trilha para os jovens

60
Trilha para os jovens Jied Jof D’Q Um caminho de luz, auto reflexao e busca pela sabedoria

Upload: jornalista-mauricio-pinzkoski-51-99411144

Post on 06-Jun-2015

479 views

Category:

Education


1 download

DESCRIPTION

Nós Age Comunicação 51-3737.7448 [email protected]

TRANSCRIPT

Page 1: Trilha para os jovens

Trilha para os jovens

Jied Jof D’Q

Um caminho de luz, auto reflexaoe busca pela sabedoria

Page 2: Trilha para os jovens

1 – Simbolismo.• Iniciado em 24 de novembro de 1976, na Loja Simbólica Electra nº 21, jurisdicionada

à Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul.• Elevado em 10 de agosto de 1977, na Loja Mãe.• Exaltado em 21 de junho de 1978, na Loja Mãe.

• Designado M.˙. de CC.˙. para o exercício 79/80, na Loja Mãe.• Eleito 2º Vig.˙. para o período 80/81, na Loja Mãe.

• Eleito V.˙. Mestre para o período 81/82, na Loja Mãe.• Eleito V.˙. Mestre para o período 88/89, na Loja Mãe.

2 – Altos Graus.• Iniciado no grau 4 em 02 de dezembro de 1978.

• Iniciado no grau 9 em 16 de junho de 1979.• Iniciado no grau 14 em 22 de dezembro de 1979.• Iniciado no grau 15 em 01 de novembro de 1980.

• Iniciado no grau 18 em 10 de julho de 1981. • Iniciado no grau 19 em 24 de outubro de 1981.

• Iniciado no grau 22 em 22 de maio de 1982• Iniciado no grau 28 em 25 de setembro de 1982.

• Eleito Presidente da Excelsa Loja de Perfeição Gen. Osório para o período 1983/1984.• Iniciado no grau 30 em 26 de março de 1983.

• Iniciado no grau 31 em 29 de novembro de 1986.• Iniciado no grau 32 em29 de agosto de 1987.• Investido no grau 33 em 27 de junho de 1994.

• Eleito Presidente do Consistório Moreira Sampaio IV em 1997.• Reeleito Presidente do Consistório Moreira Sampaio IV em 1998.

• Designado, interinamente, no Cargo de Grande Inspetor Litúrgico da 1ª Região do Estado do Rio Grande do Sul, em 7 de abril de 1998, tendo sido efetivado no cargo

em 5 dezembro de 1998.• Designado Representante do Soberano Grande Comendador no "Cuarto Convento

de SSob.˙. CCap.˙. Rosa Cruces realizado del 4 al 5 de diciembro de 1999 en nel Valle de Montevideo."

Nome: Arcy Souza da Costa

VIDA MAÇÔNICA

O autor

Page 3: Trilha para os jovens

Recomendação

Este livro é de uso preferencial de maçons do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. que pertençam às Lojas Simbólicas da Jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul.

Ao Ir.˙._________________________________com carinho fraternal do autor, na data de ___/___/____.

___________________.

Page 4: Trilha para os jovens

Jof D’Q, Jied

Trilha para os Jovens:Um caminho de luz, auto reflexao

e busca pela sabedoria / Jied Jof D’Q

Porto Alegre: Age! Comunicação, 2011© 2011 – Arcy Souza da Costa

Direitos em língua portuguesa para o Brasil:Editora Age! Comunicação – Tel. (51) 3737.7448

[email protected]

Diretor Editorial: Maurício Castro PinzkoskiCapa: Guilherme Jardim

Diagramação: Guilherme JardimIlustrações: Guilherme Jardim

Revisão: Walnyr Goulart Jaques

Page 5: Trilha para os jovens

Jof D’Q, Jied

Trilha para os Jovens:Um caminho de luz, auto reflexao

e busca pela sabedoria / Jied Jof D’Q

Porto Alegre: Age! Comunicação, 2011© 2011 – Arcy Souza da Costa

Direitos em língua portuguesa para o Brasil:Editora Age! Comunicação – Tel. (51) 3737.7448

[email protected]

Diretor Editorial: Maurício Castro PinzkoskiCapa: Guilherme Jardim

Diagramação: Guilherme JardimIlustrações: Guilherme Jardim

Revisão: Walnyr Goulart Jaques

AgradecimentoAo G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. por ter proporcionado, nesta atual jornada, a expe-

riência espiritual na matéria.Aos queridos Pais, Longuinho e Maria Luiza, por terem proporciona-

do minha decida para esta experiência.Aos queridos irmãos de minha Loja Simbólica Electra 21 por me te-

rem ensinado o que hoje posso transmitir com carinho e amor.

Page 6: Trilha para os jovens
Page 7: Trilha para os jovens

Os jovens maçons, de fato, necessitam de uma orientação mais afina-da, de conformidade com o sistema litúrgico-ritualístico, o que faz com que as Lojas mais novas e algumas antigas descuidadas, as quais não contam em seus quadros com Mestres Instalados capazes para colabora-rem com interpretações das instruções aos Aprendizes e Companheiros, fazem com que os jovens maçons interrompam sua caminhada maçônica.

A fase expansionista em que estamos vivendo exige um aperfeiçoa-qmento no sistema de orientação das Lojas aos mais novos; não basta trazer homens de bem, sem faze-los entender o espírito maçônico...

Há algum tempo constatamos, através dos boletins mensais da Grande Loja, o número elevado de Aprendizes e Companheiros que abandonam as Lojas, seja através de "quite placet", seja por eliminação por falta de frequência, o que nos leva a imaginar quão grande é a falta de orientação e estímulo, desde o preparo ante-iniciação por parte do apoiador, passando pelo ato da Iniciação, como pelo seu acompanhamento nas primeiras sessões, fazendo com que o recém iniciado compreenda o objetivo a que a Maçonaria se propõe, qual seja de transformar o homem bom no cidadão aperfeiçoado, a fim de cumprir um nobre missão junto à sociedade, como um verdadeiro líder, e para isso, é pre-ciso possuir um quadro competente de Mestres Maçons e Mestres Instalados experientes e capazes de influirem na consciência do "jovem maçom".

Ao encerrar, valemo-nos de uma chave sábia sempre usada pelo sau-doso e Respeitabilíssimo Irmão Ary Bernardes Scozziero, ex-Deputado do Grão-Mestre: "Observemos, é necessário".

Recebemos o convite para prefaciar este livro orientador sobre o R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. e ficamos honrado, agradecendo essa consideração do Autor.

Prefacio

Walnyr Goulart Jacques

"Ser maçom é um estado de espírito; é saber exercitar com prazer a fraternidade;

é deixar-se impregnar pelos princípios institucionais; é aceitar os desígnios Supremo Criador".

Page 8: Trilha para os jovens
Page 9: Trilha para os jovens

11

As considerações que o prezado leitor vai encontrar nestas páginas são os frutos da vivência adquirida ao longo dos anos, estudando o Rito Escocês Antigo e Aceito; são, também, o reflexo do pedido de um grande irmão com quem, muitas tardes de quartas-feiras, privamos, tomando chá com bolo e bebendo de sua Sabedoria.

Na data de 06 de dezembro de 2010 demos início à concretização de seu pedido, escrevendo o que nos foi sugerido, como sendo o vestibular para a iniciação. Tal título não nos pareceu lógico face ao rumo por nós desejado, isto é, que as considerações expostas naquelas reuniões apontassem para as singularidades do que tratávamos; primeiro, porque eram assuntos muito interessantes e segundo, porque deveríamos deixar uma trilha para os mais jovens, que um dia haverão de nos substituir. Este deixar algo como marcas na areia foi inspiração do título aqui adotado TRILHA PARA OS JOVENS.

As reflexões aqui dispostas seguem uma linha de raciocínio como se uma ponte ligasse um profano ao dia de sua iniciação e depois sua caminhada ao longo de programas e sessões, isto é, tudo quanto se torna necessário para que os efeitos mágicos do cerimonial atinjam seus obje-tivos, para que nasça um novo homem e que todos o reconheçam como um construtor social e amante de todas as virtudes.

Querido leitor, preparai o espírito, porque vamos lançar sementes que poderão mudar a realidade de vosso mundo; deste mundo maçônico que cada um está a construir para si mesmo.

Esperamos, sinceramente, que a virtude da FÉ vos faça, pelo menos, examinar as considerações aqui expressas, como sendo pilastra desta ponte que liga um profano à vida maçônica e que a travessia seja uma nova liberdade de pensar.

As considerações serão como necessidades a serem conquistadas para que o arquétipo do maçom desejado se forje em base firme, isto é, numa Loja Justa e Perfeita.

Introduçao

Jied Jof D´QO Autor

* Veja no final as razões deste pseudônimo.

*

Page 10: Trilha para os jovens

12

A primeira necessidade diz respeito à fundação de uma Loja. A importância é transcendente pelo fato de que Ela representa a Natu-reza, onde deverá nascer o novo homem. Sua constituição ter ocorri-do pelo desejo virtuoso de se prospectar na sociedade, futuros mem-bros da Instituição.

A constituição de uma Loja requer, no mínimo, quinze Mestres, entre os quais, três já tenham sido instalados no Trono de Salomão e que todos estejam sincronizados com a mesma idéia geradora de células, que virão fazer parte da fraternidade.

Fundada a Loja com este cuidado, a definição de quem será o Vene-rável deverá ocorrer por escolha de um dentre os doze Mestres, ficando os três que já passaram pela função, nos cargos de Orador, Experto e Guarda do Templo.

Não há necessidade de aqui lembrar a importância destes três M.˙.I.˙., basta ler o Ritual de Instalação e Posse de uma Administração, para que todos se convençam deste fato e que todos os Oficiais tenham funções

Primeira Necessidade

Page 11: Trilha para os jovens

13

importantíssimas no concerto da criação de vida que ocorre na mágica abertura dos trabalhos de uma Loja.

Três ou mais M.˙.I.˙. podem instalar um Mestre no Trono de Salomão.A Loja, assim fundada, está pronta para ser feita iniciação de profa-

no; dar-lhe a Luz declarando-o Aprendiz, para elevá-lo a Companheiro e exaltá-lo a Mestre.

Uma Loja não pode ser fundada porque alguém quer ser Venerável Mestre; ele tem que ser escolhido por ser o mais preparado para o car-go. O problema gerado por esta fundação equivocada, onde Aprendizes e Companheiros são convidados a fazerem parte, demonstra o desco-nhecimento da responsabilidade que recai sobre os Mestres fundadores. Walnyr Goulart Jacques, “Past Grão Mestre” no seu Livro “Uma Loja Simbólica” escreve: “Fundar Loja nada representará, quando ela não reunir condições mínimas para realizar todas as atividades e compromis-sos atinentes à sua verdadeira obra”.

Estas Lojas assim fundadas são obrigadas a colocarem Aprendizes e Companheiros a exercerem funções de Mestre; pedem socorro para as demais Lojas para poderem fazer uma iniciação e, já houve caso, em que um Aprendiz exercia as funções de Guarda do Templo; pode?

É necessário o conhecimento do Rito como um todo, isto é, do grau 1° ao 33° e vivenciá-lo para entender porque as coisas estão ali expressas.

Page 12: Trilha para os jovens

14

A segunda necessidade é filha da organização correta da fundação de uma Loja, estando ela sedimentada na correta Instalação de um Venerá-vel Mestre, no Trono de Salomão e na posse dos oficiais (Mestres) que o ajudarão no desenvolvimento do Ritual e no magistério das instruções.

A Instalação tem que ser individual; não se quer dizer que não possa ser coletiva; o que se quer dizer é que o ato de instalar um Mestre tem que ser completo, isto é, todos devem receber os paramentos e todos levados pelos Veneráveis Mestres Instalador e Apresentador e, individu-almente, sentados no Trono de Salomão. A magia deste ato assim estará completa; quem foi eleito e só assistiu, não foi instalado.

Um M.˙.I.˙. é um Guia da Fraternidade, tal qual o é o Experto quando em sua função recebe, do Padrinho, um profano a ser iniciado; nessa ocasião ele sussurra ao ouvido esquerdo do candidato: “Eu sou o vosso Guia, tende confiança em mim e nada receeis”.

Tal é a responsabilidade de um V.˙. M.˙.; os irmãos da Loja tem que confiar que, além de reputação ilibada, ser sincero, leal e verdadeiro; afável no trato e intransigente nos princípios; ser amante da sabedoria e versado na nobre ciência da A.˙.R.˙., será o Conselheiro que, durante a efetividade do cargo, cumprirá e fará cumprir, tão estritamente quanto puder, todas as Leis, Regulamentos e Constituições emanadas da M.˙.R.˙. Grande Loja; tudo isso ele o fará, com muito amor, fiel e conscientemen-te como um Guia de seus irmãos e Venerável de sua Loja.

É importante que cada um entenda as funções de seu cargo. Walnyr Goulart Jacques, “Past Grão Mestre”, no seu Livro “Uma Loja Maçô-nica” destaca: “Todas as peças, isto é, todos os cargos e comissões devem ser desempenhados com dedicação e zelo, a fim de que a Loja funcione, pois que se existe a função, é porque tem razão de ser”.

O Livro acima mencionado deve ser lido e mantido ao alcance da mão; se possível, mantenha-o sobre o criado mudo que está ao lado de vossa cama.

Segunda Necessidade

Page 13: Trilha para os jovens

15

A Loja fundada, cumpridas as necessidades anteriores, com a Admi-nistração completa e os cargos preenchidos, estará pronta para dar início efetivo aos seus trabalhos. Orientados pelo V.˙.M.˙., cada Mestre deverá prospectar, no seio da sociedade, um candidato que pense como ele; que deseje se conhecer e se aperfeiçoar; que cultive os aspectos éticos e que esteja buscando respostas para “o que somos”; “de onde viemos” e “para onde vamos” e, que tenha paciência e saiba agir com retidão em todos os momentos.

Cabe aqui dizer que, com estas preocupações em mente, surgem ní-veis de responsabilidade atinentes ao Apoiador, aos Sindicantes, ao Ple-nário da Loja e, finalmente, ao Experto.

O Apoiador, além das considerações acima, deverá lembrar que ele estará trazendo alguém em quem deverá ter muita confiança, ao ponto de, se preciso for, entregar-lhe a chave de sua residência e que o chamará de irmão; irmão por escolha, porque irmãos de sangue a maioria de nós os temos e, estes, nós não os escolhemos, foram nossos pais carnais que os fizeram em um ato de amor. O candidato apresentado e, se aprovado, será um irmão espiritual de cada um de nós.

