tÍtulo: implantaÇÃo de um sistema de gestÃo de informaÇÃo …
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TÍTULO: IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO EM UMA FERRAMENTARIADE PEQUENO PORTETÍTULO:
CATEGORIA: EM ANDAMENTOCATEGORIA:
ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRAÁREA:
SUBÁREA: EngenhariasSUBÁREA:
INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA - CEUN-IMTINSTITUIÇÃO(ÕES):
AUTOR(ES): GABRIELLA JANIZELI NUCCIAUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): JORGE KAWAMURAORIENTADOR(ES):
GABRIEL GARDINI
GABRIELLA JANIZELI NUCCI
HEITOR QUEIROZ GARCIA
FERNANDO DA PALMA RICHARDS
IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO
EM UMA FERRAMENTARIA DE PEQUENO PORTE
SÃO CAETANO DO SUL
2018
2
GARBIEL GARDINI
GABRIELLA JANIZELI NUCCI
HEITOR QUEIROZ GARCIA
FERNANDO DA PALMA RICHARDS
IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO
EM UMA FERRAMENTARIA DE PEQUENO PORTE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Escola de Engenharia Mauá
do Centro Universitário do Instituto Mauá
de Tecnologia como requisito parcial para
a obtenção do título de Engenheiro de
Produção.
Orientador: Prof. Mestre Jorge
Kawamura
SÃO CAETANO DO SUL
2018
3
GARBIEL GARDINI
GABRIELLA JANIZELI NUCCI
HEITOR QUEIROZ GARCIA
FERNANDO DA PALMA RICHARDS
IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO
EM UMA FERRAMENTARIA DE PEQUENO PORTE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Escola de Engenharia
Mauá do Centro Universitário do
Instituto Mauá de Tecnologia como
requisito parcial para a obtenção do
título de Engenheiro de Produção.
Banca Examinadora:
SÃO CAETANO DO SUL
2018
4
AGRADECIMENTOS
5
RESUMO
6
ABSTRACT
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - CLASSIFICAÇÃO DO PORTE DAS EMPRESAS POR FATURAMENTO
(BNDES) .................................................................................................................................. 12
Figura 2 - CLASSIFICAÇÃO DO PORTE DAS EMPRESAS POR FATURAMENTO
(SEBRAE) ............................................................................................................................... 12
Figura 3 - CLASSIFICAÇÃO DO PORTE DAS EMPRESAS POR FUNCIONÁRIOS
(SEBRAE) ............................................................................................................................... 13
Figura 4 - MÓDULOS MAIS COMUNS DO ERP ............................................................. 20
Figura 5 - ELEMENTOS GRÁFICOS DO BPMN ............................................................. 23
Figura 6 – EXEMPLO DE BPMN ........................................................................................ 25
FIGURA 7 - FASES DA METODOLOGIA SIPOC ........................................................... 26
FIGURA 8 - MODELAGEM DE UM VOCABULÁRIO DO SISTEMA ............................ 29
FIGURA 9 - MODELAGEM DA DISTRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES DE UM
SISTEMA ................................................................................................................................. 30
Figura 10 - UML DO FLUXO DE INFORMAÇÕES .......................................................... 40
8
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SAP
ERP – Enterprise Resource Planning
BPMN -
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 11
1.1 OBJETIVO ............................................................................... 11
1.1.1. OBJETIVO PRIMÁRIO ........................................................ 11
1.1.2. OBJETIVO SECUNDÁRIO .................................................. 11
1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................... 11
1.2.1 MICROEMPRESAS NO BRASIL ........................................... 11
1.2.2 A FERRAMENTARIA GARDINI .............................................. 14
1.2.3 O ERP ..................................................................................... 15
1.3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .................................................. 16
1.4 QUESTÃO CENTRAL DA PESQUISA .................................... 16
1.5 CONTRIBUIÇÕES DO TRABALHO ........................................ 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................ 18
2.1 SOFTWARE DE GESTÃO ERP – ENTERPRISE
RESOURCE PLANNING ................................................................. 18
2.1.2 MERCADO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
INTEGRADOS ................................................................................. 20
2.2 MAPEAMENTO DOS PROCESSOS E DADOS DA
EMPRESA ....................................................................................... 21
2.2.1 MAPEAMENTO DE PROCESSOS POR BPMN .................... 22
2.2.2 MAPEAMENTO DAS ENTRADAS E SAÍDAS DO
PROCESSO - SIPOC ...................................................................... 25
2.2.3 MAPEAMENTO DAS VARIÁVEIS DO PROCESSO -
UML ................................................................................................. 27
2.3.2 REST ................................................................................................. 31
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 33
3.1 TIPO DE PESQUISA .......................................................................... 33
3.2 LIMITAÇÕES DO MÉTODO DE PESQUISA ................................. 34
3.3 VARIÁVEIS DA QUESTÃO DA PESQUISA .................................. 35
3.4 FONTE DE DADOS ............................................................................ 35
3.4.1 FONTES DE DADOS PRIMÁRIOS .............................................. 35
3.4.2 FONTES DE DADOS SECUNDÁRIOS ....................................... 35
3.5 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS ...................................... 36
10
3.5.1 ETAPAS PARA COLETA DE DADOS ...................................................... 36
3.6 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE DADOS .......................... 37
3.6.1 ETAPAS PARA ANÁLISE DOS DADOS
COLETADOS ............................................................................................. 38
3.5.1.1 BPMN .......................................................................................... 38
3.5.1.2 SIPOC ......................................................................................... 38
3.6.1.3 UML ................................................................................................ 39
3.6.1.3.1 NORMALIZAÇÃO DOS DADOS ............................................ 40
3.6.1.3.2 CRIAÇÃO DAS TABELAS DE DADOS ................................ 41
3.6.1.3.2 DEFINIÇÃO DOS MÓDULOS DO SISTEMA ...................... 42
3.5.2 FERRAMENTAS PARA VIABILIZAÇÃO TÉCNICA ................ 43
3.6.3.1 BANCO DE DADOS .................................................................... 43
3.6.3.2 REST .............................................................................................. 43
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 44
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
1.1.1. Objetivo primário
O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de uma ferramenta de Enterprise
Resource Planning (ERP) de baixo custo e friendly user, com a finalidade de otimizar
a gestão de informações de uma microempresa do setor metalúrgico sanando a
carência de gestão de informações.
