas com o envelhecimento, é comum nos dias de hoje a existência de

jovens e até crianças com doenças que anos atrás ocorriam apenas em pessoas

idosas. De acordo com o conceito da WHO e dentro do contexto de velhice bem

sucedida, ter qualidade de vida na velhice vai depender de como o idoso vai

desenvolver suas potencialidades para que consiga equilibrar suas perdas e

limitações e também de seu cuidado com a saúde. Diferentemente o discurso do

sujeito coletivo apresenta a qualidade de vida, o mesmo que saúde, como algo

impossível, inatingível, pois as alterações decorrentes do processo normal de

envelhecimento não permitem que se faça o que se fazia e como se fazia quando

mais jovem.

O discurso do sujeito coletivo originado da idéia central saúde é uma coisa

que a gente exerce, fala de atitudes dos idosos no sentido da responsabilidade

quanto ao comer, ao cuidado com a higiene e a prática de atividades físicas,

exercendo assim seu direito de escolha por atitudes que promovam a saúde. Aqui as

percepções deixam subentendido que fatores extrínsecos determinantes da saúde,

como econômicos, culturais, ambientais, não podem impedir o indivíduo de atuar na

melhoria de sua qualidade de vida e saúde. Apesar de que temos um discurso

reduzido, pois, embora cuidados com a alimentação, com a higiene e a prática de

atividade física promovam a saúde, são apenas parte de tantas outras ações que

devem ser efetivadas nesse sentido, percebe-se aqui uma forma de pensar na vida

ativa. A participação regular em atividade física moderada pode retardar declínios

funcionais, reduzir o aparecimento de doenças crônicas, melhora a saúde mental e,

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muitas vezes, promove contatos sociais. Ser ativo pode ajudar as pessoas mais

velhas a continuarem tão independentes, quanto possível, por mais tempo (WHO,

2002a).

Nas representações sobre saúde percebe-se o quanto é significativo para o

idoso a ausência de doença, ser útil, ter independência, poder se locomover sem

precisar de ajuda, fazer atividades como: caminhar, sair, passear, ir ao shopping.

Expressando, assim, sua preocupação com a saúde. A preocupação com a saúde

afeta os hábitos alimentares, exercendo forte impacto sobre estes (HAYES; ROSS,

1987).

Nos discursos construídos referentes ao tema interferência da alimentação na

saúde, foi possível perceber, por um lado o reconhecimento da importância da

alimentação como fornecedora de energia e nutrientes, como determinante da

capacidade funcional preservada e, consequentemente, promotora de autoestima, e,

por outro lado, a colocação da alimentação como fonte de prazer.

Quando se fala da alimentação como fornecedora de energia e nutrientes fica

clara a idéia do papel de alguns alimentos no surgimento de doenças, especialmente

a obesidade; bem como daqueles alimentos que favorecem a ausência de doenças.

Saúde não é apenas a ausência de doença, entretanto, estar doente pode interferir

na capacidade de o idoso levar uma vida social individual e economicamente

produtiva.

O discurso que fala da alimentação como fonte de prazer não se refere aos

atributos intrínsecos que conferem sabor ao alimento, mas sim aos gostos e

preferências de cada indivíduo, bem como a fatores sociais e culturais. Pelo fato de

existir grande variedade de alimentos saudáveis, das mais diversas cores e sabores,

podemos afirmar que alimentos saudáveis são saborosos e dão prazer. Entretanto,

conhecer o modo de pensar dos idosos, é especialmente importante, vez que,

devido à presença de doenças, alguns têm restrição alimentar. Os resultados

encontrados por Appleton e McGowan (2006) sugerem que o prazer é um mediador

importante no relacionamento entre restrição alimentar e saúde psicológica. Estudo

realizado por Remick et al (2009) confirmou que o prazer associado ao comer é um

importante moderador da relação entre a restrição alimentar e o bem-estar.

Emergiu também a ideia central de que a alimentação em nada interfere

originando o discurso de que não é a alimentação que vai melhorar ou piorar a

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saúde. São inúmeros os estudos científicos que mostram a estreita relação entre

alimentação e saúde, conforme citados neste trabalho.

É interessante notar que na fala dos idosos sobre alimentação equilibrada

encontram-se os atributos de uma alimentação saudável: a) contem todos os grupos

de alimentos: “comer um pouco de tudo que precisa”; b) é variada: “variar as coisas”;

c) é colorida: “tem que ter coisinhas coloridas”; d) regularidade nas refeições: “se

alimentar de três em três horas”; e) controlar a ingestão de alimentos que, em

excesso, são prejudiciais: “comer menos sal e gordura”; f) não ingerir alimentos

totalmente desnecessários e prejudiciais: “sem trans”.

O discurso que ressalta a combinação arroz e feijão demonstra que, embora o

brasileiro tenha reduzido o uso combinado desses alimentos, sua importância

permanece no modo de pensar dos idosos.

