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N.º 9 | MARÇO/ABRIL 2015 | WWW.OFICINA.TURBO.PT | 2,2€ PUBLICIDADE ESPECIAL . São fundamentais para o bom funcionamento de uma oficina e são cada vez mais sofisticados. Analisamos o mercado, a oferta, as novidades de produto e a opinião das principais marcas GALIUS A ESTRATÉGIA DA “NOVA” RENAULT TRUCKS, AGORA SOB A DIREÇÃO DE RICARDO GOMES GALUCHO POR DENTRO DA EMPRESA PORTUGUESA QUE FAZ SEMIRREBOQUES POR MEDIDA EQUIPAMENTOS OFICINAIS SALÃO REPORTAGEM NA MOTORTEC, EM MADRID ENTREVISTA JOSÉ BENTO, DA WABCO CARROÇARIAS JORGE PIRES ALVES BANDEIRA TYRES

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O destaque desta edição da TURBO OFICINA PESADOS vai para os equipamentos oficinais, fator-chave para uma boa reparação e manutenção dos veículos. Publicamos também a primeira entrevista a Ricardo Gomes, diretor-geral da Galius, a nova empresa responsável pela Renault Trucks em Portugal. José Bento, da Wabco, fala da estratégia e das novidades da empresa e visitámos ainda várias empresas do setor, como a Galucho ou a Jorge Pires. Isto e muito mais para ler na única revista de aftermarket para pesados em Portugal.

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N.º 9 | MARÇO/ABRIL 2015 | WWW.OFICINA.TURBO.PT | 2,2€

PUBLICIDADE

E S P E C I A L .

São fundamentais para o bom funcionamento de uma oficina e são cada vez mais sofisticados. Analisamos o mercado, a oferta,

as novidades de produto e a opinião das principais marcas

GALIUS A ESTRATÉGIA DA “NOVA” RENAULT TRUCKS, AGORA SOB A DIREÇÃO DE RICARDO GOMES

GALUCHO POR DENTRO DA EMPRESA PORTUGUESA QUE FAZ SEMIRREBOQUES POR MEDIDA

EQUIPAMENTOS OFICINAIS

SALÃO

REPORTAGEM

NA MOTORTEC,

EM MADRID

ENTREVISTA JOSÉ BENTO, DA WABCO CARROÇARIAS JORGE PIRES ALVES BANDEIRA TYRES

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 3

PROPRIEDADE E EDITORATERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDANPC508735246CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAISSEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJASTELEFONES 211 919 875/6/7/8FAX 211 919 874E-MAIL [email protected]

DIRETORCLÁUDIO [email protected]

REDAÇÃOPAULO [email protected]ÃO CERQUEIRAANDRÉ BETTENCOURT [email protected]ÓNIO [email protected] [email protected] [email protected]

DIRETORA COMERCIALANABELA [email protected]

EDITOR DE ARTE E INFOGRAFIARICARDO [email protected]

PAGINAÇÃOLÍGIA [email protected]

GESTORA DE BASE DE DADOSANABELA [email protected]

FOTOGRAFIAJOSÉ [email protected]

SECRETARIADO DE REDAÇÃOSUZY [email protected]

CONSULTOR EDITORIAL JOÃO ALMEIDA

COLABORADORESPEDRO MONTENEGRO

PARCERIASAPVGN CENTRO ZARAGOZACESVIMAP IMPRESSÃOJORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 92820-652 CHARNECA DA CAPARICADISTRIBUIÇÃOVASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉMTEL. 214 337 [email protected]ÃO DE ASSINATURASVASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, [email protected] EXEMPLARESIsenta de registo na ERC ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6 Art.o 12º nº 1 A.

INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

N.º 9 | MARÇO/ABRIL 2015sumário

Editorial.............................................................................................. P.4

Grande EntrevistaJosé Bento - WABCO .............................................................................. P.6

Notícias............................................................................................... P.10

EmpresaGalucho ........................................................................................................ P.18

Acraluv ......................................................................................................... P.22

Dekra ............................................................................................................. P.24

Empresa em destaqueJorge Pires ................................................................................................. P.26

EstratégiaRicardo Gomes - Galius ...................................................................... P.30

EstatísticaVendas de pesados ACAP 2014 ...................................................... P.34

EspecialEquipamentos oficinais ...................................................................... P.36

SalãoMotortec Madrid .................................................................................... P.46

Expomecânica .......................................................................................... P.52

FrotasTracar............................................................................................................. P.54

CamiõesRenting MAN ............................................................................................. P.58

AutocarrosVDL................................................................................................................... P.62

Técnica Auxiliares para carroçarias .............................................................. P.66

Técnicas de condução avançada ................................................... P.70

Euro 6 Bosch ............................................................................................. P.72

LegislaçãoNovas regras para circular em Espanha .................................... P.73

Pneus Alves Bandeira Tyres ............................................................................ P.74

Distrityres ................................................................................................. P.78

AmbienteOpinião APVGN ........................................................................................ P.80

Opinião João Almeida.................................................................. P.82

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Investimento rentável

Os camiões e os autocarros estão cada vez mais sofisticados e a eletrónica tem operado uma autêntica revolução, tanto a nível mecânico, como de conforto, bem-estar e segurança para quem passa horas e horas ao volante. A informação sobre cada um dos produtos é cada vez maior, também. Chegados a este ponto de evolução, deparamo-nos

com um paradigma: a questão relacional é cada vez mais importante, algo tão simples como sempre aconteceu. A relação entre as pessoas, entre o comercial da marca (seja um construtor ou uma marca ou empresa de Aftermarket) com o seu cliente final. Este cliente do setor dos pesados é, geralmente, mais fiel do que nos ligeiros e, pelo cariz mais profissional deste mercado, necessita de provas firmes de que tem a ganhar com a mudança, seja na marca de camiões ou autocarros que compra, na sua manutenção ou no fornecedor de peças e serviços. É, por isso, vital que o pós-venda tenha uma força comercial própria dentro de cada empresa da cadeia de fornecimento ao consumidor final deste mercado, independentemente da sua dimensão. Estar próximo, conhecer as dificuldades e as necessidades dos clientes e identificar oportunidades temque fazer parte da estratégia de negócio. É um investimento que se faz, com resultados que, por vezes, não são tão rápidos como o desejado. Mas se este trabalho de acompanhamento for bem feito é muito provável que se ganhe (ou recupere) um cliente rentabilizando esse investimento. Como tal, são as pessoas que continuam a ter um papel fundamental nos negócios, mesmo que a tecnologia esteja num ponto muito avançado e que seja uma ajuda inegável. Não dê por mal gasto o investimento que faz na sua equipa comercial e seja exigente com o seu trabalho. São eles a cara da sua empresa e são eles que mais influenciam o seu negócio. Ninguém consegue vendas sem um bom produto (seja qual for a sua mais-valia), mas sem bons comerciais a venda dificilmente se faz e a relação de confiança e de longo prazo torna-se praticamente impossível.

editorial

É VITAL QUE O PÓS-VENDA TENHA UMA FORÇA COMERCIAL PRÓPRIA DENTRO DE CADA EMPRESA DA CADEIA DE FORNECIMENTO AO CONSUMIDOR FINAL, INDEPENDENTEMENTE DA SUA DIMENSÃO. ESTAR PRÓXIMO, CONHECER AS DIFICULDADES, AS NECESSIDADES DOS CLIENTES E IDENTIFICAR OPORTUNIDADES É UM INVESTIMENTO CRUCIAL.

Cláudio Delicado DIRETOR [email protected]

6 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

José Bento. “Atingimos um novo recorde de vendas no aftermarket em 2014”A WABCO é pioneira em tecnologias de última geração para sistemas de travagem, estabilidade e automatização da transmissão para veículos pesados. O crescente número de veículos equipados de origem com os seus produtos, tem gerado um aumento muito substancial na procura de peças de reposição e serviços. TEXTO JOÃO CERQUEIRA

José Bento, responsável da WABCO Portugal AM/OE, fala-nos nesta entrevista das grandes linhas estratégicas da WABCO a nível global, da sua

estruturação e oferta no mercado nacional e das mais recentes inovações tecnológicas para veículos pesados.A WABCO é fornecedor líder de tecnologias e sistemas de controlo que aumentam a

grande entrevista

segurança e a eficiência dos veículos pesados. Foi fundada há quase 150 anos, continuando hoje a ser pioneira em tecnologias de última geração para sistemas de travagem, estabilidade e automatização da transmissão. Fornece os maiores fabricantes mundiais de camiões, autocarros e reboques e também o aftermarket de veículos pesados.A segurança, a defesa do meio ambiente e o

aumento da eficiência energética são hoje apostas muito claras da estratégia da WABCO. Como conseguem estar em tantas frentes?A nossa gama de tecnologias de segurança cobre quase todo o tipo de incidentes na estrada, fornecendo soluções sofisticadas que integram tecnologias de apoio ao condutor com sistemas de travagem, suspensão e chassis. As equipas de engenharia e produção da WABCO

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sistema eletrónico de travagem (EBS), em função das necessidades específicas ou dos requisitos legais de cada região. A globalização também é um dos nossos factores de diferenciação pelo valor que nos permite oferecer aos clientes. Nós antecipamos as necessidades específicas de cada mercado e oferecemos uma capacidade de resposta global e economias de escala para suportar as necessidades dos nossos clientes em todas as regiões do mundo. Investimos significativamente na globalização das capacidades da nossa empresa – desde o desenvolvimento de produtos, otimização da nossa cadeia de fornecimento global e rede de fábricas e a criação de equipas de gestão locais.

SERVIÇOS EM PORTUGALEm Portugal, a nível de produtos e serviços qual é a oferta existente e como está estruturada a rede de distribuição e de oficinas?

Em Portugal, a WABCO oferece toda a sua gama de produtos e serviços para o aftermarket, incluindo sistemas de diagnóstico, ferramentas de suporte, programas de formação e software específico de diagnóstico em português. Fornecemos soluções de alta qualidade de serviços e manutenção para todas as grandes marcas de camiões, reboques, autocarros e de veículos fora de estrada. O nosso negócio de pós-venda é totalmente focado nos clientes e é suportado pela rede de oficinas WABCO Service Partner – todas elas certificadas pela qualidade de serviço oferecida às frotas e aos operadores logísticos. Isto põe ao dispor dos clientes uma gama de mais de 10.000 soluções personalizadas de reparação, substituição, reequipamento e remanufactura durante toda a vida útil do veículo.Na Península Ibérica, a WABCO está sediada em Madrid e serve todo o país. Nesta sede também temos um armazém especializado bem como um centro de apoio técnico e de

desenvolvem novos produtos e funções que proporcionam uma maior facilidade de controlo dos veículos em situações limite de condução, bem como um aumento da eficiência e do conforto do condutor. Para além disso, é verdade que a WABCO está na linha da frente no setor de veículos pesados a nível de protecção do meio ambiente. A nossa visão de melhoria significativa na eficiência do veículo e sustentabilidade ambiental é baseada na nossa concentração em 3 áreas chave: aumentar a poupança de combustível através da redução do consumo de energia dos sistemas de travagem e produtos relacionados; melhorar os rácios de peso dos nossos produtos através da utilização de materiais mais leves e do aumento da performance dos produtos existentes; e desenvolver sistemas de recuperação de energia do veículo.Qual é a vossa estratégia para manter essa posição de liderança tecnológica em tantas áreas chave?A WABCO tem uma fórmula única de diferenciação que conjuga antecipação, criatividade e execução. A antecipação é totalmente abrangente desde a dinâmica própria do mercado até à evolução das necessidades dos clientes. A criatividade expressa-se na forma como nós conseguimos inventar, antes dos nossos concorrentes, novas tecnologias e soluções de serviço ao cliente. É irrefutável que ajudamos a moldar o futuro da indústria de veículos pesados em todo o mundo. Finalmente, as equipas da WABCO são incansáveis no seu compromisso de melhoria contínua das nossas normas, processos e resultados. Como conseguem diferenciar-se no mercado?A WABCO continua a canalizar a sua fórmula de diferenciação através dos seus 3 pilares estratégicos de liderança tecnológica, globalização e excelência de execução.O nosso registo histórico de liderança tecnológica contém muitas das maiores e mais importantes inovações da indústria de veículos pesados. Por exemplo, recentemente lançámos a nossa plataforma modular de Sistema de travagem (mBSP), uma estreia do setor. Isto permite aos fabricantes mundiais de veículos o equipamento intermutável dos seus distintos modelos de camiões e autocarros com sistemas de antibloqueio de travagem (ABS) ou com

“A NOSSA REDE DE OFICINAS COBRE MAIS DE 110 PAÍSES E INCLUI MAIS DE 2.200 WABCO SERVICE PARTNERS (WSP). EM PORTUGAL, TEMOS 12 WSP CERTIFICADOS”

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grande entrevista

formação completamente equipado. Com a nossa rede de distribuidores especializados e de oficinas certificadas também garantimos a rápida disponibilidade de todos os nossos produtos e serviços em Portugal. Para facilitar o acesso aos clientes portugueses e garantir a sua especialização nos nossos produtos, organizamos periodicamente cursos de formação itinerantes no nosso país. Adicionalmente, a nossa “WABCO University” fornece formação técnica, módulos de e-learning, formação comercial e serviços personalizados de consultoria.Para além do aftermarket a WABCO desenvolve outras atividades em Portugal?Para além das nossas atividades de pós-venda, também damos todo o suporte às fábricas de equipamento de origem, acrescentando valor através da introdução constante de inovadoras tecnologias que os ajudam a diminuir os custos operacionais, de desenvolvimento e de fabrico e manutenção dos veículos. Por exemplo, um camião equipado com todas as tecnologias de eficiência da WABCO pode melhorar a sua poupança de combustível em mais de 10%. Neste momento, trabalhamos em articulação com os principais fabricantes portugueses de veículos a motor, reboques e componentes.Quem são os WABCO Service Partners em Portugal?A WABCO oferece uma inovadora gama de serviços de aftermarket, capacidades de diagnóstico e programas de formação para apoiar os frotistas e os operadores logísticos durante toda a vida útil dos veículos. A nossa rede de oficinas cobre mais de 110 países e inclui mais de 2.200 WABCO Service Partners (WSP). Aqui em Portugal, temos 12 WSP certificados que podem ser facilmente localizados no nosso site www.wabco-auto.com/pt/findwabco.Qual é a oferta desta rede de serviço para os utilizadores finais da WABCO? As oficinas WABCO Service Partner são certificadas segundo critérios qualitativos seletivos que envolvem a formação dos funcionários, a qualificação do equipamento e o profissionalismo dos seus processos operacionais. Como resultado, os nossos parceiros oferecem serviços de alta qualidade em diagnóstico, manutenção e reparação durante toda a vida útil dos veículos, assim como a gestão de garantias WABCO.Qual é o peso do Aftermarket no volume de negócios?Em 2014, a WABCO aumentou as suas vendas no mercado de reposição em 12,7%, estabelecendo um novo recorde anual de vendas no aftermarket. No seu todo, a rede de distribuidores de aftermarket representa o segundo maior grupo dos nossos clientes.O crescente número de veículos utilizados a nível mundial equipados com os nossos produtos, tem provocado um aumento contínuo da procura de peças de reposição e serviços, gerando assim um crescimento

do volume de negócios do aftermarket. Paralelamente, também continuamos a desenvolver a nossa oferta de serviços tais como o diagnóstico, formação e outros serviços para oficinas e frotas que irão permitir um aumento da nossa presença no aftermarket de veículos pesados. A nossa diferenciação no aftermaket está reforçada através da nossa subsidiária Transics International, um dos maiores fornecedores de soluções de gestão de frotas em toda a Europa. A combinação da WABCO e da Transics vem totalmente ao encontro do nosso objetivo estratégico de reforçar as relações comerciais com as frotas em todo o mundo.

NOVIDADES PARA O MERCADOA WABCO apresentou na última edição do IAA a nova solução para frotas TX-TRAILERGUARD. Em que consiste e como funciona?A TX-TRAILERGUARD é uma nova solução de gestão de frotas que combina as funcionalidades da premiada solução de telemática TrailerGUARD, da WABCO, com a plataforma de software de “back-office” TX-CONNECT, da Transics. Esta nova geração de telemática para reboques ajuda os operadores de frotas de veículos pesados a melhorar a segurança e a eficiência dos seus veículos, e também a reduzir custos. Esta solução assinala a primeira integração de produto depois da aquisição da Transics, em Fevereiro de 2014. O sistema telemático TrailerGUARD permite a monitorização remota de diversos dados de

operação do veículo, tais como performance do sistema de travagem (EBS), avisos de capotamento, quilometragem, carga sobre os eixos, pressão dos pneus, temperatura interna e estado de portas de reboques frigoríficos, entre outras funções. O TX-CONNECT agrega estes conjuntos de dados num único resumo e em relatórios de gestão, fornecendo informação adicional aos gestores da frota, o que permitirá um aumento da eficiência e da segurança dos seus veículos, através da análise dos indicadores de estilo de condução dos seus condutores, incluindo excessos de velocidade e excessiva utilização de travagens pesadas. Devido a esta capacidade de diagnóstico remoto ficam facilitadas as possibilidades de organização da manutenção preventiva. Apresentado na IAA 2014, no passado mês de Setembro, a WABCO e o seu negócio de gestão de frotas Transics International já ganharam o seu primeiro cliente. A Transics equipará toda a frota do ASKO NorgesGruppen da Noruega.Também apresentaram o OptiLink. Como funciona e quais são os seus potenciais clientes?

“O NOSSO REGISTO HISTÓRICO DE LIDERANÇA TECNOLÓGICA CONTÉM MUITAS DAS MAIORES E MAIS IMPORTANTES INOVAÇÕES DA INDÚSTRIA DE VEÍCULOS PESADOS”

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O OptiLink é a primeira tecnologia na indústria de veículos pesados que permite a monitorização e operação remota de diversas funções de segurança e eficiência de camiões e reboques simplesmente através de um dispositivo móvel, por exemplo, um smartphone. A aplicação OptiLink-App está disponível em 11 línguas, incluindo o português, tratando-se do sistema mais abrangente no setor para a gestão do conjunto trator-reboque. A nova aplicação móvel permite aos gestores de frotas e aos condutores aumentar a segurança e a eficiência dos seus veículos, maximizando assim o conforto e eficiência dos condutores. Adicionalmente, o OptiLink, ajuda a reduzir os custos de operação e a otimizar a performance dos veículos. Uma apresentação clara e simples dos dados gerados pelos diversos sistemas dos veículos tais como a regulação da suspensão, elevação do eixo e funções de travagem, fazem com que seja muito fácil de utilizar. Os utilizadores também podem facilmente adaptar os ecrãs do Optilink às suas necessidades específicas. Outra novidade é a nova plataforma do sistema de modular de travagem mBSP. Em que consiste esta nova arquitetura de sistema de travagem?A nossa plataforma modular de Sistema de travagem (mBSP) é uma estreia no setor. Dá aos clientes de todo o mundo a possibilidade de equiparem de forma indistinta as suas diversas plataformas de camiões e autocarros com o sistema de anti-bloqueio de travagem (ABS) ou sistema electrónico de travagem

(EBS,) em função das necessidades específicas ou dos requisitos legais de cada região. A nova geração mBSP da WABCO caracteriza os mais elevados padrões de componentes e softwares de sistemas ABS e EBS. A integração de sistemas reduz os custos e o número de componentes devido ao elevado conjunto de peças transferidas, compatibilidade mecânica de todos os componentes em função do espaço de montagem standard, e de uma arquitetura de software comum que aumenta as sinergias entre o ABS e o EBS. Quais são as principais características do “Programa Reboque Inteligente” da WABCO?No atual ambiente de alta competitividade do setor do transporte, os profissionais de todo o mundo procuram soluções que os ajudem a reduzir os custos do transporte aumentando, ao mesmo tempo, o conforto dos condutores, a segurança e a performance ambiental. Através do nosso inovador “Programa Reboque Inteligente”, a WABCO contribui significativamente para o setor. Este galardoado programa oferece as principais funções para uma melhoria da segurança e da eficiência, num só programa, para todos os tipos de reboques e semirreboques. É constituído por distintos módulos e funções que podem ser utilizados de forma conjunta ou separada. Os fabricantes de reboques e os operadores de frotas podem selecionar as funções mais relevantes para as suas necessidades específicas em função da solução economicamente mais eficaz. As funções e tecnologias do reboque inteligente podem ser divididas em 3 grupos, nomeadamente, tecnologias de segurança, tecnologias de eficiência e telemática. Tecnologias avançadas de segurança do reboque tais como o TailGuard ou o módulo de Ajuda Contra o Capotamento (RSS) apoiam a segurança de operações em situações críticas de condução e contribuem para a redução de acidentes, fatalidades e danos nos veículos, reduzindo também os tempos de paragem da frota. Exemplos de avançadas tecnologias de eficiência para reboques são o Optilevel, um Controlo Eletrónico de Suspensão (ECAS) modular, ou o Optiload, um sistema que usa a informação do sensor de pressão dos foles de suspensão para otimizar a carga sobre os eixos do reboque. Os últimos avanços nas tecnologias do reboque inteligente são ao nível da telemática, tais como as soluções da WABCO que combinam dados em tempo real do sistema de travagem (pressão dos pneus, velocidade das rodas, desgaste de pastilhas ou carga sobre os eixos) com outros dados operacionais do veículo. Conjugada com a especialização em gestão de frotas da Transics International, um dos líderes de mercado na Europa, as tecnologias de telemática para reboques da WABCO trazem um inovador conjunto modular de soluções para gestão de frotas.

O que é o sistema TailGuard?O TailGUARD é um sistema avançado de apoio ao condutor que combina a monitorização da marcha-atrás e a travagem automática. Uma tecnologia de segurança para reboques comprovada desde 2010, também agora disponível para camiões e autocarros.Um máximo de 6 sensores ultra-sónicos na parte traseira do veículo medem a distância aos objectos durante manobras de marcha-atrás (até uma distância de 3m). O EBS do reboque processa esta informação eletronicamente e pára automaticamente o reboque a uma distância segura de 50 a 200 cm do objecto. Adicionalmente, o EBS do reboque, monitoriza a velocidade baseada nos sensores das rodas durante a marcha-atrás e alerta o condutor através de sinais visuais e sonoros, antes de accionar automaticamente os travões para prevenir colisões. Uma nova introdução neste programa foi também o OptiFlow. De que se trata?Na IAA de 2014, a WABCO apresentou o novo OptiFlow Tail, que é constituído por um inovador desenho modular de 4 painéis dobráveis que melhoram significativamente o fluxo do ar na traseira do reboque. O OptiFlow Tail amplia ainda mais a nossa gama de produtos de aumento da eficiência para os conjuntos tractor-reboque. Este produto foi construído com base na experiência ganha através das Optiflow Sidewings da WABCO, um original e patenteado condutor de fluxo de ar, especialmente concebido para otimizar o fluxo de ar por baixo e à volta do semirreboque, reduzindo a resistência aerodinâmica. Feito de um material extremamente robusto e, ainda assim, bastante leve, o Optiflow Sidewings provou em pistas de testes e na estrada um aumento da poupança de combustível até 5% em velocidades de auto-estrada. Instalando conjuntamente o Optiflow Tail e Sidewings, num conjunto articulado trator/semirreboque, a WABCO prevê uma poupança de combustível até 7%.Em que consiste o sistema OnLane e quando vai estar disponível no aftermarket?O OnLane é um poderoso sistema de aviso de saída de via não intencional baseado em câmaras. A nova versão também permite a função opcional de alerta de sonolência do condutor. O OnLane monitoriza continuamente a posição do veículo dentro das marcações delimitadoras da via de circulação, e deteta comportamentos de condução pouco fiável que podem indiciar sonolência do condutor. Ele alerta o condutor através de um aviso acústico e visual, melhorando assim a sua atenção, bem como a segurança geral do veículo e dos outros utentes da via. Os avisos do sistema podem ser transmitidos para sistemas de gestão de frotas. O OnLane da WABCO é aplicável em camiões, autocarros e veículos fora-de-estrada e também já se encontra disponível para o aftermarket.

10 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

notícias

Bilstein Group. PeçasFebi Truck em Portugal A

Ferdinand Bilstein Portugal, empresa que detém as marcas Blue Print e SWAG, irá a partir de Abril de 2015 ser também

responsável pela distribuição em Portugal da gama de pesados do bilstein group, a febi Truck Division.Com a introdução da febi Truck Divison, marca especializada em peças para veículos pesados, a empresa consegue assim complementar a sua atual distribuição da SWAG e Blue Print, aumentando a sua oferta de soluções para o pós-venda independente nacional. Tal como existe atualmente com estas duas marcas, a Ferdinand Bilstein Portugal, S.A. irá disponibilizar também para o mercado

nacional um completo stock para veículos pesados da febi e atendimento local, garantindo assim elevados níveis de serviço.Com mais de 15.000 aplicações, a gama para veículos pesados da febi bisltein oferece uma extensa gama de peças de substituição direta para camiões, reboques, semirreboques e autocarros, dos principais fabricantes europeus de veículos comerciais, como é o caso de Mercedes-Benz, MAN, Volvo Trucks, Scania, Renault Trucks, DAF, Iveco, entre outros. A oferta da febi Truck Division está em constante expansão e conta com contínuas inovações e introduções de novas linhas de produto. Na gama de pesados da febi bilstein, destaca-se ainda a competência chave da marca ao

AUTOPROMOTEC. ÊNFASE NO GPL PESADOS

HANKOOK E SCHMITZ CARGOBULL. COOPERAÇÃO ESTRATÉGICA ESTENDIDA

Ofabricante de pneus premium Hankook vai continuar a colaborar estrategicamente com a Schmitz

Cargobull, nomeadamente no que respeita à disponibilização dos seus pneus TBR, agora adaptados às condições europeias para garantir a maior eficiência ambiental e durabilidade, incluindo as séries e-cube/e-cube MAX e SmartWork.Assim, o acordo de cooperação recentemente assinado especifica que estes pneus serão montados de origem em todos os atrelados da Schmitz Cargobull, inicialmente apenas no mercado europeu e cobrindo nove tamanhos de atrelado, na gama 19,5 e 22,5 polegadas, incluindo o tamanho 455/40 R 22.5 disponível para os Hankook e-cube MAX.Ho-Youl Pae, diretor de operações da Hankook para a Europa, afirma que “a expansão da nossa cooperação com a Schmitz Cargobull prova o reconhecimento da qualidade dos nossos produtos e ajuda-nos na expansão das atividades pan-europeias neste segmento”.

nível da direção e suspensão, com uma alta cobertura de mercado. Poderá consultar a gama completa para veículos comerciais da febi Truck Division no catálogo de internet em www.truck.febi-parts.com.

Os organizadores da Autopromotec, a exposição bienal dedicada ao aftermarket automóvel, vai ter uma

exposição dedicada aos veículos industriais com especial ênfase no GPL. Em comunicado enviado à imprensa, a iniciativa, lançada pela primeira vez na edição de 2011, foca-

se sobretudo em pesados e inclui um catálogo exclusivo para todas os expositores envolvidos na manutenção, reparação, e produção de peças e componentes para este tipo de veículos.A Autoprometec realiza-se de 20 a 24 de Maio de 2015, em Bolonha.

C umprir as mais recentes e exigentes especificações dos fabricantes, racionalizar a

quantidade de produtos necessários para a correta lubrificação de frotas multimarca e desenvolver novas formulações que cubram várias especificações, foram os objetivos dos novos lubrificantes da linha Galp Galáxia, todos eles desenvolvidos com tecnologia de ponta e bases 100% sintéticas. Um dos lubrificantes é o Galp Galáxia Extreme Supra 5W30, especialmente desenvolvido para cumprir os requisitos da norma MAN M3677 (que cobre a MAN M3477), que devido ao seu baixo teor em cinzas, fósforo e enxofre (low-SAPS), protege e garante a longevidade dos sistemas avançados de tratamento de gases de escape tais como Filtros de Partículas Diesel (DPF), sistemas de Recirculação de Gases de Escape (EGR) e conversores catalíticos de óxidos de azoto (SCR NOx). A segunda novidade é o Galáxia Ultra Plenus 10W40, desenvolvido com tecnologia de

GALP. LANÇA TRÊS NOVIDADES EM LUBRIFICANTES PARA PESADOS

topo, combina as mais recentes e exigentes especificações ACEA e API, tornando-o adequado para aplicação nos motores mais recentes de origem europeia e americana. É apresentado como um produto global, uma vez que cobre todas as especificações ACEA existentes

no mercado para veículos pesados, nomeadamente: ACEA E4/E6/E7/E9. A terceira novidade é o Galp Galáxia Ultra S3, especialmente desenvolvido para cumprir os exigentes requisitos da especificação Scania LDF-3, tornando-o adequado para os novos motores Scania do tipo EURO VI. É particularmente adequado para intervalos de muda de óleo até 120.000 km. Este lubrificante apresenta uma performance abrangente, cumprindo as especificações “normal SAPS” referência do mercado: ACEA E4/E7, VOLVO VDS-3, MB 228.5, MAN M3277, entre outras, o que permite a sua utilização em motores do tipo EURO V onde estas especificações sejam exigidas.

Civiparts. Disponibiliza nova gama Varta

patenteada PowerFrame, um inovador sistema de circulação de ácido, componente de tecnologia de referência Varta, que garante uma melhor circulação do ácido e mantém a aceitação da carga ao máximo nível, uma elevada resistência às vibrações, que reduz ao mínimo o risco de falhas e previne as avarias (ideal para a sua instalação na extremidade do chassis) e a função “hotel” que fornecerá energia de forma fiável a todos os dispositivos e equipamentos eletrónicos a bordo, inclusive com o veículo parado (de volta na estrada, recarrega-se totalmente).

EUROPART. ALARGA OFERTA EM BATERIAS

AEuropart anunciou que expandiu os seus catálogos, que agora passam a apresentar as mais recentes versões das

suas baterias de marca própria (Europart), em conjunto com outras marcas como a Varta, a Optima e a Exide. É também de referir a adição de uma vasta gama de produtos complementares que foram especialmente desenvolvidos para as baterias da Europart, numa seleção que conta com equipamentos de testes, carregadores, start boosters e outras opções. Nos novos suportes da Europart passam a estar

também disponíveis várias dicas e conselhos técnicos com cuidados a ter para a correta manutenção destes equipamentos.