1.1.2. Objetivo secundário
O objetivo secundário é o desenvolvimento de um aplicativo para mobile como
extensão do uso do software fornecendo uma nova experiência na gestão de
informações, uma vez que toda a estrutura da ferramenta ERP servirá como base para
isso.
1.2 JUSTIFICATIVA
1.2.1 Microempresas no Brasil
De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES, 2016), as
microempresas possuem Renda Operacional Bruta anual de até R$ 2,4 milhões (vide
Erro! Fonte de referência não encontrada.). Já para o Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2016) a classificação de microempresas
no Brasil, de acordo com o faturamento, é de R$60.000,00 até R$360.000,00,
conforme Erro! Fonte de referência não encontrada.. No Brasil as microempresas
representam mais de 90% do total de empresas ativas. Dentro desses 90%, elas
representam 100% dos casos de mortalidade por ano. Nas micro e pequenas
empresas (MPEs) existem carências como: capital para investimentos, planejamento
12
financeiro, planejamento estratégico e gerenciamento de informações (SEBRAE,
2016).
Figura 1 - CLASSIFICAÇÃO DO PORTE DAS EMPRESAS POR FATURAMENTO
(BNDES)
Fonte: SEBRAE
Figura 2 - CLASSIFICAÇÃO DO PORTE DAS EMPRESAS POR FATURAMENTO
(SEBRAE)
Fonte: SEBRAE
13
Figura 3 - CLASSIFICAÇÃO DO PORTE DAS EMPRESAS POR FUNCIONÁRIOS
(SEBRAE)
Fonte: SEBRAE
As micro e pequenas empresas brasileiras possuem baixa quantidade de capital como
uma de suas características, o que comprova o baixo investimento em inovação
tecnológica (IBGE, 2003). E segundo o SEBRAE (2004) 60% das micro e pequenas
empresas querem melhorar a gestão, mas não possuem recursos suficientes para
isto.
Alguns fatores impedem ou atrapalham o desenvolvimento, competividade e
sobrevivência destas empresas no mercado brasileiro (SEBRAE, 2016) como:
-Grandes dificuldades de sobrevivência por terem tamanho bem reduzido, ao baixo
investimento e ao baixo lucro.
- O próprio dinheiro do investidor é utilizado para investimentos na empresa devido à
falta de organização e controle dos ganhos e das despesas. Existe ainda a dificuldade
de analisar a saúde financeira da empresa.
-Carência de conhecimento em gerenciamento dos administradores, impedindo que
exista desenvolvimento de um plano de negócios de forma correta que ajude a
empresa a se manter ou se tornar competitiva no mercado.
-A dificuldade no gerenciamento e análise de informações da empresa ocorre devido
à falta de capital para investir em um software de gestão da informação.
14
Para aprofundar o tema de microempresas, será dado um overview sobre a
Ferramentaria Gardini. Esta empresa foi selecionada pois é uma microempresa e
possui as mesmas características citadas acima.
1.2.2 A Ferramentaria Gardini
A Ferramentaria Gardini foi fundada em 1982, é uma microempresa do setor
metalúrgico. Sua estrutura conta com 3 integrantes da família, 3 funcionários
registrados e mais 1 funcionário externo, totalizando 7 pessoas. Segundo a Erro!
Fonte de referência não encontrada., a Ferramentaria apresenta o porte de
Microempresa. A empresa tem sede própria e não trabalha para um segmento
especifico. Sua expertise é na fabricação de moldes para os setores: hospitalar,
utilidade doméstica e brindes.
Entre os serviços oferecidos estão: confecção de moldes para injeção de
termoplásticos, manutenção de moldes para termoplásticos, serviços de usinagem no
CNC e nos demais maquinários da empresa, desenvolvimento de produtos, criação
de projetos e impressão 3D (tecnologia FDM). No caso de desenvolvimento de
produtos, é feito a modelagem e renderização das vistas do produto para a
apresentação do estudo, aprovação e realização da impressão 3D.
Sua gestão é feita de maneira descentralizada utilizando planilhas eletrônicas
Microsoft Excel e arquivos em Microsoft Word (processador de texto). A falta de
centralização e padronização da gestão de informações: perda de capital por
retrabalho, acumulo em estoque, falha no gerenciamento de compras de material, falta
de padronização nos processos, falta de conhecimento sobre a saúde financeira da
empresa e um risco legal por não haver formalização de contratos entre a empresa e
o cliente.
O uso de um software ERP seria a solução para resolver as carências atuais da
empresa, porém devido aos altos custos, este software acaba se tornando inacessível.
Para o gerenciamento das informações das microempresas, será dado um overview
sobre o ERP neste setor.
15
1.2.3 O ERP
O ERP é um software modular que integra todos os dados da empresa em um sistema
unificado (sistema utilizando um banco de dados). O objetivo é armazenar todas as
informações de maneira segura, confiável simples e com fácil acesso. Segundo a
EXAME (2015), as principais vantagens são:
- Gestão completa e padronizada;
- Análise ampla dos resultados obtidos;
-Planejamento da empresa e do ciclo produtivo;
De acordo com as vantagens levantadas, este software tem acesso a todas as
informações da empresa, possibilitando o gerenciamento de compras de material e
manutenções dos estoques evitando: desperdícios e mal planejamento, além de
auxiliar na tomada de decisões com rapidez.
Segundo CETIC (2012 apud SANTOS, FARIAS, SILVA, 2014, p.424), “71% das
empresas que possuem até 50 funcionários não utilizam uma ferramenta de ERP para
auxiliar na gerência de seu negócio [...]’’.
As empresas que não possuem este tipo de software estão sujeitas a terem problemas
e gastos desnecessários relacionados a falta de gestão da informação. Atualmente
para se manter competitivo no mercado é muito importante executar processos e
ações de forma simples e padronizada, evitando desperdício tempo, principalmente
com retrabalho.
Na microempresa citada verificou-se uma oportunidade além da utilização de
ferramentas de escritórios como Microsoft Access (banco de dados) e a planilha
eletrônica Excel. Seria possível modelar um software com o mesmo conceito de um
sistema ERP com um custo acessível, apresentando uma interface user-friendly que
não apresenta necessidade de treinamentos complexos para o manuseio.
16
1.3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
A Ferramentaria Gardini necessita melhorar a sua gestão de informações, uma
possível solução seria implantar um software um ERP, mas devido à falta de recursos
financeiros para adquiri-lo, este investimento não é possível.