Estiveram presentes também os discursos que apresentaram conceitos

influenciados pela indevida supervalorização de determinados alimentos e de certas

práticas alimentares, como “comer certo é comer mais fruta, mais verdura” e “é

comer pouco”; bem como da falta de esclarecimento do papel de alimentos

importantes para o organismo “é não usar óleo para nada”. Em inquérito realizado

por Kearney e McElhone (1999) as definições de dieta saudável apresentadas foram

“comer menos gordura”, “comer mais frutas e legumes”. Apesar da importância deste

grupo de alimentos, legumes e verduras, os vegetais são apenas um dos grupos dos

alimentos que devem fazer parte de uma dieta saudável, e, portanto, não fornecem

todos os nutrientes necessários às demandas do organismo. Falando de “comer

pouco”, apesar de que, para estar bem alimentado não precisa necessariamente

comer muito, a quantidade do alimento deve ser determinada pelo gasto energético

para garantir um estado nutricional adequado. Quanto às gorduras, devido ao

importante papel por elas desempenhado, as monoinsaturadas devem fazer parte da

dieta, nas quantidades recomendadas.

Por fim, temos que destacar aqui também o prazer como atributo de uma

alimentação saudável. De fato, a alimentação saudável deve proporcionar prazer,

em decorrência dos diversos atributos, inclusive: a) da boa qualidade do alimento

que o torna adequado para consumo; b) do preparo com as devidas técnicas de

higiene e de forma a preservar ao máximo os nutrientes e o sabor. Entretanto, no

discurso dos idosos, o prazer refere-se ao alimento “que gosta”: doces, muita

gordura, muita massa, que, “apesar de fazer mal a gente come para matar a

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vontade”, afinal, “se a gente tiver que deixar de tudo fica meio ruim, porque comer é

bom, não é?”.

Um estilo de vida saudável envolve as práticas alimentares recomendadas

pela ciência da nutrição e uma das barreiras que pode impedir as pessoas de dietas

alimentares mais saudáveis é o sabor dos alimentos, pois, geralmente, os indivíduos

acreditam que uma alimentação saudável seja sempre desagradável e enfadonha

(HOLM, 1993). De acordo com Lemmens et al (2009) comer muito um alimento que

se aprecia bastante, provoca uma nítida diminuição no desejo de ingerir outros

alimentos, até mesmo aquele que se gosta, mas não muito.

Programa educativo

O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para

o século XXI (DELORS, 1998, p. 90) delineou os quatro pilares da educação para o

desenvolvimento humano: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver

juntos e aprender a ser. Embora com conceitos genéricos, deve-se procurar

estender esses pilares no tema educação nutricional e alimentar.

Aprender a conhecer - perceber que dentre tantas informações

desencontradas sobre nutrição e alimentação existem fatos comprovados que

atestam tanto os benefícios de uma alimentação saudável, como os malefícios de

uma alimentação não saudável. Desta forma, capacitando o indivíduo para analisar

o conhecimento e fazer a escolha que lhe parecer adequada.

Aprender a fazer – todo conhecimento deve levar a uma atitude. Ao praticar o

conhecimento nutricional e alimentar o homem tem a possibilidade de ter sua própria

experiência, que o levará a rejeitar ou a incorporar ao seu estilo de vida. Claro é que,

se sua escolha o leva a colher os benefícios de uma alimentação saudável, isso traz

momentaneamente o desprazer de abrir mão de alimentos que lhe eram saborosos

(embora prejudiciais à saúde), mas, ao mesmo tempo e, por toda a vida, vai viver a

satisfação de gerenciar sua saúde influindo de maneira positiva para o bem-estar,

tanto seu quanto da família e da comunidade da qual faz parte.

Aprender a viver junto – cada um tem em suas mãos a responsabilidade do

seu destino, mas, de forma a contribuir para o progresso da humanidade, onde uns

dependem dos outros (DELORS, 1998). A escolha nutricional e alimentar de cada

um traz conseqüências boas ou más não só para o indivíduo mas também para

todos que o cercam, que podem ser obrigados a despenderem tempo que não

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possuem para cuidados, privarem-se de sua companhia, além de gastos que

poderiam não só ser evitados como melhor aproveitados.

Aprender a ser – conforme a prática dos três pilares anteriores o homem

aprende a ser saudável. Cada escolha feita na busca de melhor saúde dará maior

capacidade de discernimento das experiências vividas, de liberdade e

independência para escolher as que merecem ser revividas, e, desta forma, de

responsabilidade pessoal para as decisões diárias no gerenciamento de sua saúde.

Estes pilares devem receber atenção igual a fim de que a educação

[nutricional e alimentar] forneça uma experiência global, ao longo de toda a vida, no

plano cognitivo como no prático, para o ser humano em sua individualidade e

também inserido em uma comunidade (DELORS, 1998). O indivíduo é um todo

indissociável e, por isso, seu desenvolvimento deve ser global e harmonioso, onde

cada aspecto de seu ser: físico, mental, emocional e social carece de atenção e

cuidados uma vez que se afetam mutuamente.

