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Página 1 Boletim 619/14 – Ano VI – 02/10/2014 TST obriga empresas a pagar dois adicionais a empregados Por Adriana Aguiar | De São Paulo As indústrias que mantêm funcionários em atividades consideradas perigosas e insalubres, ao mesmo tempo, correm o risco de ter que pagar os dois adicionais. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) têm decidido que é possível cumular os benefícios, já que não há essa proibição na Constituição Federal. Até então, a jusrisprudência estava consolidada em sentido contrário, seguindo o que determina a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ainda cabe recurso dessas decisões. Contudo, se confirmadas, podem trazer um impacto grande à folha de pagamento das empresas, principalmente dos setores de agronegócio, químico e metalúrgico. Isso porque o trabalho em condições perigosas assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário, segundo a CLT. Em condições insalubres, esse acréscimo pode ser de 10%, 20% ou 40% do salário mínimo. Em um caso julgado na semana passada pela 7ª Turma do TST, os ministros foram unânimes ao conceder a cumulação dos adicionais para um ex-empregado da Amsted Maxion Fundição e Equipamentos Ferroviários. Segundo o advogado do trabalhador, André Marcolino de Siqueira, do AMS-ALMS Advogados Associados, ele trabalhava como moldador de equipamentos ferroviários e estava exposto tanto a produtos inflamáveis - como álcool e tinta -, que dão direito ao adicional de periculosidade, como a ruídos, que justificam o pagamento do adicional de insalubridade. "Ele, no entanto, não recebia nenhum dos adicionais. Por isso, entrou na Justiça", diz. Ao analisar o caso, o relator, ministro Cláudio Brandão, entendeu que o parágrafo 2º do artigo 193 da CLT que prevê a não cumulatividade dos adicionais não foi recepcionado pela Constituição de 1988. O artigo descreve as atividades ou operações perigosas e o parágrafo 2º afirma que "o empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido". Já o inciso XXIII, do artigo 7º da Constituição garantiu de forma plena o direito ao recebimento dos adicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade, sem qualquer ressalva quanto à cumulação. A cumulação dos adicionais, segundo o ministro, não implica pagamento em dobro, pois a insalubridade diz respeito à saúde do empregado enquanto a periculosidade "traduz situação de perigo iminente que, uma vez ocorrida, pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se visa proteger".

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Boletim 619/14 – Ano VI – 02/10/2014

TST obriga empresas a pagar dois adicionais a empre gados Por Adriana Aguiar | De São Paulo As indústrias que mantêm funcionários em atividades consideradas perigosas e insalubres, ao mesmo tempo, correm o risco de ter que pagar os dois adicionais. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) têm decidido que é possível cumular os benefícios, já que não há essa proibição na Constituição Federal. Até então, a jusrisprudência estava consolidada em sentido contrário, seguindo o que determina a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Ainda cabe recurso dessas decisões. Contudo, se confirmadas, podem trazer um impacto grande à folha de pagamento das empresas, principalmente dos setores de agronegócio, químico e metalúrgico. Isso porque o trabalho em condições perigosas assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário, segundo a CLT. Em condições insalubres, esse acréscimo pode ser de 10%, 20% ou 40% do salário mínimo.

Em um caso julgado na semana passada pela 7ª Turma do TST, os ministros foram unânimes ao conceder a cumulação dos adicionais para um ex-empregado da Amsted Maxion Fundição e Equipamentos Ferroviários. Segundo o advogado do trabalhador, André Marcolino de Siqueira, do AMS-ALMS Advogados Associados, ele trabalhava como moldador de equipamentos ferroviários e estava exposto tanto a produtos inflamáveis - como álcool e tinta -, que dão direito ao adicional de periculosidade, como a ruídos, que justificam o pagamento do adicional de insalubridade. "Ele, no entanto, não recebia nenhum dos adicionais. Por isso, entrou na Justiça", diz.

Ao analisar o caso, o relator, ministro Cláudio Brandão, entendeu que o parágrafo 2º do artigo 193 da CLT que prevê a não cumulatividade dos adicionais não foi recepcionado pela Constituição de 1988. O artigo descreve as atividades ou operações perigosas e o parágrafo 2º afirma que "o empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido". Já o inciso XXIII, do artigo 7º da Constituição garantiu de forma plena o direito ao recebimento dos adicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade, sem qualquer ressalva quanto à cumulação.

