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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Rua José Lourenço Kelmer, s/n - Campus Universitário Bairro São Pedro - CEP: 36036-

900 Juiz de Fora – MG

Núcleo FALE – Formação de professores, Alfabetização, Linguagem e Ensino

Núcleo da Faculdade de Educação da UFJF

www.ufjf.br/nucleofale

Grupos de pesquisa do Núcleo FALE:

GP Interação, Sociedade e Educação

GP Linguagem, Ensino de Práticas Sociais

GP Linguagem, Infâncias e Educação

Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino (4. : 2017: Juiz de Fora, MG).

Caderno de resumos [do] IV Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino

“Formação e trabalho docente”, Juiz de Fora, MG, 07 a 09 de junho de 2017. –

Juiz de Fora: Núcleo FALE/UFJF, 2017. 220 p

Tema: “Formação e trabalho docente”. Linguagem – Estudo e ensino. 2.

Formação de professores. 3. Linguística – Estudo e ensino. I. Colóquio de

Letramento, Linguagem e Ensino. II. Universidade Federal de Juiz de Fora. III.

Núcleo FALE. IV. Faculdade de Educação.

CDU 800.1

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Reitor: Marcus Vinicius David Vice-Reitora: Girlene da Silva Diretor da Faculdade de Educação Prof. Dr. André Silva Martins Coordenadora do Núcleo FALE – Dra. Andreia Rezende Garcia-Reis COMISSÃO ORGANIZADORA Profa. Dra. Andreia R. Garcia-Reis Prof. Dr. Alexandre José P. Cadilhe Profa. Dra. Begma Tavares Barbosa Profa. Dra. Maria Cristina Weitzel Profa. Ms. Raquel Martins Melo Pinheiro Profa. Dra. Tânia Guedes Magalhães COMISSÃO CIENTÍFICA Prof. Dr. Alexandre José P. Cadilhe – UFJF Profa. Dra. Andreia Rezende Garcia-Reis Profa. Dra. Bárbara Olímpio R. Melo – UESPI Profa. Dra. Cristiane C. Cunha Flôr – UFJF Profa. Dra. Débora A. G. Costa-Maciel – UPE Profa. Dra. Elisete Carvalho Mesquita – UFU Profa. Dra. Erika Kelmer Mathias – UFJF Profa. Dra. Francimar Teixeira – UFPE Profa. Dra. Laura Silveira Botelho – UFG Profa. Dra. Luciane Manera Magalhães – UFJF Profa. Dra. Ludmila Thomé de Andrade – UFRJ Profa. Dra. Luzia Bueno – USF Profa. Dra. Márcia Cristina Corrêa – UFSM Profa. Dra. Márcia Mendonça – UNICAMP Profa. Dra. Raquel Fellet Lawall – UFJF Prof. Dr. Roberto Perobelli – UFES Profa. Dra. Tânia R. Souza Romero – UFLA Profa. Dra. Vera Lucia Lopes Cristóvão – UEL Organização dos cadernos: Ms. Carolina Caniato Dra. Tânia Guedes Magalhães

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

SUMÁRIO

A ARGUMENTAÇÃO SOBRE TEMAS SOCIOCIENTÍFICOS NO ENSINO DE

CIÊNCIAS E DE MATEMÁTICA: UM ESTUDO NOS ANOS INICIAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................................................... 16

A AUTO – HETEROECOFORMAÇÃO TECNOLÓGICA DO PROFESSOR DE

INGLÊS NAS REDES PÚBLICAS DE ENSINO ESTADUAL E MUNICIPAL DE

SÃO PAULO .................................................................................................................. 17

A BRINQUEDOTECA E SUAS POTENCIALIDADES NO PROCESSO DE

FORMAÇÃO DOCENTE .............................................................................................. 18

A COCONSTRUÇÃO DE SENTIDOS E A IMAGINAÇÃO EM PRÁTICAS DE

LEITURA ANCORADAS NOS GÊNEROS TEXTUAIS: ANÁLISE DE UMA

PROPOSTA PARA O 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................ 19

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PROFESSOR DE

LÍNGUA INGLESA POR MEIO DO DISCURSO EM CONTEXTO ONLINE .......... 20

A CONSTRUÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORAS DOS ANOS

INICIAIS: QUAL O LUGAR DA EXPERIÊNCIA? .................................................... 21

A CONSTRUÇÃO TEXTUAL EM REDE: REFERENCIAÇÃO E MEME(S) ........... 22

A CORREÇÃO REFLEXIVA DE TESTES ESCRITOS COMO UM SUPORTE PARA

O ENSINO E APRENDIZAGEM .................................................................................. 23

A DIVERSIDADE CULTURAL E O ENSINO DA LÍNGUA ..................................... 24

A ESCRITA INFANTIL COMO ESPAÇO DE MANIFESTAÇÃO INDIVIDUAL ... 25

A EXPECTATIVA DOS PAIS QUANTO À ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO

INFANTIL ...................................................................................................................... 26

A EXPERIÊNCIA DO USO DO JOGO CARA A CARA COM PERSONAGENS

FOLCLÓRICOS ............................................................................................................. 27

A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NA SALA DE AULA A PARTIR DA LEITURA DE

CONTOS DE TERROR DE EDGAR ALLAN POE ..................................................... 28

A FORMAÇÃO CONTINUADA DE REDE E EM REDE: UMA ARTICULAÇÃO

NECESSÁRIA PARA MELHORIAS NO ENSINO ..................................................... 29

A IDENTIDADE DO FORMADOR DE PROFESSORES ALFABETIZADORES: UM

PROCESSO EM CONSTITUIÇÃO .............................................................................. 30

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO CIDADÃ NO ENSINO

FUNDAMENTAL II ...................................................................................................... 31

A IMPORTÂNCIA DA ORALIDADE NAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO DE

ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ....................................................... 32

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A INFLUÊNCIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NAS PRODUÇÕES

ESCRITAS DA LÍNGUA PORTUGUESA DE ALUNOS SURDOS DO 9º ANO DO

ENSINO FUNDAMENTAL II DA CIDADE DE MACAÉ/RJ: RELATOS DE

EXPERIÊNCIAS ............................................................................................................ 33

A INTERAÇÃO FICTIVA E A SALA DE AULA ....................................................... 34

A INTERDISCIPLINARIDADE COM TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS

........................................................................................................................................ 35

A LEITURA DE ALGUNS CLÁSSICOS ATRAVÉS DE JOGOS

MATERIAIS/VIRTUAIS ELABORADOS EM SALA COM OS ALUNOS DO

ENSINO MÉDIO ........................................................................................................... 36

A LEITURA E ESCRITA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO: ALGUMAS

SIGNIFICAÇÕES .......................................................................................................... 37

A LEITURA NA PERSPECTIVA DA MULTIMODALIDADE:

POTENCIALIDADES PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR PROFICIENTE ........... 38

A LITERATURA COMO UMA DAS ESTRATÉGIAS NOS PROCESSOS DE

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORAS

ALFABETIZADORAS DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA

IDADE CERTA .............................................................................................................. 39

A MALA MALUCA DA VOVÓ ZENILDA: APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

SOB A PERSPECTIVA DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM .............................. 40

A PALAVRA CONTA, O DISCURSO DESVELA: ESCRITA E

COMPARTILHAMENTO-PUBLICIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES ................ 41

A POÉTICA ORAL NA SALA DE AULA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA O

LETRAMENTO LITERÁRIO ....................................................................................... 42

A PONTUAÇÃO COMO EFEITO DE SENTIDO ....................................................... 43

A POSTURA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR E AS

ORIENTAÇÕES DOS DOCUMENTOS OFICIAIS: O QUE SUSTENTA UMA

PRÁTICA? ..................................................................................................................... 44

A PRÁTICA DE ENSINO DURANTE A GRADUAÇÃO: EXPERIÊNCIAS QUE

CONTRIBUÍRAM PARA QUE EU ME RECONHECESSE COMO UMA

PROFESSORA DE INGLÊS ......................................................................................... 45

A PRODUÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS SOBRE LETRAMENTO

DIGITAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM MINAS GERAIS ................... 46

A PRODUÇÃO TEXTUAL NA ESCOLA E SEU ENSINO NOS MATERIAIS

DIDÁTICOS UTILIZADOS NO ESTADO DE SÃO PAULO ..................................... 47

A PRONÚNCIA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: UMA ANÁLISE DE

LIVROS DIDÁTICOS E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA DOCENTE ............... 48

A PSICOMOTRICIDADE E A IMPORTANCIA DAS ATIVIDADES

INTERDISCIPLINARES LUDICOS-PEDAGÓGICAS COM FOCO NA

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE SÃO JOÃO

DA BARRA .................................................................................................................... 49

A REGIÃO DO NORTE FLUMINENSE E A ALFABETIZAÇÃO CULTURAL NA

FORMAÇÃO CONTINUADA ...................................................................................... 50

A RELAÇÃO ENTRE CRENÇAS E MOTIVAÇÕES NA CONSTRUÇÃO

IDENTITÁRIA DE INGLÊS DE ALUNOS DE ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA

PARTICULAR ............................................................................................................... 51

A (TRANS/DE) FORMAÇÃO DOCENTE E COTIDIANO ESCOLAR: O PNAIC E

AS PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO COMO

CONSTRUTORAS DE UMA ESCOLA MAIS JUSTA E IGUALITÁRIA ................. 52

A VIVÊNCIA DA ESCRITA NA CARTA DE LEITOR: POSSIBILIDADE DE

PRÁTICA SOCIAL PELA LINGUAGEM ................................................................... 53

ABORDAGENS INTERSEMIÓTICAS E ENSINO DE LITERATURA E LÍNGUA

PORTUGUESA PARA GRADUANDOS SURDOS .................................................... 54

AÇÕES FORMATIVAS (INSTITUCIONAIS) PARA A DOCÊNCIA NO ENSINO

SUPERIOR NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS ............................ 55

AÇÕES PEDAGÓGICAS NO CONTEXTO ESCOLAR E FORMAÇÃO DOCENTE:

EXPERIÊNCIAS NO TREINAMENTO PROFISSIONAL .......................................... 56

ADOLESCENTES, DESENVOLVIMENTO HUMANO E CIBERCULTURA: AS

VIVÊNCIAS DOS JOVENS EM FORMAÇÃO E O AMBIENTE

COMUNICACIONAL CONTEMPORÂNEO .............................................................. 57

AFETIVIDADE NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO(A) PROFESSOR(A)

ALFABETIZADOR(A): UM ESTUDO PILOTO ......................................................... 58

ALFABETIZANDO INTERDISCIPLINARMENTE COM O PIBID .......................... 59

ALFABETIZAR BRINCANDO NÃO É BRINCADEIRA ........................................... 60

AMPLIAÇÃO DO REPERTÓRIO DE LEITURA DE NARRATIVA POLICIAL

ATRAVÉS DE CONTOS DE AGATHA CHRISTIE ................................................... 61

ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO A CONTEXTOS

TECNOLÓGICOS PRODUZIDO POR PROFESSORES EM FORMAÇÃO .............. 62

ANÁLISE DE RELATOS SOBRE O TRABALHO DOCENTE NA EJA REVELAM A

NECESSIDADE DE UMA MUDANÇA CURRICULAR ............................................ 63

ANÁLISE LINGUÍSTICA ............................................................................................. 64

ADJUNTOS ADVERBIAIS .......................................................................................... 64

APRENDER A LER E TORNAR-SE LEITOR CRÍTICO: PRÁTICAS

SOCIOCULTURAIS DE LEITURA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS .. 65

AS BELEZAS DO RIO AOS OLHOS ENCANTADOS DE UMA CRIANÇA ........... 66

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AS CARACTERÍSTICAS DA LÍNGUA FALADA COMO ESTRATÉGIA DE

PERSUASÃO NO E-MAIL MARKETING DA MARCA QUEM DISSE, BERENICE?

........................................................................................................................................ 67

AS ORIENTAÇÕES DIDÁTICO-METODOLÓGICAS VOLTADAS PARA A

FORMAÇÃO LEITORA DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NA

PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA DA REDE MUNICIPAL

DE JUIZ DE FORA ........................................................................................................ 68

ATO ÉTICO E ATO ESTÉTICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA

PEDAGOGIA DO OLHAR POR MEIO DO CINEMA BRASILEIRO

CONTEMPORÂNEO .................................................................................................... 69

AVALIAÇÃO DE PRODUÇÕES ESCRITAS DE ALUNOS DO ENSINO

FUNDAMENTAL POR GRADUANDAS DE PEDAGOGIA ..................................... 70

AVALIAÇÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DO PACTO

NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA EM MATO GROSSO 71

BLOGS EDUCACIONAIS E FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES ............... 72

BRINCADEIRAS DAQUI PRA LÁ: AS DIVERSAS LINGUAGENS NA

EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................................................................. 73

"BRINCAR JUNTO, INTERAGIR COM OS BEBÊS": REFLEXOS DA FORMAÇÃO

NA PRÁTICA PEDAGÓGICA ..................................................................................... 74

CIRANDA LITERÁRIA: A FORMAÇÃO DE PEQUENOS LEITORES ................... 75

CLUBE DA LEITURA: UM NOVO OLHAR SOBRE OS LIVROS INFANTIS ........ 76

COLETÂNEA DE TEXTO E POSICIONAMENTO AUTORAL: INDÍCIOS DE

LEITURA EM PRODUÇÕES TEXTUAIS ARGUMENTATIVAS ............................ 77

COMO ANDA O PACTO? MOVIMENTOS PARA ALFABETIZAR

LETRANDO NUMA PERSPECTIVA FREIRIANA .................................................... 78

COMPARTILHANDO UMA PRÁTICA DOCENTE: O PRIMEIRO CONTATO COM

A SALA DE AULA ....................................................................................................... 79

COMPETÊNCIA COMUNICATIVA E O TRABALHO COM O TEXTO

ARGUMENTATIVO NO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................... 80

CONSTRUINDO ENTENDIMENTOS SOBRE A GRAMÁTICA: EM BUSCA DE

UM ENSINO SIGNIFICATIVO .................................................................................... 81

CONTRIBUIÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS DA LINGUÍSTICA APLICADA

PARA A AQUISIÇÃO DA ESCRITA .......................................................................... 82

CRONOTOPO E EXOTOPIA NO SERIADO THE FOLLOWING: LEITURAS DE

LIMITES ENTRE REALIDADE E FICÇÃO ............................................................... 83

DA IDEALIZAÇÃO À OBJETIVIDADE: UMA ABORDAGEM DA ESTÉTICA

REALISTA NO ENSINO MÉDIO ................................................................................ 84

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DESAFIOS PARA CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS VIRTUAIS

PARA CEGOS E SURDOS ........................................................................................... 85

DESENVOLVENDO A ORALIDADE POR MEIO DA LITERATURA .................... 86

DIÁLOGOS SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES LEITORES A PARTIR DE

UMA VIVÊNCIA DE LEITURA LITERÁRIA ............................................................ 87

DICIONÁRIO DE LIBRAS: INSTRUMENTO TECNOLÓGICO PARA FORMAÇÃO

DE PROFESSORES E ACESSIBILIDADE .................................................................. 88

DO STAND-UP AO TEXTO ESCOLAR: MEDIAÇÃO DIDÁTICA DE BASE

COLABORATIVA PARA O ESTUDO DE TÓPICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

NA EJA .......................................................................................................................... 89

DOCENTES EM FORMAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES PARA PENSAR A FORMAÇÃO

CONTINUADA DE PROFESSORES ........................................................................... 90

DOS LETRAMENTOS AOS MULTILETRAMENTOS: UMA EVOLUÇÃO

NATURAL DAS SOCIEDADES HUMANAS ............................................................. 91

EDUCAÇÃO SOCIAL E LETRAMENTO ................................................................... 92

ENSINO DE LITERATURA E INTERDISCIPLINARIDADE: CONTOS DE

CLARICE LISPECTOR EM DIÁLOGO COM AS ARTES PLÁSTICAS E A

CANÇÃO ....................................................................................................................... 93

ENSINO DE PLE PARA SURDO BRASILEIRO ........................................................ 94

ESCRITA DOCENTE: POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO .................................... 95

ESTRATÉGIAS SOCIAIS UTILIZADAS DENTRO E FORA DA SALA DE AULA 96

FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO E O PROGRAMA GESTAR: UM

ESTUDO SOBRE A PRÁTICA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA 98

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: EM PAUTA DESENVOLVIMENTO MORAL E

A CONSTRUÇÃO DE VALORES ............................................................................... 99

FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO ALFABETIZADOR

...................................................................................................................................... 100

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES E O PROCESSO ARGUMENTATIVO

...................................................................................................................................... 101

FORMANDO LEITORES E FORMANDO-SE COMO LEITORAS: NARRATIVAS E

PRÁTICAS DE PROFESSORAS DO MUNICÍPIO DE AMARGOSA/BA .............. 102

FÓRUNS ONLINE NA PÓS-GRADUAÇÃO: ESPAÇO DE LETRAMENTO

ACADÊMICO .............................................................................................................. 103

FUGIR DO MARASMO E CONQUISTAR O MUNDO: A LITERATURA COMO

INSTRUMENTO DE LIBERTAÇÃO EM A MAIOR FLOR DO MUNDO, DE JOSÉ

SARAMAGO ............................................................................................................... 104

GÊNERO ORAL EM SALA DE AULA: ENTREVISTA .......................................... 105

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

HELENA NO PAÍS DAS VERDADES: A FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO EM

MINHA VIDA DE MENINA, DE HELENA MORLEY ............................................... 106

INFOGRAFIA COMO ESTRATÉGIA PARA ENSINO DE LEITURA E ESCRITA

DE TEXTOS MULTIMODAIS ................................................................................... 107

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: PLATAFORMA DE ACESSIBILIDADE PARA

ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR .................................................................. 108

INTERCULTURALIDADE E TRANSVERSALIDADE TEMÁTICA NO ENSINO DE

LÍNGUA ESPANHOLA: PROPOSTAS DIDÁTICAS ............................................... 109

INVESTIGAÇÃO DE PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NA ALFABETIZAÇÃO:

OLHARARES PARA UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA E UM PROJETO DO PNAIC

...................................................................................................................................... 110

JOGANDO COM O POLICIAL: UMA PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DO

REPERTÓRIO DO JOVEM LEITOR ......................................................................... 111

LEITURA NO ENSINO DE CIÊNCIAS: UMA ANÁLISE DOS TEXTOS SOBRE

SOMBRA E LUZ EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ...... 112

LEITURA, LETRAMENTOS E ESCOLA: CONCEPÇÕES E ESTRATÉGIAS

BÁSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE LEITORA ......... 113

LETRAMENTO DIGITAL E INFORMACIONAL DE ESTUDANTES DO ENSINO

MÉDIO NO USO DO TELEFONE CELULAR .......................................................... 114

LETRAMENTO LITERÁRIO: CONCEPÇÕES ACERCA DA FORMAÇÃO DO

LEITOR ........................................................................................................................ 115

LETRAMENTO MULTIMODAL E HABILIDADES DE LEITURA NO ENSINO

MEDIO ......................................................................................................................... 116

LETRAMENTO NO ENSINO MÉDIO: HABILIDADES LEITORAS EM

PROCESSOS SELETIVOS DE AVALIAÇÃO SERIADA ........................................ 117

LETRAMENTOS E DIREITOS HUMANOS: PENSANDO GÊNEROS E

SEXUALIDADES NA SALA DE AULA ................................................................... 118

LETRAMENTOS: EXPERIÊNCIA DE MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS DE LETURA

NA CONSTRUÇÃO DE DIFERENÇAS DE GÊNERO ............................................. 119

LETRAMENTOS MÚLTIPLOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:

TRABALHANDO COM O GÊNERO TEXTUAL CURRICULUM VITAE ............ 120

LETRAMENTOS, REDES SOCIAIS E DISCURSO DE ÓDIO ................................ 121

LITERATURA E TECNOLOGIA NA SALA DE AULA: UM DIÁLOGO MEDIADO

PELO PROFESSOR NA FORMAÇÃO DO LEITOR DE TEXTOS LITERÁRIOS . 122

LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO MÉDIO: PROMOVENDO PRÁTICAS

MULTILETRADAS ENTRE O PAPEL E O DIGITAL ............................................. 123

MAPEAMENTO LOCAL DOS MATERIAIS DIDÁTICOS E COMPETÊNCIAS

PEDAGÓGICAS VOLTADAS PARA INCLUSÃO: O CASO DA UFV .................. 124

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

“MEMÓRIAS”: UM TRABALHO DE AUTOCONHECIMENTO A PARTIR DAS

AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

(EJA) ............................................................................................................................. 125

METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DE LINGUISTICA: EXOTOPIA E

CONSTITUIÇÃO DOS SUJEITOS ALUNOS INGRESSANTES DE LETRAS ...... 126

MULTILETRAMENTOS E EDUCAÇÃO: A FANFICTION COMO FACILITADORA

DO LETRAMENTO ESCOLAR ................................................................................. 127

MULTILETRAMENTOS E PROFESSORES EM FORMAÇÃO: UM OLHAR

CRÍTICO PARA O LETRAMENTO DIGITAL ......................................................... 128

MULTILETRAMENTOS NO ENSINO DE INGLÊS PARA JOVENS: UMA

QUEBRA DE PARADIGMAS NA SALA DE AULA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

...................................................................................................................................... 129

MULTILETRAMENTOS NO ENSINO PÚBLICO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

...................................................................................................................................... 130

MÚLTIPLAS LEITURAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA

EXPERIÊNCIA COM O LETRAMENTO CRÍTICO ................................................. 131

NARRATIVAS DA DOR: ENTRE O SILÊNCIO E A REPRESENTAÇÃO ............ 132

NETIQUETA: REFLEXÕES SOBRE O COMPORTAMENTO E O USO DA

LÍNGUA ....................................................................................................................... 133

NOMES E SOBRENOMES: POSSIBILIDADES NOS PRIMEIROS PASSOS DA

ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS ......................................................................... 134

NOVAS TECNOLOGIAS - NOVOS LETRAMENTOS: UMA EXPERIÊNCIA COM

O GÊNERO FANFICTION NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS .............. 135

NOVOS MODOS DE AVALIAR EM LÍNGUA ESTRANGEIRA............................ 136

O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA:

DESENVOLVIMENTO DO LETRTAMENTO MULTIMODAL ............................. 137

O CASAMENTO DA PRINCESA: UMA AVENTURA ESTÉTICA E

HUMANIZADORA ..................................................................................................... 138

O ENEM COMO REFERÊNCIA DE CURRÍCULO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

– A PROVA DE REDAÇÃO COMO UM INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO

SOCIAL ........................................................................................................................ 139

O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA PÚBLICA NOS DISCURSOS

DOS PROFESSORES .................................................................................................. 140

O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DAS NOVAS

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTIC’S): UMA

ANÁLISE DOS DISCURSOS DOCENTES PROPOSTOS NOS BLOGS

EDUCATIVOS ............................................................................................................. 141

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ENSINO DAS CLASSES DE PALAVRAS NO EF II SOB O VIÉS DA ANÁLISE

LINGUÍSTICA: ESTUDO REFLEXIVO DO SUBSTANTIVO E DO ADJETIVO A

PARTIR DO GÊNERO CONTO ................................................................................. 142

O ENSINO DE LIBRAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR: QUAIS

PERSPECTIVAS? ........................................................................................................ 143

O ENSINO DE SEMÂNTICA A PARTIR DOS GÊNEROS TEXTUAIS – UMA

PROPOSTA DE ABORDAGEM ................................................................................. 144

O ESTADO DA ARTE DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO: DISSERTAÇÕES E TESES SOBRE SUJEITOS COM BAIXA

VISÃO E CEGOS NO BRASIL ENTRE 2006-2016 .................................................. 145

O ESTADO DA ARTE DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO: DISSERTAÇÕES E TESES SOBRE SUJEITOS SURDOS NO

BRASIL ENTRE 2006-2016 ........................................................................................ 146

O ESTUDO DE INGLÊS NA EJA: ADEQUAÇÃO AO PERFIL DE JOVENS E

ADULTOS? .................................................................................................................. 147

GÊNERO EXPOSIÇÃO ORAL: O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE NA

SALA DE AULA ......................................................................................................... 148

O GÊNERO TEXTUAL RELATÓRIO CIENTÍFICO: AS PRÁTICAS ESCOLARES E

A CONSTRUÇÃO DE UM DISPOSITIVO DIDÁTICO ........................................... 149

O LABORATÓRIO DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL COMO

FERRAMENTA PARA O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA: LETRAMENTO E

TECNOLOGIAS DIGITAIS ........................................................................................ 150

O LETRAMENTO CRÍTICO NO TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS: UMA

PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE INFOGRÁFICOS ................................................ 151

O LÚDICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CONTRIBUIÇÕES DA

BRINQUEDOTECA NA CAPACITAÇÃO DOCENTE ............................................ 152

O PAPEL DA ESTRUTURA DE COMPLEMENTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO

DE UMA TEORIA DA MENTE: UM ESTUDO EXPERIMENTAL EM LÍNGUA

BRASILEIRA DE SINAIS .......................................................................................... 153

O PAPEL DA PONTUAÇÃO NA ESCRITA DOS ALUNOS DA EJA .................... 154

O PAPEL DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO ENSINO DE LÍNGUA

PORTUGUESA: A IMPORTÂNCIA DA ELABORAÇÃO DE SEQUÊNCIAS

DIDÁTICAS NO TRANSPORTE DA TEORIA PARA A PRÁTICA DA SALA DE

AULA ........................................................................................................................... 155

O PAPEL QUE OCUPA A LEITURA MEDIADA DE TEXTOS DIDÁTICOS DE

CIÊNCIAS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS EM SALA DE

AULA ........................................................................................................................... 156

O PIBID PEDAGOGIA DA UENF: ESTÍMULO À AUTORIA PELA ESCRITA

SOLIDÁRIA ................................................................................................................. 157

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PNAIC EM OURO PRETO: A VOZ DAS PROFESSORAS ALFABETIZADORAS

...................................................................................................................................... 158

O PROCESSO DE INSERÇÃO DE VOZES NO GÊNERO MONOGRAFIA À LUZ

DO INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO ........................................................ 159

O PROCESSO REVERBERATIVO DA VOZ DO ALUNO NA FORMAÇÃO

CONTINUADA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR ........................................... 160

O QUE É INTERDISCIPLINARIDADE? EM BUSCA DE UMA DIDÁTICA

INTERDISCIPLINAR NAS ESCOLAS BRASILEIRAS ATUAIS ........................... 161

REFLEXÕES SOBRE O MEU PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA

ADICIONAL NO INTERCÂMBIO ............................................................................ 162

O “RODÍZIO DE LIVROS” COMO INCENTIVO A FORMAÇÃO DE LEITORES

NA PERSPECTIVA DO ALFABETIZAR LETRANDO ........................................... 163

O TRABALHO COM O GÊNERO ENTREVISTA: PERSPECTIVAS DA

REALIDADE DE UMA ESCOLA PÚBLICA ............................................................ 164

O TRABALHO DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA E A CONSTRUÇÃO

DE IDENTIDADE PROFISSIONAL AO LONGO DE QUINZE ANOS DE

CARREIRA .................................................................................................................. 165

O TRABALHO PEDAGÓGICO COM A LITERATURA NO PROCESSO DE

ALFABETIZAÇÃO ..................................................................................................... 166

O TRATAMENTO DADO À MULTIMODALIDADE EM PLANOS DE AULAS:

SINALIZAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE ............................................... 167

O TRATAMENTO DADO À PRODUÇÃO DE TEXTOS POR LIVROS DIDÁTICOS

DE LÍNGUA PORTUGUESA DESTINADOS A ALUNOS DE ENSINO MÉDIO .. 168

O USO DAS RODAS DE LEITURA COMO INCENTIVO AO ENSINO DA

PRÁTICA DE LEITURA ............................................................................................. 169

O USO DE ESTRUTURAS PASSIVAS EM ESPANHOL POR ALUNOS

BRASILEIROS ............................................................................................................ 170

O USO DO FACEBOOK PARA O TRABALHO COM AS RELAÇÕES DE

GÊNEROS E SEXUALIDADES: POTENCIALIDADES PARA A AMPLIAÇÃO DOS

MULTILETRAMENTOS NA FORMAÇÃO DOCENTE .......................................... 171

O USO DO VIDEOCAST COMO UMA POSSÍVEL FERRAMENTA PARA O

DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE ............................................................... 172

ORALIDADE NA ESCOLA: O GÊNERO ENTREVISTA EM UM LIVRO

DIDÁTICO DE 8ºANO DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................... 173

OS CONCEITOS DE GÊNERO CONSTRUÍDOS NOS PCN E OS TESTES DE

REPRESENTATIVIDADE COMO PROPOSTAS DE LETRAMENTO ................... 174

OS CURSOS DE PEDAGOGIA E A FORMAÇÃO DAS (OS) PROFESSORAS (ES)

PARA A PRÁTICA DOCENTE NA CRECHE: REALIDADE E DESAFIOS .......... 175

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

OS LIVROS DIDÁTICOS E OS ESTUDOS DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NAS

AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA ....................................................................... 176

OS MULTILETRAMENTOS E OS TEXTOS MULTIMODAIS: UM NOVO

DESAFIO PARA O ENSINO DE LEITURA NA SALA DE AULA ......................... 177

OS MULTILETRAMENTOS EM SALA DE AULA: POTENCIALIDADES DO

GÊNERO TIRAS DE HUMOR ................................................................................... 178

OS PROCESSOS DE MANIPULAÇÃO DO ACONTECIMENTO NO DISCURSO

JORNALÍSTICO .......................................................................................................... 179

PEDAGOGIA DE PROJETOS DE APRENDIZAGEM E A EXPERIÊNCIA DO

JOVEM: POSSIBILIDADES DE COMPREENSÃO DO ENSINO DA LINGUA

PORTUGUESA EM TEMPOS DE CONVERGÊNCIAS E TECNOLOGIAS .......... 181

PESQUISAS EM EDUCAÇÃO SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ........... 182

PODER E ASSIMETRIAS EM UMA SALA DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA

ESTRANGEIRA MULTICULTURAL ....................................................................... 183

POESIA DE BLECAUTE: UM GÊNERO DO DISCURSO NA SALA DE AULA DE

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA .............................................................. 184

POLÍTICAS E LETRAMENTOS NA ÁFRICA DO SUL: UMA ANÁLISE DO

MATERIA L DIDÁTICO DE LÍNGUA MATERNA ADICIONAL ........................... 185

POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS PARA ALUNOS COM ALTAS

HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO: AVANÇOS E PERSPECTIVAS ............. 186

POSSÍVEIS CAMINHOS PARA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO EM

EVENTOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES ........................ 188

PRÁTICA DE ORALIDADE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ........... 189

PRÁTICAS DE LEITURA E DE ESCRITA: O DESAFIO DO LETRAMENTO ..... 190

PRÁTICAS DE LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................... 191

PRÁTICAS DE ORALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL:

CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DAS ATIVIDADES DE ESCUTA .................. 192

PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E

PESSOAL DE JOVENS ALUNOS ............................................................................. 193

PROBLEMATIZAÇÕES DOS USOS DA TEORIA DE JEAN PIAGET NA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............................................................................. 194

PROCESSOS REFERENCIAIS NOMINAIS NO GÊNERO CARTA DO LEITOR:

ESTRATÉGIAS PARA FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS .......................... 195

PROMOVENDO AS PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NOS ANOS FINAIS

DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................. 196

QUESTÕES DE LETRAMENTO A PARTIR DO GÊNERO NOTÍCIA ................... 197

REFLETINDO SOBRE A EMERGÊNCIA DOS OLHARES .................................... 198

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

Reflexão sobre a prática docente de línguas adicionais sob a perspectiva da pedagogia

de multiletramentos ...................................................................................................... 199

REFLEXÕES SOBRE AS AÇÕES FORMATIVAS DO INSTITUTO DE

APLICAÇÃO FERNANDO RODRIGUES DA SILVEIRA- CAP-UERJ .................. 200

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A PRODUÇÃO DE DESENHOS COMO

ESTRATÉGIA PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO ........ 201

RELATOS DE EXPERIÊNCIA EM FORMAÇÃO CONTINUADA: REFLEXÕES

SOBRE A PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL DE

JUIZ DE FORA ............................................................................................................ 202

RELATOS DE FORMAÇÃO DOCENTE: CALL PARA ENSINO DE LÍNGUA

INGLESA ..................................................................................................................... 203

REVISTA “CIÊNCIA NA PONTA DA LÍNGUA”: UMA EXPERIÊNCIA COM

LETRAMENTO CIENTÍFICO NO ENSINO FUNDAMENTAL .............................. 204

RODA DE VERSOS: PRETEXTOS PARA BRINCAR, COMPARTILHAR E

ENCANTAR ................................................................................................................ 205

SALA DE AULA: CAMPO DO JOGO LITERÁRIO ................................................. 206

SEQUÊNCIA DIDÁTICA EM SALA DE AULA: OS IMPACTOS DO PACTO NO

TRABALHO INTERDISCIPLINAR. .......................................................................... 207

SIMULAÇÃO DE UM SPEED DATING COMO TÉCNICA DE CONVERSAÇÃO

EM TURMAS DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA ..................... 208

TECENDO SABERES E CONSTRUINDO ENTENDIMENTOS SOBRE PRÁTICAS

DE LEITURA À LUZ DA PRÁTICA EXPLORATÓRIA ......................................... 209

TEORIA E PRÁTICA: O USO DAS ABSTRAÇÕES TEÓRICAS NO ENSINO DE

LÍNGUA INGLESA ..................................................................................................... 210

TEXTOS MULTIMODAIS DO FACEBOOK NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS

EM SALA DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA: UM PENSAR

EXPLORATÓRIO ....................................................................................................... 211

TIRAS CÔMICAS E CHARGES: LETRAMENTO MULTIMODAL NA

PERSPECTIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS ........................................................... 212

TRAJETÓRIAS FORMATIVAS DOCENTES: ALGUNS ELEMENTOS DE

ANÁLISE ..................................................................................................................... 213

UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAIS REAIS DE LEITURA E ESCRITA EM UMA