AVarta Promotive EFB é uma bateria especialmente concebida para veículos comerciais de altas prestações. A

Promotive EFB satisfaz os mais exigentes requisitos de resistência às vibrações e as suas características técnicas garantem um melhor rendimento e uma fiabilidade total na estrada.O inovador dispositivo de circulação de ácido previne eficazmente a sua estratificação, um problema muito habitual nas aplicações de ciclo profundo. Fabricada na Europa de acordo com as mais estritas normas de qualidade, a Promotive EFB fornecerá energia de forma fiável às frotas comerciais e reduzirá drasticamente os tempos de inatividade.Disponível nas amperagens de 225Ah e 180Ah, esta bateria apresenta ainda a tecnologia de grelha PowerFrame que permite um funcionamento e durabilidade sem precedentes graças à conceção de grelha

Já está disponível o novo Catálogo de amortecedores SACHS para veículos pesados, que oferece uma cobertura de

cerca de 95% do parque de veículos. Esta edição apresenta importantes novidades, como a incorporação de 104 novas referências, que permite, segundo a marca do Grupo ZF, “oferecer o programa mais completo do mercado”, disponível para mais de 100 construtores de veículos de todo o mundo.A maioria destas novas referências pertence às versões mais recentes dos veículos de última geração, nos quais a SACHS tem uma importante presença em 1º equipamento, sendo exemplo disso os modelos Iveco Stralis, MAN Series TGA-TGM-TGS, Mercedes-Benz Antos-Aroc, RVI Midlum, Scania Series P, G, R, T e o Volvo Serie FMX.

SACHS. CATÁLOGO DE AMORTECEDORES 2015

AIgus é um fabricante alemão especialista em materiais plásticos. Depois de testes em ligeiros, a Wulf Gaertner utilizou

materiais em plástico IGUS de elevado desempenho para os terminais de direção para pesados. Devido à sua robustez e excelente resistência à temperatura, os engenheiros da Wulf Gaertner usam este material em terminais de direcção HD para camiões, onde níveis de tensão particularmente elevados resultantes do peso dos camiões, longa vida de serviço e estradas frequentemente em mau estado requerem soluções HD. Para minimizar o desgaste, a Wulf Gaertner aumentou o diâmetro da esfera da rótula de 40 para 45mm. A maior área de contacto entre a esfera e o encaixe de plástico aumenta a capacidade de carga em 26.5%.

MEYLE. PLÁSTICOS EM TERMINAIS HD

12 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

FOI NOTÍCIA QUE...… a Motorbus passou a ser distribuidor oficial da MAHLE, marca de componentes para motor, que disponibiliza uma gama abrangente de produtos de alta qualidade e a preços muito competitivos para veículos pesados.

… entre as muitas surpresas que a Bezares reservou para 2015 está a nova tomada de força com dupla saída para as caixas de velocidades ZF da série Ecosplit (com ou sem Intarder). Com corpo reforçado de duas saídas que podem ser utilizadas de forma independente, oferece mais flexibilidade, adaptando-se facilmente às mais diversas aplicações móveis. Este produto estará disponível na Póvoa Hidráulica no segundo trimestre de 2015.

… a CARF inaugurou mais uma plataforma logística, desta vez em Vila Real de Trás-os-Montes, depois de Lisboa, Leiria, Algarve e Porto. Desta forma, este especialista na distribuição de peças auto alarga a sua área de intervenção, alargado o serviço de entregas bi-diárias ás zonas transmontanas, a partir do Grande Porto e Minho, bem como a partir de zonas mais localizadas na zona centro do País.

… a Cromax deu início a um novo percurso no mercado português com a criação de uma rede de grandes distribuidores estabelecidos. Esta lista de parceiros será progressivamente adaptada para ir de encontro às necessidades e estratégias da marca, e a empresa contempla a possibilidade de, em determinadas áreas, optar pela venda direta ao mercado. Esta alteração foi já analisada por Rodrigo Serrano, Country Business Manager da especialista em sistemas de repintura para o território nacional, que afirmou que “esta é uma mudança empolgante e positiva para a Cromax”.

… a Impoeste iniciou a representação exclusiva da marca de tintas Nexa Autocolor em Portugal.

… a MAN Truck and Bus Portugal finalizou no início de Fevereiro o processo de mudança da sede, anteriormente situada em Algés, para as novas instalações situadas em Alverca do Ribatejo, no concessionário da MAN Hydraplan. O novo edifício da sede está localizado numa zona de fácil acesso às principais vias de comunicação, nomeadamente a A1, CREL e N10, bem como do aeroporto e capital.

… a Marangoni tem um novo piso, desenhado com as necessidades de quem rola com atrelados. Chama-se RZ Fe 100, completa a gama Ringtread e promete uma elevada quilometragem e baixa resistência ao rolamento, ajudando à poupança de combustível.

... A RPL Clima já tem disponível para o mercado do aftermarket o novo Catálogo 2015 de climatização/ar condicionado. Tal como o de 2014, o novo catálogo da RPL Clima está dividido por separadores para uma melhor identificação e visualização das peças adequadas a cada tipo de veículos. Está ainda organizado por veículos ligeiros, furgões e miniautocarros, camiões, máquinas de obras e por fim máquinas agrícolas. O catálogo, que é oferecido aos clientes, tem sempre uma componente técnica associada.

notícias

A empresa alemã “Modern Drive” certificou o dispositivo aerodinâmico de fluxo de ar SDR, da empresa norte-americana

Jost, com uma poupança de combustível de 3,14%. Os ensaios foram realizados no Centro de Testes da Bosch, na localidade alemã de Boxberg, por esta empresa independente especializada em certificações de consumo combustível. O veículo utilizado foi um Mercedes-Benz Actros equipado com um semirreboque frigorífico Krone Cool Liner.O difusor SDR é instalado sobre o teto na traseira da caixa de carga, melhorando o fluxo de ar, o que contribui para aumentar a eficiência de consumos. O valor de 3,14% de economia certificada representa uma poupança de mais 2.000 euros/ano por cada camião em operação no transporte internacional.Esta certificação faz também do Jost SDR um

JOST. DIFUSOR SDR CONTRIBUI PARA POUPAR COMBUSTÍVEL

dos dispositivos de poupança de combustível mais eficazes e rápidos no retorno do investimento, recuperando o seu custo, incluindo a instalação, em menos de 6 meses.Com a nova versão do SDR, a Jost lançou uma gama completa de kits de instalação personalizados para cada carroçaria em função do fabricante.

F undada em 1995, a Motorbus – Bus & Truck, celebra este ano o seu vigésimo aniversário. Com as suas primeiras

instalações na Zona Industrial da Mina – Canelas/Vila Nova de Gaia, a Motorbus iniciava em Agosto de 1995 um percurso sustentado até aos dias hoje.Durante esse percurso, vários momentos foram marcando a evolução da empresa: a mudança para as actuais e maiores instalações também em Canelas/Vila Nova de Gaia mas

MOTORBUS. CELEBRA O SEU 20.º ANIVERSÁRIO EM 2015

na Zona Industrial da Urtigueira, a atribuição da Certificação da APCER, a atribuição do estatuto de PME Líder e o estatuto de PME Excelência em 2012 e 2013, entre outros.Durante o corrente ano, muitas novidades e promoções especiais acontecerão para celebrar a data, como é o caso da promoção 20 anos/20 produtos inserida nas suas newsletters bimestrais durante todo o ano e que começou já no primeiro número do ano.

ALisnova reuniu muito recentemente, durante três dias, um conjunto de profissionais da área técnica em sistemas

diesel para efetuarem uma formação com Giuseppe Monea, da Kdiesel, na qual foi também apresentado um novo equipamento para teste de injetores, o Master 100.

Lisnova. Novo equipamento Kdiesel Master 100

Três dias de formação, sendo dois deles dedicados a sistemas common-rail Bosch e Denso (onde o novo equipamento Master 100 dá resposta), e o terceiro dedicado ao sistema injetor-bomba PLD/UIP e PDE através do equipamento Cam-Box (da Kdiesel), orientado para sistemas diesel em motores para ligeiros e pesados.O Master 100 é um novo equipamento para sistemas common-rail que permite trabalhar um injetor de cada vez (existe um outro equipamento com o mesmo software que trabalha quatro injetores em simultâneo). Trata-se de um equipamento com uma produtividade enorme, devido à sua rapidez de operação face a outros equipamentos semelhantes existentes no mercado, que agora passa a estar disponível em Portugal através da Lisnova.

AThermo King apresentou a nova unidade de refrigeração V-800 Max Spectrum para camiões frigoríficos afetos à

distribuição urbana multitemperatura. A nova gama vem substituir a V-700 Max Spectrum, tendo como principais vantagens a eliminação do motor diesel graças a uma nova tecnologia de transmissão direta que garante um funcionamento sustentável, consumo reduzido de combustível, níveis mais baixos de emissão de ruído, 10% de aumento da sua capacidade, caudal de ar do evaporador melhorado e um novo compressor rotativo accionado pelo motor do veículo.A Thermo King garante também que as unidades de refrigeração autónomas sem motor diesel apresentam níveis de emissões poluentes mais baixos.A V-800 Max Spectrum pode ser montada em camiões rígidos até 12 toneladas de peso bruto, disponibilizando capacidades tanto de refrigeração como de calefacção, para garantir o máximo rendimento nas condições de distribuição urbana mais exigentes, com múltiplas aberturas de portas para operações de descarga e em condições de circulação com tráfico intenso e múltiplas paragens.

THERMO KING. NOVA UNIDADE DE FRIO

A Continental oferece pela primeira vez o novo ContiRe CityService, um pneu recauchutado a quente desenvolvido

exclusivamente para veículos no setor da recolha de resíduos e reciclagem. O ContiRe CityService HA3 é extremamente robusto e flexível em todos os eixos, de forma a corresponder às condições altamente exigentes deste setor. Os novos pneus ContiRe CityService HA3 e HD3 na dimensão 315/80R 22.5 já estão disponíveis no mercado. As dimensões 295/80 R 22.5 estarão disponíveis brevemente.

CONTINENTAL. DISPONIBILIZA O CONTIRE CITYSERVICE

14 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

Top Truck. Aposta em planos de manutençãoA

Top Truck acaba de apresentar um novo serviço a pensar nos transportadores e nos gestores de frotas, que visa

simplificar todo o processo de controlo e acompanhamento das necessidades dos veículos. Uma correta e atempada manutenção é essencial para evitar imobilizações imprevistas e custos inesperados. Com prazos de entrega cada vez mais curtos e penalizações cada vez mais elevadas, uma das chaves para ter sucesso no meio dos transportes é reduzir o tempo de imobilização do veículo, maximizando a sua rentabilidade. Foi com estes desafios em mente que a Top Truck criou o TOP PERFORMANCE - o seu novo Plano de Serviços de Manutenção.Com este plano, dividido em três níveis, a Top Truck promove junto dos seus clientes uma manutenção regular e cuidada dos veículos, através de um reduzido e controlado investimento, adaptado a cada realidade:BASIC - inclui os elementos necessários a uma manutenção básica, como o óleo e filtro de óleo do motor.

EXCELENCE - acrescenta ao BASIC mais pontos de verificação, como o secador do ar, pontos de lubrificação do chassis.ULTRA - a solução completa ao nível da manutenção de um veículo pesado, incluindo verificação e afinação de injetores, verificação regular dos diversos componentes rolantes.Em todos os níveis estão ainda incluídas duas verificações anuais gratuitas e acompanhamento completo com máquina de diagnóstico eletrónico de última geração.

notícias

TECNIVERCA. NOVO KIT SACA INJETORES DA LASER TOOLS

Após o sucesso da revelação deste kit, em exclusivo na EMAF 2014, a Tecniverca reforça a aposta nesta nova ferramenta

de remoção de injetores diesel criada pela Laser Tools.Este Kit Saca Injetores vem trazer rapidez num serviço que por vezes pode ser bastante moroso, bem como introduz muita facilidade na execução da tarefa, permitindo desta forma focar no que é prioritário neste tipo de reparações.

ERRATA

Na passada edição da Turbo Oficina Pesados foi referido que a caixa de 12 velocidades com split Scania (do novo

Streamline) tem a referência GR589R, quando de facto a referência certa é a GRS895R.

Amarca Kögel está de volta aos mercados ibéricos, tendo criado uma direção “para responder adequadamente ao

forte aumento da procura de semirreboques da marca em Portugal e Espanha”, segundo explica o fabricante alemão em comunicado. O espanhol Hector Rodrigues é o novo diretor para ambos os mercados, uma nomeação que visa garantir aos clientes da Kögel em Portugal e Espanha um serviço com maior rapidez, intensidade e de melhor qualidade.

KÖGEL. DE REGRESSO AOS MERCADOS IBÉRICOS

TRW. TRAVÃO DE ESTACIONAMENTO ELÉTRICO EM CAMIÕES EM 2017

No início de 2017 chegará ao mercado a tecnologia de travão de estacionamento elétrico da TRW, que iniciará a

distribuição como equipamento original numa gama de camiões médios norte-americana, mas também nos SUV.“Expandir a nossa gama de travões de estacionamento elétricos é muito importante por várias razões”, explica Ed Carpenter, vice-presidente e diretor-geral da divisão de travões da TRW.“Este tipo de travões permite poupar mais de nove quilos por veículo nos camiões e SUV, quando comparados com os travões convencionais, o que significa menos gastos com combustíveis e emissões de CO2 reduzidas”. Ao mesmo tempo, optar por uma solução elétrica permite a inclusão de novas funcionalidades, como a interação deste sistema com o controlo de estabilidade, sistemas hill-hold e mesmo sistemas que movimentam autonomamente o veículo em filas de trânsito. Além disso, uma solução elétrica permite libertar espaço no habitáculo, uma vez que não existem pedais ou alavancas para acionar este travão, o que também facilita a montagem dos componentes e permite uma maior flexibilidade no desenho do habitáculo.

AFuchs já tem disponível o Titan Cargo EU6 SAE 5W-30, um óleo de motor de baixo teor de cinzas, que oferece a

máxima proteção nos filtros de partículas Diesel, sistemas de recirculação de gases de escape e catalisadores.Este lubrificante combina as mais recentes especificações ACEA E6 e E9 com a API CJ-4, sendo ideal para a racionalização na lubrificação dos recentes motores EURO 6 e dos motores EURO 4 e EURO 5. Oferece como principais vantagens, excelentes propriedades de arranque a frio, redução do consumo de combustível em testes de estrada de até 3% em relação aos convencionais óleos de motor, excelente proteção contra o desgaste mesmo sob condições de elevada carga. Destacam-se as aprovações oficiais MAN 3677 (que cobre a MAN M 3477), a MB-APPROVAL 228.51, a DEUTZ DQC IV-10 LA, a RENAULT RLD-3 e a VOLVO VDS-4.

FUCHS. TITAN CARGO PARA EURO VI

Depois de vários anos a dinamizar e comercializar Goodride, marca que desenvolveu bastante no mercado

nacional, a S. José Logística de Pneus anuncia agora que assinou um acordo de exclusividade para a distribuição desta marca em Portugal.“Consideramos da maior importância para nós a assinatura deste acordo com aquela prestigiada marca de pneus, que é produzida pelo maior fabricante de pneus da China, sendo ao mesmo tempo o 10º maior fabricante de pneus Mundial e 4º maior fabricante mundial de pneus de camião”, refere Luís Aniceto, gerente da S. José Logística de Pneus. Refira-se que, simultaneamente, a empresa irá iniciar um trabalho de desenvolvimento da marca Goodride na vizinha Espanha.

S. JOSÉ LOGÍSTICA DE PNEUS. EXCLUSIVO NOS PNEUS GOODRIDE

E. P. Arieiro. Investe em serviço móvelO

retalhistas de pneus Estação de Pneus do Arieiro, investiu ainda mais no serviço móvel de

assistência, com cobertura em toda a zona norte.Esta oficina móvel está equipada com uma máquina de montagem de pneus, uma máquina de equilibragem, macacos, chaves pneumáticas e kits completos de reparação. Esta oficina dispõe de total autonomia em termos de energia e ar comprimido, e utiliza a mais recente tecnologia disponível para o setor, o que permite efetuar qualquer intervenção, em qualquer lugar de forma rápida e eficaz, reduzindo ao máximo os tempos de paragem dos veículos da frota.Refira-se que este serviço abrange a assistência a veículos industriais, empilhadores, ligeiros, comerciais, pesados, agrícolas e florestais.“O que estamos a propor a estas empresas é um conceito de outsourcing que, basicamente, passa por desafiá-las a atirar o problema para

nós. Desde o fornecimento dos pneus, até ao controlo de desgaste e de pressões, este serviço acaba por reduzir custos às empresas, acabando com horas de paragem nas máquinas e nos camiões e permite mobilizar os funcionários para outras funções”, refere Gonçalo Almeida, gerente da Estação Pneus do Arieiro, empresa que está envolvida no programa de assistência a frotas da Continental.

LUSILECTRA. INOVAÇÃO EBRIGHT

ALusilectra, SA e a Stertil-Koni, líder mundial em elevadores para veículos pesados, apresenta o revolucionário

Sistema de Controlo Inteligente ebright. Trata-se de uma consola de controlo com ecrã tátil a cores, disponível nos seus elevadores de colunas independentes sem fios, concebido para fornecer informações visuais intuitivas e facilidade de utilização sobre a elevação.O ebright estará inicialmente disponível no EARTHLIFT da Stertil-Koni, “amplamente reconhecido como o primeiro elevador de colunas independentes hidráulico sem fios “ecológico” da indústria e nos novos modelos fornecidos a partir do primeiro semestre de 2015”, explica a Lusilectra em comunicado.A nova versão do EARTHLIFT está disponível com uma capacidade de elevação por coluna de 8.5 tons ou 10 tons (dependendo do modelo) e está certificado pela norma ANSI/ALI-ALCTV 2011.

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16 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

notícias

HBC II. Novas instalações em VialongaA

HBC II, empresa do Grupo HBC, investiu muito recentemente em novas instalações na região da grande Lisboa,

com a inauguração de um armazém e balcão de peças em Vialonga, numa zona de grande visibilidade para a Auto Estrada (A1).Com presença física na Batalha (sede), Porto, Ovar, Pombal, Rio Maior e agora Vialonga (antes Alverca), a HBC II já está presente na grande Lisboa desde 2007.

A. NASCIMENTO. NOVAS REPRESENTAÇÕES EM MATERIAL

“As anteriores instalações estavam muito pequenas e desatualizadas para o negócio de peças, existindo dificuldades logísticas e operacionais. A aposta foi passar para instalações mais modernas, funcionais e logisticamente muito mais operacionais, com outra condições de atendimento e estacionamento para os nossos clientes”, refere Vitor Lourenço, responsável pela filial de Vialonga.

Nesta nova filial de Vialonga, exclusivamente dedicada ao comércio de peças, a HBC II mantém o seu comercial no terreno, tendo ainda distribuição própria na região envolvente, e distribuição subcontratada com diversos operadores.Com 800 m2 de área (em duplo piso), nas instalações de Vialonga existe um elevado stock de referências, com destaque para a TTP, uma marca própria da HBC II.

AA. Nascimento, empresa que opera no setor do aftermarket de peças, passou a disponibilizar no portfólio de produtos

mais duas novas representações. A primeira trata-se da EGRO (www.egro-clutch.com), empresa especializada no fabrico e comercialização de peças de embraiagens para aplicações em veículos pesados. A Egro preocupa-se muito com a qualidade de construção do seu material, tendo a empresa o certificado de qualidade ISO 9001. A segunda novidade é Vanstar (www.vanstar.pl), uma empresa polaca, especialista em componentes para o sistema de escape de veículos pesados.

AReta reforçou a sua aposta ao nível dos serviços de reparação multimarca de tratores e camiões, inscrementando a sua

especialziação também nesta área.Para reforçar este posicionamento enquanto oficina multimarca de tratores e camiões, a Reta realizou vários investimentos, onde se destacam as ferramentas de diagnóstico eletrónico multi-sistema e multimarca. Estas novas ferramentas possibilitam uma rápida conexão com os sistemas eletrónicos de tratores e camiões, e a realização de um diagnóstico mais preciso dos problemas das viaturas.Para melhorar a qualidade de serviço a RETA efetuou a contratação de mecânicos especializados na reparação de viaturas das várias marcas de construtores de tratores e camiões.

RETA. APOSTA EM MAIS SERVIÇOS MULTIMARCA

Amarca DT Spare Parts complementa a oferta de serviços para clientes com os catálogos digitais de produtos.

As versões digitais dos já conhecidos catálogos impressos de peças de reposição podem ser utilizadas de forma ideal em tablets e laptops e combinam a operação de costume com as vantagens dos meios digitais. A busca efetiva de produtos através de números de itens ou de referência e a busca através de texto com as descrições de itens complementam as vantagens essenciais dos catálogos digitais de produtos. As opções de filtros e a interligação direta pelo índice da página conduzem de forma confortável e direta aos produtos desejados da marca DT Spare Parts.Oficinas de mecânica e gestores de frotas terão acesso assim aos catálogos digitais de produtos no website da Diesel Technic em http://dcat.dieseltechnic.com e o Website móvel em http://m.dt-spareparts.com.

DT SPARE PARTS. AMPLIA SERVIÇO ONLINE

18 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

Galucho. Qualidade nacional nos semirreboques

AGalucho já passou por diversas fases e modelos de gestão. A empresa tem uma fortíssima área industrial, com unidades em São João das Lampas

(Sintra) e Albergaria-a-Velha (Aveiro). A aposta tem sido numa dinamização de todas as áreas da empresa introduzindo melhorias contínuas em todos os processos. Na área dos camiões a empresa tem uma presença comercial forte e direta no mercado.Sendo a maior indústria metalo-mecânica portuguesa no fabrico de semirreboques (e também de material agrícola), mais de 50% das vendas da empresa são feitas no mercado externo, para clientes de referência, sobretudo para as grandes marcas de veículos pesados.

Uma das áreas de negócio mais importantes e mais reconhecidas na Galucho designa-se por “material circulante”. Fomos conhecer a oferta que a empresa tem para o setor dos veículos pesados, assim como as respetivas novidades.TEXTOS PAULO HOMEM

PRODUTOA quase centenária empresa de São João das Lampas possui uma vasta oferta de produtos para o setor dos veículos pesados: Caixas Basculantes, Cisternas em Chassis, Semirreboques Basculantes, porta-máquinas, porta-contentores, plataformas e madeireiros.“Onde temos a nossa principal especialidade, com produtos de muita qualidade e onde fazemos toda a diferença, é ao nível das caixas sobre chassis”, começa por referir Manuel Torcato, Diretor de Exportação da Galucho, que sublinha: “somos conhecidos por a caixa durar mais que o próprio camião”.Um segundo componente também considerado fundamental pelo mesmo

responsável para a qualidade dos produtos que comercializa é a “parte de projeto e engenharia que é muito minuciosa, sendo a empresa aprovada e reconhecida para a montagem de caixas basculantes por todos os principais fabricantes de camiões. Basta dizer que nunca foi negada nenhuma garantia a um cliente nosso por causa da caixa e que, normalmente, somos consultadas pelas marcas de camiões para darmos a nossa opinião antes de serem lançados modelos novos no mercado”.Um dos pontos fortes da Galucho é precisamente o domínio do processo industrial em todas as suas fases, desde a fase de engenharia até à construção das

empresa

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 19

caixas. São produzidos internamente 90% dos componentes que utiliza no fabrico de equipamentos.Esta situação tem ainda vantagens a outros níveis, como a possibilidade de corrigir uma peça ou um componente no momento se for detetada uma anomalia com algum produto.“Todos os nossos produtos passam por uma fase de engenharia, protótipo, testes e só depois a produção, o que nos garante enorme uma fiabilidade do produto”, refere Manuel Torcato.

PRODUTODentro do material circulante a Galucho possui duas gamas: Europa e África. São gamas

diferentes pois as condições de operação do material circulante são diferentes em ambos os continentes em função das temperaturas, das estradas, da regulamentação, entre outros fatores.Concentrando-nos na gama Europa, aquela que também é comercializada em Portugal, o destaque vai para o semirreboque basculante de três eixos, que é aquele que mais se vende na Galucho.Igualmente importante na gama de produtos da Galucho são os porta-máquinas de 3 e 4 eixos. Mais recentes são os porta-contentores extensíveis, estrados e estrados extensíveis e as cisternas em chassis (um produto muito vendido para África).

PARCEIRO CERTIFICADOCom uma capacidade industrial que se

pode adaptar a todas as necessidades

dos seus clientes, mas também dar

uma resposta rápida aos clientes em

termos de entrega, a Galucho possui

ainda algumas importantes credenciais,

resultantes não só do seu processo

industrial e da sua capacidade de

engenharia e projeto, como da qualidade

que está inerente aos seus produtos.

Dessa forma, a Galucho é atualmente

um parceiro certificado pelas marcas

de camiões, o que “acontece com

muito poucos fabricantes de caixas.

Por antecipação, conseguimos estar

preparados para produzir uma caixa para

qualquer novo modelo de camião que

surja no mercado seja de que marca for”,

revela Fernando Romana, administrador

da Galucho.

20 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

empresa

Em termos de vendas, em Portugal, é a própria Galucho que comercializa as caixas (não tem revendedores) diretamente aos clientes ou representantes das marcas de camiões.“Para nós o serviço é muito importante nas vendas. Por isso entregamos os nossos produtos sempre num prazo máximo de quatro a seis semanas, o que a maioria dos fornecedores deste setor não consegue”, revela Manuel Torcato, adiantando que “o cliente não pode ter um camião parado à espera de uma caixa. A nossa flexibilidade industrial permite-nos isto, conseguindo ajustar-se à quantidade em série como ao mono produto”.

PÓS-VENDAApesar da insistência na tecla da qualidade que está inerente aos seus produtos, o pós-venda é uma das áreas importantes da Galucho, mas não um negócio, como explica Manuel Torcato: “o pós-venda serve apenas como serviço para ajudar na venda da próxima unidade. Não representa um centro de lucro para a Galucho, pois o pós-venda não serve com o fim de vender peças ou acessórios, mas sim como ferramenta de fidelização do cliente”.Esta área dispõe de uma equipa técnica

CONTACTOSGALUCHOResponsável: Manuel Torcato / Francisco Romana

Telefone: 219 608 500

E.mail: [email protected]

Website: www.galucho.com

que, quer em casa do cliente, quer na Galucho, possa resolver qualquer problema. “Felizmente temos poucos problemas para resolver em termos de assistência, mesmo em caixas com muitos anos de serviço, mas sempre que existam problemas temos de pronto uma equipa técnica para os resolver de fuma forma rápida”, revela Manuel Torcato.Para além da unidade de São João das Lampas, a Galucho possui também uma outra unidade em Albergaria-a-Velha, que presta todos os serviços aos clientes do norte.

ALUMÍNIOCom a entrada da nova administração, algumas novas orientações foram tomadas, também do ponto de vista do produto e do seu desenvolvimento tecnológico. “A nova tecnologia será a do alumínio, que permite tornar a tara mais leve, o que é ideal para os nossos clientes europeus e nacionais”, revela Fernando Romana, administrador da Galucho, dizendo que “estamos a começar a trabalhar o alumínio, o que levará a que o primeiro produto a ser lançado usando o alumínio poderá demorar cerca de dois anos, de modo a garantir a qualidade que temos nos atuais produtos”.Não havendo nenhum fabricante português a trabalhar fortemente com o alumínio, o certo é que “é uma tendência na Europa, que nos leva a adaptar a nossa fábrica a este realidade e a novos processos, que se refletem também para os nossos clientes”, diz Fernando Romana.Com uma produção anual de cerca de 300

caixas, a Galucho não produz para stock pois, diz Fernando Romana, “não existem duas encomendas iguais, pois as necessidades dos clientes também não são iguais. Por isso, fabricamos em função daquilo que cada cliente precisa”.

MERCADOSegundo os responsáveis da Galucho os últimos anos foram desafiantes, até porque grande parte do material circulante que comercializavam era também vendido em Portugal e Espanha, sobretudo em empresas de construção. Por um lado, o suporte da atividade agrícola, por outro a aposta em outros mercados com o material circulante, como a ligeira recuperação que o mercado dos pesados está a ter, leva Fernando Romana a considerar que “as perspetivas são de crescimento. Temos capacidade para produzir mais a qualquer momento e queremos, acima de tudo, acompanhar ainda mais os clientes e vender mais material circulante”.Em termos internacionais, existe também a vontade da Galucho de crescer em mercados muito competitivos, como é o caso da Europa Central, “onde os nossos produtos são muito valorizados do pontos de vista qualidade e nos quais este aspeto é tido muito em conta”, refere o administrador da Galucho.Para terminar, refira-se que uma das apostas da Galucho passa por crescer nos semirreboques, adiantando Fernando Romana que têm “projetos muito claros para crescer nesse área”.