1.4 QUESTÃO CENTRAL DA PESQUISA
É possível desenvolver um software que contenha os conceitos de ERP de forma
acessível, que utilize softwares de baixo custo em seu desenvolvimento como o
MySQL (como banco de dados) e asp.net (como plataforma online em linguagem VB),
de forma a se organizar as informações de maneira confiável, de fácil manuseio,
integrando setores, organizando o fluxo processual e com interface online em uma
microempresa do setor metalúrgico com falta de gestão da informação?
1.5 CONTRIBUIÇÕES DO TRABALHO
O trabalho irá contribuir para que a microempresa utilizada tenha um melhor
desempenho administrativo e produtivo com baixo investimento, otimizando sua
postura e a estratégia perante o mercado e amadurecendo sua concepção de gestão
de informação. Além de ser possível desenvolver um framework de desenvolvimento
de softwares para criação de aplicações voltadas às micro e pequenas empresas.
Os principais benefícios tangíveis são: aumento de produtividade, redução no tempo
de ciclo de ordens, redução no tempo de ciclo de fechamento contábil/financeiro,
redução de custos de Tecnologia da Informação (TI), melhoria em processos de
suprimentos, melhoria na gestão de caixas, melhorias em processos de manutenção,
entrega no prazo.
Os stakeholders e as suas contribuições são:
-Fornecedores: Melhor planejamento de compra de materiais para que sejam
entregues pouco tempo antes de serem necessários para produção, evitando
17
materiais esperando muito tempo para o uso. Comprar o necessário para não gerar
estoques ou desperdícios.
-Clientes: Entrega do serviço no prazo ou até mesmo de forma mais rápida, qualidade
no serviço prestado e no atendimento ao cliente, maior confiabilidade na empresa
contratada, possibilidade de redução de custos.
-Funcionários: Serviço feito com melhor qualidade, organização e padronização.
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 SOFTWARE DE GESTÃO ERP – ENTERPRISE RESOURCE PLANNING
O uso de softwares destinados à gestão empresarial, denominados sistemas ERP –
Enterprise Resource Planning (Planejamento de Recursos Empresariais) - teve seu
crescimento a partir de 1996 no mercado brasileiro, e vem presenciando uma
demanda crescente pelo uso dessas ferramentas.
Segundo Jamil (2001), o ERP é um sistema integrado que possui uma arquitetura
aberta, viabilizando a operação com diversos sistemas operacionais, banco de dados
e plataformas de hardware. Desta forma, é possível a visualização completa das
transações efetuadas por uma empresa. Esses sistemas oferecem às organizações a
capacidade de modelar todo o panorama de informações que possui e de integrá-lo
de acordo com suas funções operacionais. Eles devem ser capazes de relacionar as
informações para a produção de respostas integradas a consultas que digam respeito
à gestão de todo negócio.
Para Lima et al. (2000), a adoção de um ERP afeta a empresa em todas as suas
dimensões, culturais, organizacionais ou tecnológicas. Esses sistemas controlam toda
a empresa, da produção às finanças, registrando e processando cada fato novo na
engrenagem corporativa e distribuindo a informação de maneira clara e segura, em
tempo real.
Ao adotar um ERP, o objetivo básico não adaptar a empresa a ele, mas sim melhorar
os processos de negócios usando tecnologia da informação de acordo com as
necessidades da empresa.
Para Buckhout et al. (1999), um ERP é um software de planejamento dos recursos
empresariais que integra as diferentes funções da empresa para criar operações mais
eficientes. Integra os dados-chave e a comunicação entre as áreas da empresa,
fornecendo informações detalhadas sobre as operações da mesma
Já Souza & Zwicker (2000) definem o ERP como um sistema de informação integrado,
adquirido na forma de pacotes comerciais, para suportar a maioria das operações de
uma empresa. Procuram atender a requisitos genéricos do maior número possível de
19
empresas, incorporando modelos de processos de negócio obtidos pela experiência
acumulada de fornecedores, consultorias e processos de benchmarking.
Segundo Stamford (2000), o ERP possibilita um fluxo de informações único, contínuo
e consistente por toda a empresa sob uma única base de dados. É um instrumento
para a melhoria de processos de negócio, orientado por esses processos e não pelas
funções e departamentos da empresa, com informações on-line em tempo real.
2.1.1 Estudo sobre módulos do ERP
O ERP é constituído por vários “módulos” que suportam todas as áreas de uma
empresa. Por se tratar de sistema genérico, independe do fato de a empresa que vai
adotá-lo ser de manufatura ou prestadora de serviços.
Segundo Kumar e Hillegersberg (2000), é comum a aquisição de módulos principais
de um ou poucos fornecedores, completando-os com outros, próprios ou
desenvolvidos especificamente por outro fornecedor, para atender às necessidades
de integração e de informação.
Ressaltando assim a necessidade de módulos separados para atenderem as
diferentes áreas da empresa, mas que de certa forma sejam de fácil interligação.
Segundo Corrêa et al. (1997), um ERP é constituído por módulos que atendem às
necessidades de informação de apoio à tomada de decisão de todos os setores da
empresa, todos integrados entre si, a partir de uma base de dados única e não
redundante.
Segundo Dempsey (1999), o ERP dispõe de um conjunto de programas capazes de
interligar os aspectos da manufatura e incorporar os procedimentos contábeis ou
dados gerados por outros aplicativos.
Em relação à base de dados única, esta característica permite que a mesma
informação seja compartilhada por toda a empresa, reduzindo a duplicidade e dando
confiabilidade às informações do sistema.
O ERP armazena as informações da empresa em um banco de dados corporativo,
solucionando o problema de ter a mesma informação com valores distintos em
diferentes relatórios.
20
Figura 4 - MÓDULOS MAIS COMUNS DO ERP
Fonte: http://ormel.com.br/ormel-erp/
2.1.2 Mercado de sistemas de informação integrados
Apesar de um desaquecimento neste mercado entre 2001 e 2003 (Saccol, Pedron,
Liberali, Macadar, & Cazella, 2004), Macedo, Gaete e Joia (2012) afirmam que o
mercado que mais cresceu foi o da indústria de tecnologia de informação (TI),
principalmente pelo segmento de pequenas e médias empresas. Os autores ainda
afirmam que, de forma geral, o mercado de ERP no Brasil gerou receitas de 802,6 e
999,1 milhões de dólares, em 2011 e 2012, respectivamente. Em 2014, estes valores
foram de 1,2 bilhão de dólares (Meirelles, 2015).