Os semelhantes, nestas ocasiões, se atraem e o desejo inicial da Loja fundada, deve prevalecer e será sempre o de produzir Aprendizes justos e

Terceira Necessidade

Page 14: Trilha para os jovens

16

perfeitos. A responsabilidade é enorme e os cuidados são semelhantes ao dá laranja podre, que deve ser retirada, para que não apodreça o saco todo.

Segue-se a esta responsabilidade do Apoiador a dos Sindicantes, que deverão ter as mesmas preocupações e sondarem o candidato, sem que o perceba, se ele tem as qualidades que buscamos aprimorar e que, ao pre-encher sua Sindicância o faço de forma objetiva, a fim de que o Plenário, também, possa votar com responsabilidade, aprovando o candidato que, conforme Salmo 24, Ver. 3 a 5 inclusive – Ingresso no Templo – “Quem subirá na montanha do Senhor? Quem há de permanecer no seu lu-gar santo? O que tem as mãos inocentes e o coração puro, o que não dirige os seus desejos à mentira, nem jura com engano. Ele obterá bênção do Senhor e justiça de seu Deus salvador.” – será declarado, pelo V.˙.M.˙., suscetível de ser limpo e puro.

Aproxima-se a iniciação do candidato e a responsabilidade do Experto deve se fazer presente, primeiro, na preparação do mesmo; uma semana ou dois ou três dias antes da data fixada o Experto deverá ter uma conversa em particular com o(s) candidato(s), preparando-o(s) para a Iniciação.

Esta preparação consiste: na observação de que um dos nossos conse-lheiros, a visão, ser-lhe-á tirada, para que os outros conselheiros restantes possam entrar em funcionamento; alertá-lo, sobre algumas coisas que ele deverá passar ou ver e que lhe serão feitas perguntas, às quais deverá res-ponder com sinceridade e em voz alta; deverá ser-lhe instigado que busque entendimento sobre o que é virtude ou o que entende ser o vício. Neste caso basta sugerir uma verificação, no Dicionário, do significado destas pala-vras. O Experto deve conduzir a conversa no sentido de que algumas frases possam nos levar a uma dupla interpretação, citando como exemplo a frase: “Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te daqui”; deixá-lo pensar alguns instantes e, caso necessário, perguntar-lhe: se os cientistas não tivessem sido curiosos, em que estado tecnológico estaríamos agora? Naquela frase, a curiosidade parece que nenhum benefício trará a ninguém, logo, é de uma outra qualidade, comportando ao final o retira-te daqui.

Cada um sabe o que interessa à Loja e nunca é de mais lembrar que desde a fundação da mesma a EGRÉGORA, cada vez mais, se fortalece e o ingresso de um novo obreiro terá repercussão nesse progresso; falare-mos mais detalhadamente sobre este assunto em capítulo especial.

Finalmente é chegada a hora de se cumprir com esta terceira neces-

Page 15: Trilha para os jovens

17

sidade, isto é, a INICIAÇÃO DE UM PROFANO. No dia aprazado, o Apoiador deverá conduzir o candidato ao prédio da Loja e entregá-lo, vendado, ao Experto, que lhe dirá ao ouvido esquerdo: “Eu sou o vosso guia, tende confiança em mim e nada receeis.”

Meus queridos leitores, ser o Guia é de uma responsabilidade incrível, pois na iniciação mexemos com o subconsciente do candidato. Vendado, ele terá que confiar em seu guia e colocar seus outros quatro conselheiros em funcionamento, quais sejam: Olfato, Audição, Paladar e Tato.

Conduzido pelo Experto até à Câmara de Reflexões, ali será preparado, sendo-lhe retirado tudo que possa representar metais; desnudado seu peito esquerdo, inclusive o tornozelo e o pé esquerdo, arregaçando a perna da cal-ça direita até acima do joelho e colocando-lhe uma alpercata no pé direito.

Assim preparado deverá ser colocado dentro da Câmara de Refle-xões quando, o Experto, deverá lhe dar explicações sobre tudo quanto nela existir e de ali estarem.

Além do significado da Câmara, deverá se dar uma interpretação so-bre as frases existentes; sobre o Pão e a água, emblemas da simplicidade; alimento do corpo e do espírito, representando as forças que o profano necessita para enfrentar as provas pelas quais irá passar.

Sobre a mesa deverão estar pequenos frascos contendo enxofre, sal e mercúrio, sendo que o enxofre simboliza o ardor do espírito, o sal a Sabedoria e o mercúrio a ousadia. Haverá, também, um espelho no qual deverá estar escrito me-di-ta.

Pintados na parede poderão estar um Galo, simbolizando a vigilância e o raiar do dia ou a Luz que será dada ao profano, com uma bandeirola onde deverá estar escrito Vigilância e Perseverança, alertando para que tenha aten-ção e minucioso exame de tudo que está sendo colocado à sua interpretação.

Os ossos, a caveira, a foice e a ampulheta referem-se a Saturno e, consequentemente, ao chumbo, simbolizando a morte do profano que vai renascer para a vida espiritual – transmutação do chumbo em ouro.

Finalmente, temos ainda o V.I.T.R.I.O.L. “Visita Interiora Terrae, Retificandoque, Invenies Occultum Lapidem” (convite à procura do

(*) Esta preparação está de acordo com o que Gedalge preconiza. De acordo com Píndaro, Jasão, aos 20 anos, deixou Centauro, seu mestre, indo ao Ialcos, onde entra com um pé des-calço. Jasão perdeu uma das sandálias ao atravessar o leito do Anauros.

(*)

Page 16: Trilha para os jovens

18

Eu Divino, no silêncio e na meditação).A forma como o candidato se apresenta, lembra-nos que a Maçona-

ria era formada, principalmente, por Reis e Príncipes, não se aceitando escravos. O tornozelo nu era para mostrar que não tinha marcas de gri-lhões; as mãos limpas à mostra; o peito desnudo mostrando o lado do coração e seu sentimento puro e, o joelho direito para mostrar que era de bons costumes e ajoelhava para orar. Assim, ele demonstrava não ser escravo e que era limpo, puro e de bons costumes.

Após ingresso no Templo, seguem-se as viagens e as purificações, todas muito importantes, a primeira necessita que se a aprimore e, neste sentido ela aqui está abordada com esta intenção.

A orientação do Ritual diz que a primeira viagem se desenvolve em terreno com obstáculos, sendo tal providência para que o profano de-senvolva o Tato. Este é o motivo pelo qual seu pé esquerdo está nu – a caminhada é levando o pé esquerdo à frente, tendo como segurança e base o pé direito - caso estivesse de sapato poderia pisar uma brasa e nada sentiria. Para figurar este terreno irregular, com diversos tipos de materiais que dêem sensação tátil ao candidato, pode-se confeccionar um tapete no qual estejam afixados diversos tipos de materiais (tampas de garrafas, corda enrolada, plástico com bolinhas etc.).

Enfim, a Luz é dada ao neófito. São-lhe dadas as primeiras instruções. As batidas tem o significado de batei e sereis atendido; pedi e recebereis e procurai e encontrareis. A marcha pode estar representando os três rei-nos da natureza; a busca da perfeição através da retidão, necessária para vencer na ciência e na virtude, bem como as fases do homem: infância, juventude e velhice. O Sinal está montado de tal forma que equilibra razão e sentimento, além de todo seu significado proposto no juramento.

Pelo polegar flui com mais intensidade a energia de nosso corpo e, a localização de seu posicionamento abrange o sistema da emissão do ver-bo, que se propaga através do éter, representado pelos Diáconos. Estudos mais avançados conduzirão o leitor a identificar e localizar os quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar ao longo de sua coluna vertebral.

Page 17: Trilha para os jovens

19

Esta quarta necessidade diz respeito ao entendimento relativo à pre-paração dos irmãos para os trabalhos maçônicos. Cada irmão, antes de sair de casa, deve preparar-se mental e fisicamente para os trabalhos, alimentando-se de forma frugal e meditando sobre a Ordem do Dia, pre-viamente definida pelo Venerável Mestre.

Ao ingressarem no prédio da Loja, os irmãos dirigir-se-ão à Sala dos Pas-sos Perdidos e ali permanecerão até que o Mestre de Cerimônias ordene o caos, formando o cortejo para ingresso no Átrio. É neste momento da orde-nação do caos que o Mestre de Cerimônias faz as recomendações de praxe.

Recomendável é que o Guarda do Templo chegue com boa antecedên-cia para, liturgicamente, preparar o Templo, limpando-o das possíveis ne-gatividades e preenchendo-o com a presença divina do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙., invocando a Harmonia e a Paz que deverão reinar durante toda a duração dos trabalhos. Cada Guarda do Templo deve deixar falar seu coração para que sua invocação seja plena de amor fraternal.

Preparado o Templo para a recepção, ninguém mais poderá ingressar sob pretexto de deixar isto ou aquilo dentro do Templo; convescotes de-vem ser efetivados na Sala dos Passos Perdidos.

Após preparar o Templo, o Guarda sairá, ficando armado de espada à frente da Porta e avisará o Mestre de Cerimônias que o Templo está preparado para nos receber.

O Ingresso se dará na forma especificada no Ritual.Assim como cada irmão tem que vir preparado para os trabalhos, cada

Oficial deverá fazer o mesmo, estudando suas funções e sabendo, com

Quarta Necessidade

Page 18: Trilha para os jovens

20

segurança, as orientações que lhes são peculiares. Um Ritual bem executado é uma Criação de Vida, por sua abertura;

uma Existência por sua Ordem do Dia e o Repouso pelo seu fechamento.Quando isso tudo ocorre de forma simples, com disciplina e ordem,

todos os irmãos saem satisfeitos com seus salários. Aos planejadores sugerimos que nunca programem uma Ordem do

Dia para discussão de assuntos ligados a metais ou assuntos adminis-trativos; estes devem ser discutidos e analisados fora do Templo. Serão evitados debates acalorados que em nada beneficiarão os irmãos da Loja.

Sugerimos, para cada mês, uma sequência de uma Sessão de Aprendiz, uma de Companheiro, uma de Aprendiz e uma de Mestre; não dispensando os Aprendizes, nem os Companheiros que poderão visitar uma outra Loja, estrei-tando os laços de fraternidade ou, se assim o desejarem, ficarem na Sala dos Passos Perdidos estudando algum tema proposto do qual deverão apresentar um trabalho, a ser decifrado em Loja por um Relator escolhido dentre eles.

Um programa desta natureza propicia desenvolvimento e integração, tornando-se atrativo.

Muitos são os irmãos na Jurisdição que poderão colocar-se à disposi-ção para preencher Ordem do Dia com palestra de relevante valor, basta convidá-los. É característica destes maçons a virtude do servir alegre-mente, repassando os conhecimentos auferidos. Nestes casos, é aconse-lhável que sejam dispensadas leituras de Balaústres e de Expedientes, a fim de que, ao Palestrante, não fique tempo reduzido e, ainda, sobre espaço para que sejam feitas perguntas.

Não confundir, meus queridos leitores, um pedido de esclarecimento, com uma dissertação paralela ao trabalho apresentado pelo Palestrante; lembrar-se que ele externa um ponto de vista, sobre o qual não cabem debates motivados por pensarmos diferente. Cabe, isto sim, que o discor-dante, numa outra Ordem do Dia apresente sua opinião sobre o assunto, ficando aos irmãos a análise crítica sobre os enfoques apresentados; cada um tirará conclusões próprias para efeito construtivo de sua realidade.

(*) A dispensa de Balaústre poderá ser resgatada em sessão administrativa, dos cargos ele-tivos, desde que, no mesmo, não hajam assuntos que tenham sido submetidos à aprovação do plenário e, registrado o fato na primeira sessão de mesmo grau.

(*)

Page 19: Trilha para os jovens

21

Esta necessidade é a de se conhecer o Rito como um Todo. Aqui o gran-de problema uma vez que existem várias vertentes e posições definidas so-bre aspectos do Rito; qual o ano do ritual que mais se aproxima de uma dita verdade; se a redação está certa ou não; se os painéis foram importados de outro Rito; se esta ou aquela cerimônia é verdadeiramente do Rito.

Em verdade o Rito foi sendo composto ao longo dos anos, chegan-do ao número de 33 graus nos Estados Unidos da América. Dispersou-se para o mundo como sendo os Supremos Conselhos do Grau 33 do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. dos quais emana toda a AUTORIDADE MAÇÔNICA ESCOCESA. Portanto, cada Supremo Conselho, no Território de sua Ju-risdição, é o CHEFE DO RITO, cabendo-lhe a intransferível responsabi-lidade pela inalterabilidade dos Rituais.

De acordo com a Grande Constituição promulgada e aprovada em 1786, haverá apenas UM SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. REGULAR para cada Nação, exceto para os Estados Unidos da América do Norte, para onde foram previstos dois Supremos Conselhos do Grau 33 do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙..

O Supremo Conselho fundado em 12 de março de 1829, por autoriza-ção do atual Supremo Conselho da Bélgica, outorgada a FRANCISCO GÊ ACAYABA DE MONTEZUMA, Visconde de Jequitinhonha, insta-

Quinta Necessidade

Page 20: Trilha para os jovens

22

lado em 12 de novembro de 1832, foi aclamado e reconhecido como único Supremo Conselho Regular para o Brasil pelos Supremos Con-selhos Regulares do Mundo, em 1929, em Paris.

A História da Maçonaria Brasileira tem um marco que é o ano de 1927, quando Mário Marinho de Carvalho Behring, sentindo o compro-misso assumido em Lousanne, perante os Supremos Conselhos do Mun-do, reunidos em Congresso, estimulou a fundação das Grandes Lojas Brasileiras, tendo, pelo Ato n° 8, datado de 19 de agosto de 1927, criado as Inspetorias Litúrgicas nos Estados.

No Estado do Rio Grande do Sul, Mário Behring logrou sucesso emi-tindo a Carta Constitutiva da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul, com data de 08 de janeiro de 1928, para trabalhar no Rito Escocês Antigo e Aceito.

Na ocasião foram distribuídos rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre, para todas as Grandes Lojas fundadas, registrando-se, na Bibliote-ca Nacional, sob n° 6526, exemplares para garantia dos direitos autorais.