22 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

Acraluv. Especialistas em equipamentos de frio

AAcraluv iniciou a sua atividade no Outono de 2010, dedicando-se nessa primeira fase exclusivamente à montagem e aos serviços de assistência

em equipamentos de refrigeração, congelação e climatização para veículos comerciais ligeiros e automóveis particulares. Com o crescimento do volume de negócios fundiu-se com a empresa José Raposeiro que já trabalhava na refrigeração para pesados.“A partir daí começámos a alargar a nossa atividade a outros mercados. Estamos implantados numa área onde há muitos veículos pesados, trabalhávamos os comerciais ligeiros em empresas que também

A Acraluv, uma empresa especializada em equipamentos de refrigeração e climatização para veículos comerciais ligeiros e pesados, é o representante exclusivo em Portugal da Konvekta, um dos maiores fabricantes mundiais de soluções térmicas para veículos profissionais.TEXTO JOÃO CERQUEIRA

têm pesados e passámos a dar assistência aos sistemas de refrigeração a frotas completas”, afirma António Ferreira, gestor da Acraluv.A empresa passou também a representar a Konvekta em Portugal, contribuindo para o seu rápido crescimento no nosso país. Neste momento, já se encontram em operação perto de um milhar de veículos comerciais equipados com sistemas de refrigeração desta marca alemã. “Mais de 90% dos equipamentos novos que montamos são da Konvekta”, garante o responsável, que acrescenta: “temos a gama completa de equipamentos da marca, tanto unidades ocultas como de tejadilho, congelação, refrigeração, bi-temperatura,

quer para furgões quer para camiões de distribuição.”Na opinião de António Ferreira, são duas as principais “chaves de sucesso” desta marca alemã no nosso país, “a fiabilidade dos equipamentos e a assistência”. São unidades estruturalmente construídas em alumínio, o que lhes confere grande resistência à corrosão e as torna mais leve em comparação com outras marcas concorrentes que utilizam muito o ferro nas estruturas. O facto de serem mais leves também maximiza a capacidade de carga útil dos veículos. Por outro lado, a tecnologia da Konvekta é pouco complexa, a eletrónica é praticamente inexistente, e “quase não dão

empresa

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 23

CONTACTOSAcraluv Unipessoal, Lda.Gestor: António Ferreira

Telefone: 216 000 143

E-mail: [email protected]

Internet: www.acraluv.pt

“ESTE ANO VAMOS ENTRAR NO MERCADO DOS AUTOCARROS”

A Acraluv está a desenvolver um novo projeto

para atacar o mercado de autocarros com

sistemas de climatização da Konvekta. A

empresa alemã é um dos maiores fabricantes de

sistemas de ar condicionado para autocarros,

tendo apresentado na última edição do IAA de

Hannover novidades muito interessantes.

Como empresa pioneira em tecnologias de

ar condicionado para autocarros, a Konvekta

desenvolve já há cerca de duas décadas a

utilização de CO2 como fonte de climatização,

encontrando-se hoje na linha da frente a

nível mundial no que respeita a este tipo de

sistemas de climatização, muito apreciados

pelos operadores de transportes públicos de

passageiros em veículos pesados.

“Este ano vamos entrar no mercado dos

autocarros. É uma das nossas grandes apostas

para a continuidade do nosso crescimento

sustentado. A Konvekta é uma empresa de

topo em sistemas de ar condicionado para

autocarros. Estamos agora a estabelecer os

primeiros contactos. O lançamento deste nosso

novo projecto também é uma das razões pela

qual estamos à procura de parceiros a nível da

assistência”, conclui António Ferreira.

problemas.” A isto junta-se ainda uma boa solidez de construção e um design moderno com linhas apelativas.A oferta é composta por unidades acopladas ao motor do veículo equipadas com um compressor para fazer a distribuição do gás, sendo a nível de consumos e de potências muito “equiparadas às das outras marcas” concorrentes no nosso mercado.

“ASSISTÊNCIA TEM SIDO UM SUCESSO”A Acraluv presta assistência pós-venda a equipamentos de refrigeração, climatização e aquecimentos autónomos em todo o país. “Temos três carros de assistência, estão sempre no mínimo duas equipas operacionais na estrada. Nós deslocamo-nos às instalações dos clientes e, uma vez que se tratam de carros de trabalho, tentamos sempre prestar assistência o mais rápido possível. Se nas deslocações aparecer um problema pelo caminho, nós resolvemos. Assim conseguimos crescer com mais sustentabilidade e obtemos maior visibilidade e reconhecimento no mercado”, garante António Ferreira.Não obstante a estratégia de “assistência na hora e na casa do cliente” desenvolvida pela Acraluv, o grande crescimento da Konvekta em termos de parque circulante, faz com que a empresa esteja à procura de parceiros de assistência para as regiões mais longínquas do país.

“Temos alguns concorrentes que nos dão também pontualmente algum apoio a nível dos serviços de assistência e um dos projetos que queremos concretizar este ano é encontrar parceiros de assistência tanto na parte da refrigeração como na do ar condicionado.”Para além da montagem de equipamentos novos, a Acraluv também presta assistência pós-venda na sua oficina do Pinhal Novo, mas face ao enorme crescimento no volume de serviço, também se tornaram pequenas para as suas necessidades. “Comprámos umas novas instalações mais bem dimensionadas e ajustadas ao crescimento que temos tido e em breve vamo-nos mudar para lá.”

“TAMBÉM TRABALHAMOS COM A THERMO KING E A WAECO”No segmento de camiões mais pesados a Acraluv instala equipamentos de refrigeração e climatização da conceituada marca Thermo King, aos quais presta igualmente serviços de assistência pós-venda. Outra das marcas com que trabalha é a Waeco, sobretudo em pequenos furgões, tanto na área das soluções de refrigeração como nas de ar condicionado.“A Waeco lançou agora também novos equipamentos de refrigeração. A linha é muito limitada, destina-se sobretudo a pequenos furgões. A Waeco só tem sistemas ocultos. É

um tipo de equipamento mais direcionado para aquele pequeno comerciante que utiliza uma viatura onde não precisa de usar o frio durante todo o ano e que quer uma unidade mais económica e bastante fiável. Temos montado algumas unidades com muito bons resultados.”Globalmente, a Acraluv instala por ano mais de 120 unidades de frio novas, não contabilizando outro tipos de sistemas como, por exemplo, os que são ligados diretamente aos sistemas de ar condicionado, os quais são muito utilizados nos veículos de transporte farmacêutico.

24 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

DEKRA. Lança novo projeto ambientalNormalmente os projetos ambientais não têm uma perspetiva de acompanhamento depois de serem implementados. A DEKRA vem dar resposta a essa necessidade, com o lançamento do Projeto Life, que permite a qualquer oficina de manutenção ser continuamente monitorizada do ponto de vista ambiental.TEXTO PAULO HOMEM

Qualquer que seja a oficina de ligeiros ou pesados, independentemente da sua dimensão, a DEKRA desenvolveu para elas o Projeto Life que visa, acima de

tudo, reduzir custos respeitando a escrupulosa legislação ambiental.São quatro os eixos fundamentais do Projeto Life. Mais economia, melhor ambiente, maior produtividade e satisfação dos recursos humanos aumentando a confiança e satisfação dos clientes.A DEKRA, com este projeto, propõe-se elaborar para cada oficina um plano de redução de resíduos e, nos consumíveis, um plano de poupança (que não passa necessariamente pela alteração dos fornecedores, mas pela aplicação de boas práticas, renovação de preços, alteração das políticas de stocks, etc). Nas penalizações ambientais passará a existir um plano de prevenção, em que é dito ao cliente que existem situações a corrigir e o seu potencial de coimas ambientais, isto é, o risco que ele corre naquele momento por não cumprir a lei ambiental.

METODOLOGIAPara desenvolver este projeto a DEKRA propõe-se trabalhar em quatro fases. Numa primeira fase é feito, para a área dos consumíveis e dos resíduos, um diagnóstico que mais não é do que

empresa

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 25

CONTACTOSDEKRAConsultor: Pedro Rua

Telefone: 937 987 606

E.mail: [email protected]

Website: www.dekra.pt

a avaliação dos custos face ao mercado, isto é, compara-se o que a empresa tem atualmente e o que pode vir a ter no futuro seguindo as diretrizes da DEKRA. Através da racionalização de desperdícios, da avaliação das potenciais coimas e da otimização dos processos, fica-se a saber os ganhos que se poderão obter.Se o cliente aceitar o que lhe foi proposto e tiver benefícios económicos para ele, passa-se então para uma segunda fase onde é feita a definição do plano. Assim que esse plano tenha acordo do cliente, a DEKRA partirá para uma terceira fase que é a implementação do plano, que visa também melhorar as condições de trabalho para os colaboradores, através da formação e da sensibilização.A quarta fase é opcional. Trata-se de uma fase de acompanhamento em que é proposto ao cliente fazer o seguimento do projeto que foi implementado. É nesta fase que são monitorizados os resultados, mas também em que se faz o controlo e se assegura o cumprimento do plano, comprovando os resultados e as poupanças e reduções previstas.

GESTÃO DE RESÍDUOS E CONSUMÍVEIS“O projeto da gestão de resíduos e consumíveis tem um custo que é um terço das vantagens que

as oficinas vão ter em termos económicos”, diz o responsável da DEKRA por este projeto Life Pedro Rua.Neste projeto o objetivo é olhar os recursos e não os resíduos, potenciar as boas práticas, reduzir o volume de resíduos e avançar com medidas de poupança na aquisição de consumíveis e matérias-primas. “A elaboração do plano de benefícios é fundamental, o foco está na redução de custos com payback imediato, para depois se avançar com a apresentação do plano de ação e a sua posterior implementação no terreno”, explica Pedro Rua.

PREVENÇÃO DE PENALIZAÇÕES AMBIENTAISNo plano da prevenção de penalizações ambientais, aqui numa lógica de auditoria pura, a DEKRA tem várias áreas de avaliação num total de 255 pontos auditados (no caso da oficina não ter serviço de colisão serão apenas 150 pontos) que são os mesmos que qualquer entidade fiscalizadora pode fazer dentro de uma oficina. “Fazemos sempre a visão atual da empresa face à legislação, calculamos o potencial de risco de coimas e depois introduzimos as prioridades ambientais corretivas, através de planos de ação e de investimento”, explica Pedro Rua.A DEKRA tem ainda um serviço adicional (opcional) de acompanhamento, controlo e

RESULTADOS COMPROVADOSAntes de lançar o projeto Life decorreram

durante algum tempo diversos projetos

piloto que permitiram à própria DEKRA afinar

a sua proposta de valor, com este projeto,

para as empresas.

“Temos vários casos reais que nos

servem de argumentação para os nossos

clientes onde o retorno é evidente”, diz

Pedro Rua, responsável pelo Projeto Life,

exemplificando que “relativamente às

penalizações ambientais e, face a 2013,

evitámos várias coimas ambientais, a

maior foi de 44.800 euros. Já nos resíduos

e consumíveis, obtivemos entre outras,

poupanças anuais entre os 14.000 euros

e os 40.000 euros por oficina. Realço

também o espírito de partilha de resultados

deste projeto, uma vez que parte da nossa

remuneração é variável e depende dos

resultados atingidos”.

Refira-se ainda que a metodologia usada

pela DEKRA incide na otimização dos

fornecedores tendo em conta uma prévia

avaliação e na otimização da utilização dos

produtos, materiais e matérias primas.

“Conseguimos mostrar, na prática, que

se pode reduzir muito os custos. Como

exemplo, posso referir um caso em que a

redução de custos nos resíduos foi de 57%

e nos consumíveis de 21%”, revela Pedro Rua.

consultoria, com contratos anuais, para ajuda na implementação do plano, construção e arquivo do “dossier ambiente”, preenchimento anual do SILIAMB, elaboração do planning de metrologia legal.“A DEKRA é uma entidade independente no mercado e por isso o diagnóstico que fazemos nas empresas é isento e transparente, até porque não temos interesse direto no negócio dos resíduos nem dos consumíveis”, refere Pedro Rua.O mesmo responsável diz ainda que o Projeto Life “não é uma certificação ambiental ISO 14001”, mas considera que “é uma excelente base para isso. Porém, o nosso foco é nos aspetos práticos e operacionais e não tanto nos aspetos documentais”.

26 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

EMPRESA EM DESTAQUE

Jorge Pires. Carroçarias por medida

Aindústria nacional de carroçarias foi fortemente afetada pela explosão da oferta de produtos modulares a partir de finais da década de oitenta, movida

sobretudo pelos grandes construtores alemães e franceses de reboques e carroçarias. A Jorge Pires soube encontrar o seu espaço num mercado liberalizado e fortemente competitivo, tornando-se um fabricante de referência na produção de caixas de fibra e contentores de alumínio, produzindo hoje com níveis de mecanização tecnológica bem acima da média nacional da nossa indústria de carroçarias.

A Jorge Pires encontra-se profundamente alicerçada no mercado da indústria de carroçarias para veículos de transporte de mercadorias, detendo já uma fatia muito significativa do mercado nacional deste segmento de atividade. Atualmente, começa também a dar passos firmes nos caminhos da internacionalização. TEXTO JOÃO CERQUEIRA

Dotada de uma unidade de produção moderna e bem equipada nas imediações de Torres Vedras, onde trabalham cerca de quatro dezenas de colaboradores altamente especializados, a Jorge Pires tem direcionado a sua oferta para carroçarias resistentes, leves, fiáveis e apelativas em termos de design.A maioria da produção na empresa são caixas de fibra, nomeadamente fibráticas, isotérmicas e frigoríficas. “Trabalhamos muito com painéis tipo sandwich´ formados por placas de poliuretano de várias espessuras”, revela Hélder Franco, Diretor Comercial da Jorge Pires. “Temos procurado matérias-primas cada

vez mais leves, para maximizar a capacidade de carga das viaturas. Aquilo que nos preocupa é que tenham uma boa isotermia, qualidade de construção, nunca deixando gorar a parte da resistência mecânica, tanto no frio como no calor. Por exemplo, nos veículos de distribuição sob temperatura dirigida nós temos de ir ao pormenor de saber quantas vezes é que são abertas as portas das caixas dos veículos por dia, por causa das perdas de temperatura”, acrescenta.As soluções de equipamento oferecidas pela empresa para veículos de transporte de produtos alimentares perecíveis

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 27

PIONEIROS NA INDÚSTRIA DE CARROÇARIASA Jorge Pires nasceu em 1967. Nos anos 70, esta

empresa familiar dedicou-se exclusivamente ao

fabrico de carroçarias em madeira sobre chassis

de viaturas para o transporte de carga, produzindo

sobretudo caixas abertas e reboques agrícolas.

A partir de meados dos anos 80, com a evolução

dos equipamentos de transporte de mercadorias,

passou a dedicar-se em exclusivo à construção

de carroçarias em fibra de vidro isotérmicas e

frigoríficas. Mais tarde, afirmou-se definitivamente

como uma empresa inovadora com o lançamento no

mercado nacional de contentores em alumínio.

Hoje, a Jorge Pires possui instalações fabris com cerca

de 9.000 m2 de área coberta, com oficinas de painéis,

oficina de forros, serralharia, pintura, área industrial

de produção de casas pré-fabricadas, armazém de

peças, serviços administrativos e gabinete técnico de

engenharia e design de projetos especiais.

Os clientes tipo da Jorge Pires são, sobretudo,

empresas de transportes rodoviários de

mercadorias por conta de outrém e por conta

própria, mas também concessionários de marcas

de veículos pesados e comerciais ligeiros. Na

carteira de clientes figuram grandes empresas

como a Torrestir, Transportes Paulo Duarte; Santos

& Vale (transportes e logística), Iveco Portugal,

Mercedes-Benz Portugal, entre outras.

encontram-se certificadas com ATP. “Temos conhecimento, por parte de alguns clientes nossos que adquirem carros com ATP fabricados lá fora, que ao fim de 6 anos já não passam nos ensaios do túnel de frio para renovar a certificação ATP. Com os nossos produtos isso nunca acontece porque apostamos na qualidade e na fidelização dos nossos clientes”, sublinha Hélder Franco.

SOLUÇÕES INOVADORASPara os transportes de carga geral a Jorge Pires desenvolveu uma solução alternativa às caixas e semirreboques de lonas. Trata-se dos chamados contentores de alumínio, compostos por caixas fechadas estanques com paredes construídas integralmente por perfis de alumínio desmontáveis, uma característica física que facilita os trabalhos de reparação. Por outro lado, estes equipamentos também são menos dispendiosos para os operadores de transporte comparativamente com outras soluções. Estas caixas integram piso em contraplacado reforçado com revestimento antiderrapante e teto formado por uma placa de fibra reforçada que permite a passagem de luz. Os carroçamentos especiais também são outra área importante na oferta produtiva de uma empresa que já concebeu e pôs na estrada camiões personalizados para apoio

a atividades desportivas como a competição automóvel e o ciclismo, roadshow, etc.“Há uma variante nova em que nós temos vindo a acompanhar os nossos clientes que tem a ver com os equipamentos para o transporte de produtos farmacêuticos”, explica o diretor comercial da Jorge Pires,que acrescenta: “é um negócio que tem vindo a crescer porque é obrigatório o transporte de medicamentos sob temperatura controlada. Outra das áreas em que já temos alguma notoriedade é a das viaturas para veterinárias, temos tido encomendas para as ilhas adjacentes e também algumas no continente. Fazemos tudo em fibra, quase sempre em viaturas 4x4 completamente equipadas, com bombas de água para poderem lavar os animais, gavetas de armazenagem, etc.”Na indústria de semirreboques “nós não somos um fabricante muito competitivo uma vez que o nosso mercado não passa pela produção em grande escala e é muito difícil criarmos uma oferta standard. Daí que o nosso mercado assente sobretudo nos veículos rígidos até às 26 toneladas, com caixas até 9,5 metros de comprimento, ondo somos extremamente competitivos.”

PEÇAS E ACESSÓRIOSPara além das carroçarias e dos forros, a Jorge Pires equipa e comercializa uma vasta

28 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

EMPRESA EM DESTAQUE

gama de peças e acessórios para carroçarias, desde portas laterais e traseiras para caixas, fechaduras, pára-ciclistas laterais em alumínio, caixas de ferramentas exteriores, escadas retráteis, estribos traseiros e laterais, depósitos de água, guarda lamas, portinholas embutidas, divisórias amovíveis para interiores, prateleiras amovíveis, barramentos com ganchos para o transporte de peças de carne, escadas de acesso ao motor de frio, entre muitos outros.“Temos vários parceiros mas não trabalhamos em regime de exclusividade. Nos motores de frio trabalhamos muito com a Carrier, a Thermo King, a Konvekta nos furgões, e também a Zanotti. Nós montamos as plataformas e os motores são instalados pelos distribuidores, umas vezes

APOSTA NA INTERNACIONALIZAÇÃOA Jorge Pires começa agora a olhar para novos

mercados e a desenvolver um projeto firme de

internacionalização. Em África já abriu uma filial

em Moçambique e este país, conjuntamente com

Angola, representam os seus dois principais

mercados naquele continente.

“A nível de reboques enviamos as carroçarias

em kit e depois são montados lá. Temos uma

outra vertente de negócio que são as casas pré-

fabricadas que também tem vindo a crescer.”

Na Europa o projeto de internacionalização tem

sido alicerçado com a presença da empresa em

feiras internacionais, para o estabelecimento

de um contacto direto com potenciais clientes.

“A nível das caixas temos enviado alguns

equipamentos para a Alemanha. Nós também

já estivemos no mercado espanhol e temos

vontade de ir para lá outra vez”, garante Hélder

Franco. “O mercado internacional neste momento

pesa apenas cerca de 3% no volume de negócios

da Jorge Pires”, explica enquanto garante que

existem boas perspetivas de crescimento.

CONTACTOSCarroçarias Jorge Pires, Lda.Director Comercial: Hélder Franco

Telefone: 261 740 150

e-mail: [email protected]

Internet: www.jorgepires.pt

aqui outras nas instalações deles. A escolha das marcas e da tipologia dos equipamentos depende muito se o cliente faz nacional ou internacional e também da zona geográfica, porque há uns que têm mais pontos de assistência do que outros. É tupo pensado em função da operação do cliente. Nas plataformas elevatórias trabalhamos muito com a Dhollandia.”

ASSISTÊNCIA TÉCNICATodos os equipamentos produzidos pela Jorge Pires são fornecidos, ao abrigo da lei, com uma garantia de 2 anos. Também ao longo da vida útil destes produtos a empresa fornece todos os serviços de manutenção e reparação que sejam solicitados pelos seus clientes. A assistência pós-venda é efetuada essencialmente nas instalações da empresa, conforme nos explica Hélder Franco: “temos sempre uma equipa de prevenção aqui na fábrica para o caso de ser necessário efetuar intervenções de reparação. Como, por vezes, os nossos clientes precisam dos veículos operacionais durante a semana, se for preciso, nós estamos abertos aos sábados para fazer essas reparações. Se algum cliente necessitar de alguma intervenção em 3 ou 4 carros, nós também podemos deslocar as nossas equipas às suas instalações.”No caso dos clientes que têm oficinas próprias e fazem reparações ou pequenas intervenções em carroçarias dentro de portas “nós garantimos o fornecimento de todas as peças e acessórios que solicitem, mesmo que não sejam da nossa marca. Aqui fabricamos praticamente tudo. O que importamos é, sobretudo, isolamento.”

30 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

eSTRATÉGIA

Galius. “Queremos liderar o mercado já em 2015”Desde 2 de março que a Renault Trucks passou a ser distribuída em exclusivo em Portugal pela Galius, a nova empresa que nasceu no seio do Grupo Nors para revitalizar a marca francesa do Grupo Volvo no mercado nacional. Ricardo Gomes é o rosto da nova era da Renault Trucks, uma casa por onde já passou e que agora quer trazer novamente para a liderança do mercado. O pós-venda é uma das grandes apostas da nova empresa, que carrega no nome a origem francesa da marca, que assinou um contrato de distribuição sem prazo com a Nors. A Galius, que integrou os 83 funcionários da Renault Trucks, para já, vai operar apenas no mercado português, com um parque automóvel estimado de 5888 unidades nos últimos 10 anos. TEXTO CLÁUDIO DELICADO FOTOS JOSÉ BISPO

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 31

Éuma vantagem para si já ter passado pela Renault Trucks e também pelo aftermarket?Sem dúvida. Traz uma vantagem

porque existe o conhecimento da operação da Renault Trucks, embora esteja consciente que desde finais de 2008 até aos dias de hoje existem diferenças consideráveis em alguns domínios, nomeadamente no produto e na evolução tecnológica. Mas este conhecimento permite-me tornar mais rápida a integração na empresa. Que feedback têm tido do mercado em relação a esta transição?A operação ainda é recente mas o facto da empresa pertencer ao Grupo Nors é uma mais-valia em termos de credibilidade no mercado. O processo de integração tem corrido acima das nossas expectativas. Temos uma equipa que está envolvida e motivada neste projeto

em resultado também de um processo que envolveu um grande planeamento. Para o vosso cliente e para o mercado há diferenças a assinalar?Temos consciência que a Renault Trucks nos últimos anos fez coisas muito bem feitas no mercado. Basta olhar para a última década para se perceber que sempre teve um papel de destaque, com quotas, em alguns casos, acima dos 20%. Isto não é obra do acaso, é fruto de um trabalho bem conseguido e o que faz sentido, neste ponto, é seguirmos uma matriz de continuidade. O fio condutor do nosso trabalho vai ser de continuidade e, nesta perspetiva, as equipas e os clientes não vão sentir grandes alterações. Apesar disso, temos consciência que em qualquer uma das áreas existem oportunidades e matérias onde poderemos investir e continuar a crescer.Em que áreas?Por exemplo, na área comercial temos consciência que neste momento estamos demasiado orientados para o longo curso e existem outros segmentos, mesmo que com peso menor, que também têm interesse e onde queremos marcar presença de forma mais assídua, como são exemplos o setor da gama média na distribuição, construção, as frotas públicas ou os bombeiros, onde a presença da Renault Trucks pode ser otimizada. Além disso, temos que ter um após-venda mais forte, seja na vertente técnica e de formação como na comercial. Não nos podemos esquecer que estamos a falar de empresas profissionais que estão viradas para a sua rentabilidade. Temos que trabalhar para encontrar soluções para as necessidades dos nossos clientes.Com essas medidas acredita que vai conseguir trazer a Renault Trucks mais para cima na tabela de vendas?O nosso grande objetivo para este ano é liderança do mercado. Temos consciência de que temos um trabalho árduo pela frente, a concorrência é forte, mas acreditamos no nosso trabalho e a liderança é possível já este ano. O ciclo de produto é favorável nesta altura. O produto é um dos quatro planos onde pretendemos atuar. É verdade que o nosso produto neste momento tem uma qualidade muito interessante com uma ótima oferta de preço. Não é por acaso que o Renault Trucks T foi considerado o camião internacional do ano. Temos uma oferta ampla que tem que ser potenciada para o mercado. Hoje a

componente relacionada com as soluções tem um papel muito importante para ir ao encontro das necessidades dos nossos clientes, como são exemplos os contratos de manutenção e reparação, acordos de manutenção, política ajustada nos veículos usados, soluções de financiamento que hoje têm um papel importante na dinâmica do mercado, entre outras. Por outro lado, a rede é absolutamente essencial. A componente técnica e da formação é essencial para nós, porque um técnico formado apresenta maior índice de produtividade e autonomia na execução dos seus. Por último, uma componente muito importante neste setor tem a ver com a questão relacional. O contacto direto com o cliente continua a ter uma importância muito grande e essa é uma preocupação nossa. Não queremos encontrar soluções imediatistas, mas sim criar condições para a relação do longo prazo. Para isto é fundamental a componente relacional, como é fundamental uma rede que funcione e esteja em sintonia com o cliente.Uma das apostas vai passar pela gama média?Tal como o mercado, nós estamos orientados para a gama alta, que deve representar mais de 80% do negócio, onde ainda vai havendo

“VAMOS TRABALHAR COM REDES COMPLETAMENTE DISTINTAS DA VOLVO TRUCKS. O ÚNICO PONTO DE CONTACTO É O ACIONISTA PORQUE NO MERCADO SOMOS MARCAS CONCORRENTES”

No ano em que faz 40 anos Ricardo Gomes

assume a direção-geral da Galius. Engenheiro

de formação, está orgulhoso mas ciente da

responsabilidade que tem. O seu percurso

profissional teve um fio condutor nos pesados,

onde entrou em 1999. Começou como estagiário

na Auto Sueco, subindo depois a gestor de

desenvolvimento de negócio na Volvo Trucks. Em

Setembro de 2004 entra na Renault Trucks, onde

se torna gestor de após-venda. Dois anos depois

assume o cargo de diretor da sucursal de Lisboa

da Renault Trcuks, exatamente nas mesmas

instalações onde nos recebeu agora para esta

entrevista. Em Fevereiro de 2009 volta ao Grupo

Auto Sueco (atual Nors), agora para o aftermarket,

desta vez como diretor comercial da Civiparts,

com responsabilidade dos cinco mercados

onde a empresa está presente. Em Julho de

2012 muda-se para Espanha para comandar a

Civiparts Espanha e, no início deste ano, passa

do aftermarket para a Galius, onde delineou a

estratégia para este novo desafio.

32 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

eSTRATÉGIA

Ricardo Gomes tem a responsabilidade de conduzir os novos destinos da Renault Trucks em Portugal

renovação de frotas. A gama média, apesar de um peso mais reduzido, é uma gama onde interessa investir até porque é um cliente que circula no território nacional e costuma ser um cliente mais fiel ao após-venda. Como analisa atualmente o mercado de pesados em Portugal?O mercado de pesados, depois de em 2009 ter um abrandamento brutal que perdurou até 2014, obrigou as organizações a repensarem o seu modelo de negócio, redimensionarem as suas equipas e minimizarem as estruturas de custos. Estamos neste momento a começar a entrar num novo ciclo bastante mais favorável. Este ano o mercado terá um comportamento superior ao que aconteceu em 2014 e esta tendência ao longo dos próximos anos será de aumento gradual. Para 2018/2019 prevê-se que estejamos a falar de valores já em sintonia com a realidade que tínhamos em 2007/2008. O mercado deve situar-se acima das 4000 unidades. No ano passado valeu, no geral, 2500 unidades.

MAIS DO QUE VENDER CAMIÕESQual é a importância dos grandes frotistas para a Renault Trucks? Cada vez é mais importante porque existe um fenómeno de concentração. Se avaliarmos o mercado, vemos que existem mais de 50 empresas com mais de 100 camiões e isto obriga-nos a repensar o nosso modelo de atuação em relação ao passado. Estas

motorista, tal como os respetivos consumos ao longo da vida útil do camião, como acontece com o Optifuel. Ao nível dos grandes frotistas, grande parte deles estão a utilizar esta ferramenta e os resultados têm sido muito interessantes, com poupanças consideráveis nos consumos. A nossa força de vendas terá agora que massificar esta oferta porque não serve apenas para o grande frotista. Qual a importância do vosso serviço de assistência na estrada?Ao nível do serviço 24/7 vamos continuar como estávamos. Toda a nossa rede está preparada para prestar serviços de assistência em estrada. Vamos continuar a funcionar com uma plataforma central que está na Bélgica para dar atendimento telefónico e logístico aos nossos clientes para encaminhá-los para os pontos de assistência mais próximos. É uma ferramenta crucial. A rede tem atualmente 9 pontos de venda e assistência. É suficiente?A nossa rede cobre de uma forma extremamente eficaz os principais eixos rodoviários e não sentimos a necessidade de fazer qualquer alteração nesse sentido. Nesta perspetiva, a curto prazo, não se afiguram alterações ao nível da rede. Isso não invalida que, numa ótica de melhoria contínua, não possam existir alguns investimentos na rede e desde já me recordo que da margem sul do Tejo até ao algarve não temos nenhum ponto de assistência e poderá fazer sentido a médio

frotas têm que ter um acompanhamento diferenciado, não só no domínio comercial, mas também no após-venda, seja na vertente técnica, seja na vertente comercial. Mas hoje não basta vender um camião. É preciso ajudar e criar soluções no dia-a-dia. Por si só, o acto comercial de vender um camião não é mais do que uma porta de entrada para o conjunto de necessidades ou de obrigações que nos assistem. Começa na rede de assistência após-venda que tem que estar capacitada a prestar os serviços a nível de produto. Temos ferramentas de fidelização importantes, como o contrato de manutenção e reparação. A questão do consumo de combustível é cada vez mais importante na exploração do veículo e o cliente coloca grande ênfase neste aspeto, obrigando-nos a ter meios ao dispor para otimizar este ponto, desde a formação a motoristas e sistemas tecnológicos para monitorizar o estilo de condução do

“ESTAMOS CONFORTÁVEIS COM A REDE QUE TEMOS, MAS IDENTIFICAMOS OPORTUNIDADES NA ZONA SUL, ZONA DE TRÁS-OS-MONTES E NAS ILHAS”

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 33

prazo. Ou a região de Trás-os-Montes, que não tem cobertura local e poderá fazer sentido. Por exemplo, não temos solução de após-venda nas ilhas e, dentro de alguns anos, poderá fazer sentido. A formação à rede é também uma aposta?Claramente. Quando temos um cliente que cada vez é mais exigente e temos que ter capacidade de resposta, temos que fazer bem à primeira e graus de produtividade extremamente elevados. A curto prazo vamos levar a cabo o levantamento técnico de toda a estrutura com vista a fazermos um ponto zero e desenvolvermos um plano individual, técnico a técnico com vista a termos o conjunto de objetivos que pretendemos atingir. O domínio do eletromecânica, da eletrónica e do diagnóstico têm um papel cada vez mais decisivo. Toda essa questão técnica pode fazer com o que o após-venda das marcas ganhe terreno à reparação multimarca?Este é um bom mecanismo de proteção para a marca. A componente tecnológica obriga a investimentos muito elevados e nem todas as empresas têm capacidade para os fazer. Haverá algum tipo de sinergias entre as redes da Renault Trucks e da Volvo Trucks em Portugal?Objetivamente não. A minha visão, a da Galius, a do Grupo Nors e a própria visão do Grupo Volvo é de que iremos continuar a trabalhar com redes completamente distintas em que, neste momento, o único ponto de contacto que existe entre as duas marcas é a estrutura acionista. Vivemos num total ambiente de concorrência, ainda que saudável e o meu objetivo é obter a liderança do mercado.O veículo usado é hoje apetecível? O veículo usado é mais uma solução que pretendemos continuar a apostar de forma afincada no mercado porque existe um segmento de clientes claramente orientados para este tipo de veículos, nomeadamente clientes que estão a começar a sua atividade e que olham, regra geral, primeiro para os usados. A Renault Trucks tem um volume de negócio interessante e pretendemos otimizar. Estes são também clientes que têm uma taxa elevada de fidelização ao após-venda porque estes clientes mais pequenos, regra geral, não têm oficinas próprias. Temos também as extensões de garantia e os contratos de manutenção que são muito apetecíveis neste segmento.

