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Programa de Modernização do Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios - PROMOEX Tribunal de Contas do Estado do Ceará Relatório de Avaliação de Programa Pró - Letramento Alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da escrita, letrar significa levar ao exercício das práticas sociais de leitura e escrita”. Magna Soares

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Programa de Modernização do Controle Externo dosEstados, Distrito Federal e Municípios - PROMOEX

Tribunal de Contas do Estado do Ceará

Relatório de Avaliação de Programa

Pró - Letramento

“Alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da escrita,

letrar significa levar ao exercício das práticas sociais de leitura e

escrita”. Magna Soares

Programa de Modernização do Controle Externo dosEstados, Distrito Federal e Municípios - PROMOEX

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO Nº 0001/2010 – AUDITORIA OPERACIONAL

PRÓ-LETRAMENTO

PROCESSO Nº: 06024/2008-0

RELATOR: AUDITOR PAULO CÉSAR DE SOUZA

OBJETIVO: VERIFICAR O GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕESEXARADAS PELA RESOLUÇÃO Nº 0369/2009 – PLENÁRIO NO PROCESSO Nº06024/2008-0, QUE TRATA DA AUDITORIA-PILOTO REALIZADA NO PROGRAMAPRÓ-LETRAMENTO.

ATO DE DESIGNAÇÃO: PORTARIA Nº 112/2010

PERÍODO ABRANGIDO: 2005 A 2007

PERÍODO DE REALIZAÇÃO DO MONITORAMENTO:PLANEJAMENTO: 16 a 27/08/2010EXECUÇÃO: 02 a 16.09.2010RELATÓRIO: 6 a 17/12/2010

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE:

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE NA FASE DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E RELATÓRIOSERVIDOR LOTAÇÃO

JOSÉ RICARDO MOREIRA DIAS SECRETARIA DE CONTROLE EXTERNOJOCYRRÉGIA MARIA PEIXOTO ALVES 3ª INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNOFRANCISCO DAS CHAGAS EVANGELISTA 7ª INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNOMARIA DE FÁTIMA TEIXEIRA BRASIL 6ª INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNOSÉRGIO LUIZ CONDE DE OLIVEIRA 2ª INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNOEMILSON PINHEIRO COELHO NETO 3ª INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNO

UNIDADE: SECRETARIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DO CEARÁ-SEDUC

RESPONSÁVEL:MARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO

Programa de Modernização do Controle Externo dosEstados, Distrito Federal e Municípios - PROMOEX

Agradecimentos da Equipe de Auditoria

Cabe agradecer à Secretária da Educação Básica do Estado do Ceará- SEDUC,

Sra. Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, pela receptividade oferecida à equipe de

auditoria na prestação de informações e apresentação de documentos necessários ao

desenvolvimento dos trabalhos, que se deu de forma cordial e irrestrita.

Agradece-se, também, à Coordenadora da Coordenadoria de Cooperação com os

Municípios - COPEM/SEDUC, Sra. Márcia Oliveira Cavalcante Campos, pela participação

na elaboração da documentação apresentada.

Programa de Modernização do Controle Externo dosEstados, Distrito Federal e Municípios - PROMOEX

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 5

1.1 Antecedentes...................................................................................................................... 5

1.2 Constatações da Auditoria.................................................................................................. 5

1.3 Identificação do objeto do Monitoramento.......................................................................... 6

1.4 Aspectos orçamentários..................................................................................................... 6

1.5 Objetivos e escopo do Monitoramento.............................................................................. 7

1.6 Metodologia do Monitoramento.......................................................................................... 7

2 ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES.......................................... 8

3 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 16

4 PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO.............................................................................. 17

5 APÊNDICE.......................................................................................................................... 19

5

1 Introdução

1.1 Antecedentes

Em 2008, o Tribunal de Contas do Estado do Ceará – TCE realizou Auditoria-Piloto

na modalidade operacional na Ação Fomento à Rede de Pesquisa e Desenvolvimento da

Educação Infantil e do Ensino Fundamental, Programa Pró-Letramento, gerenciado pela

Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação – SEB/MEC, sendo as

universidades responsáveis pela execução.