Podemos pesquisar e estudar, mas, não podemos modificar o que re-cebemos através da Carta Constitutiva (nossa certidão de nascimento) e nem renegar o que juramos no dia de nossa iniciação; só para lembrar, numa Assembléia Geral Ordinária da Grande Loja, foi aprovada por una-nimidade o retorno aos Rituais de 1928.

Como estamos fazendo considerações, deixo, para os rábulas, uma pe-quena questão jurídica: Quem são os Chefes dos Ritos de York e Schrö-der? Pode a Grande Loja, cuja Carta Constitutiva diz que é para trabalhar no Rito Escocês Antigo e Aceito, expedir carta constitutiva para Lojas desses dois ritos? O Chefe desses Ritos deu autorização para a Grande Loja expedir cartas constitutivas?

Deixamos à consideração dos irmãos a possibilidade de haver, caso existam os Chefes desses ritos, uma interpelação judicial interessante.

Não desejamos abrir debate sobre todas as controvérsias possíveis, mas, sempre podemos externar uma opinião baseada numa unanimidade, qual seja, o desejo da jurisdição do retorno aos rituais de 1928; logo cer-tos procedimentos, atualmente adotados, são incompatíveis com o que está escrito, por exemplo:

O procedimento da circulação em Loja está descrito no ritual de 1928, registrado na Biblioteca Nacional sob o número 6526, para garantia dos

Page 21: Trilha para os jovens

23

direitos autorais, de acordo com os dispositivos do Código Civil. Este pro-cedimento, em nota de rodapé, na página 25, do referido ritual, está assim:

(3) No caminhar pelo Templo, deve sempre ser observada a seguinte formalidade: indo do Sul para o Oriente, passar pelo Ocidente e pelo Norte; do Ocidente para o Sul, passar pelo Nor-te e pelo Oriente (grade); do Oriente para o Ocidente ou Norte, passar pelo Sul. A redação da nota de rodapé deixa clara a forma de se circular no Tem-

plo. Se alguma dúvida restar, pode-se buscar o mesmo entendimento através do significado da caminhada do maçom em busca da Luz e seu retorno às trevas, ou na movimentação dos astros entorno do Sol. Os estudos no grau de Companheiro podem auxiliar em muito na interpretação deste assunto, bastando lembrar a Astronomia e a Lógica que devem ser aplicadas ao caso. No Rito Escocês, em todos os graus a circulação no Templo se faz, sempre, na forma acima destacada. Não há que se fazer paradas desnecessárias nem argumentar que outras Potências amigas assim o fazem.

O argumento mais contundente para este assunto é o de que a Grande Loja resolveu adotar o Ritual de 1928, com as correções ortográficas necessárias e, a circulação no Templo, está expressa no exemplar registrado na Biblioteca Nacional, não havendo nenhuma dúvida sobre o que nele está escrito.

Lembramos, neste caso, que este ir e vir do maçom, na direção do mundo espiritual (representado pelo Oriente) e sua volta à matéria (re-presentada pelo Ocidente) é uma forma de interpretar a reencarnação.

Outro exemplo é o da Saudação; em qualquer grau o sinal só é execu-tado na posição estática de estar de Pé e à Ordem, não se andando com o mesmo, com exceção nas caminhadas de ingresso ritualístico de Apren-diz, Companheiro e Mestre. A Saudação é o gesto de se desfazer o Sinal.

Parece não haver dúvidas na interpretação do Sinal e quando ele deve ser executado. Com relação à Saudação parece haver uma incorreção interpretativa, quando o Venerável Mestre, na abertura e fechamento dos trabalhos, comanda: pelo Sinal, pela Bateria e pela Aclamação. O enten-dimento possível só pode ser o de desfazer o Sinal, configurando uma Saudação, uma vez que todos estão de Pé e à Ordem. Assim, aqui a pro-posição coerente é de que seja pela Saudação e não pelo Sinal.

Como estas palavras começam com “S” é fácil se fazer confusão in-terpretativa, quando as mesmas estão isoladas. No Ritual de 1928, a bem

Page 22: Trilha para os jovens

24

da verdade, verificamos estar por extenso a palavra “signal”, entretanto, analisemos o que está escrito, na abertura e no fechamento:

Na abertura.Ven.˙. – (!) A mim, meus Irmãos, pelo signal e pela aclamação.Todos – (depois de feito o signal) Huzzé-Huzzé-Huzzé.Ven.˙. – (!) Sentemo-nos, meus Irmãos.

No fechamento.Ven.˙. – (!) A mim, meus irmãos, pela bateria e pela exclamação.Todos – (depois de dada a bateria) Huzzé-Huzzé-Huzzé

É importante notar que na abertura está definido que é pelo signal (seria mais correto pela saudação, conforme expresso acima?) e pela aclamação e que, no encerramento, está pela bateria e pela exclamação.

Aqui temos duas palavras diferentes aclamação e exclamação. Acla-mação é ovação e, exclamação é grito, brado, clamor, não sendo esta última muito coerente com nossos propósitos.

Na abertura, o indicativo de que se volta a fazer o sinal antes da acla-mação, remete para o procedimento de que o Sinal foi desfeito, configu-rando uma Saudação, fortalecendo a coerência de que é pela Saudação e não pelo Sinal.

Considerando estas análises a proposição é no sentido de que na aber-tura seja dito: Pela Saudação, seja refeito o Sinal, para então fazer-se a aclamação. No encerramento seja dito: pela Bateria, refazendo-se o Sinal, para fazer-se a aclamação.

Analisados estes aspectos nos graus de Companheiro e Mestre nota-se a inexistência, no grau de Companheiro desses indicativos e, que no grau de Mestre os indicativos são mais completos, isto é, corrigindo-se Sinal por Saudação, tanto na abertura como no fechamento, seria Pela Saudação, Pela Bateria e Pela Aclamação.

A coerência deve ser mantida, motivo pelo qual se devem incluir os indicativos na abertura e fechamento no grau de Companheiro.

Ainda outro exemplo: A Transmissão da Palavra.Na página 24 do Ritual de Aprendiz Maçom, em negrito, após a fala do 2°

Vigilante, onde o mesmo se refere ao fato de ser meio dia em ponto, está escrito:

Page 23: Trilha para os jovens

25

“O Ven.˙. Mestre dá, com o malhete, a bateria, que é repetida pe-los VVig.˙. e todos ficam de pé e a ordem. O 1° Diac.˙. sobe os degraus do trono, saúda o Ven.˙. Mestre que, após corresponder a saudação dá-lhe a P.˙.S.˙. aos ouvidos, começando pelo ouvido esquerdo.

Recebida a P.˙.S.˙. o 1° Diac.˙. saúda o Ven.˙. Mestre e vai, com as mesmas formalidades levá-la ao Ir.˙. 1° Vig.˙., que a transmite, pela mesma forma ao Ir.˙. 2° Vig.˙. por intermédio do Ir.˙. 2° Diac.˙.” A análise desta redação ressalta um fato muito importante, qual seja,

que há saudação ao Ven.˙. Mestre, por parte do 1° Diácono, não havendo nenhuma indicação de que ocorra a execução de algum toque. Este oficial, fazendo saudação, não pode estar com a mão direita ocupada. Outro aspec-to importante é o de que a Palavra Sagrada é dada aos ouvidos, começando pelo ouvido esquerdo, podendo-se pressupor que é da mesma forma como foi ensinada no dia da iniciação, isto é, letra por letra e silaba por silaba.

Do acima exposto, tendo em vista o que consta nos Rituais de Com-panheiro e Mestre Maçom, de 1928, a transmissão da P.˙.S.˙. deve ser da seguinte forma:

Aprendiz – deverá ser dada letra por letra e sílaba por sílaba, come-çando pelo ouvido esquerdo de quem recebe.

Companheiro – dada por silabas, começando pelo ouvido esquerdo de quem recebe.

Mestre – emissão única da palavra no ouvido esquerdo de quem recebe.Finalmente, o último exemplo: A forma de portar os bastões.Para antecipar qualquer interpretação, para o grau de Companheiro,

rogamos aos queridos leitores que lembrem estarem os Diáconos exer-cendo funções Litúrgicas e que em qualquer um dos graus eles fazem as saudações sem largar seus bastões.

O Ritual de Aprendiz Maçom de 1928, na página 21, tratando da en-trada do Templo, informa, no último parágrafo o seguinte:

“Organizada a fila dupla, o Mestre de Cerimônias, pondo-se à frente, dará um golpe com o seu bastão e o Cobridor abrirá a porta do Templo.”Alguns estudiosos dizem que no Rito Escocês não existiam bastões e sim

eram usadas espadas. Nestas considerações respeitamos o que está escrito e registrado, analisando alguns aspectos pelo senso da coerência, não havendo

Page 24: Trilha para os jovens

26

aqui nenhum motivo para que se descartem os bastões desde então usados.No exemplo da Saudação registrou-se o que está descrito: que o 1°

Diácono sobe os degraus do Trono e Saúda o Venerável Mestre; tal sau-dação só pode ser feita não existindo nenhum objeto na mão direita, logo, se estes Oficiais, no dia de seu juramento e posse receberam os bastões como insígnias dos cargos, eles deverão portá-los com a mão esquerda a fim de poderem Saudar as Luzes em cada caso particular.

Em todos os casos devemos usar de coerência, no sentido de que se revi-gore o uso e o costume dos anos iniciais da Grande Loja, passando o Mestre de Cerimônia e os Diáconos a portarem seus bastões com a mão esquerda.

Quando se tirou os bastões da mão esquerda, passando-os para a direita, por determinação de uma Grande Comissão de Liturgia da Grande Loja, logo a seguir a Grande Loja mandou colocar dispositivos junto aos Altares do Venerável Mestre e dos Vigilantes, com a finalidade de não deixar cair os bastões no chão; os diáconos encostavam os bastões na parede.

O Rito Escocês exige vivência, é juntar o conhecimento completo de todos os seus graus para formar senso crítico e isto só se consegue lendo e relendo, com profundidade, os rituais e as instruções de cada grau.

Você, caro leitor estaria disposto, após ter lido 100 livros sobre cirurgia de tórax, ir a um hospital e efetivar uma intervenção de transplante de co-ração? Creio que não, ia lhe faltar os anos de Faculdade e de Residência e muitos acompanhamentos deste tipo de intervenção; loucura total querer dizer que lendo muitos livros se conhece todo um sistema qualquer.

Muito cuidado com os falsos conhecedores do Rito, eles podem estar nos enganando.

Poderíamos dar alguns exemplos que fortaleceriam o uso dos bastões na mão esquerda, mas, nosso desejo com estas considerações é justamen-te instigá-los a ingressarem nos Graus Superiores; aprenderiam muitas outras coisas que os livros não ensinam. Falo de livros de autores maçons que se quer deveriam estar nas prateleiras das Livrarias.

Page 25: Trilha para os jovens

27

Esta necessidade é a da Espiritualidade e, consequentemente a da Conduta que devemos desenvolver. Uma vez que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. nos dotou de inteligência, convidamos a todos ao exercício de torná-la susce-tível de progresso e de aperfeiçoamento pois acredito que aqui se produz a espontânea e permanente comunhão com Ele.

Esta comunhão é incompatível com a vida normal, sendo dependente do interesse que transcende às coisas materiais e penetra o mundo es-piritual. Este antagonismo entre a horizontalidade material e a vertica-lidade espiritual é a causa do abandono precoce do interesse espiritual, pela falta de perseverança, em face dos apelos profissionais, sendo este o motivo pelo qual ainda não conseguimos um meio termo entre vivência espiritual e o dinamismo voraz da materialidade.

Entretanto é necessário encontrar os meios para induzir a que nos transformemos naquilo que devemos “ser”, um homem espiritual.

Através da inteligência, rumo ao Universo do espírito é compreen-sível que encontremos dificuldades, para entender algo vago, imponde-

Sexta Necessidade

Page 26: Trilha para os jovens

28

rável, quase irreal, quando o único mundo real é o do espírito, causa da matéria ao passo que esta é apenas o efeito daquele.

A Causa Primeira é denominada de Deus, sendo infinitamente mais real do que a soma dos seus efeitos. O vivenciar ético transforma o mun-do real objetivo em um mundo real subjetivo e, à medida que o interesse aumenta, este mundo subjetivo vai se tornando cada vez mais concreto, a ponto de afirmarmos como São Paulo: “A minha pátria é o céu; a Terra o veículo da minha peregrinação”.

Nessa jornada aprenderemos uma visão mais completa e exata da re-alidade total. A filosofia maçônica culmina com uma visão panorâmica, em que a ignorância, o egoísmo, o preconceito e os erros são iluminados pela Luz da Verdade e, consequentemente, que não existe um mundo sem Deus, nem um Deus sem o mundo.

Descobre-se que cada coisa material é canal ou veículo para se chegar a Deus. Da obra ao Obreiro, das pequenas correntes de água ao vasto oceano, de onde as águas vieram e para onde sempre voltarão.

O Homem espiritualizado é um sábio, um poeta que descobriu a Verdade Absoluta, que se transformou numa epopéia de vida. Eliminou o egoísmo e por isso pode fazer algo benéfico para a humanidade. O egoísta só pensa em calcular se o serviço que irá prestar à humanidade lhe dará algum benefício individual, político ou social. O homem espiritual consagra-se à idéia de servir, sem se servir das instituições; sua felicidade não depende dos ganhos materiais, não é escravo de resultados sujeitos ao seu controle, sendo suas conquistas um prêmio pela forma desinteressada com que trabalhou em prol de um objetivo puro maior, o triunfo de uma vida consagrada ao serviço do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙..

“Conhecereis a Verdade – e a Verdade vos libertará”, sendo Ela a Ver-dade Eterna e Suprema ao homem só resta buscá-la.

Somos o ser mais evoluído em grau de consciência sobre a face da terra; ultrapassamos o estágio do mineral, do vegetal e do plano sensitivo do animal. Entramos no mundo da inteligência ou da consciência indivi-dual e podemos distinguir o bem do mal e, consequentemente, responsá-veis pelos nossos próprios atos. (Leis do Livre Arbítrio e Causa e Efeito).