APÓS-VENDAQue fatia tem o após-venda em relação à venda de veículos novos?O negócio do após-venda tem um volume interessante. Ainda assim, abaixo do que pretendemos ter. Levando em linha de conta a atividade comercial dos últimos anos e que permitiu constituir um parque circulante interessante, é possível que a taxa de penetração do após-venda suba. Que medidas querem implementar do lado do pós-venda?O contrato de manutenção e reparação é extremamente importante para nós e a existência de políticas específicas para veículos com idade superior fará sentido. Temos uma preocupação para o camião novo mas também para a os mais antigos e para a segunda vida do camião. A questão de uma correta segmentação do negócio de peças tem um papel importante. Estamos a falar de realidades muito distintas. Fará sentido termos uma política para os fast movers, que têm um consumo relevante, mas depois existem outras linhas de baixa e média rotação que a estratégia deve ser distinta. Para isto é necessário desenvolver um trabalho-base para podermos fidelizar os clientes aos nossos serviços. Os preços têm-se mantidos inalterados, mas alguns clientes foram perdidos pelas marcas para o aftermarket. É possível recuperar estes clientes? Os custos de manutenção e reparação têm-se mantido no mesmo nível. O cliente com vista a enfrentar a crise tentou encontrar

linhas de custo um pouco mais baixas e alguns deles fugiram para outras linhas e para o aftermarket. Existe espaço para ambas as realidades mas continuo a acreditar que é possível recuperar um cliente que está atualmente no aftermarket. Quando um cliente vai para o aftermarket tem, normalmente, uma questão mal resolvida com a marca e o nosso trabalho é perceber o que se passou e resolver a situação, daí o reforço da vertente comercial do nosso após-venda. Tem que haver vendedores apenas de após-venda.Os grandes frotistas costumam ter oficinas próprias. Como é que gerem esta relação?Um cliente com oficinas próprias, quando falamos de um frotista, tem que ter um conjunto de cuidados adicionais e nós iremos continuar a atuar de duas formas: no seguimento comercial realizado por parte da Galius, para verificar quais as necessidades, mas também um seguimento técnico e comercial do após-venda para que o cliente se sinta confortável com o produto e para que estejamos sempre atentos às oportunidades que existem no pós-venda. É uma solução com a qual estamos completamente habituados a funcionar. Quem sãos os vossos clientes de peças?Grande parte do nosso volume de negócios de peças está orientado para o cliente final. Normalmente não trabalhamos com revendedores e vendemos diretamente ao nosso cliente final, à oficina, seja independente, seja a oficina própria dos nossos clientes e a nossa rede.

“O CONTACTO DIRETO COM O CLIENTE TEM UMA IMPORTÂNCIA MUITO GRANDE E ESSA É UMA PREOCUPAÇÃO NOSSA. VAMOS TER COMERCIAIS DEDICADOS EXCLUSIVAMENTE AO APÓS-VENDA”

34 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

ESTATÍSTiCAS

ACAP. Produção desce, mas vendas sobem

AAssociação Automóvel de Portugal (ACAP) revelou os dados referentes ao setor automóvel português em 2014. De acordo com os números agora

trazidos a lume, tanto os comerciais ligeiros como os pesados estão numa fase ambígua. O ano de 2014 foi de crescimento nas vendas, mas a produção registou quebras em toda a linha. Das linhas de montagem nacionais saíram 2897 veículos pesados, menos 14,8% do que em 2013, ano em que foram produzidas 3400 unidades. Quanto aos comerciais ligeiros, a variação foi bem menor, mas igualmente negativo: apenas 0,2% separam as 40 918

A ACAP divulgou os dados do setor automóvel em 2014. Estes apontam para uma quebra na produção de comerciais ligeiros e veículos pesados, apesar de as vendas terem crescido face a 2013. Da mesma forma, a idade média também está a crescer, chegando já a 13,6 anos.

TEXTO JOSÉ MACÁRIO

unidades de 2013 das 40 868 produzidas no ano transato.A fábrica da Mitsubishi no Tramagal foi a mais produtiva a nível nacional em 2014, com um total de 2765 pesados produzidos, um valor 15,7% mais alto que o de 2013, e 1320 comerciais ligeiros, mais 3,6% que os que haviam saído da sua linha de montagem em 2013. A unidade da PSA de Mangualde foi a única que viu os números descerem, registando 38 016 unidades, uma ligeira quebra de 0,5% na produção de comerciais ligeiros face a 2013. A Toyota Caetano também registou aumentos, que percentualmente são os mais elevados do

panorama nacional. A unidade nortenha viu a sua produção de pesados crescer 63% face a 2013, para um total de 132 unidades. A produção de comerciais ligeiros também cresceu. Foram registadas 1532 unidades produzidas, um crescimento de 48,7% relativamente aos valores de 2013.

VENDAS EM CICLO INVERSOAo contrário do que acontece com a produção, as vendas de 2014 registaram um crescimento face ao ano anterior. Em 2014 foram vendidos 26 166 comerciais ligeiros, mais 43,8% do que no ano anterior, em que foram comercializados 18 200 unidades.

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 35

Ainda assim, este valor está 52,9% abaixo do registado em 2008, o malfadado ano em que a crise bateu à porta do mercado nacionalTambém a crescer estão os pesados. Em 2014 venderam-se 3365 unidades, mais 31,1% do que no ano anterior, em que haviam sido registadas 2600 vendas. No entanto, e tal como acontece com os comerciais ligeiros, este valor está abaixo do atingido em 2008, precisamente 46,9%.

PARQUE MAIS VELHOAtualmente composto por 132 200 pesados e 1 118 000 comerciais ligeiros, esta secção do parque automóvel português está mais

PRODUÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS, POR FÁBRICASEm 2014 (comparação com 2013)

TOYOTA CAETANO

MITSUBISHI F. T. EUROPE

PEUGEOT CITROËN

132

1532

2765

1320

+15.7%

-3.6%

+63%

+48.7%

38016

15494

-0.5%

-16.2%

VP VCL LP

VENDAS DE VEÍCULOS COMERCIAIS LIGEIROS EM PORTUGAL

2010

26,2

18,216,0

35,0

45,7

+43.8

2011 2012 2013 2014

VENDAS DE VEÍCULOS PESADOS EM PORTUGAL

2010

3,4

2,6

2,1

3,0

3,6 +31.1%

2011 2012 2013 2014

13.113.5

14.1

14.6

15.1

12.312.7

13.2

13.714.2

10.5

11.1

11.7 11.8

10.0

9.6

10.1

10.7

11.311.6

2010 2011 2012 2013 2014

IDADE MÉDIA DO PARQUE AUTOMÓVEL EM PORTUGAL

velha. A média de idades dos pesados e comerciais ligeiros que rodam nas estradas lusas cresceu em 2014 , atingindo agora uma média de 13,6 anos. A média da idade dos comerciais ligeiros subiu para os 11,6 anos (+0,3 anos face a 2013), a dos pesados de passageiros atinge agora os 15,1 anos (+0,5 anos que em 2013) e a dos pesados de mercadorias chega aos 14 ,2 anos (+0,5 anos).

BOAS PREVISÕES Sem se referir aos pesados, a ACAP revela otimismo face ao futuro para os comerciais ligeiros. A associação portuguesa vaticina

crescimento nas vendas tanto em 2015 como em 2016. Para este ano a ACAP prevê um crescimento de 15% face a 2014, apontando para a venda de 30 mil unidades, valor que ascenderá às 32 mil unidades em 2016, um aumento de 7% face ao previsto para este ano.Durante este ano, e aproveitando o ciclo eleitoral, a ACAP irá reunir-se com os vários partidos políticos para apresentar propostas, nomeadamente a da criação de um grupo de trabalho interministerial para reformular o processo de legalização automóvel, que atualmente envolve três Ministérios, tendo em consideração as melhores práticas europeias.

PESADOS PASSAGEIROS

PESADOS MERCADORIAS

LIGEIROS PASSAGEIROS

COMERCIAIS LIGEIROS

36 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

ESPECIAL

Equipamentos. Oferta e procura especializada

Aresposta à solicitação da TURBO OFICINA PESADOS para este trabalho sobre equipamentos oficinais foi excelente. Isso prova que as empresas

que comercializam equipamentos oficinais para as oficinas de manutenção de veículos pesados (onde não se incluem apenas os camiões, mas também os autocarros e até veículos industriais) estão atentas à importância que este setor de negócio representa ou pode vir a representar.Um aspeto importante ressalta da maioria das informações e opiniões que publicamos sobre

No domínio dos equipamentos oficinais a oferta que existe no mercado português é enorme, fruto também dos muitos operadores que existem. Fomos conhecer um pouco deste negócio dos equipamentos oficinais, as suas novidades e o mercado.

TEXTO PAULO HOMEM

os diferentes operadores nos equipamentos, que é a assistência técnica. Tão ou mais importante que vender um bom equipamento é poder dar ao cliente (neste caso uma oficina ou a um transportador que faça manutenção da sua frota) um acompanhamento técnico, que se torna exigente pelo peso e dimensão dos veículos em causa.O trabalho que aqui apresentamos é uma ferramenta muito útil e completa de consulta e aprendizagem para todos aqueles que trabalham em Portugal na manutenção de veículos pesados.

ALTARODAMONDOLFO FERRO E GAITHERS

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 37

A Mondolfo Ferro possui uma máquina de desmontar pneus de engenharia civil que é reconhecida pela robustez e com características de alcance de jante 60 “direto”. No caso da desmontadora Terra, da Mondolfo Ferro, destaca-se pela sua operação sem avarias e sem qualquer tipo de esforço.Relativamente à marca Gaithers, os frotistas solicitam este equipamento essencialmente pelo kit de desmonta manual.A mais recente novidade da Mondolfo Ferro é o Modelo TBE 160 Matic que é um equipamento totalmente automático, que tem uma unha que substitui o elemento ferro (na desmonta) e tem um laser que identifica logo o diâmetro da jante.Ao nível da formação e assistência técnica a Altaroda dispõe de meios próprios (e em alguns casos subcontrata) com técnicos com experiência e conhecimentos na marca Mondolfo Ferro.Diga-se que a Altaroda disponibiliza ainda a preparação de veículos de assistência rápida a pesados (carros oficina), tendo já algumas unidades a funcionar no mercado português, sendo um “produto” cada vez mais solicitado pelas oficinas e casas de pneus.A empresa de Paredes foi também inovadora no desenvolvimento do produto “Azoto” adaptado a cada cliente de pesados. A Altaroda sabe que nos pesados o custo por quilómetro permite a cada transportador ser mais ou menos competitivo na relação de quilometragem que o pneu pode fazer. Com o gerador de Azoto facilmente se obtém maior quilometragem, além de maior segurança que o azoto confere à manutenção de pneus.

DOMINGOS & MORGADOJOHN BEAN, CARTEC, KART E MANATEC

A Domingos & Morgado disponibiliza para as oficinas de manutenção de pesados diversos equipamentos: máquinas de alinhar, linhas de teste de travões, lavadoras de rodas, desmontadoras de rodas e equilibradoras de rodas, entre outros.A mais recente novidade deste operador foi a alinhadora de pesados da Manatec (sistema CCD) com uma enorme variedade de programas específicos para alinhamento de pesados, o que permite uma fluidez de alinhamento com

qualquer tipo de combinação entre o número de eixos e eixos direcionais múltiplos.A empresa do Porto utiliza meios próprios para formação e assistência, através de uma equipa de técnicos especializados, possuindo um centro de formação integrado nas próprias instalações.

GONÇALTEMHAWEKA, HPA FAIP, GAITHER, WONDER E PREMA

No setor de pesados, a Gonçalteam dispõe de várias marcas que fornecem as mais variadas soluções ao setor dos pesados.A Haweka tem equipamentos de alinhamento de direções e medição de chassis (únicos no mercado), está preparada para os novos requisitos para afinação de “cruise control”. Obrigatório de série já nas viaturas novas, este equipamento está também preparado para alinhamento de tratores agrícolas, galeras e outros veículos.A HPA FAIP conta com equipamento para desmontagem, equilíbrio de rodas e sistemas de elevação e alinhamento em fossa ou elevador.A M&B tem sistemas móveis patenteados e 100% autónomos em produção elétrica e pneumática, com capacidade de num único equipamento poder desmontar e equilibrar rodas desde ligeiros até camião e alguns agrícolas, incluindo RFT de ligeiros.A Gaither conta com sistemas de desmontagem, enchimento e equilibrio de rodas.A Wonder e a Prema disponibilizam todos os acessórios de consumo para reparação e montagem dos pneumáticos.O destaque, até pela procura que tem tido nas frotas de pesados e comerciais, vai para as máquinas de alinhamento de direção, nomeadamente para o equipamento HAWEKA AXIS 4000. Trata-se de uma a solução muito indicada para este mercado devido à sua robustez e fiabilidade que associada ao facto de poder ser portátil e confere ao utilizador autonomia para poder efetuar os seus serviços em vários locais. Sobressai também a M&B com o equipamento DIDO MOBILE (equilíbrio e desmontagem), e a HPA com os seus sistemas de desmontagem móvel.A Gonçalteam destaca ainda as pistolas de impacto de alta qualidade Dino Paoli, cada vez mais usadas no mercado dos pesados. Nas válvulas, a empresa destaca toda a gama da

Wonder e Prema (ambas com certificado de qualidade).A Gonçalteam encontra-se em franco processo de evolução na área técnica, para tal, passou a dispor de cinco técnicos (2 em outsourcing). A empresa presta assistência com meios próprios e efetua ações de formação certificadas em alinhamento de ligeiros e pesados e equilíbrio de rodas, cursos esses que são dados a qualquer interessado tenha ou não equipamento da Gonçalteam.Todos os produtos são comercializados com formação técnica sobre o mesmo e formação para o serviço do equipamento.

TEIXEIRA & CHORADOHOFMANN, INGERSOLL RAND, SNAP-ON TOOLS E LPA (LED PRESSURE ALARM)

A Teixeira & Chorado apresenta para o setor dos veículos pesados e comerciais máquinas de equilibrar e desmontar pneus pesados Hofmann, máquinas de impacto Ingersoll Rand e Snap-On Tools e carrapetas de monitorização de pressão dos pneus LPA.A mais recente novidade são as já mencionadas carrapetas LPA, que embora não sendo um produto de equipamento para a oficina, são para a monitorização da pressão dos pneus do veículo pesado.A Teixeira & Chorado conta com uma equipa técnica própria especializada nas marcas que representa, assim como também dá a formação para o uso dos equipamentos em questão.

COMETILHUNTER, ROTARY, BLITZ, AHS-PRUFTECHNIK, BUTLER, AHCON, HAWEKA, FILCAR, INGERSOLL-RAND, HAZET, VIGOR E SCHRADER

Entre as várias marcas que representa, a Cometil tem soluções para todas as áreas da reparação e manutenção de veículos pesados e industriais, de entre as quais se destacam a Hunter, Rotary, Blitz, AHS-Pruftechnik, Butler,

38 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

ESPECIAL

Ahcon, Haweka, Filcar, Ingersoll-Rand, Hazet, Vigor e Schrader.A empresa equipa Unidades Oficinais em projetos “chave na mão” ou desenvolve soluções para prestar assistência rápida de pneumáticos na estrada, através da conceção de viaturas de assistência para esta função.Destaque para a gama de equipamentos da Hunter que tem soluções de vanguarda no alinhamento, equilíbrio e montagem e desmontagem de pneus, no campo da elevação sobressai a Rotary e Blitz com soluções de colunas moveis e de pistão embutido no chão. Na marca Omer o destaque vai para a vasta gama de elevadores de tesoura que permitem inúmeras opções de escolha. A AHS-Pruftechnik dispõe de uma gama de frenómetros (embutidos, à superfície ou móveis) para diversos tipos de instalações e dispõe ainda de bancos de potência para veículos pesados.A Butler apresenta soluções para desmontar pneus e, nesta área, tem a particularidade de dispor de uma máquina retrátil que é muito utilizada em viaturas de assistência na estrada, devido à caraterística de poder ser instalada num furgão, na traseira ou lateralmente. No equilíbrio de rodas a CEMB detêm uma gama alargada de máquinas e como novidade tem uma equilibradora de pesados que é móvel (Paguro) e que é instalada na desmontadora de pneus permitindo assim equilibrar uma roda no plano estático e dinâmico, sem ser necessário o recurso à utilização do método tradicional (pó estático) que só equilibra no plano estático.Através da Schrader a Cometil garante soluções para a reparação de pneumáticos em veículos pesados e industriais.A mais recente novidade do mercado na Cometil é a máquina de alinhamento de pesados da Hunter que se destaca por inovações exclusivas: Primeiro, permite realizar a verificação da geometria dos ângulos da suspensão e direção em qualquer local (dentro ou fora da oficina) em apenas 3 minutos, por exemplo, para um veículo com 3 eixos. Ou seja, à semelhança do Check Alignment para ligeiros agora consegue-se realizar a mesma leitura em viaturas pesadas, criando a necessidade deste tipo de serviço nas oficinas. Este tipo de resultados são conseguidos graças à utilização de 6 sensores que permitem medir 3 eixos em simultâneo.Por outro lado, este mesmo equipamento pode ser utilizado também como uma tradicional máquina de alinhar, basta ser colocada na fossa de alinhamento ou na frente de um elevador de alinhamento. É também a única máquina do mercado que permite efetuar os dois métodos de referência de medição (através do método de referência de chassis ou referência geométrica). A Hunter, com este novo equipamento, redefiniu um novo método para controlar o desgaste dos pneumáticos em viaturas pesadas, item tão importante na gestão de frotas.A assistência é um dos pilares da Cometil. Todos os recursos humanos são colaboradores da

Cometil, não recorrendo a outros operadores. Por outro lado, a Cometil dispõe de carrinhas oficina equipadas com peças de reposição para poder, num espaço de 24 horas, a partir do momento em que é comunicada a falha num equipamento, repô-lo em funcionamento. A sede da empresa é em Loures, dispondo de uma delegação na zona norte que está situada em Santo Tirso, o que lhe permite cobrir o território nacional.Quanto à formação, que é outro dos pilares base na forma em como opera no mercado, a empresa tem dois centros técnicos, um no norte e outro em Lisboa. Dispõe de um chassis de camião de 4 eixos com dois direcionais que serve como instrumento base para a realização dos cursos de formação sobre a geometria de rodas em veículos pesados, o que garante a componente prática fundamental neste atividade. Paralelamente tem outras formações que são comuns às várias gamas de veículos e que também podem ser ministradas aos operadores de veículos pesados.

AUTOTECACTIA MULLER, ATH, MAGIDO, OKSYS, FUTURE E ATECLINE/REAL

Para o setor dos pesados a Autotec comercializa linhas de inspeção, colunas elevatórias independentes, máquinas lavagem peças, sistema de exaustão gases escape, máquina carregamento a/c, máquina de desmontar pneus, calibrar pneus e cabines de pintura.A empresa da Amadora dispõe de meios técnicos próprios para efetuar a formação e assistência técnica aos equipamentos.

CORCETCORGHI

A Corcet trabalha quase em exclusivo com Corghi, marca especialista em equipamentos para pneus.A empresa de Penafiel comercializa essencialmente os equipamentos de assistência a pneus, tais como máquinas de desmontar, equilibrar e elevadores de tesoura.O principal destaque vai para a desmontadora de pneus super automática Monster AG TT que integra a tecnologia “Leva la Leva”, da

Corghi e que consiste na introdução do sistema automático para desmontar o talão sem utilização do tradicional “ferro desmonta”. A centralina está equipada com um ecrã onde é possível introduzir o diâmetro da jante e a partir daí todos os movimentos da máquina são 100% automáticos.A Corghi dispõe também de uma completa gama de elevadores de tesoura para veículos pesados com capacidades que variam entre as 10 e as 50 toneladas e comprimento das plataformas entre os 5,8 e os 19 metros.A empresa dispõe de meios próprios para prestação de serviços e conta nos seus quadros com sete técnicos com vasta experiência e conhecimento. Dispõe também de instalações próprias para o desenvolvimento de ações de formação ministradas pelos técnicos próprios.

SARRAIPATECO, ITALGARAGE E TEKNOX

A Sarraipa tem para as oficinais de manutenção de veículos pesados as marcas Teco (máquina de equilibrar, desmontar pneus e alinhamento), Italgarage (elevadores de 4 colunas e de colunas independentes até 60 toneladas) e Teknox (máquinas de lavar peças a água quente com cesto rotativo e com separador de gorduras).O principal destaque vai para os elevadores de 4 colunas e colunas independentes, como para a máquina de desmonta e equilibrar pneus para pesados, as máquinas de alinhar e as máquinas de lavar peças a água quente da Teknox, que é a mais recente novidade da empresa.A Sarraipa dispõe de meios técnicos próprios num total de oito elementos distribuídos pelo território continental e ilhas.

CIVIPARTSAUTO LIFT, COMEC, DWT, FEMAK, FERVE, GREENCHEM, HETRA, INGERSOLL RAND, KS TOOLS, MAGIDO, OMEGA, PASQUIN, PIUSI, POLIN, RAASM, ROADLINK, RYME, SPACE, SPIN, STENHOJ, WASH ITÁLIA, WERTHER E WORKY

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 39

CONTACTOSAltarodaVítor Rocha

255 783 600

[email protected]

www.altaroda.pt

Domigos & MorgadoMário Leal

229 618 900

[email protected]

www.domingos-morgado.pt

GonçalteamAntónio Gonçalves

212 251 578

[email protected]

www.gteam.com.pt

Teixeira & ChoradoAugusto Teixeira

255 710 150

[email protected]

www.teixeiraechorado.pt

CometilPedro Jesus

219 379 550

[email protected]

www.cometil.pt

AutotecPaula Nobre

214 727 300

[email protected]

www.autotec.pt

CorcetCésar Teixeira

255 728 220

[email protected]

www.corcet.pt

SarraipaPedro Sarraipa

244 819 060

[email protected]

www.sarraipa.pt

CivipartsFernando Mendes

226 150 300

[email protected]

www.civiparts.com

BolasElizabete Bolas

266 749 300

[email protected]

www.bolas.pt

Conversa de mãosPaulo Cruz

227 139 084

[email protected]

www.conversademaos.pt

BoschCristina Mourão

218 500 077

[email protected]

www.bosch-automotive-pt.com

LusilectraRaúl Vergueiro

226 198 750

[email protected]

www.lusilectra.com

EquiassisteVitor Fontes

227 877 150

[email protected]

www.equiassiste.pt

TecnivercaAlexandre Corricas

219 584 273

[email protected]

www.tecniverca.pt

A Civiparts disponibiliza uma alargada gama de equipamentos oficinais para o setor dos pesados, com destaque para a DWT – Geradores de Nitrogénio; Femak – Máquinas para Montagem de Pára-brisas e Vidros; Ferve - Carregadores e Arrancadores de Baterias; Greenchem – AdBlue e Soluções de Abastecimento; Hetra - Elevadores Pesados; Pasquin – Macacos Hidro Pneumáticos; Piusi – Sistemas de Abastecimento de Gasóleo com Gestão de Frota; Polin – Estufas de Pintura; Raasm – Sistemas de Lubrificação e Recolha de Óleos Usados; Space – Elevadores fixos e de Colunas Móveis, Máquinas de Desmontar/Montar Pneus, Máquinas Calibrar Rodas, Máquinas de Alinhar Direcção; Spin – Equipamentos para Sistemas de Ar Condicionado para Autocarros, Camiões e Máquinas; Wash Itália – Pórticos Automáticos de Lavagem; Worky – Sistemas de Extração de Gases de EscapeA SPACE lançou no final do ano passado uma nova versão do software de gestão da gama profissional de alinhadoras de direção para camiões e autocarros. Esta nova versão contempla um novo grafismo mais intuitivo que facilita a utilização ao mesmo tempo que adiciona novas funcionalidades que permitem agora um controlo dinâmico mais eficaz, controlando, por exemplo, um número infinito de eixos, o ângulo de atraso em tempo real, a verificação rápida da geometria do eixo dianteiro, etc. Ao mesmo tempo lançou os novos Grampos de 3 pontos de fixação rápida, o chamado sistema “Quick-Locking Arm”, que permite dispensar a operação de compensação “Run-Out”, o que se traduz numa redução de cerca de 15 a 20 minutos em cada operação de alinhamento.Estes desenvolvimentos são de primordial importância, quando sabemos que nos dias de hoje as operações de alinhamento de direção nos pesados são cada vez mais frequentes e mais exigentes. Representam para o setor uma importante evolução em termos de ganhos de eficiência e condições de segurança.

Conscientes de que o negócio dos equipamentos oficinais assenta sobretudo e, para além da qualidade dos produtos, num bom serviço após venda, a Civiparts tem um Centro de Apoio Técnico “CAT” devidamente apetrechado de meios humanos e técnicos que asseguram e coordenam todos os serviços que coadjuvam a venda dos equipamentos que disponibiliza no mercado. Desenvolve de raiz projetos chave na mão, faz as montagens e instalações, presta serviços de manutenção preventiva e curativa, elabora e desenvolve Planos de Manutenção Periódica à medida das necessidades reais dos seus clientes.Quando se justifica, sub-contrata alguns destes serviços em empresas do mercado, devidamente credenciadas e criteriosamente escolhidas e coordenadas pelos serviços da Civiparts, o que permite dar aos seus clientes todas as garantias de um serviço de excelência.Paralelamente, e a par de um programa anual de formação a clientes, organizado pelo CAT, é ministrada pelos técnicos da empresa toda a formação específica inerente aos equipamentos fornecidos.

BOLASRAVAGLIOLI E BETA

Em termos de equipamentos para o setor automóvel (oficinas de ligeiros e pesados) a principal representada da Bolas é a Ravaglioli, um dos fabricantes líder neste segmento de mercado. Dispondo de um portfolio de produtos diversificado, uma das vantagens competitivas da Bolas, S.A. é estar apta a fornecer diversas soluções para a oficina, desde o ar comprimido

às ferramentas manuais ou pneumáticas, passando pela soldadura, equipamentos de lubrificação, enroladores, etc. Isto é, pode fornecer soluções chave-na-mão para equipar uma oficina completa.A Ravaglioli dispõe de uma linha abrangente para veículos pesados que inclui desde elevadores de tesoura e de 4 colunas (fixas ou móveis) , linhas de inspeção, alinhadoras eletrónicas para camiões, aparelhos de montar, desmontar e equilibrar pneus, entre outros.A nível de novidades Ravaglioli nos equipamentos para pesados destaque para o novo software para as máquinas de alinhar, Set Back, que funciona em tempo real, bem como o controlo rápido do eixo dianteiro “Quick Check”.Dispõe igualmente de uma nova linha de elevadores colunas móveis eletro-hidráulicos de 5500 kg wireless, com alimentação a bateria e comunicação entre colunas por Wi-Fi. Muito interessante é também a nova máquina de desmontar pneus, com capacidade até 27”, para ser montada em carrinhas de assistência para serviços de desempanagem móvel.A representada Beta também acabou de lançar alguns produtos de grande interesse para o setor de pesados, nomeadamente novas chaves dinamométricas com regulação de 700-1500 Nm (3/4”), 900 – 2000 Nm (1”) e 200 – 2000 Nm com leitura direta (1”).Em termos de recursos humanos, a Bolas, S.A. dispõe de pessoal técnico especializado e formado pelo fabricante para assegurar o aconselhamento pré e pós venda, a formação, a montagem, a assistência técnica e manutenção dos equipamentos. Embora as vendas se processem através de revendedores, a empresa assegura o apoio pré e pós-venda, caso o revendedor não disponha de serviços próprios ou prefira recorrer aos da Bolas, como acontece na grande maioria dos casos.