A cumulação dos adicionais, segundo o ministro, não implica pagamento em dobro, pois a insalubridade diz respeito à saúde do empregado enquanto a periculosidade "traduz situação de perigo iminente que, uma vez ocorrida, pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se visa proteger".

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De acordo o advogado André Siqueira, decisões como essa são raríssimas no TST. "Acredito, porém, que há uma tendência em mudar a interpretação que até agora era contra a cumulação dos adicionais", diz.

No caso, o empregado que atuou na empresa de 2004 até julho de 2009, deverá receber, de acordo com o advogado, os 30% do adicional de periculosidade e 20% do adicional de insalubridade sobre o período trabalhado. "Vamos usar esse caso como precedente nos nossos outros pedidos."

Procurado pelo Valor , o departamento jurídico da Amsted Maxion Fundição e Equipamentos Ferroviários informou, por meio de nota, que "a empresa ainda não foi intimada acerca do inteiro teor da decisão. Contudo adianta que não se trata de uma decisão definitiva".

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Também na semana passada foi publicada uma decisão do ministro Emmanoel Pereira, da 5ª Turma, que concedeu os adicionais para um ex-empregado da Citrosuco.

Segundo o advogado do trabalhador, Miguel Telles de Camargo, ele teve duas funções: operava empilhadeira para abastecer câmaras frias com maçãs e trabalhava na reforma de carretas de transportes, em contato com óleo, graxa, tintas e vernizes, o que justificaria o pagamento de adicional de insalubridade. Contudo, ele só recebia o de periculosidade, por entrar e permanecer em áreas de risco.

E mesmo assim, segundo o advogado, o cálculo do adicional era feito de forma incorreta.

Na decisão, o ministro afirma que se filia à corrente que tem entendimento da possibilidade de cumulação dos adicionais de periculosidade e de insalubridade. "Não há o menor sentido continuar-se dizendo que o pagamento de um adicional quita a obrigação quanto ao pagamento de outro adicional.

Se um empregado trabalha em condição insalubre, por exemplo, ruído, a obrigação do empregador de pagar o respectivo adicional de insalubridade não se elimina pelo fato de já ter este mesmo empregador pago ao empregado adicional de periculosidade pelo risco de vida que o impôs", diz no acórdão.

A decisão ainda ressalta que "a possibilidade do recebimento cumulado de tantos adicionais quantos forem os agentes a que estiver exposto favorece o surgimento de meios que estimulem o empregador à melhoria das condições do meio ambiente do trabalho a que está sujeito o trabalhador, fato que inclusive favorece a redução dos custos para a empresa".

Para o advogado do trabalhador, o tema tem sido alvo de debate e já há suporte no ordenamento jurídico para o deferimento dos dois adicionais. Até porque o artigo 11 da Convenção nº 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) determinou a observância simultânea dos agentes de risco.

Procurada pelo Valor , a assessoria de imprensa da Citrosuco informou que a empresa não comenta caso sub judice.

A formação dessa nova corrente ameaça a segurança jurídica das empresas, segundo o advogado Jurandir Zangari Junior, do Zangari Advogados. Contudo, ele afirma que esses casos podem ainda ser revertidos no TST ou até mesmo no Supremo Tribunal Federal (STF). "A Constituição é clara ao dizer que os adicionais de periculosidade, penosidade e insalubridade devem ser aplicados conforme a lei, e a CLT afirma que eles não podem ser cumulados."

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Destaques

Empréstimo consignado

Por unanimidade, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para julgar ação sobre empréstimos consignados descontados na rescisão contratual de trabalhadores e não repassados à entidade financeira. A decisão foi proferida no julgamento de recurso do Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância do Estado da Bahia (Sindvigilantes), em ação movida contra a BMG Financeira e a Seviba Segurança e Vigilância da Bahia. No processo, o sindicato informou que, quando os trabalhadores que exerciam a função de vigilantes na Seviba foram despedidos, a empresa descontou das rescisões contratuais valores a título de empréstimos consignados, mas não os repassou à financiadora BMG. Por isso, ajuizou a ação na 17ª Vara do Trabalho de Salvador, requerendo a quitação, junto à instituição financeira, dos valores descontados. Tanto a vara do trabalho quanto o Tribunal Regional do Trabalho da Bahia declararam a incompetência material da Justiça do Trabalho para apreciar e julgar a ação. No TST, porém, a 7ª Turma reconheceu a competência da Justiça do Trabalho e determinou o retorno do processo à vara do trabalho para que julgue a ação.