A realização da auditoria foi devido à participação do TCE no Programa de

Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios

Brasileiros – PROMOEX, que objetiva promover a modernização e o fortalecimento

institucional do sistema de controle externo brasileiro, que tem como agente financiador o

Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID.

A auditoria foi relatada pelo Auditor Dr. Paulo César de Souza e resultou na

Resolução nº 0369/2009-Plenário/TCE, que determinou que a Secretaria da Educação

Básica do Estado do Ceará - SEDUC elaborasse um plano de ação para execução das

recomendações sugeridas, no prazo de 60 (sessenta) dias, bem como que a equipe de

auditoria do TCE realizasse o monitoramento da implementação dessas recomendações.

No Plano de Ação, apresentado pelo gestor da SEDUC, foi estabelecido o período

de outubro/2009 a dezembro/2010 para implementação das medidas necessárias ao

atendimento das recomendações.

1.2 Constatações da Auditoria

A Auditoria operacional no Programa Pró-Letramento, realizada em 2008, teve

como objetivo avaliar se as Secretarias Municipais de Educação estavam se

instrumentalizando, de forma institucional e operacional, para o atendimento das

necessidades de formação de professores do ensino fundamental. Além disso, também

verificaram-se os resultados da aplicação dos recursos na Ação e a disponibilização dos

produtos necessários ao alcance de suas metas.

O programa Pró-Letramento, realizado pelo Ministério da Educação – MEC em

parceria com Instituições de Educação Superior (IES) que integram a Rede Nacional de

Formação Continuada, é implementado por meio de adesão de estados e municípios.

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Constataram-se à época, insuficiência de informações para planejamento das

ações de formação de professores do ensino fundamental pelos municípios;

descumprimento dos critérios instituídos no programa para participação dos professores

tutores e cursistas; dificuldades enfrentadas pelos professores e tutores para participarem

do programa; deficiência na estrutura administrativa e logística das SMEs quanto ao

desempenho das atividades de coordenação das ações do programa; deficiência na

estrutura administrativa quanto ao desempenho das ações de supervisão do programa e

carência de normas e procedimentos, na quase totalidade dos municípios visitados, para

orientar as atividades de monitoramento das ações de formação de professores.

1.3 Identificação do objeto do Monitoramento

O monitoramento, realizado pelo TCE/CE, alcançou a Ação do MEC que financia a

formação de professores da rede pública de ensino que lecionam na educação básica, na

modalidade educação à distância. Avaliou-se a formação continuada de professores dos

anos iniciais do ensino fundamental - Programa Pró-Letramento.

Em relação à formação continuada, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação -LDB

define, no inciso III, do art. 63, que as instituições formativas deverão manter “programas

de formação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis”, além de

estabelecer no inciso II, art. 67, “que os sistemas de ensino deverão promover

aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico

remunerado para esse fim”.

1.4 Aspectos orçamentários

Em 2009, no âmbito da União foram alocados recursos da ordem de R$ 22,7

milhões na Ação 6333 - Apoio à Capacitação e Formação Inicial e Continuada de

Professores e Profissionais da Educação Básica, a qual compreende três principais

programas de formação de professores e profissionais da Educação Básica:

1. Programa Gestão da Aprendizagem Escolar -GESTAR II: foi descentralizado

o valor de R$ 3,4 milhões para as entidades formadoras e foram atendidas

121.340 cursistas em 1.585 municípios, distribuídos em 25 estados;

2. Programa Pró-Letramento: foi descentralizado o valor de R$ 2,5 milhões para

as entidades formadoras, atendendo cerca de 172.941 cursistas; e

3. Rede Nacional de Formação Continuada de professores: : foi

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descentralizado o valor de R$ 16,8 milhões para as entidades formadoras,

beneficiando 34.610 profissionais da educação básica.

Ressalte-se que os recursos dispendidos, especificamente no Programa Pró-

Letramento, no exercício de 2009, representam apenas 0,0001% do valor realizado pelo

Ministério da Educação (R$ 30.636.054.081,9).