40 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

As principais marcas que a Lusilectra representa têm uma gama de equipamentos especialmente dedicada aos veículos pesados, permitindo assim a Lusilectra, tal como para os veículos ligeiros, ser fornecedora global de uma oficina completa de pesados, incluindo mecânica, chapa, pintura, serviços de pneus, etc.De salientar ainda que a Lusilectra possui equipamentos específicos para o controlo dos tacógrafos dos veículos pesados, até pela inerência de ser o representante em Portugal de uma das principais marcas de tacógrafos que fornece ao aftermarket de tacógrafos os serviços complementares de calibração, descarga de cartões e outros obrigatórios pela legislação específica destes instrumentos.De toda a gama de equipamentos disponíveis destaque:

Frenómetros, simuladores de carga, detetores de folgas, dinamómetros de potência e ripómetros Maha, soluções estas que equipam a grande maioria dos centros de inspeção em Portugal e também utilizadas nos principais concessionários de marca, oficinas gestoras de frota e empresas produtoras de reboques e semirreboques pesados.

Elevadores Stertil-Koni, quer de colunas independentes, quer elevadores de pranchas contínuas, produto premium neste setor do mercado.

Máquinas de alinhar direções, equilíbrio de rodas e desmonta pneus Beissbarth.

Sistemas de fixação e ancoragem para desempeno e realinhamento do chassis e/ou cabines acidentados Blackhawk.

Máquinas de A/C Ecotechnics de grande capacidade especialmente dedicadas a autocarros e a outros veículos com circuitos de refrigeração bastante longos.

Ferramenta manual e pneumática Jonnesway, numa gama especialmente dedicada a veículos pesados.

Máquina de retificar discos MAD para veículos pesados.

Cabines de pintura e zonas de preparação Saima, especialmente dimensionadas para veículos pesados com especial preocupação no domínio dos consumos energéticos e redução dos custos operacionais.As principais novidades da Lusilectra são:

As colunas independentes da Stertil-Koni na versão de 8,2 ton. por coluna com comando touch screen, sistema de controlo via rádio e com o inovador sistema de recuperação de energia usando a descida para recarregamento das baterias de alimentação do sistema sem fios.

Simulador de carga Maha por elevação dos rolos do frenómetro, sistema que permite em conjugação com o sistema de extrapolação, calcular os valores máximos de eficiência de travagem para a condição de carga máx. do veículo. Este novo procedimento de testar travões em veículos pesados, resulta de uma diretiva europeia, e que está a ser aplicada aos atuais CTIVs.Refira-se ainda que a Lusilectra possui uma equipa de 14 técnicos dedicados à instalação

ESPECIAL

CONVERSA DE MÃOSHPA-FAIP E CASCOS

A empresa Conversa de Mãos comercializa as marcas HPA-FAIP e Cascos nos equipamentos oficinais de pesados.Comercializa uma gama completa de equipamentos, desde máquinas de desmontar pneus, máquinas de equilibrar rodas, máquinas de alinhamento, macacos hidropneumáticos, testes de travões, elevadores de tesoura, elevadores 4 colunas, elevadores e colunas independentes entre outros.A mais recente novidade prende-se com a nova máquina de desmontar pneus para assistência ao exterior.A Conversa de Mãos dispõe de uma equipa técnica própria, altamente especializada nos equipamentos que comercializa, tendo os diversos kits de afinação adequados aos equipamentos, assim como todos os kits de reparação oficiais em virtude de ter a exclusividade da representação.Esta questão da assistência técnica própria habilitada e com total apoio de fábrica é muito importante, segundos os responsáveis da Conversa de Mãos na medida em que quem faz um elevado investimento em máquinas e precisa de ter os veículos em condições de circularem para rentabilizarem o negócio, tem de contar com uma equipa sempre pronta e preparada para todas as eventualidades que advêm do uso dos equipamentos.

CETRUSSPANESI, SPACE, NOVA VERTA, PIUSI, HERRMANN, FUTURE, ECODORA E FACOM

A Cetrus disponibiliza para o setor dos pesados cabines de pintura, elevadores de tesoura, de 4 colunas e de colunas independentes, torres de serviço para distribuição de óleos, linhas de inspeção de pesados, desmontadoras e calibradoras, extração de gases, enroladores de óleo, aparadeiras e macacos.A mais recente novidade da Cetrus são as torres e armários de serviço para distribuição de óleos, ar e energias e a nova máquina de alinhamento de direções Space precisamente para pesados.A Cetrus possui uma equipa dedicada e vocacionada para o pós-venda auto. Tem atualmente um serviço de pós-venda composto por nove elementos exclusivamente dedicados a este setor.

BOSCHBOSCH

A Bosch dispõe de equipamentos para equilibrar e desmontar rodas para veículos pesados, bem como equipamentos para veículos agrícolas. A Bosch possui igualmente linhas de pré inspeção para veículos industriais, equipamentos de ar condicionado, equipamentos de comprovação, carga e arranque de baterias e sistemas diesel para todos os tipos de veículos. Nas desmontadoras e equilibradoras de rodas possui ampla cobertura para veículos ligeiros de passageiros, autocarros, veículos agrícolas e veículos especiais.No ar condicionado existem diferentes modelos para veículos ligeiros de passageiros, industriais e autocarros. A Bosch tem também máquinas para o novo gás R-1234-yf e modelos que cumprem os exigentes standards SAE J2788Nos equipamento para baterias a gama vai para sistemas de controlo, carga e arranque de baterias de 12 e 24 V, para todo o tipo de veículos ligeiros, industriais, autocarros, veículos agrícolas e veículos especiais.A mais recente novidade é a linha de pré inspeção e a gama de equipamentos ligados à roda.A Bosch possui meios próprios (em termos técnicos) e a assistência é dada em parceria com o parceiro comercial, neste caso o distribuidor de equipamentos Bosch. A empresa disponibiliza ainda uma “helpline” técnica para apoio dos profissionais deste setor de negócio.

LUSILECTRAMAHA, STERTIL-KONI, BEISSBARTH, BLACKHAWK, ECOTECHNICS, JONNESWAY, MAD E SAIMA

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 41

e assistência técnica e formação de todos os equipamentos instalados nas oficinas de pesados assim como na grande maioria dos centros de inspeção.

EQUIASSISTERYME, CAPELEC, LAGOS, ROTRONICS, AQUA AMBIENTE, GLOBALJIG, HOFMANN E BLITZ

Os principais destaques ao nível dos equipamentos para veículos pesados na Equiassiste são os testes de travões, análise de gases de escape, equipamentos para pintura auto, esticadores de carroçarias, equipamentos ambientais, elevadores, equipamentos para pneus e alinhamento de rodas, entre outros.A mais recente novidade que a Equiassiste apresentou no mercado para os veículos pesados foram os equipamentos dos testes de travões, sistemas de simulação de carga e verificadores de faróis (regloscópios).A Equiassiste dispõe de meios técnicos próprios que, periodicamente, são formados na própria fábrica das suas representadas. Para além disso, a Equiassiste dispõe de uma certificação TUV que assegura, não só as boas práticas da execução técnica de montagem e formação – baseada nas normas ISO 9001 - mas também a consequente assistência técnica, pós venda, que é assegurada por contratos de manutenção. Estes são baseados numa filosofia - criada pela própria Equiassiste - e que incorpora o conceito “Checklist”, ou seja, todos os equipamentos têm determinados preceitos de manutenção, distintos uns dos outros, que não podem ser “esquecidos” pelo técnico de manutenção sob pena de danos irreparáveis. O conceito, que encerra sobre si mesmo uma determinada metodologia muito específica, sobrepõe-se a eventuais “esquecimentos” do técnico de manutenção, corrigindo, automaticamente, desvios fatais.A montante, e igualmente importante, a Equiassiste projeta em desenho CAD a planificação das oficinas dos seus clientes. Através deste método, cartesiano, nada é descurado numa oficina de automóveis

ligeiros ou pesados. Aspetos de segurança, f luência dos veículos no espaço oficinal, metodologia de reparação, regras industriais, ambientais, de iluminação, de organização técnica e administrativa, entre tantas outras, são planificadas, discutidas com o cliente.

TECNIVERCACASCOS, CORMACH, MICHELIN, KRAFTWERK, LASER TOOLS, M7 E DECA

As principais marcas representadas pela Tecniverca dirigidas ao sector dos pesados são a Cascos, Cormach, Michelin (compressores e máquinas de lavar à pressão), Kraftwerk, Laser tools, M7 e Deca. Na Cascos, fabricante de elevadores ligeiros e pesados, destaca-se o elevador de 4 colunas para 12 toneladas (C-4100). A Cormach é fabricante de máquinas para pneus, destacando-se na sua linha de produtos a F560A, máquina totalmente automática com capacidade até 56”. A Michelin possuí uma linha completa de compressores de ar comprimido e máquinas de lavar de alta pressão, com destaque nos compressores de parafuso até 50HP e as lavadoras de 200bars de água quente.A marca Kraftwerk conta com uma linha muito abrangente, onde se destaca os jogos de chaves de caixa de 1” com roquete extensível e as chaves de bocas e bocas/luneta até 50mm.Com a Laser Tools, especialista em ferramenta automóvel, destaca-se uma gama ampla de chaves de caixa especiais para cubos de roda dos veículos pesados.A M7 é fabricante de ferramentas pneumáticas, destacando-se na sua gama as pistolas de impacto de grande capacidade 1”.Por fim, a Deca, fabricante de máquinas de soldar, contém na sua gama várias soluções para soldadura de carroçarias. A mais recente novidade para este tipo de mercados é a estação de ar condicionado “ADVANCE PLUS”, da marca SPIN, dedicada aos pesados e máquinas agrícolas e também o pó de balancear para pesados.Atualmente a Tecniverca tem um departamento técnico e comercial com formação técnica especializada de forma a responder a todas as solicitações que sejam necessárias. A Tecniverca dispõe também de uma sala de formações onde realiza diversas formações técnico-comerciais das diversas marcas representadas.

MERCADOAos diversos operadores que comercializam equipamento para veículos pesados, a TURBO OFICINA PESADOS, fez três questões que permitem avaliar o mercado e o negócio de equipamentos para os camiões e autocarros.

1 Como caracteriza o mercado português ao nível do equipamento oficinal para veículos pesados?2 Os equipamentos oficinais para veículos pesados exigem maior especialização?3 Para além do preço, o que mais conta na venda do equipamento oficinal para veículos pesados?

ALTARODAVITOR ROCHA1 É um mercado que não fica a dever nada ao resto da Europa e que é bastante profissional uma vez que o cliente deste tipo de equipamentos são empresas que já têm que ter uma gestão eficiente por ser um mercado muito competitivo.2 Sem dúvida, devido ao esforço que lhes é solicitado e pelo porte de pneus com que opera implicitamente tem que ter uma robustez à altura. 3 É essencialmente a robustez do equipamento. A Mondolfo Ferro tem aí um dos seus maiores predicados. Sendo às vezes o cliente a comprar o equipamento pela marca que propriamente a empresa forçando ou apresentando as mais-valias da marca. No fundo, o cliente reconhece a Mondolfo Ferro como a melhor máquina de desmontar pneus a nível mundial.

DOMINGOS & MORGADOMÁRIO LEAL1 Trata-se de um mercado que está confinado exclusivamente às Casas de Pneus, embora no que se refere aos grandes frotistas o serviço está associado diretamente às companhias por acordos de assistência direta à frota e a todo o serviço de pneus, nomeadamente: montagem, gestão do uso dos pneus e necessidades associadas. Nesse sentido, ao nível do equipamento o grau de exigência dos equipamentos para estes serviços é alto.2 Relativamente ao alinhamento de veículos, sem dúvida. A combinação entre número de eixos e eixos direcionais múltiplos exigem um equipamento e pessoal muito especializado na sua utilização.3 Garantia de qualidade dos equipamentos e, muito importante, o serviço pós-venda. Os Contratos de Manutenção Preventiva que, por exemplo, nós oferecemos aos nossos clientes, são também uma enorme mais-valia.

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ESPECIAL

GONÇLATEMANTÓNIO GONÇALVES1 É um mercado crescente, que está a enfrentar um período de crise exigente, mas que está a mostrar sinais positivos perante as dificuldades. Notamos que nos últimos tempos o mercado veio a ser encolhido em termos de operadores, deixando aos “sobreviventes” alguma folga financeira, permitindo assim criar novas e melhores condições e que, por via das dificuldades anteriores, também evoluíram na capacidade de gerir os seus negócios.A Gonçalteam, através do nosso apoio comercial/técnico e produtos específicos para pesados, está a acompanhar com bastante satisfação esse mesmo crescimento junto dos nossos parceiros no setor fornecendo soluções e alternativas técnicas bastante interessantes ao nível dos equipamentos, ferramentas (Facom, Beta e Jonnesway ) e consumíveis.2 Sim, é uma questão de muita formação contínua. Os veículos pesados estão a ser sujeitos a inúmeras mudanças e evolução, e para tal é necessário cada vez mais a especialização e formação. A Gonçalteam tem vindo a contribuir com uma série de formações em alinhamento para viaturas pesadas e agrícolas, efetuadas com parceiros de renome nesta área.3 Sem dúvida que a qualidade, robustez, fiabilidade do equipamento e a formação/assistência técnica contínua para o produto (pós-venda) é o que mais conta. Sem qualidade, no ramo dos pesados ou noutro, não tem qualquer importância o preço. Exemplo: se uma máquina de desmontar pesados não suporta bem o pneu na descolagem, não vale a pena qualquer preço por mais baixo que seja.Como se pode ler nos manuais de vendas/marketing o preço é a ultima das questões a ser colocada, e quando se altera a ordem é porque algo está incorreto, e normalmente é o técnico ou comercial que não tem argumentação técnica.

TEIXEIRA & CHORADOAUGUSTO TEIXEIRA1 n.r.2 A especialização em equipamento para pesados tem o mesmo nivel/grau de exigência, que o mercado de equipamentos para veículos ligeiros.3 O que mais se valoriza neste negócio é a qualidade do produto e uma assistência técnica com resposta rápida e eficaz.

COMETILPEDRO JESUS1 Consideramos que tem um grande campo para progredir e atualizar-se, basta ver a sofisticação tecnológica que este tipo de viaturas apresenta e as exigências que são necessárias na sua manutenção/reparação, comparadas com a maioria das Unidades Oficinais existentes no nosso país facilmente compreendemos que existe espaço para melhorar.

As dificuldades económicas e as pressões ambientais aumentaram o nível de exigência no controlo do desgaste dos pneumáticos, consumo de combustível e material de desgaste rápido que está associado à utilização diária destes veículos, para apenas referir algumas variáveis. Sem equipamentos que consigam suprir as exigências destes veículos e formação que permita a sua utilização será muito difícil reduzir os custos de utilização de um veículo comercial pesado.2 Não. Para quem tem experiência na reparação/manutenção deste tipo de viaturas é fácil utilizar um equipamento que lhe vai permitir realizar uma tarefa em menos tempo, com maior qualidade e segurança, ou conseguir realizar uma operação que sem um determinado equipamento não a realizava, em resumo, vai desenvolver o seu negócio.3 O preço deve ser secundário quando compramos um equipamento, a nossa preocupação deve centrar-se no valor que o mesmo vai trazer para a Empresa. Não é pensar que faz isto ou aquilo, mas sim nas operações que não realizamos e que passamos a realizar, na rapidez de execução de determinadas tarefas, na qualidade do trabalho final, na segurança que nos garante, nas especificações que os construtores exigem e que passamos a cumprir, na formação que recebemos para operar em áreas que não dominamos, em resumo, um equipamento deve ser considerado como um meio de produção que vai permitir desenvolver o nosso negócio.

AUTOTECPAULA NOBRE1 É um mercado com espaço para poder ser modernizado.2 No que diz respeito ao material que vendemos, não exige maior especialização do

que aquela que já temos para os equipamentos para veículos ligeiros.3 Ter assistência adequada e vontade do cliente em investir.

CORCETCÉSAR TEIXEIRA1 No caso concreto do mercado dos pneus, houve um abrandamento significativo da atividade, fruto da diminuição do consumo associado à crise económica que assolou o país nos últimos anos. Esta crise não teve apenas o efeito nefasto da diminuição da atividade económica, mas, mais grave do que isso, fez aumentar consideravelmente os casos de crédito mal parado. Há muitas oficinas que sofreram um impacto gravíssimo com esta crise e como os pneus pesados geram grandes volumes de facturação, há mesmo muitas oficinas com graves dificuldades financeiras e outras que não conseguiram evitar a falência. Isto, obviamente, traduziu-se no abrandamento da renovação do parque dos equipamentos, pelo que, com as devidas exceções, uma boa parte das oficinas trabalha com equipamentos envelhecidos e a necessitar de substituição urgente.2 Todos os equipamentos oficinais exigem o mesmo nível de especialização, independentemente de serem para ligeiros ou para pesados.3 A fiabilidade e a durabilidade são as vertentes mais valorizadas nestes equipamentos.

SARRAIPAPEDRO SARRAIPA1 É um mercado em crescimento pois a maioria das oficinas de pesados não têm equipamento oficinal que corresponda às exigências das viaturas pesadas que existem no mercado

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e, sobretudo, do índice tecnológico que envolvem as mesmas.2 Não. Os princípios são os mesmos utilizados nas oficinas dos veículos ligeiros, naturalmente adaptados aos veículos pesados.3 Para além do preço, a qualidade dos equipamentos e ainda a origem (fabricante) dos mesmos e, obviamente, a assistência pós-venda.

CIVIPARTSFERNANDO MENDES1 O mercado dos equipamentos oficinais para pesados, não sendo um mercado de grandes volumes em termos de quantidades, dada a pequena dimensão do nosso país, é ainda assim um segmento muito apetecível para todos os players deste setor, tendo em conta os valores envolvidos que são normalmente avultados. Isto leva a que alguns desses players quer por puro desconhecimento ou por serem menos escrupulosos, tentem introduzir neste segmento equipamentos menos apropriados para o fim a que se destinam.As dificuldades económicas que o país atravessa, aliadas a uma nova tendência de compras levada a cabo por alguns grupos empresariais, pelo lançamento de concursos públicos cujo fator primordial de escolha é o preço, leva à proliferação desta realidade, sendo o resultado final aquilo a que chamamos “vender gato por lebre”. Claro está que as

consequências são normalmente desastrosas para o cliente.2 Os equipamentos oficinais para veículos pesados não exigem maior especialização quando comparados com os equipamentos para veículos ligeiros.O que tem que existir é uma perfeita adequação das características técnicas de cada equipamento à especificidade do trabalho a que está destinado e das exigências inerentes a cada um dos veículos, seja pesado ou ligeiro.3 Diria que uma conjugação dos fatores referidos na pergunta. Isto é, uma perfeita adequação do equipamento à finalidade a que se destina, a qualidade do produto, uma boa assistência após venda e antes de tudo isto, a capacidade do vendedor para perceber a necessidade do cliente e saber aconselhar o equipamento adequado a essa necessidade. Claro está que essa venda só é possível se o cliente for sensível a estas questões primordiais e não só ao preço.

BOLASELIZABETE BOLAS1 O mercado português deste tipo de equipamentos foi invadido por uma série de marcas e submarcas, muitas de origem chinesa, que oferecem garantias de médio/longo prazo reduzidas, quer a nível da qualidade, segurança e durabilidade dos equipamentos, quer a nível do serviço que é prestado ao cliente final. A crise económica tem colocado uma grande pressão nos preços e, muitas vezes, embora o cliente final reconheça o produto de qualidade, não tem capacidade para investir. Acreditamos que se o clima económico melhorar e a situação das empresas começar a estabilizar, gradualmente o produto de qualidade retomará a preferência do profissional exigente.

2 E 3 O fator decisivo na venda deste tipo de equipamentos deverá ser a segurança , quer para o operador quer para o veículo intervencionado. E obviamente as garantias em termos de formação e assistência pré e pós-venda. Constata-se, no entanto, que muitas vezes estes fatores são negligenciados, favorecendo-se o fator preço. A Ravaglioli está certificada pela norma UNI EN ISSO 9001 e os seus produtos estão homologados pelos mais importantes fabricantes automóveis, o que atesta a qualidade, fiabilidade e segurança do produto e dos serviços de assistência que oferece ao mercado, quer diretamente quer através dos seus distribuidores nos diversos países para onde exporta.

CONVERSA DE MÃOSPAULO CRUZ1 Sobre o mercado português de equipamento oficinal para veículos pesados a nossa opinião é que não vemos grande evolução. Pelo contrário, pensamos que está estagnado.2 Cada vez tem de haver maior especialização e maior aposta na formação, pois os veículos pesados estão em grande evolução.3 Conta também a certificação dos materiais, qualidade e robustez dos mesmos.

CETRUSEDMUNDO COSTA1 O mercado português está alinhado com o resto da Europa, é um mercado adulto onde já existem bastantes unidades muito bem equipadas. Pensamos que o setor vai crescer nos próximos anos.2 É preciso conhecer bem a realidade oficinal dos veículos pesados e, naturalmente, essa especialização acaba por surgir com a experiência de vários anos no mercado. 3 Fiabilidade e capacidade de assegurar o pós-venda são os fatores principais.

BOSCHCRISTINA MOURÃO1 É um mercado que se encontra em evolução, onde já existem algumas ofertas de equipamentos, embora ainda seja uma área de negócio que necessita de um constante acompanhamento e atenção, por ser muito diferente do mercado de veículos ligeiros. Nesta área, o timing nas respostas terá que ser muito mais rápido, porque a paragem de um veículo industrial acarreta elevados custos de imobilização. 2 Sem dúvida, é um mercado muito diferente do mercado de veículos ligeiros, onde o acesso à informação é mais vasto, e é uma área de negócio que exige uma especialização própria, devido à complexidade da interpretação da informação existente.3 Sem dúvida que a assistência no pós-venda é o aspeto mais importante, o constante apoio e auxílio na informação que vai sendo disponibilizada é um fator bastante apreciado no mercado dos veículos industriais.

PARA ALÉM DOS EQUIPAMENTOS A ASSISTÊNCIA TÉCNICA AOS MESMOS É MUITO IMPORTANTE NO ENTENDER DOS DIVERSOS OPERADORES

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ESPECIAL

LUSILECTRARAÚL VERGUEIRO1 Tem havido alguma evolução, embora as dificuldades económicas que o país atravessa e o abrandamento da atividade económica em geral afete clara e inequivocamente o desenvolvimento das redes de assistência técnica a veículos pesados, que se refletem, como é óbvio, na contenção dos níveis de investimento em novos equipamentos.2 Como em outros setores da atividade automóvel, é sempre necessário conhecer bem o produto e o mercado alvo que queremos atingir. É óbvio que fazer um ensaio de travões a um veículo pesado, por exemplo, é substancialmente diferente do ensaio que se faz a um veículo ligeiro.No entanto, a Lusilectra, dado que lida com os veículos pesados há mais de 30 anos, garante o necessário apoio técnico aos seus clientes.3 A relação qualidade-desempenho, sempre com o objetivo de conseguir resultados práticos eficazes ao menor custo possível. Daí a nossa extrema preocupação, e muito especial neste setor, em conhecer muito bem quais os objetivos e serviços que uma dada oficina pretende efetuar para selecionar os equipamentos que lhe permitam retirar a máxima rentabilidade, o que nem sempre é o mais económico.

EQUIASSISTEVÍTOR FONTES1 Carenciado de equipamentos técnicos adequados, sobretudo, no que refere a equipamentos de análise e controlo, ou seja, ajuizar, devidamente, o eventual “defeito”, antes de proceder à reparação. Para isso, o reparador deve dispor de meios técnicos adequados. Esses meios técnicos há muito que existem e são geradores de mais-valias técnicas e financeiras mas têm um

inconveniente: determinados proveitos em investimentos de determinados equipamentos são apenas visíveis a médio e longo prazo. Também aqui se nota um traço comum das culturas latinas (que são magníficas quando se equacionam aspetos de inteligência individual), menos propensa ao planeamento coletivo e ao controlo de métodos e ações corretivas. É vital que se pense primeiro e se execute depois - hoje mais do que no passado. Se assim for feito, diminuem-se os riscos e maximizam-se os proveitos. Não passa de um conceito banal mas, não se sabe porquê, muitas vezes é esquecido.2 Não. Os veículos pesados não exigem maior especialização mas exigem uma especialização adequada. Não é a mesma coisa projetar - até mesmo financiar - uma oficina de ligeiros e uma de pesados. São conceitos diferentes, de volumetria diferente mas com idêntica especialização.Diria que o conceito “especialização”, nos dias de hoje, e até na última década, é algo a que qualquer prestador de serviços técnicos em veículos automóveis, seja de ligeiros ou pesados, não pode dispensar, sob pena de ver o seu negócio ruir. A “especialização” é a resposta a todos os desafios tecnológicos que hoje são colocados, nas mais diversas vertentes, aos prestadores de serviços técnicos em veículos auto.

A “especialização” tem em si própria um conceito de “vida” e de progressividade saudável. Pelo contrário, a “não especialização” acarreta consequências nefastas e o negócio acabará por definhar e morrer.Isto é novo. Há 10 anos não era assim.Costuma-se dizer que, “nenhum homem morre em vão” e também no mercado de assistência técnica automóvel foi necessário que muitas oficinas de automóveis “morressem” para que outras acabassem por resistir às “doenças” que as afligiam e sobrevivessem.3 Não tenho como certo que o preço seja o principal fator de decisão, para o que quer que seja. Talvez no setor público essa seja uma caraterização comum, devido a um ADN específico mas, no setor privado, há muito que sabemos que o fator de decisão não é o preço, mas sim, para além do preço, um conjunto de diversas variáveis a ter em conta pelo decisor, e que são igualmente importantes, entre elas, a planificação, a qualidade da informação, a garantia, e o após venda, ou seja, a proatividade de fatores externos ao preço. Quem arrisca a comprar o que quer que seja apenas pelo fator “preço” faz uma aposta de risco solitária, desnecessária e imprudente. Não quero dizer com isto que os fatores adjacentes ao preço tornem o equipamento a adquirir menos competitivo, pelo contrário, podem tornar esse “preço” e esse “equipamento” mais competitivo, mais dinâmico mas, para isso, é necessário colocar na equação a variável “tempo”, conceito que, demasiadas vezes, não é devidamente levado em consideração no que diz respeito à sua importância.Como se sabe, especialmente nas economias de cultura ocidental, embora haja bons exemplos em outras geografias, em qualquer investimento as variáveis “preço” e “tempo” são, conjuntamente, varáveis que caraterizam, acertadamente, o investimento, seja ele qual for.

TECNIVERCAALEXANDRE CORRICAS1 Atualmente, o mercado português tem alguns défices de oferta para este setor, algo que tentamos colmatar dentro das nossas possibilidades, sendo para nós um mercado interessante e a que estamos atentos.2 Não achamos que exija mais especialização que o setor dos ligeiros, mas concordamos que é um setor com as suas particularidades e que necessita de uma constante atualização de informação e formação tanto técnica como comercial.3 Sem dúvida que a qualidade dos equipamentos é o ponto mais importante, embora, em Portugal, nem sempre os clientes optem por produtos de qualidade, o que nos deixa sempre em posição inferior em relação ao resto da Europa, onde a escolha recai quase sempre na qualidade e não no preço.

EM PORTUGAL ESTÃO REPRESENTADAS TODAS AS PRINCIPAIS MARCAS DE EQUIPAMENTOS OFICINAIS

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SALÃO

Motortec. Novidades também para pesados A Motortec Automechanika de Madrid decorreu este ano entre 11 e 14 de Março, na Feria de Madrid. O número de expositores cresceu cerca de 25% face a 2013. Com o selo “truck competence” foram vários os expositores que apresentaram as suas novidades para o segmento dos pesados. A TURBO OFICINA PESADOS esteve em Madrid e apresenta-lhe as novidades de algumas das empresas presentes. Ao longo das próximas edições poderá também ver trabalhos mais aprofundados sobre cada uma delas. TEXTOS ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES E CLÁUDIO DELICADO EM MADRID

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BEST STOCKO distribuidor exclusivo da Lucas Oil em Portugal e Espanha voltou a frisar a qualidade dos seus lubrificantes para

pesados e destacou o produto Ride-On, um gel que se coloca no piso do pneu com a missão de protegê-lo, atenuar o desgaste e evitar furos lentos.

BILSTEIN GROUPA grande novidade do gigante alemão é a aposta na febi Truck Division, que chega no início de Abril a Portugal. Joaquim Candeias, diretor-geral da Ferdinand Bilstein Portugal explica que “é um novo desafio para o grupo num produto muito conhecido noutros pontos da operação febi e que agora chega a Portugal. Foi feito um grande trabalho de adaptação e de formação para que a entrada no mercado seja consistente”. Por isso, explica o responsável, foi

criada uma equipa específica que se vai dedicar apenas ao negócio dos pesados. Logo no início da comercialização, que incide sobre toda a área da mecânica, a febi Truck conta com mais de 4000 referências. “Além da qualidade dos produtos vamos diferenciar-nos pelo serviço que vamos prestar aos clientes, como é apanágio do nosso Grupo”, sublinha Joaquim Candeias. A estratégia de distribuição vai assentar, para já, em 5/6 distribuidores que serão muitos apoiados para este negócio dos pesados.

COMETILA divisão espanhola da Cometil marcou pontos em Madrid com um stand muito dinâmico. Do lado dos pesados destaque para o Hunter WinAlign HD que, através de um novo processo, consegue um alinhamento de todas as rodas em apenas quatro minutos, poupando tempo (e dinheiro) às oficinas, num processo que anteriormente chegava aos 15 minutos. Entre muitas outras vantagens.

COMLINEA empresa britânica tem uma vasta linha de produtos, mas na área dos pesados a aposta vai, para já, apenas para a travagem, com uma ampla oferta de discos e pastilhas compatíveis com as principais marcas de camiões.

CUYMARO especialista em suspensão assinalou os seus 20 anos no mercado na Motortec, com uma amostra da sua oferta de mais de 3000 referências de peças adaptáveis a todas as marcas europeias de pesados: BPW, DAF, Fruehauf, Iveco, MAN, Mercedes, Renault, Scania ou Volvo. A gama de produtos compreende peças como rolamentos, casquilhos, parafusos, tirantes, silentblocks, foles, molas e todo o tipo de acessórios para a suspensão. Boa parte das peças são produzidas pela Cuymar na sua fábrica de Saragoça, sendo que noutras linhas fazem apenas a distribuição. Em Portugal tem mais de 10 distribuidores. O mercado português é muito importante para a atividade da Cuymar, de acordo com os seus responsáveis. A empresa trabalha com transportadoras que tornam a logística fácil. Durante a feira a grande novidade

de produto foi um semi-eixo para veículos de construção DAF.