A tendência de que as desenvolvedoras desse tipo de solução apontassem seu foco
para o mercado de pequenas e médias empresas já havia sido observada (Mendes &
Escrivão Filho, 2002), o que demonstra uma saturação, em termos de vendas, para o
mercado de grandes empresas.
21
Mesmo as maiores desenvolvedoras de sistemas de ERP, como a SAP, que possui
foco em grandes corporações, vêm estabelecendo iniciativas no mercado de
pequenas e médias organizações (Romer, 2013).
Dessa forma percebe-se que esse mercado está se aquecendo com o tempo e
apresenta concorrentes no ramo de micro e pequenas empresas tais como: Bling,
ContaAzul, GestãoClick por exemplo.
Dentre todas as opções disponíveis no mercado, antes de escolher um software de
gestão, o melhor caminho é mapear os processos atuais, entender as necessidades
da empresa (por exemplo: foco no setor financeiro ou em estoques ou em ambos),
buscar por softwares que fazem a integração entre áreas, facilite o gerenciamento e
ao acesso fácil e rápido a informações, suporte técnico,
Com isto, não é necessário a compra de um software ERP completo, com todos os
módulos, basta comprar somente os módulos necessários ou o software de ERP que
melhor se adeque na empresa, evitando gastos desnecessários. A partir destas
informações, a compra de um ERP é facilitada.
2.2 MAPEAMENTO DOS PROCESSOS E DADOS DA EMPRESA
As organizações conseguem gerir com maior eficácia e eficiência seus negócios
quando estão orientadas e focadas nos seus processos. (Madison, 2005). São os
processos bem definidos que garantem uma visão sistemática do contexto geral da
empresa.
Para Hammer (2002) um bom mapeamento é uma abordagem estruturada que visa a
melhoria do desempenho dos processos de uma organização, ao centrar esforços
disciplinados no desenho e na execução de suas etapas produtivas.
O que é capturado pelo mapeamento dependerá diretamente da técnica adotada
(Biazzo, 2002) e, o uso de diferentes ferramentas de mapeamento auxilia os
envolvidos no processo a atingir uma melhor performance (Greasley, 2006). Entre as
diferentes ferramentas disponíveis, destaca-se neste contexto o BPMN e SIPOC para
22
mapeamento dos processos físicos. E para o contexto online o UML transporta as
informações levantadas pelo BPMN e SIPOC, e relaciona os processos entre as
variáveis.
2.2.1 Mapeamento de processos por BPMN
O primeiro passo para definir o processo de uma empresa é entender o conceito que
sustenta o termo BPMN, Business Process Model and Notation.
O processo de negócio é um conjunto de atividades estruturadas e relacionadas,
projetadas para produzir um específico “output” para um cliente ou mercado particular
(DAVENPORT, 1990). Sendo assim é esperado que um processo tenha uma entrada,
uma operação e uma saída pré-definida de maneira estruturada.
Um processo de negócio (BP – Business Process) é um conjunto de ações interligadas
ou passos executados seguindo uma ordem pré-definida para atingir de forma coletiva
um objetivo, geralmente dentro de uma estrutura organizacional e que pode se
estender por várias organizações diferentes (Workflow Management Coalition, 2008).
Para entender melhor o processo de negócio é necessário modelar o processo.
Modelagem é a capacidade de gerar abstrações de algo que existe no mundo real.
(Roam, 2008). O resultado dessa modelagem é uma aproximação da realidade por
meio de um mapeamento.
O objetivo principal da BPMN é ser uma notação ligeiramente compreensível pelos
usuários de negócios (Object Management Group, 2011). Indicando assim a facilidade
de uso da ferramenta e sua aplicabilidade em vários cenários.
O BPMN permite a definição de processos de negócio em forma de diagrama. A
notação foi proposta pela Business Process Management Initiative (BPMI), cujos
membros eram, na maioria, empresas na área de software. (ABPMP, BPM, CBOK,
2013) Essa notação agrega valor pois torna o processo visual, permitindo assim uma
melhor visualização das etapas e um apoio a decisão mais preciso.
23
Na Figura 5 - ELEMENTOS GRÁFICOS DO BPMN podemos observar uma
representação gráfica de cada um dos elementos de BPMN, utilizados para
modelagem de processos de negócio. Figura 3: Representação gráfica dos elementos
de BPMN
Figura 5 - ELEMENTOS GRÁFICOS DO BPMN
Fonte: https://www.edrawsoft.com/bpmn-symbols.php
O BPMN fornece três principais tipos de diagramas (Allweyer, 2010; Object
Management Group, 2011):
• Diagramas de processo: É um conjunto de atividades de negócios realizados
por uma organização para alcançar um objetivo (produto ou serviço).
• Diagramas de coreografia: É um tipo de diagrama de processo que descreve
como coordenar a interação entre os participantes. Um participante,
normalmente, executa um papel na organização e é representado dentro de
uma piscina. As informações trocadas são representadas pelas mensagens
recebidas e enviadas.
24
• Diagramas de colaboração: Este tipo de diagrama realiza a troca de
informações entre os atores, representado por piscinas. Os processos
comunicam-se por troca de mensagens.
Os diagramas de processos de negócio utilizam um conjunto de elementos que podem
ser agrupados em cinco categorias básicas (Object Management Group, 2011):
• Objetos de fluxo: São os principais elementos gráficos para definir o
comportamento de um processo de negócio. Existem três tipos de objetos de
fluxo: eventos, atividades e gateways.
• Dados: Representam os dados envolvidos no processo.
• Objetos de conexão: Realizam a ligação entre os vários elementos do
processo. Há quatro tipos de objetos de conexão: fluxo de sequência, fluxo de
mensagens e associação de dados.
• Swimlanes: Representam os participantes no processo. Um participante é uma
pessoa, um departamento ou um sistema de computador envolvido no
processo. Os participantes no processo podem ser agrupados em piscinas ou,
mais particularmente, nas raias. Uma piscina pode ser dividida em várias raias,
por exemplo, para representar os diferentes departamentos de uma
organização.
25
Figura 6 – EXEMPLO DE BPMN
Fonte: http://igti.com.br/blog/bpmn-para-automatizacao-de-processos-de-negocio-
em-bpms/
Com o mapeamento feito pelo BPMN é possível identificar todas as entradas e saídas
do processo. E para isso a ferramenta a ser utilizada é o SIPOC.