Nesse mesmo exercício, o Estado do Ceará previu recursos da ordem de R$

5.421.955,23 para o Programa 777- Valorização do Servidor, o qual compõe as Ações

18013 - Atividade a cargo do FUNDEB - Capacitação no valor de R$ 2.390.691,50 e

10734 - Capacitação de Servidores Públicos - Formação Continuada no valor de R$

3.031.263,73. Do montante previsto, foi realizado R$ 2.861.228,87, que representa

52,77% desses recursos.

1.5 Objetivo e escopo do monitoramento

Em cumprimento a determinação deste Tribunal, está sendo realizado o primeiro

monitoramento da implementação das recomendações constantes da Decisão lavrada na

Resolução nº 0369/2009-Plenário, levando em consideração o cronograma previsto no

Plano de Ação.

Este monitoramento tem como objetivos:

a) Verificar o grau de implementação das recomendações feitas pelo Tribunal à

SEDUC;

b) Identificar quais as dificuldades para a implementação das recomendações

propostas.

1.6 Metodologia do monitoramento

O monitoramento foi realizado por meio das seguintes atividades: a) revisão da

legislação, regulamentos, manuais operacionais e documentos técnicos; b) consulta ao

sítio do MEC e da SEDUC; c) reunião com gestor da SEDUC e d) requisição de registros

administrativos.

A reunião, realizada em 02.09.2010, na sede da SEDUC, contou com a presença

da Secretária Sra. Izolda Cela e equipe técnica. Na ocasião, a Secretária abordou que a

SEDUC não detinha mais a coordenação estadual do programa, uma vez que a

sistemática atual passou a ser mediante apresentação das demandas dos municípios,

formuladas no Planos de Ações Articuladas – PAR, diretamente ao MEC e que, portanto,

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as recomendações que tratavam de aperfeiçoar a operacionalização do programa

restavam prejudicadas.

Contudo, na estrutura da Secretaria, existe um setor denominado Coordenadoria

de Cooperação com os Municípios - COPEM, cuja atribuição é promover cooperação

técnica com os municípios que, no eixo de formação de professores, possuem ações

direcionadas ao acompanhamento do PAIC – Programa Alfabetização na Idade Certa.

Cabe informar que o PAIC tem como objetivo induzir os municípios cearenses a

alfabetizarem os alunos da rede pública até o segundo ano de escolaridade, de modo a

garantir a aprendizagem da leitura e escrita até os sete anos de idade. Nota-se que esse

programa guarda semelhanças com o programa auditado, inclusive, foi relatado pela

gestora que existem recomendações da auditoria que estão sendo adotadas no PAIC.

A equipe de auditoria, naquela ocasião, requisitou, por meio do Ofício nº

1546/2010-GAG.PRES., a entrega de documentos que comprovassem o grau de

implementação das recomendações.

Em 23/11/2010, a SEDUC protocolizou (nº 05710/2010-7) os documentos

requisitados, que serão analisados no tópico seguinte.

2. ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES

2.1 Recomendação “a”

“a) que incentive a instituição, em cada SME, de uma unidade responsável pela

coordenação das ações de capacitação, promovendo maior efetividade do planejamento”.

2.1.1 Grau de implementação

Esta recomendação resultou da constatação em entrevista com 39 (trinta e nove)

gestores das Secretarias Municipais de Educação-SMEs que afirmaram não existir

diagnóstico/mapeamento das carências pedagógicas para dar suporte ao planejamento

dos cursos de capacitação.

Situação atribuída à ausência, nas SMEs, de uma unidade setorial responsável

pelo planejamento das ações.

Conforme documento de fl.162, o gestor informou que foram instituídas equipes de

trabalho para o desenvolvimento das ações do PAIC, em cada uma das instâncias:

Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação – CREDE e Município – SME.

As equipes, pautadas por um modelo de atuação coletiva e em rede, são formadas, em

média, por quatro pessoas, coordenadas diretamente por um gerente do programa, com o

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propósito de assegurar, de forma integrada, a exequibilidade das ações dos cinco eixos

do programa (alfabetização, gestão, educação infantil, literatura, formação do leitor e

avaliação externa).