Apesar de seu porte ereto, o homem não conseguiu fazer a ligação de sua parte superior (cabeça), que aponta para as regiões da Luz Cósmica, de onde vem a libertação da gravitação material. Todo esse processo evo-lutivo está contido no Rito Escocês Antigo e Aceito, no “Conhece-te a ti

Page 27: Trilha para os jovens

29

mesmo”. Tal proceder confere uma consciência espiritual.A maior parte dos homens tem uma ligeira percepção dessa consciên-

cia; basta ler os jornais para entendermos que 99% está preocupado com o vil metal, representado nos aspetos da corrupção política administrati-va de nossos governantes e o resultado das CPIs, dos tapinhas nas costas e do que virou pizza.

Pelo acima exposto, é improvável que 1% de consciência espiritual faça alguma melhora na sociedade humana. O conjunto da consciência espiri-tual reflete a soma da consciência individual dos seus componentes. Meus irmãos, o trabalho dessa jornada não pode cessar nunca! Enquanto não descobrirmos em nós uma outra realidade superior, enquanto não desco-brirmos nosso Verdadeiro Eu Espiritual, imagem e semelhança de Deus.

Enquanto isto não ocorrer seremos apenas peregrinos da periferia; amadores do mundo da matéria e do intelecto, isto é, egoístas. Precisa-mos passar por uma profunda transformação mental.

Convidamos a todos que meditemos sobre esta necessidade, como for-ma de alcançarmos um patamar de consciência espiritual maior, o senso de responsabilidade que temos no ingresso de novos afiliados à Maçonaria.

Ao ingressarmos na Ordem Maçônica, no Rito Escocês Antigo e Aceito, assumimos compromissos com a verdade e, prestamos, a cada grau, um juramento; mesmo assim, encontramos entre nós, irmãos que não apreenderam os princípios básicos de nossa Sublime Instituição.

Se a virtude é uma disposição da alma; se trabalhamos para adaptar nosso espírito às grandes afeições e a só concebermos idéias sólidas de virtude, porque alguns não regulam suas ações pelos eternos princípios da moral? Como classificar uma denúncia anônima?

Ações que fogem da retidão ou que denotem desvio de conduta, com o passar do tempo, arrastam o homem a hábitos desgraçados que o con-duzem ao mal; perde o horizonte da razão, omite-se de responsabilidade quando esta lhe exige o gravame de seu “ne varietur”, talvez, o mais sim-ples e verdadeiro dever de um maçom, pois a inexistência deste requisito elimina a credibilidade de um documento, proporciona dúvida e impede a abertura de um processo maçônico equitativo e justo.

Se tivermos que gravar uma denúncia, sejamos prudentes. Deixemos que os pensamentos surjam, procuremos retê-los, não os divulguemos de imediato; aguardar para que eles se condensem na contenção do silêncio,

Page 28: Trilha para os jovens

30

adquirindo força, como o vapor de água sob compressão.A pressão e a compressão geram propriedade de uma reação magné-

tica, segundo a Lei de que o mais forte atrai o mais fraco. De maneira semelhante formas mentais análogas serão atraídas, fixadas e reforçando o poder do pensamento próprio e primitivo.

Desta forma o pensamento amadurecerá, dentro de cada um, “bons pensamentos”; a realização ou a ação ocorrerá, mediante manifestação oral ou escrita, “boas palavras”, para concretizar-se em ação equilibrada pelo cunho do amor e da justiça, “bons sentimentos”.

Esta nova forma de ação reveste-se de responsabilidade e compro-misso com a verdade e, nos impele a gravar o “ne varietur”, naquilo que desde há muito já existia espiritualmente.

Cautela é preciso; provar é ônus de denunciante. A irreflexão se paga amargamente, numa arena de influências estranhas, que nos tornam irri-tados, inconstantes e injustos para com os que nos rodeiam.

Nisso se baseia a responsabilidade que o ser humano tem consigo mesmo, em consequência da Lei da reciprocidade, que nunca falha.

Sejamos verdadeiros maçons, cumpramos os deveres de forma ética, não nos esquivando jamais de gravar, quando a causa estiver sob o manto da Justiça e da Equidade.

PORQUE DEVEMOS ESTUDAR“O Caminho, é o conjunto de práticas que postas em obra, em rela-

ção aos princípios da ciência esotérica, permite ao homem evoluir”.(Boris Mouravieff)

A ciência esotérica está além da ciência positiva; entre elas existe um

vazio, uma zona de ilusão, que se constitui em obstáculo a ser vencido pela expansão de consciência. Este vazio, ou precipício, só é transposto pela formação de caráter e de esforço superior, que diferem e dependem da natureza e grau de deformação do espírito do homem exterior.

Vencer o precipício requer estudos teóricos e apresentação de traba-lhos práticos individuais, que demonstrem o merecimento da ascensão a um novo grau.

Fugir desta orientação é querer encurtar o caminho a ser trilhado, é burlar o Estatuto e enganar a si mesmo.

Page 29: Trilha para os jovens

31

A astúcia e a vaidade são formadoras do vazio que deixará o homem isolado e sem perspectiva de avanço espiritual. A estagnação é contrária ao progresso e leva à aniquilação do ser.

Aqui o exemplo que se evoca é o do Paraíso, onde Adão e Eva se en-contravam em harmonia com a Lei Divina até que, a Serpente seduziu Eva com o fruto da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. Este mito cheio de significado, demonstra que a Serpente personifica a ilusão, isto é, a força implantada no organismo humano que pode ser despertada para um sentido construtivo, sendo necessário um trabalho persistente e tenaz; não o sendo haverá uma inversão negativa, sendo esta a razão do mito da queda de Adão.

Esse erro de ilusão que arrastou Eva e Adão em sua queda se ma-nifesta nos homens por numerosas variantes, entre elas o do desejo de progredir sem merecimento.

O comprometimento ao longo dos graus do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. é o ca-minho que o homem maçom deve trilhar e, neste caso, deve o mesmo adestrar sua força de ilusão no sentido do progresso, evitando a repeti-ção do erro de nosso ancestral, caindo no irreal e, em lugar de avançar, cambalear, dando um passo a frente e dois para trás. Esta marcha leva ao esgotamento físico e moral e, gradativamente à estagnação, à morte.

É necessário ser um justo, puro por natureza, e não ter sido manchado pela vida, para que as emoções positivas e o êxito conduzam o trabalho esotérico. O êxito faz girar a cabeça e a menor parcela dele, quando con-quistada de forma injusta e interesseira gera influência nociva.

A humildade é a fonte requerida para afastar o risco de tais influências. Ser forte nos princípios éticos morais traz benefícios aos que estão no ca-minho; consequências e efeitos diametralmente opostos podem resultar. A Lei Divina está disposta da seguinte forma: “Porque a vós foi dado serdes posto a par dos mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes foi dado. Pois ao que tem, será dado, e dado abundantemente; ao passo que ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” (Mateus XIII, 11, 12).

Na obstinação de justificar sua Personalidade, o homem deixará o Caminho para embrenhar-se cada vez mais na ilegitimidade de seu grau; não aceitará sua situação e, em particular, seu estado interior, deixando de prestar atenção à consciência do Eu.

Não se pode conquistar avanço sem que se seja justo; entretanto, isto é muito raro. Ser justo deve ser a atitude, quando se põe o pé no primei-

Page 30: Trilha para os jovens

32

ro degrau do Caminho.A atitude é importante desde o início da caminhada; toda conquista

injustificada resulta em fracasso.Quem se comprometeu, jurando ao longo da ascensão, sabe que o

Caminho é sem retorno e o avanço será julgado, no fim da jornada, pelo próprio aspirante. Aos que compreendem esta Verdade não resta nenhu-ma dúvida. A firmeza de propósitos é indispensável. Se alguém quiser seguir o Mestre reflita: “ninguém que, no ato de pôr mão ao arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lucas IX, 62).

É necessário recordar Platão, segundo o qual, o semelhante não pode ser percebido e compreendido senão pelo semelhante; por isso, as influ-ências exteriores não podem atuar sobre o indivíduo senão por meio dos elementos semelhantes que formam seu mundo interior.

Na linguagem esotérica se diz que é necessário domesticar a besta, transformando o lobo em um dócil cão de guarda.

Estudar é preciso, só assim entenderemos este jogo de regras inver-tidas, em que sai vencedor quem perde. Enganar-se neste jogo é pensar que se ganha tempo, quando na realidade a estagnação da evolução espi-ritual pode acontecer.

EQUÍVOCOAo escolhermos um lugar para nosso acampamento somos levados

por uma série de interesses, entre eles, talvez, o mais significativo seja o que demarque um lugar certo e conhecido, onde poderemos ser encon-trados a qualquer momento.

Certo é, também, aquele que diz respeito ao sustento da família. É normal estabelecermos nosso acampamento no vale ou região, onde de-senvolvemos o trabalho profissional.

O acampamento, nestes casos, fica identificado como a residência onde congregamos mulher e filhos e podemos receber amigos.

O endereço residencial atualizado é fundamental para as comunica-ções de qualquer natureza, inclusive as de fraterno carinho.

Equívoco é não manter esta relação em harmonia, é informar que se está em um lugar quando se está noutro, ocultando o real motivo dessa decisão.

Se o interesse é só material e a família está de acordo, ótimo; se busca-mos a evolução espiritual o equívoco se torna um enganar-se a si mesmo.

Page 31: Trilha para os jovens

33

Quando isto acontece somos responsáveis, produzimos uma causa cujo efeito se ignora. Sabemos, entretanto que a liberdade de pensar cria, por magnetismo, um ser energético Imaterial, que se adere ao nosso ovo cósmico, trazendo influências positivas ou negativas segundo os bons ou maus pensamentos.

Por isso, devemos ser éticos e morais no pensar, no uso das palavras e no agir. Só assim estaremos progredindo com sabedoria. Equívoco é não estar consciente desta Lei, é agir pensando apenas em conquistar, de forma escusa ou sub-reptícia, um grau de evolução que ainda não merecemos; é tirar vantagens materiais em detrimento das vantagens espirituais; é achar que nossos parceiros de caminhada não vão estranhar tal atitude, ou que irão aplaudir nossa vivacidade em queimar etapas de maneira açodada.

Finalmente, devemos evitar a pressa de alcançar um ponto mais alto na escalada de nosso rito e deixar o fluxo normal traçado para nós se concretizar.

Uma boa reflexão a todos e que tenhamos a virtude da paciência.

O DONO DA OBRA

Afirma-se que esta estória aconteceu num átimo da existên-cia, não havendo uma data que se possa indicar, portanto não tem princípio, nem fim.

Há muito tempo atrás, um Soberano chamou à sua presença um dos mais destacados Inspetores de seu Reino. Ele chegou do mais longínquo interior das terras; cansado e desejoso de um banho reconfortante. Se-guiu, de imediato, rumo à casa de seu Pai.

Foi recepcionado carinhosamente por todos os familiares e após os abraços efusivos e dos pedidos de notícias, tão comuns nestes casos, acomodou-se em um dos cômodos da casa, refrescou-se com um bom banho e retornou à sala das conferências para procurar saber o motivo do chamamento do Soberano.

Colocado à par das razões do Soberano, de mandá-lo buscar dos con-fins do reino, aquietou-se, dizendo: Querido Pai, este chamamento é a oportunidade que venho esperando há muito tempo. Se meus conheci-mentos forem suficientes e do agrado do Soberano, a Obra que ele deseja construir terá todo o meu empenho. Ombrear-me-ei com meus compa-

Page 32: Trilha para os jovens

34

nheiros e serei mais um Inspetor entre os chamados, para unirmos forças em um único sentido, qual seja, o de servir bem à causa principal que move nosso Soberano. Tenho a convicção de que isto seja o interesse de todos quantos foram os requisitados para a construção da Obra.

O resto do dia se seguiu com assuntos da família, cumprindo-se a ro-tina de 24 horas, com espaços para o trabalho, lazer e descanso.

Como sempre, a noite foi de sono tranquilo, como de quem está pron-to para as funções de um Inspetor. Após a higiene pessoal, do vestir-se e do café, deu um até logo a todos e dirigiu-se ao Palácio, para a entrevista com o Soberano do Reino.

Ao chegar ao Palácio, notou o alvoroço – era o corre-corre natural da vida palaciana. Ninguém ocioso, todos trabalhando segundo os planos estabelecidos. Os aprendizes recebendo apoio dos companheiros e estes executando os planos traçados pelos mestres.

A entrevista fora marcada para o meio-dia, o Sol estava no Zênite e o nosso Inspetor, bem como outros, também chamados, foram introduzidos na Sala do Soberano que, de seu Trono, lhes deu as boas-vindas e prosseguiu:

Ilustres Inspetores, o trabalho na fronteira do Reino é fazer feliz todo o meu povo através do amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes e ensi-nando-lhe o respeito à autoridade e à religião, sem preocupações com a diferença de raças. Este é o motivo principal do meu chamamento. Estou prestes a iniciar uma nova Obra e desejo o concurso de vossas experiên-cias, de vossas dedicações e conto com o amor incondicional que tendes pela nossa Causa. Desejais concorrer para o sucesso desta Obra?

Sim Majestade! – Responderam todos – podemos renovar nosso com-promisso se necessário for.

A vossa palavra me basta. Eis aqui os planos para a Obra que pretendo erigir. Juntai-vos aos demais inspetores, estudai todos os planos e que todos estejam atentos a tudo que for necessário e justo. Fazei reuniões, anotai as reclamações dos obreiros e registrai em atas as conclusões a que chegarem.

Tudo isto faremos, sempre levando em consideração os planos que orde-nastes. A Obra vos pertence, nós somos os executores. Haveremos de manter a harmonia entre todos os obreiros, sejam eles aprendizes, companheiros ou mestres. O importante é erigirmos a Obra de forma Justa e Perfeita e que ela se mantenha no prumo. Não seremos, entretanto, responsabilizados pelos acontecimentos alheios a nossa vontade, nem aos produzidos pelas forças da

Page 33: Trilha para os jovens

35

Natureza. Se a base foi bem construída, a estrutura levantada com esmero e o cimento místico do amor utilizado em todas as etapas de execução, afirma-mos com toda a convicção: “nada impedirá que a Obra tenha continuidade”.

Fico contente que assim possa ser. Aceito vossas posturas de Inspeto-res, reconheço a existência do compromisso assumido entre vós de tudo fazer em benefício desta Obra. Lembrai-vos que, a vossa participação e o compromisso individual, aliado ao coletivo, é o fundamento da Obra que iremos elevar. Esforçai-vos; usai com perseverança o poder do pen-samento, para que a arte construtiva tenha o dom de formatar, nos planos infinitos da existência, a Obra/corpo que servirá de morada a cada um de vós e a todos os obreiros do meu reino.