Todo programa de educação nutricional e alimentar deve objetivar contribuir

para a adoção de um estilo de vida saudável e, consequentemente, o

desenvolvimento humano.

Desta forma o programa educativo desenvolvido discutiu temas pertinentes às

dificuldades apontadas quanto ao consumo alimentar e também nas falas do

discurso do sujeito coletivo. De modo geral o conjunto de todos os resultados

apontados é que norteou a escolha dos temas, entretanto, de modo mais específico

pode-se dizer que:

� A representação encontrada de que a alimentação em nada interfere

na saúde levou a abordagem do assunto das doenças/mortes evitáveis

com alimentação saudável;

� O consumo inadequado dos diversos grupos de alimentos, a

preocupação com o excesso de peso, o conceito errôneo sobre o papel

das gorduras e a supervalorização do consumo de vegetais em

detrimento de outros alimentos motivaram a escolha do tema dos

grupos alimentares e suas recomendações quanto ao consumo;

� A representação do prazer que a alimentação proporciona originou a

escolha do tema relacionado ao uso de ervas e aos alimentos diet e

light;

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� As representações gerais sobre saúde e as formas de interferência da

alimentação conduziram à discussão dos alimentos funcionais e da

importância de ler os rótulos dos alimentos.

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6. CONCLUSÕES

Os idosos participantes apresentaram baixa renda e escolaridade. Não foi

objetivo desse trabalho discutir a relação entre tais fatores e o desenvolvimento de

programas de educação nutricional, entretanto, tal constatação aponta o hiato

existente entre o ideal dos direitos iguais e de uma educação em todas as fases da

vida e de forma permanente e o que na realidade é vivenciado. Tal fato pode limitar

a maneira de assimilar as informações referentes à alimentação, que às vezes são

confusas e conflitantes, bem como as ações dessa população no sentido da busca

de seus direitos ao acesso a serviços que diretamente interfiram em sua saúde e

qualidade de vida.

O registro do consumo alimentar, quanto às porções, apontou uma inversão

em relação à quantidade consumida dos alimentos do grupo dos cereais, tubérculos

e raízes, e à quantidade consumida dos alimentos do grupo das carnes e ovos,

erroneamente priorizando esse grupo como principal fornecedor da energia diária.

Devido ao crescente aumento de sobrepeso e obesidade, uma das preocupações,

inclusive da população idosa, é manter o peso ideal. As dietas para emagrecimento,

veiculadas nos meios de comunicação, são pobres em carboidratos e ricas em

gorduras e proteínas de origem animal. Estas dietas coincidem com as preferências

por esses alimentos, tidos como “saborosos” e “que se gosta”, constituindo-se

importante fator que influencia os idosos em relação às escolhas alimentares. Por

outro lado, a larga divulgação da típica dieta do Mediterrâneo não tem sido suficiente

para aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, entre eles, as frutas,

legumes e verduras, muito baixo entre os idosos estudados. Aqui também fica

demonstrado que a preocupação com a saúde dura apenas até quando se depara

com aquele alimento que, embora prejudicial à saúde, é gostoso.

O consumo inadequado das refeições diárias, quanto ao número e qualidade,

deixa exposto que, apesar de representarem uma alimentação saudável como

aquela regular, variada e que tem de tudo um pouco, tal concepção perde o sentido

diante da liberdade de consumir alimentos de seu gosto e preferência. Importante

ressaltar que uma alimentação equilibrada não é necessariamente cara e que na

grande diversidade de alimentos saudáveis, disponíveis e aos quais podem ter

acesso, é possível encontrar aqueles que mais apeteçam.

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A discrepância verificada entre a maneira de pensar alimentação saudável,

expressada no discurso do sujeito coletivo, e as práticas alimentares revelou as

dificuldades dos idosos na adoção de modos de vida saudáveis.

Deve-se ressaltar a importância das representações dos grupos de idosos,

aos quais são destinados os programas educativos, norteando as escolhas dos

temas a serem apresentados, para uma efetiva contribuição no desenvolvimento

humano.

A utilização de dinâmicas bem como a promoção de discussões sobre o tema

abordado funcionam como incentivo à participação assim como podem ser

detectores de adaptações necessárias no decorrer da aplicação do programa

educativo.

O programa de educação nutricional e alimentar realizado foi apenas o início

de um conjunto de estratégias que devem ser desenvolvidas, dentro de um

programa de abordagem conjunta dos aspectos relacionados à nutrição e à

educação física, onde também as ações para a educação nutricional e alimentar

sejam permanentes, com vistas a mudanças efetivas no comportamento dos idosos

participantes do Projeto Sênior para a Vida Ativa.

Desta forma, programas de educação nutricional e alimentar nos moldes do

programa apresentado neste estudo, desenvolvidos de maneira permanente, e

aliados aos programas de educação em atividade física, são fundamentais para a

promoção de saúde dos idosos e necessários para uma velhice bem sucedida.