2.1.2 Avaliação

Entende-se que esta recomendação está em implementação, visto que as ações

em curso são pertinentes para o atendimento da recomendação proposta. Entretanto, faz-

se necessário que essas medidas sejam ampliadas para os demais cursos de formação

continuada em andamento nos municípios.

2.1.3 Medida a ser implementada

Ampliar a atuação de coordenação desenvolvida no PAIC aos demais cursos de

formação continuada em andamento nos municípios.

2.1.4 Prazo para implementação

Inicialmente, o prazo limite para realizar as medidas propostas, no plano de ação,

foi o período de fevereiro a dezembro de 2010.

Como que esse prazo expirou, faz-se necessário apresentar cronograma, fixando

novo prazo para atendimento das ações pertinentes à recomendação proposta.

2.2 Recomendação “b”

“b) que oriente os gestores municipais à adoção de rotinas para registro sistemático das

carências pedagógicas dos professores, buscando o fortalecimento das ações de planejamento

das capacitações”.

2.2.1 Grau de implementação

Durante a auditoria, observou-se a ausência de uma rotina que identifique e

quantifique, periodicamente, quais os professores com maior carência pedagógica.

A justificativa apresentada pelo gestor, no documento de fl. 163, foi que a SEDUC

orienta as equipes municipais a realizarem, de forma sistemática, o acompanhamento

pedagógico dos professores alfabetizadores do 1º e 2º anos do ensino fundamental. Tal

acompanhamento se dá desde os momentos mensais de formação até o

acompanhamento às escolas e salas de aula, para identificar as demandas formativas in

loco junto aos coordenadores pedagógicos e professores.

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2.2.2 Avaliação

Embora não tenha sido possível verificar se os municípios estão adotando

acompanhamento para conhecer as carências pedagógicas de seus professores,

entende-se que as ações relatadas contribuem para atender à recomendação proposta,

razão pela qual considera-se a recomendação em implementação, devendo ser melhor

analisada no próximo monitoramento.

2.2.3 Medidas a serem implementadas

Dar continuidade as ações que já vêm sendo desenvolvidas, ampliando-as para

todos os cursos de formação continuada em fase de execução nos municípios.

2.2.4 Prazo para implementação

O prazo estipulado, no plano de ação, para realizar as medidas necessárias à

implementação da recomendação foi o período fevereiro a dezembro de 2010.

Como que esse prazo expirou e recomendação não foi efetivada, faz-se necessário

apresentar cronograma, fixando novo prazo para atendimento das ações pertinentes à

recomendação proposta.

2.3 Recomendação “c”

“c) que disponibilize apoio técnico às SMEs para implementação de banco de dados com

informações atualizadas sobre a participação dos cursos e treinamentos recebidos em serviços

pelos professores, observando se o conteúdo dos cursos ofertados atendem as suas

necessidades, otimizando os recursos aplicados na capacitação dos professores”.

2.3.1 Grau de implementação

A recomendação originou da constatação que quase totalidade dos gestores

municipais de educação (97,44%) não registram, de forma sistemática, as informações

sobre o histórico de cursos e treinamentos em serviço recebidos por seus educadores.

Conforme o documento de fl.164, a SEDUC, para a realização da ação eixo de

gestão do PAIC, elaborou o Manual de Orientação para Acompanhamento das Ações

pelos Municípios. O objetivo desse instrumento de acompanhamento é subsidiar as ações

de acompanhamento pedagógico e de gestão pelos municípios.

Foi relatado, ainda, que devido às dificuldades de alguns municípios em

desenvolverem sistemas informatizados, a SEDUC criou um sistema próprio chamado

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Sistema de Acompanhamento das Ações do PAIC e o disponibilizou para todos os

municípios inserirem as informações referentes ao seu processo de acompanhamento.

Por fim, enfatizou que uma das funcionalidades do sistema está relacionada ao

monitoramento das ações de formação continuada dos professores, à participação dos

docentes nas formações, bem como ao resultado da avaliação realizada, com o intuito de

mensurar o grau de satisfação dos professores em relação aos conteúdos ministrados.