2.2.2 Mapeamento das entradas e saídas do processo - SIPOC
A palavra SIPOC é uma sigla para Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers
(fornecedor, entradas, processos, saídas e consumidores).
Segundo Baba (2008), o método SIPOC permite identificar elementos relevantes para
a melhoria de processo, atribuindo maior conhecimento sobre determinada atividade
e ainda identificar oportunidades de melhoria no processo produtivo. Utilizando-se a
26
ferramenta SIPOC é possível criar indicadores para controlar as entradas e saídas,
sendo possível medir a satisfação dos clientes e a performance dos fornecedores,
dentre outros e elencar os principais indicadores de eficácia e de eficiência
(PETENATE, 2012).
Segundo Andrade (2012), o método SIPOC tem como objetivo principal “Uma melhor
visualização da sequência dos processos por todos os membros da empresa a partir
da segregação das informações de cada processo em entradas, saídas, processos,
especificações de cada etapa e o fluxo de cada um.” Como resultados da aplicação
da ferramenta SIOC pode-se ter diversas melhorias, principalmente atingindo um nível
de qualidade superior no processo e no produto.
FIGURA 7 - FASES DA METODOLOGIA SIPOC
Fonte: https://goleansixsigma.com/sipoc/
Para a estruturação de um SIPOC pode-se seguir as seguintes etapas segundo
PETENATE, 2012:
1ª definir com o nome do processo nomeando-o utilizando um o verbo no infinitivo
mais o complemento;
2ª definir as saídas do processo. resultados dos processos;
27
3ª definir os clientes do processo. São as pessoas, empresas ou outros processos
internos da organização que recebem as saídas do processo. Toda saída deve possuir
um cliente;
4ª definir as entradas do processo: Elementos necessários para iniciar cada processo;
5ª definir os fornecedores do processo: Pessoas ou outros processos que fornecem
as entradas. Toda entrada deverá possuir um fornecedor.
6ª definir as macros atividades do processo: Passos que transformam as entradas em
saídas.
2.2.3 Mapeamento das variáveis do processo - UML
A UML pode ser traduzida como Linguagem de Modelagem Unificada (do inglês, UML
- Unified Modeling Language) que é uma linguagem própria para a elaboração da
estrutura de projetos de software.
Atualmente a UML é um padrão mantido pela OMG, o que dá a ela um status de como
deve ser considerada a linguagem padrão para modelagem de sistemas
(GOMEZ,2015). Trata-se de uma linguagem padrão para elaboração da estrutura de
projetos de software (BOOCH, 2000). Segundo Booch, a linguagem UML é adequada
para modelagem de sistemas, cuja abrangência pode incluir sistemas de informação
corporativos e neste contexto, a metodologia UML.
Essa metodologia é “normalmente conduzida como parte das tarefas de engenharia
de requisitos e de análise do sistema, em um processo de desenvolvimento de
software” (GOMEZ, 2016). Há treze tipos de diagramas, cada um responsável por
representar um aspecto diferente. Eles são:
• Diagramas de Estrutura: Diagrama de Classes, Diagrama de Objetos,
Diagrama de Componentes, Diagrama de Estrutura Composta, Diagrama de
Pacote, e Diagrama de Implantação.
28
• Diagramas de Comportamento: Diagrama de Caso de Uso, Diagrama de
Atividades e Diagrama de Estado de maquina.
• Diagramas de Interação: Diagrama de Sequência, Diagrama de Comunicação,
Diagrama de Timing, e Diagrama Geral de Interação.
Neste trabalho o enfoque será no Diagrama de Classes. As classes são representadas
por retângulos sendo identificadas por nome e seus atributos. O nome da classe deve
seguir um padrão para todos, foi utilizado o padrão: primeira letra maiúscula e se
houver necessidade e palavra deve ser quebrada por traço baixo. Elas possuem
ainda: atributos (representando suas propriedades), visibilidade dos atributos (publico,
protegido e privado), atributo chave (diferencia um atributo comum de varias classes
dos demais dessa classe especifica) e métodos que indicam em quais operações essa
classe esta envolvida.
Os relacionamentos representam a associação existente entre os conjuntos de
entidades (classes). Eles devem ser identificados pela descrição de sua ação (fez,
tem, possui, etc), deve ser identificado um sentido de leitura e multiplicidade indicando
o grau de associação entre duas ou mais classes (0..1, 0..*, 1..1, 1..2, 2..1 etc), seu
tipo:
• Agregação: “Tipo especial de associação, que possui a característica de “todo-
parte”. E diferente de uma associação normal, que representa um relaciona-
mento estrutural entre pares, quando nenhuma delas é mais importante que a
outra. Quando é necessário modelar um relacionamento do tipo “todo-parte”,
utiliza-se agregação, ou relaciona- mento “tem-um”, que significa que um objeto
“todo” tem objetos “parte”.” (GOMEZ, 2015)
• Composição: E uma variante semanticamente mais “forte” da agregação. Os
objetos “parte” só podem pertencer a um único objeto “todo” e tem. O tempo de
vida coincide com o tempo de vida do “todo”.” (GOMEZ, 2015)
• Generalização: “O filho herda os atributos, operações e relacionamento do pai.
O filho pode ter atributos ou operações a mais, ou pode até sobrescrever uma
operação do pai. E um relacionamento entre itens gerais (superclasses) e itens
mais específicos (subclasses).” (GOMEZ, 2015)
29
É possível observar na FIGURA 8 um exemplo de modelagem de um vocabulário do
Sistema e na FIGURA 9 um exemplo da distribuição de responsabilidades de um
Sistema. Em ambos casos trata-se de um diagrama de classes.
FIGURA 8 - MODELAGEM DE UM VOCABULÁRIO DO SISTEMA
Fonte: BOOCH, Grady; RUMBAUGH, James; JACOBSON, Ivar. UML: guia do
usuário
30
FIGURA 9 - MODELAGEM DA DISTRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES DE UM
SISTEMA
Fonte: BOOCH, Grady; RUMBAUGH, James; JACOBSON, Ivar. UML: guia do
usuário.
2.3 MANIPULAÇÃO DOS DADOS
2.3.1 Banco de dados
Elmasri e Navathe (2006) levantam que os bancos de dados e a sua tecnologia são
responsáveis por um grande impacto no crescimento do uso de computadores. É
viável afirmar que eles representam um papel crítico em quase todas as áreas em
que os computadores são utilizados, incluindo negócios, comércio eletrônico,
engenharia, medicina, direito, educação e as ciências da informação. A palavra “banco
de dados” é tão comumente utilizada que, primeiro é preciso defini-la. Um banco de
dados é uma coleção de dados relacionados. Os dados são fatos que podem ser
gravados e que possuem um significado implícito, como por exemplo, nomes,
números telefônicos e endereços de pessoas conhecidas ou com grau de interesse.