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ANEXO 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

UNIVERSIDADE DE SÃO JUDAS TADEU

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O objetivo de nossa pesquisa, para a qual você está sendo convidado, é avaliar o estado nutricional e

os conhecimentos de nutrição por idosos e, com esses dados, realizar um programa de Educação Alimentar.

Convidamos você a participar destas avaliações, do programa de Educação Alimentar e, depois do programa, a

responder novamente a estas mesmas avaliações. Participando desse trabalho, você estará colaborando para

uma maior compreensão sobre as relações entre alimentação e saúde. Em dois dias não consecutivos, será

perguntado a você quais foram os alimentos consumidos no dia anterior; - nos mesmos dias do recordatório

alimentar, será perguntado todo o tipo de atividade física realizado no dia anterior; - faremos ainda uma pequena

entrevista com perguntas relacionadas àquilo que você sabe sobre nutrição. Uma parte dessas questões será

gravada e depois passada para o papel por nós. Essa entrevista tem por finalidade nos mostrar como o seu

conhecimento sobre nutrição interfere naquilo que você come. Faremos ainda algumas medidas no seu corpo: -

peso, altura, circunferência do abdômen (na região da cintura) a circunferência da panturrilha (da batata da

perna). Existem riscos mínimos na sua participação, ou seja, o que eventualmente pode ocorrer é você se sentir

incomodado ou constrangido em responder a algumas questões ou em ser medido. Nesse caso, você tem

liberdade de não responder ou não participar das medidas. Você também tem liberdade para se retirar da

pesquisa, no momento em que você quiser, sem que haja qualquer problema ou represália. Os dados coletados,

além de serem informados a você (nós lhe mostraremos os resultados da pesquisa), serão empregados para a

elaboração de trabalhos científicos da Universidade. É importante destacar que não é feita nenhuma referência

nominal aos dados coletados, ou seja, todos os dados permanecem anônimos. Seu nome não será divulgado. A

professora responsável pela coleta dos dados é a Nutricionista Rosa Zilda Aquino Zanin (telefone 7120-7544),

que se propõe a dirimir quaisquer dúvidas e assume total responsabilidade pela coleta de dados.

Com base na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde solicitamos que seja assinada, de

forma totalmente voluntária, a autorização para a coleta dos dados acima dos dados descritos.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu_____________________________________________ RG________________________________,

Endereço:_______________________________________ telefone ____________________________, data

nascimento __/__/__, declaro que tomei ciência e dou o meu consentimento para realização do projeto intitulado

ASPECTOS RELACIONADOS AO ESTADO NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS IDOSOS ANTES E APÓS UM

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE. Concordo com a realização da pesquisa e autorizo a utilização dos

dados coletados para a publicação de trabalhos, unicamente para fins de pesquisa científica, guardando o

anonimato dos avaliados.

São Paulo,______________de__________de________

____________________________________________ ___________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa Assinatura do avaliador

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ANEXO 2 – Recordatório Alimentar de 24h – R24h

Nome:__________________________________________Data nascimento__/__/______

Data do recordatório:______________________________________________________

HORÁRIO LOCAL PREPARAÇÃO e INGREDIENTES

QUANTIDADE

(Medidas Caseiras)

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ANEXO 3 – Entrevista semi-estruturada

Nome____________________________________________Data nascimento:___/___/___

Data entrevista: _________________ Entrevistador:______________________________

Sexo ( ) M ( ) F

ROTEIRO PARA A ENTREVISTA GRAVADA

1. O que significa saúde para você?

2. De que forma a alimentação interfere na saúde?

3. Como você definiria uma alimentação equilibrada?

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Anexo 4.1 – Instrumento de Análise de Discurso 1 (IAD-1 da Pergunta 1)

ID 1 ... Significa a vida. Para mim saúde é uma coisa que a gente exerce. Saúde é se cuidar, é se

amar.

ID 2 ... Significa ter uma boa qualidade de vida: viver bem, poder se locomover sem precisar de ajuda.

ID 3 ... Saúde é tudo de bom (risos). É a vida, é alegria.

ID 4 ... É tudo: não ter doença nenhuma, ter disposição para fazer o serviço.

ID 5 ... Significa ter uma atividade física, comer razoavelmente bem, é qualidade de vida. Qualidade

de vida é estar alegre, feliz, gostar da vida, mesmo que ela traga alguns probleminhas. Mas a gente

enfrenta. Eu acho que qualidade de vida é fazer o que gosta e estar vivendo como gosta de viver,

sair, passear, ir ao shopping, caminhar.

ID 6 ... É tudo pra gente. Se não tiver saúde a gente não faz nada. Saúde é tudo.

ID 7 ... Eu acho que significa o seguinte: a gente não exagerar em nada na alimentação e ter algumas

horas de exercício.

ID 8 ... Saúde é muito importante. É o que a gente mais quer: é ter saúde.