Dizem, ainda, que o dialogo se estendeu por várias horas, encerrando-se, à meia-noite. De tudo ficou uma certeza. “Somos iguais, segundo o compromisso assumido na execução da Obra; fisicamente ninguém será tachado de Dono da Obra; pois que esta é Divina.

O fim desta história está para ser escrito. Sábios antigos dizem que a Obra não tem começo nem fim.

Que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. nos infunda coragem e determinação para aplicar-mos a técnica construtiva mais correta em todas as ocasiões que isto exigir.

PESQUISA

O PODER DOS MELHORES

As palavras aristos e kratos vêm do grego e significam, respectiva-mente, o melhor e poder.

Aristocracia significa o poder dos melhores, sentido este que se des-viou com o tempo.

Em cada organização, por mais primitiva que ela seja, existe um coor-denador das ações, um chefe, porque com a diversidade de aptidões e de características inerentes à espécie humana, há os incapazes que necessi-tam de orientação; os fracos a proteger e os abusados a refrear. A autori-dade, entre os selvagens era destinada, primeiro ao chefe da família, de-pois aos anciães. Este conceito patriarcal foi o primeiro. Com a explosão demográfica e a formação das grandes cidades a autoridade patriarcal foi substituída pela força dos homens mais novos, mais inteligentes, surgin-

Page 34: Trilha para os jovens

36

do os chefes militares. Estes se impuseram pelo valor que representavam na segurança contra os ataques dos inimigos ou na dominação de novas terras, apossando-se do poder, face o prestígio conquistado nas guerras.

A transmissão do poder foi de pai para filho; os fracos e oprimidos, não ousavam rebelar-se e habituaram-se a considerar tal fato como di-reito de herança, conquistada pelos pais, surgindo a distinção de duas classes, os superiores e os inferiores, os que mandam e os que obedecem; estava plasmada a aristocracia do nascimento, tão poderoso e prepon-derante quanto a da força, agora dispondo de mais poder, criado pelos privilégios individuais, ditados pelo egoísmo e pela avareza.

Para conservar estes privilégios foi necessário dar-lhes o cunho da legalidade e, esta aristocracia do nascimento fez as leis em seu próprio proveito, deu-lhes o cunho divino, impedindo o acesso ao conhecimento, mantendo o povo na ignorância.

A classe inferior foi ficando cada vez maior, tomando conhecimen-to das causas que a oprimiam, enquanto a superior perdia condições de mantê-la na ignorância. Era o dedo da Providência e, a classe oprimida derrubou os privilégios e proclamou a igualdade de todos perante a Lei. Estava assim decretada a falência da aristocracia de nascimento.

Com esta queda nascia um novo conceito de domínio, a do dinheiro, por-que com ele pode-se dispor do homem e das coisas. Esta potência trouxe consigo a percepção de que a inteligência agora tinha mais valia do que a fortuna herdada, uma vez que esta se desfaz nas mãos dos hábeis em gastar.

Avaliar este processo é interessante; a igualdade de oportunidades come-çava a aparecer para qualquer um, fosse ele pobre ou rico, bastava ter inte-ligência para conquistar um espaço ou uma fatia na economia da sociedade. Era uma nova democracia; mas ainda insuficiente. É preciso mais.

A Inteligência não é penhor de moralidade uma vez que o mais inteli-gente pode fazer mau uso de sua faculdade; da mesma forma a moralida-de, sozinha, pode se transformar em uma incapacidade.

A união das duas é fundamental, ainda mais se unidas ao conceito de caridade. Esta tríade marcará o advento de uma nova potência, cujo conceito é o bem de todos na Terra, é o fazer feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualda-de e pelo respeito à autoridade e à religião.

Para que isto aconteça é necessário que a moralidade se instale em

Page 35: Trilha para os jovens

37

definitivo e todos a tenham como princípio. Estamos cercados pelo crime, pela corrupção, pela imoralidade dos programas de televisão; o Congresso é um ninho de sanguessugas; os candidatos só pensam em proferir pro-messas que deixarão de cumprir; eles desejam apenas manter-se no poder.

Cada obreiro deverá ser artífice de sua própria felicidade; tal proceder eleva o nível moral da sociedade; os nossos princípios são a garantia de que podemos transformar o estado presente da humanidade; nos indu-zem a sonhar com modificações que se realizarão no futuro. Para isso é preciso haver debate e o esclarecimento de que “A única fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da huma-nidade. Para crer não basta ver, é preciso, acima de tudo, compreender”.

O homem atual acredita estar mandando. Ledo engano, este homem ainda não conhece a máquina que deve dirigir. Quando ele pensa man-dar, na verdade, obedece aos próprios instintos; quando grita que deseja liberdade, sem o saber, pede a liberdade de obedecer àqueles instintos.

É sempre no terreno dos instintos, que os traços da ética superior apa-recem no homem e, a nossa Ordem procura disciplinar, canalizando-os e respeitando-os, porque constituem a base de planos mais elevados da vida.

Os impulsos que movem o homem maçom são diversos. Ele os co-nhece e, sabedor de suas finalidades, domina-os e os dirige, pois havendo alcançado o conhecimento, pode, agora, mandar em vez de obedecer. É um iluminado, que avalia as consequências de seus próprios atos.

Para ter o direito de mandar é preciso possuir inteligência e bondade. Eis aqui a síntese do poder.

PEREGRINAÇÃO CONSCIENTE Do nascimento físico à transcendência do espírito, percorremos um

caminho pelo qual vamos aprendendo, através das perdas e da dor, a ven-cer as dificuldades que deparamos; ao mesmo tempo fortalecemos prin-cípios básicos que impulsionam, de forma incessante e através dessas experiências, rumo ao mais alto ideal de perfeição possível e desejado.

No amanhecer da vida, fomos amparados pelos pais, depois pelos profes-sores escolares, para finalmente estarmos à mercê de nosso Livre Arbítrio. Aí, então, começa a subida íngreme da colina, quando as dificuldades nos ensinam

Bibliografia*

*

Page 36: Trilha para os jovens

38

a perceber a existência de uma lei coordenada pelas causas primárias, cujos efeitos se fazem sentir como meio de aprendizado e aperfeiçoamento do ser.

O Caminho é certo e todos têm que o percorrer; atalhos e outras rotas são possíveis, mas em todas as direções serão encontradas tentações que terão que ser enfrentadas; entre elas uma se destaca, a inveja. Para dela se salvar é preciso contar com guia adestrado, pois o efeito desta causa é a impossibilidade de se entrar em território sagrado.

Assim sendo, apressemos o passo; enfrentemos todas as causas; dei-xemos de lado as dúvidas, pois “queixa-se quem viveu com indiferença à vida”; ou “quem invejou qualquer sorte”; estes não deixarão marcas. Não desperdicemos mais tempo com esta causa.

Mas antes de prosseguir, convém saber “somos torturados pelos nos-sos desejos” ou, simplesmente, pelas nossas intenções. É por tudo conve-niente, também, se resguardar contra qualquer juízo precipitado.

Existem outras causas que devemos combater e, entre elas se encontram a luxúria, a gula, o ódio, a avareza, a soberba e a ira, todas com efeitos arrasadores e o seu vivenciar tem que ser contido com regras e limites.

A PRESENÇA DE UM GRAU EVOLUTIVO.Do ensinamento hindu recolhemos a informação de que nas formas

mais inferiores da vida, seja ela no plano mineral, no plano vegetal ou no humano, existe uma presença de um grau de evolução. Ela admite o espírito imortal no homem, a existência da fonte original; não como pri-meira, mas como “causa” eterna, segundo os mundos que se manifestam por ciclos e segundo os seus próprios critérios.

O ser humano precisa superar a necessidade de fazer experiências e de usar o livre-arbítrio para que a Lei dos Ciclos possa agir amplamente. Esta lei influencia o desenvolvimento de todos nós e sob sua regência passamos a seguir novos ritmos, alcançando novos graus de consciência.

Quando tal acontece, 1° - o início de um ciclo evolutivo é reconheci-do; 2° - a consciência adere ao impulso que ele traz; 3° - a consciência aprofunda-se na energia em manifestação e prepara-se para o ciclo se-guinte, produzindo o que podemos chamar de evolução contínua, que se encontra no Grande Ciclo.

O Grande Ciclo, como é conhecido, se compõe do Período Ativo do Uni-verso, do Período de Repouso Relativo e do Repouso Completo, que devem

Page 37: Trilha para os jovens

39

completar um Dia, ou uma Idade ou Vida de Brahma. Um Dia de Brahma equivale a 4.320.000 anos, depois disso um novo Sol se levanta para a Ca-deia Setenária que Ele ilumina. Neste fenômeno se inspirou a Lei Mosaica para seu Pequeno Ciclo, embora este tenha sido posteriormente, pela crono-logia cristã da Bíblia, sido adaptado com a coincidência do 25 de dezembro, dia em que se diz terem encarnados todos os Deuses solares. Por isso eles fizeram registro de que o Messias nasceu neste dia do ano lunar do mundo 4.320. Durante os 4.320.000 anos, que representam o período da criação progressiva, o éter, o ar, a água e o fogo estão constantemente produzindo matéria sob o impulso incessante do Espírito, ou do Deus não-revelado, que preenche toda a criação, pois Ele está em tudo e tudo está Nele. Quando o ciclo da criação chega ao seu final, a energia da palavra está enfraquecida.

Enquanto o Grande Ciclo, ou idade, cumpre o seu curso, sete ciclos menores são percorridos, cada um marcando a evolução de uma nova raça. Esta raça, ou nova humanidade, divide-se, por sua vez, em famílias, tribos e nações.

No que concerne à evolução da humanidade, temos três proposições que entram em contradição à Ciência Moderna, e também aos dogmas religiosos; estas proposições são: 1° - a evolução simultânea de sete grupos humanos em sete diferentes partes do globo; 2° - o nascimento do corpo astral antes do corpo físico, servindo o primeiro de modelo para o segundo; e 3° - o homem precedeu a todos os mamíferos (veja-se o Gênesis – 2,18 e 19 “ Depois disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei um auxiliar igual a ele. Formou, pois, da terra toda sorte de animais campestres e de aves do céu e os conduziu ao homem, para ver como ele os chamaria...”

Hermes Trimegisto fala do nascimento simultâneo de sete homens primordiais, que se desenvolvem da Natureza e do Homem Celeste, no sentido coletivo dessa designação, ou do Espírito Criador.

Dos fragmentos das Tábuas Caldéias vêem-se sete seres humanos, com cara de corvos, isto é, de tez negra. Estes são os Reis de Edom, referidos na Cabala; a Primeira Raça que era imperfeita nascida antes de existir a balan-ça (os sexos) e que foi destruída como raça, por transfusão em sua própria progênie, isto é, a raça sem sexo reencarnou na raça bissexual; esta última nos andróginos, e estes, por sua vez, na raça sexuada que foi a Terceira Raça; desta originaram-se os seres Andróginos ou Hermafroditas, que Platão men-ciona no “Banquete”, descritos como sendo arredondados e terríveis por sua

Page 38: Trilha para os jovens

40

força e robustez, e com uma ambição desmedida, por isso Zeus os dividiu e estes começaram a se mesclar formando as primeiras raças mistas nas cores; com eles surgem o Antropomorfismo e a Religião Sexual, perdem o terceiro olho. Ensinamento Esotérico menciona três divisões: Amarela-Vermelha, a Negra e a Branca-Escura. A evolução dessas três variantes, sua formação e desenvolvimento seguiram as linhas paralelas às da formação geológica. A quinta raça são os sobreviventes do Grande Continente Atlante. Esta evolu-ção também está ligada aos ciclos do Zodíaco, devendo-se considerar que, em cada ciclo, existem sub-raças que se complementam.

O reconhecimento de uma nova humanidade ou raça dominante pres-supõe mudança de era - passamos de “peixes” para “aquário” - entramos em um grau evolutivo mais elevado, onde retrocessos e dispersões dei-xarão de existir e a liberdade de pensar nos dará condições de reativar a fusão da Religião com a Ciência, fato que deverá ocorrer com o apareci-mento e evolução da sexta Raça-Mãe.

As idéias que estão na base de todos os sistemas simbólicos mostram que Religião e Ciência eram intimamente ligadas, que as duas formavam um só corpo desde o momento da concepção cósmica, com atributos mu-tuamente conversíveis, isto é, a Ciência era espiritual e a Religião era cien-tífica e vise-versa, como o homem andrógino do Gênese – macho/fêmea – passivo e ativo, fadados a se separar, cair e perder seus poderes; unidas elas eram infalíveis; separadas cada uma delas é um cadáver sem alma.

Em todo processo criador há sempre uma consciência elevada que hie-rarquiza os destinos de uma humanidade. O impulso evolutivo atualiza valores, critérios, objetivos e metas; aos poucos a consciência deixa de lado os projetos de cunho pessoal e lança-se à descoberta do ente cósmico. A busca de satisfação alimenta o egoísmo, enquanto que o contato com a essência interior alarga limites. A meta da nova humanidade é a fusão da Religião com a Ciência. É serviço em nome da perpetuação da Luz.

No Rito Escocês, cada grau é um grau de consciência e neles estão consubstanciados os contatos com a essência interior, que cada um de-verá desvendar.

Bibliografia**

**

Page 39: Trilha para os jovens

41

Segundo nosso conhecimento, a Sala dos Passos Perdidos tem um sig-nificado esotérico, pois representa nossa presença fora do Templo. Ela representa, também, o caos dos pensamentos, quando estes não foram alinhados pela imaginação concentrada. Com o pensamento podemos voar e penetrar a onde quisermos. Assim, a Sala dos Passos Perdidos simboliza que o homem maçom, fora do Templo, pode se perder.

O mundo mental tem um sobrenome chamado Pensamento. O mun-do está cheio de seres viventes, criados por nós, compostos do mesmo material mental. Este reino é uma região do Universo que interpenetra tudo e, como o mundo físico, tem várias divisões e subdivisões, porém suas vibrações não respondem senão ao poder do pensamento.