PERSPECTIVA DO DISCENTE ................................................................................. 214

UMA ANÁLISE LINGUÍSTICO-DISCURSIVA DO GÊNERO MEME(S) ............. 215

UMA EXPERIÊNCIA COM O GÊNERO TEXTUAL PROPAGANDA NO

SEGUNDO SEGMENTO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ................. 216

UMA PESQUISA COMO ENSAIO: EXERCITANDO UMA DOCÊNCIA ............. 217

UMA PROPOSTA DE (RE)LEITURA POÉTICA COM AUXÍLIO DO QR CODE 218

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA COM GÊNEROS TEXTUAIS

ARGUMENTATIVOS PARA O 3º ANO DO ENSINO MÉDIO ............................... 219

UMA PROPOSTA INTERVENTIVA DE AMPLIAÇÃO DE REPERTÓRIO:

PERSONAGENS PLANOS E ESFÉRICOS EM OBRAS DE MACHADO DE ASSIS

E LIMA BARRETO ..................................................................................................... 220

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A ARGUMENTAÇÃO SOBRE TEMAS SOCIOCIENTÍFICOS NO ENSINO DE

CIÊNCIAS E DE MATEMÁTICA: UM ESTUDO NOS ANOS INICIAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Vania Fernandes E Silva

[email protected]

Colégio de Aplicação João XXIII/UFJF

O presente trabalho surgiu do contexto social do Município de Juiz de Fora/MG onde o

assunto da epidemia de Dengue tornou-se uma questão sociocientífica necessária de ser

debatida e trabalhada pelas escolas. Buscando contribuir para a sistematização do

conhecimento acerca da argumentação sobre temas sociocientíficos no Ensino de

Ciências e de Matemática, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o objetivo deste

trabalho foi analisar o processo de argumentação dos alunos do 5º ano, durante um

debate sobre suas percepções relativas ao aumento da Dengue neste Município, em

2016. Para o presente trabalho interdisciplinar foram realizadas diversas atividades que

visavam dar sustentação aos argumentos a serem utilizados pelos estudantes. Na

realização do debate, os 26 alunos do 5º ano B, discutiram a seguinte questão: “Como

vocês percebem o crescimento da Dengue em Juiz de Fora?” A duração do debate foi

em torno de 40 minutos, que foi filmado e transcrito para posterior análise dos dados. A

base teórica utilizada para essa análise foi a estrutura estabelecida por Toulmin (2001),

na qual o argumento envolve a forma lógica em que se articulam pressupostos e

hipóteses no estabelecimento de conclusões. Baseados nesta estrutura, os argumentos se

compõem a partir de uma afirmação inicial ligada a uma conclusão por meios de

garantias (justificativas) que se apoiam em qualificadores, fundamentos e refutadores

que podem confirmar ou limitar a sua validade. Assim, a argumentação é a

oportunidade de fazer uso de uma linguagem científica, que permite ao educando

considerar alternativas, interpretar textos e avaliar se são viáveis ou não as alegações do

ponto de vista de conhecimentos teóricos, os quais são indispensáveis na construção do

conhecimento científico (DRIVER, NEWTON & OSBORNE, 2000).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A AUTO – HETEROECOFORMAÇÃO TECNOLÓGICA DO PROFESSOR DE

INGLÊS NAS REDES PÚBLICAS DE ENSINO ESTADUAL E MUNICIPAL DE

SÃO PAULO

Carla Cíntia Luz

[email protected]

PUC-SP/GPeAHFC/CNPQ

O objetivo principal desta pesquisa foi descrever e refletir sobre a auto–

heteroecoformação tecnológica de professores de inglês das redes públicas estadual e

municipal de São Paulo. Respaldados em Freire (2009; 2011), que destaca a auto-

heteroecoformação tecnológica de professores, com base na teoria tripolar apresentada

por Pineau (1988 apud FREIRE, 2009), Freire e Leffa (2013) hifenizam o termo e

afirmam que os processos formativos não se classificam em etapas isoladas (seus

construtos são complexos e não se dividem em momentos estanques). Verificaram-se

algumas características que se referem à formação tecnológica oferecida nos cursos de

licenciatura em Letras, e a importância da Educação a Distância (EAD) como apoio à

formação. Embasada em Valente (1999) e Freire (2015), abordei a importância do

computador e das TIC nos processos formativos (EAD) que apoiam a formação

tecnológica do professor de inglês. Metodologicamente, adotei o estudo de caso

(STAKE, 1999; YIN, 2002; VAN LIER, 2005), partindo da aplicação de um

questionário inicial que teve como objetivo compreender os caminhos de uma formação

docente generalizada e a formação tecnológica docente. Esse instrumento foi

preenchido por três professoras que lecionam inglês nas redes estadual e municipal do

estado de São Paulo. Também coletei, descrevi e interpretei, narrativas detalhadas sobre

a trajetória profissional das professoras de inglês participantes dessa pesquisa, que

trouxeram relatos sobre sua formação tecnológica docente. O resultado dessa pesquisa

destacou a importância de uma mudança no currículo dos cursos de licenciatura em

Letras e o papel que a EAD pode exercer em benefício dos processos auto–

heteroecoformativos na formação tecnológica do professor de inglês. As narrativas

descreveram uma formação tecnológica insuficiente, ou mesmo inexistente oferecida

nos cursos de licenciatura em Letras, além da ausência de formação tecnológica em

serviço e a deficiência no que diz respeito à disponibilidade de equipamentos

tecnológicos para uso profissional.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A BRINQUEDOTECA E SUAS POTENCIALIDADES NO PROCESSO DE

FORMAÇÃO DOCENTE

Géssica Pereira Monteiro Rangel

[email protected]

Bárbara Viana Villaça

[email protected]

Universidade Estadual do Norte Fluminense

A presente pesquisa abordou as potencialidades da brinquedoteca como espaço

facilitador de um ensino lúdico no período de formação do professor, tendo em vista,

que o futuro docente precisa adquirir competências que o permita entender a

importância da brincadeira e do lúdico no desenvolvimento e aprendizagem dos seus

alunos. Para a realização dessa proposta, baseamos nossa metodologia nas leituras de

VYGOSTSKY (1991), HUIZINGA (1993), MACEDO (2008), GIMENES E

TEIXEIRA (2011) e de acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação

Infantil (1998) juntamente com a pesquisa-ação no laboratório lúdico/pedagógico da

brinquedoteca, com alunos do primeiro ano do Normal Médio, do Colégio Estadual

João Pessoa localizado no município de Campos dos Goytacazes- RJ. Nesse contexto,

foram propostos estudos teóricos com temáticas relevantes para a formação e a futura

atuação docente, seguido de oficinas criativas, unificando teoria e prática. Após o

término das oficinas, foram realizadas entrevistas, a fim de verificar os efeitos que as

vivências no espaço da brinquedoteca promoveram para cada aluno envolvido. Nesse

trabalho constatou-se que os encontros realizados no laboratório lúdico/pedagógico da

brinquedoteca contribuíram significativamente com a formação lúdica dos alunos

envolvidos. A partir dos resultados obtidos, constatou-se que o espaço da

brinquedoteca foi um promovedor de oportunidades para a formação docente, onde

teoria e prática se encontravam em um só espaço com o propósito de estimular a

formação de profissionais da educação infantil mais críticos e criativos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A COCONSTRUÇÃO DE SENTIDOS E A IMAGINAÇÃO EM PRÁTICAS DE

LEITURA ANCORADAS NOS GÊNEROS TEXTUAIS: ANÁLISE DE UMA

PROPOSTA PARA O 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Aline Salucci Nunes

[email protected]

UERJ - FFP

Carolina Scali Abritta

[email protected]

UERJ - FFP

O presente trabalho apresenta a análise sociointeracional de uma atividade de leitura,

desenvolvida em uma turma do quarto ano do ensino fundamental, em uma escola

pública da rede municipal de Itaboraí, no ano de 2015. Com base em uma perspectiva

pragmática de linguagem e, a partir de reflexões acerca das teorias de letramentos

(KLEIMAN, 2012 [1995], 2007; STREET, 2014 [1995]), gêneros textuais

(MARCUSCHI, 2008; BHATIA, 2001 [1997]; BAKHTIN, 2011; SCHNEUWLY e

DOLZ, 2011 [2004]), e da contribuição da Análise da Conversa Etnometodológica

(GARCEZ, 2006; 2008), buscou-se investigar, a partir da análise da fala-em-interação,

como o processo de coconstrução de sentidos sobre um texto próprio do gênero

jornalístico pode despertar a imaginação e ampliar o trabalho com o texto escrito. Os

resultados demonstram que uma proposta de aula, inspirada na arte de brincar com o

texto, conseguiu um engajamento maior das crianças; não reduziu a prática de leitura a

exercícios de “copiar e colar”, e permitiu a coprodução de significados, orientando a

imaginação e coproduzindo aprendizagens.

Palavras-chave: Fala-em-interação; coconstrução de sentidos; imaginação; gêneros

textuais.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PROFESSOR DE

LÍNGUA INGLESA POR MEIO DO DISCURSO EM CONTEXTO ONLINE

Valkíria Bento Luiz

[email protected]

Centro Universitário ENIAC

O presente trabalho apresenta os resultados parciais da pesquisa de mestrado que

objetiva analisar o discurso do professor de inglês, como ele vê sua profissão e se

reconhece como profissional, de um curso de formação em ambiente online. O estudo

está atrelado às metafunções da linguagem: o significado como representação

(metafunção ideacional) e significado como troca (metafunção interpessoal) e identifica

os processos mais frequentes a partir das escolhas léxico-gramaticais dentro de um

contexto situacional. O trabalho fundamenta-se na Linguística de Corpus (SARDINHA,

2004) com auxílio do programa WordSmith Tools (SCOTT, 2011) para a coleta e

análise de dados linguísticos e na Linguística Sistêmico-Funcional (LSF)

(HALLIDAY, 1994), (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004), que busca estudar as

funções sociais da língua em uso, no qual as escolhas feitas pelos usuários de uma

determinada língua não ocorrem por acaso, mas de acordo com os contextos de cultura e

de situação; apoiada na Teoria da Avaliatividade (MARTIN & WHITE, 2005) e na

Análise do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001). O Corpus de análise constitui-se de 270

interações produzidas em 7 fóruns pelos participantes do curso de aperfeiçoamento para

professores de inglês: Teachers’ Links, oferecido pela PUCSP. Os resultados

preliminares apontam para os processos materiais seguidos dos relacionais que

representam as experiências profissionais dos professores, suas reflexões sobre as

práticas e os aspectos interpessoais que revelam os recursos do sistema de modalidade

que mostram as atitudes dos professores e o seu comprometimento perante as

discussões propostas nos fóruns. Espera-se que este estudo contribua para propostas de

mudanças nas práticas de ensino de Língua Inglesa a partir da reflexão que o professor é

um sujeito social, carregado de fragmentos identitários que influenciam diretamente na

sua prática docente.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A CONSTRUÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORAS DOS ANOS

INICIAIS: QUAL O LUGAR DA EXPERIÊNCIA?

Deniele Pereira Batista

[email protected]

Colégio de Aplicação João XXIII/UFJF e Universidade Católica de Petrópolis

O foco desta pesquisa, ainda em andamento, está direcionado para as experiências de

professoras dos anos iniciais do ensino fundamental em suas práticas pedagógicas;

experiências que tenham contribuído com o processo de construção dos seus saberes

docentes. Pressupostos teóricos de Dewey, Larrosa e Dubet fornecem apoio para o

movimento compreensivo que busca analisar os acontecimentos sob a ótica de uma

formação na/pela experiência. Os procedimentos de coleta, análise e interpretação de

dados aproximam-se dos princípios da entrevista compreensiva (KAUFMANN, 2013).

No período de junho/2015 a abril/2016 foram realizadas treze entrevistas individuais,

todas com professoras da rede pública de ensino. O estudo aponta, parcialmente, para

alguns resultados, dentre os quais destaco aqueles relacionados a elementos

constituintes da profissionalidade docente das professoras entrevistadas: 1)

determinados momentos da carreira deixam entrever o empreendimento de ações (o agir

sobre a experiência) e as consequências dessas ações, sofridas e pensadas por elas,

trazendo à tona o sujeito da experiência (DEWEY, 1959); 2) no processo de formação

docente as professoras tendem a valorizar os espaços de criação, espaços onde o “fazer

experiência” e o “narrar experiência” sejam as molas propulsoras; 3) a prática

pedagógica é vista como instância profícua para a construção de saberes docentes pelo

potencial de ensejar experiências de valor formativo, ainda que as escolas em que

atuam/atuaram as professoras venham se configurando como instâncias que tendem a

enfraquecê-las; 4) estamos diante de profissionais que fazem experiências e que, a

despeito dessa capacidade, sentem necessidade de problematizá-las e comunicá-las, pois

na medida em que a experiência passa pelos olhos dos outros, torna-se mais subjetiva e

também mais social (DUBET, 1994); 5) quando o foco é posto nas relações que são

estabelecidas entre as professoras e seus pares no interior das escolas, percebe-se que

elas vivenciam a era da pobreza da experiência (LARROSA, 2014).

Palavras-chave: Experiência. Prática. Saberes docentes.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A CONSTRUÇÃO TEXTUAL EM REDE: REFERENCIAÇÃO E MEME(S)

Rita De Cássia Martins Dos Santos

[email protected]

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – (UERJ/Capes)

Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS

Tendo a referenciação como um processo de construção de sentido e de constituição da

atividade discursiva, este trabalho, apoiado na perspectiva sociocognitiva-interacional,

propõe analisar o gênero digital “meme”, amplamente utilizado em redes sociais

virtuais, e propor atividades didáticas (intervenções) com o objetivo de constatar como

se constrói os referentes nesse tipo de texto. A pesquisa, em andamento, se baseia nos

fundamentos da Linguística Textual (KOCH, 2015, CAVALCANTE, 2014), e constitui

a referenciação como um processo de construção de sentido. Tem-se, ainda, como

suporte teórico, a concepção bakhtiana no estudo dos gêneros, considerando estes como

relativamente estáveis e, por isso, reconhecidos pelos usuários de uma determinada

língua. Aliado a esses conceitos, é necessário considerar o estudo da linguagem

multimodal (KRESS; LEEUWEN, 2001) presente nos gêneros digitais,

contextualizando seu meio de circulação e seu objetivo comunicativo. Essa investigação

vem sendo desenvolvida com alunos de Ensino Fundamental (oitavo ano), a partir da

produção de sequências didáticas, que visam problematizar e conscientizar sobre o uso

dos referentes e suas possíveis recategorizações, refletindo sobre as possíveis mudanças

decorrentes dos critérios de sentido a partir do indivíduo e do suporte em que o gênero

meme aparece. Nos resultados iniciais, constata-se o contato desses alunos com os

ambientes virtuais em que o meme costuma circular, além do não reconhecimento do

caráter textual quando produzido sem linguagem verbal. Dessa forma, o conceito de

texto e a constituição da leitura como uma prática social estão sendo construídos para

que as propostas sejam realizadas com base nos preceitos teóricos norteadores deste

trabalho.

Palavras-chave: referenciação; gênero digital; meme.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A CORREÇÃO REFLEXIVA DE TESTES ESCRITOS COMO UM SUPORTE

PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM

Tufi Neder Neto

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

Este projeto foi realizado em uma turma de Língua Inglesa, do curso de Letras da

UFLA, no ano de 2016. Seu foco foi o desenvolvimento da Aprendizagem

Autorregulada (AAR), definida como “o processo autodirecionado por meio do qual os

aprendizes transformam suas habilidades mentais em habilidades relacionadas às tarefas

acadêmicas” (Zimmerman, 2009:1). Segundo a autora, a AAR pode ajudar os alunos a

se tornarem mais autônomos em seu progresso cognitivo. Neste trabalho, nós

destacamos a importância de ações anteriores e posteriores à aplicação de testes

escritos, cujo enfoque residiu na conscientização dos alunos sobre aspectos variados

inerentes à sua aprendizagem, por exemplo, o gerenciamento do tempo, a seleção e uso

de estratégias ou a análise de erros em testes escritos. Para capturar as impressões dos

alunos, usamos uma Ficha de Correção Reflexiva, a qual foi aplicada durante a correção

dos testes escritos. A reflexão proporcionada pela ficha constituiu-se em uma

oportunidade para os alunos pensarem sobre sua preparação para os testes e sobre as

causas das dificuldades que encontraram nos erros que cometeram em suas questões.

Scharle & Szabó (2000) propõem que os educandos sejam estimulados a exteriorizar

seus processos cognitivos ao nível da consciência para que possam fazer descobertas

sobre seu modo de pensar. Supõe-se que essa exteriorização possa desencadear um

processo lento de análise e reconsideração de atitudes, visando a melhoria da

aprendizagem. A conscientização dos alunos ficou evidente nos registros que

produziram. Isso nos mostra que a AAR pode ser uma ferramenta valiosa para a

aprendizagem. Esses registros também se tornam uma fonte de informação acerca de

processos mentais dos alunos que podem ajudar professores, instituições de ensino e

autores de material didático a leva-los em consideração para elaborar novas formas de

contribuir para a melhoria da aprendizagem.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A DIVERSIDADE CULTURAL E O ENSINO DA LÍNGUA

Aira Suzana Ribeiro Martins

[email protected]

CPII- SELEPROT/ LITESCOLA

De acordo com dados do Ministério da Educação, 50% dos estudantes brasileiros

chegam ao final do Ensino Médio com sérios problemas de leitura e escrita. A escola,

com pouca habilidade para lidar com essas dificuldades, alega que a causa desse quadro

é patológica. Desse modo, cerca de 30% dos estudantes que concluem a Educação

Básica são diagnosticados como portadores de alguma deficiência. É urgente, portanto,

que a escola considere a enorme diversidade que encontra em seus bancos, como as

diferenças socioeconômicas, culturais, regionais e linguísticas. Não se pode ignorar o

conhecimento trazido pelo aluno quando inicia sua formação na instituição escolar, quer

seja oriundo de um meio culto, quer seja oriundo das classes populares. Todo esse

conhecimento deve ser valorizado, com vistas à promoção de uma troca de saberes, que

vai contribuir para o enriquecimento do repertório de todos. Acreditamos que um

trabalho efetivo com o texto contribua para a melhoria da escrita e da compreensão

leitora e, ainda, desenvolva no indivíduo o respeito às diversas manifestações artísticas e

a sensibilidade para a apreciação do belo. Inspirados nessas reflexões, realizamos um

projeto de leitura e produção textual, o qual pretendemos apresentar neste texto, a partir

da leitura do livro “Histórias de Alexandre” (2000), de Graciliano Ramos. As atividades

foram desenvolvidas no ano de 2016, com alunos do sexto ano do Colégio Pedro II,

situado no Rio de Janeiro. Temos como referência as obras de autores como Cosson

(2014), Colomer (2003, 2009) e Petit (2008, 2009, 2013), entre outros.

Palavras-Chave: Ensino de leitura. Produção textual. Cultura brasileira

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A ESCRITA INFANTIL COMO ESPAÇO DE MANIFESTAÇÃO INDIVIDUAL

Lana Rose Correa Lima Martins

[email protected]

Prefeitura Municipal de Juiz de Fora

Suzana Lima Vargas

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

A produção de textos na escola, embora uma tarefa ainda pouco explorada na fase

inicial da alfabetização por muitos docentes constitui-se de suma importância para o

desenvolvimento da oralidade e escrita da criança (KOCH E ELIAS, 2014). Nesse

sentido, oferecer oportunidades para o exercício dessa habilidade é promover o

aprendizado da língua, levando em consideração seus usos reais na vida social. Quando

o trabalho com a produção de textos no ambiente escolar é significativo, possibilita ao

aprendiz, além da apropriação do sistema, a expressão de ideias e sentimentos

reveladores de saberes, que nem sempre são demonstrados no dia a dia

(JOLIBERT,1994). Nesse relato, apresento um recorte da minha prática como

professora alfabetizadora compartilhando a experiência com o trabalho de produção de

texto, numa sala de primeiro ano de uma escola municipal de Juiz de Fora. Para tanto,

serão retomadas as interlocuções construídas no grupo Alfabetize, da Faculdade de

Educação da UFJF e os estudos de formação continuada do PNAIC (Programa Nacional

de Alfabetização na Idade Certa) (BRASIL, 2013- 2014), os quais foram relevantes

para que a transposição didática se efetuasse em sala de aula. Levar nossas crianças a

produzirem textos é uma tarefa possível, às vezes, árdua, pois requer planejamento,

sistematização e avaliação. Ao longo do caminho é preciso observar, intervir, mediar,

considerar os avanços, mesmo que pareçam pequenos aos olhos de observadores menos

atentos. Nessa tarefa de aprender e ensinar, para ambos os lados envolvidos, o processo

pode ser tão compensador quanto o produto finalizado.

Palavras-chave: Alfabetização, produção de texto, formação continuada.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A EXPECTATIVA DOS PAIS QUANTO À ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Ludmylla Karinne Trigueiro Meireles

[email protected]

Faculdade de Educação UFRJ/ Programa de Pós Graduação UFRJ/ LEDUC

Trabalho como professora de Educação Infantil em uma instituição privada, localizada

na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, com crianças de cinco anos de idade e percebo

a preocupação dos responsáveis com a alfabetização, levando expectativas quanto ao

trabalho escolar e tentando discutir metodologias próprias a este período, considerada

pelos professores muitas vezes como precoce. Neste trabalho, discuto o tema da

alfabetização como responsabilidade curricular da escola desde a Educação Infantil e a

construção de possibilidades para este processo fluir, respeitando o tempo de

aprendizagem e a necessidade da criança. Durante o período fevereiro de 2016 a março

de 2017, estive com as crianças, participando de suas experiências na escola, bem como

de reuniões de pais, de supervisões pedagógicas do grupo de suas professoras e do

centro de estudos. Levantei posicionamentos da equipe pedagógica desta instituição, em

relação às perspectivas dos responsáveis quanto à leitura e escrita infantil. Os relatos

dos profissionais sobre o processo de evolução de leitura e escrita das crianças e suas

hipóteses, são justapostos aos comentários sobre a avaliação dos responsáveis, às

angústias expressas em relação às etapas do processo e o tempo de aprendizagem da

criança. A análise incide sobre tais aspectos, em relação à questão principal da

alfabetização e leituras sobre as concepções de linguagem escrita de Vigotski (2008) e

ainda as de Ferreiro (2001) permitiram compreender a metodologia proposta pela escola

e o trabalho do professor, em consonância com tempo de maturação da criança, para que

a aprendizagem se concretize.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A EXPERIÊNCIA DO USO DO JOGO CARA A CARA COM PERSONAGENS

FOLCLÓRICOS

Aparecida Letícia Oliveira Mota

[email protected]

Mestrado Profissional em Práticas da Educação Básica - Colégio Pedro II

As brincadeiras populares fazem parte da infância, bem como as narrativas orais, que

são transmitidas de geração em geração. Essas narrativas, carregadas de fatos

sobrenaturais e mistérios, sempre trazem a reação de encantamento nas crianças, que, ao

ouvi-las, têm sua imaginação estimulada. Como sabemos, com o avanço da tecnologia,

o encantamento e as surpresas geradas a partir do conhecimento das lendas e das

brincadeiras regionais têm se perdido. A influência dos meios de comunicação e a

facilidade de acesso à internet são alguns dos fatores que têm contribuído para que as

crianças prefiram os jogos eletrônicos às leituras. Partindo dessa realidade, pretendeu-

se, com esta pesquisa, realizar uma intervenção nas aulas de Educação Física, utilizando

a contação de lendas brasileiras como conteúdo pertencente à cultura. Com isso,

almejou-se ampliar o espaço da narrativa na escola, além de possibilitar a vivência de

um jogo associado às narrativas. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada

com alunos de uma turma do terceiro ano do Ensino Fundamental, de uma escola

municipal da Zona Oeste do Rio de Janeiro, no primeiro semestre do ano de 2017. O

objetivo foi demonstrar como o uso da narrativa e a apropriação de um jogo infantil

podem contribuir para a efetivação de um currículo multicultural que proporcione a

reflexão, autonomia, conhecimento e valorização da pluralidade, bem como o

desenvolvimento da oralidade. Para que esse objetivo fosse alcançado, foram adotados

os pressupostos teóricos de Moreira e Candau (2003), acerca do multiculturalismo na

escola, e Neira (2008) para embasar a Educação Física como cultura corporal. A

experiência realizada demonstrou o interesse dos alunos frente à intervenção, pois eles

encontraram, a partir da contação de histórias e da adaptação do jogo Cara a Cara, uma

possibilidade de avaliar seus conhecimentos acerca do folclore brasileiro, bem como o

aprimoramento da construção da linguagem.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NA SALA DE AULA A PARTIR DA LEITURA

DE CONTOS DE TERROR DE EDGAR ALLAN POE

Júlia Maria Cerqueira Soares

[email protected]

Érika Kelmer Mathias

[email protected]

Universidade Federal De Juiz De Fora

Nos últimos quinze anos, têm-se defendido que os professores de literatura busquem

vencer a usual noção conteudística da disciplina, pautada principalmente em falar sobre

a literatura, em prol de se focar em práticas de leitura do texto literário, em que o

aspecto central desse tipo de texto, a saber, o estético, seja privilegiado.

Nesse sentido, elaboramos uma proposta interventiva em uma turma de 9º ano, do

Ensino Fundamental, de uma escola pública estadual no município de Juiz de Fora –

MG –, que tem como objetivo principal elaborar estratégias de leituras que se

diferenciem das cotidianamente usadas nas aulas de Literatura. Para tal, trabalharemos,

especificamente, com o gênero “conto de terror”, por este já estar nos conteúdos

programáticos das séries finais do Ensino Fundamental II e por despertar grande

interesse dos jovens nesta faixa etária.

Para tanto, escolhemos como autor literário o escritor Edgar Allan Poe e estruturamos

nossa proposta em cinco etapas: aplicação de um questionário para conhecer a relação

dos alunos com a Literatura; introdução dos alunos no universo literário de Edgar Allan

Poe; ampliação de repertório literário com esse autor; elaboração de um jogo narrativo

baseado nos contos lidos, inspirado nos jogos de RPG (Roleplaying Game), no qual os

jogadores constroem narrativas colaborativamente; e, por fim, aplicação de um novo

questionário para avaliarmos o impacto desta experiência estética para os alunos.

Elegemos como metodologia a pesquisa-ação e como aparato teórico os seguintes

conceitos e autores: letramento literário (PAULINO e COSSON), leitura compartilhada

(COLOMER), círculos de leitura (COSSON), mediação de leitura (PETIT), repertório e

espaços vazios (ISER), polissistema literário (EVAN-ZOHAR) e leitura em suspense

(MATHIAS).

Palavras-chave: Ensino de literatura. Letramento literário. Leitura compartilhada.

Experiência estética. Edgar Allan Poe.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A FORMAÇÃO CONTINUADA DE REDE E EM REDE: UMA ARTICULAÇÃO

NECESSÁRIA PARA MELHORIAS NO ENSINO

LUCIANA CASTRO

[email protected]

Doutoranda /UFJF

Este trabalho objetiva discutir a articulação entre a formação continuada docente em

rede e de rede no âmbito do processo formativo dos professores alfabetizadores. Em um

contexto nacional marcado por persistentes índices de fracasso na aprendizagem das

crianças quanto a aquisição e uso do material escrito, percebe-se dentre as políticas

educacionais implementadas, um significativo investimento na formação dos

professores que atuam com os discentes no processo inicial de alfabetização. Na

realidade recente, em consonância com a política educacional brasileira em alfabetizar

as crianças até o final do terceiro ano do ensino fundamental, importante dar

visibilidade a formação pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Trata-se

do maior programa de formação no âmbito brasileiro. Configura-se como uma formação

em rede que opera fundamentalmente pelas universidades a partir da articulação do

Ministério da Educação e municípios pactuados. De acordo com um levantamento

bibliográfico realizado como parte do mapeamento feito para um estudo sobre o

contexto da formação docente no Brasil, ficou evidente que embora a defesa pela

institucionalização das universidades frente à formação continuada seja recorrente na

comunidade acadêmica, paira uma tensão

referente aos outros efeitos possíveis, sobretudo, decorrentes do desafio veemente no

processo formativo em articular teoria e prática. A pesquisa bibliográfica indicou que

tendo em vista ampliar as possibilidades de práticas pedagógicas capazes de viabilizar

melhorias na escolarização, é preciso que o conjunto de profissionais que atuam no

contexto escolar tenham a oportunidade de construírem e reconstruírem conhecimentos

a partir de uma prática profissional colaborativa, o que denota uma necessária

articulação entre a formação em rede e a formação de rede. A discussão será respaldada

no diálogo com pesquisadores como António Nóvoa, Bernadete Angelina Gatti, Elba de

Sá Barreto, Marli Eliza Damalzo Afonso André, Iria Brzezinsk, Maria Helena G. Dias-

Da- Silva. Renata Portela Rinald, Flávia Medeiros Sarti e Magda B. Soares.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A IDENTIDADE DO FORMADOR DE PROFESSORES ALFABETIZADORES:

UM PROCESSO EM CONSTITUIÇÃO

Fernanda De Araújo Frambach

[email protected]

Universidade Federal do Rio de Janeiro

A ênfase na formação docente nas políticas educacionais é uma realidade no Brasil.

Com a intenção de atingir um número cada vez maior de profissionais, uma estratégia

recorrente é a organização de programas de formação “em cascata”, nos quais alguns

professores selecionados atuam como formadores de outros docentes. A seleção destes

profissionais é realizada das mais diversas formas, apesar das orientações que

geralmente as políticas encaminham. Neste sentido, podemos indagar: como este

profissional se constitui como formador de outros professores? A fim de refletir sobre

esta questão, o objetivo deste trabalho foi realizar algumas análises da formação docente

no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), investigando a estrutura

“em rede” desta proposta. O caminho metodológico escolhido foi a análise discursiva

(BAKHTIN, 2011) dos documentos que regulamentam o programa, articulada com as

vozes (ANDRADE, 2004) de professores que assumiram o papel de orientadores de

estudos, os quais revelam suas vivências nos diversos cenários formativos e os

investimentos nos níveis pessoal e profissional. Tal perspectiva esteve fundamentada

em autores como Nóvoa (1992), Tardif (2006), Andrade (2003, 2010), Prado e Soligo

(2007) e outros que enfatizam a necessidade de conhecer e compreender os saberes e as

práticas docentes a partir dos discursos dos próprios professores, concebendo-os como

sujeitos produtores de conhecimento. Os resultados apontam que a participação dos

orientadores no PNAIC, cujas motivações, formas de inserção e atuação foram distintas,

tem refratado em suas identidades. Esta conclusão instiga-nos a refletir a respeito da

formação do formador, apontando para o reconhecimento da complexidade da tarefa

deste e para a necessidade de análise crítica das políticas de formação.

Palavras-chaves: Formação docente; formadores de professores; discursos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO CIDADÃ NO ENSINO

FUNDAMENTAL II

Flaviane Gonçalves Corrêa

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho tem como objetivo apresentar reflexões oriundas do Estágio

Supervisionado II de Língua Portuguesa realizado em uma Escola Estadual da cidade de

Juiz de Fora – MG, no oitavo ano do Ensino Fundamental, no ano de 2016. Com base

nas observações das aulas ministradas pela professora responsável pela turma,

percebemos a necessidade de trabalhar a leitura de forma crítica com os alunos, a fim de

que eles pudessem passar de um estágio de leitura superficial para um estágio em que

eles se posicionassem como leitores críticos. Desse modo, buscamos, através da nossa

intervenção didática, trabalhar com diferentes gêneros textuais, tratando de uma

temática relevante para a formação cidadã dos alunos: a busca pelo corpo perfeito.