ID 9 ... Eu acho que saúde é cuidar com alimentação e com a higiene.

ID 10 ... Saúde é o bem estar.

ID 11 ... Pra mim saúde é tudo. Significa ter uma vida boa, uma qualidade de vida boa.

ID 12 ... É tudo. Se não tiver saúde não precisa nem dinheiro.

ID 13 ... A saúde é o bem estar na vida, estar tudo bem. Tendo saúde a gente tem tudo.

ID 14 ... Saúde significa tudo. É complicado quando a gente começa a ter problemas e não consegue

fazer as coisas que a gente fazia. Traz aborrecimento, sensação de inutilidade.

ID 15 ... É bem estar.

ID 16 ... Eu acho que é tudo. Se não tem saúde não tem nem prazer de viver. Saúde é se sentir bem,

não ter problema de saúde, poder desfrutar a vida.

ID 17 ... É estar de bem com a vida, bem disposto, a gente sentir bem, ter saúde.

ID 18 ... Saúde, eu acho que, para o ser humano, é uma das coisas mais importantes.

ID 19 ... Eu acho que é tudo na vida. Saúde é estar são.

ID 20 ... É tudo. Porque sem a saúde você não consegue usufruir nada, de passeio, de amizade, de

lazer, de nada. Saúde é importantíssimo, número um.

1. O que significa saúde para você?

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Anexo 4.2 – Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2 da Pergunta 1)

Idéia Central Expressões-chave

ID 1 – Significa a vida. - É uma coisa que a gente exerce.

Significa a vida. Pra mim saúde e uma coisa que a gente exerce. Saúde é se cuidar, é se amar.

ID 2 – É ter uma boa qualidade de vida. Significa ter uma boa qualidade de vida: viver bem, poder se locomover sem precisar de ajuda.

ID 3 – É tudo de bom. Saúde é tudo de bom (risos) É a vida, é alegria. ID 4 – É tudo. É tudo: não ter doença nenhuma, ter disposição para

fazer o serviço. ID 5 – É ter qualidade de vida. Significa ter uma atividade física, comer

razoavelmente bem, é qualidade de vida. Qualidade de vida é estar alegre, feliz, gostar da vida, mesmo que ela traga alguns probleminhas. Mas a gente enfrenta. Eu acho que qualidade de vida é fazer o que gosta e estar vivendo como gosta de vier, sair, passear, ir ao shopping, caminhar.

ID 6 – É tudo. É tudo pra gente. Se não tiver saúde a gente não faz nada. Saúde é tudo.

ID 7 – É cuidar da alimentação e fazer atividade física.

Eu acho que significa o seguinte: a gente não exagerar em nada na alimentação e ter algumas horas de exercício.

ID 8 – É muito importante. Saúde é muito importante. É o que a gente mais quer é ter saúde.

ID 9 – É cuidar da alimentação. Eu acho que saúde é cuidar com alimentação e com a higiene.

ID 10 – É o bem estar. Saúde é o bem estar. ID 11 – É tudo. Pra mim saúde é tudo. Significa uma vida boa, uma

qualidade de vida boa. ID 12 – É tudo. É tudo. Se não tiver saúde não precisa nem dinheiro. ID 13 – É tudo, é bem estar. A saúde é bem estar na vida, estar tudo bem. Se tem

saúde a gente tem tudo. ID 14 – Significa tudo. Saúde significa tudo. É complicado quando a gente

começa a ter os problemas e não consegue fazer as coisas que a gente fazia. Traz aborrecimento, sensação de inutilidade.

ID 15 – É bem estar. É bem estar. ID 16 – É tudo. Eu acho que é tudo. Se não tem saúde não tem nem

prazer de viver. Saúde é se sentir bem, não ter problema de saúde, poder desfrutar da vida.

ID 17 – É estar de bem com a vida. É estar de bem com a vida, bem disposto, a gente se sentir bem, ter saúde.

ID 18 – É uma das coisas mais importantes. Saúde, eu acho que, para o ser humano, é uma das coisas mais importantes.

ID 19 – É tudo. Eu acho que é tudo na vida. Saúde é estar são. ID 20 – É tudo. É tudo. Porque sem a saúde você não consegue

usufruir nada, de passeio, de amizade, de lazer, de nada. Saúde é importantíssimo, número um.

1. O que significa saúde para você?

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Anexo 5.1 – Instrumento de Análise de Discurso 1 (IAD-1 da Pergunta 2)

ID 1 ... Se eu me alimentar direitinho eu dou conta de tudo aquilo que eu quero fazer: vir aqui no

grupo, sair quando eu quero, ir ao shopping. A gente tem vontade de viver. Tem que se cuidar para

não ser peso para os filhos. Ter auto-estima é muito bom.