ESCAPE FORTEA Escape Forte revelou na Motortec a sua capacidade de reparar catalisadores SCR para pesados com norma Euro 5, prolongando, desta forma, a forte aposta na reparação e reconstrução de filtros de partículas.

EUROTYREA empresa portuguesa apresentou-se com um stand diversificado, tal como a sua oferta de pneus para os mercados português e espanhol. Em destaque os pneus da Infinity, onde além dos modelos para ligeiros foi também mostrado o INF100 para furgões. Além dos modelos da Infinity os visitantes puderam também ver uma amostra dos modelos de marcas como a Viking, a Interstate ou a Achilles.

FEDIMAA Fedima levou à Motortec um conjunto de novidades para ligeiros e pesados. Estiveram em destaque os novos F-Terrain, gama de pneus 4x4 já conhecida em Portugal, mas que pela primeira vez esteve na feira espanhola, a linha FZL utilizada para máquinas agrícolas e viaturas militares, e o Fedima IAT 20,5 R25, um pneu florestal refeito a frio e pré-moldado. Em exibição esteve também um protótipo de um pneu reconstruído, pré-moldado e para camião de estrada, que será submetido a concurso em Nova Orleães, EUA. Outras soluções dizem respeito ao Fedima Fronteira, agora com uma nova dimensão, 215/65 R16, e a linha F/Rally que irá alimentar um troféu de iniciados.

FILTROS CARTÉSO especialista espanhol em distribuição de filtros das marcas mais conhecidas mostrou a sua ampla gama, com destaque também para a sua marca própria. Como especialista completo que pretende ser, a empresa mostrou também os seus secadores para o circuito de ar para pesados.

GRUPO ANDRÉSA forte presença do Grupo Andrés na Motortec fez-se sentir também na oferta para pesados. A

MIKFIL Mann-Filter

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SALÃO

marca checa Matador, do universo Continental, estreou em Madrid o seu novo pneu para camião, S4, que começa a ser produzido no próximo mês de Junho. Este pneu foi desenvolvido tanto para autoestradas como para estradas secundárias. À oferta das várias marcas distribuídas pelo Grupo Andrés, como a General Tire, a Nankang, Sunitrac, Victorun e Anlas juntam-se agora os pneus de camião Fulda, do grupo Goodyear, para o mercado espanhol. O Grupo Andrés, que reúne mais de meio milhão de pneus nas suas instalações centrais de Salamanca permite entregas em menos de 24 horas.

IADAO grupo IADA apresentou em Espanha uma nova gama de aditivos, óleos para engrenagens e válvulas e líquidos para direções assistidas que preenchem ligeiros e pesados. Destacam-se ainda os novos produtos para carros híbridos e para transmissões automáticas de sete velocidades.

JOHNSON CONTROLS / VARTAA Varta lançou durante a Motortec uma nova gama de baterias, criada para responder às necessidades dos veículos comerciais mais exigentes em mente. A Promotive EFB é uma bateria com uma elevada resistência às vibrações e com

INOVAÇÃO PREMIADAACESSÓRIOS

SiestUP

SIESTA SYSTEM S.L.

Menção honrosa: Golo4

LAUNCH IBERICA S.L.

COMPONENTES ELÉTRICOS E ELETRÓNICOSMenção honrosa

i-ART (Intelligent-Accuracy Refinement

Technology)

DENSO AFTERMARKET IBERIA

COMPONENTES MECÂNICOS PINÇA EXTREMA BREMBO

BREMBO

INA GearBOX

SCHAEFFLER IBERIA

Menção honrosa CASTROL EDGE reforçado com Titanio FST

BP OIL ESPAÑA S.A.U.

Pastilhas de travão com platina leve para

veículos pesados

TMD FRICTION 2

EQUIPAMENTOS E FERRAMENTA PARA A OFICINA

ARGOS

AGUADO AUTOMOCIÓN S.A.

Hunter WinAling HD Aligment Systems DSP

760T

COMETIL ESPAÑA S.L.

SmartCharger

FLAMAR MERIDIONAL S.L.

BETMS - Bahco Ergo Tool Management

System

SNA EUROPE INDUSTRIES IBERIA

Menção honrosa: Hunter Quick Check Inspection

COMETIL ESPAÑA S.L.

EQUIPAMENTOS E SOLUÇÕES DE DIAGNÓSTICO

DCU 220

ROBERT BOSCH

VcarSys

SERCORE TECH S.L.

Menção honrosa Golo1

LAUNCH IBERICA S.A.

TPA 200

ROBERT BOSCH

BANCO DINAMOMÉTRICO ASM

RYME - TÉCNICAS REUNIDAS DE AUTOMOCIÓN

S.A. 3

LAVAGEM Xtract by esens

ISTOBAL ESPAÑA S.L.

Menção honrosa: Smartpulse

ISTOBAL ESPAÑA S.L.

VIDROS, CARROÇARIA E PINTURA Loctite 4090

HENKEL IBÉRICA S.A.

Menção honrosa GAMA REPARACIÓN FIBRA DE CARBONO

CAR REPAIR SYSTEM S.A.

SERVIÇOS OU PLATAFORMAS DE GESTÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO PARA A OFICINA

Primeira rede de oficinas especialistas em

caixas automáticas NTP&AC

AUTOMATIC CHOICE S.L.

Eribrecar

ERIBRECAR S.L.

GT MOTIVE GLOBAL

GT MOTIVE S.L.

Menção honrosa AudaMobile

AUDATEX ESPAÑA S.A

Bilsteingroup

Sousa dos Radiadores Grupo Andrés Webasto Diavia

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características técnicas que garantem um elevado rendimento e uma fiabilidade total. Destaque para a tecnologia EFB (Enhanced Flooded Technology) de alto rendimento, especialmente concebida para os veículos comerciais pesados de elevadas prestações e a tecnologia de grelha PowerFrame, que permite melhor funcionamento e maior durabilidade. Esta nova gama exibe também um novo dispositivo de circulação de ácido, que previne a sua estratificação, um problema muito comum nas aplicações de ciclo profundo, e uma função “hotel” que fornece energia a todos os dispositivos e equipamentos eletrónicos a bordo, inclusive

com o veículo parado. “Esta bateria dura mais tempo e pode adaptar-se melhor aos ciclos em função das necessidades do condutor do camião. Como cada vez há mais aparelhos eletrónicos, o que fizemos foi uma bateria que dê a capacidade necessária para os motoristas que passam 4/5 dias a dormir no camião e têm cada vez mais aparelhos eletrónicos. Esta bateria é o topo de gama para camião e vem complementar a restante gama para pesados. Apenas com duas referências consegue uma cobertura de 90% do mercado europeu”, explica Carlos Lorente, diretor-geral ibérico da Johnson Controls. A nova bateria já está disponível em Portugal.

MANN-FILTERA marca alemã nunca passa despercebida num salão graças às cores e dinâmica do seu stand. Em Madrid, além de uma amostra da gama para pesados, o grande destaque foi para a comemoração dos 50 anos da fábrica de Saragoça. Num evento exclusivo foram muitos os convidados que tiveram oportunidade de fazer uma viagem pelas cinco décadas de produção de filtros em território espanhol.

MIKFILA Mikfil apresentou na Motortec a marca FilFilter destinada a alimentar veículos pesados e maquinaria diversa. O objetivo da

Escape Forte Tiresur Cuymar

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SALÃO

empresa portuguesa passou por estabelecer contactos e divulgar a sua linha de produtos em Espanha.

MS MOTOR SERVICEO especialista em peças de motor mostrou a gama que tem disponível também para pesados e veículos especiais, mas o grande destaque desta feira são os novos podcasts técnicos, que o departamento de formação está a desenvolver para ajudar os mecânicos dos vários mercados, entre os quais o português.

NORTENHA TYRESA Nortenha trouxe a Espanha um conjunto de novidades das quais destacamos os três novos catálogos, inéditos na marca, para ligeiros e 4x4, camião e veículos agrícolas. A empresa revelou que existem mais de 14 referências novas repartidas por todos, num programa de investimento que será concluído até ao final de abril. A partir de maio será ainda a primeira recauchutadora a nível ibérico a produzir pneus maciços integrais, em versões normais e não marcantes (que não deixam marcas no piso).

PETROTECO Grupo Petrotec carimba a sua terceira participação no evento de Madrid com aapresentação de soluções globais e muita inovação à mistura. Especial destaque para as novidades nas áreas de sistemas e gestão de pagamentos eletrónicos, bombas de combustível multiproduto e soluções de armazenamento e abastecimento de AdBlue.

RAVAGLIOLIA marca de equipamentos mostrou a sua desmontadora topo de gama para camião G9256T.15. Este equipamento cobre todas as necessidades para a oficina de camiões e pode trabalhar rodas com dimensões até às 56´ de diâmetro de jante e 1500 mm de largura máxima de roda.

S. JOSÉ LOGÍSTICA DE PNEUSA grande novidade que a empresa portuguesa levou a Madrid, além de marcar presença com

Iada Filtros Cartés

a marca BKT num stand separado, foi a aposta da marca Goodride no mercado ibérico. A empresa portuguesa aproveitou para fazer o lançamento do novo pneu para ligeiros, o Sport SA37, mas levou uma amostra dos pneus para pesados. Aliás, a Goodride, além de ser o maior fabricante de pneus da China, é o 10º maior fabricante mundial de pneus e o 4º maior de pneus para camião. A aposta nos pesados é, por isso, muito sólida desta marca definida por Luís Aniceto como uma “marca chinesa premium”.

SOURCE OF EFFICIENCYA portuguesa SOE levou a Espanha o seu sistema de pesagem a bordo, uma balança que após instalada no camião indica o peso real do veículo, com ou sem carga. A marca frisou ainda as suas soluções ao nível da segurança e controlo de pneus, mas também na concepção de sistemas de marcha-atrás, travagem e capotamento especificamente para o mercado dos pesados. Encontra-se também a expandir a sua área de negócio para a homologação de veículos.

SOUSA DOS RADIADORESIgualmente com o objetivo de divulgar as suas soluções, o stand da empresa Sousa dos Radiadores apostou numa nova referência para a chaufagem do Renault 4L, tendo ainda como novidade o fabrico e reparação de intarders/retarders para camiões Scania.

TIRESURA Tiresur foi a Madrid mostrar toda a sua oferta ao mercado ibérico, tanto nas marcas que comercializa como nas marcas exclusivas, que tiveram maior enfoque. No setor dos pesados, destaque para os pneus da GT Radial, com oferta para os eixos de direção e de tração e também para os semirreboques e autocarros.

TOMTOM TELEMATICSA empresa mostrou os seus novos navegadores profissionais PRO 8 que prometem revolucionar as possibilidades e o impacto da gestão de frotas nos processos de trabalho principais de empresas de todos os setores. Por exemplo, os PRO 8270 e 8275 têm uma plataforma de gestão para dispositivos móveis para ajudar a gerir o fluxo de trabalho.

TOP RECAMBIOSA empresa espanhola está a apostar forte no mercado português e vende 70 marcas em Portugal. Na área dos pesados são menos mas distribui, por exemplo, as principais marcas Premium, apostando forte nos seus 500 mil pneu em stock para dar resposta rápida aos clientes, garantindo preços muito competitivos.

TRUSACOA empresa de origem espanhola apresentou toda a sua gama de lubrificantes, sprays e aditivos durante a Motortec e mostrou também a sua nova gama de anticongelantes.

WEBASTO DIAVIAO especialista em climatização apresentou o seu portfólio, com destaque para o novo sistema de aquecimento Webasto Thermo Top Evo, com uma tecnologia inovadora que melhora o seu rendimento, consumo e conforto. Trata-se de um sistema totalmente autónomo que permite pré-aquecer o motor e conseguir um calor imediato dentro do veículo sem necessidade de ligar o motor. Pode ainda programar-se através de um comando remoto.

MS Motorservice

São José Logística de Pneus

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Expomecânica. Novo salão de pesados está em “embrião”A 2.ª edição da Expomecânica vai ter um espaço dedicado exclusivamente às empresas que trabalham para o aftermarket de veículos pesados. Será a antecâmara de um salão exclusivamente dedicado a este setor. A Turbo Oficina Pesados é media partner.TEXTO PAULO HOMEM

Apesar de continuar a ser um evento dedicado ao aftermarket e pós-venda para veículos ligeiros, a verdade é que a segunda edição da Expomecânica

apresenta já um espaço perfeitamente definido para as empresas que operam também nessas áreas de negócio mas que estão mais orientadas para os veículos pesados.A Expomecânica - Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto, que terá sua segunda edição nos dias 5 a 7 de junho na Exponor – Feira Internacional do Porto (em Leça da Palmeira, Matosinhos), vai dispor de uma área de 2.000 m2 onde estarão exclusivamente as empresas que operam na área dos veículos pesados.

“É um dado adquirido que o atual embrião evoluirá para uma dimensão semelhante à dos veículos ligeiros, a curto prazo”, diz José Manuel Costa, diretor da KiKai Eventos. Quer isto dizer que a organização pretende que esta primeira abordagem aos pesados, depois da presença de várias empresas na edição de 2014, funcione como uma antecâmara, a uma possível Expomecânica Pesados.“Se tudo correr bem (e tudo aponta nesse sentido), no seguimento dos inputs que temos recebido do tecido empresarial, o nosso objetivo passa por alargar esta componente de forma mais consistente, isto para que possamos contemplar áreas bem maiores no desenho do

certame, em 2016”, explica a também diretora da KiKai, Sónia Rodrigues.Como se disse, na planta do salão a setorização do setor dedicado aos veículos pesados e comerciais será bem evidente. “Já conta com importantes empresas do setor, e vai ter uma área de destaque na feira, com sinalética e comunicação gráfica própria, para a distinguir da outra área”, afirma José Manuel Costa.De momento e a a mais de dois meses do início do certame, são já bastantes as empresas confirmadas (ver lista), mas segundo a expetativa da KiKai Eventos, “a área total disponível para este setor de pesados neste certame aponta para mais de uma trintena de

SALÃO

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 53

expositores e uma ocupação de 2.000 m2”, diz José Manuel Costa.Nesta fase, o trabalho de comunicação desenvolvido pela Kikai Eventos incidirá em ações de marketing e ações paralelas que criem condições para a visita de empresas de transportes, de logística e outras que tenham frota própria ou de terceiros. Entre essas ações preveem-se uma exposição fotográfica de “Camiões do Futuro”, uma exposição de Veículos Pesados Clássicos, passatempos e um concurso da mais original “Placa de Matrícula”.A organização têm em mente dinamizar ainda outras ideias, especificamente orientadas para o setor dos pesados, que a seu tempo irá divulgar.

CONTACTOSExpomecânicaResponsável: José Costa

Telefone: 226 105 194

E.mail: [email protected]

Website: www.expomecanica.pt

MAIS DE 100 EXPOSITORESQuando faltam ainda cerca de 2 meses para o início da 2ª edição

da Expomecânica, o número de empresas e entidades expositoras

estava praticamente na marca dos 100 participantes garantidos.

Não obstante a área disponível para o certame estar a rolar para a

ocupação total projetada (10 mil metros quadrados), a KiKai acredita

que conseguirá ainda alocar mais cerca 35 expositores, e, assim,

atingir a meta global de inscritos a que se propôs: 135 (um aumento

de 28% relativamente à edição inaugural, e superior a 26% em área).

Lista de expositores confirmadosA Rectificadora de

Guimarães

ACAP

Aguesport

Altaroda

ANECRA

ARAN

Autodiag

A. Vieira, S.A.

ASG - SAGE

Axial

AZ auto

Berner

Bombóleo

Bragalis

CABM - Cartões &

Soluções

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54 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

frotas

Tracar. “Oficina própria é indispensável para maximizar gestão de recursos”

ATracar é uma empresa familiar fundada em 1961. Atualmente, o Grupo está organizado numa holding (Tracar Transportes e Logística SGPS,SA) que

administra a Tracar – Transportes de Carga e Comércio SA (empresa mãe), Transportes Silva Marques Lda, TracarRent – Aluguer de Viatura Pesadas Lda, TracarSav – Serviços de Apoio a Viaturas SA, e TracarLog – Logística Terrestres Lda. O Grupo gera um volume de negócios anual na casa dos 30 milhões de euros.As empresas de transportes do Grupo operam uma frota moderna de mais de 250 camiões com uma idade média de parque inferior a 4 anos, desenvolvendo transportes nacional e internacional, distribuição, carga fracionada

O Grupo Tracar tem origem numa das empresas históricas no panorama nacional do transporte rodoviário de mercadorias. Integra, entre outras, a TracarSav, uma empresa criada para prestar assistência aos veículos do Grupo, certificada pela Apcer com um Sistema de Gestão de Qualidade. TEXTO JOÃO CERQUEIRA

e grupagem, com operações de carga geral, transporte de produtos alimentares e bebidas, transporte sob temperatura dirigida (frigoríficos), carga aérea paletizada em semirreboques equipados com sistema de roller bed, entre outros.“Também temos uma grande experiência em serviços de transportes just in time, não só de carga aérea nacional e internacional, mas também de envios postais e de correio expresso, distribuição nacional alimentar e para as linhas de produção industrial”, sublinha Osvaldo José, administrador da Tracar. A modernização do Grupo Tracar passou igualmente pelas instalações, com um investimento de 5 milhões de euros na sua

nova sede, na Zona Industrial de Canelas, em Vila Nova de Gaia, implantada num terreno com 15.000 m2 de área coberta. As novas instalações dispõem de 5 cais para cargas e descargas, uma oficina com 1.500 m2, e capacidade de estacionamento para 50 camiões articulados e 30 rígidos. O Grupo também investiu em novas instalações em Faro e modernizou as de Lisboa, em Santa Iria da Azóia.“A nossa empresa TracarLog é um operador que gere todos os serviços logísticos, desde a armazenagem até à entrega ao cliente final. Temos centros logísticos com armazéns em Gaia, Lisboa e Faro dotados de avançados meios tecnológicos de informatização e de manipulação de cargas”, explica o

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 55

TRACARRENT OPERA RENT-A-CARGO COM 50 VIATURAS A TracarRent é uma empresa totalmente

detida pelo Grupo Tracar, criada para operar

no mercado de aluguer de semirreboques

em regime livre, um tipo de negócio muito

específico onde a procura se começou a

sentir com maior intensidade de há uma

década a esta parte.

Opera no aluguer de viaturas pesadas

(rent-a-cargo) com uma frota de cerca de

50 unidades, sobretudo semirreboques

frigoríficos, fornecendo as mesmas com

manutenção, pneus e seguros incluídos.

“Com este tipo de operação o cliente visa

sobretudo uma maior produtividade, e

uma melhor rotatividade do equipamento,

porque normalmente passam a dispor

de mais de um semirreboque para

cada trator, conseguindo desta forma

fazer uma operação intensiva sobre o

equipamento. Por exemplo, quando chega

ao entreposto ou à fábrica um trator

com um semirreboque vazio, já tem outro

semirreboque carregado à espera, pronto

a sair para nova viagem”, garante Osvaldo

José.

Do ponto de vista da operação logística

também constitui uma enorme mais valia,

uma vez que quando os semirreboques

estão encostados ao cais, o picking e a

preparação das encomendas não precisam

de ser tão apressados como quando se

encontra o camião e o motorista à espera.

De igual forma, esta é uma ferramenta

muito apta para fazer face a picos de

sazonalidade de negócios como, por

exemplo, o aumento da procura de

semirreboques frigoríficos nos meses

de Verão, para acorrer a uma viatura

acidentada que precisa de um período

relativamente longo de reparação, para

revisões, etc.

empresário. “Com a modernização das instalações melhorámos consideravelmente o cross-docking e toda a operação logística. Globalmente, temos capacidade instalada para processar cerca de 10.000 paletes.”A formação é outra das áreas de forte investimento do Grupo Tracar. Nos últimos anos a formação tem sido ministrada ao abrigo do Programa Operacional do Potencial Humano (POPH), com cerca de 5.000 horas anuais de formação, abrangendo todos os funcionários dos quadros de pessoal das empresas do grupo, com particular incidência nos seus motoristas.Toda a frota que opera no internacional tem instalado o sistema de comunicações e de gestão de frotas XtraN, um sistema de informática embarcada que integra software cartográfico com mapas actualizados de toda a Europa, geo-localização de viaturas por GPS e comunicação com unidades móveis por GSM.

TRACARSAV PRESTA ASSISTÊNCIA A CERCA DE 350 VEÍCULOSA TracarSav – Serviços de Apoio a Viaturas, SA é uma empresa do Grupo Tracar criada em 2003, responsável pela gestão da manutenção de uma frota de cerca de 350 tratores, camiões rígidos e semirreboques das empresas Tracar, Transportes Silva Marques e TracarRent. Opera serviços de mecânica geral, eletricidade, diagnóstico eletrónico, serralharia, pintura, lubrificação, lavagem de viaturas e serviço de pneus. Entre mecânicos, técnicos especializados, lavadores, lubrificadores e pessoal administrativo emprega um total de 13 colaboradores. Sobre a origem da empresa, Osvaldo José esclarece o seguinte: “sempre tivemos oficina

própria para garantir uma parte do serviço de manutenção. Em 2003, o que fizemos foi criar uma empresa própria no seio do Grupo para gerir a oficina e os recursos disponíveis para manutenção. Para nós, sempre foi fundamental essa estratégia de serviço pós-venda, porque nos garante uma certa independência e uma resposta mais bem adaptada às nossas reais necessidades. Serviço fora de horas e aproveitamento de recursos são fundamentais e só é possível maximizá-los quando trabalhamos para nós próprios e com recursos próprios que estão à nossa ordem e disposição.”Em 2011, com a inauguração das novas instalações Sede do Grupo Tracar, a TracarSav passou a operar numa nova oficina muito mais moderna, com equipamento de diagnóstico mais sofisticado, sistemas de exaustão de fumos, equipamento para lavagem de viaturas com sistemas de lavagem de chassis e de aproveitamento da água de lavagens, para que possa ser reutilizada na lavagem de viaturas pesadas. A instalação integra também postos de abastecimento de combustível e de AdBlue.A oficina da TracarSav possui 8 baias, estação de lavagem e serviço e vala para operação em chassis. “Adquirimos equipamento tecnológico mais sofisticado, com sistemas de exaustão, porque muitas vezes as viaturas têm de ter os motores a trabalhar para afinações e testes estáticos”, explica-nos o administrador do Grupo Tracar.Na prática, “a TracarSav é o nosso grande fornecedor de ser viços técnicos de manutenção e reparação da frota. Temos um programa muitíssimo vasto de manutenção preventiva que inclui toda a frota. Uma ou duas vezes por ano,

56 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

frotas

consoante a idade, as nossas viaturas são objecto de operações de pequena ou grande manutenção preventiva. Depois ainda temos a manutenção curativa resultante das queixas dos condutores.”O Grupo Tracar também recorre regulamente a oficinas externas tanto das marcas como independentes que complementam as suas necessidades de serviços pós-venda. “O nosso objetivo não é, nem nunca foi, fazermos todo o trabalho na nossa oficina. Não temos recursos suficientes para isso.”A TracarSav possui um carro oficina e equipas de técnicos sempre disponíveis para emergências de assistência 24 horas na estrada, com linhas telefónicas afetas (fixa e móvel), como complemento aos acordos de assistência 24 horas firmados entre o Grupo e as redes oficiais das marcas.A TracarSav tem um Sistema de Gestão da Qualidade certificado pela Apcer pela norma ISO 9001:2008 e práticas ambientais standard de recauchutagem e reutilização de todos os pneus que no final da vida útil são entregues em centros de recolha autorizados, recolha e entrega do óleo queimado dos motores das viaturas, filtros, pastilhas e outros tipos de resíduos oficinais, de igual modo, num centro autorizado.

CMR DEIXARAM DE SER INTERESSANTESA Tracar chegou a ter mais de uma centena de contratos de manutenção e reparação (CMR) ativos, mas neste momento já não tem nenhum porque optou por uma gestão de serviços de manutenção “muito adaptada à minimização dos custos e ao aproveitamento máximo dos recursos”. O responsável também não vê vantagens nestes contratos “ao nível operacional.”“Nos CMR, as marcas também foram deteriorando a qualidade do serviço face à necessidade de reduzirem os seus custos”, revela o empresário transportador, que

acrescenta: “deixaram de prestar manutenção preventiva e passaram a prestar manutenção curativa. Os tempos de imobilização aumentaram para que as peças, em muitos casos, fossem recondicionadas. Deixaram de ter peças em stock para substituição rápida como motores de arranque, compressores, caixas de velocidades, etc. Com estas alterações, os CMR perderam muito do seu interesse. Para as operações mais básicas como estação de serviço e calçar travões, não justifica recorrer aos serviços das marcas nem pagar os seus valores de mão-de-obra.”Osvaldo José remata: “chegámos à conclusão que estávamos a desperdiçar um negócio que era nosso, oferecendo-o aos nossos fornecedores de veículos.”

PEÇASA TracarSav gere também toda a atividade relacionada com a compra de peças necessárias para as operações de manutenção e o respetivo stock de peças em armazém. Tem como principal fornecedor de peças a Civiparts, recorrendo também a outras empresas fornecedoras de peças como a Motorbus e a Coperol, e também às peças de origem das várias marcas de camiões que opera. Os lubrificantes, combustíveis e AdBlue são exclusivamente fornecidos pela Galp Energia, da Petrogal.“A Civiparts também é nosso cliente, somos nós que fazemos a distribuição de peças deles na rede, portanto também há aqui uma dedicação e parceria comercial”, afirma. “Por outro lado, temos um stock razoável de peças de consumo e os nossos fornecedores, incluindo as marcas de camiões e semirreboques, têm capacidade para em 24 horas procederem à entrega da maioria das peças que necessitamos. Só para peças muito específicas é que às vezes temos de esperar mais tempo, mas isso também sucede com as marcas mesmo nas suas oficinas.”

“NA EUROPA ESTÁ A SER CRIADA UMA MANTA DE RETALHOS LEGISLATIVA”A Tracar queixa-se que é cada vez mais difícil

para os transportadores operar no transporte

internacional, não só devido a fatores como

o esmagamento das margens de lucro,

mas sobretudo ao constante aumento de

constrangimentos causados por legislações

nacionais que dificultam a livre circulação e até

mesmo a própria interpretação da lei.

Relativamente à nova lei do salário mínimo na

Alemanha, Osvaldo José declara que “o primeiro

e o principal constrangimento é a dificuldade

em cumprir uma lei que não é clara para os

operadores, num país onde a fiscalização é muito

regular e exigente, as coimas elevadíssimas e

levam à imobilização imediata da viatura até

serem pagas. Os operadores têm muito receio em

operar em países onde não sabem exactamente

como cumprir a lei. E é isso que as autoridades e

os operadores nacionais pretendem, desmotivar

os transportadores estrangeiros a operar na

Alemanha, na França e na Bélgica.”

Outra das questões que preocupa o empresário,

prende-se com a proibição do descanso semanal

obrigatório a bordo dos camiões em países como

a França e a Bélgica, mais um bom exemplo “de

uma lei avulsa de difícil interpretação de países

que legislam para o seu território à revelia das

regras comuns e em claro prejuízo dos operadores

estrangeiros”. Osvaldo José questiona: “Como

se distingue estar a gozar o descanso semanal

regular ou estar a aguardar instruções de carga?

Faz sentido o motorista gozar o descanso regular

semanal de 2 dias no hotel e depois ficar no camião

2 ou 3 dias a aguardar carga e instruções por parte

da empresa? Este é mais um retrato da atual UE

que devia ter leis idênticas em todo o território da

União e não permitir que esteja a ser criada uma

autêntica ‘manta de retalhos’ legislativa.”

Recentemente, o governo espanhol anunciou também

que irá transferir os camiões de algumas estradas

nacionais para as auto-estradas portajadas, criando

“dificuldades aos operadores em reflectir no preço de

transporte esse aumento de custos.”

Face a este tipo de problemas, “só uma ação

concertada das várias associações nacionais

e dos vários governos lesados, com o recurso

às instituições europeias da Justiça, é que é

possível, muito mais tarde, obter alguma correção

legislativa”, conclui o administrador da Tracar.

58 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

CAMIÕES

MAN Financial Services. Portugal em projeto pioneiro

AVolkswagen Bank anunciou a sua estratégia para 2015 para Portugal, um plano onde uma das principais novidades é o reforço da aposta

no renting, realizado sob a égide da MAN Financial Services e agora disponível para todos os emblemas do grupo. Outras novidades são também a maior abertura ao renting a viaturas usadas, bem como o facto de Portugal ser o país onde vai ser realizado o projeto de integração dos serviços financeiros da MAN dentro da esfera do grupo germânico, um programa que conta com um portefólio de 600 camiões e autocarros. Para saber mais sobre este projeto e descobrir as principais vantagens que o renting representa para as empresas em detrimento de outras opções, como o leasing ou a compra efetiva, a TURBO OFICINA PESADOS falou com António Reis Pereira, atualmente responsável pelo departamento de Truck & Bus na Volkswagen Financial Services e anterior Country Manager da MAN Financial Services. “Lançámos em 2006 uma empresa que se dedicava ao aluguer operacional de veículos, vulgo renting, de camiões e autocarros da marca MAN. Já financiamos milhares de autocarros e camiões”, explicou António

Além do reforço da aposta no renting, foi também anunciado o projeto-piloto de integração a nível mundial da MAN Financial Services dentro da esfera do Volkswagen Bank que vai ser acontecer também em Portugal. TEXTO NUNO FATELA

Reis Pereira. Financiando de momento perto de 50% dos veículos da marca em território nacional, numa atividade que “tem decorrido com toda a normalidade”, este responsável explicou também quais as principais vantagens desta opção para as empresas portuguesas. A contratualização de um valor mensal que nunca se altera ao longo da vigência do contrato é apontada como a principal vantagem, a que se junta todo o conjunto de serviços garantidos pela própria MAN. “Temos rendas fixas durante toda a vigência do contrato. Isso faz com que um carro que custa X, dentro de quatro anos custa o mesmo X”, explicou Antonio Reis Pereira, indicando que esta previsibilidade do custo mensal permite maior controlo orçamental às empresas. Além disso, é também destacado outro grande benefício, que está no facto da própria MAN ficar responsável pela manutenção e outros serviços. “Isto é o conceito que está por trás do Aluguer Operacional de Veículos, em que a própria marca coloca ao dispor do cliente um meio para ele alcançar o fim dele. Ele, na prática, tem de se preocupar que o seu negócio seja rentável, o camião é connosco, com a MAN”.