O pensador constitui seus veículos a cada dia e hora, aplicando-os a fins elevados que nos conduzem à União com o Eu Íntimo. Despertos ou adormecidos, estamos criando, com nossos pensamentos, elementos e materiais para edificar nosso corpo mental.

Quando o pensamento atua na substância mental que o rodeia, cria vibra-ções na consciência, atraindo átomos mentais ao corpo mental, ao mesmo tempo em que emite outros. Percebe-se, por este fato, que a força do pen-samento é dual, isto é, centrípeta e centrífuga, ou seja, atração e repulsão.

Os pensamentos baixos e vis atraem ao corpo mental materiais grosseiros, ao mesmo tempo em que repelem os finos para ocupar seus postos; da mesma forma ocorre com os pensamentos harmônicos e bons, que, uma vez alojados na atmosfera mental, desalojam os grosseiros e densos. Este fato nos impõe responsabilidade na própria formação e na formação e educação das nossas crianças, infundindo-lhes bons pensamentos que resultem em ações benéficas.

As vibrações mentais impregnam toda mente, despertando nela áto-mos que atuam na solução de problemas. O homem é o construtor e modelador de sua própria mente.

O segredo consiste em construir, pelo pensamento puro, um corpo mental puro, apto a receber as manifestações do Íntimo.

A Sala dos Passos PerdidosUma visao holistica

Page 40: Trilha para os jovens

42

Do Gênesis: “No princípio, Deus (o Íntimo) criou o céu e a terra (emanou de Si o Espírito e o Corpo).

Para entender podemos traduzir da seguinte maneira: No Princípio o Íntimo, ao dividir-se ou fazer-se dois para manifestar-se, emanou de si o Pensador, Pai e Criador do Céu e da Terra; o Modelador, o Grande Arquiteto do Universo.

Quando o Pensador concebe um pensamento, produz o Primeiro mo-vimento chamado Espírito Santo, o Dispensador da Vida no seio da Vir-gem Maria (Matéria Primordial). Esta ação desperta os átomos e dota-os de força de atração e repulsão. Desta maneira se formam as subdivisões inferiores de cada plano. Ordena-se o Caos.

Este é o objetivo da vida, juntamente com o desenvolvimento da vonta-de aplicada ao resultado da experiência que nos conduz pela senda da Luz.

O Íntimo Inefável e Absoluto tem em si três pontos, cada um dos quais é o assento particular dos aspectos que dominam, a cabeça (Pai), o coração (Filho) e o sexo (Espírito Santo).

A mente como instrumento para aquisição de conhecimento é inesti-mável, quando obedece ao Íntimo para governar por meio de seus três as-pectos; porém, a mente está limitada pelos desejos e submersa na egoísta natureza inferior, tornando difícil que o Íntimo possa governar o corpo.

Quando a mente recebe influência do mundo interno, convida à quietude e à concentração (entramos no Átrio e saímos da Sala dos Passos Perdidos).

Esta visão holística nos conduz ao Reino de Deus, que está dentro de nós, isto é, os três aspectos do Íntimo que se manifestam no Poder, Amor e Realização, reúnem-se no Coração do Homem.

O Poder, também denominado vontade-poder e provém da energia do amor. A consciência percebe que o amor tem origem no Poder Supremo.

O que chamamos de poder é desvirtuamento dessa energia, gerado pelo desejo de auto-afirmação e domínio. Para atuar como canal do poder do es-pírito, é preciso antes encontrar em si a fonte do amor que é sabedoria. A princípio o poder, como as demais energias, atinge o mundo concreto por meio da polaridade masculina ou da feminina. O poder masculino é objetivo, exteriorizado; o feminino, subjetivo, interiorizado. Ao equilibrar em si essas duas tendências, o indivíduo as transcende e sintetiza.

O Poder autêntico instrui e redime; emerge na vida pautada por leis

Page 41: Trilha para os jovens

43

evolutivas superiores. A consciência libera-se quando, pela ação do po-der, afirma a essência na consumação do propósito da existência.

Ocorre por etapas, é fruto e meta da evolução. A maior realização do ser humano é trazer ao mundo a vida divina. Ao buscar essa vida vai deixando de agir por arbítrio pessoal, passa a seguir a vontade de seu eu mais profundo e procura conduzir-se de acordo com leis superiores. O amor é motriz desse processo; quanto mais abrangentemente o indivíduo ama, mais se aproxima da meta espiritual que é o de se fundir ao núcleo de consciência universal.

O ser humano passa por três etapas em seu processo de realização; a primeira pode ser representada pelos trabalhos de Hércules ou a senda da auto-realização e do serviço ao mundo. “Quem se ajoelha se eleva. Con-quista-se pela total rendição de si mesmo. É renunciando que se ganha.”

A segunda, com o despertar da compaixão (Buda), quando o indivíduo canaliza luz para o plano mental da humanidade, levando a compreensão sobre a raiz do sofrimento e da dor; o significado da morte e o meio de ultrapassar a transitoriedade da existência material.

A terceira é o caminho de Cristo, isto é, a ressurreição ou a desintegração da matéria; segundo antigos ensinamentos, o cálice representava a união in-dissolúvel entre realização e serviço incondicional. A realização era simboli-zada pela elevação do cálice e o serviço pelo derramamento do seu conteú-do. Colaborar de forma crescente com a evolução da humanidade é parte das etapas sucessivas de realização e, embora hoje não se necessitem cerimônias externas como antes, perpetua-se a realidade subjacente a elas.

Até aqui proporcionamos a visão do que representa a Sala dos Passos Perdidos, resta dividir a Mente, em espaços distintos, na ordem de sua profundidade na consciência, para melhor resultado e compreensão.

A mente está subdividida em sete níveis que são:

1 – Nível conscienteEsta é a região em que a Mente Consciente funciona, inteiramente li-

mitada aos cinco sentidos físicos. É a mente do raciocínio, do cálculo, da suposição e da assimilação. Ela induz sua mente subconsciente a gravar as imagens mentais de tudo que lhe acontece e dos sentimentos que tais acontecimentos despertam.

Page 42: Trilha para os jovens

44

2 – Nível do controle subconsciente do corpo.Esta região dirige e controla o funcionamento geral dos órgãos de seu corpo.

Este exercício de controle se realiza sem seu conhecimento consciente. Seus medos, preocupações, ódios e outras emoções podem perturbar este controle.

3 – Nível de memória.Esta é uma região de seu subconsciente que armazena as impressões

de sua vivência no mundo exterior, recebidas pelos cinco sentidos. Estas impressões são registradas como quadros mentais. Ligada a cada quadro mental está uma sensação que você teve em determinada época da vida. Isto pode ser recordada por solicitação da Mente Consciente.

4 – Nível de Poder Criador.É a região eletromagnética que reage aos desejos ou medos. Quando

seu pensamento está correto, esta força entrará em ação para ajudar a trazer aquilo que o nosso desejo formulou.

5 – Nível de Poder Curador.É o nível que contém a energia vital. Esta energia aparece quando estamos

doente ou ferido, ela entra em ação vitalizando as células do corpo. A convo-cação dessa energia ocorre quando rezamos, pedindo a volta da saúde.

6 – Nível Intuitivo.Este contém a faculdade de Percepção Extra-Sensorial. Estas não se

limitam pelo tempo ou espaço, como ocorre com os cinco sentidos. Ela funciona por meio do Nível Consciente, na forma de Intuição.

7 -Nível de Consciência Cósmica.É o mais alto nível de consciência e se encontra dentro de nós. É nosso elo

com o Infinito. Quando voltamos nossa atenção para o centro do nosso ser, estabelecemos contato com a Presença de Deus. A partir daí, toda a iluminação e inspiração verdadeiras aparecem; nível que os Guias Espirituais sintonizam.

Meus irmãos, que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. possa iluminar nossos pensamen-tos e permita que, na busca constante da evolução espiritual possamos di-zer como Menotti del Picchia: “Goza a euforia do vôo do anjo perdido

Page 43: Trilha para os jovens

45

em ti. Não indague se nossas estradas, tempo e vento desabam no abismo. Que sabes tu do fim? Se temes que teu mistério seja uma noite, enche-o de estrelas. No deslumbramento da ascensão, se pressentires que amanhã estarás mudo, esgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta. Canta, canta. Talvez as canções adormeçam a fera que espera devorar o pássaro. Desde que nasceste não és mais que o vôo no tempo rumo ao céu? Que importa a rota! Voa e canta enquanto existirem as asas”.

A DUALIDADE MAIS MODERNAEm qualquer campo da Vida encontramos a dualidade representada uni-

versalmente pelo Bem e o Mal. Ambos, quando unidos são a Unidade. As faces de uma moeda, a cara e a coroa. Aprendemos que a vontade, a persis-tência e a inteligência são ferramentas indispensáveis no serviço de encontrar a Verdade. Assim, ao estudarmos uma dualidade, devemos buscar um termo intermediário que possa nos dar a noção de equilíbrio existente entre as for-ças antagônicas. Surge daí a Lei: “Os opostos têm entre si um intermediário resultante exatamente deles.” Exemplificando: Homem-Mulher tem como in-termediário resultante a Criança; Sólido-Gasoso apresenta um intermediário resultante Líquido; na religião Pai-Filho o intermediário resultante é o Espírito Santo. Infere-se daí uma outra Lei: “Os opostos são apenas a concepção, em graus diferentes de uma mesma coisa.” No primeiro exemplo temos a concep-ção dos graus familiares, no segundo o da matéria e no terceiro a de Deus. Se usarmos o exemplo da dualidade Luz-Sombra perceberemos que a primeira age e a segunda se opõe, surgindo a Penumbra como resultado intermediário. Podemos resumir todos estes fatos em Ativo-Passivo-Neutro. Para reforçar o “caput” desta peça, onde marcamos a universalidade do Bem e do Mal como sendo componentes de uma unidade, vejamos o quadro (I) a seguir:

Bibliografia***

***

Page 44: Trilha para os jovens

46

As unidades aqui representadas são 1, 4, 7 e 10 que volta a ser 1 pela redu-ção teosófica. Estamos diante da chave básica que abre as portas dos mistérios, resultando a conclusão de que todos os números não são senão representação dos nove primeiros algarismos; que os nove algarismos não são senão a repre-sentação dos quatro primeiros e que os quatro primeiros não são senão estados diversos da unidade. Numa segunda operação podemos desenvolver a soma teosófica. Exemplo: a soma teosófica de 4 é 10 ( 1+2+3+4=10) ou a de 7 é 28 (1+2+3+4+5+6+7=28). No exemplo do 7 é 28, fazendo a redução teosó-fica de 28 e teremos (2+8=10). Então, existem aqui duas expressões, no míni-mo intrigantes, ou seja 4=10 e 7=10 portanto, 4=7. Poderemos ir mais longe propondo a redução do ternário, por meio do quaternário, à unidade, ou seja: 3+4=7 que, por soma teosófica, já demonstrada acima, é 28 ou, por redução teosófica, é 10. Esta última já conhecemos e sabemos que sua redução é 1, logo: 4+3=7=28=10=1, ou 4+3=1. Retornando ao quadro (I) verificamos que após as progressões 1-2-3, 4-5-6 e 7-8-9 voltamos a origem da primeira 1-2-3, sendo que estas três progressões representam os Três Mundos, nos quais tudo está contido. Tudo isto foi para demonstrar o “caput” destas peças. Agora podemos tratar do título proposto, que é “A Dualidade mais Moderna”. Trata-se de uma visão dual do uso da internet, em outras palavras o Bem e o Mal da unidade tec-nológica posta ao nosso serviço. O Bem está consubstanciado na possibilidade do estreitamento das relações entre as pessoas, de forma instantânea, bastando para tanto um “clic” após a preparação de um “e-mail”. A mensagem percorrerá o espaço conectando-se com milhões de usuários da internet ou, nas pesquisas que nos são possibilitadas e na interação das idéias que vão surgindo a respeito de determinado assunto. A diversidade de idéias confluindo para uma única unidade, voltada para o bem da humanidade. Eis aí a Bem que a internet pode-rá trazer se todos a usarem com este objetivo. O outro lado da medalha é o do Mal, quando “hackers”, usando indevidamente a tecnologia, transmitem “vi-ros” que prejudicam pesquisas e informações, proporcionando perda de tempo e de serviços. Em outros casos a internet poderá, nas mãos de um “dominador”, criar condições para um “blackout” generalizado em todos os computadores do mundo. Nesta possibilidade os prejuízos serão inimagináveis, como a pa-ralisação de trens, de hidroelétricas e, principalmente, das bolsas econômicas dos países. Número fantástico de vítimas poderá ocorrer com o mau uso da in-ternet. Conectados à internet podemos perder nossa privacidade. Os cadastros bancários ou outros tipos de cadastro expõem nossa vida íntima, perdemos a

Page 45: Trilha para os jovens

47

privacidade, um “hacker” pode ingressar nos arquivos de qualquer instituição e resgatar nossos dados pessoais e com eles fazer um mau uso, exemplos comuns nos meios de comunicação. Surgiu assim o meio intermediário que protege (equilibra o uso permanente dos computadores) programas e arquivos, man-tendo certo equilíbrio entre estes bens e males da era moderna. Surge a dúvida quanto aos interesses dos “hackers”, se o do simples prejuízo aos usuários da internet, ou se o de faturar com a venda dos programas “antiviros”.

Por enquanto estamos restritos a uma defesa dos programas e arquivos, amanhã poderemos estar frente a um problema diplomático internacional, caso um “hacker” entre no sistema de lançamento de ogivas nucleares exis-tentes em vários países. O Mal maior estará consubstanciado na Guerra, a terceira. Nós temos uma responsabilidade com a humanidade e devemos aproveitar todas as tecnologias existentes em seu favor da mesma. A aplica-ção adequada desta tecnologia será a resultante intermediária entre o Bem e o Mal, relativos ao uso da internet.

O SIGNIFICADO DA MORTEOu a reconstrução do Ser

O fenômeno da morte, como a conhecemos, faz parte de uma série de conceitos negativos que, por este aspecto, são parte de uma ilusão, isto é, fazem parte do “Não-Ser”. Os dois pólos contrários – Ser e Não-Ser – re-presentam afirmação e negação e constituem o equilíbrio dos opostos que se condicionam mutuamente e que só existem em função um do outro. A origem está no pólo positivo em forma de afirmação, sendo a parte ne-gativa uma concepção daquela como uma derivação. Assim, em todas as coisas encontramos estes dois pólos - conceitos que constituem o mesmo princípio - o antes no aspecto positivo e o depois no negativo.