ID 2 ... Interfere muito porque o que a gente come é o que ajuda a gente em tudo, por exemplo:

comer muito e comer comidas muito gordurosas fazem ma; alimentar-se de saladas e legumes e

menor quantidade de comida faz sentir melhor; comer o que não é bom faz a gente não se sentir

bem, não tem tanta disposição.

ID 3 ... A alimentação interfere em todos os sentidos. Se eu não me alimentar como vou me sustentar

em pé?

ID 4 ... Não respondeu.

ID 5 ... A alimentação é o principal porque o organismo precisa de vitaminas, proteínas e os

carboidratos que são importantes para dar força.

ID 6 ... A alimentação interfere em tudo, em tudo. Basta dizer que se a gente comer tudo o que tem

vontade e quer a gente vai engordar.

ID 7 ... Interfere porque se a gente evitar gorduras, frituras, diminuir pão e massas, comer menos

doces e bastante verduras, eu acho que isso já melhora bastante a saúde .

ID 8 ... Não sei, porque eu como e eu tenho saúde.

ID 9 ... Interfere porque se você não come bem, não se alimenta bem, como é que vai formar o

sangue? Passa a ter um sangue que não é legal, então a gente passa a ficar doente, porque se não

se alimenta bem como é que vai poder estar bem de saúde? Dá fraqueza, tontura, não por causa da

pressão, mas porque não se alimenta bem.

ID 10 ... Interfere muito porque dependendo do que se come a gente engorda.

ID 11 ... Eu sei que é importante porque a gente precisa ingerir vitaminas. Há também alguns

alimentos que fazem mal, como gorduras e alimentos não tão saudáveis em excesso, como o açúcar

e o sal.

ID 12 ... Tem alimento que faz mal, como gordura.

ID 13 ... Interfere porque para ter saúde a gente tem que ter uma alimentação certa: não comer muita

massa nem muito doce, e comer mais frutas e verduras.

ID 14 ... Dependendo do alimento interfere, como gordura, muito sal.

ID 15 ... Interfere, por exemplo na quantidade, principalmente nessa idade se a gente come muito não

é bom, quanto menos comer é melhor.

ID 16 ... Eu acho que se alimentar bem não é que vai melhorar ou piorar a saúde.

ID 17 ... Interfere, a gordura entope as veias.

ID 18 ... E como interfere! E a gente percebe isso quando vai chegando uma certa idade pois

aparecem mil problemas que quando jovem não sentia.

2. De que forma a alimentação interfere na saúde?

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ID 19 ... Não respondeu.

ID 20 ... Interfere diretamente. A alimentação tanto é energia para você se manter quanto serve para

proporcionar prazer ao comer. Há alimentos que são mais pro mal, como feijoada que é muito

gordurosa, e alimentos que são mais pro bem, como salada que faz a gente se sentir mais leve.

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Anexo 5.2 – Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2 da Pergunta 2)

Idéia Central Expressões-chave

ID 1 – A alimentação interfere como forma de

atividade, independência, auto-estima, prazer e

vontade de viver.

Se eu me alimentar direitinho eu dou conta de

tudo aquilo que eu quero fazer: vir aqui no

grupo, sair quando eu quero, ir ao shopping. A

gente tem vontade de viver. Tem que se cuidar

para não ser peso para os filhos. Ter auto-

estima é muito bom.

ID 2 – Dependendo da quantidade e qualidade a

alimentação favorece a saúde ou a doença.

Interfere muito porque o que a gente come é o

que ajuda a gente em tudo, por exemplo: comer

muito e comer comidas muito gordurosas fazem

mal; alimentar-se de saladas e legumes e menor

quantidade de comida faz sentir melhor; comer

o que não é bom faz a gente não se sentir bem,

não tem tanta disposição.

ID 3 – A alimentação como forma de atividade. A alimentação interfere em todos os sentidos.

Se eu não me alimentar como vou me sustentar

em pé?

ID 4 – Não respondeu. -

ID 5 – A alimentação fornece o que o organismo

precisa: vitaminas, proteínas e energia.

A alimentação é o principal porque o organismo

precisa de vitaminas, proteínas e os

carboidratos que são importantes para dar força.

ID 6 – A alimentação que engorda. A alimentação interfere em tudo, em tudo. Basta

dizer que se a gente comer tudo o que tem

vontade e quer a gente vai engordar.

ID 7 – Dependendo da quantidade e qualidade a

alimentação melhora a saúde.

Interfere porque se a gente evitar gorduras,

frituras, diminuir pão e massas, comer menos

doces e bastante verduras, eu acho que isso já

melhora bastante a saúde .

ID 8 – Não sei, porque eu como e eu tenho

saúde.

Não sei, porque eu como e eu tenho saúde.

ID 9 – Alimentar-se bem favorece a saúde e

alimentar-se mal favorece a doença.

Interfere porque se você não come bem, não se

alimenta bem, como é que vai formar o sangue?

Passa a ter um sangue que não é legal, então a

gente passa a ficar doente, porque se não se

alimenta bem como é que vai poder estar bem

2. De que forma a alimentação interfere na saúde?

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de saúde? Dá fraqueza, tontura, não por causa

da pressão, mas porque não se alimenta bem.