PROJETO PILOTO E RENTING DE USADOSUm dos principais destaques foi também o anúncio de que será realizado em Portugal um projeto pioneiro de integração da MAN Financial Services dentro da esfera do grupo germânico. Este será um projeto ao qual está dotada uma verba de 33 milhões de euros, correspondente a um portefólio de 600 camiões e autocarros que estão disponíveis para contratos de renting com as empesas nacionais. Haverá também uma maior abertura para o renting de veículos usados, naquilo a que António Reis Pereira apelidou de “Second Life” para os veículos. Recordando que os serviços de manutenção durante o primeiro contrato de renting são efetuados pela MAN e dando enfâse à qualidade da marca, foi explicado que após o aluguer operacional as viaturas não têm obrigatoriamente de ser entregues ou enviadas para o estrangeiro. Mesmo que não estejam tão adaptadas aos grandes transportes internacionais, estes veículos podem ganhar uma segunda vida cumprindo trajetos dentro de fronteiras e as empresas também beneficiam, ao contar com uma frota mais variada e que possa responder às suas diversas necessidades.

60 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

CAMIÕES

Mitsubishi. Bimobil EX 460 para campistas e expediçõesA

Daimler Trucks propõe nos mercados europeus a nova autocaravana Mitsubishi Bimobil EX 460, baseada

no Fuso Canter 4x4. Na prática, trata-se de um “camião ligeiro” de 6,5 toneladas de peso bruto, 6,44 metros de comprimento, equipado com tracção integral, fornecendo a base ideal para campistas de longo curso e veículos de expedição.O veículo é produzido em Portugal em chassis-cabina e carroçado pela Bimobil, uma empresa alemã sedeada nas imediações de Munique, com quase quatro décadas de experiência no fabrico de autocaravanas. A caixa é extremamente robusta, construída com painéis isotérmicos tipo “sanduíche” que proporcionam elevados níveis de isolamento no interior. Integra também def lectores especiais para proteger os bordos da carroçaria em terrenos acidentados. A tração integral herdada do Fuso Canter 4x4, dotada de sistema diferencial autoblocante no eixo traseiro, permite que a engrenagem de redução seja accionada automaticamente

sempre que seja necessária força de tração adicional ou haja perda de aderência numa ou mais rodas. Como a cabina e o corpo se encontram posicionados de forma mais

elevada, o veículo pode circular em pisos acidentados e difíceis, graças a um ângulo de ataque de 35 graus e a uma distância ao solo de 320 mm.

A Renault Trucks vai apresentar novidades no Salão Internacional de Materiais e Técnicas para as Industrias de

Construção (Intermat), que se realiza em Paris, entre 20 e 25 de Abril de 2015. A marca francesa vai fazer a estreia mundial de novas configurações das gamas de construção C e K, nomeadamente a nova betoneira C 8x4 XLOAD, um C 8x4 Tridem e um K 8x4

RENAULT. MÃO CHEIA DE NOVIDADES EM PARISXTrem. O novo modelo C XLOAD apresenta uma tara mais leve do que o seu antecessor, o que permite uma maior carga útil de cimento e, consequentemente, o aumento da produtividade e da rentabilidade.O C 8x4x4 Tridem, graças a um quarto eixo direcional, beneficia de um raio de viragem do veículo reduzido em 90 cm, melhorando assim a sua manobrabilidade. Quanto ao K 8x4 Xtrem é caracterizado por um chassis reforçado e por uma nova caixa de velocidades automatizada Optidriver Xtrem, com mecânica reforçada para trabalhos que requerem muita força. O stand da Renault é complementado com um C 6x4 OptiTrack, dotado de um sistema de tração inovador, graças a dois motores hidráulicos nos cubos das rodas dianteiras; um C cab 2,3, um 6x4 equipado com caixa Optidriver, e uma cabeça tratora K 6x4.

SCANIA. NOVO SISTEMA DE TRAVAGEM AEB

AScania desenvolveu o sistema de travagem AEB, um travão de emergência avançado que pode determinar o tamanho, a

velocidade e a distância de todos os obstáculos fixos e móveis na dianteira do veículo, emitir um alerta acústico para o motorista e efetuar automaticamente uma travagem de emergência se este não executar qualquer acção. O sistema AEB utiliza um radar de longa distância instalado na parte frontal do veículo e uma câmara inteligente atrás do pára-brisas. A informação emitida por ambos os dispositivos é permanentemente analisada num controlador central. Caso o motorista não reaja, o AEB acciona o travão de serviço e acende as luzes de travagem como advertência e se o condutor continuar sem reagir, o AEB activa os travões de emergência.

SCANIA. ENTREGOU 6 CAMIÕES À TRANSNIL

AScania Portugal entregou 6 camiões tratores R Streamline 410 LA4x2MNA CR19H à Transnil, equipados com o

novo motor Euro 6 SCR de 410 CV. Os novos veículos integram também o serviço de gestão de frotas da marca sueca FMS. A Transnil tem uma frota de 122 veículos, dos quais 20 são agora da marca Scania.

DAF. Novas versões CF e XFA

DAF Trucks apresentou as novas unidades de tratores de 3 eixos disponíveis nas gamas de CF e

XF, equipadas com um eixo de arraste dirigido, especialmente concebidas para aplicações que requerem uma elevada capacidade de carga combinada com máxima manobrabilidade.Os novos CF e XF de três eixos foram idealizados para tarefas onde há relativamente pouca margem de manobra e necessidade de carga adicional, como, por exemplo, devido à presença de uma grua

cama e Space Cab, enquanto na XF é disponibilizada com Space Cab e a topo de gama Super Space Cab.

ATatra Trucks introduziu na gama de camiões pesados Phoenix uma nova linha de motores Paccar Euro 6. O

fornecimento dos novos motores Euro 6 resulta do acordo firmado entre a Tatra e a DAF Trucks, em 2011, aquando do lançamento da gama de camiões Phoenix do construtor checo para o segmento da construção. Em 2011, a DAF passou a fornecer à Tatra motores Paccar Euro 5 e cabinas para toda a gama Phoenix, a qual incorpora também caixas de velocidades manuais da ZF e automáticas da Allison. A Tatra Trucks oferece na gama Phoenix camiões com configurações de eixos 4x4, 6x6, 8x6, 8x8 chassis e um modelo especial 8x8 para a operação agrícola. A marca anunciou ainda o lançamento para breve de uma versão 10x10.

TATRA. NOVOS MOTORES EURO 6 NA GAMA PHOENIX

RENAULT. LA POSTE TESTA PRIMEIRO MAXITY ELÉTRICO A HIDROGÉNIO

ARenault Trucks entregou à La Poste, para ser ensaiado em condições reais de operação na cidade francesa de Dole,

um Maxity eléctrico equipado com uma pilha combustível de hidrogénio. Trata-se do primeiro camião da Europa equipado com pilha de hidrogénio, uma nova tecnologia que permite duplicar, para os 200 quilómetros, a autonomia do camião elétrico da marca francesa. “Quando o veículo está em circulação, o motor elétrico é alimentado por duas fontes

de energia complementares: a célula de combustível fornece uma potência máxima de 20 kW e, se for necessária mais potência, são as baterias que fornecem o complemento necessário. Quando o camião está parado, a célula de combustível recarrega a bateria”, explica Christophe Vacquier, responsável de projeto.O Maxity eléctrico de 4,5 toneladas de peso bruto, recebe uma pilha de combustível em estreita colaboração com a empresa Symbio FCell.

atrás da cabina, destinando-se sobretudo ao transporte de materiais de construção e máquinas. As novas versões tratoras com eixo de arraste dirigido são oferecidas com os blocos Paccar MX-11 de 10,8 litros e Paccar MX-13 de 12,9 litros, com ordens de potência entre os 396 e os 510 CV. Integram tecnologias como o Cruise Control Preditivo com Modo Eco, que permite aumentar a economia combustível em pelo menos 5%.A gama CF com eixo de arraste pode ser especificada com cabina diurna, cabina

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62 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

autocarros

VDL. Chegou o Citea Electric

OVDL Citea SLF-120 Electric, apresentado como protótipo na última edição do Busworld de Kortrijk, o maior salão europeu de autocarros, depois de testado

em empresas públicas de transportes, chega agora finalmente às linhas de produção.A variante elétrica do popular modelo Citea (Autocarro do Ano em 2011), oferece uma ampla variedade de escolha a nível de sistemas motores de acionamento elétrico. A versão equipada com uma grande bateria recarregável através do sistema plug-in é a que proporciona maior autonomia sem necessidade de recarregamentos parciais intermédios, limitando, no entanto, o número de lugares disponíveis a bordo.Para os transportadores que privilegiam um conceito mais flexível que não afete o número de passageiros, a VDL propõe uma bateria de pequenas dimensões, com capacidade de recargas rápidas durante o trajeto, tanto por indução como pelo sistema plug-in. A pensar nos operadores de serviços

A variante ‘zero emissões’ 100% elétrica do autocarro urbano Citea é a nova proposta do fabricante holandês VDL Bus & Coach. Trata-se de um veículo de 12 metros com piso rebaixado, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida e do ambiente nas cidades.TEXTO JOÃO CERQUEIRA

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 63

interurbanos e carreiras regionais, a marca garante também uma otimização da autonomia do Citea Electric, graças a um “range extender” que permite cobrir distâncias de mais de 200 km com uma única carga. O “range extender” não afeta o número de passageiros nem os níveis de conforto a bordo.A VDL garante que o sistema modular em que assenta a estrutura de produção da gama Citea tem um papel relevante no desenvolvimento da variante elétrica, uma vez que permite integrar os componentes elétricos sem comprometer características intrínsecas ao veículo, tais como a tara, acessibilidade e níveis de conforto.

PRIMEIRAS UNIDADES PARA A FINLÂNDIA E HOLANDAA primeira unidade do Citea SLF-120 Electric já foi entregue à Veolia Transport Finland e vai participar no projeto finlandês eBus, um plano plurianual de pesquisa em sistemas de veículos elétricos, elaborado pelas autoridades daquele país nórdico. Este autocarro vai estar em serviço

por um período de 2 anos na cidade de Espoo, na área metropolitana de Helsínquia.O eBus integra o projeto finlandês Electric Commercial Vehicle (ECV), tratando-se de uma plataforma de ensaios de formato mundial para autocarros urbanos em grandes metrópoles. O clima em Helsínquia é húmido e pode variar ao longo do ano entre os 30 graus centígrados negativos e positivos. Os impactos deste tipo de clima sobre as performances do Citea Electric vão ser minuciosamente estudados pelo Instituto finlandês de pesquisa (VTT), entidade encarregue de produzir relatórios sobre o consumo de energia deste veículos nas diferentes circunstâncias climáticas.Em produção encontram-se também 15 unidades destinadas à sociedade BOM, para operar na província holandesa de Noord-Brabant. As autoridades desta província definiram objetivos ambientais muito ambiciosos para os transportes públicos, nomeadamente o de assegurar que todos os autocarros em operação sejam ´zero emissões´ até 2025.

GAMAA gama Citea é composta por autocarros de2 eixos com 12 metros de comprimento em versões de piso rebaixado, Electric, Hybrid (diesel-eléctrico) e articulados de 3 eixos com 18,75 metros de comprimento e piso rebaixado. Disponibiliza também várias versões de entrada rebaixada com 12m, 12,9m, 13,7m 14,5m metros de comprimento.A gama é caracterizada por um design moderno e inovador e uma estrutura sólida de baixo peso. A fiabilidade, a resistência e a facilidade de manutenção são outras qualidades apontadas a este modelo comercializado em todo a Europa.A nível de interiores, a amplitude das janelas e o colorido dos acabamentos criam uma ampla sensação de espaço.A segurança e o conforto do condutor também foram muito importantes na concepção do Citea. Toda a gama integra sistema EBS com ABS e ASR, a par de outros dispositivos de segurança em função do tipo de operação e das especificação dos clientes.

64 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

Volvo e Siemens. Acordo para sistemas de autocarros eletrificadosA

Volvo Buses e a Siemens assinaram um acordo global

para o fornecimento de sistemas completos de autocarros eletrificados às cidades. No âmbito deste acordo, a marca sueca fornecerá autocarros totalmente elétricos ou elétrico-híbridos, enquanto a Siemens vai instalar as estações de carregamento de alta potência. A infra-estrutura de carregamento fornecida pela Siemens inclui a estação de carga, equipamentos auxiliares, cabos, obras públicas, instalação e manutenção.As empresas já trabalham juntas neste projeto desde 2012, com o objectivo de desenvolver um sistema padronizado para o carregamento da infra-estrutura para operar com autocarros eletrificados.

A primeira destas soluções completas de mobilidade sustentável das duas empresas já se encontra instalada na cidade alemã de Hamburgo, com 3 autocarros Volvo híbrido-elétricos e quatro estações de carregamento da Siemens, numa das linhas mais movimentadas da cidade. Este ano vai ser estreada também em linhas regulares de transporte público das cidades suecas de Estocolmo e Gotemburgo.

AVan Hool anunciou a entrega dos 2 primeiros autocarros do modelo Exqui.City 100% elétricos em 2016. São

veículos articulados de 4 portas e 18,61 m de comprimento, uma largura de 2,55m e 3,5 m de altura, com capacidade para transportar 109 passageiros (46 lugares sentados e 63 de pé). As duas primeiras unidades irão operar em Hamburgo, ao serviço das empresas de transportes públicos Verkehrsbetriebe Hamburg-Holstein AG (VHH) e Hochbahn. Os veículos serão carregados durante a noite na estação de recolha da VHH em Schenefeld, perto de Hamburgo. Estão previstas também recargas rápidas de 40 minutos durante o dia nos dois terminais da linha M3, onde os Exqui.City elétricos irão fazer serviço. Estes autocarros também produzem uma parte da energia que consomem, nomeadamente por recuperação durante a travagem, armazenando-a nas baterias sobre o teto.

VAN HOOL. EXQUI.CITY ELÉTRICO EM 2016

MERCEDES. LÍDER NO MERCADO DE AUTOCARROS PELO 5.º ANO CONSECUTIVO

Em 2014, a Mercedes-Benz renovou a liderança do mercado nacional de autocarros pelo quinto ano consecutivo,

tendo conseguido alcançar 53,5% de quota no segmento de autocarros acima das 8 toneladas de peso bruto, o que representa mais de uma em cada duas novas matrículas de autocarros em Portugal. No segmento de turismo e interurbanos registou uma quota de mercado de 49,2%, o que representa um crescimento de 5,1% em relação a 2013.Para além da liderança global nacional, assumiu igualmente o topo das vendas de chassis com o novo OC 500 RF Euro 6 e também o lugar cimeiro nas novas

matrículas de autocarros originais, com o modelo Tourismo. Uma parte significativa das matrículas da marca incidiu nos chassis OC 500 LE e RF. Também os autocarros urbanos da Mercedes-Benz absorveram cerca de 80% da procura no mercado nacional.O ano de 2014 ficou igualmente marcado pela renovação de toda a gama de autocarros com motores Euro 6 e pelo alargamento da rede de assistência após-venda Omniplus, a qual cresceu para um total de 17 oficinas, sendo já a maior de todas as redes de serviço de marca para manutenção, reparação e peças de autocarros em Portugal.

AUTOCARROS

Os autocarros das gamas Setra TopClass 500 e ConfortClass 500 foram galardoados com a Menção Especial

2015 do German Design Award na categoria Excelente Design de Produto – Design de Transportes Públicos. Este prémio foi atribuído pelo júri de design da “Rat der Formgebung”, uma instituição germânica de elevadas competências em matéria de marca e design, fundada em 1953 pelo Bundestag alemão. Segundo esta instituição, na origem da atribuição do troféu, estiveram “o exterior, caracterizado pela sua esmerada aerodinâmica com uma inovadora secção traseira que reforça a boa impressão geral causada por esta família de autocarros.”

SETRA. VENCEDORA DE PRÉMIO DE DESIGN

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técnica

Pesados. Equipamentos auxiliares nas carroçarias

Nos sistemas de acionamento hidráulico os elementos essenciais que geram a força de acionamento do sistema são os cilindros e os motores hidráulicos.

HIDRÁULICAOs cilindros hidráulicos são os elementos de maior aplicação em superestruturas e mecanismos para veículos pesados. Utilizam-se para acionar qualquer tipo de estrutura, como um contentor de recolha de lixo, os braços das gruas de carregamento automático, plataformas, equipamentos de gancho e de corrente, etc. Existe uma infinidade de fabricantes e distribuidores que comercializam peças completas e kits de reparação para reparar, fundamentalmente, perdas de estanquicidade. Os motores hidráulicos são de menor uso; montam-se em betoneiras acompanhados

Os veículos pesados, em função da sua utilidade e do tipo de carroçaria, requerem equipamentos e sistemas auxiliares para o funcionamento da superestrutura. É o caso das carroçarias do tipo basculante, que dispõem de sistemas hidráulicos que operam o basculamento do contentor ou, nos furgões frigoríficos, os equipamentos de frio.

TEXTOS FRANCISCO JAVIER DÍEZ CONDE

PARCERIA

de redutores para mover a cuba ou em gruas de carregamento automático de elevada tonelagem para girar a coluna.

CIRCUITO HIDRÁULICOO circuito hidráulico é composto por uma bomba que, em veículos de média e alta

tonelagem, é acionada através de uma tomada de força do próprio veículo. Os veículos de menor tonelagem podem dispor de uma bomba acionada por motor elétrico (como os furgões que montam plataformas elevatórias).Requer também um depósito de óleo, normalmente ancorado a uma longarina

Sistema de cilindros hidráulicos de uma plataforma de transporte de automóveis e motores hidráulicos de uma grua de carregamento automático

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 67

do chassis, apesar de poder estar noutra localização, em função do seu tamanho. O sistema de comando é composto por um distribuidor hidráulico e um grupo de comandos (juntos ou separados); os interruptores marcam os limites do movimento do mecanismo. Apresentam também uma grande quantidade de tubos, rígidos ou flexíveis, que unem todos os elementos do sistema. Estes equipamentos hidráulicos têm possibilidade de reparação, já que existem fornecedores de peças independentes e oficinas multimarca que reparam qualquer sistema hidráulico num veículo pesado.Estes equipamentos devem ser identificados mediante a placa do fabricante, fixada ao mecanismo numa zona bem visível. Dá informação sobre o modelo, número de série,

Bomba hidráulica para plataforma de transporte de automóveis e bomba eletrohidráulica para plataforma elevatória

Placa de fabricante de grua

OS CILINDROS E OS MOTORES HIDRÁULICOS SÃO PASSÍVEIS DE SER REPARADOS

68 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

técnica

ano de fabrico ou a capacidade de trabalho. Na ficha técnica do veículo, nas observações, são indicadas as características do equipamento e o número de série.

EQUIPAMENTOS DE FRIOOutros acessórios que se montam em carroçarias do tipo furgão para o transporte de mercadorias a temperatura controlada são os equipamentos de frio. Existem diferentes sistemas em função do tipo de produto refrigerado que se transporte, quer sejam frescos, congelados ou ultracongelados.As principais diferenças incidem no sistema de acionamento do compressor, na posição do equipamento no veículo e na situação do condensador e do evaporador.

Equipamento de frio para semirreboque

A REPARAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE FRIO ESTÁ LIMITADA AO FORNECIMENTO DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO DO FABRICANTE E DAS OFICINAS OFICIAIS DA MARCA

O acionamento do compressor em derivados de turismo e furgões costuma ser feito através de sistemas elétricos conectados à bateria, nos quais o compressor é movido por um motor elétrico. Nestes casos é necessário trocar a bateria por uma de maior capacidade ou montar uma bateria auxiliar. Em furgões ou camiões de pequena tonelagem costumam montar-se compressores adicionais no motor, mediante kits de montagem compostos por polia, correia, suportes e o próprio compressor. São equipamentos denominados acionados pelo motor. Também existe a possibilidade de ligação à rede eletrica quando estão estacionados. Na maioria dos furgões e semirreboques, o condensador está na parte frontal; em alguns camiões de média e elevada tonelagem é

montado sobre o teto, principalmente em derivados de turismo ou furgões, ou debaixo do chassis. O evaporador e condensador podem ficar numa unidade compacta ou em unidades split separadas.Nos semirreboques são sempre equipamentos compactos autónomos acionados por motores diesel; quando parados existe a possibilidade de ligá-los à rede elétrica. A reparação destes sistemas está limitada ao fornecimento de peças de reposição do fabricante e às oficinas de serviços oficiais da marca. Os veículos que transportam mercadorias perecíveis têm um regulamento específico e estão sujeitos a controlos regulares durante a sua vida útil para assegurar que os elementos que o integram cumprem todos os requisitos. Superados todos os controlos, o veículo deverá ter uma placa identificativa visível com a data de expiração do prazo da inspeção. A ficha identificativa deve indicar as características do equipamento. O equipamento de frio também deve ter uma placa do fabricante com as características do equipamento. Na ficha técnica do veículo, nas observações devem ser indicadas as características do furgão e do equipamento de frio.

Placa do fabricante de uma betoneira

Compressor acionado por motor para equipamento de frio

70 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

Condução. Eficácia na diminuição do risco rodoviário

Conduzir um automóvel pesado pode ser mais fácil ou mais complicado do que um automóvel ligeiro. Quando fazemos um percurso sem grande intensidade

de trânsito e não muito exigente em termos de traçado, poucas inclinações, curvas largas, boas auto estradas, velocidade média bastante mais baixa do que num ligeiro, menores variações de velocidade, podemos cansarmo-nos menos. Mas as exigências perante a lei são sempre maiores e mais complexas. Trata-se

TEXTO PEDRO MONTENEGRO* * Formador de Técnicas Avançadas de Condução de Veículos Pesados e membro da Associação Portuguesa de Centros de Formação de Condução Avanç[email protected]

PARCERIA

técnica

de um veículo muito mais pesado do que um ligeiro, que ocupa uma área maior na via rodoviária e com uma inércia muito maior, provocando muito mais estragos quando entra em contacto direto com outros veículos, bens ou pessoas. Quando os acidentes provocam mortes, mais de 70% dessas mortes são ocupantes de outros veículos ou mesmo peões! Por isso o seu motorista tem que ter um comportamento diferente, mais exigente, mais conhecedor, independentemente da

sua experiência individual que é sempre importante. As autoridades praticam mais fiscalização, relativamente aos condutores de automóveis ligeiros, pelo facto de as exigências serem maiores com outros utentes das vias e também pela segurança dos passageiros e pela carga que transportam nos seus veículos (assim como o controlo fiscal da mercadoria).O planeamento de uma viagem nem sempre é feito, mesmo para os percursos desconhecidos. Como se encontra o pavimento e a sinalização? Quais as condições atmosféricas que vamos encontrar, quais as grandes inclinações do percurso, que consumos médios vamos fazer podendo estes, facilmente, duplicar ou triplicar, onde é possível fazer os descansos, que intensidade de trânsito é expectável? Podemos poupar muito tempo e dinheiro quando o planeamento é mais estudado, diminuindo bastante o risco rodoviário.Há muitos aspetos importantes que raramente são considerados neste campo, podendo as viagens ser menos cansativas, mais rápidas, mais produtivas e muito mais seguras.Resumindo, aspetos a serem analisados antes, durante e após a viagem do dia:1. Planeamento do percurso, GPS e observar mapa com alternativas;2. Qual o estado físico e psíquico do condutor, devendo refletir sobre os últimos dias;3. Em que condições de segurança e manutenção se encontra o veículo, para

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além do nível de líquidos e fluídos, fugas de ar ou de fluídos, pressão do circuito pneumático, estado dos cintos de segurança, pressão, estado e tipo dos pneus, estado das luzes, limpeza dos vidros e espelhos, estragos, histórico da manutenção, verificação cuidada da carga;4. Sentar-se ao volante, se tiver que subir vários degraus não esquecer ter sempre três pontos de apoio (queda na subida ou descida é um acidente muito frequente), encontrar a melhor posição de condução em altura, distância ao volante (de forma a usarmos menos as costas), manusear mais eficazmente o volante, mãos na posição das 9:15h (e não 10:10h ou outra) principalmente na abordagem a uma curva, regulação correta dos retrovisores que eliminam cada vez mais os ângulos mortos, avistando o menos possível as partes laterais do veículo;5. Arranque a frio: não aquecer o motor com o veículo parado, avançar o mais rapidamente possível, verificar o fumo que sai do sistema

de escape, estar mais atento à rotação do motor, trabalhar numa faixa mais apertada de rotação, nem alta demais nem baixa demais – zona verde do conta rotações é obrigatório estar nesse intervalo, neste momento 15 minutos com temperatura ambiente acima dos 20°C e 20 minutos abaixo dos 10°C (cerca de 70% do desgaste de um motor acontece neste período). Em paragens mais longas desligar o motor, circular com os médios acessos para aumentar a segurança e eficiência (mesmo tendo luzes diurnas).6. Ler melhor a estrada dinamicamente em toda a sua largura, olhos em movimento, olhar várias vezes por minuto para os espelhos retrovisores exteriores, mais do que uma vez para os do lado direito, olhar à frente do tempo de reação, saber calcular e por em prática as distâncias mínimas de segurança para o momento;7. Conhecer o equipamento do veículo em termos de motorização (potência disponível e rotação, binário máximo, consumo específico), transmissão (manual número de mudanças e operação, automática saber como passar a manual e quando), travões (de serviço e auxiliares qual a rotação do motor é que têm a máxima eficácia, modos automáticos), suspensão (pneumática ou de molas, pneus (qual o valor da pressão interior, quando foi medida a última vez), acelerador automático (quando utilizar o cruise-control, limitador de velocidade saber como e onde por em prática), filtro de ar motor (para queimar um litro de gasóleo são necessários 10.000 litros de

ar…), spoiler sobre a cabina (verificar altura), direção (quando foi alinhada), sistema de ar comprimido (verificar fugas, tempo que demora a ficar na pressão correta), as lonas laterais (camiões, reboque e semi-reboque) estão bem esticadas e as estruturas ajustáveis encontram-se na posição mais baixa possível? O radiador está limpo?8. Durante a condução: para além da manutenção da vigilância do condutor observando frequentemente os espelhos, controlando as distâncias mínimas de segurança, observar a velocidade praticada, mantê-la o mais constante possível, diminuir os tempos de variação de velocidade, saber utilizar as rotações do motor, saber o significado de qualquer luz do painel (quase meia centena que temos na maior parte dos veículos pesados), devemos pensar na carga que transportamos, sentir qualquer movimentação, analisar a eficácia dos travões de serviço e auxiliares, programar a próxima paragem, analisar a intensidade de trânsito e o nível de risco rodoviário sabendo o que fazer para o diminuir, combustível disponível e autonomia;9. Parar o veículo em segurança, anotando possíveis falhas e necessidades. Verificar se o estacionamento é permitido, se é seguro, verificar como se encontra a carga.10. Documentação organizar a documentação necessária para a viagem finalizada, anotar qualquer anomalia e ajustar qualquer manutenção programada e verificar a carga.

HÁ MUITOS ASPETOS IMPORTANTES QUE RARAMENTE SÃO CONSIDERADOS, PODENDO AS VIAGENS SER MENOS CANSATIVAS, MAIS RÁPIDAS, MAIS PRODUTIVAS E MUITO MAIS SEGURAS

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OQUE É O EURO 6? O Euro 6 é uma regulamentação europeia que estipula limites de emissões para os veículos. “O Euro 6

tornará os veículos a diesel tão limpos quanto os veículos a gasolina”, afirma Rolf Bulander, membro da administração da Robert Bosch e responsável pela tecnologia dos motores. O objetivo principal desta nova regulamentação é a redução dos limites de emissões de partículas de óxido de nitrogénio. Desde 1 de Setembro do ano passado, os veículos não podem emitir mais do que 80mg de óxido de nitrogénio por quilómetro (veículos a gasolina: 60 mg por quilómetro); o limite anterior era de 180 mg por quilómetro.Desde 1 de Janeiro de 2015, todos os veículos novos vendidos terão de estar em conformidade com o Euro 6.

QUAL O OBJETIVO DA REGULAMENTAÇÃO EUROPEIA SOBRE EMISSÕES? Desde a introdução da regulamentação Euro 6 em 1993, as emissões na estrada reduziram drasticamente. A tecnologia automóvel avançada reduzem as emissões de substâncias como o CO2, óxido de nitrogénio

A Bosch explica que mudanças trazem as normas Euro 6 para os condutores. Desde o preço dos veículos às etiquetas de emissões.TEXTO CLÁUDIO DELICADO

e partículas. Os avanços técnicos nos motores também produzem efeitos: desde 1990 que as partículas de motores a diesel foram reduzidas em 99 por cento, enquanto algumas unidades modernas a diesel emitem quase 98 por cento menos óxido de nitrogénio comparado com alguns veículos do início dos anos 90. À medida que progride a eletrificação dos motores, as emissões continuarão a baixar.

OS VEÍCULOS FICARÃO MAIS CAROS? O preço dos modelos em conformidade com o Euro 6 estão geralmente equiparados aos modelos em conformidade com o Euro 5. Por vezes, os modelos Euro 6 terão características adicionais – uma transmissão diferente, ou pneus diferentes – que poderão aumentar o preço do mesmo. Se retirarmos o custo adicional destes extras, não verificará nenhum aumento de preço nos modelos que cumprem a norma Euro 6.