Surto psicótico

Uma cobradora da Capital Transportes Urbanos, de Salvador (BA), receberá R$ 50 mil de indenização por danos morais e materiais por ter sido demitida após sofrer surto psicótico no ambiente de trabalho. Ao julgar recurso da empresa, a 8ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve o valor arbitrado a título de danos morais, de R$ 30 mil, e reduziu a indenização por danos materiais de R$ 80 mil para R$ 20 mil, por considerá-la excessiva. A decisão foi unânime. A cobradora afirmou que trabalhava sob forte estresse, em razão dos constantes assaltos a ônibus, o que a teria levado a desenvolver problemas psicológicos, tratados em hospital psiquiátrico. Em agosto de 2010 e junho de 2011 apresentou crises em pleno expediente. Na primeira, foi tirada do coletivo pelo médico e encaminhada ao hospital e, na segunda, teria sido expulsa da sede da empresa e posteriormente demitida.

(Fonte: Valor Econômico dia 02-10-2014).

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Justiça manda Metrô readmitir 23 funcionários após greve Para juiz, não há provas da participação deles em a tos irregulares; sindicato diz que dispensas foram políticas; readmitidos chegam a 33 CAIO DO VALLE - O ESTADO DE S. PAULO SÃO PAULO - A Justiça determinou ao Metrô a readmissão de mais 23 funcionários demitidos após a greve que parou parte do sistema em junho -- uma das maiores da história dos metroviários. O governo Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta a reeleição, se recusava a reabsorver esses funcionários. Porém, no fim de agosto, outras dez pessoas já haviam conseguido retornar a seus postos de trabalho, após uma ordem judicial. Com isso, 33 dos 40 dispensados se reintegraram à empresa. Em decisões publicadas na terça-feira, 30, o Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região (TRT-2) argumentou que o Metrô não individualizou a conduta de cada empregado que acusou de praticar atos irregulares durante a paralisação. Em nota, a Companhia do Metrô esclareceu que "não foi notificada pela Justiça do Trabalho" e informou que "adotará as medidas judiciais cabíveis." A Companhia do Metropolitano, que é controlada pelo governo do Estado, ao fim da greve, enviou telegramas idênticos a todos os dispensados (para consumar a demissão), indicando apenas os dispositivos legais que haviam motivado as dispensas, sem relatar, individualizadamente, a conduta que levou cada funcionário a ser desligado da empresa. Dessa forma, houve "vício formal" , fazendo o Metrô violar a cláusula 26.ª da Convenção Coletiva de Trabalho, já que não descreveu os atos praticados por cada empregado, segundo entendimento do TRT-2. Seis dias depois da remessa desses telegramas e de receber uma notificação do Ministério do Trabalho e Emprego, o Metrô repetiu o ato de dispensa, "desta vez observando o procedimento correto e informando no telegrama os fatos motivadores das rescisões contratuais e reabrindo os prazos para as defesas", conforme o processo. Apesar disso, a legislação trabalhista foi ferida. Nas palavras do juiz do Trabalho Thiago Melosi Sória, "é imprescindível que o ato de dispensa seja praticado uma única vez e da forma correta." Ainda conforme o magistrado, deixar que a empresa refizesse ou concluísse em outro momento seus atos de dispensa permitiria que ela demitisse seus empregados "sem motivo justificado e deixasse para buscar motivação posteriormente", só depois de ser instada pela Justiça ou por órgão fiscalizador.