ID 10 – A alimentação que engorda. Interfere muito porque dependendo do que se

come a gente engorda.

ID 11 – A alimentação é importante porque a

gente precisa ingerir vitaminas.

- Há alguns alimentos que fazem mal.

Eu sei que é importante porque a gente precisa

ingerir vitaminas. Há também alguns alimentos

que fazem mal, como gorduras e alimentos não

tão saudáveis em excesso, como o açúcar e o

sal.

ID 12 – Tem alimento que faz mal, como

gordura.

Tem alimento que faz mal, como gordura.

ID 13 – Para ter saúde a gente tem que comer

menos massa e doce e mais frutas e verduras.

Interfere porque para ter saúde a gente tem que

ter uma alimentação certa: não comer muita

massa nem muito doce, e comer mais frutas e

verduras.

ID 14 - Dependendo do alimento interfere, como

gordura, muito sal.

Dependendo do alimento interfere, como

gordura, muito sal.

ID 15 – Nessa idade se a gente come muito não

é bom, quanto menos comer é melhor.

Interfere, por exemplo na quantidade,

principalmente nessa idade se a gente come

muito não é bom, quanto menos comer é

melhor.

ID 16 – Alimentar-se bem não é que vai

melhorar ou piorar a saúde.

Eu acho que se alimentar bem não é que vai

melhorar ou piorar a saúde.

ID 17 - Interfere, a gordura entope as veias. Interfere, a gordura entope as veias.

ID 18 – A gente percebe a interferência quando

vai chegando uma certa idade.

E como interfere! E a gente percebe isso quando

vai chegando uma certa idade pois aparecem

mil problemas que quando jovem não sentia.

ID 19 – Não respondeu. -

ID 20 – A alimentação fornece energia.

- A alimentação interfere como forma de

prazer.

- Há alimentos que são pro mal e

alimentos que são pro bem.

A alimentação tanto é energia para você se

manter quanto serve para proporcionar prazer

ao comer. Há alimentos que são mais pro mal,

como feijoada que é muito gordurosa, e

alimentos que são mais pro bem, como salada

que faz a gente se sentir mais leve.

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Anexo 6.1 – Instrumento de Análise de Discurso 1 (IAD-1 da Pergunta 3)

ID 1 ... É o nosso prato cotidiano: arroz, feijão, batatinha, carboidrato, uma saladinha e um legume.

ID 2 ... É aquela que a gente se alimenta de tudo. Tudo é arroz, feijão, carne, de vez em quando um

bolo quando num aniversário, doce em geral. Eu acho que se a gente tiver que deixar de tudo fica

meio ruim, porque comer é bom não é? A gente não precisa deixar de comer o que gosta, a gente

precisa ver qual a quantidade necessária que o nosso corpo precisa.

ID 3 ... O principal é o alimento energético, aquele que dá energia ao corpo, como pão, arroz,

macarrão.

ID 4 ... É comer na hora certa. Também tem que comer muita verdura, legumes e frutas.

ID 5 ... Alimentação tem que ser balanceada, mas a gente precisa comer de tudo. Se comer só

carboidrato fica obeso e com falta das outras vitaminas. No fim de semana a gente pode comer

alguma coisa diferente: um doce, apesar de que muitos doces e muitas massas não são bons.

ID 6 ... É variar as coisas: comer uma coisa no almoço, outra no jantar.

ID 7 ... Tem que ter proteína, verdura, carne, coisinhas verdes, coloridas Comer 2 a 3 frutas por dia,

tomar um copo de leite de manhã, de noite um iogurte. Ter sempre ou cenoura, ou mandioquinha, ou

couve-flor, verduras junto com carne ou frango. E ter mais peixe. O peixe faz falta.

ID 8 ... Não sei.

ID 9 ... Eu acho que a pessoa tem que se alimentar de 3 em 3 horas, 6 vezes ao dia. Não é o comer

muito, é comer devagarzinho ir se alimentando com frutas,uma comida saudável sem trans. Muita

bolacha, biscoito, não é legal. Comendo isso não está se alimentando, está se estragando.

ID 10 ... É não usar óleo para nada. Não fazer nada à milanesa, mas fazer no forno.

ID 11 ... Comer de tudo um pouco, mas também com sabedoria. Tudo seria: todo dia um pouco de

cada coisa, fruta, verdura, carne, leite, doce.

ID 12 ... Tomar leite, comer queijo fresco e também carne que pode ser de porco, apesar de fazer mal

a gente come para matar a vontade.

ID 13 ... Comer pouco e comer certo: comer mais fruta, mais verdura.

ID 14 ... Comer arroz e feijão porque não engorda, junto com uma salada e carne cozida.

ID 15 ... É comer fruta, verdura, carne, tudo na medida para ter equilíbrio e vitamina.