COMO É QUE O EURO 6 ALTERA A TECNOLOGIA DOS MOTORES DIESEL? Os veículos diesel necessitam de um sistema de exaustão perfeitamente afinado para

estar em conformidade com os limites mais reduzidos do Euro 6. Para veículos com peso até 1700 kilos, um catalisador NOX de baixo custo será o suficiente. “Nos veículos pesados, será necessário um catalisador SCR com AdBlue”, afirma Markus Heyn, presidente da divisão dos sistemas diesel na Robert Bosch. Este sistema injeta AdBlue, uma solução inodora de ureia, que converte o óxido de nitrogénio em vapor de água e nitrogénio. Os níveis de AdBlue são retificados e repostos nas revisões.

QUE MUDANÇAS SURGEM PARA OS CONDUTORES COM O EURO 6? Para quem já tem veículos, nada muda. Podem continuar a utilizar os seus veículos como sempre. Segundo as últimas informações, as taxas para os automóveis Euro 5 não mudarão e continuará a ser possível circular nas zonas de emissões reduzidas. Os compradores de novos veículos deverão estar atentos a esta transição para o Euro 6 se quiserem ter um modelo equipado com tecnologia de ponta. Todos os construtores de veículos pesados têm uma vasta oferta Euro 6.

técnica

Bosch. Os segredos do Euro 6

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 73

LEGISLAÇÃO

Espanha. Governo quer transferir camiões para as autoestradas

O governo espanhol anunciou que pretende proibir a circulação de camiões de quatro ou mais eixos em vários troços de estradas nacionais,

empurrando-os para as autoestradas ainda antes do próximo Verão, com a finalidade de diminuir a sinistralidade em estradas de uma única via em cada um dos sentidos onde transita um elevado número de camiões. A TURBO OFICINA PESADOS teve acesso ao projeto do Ministério do Fomento e da Dirección General de Tráfico que irá afetar 16 troços que totalizam mais de 1.300 km de estrada no país vizinho, retirando destas cerca de 8,7 milhões de camiões.Ainda segundo fontes do governo espanhol, a proibição de circulação de camiões em algumas estradas será compensada por uma redução de 50% das taxas de portagem nos troços correspondentes de autoestrada que se converterão em vias de uso obrigatório. Para os transportadores que já utilizam as autoestradas portajadas o desconto será apenas de 35%. A medida ainda em discussão tem sido fortemente criticada pelas associações setoriais e também pelo PSOE.O presidente da Fenadismer, Julio Villaescusa, defende que “qualquer medida destinada a incentivar a utilização de autoestradas deve ser voluntária, pelo que em nenhum caso

aceitamos o seu carácter obrigatório. Por outro lado, os transportadores espanhóis são os principais interessados no aumento da segurança rodoviária, mas não à custa da proibição a uma única categoria de veículos, os camiões, quando o seu contributo para a sinistralidade é proporcionalmente muito mais baixa do que a dos automóveis particulares.”A Federação Galega de Transporte de Mercadorias (Fegatramer) vai mesmo mais longe, exigindo gratuitidade total para os camiões nas autoestradas portajadas, e sem que isso pressuponha mesmo restrições à circulação de camiões nas restantes vias.Por sua vez o PSOE defende que, sobretudo, esta medida se destina a equilibrar as deficitárias contas das concessionárias de autoestradas. O PSOE fez as contas e diz que, mesmo com os descontos de 50%, só nos cofres do erário público entrariam por ano 110 milhões de euros relativos aos troços de autoestrada abrangidos, contra apenas 5 milhões o ano passado.

VIAS AFETADASEm Castilha e Leão este projecto prevê a proibição de circulação na N-IV entre Villalba (Madrid) e Adanero (Segóvia), transferindo os camiões para a AP-6; na N-603 entre Segóvia e San Rafael (Segóvia) para a AP-61;

Seguindo o exemplo dos seus pares europeus, também o governo espanhol se prepara para implementar medidas que atentam, em certa medida, contra a livre circulação, pretendendo proibir os camiões de circular em 1300 quilómetros de 16 estradas nacionais, obrigando-os a utilizar autoestradas portajadas.TEXTO JOÃO CERQUEIRA

na N-110 entre Ávila e Villacastín (Segóvia) para a AP-51; na N-630 entre L e Campomanes (Astúrias) para a A-66; na N-1 entre Rubena (Burgos) Arminón para a AP-1; e na N-124 entre Miranda de Ebro (Burgos) e Alagón (Saragoça) para a AP-68.Na Galiza é afetada a circulação de camiões na N-550 entre a fronteira portuguesa de Valença do Minho e Ferrol (A Corunha) para a AP-9; e entre Santiago de Compostela e Santo Domingo para a AP-53.Na Catalunha é proibida a circulação na N-240 entre Lérida e Montblanc (Tarragona) transferindo os camiões para a AP-2; e na N-340 nos troços entre Hospitalet de l’Infant (Tarragona) e Oropesa (Castellón), e entre Alfafulla (Tarragona) e Martorell (Barcelona).Na Andaluzia é afetada a N-IV entre Dos Hermanas (Sevilha) e Jerez Norte (Cádiz) para a AP-4 e a RM-332 entre Cartagena e Vera (Almeria) para a AP-7; e na Comunidade Valenciana a N-332 entre Silla (Valencia) e San Juan (Alicante9 para a AP-7.

A PROIBIÇÃO DE CIRCULAÇÃO DE CAMIÕES NESTAS ESTRADAS DEVERÁ SER COMPENSADA POR UMA REDUÇÃO DE 50% DAS TAXAS DE PORTAGEM

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PNEUS

Alves Bandeira Tyres. Profissionalizar a área dos pesados

Aempresa sediada na Mealhada, um dos maiores distribuidores nacionais, reestruturou-se de modo a poder dar uma resposta mais eficaz dentro dos

vários segmentos de mercado em que atua.Um desses segmentos é precisamente o de pneus para veículos pesados.Da sua vasta oferta de marcas de pneus, algumas são transversais a diversos segmentos, outras não. É o caso da marca alemã Fulda, que a Alves Bandeira Tyres representa em exclusivo para Portugal no setor dos veículos pesados, dispondo ainda como complemento de uma oferta em pesados nas marcas asiáticas Zeetex (Budget High) e Torque (Budget Budget).“Em 2013/2014, fruto de uma nova estratégia da empresa, das várias marcas asiáticas que possuíamos optámos apenas por estas duas para trabalhar, precisamente porque são aquelas que nos dão a melhor garantia em termos de acompanhamento técnico e a sua relação qualidade/preço é bastante positiva”, começa por referir Paulo Santos, responsável Comercial da Alves Bandeira Tyres.

FULDAJá em 2014, e depois de diversas negociações com a Goodyear, a Alves Bandeira Tyres passou a representar (desde Maio) a marca Fulda Truck. “É uma marca alemã, líder nesse

Tão importante como conhecer o pneu que se comercializa é conhecer o mercado para o qual se destina. Foi com esta ideia que a Alves Bandeira Tyres criou uma estrutura “especialista” para desenvolver esta área de negócio dos pneus para pesados. TEXTO PAULO HOMEM

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 75

“TEMOS CAPACIDADE TÉCNICA PARA INFORMAR O CLIENTE”Com uma marca quality (Fulda) na sua

gama de pesados e duas budget (Zeetex

e Torque), onde o preço (e a qualidade)

são claramente diferentes, o cliente tem

diversas opções à sua escolha. Mas não

ficará confundido com o preço?

“Nós temos capacidade técnica para

informar o cliente qual a melhor

opção. Se o transportador faz

serviço internacional, o produto que

aconselhamos é Fulda, essencialmente

pelo fator “custo/km”, que na realidade

apresenta uma excelente relação. É um

dos fatores mais importantes para as

empresas transportadoras e pesa muito

na decisão da compra. Para o serviço

regional temos outro tipo de opções,

de outras marcas, além desta. Contudo,

a escolha será sempre do cliente, mas

todos sabemos que nos pneus pesados,

como quase em todos os produtos, o

preço determina também a qualidade do

produto”, refere Paulo Santos.

mercado, com uma relação preço / qualidade excelente, que normalmente fideliza os clientes assim que a experimentam pela primeira vez”, afirma o mesmo responsável, acrescentando que se trata “de um produto quality mas percecionado como qualidade premium”.Desde que representa esta marca alemã a Alves Bandeira Tyres fez uma aposta muito séria na marca Fulda no setor dos veículos pesados, pois entende Paulo Santos que “não fazia sentido investirmos tanto nesta marca se não tivéssemos um especialista em pneus de pesados para trabalhar exclusivamente este setor dentro da nossa empresa”.Foi dessa forma que a empresa contratou um elemento para o efeito, profissional com larga experiência nesta área dos pesados e das frotas, e que já tinha um forte conhecimento do produto Fulda, o que levou a que “com o investimento na marca e com a ação deste profissional tenhamos, neste último semestre, atingido excelentes resultados”, afirma Paulo Santos.

ESPECIALIZAÇÃOAtravés da especialização do segmento de pesados na Alves Bandeira Tyres, a empresa já pensa num segundo comercial para este setor, para ter uma melhor cobertura do território português e para responder mais pronta e eficazmente aos diversos tipos de clientes.

Sendo o pneu pesado um produto muito técnico, Paulo Santos refere que a diferenciação está “no acompanhamento muito próximo ao cliente, até porque existe algum desconhecimento sobre a correta utilização deste tipo de pneus. O que estamos a fazer é dizer ao cliente qual o tipo de pneus mais adequado para o tipo de utilização e de veículo que tem”.Como clientes, a Alves Bandeira Tyres tem o retalho tradicional, que normalmente já compra através do portal de vendas online, mas também os frotistas. “Que fique bem claro que apenas vendemos a transportadoras que não dependam de terceiros para efetuar o serviço de pneus”, revela Paulo Santos. Contudo, “não abdicamos nunca do acompanhamento do cliente, retalhista ou frotista, explicando tecnicamente o produto e a sua correta aplicação à frota e ao tipo de utilização da mesma”.Outra das apostas tem a ver com a gestão das reclamações. Diz o responsável da Alves Bandeira Tyres que “sempre que existe uma reclamação vamos junto do cliente para a resolver. O nosso sucesso em tão pouco tempo tem muito a ver com esta nossa forma de trabalhar o mercado de pneus pesados que estava, sem dúvida, um pouco esquecido”.Este “esforço” comercial nesta área é também uma forma da empresa dar a conhecer a sua

76 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

PNEUS

oferta, não só na marca Fulda, mas também nas marcas budget Zeetex e Torque. Contudo, não está fora de hipótese, até como forma de aumentar o leque de oferta nos pesados, da Alves Bandeira Tyres poder vir a ter uma marca de pneus premium. “Entretanto já fomos abordados pelas marcas premium para o fazermos, sinal de que estão atentos ao nosso trabalho. Porém, antes disso queremos ter os meios para o efeito no terreno, consolidar a nossa estrutura para esse fim e então depois pensar em investir também numa marca premium para pesados”, revela Paulo Santos.

STOCKSendo o pneu pesado um produto logisticamente mais complicado de trabalhar, sobretudo pelas suas dimensões, a Alves Bandeira Tyres dedicou um espaço próprio no armazém para este efeito. Simultaneamente foi

CONTACTOSAlves Bandeira Tyres, S.A.Divisão comercial: Paulo Santos

Telefone: 231 244 200

E.mail: [email protected]

Website: www.alvesbandeira.pt

NOVOS SEGMENTOS DE MERCADO

Se 2013 e sobretudo 2014 marcou o

arranque do negócio de pesados na Alves

Bandeira Tyres, num futuro próximo novos

segmentos poderão vir a ser trabalhados.

“Estamos a estudar partir para outros

segmentos de mercado onde não

estamos representados, como é o caso

dos pneus agrícolas, industriais e dos

OTR” refere Paulo Santos, dizendo que

“se nos pneus pesados existem muitas

particularidades técnicas, nos segmentos

agrícolas, industriais e OTR isso ainda

é mais evidente. Por isso, se viermos

a trabalhar estes segmentos, iremos

apostar em profissionais especialistas,

pois é a única forma de termos sucesso”.

elaborado um plano anual de encomendas que visa sobretudo evitar roturas de stock, apoiar os clientes e ter preços mais competitivos, sem grandes oscilações. “Na marca Fulda não existe nenhuma referência que não tenhamos em stock”, revela Paulo Santos, explicando que “trabalhamos todas as medidas de pneus para este segmento de pesados”.

OBJETIVOSA Alves Bandeira Tyres, como distribuidor oficial da Fulda Truck em Portugal, mas também da Zeetex e da Torque, tem objetivos muito ambiciosos no segmento dos pneus para veículos pesados. “Vendemos em 2014 mais de de 9.000 pneus de pesados, depois de termos vendido cerca de 2.000 em 2013. Agora, temos como objetivo de pelo menos duplicar as vendas para 2015 em pesados”, antevê Paulo Santos com base no que está planeado para este ano.

VENDAS ONLINEApesar das vendas de pneus pesados também serem feitas através do site de vendas online B2B, Paulo Santos revela que “existe um outro conceito na venda de pneus para pesados, que passa muito mais pela oferta de serviço e intervenção pessoal, baseada na confiança e no acompanhamento ao cliente”, afirma também que “o grosso das nossas vendas nos pneus de pesados são feitas desta forma”.

78 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

Distrityres. Especialização em pneus profissionais

Há pouco mais de um ano que João Serras, profissional com larga experiência no setor dos pneus, cumprindo um sonho

antigo, decidiu investir no negócio grossista.A empresa foi fundada, sobretudo, para dinamizar o negócio de pneus agrícolas da Alliance, uma marca que foi durante muitos anos uma das referências do setor em

Um dos mais recentes grossistas de pneus portugueses decidiu investir fortemente nos pneus profissionais (pesados, agrícolas, florestais, industriais, etc). A Distrityre, com sede em Mação, é atualmente um dos dois representantes da Kumho em Portugal para pesados.

TEXTO PAULO HOMEM

Portugal, mas que nos últimos anos não tinha sido trabalhada.Através das empresas de retalho de pneus que dispõe, que têm o nome de João Serras, o pneu florestal e agrícola sempre teve uma predominância no negócio. Como tal, o passo a dar para entrar no negócio grossista foi curto, passando a Distrityres a deter a exclusividade desta marca Alliance para todo o território português.

PNEU DE PESADOSSe o arranque foi com a Alliance, não demorou muito a que a Distrityres, como era seu objetivo inicial, entrasse no negócio dos pneus de pesados. “Depois dos primeiros contactos há mais de dois anos, em 2014 houve a vontade da marca e nossa de começarmos a trabalhar a Kumho no mercado português apenas no pneu para veículos pesados”, refere João Serras, gerente da Distrityres, empresa que é um dos dois grossistas que representa em Portugal esta marca coreana.No entender deste responsável, a Distrityres agarrou bem a oportunidade de poder dinamizar a Kumho, sendo “uma marca que estamos a trabalhar de uma forma muito profissional e dedicada”.

STOCKNeste momento a Distrityres possui três armazéns, sendo um deles muito recente em termos de construção, que permitem à empresa de Mação dispor de uma área de armazém superior a 3.400 m2, que já se encontra superlotada. É por isso que a empresa já tem um novo terreno onde irá construir um novo armazém, com quase 8.000 m2, que está projetado para 2016.“Neste negócio grossista existe uma máxima, quem não tem stock não vende”, afirma João Serras, sublinhando a sua forte aposta “em duas vertentes que são fundamentais para o nosso negócio, que é a quantidade e a diversidade”.Enquanto afirma que não existem muitas empresas a ter um stock de pneus profissionais como a Distrityres possui, o responsável da

pneus

MARÇO/ABRIL 2015 | TURBO OFICINA PESADOS 79

empresa garante que não existe outra forma de estar no mercado, reconhecendo que “apesar do grande esforço financeiro que foi feito, notamos que as vendas têm vindo a crescer e que duplicamos a faturação nos primeiros meses deste ano face aos dados de 2014 para o mesmo período de análise”.Ao todo, a empresa disponibiliza um stock de cerca de 9.000 pneus, dos quais um terço é exclusivamente dedicado ao setor dos veículos pesados.A distribuição de pneus é feita essencialmente através de transportadores sub-contratados, entregando a Distrityres em todo o país (e ilhas), enquanto as vendas são dinamizados por uma equipa de quatro comerciais.Para ajudar nas vendas, a Distrityres possui uma plataforma online de vendas B2B, onde permite a consulta do seu stock bem com a disponibilidade do mesmo. “Cerca de 50% das vendas são já feitas por esta plataforma”, garante João Serras.

ACOMPANHAMENTO TÉCNICOApesar de ser uma empresa eminentemente comercial, a Distrityres sabe que pelo facto de vender pneus profissionais estes exigem maior especialização e conhecimentos técnicos. “Fazemos todo o tipo de acompanhamento

e aconselhamento técnico ao nosso cliente retalhista, bem como ao cliente final”, explica João Serras, informando que a empresa dispõe de um técnico que acompanha os clientes e se dedica apenas ao aconselhamento das melhores soluções para pneus, em função da frota e da utilização da mesma.Aliás, em termos de vendas, a Distrityres assume que apenas comercializa os seus pneus para retalhistas. “O acompanhamento ao cliente final é apenas feito na parte técnica, já que as vendas são exclusivas para casas de pneus”, afirma o mesmo responsável.Aliás, diz João Serras que as três unidades de retalho (Mação, Portalegre e Estremoz) que dispõe (a João Serras, Pneus e Combustíveis) compram pneus à Distrityres com as mesmas condições que qualquer outra casa de pneus compra.

NOVAS MARCASPara além das marcas que distribui, a Distrityres não pretende manter-se apenas no negócio da distribuição ao nível dos pneus profissionais. A empresa vai lançar em breve mais algumas novidades ao nível dos pneus, que irão não só completar a oferta na área dos pesados e dos pneus agrícolas, mas também irá permitir à empresa trabalhar novos segmentos de mercado, como sejam o pneu para veículos ligeiros, comerciais e 4x4, bem como nos OTR. “Estamos a ultimar um projeto que nos irá permitir alargar a nossa atividade grossista a novos segmentos de negócio, sem contudo perdermos a nossa especialização nos pneus profissionais”, sublinha João Serras.

A KUMHO É A MARCA DE PNEUS PARA VEÍCULOS PESADOS QUE A DISTRITYRES COMERCIALIZA APENAS PARA RETALHISTAS

CONTACTOSDistrityresResponsável: João Serras

Telefone: 241 519 150

E.mail: [email protected]

Website: www.distrityres.com

RETALHO COM FORTE PRESENÇA NOS PESADOSA João Serras, Pneus e Combustíveis é uma

empresa que possui três unidades de retalho de

pneus em Mação (sede), Estremoz e Portalegre.

Brevemente haverá uma quarta unidade em

Castelo Branco com a particularidade de todas

elas pertencerem à rede First Stop da Bridgestone.

Em todas as casas de pneus da João Serras, Pneus

e Combustíveis, existe uma forte componente

de assistência de pneus de pesados (agrícolas,

florestais, etc), dispondo a empresa de meios para

prestar assistência no terreno. Ao todo a empresa

dispõe de quatro veículos de assistência a frotas,

dois dos quais nas instalações de Mação.

80 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

Uma oportunidade para as empresas de autocarros

Até agora os poderes públicos ignoravam os VGNs e não havia praticamente nenhum incentivo. Mas, lentamente, a situação começa a mudar. O

novo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), no seu eixo prioritário 1, prevê a conversão de frotas de transportes colectivos de passageiros (rodoviário e fluvial) para gás natural”. Podem candidatar-se empresas, entidades e concessionárias de transportes públicos colectivos de passageiros e os incentivos dão tanto para a aquisição ou conversão de frotas para gás natural comprimido (GNC) ou liquefeito (GNL) como para a instalação dos respectivos postos de abastecimento.O POSEUR está longe de ser satisfatório pois restringe o apoio só aos transportes colectivos (exclui os táxis) e de passageiros (exclui as mercadorias). Além disso, a verba atribuída a projectos de VGNs é de apenas 3 milhões de euros. Isso parece indicar que os primeiros projectos que se candidatarem absorverão o montante de recursos disponível – quem quiser, tem de se apressar! Por outro lado, como observou o Eng. Mira Amaral (Expresso, 07/Março/2015), este POSEUR padece de uma lógica “ambientalista e estatizante” e “o sector privado terá umas sobras...”No entanto, apesar das deficiências do POSEUR, há uma pequena janela de oportunidade para as empresas de autocarros que quiserem renovar as suas frotas com VGNs. Como o montante disponível é pequeno talvez seja preferível pedi-lo exclusivamente para a aquisição dos autocarros GNC, deixando a instalação do posto de abastecimento por conta de uma comercializadora de gás natural (como fez recentemente a Auto Viação Feirense). No imediato, o problema do financiamento das frotas de VGNs coloca-se com muita acuidade no caso da enorme frota da STCP do Porto (mais de 500 autocarros, dos quais 52% são VGNs). Isso acontece por duas razões: uma é que a sua frota actual de VGNs aproxima-se do fim da sua vida legal e a outra é o processo de privatização em curso. A empresa que venceu o concurso foi a TMB de Barcelona e só falta assinar o contrato respectivo. Entretanto, como a TMB tem a maior frota de autocarros a gás natural do mundo, há todas as razões para acreditar que

saberá resolver o problema e que os ares do Porto continuem a beneficiar-se com os VGNs.Entretanto, para a generalidade das empresas de autocarros do país, o problema coloca-se de uma forma diferente e serão precisos meios de financiamentos mais vultuosos do que o agora previsto no POSEUR. Pode-se provar por a+b que em termos de fluxo de caixa — considerando custos de investimento + custos de exploração — um projecto de substituição da frota por VGNs é sempre rentável. Para isso basta apenas que haja um número mínimo de viaturas, a fim de obter as economias de escala necessárias. No entanto, no actual panorama português isto não é suficiente para termos VGNs nas nossas frotas de autocarros. Em condições normais, para o investimento inicial as empresas precisariam ter acesso ao crédito e para o acesso ao crédito precisariam ter uma situação financeira saudável — o que muitas vezes não acontece.Assim, a solução do problema tem de passar para outros campos. Os empresários do sector terão certamente de pressionar os poderes públicos a fim de aceder ao único combustível que lhes permite melhorar as suas margens de comercialização e assim melhorar a sua rentabilidade. Seria desejável que a sua associação nacional, a ANTROP, com mais de uma centena de membros, tomasse a liderança do processo. No âmbito do programa Portugal 2020 o POSEUR dispõe de recursos avultados: €2.252,5 milhões a serem concedidos até o ano 2020. No entanto, tem faltado sensibilidade entre os seus responsáveis para a importância dos VGNs. Isso reflecte-se na distribuição proposta para os recursos existentes. Exemplo: para “outras energias renováveis (incluindo a energia hidroeléctrica, geotérmica e marinha) e integração das energias renováveis (incluindo

infraestrutura de armazenagem, desde electricidade a gás e hidrogénio renovável” (sic) atribuíram €120 milhões. Mas para a renovação da frotas de autocarros os escassos €3 milhões mencionados. Alguém dirá que agora existe a “fiscalidade verde”, a qual permite às empresas com frotas de VGNs deduzir no IRC os gastos com a aquisição de gás natural. É verdade, mas isso beneficia apenas os custos de exploração das empresas que já têm VGNs — não os custos de investimento das empresa que querem ter VGNs.Os responsáveis ambientais deveriam verificar que o grande problema em Portugal que afecta a população é o da qualidade do ar das cidades e que para resolver isso de forma rápida e eficaz a única solução prática será a generalização dos VGNs. Os apoios nem sequer deveriam ser limitados aos autocarros de passageiros e sim estendidos a todas as frotas urbanas (táxis, camiões e carrinhas de distribuição, frotas de empresas e até veículos particulares). Esta generalização chegou a ser proposta pela APVGN, que aguarda resposta. Se em Portugal quisermos ser sérios quanto à melhoria da qualidade do ar urbano poderíamos também seguir o exemplo da alcaidia de Madrid que proibiu a empresa de autocarros local de substituir os autocarros ainda existentes a gasóleo por outros com o mesmo combustível — terão de substituí-los por VGNs, hidrogénio, eléctricos, ou outros quando chegarem ao fim da sua vida útil.Numa óptica macroeconómica, convém sempre reiterar: é preciso reduzir a factura petrolífera do país. Os 9,49 mil milhões de euros importados em 2013 (últimos números publicados pela DGEG) representam um enorme rombo na balança comercial portuguesa. Reduzir este rombo tanto quanto possível deveria ser um verdadeiro desígnio nacional. Se ultimamente os preços do barril estão baixos (o benchmark do Brent anda nos US$53-US$54), eles não permanecerão assim para todo o sempre (ver artigo “O pico petrolífero e o gás natural” no nº anterior da Turbo Oficina Pesados). Será que nos vamos acomodar a esta situação conjuntural de petróleo barato?

*Vice-Presidente da Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural (www.apvgn.pt). As opiniões aqui expressas são do autor e não vinculam necessariamente a APVGN.

Todos sabem das dificuldades financeiras enfrentadas por grande parte das empresas de transportes públicos de passageiros. Se a renovação das frotas com veículos convencionais a gasóleo já era difícil, mais difícil ainda para elas é darem o “salto” para o futuro: a adopção de veículos a gás natural (VGNs), que são um pouco mais caros que os convencionais a gasóleo mas são mais económicos em termos de custos de exploração e mais ecológicos em termos ambientais.TEXTO JORGE FIGUEIREDO*

ambientePARCERIA

82 TURBO OFICINA PESADOS | MARÇO/ABRIL 2015

Equipamento oficinal

Caros leitores,O tema em destaque desta edição da Turbo Oficina Pesados é o Equipamento Oficinal. Por analogia com as necessidades das empresas para desenvolverem as suas atividades, vamos dissertar um pouco pela importância do Equipamento de uma forma geral. Por mais que o tempo passe, por mais novos

paradigmas que apareçam, existe uma realidade que nunca muda: o melhor equipamento de uma empresa são os seus recursos humanos.Salvaguardados estes, ainda que renovados face a novos desafios tecnológicos que porventura seja necessário acompanhar, a um gestor cabe a tarefa de, em cada momento, garantir que as ferramentas colocadas ao serviço dos colaboradores são as ideais, ou no mínimo as suficientes para que as suas capacidades possam ser otimizadas. Na verdade, de que serve a uma empresa ter um perito em informática se não tiver computadores? Ou ter um excelente cozinheiro se não tiver um refeitório com serviço de refeições aí confecionadas? Ou ainda, indo de encontro do tema em destaque nesta edição, de que serve ter um excelente mecânico se não houver igualmente um nível de equipamento oficinal de excelência?Ao longo do tempo é absolutamente necessário que os concessionários de veículos automóveis, quer sejam de ligeiros, quer sejam de pesados, garantam que os seus equipamentos oficinais não se tornam obsoletos face aos enormes desenvolvimentos que a indústria automóvel tem observado ao longo dos últimos anos. A começar pelos equipamentos de diagnóstico, que são cruciais para a rentabilidade das empresas, já que sem eles a capacidade de dar com as eventuais anomalias é cada vez mais uma roleta: a probabilidade de acertar à primeira é muito, mas muito reduzida mesmo.Para além deste facto indesmentível, acresce que o tipo de intervenções que são hoje necessárias realizar nas viaturas são completamente diferentes de antigamente e o próprio conceito de antigamente está muito diferente. Um ano neste segmento de mercado já é antigamente, embora se o equipamento for atual, o que vai mudando são as chamadas atualizações de Software. Mas para além deste tipo de equipamento dito oficinal, típico das empresas de reparação automóvel, é também muito importante ter em conta todo o restante equipamento que distingue a qualidade dos serviços oferecidos, nomeadamente os de Software de Gestão. Desde a capacidade de organizar o trabalho, à capacidade de interagir com os clientes (vulgarmente designada por CRM que são as siglas de Customer Relationship Management).Uma boa interação com o cliente, num mercado cada vez mais globalizado, com informação de preços, disponibilidades e promoções à distância de uma ida aos “sites” da especialidade, é fundamental para contrariar a falta de fidelização que tais facilidades de informação originam.Dou-vos o meu exemplo prático: há uns meses resolvi fazer uma experiência e fui a uma oficina diferente da habitual para fazer um trabalho no carro de um dos meus filhos, porque me disseram que ficaria mais barato e tal. Arrependi-me mil vezes. Na verdade, na oficina onde vou regularmente (da marca do carro), tiveram de me resolver o problema criado por quem não estava apetrechado devidamente, leia-se, com o equipamento oficinal adequado para a resolução da avaria, que incluía uma anomalia, por simpatia, do airbag. Tratava-se por isso de um equipamento de segurança e de um carro conduzido por um filho. Claro que não volto a prevaricar e até ao fim de vida daquele carro, não vou voltar a “trair” a minha oficina de marca e o pessoal que tão bem me trata há anos e anos. Para finalizar, gostaria de partilhar convosco que, na minha opinião, as questões relacionadas com os equipamentos das empresas estão intimamente ligadas com a sua capacidade de gerar relações de confiança com os clientes e com isso, de manter relações duradoiras. Num tempo de relações cada vez mais fugazes, ter confiança em alguém ou nalguma entidade, é a única forma de nos fazer resistir às ofertas tentadoras de novas experiências que nos colocam a cada momento nos nossos computadores, nos nossos “tablets” ou até nos nossos telemóveis.

João Almeida assina, todos os meses, um artigo de opinião e tem as funções de Consultor Editorial da Turbo Oficina Pesados.

O autor não adota o novo acordo ortográfico nos seus artigos.

DE QUE SERVE TER UM EXCELENTE MECÂNICO SE NÃO HOUVER IGUALMENTE UM NÍVEL DE EQUIPAMENTO OFICINAL DE EXCELÊNCIA? É ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO QUE OS CONCESSIONÁRIOS GARANTAM QUE OS SEUS EQUIPAMENTOS OFICINAIS NÃO SE TORNAM OBSOLETOS

João Almeida

opinião