Tivemos como ponto de partida um gênero textual comum na Antiguidade Clássica, um

mito do poeta Ovídio, a partir do qual começamos a tratar de uma questão bem atual: a

vaidade excessiva. Esse primeiro gênero permitiu que os alunos percebessem que a

temática escolhida para essas aulas sempre foi discutida, reforçando que os textos

clássicos, como o do poeta Ovídio, possuem o efeito de imortalidade e permanência,

pois são vistos como referenciais identitários atemporais, consagrados a maiores

patrimônios imateriais da nossa cultura (FORTES; MIOTTI, 2014). Com base em

autores como Kleiman (2013) e Koch (2014), refletimos sobre o conceito de leitura e

pensamos em maneiras de levá-la para a sala de aula, de modo que os estudantes se

vissem envolvidos desde o início com um mito, passando ainda por gêneros como

reportagem, artigo de opinião, tirinha etc. Dessa forma, nos baseamos em um tema

relevante à formação dos alunos, buscando que eles se colocassem como agentes no

processo de significação da leitura.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A IMPORTÂNCIA DA ORALIDADE NAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO DE

ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Marcia Cristina Mendes De Freitas

[email protected]

SME- RJ/MPPEB - CPII

Neste artigo, pretendemos apresentar resultados de uma pesquisa em andamento. Temos

também a intenção de discutir a importância da oralidade nas práticas de leitura e

letramento para o desenvolvimento da língua oral dos alunos com deficiência

intelectual. Nossas informações foram obtidas a partir de uma roda de conversa com os

responsáveis pelos alunos que frequentam a Sala de Recurso Multifuncional de uma

escola pública de Ensino Fundamental do município do Rio de Janeiro. O objetivo do

encontro foi a obtenção de informações sobre experiências e preferências de leituras dos

alunos e das respectivas famílias. Após o levantamento de informações será analisada a

importância dada à leitura na vida dos alunos e de suas respectivas famílias. Faremos

também uma reflexão sobre o modo como as práticas de leitura e contação de histórias

interferem no desenvolvimento da língua na modalidade oral. Como sabemos, a questão

da oralidade e não só da escrita deve ser valorizada e trabalhada nas práticas de

letramento. Segundo Cosson (2016), nosso corpo é feito de palavras que exercitamos no

cotidiano. Quanto mais usamos a língua, maior se torna nosso mundo. É dever,

entretanto, que a escola se comprometa com o letramento desses estudantes, respeitando

os saberes construídos por sua comunidade e por seu grupo familiar. Gomes e Moraes

(2013) nos convidam a refletir sobre a participação do aluno que cria histórias, constrói

conhecimento, reproduz narrativas ouvidas ou lidas. Mais uma vez, a escola torna-se um

importante espaço que garante a língua viva e falada. É um espaço rico, onde sujeitos

interagem e produzem cultura. Acrescentamos que nossas considerações acerca das

práticas de oralidade em sala de aula se devem, em grande parte, às leituras de autores

como Dolz e Schneuwly (2004), Ramos (1999) e Belintane (2013).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A INFLUÊNCIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NAS PRODUÇÕES

ESCRITAS DA LÍNGUA PORTUGUESA DE ALUNOS SURDOS DO 9º ANO

DO ENSINO FUNDAMENTAL II DA CIDADE DE MACAÉ/RJ: RELATOS DE

EXPERIÊNCIAS

Cristiane Regina Silva Dantas

[email protected]

Eliana Crispim França Luquetti

[email protected]

Universidade Estadual do Norte Fluminense- UENF

O presente trabalho advém da observação de produções textuais escritas, realizadas

durante as aulas de Redação por alunos surdos do 9º ano do Ensino Fundamental 2, da

Rede Pública da cidade de Macaé/RJ, no primeiro bimestre do ano escolar de 2017. No

Brasil, temos como política nacional educacional o Bilinguismo para surdos,

sancionado pela lei Nº 13.005/2014, o qual prevê a oferta de educação bilíngue, tendo a

LIBRAS como primeira língua e a língua portuguesa na modalidade escrita como

segunda língua. A LIBRAS é a língua natural da pessoa surda. Surdos usuários desta

língua expressam conceitos, externam pensamentos e opiniões através da mesma.Os

discentes surdos deverão aprender a língua portuguesa na modalidade escrita, como

segunda língua. No entanto, espera-se que os mesmos já tenham passado pelo processo

de aquisição de primeira língua, a de sinais, e, para o aprendizado de segunda língua,

deverá ser usado de acordo com Quadros (2008) técnicas de ensino que partem do

pressuposto dos surdos já terem adquirido habilidades interativas e cognitivas diante das

experiências visuais proporcionadas pela LIBRAS.Os alunos surdos pertencentes a esta

pesquisa estudam em turma de inclusão, sendo expostos às duas línguas temáticas deste

trabalho. Durante as aulas de Redação, foi solicitado aos alunos discorrerem sobre

alguns temas específicos em seus textos, os quais deveriam produzir de acordo com a

estrutura da língua portuguesa o que lhes foi solicitado. No entanto, grande parte do

material escrito produzido seguiu a estruturada falada da LIBRAS, a exemplo de

ausências de alguns processos de concordância tais como o uso de preposições e verbos

no infinitivo, sem estar conjugados. De acordo com Quadros (2004), os surdos ao serem

expostos a processos gramaticais da língua portuguesa, atualizarão essa nova

morfologia e essas novas estruturas vão sendo representadas mentalmente de modo a

efetivar a aquisição de sua segunda língua.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A INTERAÇÃO FICTIVA E A SALA DE AULA

Leila Cruz Magalhães

[email protected]

Luiz Fernando Matos Rocha

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

O presente trabalho tem o objetivo de discutir os resultados preliminares da pesquisa de

mestrado em Linguística, “A interação fictiva e a sala de aula”, que pretende mapear os

diversos exemplares fictivos presentes no discurso docente e suas funções dentro dos

eventos de fala da sala de aula. Como quadro teórico, adotamos a premissa da

Linguística Cognitiva, que considera a existência de uma relação estreita entre língua e

os outros planos cognitivos. Como principal autora, elegemos Pascual (2006a, 2006b,

2014) estudiosa da área da Cognição e responsável pela criação do termo “Interação

fictiva”. A linguista afirma que o fenômeno da interação fictiva está presente em nossa

organização mental e linguística e, teria se originado a partir do frame de conversação,

isto é, os exemplares fictivos estariam relacionados ao formato das interações verbais,

como se o locutor estivesse forjando um diálogo em seu turno de fala. Dentre os

exemplos mais canônicos, temos as perguntas retóricas que, não têm o objetivo das

perguntas factivas, pois não há a necessidade de uma resposta. Acerca da metodologia,

utilizamos o corpus de sala de aula elaborado por Cadilhe(2013), que realizou sua

pesquisa de doutorado acerca do papel da interação no processo de ensino-

aprendizagem na educação médica. Neste sentido, ao longo do desenvolvimento de

nossa pesquisa estamos realizando a leitura e as oitivas deste corpus, e como resultados

preliminares, observamos a presença de exemplares fictivos, tais como as perguntas

retóricas, comandos fictivos,etc. Esses elementos no levaram às seguintes questões: qual

a relação do fenômeno com a sala de aula? Ele seria mesmo uma estratégia essencial ao

âmbito educacional? Quais eventos estariam relacionados à interação fictiva? Instrução?

Chamada de atenção? Desse modo, pretendemos realizar análises mais profundas acerca

do objeto, para que possamos responder a essas questões e aos possíveis novos

questionamentos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A INTERDISCIPLINARIDADE COM TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO

LITERÁRIOS

Aline Cristina Cruz E Lima

[email protected]

UERJ

Natália Cristina Cruz De Souza

[email protected]

UFJF

Nosso objetivo é apresentar uma experiência de aula interdisciplinar, realizada em

fevereiro de 2017, na cidade de Santos Dumont, Minas Gerais, tendo como público

alunos do terceiro ano de uma escola pública. A escolha se justificou pela dificuldade de

leitura e escrita que ainda vinham apresentando, especialmente quando da produção de

textos argumentativos. Nosso objetivo foi demonstrar que, seguindo as orientações dos

Parâmetros Curriculares (1998,2000, 2002) a atividade interdisciplinar é possível de ser

realizada, além de requerida como forma de superar a fragmentação dos conteúdos das

diferentes disciplinas que compõem o currículo escolar, bem como abandonar a leitura

superficial e mecanizada que, muitas vezes, se realiza nas escolas em geral e que não

proporciona ao aluno condições de desenvolvimento comunicativo. Os textos a

escolhidos foram: um fragmento do poema Navio Negreiro, de Castro Alves e uma

musica do rapper Emicida, Boa Esperança. Com o título Do navio negreiro à cozinha:

a saga dos negros no Brasil, a aula teve por objetivo estabelecer o diálogo entre

diferentes disciplinas, comprovando a possibilidade de se compreender um texto sob

diferentes aspectos que se complementam, o que torna a leitura mais significativa, pois,

conforme Fazenda (2014, p. 39), o diálogo é “condição sine qua non para o exercício

efetivo da interdisciplinaridade”, que foi o caminho escolhido para as práticas de leitura

realizadas, desfazendo a compartimentação das diferentes áreas do saber. O intuito foi o

de promover interação maior entre os professores que aderiram ao projeto e os alunos,

através de uma proposta de atividade para ser desenvolvida durante a aula. A atividade

tratou de questões sociais presentes tanto no poema do século XIX como no rap do

século XXI. Destaca-se aqui o propósito do trabalho conjunto a fim de contribuir para a

formação da cidadania e a consciência da realidade em que o aluno está inserido.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A LEITURA DE ALGUNS CLÁSSICOS ATRAVÉS DE JOGOS

MATERIAIS/VIRTUAIS ELABORADOS EM SALA COM OS ALUNOS DO

ENSINO MÉDIO

Renato Cassim Nunes

[email protected]

Terezinha Cristina Martins

[email protected]

Escolas Públicas Estaduais e Municipais

Partindo do pressuposto de que os alunos alfabetizados já são leitores; do fato aventado

por ORLANDI (1996, p. 39) de que o aluno lê dentro e fora da escola; e da experiência

empírica em sala de aula onde o alunado aparenta não gosta de ler os clássicos de nossa

literatura, seja por dificuldades em compreender o registro linguístico das obras ou pelo

número de páginas que as mesmas possuem; elaboramos, numa parceria entre uma

professora de matemática e técnica de biblioteca com um professor de língua

portuguesa, um trabalho interdisciplinar, envolvendo as seguintes disciplinas: artes -

língua portuguesa - literatura - matemática, com alunos dos 2º e 3º anos de uma escola

pública estadual da região metropolitana de Belo Horizonte no ano de 2013 sobre ler os

clássicos através de jogos de leitura. Para isso, consideramos a proposta piagetiana

adotada por MACEDO (2000, p. 33) sobre usar uma metodologia de ensino na qual o

aluno é tido como um sujeito pensante capaz de aprender qualquer matéria ou conteúdo

desde que o mesmo seja remetido a algo conhecido. Assim, construímos três jogos de

leitura, o primeiro foi um bingo de palavras com o livro A Moreninha de Joaquim

Manuel de Macedo, o segundo foi um jogo de trilha com o livro O Cortiço de Aluísio

Azevedo e o terceiro foi correições de palavras com o livro Macunaíma de Mário de

Andrade. Tais atividades resultaram em discussões/reflexões sobre as obras citadas e no

despertamento do interesse pela leitura por parte de alguns alunos.

Palavras-chave: Ato de ler. Clássicos da literatura. Jogos de Leitura. Análise do

Discurso

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A LEITURA E ESCRITA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO: ALGUMAS

SIGNIFICAÇÕES

Fernanda De Fátima Cassimiro Alcântara

[email protected]

(PMJ; Anhanguera-Joinville)

Dalve Oliveira Batista Santos

[email protected]

(UFT/PUC-SP)

O presente artigo apresenta uma discussão reflexiva, a partir de

uma abordagem qualitativa, acerca do valor da leitura e da escrita na vida dos

indivíduos no processo de alfabetização. Trata-se, portanto, de uma sensibilização,

frente aos altos índices de analfabetismo funcional, e sobre a necessidade dos

professores reconhecerem que o processo de aquisição de leitura e

escrita envolve práticas metodológicas significativas e embasadas numa perspectiva

interacionista. Tais práticas permitem o desenvolvimento de competências nos

educandos que os levam a compreensão de mundo e da palavra (FREIRE, 1989) durante

a alfabetização, e a construção de múltiplos sentidos diante das informações

disponibilizadas. Dessa forma, a pesquisa se torna relevante por possibilitar uma

reflexão acerca do processo de aquisição da leitura e da escrita numa perspectiva

dialógica e responsiva, promovendo um agir linguageiro efetivo. Nesse ínterim, para

atender ao objetivo proposto, buscou-se embasamento em teóricos e pesquisadores que

têm a temática aqui discutida como foco, sendo eles: Soares

(2009); Solé (1998); Kleiman (2004; 2013). Destarte, por meio do estudo, compreende-

se que tal articulação no processo de leitura e escrita, potencializa a sociedade, pois,

acreditam - se que a leitura e a escrita são instrumentos de transformação social, elos de

cidadania para construção de uma sociedade mais justa.

Palavras chave: Processo de alfabetização; Leitura; escrita.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A LEITURA NA PERSPECTIVA DA MULTIMODALIDADE:

POTENCIALIDADES PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR PROFICIENTE

Túlio Lourençoni Maranha

[email protected]

Graduando em Letras Português/Inglês

Universidade Federal de Lavras

As práticas de leitura de textos vêm mudando com o passar do tempo e o

desenvolvimento tecnológico tem sido um grande responsável por essas mudanças.

Várias discussões já circunscrevem essa temática, uma vez que a leitura na

contemporaneidade demanda novas abordagens, já que os gêneros discursivos que

circulam socialmente apresentam configurações mais diversificadas. Os textos se

compõem não apenas por elementos alfabéticos, mas também de imagens, cores,

formato de letras, movimentos, sons, links hipertextuais etc. Essas configurações são

denominadas de multimodalidade/multissemioses. Nesse sentido, a comunicação

proposta busca discutir a temática da leitura em uma abordagem

multimodal/multissemiótica. Para tal, serão socializados os resultados de uma pesquisa

teórica, pautada na teorização desenvolvida por Kress e Van Leuween (2006), no

contexto da Teoria da Multimodalidade e da Gramática do Design Visual (GDV). O

objetivo está diretamente ligado com a necessidade de se revisitar a leitura e a

interpretação do texto na perspectiva da multimodalidade. Para complementar o estudo

teórico, será apresentada uma análise de um vídeo que aborda questões relacionadas à

construção da beleza para uma aceitação social, buscando exemplificar como os

recursos que constituem o vídeo podem se constituir como importantes elementos

potencializadores de sentidos e de orientação para a compreensão/interpretação do

texto. A partir do trabalho realizado, constatou-se que uma proposta de leitura, a partir

da perspectiva teórico-metodológica da Multimodalidade/ GDV representa uma

estratégia para a formação de leitores críticos e proficientes.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A LITERATURA COMO UMA DAS ESTRATÉGIAS NOS PROCESSOS DE

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORAS

ALFABETIZADORAS DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA

IDADE CERTA

Suelen Maria De Paiva Mendes Teixeira

[email protected]

Graduada em Pedagogia pela Faculdade Metodista Granbery

A presente pesquisa ressalta o uso da literatura como contribuinte para os processos de

alfabetização e letramento das crianças do bloco pedagógico. Busca-se investigar se o

programa de formação de professores, oferecido pelo Governo Federal, está

favorecendo e aperfeiçoando as práticas dos professores em sala de aula, bem como de

que maneira os livros literários, distribuídos através do PNAIC, contribuem para os

processos de alfabetização e letramento. Refletimos sobre a importância da literatura na

vida de uma criança e a sua escolarização. A metodologia utilizada é de cunho

bibliográfico e pesquisa de campo, de base qualitativa, amparada em autores como

Soares (2003, 2012), Marcuschi (2008), Cosson (2014) dentre outros, e entrevistas com

Orientadoras de Estudos e Professoras Alfabetizadoras, participantes do Pacto Nacional

pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Através dos textos teóricos e das

entrevistas, percebemos que a literatura é uma essencial ferramenta para a alfabetização,

possibilitando ao aluno o acesso a diferentes gêneros textuais. Além disso, ela é uma

facilitadora das práticas de letramento, visto que o PNAIC, através dos cadernos de

formação, orienta que o processo de alfabetização deva se dar a partir de textos reais de

comunicação. Conjuntamente, auxilia no desenvolvimento da oralidade, leitura e

escrita, de forma lúdica. A partir dos relatos, pudemos constatar que ao disponibilizar a

literatura, é de suma importância que o professor saiba o que fazer com ela. Torna-se

necessária, de fato, a formação do professor, para que ele desfrute, com propriedade de

conhecimento, tudo o que um acervo literário possa vir a oferecer para o trabalho

docente e para o letramento das crianças.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A MALA MALUCA DA VOVÓ ZENILDA: APRENDIZAGEM

SIGNIFICATIVA SOB A PERSPECTIVA DOS DIREITOS DE

APRENDIZAGEM

Ellen de Paula Moreira Abreu

Graduada em Pedagogia - UFJF

[email protected]

Kalinka Aparecida Fófano dos Santos

Professora pós-graduada - UFJF

[email protected]

ALFABETIZE/UFJF – EM Santos Dumont/PJF

Pretende-se apresentar neste relato o projeto didático em andamento intitulado “A Mala

Maluca da Vovó Zenilda: aprendizagem significativa sob a perspectiva dos direitos de

aprendizagem”, elaborado em parceria com a coordenadora pedagógica e 02 professoras

de uma escola municipal de Juiz Fora – MG. Segundo Brandão, Selva e Coutinho

(2006), “[...] projeto didático é o conjunto de atividades que trabalham com

conhecimentos específicos, construídos a partir de um eixo de trabalho que se

organizam ao redor de um problema para resolver um produto final que se quer obter.”

(p.57,v.1). Fundamentando-se nesta concepção, na primeira reunião pedagógica do ano

de 2017, discutimos algumas ações: resolver o problema do recreio ocioso, propondo

brinquedos e brincadeiras para que as crianças pudessem compartilhar momentos

agradáveis; e a escolha do livro de literatura que utilizaríamos para sistematizar os

direitos de aprendizagem do Sistema de Escrita Alfabética (SEA), relatados nos

cadernos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Ao pensarmos

na ludicidade como instrumento facilitador no processo de alfabetização e letramento,

Jean Piaget (1987) diz que a atividade lúdica é um princípio fundamental para o

desenvolvimento das atividades intelectuais da criança sendo por isso, indispensável à

sua prática educativa. Portanto, foi escrito por uma das professoras a estória que dá

nome ao título do projeto “A Mala Maluca da Vovó Zenilda” com o objetivo de resgatar

os brinquedos e as brincadeiras, trabalhar rimas e aliterações no âmbito da consciência

fonológica e como produto final, a confecção do livro com as ilustrações feitas pelos

alunos. Espera-se que este projeto didático contribua para que os educadores repensem

sua prática docente, contemplando a ludicidade como elemento importante no processo

de alfabetização e letramento das crianças.

Palavras chave: Alfabetização; Ludicidade; Direitos de Aprendizagem

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A PALAVRA CONTA, O DISCURSO DESVELA: ESCRITA E

COMPARTILHAMENTO-PUBLICIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES

Elizabeth Orofino Lucio

Universidade Federal do Pará

Instituto de Educação Científica e Matemática/IEMCI

[email protected]

Este artigo tem como objetivo apresentar reflexões advindas da tese intitulada A palavra

conta, o discurso desvela: saberes docentes na formação continuada de professores de

leitura e escrita. Situando-se entre estudos do campo da Educação e da Filosofia

Linguístico-Discursiva, este estudo toma como foco os tempos-espaços da formação

realizada pelo LEDUC que assume uma perspectiva discursiva bakhtiniana, inter-

relacionando as estratégias didáticas formadoras e os processos de produção de saberes

a partir das interações sócio-discursivas entre professores da Educação Básica e

professores universitários, buscando compreender ainda seus elos com as políticas

contemporâneas de educação. Desse modo, defendo que a dissimetria e a flutuação das

posições discursivas estejam no centro das preocupações da formação continuada

docente, em que cada integrante é concebido como autor da formação.

Metodologicamente, descrevo a arquitetônica (BAKHTIN,2003,2010) em que integro,

numa perspectiva dialógica, os discursos da política contemporânea de educação na

esfera da formação de professores de leitura e escrita e os discursos orais e escritos

potencializados na formação. Por meio de um discurso ético-estético-político, construo

uma contra-palavra em relação ao viés na formação docente. Desenvolvo a proposição

para a formação continuada dos docentes de leitura e escrita, organizada na categoria:

estratégias didáticas e dialógicas de escrita docente e discente enquanto experiência e

autoria. A análise de alguns eventos de pesquisa permite concluir que: os discursos de

ambos os sujeitos, carregados de diferentes intencionalidades, refletem e refratam

posições teóricas, experiências e expectativas diversas acerca dos processos de ensino e

aprendizagem dos alunos de camadas populares; teoreticismo e praticismo ainda se

configuram em alguns discursos docentes como forças duais. Defendo uma formação

que legitime e reconheça saberes e experiências e que corrobore o compartilhamento-

publicização das produções docentes, consolidando “palavras próprias”, “formas

linguísticas” e “projeto de dizer” dos docentes da Educação Básica.

Palavras-chave: Políticas Educacionais, Formação Continuada Docente; Perspectiva

Bakhtiniana; Estratégias Didáticas; Dissimetria e Formação.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A POÉTICA ORAL NA SALA DE AULA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA

O LETRAMENTO LITERÁRIO

Quezia Souza Carneiro

[email protected]

Alana de Oliveira Freitas El Fahl

[email protected]>

Universidade Estadual de Feira de Santana

Essa prática docente foi desenvolvida no Colégio Estadual Professora Maria José de

Lima Silveira, uma instituição pública de ensino situada no distrito de Maria Quitéria –

zona rural do município de Feira de Santana – Bahia, no mês de outubro de 2016 com

uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental II. Nesse espaço escolar, é visível a

carência das habilidades de leitura, por isso busquei utilizar textos de tradição oral –

letras de músicas de um grupo musical chamado Quixabeira de Lagoa da Camisa -

quase sempre negligenciados pela escola formal, com o objetivo de promover melhorias

na competência leitora dos estudantes, valorizando as suas manifestações culturais. A

fim de se alcançar tais objetivos, foram propostas algumas atividades pedagógicas,

organizadas em uma sequência didática a qual envolvia leituras letras de músicas da

Quixabeira, as quais são textos de tradição oral; pesquisa sobre o grupo da Quixabeira e

as biografias dos componentes desse grupo; interpretação das letras de músicas baseada

nos conhecimentos prévios dos estudantes e nas histórias de vida dos compositores das

canções; e, por fim, montagem do museu da Quixabeira. Esse trabalho demonstrou-se

bastante proveitoso, tanto por promover melhoria no letramento literário, a partir da

leitura crítica desses textos poéticos, quanto por resgatar o sentimento de pertencimento

desses sujeitos nessas comunidades rurais e negras nas quais estão inseridos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A PONTUAÇÃO COMO EFEITO DE SENTIDO

Jaqueline Araújo Da Silva

[email protected]

Orientador Prof. Dr. Marco Antonio Villarta-Neder

Universidade Federal de Lavras

O presente trabalho tem como intuito fazer um estudo sistematizado sobre o ensino de

pontuação na sala de aula, com enfoque nas possibilidades de efeito de sentido que ela

possibilita tanto na escrita quanto na leitura. Para isso, o assunto será abordado partindo

de um viés histórico para compreensão do desenvolvimento da pontuação ao longo dos

anos, em seguida será realizado um estudo sobre o ensino, sua importância e a

construção de sentidos a partir dele, dando especial atenção ao último tópico. O objetivo

é demonstrar que a pontuação é um aspecto relevante da língua que necessita ser

discutido, além de mostrar que o modo de pontuar vai além de regras pré-estabelecidas,

visto que o ensino da pontuação não é algo estático e sofre variações de acordo com os

gêneros em que eles aparecem, de acordo com o estilo do autor, assim como também a

recepção que o leitor tem das produções textuais. Para além disso, demonstrar que é

possível desenvolver um olhar reflexivo nos sujeitos aprendizes através das

possibilidades de sentidos que o estilo de pontuar possibilita, indo além de regras

pontuais, visto que todo processo de enunciação é o produto da interação de dois

indivíduos socialmente organizados (Bakhtin, 2006, p.114). O presente trabalho

pretende discutir, a partir do referencial teórico-epistemológico do Círculo de Bakhtin

as relações exotopicas e a caracterização do lugar da enunciação, além de buscar fonte

em outros teóricos como ROCHA (1998), ASSIS (2011) e SILVA (2015).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A POSTURA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR E AS

ORIENTAÇÕES DOS DOCUMENTOS OFICIAIS: O QUE SUSTENTA UMA

PRÁTICA?

Iduméa De Souza Fernandes Ramos

[email protected]

Universidade Federal De Lavras

Ilsa Do Carmo Vieira Goulart

[email protected]

Universidade Federal De Lavras

O processo de alfabetização que ocorre na escola nem sempre obtém o sucesso

esperado, ocasionando frustração, defasagem e dificuldades na leitura, interpretação e

escrita. Os alunos saem das séries iniciais para os anos finais do ensino fundamental

com as habilidades da leitura e escrita não consolidadas, prejudicando a continuidade

com êxito do processo de ensino-aprendizagem. O desafio que se impõe é alfabetizar

letrando, como dimensões distintas, porém interligadas no desenvolvimento das

competências de ler e escrever. Nesse contexto se estrutura a presente pesquisa que tem

por objetivo conhecer a postura pedagógica do professor alfabetizador, o trabalho

docente em sala de aula, metodologias, concepções e ideologias que sustentam sua

prática, observando a proximidade ou distanciamento dos documentos oficiais de

formação, por meio da pesquisa qualitativa, propriamente na realização de uma

entrevista semiestruturada. A entrevista, que fundamentará a pesquisa, ocorrerá por

amostragem na Escola M.”Bárbara Heliodora”, Heliodora, M.G., com professores

alfabetizadores cuja formação e tempo de docência na alfabetização diferem, tornando-

os sujeitos com identidades únicas e singulares. Respaldará a pesquisa um referencial

teórico constituído por documentos oficiais para formação de professores (PNAIC e “A

criança de 6 anos, a linguagem escrita em turmas de nove anos”) e nos estudos teóricos

de Soares (1998), para a compreensão do processo de alfabetização e letramento, Freire

(1996, 2017); Tardif (2014), Nóvoa (2013), Gatti (2013); Perrenoud (1999, 2001), entre

outros, para analisar as questões relacionadas a educação emancipadora, o trabalho e

saberes docentes que permeiam sua práxis pedagógica. A pesquisa, ainda em

andamento, possibilitará analisar e compreender o trabalho e formação docente e,

possivelmente, os meandros que conduzem a resultados tão díspares na consolidação

das habilidades básicas de alfabetização e letramento.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A PRÁTICA DE ENSINO DURANTE A GRADUAÇÃO: EXPERIÊNCIAS QUE

CONTRIBUÍRAM PARA QUE EU ME RECONHECESSE COMO UMA

PROFESSORA DE INGLÊS

Simôni Cristina Arcanjo

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

Durante a formação do professor de língua estrangeira (LE), sabemos que é essencial o

contato do docente em formação com o trabalho o qual desempenhará (CELANI, 2004;

PIMENTA, 2002). No entanto, os cursos de Licenciatura em Letras ainda passam por

uma carência em seu currículo no que diz respeito ao oferecimento de disciplinas de

caráter mais prático. Essas disciplinas teriam o objetivo de dar um maior suporte e

preparação ao professor em pré-serviço. Porém o que vemos é esse período de prática

para o licenciando, na graduação, ocorre brevemente, geralmente em poucas disciplinas,

como é o caso do estágio, por exemplo. Com base nisso, uma das alternativas e

possibilidades é a participação em projetos voltados ao ensino que as universidades

oferecem. Partindo desse ponto, neste trabalho objetivo abordar dois diferentes tipos de

experiências contribuíram para que eu me reconhecesse como professora de língua

inglesa (LI). Ambas as experiências ocorreram a partir de projetos de ensino de uma

universidade federal, localizada na região da zona da mata mineira. Tais relatos

formaram-se a partir do contato que tive com o ensino de LI no contexto público de

ensino regular, a partir do PIBID (Projeto Institucional de Bolsa de Iniciação à

Docência) e em um curso de ensino de línguas da instituição anteriormente mencionada.

A primeira experiência ocorreu no período de 2012 a 2014 e a segunda se deu de 2014 a

2015. Como resultado, essas oportunidades me ofereceram um momento de reflexão e

familiarização com a área a qual escolhi seguir, onde pude iniciar um processo de

reflexão sobre e na minha ação enquanto professora de inglês.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A PRODUÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS SOBRE LETRAMENTO

DIGITAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM MINAS GERAIS

Patrícia Peixoto Carneiro Viegas

[email protected]

Ilsa Do Carmo Vieira Goulart

[email protected]

Universidade Federal De Lavras - Ufla

Trata-se de uma pesquisa que tem por objetivo realizar um levantamento e identificar as

tendências das pesquisas sobre o tema letramento digital na formação de professores,

nas teses e dissertações, do Estado de Minas Gerais, no período de 2000 a 2016. Para

isso, opta-se por uma pesquisa qualitativa, numa perspectiva metodológica Estado da

Arte, realizando uma classificação das produções acadêmicas. Até o momento

inventariou-se os documentos registrados em programas de pós-graduação strito sensu

do referido Estado brasileiro, em que foram encontrados 40 trabalhos, a partir de cada

programa de pós-graduação registrado na plataforma Sucupira e 20 trabalhos com os

descritores "Technological Literacy"AND"Teacher Training" na plataforma Eric, dos

últimos 10 anos, sendo apenas 2 do Brasil. Será um trabalho que utilizará como

referencial teórico os seguintes autores: Letramento Digital – Coscarelli; Ribeiro

(2014), Kleiman; Matencio (2005), Lévy (1999), Rojo (2013), Street (2014); Formação

de Professores – Coscarelli; Ribeiro (2014), Perrenoud (2000), Tardif (2002), André

(2007), Barton; Hamilton (2012), Freire (2014). A partir desse estudo qualitativo, de

abordagem descritiva e analítica, far-se-á uma análise de conteúdo para entender como

as pesquisas sobre os temas tem se posicionado, e também uma análise quantitativa dos

dados observados. Diante disso, espera-se compreender qual contexto temático em que

as pesquisas acadêmicas se encontram em relação ao letramento digital na formação de

professores, possibilitando novos “problemas” para serem explorados.

Palavras-Chave: Letramento tecnológico – Formação de professores – Estado da Arte

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A PRODUÇÃO TEXTUAL NA ESCOLA E SEU ENSINO NOS MATERIAIS

DIDÁTICOS UTILIZADOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Tatiane Portela Vinhal

[email protected]

Renata Junqueira De Souza

[email protected]

Unesp – Campus Presidente Prudente/SP

Este estudo pretende refletir sobre o ensino da escrita a partir da análise de propostas de

produção textual presentes nos materiais didáticos utilizados no Estado de São Paulo, no

ano de 2011, nas 4ª e 5ª séries, atualmente 5º e 6º anos, tendo com critério: as

expectativas em relação ao ensino da escrita dispostas nos Parâmetros Curriculares

Nacionais de Língua Portuguesa. Para tanto, foram resgatadas as mudanças que

ocorreram no ensino do país a partir dos anos 1980, e que repercutiram na educação no

que tange à política e às concepções que começaram a permear as práticas escolares. No

âmbito político, encontram-se a Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, e os Parâmetros

Curriculares Nacionais, de 1997. Já na esfera educacional, destaca-se o

sociointeracionismo, que apesar de ser anterior a essa época, torna-se uma abordagem

recorrente, principalmente na disciplina de Língua Portuguesa. Ao adotar essa

concepção teórica, o texto passa a desempenhar um papel crucial, uma vez que nele se

constitui a interação dos sujeitos que o realizam para determinado fim, e a escrita é uma

de suas manifestações. Por essa razão, fazem-se como principais referências teóricas

desta pesquisa: BAKHTIN (2010, 2011) e GERALDI (1993; 1997; 2006), entre outras.

Assim, este trabalho de abordagem qualitativa organiza-se em quatro eixos: a pesquisa

bibliográfica; a análise documental; o estudo de caso, já que verificamos a utilização

desses materiais em duas instituições públicas de ensino de Presidente Prudente/SP; e a

entrevista com professores e alunos das turmas investigadas. Ao final, pôde-se concluir

que a propostas de produção textual dos materiais didáticos em questão, mesmo estando

presentes alguns critérios das expectativas de escrita dos PCNLP, não promovem a

função social do texto, aquele que o aluno usará no seu dia a dia.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A PRONÚNCIA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: UMA ANÁLISE DE

LIVROS DIDÁTICOS E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA DOCENTE

Michelle Rie Hashimoto

[email protected]

UFLA (Universidade Federal de Lavras)

O presente trabalho teve por objetivo verificar o tratamento que livros didáticos de

Inglês como língua adicional (LA) dão aos aspectos fonéticos e fonológicos da língua e

propor sugestões de abordagens didáticas para o ensino de pronúncia. Foram levados

em consideração alguns conceitos importantes em se tratando do ensino de pronúncia,

notadamente a interferência da língua materna (LM), fenômeno que ocorre quando

aprendizes tendem a reproduzir seus aspectos quando adquirem uma LA, como

postulam Zimmer, Silveira e Alves (2009). Com base nos passos propostos por Bauer &

Alves (2011), buscou-se levantar, inicialmente, quantos dos exercícios das unidades

iniciais de duas séries de livros didáticos internacionais eram direcionados ao ensino de

pronúncia e em que nível do discurso eles se encontravam, segmental ou

suprassegmental. Buscou-se analisar também se estimulavam o uso da pronúncia em

situações de comunicação autêntica com base em Celce-Murcia et al (2010). Além

disso, foi feita a análise de três documentos oficiais a fim de se verificar o tratamento

que eles atribuem ao ensino de pronúncia nas salas de aula. Os resultados demonstraram

que as duas séries de livros analisadas apresentaram um número relevante de exercícios

destinados ao ensino de pronúncia, tanto no nível segmental quanto também no

suprassegmental; porém, por se tratar de séries de livros internacionais, eles não

consideraram as possíveis dificuldades encontradas por aprendizes brasileiros. Diante

dessas considerações, o trabalho se volta para a importância de uma boa formação do

professor de Inglês como LA no que tange seus aspectos fonéticos e fonológicos, assim

como a inserção de avanços da literatura especializada em livros didáticos para que

possam abranger as necessidades dos aprendizes brasileiros na área.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A PSICOMOTRICIDADE E A IMPORTANCIA DAS ATIVIDADES

INTERDISCIPLINARES LUDICOS-PEDAGÓGICAS COM FOCO NA

ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE SÃO JOÃO

DA BARRA

Amaro Sebastiao de Souza Quintino

[email protected]

Jackeline Barcelos Corrêa

[email protected]

Universidade Estadual Do Norte Fluminense

O presente trabalho pretende refletir, sobre a importância do uso de atividades que

envolvem a psicomotricidade e as atividades lúdicas interativas, e analisar como elas

são relevantes para que se tenha um bom desenvolvimento e uma aprendizagem eficaz

na educação Infantil, influenciando diretamente na alfabetização. Pretende-se abordar o

desenvolvimento da psicomotricidade como fator de influência direta na prontidão para

a alfabetização, de forma que a mediação eficaz dos docentes proporciona resultados

satisfatórios em um ambiente escolar. O objetivo desta pesquisa visa discorrer a respeito

dessas atividades interativas e apresentar sua influência na aprendizagem no que diz

respeito á alfabetização. Para isto será apresentada a ciência do movimento aplicada à

evolução infantil, trazendo o questionamento sobre a dificuldade que muitos professores

encontram em trabalhar atividades no cotidiano e discutir qual a importância da

psicomotricidade para a formação integral da criança na Educação Infantil. Como

metodologia de pesquisa foi realizada uma ampla revisão bibliográfica com o tema em

questão, bem como uma pesquisa de campo com os docentes da Unidade escolar X em

São João da Barra. Com os resultados demonstrou-se clara relação existente entre

aprendizagem e psicomotricidade, que acontece principalmente por intermédio das

habilidades consideradas básicas ao processo de alfabetização. Sendo assim, evidencia-

se o importante papel dos professores da Educação Infantil como facilitadores da

aprendizagem da criança fazendo uso da psicomotricidade como ferramenta auxiliadora

na educação infantil.