2.3.2 Avaliação

As providências adotadas atendem a recomendação proposta, no entanto, não foi

possível verificar se o sistema está sendo utilizado por todos os municípios, razão pela

qual considera-se a recomendação em implementação, devendo essa verificação ser

realizada no próximo monitoramento.

2.3.3 Medida a ser implementada

Avaliar a utilização do sistema de acompanhamento do PAIC, a fim de inserir o

monitoramento de todos os cursos de formação continuada em andamento nos

municípios.

2.3.4 Prazo para implementação

O prazo previsto, no plano de ação, foi fevereiro de 2010, portanto, encontra-se

expirado. Porém, devido a necessidade de utilização do sistema desenvolvido para os

demais cursos de formação continuada, torna-se necessária a apresentação de

cronograma, fixando novo prazo para efetivação da recomendação proposta.

2.4 Recomendação “d”

“d) que estabeleça pacto de cooperação técnica com às SMEs no sentido de melhorar a

infraestrutura e apoio logístico necessários ao desempenho das atividades do Pró-letramento,

possibilitando maior eficiência do Programa”.

2.4.1 Grau de implementação

Durante a auditoria, verificou-se que as SMEs, na qualidade de agentes executoras

do programa, não cumpriram, adequadamente, suas responsabilidades, o que ocasionou:

a realização dos cursos fora da jornada regular de trabalho; acúmulo de atividades, haja

vista os professores não terem sido liberados de suas atividades pedagógicas; deficiência

na infraestrutura e no apoio logístico oferecido pelas secretarias aos participantes

cursistas e tutores nos eventos.

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Cabe esclarecer que, à época da auditoria, a SEDUC detinha a coordenação geral

do programa Pró-Letramento no âmbito do Estado.

Entretanto, a partir de 2008, ficou estabelecido que as transferências voluntárias e

a assistência técnica do MEC aos municípios, estados e Distrito Federal passariam a ser

vinculadas à adesão ao plano de metas Compromisso Todos pela Educação e à

elaboração do Plano de Ações Articuladas – PAR.

Então, a adesão ao programa em 2010 originou das ações propostas no PAR

apresentadas pelos Municípios ao MEC. Portanto, a SEDUC não participa mais da

execução do programa avaliado, ficando a execução inteiramente sob a responsabilidade

dos municípios.

Todavia, o gestor informou no documento de fl.165 que, em relação à cooperação

técnica com os municípios para formação de professores, a atuação da SEDUC ocorre

da seguinte forma:

1) Quando a formação é realizada no município, a SEDUC é responsável pela

contratação dos formadores, conforme contrato com as editoras, e pelo repasse de bolsas

para formadores. A contrapartida municipal é a disponibilização do espaço físico e da

alimentação.

2) Quando a formação se dá nas macrorregiões, a SEDUC repassa os recursos

para logística da formação para as CREDEs. A contrapartida dos municípios é o

deslocamento dos professores e da equipe técnica das SMEs.

3) Quando a formação se dá em Fortaleza, a SEDUC é responsável por toda a

logística do evento. A contrapartida dos municípios é o deslocamento dos professores e

da equipe técnica das SMEs.

2.4.2 Avaliação

Entende-se que a recomendação, em razão da mudança na sistemática da

execução do programa devido à vinculação ser entre o Ministério da Educação e

municípios, não é mais aplicável. Entretanto, é louvável o apoio da SEDUC aos

municípios na realização dos cursos de formação continuada para professores.

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2.5 Recomendação “e”

“e) que promova e estimule os municípios que não possuem iniciativas próprias de

formação continuada, a adotarem um planejamento anual de capacitação de seus professores e

possibilite melhor qualificação do corpo técnico das SMEs”.

2.5.1 Grau de implementação

Durante a auditoria, constatou-se que 84,62% dos municípios visitados não

dispõem de plano anual de capacitação para seus professores.