Esses dados podem ter sido escritos em uma agenda de telefones ou armazenados
em um computador, por meio de programas como o Microsoft Access ou Excel.
Um banco de dados representa algum aspecto do mundo real, sendo chamado, às
vezes, de minimundo.
31
Em outras palavras, um banco de dados possui algumas fontes das quais os
dados são derivados, alguns níveis de interação com os eventos do mundo real
e um público efetivamente interessado em seus conteúdos.
Segundo Udacity (2018), atualmente os tipos de banco de dados mais poupalres
disponiveis são: banco de dados relacional e bancos de dados não relacionais
(NoSQL).
Segundo Amazon Web Services (2018), em um banco de dados relacional os dados
são organizados em linhas e colunas com o objetivo de reter uma determinada
quantidade de dados em um campo, em diversos tipos de variáveis, entre elas
números ou textos. Cada linha representa uma coleção de valores relacionados a um
objeto ou uma entidade, podendo ser marcada com um único identificador, garantindo
a não existência de duplicidade da informação, chamada de chave primária. As
entradas de dados em outras tabelas podem ser conectadas através da chave
estrangeira, sendo essa uma informação idêntica em tipo e tamanho a um valor
armazenado em uma linha de outra tabela. Os dados em cada tabela podem ser
acessados de várias formas diferentes sem a necessidade de reorganizar as tabelas
de dados eles mesmos.
Segundo Mauricio De Diana e Marco Aurélio Gerosa (2010), os bancos de dados
NoSQL surgiram como uma solução para a questão da escalabilidade no
armazenamento e processamento de grandes volumes de dados na Web 2.0. Entre
os principais fatores que favoreceram seu surgimento estão a natureza dos dados da
web, a importância de se atingir altos graus de paralelismo no processamento de dos
grandes volumes de dados e a distribuição de sistemas em escala global.
2.3.2 Rest
Para que a consulta possa ser realizada através da internet, será utilizado o sistema
REST (REpresentational State Transfer) ou, em português: Transferência de Estado
Representacional. De acordo com o site CodeCademy (2018), trata-se de um estilo
de arquitetura para fornecer padrões entre sistemas de computador na Web de forma
facilitada. Os sistemas compatíveis com REST, são conhecidos, de forma
32
simplificada, como RESTful, sendo caracterizados pela separação entre cliente e
servidor. O Rest possibilita que informações sejam obtidas em XML ou JSON, sendo
que o uso de cada uma deve ser estudado e definido de acordo com a necessidade
do ambiente (SAUDATE, 2013). Ainda segundo SAUDATE (2013), o REST é uma
arquitetura de Web Services que foi desenvolvida em uma tese de doutorado de Roy
Filding, co-autor do protocolo HTTP.
33
3. METODOLOGIA
O objeto de estudo deste trabalho é implantar um sistema de gerenciamento de
informações, ERP, em uma empresa do ramo de ferramentaria. A escolha da empresa
pesquisada se deve, principalmente, pelo fato de ser destaque no setor atuante, e por
ter poucas das suas informações devidamente estruturada.
3.1 TIPO DE PESQUISA
As pesquisas ganham a classificação de acordo com a natureza, abordagem,
procedimento e método de coleta de dados (GIL, 2002). Dentre os possíveis modelos
de pesquisa é possível destacar os mais importantes nesse contexto:
A pesquisa aplicada tem o principal objetivo capitar o conhecimento necessário para
a aplicação pratica, tendo em vista corrigir problemas de fluxo de informação da
empresa Ferramentaria Gardini.
A pesquisa descritiva observa, analisa, registra e ordena dados sem que exista a
interferência do pesquisador. Esta pesquisa visa a descrição de características de
certa população ou relação de variáveis segundo Prodanov e Freitas (2013).
A pesquisa experimental, segundo GIL (2002), quando um objeto de estudo é
determinado, selecionando as formas de controles de variáveis e observando os
efeitos das mesmas.
Na pesquisa qualitativa não existe manipulação intencional do pesquisados, ambiente
como fonte dos dados. O objetivo é obter informações de acordo com a perspectiva
do que está sendo estudado (MIGUEL, 2011).
Este trabalho se classifica como: pesquisa aplicada de acordo com a natureza do
trabalho para a implantação do sistema de gerenciamento de informações. Pesquisa
descritiva de acordo com o objetivo. Pesquisa experimental quanto aos procedimentos
técnicos de implantação de um software desenvolvido em uma plataforma open
34
source. Pesquisa qualitativa por conta da não existência de manipulação de dados em
si, apenas a manipulação do fluxo de informações.
Para os demais modelos de pesquisa é possível consultar no livro: Como elaborar
projetos de pesquisa do autor: Antônio Carlos Gil.
3.2 LIMITAÇÕES DO MÉTODO DE PESQUISA
As limitações metodológicas podem aparecer em algumas situações como escolha do
caso, análise de dados ou no acesso a informações e aos dados (MIGUEL, 2011).
Nesse caso é necessário analisar detalhadamente cada caso ou característica. Com
isso é possível chegar a um direcionamento confiável na metodologia da pesquisa.
Para dar andamento à essa pesquisa foram encontradas limitações tais quais:
A falta de experiencia em ferramentaria por parte do grupo. Para sanar esse ponto foi
necessário efetuar visitas e acompanhar o processo. Assim como a realização de
pesquisas informais com os funcionários da empresa.
Durante as entrevistas e reuniões, as informações coletadas ainda que informalmente,
carregavam consigo uma carga de ponto de vista individual. E isso poderia direcionar
a pesquisa para um “achismo” e não para o ponto em que realmente apresentava
potencial de melhoria, foco deste trabalho.
Para Hehn (1999), são três os aspectos críticos envolvidos em um projeto: pessoas,
tecnologia e processos. Há necessidade de um tratamento equilibrado entre esses
fatores para que se obtenha êxito na implantação. Tendo isso em mente é possível
ressaltar a limitação relacionada a contribuição efetiva dos funcionários no projeto. O
risco está relacionado ao fato de que as pessoas podem se mostrarem resistentes à
implantação de novas ideias, e dessa forma boicotar o projeto na fase da pesquisa.
