tricurÍase resumo semirario

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O QUE É TRICURÍASE A tricuríase é uma parasitose muito comum em países subdesenvolvidos, onde as condições de saneamento básico são precárias. O Trichuris trichiura é um parasito que não se adapta bem a locais áridos ou muito frios, por isso, as regiões tropicais, onde o clima é úmido e quente, são as que apresentam maior número de casos desta verminose. Em todo mundo, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas estejam infectadas com esse parasito, a maioria delas sem apresentar qualquer tipo de sintoma. TRANSMISSÃO DO TRICHURIS TRICHIURA A tricuríase é uma doença de transmissão fecal-oral. Um indivíduo se contamina com o Trichuris trichiura quando ingere acidentalmente ovos do parasita contidos em alimentos, água ou no solo. Ciclo biológico Um indivíduo infectado libera milhares de ovos do parasita a cada evacuação. Se as fezes entrarem em contato com o solo, os ovos encontram um local propício para amadurecer. Após cerca de 2 ou 3 semanas, os ovos passam a conter um embrião do verme capaz de infectar quem o consumir. A ingestão de ovos que foram eliminados recentemente nas fezes não é capaz de contaminar outras pessoas, pois o embrião no seu interior precisa deste tempo de 2 semanas de amadurecimento no solo para poder completar o seu ciclo de vida. SINTOMAS DA TRICURÍASE

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Parasitologia

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Page 1: TRICURÍASE  RESUMO SEMIRARIO

O QUE É TRICURÍASE

A tricuríase é uma parasitose muito comum em países subdesenvolvidos, onde as condições de saneamento básico são precárias. O Trichuris trichiura é um parasito que não se adapta bem a locais áridos ou muito frios, por isso, as regiões tropicais, onde o clima é úmido e quente, são as que apresentam maior número de casos desta verminose. Em todo mundo, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas estejam infectadas com esse parasito, a maioria delas sem apresentar qualquer tipo de sintoma.

TRANSMISSÃO DO TRICHURIS TRICHIURA

A tricuríase é uma doença de transmissão fecal-oral. Um indivíduo se contamina com o Trichuris trichiura quando ingere acidentalmente ovos do parasita contidos em alimentos, água ou no solo.

Ciclo biológico

Um indivíduo infectado libera milhares de ovos do parasita a cada evacuação. Se as fezes entrarem em contato com o solo, os ovos encontram um local propício para amadurecer. Após cerca de 2 ou 3 semanas, os ovos passam a conter um embrião do verme capaz de infectar quem o consumir. A ingestão de ovos que foram eliminados recentemente nas fezes não é capaz de contaminar outras pessoas, pois o embrião no seu interior precisa deste tempo de 2 semanas de amadurecimento no solo para poder completar o seu ciclo de vida.

SINTOMAS DA TRICURÍASE

A imensa maioria dos pacientes contaminados com o Trichuris trichiura não apresenta sintomas. Em geral, somente os indivíduos com os intestinos infestados com centenas de parasitos é que desenvolvem sintomas de tricuríase. Nestes casos, o quadro clínico mais comum é de diarreia crônica, que pode ou não vir acompanhada de muco ou sangue misturado às fezes. Distensão abdominal, enjoos, perda de peso, flatulência e anemia são outros sinais e sintomas possíveis. Um sinal físico comum é o baqueteamento digital, que é um alargamento da ponta dos dedos e da unha.

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Um sinal típico, geralmente presente em crianças com contaminação maciça, é o prolapso retal, uma protusão de parte do reto através do ânus. Nestes casos, é comum conseguirmos ver vermes aderidos à mucosa do reto que está exteriorizada.

DIAGNÓSTICO DA TRICURÍASE

O diagnóstico da tricuríase é feito habitualmente pelo exame parasitológico de fezes, no qual é possível identificar a presença de ovos do Trichuris trichiura.

TRATAMENTO DA TRICURÍASE

As opções de tratamento para tricuríase são:

– Mebendazol 100 mg, 2 vezes por dia por 3 dias.

– Albendazol 400 mg, 1 vez por dia por 3 dias.

Em pacientes com infecção maciça, o tratamento pode ser prolongado por 5 a 7 dias. A taxa de cura com estes esquemas costuma ser acima de 90%.

Três ou quatro semanas após o tratamento, o médico pode solicitar novo exame parasitológico de fezes para confirmar a cura. Se ainda houver ovos, sugere-se a repetição do tratamento.

Deve-se evitar o uso de albendazol ou mebendazol nas grávidas. Em geral, nas gestantes infectadas, o tratamento é adiado até depois do parto, para diminuir o risco de toxicidade para o feto.

Profilaxia e controle

Já existem inúmeras evidências acumuladas mostrando que as condições socioeconômicas estão fortemente associadas às taxas de enteroparasitose de uma população. Nestes termos, medidas como a assistência primária à saúde ao alcance de todos, com o discernimento de que a saúde de uma população é influenciada não só pelos serviços de saúde, mas por uma série de fatores ambientais, sociais e econômicos, apresenta-se como importante fator para o controle das helmintíases intestinais. Sobressaem, então, medidas importantes para esta finalidade.