Palavras-chave: psicomotricidade, alfabetização, práticas interativas.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A REGIÃO DO NORTE FLUMINENSE E A ALFABETIZAÇÃO CULTURAL

NA FORMAÇÃO CONTINUADA

Jackeline Barcelos Corrêa

[email protected]

Amaro Sebastiao de Souza Quintino

[email protected]

Universidade Estadual Do Norte Fluminense

A Universidade é um espaço de ensino, pesquisa, extensão e formação, por esse motivo

esse trabalho tem por objetivo ressaltar as reminicências da cultura do norte fluminense

e com ela buscar a alfabetização cultural dos professores em formação. A pesquisa foi

realizada em 2015, junto á à turma do 1º período do Curso de 1ª Licenciatura do

PARFOR da Universidade Estadual do Norte Fluminense, RJ. Nela constatamos que a

maioria dos professores desconhece a cultura regional. A pesquisa se justifica na sua

função é tanto a geração de conhecimentos, como a formação de recursos humanos e a

transferência de conhecimento multicultural para a sociedade. Ela tem um papel

fundamental para o desenvolvimento do norte e noroeste fluminense. A metodologia

que nos amparou foram os estudos teóricos Cosson, (2006); Fiorin, (1998); Lajolo,

(2001), entre outros. Sendo assim, muito poderíamos falar ainda sobre esse universo de

manifestações culturais do norte fluminense, seja na música, na literatura, nas

comemorações festivas e/ou nos hábitos e costumes tradicionais do povo, ressaltando a

Cavalhada de Santo Amaro, a procissão do fogaréu, dos jongos, os doces tradicionais

entre outros. Nos dias atuais, é possível inserir o sujeito na sociedade agregando

valores, só é possível a partir de uma alfabetização cultural, de uma educação literária

eficaz só é possível a partir de uma alfabetização cultural, de uma educação literária

eficaz para que os alunos em formação se tornem mais seguros no exercício de suas

práticas pedagógicas.

Palavras-chave: alfabetização cultural, linguagens em trânsito, formação de professores.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A RELAÇÃO ENTRE CRENÇAS E MOTIVAÇÕES NA CONSTRUÇÃO

IDENTITÁRIA DE INGLÊS DE ALUNOS DE ENSINO MÉDIO DE UMA

ESCOLA PARTICULAR

Bruna Martins De Oliveira

[email protected]

Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais - Campus Rio Pomba

Barcelos (2011) afirma que os lugares possíveis de se aprender inglês povoam o

imaginário, o senso comum, o discurso e as práticas sociais no cenário brasileiro.

Estudos como os de (Paiva, 2003; Coelho, 2005 Barcelos, 2008; Cox & Assis-Peterson,

2008; Retorta, 2008) vem investigando as crenças comuns que vigoram em nossa

sociedade a respeito da aprendizagem de inglês em escolas regulares. Entretanto, os

estudos mencionados anteriormente não investigaram a relação entre crenças,

motivações e identidades de alunos de escolas particulares para aprenderem a língua

inglesa. Este estudo relata resultados de uma pesquisa que procurou compreender o

universo dos alunos de uma turma de ensino médio de inglês, por meio da análise de

suas crenças e motivações durante os primeiros anos no ensino médio. O objetivo geral

do estudo foi analisar como as crenças e as motivações de alunos do ensino médio

podem influenciar sua aprendizagem, fazendo relação entre as crenças e motivações

para aprendizagem de inglês e suas identidades de usuários de inglês O referencial

teórico baseou-se nos estudos de crenças (BARCELOS, 2011; PITKÃNEN-HUHTA &

NIKULA, 2014) motivação (DÖRNYEI, 2009; DÖRNYEI & KUBANYIOVA, 2014;

FALOUT, 2013;) comunidades imaginadas (MURPHEY & JIN & LI-CHIN, 2005;

OLIVEIRA & PAIVA, 2011;) identidades (MASTRELLA-DE-ANDRADE, 2013;

NORTON, 2013). Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram dois

questionários, uma narrativa escrita, uma narrativa visual e entrevista. Os resultados

sugeriram que os alunos querem pertencer as comunidades imaginadas de falantes

nativos, dos países que falam a língua inglesa, e da comunidade de falante da língua

através das mídias. As escolhas das comunidades imaginadas dos alunos, os fatores

motivacionais e as crenças para aprender a língua inglesa podem influenciar na

construção das identidades, ao conseguirem identificar as situações em que se imaginam

usando a língua inglesa no futuro.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A (TRANS/DE) FORMAÇÃO DOCENTE E COTIDIANO ESCOLAR: O PNAIC

E AS PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO COMO

CONSTRUTORAS DE UMA ESCOLA MAIS JUSTA E IGUALITÁRIA

Andressa Farias Vidal

[email protected]

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

A formação de professores foi estudada nesta pesquisa a partir da sua influência no

trabalho realizado pelos docentes no cotidiano escolar. Constituiu-se por ocasião da

atuação da autora como formadora e supervisora na proposta de formação continuada do

Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Realizou-se no período de

2013 a 2016, nos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e em 16 cidades

da região serrana do Estado do Rio de Janeiro, que compõem o polo administrativo de

formação de Nova Friburgo. Como metodologia de pesquisa foram adotados os

seguintes procedimentos: levantamento bibliográfico, comum a todos os anos, análise

documental da legislação vigente, e pesquisa participante com acompanhamento do

trabalho docente. Por meio de uma perspectiva dialógica (BAKHTIN, 2014) e de

construção da cidadania, buscou-se oferecer, ao longo das formações, atividades que

visassem o empoderamento docente, a partir da escuta sensível, da autoria docente e da

voz docente, mediante a troca de relatos de experiências e da escrita docente, as quais

tinham como referências Andrade (2003, 2004, 2010), Esteban e Zacur (2003), Nóvoa

(1988, 1992), Tardif (2006), Prado e Soligo (2007), entre outros. Os resultados apontam

para relatos dos docentes sobre as (trans/de)formações de suas ações pedagógicas,

ocorridas por meio de diferentes sistematizações das metodologias de ensino-

aprendizagem, que passaram a voltar-se para o desenvolvimento de práticas

democráticas e participativas, levando os alunos a se interessarem mais pelas aulas, e

em alguns casos, incidindo na redução do número de reprovação e evasão. As

conclusões alcançadas revelam ainda o maior envolvimento dos docentes e discentes

nas atividades, inclusive atuando como autores de diversas iniciativas concretas, tais

como a criação do conselho estudantil, nas quais observamos serem propiciadoras da

melhoria do aprendizado e do interesse dos alunos pela escola, além de contribuir para a

formação da consciência cidadã.

Palavras-chaves: Formação Docente; Práticas Docentes; Práticas democráticas.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

A VIVÊNCIA DA ESCRITA NA CARTA DE LEITOR: POSSIBILIDADE DE

PRÁTICA SOCIAL PELA LINGUAGEM

Flávia Elisa Vargas Chamon

[email protected]

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

Os alunos apresentam grande resistência para o ato de escrever durante as aulas e

comumente justificam tal recusa afirmando que não o sabem fazê-lo e que não

entendem por que devem fazê-lo, uma vez que não atribuem sentido à escrita, ou seja,

não conseguem compreender qual é o objetivo de escrever na escola. Nesse sentido, o

trabalho apresenta os dados parciais de uma pesquisa qualitativa em educação que está

sendo desenvolvida com alunos do 7º ano da rede pública municipal de Contagem -MG,

cujo foco recai sobre a produção do gênero discursivo carta de leitor. O principal

objetivo deste trabalho é propiciar aos alunos o desenvolvimento da habilidade de

opinar, por escrito, utilizando o gênero carta de leitor para expressar seu ponto de vista

sobre matérias jornalísticas. Tomando-se como referencial teórico autores como

Antunes (2003), Alves Filho (2011), Bakhtin (1992), Bortoni-Ricardo (2008), Bueno

(2011), Dionísio (2006), Dolz & Schnewly (2004), Geraldi (1995, 2004), Leal (2008),

Rojo (2012), Travaglia (2009), entre outros, foi aplicado um questionário inicial para o

levantamento de hábitos de leitura e dificuldades na produção de texto. Diversas

oficinas contemplando leitura, análise linguística e produção de textos da esfera

jornalística estão sendo desenvolvidas para gerar dados e acompanhar o

desenvolvimento das habilidades de opinar por escrito. Dessa forma, serão apresentados

os dados coletados no questionário inicial, as etapas do projeto de ensino e os resultados

alcançados com relação à realização das atividades de leitura, análise linguística e

produção de textos. O desenvolvimento das oficinas propostas assinala avanços

significativos na produção de textos visto que os alunos demonstram ter uma melhor

compreensão da língua em funcionamento.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ABORDAGENS INTERSEMIÓTICAS E ENSINO DE LITERATURA E

LÍNGUA PORTUGUESA PARA GRADUANDOS SURDOS

Danielle Cristina Mendes Pereira

[email protected]

UFRJ

Valéria Campos Muniz

[email protected]

INES

A comunicação apresentará o relato de experiência docente desenvolvida no segundo

semestre de 2016 e no primeiro semestre de 2017, em turmas com alunos surdos de

cursos de graduação, respectivamente, de Letras-Libras, na Universidade Federal do Rio

de Janeiro, e de Pedagogia Bilíngue, no Instituto Nacional de Educação de Surdos.

Apresentaremos reflexões e práticas vivenciadas em aulas de Literatura e de Língua

Portuguesa como L2 para surdos, desenvolvidas em abordagens intersemióticas, que

relacionaram textos em língua portuguesa e em libras a textos imagéticos e

multimodais, a fim de desenvolver estratégias de leitura situadas na percepção de que os

letramentos são múltiplos e se movem “para além dos processos analíticos e cognitivos

da linguagem escrita e falada” (JEWITT, 2008, 246, tradução nossa). Buscou-se

promover estratégias de letramento visual junto aos graduandos, com o escopo de

compreender a inserção imagética no ensino de surdos fora de uma dimensão ingênua,

que a usa como instrumento de ratificação do texto visual. Para tanto, as aulas foram

orientadas para a verticalização dos processos de leitura intersemiótica dos surdos, em

uma metodologia que promovia uma leitura comparada das imagens de semioses

diferentes, e que levava o aluno a compreender a pluralidade de interações possíveis

entre o texto visual e o escrito, em relações que também poderiam ser complementares

ou opostas. O arcabouço teórico do trabalho situa-se nas propostas dos Novos Estudos

de Letramento (STREET, 2013) e nos estudos de multimodalidade (KRESS, 2003;

JEWITT, 2008).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AÇÕES FORMATIVAS (INSTITUCIONAIS) PARA A DOCÊNCIA NO ENSINO

SUPERIOR NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS

Judilma Aline Oliveira Silva

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Adriana Rocha Bruno

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente texto trata das atividades investigativas de uma pesquisa de doutorado que

está em desenvolvimento no PPGE da UFJF. Foi iniciada em 2016 e tem como

objetivos "mapear as ações institucionais voltadas para a formação dos docentes,

desenvolvidas pelas IES públicas federais no Brasil, identificar as dimensões

pedagógicas para as docências voltadas aos cursos de graduação e de que forma a

cultura digital está incorporada a estes processos formativos". São apresentados alguns

dados das 36 IES participantes de um universo de 53 sobre as ações formativas voltadas

para os docentes que atuam no Ensino Superior e de que forma eles se apresentam numa

interface com a cultura digital. Percebe-se que os processos formativos para/com o ES

ainda são embrionários, mas que em função disto tratar-se de um campo fértil para o

investimento em ações formativas e também em pesquisas. A base teórica está

fundamentada nos estudos de Masetto; Zabalza, Nóvoa, Pimenta & Anastasiou e tem

como opção metodológica a multirreferencialidade preconizada por Ardoino. E como

perspectiva futura pretende-se selecionar alguns dos programas apresentados pelas IES

para um aprofundamento sobre as ações realizadas.

Palavras-chave: Docentes no Ensino Superior; formação continuada; cultura digital.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AÇÕES PEDAGÓGICAS NO CONTEXTO ESCOLAR E FORMAÇÃO

DOCENTE: EXPERIÊNCIAS NO TREINAMENTO PROFISSIONAL

Daiane Ferreira De Freitas Silva

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora/ Colégio de Aplicação João XXIII

O texto que compartilho neste IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino, situa-

se no campo da formação docente e das ações pedagógicas, apresentando o Treinamento

Profissional realizado no CAp. João XXIII/UFJF no ano de 2016 como importante

ferramenta de formação docente, constituindo-se em elo entre teoria e prática.

Considera-se, portanto, a importância da teoria adquirida na graduação aliada às ações

pedagógicas da sala de aula, confirmando como necessária essa relação ao

desenvolvimento profissional. Os documentos oficiais afirmam a importância de

possibilitar aos futuros docentes a imersão gradativa em atividades voltadas a seu futuro

trabalho no ambiente escolar. Essa compreensão de formação de professores, que alia

teoria e prática em ambiente real de atuação, leva a outra forma de ensinar e aprender,

de aprender a ensinar preparando os futuros professores para as múltiplas realidades

com as quais virão a se deparar. Compartilho neste artigo questões sobre aprendizagens

e experiências adquiridas como bolsista de Treinamento Profissional em uma turma de

1º ano do ensino fundamental atuando no projeto “O primeiro ano no C. A. João XXIII:

Observação e Interação”, onde tive a oportunidade de participar ativamente do

desenvolvimento dos alunos em seu processo de alfabetização, bem como acompanhar

as ações da professora de Linguagem (Língua Portuguesa) percebendo e analisando

como se dá a relação entre professores e alunos, ensino e aprendizagem, teoria e prática.

Esta participação ativa e orientada, somada aos estudo na Licenciatura e no grupo de

pesquisa, tem influenciado de forma positiva em minha formação para a docência, para

o trabalho escolar, para as possíveis ações que venha a exercer como professora,

pedagoga e pesquisadora. Neste trabalho tenho como objetivo partilhar e obter contra

palavras sobre os sentidos e significados atribuídos ao ensino na fase da alfabetização e

sobre as trocas profícuas que ocorrem ao longo da participação neste projeto. Tendo

sido este espaço construído e organizado de modo a relacionar o que aprendemos na

teoria estudada na Universidade com a prática da sala de aula, possibilitando assim a

construção de novos conhecimentos, aprendizagens, experiências, entre outros.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ADOLESCENTES, DESENVOLVIMENTO HUMANO E CIBERCULTURA: AS

VIVÊNCIAS DOS JOVENS EM FORMAÇÃO E O AMBIENTE

COMUNICACIONAL CONTEMPORÂNEO

Sebastião Gomes De Almeida Júnior

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Pesquisa piloto com adolescentes em fase de escolarização, na qual que são abordadas

questões relativas às tecnologias digitais em interface com o desenvolvimento humano,

tendo como fundamentação teórica os estudos de cibercultura e a abordagem histórico-

cultural. A investigação apresentada pelo presente trabalho é parte da pesquisa de

doutorado em curso com ênfase nas tecnologias digitais e tem como objetivo conhecer

suas práticas na cibercultura e se fundamenta no conceito de vivência (perejivanie), de

Vigotski. No estudo, buscou-se compreender de que modo os adolescentes

potencializam seu desenvolvimento na apropriação de instrumentos e signos culturais,

mediados pelos dispositivos tecnológicos da cibercultura. A pesquisa se articula com

autores que abordam as redes sociotécnicas na atualidade com ênfase nos jovens e sua

inserção no contexto da cultura digital. No como instrumento para o desenvolvimento

investigativo dessa etapa foram propostos a criação de “mapas vivenciais” com

adolescentes. Os encontros ocorreram mediante entrevistas semi-estruturadas, seguindo

uma perspectiva dialógica, onde os participantes revelam as suas vivências na cultura

digital envolvendo seus espaços-tempos cotidianos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AFETIVIDADE NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO(A) PROFESSOR(A)

ALFABETIZADOR(A): UM ESTUDO PILOTO

Luciane Manera Magalhães

[email protected]

Milena Guerra Scarato Lopes

[email protected]

ALFABETIZE/FACED

Universidade Federal de Juiz de Fora

Alfabetizar todas as crianças até os oito anos de idade é a meta do Governo Federal

(BRASIL, 2012). Mas como alcançar esse objetivo junto a inúmeros profissionais que

se encontram solitários na trajetória de ensinar a ler e escrever a crianças com poucas

experiências de letramento? A temática da afetividade na alfabetização tem sido

estudada por diferentes pesquisadores com o foco na relação professor(a)/aluno(a)

(COLOMBO, 2008; LEITE, 2008; SANTOS e MELO, 2011; DIAS, 2012). Nesse

estudo piloto, apresentamos nossas reflexões sobre a afetividade na formação

continuada (PNAIC/UFJF e ALFABETIZE) de uma professora alfabetizadora como

desencadeadora de mudanças em sua rotina escolar e em relação aos seus alunos do 2º

ano do ensino fundamental, de uma escola pública de um município mineiro.

Desacreditados, os alunos passaram a ser concebidos como aqueles que têm dificuldade

de aprendizagem, ou algum tipo de problema pelo fato de estarem na escola há quase

dois anos e não terem ainda se alfabetizado. Diante desse cenário, decidimos realizar

uma pesquisa piloto, de cunho qualitativo, cujo objetivo era o de intervir junto à

professora e à turma de forma a ajudá-la a reavaliar sua prática e postura em relação às

crianças, renovando seu entusiasmo pela profissão e propiciando um novo olhar em

relação a seus alunos. Os dados foram gerados por meio de entrevistas, observação

participante e análise de documentos. As intervenções aconteceram semanalmente

durante três meses de aula e foram enriquecidas por conversas informais apoiadas no

processo reflexivo (SMYTH, 1994). Os resultados obtidos até o momento apontam para

a mudança de postura da professora em relação aos alunos, os quais voltam a ser

acreditados por ela. O prazer em ensinar e aprender retorna ao cenário de sua sala de

aula. Os processos interacionais modificam-se e o rendimento da turma é observado no

progresso de seu aprendizado.

Palavras-Chave: Alfabetização, afetividade, formação continuada de professores.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ALFABETIZANDO INTERDISCIPLINARMENTE COM O PIBID

Maria De Lourdes Da Silva Toledo

toledo–[email protected]

Cláudia Avellar Freitas

[email protected]

UFJF

Somos professoras e trabalhamos em um projeto do PIBID/UFJF que envolve escolas

de ensino fundamental, dentre elas a E.E. Duarte de Abreu, na qual uma das autoras

leciona nos anos iniciais. Durante o ano de 2015 nos foi posto o desafio de alfabetizar

crianças de seis anos a partir, tanto das aulas de língua portuguesa, quanto das de

ciências, uma experiência marcante. A participação dos bolsistas PIBID neste processo

foi fundamental para o êxito, pois a escola não possui nenhuma área verde, demandando

criatividade e disposição para realizar nossas experiências sobre os seres vivos,

conteúdo do primeiro ano. Para ensinarmos as características dos seres vivos e os

diferenciarmos dos não vivos, fizemos um bingo com o nome dos seres e as crianças

iam marcando a palavra conforme o som da sílaba inicial e a classificação do ser. Essa

prática possibilitou o desenvolvimento da consciência fonológica nas crianças (Ferreiro,

E). Realizamos uma experiência com bonecos feitos com meias cheias de terra nas quais

plantamos alpiste e as crianças desenvolveram a oralidade, ao relatar o desenvolvimento

dos “cabelos” dos bonecos, perguntavam sobre as diferenças entre eles e comparavam

os cortes que faziam nas folhas de alpiste. A pedido da Superintendência Regional de

Educação, desenvolvemos projeto sobre o Rio Paraibuna, que fica nas proximidades da

escola. Houve uma dramatização da história do rio, realizada por um dos bolsistas, que

buscou conscientizar os estudantes sobre a poluição, seguida de uma visita às margens

dele, na qual as crianças viram uma manada de capivaras e a partir da palavra capivara

escreveram muitas outras. A interdisciplinaridade tornou a alfabetização significativa,

atraente e prazerosa. O resultado final foi de que 70% das crianças alcançaram o nível

alfabético (Ferreiro, E).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ALFABETIZAR BRINCANDO NÃO É BRINCADEIRA

Daniela Dos Santos Lima

[email protected]

Mestranda do Curso de Pós-Graduação - Mestrado Profissional em Educação e

Diversidade – MPED

Denise Dias De Carvalho Sousa

[email protected] Profª. Dra. do Mestrado Profissional em Educação e Diversidade – MPED, da

Universidade do Estado da Bahia – UNEB

Nesta proposta de comunicação, pretendemos apresentar as conclusões iniciais do

projeto de pesquisa É hora de brincar! As brincadeiras como potencializadoras na

apropriação do letramento das crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental, o

qual está sendo desenvolvido no Mestrado Profissional em Educação e Diversidade da

Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Esse estudo científico trata da importância

das brincadeiras na alfabetização, com ênfase no lúdico, e pretende discorrer sobre seu

papel na vida da criança e suas contribuições no processo de aquisição/apropriação do

letramento das crianças nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Entendemos que as

brincadeiras são elementos de grande relevância na infância com vistas à formação de

uma pessoa e sua projeção na sociedade. Para tanto, os fundamentos teóricos levam em

consideração os estudos de Luckesi (2005), Sousa Rosa, Brainer & Cavalcante (2012),

Batista (2012) e Kshimoto (2014), ao discorrer sobre as brincadeiras e ludicidade; e

Soares (2014;2016), Rojo (2009) e Marciel e Lúcio (2009), ao versar sobre

alfabetização e letramento. Em relação à metodologia, trata-se de uma pesquisa do tipo

qualitativo, pautada nos pressupostos da pesquisa-ação. O trabalho está organizado em

três partes distintas, a saber: a primeira refere-se à introdução, na qual apresentamos o

projeto de origem e a justificativa para investigar o tema, ressaltando sua relevância

acadêmica e social; em seguida, fazemos uma breve abordagem sobre o conceito de

alfabetização e letramento, seus encadeamentos e distinções; e, por último,

estabelecemos um diálogo sobre as relações entre o lúdico e as brincadeiras no

desenvolvimento cognitivo das crianças em processo de alfabetização. Acreditamos que

essa pesquisa possibilita repensar a importância das brincadeiras no espaço de sala de

aula de alfabetização, como forma de rever ações educativas mais significativas que

levem em consideração a prática do letramento, numa perspectiva lúdica.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AMPLIAÇÃO DO REPERTÓRIO DE LEITURA DE NARRATIVA POLICIAL

ATRAVÉS DE CONTOS DE AGATHA CHRISTIE

Andréa De Matos Cardoso

[email protected]

Érika Kelmer Mathias

[email protected]

Quando se trabalham as habilidades de linguagem como sustentação, refutação e

negociação de posicionamento, os gêneros comumentemente contemplados são texto de

opinião, diálogo argumentativo, resenha crítica dentre outros.

Ao trabalhar com alunos do 9º ano, percebo uma grande dificuldade na ordenação do

pensamento em atividades de escrita. Muitos não conseguem produzir,

satisfatoriamente, uma sequência lógica, sentindo-se desanimados nessas práticas.

Também percebo que as narrativas de suspense investigativo, como as policiais

(vivenciadas, em geral, em filmes e séries, como, por exemplo, Dexter e 24 horas), lhes

agradam bastante.

Assim, formulamos a seguinte hipótese investigativa: tendo em vista que uma das

principais características de narrativas policiais é a sustentação do raciocínio lógico-

racional, um trabalho sistematizado de leitura desse gênero narrativo implicaria

alteração na escrita desses alunos de textos em que essa estrutura fosse requerida?

Nossa pesquisa se centra na elaboração de uma proposta interventiva para uma turma de

9o ano do Ensino Fundamental de uma escola pública no município de Volta Redonda

(RJ). Para tal, concebemos uma intervenção estruturada em 4 etapas: avaliação do nível

de escrita dos alunos; introdução do universo das narrativas investigativas; ampliação

do repertório desse gênero e reavaliação do nível de escrita dos alunos. Elegemos como

autor literário a escritora Agatha Christie e apoiamo-nos nas teorias do Letramento

(SOARES e ROJO), do Letramento Literário (PAULINO e COSSON), em teorias da

Leitura (KLEIMAN), teorias sistêmicas da literatura (SCHMIDT e ZOHAR) e na teoria

do Efeito Estético (ISER). Temos como metodologia a pesquisação.

Para esta comunicação, apresentaremos o instrumento por nós elaborado para avaliação

do nível de escrita da turma (já aplicado) e a primeira etapa interventiva (em fase de

estruturação e seleção dos contos).

Palavras-Chave: Letramento Literário. Ampliação de Repertório. Agatha Christie.

Narrativa Policial.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO A CONTEXTOS

TECNOLÓGICOS PRODUZIDO POR PROFESSORES EM FORMAÇÃO

Patrícia Da Silva Campelo Costa Barcellos

patrí[email protected]

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mariana Backes Nunes

[email protected]

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Este trabalho pretende analisar materiais didáticos voltados a contextos de tecnologia

digital produzidos por professores em pré-serviço. Tais materiais didáticos foram

produzidos em uma disciplina semipresencial voltada a reflexões sobre o ensino de

língua e literatura estrangeira mediado por tecnologia. Ao decorrer do curso, os alunos,

futuros professores de língua estrangeira, foram expostos a textos teóricos sobre a área

(BUTLER-PASCOE; WIBURG, 2003), além de explorarem diversas ferramentas

online que poderiam ser úteis em uma aula de língua estrangeira. Os alunos, então,

foram instigados, ao final do curso, a produzirem as suas próprias unidades didáticas,

tendo em mente um contexto de aula em que as novas tecnologias estão presentes, ou

seja, deveriam construir tarefas mediadas pelas diferentes ferramentas apresentadas na

disciplina, explorando, assim, novos letramentos (LANKSHEAR; KNOBEL, 2006).

Desta maneira, seguimos duas metodologias distintas de análise dessas unidades

didáticas. Primeiramente, foi realizada uma análise das unidades considerando suas

características tecnológicas. Para isso, utilizamos a conceptualização de Araújo (2013)

sobre objetos de aprendizagem e suas principais características. Após esse primeiro

estudo, foi realizada uma segunda análise dessas unidades didáticas considerando as

diferentes estratégias de aprendizagem de linguagem (OXFORD, 2003) que as tarefas

ali presentes poderiam suscitar. Espera-se que com essa pesquisa os professores em

formação, alunos dessa disciplina, tenham identificado o leque de possibilidades que o

encontro entre as ferramentas digitais e os objetivos pedagógicos fornece ao cotidiano

escolar e que possam assim tornar-se produtores autônomos de produtos pedagógicos

eficazes em suas práticas futuras.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ANÁLISE DE RELATOS SOBRE O TRABALHO DOCENTE NA EJA

REVELAM A NECESSIDADE DE UMA MUDANÇA CURRICULAR

Luciana Martins Arruda

[email protected]

Professora de Letras da FASM)

Aline Procópio De Paula Couto

[email protected]

Acadêmica do 3º ano de Letras da FASM)

O trabalho na Educação de Jovens e Adultos (EJA) requer do professor o

desenvolvimento de uma metodologia de ensino diferenciada, pois ele precisa estar

preparado para discutir temas e conteúdos condizentes com a idade e o perfil dos

alunos, contribuindo para a formação deles como cidadãos. Por essa razão, esta

comunicação tem como objetivo analisar alguns relatos produzidos por professores da

EJA, para identificar quais são as dificuldades enfrentadas por eles com relação ao

processo ensino-aprendizagem e quais as estratégias utilizadas para tentar amenizá-las.

Cabe destacar que ela é fruto de uma pesquisa de Iniciação Científica desenvolvida e

premiada na Faculdade Santa Marcelina de Muriaé (FASM), em 2016, intitulada “A

relevância da inclusão de uma disciplina voltada para a EJA nos cursos de Graduação

em Licenciatura”. Para essas análises, utilizamos as contribuições teórico-

metodológicas oferecidas pela Linguística, em especial as de Charaudeau (2009) com

relação ao Modo de Organização do Discurso Narrativo, e da Pedagogia, em especial as

Soares (2015) e Freire (1967, 1996), sobre o processo de alfabetização e letramento e de

Lucindo (2013) e Silva (2010), sobre a EJA. De um modo geral, os resultados

mostraram que ora os professores sofrem como vítimas do sistema porque não foram

preparados no seu curso de graduação para lecionar na EJA e ora, mesmo sofrendo

como vítimas da formação recebida, eles agem como benfeitores buscando métodos

para tentar amenizar as dificuldades enfrentadas pelos alunos e a falta de materiais

didáticos específicos para esta modalidade de ensino. Em suma, entende-se ser este um

momento oportuno para se suscitar reflexões como esta, tendo em vista a Resolução nº

2 de 1º de julho de 2015, do CNE/MEC, segundo a qual: “os cursos de graduação em

Licenciaturas voltarão ao período de 4 anos, sofrendo reformulações em suas grades

curriculares”.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ANÁLISE LINGUÍSTICA

ADJUNTOS ADVERBIAIS

Jacqueline Aparecida dos Santos Guedes

[email protected]

Natália de Oliveira Gomes

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Em busca de uma escola apropriada para o século 21, que vise dar protagonismo aos

alunos, os estudantes de licenciaturas buscam cada vez mais atender às orientações dos

documentos oficiais, os quais norteiam um ensino mais voltado para o cotidiano dos

alunos e para sua formação cidadã. Dessa forma, após analisar um livro didático de

língua portuguesa altamente usado nas escolas da rede pública de Juiz de Fora,

observamos que este não atendia aos parâmetros estipulados pelos documentos

nacionais destinados à educação, como os Parâmetros Curriculares Nacionais, pois

contém em suas unidades textos desconexos, explicações vazias e sem contextualização.

Para então sanar essa precariedade, durante a participação em uma Oficina de Análise

Linguística ofertada pela faculdade de Letras, UFJF, e leitura de autores como Koch e

Mendonça, nos propusemos a elaborar uma atividade complementar a uma das unidades

cujo tema a ser trabalho seja os Adjuntos Adverbiais de lugar, intensidade e tempo.

Além disso, seguindo as diretrizes dos PCN, introduzimos nessa análise linguística um

tema transversal voltado para a pluralidade cultural, mais especificamente a africana.

Nos debruçamos nesse trabalho sobre um episódio do desenho "Super Choque" o qual

acontece na África e, também, no poema Canção do Africano. Um ponto a ser

destacado é que essa atividade foi elaborada e apresentada em sala de aula, mas ainda

não foi aplicada em aulas de Português nas escolas da cidade.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

APRENDER A LER E TORNAR-SE LEITOR CRÍTICO: PRÁTICAS

SOCIOCULTURAIS DE LEITURA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Vanessa Teixeira Ribeiro

[email protected]

Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro/Faculdade De Formação De Professsores

(UERJ/FFP)

O foco desta pesquisa é o reconhecimento do caráter plural das práticas socioculturais

de leitura na EJA, em busca da valorização das práticas letradas vivenciadas dentro e

fora do espaço escolar pelos estudantes. Sendo assim, a ideia de leitura se amplia dentro

de uma concepção sociointeracionista da linguagem, pois contempla o sujeito e sua

subjetividade. A escolha pela EJA se dá em virtude da experiência de dez anos

adquirida no trabalho com essa modalidade, no município de Maricá, região

metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Após a aplicação de questionários, em uma

turma multisseriada do Ensino Fundamental, os quais exploravam as experiências deste

público com as práticas socioculturais de leitura, percebemos nas respostas analisadas

um distanciamento entre as práticas letradas desenvolvidas pela escola e as realizadas

pelos alunos na vida cotidiana. Identificamos que a leitura é percebida por eles como

uma experiência desvinculada da sua realidade, mesmo que a utilizem cotidianamente.

Por esse motivo, projetamos um estudo exploratório das práticas socioculturais de

leitura dos alunos da EJA, recorrendo ao campo da Linguística Aplicada (MOITA

LOPES, 1996) e aos novos estudos do Letramento (GEE, 2008; STREET, 2014), a fim

de repensar as práticas de leitura dentro de um modelo ideológico, em que os estudantes

reconheçam a validade de suas práticas e assumam um posicionamento crítico na

construção de sentidos de diferentes gêneros textuais.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AS BELEZAS DO RIO AOS OLHOS ENCANTADOS DE UMA CRIANÇA

Profª Denise Barreto De Resende

[email protected]

Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda

O projeto apresentado foi realizado, inicialmente, em uma turma de 3º ano no ano de

2015 tendo um desdobramento com a mesma turma no ano de 2016.

Em homenagem aos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, cada aluno retratou em tela

as belezas do Rio, que contemplaram não só os pontos turísticos, mas também

lembranças e desejos representados pelos seus mais belos sonhos e visões de uma

cidade cheia de encantos.

No ano de 2016 retomamos o Projeto a partir de uma proposta de atividade da

professora regente de sala de leitura que evidenciou as questões referentes a poesia, isto

é, a poesia como tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. Com

isto em mente, a proposta foi transformar as poesias em poemas, isto é, tendo como

base os quadros pintados, os alunos criaram poemas. Mas criança pode escrever

poemas? Carvalho (2012) nos responde: “Criança pode escrever poesia, sim. Depois de

ouvir e ler os poetas, muitas crianças arriscam seus primeiros versos. E se escreverem, a

gente “publica”: põe no mural ou no varal de poesias. ”

A última etapa proposta foi a dramatização dos poemas. Eles ficaram livres para criar,

recitando, usando música, gestos e ritmo.

O olhar que como professora pude ter é descrito por Smolka (2008), que afirma que

dentro da escola a criança “precisa ocupar o espaço como protagonista, interlocutora,

como alguém que fala e assume o seu dizer” e que o espaço da sala de aula pode ser

transformado “ em lugar e momento de encontro e articulação das histórias e dos

sentidos de cada um, e de todos”.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AS CARACTERÍSTICAS DA LÍNGUA FALADA COMO ESTRATÉGIA DE

PERSUASÃO NO E-MAIL MARKETING DA MARCA QUEM DISSE,

BERENICE?