Se a base está no pólo positivo, em forma de afirmação, temos a vida; se no pólo negativo, temos a morte, só concebível em função da inversão polar da vida.

Resulta desse princípio o estado de perfeição do Ser, onde tudo é vida e consciência, não havendo lugar para o conceito da morte e inconsci-ência. No estado do Ser, o espírito permanece em plena luz da consci-ência. Vida e consciência estão aqui reunidos por que a substância da

Bibliografia****

****

Page 46: Trilha para os jovens

48

vida é constituída pela consciência do existir, enquanto a substância da morte é a perda desta consciência. Ao descer, tudo tende a morrer na inconsciência, que é a propriedade do Não-Ser; e ao subir, tende a viver na consciência, que é a propriedade do Ser. Explica-se o estado atual do homem, que tendo percorrido um trecho da subida evolutiva, se acha a meio do caminho, entre o Não-Ser e o Ser, motivo pelo qual ele divide a existência na forma-vida e consciente e a forma-morte e inconsciente.

Perguntareis, que é a morte? A morte é o obscurecimento da consci-ência, quando da queda no Não-Ser, pela inversão da luz da consciência que o homem tem no estado de Ser. A morte é cada vez mais morte – per-da de consciência – quanto mais o homem se encontre imerso no Não-Ser, “involução”; e que a morte é cada vez menos morte, quanto mais o homem se aproxima do Ser, “evolução”. Quanto mais se evolui, tanto menos se morre e menos a morte é morte.

No momento atual em que nos encontramos, acontece termos a parte física que pertence ao Não-Ser, e o espírito que pertence ao Ser. Este, ao repetir o motivo da queda, se encarna, entrando no corpo físico. Estes são os dois pólos do homem. Não-Ser e Ser, entre os quais, a cada encarna-ção ele oscila, para que evoluindo, se afaste cada vez mais do primeiro e avance para o segundo.

O que acontece então com a morte? Nessa, a parte física, que pertence ao Não-Ser, morre, mas não morre a parte espiritual, que pertence ao Ser. Paulo de Tarso já dizia: é necessário morrer o “homem velho”, para re-nascer o “homem novo”, assim o espírito consegue alçar o seu voo para planos siderais mais elevados e eternos.

Meditemos sobre a causa da morte e provavelmente encontraremos uma resposta muito simples; a morte é o esgotamento dos órgãos. A ma-téria inerte se decompõe e tende a formar novos organismos e o princípio vital volta à fonte que lhe deu origem.

Só assim se explica porque a morte nunca vence, ficando sempre vencida pela vida. A cada existência o espírito constrói um templo para si, segundo o seu grau de evolução. A cada morte, o templo é destruído e a reconstru-ção se inicia a cada nova vida, sob medidas mais complexas e perfeitas. A vida representa o impulso do Ser que se dobra sobre o Não-Ser para fazê-lo ressuscitar. A morte é o Não-Ser, que resiste em seu estado de destruição.

O Fenômeno da reencarnação não é estático é contínua transformação,

Page 47: Trilha para os jovens

49

no sentido de que ele se torna cada vez mais vida e cada vez menos morte. A evolução tem a função de demolir o Não-Ser para reconstruir o Ser.

OS TRABALHOS MAÇÔNICOS, SEUS MOTIVOS E RESULTADOSTodos nós fomos indicados para ingressar na Ordem. Nosso Padrinho

viu, além de nossa condição profana, a pedra suscetível de ser lapidada para fazer parte da construção social.

Fomos fraternalmente recebidos como um de seus membros e, no dia de nossa Iniciação, fomos alertados sobre a importância espiritual deste significativo passo e das possibilidades de progresso que se abriam para os estudiosos e perseverantes.

A Maçonaria é uma Instituição Hermética e o segredo maçônico é de natureza tal que não pode ser violado. Isto passamos a entender, quando adquirimos consciência de que a Iniciação é mística e individualmente realizada por aquele que busca conhecimento para aplicá-lo com sabe-doria e usá-lo construtivamente, com sinceridade e fervor, com lealdade e firmeza, nos estudos e na prática da Arte Real.

A Maçonaria não se revela a não ser àqueles adeptos que a Ela se en-tregam sem reservas. Para se ter um verdadeiro maçom é necessário que ele seja Obreiro da Inteligência Universal, que se entregue à Verdadeira Luz que o ilumina, desde um ponto interno superior, ordenando seus pensamentos, palavras e ações.

Quem ingressa, como se estivesse entrando em uma associação qual-quer, não conhecerá nada do que a Ordem encerra sob sua forma e nos seus mistérios; não conhecerá seu propósito real e a força oculta que existe em seus ensinamentos.

Somente buscando debaixo das aparências podemos encontrar o Tesou-ro escondido em nosso interior. Sob este ponto de vista, qualquer que venha a ser o grau a nós conferido seremos forçados a compreender a dificuldade para superar o grau de aprendiz. Somos e seremos aprendizes. Tempo e espaço são relativos e o aprendizado pode exigir um tempo muito maior do que os três anos simbólicos de nossa idade maçônica. Tomara que sejamos bons aprendizes e que sejamos sempre humildes em toda nossa existência. Se nos esforçarmos em aprender, distinguiremos a dualidade das coisas,

Bibliografia*****

*****

Page 48: Trilha para os jovens

50

deixaremos de lamentar os efeitos das causas, que deixariam de existir.Não se tenha pressa na ascensão aos graus superiores. O grau que nos foi

outorgado e pelo qual somos exteriormente reconhecidos é sempre superior ao grau efetivo que tenhamos alcançado e realizado interiormente. É incon-sequente o se denominar excessiva a permanência em um grau.

A condição ou estado de aprendiz é uma alusão à capacidade de apren-der; seremos aprendizes enquanto formos receptivos. A mente aberta e a intensidade dos desejos de progresso determinam esta capacidade.

Tal atitude distingue o aprendiz do profano; neste predominam a inér-cia e a passividade e sua aspiração, quando existe, é sepultada pela ma-terialidade da vida, que converte os homens em escravos das paixões.

O que se faz visível no estado de aprendiz maçom é o potencial laten-te que se oculta no interior de cada ser e produz nele um veemente desejo de progredir, fazendo com que supere todos os obstáculos e limitações, tirando proveito de todas as experiências e ensinamentos que encontra em seu caminho.

Este estado de consciência é a condição primeira para que nos torne-mos, no sentido verdadeiro da palavra, um Iniciado.

Toda a vida será para o Iniciado ativo e vigilante, uma aprendizagem constan-te e a construção do Templo será sempre dedicada à Glória do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙., isto é, ao Princípio Construtivo e Evolutivo de si mesmos. Tudo é bom, tudo pode e deve ser utilizado construtivamente para o Bem, mesmo quando o fato se apresente sob a aparência de uma experiência desagradável.

O programa a ser seguido por um aprendiz esforçado, começa pelo trabalho inteligente e perseverante, que o converterá no Verdadeiro Obreiro da Arte Real.

O aprendiz deve estudar as Origens da Maçonaria. As Religiões. Os Mistérios do Egito, da Índia, da Pérsia, dos Caldeus, da Síria, da Grécia, examinando os traços que curiosamente se repetem em cerimônias e cos-tumes em todos os povos.

A doutrina perpetuada por estes mistérios, conserva zelosa e fielmente o Mistério da Compreensão e do Amor, que nunca deixou de brilhar, mesmo nas épocas mais obscuras de nossa história. É a doutrina do grão de trigo, que deve morrer ao ser plantado nas entranhas da terra, para poder renascer como planta, ao abrir caminho entre as trevas em busca da luz.

Aprofundando estes estudos o iniciado poderá compreender o Tra-

Page 49: Trilha para os jovens

51

balho a ser desenvolvido. O trabalho Simbólico representa o aprendiz como matéria prima (pedra bruta), a ser desbastada pela faculdade do juízo (esquadro), que permite comprovar a retidão da pedra preparada, com o esforço ativo da vontade (maço) e com propósito inteligente que deve dirigir a ação da vontade (cinzel).

Para que a ação conjunta dos dois últimos instrumentos (maço e cin-zel) seja efetivamente maçônica é necessário ser comprovada e dirigida pelo primeiro (esquadro), cujo ângulo reto representa a retidão.

Os motivos de nossos trabalhos estão vinculados a estes instrumentos, começando-se pelo aspeto do “pensar bem”, ou pensar retamente com o esquadro do juízo, orientando nosso pensar para o que seja bom e ver-dadeiro. O pensamento reto é positivo e construtivo, por isso nosso sinal de aprendiz comporta tal disposição, para que possamos medir nossas palavras, em conformidade com os ideais e sentimentos mais elevados, equilibrando de forma harmônica os sentimentos com a razão.

O domínio da palavra (falar) é mais fácil do que os do pensar, pois nossas palavras só podem expressar aquilo que se encontra dentro de nosso coração, enquanto o pensar tem a força de uma criação.

Da mesma forma com que dominamos nossos pensamentos e pala-vras, nos será possível dominar nossas ações.

Com a parte horizontal do esquadro medimos nossas palavras e, com a parte vertical, retificamos os pensamentos, sendo que as ações devem estar em harmonia com o uso do nível e do prumo.

EGRÉGORADurante o desenvolvimento da Terceira Necessidade, falamos da for-

mação da EGRÉGORA da Loja e que dedicaríamos um capítulo a parte para este assunto.

Todos nós já tivemos a oportunidade de ler algo sobre este assun-to, motivo pelo qual pretendemos expressar nosso sentimento sobre esta energia fantástica, que está posta ao nosso serviço e poucos lhe dão o devido valor e interesse.

Dizíamos que o interesse manifestado de irmãos na Fundação de uma Loja deverá ser proveniente de um desejo puro nascido no coração.

Quando o Pensador concebe um pensamento, produz o Primeiro movimento chamado Espírito Santo, o Dispensador da Vida no seio da Virgem Maria (Ma-

Page 50: Trilha para os jovens

52

téria Primordial). Esta ação desperta os átomos e dota-os de força de atração e repulsão. Desta maneira se formam as subdivisões inferiores de cada plano.

O interesse dos irmãos foi expresso por pensamentos alusivos à for-mação de uma Loja; estes pensamentos tinham e continuarão a ter du-rante toda a existência da Loja uma força inquebrantável, imantada pelos desejos de cada um.

Mudar, em qualquer tempo, as diretrizes iniciais formatadas pelos desejos expressos na época da fundação é provocar uma distensão con-trária, que se abaterá sobre os irmãos da Loja, dividindo-os, talvez, pro-duzindo o abatimento das colunas.

A Fundação de uma Loja Maçônica deverá reunir os pensamentos de seus fundadores entorno do princípio básico expresso na chancelaria do ritual, isto é, que todos haverão de combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros e Glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade; para promover o bem estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício.

Além disso, deverão estar convictos dos seus pensamentos, com um único objetivo, o de tornar feliz a humanidade, pelo amor, pelo aperfei-çoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade, e pelo respeito à autoridade e à religião.

Os desejos produzidos por puros e amorosos princípios de fraternida-de formarão uma EGRÉGORA FRATERNAL, de tamanha resistência, que será impossível alguém conseguir rompê-la; mais certo será que este se expurgue do seio da Loja, levado pela simples manifestação de que ali, NADA APRENDEU.

Grande é a responsabilidade de quem funda uma Loja; seu idealizador deverá verificar se todos os futuros componentes têm os mesmos desejos fraternos, para que a EGRÉGORA seja criada, se fortaleça e se expanda em benefício da FRATERNIDADE UNIVERSAL.

A fundação de uma Loja sob a égide da multiplicidade de intenções terá uma EGRÉGORA FRACA, isenta de harmonia e de difícil manejo, por mais excelente que seja seu Venerável Mestre.

As Colunas estremecerão por qualquer motivo; os aprendizes terão grandes dificuldades para se tornarem disciplinados e entenderem a mo-ral maçônica. A consequência inevitável será a evasão de irmãos.

Page 51: Trilha para os jovens

53

EVASÃOA evasão de irmãos está vinculada aos aspectos de responsabilidade do

“apoiador”, que fez uma má escolha do candidato; a falta de orientação de como se deve fazer uma sindicância objetiva e, principalmente, pela falha irresponsável do Experto que simplesmente joga o candidato, para dentro da Câmara de Reflexões, não lhe dando nenhuma orientação sobre o signi-ficado do momento e dos símbolos e de tudo o mais ali existente. Também é motivo de evasão a maneira como são dadas as instruções nos diversos graus simbólicos, quando nenhuma interpretação é motivada e que possa fazer o neófito entender melhor a instrução recebida.

A grande missão do Rito Escocês Antigo e Aceito (não da Ordem) é a libertação do espírito do homem; transformá-lo em um ser espiritual melhor e capaz de se tornar um líder no seio de sua comunidade, pelo aprimora-mento do conhecer-se a si mesmo e entender que ele faz parte de um Todo.

Pelo acima exposto, o mais importante para um maçom é o conhecer-se a si mesmo, evoluir individualmente e poder auxiliar, com sabedoria, aos nos-sos semelhantes, aplicando o conhecimento recebido de forma ética e moral.

Como queremos ser, deve ser respondido pela forma de pensar, isto é, com bons pensamentos, melhores ações e o bem sentir as emoções que nos ligam com os seres vivos. Somos o que queremos, pela forma de pensar e agir. Quando tivermos os devidos cuidados seremos o que implicitamente está nesta pergunta.

Qual o estágio em que nos encontramos? É necessário fazer-se um esforço para compreender a evolução. Ela funciona como uma espiral helicoidal, logo, estar em um patamar de vibração que nos qualifique como seres atrasados, ou na fase de aprimoramento, é relativo; a espiral não tem limites inferior ou superior, depende do grau de cada um e do conjunto evolutivo do qual fazemos parte.

A Missão estando falha, só resta uma opção, reavaliar os conceitos referentes ao que encontrar nos candidatos: eles pensam como nós; tem os mesmos desejos de evolução espiritual; podemos confiar na sua pre-tensão de se tornar um irmão escolhido?

Quem assim não pensa, deve antes de trazer alguém para nosso con-vívio, sair da Maçonaria.

A Instituição em seus princípios é excelente. Este é o seu ponto forte, tudo o mais é consequência de vaidade.