35
3.3 VARIÁVEIS DA QUESTÃO DA PESQUISA
A partir das reuniões e entrevistas informais com o diretor da empresa e os
funcionários, toda as informações foram ponderadas e analisadas de maneira
imparcial.
Entre as queixas levantadas, foi possível identificar os focos em que esse trabalho
poderia ser útil. Feito isso, foi possível identificar as principais variáveis da questão da
pesquisa, sendo elas: má gestão da informação, difícil acesso as informações e
ausência de uma gestão efetiva do negócio devido a falta de KPI’s.
3.4 FONTE DE DADOS
De Acordo com Eisenhardt (1989, apud MIGUEL,2011) o uso de múltiplas fontes de
dados e a interação com a percepção desenvolvida a partir da literatura possibilita que
o pesquisador alcance uma maior validade construtiva da pesquisa do trabalho.
Segundo Gil (2002), a coleta de dados e informações é uma das etapas mais
complexas, devido à utilização de várias fontes de evidência para conferir os dados e
a significância.
3.4.1 Fontes de dados primários
Os dados primários são os que ainda não foram coletados e devido a isto serão
pesquisados e tratados. A finalidade é atender as necessidades especificas da
pesquisa (MATTAR, 1994).
Devido ao caráter da pesquisa, a coleta de dados foi referente ao fluxo de informações
da empresa por meio de pesquisa informal e reuniões.
3.4.2 Fontes de dados secundários
36
Fontes de dados secundários são as informações previamente coletadas e colocadas
à disposição do público, Gil (2002).
As informações deste trabalho foram coletadas em sua maior parte a partir de
entrevistas informais, pois a empresa não possui histórico de dados a disposição do
pulico.
Os dados secundários utilizados foram os levantados pelo SEBRAE, referente às
micro e pequenas empresas.
3.5 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS
Segundo Pressman (2002) a gestão de projetos de software é definida em quatro
pilares: “A gestão efetiva de projetos de software focaliza os quatro P´s: pessoas,
produto, processo e projeto”.
Envolvendo os quatro pilares ressaltados foi possível desenvolver o software que vai
ser usado como apoio a tomada de decisões na Ferramentaria Gardini.
3.5.1 Etapas para coleta de dados
O primeiro passo para uma coleta de dados eficiente é entender qual o dia a dia da
empresa, problemas básicos, quem serão os usuários do software de gerenciamento
de informações. Para fazer esse levantamento de informações foram tomados os
seguintes cuidados:
• Iniciar a coleta de dados com as pessoas mais experientes da empresa e em
seguida estender a pesquisa para os demais;
• Evitar que opiniões fossem reprimidas sem julgamentos, o filtro das
informações foi feito posteriormente;
• Evitar perguntas superficiais;
• Deixar o ambiente descontraído para que as ideias pudessem fluir livremente;
37
3.5.2 Entrevista informal
Com as entrevistas informais com a gerencia e funcionários foi possível entender
como a empresa funciona, desde a produção até o administrativo. Durante as reuniões
foram feitos questionamentos sobre:
• Em que momento o processo de cotação de um molde se iniciava e de que
forma (e-mail, ligação, mensagens SMS);
• Como o contrato de fabricação desse molde é fechado e onde suas
informações são armazenadas;
• Onde ficam registradas as informações de cada cliente, fornecedor, produto;
• Como é feito o gerenciamento dessas informações;
• Quem é o responsável por gerir as informações de cada projeto.
A empresa Ferramentaria Gardini forneceu todas as informações relevantes para a
equipe de desenvolvimento. E com isso o fluxo do processo de entrada,
processamento do molde e saída do mesmo, foi identificado e modelado, dando
origem ao BPMN e ao SIPOC.
Com esse contato foram levantados alguns módulos iniciais: cadastros (clientes,
fornecedores, produtos), histórico de serviços já executados, histórico de manutenção
e financeiro. Com os principais módulos identificados foi gerado o Diagrama UML,
usado na modelagem do software.
3.6 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE DADOS
A análise dos dados só foi possível após o mapeamento do processo e modelagem
do mesmo em um ambiente virtual.
A criação das tabelas de dados foi possível com o Diagrama UML, usadas para
modelar o ambiente virtual do software, nelas continham os principais campos de cada
modulo.
38
3.6.1 Etapas para análise dos dados coletados
Com todos os dados relevantes coletados, iniciou-se a modelagem do processo com
as ferramentas a seguir: BPMN, SIPOC e UML.
3.5.1.1 BPMN
O BPMN foi gerado após o levantamento das informações por meio de reuniões e
entrevistas informais. O foco desse mapeamento é no fluxo de informações e não no
processo de usinagem típico de uma ferramentaria.
3.5.1.2 SIPOC
Para a ferramentaria Gardini, fora elaborado um SIPOC do fluxo de informações que
percorrem o processo produtivo. Utilizando o conceito apresentado no capítulo 2 deste
trabalho, elaborou-se o SIPOC da Ferramentaria Gardini.
TABELA 1 - SIPOC DO FLUXO DE INFORMAÇÕES
SIPOC - Ferramentaria Gardini
FORNECEDOR ENTRADA PROCESSO
(mapeado) SAIDAS CLIENTES
Concessionaria de serviços
Internet, telefone Receber pedido Ordem de
serviço
Backoffice (recebe pedidos)
Cliente Informações do
cliente Cadastrar
cliente
Perfil criado e registrado em
sistema Backoffice
Cliente, fornecedor, backoffice
Dados do projeto, cliente, dados de mp, dados de mdo
Analisar e cadastrar
projeto
Projeto cadastrado e
folha de processo
Produção
39
Forncedor Informação
fornecedores Cadastrar
fornecedores
Perfil criado e registrado em
sistema Backoffice
Cliente, fornecedor, backoffice
Cadastro do cliente, cadastro
do produto, ordem de serviço
Modelar produto
Modelo do produto em 3d
Produção/entrega
Cliente, backoffice
Cadastro do cliente, cadastro projeto, ordem
de serviço
Modelar projeto Modelo do
projeto em 3D Produção/entr
ega
Cliente, backoffice
Cadastro do cliente, cadastro projeto, ordem
de serviço
Usinar produto Produto usinado
Área de entrega
Cliente, backoffice
Cadastro do cliente, cadastro produto, ordem
de serviço
Entregar produto
Baixa da ordem de serviço
Clientes
Backoffice
Cadastro produto,
cadastro projeto
Gerar orçamento
Orçamento Clientes
Fornecedor
Informação mp, informação fornecedor
Cadastrar mp Perfil criado e registrado em
sistema Backoffice
Fonte: Autores deste trabalho
3.6.1.3 UML
Utilizando o conceito apresentado no capítulo 2 deste trabalho, elaborou-se o UML
para o software a ser implantado na Ferramentaria Gardini.