Camila Helena Da Silva Mendes

[email protected]

FASM – Faculdade Santa Marcelina

Considerada um grande gênero da atualidade, a publicidade oferta serviços e produtos

em vários suportes comunicacionais, utilizando ferramentas e estratégias persuasivas

para atingir o público alvo, sempre com a intenção de aproximar cada vez mais

enunciador e enunciatário. Com o advento da internet e o avanço das tecnologias, a

troca de informações tem ocorrido com mais frequência e rapidez. Consequentemente, o

mercado muda, e a publicidade precisa adequar-se a ele: para que as exigências dos

consumidores sejam atendidas, é necessário inovar tanto no suporte quanto na

linguagem da mensagem. Diante do exposto, muitas empresas começaram a divulgar

seus produtos e serviços através da internet, explorando outros gêneros, e a vendê-los

on-line. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo identificar e analisar as

características da língua falada nos e-mails marketing da marca de cosméticos quem

disse, berenice?. A pesquisa apoia-se, principalmente, nos estudos dos gêneros textuais

(MARCUSCHI (2002, 2008) e BAKTHIN (2000)), na linguagem publicitária

(SANDMANN (2014) e CARVALHO (2009)), no marketing (KOTLER, 2009) e nas

características da língua falada (FÁVERO, 2012). Salienta-se, também, a importância

de trabalhar este tipo de texto em sala de aula, pois, ao mesmo tempo, os alunos terão

contato com mais de um gênero textual e com as marcas de oralidade, possibilitando a

melhor compreensão de que as línguas falada e escrita não são estanques, mas ambas

fazem parte de um continuum tipológico dos gêneros textuais que permite o trabalho

concomitante das duas modalidades.

Palavras chave: fala; escrita; oralidade; e-mail marketing.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AS ORIENTAÇÕES DIDÁTICO-METODOLÓGICAS VOLTADAS PARA A

FORMAÇÃO LEITORA DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NA

PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA DA REDE

MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA

Fernanda Francisco Domingos

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho objetiva discutir e analisar quais são as orientações didático-

metodológicas presentes na Proposta Curricular de Língua Portuguesa da Rede

Municipal de Ensino de Juiz de Fora relacionadas à prática de leitura. Trata-se de uma

pesquisa documental e bibliográfica, que busca compreender como as capacidades de

linguagem devem ser desenvolvidas tendo como objetivo a formação leitora dos alunos

(CAFIERO, 2005; KOCH e ELIAS, 2014) através de uma perspectiva

sociointeracionista (BRONCKART, 2015) de construção e ampliação do conhecimento

adquirido pelos alunos do ensino fundamental I e II das escolas municipais. A pesquisa

revela que as orientações presentes na Proposta Curricular estão muito atreladas à

leitura como uma atividade social e interativa, a partir das experiências com os gêneros

textuais.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ATO ÉTICO E ATO ESTÉTICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA

PEDAGOGIA DO OLHAR POR MEIO DO CINEMA BRASILEIRO

CONTEMPORÂNEO

Marina Alvarenga Botelho

[email protected]

Marco Antonio Villarta-Neder

[email protected]

Universidade Federal de Lavras – UFLA/LEDISC

Este trabalho pretende relatar uma trajetória de reflexão iniciada na realização de uma

pesquisa de mestrado que dialogou com os estudos e as discussões do LEDISC/UFLA –

NÚCLEO DE ESTUDOS – LEITURA E ESCRITA EM CONTEXTOS

DISCURSIVOS E SEMIOLÓGICOS DIVERSOS. Essa pesquisa tomou emprestado de

Rubem Alves o termo “pedagogia do olhar”. Buscou-se o ensinar a ver para pensar a

relação entre cinema e educação: aprender a olhar o cinema, assim como aprendemos a

ler, retirando do filme mais do que seu tema, olhando também para seus elementos

formais, estilísticos e estéticos. Para isso, optou-se por refletir como essa mediação pode

ser feita com o cinema brasileiro, aqui entendido a partir de algumas relações de

alteridade com o cinema clássico industrial norte-americano (mais comercial). Entende-

se, portanto, cinema brasileiro contemporâneo como um conjunto de filmes produzidos

atualmente no Brasil (e também em coproduções internacionais) a partir de uma

orientação de produto artístico. Além disso, são filmes que ousam, unindo forma e tema

como potencial estético e político, tanto para se pensar o próprio fazer fílmico, quanto

em relação ao seu impacto sociocultural. Para este trabalho pretende-se utilizar os

conceitos bakhtinianos de ato ético e ato estético. Para Bakhtin, a unidade da

responsabilidade do sujeito pressupõe uma relação não imiscível e indissociável entre

arte (ato estético) e vida (ato ético). Pretende-se discutir como essa indissociabilidade

tem implicações na formação de professores. Do lugar teórico-epistemológico-

axiológico do Círculo de Bakhtin, a metodologia consiste em uma análise qualitativa,

descritiva-interpretativa: os analistas se assumem como sujeitos, igualmente produtores

de sentidos e implicados eticamente no ato próprio da análise. Os resultados tem sido a

realização de eventos e de produção acadêmica que refletem (sobre) essa conjunção

indissociável do ato estético e do ato ético na leitura audiovisual e de que maneiras isso

implica na formação de professores de Letras.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AVALIAÇÃO DE PRODUÇÕES ESCRITAS DE ALUNOS DO ENSINO

FUNDAMENTAL POR GRADUANDAS DE PEDAGOGIA

Suzana Lima Vargas

[email protected]

UFJF

Heloana Cardoso Retondar

[email protected]

UERJ

Investigamos as estratégias interventivas adotadas por graduandas de Pedagogia da

UFJF, durante a avaliação das produções textuais elaboradas por alunos do quinto ano

do ensino fundamental, atendidos no Laboratório de Alfabetização da FACED/UFJF.

Os dados da pesquisa foram obtidos no ano de 2016, durante as atividades propostas nas

disciplinas de Fundamentos teórico-metodológicos de Português I e II, quando

discutimos os processos de produção textual. Observamos que a grande maioria das

correções foi efetuada no corpo dos textos e são de ordem microestrutural (domínio da

frase e da palavra). As correções por bilhete alcançaram percentuais mínimos, mas se

configuraram como enunciados voltados para estabelecer a dialogia entre avaliador e

aluno, com critérios mais precisos de análise da língua e conhecimento mais consistente

sobre as condições de produção discursiva do texto escrito. Concluímos que é preciso

promover a prática de avaliação de textos escritos com maior frequência durante a

graduação em Pedagogia para que esses futuros professores de português deixem de

supervalorizar o “como se diz” e se tornem observadores atentos de “quem diz”, “para

quem se diz”, “o que se diz” e “em que situação se diz”. (GERALDI,1991). Isso

significa que a avaliação da produção escrita pode deixar de ser compreendida apenas

como a higienização de problemas da superfície textual, e a devida atenção seja dada às

interações entre avaliador e aluno, nas dimensões textual e discursiva requeridas na

produção de sentidos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

AVALIAÇÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DO PACTO

NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA EM MATO

GROSSO

Ângela Rita Christofolo De Mello

[email protected]

Albina Pereira De Pinho Silva.

[email protected]

A pesquisa foi realizada com o objetivo de analisar as avaliações de Língua Portuguesa

inseridas no Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do Ministério da

Educação (SIMEC) que alimentou o Sistema de Monitoramento do Curso de Formação

voltado aos Orientadores de Estudo vinculados ao Pacto Nacional pela Alfabetização na

Idade Certa (SISPACTO), pelos professores que atuavam no ciclo da alfabetização de

Mato Grosso, no início e no final de 2014. As avaliações analisadas se referem aos onze

direitos de aprendizagem de Língua Portuguesa e nos foram concedidas pela

coordenação geral do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) de

Mato Grosso em abril de 2015. Essas foram sistematizadas em quadros e demonstram

como os alfabetizandos se encontravam no início e no final de 2014, em relação a cada

um dos direitos de aprendizagem. A análise ancorou-se na abordagem qualitativa

(Marconi & Lakatos 2002 – André 1995) e investigou se houve um avanço na

apropriação do conhecimento dos alfabetizandos e uma correlação entre os direitos de

aprendizagem. As informações inseridas no Sistema, analisadas e fundamentadas em

Cruz e Albuquerque (2012), Rojo (1998, 2000 e 2003), Fernandes e Freitas (2007),

Moreira e Candau (2007), dentre outros pesquisadores do tema em questão, indicam um

processo evolutivo coerente em relação aos direitos de aprendizagem, como também

uma correlação entre um e outro direito. Mesmo assim, denotam que considerável

número de crianças matriculadas no Ciclo da Alfabetização pode estar concluindo essa

importante etapa escolar sem a devida apropriação do SEA. É preocupante a quantidade

de crianças que, por não terem dominado esse sistema, apresentam dificuldades na

leitura e na interpretação de textos de diferentes gêneros. Assim, as fragilidades do

processo de alfabetização foram apontadas e ajustes necessários para a superação

dessas, foram indicados. Palavras-chave: Alfabetização. Avaliação. Mato Grosso.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

BLOGS EDUCACIONAIS E FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

Úrsula Cunha Anecleto

[email protected]

Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Janaína De Oliveira Silva Martins

[email protected]

Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Este relato tem por objetivo refletir sobre a importância da escrita de blogs educacionais

na formação inicial de professores do curso de licenciatura em Letras / Língua

Portuguesa. Apresenta como ponto de partida uma experiência de ensino com esse

gênero emergente, no componente Estágio Supervisionado, com a turma de 7º semestre,

da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus XIV (Conceição do Coité), em

2016.1. A atividade, realizada durante dois meses, consistiu na elaboração de dois blogs

educacionais, intitulados “Compartilhando Saberes” e “Trocando Ideias”, nos quais

foram postados relatos sobre a prática pedagógica em sala de aula, reflexões sobre o

componente Estágio e atividades elaboradas pelos próprios estagiários e utilizadas

durante a regência de classe. Os blogs, como esferas públicas, oportunizaram, também,

visibilidade ao discurso desses graduandos, contribuindo, assim, para a construção e

reconstrução de suas identidades enquanto futuros docentes de Língua Portuguesa.

Nesse sentido, os blogs, por representarem um espaço de trabalho online, ampliaram as

possibilidades de aprendizagens de forma colaborativa, colaboraram com autoavaliação

do percurso formativo e pedagógico do graduando, além de propiciar o

desenvolvimento pessoal e profissional do futuro professor. Teoricamente, a prática

pedagógica ancorou-se nos estudos sobre blogs (KOMESU, 2005; RECUERO, 2002);

esfera pública (HABERMAS, 1984) e formação de professores (TARDIF, 2002;

PERRENOUD, 2003; PIMENTA, 2002; SCHÖN, 1995). A partir dessa prática docente,

concluiu-se que a utilização dos blogs educacionais foi muito importante na

socialização de experiências de estágio desses alunos, pois potencializou a formação do

professor que reflete sobre sua práxis cotidiana, compreendendo suas condições

educacionais e sociais, encontrando caminhos para desenvolver saberes próprios da

docência.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

BRINCADEIRAS DAQUI PRA LÁ: AS DIVERSAS LINGUAGENS NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Miriam Nogueira Duque Villar

[email protected]

Prefeitura de Juiz de fora

Nilcéa Beatriz Jenevain Braga

[email protected]

Prefeitura de Juiz de fora

O presente relato tem o objetivo de mostrar como foi desenvolvido o Projeto

“BRINCADEIRAS DAQUI PRÁ LÁ” na Escola Municipal Professor Carlos Alberto

Marques no ano de 2016 com um grupo de crianças de quatro e cinco anos de idade.

No ano de 2015, esse mesmo grupo de crianças tiveram a oportunidade de conhecer

diversas brincadeiras africanas. Um dia, quando conversávamos na nossa roda, uma

criança se manifestou: - Já que agora sabemos as brincadeiras das crianças africanas,

que tal mostrarmos para elas as brincadeiras das crianças brasileiras?

Decidimos então construir um livro e enviá-lo a um país do continente africano, com o

título “BRINCAR DE SONHAR, SONHAR DE BRINCAR”. Para ensinar as

brincadeiras, fizemos vídeos com a participação das crianças e registramos a escrita das

músicas, as formas de brincar, além de desenhar as brincadeiras utilizando vários

materiais.

O desafio proposto era trabalhar com as diferentes linguagens de forma significativa

com as crianças. Baseada em uma perspectiva histórico cultural, o nosso objetivo foi de

favorecer as aprendizagens, valorizando a criança como sujeito que se pronuncia sobre

o mundo no qual está inserida a partir de diferentes linguagens - plástica,

musical,gestual, pictórica- fazendo uso desses meios simbólicos para se pôr em

interação com o outro.

Para Vigotski (1991), abordar a escrita como linguagem significa reconhecê-la como

ponte entre mim e o outro, como atividade simbólica a partir da qual minha ação sobre o

outro produz mudanças nesse outro e em mim mesmo. Nesse sentido, para se constituir

por meio da experiência de cultura e, portanto com prática humanizadora, é necessário

que a criança possa atribuir sentido à leitura e à escrita

O trabalho foi desenvolvido através da pedagogia de projetos. Cabendo ressaltar, que

trabalhos realizados com projetos, propõem atividades voltadas para uma perspectiva

lúdica do conhecimento, considerando as crianças como co-autoras do seu processo de

aprendizagem, tirando-as do lugar de passividade que a escola as têm colocado para um

papel ativo e participativo.

Palavras-chave: Educação infantil; registro; linguagem; brincadeiras.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

"BRINCAR JUNTO, INTERAGIR COM OS BEBÊS": REFLEXOS DA

FORMAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Michelle Duarte Rios Cardoso

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente texto é um recorte da dissertação de mestrado intitulada "E os bebês na

creche...brincam? O brincar dos bebês em interação com as professoras" Um dos

elementos do trabalho discorre sobre a importância da relação teoria/prática ao se

trabalhar com bebês na creche, isso porque ao pensarmos nos bebês, no ambiente da

Educação Infantil, é preciso atentar para seus interesses específicos, reconhecendo-os

como sujeitos em formação, capazes de construírem novos significados, a partir de

interações estabelecidas com outros, no coletivo da creche. Ao refletirmos nas

possibilidades do brincar entre/com os bebês, é preciso concretizar práticas que

proporcionem a eles a possibilidade de interagir com o outro e com o mundo ao seu

redor, tornando possível a participação ativa em seu processo de formação. Dessa

maneira, a partir das interações entre professoras e bebês, é possível estabelecer, dentro

da instituição de Educação Infantil, uma relação de aprendizagem/desenvolvimento

pautada na troca de experiências e significados partilhados. Como aporte metodológico,

escolhi a Pesquisa Crítica de Colaboração (PCCol), que prioriza momentos de

discussão, em que pesquisador e sujeito se unem para adequar e/ou ampliar uma

determinada prática/realidade, por meio da construção de novos significados. O

referencial teórico, que deu sustentação à pesquisa foi a Teoria Sócio-Histórico-

Cultural, dialogando em especial com Vygotsky, Wallon e Pino. No que tange aos

reflexos da formação das professoras participantes da pesquisa na prática do brincar

com os bebês, pude perceber que essa fez toda a diferença no modo de agir dessas

profissionais, que construíram sua prática pedagógica a partir de teorias priorizam o

brincar como linguagem, como fundamental ao desenvolvimento humano. Assim, o

brincar, a partir da interação com as professoras, se tornou o eixo central do

planejamento pedagógico dessas professoras, e atividade altamente significativa para a

vida dos bebês, para novas descobertas e aprendizagem.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

CIRANDA LITERÁRIA: A FORMAÇÃO DE PEQUENOS LEITORES

Ariane Rodrigues Gomes Leite Godoy

[email protected]

SEE/MG

Mariana Fonseca

[email protected]

SEE/MG

O presente trabalho é um recorte de uma experiência, que ainda está acontecendo, de

duas professoras alfabetizadoras do 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola de

Juiz de Fora, da rede estadual de Minas Gerais, no ano de 2017. Partindo das

concepções de que a leitura é um ato social, é um processo de interação entre dois

sujeitos, o leitor e o autor, através do texto (KLEIMAN, 2011); e de uma educação que

busca permitir que a criança seja vista não mais como aquela que não fala, que é um ser

inacabado, acreditamos na necessidade do resgate da narrativa pela voz das crianças.

(CARVALHO; SIQUEIRA, 2013). Esse relato de experiência aborda a interação das

crianças com livros de literatura infantil, a partir da proposta de uma “Ciranda literária”,

em que são enviados para casa do estudante livros de determinados gêneros textuais,

para que o mesmo leia com sua família e escolha um para registrar a experiência e

confeccionar, junto com os familiares, fantoches ou dedoches com materiais

descartáveis para contar a história aos amigos da sala. Acreditamos, assim como

Carvalho e Siqueira (2013), na “literatura como mediadora de uma educação infantil

cidadã”, assim, essa proposta, é mais uma forma que permite à criança o acesso a

riqueza do mundo ficcional e a torna sujeito de sua própria história. Acreditando

também no potencial que a família tem na formação desses pequenos leitores, uma vez

que são elas as primeiras mediadoras entre as crianças e os bens culturais, buscamos

envolvê-los nessa experiência.

Palavras-chaves: leitura literária; escola pública; pequenos leitores.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

CLUBE DA LEITURA: UM NOVO OLHAR SOBRE OS LIVROS INFANTIS

Vanessa De Souza Rosado Drago

[email protected]

Aira Suzana Ribeiro Martins

[email protected]

Colégio Pedro II

Considerando a importância da leitura, da escrita e da oralidade nos anos iniciais do

Ensino Fundamental I, este trabalho apresenta um relato de experiência sobre um

projeto intitulado “Clube da Leitura”, desenvolvido no ano de 2016 no Colégio Pedro II

– Campus Engenho Novo I, nas turmas de 2º ano. De acordo com Simões (2006), a

habilidade para ler e entender, é inútil sem o desejo de ler, condição capaz de mover o

leitor a desencadear os processos que o levarão à compreensão. Pensando dessa forma, a

atividade de escolha dos livros para a leitura semanal em casa, não era apenas uma

formalidade de uma rotina escolar. Percebeu-se o envolvimento por parte dos alunos

pela proposta que lhes foi apresentada, além da parceria escola-família. Da interação

leitor e autor nascem os textos, da necessidade de comunicar-se surge a habilidade de

redigir e de contar histórias. Desse modo, o trabalho com a oralidade é importante para

o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita. Nesse projeto desenvolvido, as

crianças com idade entre 7 e 9 anos utilizaram diversas estratégias para apresentarem os

livros lidos, mostrando-se sujeitos ativos e leitores participantes, demonstrando

percepção e compreensão do texto de acordo com suas vivências.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

COLETÂNEA DE TEXTO E POSICIONAMENTO AUTORAL: INDÍCIOS DE

LEITURA EM PRODUÇÕES TEXTUAIS ARGUMENTATIVAS

Isadora Rocha

[email protected]

UFES/GEBAKH

A partir de 1998, com os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCNs, o ensino de

língua portuguesa passou a ser guiado por uma concepção de linguagem baseada nos

estudos do Círculo de Bakhtin sobre os Gêneros do Discurso (BAKHTIN, 2003). Com

isso, exames e materiais didáticos foram reformulados, o que proporcionou maior

enfâse em uma produção de textos mais contextualizada, tendo em vista a noção de

"enunciado concreto" dos estudos bakhtinianos. No entanto, nos últimos XX anos, com

a institucionalização do Enem, o foco das "redações" se voltou, novamente, para o texto

dissertativo-argumentativo, retraindo, portanto, o ensino a uma concepção tipológica de

texto. Com isso, cursinhos e escolas passaram a fornecer aos alunos modelos prontos

para a construção de um texto idealizado, o que faz com que nessas produções, em

geral, ocorra a valorização da forma e a homogeneização dos discursos dos

enunciadores. A Prova de Redação oferece aos produtores um ou mais textos

motivadores para servir de base sobre o tema para a argumentação, a “coletânea de

texto”. Tendo em vista o contexto em que essas produções se inserem, a pesquisa

investigou como se dá o processo de leitura dos autores mediante da coletânea fornecida

pelo Enem e se elas de fato contribuem para o processo argumentativo ou dificultam

uma argumentação mais dialógica e ideológica conforme as discussões propostas pelo

Círculo de Bakhtin e seus estudiosos. Para a realização desta pesquisa foram recolhidas

produções de estudantes das redes pública e privada da Grande Vitória. O corpus foi

analisado de forma indiciária conforme proposto por Ginzburg (1986), além da

utilização das considerações do Círculo de Bakhtin e seus comentadores

contemporâneos. A partir das reflexões do trabalho, observamos que a escrita desses

estudantes se dá de forma mecanizada e o processo de leitura é restrito à coletânea,

faltando criticidade nos discursos (re)produzidos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

COMO ANDA O PACTO? MOVIMENTOS PARA ALFABETIZAR

LETRANDO NUMA PERSPECTIVA FREIRIANA

Maikson Damasceno Fonseca Machado

[email protected]

Universidade do Estado da Bahia

Ana Lúcia Gomes Da Silva

[email protected]

Universidade do Estado da Bahia

O presente artigo intenciona analisar e descrever a concepção dos professores

alfabetizadores sobre os processos de alfabetização e letramento apresentado pelo

programa Pacto Nacional na Idade Certa – PNAIC, modo a refletir coletivamente suas

implicações no espaço da sala de aula. Contrapondo a visão desses professores,

postulamos a nossa opção por alfabetizar letrando a partir do legado de Freire que ao

longo da sua obra (1980; 1987; 1989; 1990; 1999; 2000; 2001; 2011) irá nos apresentar

requisitos básicos para que os educadores estruturem e encaminhem a sua práxis junto

aos aprendentes em busca de construir processos que possibilite o conhecer/aprender a

realidade dos sujeitos da educação objetivando significar essa realidade/propiciar a

ampliação do repertório de leitura bem como do universo vocabular, a fim de

intervir/mudar a própria realidade pesquisada. Metodologicamente este é um estudo de

caráter qualitativo (GIL, 2008), (auto) biográfico, centrado na subjetividade das

histórias de vida, da memória e que entende a narrativa como elemento que traduz as

experiências individuais e coletivas, passivo de interpretações, análises e reflexões

(SOUZA; SOARES, 2008). Optamos pela entrevista narrativa como dispositivo

de pesquisa. A entrevista foi realizada com cinco professoras alfabetizadoras que

lecionam no segundo e terceiro ano do primeiro ciclo de alfabetização, locadas no

Colégio Municipal Hildécio Antônio Meireles, localizado no município de Cairu-BA.

Elegemos a análise de conteúdo para analisar os dados a fim de interpretar e

reinterpretar o que foi dito, buscando a construção dos sentidos e da realidade em

questão (BARDIN, 2016; MORAIS, 1999). As primeiras impressões do estudo aponta

que a proposta de alfabetização e letramento apresentada pelo PNAIC foi percebido

como uma grata surpresa, considerando que havia professoras que desconheciam o

conceito de letramento e que não dominava a psicogênese da língua escrita e pouco

sabia sobre as fases de apropriação do sistema de escrita e leitura. Com resultados

parciais há indícios que as professoras vêm redimensionando as suas práticas

alfabetizadoras a fim de que as mesmas ganhem novas significâncias e estejam

vinculadas as práticas sociais em que os processos de leitura e escrita nascem, se

fortalecem e estruturam-se.

Palavras - Chave: Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa; Alfabetização e

Letramento; Freire.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

COMPARTILHANDO UMA PRÁTICA DOCENTE: O PRIMEIRO CONTATO

COM A SALA DE AULA

Andressa Barcellos Correia Da Silva

[email protected]

Camila Araujo Nonato

[email protected]

Alunas de Letras na Universidade Federal de Juiz de Fora

Nosso trabalho tem como objetivo apresentar um breve relato de nossa experiência de

estágio, realizada no ano de 2016 em uma escola estadual do município de Juiz de Fora,

tendo como base as discussões abordadas na disciplina “Reflexões sobre a atuação no

Espaço Escolar de Língua Portuguesa I”. Essa experiência de prática docente foi o

nosso primeiro contato com a sala de aula e com a profissão que escolhemos seguir, na

qual materializamos o que aprendemos ao longo do curso de Letras, principalmente na

Faculdade de Educação. Em nossa experiência, aplicamos o trabalho incisivo com o

gênero textual, através de uma sequência didática, com base nos moldes propostos por

Joaquim Dolz, Michèle Noverraz e Bernard Schneuwly (2004). Nessa sequência

didática trabalhamos a leitura, a produção escrita e a análise linguística. Porém, como os

alunos já se mostravam interessados pela leitura, planejamos que o projeto final dessa

sequência seria um texto escrito por eles, com isso, optamos por focar no ensino da

escrita e atrelamos a ela a análise linguística. Escolhemos um ensino através do gênero,

pois como confirma os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa de

1998 (PCN – LP), todo texto que produzimos é materializado em gêneros textuais.

Buscamos propor um trabalho diferenciado, com o intuito do ensino-aprendizagem do

gênero conto, assim como de questões linguísticas relevantes para a faixa etária dos

estudantes (7º ano) e de compreensão textual, já que os alunos apresentaram dificuldade

de inferência e de interpretação. Nossa experiência mostrou que podemos mudar de

forma gradual a forma com que o ensino é realizado no Brasil, tornando-o mais atraente

e didático para o estudante, com o objetivo de inserir o aluno em práticas de letramento,

que englobam um mundo que não só aquele da sala de aula.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

COMPETÊNCIA COMUNICATIVA E O TRABALHO COM O TEXTO

ARGUMENTATIVO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Mariana Vieira Domingues

[email protected]

UERJ

Na minha prática docente no ensino fundamental, verifico que a maioria dos estudantes

demonstra ter problemas com leitura, interpretação e produção de textos, especialmente

o texto de tipo argumentativo, que exige um desenvolvimento da capacidade de

formular teses, defender pontos de vista e selecionar informações que embasem seus

argumentos. Essas observações geraram a criação de um projeto que venho

desenvolvendo em sala (2016/2017), voltado para o aperfeiçoamento da competência

comunicativa (COSTE, 2002) dos meus alunos, no que tange à aprendizagem e ao

desenvolvimento da leitura e da escrita argumentativa. O projeto faz parte da minha

formação docente no Mestrado Profissional em Letras e o objetivo geral é aperfeiçoar a

competência comunicativa de alunos do ensino fundamental do nono ano, em relação à

produção de textos de tipo argumentativo. Os alunos são de uma turma de nono ano, de

uma escola de rede pública municipal, onde leciono. Para aprofundar a competência

comunicativa nos baseamos em COSTE (2002) e VIGNER (2002). Segundo Coste

(2002), a Competência Comunicativa diz respeito ao conhecimento prático das

regras psicológicas, culturais e sociais que comandam o processo de socialização

verbal. A metodologia adotada é a pesquisa-ação porque pretende intervenção

participativa no ambiente escolar analisado a fim de modificá-lo. Essa intervenção

ocorrerá por meio de oficinas de leitura de variados gêneros textuais e produção de

textos de tipo argumentativo. Vemos a escrita de textos como processo e por esse

motivo, a oficina começa parecendo ser uma oficina de leitura, mas na verdade já é o

primeiro passo do redigir. As atividades possibilitam que os alunos tenham uma prática

reflexiva e motivadora do processo de escrever, aprimorando os componentes da

competência comunicativa e buscando reconhecerem-se como autores do seu texto.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

CONSTRUINDO ENTENDIMENTOS SOBRE A GRAMÁTICA: EM BUSCA DE

UM ENSINO SIGNIFICATIVO

Patrícia Graeff

[email protected]

Secretaria do Estado de Educação

Apoiada na abordagem ético-inclusiva da Prática Exploratória (ALLWRIGHT e

HANKS, 2009), apresento um recorte da minha pesquisa, a qual configura um processo

de reflexão e de construção de entendimentos sobre o ensino significativo da língua

portuguesa com uma turma de segundo ano do ensino médio de uma escola pública

estadual do Rio de Janeiro. Os objetivos que guiaram o meu olhar para esse trabalho

tiveram como fundamento a busca de entendimentos sobre o lugar da gramática em

minha sala de aula. Nesse sentido, propus-me a trabalhar a língua portuguesa a partir da

perspectiva interacional e da abordagem socioconstrutivista da aprendizagem

(TRAVAGLIA, 2009; VYGOTSKY, 1991) assim como elaborar atividades

pedagógicas exploratórias de língua portuguesa com vistas a um ensino significativo da

língua (ALLWRIGHT,2005). Considerando o fato de que a língua é apreendida na

interação (BAKHTIN,[1979] 2015), proponho, a coconstrução de conhecimentos que

contemple o uso real e social da língua, ou seja, é a partir do texto, seja ele escrito ou

oral, que surge a linguagem como objeto de reflexão (GERALDI, 2013). Dessa forma, o

meu trabalho com a gramática delineia-se a partir da análise dos enunciados que

compõem os gêneros discursivos e não a partir de orações (BAKHTIN, [1979] 2015). A

partir da reflexão desse trabalho de pesquisa, entendi que a gramática precisa possuir o

seu lugar na minha sala de aula, no entanto, de maneira ressignificada. Faz-se necessário

trabalhar textos com os aprendizes que propiciem refletir sobre o momento sócio-

histórico que se está vivenciando. Desse modo, essa pesquisa apresenta atividades

gramaticais que colaboram para uma reflexão sobre os efeitos de sentido das escolhas

discursivas, uma vez que isso possibilita um aprofundamento da leitura, de maneira a

não contribuir para um ensino da língua vazio e alienante.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

CONTRIBUIÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS DA LINGUÍSTICA

APLICADA PARA A AQUISIÇÃO DA ESCRITA

Victória Ramos Régis Maciel

[email protected]

Hellen Teixeira Silva

[email protected]

UFLA (Universidade Federal de Lavras)

A presente comunicação tem por objetivo inventariar as contribuições teórico-

metodológicas da Linguística Aplicada (L.A.) para a análise do processo de aquisição

da escrita. Para a consecução do objetivo proposto, este trabalho contemplou o estudo

de três temas: a) Linguística Aplicada; b) Linguística Aplicada ao ensino de língua

materna e) Linguística aplicada à aquisição da escrita. Para tal, foram utilizados os

seguintes teóricos: Moita Lopes (2006), Kleiman (2007), Rojo (2007), Moreira (2013),

Bosco (1999), Ferreira (2008), entre outros. Para complementar o estudo, foram

selecionadas três produções escritas de crianças em fase de alfabetização. A análise das

produções eleitas buscou levantar as potencialidades da Linguística Aplicada para o

trabalho com a escrita em sala de aula. Como resultado, constatou-se que a L. A.,

considerando-se as várias pesquisas realizadas por pesquisadores brasileiros, pode

emprestar contribuições para o trabalho com a produção de textos escritos na escola,

uma vez que poderá iluminar a prática docente, seja na dimensão de uma formação

teórica, seja na dimensão metodológica, o que pode influenciar no redimensionamento

de concepções, de atividades didáticas e de seus posicionamentos como intérprete do

texto dos alunos. Em decorrência disso, o aluno poderá ampliar as suas habilidades de

escrita, considerando a diversidade de gêneros discursivos e de usos da linguagem.

Assim, o processo de aquisição da escrita, embasado nos pressupostos da L.A. poderá

reduzir bloqueios e inseguranças inerentes à ação de escrever.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

CRONOTOPO E EXOTOPIA NO SERIADO THE FOLLOWING: LEITURAS

DE LIMITES ENTRE REALIDADE E FICÇÃO

Guilherme Augusto de Figueiredo Carneiro

[email protected]

UFLA/LEDISC

O presente trabalho pretende analisar, a partir dos conceitos Bakhtinianos de exotopia e

cronotopo, as relações de espaço tempo que existem na representação na “realidade” de

uma história fictícia dentro de outra história fictícia ao decorrer do enredo do seriado

norte-americano The Following. O protagonista é um professor universitário assassino,

o qual possui uma relação peculiar com os contos de Edgar Allan Poe e sua forma de

observar a morte. Tal professor, ainda que preso, tem seus alunos como seus seguidores.

Esses alunos assassinam e fazem diversos tipos de crueldade com determinadas pessoas,

mudando completamente a vida delas, em busca apenas de trazer uma história de horror

fictícia, escrita pelo professor que busca inspiração nos contos de horror de Allan Poe,

para a realidade. Considerando tais fatores, propõe-se mostrar como a ficção e a

realidade se misturam dentro de um seriado que consequentemente é fictício, a partir da

exotopia, pensando no acabamento do sujeito em torno de um todo na dimensão

temporal e de cronotopo, nos levando a pensar nas personagens envolvidas em uma

história fictícia, trazidas à “realidade” dentro de um enredo de um seriado de ficção. A

metodologia utilizada consiste numa análise descritivo-analítica, na qual o analista se

assume como sujeito, também produtor de sentidos e epistemológica e axiologicamente

comprometido na relação com sua análise.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DA IDEALIZAÇÃO À OBJETIVIDADE: UMA ABORDAGEM DA ESTÉTICA

REALISTA NO ENSINO MÉDIO

Margareth Andrade Morais

[email protected]

Rafael Guimarães Nogueira

[email protected]

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro

(campus Rio de Janeiro)

A partir de um relato sobre o projeto “Cinema e Literatura: diálogos possíveis”,

desenvolvido, em 2016, no IFRJ (campus Rio de Janeiro), o objetivo desta comunicação

é demonstrar como a comparação entre obras literárias e cinematográficas pode se

constituir um meio profícuo para fomentar e (re)significar o ensino de Literatura. A

partir da multiplicidade da arte cinematográfica, as atividades desse projeto de iniciação

científica fundamentam-se na análise e na comparação de obras cinematográficas e

literárias. Desse modo, em debates junto à comunidade acadêmica, objetiva-se ampliar o

acesso a tais produções e demonstrar semelhanças ou divergências entre recursos

linguístico-literários e cinematográficos. Nesta comunicação, destacam-se duas

apresentações do projeto: a exploração temática do filme Relatos Selvagens, de Damián

Szifron, e a análise comparativa entre o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis,

e a minissérie Capitu, dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Em uma abordagem

interdisciplinar, o debate acerca do filme focalizou sua relação temática com a estética

literária Realista/Naturalista. Composto por seis histórias independentes com um ponto

em comum – a temática do descontrole –, o filme argentino, assim como as narrativas

da 2ª metade do século XIX, desvela “as mazelas da vida pública e os contrastes da vida

íntima” (cf. BOSI, 2006), mostrando como os humanos, se levados a situações

extremas, podem se comportar de forma animalesca. Na análise contrastiva das obras

Dom Casmurro e Capitu, privilegiou-se a construção do narrador e dos personagens, a

partir de conceitos como intertextualidade (cf. KOCH, 2002), dialogismo (cf. FIORIN,

2005) e multiperspectivismo narrativo (cf. MELO E SOUZA, 2006). Portanto, por meio

desta comunicação, espera-se contribuir para a emergência de práticas docentes que

ampliem o senso crítico e a sensibilidade estética referente ao discurso cinematográfico

e literário.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DESAFIOS PARA CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS VIRTUAIS

PARA CEGOS E SURDOS

Alan Mariano Da Silva

[email protected]

Hevellin Ferreira Aguiar E Ferraz

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

Conforme as instituições de ensino se tornam mais inclusivas, aumentam os desafios na

geração e apresentação de conteúdos acessíveis a pessoas com deficiência. As novas

tecnologias para inclusão surgiram com o intuito de sanar esse problema, oferecendo

recursos e serviços que contribuem para possibilitar o multiletramento envolvendo a

acessibilidade de pessoas surdas e cegas no ensino superior. O objetivo deste trabalho é

descobrir quais os principais desafios encontrados pelos docentes na geração de

conteúdos acessíveis e como novas plataformas podem ser projetadas para potencializar

a transmissão de conhecimento entre docente e discente, uma vez que a não aplicação,

ou utilização inadequada, dos recursos oferecidos por essas novas tecnologias se

configura como uma barreira para que o conteúdo ministrado seja aproveitado por todos

os alunos. Nesse contexto, é imprescindível pensar em plataformas de multiletramento,

uma vez que é perceptível a utilização pelo professor na sala de aula de recurso

tecnológico de apresentações multimídias, preenchendo-o frequentemente apenas com

textos, subutilizando o grande potencial da tecnologia. O material utilizado para ensino

não deve se apoiar totalmente em um único tipo recurso (textos, áudios, imagens,

vídeos), tendo em vista as diferentes características de cada aluno. Levando em

consideração todos esses fatores, já estão sendo desenvolvidas plataformas de uso fácil

que não exijam do professor conhecimento prévio das normas para criação de conteúdo

online acessível para cegos e surdos.