Page 52: Trilha para os jovens

54

A Instituição não tem pontos fracos. Fracos são os homens que nela estão e que se deixam corromper pela vaidade e pelo desejo do poder.

As ameaças que se avizinham da Instituição são as promovidas pe-los homens vaidosos, que tomando o poder, promovem mudanças sem a base fundamentada na coerência, na lógica e nas ciências.

A Instituição não é geradora de oportunidades, ela tem princípios; os homens que nela estão é que devem aproveitar os momentos oportunos para aplicar os princípios adquiridos no seio da Instituição. Aprende-se ética e moral, cabe cobrar dos maçons estes fundamentos, principalmen-te dos que estão a desempenhar funções legislativas, judiciárias ou exe-cutivas nos poderes Federal, Estadual ou Municipal. Esta cobrança é a oportunidade que se apresenta para a Ordem.

O PSEUDÔNIMONão importa saber quem é o autor, mas sim a contribuição que ele possa

dar aos seus leitores. Além de proporcionar expansão de consciência, uma leitura, como a aqui apresentada, preparara a trilha para os jovens.

O autor escolheu um pseudônimo, com o qual deseja ser conhecido. A escolha surgiu na tarde do dia 09 de junho de 2008, após o almoço, quan-do trabalhando mentalmente sobre o que escrever, resolveu que assim o seria, pois não desejava notoriedade para seu nome de batismo.

Este pseudônimo é a consequência de uma montagem numérica, cal-culada sobre o nome completo de batismo de Arcy Souza da Costa, base-ada no alfabeto português de 25 letras, onde foi considerada a letra “K” e desconsiderada a letra “W”, com o sistema numérico das letras de 1 a 9, de 10 a 90 e de 100 a 700, isto é:

Foi considerado também o somatório dos fatoriais dos números da data de nascimento, por dia, mês e ano, chegando-se, pelo nome de ba-tismo, à cifra de 10954, que deu o prenome JIED e, com os fatoriais da data de nascimento, o sobrenome e o nome JOF D´Q.

Arcy Souza da Costa ou Jied Jof D´Q

Page 53: Trilha para os jovens

55

COMO A ALMA ELEVARArcy Souza da Costa

Ó! Universal Princípio Criador.Derrama no plano que vivemos;A graça de Teu alívio alentadorAo lerdo corpo que portamos.

Dai-nos a bênção p´ra vencerA causa deste efeito produzido,Pela egoística forma de viver,

Maculamos o corpo construído

Regidos pela Lei Universal,Alternamos vindas sem cessar,E nelas conseguimos planejar;

Iluminados pela chama imortal,Aprendemos que a todos tolerar,É sutil maneira da alma elevar.

Dia e local se enquadram na relatividade do Tempo e do Espaço; assim começamos a relatar a experiência inusitada de uma reflexão induzida sobre o título abaixo, ocorrida, simplesmente, em dado momento desta vida.

Não importa quando, mas sim as circunstâncias do evento e seu resul-tado. Aconteceu como a seguir relatamos.

Poemas Inspirados

Page 54: Trilha para os jovens

56

O ARQUÉTIPO DESEJADO

1ª REFLEXÃOPensava sobre a formação ideal desejada para o ser humano, uma vez que

os ensinamentos recebidos desde a infância nos remetem para uma existência exterior e os estudos esotéricos nos induzem ao estudo da existência interior.

Envolto na reflexão, meu sentido auditivo estava desligado quando, no silêncio reinante, nitidamente o som acústico de frases reverberou na parte posterior e dentro de minha cabeça.

AS 1 FRASES

Pirâmide humana existir;Espécime escolhida, evolução desejar;

Consciente minerar, responsabilidade terá.

Sob o impacto destas frases uma idéia se formou; para aquisição do Ar-quétipo Desejado os cuidados começam na escolha, no garimpar, junto à so-ciedade, aqueles homens suscetíveis de serem iniciados, como diz o Salmo 24 (3 e 4) “Quem subirá na montanha do Senhor? Quem há de perma-necer no seu lugar santo? O que tem as mãos inocentes e o coração puro, o que não dirige os seus desejos à mentira, nem jura com engano.”

Eis a primeira condição para se ter um Arquétipo Desejado, que ele seja declarado “Limpo e Puro”, para depois ser Iniciado.

A responsabilidade de quem indica é muito grande, mas se o minerar foi consciente a condição primeira passa a ser agora de responsabilidade da Loja e de cada um dos irmãos que acolheram o novo membro no seio da fraternidade.

Preparar o candidato então é preciso e nova reflexão ocorreu.

2ª REFLEXÃOO Homem é a Natureza representando a si mesma e esta representa-

ção é tão importante quanto uma Obra de Arte, que começa pela escolha de um bloco informe, retirado da Natureza e transformado pelo desbastar das ferramentas usadas com consciência pelo escultor.

Novas frases reverberaram.

as

Page 55: Trilha para os jovens

57

AS 2 FRASES

Longo caminho trilhar, passo primeiro dar;Trabalho penoso virá;

Aperfeiçoamento moral conquistado;Novas ferramentas usar.

O Iniciado realiza em si uma escultura, motivo pelo qual está em constante transformação. A obra acabada não existe. O que existe é a obra chegando próximo daquilo que foi arquitetado. Essa dinâmica mul-tifacetada, que auto se aperfeiçoa, mostrará novas possibilidades, exerci-tando-se, com frequência nas práticas da inspiração e criação.

O conhecimento intelectual, posto à nossa disposição, está representado pelas sete ciências; juntá-las é impossível; é como querer, pegando na mão um punhado de areia dizer: “Peguei o deserto”. Então, o que fazer? Conhecer-se a si próprio. Eis o caminho a trilhar. Usando outras ferramentas, com Sabedoria.

Aqui, nova reflexão proporcionou novas frases.

3ª REFLEXÃOAo garimpar um novo membro para a fraternidade, deve-se então ve-

rificar se o escolhido tem idéias semelhantes às nossas, se seu desejo é o de se conhecer e evoluir espiritualmente?

AS 3 FRASESExperiente escolha arquétipo dará;

Imaginar medidas possuir;Espírito arguto mostrar;Desejar evoluir querer.

A garimpagem de um homem experiente não garante que o escolhi-do se tornará um Arquétipo Desejado. Há que se avaliar as condições sociais, os aspectos de lealdade, firmeza e a probidade; se o escolhido apresenta espírito inquieto, desejoso de aprender e evoluir.

Sem estas qualidades é difícil manter vivo o interesse do escolhido. Ele terá que dispor de tempo para fazer seus estudos, ler alguns livros, discutir com ou-tros irmãos os assuntos de interesse comum à evolução. Terá que ter vontade.

as

as

Page 56: Trilha para os jovens

58

Aqui se impõe a pergunta: Ele terá, por dia, cinco minutos para “me-ditação”? Se a pergunta soar ridícula é certo que não terá condições de manter o interesse. Será mais um dos que ingressando na Ordem, “ador-mecem” por longo tempo.

Ingressar na Ordem é comprometer-se; o interesse tem que ser cons-tante; só assim a evolução poderá ser atingida. Todos se esforçando para serem Guias da Fraternidade e levar à sociedade o exemplo da ação cor-reta, justa e equitativa nos assuntos que venha a se envolver.

Admitir a negligência na escolha e na condução dos candidatos é o primeiro passo, para não errarmos na formação do Arquétipo Desejado.

A reflexão continuava e batem à porta! Pausa para verificar quem assim bate. Feito o reconhecimento, começa todo um preparo de reto-mada. Silêncio...

Não tendo induzido nenhum pensamento semelhante aos das refle-xões anteriores, senti o movimento involuntário da mão direita, punho fechado, a bater em ritmo compassado na mesa. Lembrei-me de uma bateria e, imediatamente, as seguintes frases ecoaram.

AS 4 FRASESLembrar Criador;

Controlar desespero horror;Vencer medo pular;

Entregar alma Criador.

Toda preparação é inútil quando somos pegos de surpresa, por isso é bom lembrarmos da existência de Deus nos difíceis momentos da vida. Orar é preci-so, sendo esta uma qualidade apreciável nos candidatos a Arquétipo Desejado.

Controlar o desespero ou o horror, também é qualidade desejável; quem diante de uma exumação não terá arrepios? Entretanto, a “morte” é um renascer. Entender este significado é vencer o medo, é saltar no vazio tal qual aconteceu, quando saímos do útero de nossa mãe, não nos demos conta de que nascemos. Morrer é pular no abismo sem fim de um novo plano. Não nos daremos conta de que continuamos a “SER”?

A busca desta resposta o Arquétipo Desejado fará e, então, entregará a Alma a Deus.

Qualquer garimpeiro responsável saberá quais as pedras que concor-

as

Page 57: Trilha para os jovens

59

rerão para a felicidade da Humanidade. Agradecendo o evento ocorrido, preparava-me para encerrar o traba-

lho e fui brindado com as seguintes frases:

AS ÚLTIMAS FRASES

Suspender trabalho poder;Incompleto Arquétipo estar;Prosseguir jornada dever;Escola Perfeição cursar.

Novas portas abrir;Chave Marfim servir;

Ações criminosas punir;Aliança G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. unir.

Apreender impossível ler;Queixas Dario levar;Tenaz combate fazer;Tributos justos pagar.

Através “ser” viajar;Iniciação Apocalíptica buscar;

Virtude amor encontrar;Bondade “alma” elevar.

Verdade Terra reinar;Colina sacrifício provar;Precipício vaidade jogar;Templo razão conquistar.

Cobiça fruto comer;Vida, morte, nascer;

Trabalho progresso fazer;Domínio cognoscível obter,

Page 58: Trilha para os jovens

60

Entre más/boas estar;Homem tentações triunfar;

Quando morte chegar;Matéria espírito deixar.

Saber princípios respeitar;Honra destino entregar;Boa influência exercer;

Oprimida consciência defender.

Libelo acusatório fazer;Consciente julgamento cumprir;

Juiz, réu, único ser;Imparcial sentença proferir.

Vozes passado ouvir;Voz futuro pressentir;

Terra Santa presente ganhar;Terceiro Templo dentro estar.

Eis quanto pude auferir; Da simples reflexão inicial.Nas frases que pude ouvir;

Há um sentido final.

Das frases que pude ouvir;Registrei o principal.Podendo se deduzir,

Uma estrutura monumental!

Traçada está a jornada no R.˙.E.˙.A.˙.A.˙.; cabe a cada um fazê-la de forma a que este Arquétipo Maçom se realize. No Simbolismo aprendemos a Moral Maçônica; garimpados no seio do caos humano fomos preparados para enten-der o significado evolutivo do “Ser” e vencer nossas paixões, submetendo nos-sa vontade, para fazer progressos sem fim, rumo à perfeição. Nessa jornada aprendemos a utilizar ferramentas da construção civil; a ler a planta baixa dos

Page 59: Trilha para os jovens

61

edifícios e, a identificar as características das Artes Arquitetônicas, assim como usar nossos conselheiros, os cinco sentidos. Com o conhecimento das sete Artes elevamos o Templo dentro da mais restrita ordem da Sabedoria, Fortaleza e Harmonia, mantendo-o no Prumo da reta consciência adquirida. O espírito que estava preso à matéria libertou-se, entretanto, sem o mínimo conhecimento de si mesmo, nem de onde estava; preciso foi entregar-lhe a chave para dar início à liberdade conquistada. Os Estudos sobre a discrição são fundamentais a essa formação. Logo terá que, com coragem, vencer os perigos da curiosidade indis-creta e orgulhosa, que se ocupa das coisas alheias e cujos mistérios não devemos desvendar. Prosseguindo estes estudos haveremos de exercitar a excelência de se fazer justiça, obrigando-nos a pesar as nossas, bem como as ações dos outros. Adquirimos então a visão de que existe uma exatidão para esclarecer e difundir o conhecimento, obedecendo a tal atividade sob a ótica da ordem, da fidelidade e do zelo com que nos dedicamos a instruir os outros. Como ainda não domi-namos a besta que existe em nós, deixamos o instinto e a desobediência levar-nos à pratica do crime da vingança. Este deve ser combatido com as armas da Ciência, da Razão e do Coração; tal ação leva o culpado a se punir pela própria consciência. Com este avanço, entendemos a necessidade de respeitar o Poder Julgador. Teremos vantagens quando agirmos corretamente, sendo uma delas a de receber a justa recompensa e de sermos designados para funções mais ele-vadas. Chamados a este mister, teremos que usar nossos talentos individuais para penetrar no subterrâneo do inconsciente, a fim de podermos compreender a Verdade que a Providência nos indica, livrando-nos dos erros vulgares. Final-mente, na etapa da Perfeição, consolidamos uma Aliança com o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. Daí para frente é uma jornada para conhecer os mistérios do Mundo e a sua relação, numa interação constante com os demais, numa boda alquímica desse Arquétipo Desejado, culminando com uma transformação do Amor Fraternal no Amor Universal. Esta jornada tem continuidade no saber fazer sacrifício, desfazendo-nos dos Títulos e Medalhas. Nova etapa em que somente com Fé conseguiremos penetrar no Mundo Espiritual, onde aprenderemos que o traba-lho é constante, que necessitamos de energias para vencer os destinos de nossa missão, nisso sabendo respeitar os princípios, deixando as honras ao destino, exercendo boas influências na comunidade e se prontificando a defender a cons-ciência oprimida. Agora estará este Arquétipo pronto para assumir a responsa-bilidade de ser juiz de si mesmo, podendo então administrar-se daí para frente.

Page 60: Trilha para os jovens

62

*Filosofia e Moral – Allan Kardec – Opus EditoraA Grande Batalha – Pietro Ubaldi – Editora Fundapu

**Isis sem Véu – Helena P. Blavatsky – Editora PensamentoGlossário Esotérico – Trigueirinho – Editora Pensamento

***Simbolismo do 1° Grau – Rizzardo da Camino – Editora AuroraAs Chaves do Reino Interno – Jorge Adoum – Editora PensamentoGlossário Esotérico – Trigueirinho – Editora PensamentoComo Apreveitar a Percepção Extra-sensorial – Haroldo Sherman

**** Tratado de Ciência Oculta – Papus – Editora Três

*****O Sistema – Pietro Ubaldi – Editora FundapuO Evangelho à Luz do Cosmo – Ramatís – Livraria Freitas Bastos S.A.

Bibliografia