Para o modelamento da estrutura de banco de dados utilizada pela ferramentaria
Gardini, usou-se o diagrama de classes que o diagrama mais é comum na modelagem
de sistemas orientados a objetos e apresenta uma visão estática da estrutura do
sistema (GOMEZ, 2015).
40
Figura 10 - UML DO FLUXO DE INFORMAÇÕES
Fonte: Autores deste trabalho.
3.6.1.3.1 Normalização dos dados
Segundo Elmasri e Navathe (2014), a normalização tem como objetivo evitar
anomalias durante a manipulação de relações em um banco de dados, é um processo
que simplifica o modelo logico de um sistema. Evita que a geração de inconsistências
nos dados e permite que as operações relacionais funcionem de forma correta.
De acordo com Date (2000) este processo se baseia no conceito de formas normais,
sintetizando gradualmente certa coleção de variáveis, gerando relações cada vez
mais confiáveis. Estas formas normais são denominadas: primeira forma normal,
41
segunda forma normal, terceira forma normal, quarta forma normal, quinta forma
normal.
3.6.1.3.2 Criação das tabelas de dados
“O banco de dados é constituído e preenchido com dados que têm um determinado
objetivo, com usuários e aplicações desenvolvidas para manipulá-los” (ALVES, 2013).
As tabelas possuem uma estrutura padrão, porém recebem um nome único. Em sua
estrutura existem colunas/campos onde as variáveis são postas e nas linhas/registros
são colocados os dados, que para diferencia-los, é usado a unicidade de sua “chave
primária”.
Na criação das tabelas é necessário inserir os nomes dos campos, os tipos dos dados,
e um texto descritivo sobre a função (este último é opcional). De acordo com Alves
(2013), diversos tipos de dados podem caracterizar um campo, como por exemplo:
• Texto Curto: Permite a entrada de valores alfanuméricos (letras de a-z, dígitos
de 0-9 e sinais de pontuação). Possui tamanho máximo de 255 caracteres. Não
permite cálculos numéricos.
• Texto Longo: Permite a entrada de valores alfanuméricos (letras de a-z, dígitos
de 0-9 e sinais de pontuação). Possui tamanho máximo de 1 bilhão caracteres
e tem capacidade máxima de exibição de 65.353 caracteres. Não permite
cálculos numéricos e nem criação de índices.
• Número: Permite valores numéricos inteiros ou com casas decimais. Pode ter
1, 2, 4 ou 8 bytes.
• Data/hora: Tem tamanho de 8 bytes e permite valores que representem data
ou hora.
• Moeda: Utilizado para valores monetários e não é preciso arredondamento em
cálculos aritméticos.
• Numeração automática: O Access 2013 gera automaticamente um numero
sequencial para cada registro adicionado à tabela.
42
• Sim/Não: Permite a entrada de apenas dois valores lógicos: sim ou não;
verdadeiro ou falso.
• Objeto OLE: Permite a inclusão (vinculação ou incorporação) de dados de outro
programa. Pode ser feito a partir de: uma planilha de Excel, documento do
Word, arquivos gráficos, de vídeo ou som.
• Hyperlink: Insere uma cadeia de caracteres alfanuméricos referenciados como
um endereço para um site da web.
• Anexo: Permite o armazenamento de imagens digitais ou outros arquivos
binários.
• Calculado: O valor a ser armazenado no campo é gerado por meio de uma
expressão matemática.
• Assistente de Pesquisa: Cria campos em que é possível selecionar um valor
existente em outra tabela.
Em uma tabela, não se pode esquecer de selecionar qual(ais) é(são) a(s) chave(s)-
primaria(s). Em “Propriedades do Campo” poderão ser especificadas algumas
características, como por exemplo a de “Tamanho do Campo”.
3.6.1.3.2 Definição dos módulos do sistema
ERP é um sistema que integra os dados e processos de uma organização. Sua
arquitetura é distribuída em módulos (sistemas de finanças, contabilidade, recursos
humanos, fabricação, marketing, vendas, compras), é uma plataforma desenvolvida
para integrar todos os departamentos da organização alimentados por uma base de
dados principal (PADILHA, 2005).
Os módulos foram estruturados da seguinte forma:
• Cliente: Informações do cliente (empresa pertencente, telefone, conta/agencia,
endereço, email, inscrição estadual, cnpj/cpf)
• Projeto: Dados do projeto (nome, data, cliente, matéria prima, quantidade,
custo, detalhes), informações do cliente, mão de obra;
43
• Fornecedores: Nome, telefone, tipo, dados bancários, endereço, email
inscrição estadual;
• Produto: Cadastro do cliente, cadastro do produto, ordem de serviço
(informação do projeto e informação do cliente);
• Orçamento: Informação do produto e informação do projeto;
• Matéria prima: Cadastro matéria prima (nome, código do fornecedor, valor).
3.5.2 Ferramentas para viabilização técnica
Com as variáveis definidas e os módulos estruturados, o software pode ser elaborado.
3.6.3.1 Banco de dados
Os Bancos de Dados foram utilizados para organizar as informações de forma logica
e capaz para que diversas tabelas possam ser relacionadas e trabalhadas.
Para estruturação, organização e manipulação dos dados foi utilizado uma coleção de
dados predefinidos entre si, chamado de banco de dados relacional.
A forma escolhida para acesso aos bancos de dados é a linguagem desenvolvida pela
empresa Oracle para extração em banco de dados conhecida como SQL (Structured
Query Language) ou em português, Linguagem de Consulta Estruturada.
A integração é possível pelo compartilhamento de informações comuns entre os
diversos módulos, armazenadas em um único banco de dados centralizado.
3.6.3.2 Rest
Para que a consulta possa ser realizada através da internet, foi utilizado o sistema
REST (REpresentational State Transfer) ou, em português: Transferência de Estado
Representacional. A aplicação REST foi utilizada apenas para garantir a ligação entre
serviço e usuário. Não executando nenhum tipo de manipulação dos dados.
44
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