Palavras-chave: Acessibilidade, tecnologia, ensino superior.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DESENVOLVENDO A ORALIDADE POR MEIO DA LITERATURA

Sara Helena Da Costa Freitas

[email protected]

Josina Augusta Tavares Teixeira

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

A experiência a ser relatada ocorreu em 2016 no Colégio de Aplicação João XXIII em

uma turma composta por 20 alunos do 1º ano do ensino fundamental I. Foi desenvolvida

durante 3 meses, semanalmente, em 2 aulas de Linguagem tendo como duração, cada

aula, 45 minutos, nas quintas e sextas- feiras. A atividade foi desenvolvida com diversos

livros literários e teve como o disparador o livro literário “A princesa Rosa-choque”.

Para a realização da atividade eram usados um dos três espaços disponíveis pela escola:

parque, anfiteatro e sala de aula e escolhido por meio de uma votação. A primeira parte

da atividade é a leitura do livro feita pela professora sem contar o final da história.

Logo, fazíamos duas formas de leitura: primeira, os alunos que já dominavam a leitura

da escrita da história formavam duplas com alunos que ainda não liam para lerem a

história juntos em um tom de voz um pouco mais elevado, descobrindo assim o final tão

esperado e; segunda, a leitura individual e silenciosa. Após a leitura era trabalhado com

os alunos a encenação da história. Para encenação eram formados vários grupos, até que

todos houvessem participado. Nessa atividade era destacada o desenvolvimento da

autonomia para mudar as falas e improvisar os fatos; tom de voz e postura adequados de

acordo com o desenrolar da história, fazendo assim o uso da forma sarcástica,

enfadonha, aterrorizante, etc. e, um espaço para expressar suas opiniões, gozos e

insatisfações. Para embasarmos nossa atividade nos apoiamos nos pressupostos teóricos

de Teixeira (2014), Machado (2011) Vigotsky (1984), Cosson (2011) e Juracy Saraiva

(2011). Ao final da experiência, deixamos claro que não existe uma receita para o

trabalho com oralidade, no entanto, essa atividade pode possibilitar ao professor

cumprir o seu papel de formar cidadãos competentes na fala e na escrita.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DIÁLOGOS SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES LEITORES A

PARTIR DE UMA VIVÊNCIA DE LEITURA LITERÁRIA

Márcia Mariana Santos De Oliveira

[email protected]

Ana Maria Moraes Scheffer

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Promover uma vivência de leitura literária aos professores foi o objetivo da oficina de

leitura que realizamos em uma escola da rede municipal de ensino de Juiz de Fora, no

mês de março de 2017. Essa oficina foi planejada no âmbito do projeto de extensão

“Leituras e Leitores”, desenvolvido pelo grupo de pesquisa Linguagem, Infâncias e

Educação – LINFE –, da Faculdade de Educação da UFJF. O intuito desse projeto é

apoiar as escolas públicas em um dos seus principais desafios: a formação de leitores.

Alicerçadas pelos estudos desenvolvidos por Vigotski, acreditamos que é preciso

proporcionar vivências de leitura aos professores, para que estes possam mediar a

relação de seus alunos com a leitura. Diante disso, realizamos a oficina durante a

reunião pedagógica da equipe docente, a partir do livro literário “Um Apólogo” de

Machado de Assis utilizando a estratégia de leitura teatralizada. Foi preparado um

espaço acolhedor na biblioteca no qual estavam presentes alguns artefatos que remetiam

à história do livro, na tentativa de sensibilizar os professores e possibilitar que suas

memórias pessoais fossem acionadas. O texto escolhido apresenta um diálogo entre uma

agulha e um novelo de linha em que é discutido sobre a importância do trabalho que

cada um realiza na costura de um vestido. Durante a leitura, os mediadores refizeram o

mesmo diálogo proposto pela história, provocando no leitor sensações múltiplas e o

encantamento pela narrativa. Na sequência, iniciamos uma conversa com os professores

a fim de saber quais foram os sentidos produzidos por eles para aquela vivência, o que

suscitou reflexões sobre o trabalho coletivo realizado na escola e a formação do leitor

literário.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DICIONÁRIO DE LIBRAS: INSTRUMENTO TECNOLÓGICO PARA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ACESSIBILIDADE

Sheila Silva De Farias Xisto

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

O dicionário de Libras (Língua Brasileira de Sinais), proposto pela Universidade

Federal de Viçosa (UFV), tem por objetivos: (i) auxiliar a disciplina de Libras, ofertada

obrigatoriamente para os cursos de formação de professores e facultativamente para os

demais cursos da instituição; (ii)constituir um acervo de sinais para áreas de

conhecimento específicas e (iii) contribuir para a comunicação dos estudantes surdos e

ouvintes dessa e de outras instituições. Reconhece-se que este projeto tem fundamental

importância para a instituição e para a comunidade surda, considerando as limitações

encontradas por professores e estudantes na elaboração de aulas e material didático

adequado em Libras. Para elaboração desse recurso tecnológico, serão investigados

dicionários e glossários de outras instituições com o intuito de conhecer os sinais, o

layout, a organização das palavras e a partir desses dados, obter um dicionário que

atenda aos objetivos propostos. Neste sentido, a pesquisa é de cunho qualitativo,

qualificada como pesquisa-ação, constituída pelas seguintes etapas: revisão

bibliográfica; pesquisa documental; análise dos dados e catalogação dos materiais

didáticos encontrados; e, por fim, a ação de elaboração dos produtos tecnológicos

didáticos. Denominado Projeto Inovar Mais, a pesquisa, na qual está envolvida uma

equipe interdisciplinar de estudantes, técnicos e professores da UFV, está em

andamento e tem previsão de término o mês de julho de 2017.

Palavras-chave: Libras; dicionário; recurso tecnológico.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DO STAND-UP AO TEXTO ESCOLAR: MEDIAÇÃO DIDÁTICA DE BASE

COLABORATIVA PARA O ESTUDO DE TÓPICOS DE LÍNGUA

PORTUGUESA NA EJA

Rennan Furtado

[email protected]

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Bolsista Capes/ProfLetras

Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma mediação didática, de base

colaborativa, para estudo de tópicos de língua portuguesa, como o uso do objeto direto

anafórico (ODA), a partir do gênero discursivo stand-up comedy, em turmas do

segmento Educação de Jovens e Adultos (EJA). Busca-se incentivar a participação dos

alunos inseridos nos cursos da EJA da rede pública do estado do Rio de Janeiro (NEJA),

partindo-se da hipótese de que o uso do referido gênero os estimularia a desenvolver

atividades de leitura, produção textual e reflexão sobre usos linguísticos, neste caso com

foco no estudo e uso do ODA. Para tanto, esta pesquisa baseou-se na Teoria

Colaborativa de Aprendizagem (BEHRENS, 2013), que possibilitou a organicidade da

mediação para promovermos um ensino participativo em que a interação entre aluno e

professor constitui a base do trabalho. Além disso, buscamos, em teorias linguísticas,

pressupostos para fundamentação da proposta. A saber: a teoria da Referenciação

(KOCH E ELIAS, 2012; CAVALCANTE, 2004) e a dos Contínuos de variação

linguística (BORTONI-RICARDO, 2004, 2005), com ênfase no contínuo oralidade-

letramento. A primeira permitiu o entendimento das relações anafóricas, sobretudo a do

ODA, em um texto; a segunda possibilitou o reconhecimento de que as realizações

linguísticas, as variáveis, como as dessa categoria, situam-se em uma linha contínua e

não em lados opostos. Procedemos ainda à associação desse contínuo com o contínuo

dos gêneros discursivos proposto por Marcuschi (2001). Este trabalho buscou, ainda,

atingir objetivos específicos da disciplina de Língua Portuguesa, como ensinar

estratégias de referenciação em formas acusativas, além de outros mais gerais, como

promover o debate, a coletividade, o compartilhamento de ideias e o respeito mútuo

entre professor e alunos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DOCENTES EM FORMAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES PARA PENSAR A

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

Jacqueline Martins da Silva

[email protected]

UERJ

O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa de mestrado já concluída e que teve

como propósito investigar trajetórias e experiências de formação de professoras do

município de Niterói – RJ. Objetivamos apresentar uma breve discussão sobre formação

continuada de professores como experiência dialógica permanente, como processo

tecido e entremeado de forma longitudinal, nas múltiplas trajetórias da vida e da carreira

docente. A escolha metodológica é a dimensão discursiva da linguagem, a partir de

entrevistas individuais e análise do discurso, ancorada na teoria bakhtiniana. Sabe-se

que devido a um significativo crescimento em modalidades diversas de formação de

professores que se denominam “educação continuada”, torna-se difícil pensar em um

conceito único referente à formação continuada. Portanto, ter um olhar atento para o

modo como os termos têm sido pensados e propagados pode nos ajudar na construção

do entendimento da formação como processo que se constitui e permanece ao longo do

percurso de cada um, como tessituras sem meio ou fim. Na contramão de concepções e

políticas de formação que tentam passar uma borracha nas nossas inúmeras histórias e

zerar trajetórias e práticas que, de alguma maneira, ajudaram a construir a história do

país e da educação, pois são produções de sujeitos que fazem a história e se constituem

nela, propomos trazer à cena a possibilidade de concebermos a formação continuada de

professores como aquela que se dá cotidianamente, nos múltiplos espaçostempos,

relacionando-se com o crescimento pessoal e profissional. No tocante aos programas de

formação continuada de professores que podem ser ofertados na esfera federativa, cabe

questionar em que medida tais formações dialogam e, consequentemente, contribuem

com os processos formativos dos professores. Discutir sobre esta temática pelo viés do

devir, da continuidade e como experiência dialógica não se finda neste texto, mas põe-

se como linha que pode ser tecida e destecida à medida que outros discursos

acrescentem-se as que aqui foram explicitadas.

Palavras-chave: Formação continuada de professores. Experiência dialógica. Professor

reflexivo

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

DOS LETRAMENTOS AOS MULTILETRAMENTOS: UMA EVOLUÇÃO

NATURAL DAS SOCIEDADES HUMANAS

Letícia Campos Silva

[email protected]

Sandra Mara Pereira Martins

[email protected]

É fato que escola e sociedade sempre mantiveram, há séculos, um estreitamento direto

quanto às suas relações de dependência. Contudo, tem-se verificado cada vez mais o

quanto o letramento escolar ainda sobrepuja outros modos de letrar disponíveis nas

sociedades como um todo. Em vista disso, neste artigo, buscamos apresentar uma

reflexão quanto à abordagem que envolve as teorias dos multiletramentos na formação

inicial dos profissionais da educação, a fim de refletir sobre como os novos letramentos

podem ser contemplados nos espaços escolares. Para isso, nesta pesquisa assumimos

como objetivos, dentre outros, verificar as teorias que sustentam a discussão sobre os

multiletramentos (ROJO, 2012) e a necessidade de abordagem desse tema nas séries

iniciais da escolarização básica; também procuramos identificar os aspectos que giram

em torno da pedagogia dos multiletramentos e investigar se cursos de formação de

Pedagogos de 5 universidades federais do estado de Minas Gerais contemplam, em sua

grade curricular e em suas ementas, referências à abordagem quanto a esse tema. Para

tal, realizamos, junto ao Grupo de Estudo Multiletramentos e Ensino, da Faculdade

Metodista Granbery, uma pesquisa fundamentada em análise de documentos

disponibilizados pelas instituições federais de Minas. A promoção de cursos de

licenciatura em educação pautados em um ensino que efetivamente contribua para a

formação crítica, reflexiva e cidadã de profissionais que atuarão em instituições

educacionais (ORLANDO E FERREIRA, 2013) torna-se essencial para a construção de

uma sociedade pautada em novas tecnologias. Com os dados colhidos preliminarmente,

foi-nos possível verificar que ainda há muito que se avançar quanto às propostas de

formação de profissionais da educação que atuarão nas séries iniciais da Educação

Básica, principalmente no que se refere ao perfil das novas gerações de alunos

conectados à internet por meio de suas ferramentas de acesso. Assim, favorecer o

desenvolvimento de temas que abordem os multiletramentos e suas práticas na escola é

essencial para transformar as sociedades do papel em sociedades conectadas a novas

realidades de letramento.

Palavras-chave: Multiletramentos. Ensino e aprendizagem. Formação de professores.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

EDUCAÇÃO SOCIAL E LETRAMENTO

Luciana Aparecida De Paula Silva

[email protected]

Elaine Aparecida De Oliveira Assunção

[email protected]

Universidade Federal De Minas Gerais

O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de projeto de

letramento desenvolvida com os alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental II da

Escola Mauro Faccio Gonçalves da rede estadual de ensino da cidade de Sete Lagoas,

situada no Bairro Jardim Primavera II – MG, durante o ano de 2016.

Metodologicamente o projeto se baseia na concepção sócio-histórica de letramento

proposta por Ângela Kleiman que tem como um dos princípios a leitura e escrita como

práticas para agir socialmente. Após acompanhar duas turmas por mais de dois anos,

desde o 6º ano, a professora de língua portuguesa estabeleceu uma relação interpessoal

muito boa com seus alunos. Assim, eles ganharam a confiança de relatar vivências

pessoais durante debates ou discussões promovidas pela professora. No ano de 2016 a

professora observou o despertar de muitos deles para o namoro, sempre que a temática

surgia o interesse era muito grande e alguns relatavam alguns problemas vividos, entre

eles a descoberta do namoro pelos pais de duas meninas com estudantes do 8º ano.

Assim que tomaram conhecimento, os pais estiveram na escola e exigiram o fim do

namoro. Esse fato desencadeou indignação dos alunos, assim a professora de língua

portuguesa abriu espaço para discussão do problema durante sua aula. Devido ao fato

dos alunos demonstrarem o interesse em conhecer a opinião da professora e de outros

sobre o assunto e buscarem a compreensão disso, a professora propôs que produzissem

uma pesquisa de opinião. Assim, surgiu a proposta de um projeto de letramento, já que

se tratava de uma questão real e de interesse dos alunos possivelmente solucionada pelo

uso da escrita. Dessa forma, este projeto buscou contemplar atividades que ampliassem

o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos alunos associada a uma

situação real concebendo, dessa forma, a linguagem como fator social.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ENSINO DE LITERATURA E INTERDISCIPLINARIDADE: CONTOS DE

CLARICE LISPECTOR EM DIÁLOGO COM AS ARTES PLÁSTICAS E A

CANÇÃO

Fernanda Vivacqua

[email protected]

Luana Sofiati

[email protected]

Faculdade de Letras – Universidade Federal de Juiz de Fora

A presente comunicação apresenta o relato de experiência construído a partir do Estágio

Supervisionado em Língua Portuguesa, realizado em uma turma do primeiro ano do

Ensino Médio, em escola privada do município de Juiz de Fora (MG). O relato se

debruçou sobre o ensino de literatura a partir de uma abordagem interdisciplinar,

motivado pelo trabalho com contos da escritora Clarice Lispector (LISPECTOR, 1998)

e o diálogo destes com outras obras de arte atravessadas pelas temáticas do “ser mulher”

e da maternidade. Assim, após a leitura e a compreensão dos contos, a apresentação e a

discussão sobre outras obras de arte com a mesma temática – artes plásticas e uma

canção – subsidiaram não só a discussão das temáticas, mas também como essas

aparecem em diferentes manifestações estéticas ao longo do tempo. Para tanto, buscou-

se as contribuições teóricas de COSSON (2010) e ROJO (2006; 2012), além de

documentos oficiais do Ministério da Educação sobre a questão (BRASIL, 1997;

BRASIL, 2006). Durante as aulas ministradas e a escrita do relato, aqui resumido, pode-

se confrontar os limites e as dificuldades de uma prática interdisciplinar em aulas de

literatura, mas também explorar as suas possibilidades, tendo em vista uma formação de

leitores críticos em consonância com uma educação para a experiência estética e da

subjetividade humana, tal como para a cidadania.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ENSINO DE PLE PARA SURDO BRASILEIRO

Marina De Paulo Nascimento

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

O ensino e aprendizagem de qualquer língua, quer materna ou estrangeira, naturalmente,

enfrenta diferentes desafios (COSTA, 2017);(LEFFA, 2008). Por esse ângulo, cabe a

indagação do como acontece esse processo no que toca determinados membros da

comunidade surda. Uma vez que se identificam como brasileiros, mas cuja primeira

língua é a Libras, tornando, consequentemente, o português, um meio alternativo de

comunicação (SALLES et al., 2004). No presente relato, descrevemos uma experiência

ímpar no ensino (e aprendizagem) de um surdo, cuja primeira língua é a Língua de

Sinais Brasileira, durante o segundo semestre de 2017, no contexto de um curso

preparatório para o Exame Celpe-Bras, avaliação oficial de proficiência em língua

portuguesa do Brasil para “estrangeiros”, que, no ano passado, contou com a

participação de um examinando brasileiro surdo. Descrevemos as transformações pelas

quais as aulas, que ocorreram no curso de Extensão em Português como Língua

Estrangeira, na Universidade Federal de Viçosa, passaram, tendo em vista que se em um

primeiro momento, eram planejadas levando em consideração apenas falantes

estrangeiros ouvintes, bem como o material de edições antigas, disponibilizado no

acervo Celpe-Bras, em um segundo, precisaram passar por diversas modificações para

que o desenvolvimento necessário de um grupo que, além da participação de um

brasileiro, contou com estudantes colombianos, panamenhos e peruanos, fosse

construído por todos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ESCRITA DOCENTE: POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO

Rosangela Padilha Thomaz Dos Santos

[email protected]

UFRJ

A sociedade contemporânea com suas inúmeras exigências, rápidas transformações,

desenvolvimento tecnológico e diversas demandas socioculturais, parece cada vez mais

necessitar da figura do professor como protagonista e mediador do processo de ensino e

aprendizagem. Para tanto, se faz necessário o investimento em políticas de formação,

inclusive continuada, que visem o aprofundamento teórico e prático para a profissão,

além de promover a valorização da voz docente. O objetivo deste trabalho, originado da

pesquisa de doutorado em andamento ”As narrativas escritas como possibilidades de

formação continuada de professores alfabetizadores” é suscitar reflexões acerca do

papel da escrita como caminho de formação. Sendo assim, para adentrarmos nessa

temática nos aproximamos de um referencial teórico básico como nossos interlocutores

para o alicerce de nossas reflexões, dentre outros, destacamos Andrade, (2003, 2010,

2011, 2014) que discute e defende a escrita na formação de professores, assim como o

lugar da voz docente na formação; Bakhtin (2009, 2013) e ANDRADE (2010, 2011,

2014), que nos ajudam a pensar a formação por meio da perspectiva discursiva, partindo

dos conceitos de alteridade, dialogismo e polifonia. Além disso, procuramos trazer as

vozes do campo empírico por meio da análise de textos escritos por duas professoras

alfabetizadoras sujeitos da referida pesquisa. Concluímos com esse estudo que a escrita

docente será um caminho profícuo, a depender da escolha que fazemos em relação à

concepção de formação. Pela via da linguagem em sua perspectiva discursiva, podemos

observar deslocamentos que permitem aos professores alcançarem um nível de reflexão

por meio de suas escritas que levam à autonomia profissional e consequentemente

alteram o seu fazer pedagógico.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ESTRATÉGIAS SOCIAIS UTILIZADAS DENTRO E FORA DA SALA DE

AULA

Flávia Luciana Campos Dutra Andrade

[email protected]

IF Sudeste MG, campus Rio Pomba

Este artigo é fruto de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Mestrado Profissional

em Educação da Universidade Federal de Lavras (UFLA), na área de Linguística

Aplicada (2014-2016). Nessa pesquisa, a professora-pesquisadora gerou os dados ao

narrar suas aulas de inglês, as quais foram ministradas para um curso técnico em

zootecnia integrado ao ensino médio durante o primeiro semestre de 2015, a fim de

fomentar a autonomia dos discentes e refletir sobre sua própria formação docente.

Portanto, essa pesquisa é um estudo de caso de abordagem qualitativa e procedimento

documental. Neste artigo, o objetivo é selecionar alguns excertos desses diários que

apontam o uso das estratégias sociais utilizadas pela professora-pesquisadora e pelos

estudantes e analisá-los à luz da teoria sociointeracionista (PAIVA, 2005; ROMERO,

1998; VYGOTSKY, 2007) e das estratégias de aprendizagem (MAGNO E SILVA,

2006, 2008; OXFORD, 1990, 2003; PAIVA, 1988, 2005; VILAÇA, 2010, 2011; 2013;

WILLIAMS; BURDEN, 1997), com o propósito de verificar se houve êxito no processo

de ensino-aprendizagem da língua inglesa. Com base nas teorias apresentadas, os

resultados narrados no corpus de análise sugerem que o objetivo foi alcançado, já que a

utilização das estratégias sociais possibilitou aos estudantes um maior contato com a

língua adicional, tanto dentro quanto fora da sala de aula.

Palavras-chave: Ensino de língua inglesa. Estratégias de ensino-aprendizagem.

Linguística aplicada. Práticas de ensino. Sociointeracionismo.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

“EU ACHO QUE FIQUE LOUCO TAMBÉM LENDO”: UMA EXPERIÊNCIA

DE LEITURA INTERATIVA COM JOVENS DO ENSINO MÉDIO

Pilar Silveira Mattos

Orientadores: Anderson Ferrari e Tânia G. Magalhães

Este trabalho tem como objetivo apresentar parte de um trabalho monográfico elaborado

como requisito para a obtenção do título de especialista em Educação no Ensino

Fundamental do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Juiz de Fora, o

Colégio João XXIII. A pesquisa investigou os desafios e potencialidades que estão

postos na relação entre ensino de língua materna, na perspectiva dos letramentos e dos

gêneros textuais, e o campo da identidade, à luz dos Estudos Culturais. Para tanto, foi

realizada uma intervenção em uma turma do segundo ano da referida escola, com o

objetivo de discutir e gerar reflexões nos alunos por meio da leitura interativa (KOCH,

2006). Foram trabalhados dois textos extraídos do livro “Tudo que eu queria te dizer”

(2008), da autora Martha Medeiros. Pretendemos analisar, portanto, através da análise

das falas dos alunos e da professora, as potencialidades e desafios que a atividades

trouxeram, uma vez que elegemos duas cartas diferentes nos aspectos estruturais,

discursivos e temáticos. Diante dos dados, dentre outras conclusões, pudemos observar

que a interação na leitura, como defende Koch (2006), acontece quando há uma

aproximação entre autor-texto-leitor. A não identificação diante de um tema, que foge à

realidade dos alunos, além da escassez de reflexões mais elaboradas, foram destacados

como pontos principais em nossa análise. Por fim, ressaltamos a importância de

trabalhos que fomentem a prática da leitura na perspectiva dos gêneros textuais, uma

vez que é a partir desse tipo de concepção de ensino que ampliamos os letramentos dos

alunos, concebendo o texto como unidade básica no ensino de língua materna.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO E O PROGRAMA GESTAR: UM

ESTUDO SOBRE A PRÁTICA DE PROFESSORES DE LÍNGUA

PORTUGUESA

Tânia Maria Nunes Nascimento

[email protected]

UEFS

Este trabalho é parte da dissertação “Formação continuada em serviço e o programa

gestar: um estudo sobre a prática de professores de língua portuguesa” e teve como

objetivo investigar a prática docente assumida pelos professores com formação em

Língua Portuguesa, com atenção para o desenvolvimento de atividades em sala de aula,

e interesse mais específico em conhecer de que modo esses professores com formação

no Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar-Gestar se apropriam do conhecimento

adquirido para realizar a Transposição Didática. A pesquisa se alinha com os aportes

teóricos da Linguística Aplicada e recorre a teoria da concepção de língua de Bakhtin

(2012), especificamente a relação entre sujeito e linguagem como um fenômeno social,

histórico e dinâmico, e recorre, ainda, à teoria da Transposição Didática seguindo o

pressuposto de Chevallard (1991). A investigação se enquadra nos princípios da

pesquisa qualitativa de cunho interpretativista. Com base nessa fundamentação foram

analisados conteúdo de entrevistas individuais e dados coletados durante observações de

aulas de língua portuguesa de quatro professoras selecionadas conforme os critérios do

estudo e que concordaram em participar. Em decorrência de nossa análise constatamos

que a formação do Gestar imprime baixo alcance na mudança das práticas de sala de

aula no ensino de língua portuguesa, embora exerça alta influência na formação do

professor e na compreensão a respeito das concepções de linguagem e de ensino que

devem orientar o exercício profissional. Os resultados nos levam a refletir a necessidade

de fortalecimento e aprofundamento das discussões a respeito da transposição do saber

acadêmico em saber escolar.

Palavras-chave: Formação Continuada. Linguagem. Transposição Didática

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: EM PAUTA DESENVOLVIMENTO

MORAL E A CONSTRUÇÃO DE VALORES

Mônika Marja Silveira Consentino

[email protected]

Sandrelena Da Silva Monteiro

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) - MG

No ano de 2016, foi iniciada esta pesquisa que teve como abordagem metodológica a

denominada “Estado da Arte”, que se caracteriza por seu caráter bibliográfico. A

pesquisa teve como objetivo quantizar e analisar o uso da teoria de Jean Piaget nos

periódicos da área de humanas publicados no site da SCIELO, e nos trabalhos

apresentados nos GTs (Grupos de Trabalhos) da ANPEd (Associação Nacional de Pós-

Graduação e Pesquisa em Educação), no período de 2006 a 2015. Foram encontrados 30

artigos em 15 GTs da ANPEd e 64 artigos em 25 periódicos disponíveis na SCIELO,

que utilizaram a teoria de Jean Piaget como referência teórica. Dentre os diversos temas

que tiveram Piaget como interlocutor, o mais recorrente foi o que trata do

desenvolvimento moral e construção de valores por crianças e adolescentes. Ao abordar

este tema, a escola constituiu-se em espaço privilegiado de pesquisa e problematização.

Questões como colaboração e cooperação, autorrespeito, solidariedade, afetividade,

virtude, simpatia, empatia, educação moral, acabavam por apontar para a necessidade de

abordagem dos mesmos nas escolas. A presença recorrente desta temática nos textos

analisados, nos convida a pensar sobre a necessidade atual de compreensão da mesma e

de como tem sido trabalhada nas escolas, e ainda, nos cursos de formação de

professores. Indagamos: A questão do desenvolvimento moral e construção de valores

em crianças e adolescentes tem sido abordada nos cursos de formação de professores?

Se o é, a partir de que referencial teórico é feita?

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO

ALFABETIZADOR

Rita De Cássia Barros De Freitas Araujo

[email protected]

Universidade Federal de juiz de Fora/Universidade Católica de Petrópolis

O presente trabalho aborda, em linhas gerais, a pesquisa de doutorado que está sendo

realizada sob orientação de Menga Lüdke, na Universidade Católica de Petrópolis. A

referida pesquisa tem como temática central a formação de alfabetizadores

(profissionais responsáveis pelo trabalho com a aprendizagem inicial da língua escrita) e

encontra-se em fase de conclusão. Nosso objetivo geral foi compreender como

alfabetizadores, que apresentam um trabalho efetivo, aprenderam a fazer o que fazem

tão bem. Para tanto, lapidamos a seguinte questão: “de que forma(s) alfabetizadores

bem sucedidos aprenderam a alfabetizar de modo efetivo, garantindo que, se não todos,

a maioria de seus alunos tivessem êxito no processo de aprendizagem inicial da língua

escrita?”. O trabalho de campo pautou-se nos constructos da “Entrevista

Compreensiva” de Kaufmann (2013), a partir de abordagem qualitativa de cunho

histórico-cultural. O diálogo com 18 alfabetizadoras efetivas e quatro pesquisadoras

experientes foi norteado por uma grade de entrevistas flexíveis semiestruturadas. Para

análise dos achados construímos cinco núcleos de significação: Motivadores do

processo evolutivo de constituição da identidade docente; Processos de formação

docente formal e desenvolvimento profissional; A atuação docente e a construção de

saberes; A despeito das dificuldades: motivação e desenvolvimento permanente e

Caminhos possíveis para a formação. Nossas discussões têm sido ancoradas em

constructos teóricos de autores como Soares, Frade, Lüdke, André, Gatti, Nóvoa,

Tardif, Paulo Freire, entre outros. As análises até então empreendidas apontam para à

formação multifacetada e transdisciplinar destes profissionais, que, motivados por

diferentes atividades e relações sociais, alcançam a autonomia em seu processo de

formação, empenhando-se assim ativamente em seu desenvolvimento profissional

permanente. As considerações iniciais possibilitam pensar a importância de uma

formação inicial sólida, com conhecimentos específicos relativos ao processo inicial de

aprendizagem da língua escrita e que leve em conta a simetria-invertida em direção à

motivação dos futuros docentes.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES E O PROCESSO

ARGUMENTATIVO

Marília Berberick

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho tem por objetivo apresentar a pesquisa de mestrado desenvolvida no

interior da Linha de Pesquisa Linguagem, Conhecimento e Formação de Professores do

Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora –

PPGE/UFJF, que teve como foco o estudo sobre o papel da argumentação na formação

inicial de professores do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Juiz de Fora. O

estudo investigou como ocorre a argumentação, na disciplina de Fundamentos Teórico-

Metodológicos em Educação Infantil I, entre aluno-professor-aluno, e se esse

movimento possibilita uma formação crítica do futuro professor. Tal pesquisa está

embasada pelas contribuições de autores da teoria sócio-histórico-cultural: Bakhtin

(1995) e Vygotsky (2008). Com enfoque na perspectiva sócio-histórico-cultural e

fundamentada sob o viés da Pesquisa Crítica de Colaboração – PCCol (MAGALHÃES,

2004), esta pesquisa, devido às trocas geradas nos diálogos entre os participantes, dá

ênfase à transformação pela ação. A análise procura responder se esse movimento

argumentativo possibilita uma formação crítico-reflexiva do futuro professor. A

investigação foi realizada a partir do acompanhamento das aulas da disciplina de

Fundamentos Teórico-Metodológicos em Educação Infantil I, durante o segundo

semestre de 2014, em uma turma do 2º período do curso de Pedagogia da Universidade

Federal de Juiz de Fora, por uma sessão reflexiva com os alunos e uma entrevista

dialógica com a professora da disciplina. A discussão dos dados da pesquisa está

pautada nas categorias argumentativas, com base em Perelman e Olbrechts-Tyteca

(2005), Liberali (2008, 2009) e Schapper (2010), com o levantamento dos tipos de

argumentos, operadores argumentativos e dêiticos. No trabalho foram analisados nove

excertos que possibilitaram dissertar que as reflexões tecidas no interior do coletivo, são

intrínsecas ao processo de formação de professores e que, no processo colaborativo, os

envolvidos têm a oportunidade de se revisitarem.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

FORMANDO LEITORES E FORMANDO-SE COMO LEITORAS:

NARRATIVAS E PRÁTICAS DE PROFESSORAS DO MUNICÍPIO DE

AMARGOSA/BA

Nanci Rodrigues Orrico

[email protected]

UFRB

Elizeu Clementino De Souza

[email protected]

UNEB

O presente artigo tem como objetivo apresentar resultados de entrada vinculada à

pesquisa “Multisseriação e trabalho docente: diferenças, cotidiano escolar e ritos de

passagem” (FAPESB/CNPq), cujo foco de investigação esteve centrado nos percursos

de formação leitora e atuação de professoras de escolas rurais. Entrelaçando temáticas

como leitura, formação de professores e ruralidades, o texto apóia-se teoricamente em

autores como Bakthin (2003), Souza (2012), Rios (2011), Kleimann (2007), Soares

(2005), Freire (2005), Cordeiro (2006), Colomer (2007) e outros. O artigo propõe, a

partir das narrativas de vida e de leitura, uma reflexão sobre os percursos formativos e a

atuação docente de quatro professoras de classes multisseriadas que atuam no município

de Amargosa/Bahia, no entendimento de como estas profissionais se formam como

leitoras e como formam leitores. O estudo foi pautado nos princípios epistemológicos da

pesquisa qualitativa, ancorando-se metodologicamente nos pressupostos da abordagem

(auto)biográfica, com ênfase nas narrativas docentes. Como dispositivos de pesquisa,

foram utilizadas entrevistas narrativas e observação de experiências pedagógicas com a

leitura no contexto das escolas rurais. A análise foi realizada na perspectiva

interpretativa-compreensiva, a partir de princípios da hermenêutica (RICOUER, 1976) e

das contribuições de Schütze (2010). Como conclusões ratificam-se a relevância da

escuta dos docentes e das suas histórias de vida e de leitura para que as universidades

repensem os currículos de formação nos cursos de licenciatura e o quanto é importante a

valorização das estratégias de leitura e enfrentamento diário que os professores de

escolas rurais constroem em suas classes diante dos desafios relacionados ao ato de ler.

