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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIAESCOLA DE MEDICINA
INTERNATO DE PEDIATRIA- 6ª Série
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Brasília, 12 de setembro de 2015
www.paulomargoto.com.br
Trabalho apresentado pelo Interno Paulo Nilo S. de Araújo
sob orientação da Dra. Carmen Faria da S. Martins
INTRODUÇÃO A cetoacidose diabética (CAD) é uma causa frequente de
admissão em emergência ou unidade de tratamento intensivo pediátrico (UTIP) e, mesmo nos dias atuais, apresenta alta morbidade e mortalidade.
Apesar de todo o arsenal terapêutico, a CAD permanece sendo a principal causa de morte em crianças e adolescentes com DM tipo 1 (DM1).
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(PIVA et al; 2007)
INTRODUÇÃO A maioria dos casos fatais está relacionada ao
desenvolvimento de edema cerebral, que está presente em 0,5 a 2% dos pacientes com CAD, com mortalidade de 40 a 90% e capaz de produzir sequelas em 10 a 25% dos sobreviventes.
Outras causas de morbimortalidade são hipocalemia, hipercalemia, hipoglicemia, infecções e alterações do sistema nervoso central.
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(PIVA et al; 2007)
INTRODUÇÃO Em pacientes com diabetes previamente diagnosticada, a CAD
costuma estar relacionada ao uso inadequado de insulina.
Adolescentes apresentam problemas de adesão ao tratamento e à dieta, assim como fatores psicológicos associados a distúrbios alimentares que podem ser os desencadeantes em até 20% dos casos de CAD recorrente.
Entre os fatores precipitantes mais comuns de CAD, estão as infecções (30 a 40% dos casos).
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(PIVA et al; 2007)
INTRODUÇÃO Altas doses de glicocorticóides, antipsicóticos atípicos,
diazóxido e algumas drogas imunossupressoras foram relatadas como precipitantes de CAD em pacientes sem diagnóstico prévio. Outras causas de CAD são a pancreatite e o trauma.
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(PIVA et al; 2007)
QUADRO CLÍNICOQUADRO 1. Manifestações da cetoacidose diabética
Sintomas Achados físicos
Náuseas/vômitos
Emagrecimento ocasional
Polifagia
Polidipsia/poliúria
Dor abdominal
Falta de ar
Hálito cetônico
Taquicardia
Desidratação/hipotensão
Taquipneia/ respiração de
Kussmaul
Hipersensibilidade abdominal
Letargia/obnubilação/edema
cerebral/possivelmente coma6
(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005; LONGO et al; 20013)
DIAGNÓSTICOQUADRO 2. Diagnóstico laboratorial
Critérios laboratoriais na cetoacidose diabética
Hiperglicemia (glicemia > 300 mg/dL)
Cetonemia (cetonas totais > 3nmol/L)
Glicosúria
Cetonúria
pH (arterial ou venoso) < 7,3
BIC < 15 mEq/L7
(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005)
FISIOLOPATOLOGIA
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(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005)
TRATAMENTOADMISSÃO Identificar o quadro (diagnóstico clínico e laboratorial);
Manter e/ou restabelecer sinais vitais;
ABC de reanimação;
Monitorização clínica e hemodinâmica (FC, FR, PA, diurese, volume administrado e nível de consciência)
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(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005)
TRATAMENTOPRIMEIRA HORA DE TRATAMENTO 1. Hidratação cuidadosa (perda de 5 a 10% de peso)-100 mL/kg
em 12 horas.
Fase de expansão inicial:- Se choque: SF 0,9% ou RL 30 a 50 mL/Kg EV até restabelecer
condição circulatória.- Ausência de choque: SF 0,9% ou RL 20 mL/kg EV em 1 hora.