O gestor informou que a SEDUC assegura uma formação continuada de carga

horária anual de 80h/a para todos os professores do 2º ano, em consonância com o edital

nº 02/2009 COPEM/SEDUC, sob responsabilidade das editoras, cujo material estruturado

foi adotado pelo município. Além disso, garante formação de 40 h/a para as equipes

técnicas das SME que se responsabilizam pela formação de 80h/a para todos os

professores do 1º ano. Ademais, a SEDUC desenvolve ações formativas para os técnicos

das SME responsáveis pelos diferentes eixos do PAIC.

2.5.2 Avaliação

Entende-se que, não obstante a iniciativa da SEDUC em desenvolver ações de

formação destinada aos professores de 1º e 2º ano que atuam na rede pública municipal,

não houve, por parte do gestor, adoção de providências que, realmente, viesse a

incentivar os municípios a elaborarem seus planos anuais de capacitação, razão pela qual

considera-se não implementada a recomendação.

2.5.3 Medida a ser implementada

Sensibilizar os municípios que não possuem iniciativas próprias de formação

continuada a adotarem um planejamento anual de capacitação de seus professores.

2.5.4 Prazo para implementação

O prazo para atendimento da recomendação proposta, no plano de ação, foi o

período de fevereiro a dezembro de 2010. No entanto, a recomendação não teve seus

propósitos alcançados, por isso deve ser apresentado um novo plano de ação, fixando

prazo, para adoção das medidas necessárias a sua implementação.

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2.6 Recomendação “f”

“f) que se articule com o MEC para viabilizar treinamento dos técnicos das SMEs sobre o

SIMEC de forma que estes passem a acessar e utilizar essa base de dados como ferramenta de

gerenciamento e tomada de decisões no planejamento das ações de capacitação”.

2.6.1 Grau de implementação

Esta recomendação resultou da resposta de 94,87% dos gestores municipais

entrevistados, que declararam o desconhecimento dos indicadores referentes à função

docente do estado ou município disponíveis no Sistema Integrado de Planejamento

Orçamento e Finanças -SIMEC.

A SEDUC informou que, após a criação do Sistema de Acompanhamento das

Ações do PAIC, foi realizado um seminário por macrorregião para discutir com os

Secretários Municipais de Educação sobre a importância da utilização desse sistema

para o monitoramento das ações de planejamento de cada SME. Após esse momento,

foram realizados encontros com os Gerentes Regionais e Municipais do PAIC e com os

técnicos das SMEs, para o repasse de instruções sobre a operacionalização do sistema.

O monitoramento do sistema pode ser feito pela SEDUC, pelas CREDE e pelas

SME, através de uma senha. Tal procedimento objetiva acompanhar o processo de

alimentação de dados por cada escola e apoiar os municípios com sucesso nas ações do

programa.

2.6.2 Avaliação

O sistema desenvolvido prevê indicador de acompanhamento da política de

formação continuada para professores em serviço. Essa ação satisfaz a necessidade de o

gestor conhecer o indicador de desempenho para auxiliá-lo na tomada de decisões e no

planejamento das ações de formação para professores. Entretanto, não foi possível

constatar a utilização do sistema pelos 184 municípios cearenses. Considera-se, então,

que a recomendação encontra-se em implementação, pendente de verificação no próximo

monitoramento.

2.6.3 Medidas a serem implementadas

Incentivar a alimentação do sistema de acompanhamento do PAIC em todos os

municípios cearenses.

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2.6.4 Prazo para implementação

O prazo previsto no plano de ação foi janeiro de 2010, portanto, encontra-se

expirado. Porém, devido à necessidade de os gestores municipais conhecerem

indicadores de acompanhamento para subsidiar o planejamento das ações de formação

continuada, torna-se necessária a apresentação de cronograma, fixando novo prazo para

efetivação da recomendação proposta.

2.7 Recomendação “g”

“g) que promova a discussão junto à Secretaria de Educação Básica – SEB e a Secretaria

de Educação à Distância - SEED, do MEC, que coordena e elabora as normas do Pró-Letramento,

sobre os critérios de seleção e indicação dos tutores e a participação de diretores e

coordenadores como cursistas, avaliando: a) a necessidade de ajustes nas normas do Programa;

b) a inclusão de capacitação específica para os diretores e coordenadores; ou c) a readequação

da situação estadual às condições gerais, evitando distorções na avaliação nacional do

programa.”