Reconhece-se, ainda, que a leitura de si promoveu, nas professoras colaboradoras,

(auto)conhecimento e ressignificação das suas concepções e práticas, implicando-as no

repensar dos seus percursos como docentes e leitoras.

Palavras-chave: Percursos de leitura; Formação de professores e de leitores; Pesquisa

(auto)biográfica; Ruralidades.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

FÓRUNS ONLINE NA PÓS-GRADUAÇÃO: ESPAÇO DE LETRAMENTO

ACADÊMICO

Vera Lúcia Lopes Cristovão

[email protected]

UEL

Nesse relato de prática docente, descrevo e comento o uso da plataforma moodle em

uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em que atuo. Considerando os

pressupostos de letramento acadêmico, descrevo brevemente a participação em um

ambiente virtual de aprendizagem, as atividades na plataforma moodle e o processo de

engajamento vivenciado. O estudo foi realizado com 29 alunos de uma disciplina de um

PPG de uma universidade pública do estado do Paraná. O estudo foi realizado COM 29

alunos de uma disciplina de um PPG de uma universidade pública do estado do Paraná.

A disciplina tinha como conteúdo programático: i) Conceitos de gêneros; ii) Gêneros e

ensino de línguas; iii) Abordagens de ensino com base em gêneros; iv) Gênero e

educação (inicial e continuada) de professores de línguas; e v) Questões teóricas e

práticas relacionadas aos estudos de gêneros. A metodologia do curso incluía a

participação em um ambiente virtual de aprendizagem (neste caso, a plataforma

moodle), na qual os pós-graduandos realizaram as seguintes ações: compartilharam uma

memória de aula com a sistematização do conteúdo tratado; postaram uma questão

provocadora (na temática do conteúdo programático de cada semana) para ser discutida

no período entre uma aula e outra; participaram dos fóruns online por meio de

comentário(s) e/ou outras formas de postagens. Essas ações foram negociadas quando

da apresentação do programa e aprovadas como instrumentos de avaliação da disciplina.

Para cada instrumento havia critérios de avaliação seguidos de seus descritores. Além

desses instrumentos, os pós-graduandos foram responsáveis pela apresentação de um

seminário sobre um dos textos da bibliografia obrigatória referente ao conteúdo

programático e pela produção um artigo científico (em duplas) para compor uma

coletânea na área de estudos de gêneros.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

FUGIR DO MARASMO E CONQUISTAR O MUNDO: A LITERATURA COMO

INSTRUMENTO DE LIBERTAÇÃO EM A MAIOR FLOR DO MUNDO, DE

JOSÉ SARAMAGO

Francyane Canesche De Freitas

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

Francis Paulina Lopes Da Silva

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

Este trabalho adentra no mundo lúdico da literatura infantil a fim, não só de conhecer

uma parcela do trabalho do renomado prêmio Nobel, José Saramago, mas também de

mostrar a presença de uma concepção de literatura como instrumento de libertação do

Homem que o acompanha ao longo de sua carreira. A escrita saramaguiana não

considera a criança como ser menor e fomenta, através da arte literária, mais

especificamente do conto A maior flor do mundo, uma reflexão sobre a realidade, sobre

a escrita e, também, sobre si mesmo, construindo sua identidade a partir da alteridade.

Com base nestas proposições, buscamos discutir a importância de se considerar a leitura

como uma atitude que sempre tenta ir além da coisa escrita, uma verdadeira fuga do

marasmo para conquistar o mundo. E, consequentemente, procuramos analisar o modo

como Saramago se vale da construção textual para incentivar o leitor a percorrer seus

próprios caminhos, atravessar o desconhecido e tornar-se herói da sua própria história.

Assim, entendemos que, na obra corpus deste trabalho, o escritor português continua,

no âmbito da literatura infantil, com seu projeto literário que visa levantar

questionamentos sobre o mundo que nos cerca, conduzindo o público mirim ao

entendimento de que eles são capazes de muito mais do que os adultos pensam sobre

eles. Para tal desenvolvimento nos valemos de Lajolo (1993), Cosson (2007), Candido

(1999), Freire (1989) e Sartre (2004) como autores principais.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

GÊNERO ORAL EM SALA DE AULA: ENTREVISTA

Heloisa Da Costa Miranda

[email protected]

Mestre PROFLETRAS/UFRJ

Os estudos iniciais sobre oralidade e escrita pautaram-se por destacar as diferenças entre

as duas modalidades, colocando-as sempre em campos opostos. No entanto, essa

realidade segue outros rumos e a tendência atual é concebê-las na perspectiva de um

continuo de relações. Nesse sentido, buscamos, por meio de uma abordagem

sociointeracionista, elaborar um conjunto de atividades que abarque questões associadas

à forma e à função do gênero entrevista, mediante contribuições teóricas no campo dos

gêneros textuais (MARCUSCHI, 2008), assim como alguns aspectos relacionados às

características da oralidade (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004) e sua relação com a escrita,

a partir de atividades de retextualização (MARCUSCHI, 2010[2001]). As atividades

foram aplicadas em quatro turmas de Peja (Programa de Educação de Jovens e Adultos)

II, correspondentes ao Ensino Fundamental II, em uma escola do Município do Rio de

Janeiro, em 2016. Procuramos destacar as características do gênero entrevista,

estabelecendo uma relação entre a sua forma e função, utilizando os áudios da

entrevista. Enfatizamos alguns aspectos da oralidade que contribuem para construção de

sentido do texto. Assim como, a articulação entre texto falado e texto escrito em

contexto oral e escrito das entrevistas, utilizando atividades de retextualização. Nossos

objetivos, portanto, são: ampliar e divulgar as discussões sobre a oralidade e sua relação

com a escrita, por meio do gênero textual oral entrevista, incentivando docentes a

trabalhar com o gênero textual oral em sala de aula; contribuir para que o conhecimento

científico sobre os temas abordados possam ser disseminados e aplicados nas práticas

de ensino.

Palavras-chave: oralidade, escrita, gênero textual oral, entrevista, ensino.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

HELENA NO PAÍS DAS VERDADES: A FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO

EM MINHA VIDA DE MENINA, DE HELENA MORLEY

Daniela França Chagas Batista Valente

[email protected]

UFV

À luz dos estudos na área de ensino de literatura, este trabalho se dedica a refletir sobre

a obra Minha vida de Menina, de Helena Morley, publicado em 1940. Considerando

suas possibilidades de leitura, o presente trabalho tem o intuito de propor uma

abordagem da obra em sala de aula que evidencie as questões de classe, raça e gênero,

presentes no livro. Para a construção deste trabalho, evidenciaremos as formulações de

teóricos, como Paulo Freire, Rita Schmidt, Roland Barthes e Phillip Lejeune que

problematizaram a questão de classe e gênero. Pretende-se, deste modo, pensar nova

abordagem da literatura, que possibilite que o aluno contribua com as suas experiências

de mundo na construção do conhecimento, articulando estas experiências com a obra

apresentada, refletindo sobre a sociedade em que vive. O diário de Helena apresenta

questões que ainda estão presentes na realidade dos alunos, como o racismo, o

machismo, as diferenças de classe, possibilitando um diálogo profícuo da literatura com

questões sociais. Além disso, este trabalho torna-se mais necessário, pois possibilitará

ao professor a construção de uma nova concepção do processo de leitura que reconhece

uma variedade de sujeitos com diferentes práticas culturais no âmbito escolar e

pretende, a partir disso, trabalhar a literatura como representação dessa diversidade e

como instrumento de mudança da realidade.

Palavras-Chave: Helena Morley; Literatura e Ensino; Diário.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

INFOGRAFIA COMO ESTRATÉGIA PARA ENSINO DE LEITURA E

ESCRITA DE TEXTOS MULTIMODAIS

Cláudia Ribeiro Rodrigues

[email protected]

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

A multimodalidade está cada vez mais presente nos textos que circulam socialmente

graças às novas tecnologias que ampliaram as ferramentas de leitura e escrita. Isso exige

dos usuários da língua habilidades de leitura e de escrita cada vez mais complexas e as

escolas não podem se eximir de sua responsabilidade nesse processo. Nesse sentido, o

trabalho apresenta os dados parciais de uma pesquisa qualitativa em educação que está

sendo desenvolvida com alunos do 9º ano da rede pública de Divinópolis -MG, cujo

foco recai sobre leitura e produção de textos multimodais. O principal objetivo é

desenvolver habilidades fundamentais de leitura e escrita de textos multimodais por

meio de um trabalho sistematizado com o gênero infográfico. Com base nos

pressupostos teórico-metodológicos do interacionismo sociodiscursivo de Antunes

(2003), Bakhtin (992), Brasil, Ministério Da Educação (1998), Bronckart (1999), Dolz;

Schneuwly (2004), Geraldi (1997), Marcuschi (2001), CBC/Secretaria De Estado De

Educação De Minas Gerais (2007), Ribeiro (2012, 2015, 2016), Rojo (200, 2012), foi

aplicado um questionário aos alunos, para se obter, dentre outros pontos, dados sobre a

concepção que eles têm de texto, leitura e escrita e está em andamento um conjunto de

atividades sobre leitura e produção de infográficos para gerar dados e acompanhar o

desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita de textos multimodais. Assim,

serão apresentadas as fases do projeto de ensino e os resultados alcançados com relação

à aplicação do questionário e a realização das atividades de leitura e compreensão de

infográficos. O desenvolvimento das atividades propostas demonstra avanços

significativos na leitura de textos multimodais uma vez que os alunos demonstram ter

uma melhor compreensão dos mesmos após desenvolvimento do projeto.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: PLATAFORMA DE ACESSIBILIDADE PARA

ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR

Isabela Martins Miranda

[email protected]

Pedro De Almeida Sacramento

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

É notório o crescente ingresso de pessoas com deficiência nas instituições de ensino

superior na última década devido aos projetos de acessibilidade desenvolvidos e

ampliação dos direitos das pessoas com deficiência. Porém, ainda são muitas as

dificuldades inseridas no cotidiano universitário desses estudantes, após a admissão.

Dentre os muitos obstáculos enfrentados está a adequação das aulas e do material

didático para possibilitar o acesso aos conteúdos de forma efetiva a esses discentes. Isso

acontece porque muitos professores não priorizam ou não possuem conhecimentos

necessários para a adequação da sua didática e do material para atender a todos

presentes em sala de aula. Isso é um problema intrínseco e é, em parte, consequência da

formação desses professores. Neste contexto de inserção de alunos deficientes no ensino

superior, no ano de 2017, a equipe do projeto de pesquisa intitulado “Inovar Mais”,

composto por estudantes, técnicos de informática e professores de áreas

interdisciplinares de uma Instituição de Ensino Superior da Zona da Mata Mineira,

idealizaram um programa denominado EBook. O EBook é um software, em formato de

plataforma, que permitirá qualquer professor ou aluno construir com facilidade um

material com diferentes formatos de apresentação de conteúdo. Nesse software está

prevista a integração entre texto, áudio, vídeo e aplicativos. Sendo assim, para ser

acessível a um aluno de baixa visão por exemplo, por exemplo, deverá conter letras e

imagens maiores; já para um aluno cego, o áudio guia da aula dará suporte ao

entendimento do conteúdo. Em relação ao atendimento dos alunos surdos, a adição de

imagens e a versão em LIBRAS -Língua Brasileira de Sinais - serão elaboradas para a

melhor compreensão dos conhecimentos ministrados pelas diferentes disciplinas. O

projeto ainda não está na fase prática, apenas no campo teórico, pretende-se ainda

construir uma base de referências bibliográficas e edificação do quadro metodológico. A

Instituição já possui uma plataforma de Ensino à Distância, onde o professor

disponibiliza para seus alunos os materiais vistos em sala de aula e também arquivos

extras. A proposta é que essa plataforma disponibilize, a partir desse novo aplicativo,

material acessível, dinâmico e de qualidade para TODOS os estudantes da instituição.

Palavras-chave: Acessibilidade, tecnologia, Ensino Superior.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

INTERCULTURALIDADE E TRANSVERSALIDADE TEMÁTICA NO ENSINO

DE LÍNGUA ESPANHOLA: PROPOSTAS DIDÁTICAS

Raquel Fellet Lawall

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho tem como tema retratar o ensino de língua espanhola sob a

perspectiva da interculturalidade e do trabalho com gêneros discursivos (orais e

escritos), no contexto da educação básica. Nosso objetivo é analisar as produções de

unidades didáticas organizadas a partir de gêneros discursivos, para o ensino de

espanhol no terceiro ano do Ensino Médio, com o tema "violência contra a mulher",

realizadas por alunos de espanhol VI do curso de Letras da Universidade Federal de Juiz

de Fora e verificar se estão consonância com os ideais de ensino intercultural,

interdisciplinar e transversal, defendidos pelos documentos educacionais norteadores

brasileiros (PCN, 1998, PCN+, 2002, OCEM, 2006). Buscamos contribuir, através dos

exemplos, para o diálogo em relação à importância de se ensinar línguas estrangeiras na

educação básica através de propostas temáticas que se pautem em diferentes gêneros

discursivos e objetivem o contato entre culturas, principalmente entre a(s) brasileira(s) e

a(s) hispano-falante(s). Utilizamos como pressupostos teóricos analíticos: (i) a noção de

interculturalidade (AGUILERA REIJA et al, 2009; MENDES, 2007, 2011, 2012),

concebida como interação dialógica entre culturas, como forma de construção de

identidade; (ii) a concepção de gêneros discursivos defendida por MARCUSCHI (2006)

e (iii) a ideia de letramento crítico de Cassany (2006), conceitos discutidos na disciplina

de espanhol VI e que deveriam guiar a produção das unidades didáticas. A análise da

produção dos alunos revelou a sensibilização dos discentes em relação aos conceitos

supracitados.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

INVESTIGAÇÃO DE PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NA

ALFABETIZAÇÃO: OLHARARES PARA UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA E

UM PROJETO DO PNAIC

ANALINA ALVES DE OLIVEIRA Müller

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora - PPGE

Este trabalho apresenta um recorte de uma pesquisa de mestrado em desenvolvimento

cujo objetivo é investigar práticas interdisciplinares no processo de alfabetização a

partir da análise de propostas didáticas dos cadernos de formação do Pacto Nacional

Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), ano 2015. Como referencial teórico,

pautamo-nos nos pressupostos teóricos do Interacionismo Sociodiscursivo

(BRONCKART, 2006 2009; SCHNEUWLY e DOLZ, 2004) quanto ao ensino da

língua através dos gêneros. Aliado a isso, baseamo-nos numa concepção de letramentos

e alfabetização a partir das contribuições de Street (1984, 1995) e Soares (2003, 2004,

2016). Nessas perspectivas, a formação que promova um verdadeiro desenvolvimento

humano deve potencializar o ensino da leitura e da escrita nos anos iniciais de modo que

os discentes participem de práticas de letramento por meio de diversos gêneros textuais

em diferentes situações discursivas. Sendo assim, a integração dos saberes dos diversos

componentes curriculares no ciclo de alfabetização contribui para a elaboração de

práticas pedagógicas relevantes com a linguagem que, segundo nossos pressupostos, é

um dos principais fatores do desenvolvimento humano. Através de uma pesquisa

documental, investigamos uma sequência didática e um projeto didático do caderno 3

do PNAIC, denominado “Interdisciplinaridade no ciclo de alfabetização”, referente ao

ano de 2015. Os dados revelam que as propostas didáticas relacionam a interação social

pelos gêneros aos diferentes componentes curriculares, propiciando situações de uso da

língua em contextos autênticos; por outro lado, observamos também poucas produções

textuais individuais, bem como ausência de circulação de algumas produções,

minimizando um elemento essencial na aprendizagem: a interação pela linguagem. Tais

dados revelam que são necessárias adaptações dos materiais com vistas a um ensino

mais profícuo da linguagem no ciclo de alfabetização.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

JOGANDO COM O POLICIAL: UMA PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DO

REPERTÓRIO DO JOVEM LEITOR

Pablo Itaboray De Carvalho

[email protected]

Elza De Sá Nogueira

[email protected]

UFJF

Esta proposta de intervenção, concebida no âmbito do Profletras-UFJF, será realizada

numa turma de 9º ano de uma escola pública federal de Juiz de Fora, utilizando a

metodologia da pesquisa-ação, e busca testar uma estratégia de ampliação do repertório

literário dos alunos: a criação de uma comunidade de leitores da narrativa policial em

sala de aula através de adaptações desse gênero para jogo de tabuleiro (Scotland Yard) e

série televisiva (Sherlock). Após aplicação e análise de questionários, chegamos ao

diagnóstico de que a maioria dos alunos lê apenas os livros exigidos pela escola, não

tornando a literatura parte de suas vidas, ao contrário do jogo e do audiovisual,

espontaneamente buscados por eles. Assim, levantamos a hipótese de que utilizar esses

recursos na construção de uma comunidade de leitores proporcionará uma apropriação

prazerosa de parte do repertório pretendido, preparando-os para a fruição estética do

texto literário. A leitura compartilhada de um romance e cinco contos de Sir Arthur

Conan Doyle será a metodologia usada para a apropriação de novas estratégias

narrativas, cumprindo a etapa restante da ampliação de repertório. A avaliação desta

ampliação será através da elaboração coletiva de um jogo de tabuleiro adaptando os

contos lidos em sala de aula, e através da participação dos alunos na simulação da

investigação de um crime (ARG – jogo narrativo que combina realidade e ficção), o que

também proporcionará a oportunidade de exercerem a autoria literária e vivenciarem a

narrativa policial desde dentro. O projeto foi elaborado com base nestes conceitos:

letramento literário (Cosson e Paulino); repertório (Iser); polissistema literário (Even-

Zohar); adaptação (Hutcheon); comunidade de leitores (Chartier); jogo (Huizinga);

narrativa policial (Todorov); e leitura compartilhada (Colomer).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LEITURA NO ENSINO DE CIÊNCIAS: UMA ANÁLISE DOS TEXTOS SOBRE

SOMBRA E LUZ EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Adriana Aparecida Da Silva

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Em trabalhos anteriores, abordamos os fenômenos de luz e sombra a partir de

Sequências de Ensino Investigativas (SEI), adotando as práticas experimentais como

recurso didático na etapa de descrição das soluções, visando introduzir conceitos iniciais

de Óptica Geométrica. As atividades foram desenvolvidas em uma turma de 5º ano do

Ensino Fundamental de uma escola pública de Juiz de Fora/MG e observamos que não

ocorreram modificações conceituais significativas por parte dos(as) estudantes em

algumas das propriedades físicas desses fenômenos. A partir desse cenário, realizamos

um estudo sobre o mesmo tema em textos integrantes de uma coleção de livros

didáticos, visando introduzi-los como recurso para a ampliação da aprendizagem.

Baseando-nos em trabalhos que tratam da relação leitura-Educação em Ciências e em

estudos da análise de discurso de linha francesa, buscamos compreender como a leitura

é apresentada nos quatorze textos identificados sobre a temática luz e sombra e nas

atividades propostas a partir desses textos. As atividades decorrentes desses textos

apresentam como objetivos, quase que exclusivamente, a extração e a assimilação de

informações pelos estudantes, promovendo um modo de leitura parafrástica, buscando o

dizer do autor, a apreensão de um sentido prévio, com o silenciamento dos(as)

estudantes. Evidenciam, assim, uma visão de leitura onde a linguagem é transparente,

com sentidos materializados no próprio texto. Um único texto dentre os analisados tem

uma atividade que estimula a leitura polissêmica, com o incentivo à imaginação

individual, à curiosidade. Compreendemos que a ampliação de interpretações, com a

possibilidade de polissemia e de intertextualidade, passa a depender, então, das formas

propostas pelo(a) professor(a) para o funcionamento dos textos nas aulas de Ciências,

de sua própria história de leitura e sua formação como sujeito(a) leitor(a).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LEITURA, LETRAMENTOS E ESCOLA: CONCEPÇÕES E ESTRATÉGIAS

BÁSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE LEITORA

Míriam Fernanda Costa

[email protected]

Faculdade Metodista Granbery

O presente trabalho apresenta considerações parciais de uma pesquisa de pós-graduação

em andamento que expõe reflexões acerca de concepções e estratégias relacionadas ao

ensino de leitura. Tal estudo se justifica, porque a sociedade contemporânea tem

apresentado para a escola o grande desafio de cultivar e contribuir efetivamente para

formação de leitores autônomos, além de favorecer que os alunos tenham acesso aos

mais diversificados letramentos. Nessa perspectiva, não basta apenas se apropriar da

técnica da decodificação como modelo único de leitura, mas torna-se fundamental

produzir sentido e usar os diversos textos presentes no cotidiano a fim de participar dos

desafios políticos, econômicos, sociais que circulam o cidadão do século XXI. Em vista

disso, objetiva-se, investigar as concepções de leitura que estão presentes na escola,

assim como analisar as estratégias de leitura tratadas nos ambientes escolares e refletir

sobre os níveis de letramentos que são promovidos nas salas de aula. Para tanto, foi

realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica com base em alguns autores, como

Soares (2004); Kleiman (1995); Solé (2008); Cafiero (2005), entre outros. Também foi

empregada uma pesquisa de campo com professoras dos anos inicias da rede municipal

de Juiz de Fora, a fim de verificar os processos metodológicos a respeito do ensino da

leitura na Educação Básica. O que se pode observar até o momento é que as concepções

de leitura que os professores abarcam são essenciais para fomentar o nível de letramento

dos alunos. Observa-se também que a escola tem buscado um novo conceito no que se

refere ao ensino de leitura, pois ela tem compreendido o sentido que a leitura assume

nas práticas sociais reais dos sujeitos, por isso, vem procurando adequar seus métodos e

estratégias para atender as práticas sociais e proporcionar aos alunos saber fazer uso da

leitura nos diversos contextos em que for exigida.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LETRAMENTO DIGITAL E INFORMACIONAL DE ESTUDANTES DO

ENSINO MÉDIO NO USO DO TELEFONE CELULAR

Fabíola Anita Romêro Gomes

[email protected]

Profa. Dra. Andréa Soares Santos

[email protected]

CEFET/MG

Este estudo visou refletir sobre o uso do telefone celular voltado para a aprendizagem

escolar. Buscamos investigar os níveis de letramento digital e informacional dos

estudantes de uma escola pública de ensino médio em Belo Horizonte, considerando

principalmente o comportamento e a visão desses jovens contemporâneos sobre a

utilização pedagógica do celular. Escolhemos como sustentação teórica, em sua maioria,

estudos nas áreas de Linguística, Linguística Aplicada e Educação, ao abordarmos o

letramento e alfabetização, agências, eventos e práticas de letramento e letramento

digital. Nosso estudo também se fundamentou nas áreas de Ciência da Informação e

Biblioteconomia, ao discutirmos sobre o letramento informacional. Contamos ainda

com o olhar antropológico de Paula Sibilia (2012), para analisar as relações/atritos entre

os jovens, seus dispositivos móveis e a escola. Os dados foram analisados

qualitativamente. Os registros foram coletados em três etapas, tendo como instrumentos

de pesquisa: 1) questionário aberto; 2) questionário fechado; 3) desenvolvimento de

tarefas por um grupo de estudantes relacionadas à pesquisa e elaboração de uma

videopoesia utilizando o telefone celular. As análises foram conduzidas à luz das teorias

e de uma matriz de letramento digital e informacional, produzida por nós. Os principais

resultados alcançados indicaram que os estudantes possuem altos índices de letramento

digital no uso do telefone celular. No entanto, em relação ao letramento informacional,

ainda precisam desenvolver as competências relacionadas à busca, seleção e uso de

informação. Constatamos também que apesar de os estudantes levarem e utilizarem seus

telefones celulares em sala de aula, bem como para tarefas escolares, respondendo

serem favoráveis à utilização pedagógica de seus dispositivos, a escola não tem

influenciado significativamente o desenvolvimento do letramento digital e

informacional desses jovens.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LETRAMENTO LITERÁRIO: CONCEPÇÕES ACERCA DA FORMAÇÃO DO

LEITOR

Cleide De Araújo Campos

[email protected]

Universidade Federal De Ouro Preto-Ufop

O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa de mestrado em andamento na

Universidade Federal de Ouro Preto-UFOP, intitulada “Letramento literário e

bibliotecas escolares municipais de Ouro Preto – MG”. Este estudo se insere na linha de

Pesquisa Práticas Educativas, Metodologias de Ensino e Tecnologias de Educação, e

tem por objetivo identificar, por meio de entrevistas com a comunidade escolar, usos

das bibliotecas escolares em promoção do letramento literário dos alunos do Ensino

Fundamental da Rede Municipal de Ouro Preto. Delineamos outros objetivos a serem

alcançados para o êxito da pesquisa, como: a) Compreender como as (os) professoras

(os) têm cumprido seus papéis de mediadoras(es) de leitura literária na promoção do

letramento literário; b) Conhecer o uso da biblioteca escolar no que tange à formação do

leitor literário, por meio de depoimentos dos sujeitos entrevistados; c) Analisar as

práticas culturais que envolvem leituras acontecidas no ambiente da biblioteca escolar.

Este recorte pretende responder à seguinte pergunta: Como as professoras concebem e

desenvolvem a proposta de leitura literária e o uso das bibliotecas nas três escolas

selecionadas para a pesquisa? O embasamento teórico-metodológico da pesquisa está

alicerçado em trabalhos como os de Soares (1998), Paulino (2001), Cosson (2016),

Souza (2009) e Corrêa (2017), dentre outros. Elegemos como instrumentos de coleta de

dados para o desenvolvimento deste estudo entrevistas semiestruturadas, planos de

ensino e o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, com o intuito de fazer uma

análise e interpretação das concepções e práticas de leituras e o uso da biblioteca escolar

em prol da formação do leitor literário. Os dados apontam para usos ainda muito

restritos das bibliotecas escolares em algumas escolas, enquanto outras já possuem um

trabalho mais sistemático e constante.

Palavras-chave: Letramento. Letramento Literário. Biblioteca Escolar.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LETRAMENTO MULTIMODAL E HABILIDADES DE LEITURA NO ENSINO

MEDIO

Mauriceia Silva De Paula Vieira

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

Na contemporaneidade, as diferentes tecnologias e a globalização redimensionaram

concepções de leitura e de letramento(s), a partir da expressiva circulação, seja por meio

da mídia impressa ou da on line, de gêneros textuais que congregam em sua constituição

diversos recursos multimodais. Trata-se, como proposto por Kress (2010) e Kress e Van

Leeuwen (2001; 2006) de uma “guinada para o visual”. Assim, esses gêneros

apresentam mudanças no formato, no estilo, no suporte, na combinação dos recursos

semióticos e possibilitam modos de leitura distintos daqueles circunscritos ao modelo de

leitor centrado no papel. Demandam, ainda, o desenvolvimento de habilidades leitoras

relacionadas à compreensão desses diferentes modos semióticos e do potencial

discursivo de cada um. É nesse viés em que a presente proposta se insere e propõe (i)

discutir a leitura em um contexto de múltiplas linguagens, (ii) analisar o desempenho de

alunos do ensino médio, em habilidades leitoras relacionadas ao letramento multimodal

e (iii) refletir sobre as potencialidades de gêneros multimodais para o ensino da leitura e

desenvolvimento da proficiência leitora. O quadro teórico advém dos estudos de

Coscarelli (2012), Araújo (2011), Kress (2010), Kress e Van Leeuwen (2001; 2006),

Jewitt (ano) e Santaella (2003; 2007). A metodologia seguiu parâmetros de análise

quanti-qualitativa e o corpus foi composto por questões de compreensão leitora,

aplicadas no Processo de Avaliação Seriada (PAS/UFLA) a alunos do ensino médio. Os

resultados indiciam a premência de um trabalho sistematizado que contemple a

apropriação de habilidades de leituras concernentes ao letramento multimodal.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LETRAMENTO NO ENSINO MÉDIO: HABILIDADES LEITORAS EM

PROCESSOS SELETIVOS DE AVALIAÇÃO SERIADA

Claudia Alves Pereira Braga

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

Este trabalho discute sobre letramento e habilidades de leitura no ensino médio, por

meio das provas do Processo Seletivo de Avaliação Seriada (PAS). Entende-se que “a

leitura é parte da interação verbal escrita, enquanto implica a participação cooperativa

do leitor na interpretação e na reconstrução do sentido e das intenções pretendidos pelo

autor” (ANTUNES, 2003, p.66). Nesse processo seletivo, o candidato é avaliado

em três etapas consecutivas, ao final de cada ano do Ensino Médio (EM), e concorre até

a 40% das vagas dos cursos de graduação presenciais da Universidade Federal de

Lavras, ofertadas para o 1º semestre letivo. O PAS desempenha um papel social

relevante, uma vez que estabelece um diálogo com as escolas de Educação Básica com

vistas à melhoria no processo de ensino-aprendizagem. Neste sentido, os objetivos deste

trabalho são: (i) compreender o conceito de leitura na contemporaneidade; e (ii) analisar

o desempenho de alunos do Ensino Médio no processo seriado em relação às

habilidades de leitura. Para a construção do trabalho foi realizada uma pesquisa

bibliográfica a partir de autores como Coscarelli (2012), Antunes (2003), Koch; Elias

(2006), Solé (1998). Os dados analisados fazem parte de um corpus de pesquisa

referente ao processo seletivo de avaliação seriada PAS 2016, em que participaram

13.257 alunos do ensino médio. Na análise, privilegiou-se uma abordagem quali-

quantitativa. Os resultados apontam que os alunos demonstraram proficiência nas

habilidades de perceber o objetivo do texto, compreender partes do texto e produzir

inferência. Além disso, permitem concluir que as habilidades de compreensão de

expressões do texto e estabelecimento de coesão referencial demandam um trabalho

mais sistematizado nas escolas. A relevância da pesquisa justifica-se por mapear as

habilidades leitoras de alunos do EM e em contribuir para a melhoria do trabalho nas

escolas participantes, por meio de discussões e divulgação de resultados.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LETRAMENTOS E DIREITOS HUMANOS: PENSANDO GÊNEROS E

SEXUALIDADES NA SALA DE AULA

Alexandre José Cadilhe

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Nesta comunicação, tenho como objetivo apresentar os pressupostos dos projetos de

pesquisa e extensão por mim desenvolvidos (CADILHE, 2017) que possuem como

propósito a reflexão sobre gêneros e sexualidades em aulas de Língua Portuguesa no

Ensino Médio. Para isso, são contextualizados, por um lado, os estudos de Letramento

como prática social (cf. KLEIMAN, 2007; STREET, 2014), cujas propostas, dentre

outras, apostam na construção conjunta do significado de textos em interação social

(MOITA LOPES, 2013; FABRICIO, 2014), bem como nas práticas orais da sala de aula

como modo de produzir educação em Direitos Humanos (BENTES, 2014). Por outro

lado, também se discutem os estudos denominados queer que, no âmbito da Educação,

se propõem a colocar em pauta currículos que subvertam ordens heteronormativas e

heterossexistas nas práticas escolares, de modo a promover uma formação cidadã

sensível às diferenças culturais (LOURO, 2008; MISKOLCI, 2013). De modo a

consubstanciar essa proposta, são analisados textos do gênero discursivo tira produzidos

pela cartunista Laerte, no âmbito da sua potencialidade de, ao inserir-se em projetos e

práticas de letramento, problematizar a heteronormatividade e os sexismos presentes nas

sociedades contemporâneas. Como encaminhamentos, proponho a implantação de

projetos de letramento acompanhados da análise da interação social (GARCEZ, 2008),

como mecanismo para construção uma inteligibilidade acerca de diferentes

posicionamentos epistêmicos e culturais que podem emergir numa sala de aula de

língua ao final da educação básica.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LETRAMENTOS: EXPERIÊNCIA DE MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS DE

LETURA NA CONSTRUÇÃO DE DIFERENÇAS DE GÊNERO

Carlos Eduardo Ferreira Da Silva

[email protected]

Mestrando do Programa Profletras da FFP/UERJ

Entendendo que as desigualdades nas relações de gênero são historicamente construídas

e que a linguagem é um dos meios principais para a reconstrução, realizei uma proposta

de leitura com o seguinte tema: “Lugar de mulher é onde ela quiser”, baseada no

letramento crítico (MORGAN, 1997) e nos multiletramentos (COPE; KALANTZIS,

2012). Essa experiência pedagógica foi vivida com os alunos da turma 2007 do 2º ano

do Ensino Médio, da CIEP 148 Professor Carlos Elio Vogas da Silva, em março de

2017, após a percepção de um problema real vivido entre os alunos: postagens

machistas em redes sociais que desencadeavam agressões verbais entre os rapazes e as

moças da turma. Fica claro que as novas tecnologias de informação e mídia dão

visibilidade à diferença a partir de texto em que os modos de significar tem se tornado

cada vez mais multimodal. Com o objetivo de proporcionar condições de aprendizagem

democráticas, plurais e colaborativas para esses estudantes, de modo que estes desafiem

concepções e valores usuais, elaborei a proposta dividindo-a em etapas, seguindo a

metodologia da pesquisa-ação. Num primeiro momento analisamos um texto da revista

eletrônica HBR Brasil, em que foram levantadas hipóteses de interpretação. Num

segundo momento, debatemos sobre a webtira “Quadrinhos Ácidos”, de Pedro Leite,

com o título: “A mulher segundo às propagandas”, publicada no facebook. A partir

disso, os alunos realizaram pesquisas sobre as condições da mulher na sociedade. Eles

leram diversos textos, buscando perceber as diferenças e as estruturas de poder

estabelecidas. Por último, os alunos decidiram pela formulação de painéis informativos,

com o objetivo de alertar os colegas da escola sobre a desigualdade na relação de

gêneros. Os alunos demonstraram grande interesse, agência, além de desenvolverem

trabalho colaborativo, em que problematizaram suas próprias leituras, contribuindo para

o desenvolvimento do olhar para as situações em sua plena complexidade.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LETRAMENTOS MÚLTIPLOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:

TRABALHANDO COM O GÊNERO TEXTUAL CURRICULUM VITAE

Fernanda Baldutti

[email protected]

Prefeitura de Juiz de Fora

Este relato de prática docente tem como objetivo central descrever como se desenvolveu

um projeto com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), em uma escola pública

da rede municipal de ensino de Juiz de Fora – MG, no ano de 2016. Os principais

objetivos do projeto foram: apresentar o gênero textual curriculum vitae (Cf. DOLZ, J.