Correção da acidose (pH < 6,9 ou BIC < 5 mEq/L):- mEq BIC= 0,3 x peso (kg) x (BIC esperado-observado) 10
(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005)
TRATAMENTOSEGUNDA HORA DE TRATAMENTO 1. Restauração hídrica:- Fase de reparação: SF 0,9% ou RL 80 mL/kg nas 11 horas
seguintes; mudar a reparação para SFG 1:1 (SF 0,9% e SG 5%) quando glicemia < 250 mg/dL, mantendo o volume a ser infundido e liberar a dieta quando o nível de consciência permitir;
- Fase de reposição: acrescentar à reparação o volume da diurese maior a 4 mL/kg/h.
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(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005)
TRATAMENTO 2. Restauração eletrolítica:- Acrescentar potássio se diurese presente e K < 6 mEq/L –
1:1 KCl 19,1 % e K2PO4;- K < 4,5 mEq/L – Solução a 40 mEq/L;- 4,5 < K > 6 mEq/L – Solução a 20 mEq/L;
3. Insulinoterapia intramuscular:- Ataque: insulina regular 0,1 UI/kg; - Manutenção: insulina regular 0,1 UI/kg/h;
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(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005)
TRATAMENTO- Quando a glicemia < 250 mg/dL e o paciente estiver hidratado,
iniciar insulina regular 0,25 UI/kg subcutânea, a cada 4 horas.
4. Insulinoterapia endovenosa (UTI):- Ataque: insulina regular 0,1 UI/kg em bolus;- Manutenção: insulina regular 0,1 UI/kg/h em bomba de infusão;- Quando ocorrer queda da glicemia maior de100 mg;dL/h ou
glicemia < 250 mg/dL diminuir taxa de infusão pra 0,05 UI/kg/h;- Paciente hidratado e com cetonúria negativa: suspender
insulinoterapia e iniciar insulina regular 0,25 UI/kg subcutânea, a cada 4 horas.
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(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005)
TRATAMENTODOZE HORAS APÓS A ADMISSÃO 1. Insulinoterapia:- Primodescompensação: 0,5 UI/kg/dia de insulina NPH SC 2/3
pela manhã e 1/3 tarde e insulina regular (0,1 UI/kg) pré-prandiais conforme controles;
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(MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005)
CASO CLÍNICO Identificação:
LGA, sexo feminino 12 anos Branca Procedente de Sobradinho - DF Peso = 27 kg Acompanhantes: mãe e pai
QP: “cansaço” há 4 dias15
(CAVALCANTI, 2014)
CASO CLÍNICO HDA
Criança encaminhada do Hospital Daher após contato prévio. Pais referem ter percebido polifagia, polidipsia e poliúria há cerca de 2 meses, com piora do estado geral (hiporexia e sonolência) nos últimos 4 dias e perda de 3 kg nos últimos 15 dias.Glicemia capilar há 1 hora: 364 mg/dlGlicemia capilar agora: 445 mg/dlNega vômitos.Não foram realizados exames (gasometria e cetonúria) no hospital de origem 16
(CAVALCANTI, 2014)
CASO CLÍNICO Ao exame físico:
Bom estado geral, corada, desidratada +/4+, afebril e ativa
ACV: ritmo cardíaco regular com bulhas normofonéticas em 2T, sem sopros
AR: MV fisiológico, sem ruídos adventícios Abdome: normotenso, indolor, RHA +, sem
visceromegalias ou massas Extremidades bem perfundidas e sem edema Pele íntegra
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(CAVALCANTI, 2014)
CASO CLÍNICO Exames iniciais Cetonúria 3+ Gasometria arterial
-pH 7,237
-PCO2 15,5
-PO2 107,4
-SatO2 97,5%
-HCO3- 6,4
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(CAVALCANTI, 2014)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASCAVALCANTI, S. B. de V. Caso clínico: cetoacidose diabética. ESCS. 2014. Disponível em < www.paulomargotto.com.br > acesso em 09 de setembro de 2015.
LONGO, D. L. et al (org). Medicina interna de Harrison. 18 ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
MORAIS; M. B de; CAMPOS, S. de O; SILVESTRINI, W, S (org). Pediatria. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar: UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina. São Paulo: Manole, 2005.
PIVA, J.P et al. Cetoacidose diabética na infância. Jornal de Pediatria - Vol. 83, Nº 5(Supl), 2007.
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