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O juiz lembrou ainda que, como não é possível comprovar a participação desses 23 funcionários em supostos atos irregulares apontados pelo Metrô -- como o impedimento do fechamento das portas dos trens e a quebra de uma fechadura na Estação Ana Rosa --, é necessário que voltem a trabalhar, já que há "perigo de dano irreparável aos substituídos (os dispensados) provocado pela demora da solução final do processo, pois a remuneração recebida em decorrência do trabalho em favor da ré é a fonte de subsistência digna dos trabalhadores e o direito aos alimentos somente é efetivo se garantido de imediato." Prazo. A partir de sua intimação, o Metrô tem cinco dias para recontratar os 23 funcionários "nas mesmas condições de prestação de serviços anteriormente vigentes". Em caso de descumprimento dessa ordem, a empresa terá que pagar multa diária de R$ 500 por empregado, revertida em favor dos demitidos. Imagens do circuito interno de segurança foram avaliadas para corroborar a decisão do juiz, assim como a análise de boletins de ocorrência e o depoimento de testemunhas. Quatro funcionários, no entanto, não conseguiram a antecipação de tutela (espécie de liminar) para voltar para o trabalho, como os demais 23. O magistrado entendeu que "existe início de prova bastante relevante que demonstra" que eles praticaram "atos faltosos sujeitos a punições disciplinares". Em um dos três processos analisados pelo juiz, ele lembrou ao Metrô que, no contexto da greve, torna-se ainda mais necessária a observância dos procedimentos corretos de demissão, "pois assegura que o motivo das rescisões seja a prática de falta grave e não a participação no movimento grevista". Política. O Sindicato dos Metroviários sempre sustentou que a motivação para as dispensas era política, posto que o Metrô nunca individualizou as supostas condutas irregulares dos demitidos. Além disso, a entidade lembra que os funcionários dispensados tinham, a maioria, uma participação ativa no sindicato. Muitos eram diretores, por exemplo. "A demissão por justa causa não se comprovou. O Metrô cometeu arbitrariedades, e nos dá a impressão de que cumpriu ordens do Alckmin, que tenta intimidar os trabalhadores, apesar de o sindicato ter recebido apoio de grande parte da população durante a greve", disse Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato. "O governo errou juridicamente e nas regras do estado democrático de direito do Brasil. Ficou claro que a empresa precisa ser gerida por seus próprios dirigentes, e não por quem está fora." A greve dos metroviários, por melhorias salariais, entre outros pleitos, durou cinco dias no início de junho, e terminou na mesma semana do primeiro jogo da Copa do Mundo do Brasil, realizado na Arena Corinthians, em Itaquera, na zona leste. Foi a segunda maior paralisação da história da categoria.

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Em uma audiência de conciliação entre as partes durante a greve na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), no centro, o presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, chegou a admitir a possibilidade de não demitir a maioria dos dispensados. Entretanto, pouco depois, uma ordem do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo Alckmin, desautorizou a recontratação de qualquer demitido. O próprio governador reiteradamente se mostrou contrário à possibilidade de recontratações. Diversos movimentos sociais, assim como todas as centrais sindicais do País, divulgaram apoio à causa dos metroviários demitidos, criticando a postura de Alckmin, que classificaram de intransigente e até autoritária. Um mês após as dispensas, o Metrô desistiu de demitir dois funcionários -- inicialmente, eram 42 os envolvidos. Com isso, os 40 demitidos ingressaram conjuntamente com processos judiciais para tentar reverter a decisão do Metrô. Ainda resta ser analisado um processo em que há três dispensados.

GM abre programa de demissões e VW, Ford e Renault dão férias coletivas Melhora nas vendas de veículos em setembro, com alt a de 9% em relação a agosto, não bastou para trazer segurança ao setor CLEIDE SILVA - O ESTADO DE S. PAULO A melhora verificada nas vendas de veículos em setembro, com alta de quase 9% em relação a agosto, não trouxe segurança ao setor automotivo de uma recuperação consistente. As montadoras anunciaram nova onda de férias coletivas e programas de demissão voluntária (PDV), medidas que vêm sendo adotadas desde o primeiro trimestre do ano. A General Motors abriu quarta-feira, 1º, novo PDV para trabalhadores das fábricas de São Caetano do Sul e de São José dos Campos (SP), mas não divulgou metas. A empresa já tem 930 funcionários de São José em lay-off (suspensão temporária de contratos). Ford, Renault e Volkswagen vão dar novos períodos de férias coletivas e licenças a partir de amanhã. No mês passado foram licenciados 296,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, resultado 8,7% melhor que o de agosto, mas 4,3% inferior ao de setembro de 2013. No acumulado do ano, as vendas somam 2,78 milhões de veículos, queda de 9,1% em relação a igual período do ano passado. “As condições de inflação, câmbio e ambiente político ainda não permitem afirmar que a melhora verificada em setembro será contínua, e prova disso é o fato de as fabricantes continuarem a adotar