ID 16 ... É não abusar. É comer todo dia o arroz e feijão que são essenciais e também um pedacinho

de carne.

ID 17 ... Acho que é a que faz bem para a saúde: comer menos sal e gordura. Alimento que tem muita

gordura eu gosto.

ID 18 ... É aquela que não tem muita gordura, que seja bem balanceada.

ID 19 ... Eu não sei.

ID 20 ... É comer tudo que você precisa: todas as vitaminas A, B, C, D, F, gorduras, proteínas (as

carnes têm as proteínas).

3. Como você definiria uma alimentação equilibrada?

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Anexo 6.2 – Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2 da Pergunta 3)

Idéia Central Expressões-chave

ID 1 – É o nosso prato cotidiano. É o nosso prato cotidiano: arroz, feijão,

batatinha, carboidrato, uma saladinha e um

legume.

ID 2 – É aquela que a gente se alimenta de tudo.

- É aquela que dá prazer embora faça mal.

É aquela que a gente se alimenta de tudo. Tudo

é arroz, feijão, carne, de vez em quando um bolo

quando num aniversário, doce em geral. Eu

acho que se a gente tiver que deixar de tudo fica

meio ruim, porque comer é bom não é? A gente

não precisa deixar de comer o que gosta, a

gente precisa ver qual a quantidade necessária

que o nosso corpo precisa.

ID 3 – O principal é o alimento energético. O principal é o alimento energético, aquele que

dá energia ao corpo, como pão, arroz, macarrão.

ID 4 – É comer na hora certa.

- Tem que comer muita verdura, legumes e

frutas.

É comer na hora certa. Também tem que comer

muita verdura, legumes e frutas.

ID 5 – Alimentação tem que ser balanceada.

- A gente precisa comer de tudo.

- No fim de semana pode comer alguma

coisa diferente.

Alimentação tem que ser balanceada, mas a

gente precisa comer de tudo. Se comer só

carboidrato fica obeso e com falta das outras

vitaminas. No fim de semana a gente pode

comer alguma coisa diferente: um doce, apesar

de que muitos doces e muitas massas não são

bons.

ID 6 – É variar as coisas. É variar as coisas: comer uma coisa no almoço,

outra no jantar.

ID 7 – Tem que ter proteína, verdura, carne,

coisinhas verdes, coloridas.

Tem que ter proteína, verdura, carne, coisinhas

verdes, coloridas Comer 2 a 3 frutas por dia,

tomar um copo de leite de manhã, de noite um

iogurte. Ter sempre ou cenoura, ou

mandioquinha, ou couve-flor, verduras junto com

carne ou frango. E ter mais peixe. O peixe faz

falta.

ID 8 – Não respondeu. -

ID 9 – É se alimentar de 3 em 3 horas, 6 vezes Eu acho que a pessoa tem que se alimentar de

3. Como você definiria uma alimentação equilibrada?

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ao dia.

- É não comer muito.

- É comer devagarzinho.

- É uma comida saudável.

3 em 3 horas, 6 vezes ao dia. Não é o comer

muito, é comer devagarzinho ir se alimentando

com frutas, uma comida saudável sem trans.

Muita bolacha, biscoito, não é legal. Comendo

isso não está se alimentando, está se

estragando.

ID 10 – É não usar óleo para nada. É não usar óleo para nada. Não fazer nada à

milanesa, mas fazer no forno.

ID 11 – É comer de tudo um pouco. Comer de tudo um pouco, mas também com

sabedoria. Tudo seria: todo dia um pouco de

cada coisa, fruta, verdura, carne, leite, doce.

ID 12 – É leite, queijo e carne.

- É comer também carne que pode ser de

porco, apesar de fazer mal.

Tomar leite, comer queijo fresco e também

carne que pode ser de porco, apesar de fazer

mal a gente come para matar a vontade.

ID 13 – É comer pouco.

- É comer certo.

Comer pouco e comer certo: comer mais fruta,

mais verdura.

ID 14 – É comer arroz e feijão. Comer arroz e feijão porque não engorda, junto

com uma salada e carne cozida.

ID 15 – É comer fruta, verdura, carne. É comer fruta, verdura, carne, tudo na medida

para ter equilíbrio e vitamina.

ID 16 – É não abusar.

- É comer todo dia o arroz e feijão.

É não abusar. É comer todo dia o arroz e feijão

que são essenciais e também um pedacinho de

carne.

ID 17 – É com menos sal e gordura.

- Alimento que tem muita gordura eu

gosto.

Acho que é a que faz bem para a saúde: comer

menos sal e gordura. Alimento que tem muita

gordura eu gosto.

ID 18 – Não tem muita gordura.

- É balanceada.

É aquela que não tem muita gordura, que seja

bem balanceada.

ID 19 – Não respondeu. -

ID 20 – É comer tudo que precisa. É comer tudo que você precisa: todas as

vitaminas A, B, C, D, F, gorduras, proteínas (as

carnes têm as proteínas).

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