2.8 Recomendação “h”

“h) que a Coordenação Estadual e as SMEs se articulem com os diretores e

coordenadores pedagógicos, visando a discussão das questões operacionais que têm dificultado

a participação dos professores, garantindo, assim maior inclusão e aproveitamento de

beneficiários no programa”.

2.9 Recomendação “i”

“i) que a Coordenação Estadual do programa discuta com o MEC e as Universidades

sobre os atrasos no pagamento das bolsas e entrega dos certificados, tendo em vista que o

saneamento dessas inconsistências, geraria maior credibilidade e satisfação para os tutores e

professores cursistas”.

2.10 Recomendação “j”

“j) que a Coordenação Estadual do programa se articule junto aos municípios que não

possuem coordenação local, para designar profissional responsável por essas atividades, visando

com isso dinamizar as ações de formação; melhorar a organização dos eventos, e ainda

possibilitar ao tutor desempenhar exclusivamente suas atividades de orientador do programa”.

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2.11 Recomendação “l”

“l) que Coordenação Estadual do programa promova a articulação junto às SMEs que não

possuem atividades de supervisão, para instituir unidade ou designar profissional responsável por

essa atividade, para que ocorra melhoria do resultado da atuação pedagógica do professor”.

2.12 Recomendação “m”

“m) que a Coordenação Estadual do Programa se articule junto ao MEC e as SMEs no

sentido de normatizar as atividades de monitoramento das ações de capacitação, adotando

procedimentos e rotinas padronizadas para o desempenho efetivo dessa atividade.”

2.13 Avaliação

As recomendações dos itens 2.7 a 2.12 não são mais aplicáveis devido à

atual sistemática de adesão ao programa que, no Estado do Ceará, se dá entre o

Ministério da Educação e os Municípios, por meio de ações apresentadas por esses nos

seus Planos de Ações Articuladas-PAR. Ficando, portanto, a SEDUC sem ingerência no

programa, visto que não detém mais a coordenação estadual.

3 CONCLUSÃO

Diante das informações obtidas ao longo deste monitoramento, a situação das

recomendações da Decisão lavrada na Resolução nº 369/2009 é a seguinte:

Quadro 1 – Grau de implementação das recomendações

RECOMENDAÇÕES SITUAÇÃOa em implementaçãob em implementaçãoc em implementaçãod não mais aplicávele não implementadaf em implementaçãog não mais aplicávelh não mais aplicáveli não mais aplicávelj não mais aplicávell não mais aplicável

m não mais aplicável

17

O Quadro 2 apresenta, de forma percentual, a situação da implementação das

recomendações exaradas na decisão.

Quadro 2 - percentual das recomendações segundo a situação encontrada

Situação das recomendações %

implementada -

em implementação 33,4

não implementada 8,4

não mais se aplica 58,2

Total 100

Tendo em vista que 58,2 % das recomendações não mais se aplicam e que, até a

presente data, não houve implementação de nenhuma das recomendações propostas, é

recomendável que a SEDUC envie novo cronograma com a fixação do prazo limite para

atender as medidas pendentes até junho de 2011.

Desse modo, fica previsto que a realização do segundo monitoramento deverá ter

início em agosto de 2011.

4 PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Assim, com fulcro no inciso VI, art.15 do Regimento Interno do Tribunal de Contas

do Estado do Ceará, propõe-se o encaminhamento dos presentes autos à consideração

superior, para ciência do monitoramento da implementação das recomendações exaradas

na Resolução nº 0369/2009, bem como para que sejam autorizadas as seguintes

medidas:

a) envio de cópia do presente relatório à SEDUC, para fins de conhecimento e

elaboração de novo plano de ação, conforme modelo em anexo, fixando o prazo de 30

dias para apresentação, o qual deverá conter medidas a serem adotadas para

implementação das recomendações até junho de 2011, a saber : ampliar a atuação de

coordenação desenvolvida no PAIC aos demais cursos de formação continuada em

andamento nos municípios; dar continuidade às ações de acompanhamento pedagógico

que já vêm sendo desenvolvidas, ampliando-as para todos os cursos de formação

continuada em fase de execução nos municípios; avaliar a utilização do sistema de

acompanhamento do PAIC com vista à inserção do monitoramento de todos os cursos de

formação continuada em andamento nos municípios; sensibilizar os municípios que não

possuem iniciativas próprias de formação continuada a adotarem um planejamento anual

de capacitação de seus professores e incentivar a alimentação do sistema de

acompanhamento do PAIC em todos os municípios cearenses.