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medidas de corte de produção”, diz Ricardo Pazzianotto, sócio da PriceWaterhouseCoopers (PwC). “Não há segurança por parte da indústria de uma retomada de mercado.” A Ford interromperá de amanhã até o dia 13 toda a produção de automóveis e caminhões da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Os dias parados serão descontados no banco de horas (sistema de compensação de horas trabalhadas) dos 3,5 mil funcionários que serão dispensados. A Volkswagen dará férias coletivas de 20 dias a partir de meados do mês para cerca de mil funcionários do primeiro turno da unidade de São José dos Pinhais (PR). Na segunda-feira, um grupo de 400 funcionários volta do lay-off, após cinco meses, e outro grupo de 150 pessoas continuará em casa até o fim do mês. “Não vemos sinal de melhora e é possível que, após o fim das férias coletivas outras medidas sejam adotadas, como novo grupo em lay-off ou mais férias coletivas”, afirma Jamil Davila, do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e região. Também no Paraná, a Renault dará férias a 3 mil trabalhadores (de um total de 6,5 mil) das linhas de carros e motores entre os dias 13 e 22. A empresa alega necessidade de reduzir a produção por causa da queda das exportações para a Argentina e a baixa demanda no mercado brasileiro. No período, 10 mil automóveis e 12 mil motores deixarão de ser produzidos, segundo a Renault. A Mercedes-Benz estuda prorrogar por mais cinco meses o período de lay-off de 1,2 mil operários suspensos desde julho e que deveriam voltar em novembro. Promoções. Na opinião de analistas, o melhor desempenho verificado nas vendas em setembro se deve em parte às promoções feitas pelas fabricantes e revendas e ao fato de o mês ter um dia útil a mais que o anterior. Só as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 282,8 mil unidades, 9% a mais que em agosto, embora 3,9% inferior às do mesmo mês de 2013. De janeiro a setembro o segmento vendeu 2,4 milhões de unidades, 8,8% a menos que no mesmo intervalo de 2013. Pelo quarto mês seguido, o Fiat Palio foi o automóvel mais vendido no País, com 15.907 unidades, seguido por Onix, da General Motors (13.483) e Volkswagen Gol (12.583). No acumulado do ano, o Gol segue como líder, com 134.729 unidades vendidas, 5.964 à frente do Palio, com 128.765, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). As vendas de motos cresceram 7,65% em setembro ante agosto, para 119.842 unidades. No ano, a queda acumulada é de 5,26%, com 1.069.898 unidades.

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Indústria diminui ritmo de produção em agosto empre sas continuam a demitir Após ensaiar recuperação em julho, agosto registrou queda no número de horas trabalhadas e no uso da capacidade instalada da indústria, info rma a CNI RENATA VERÍSSIMO - AGÊNCIA ESTADO Em agosto, a indústria operou com ritmo de produção abaixo do registrado em julho, quando a atividade havia crescido e interrompido uma série de quatro meses de queda. “Em agosto, mesmo com mais dias úteis que julho, houve queda na atividade industrial”, disse o economista da CNI, Fábio Guerra, ao lembrar que julho teve menos dias úteis afetados pela Copa do Mundo do que junho. A queda da atividade foi percebida nas horas trabalhadas na produção e na utilização da capacidade instalada, conforme os indicadores industriais de agosto, divulgados nesta quarta-feira, 1, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o gerente executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a trajetória de forte queda das horas trabalhadas e da utilização da capacidade instalada, que são mais relacionados à atividade industrial, estão muito semelhantes desde o começo do ano. “Isso comprova o fraco desempenho da indústria, principalmente, devido à dificuldade dos produtos brasileiros competirem com os estrangeiros, menor consumo das famílias e a queda nos investimentos”, explicou. A indústria operou em agosto 1,8 ponto porcentual abaixo do nível de agosto do ano passado. Comparando a média de janeiro a agosto com o mesmo período de 2013, há uma queda na capacidade instalada de 1,5 ponto porcentual. O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação atingiu 80,5% em agosto, abaixo de julho, quando estava em 81%. Como resposta à atividade fraca, avaliou a CNI, as empresas continuam a demitir. O indicador de emprego teve em agosto a sexta queda consecutiva em relação ao mês anterior. As horas trabalhadas também tiveram queda de 0,8% em agosto ante julho, e de 5,7% na comparação com o mesmo mês de 2013. De janeiro a agosto, o indicador apontou uma queda de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A CNI também registrou uma piora de 0,8% no nível de emprego do setor industrial em agosto ante julho. Em relação a agosto de 2013, houve um recuo de 1,7%. No entanto, entre janeiro e agosto deste ano, comparado com o mesmo período de 2013, o nível de emprego cresce 0,3%. A CNI destacou que embora o faturamento tenha crescido 1,1% em agosto ante julho, na comparação com agosto de 2013 sofreu uma forte queda, de 8,8%. "Ou seja, as altas de agosto e julho não foram suficientes para recolocar o indicador no patamar em que se encontrava há um ano", disse a CNI no documento Indicadores Industriais. (Fonte: Estado SP dia 02-10-2014).

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Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para [email protected] , solicitando exclusão.