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b) realização do segundo monitoramento em agosto de 2011;

c) devolução do processo à comissão de auditoria operacional para continuação do

monitoramento.

Fortaleza (CE), 17 de dezembro de 2010.

José Ricardo Moreira Dias Jocyrrégia Maria Peixoto AlvesCoordenador Técnico Subdiretor da 3ª ICE

Francisco das Chagas Evangelista Maria de Fátima Teixeira BrasilSubdiretor da 7ª ICE Subdiretor da 6ª ICE

Sérgio Luiz Conde Emilson Pinheiro Coelho NetoAnalista de Controle Externo 2ª ICE Analista de Controle Externo 3ª ICE

Confere: _______________________________

Giovanna Augusta Moura AdjafreSecretária de Controle Externo

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APÊNDICE

Lista de Siglas

BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento

COPEM - Coordenadoria de Cooperação com os Municípios

CREDE - Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação

FUNDEB -Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e deValorização dos Profissionais da Educação

IES – Instituição de Ensino Superior

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC - Ministério da Educação

PAIC – Programa de Alfabetização na Idade Certa

PAR - Plano de Ações Articuladas

PDE - Plano de Desenvolvimento da Educação

PROMOEX - Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados,

Distrito Federal e Municípios Brasileiros

SEB - Secretaria de Educação Básica

SEDUC - Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará

SEED - Secretaria de Educação à Distância

SIMEC – Sistema Integrado de Planejamento Orçamento e Finanças

SME - Secretaria Municipal de Educação

TCE - Tribunal de Contas do Estado

Programa de Modernização do Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios - PROMOEX

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ANEXO

PLANO DE AÇÃOÓRGÃO: Secretaria da Educação Básica - SEDUCPROGRAMA: PRÓ-LETRAMENTO

Recomendações Medidas NecessáriasPrazo Limite deImplementação

das Medidas

Responsável pelaImplementação

a) que incentive a instituição, em cada SME, de uma unidade responsável pelacoordenação das ações de capacitação, promovendo maior efetividade doplanejamento.

ampliar a atuação de coordenaçãodesenvolvida no PAIC aos demais cursosde formação continuada em andamento nosmunicípios.

b) que oriente os gestores municipais à adoção de rotinas para registrosistemático das carências pedagógicas dos professores, buscando ofortalecimento das ações de planejamento das capacitações.

dar continuidade as ações que já vêmsendo desenvolvidas, ampliando-as paratodos os cursos de formação continuadaem fase de execução nos municípios

c) que disponibilize apoio técnico às SMEs para implementação de banco dedados com informações atualizadas sobre a participação dos cursos etreinamentos recebidos em serviços pelos professores, observando se o conteúdodos cursos ofertados atendem as suas necessidades, otimizando os recursosaplicados na capacitação dos professores.

avaliar a utilização do sistema deacompanhamento do PAIC, a fim de inseriro monitoramento de todos os cursos deformação continuada em andamento nosmunicípios.

... e) que promova e estimule os municípios que não possuem iniciativas própriasde formação continuada, a dotarem um planejamento anual de capacitação deseus professores e possibilite melhor qualificação do corpo técnico das SMEs.

sensibilize os municípios que não possueminiciativas próprias de formação continuadaa adotarem um planejamento anual decapacitação de seus professores.

f) que se articule com o MEC para viabilizar treinamento dos técnicos das SMEssobre o SIMEC de forma que estes passem a acessar e utilizar essa base dedados como ferramenta de gerenciamento e tomada de decisões no planejamentodas ações de capacitação

incentivar a alimentação do sistema deacompanhamento do PAIC em todos osmunicípios cearenses.