SCHNEWLY, B, 2004); utilizar o referido gênero como prática social de inclusão,

tendo em vista o perfil dos alunos da EJA e ampliar a capacidade de letramento dos

alunos, nos níveis da leitura, da escrita e digital, contribuindo também para a ampliação

do letramento digital “forte” (Cf. VALENTE, 2000/2001) desses alunos. O projeto

contou com a participação de uma professora de língua portuguesa e com a professora

mediadora do laboratório de informática da escola. E os alunos envolvidos no projeto

eram alunos da fase final da EJA (FASE VII). Considera-se de fundamental relevância o

desenvolvimento de projetos como esses, nesta modalidade de ensino, pelo fato de os

mesmos estarem em consonância com os Eixos Temáticos do Currículo da EJA, por

contribuírem de forma significativa para o desenvolvimento de letramentos múltiplos

dos alunos e também por constituírem uma relevante prática social de inclusão.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LETRAMENTOS, REDES SOCIAIS E DISCURSO DE ÓDIO

Maria Ângela Da Costa Silva

[email protected]

Bolsista de iniciação científica / UFJF

Ana Carolina Gustavo Tavares

[email protected]

Bolsista de iniciação científica /UFJF

Um dos maiores desafios para a escola hoje é lidar com o grau e o conteúdo das

interações de seus alunos nas redes sociais. Nelas, há gêneros textuais específicos e

regras de interação próprias. Um dos pontos mais preocupantes dessa interação é a

proliferação dos discursos de ódio. Em nossa pesquisa de iniciação científica visamos

discutir tal universo a partir da teoria dos Polissistemas (Even-Zohar, 2010). Nosso

quadro metodológico fundamenta-se em uma pesquisa qualitativa exploratória. A coleta

de dados foi feita on-line por meio das redes sociais e apresentou como resultados a

caracterização dos exemplos encontrados em variedades de discurso de ódio que são: 1-

a normalização do ódio identificado pela presença de discurso de ódio em fontes

aparentemente neutras, como citações de personalidades como o deputado Jair

Bolsonaro, ou o presidente dos Estados Unidos Donald Trump; 2- Sondbites que se

evidencia na repetição acrítica de frases de grupos de ódio, como por exemplo “sou

apartidário” , “não tenho político de estimação”, “bandido bom é bandido morto”,

“geração mimimi”; 3- Eliminação da zona de interferência ou seja, estratégias para

dividir grupos de forma que rotulações são usadas como argumento intensificador para

que aja uma segregação dos grupos, como por exemplo, os rótulos de “feminazi”,

“petralha”, “esquerdopata”, “mortadelas”, “coxinha”, “vitimista”; 4- A pessoa do outro

ou o grupo do outro é visto como ameaça: orgulho hétero, orgulho cristão, macho alfa;

5- Falsas equivalências onde o grupo minoritário quer se exaltar e acaba gerando mais

ódio.

Concluímos ser um assunto extremamente atual e relevante frente aos desafios

educacionais de formação de cidadãos inseridos no meio digital e conscientes de sua

atuação no mundo virtual e no mundo real e de suas consequências.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LITERATURA E TECNOLOGIA NA SALA DE AULA: UM DIÁLOGO

MEDIADO PELO PROFESSOR NA FORMAÇÃO DO LEITOR DE TEXTOS

LITERÁRIOS

Estela Da Silva Leonardo

[email protected]

Elisa Cristina Lopes

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

Este trabalho versa sobre o ensino de Literatura na perspectiva da formação do leitor de

textos literários relacionando a prática da leitura com o contexto digital e as tecnologias

como instrumentos pedagógicos. Para embasamento teórico, selecionamos autores da

Educação e Literatura e Ensino, e também aqueles que discutem a utilização de

tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem. A fim de tratar da relação

entre leitura, literatura e escola, adotamos principalmente as concepções teóricas de

Zilberman (1999, 2004, 2008), Lajolo (1982, 1998, 2001, 2005) e Yunes (1984, 1995,

2002, 2004). Já para tratar da influência das tecnologias no comportamento dos jovens e

como estas podem ser utilizadas no processo de ensino-aprendizagem, baseamo-nos nos

pressupostos teóricos de Moran (2013), Lévy (2009, 2011), Allan (2015) e Kenski

(2007, 2008). Como metodologia, realizamos uma pesquisa qualitativa, a partir de

entrevistas semiestruturadas realizadas com seis professores de Língua Portuguesa e

Literatura da rede pública e da rede particular da cidade de Viçosa (MG) e dez

estudantes de licenciatura em Letras da Universidade Federal de Viçosa (MG). A

participação dos entrevistados norteou o planejamento dos roteiros didáticos

empregando recursos tecnológicos para o ensino de Literatura. Concluímos que, na

educação, os dois lados – professor e aluno – ainda estão em um caminho de transição e

desenvolvimento com impasses e desafios, no que diz respeito ao ensino de Literatura

sob a perspectiva da formação do leitor e da relação entre esse ensino e o das novas

ferramentas digitais e tecnológicas. Desse modo, é preciso fortalecer o uso das

tecnologias nas práticas pedagógicas para garantir o amplo acesso à Literatura e formar

alunos/leitores mais envolvidos com a arte. Nesse sentido, a pesquisa demonstrou que o

professor, em constante crescimento profissional, é o balizador da qualidade do ensino

da Literatura, seja no uso da tecnologia, seja na prática social de leitura.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO MÉDIO: PROMOVENDO PRÁTICAS

MULTILETRADAS ENTRE O PAPEL E O DIGITAL

Neidson Dionísio Freitas De Santana

[email protected]

Obdália Santana Ferraz Silva

[email protected]

Universidade do Estado da Bahia

O contexto da cultura digital nos impõe desafios no que diz respeito às mudanças nas

formas de ensinar e de aprender. O livro didático, como produto de consumo, no

mercado editorial, se insere nesse contexto, pois, torna-se, muitas vezes, o único recurso

de leitura oferecido aos alunos da educação básica pública. Enquanto tecnologia

impressa, mesmo em meio às contemporâneas tecnologias digitais, continua tendo altos

investimentos por parte do Governo Federal, porém, continua subutilizado como

recurso pedagógico, nas aulas de Língua Portuguesa. Portanto, pesquisas relacionadas à

reflexão sobre o uso do livro didático, de modo que se contemplem as competências

exigidas do sujeito, hoje, tão mergulhado no mundo das leituras e escritas digitais,

possibilitadas pelas hipermídias, podem trazer contribuições significativas ao fazer

pedagógico dos docentes. Pois, sabemos que há um descompasso entre a realidade

apresentada pela cibercultura e a realidade de ensino de linguagem. Desse modo, este

estudo tem como objetivo compreender como o professor de Língua Portuguesa poderá

promover os multiletramentos em sala de aula, a partir do uso do livro didático

impresso. A questão que impulsiona este estudo: como o livro didático pode contribuir

com os processos de multiletramento dos alunos do Ensino Médio, sendo este o

principal recurso usado como suporte ao processo de ensino-aprendizagem de

linguagem? Esta pesquisa situa-se no âmbito das pesquisas qualitativas, colaborativas,

cuja investigação aproxima a produção de saberes e a formação contínua de professores.

Em andamento, permitiu-nos compreender, até o momento, que o livro didático, mesmo

em tempos de tecnologias digitais que oferecem suportes variados de leitura e de escrita,

ele não perdeu sua hegemonia; continua sendo o material de que o professor muito

depende para preparar suas aulas. Precisa ser, portanto, tomado como possibilidade de

transgressão do ato de ler e escrever, como recurso para a promoção de

multiletramentos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

MAPEAMENTO LOCAL DOS MATERIAIS DIDÁTICOS E COMPETÊNCIAS

PEDAGÓGICAS VOLTADAS PARA INCLUSÃO: O CASO DA UFV

Carolina Macedo Lopes

[email protected]

Camila Aparecida Carneiro Fernandes

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

Esta pesquisa tem por objetivo mapear tecnologias e metodologias de ensino acessíveis

a deficientes visuais (ou cegos) e surdos (ou deficientes auditivos) desenvolvidas dentro

da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Realizou-se um mapeamento por rede de

pessoas (BARNES 1987) e, a partir disso, desenvolveu-se um trabalho de campo dentro

da instituição. A equipe realizou entrevistas semiestruturadas com docentes que

desenvolveram trabalhos ligados à temática da inclusão. O material encontrado foi

catalogado, seja ele tecnológico ou não. A partir da análise dos relatos dos profissionais

contactados, concluiu-se que há uma disparidade na existência de materiais e de

competências didáticas para os respectivos públicos: foi constatada uma quantidade

mais ampla de recursos para os alunos surdos, enquanto o contrário se verifica para

alunos cegos. A pesquisa indica que é necessário um maior investimento por parte da

instituição para atender às demandas do público cego/com baixa visão.

Palavras-chave: inclusão; surdez; cegueira; materiais didáticos acessíveis.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

“MEMÓRIAS”: UM TRABALHO DE AUTOCONHECIMENTO A PARTIR

DAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS (EJA)

Fábio Citrole Conegundes

[email protected]

PIBID-CAPES /UFJF

Carolina Garcia De Carvalho Silva

[email protected]

(PIBID-CAPES/UFJF/PJF)

Tendo em vista o cenário caótico da educação brasileira (professores desmotivados,

alunos desinteressados e ensino descontextualizado), em pleno século XXI, torna-se

necessária a tentativa de implementação de novas práticas pedagógicas, capazes de

ofertar a escola o exercício produtivo de sua real função, isto é, o desenvolvimento

pleno da aprendizagem. Logo, apresenta-se, neste trabalho, uma sequência didática

(Dolz; Schneuwly,2008) sobre o tema “Memórias” aplicada em uma das turmas da

Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Escola Municipal Dante Jaime Brochado, em

Juiz de Fora, MG, no ano de 2016, sob orientação do subprojeto Letras/Português do

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Centrada na

concepção interacionista de ensino de Língua Portuguesa (Travaglia,1995), a qual é

abordada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Portuguesa, a

sequência de atividades em questão foi elaborada a partir da dificuldade dos alunos em

alocarem para a sala de aula os múltiplos conhecimentos vividos fora dos muros da

escola e perceberem, por meio do uso da língua materna, a possibilidade de cada

indivíduo conhecer melhor a si próprio e ao outro, enquanto elementos situados em um

dado tempo e espaço. Para tanto, como metodologia de trabalho, desenvolveu-se, em

sala de aula, práticas sociais de leitura (Kleiman,2006) e, em especial, de oralidade

(Antunes,2004), de modo que os discentes, com a intervenção da professora regente e

dos pibidianos, após lerem diferentes textos escritos por ex-participantes da Olimpíada

Brasileira de Língua Portuguesa, puderam, através da fala, relatar suas experiências de

vida, ou melhor, suas memórias, atuando como autores de suas próprias histórias. Como

resultado, a sequência didática implementada não só possibilitou aos alunos se

reconhecerem enquanto sujeitos históricos e sociais, como também despertou o

interesse da turma para os conteúdos de Língua Portuguesa, visto que ficou nítido o

emprego da língua em situações concretas de uso.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DE LINGUISTICA: EXOTOPIA E

CONSTITUIÇÃO DOS SUJEITOS ALUNOS INGRESSANTES DE LETRAS

Saulo Gilvan Francisco

[email protected]

Universidade Federal de Lavras – LEDISC /UFLA – PIBIC/CNPq

A proposta deste trabalho visa fazer uma análise das atividades realizadas em sala de

aula pelo grupo GEMELLI (Grupo de Estudos em Metodologias Ativas para o Ensino

de Linguagens e Linguística) no primeiro período do Curso de Letras da Universidade

Federal de Lavras, tendo como foco principal e teórico o conceito de exotopia de

Bakhtin, que significa desdobramento de olhares a partir de um lugar exterior. Esse

lugar exterior permite, segundo Bakhtin, que se veja do sujeito algo que o próprio

sujeito nunca pode ver. Essa atitude comporta um olhar comprometido e ético. A

atividade das metodologias ativas que será aqui analisada nos leva à reflexão sobre

como o ato de se vivenciar a língua(gem) dentro da unidade do acontecimento. Sendo

assim, a universidade deve estar sempre atenta às práticas de ensino e não tratar a língua

como algo sem vida e os textos como um conjunto de regras a serem aprendidas. Para

que o aprendizado de leitura realmente ocorra é preciso criar condições para que o uso

da linguagem satisfaça as necessidades pessoais que estão associadas a ações do

cotidiano, à transmissão e busca de informação ao exercício de reflexão. Mas por outro

lado, devem ser trabalhados também os textos que favorecem a reflexão crítica e

imaginativa do aluno, o exercício de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas

os mais vitais para a plena participação numa sociedade letrada. A metodologia deste

trabalho consiste em uma análise qualitativa, de caráter descritivo-analítico-

interpretativa, sendo que o analista se assume, também, como sujeito produtor de

sentidos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

MULTILETRAMENTOS E EDUCAÇÃO: A FANFICTION COMO

FACILITADORA DO LETRAMENTO ESCOLAR

LUCAS MARIANO DE JESUS

[email protected]

CEFET-MG

ANA ELISA RIBEIRO

[email protected]

-CEFET-MG

Esta comunicação tem como propósito apresentar a pesquisa em andamento intitulada

“Multiletramentos e Educação: a fanfiction como facilitadora do letramento escolar”,

vinculada ao Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens (POSLING) do

CEFET-MG. O objetivo da pesquisa é compreender as motivações que levam os jovens

a desenvolverem a escrita de fanfictions. Com base nisso, pretende-se elaborar

propostas pedagógicas e reflexões para que professores e profissionais que atuam na

educação básica possam aperfeiçoar suas práticas pedagógicas à luz dos novos

letramentos, levando-se em conta o ambiente virtual, e assim empreender a pedagogia

dos multiletramentos no ambiente escolar. As fanfictions são textos escritos e

publicados por fãs, de forma colaborativa, em ambientes digitais. Em suas composições,

esses textos integram tipos diferentes de linguagens, que resultam em efeitos de sentido

variados, de acordo com a intenção do fã. Os pressupostos teórico-metodológicos que

norteiam esta pesquisa estão amparados em autores, como Jenkis (1992), Vargas

(2005), Lankshear e Knobel (2007), Rojo (2012) entre outros que versam sobre os

novos letramentos, os multiletramentos, o letramento escolar e a escrita de fanfictions.

Para o levantamento de dados de análise será empreendida uma investigação qualitativa

por meio do método de entrevistas focalizadas, seguindo os pressupostos de Gil (2008).

No que diz respeito às propostas pedagógicas, após as análises, pretende-se formular

uma sequência didática (Dolz; Schneuwly, 2004), na tentativa de contemplar os

multiletramentos no âmbito escolar. Embora o trabalho de pesquisa ainda esteja em

andamento, acredita-se que propostas que envolvam as práticas de leitura e escrita

realizadas pelos jovens na sociedade podem auxiliar no trabalho do professor, dentro da

sala de aula, e assim contribuir para a diminuição dos hiatos existentes entre a escola e a

sociedade.

Palavras-chave: Multiletramentos. Leitura e escrita. Fanfiction. Ensino

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

MULTILETRAMENTOS E PROFESSORES EM FORMAÇÃO: UM OLHAR

CRÍTICO PARA O LETRAMENTO DIGITAL

Luís Carlos De Oliveira

[email protected]

Alessandra Costa

[email protected]

O impacto das novas tecnologias no universo educacional corresponde, hoje, à urgente

busca por outros modos de ensinar e de aprender, haja vista que a rapidez comunicativa

exige seleção crítica de informações e tomada de decisões sempre imediatas. Nesse

ritmo, o acesso às ferramentas tecnológicas disponíveis assinala que não cabe mais à

escola e ao educador perpetuar somente práticas pedagógicas arraigadas a modelos

tradicionais de ensino de língua, baseados exclusivamente na apropriação da escrita e no

desvendamento da leitura por meio de códigos linguísticos. É preciso ir além, como

apontam Dudeney, Hockly e Pegrum (2016, p.17) ao afirmarem que “Estamos

preparando estudantes para um futuro cujos contornos são, na melhor das perspectivas,

nebulosos [...] Não sabemos quais novos problemas sociais e políticos emergirão.

Mesmo assim, estamos começando a desenvolver um retrato mais claro das

competências necessárias para eles poderem participar de economias e sociedades pós-

industriais digitalmente interconectadas”. Nesse contexto, o presente trabalho procura

sinalizar a importância que as discussões em torno dos letramentos digitais

(DUDENEY, HOCKLY e PEGRUM, 2016) e críticos (JANKS, 2016) assumem no

presente; objetiva-se também assinalar como a teoria dos multiletramentos (ROJO,

2012) aponta novas formas de promoção do ensino de língua, especialmente quando

relacionadas ao processo de formação inicial de professores alfabetizadores. A partir de

uma investigação preliminar, que buscou verificar em ementas de disciplinas correlatas

à Metodologia de Ensino de Português, dos cursos de Pedagogia de cinco Universidades

Federais brasileiras, indícios de discussões centradas nos multiletramentos e nos

letramentos digitais, observamos que nenhuma dessas propostas explicita claramente tal

abordagem, consideradas essenciais contemporaneamente para a promoção da

competência comunicativa (BRASIL, 1997) e linguística de nossos alunos. Assim,

acreditamos ser necessária uma revisão dessas propostas para nos adequarmos às

gerações que nasceram com e pós a internet.

Palavras-chave: Letramentos crítico e digital. Multiletramentos. Formação de

professores.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

MULTILETRAMENTOS NO ENSINO DE INGLÊS PARA JOVENS: UMA

QUEBRA DE PARADIGMAS NA SALA DE AULA DE LÍNGUA

ESTRANGEIRA

Maíra Lima Ferreira

[email protected]

Prefeitura Municipal de Angra dos Reis

É cada vez mais difícil encontrar um jovem que não possua seu celular sempre ao

alcance da mão. Muitas vezes dentro de sala de aula, disputando a atenção com o

professor. Muitas escolas proíbem o uso do aparelho alegando a distração causada por

eles. Porém há educadores que enxergam o aparelho como uma ferramenta capaz de

aliar todos os benefícios da tecnologia móvel ao aprendizado contínuo do aluno dentro e

fora da sala de aula. Coadunados ao que entendem Chartier (2009) sobre novas

tecnologias aplicadas ao ensino e Silva (2012) acerca do letramento crítico e o

multiletramento, o objetivo desta pesquisa foi o de investigar a aplicação de atividades

pedagógicas, durante o período de agosto a dezembro de 2016, envolvendo o uso do

telefone celular na sala de aula de língua inglesa de uma turma de 9º ano de uma escola

pública do município de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Discute-se o uso das novas

tecnologias como estratégia inovadora para o ensino buscando soluções que contribuam

para o desenvolvimento da aprendizagem de língua inglesa. Neste relato serão descritas:

as atividades criadas, o processo de implementação e a reação dos estudantes às tarefas

propostas. O advento da tecnologia traz à tona questionamentos quanto à postura do

profissional da educação diante do seu compromisso frente a seus aprendizes e da

sociedade a qual ele pertence, onde não basta conhecer, mas necessita-se diversificar a

forma de trabalho e as propostas pedagógicas, que hoje têm ligação direta com o

processo tecnológico emergente.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

MULTILETRAMENTOS NO ENSINO PÚBLICO: DESAFIOS E

POSSIBILIDADES

Marli Regina Da Silva

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Vanessa Ferreira Vieira

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho tem o objetivo de refletir, a partir da observação das práticas de ensino de

Língua Portuguesa em cinco escolas públicas da cidade de Juiz de Fora (MG) no ano de

2015, sobre a inserção da pedagogia dos multiletramentos no contexto escolar,

analisando os fatores favoráveis e desfavoráveis ao desenvolvimento dessa abordagem

em sala de aula. Para embasar as discussões, descrevem-se, inicialmente, as condições

físicas das escolas. Em seguida, apresentam-se as definições e considerações acerca dos

multiletramentos. Como fundamentação teórica, foram utilizadas as pesquisas de Rojo,

Moura, Dionísio e os Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa do

Ministério da Educação. Por fim, refletindo mais especificamente sobre as metodologias

de ensino adotadas pelos professores, apresentam-se propostas de intervenção à luz da

fundamentação teórica adotada, destacando-se quais foram as experiências positivas no

que tange à implementação do tema em sala de aula.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

MÚLTIPLAS LEITURAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA

EXPERIÊNCIA COM O LETRAMENTO CRÍTICO

Izabelle Cristina Siqueira Veira Abboud

[email protected]

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - (UERJ/capes)

Mestrado Profissional em Letras - PROFLETRAS

A realidade educacional contemporânea, profundamente marcada pelas transformações

sociais, pelo avanço da tecnologia e pela diversidade tem requerido o exercício de

práticas pedagógicas dialógicas e inclusivas. Considerando o exercício de ensino-

aprendizagem de leitura em um contexto de uma Escola Pública Municipal de Itaboraí-

R.J., com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e os resultados insatisfatórios

observados, iniciamos uma pesquisa-ação, com vistas a investigar e mudar essa

realidade. Ancorados na perspectiva do Letramento Crítico e nas contribuições de Cope

e Kalantzis (2012), Janks (2010) dentre outros teóricos, objetivamos alcançar a

compreensão mais rigorosa da realidade sociocultural desse público, os letramentos

valorizados e silenciados neste ambiente escolar e estimular o desenvolvimento de

algumas estratégias situadas em múltiplas leituras. Alguns ciclos já desenvolvidos e a

interpretação dos eventos de letramento realizados apontam que tal perspectiva favorece

a ampliação da relação dos sujeitos com os textos, seus contextos e com o seu processo

de ensino-aprendizagem, por estimular a abertura de novos horizontes, a negociação de

sentidos e a capacidade de agência dos alunos. Espera-se que ao final desse projeto

consigamos incorporar à prática cotidiana os saberes construídos e essa nova postura

educacional, transformando positivamente a relação de ensino-aprendizagem da leitura

em sala de aula e a participação efetiva desse grupo de concluintes em também diversos

e múltiplos eventos de letramento.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

NARRATIVAS DA DOR: ENTRE O SILÊNCIO E A REPRESENTAÇÃO

Roberta Cristina De Oliveira Saçço

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Esta pesquisa tem como objeto de estudo a representação literária do trauma. Nosso

objetivo é mostrar que através do recurso da ficção a literatura devolve às vítimas e às

famílias de desaparecidos a dignidade outrora retirada pela repressão durante o regime

militar que assolou o país por 21 anos. Exploram-se, neste trabalho, a relação entre

ficção e testemunhos orais. A obra de ficção que norteou este estudo foi “K. Relato de

uma busca” (2014) de Bernardo Kuscinski, além de depoimentos de sobreviventes da

ditadura militar brasileira. Em termos comparativos, nosso objetivo é mostrar como a

literatura elabora imagens da violência contra o corpo e contra o psiquismo e como as

vítimas elaboram os traumas dessa época. O embasamento teórico que norteia essa

investigação compreende uma série de trabalhos que ocupam-se das relações entre

testemunhos e trauma. Como forma de validação dessa hipótese baseamos nossa análise

nos estudos de Franz Fanon, Márcio Seligmann-Silva e Maria Rita Kehl.

Concomitantemente, analisamos o testemunho de mulheres que prestaram depoimento

para a Comissão Municipal da Verdade de Juiz de Fora. O intuito é resgatar vozes

silenciadas na militância feminina juiz-forana e compreender como esse período foi

pensado pelas mulheres da cidade que resistiram ao regime. Nesse cenário, a literatura

surge como a possibilidade de representação do evento traumático. Na análise do texto

literário ainda é viva a ferida aberta na memória da nação brasileira. O papel da

literatura é justamente esse, retomar o passado sob um olhar diferenciado, numa

tentativa de transformar dor e sofrimento em arte e não deixar que a história caia no

esquecimento. Através de um compromisso ético, a literatura devolve aos sobreviventes

e aos desaparecidos o direito à memória e à justiça se configurando numa importante

ferramenta no combate à cultura do esquecimento que reinou por anos na sociedade

brasileira.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

NETIQUETA: REFLEXÕES SOBRE O COMPORTAMENTO E O USO DA

LÍNGUA

Caroline Souza Ferreira

[email protected]

Thais Fernandes Sampaio

[email protected]

UFJF – PROFLETRAS

GERAL-E

Este relato visa a apresentar uma sequência de atividades sobre regras de convivência na

internet (Netiqueta), realizada no ano de 2016, no oitavo ano do ensino fundamental da

Escola Municipal Murilo Mendes (JF). Tal experiência correspondeu à primeira etapa

da pesquisa-ação O uso do blog na aula de Português: em busca do empoderamento

discente e teve como objetivos: i) promover a reflexão sobre a convivência no ambiente

virtual, ii) elaborar regras, coletivamente, para garantir uma interação segura e

respeitosa nesse ambiente e iii) refletir sobre os recursos linguísticos utilizados na

produção de textos do tipo injuntivo. Considerando as discussões sobre a inserção das

tecnologias digitais na educação (LÈVY,1999 e MARCUSCHI; XAVIER 2004, entre

outros), os discentes realizaram atividades de pesquisa e reflexão acerca da Netiqueta.

Para tanto, foram utilizados vídeos, sites, além da abordagem do conhecimento de

mundo dos alunos. No que tange ao trabalho com o texto e a análise linguística

(GERALDI, 2013, entre outros), as atividades propostas objetivaram a elaboração

coletiva de regras para serem seguidas pelos alunos nas suas interações virtuais. Nesse

contexto, foram feitas reflexões sobre o uso dos verbos nos textos injuntivos, sobre o

paralelismo sintático, dentre outros aspectos linguísticos, cuja abordagem foi necessária

para a produção e revisão do texto coletivo. Ressaltamos que as atividades foram

fundamentais para o desenvolvimento das outras etapas do projeto, pois garantiram uma

interação respeitosa entre os alunos no ambiente virtual, além de ter aberto espaço para

outro debate, igualmente importante: a convivência na sala de aula e na escola.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

NOMES E SOBRENOMES: POSSIBILIDADES NOS PRIMEIROS PASSOS DA

ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS

Patrícia Ferreira Duarte

[email protected]

Colégio de Aplicação João XXIII

Carolina Alves Mata Gasparete

[email protected]

Colégio de Aplicação João XXIII

Entendendo a singularidade dos nomes próprios por conterem uma carga identitária,

cultural e psicológica dos sujeitos como aponta Ferreiro (1993) e Teberosky (1993),

construímos um caminho metodológico que visasse não só a alfabetização, mas também

o letramento. A partir do nome e do sobrenome das crianças exploramos diferentes

gêneros textuais, bem como a escrita dos mesmos e dos nomes de seus familiares. A

presente experiência ocorreu com turmas de 1º ano do Colégio de Aplicação João

XXIII, em março do ano de 2017. No primeiro momento as crianças apresentaram a

história de seus nomes (fruto de uma pesquisa realizada em casa com os familiares),

identificaram as letras iniciais e contaram a quantidade de letras neles presentes. Já no

segundo e terceiro momentos trabalhamos a intertextualidade entre a história

“Guilherme Araújo Augusto Fernandes” escrita por Mem Fox e a música “ Gente tem

sobrenome” da autoria de Toquinho. O tipo de trabalho desenvolvido na instituição

permitiu-nos também no quarto momento o movimento da interdisciplinaridade,

traçando possibilidades também para o desenvolvimento de conteúdos pertinentes à

História como diferentes fases da vida e do crescimento, além da construção da

contextualização dos sobrenomes com a produção de árvores genealógicas. As crianças

conseguiram familiarizar-se com a escrita de seus nomes observando com mais atenção

as diferentes letras que os compõe, e perceberem a diferença entre nomes próprios e

comuns. E ao final do processo também reconheceram seus sobrenomes por

compreenderem a origem e a relevância dos mesmos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

NOVAS TECNOLOGIAS - NOVOS LETRAMENTOS: UMA EXPERIÊNCIA

COM O GÊNERO FANFICTION NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Cristiane Melo Alves

[email protected]

Mestranda do Programa ProfLetras da UERJ

Com o objetivo de trazer à relevância o impacto das novas ferramentas digitais e dos

multiletramentos no ensino de produção de texto na Educação de Jovens e Adultos que

proponho apresentar uma série de experiências de leitura e escrita com o gênero digital

fanfiction vividas pelos alunos da VII fase da EJA do CIEP Municipalizado Dr. Amílcar

Pereira da Silva do Município de Quissamã no Estado do Rio de Janeiro no de 2016.

Esta experiência resultou com publicação das produções em fanzines artesanais e no

ISSUU. Justifica-se a importância deste tema pelo fato de as formas de comunicação

terem evoluído e ganhado espaço dentro das salas de aula. Ao aliar as novas ferramentas

digitais ao dia a dia de maneira democrática dentro do ambiente escolar, procurou-se

favorecer o processo de ensino aprendizagem. De acordo com Roxane Rojo “Trabalhar

com multiletramentos pode ou não envolver (normalmente envolverá) o uso de novas

tecnologias de comunicação e de informação (“novos letramentos”), mas caracteriza-se

como um trabalho que parte das culturas de referência do alunado (popular, local, de

massa) e de gêneros, mídias e linguagens por eles conhecidos, para buscar um enfoque

crítico, pluralista, ético e democrático” (...). (ROJO, p.8, 2012). A realização desta

prática foi dividida em várias etapas – desde a explicação do gênero, as práticas de

leitura e escrita, a confecção dos fanzines e a publicação. O projeto culminou com uma

oficina sobre fanzines e palestras tendo o envolvimento ao final de todos os alunos da

modalidade. Observamos com as práticas em sala de aula que houve interação e que, a

leitura e a escrita foram valorizadas, visto que os alunos apresentaram motivação para as

atividades propostas, principalmente por terem acontecido em ambientes diferenciados e

com ferramentas tecnológicas diversas.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

NOVOS MODOS DE AVALIAR EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Azusssa Matsuoka

[email protected]

Prefeitura Municipal de Juiz de Fora

O presente relato busca compartilhar as experiências resultantes da adoção da prática da

avaliação oral nas aulas de língua estrangeira em uma escola pública municipal de Juiz de

Fora. Embora seja muito comum em cursos livres de idiomas, a viabilização dessa prática

em aulas curriculares na escolas pública não foi um processo simples. Além do grande

número alunos nas salas de aula, enfrentamos o desafio de estabelecer os critérios que

seriam adotados para a avaliação. Para Jussara Hoffman mudanças essenciais em avaliação

dizem respeito à finalidade dos procedimentos avaliativos e não apenas à mudança de tais

procedimentos em si. Ou seja, a autora advoga a favor de uma avaliação a serviço da ação

que tem como objetivo a observação permanente das manifestações de aprendizagem a fim

de proceder ações educativas que otimizem os percurso individuais. Desse modo, não

apenas como um novo procedimento avaliativo, a nossa concepção de prova oral buscou

oportunizar o engajamento discursivo na língua estrangeira e permitir atenções mais

individualizada aos alunos avaliados. Desde a implantação do programa PIBID-

Inglês/UFJF em nossa escola, as aulas de Língua Inglesa são fundamentadas na

metodologia CLIL (Content and Language Integrated Learning). Esse método tem como

foco o ensino de conteúdos diversos através de uma segunda língua. O aprendizado do

idioma se dá através ensino de conteúdos de diversas áreas – matemática, ciências,

geografia, dentre outro, sem foco na gramática. O aprofundamento em conteúdos de outras

disciplinas, torna o ensino de inglês se torna mais significativo pois promove o ensino

contextualizado e interdisciplinar. Assim, a avaliação oral proposta seguiu essa mesma

dinâmica, sendo realizada acerca dos assuntos de conteúdos diversos tratados durante as

aulas de inglês.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA:

DESENVOLVIMENTO DO LETRTAMENTO MULTIMODAL

Paula Silva Abreu

[email protected]

Universidade Federal de Lavras - UFLA

Os anúncios publicitários estão presentes na sociedade atual para convencer, persuadir

ou provocar as pessoas a comprarem produtos e aderirem a serviços ou marcas. Os

avanços tecnológicos têm permitido que esse gênero textual sofra modificações em sua

estrutura e forma de veiculação. Além de anúncios impressos e de outdoors, vemos

peças publicitárias em forma de vídeos na televisão e internet. Esses vídeos são

compostos por diferentes modalidades de linguagem como as imagens estáticas ou em

movimento, os sons e as músicas, as legendas e falas orais, os textos escritos, os

gráficos e números, etc. Para produzir sentido na leitura desses anúncios, o interlocutor

precisa dominar habilidades de leitura relacionadas aos textos multimodais. Nessa

perspectiva, os objetivos deste trabalho são de (i) discutir a multimodalidade no gênero

anúncio publicitário e (ii) refletir sobre as potencialidades desse gênero em sala de aula,

para que os alunos desenvolvam essas habilidades necessárias aos multiletramentos.

Para a realização do trabalho, foi elaborado um quadro teórico a partir de autores como

Vieira e Silvestre (2015), Dell’Isola (2001), Koch e Elias (2006), Sandmann (2000),

entre outros que discorrem sobre a multimodalidade, a leitura e o gênero anúncio. Em

um segundo momento, foi feita a análise de alguns vídeos da assinatura de TV Sky e do

Banco Itaú. Tais análises permitiram compreender que a multimodalidade configura-se

como constitutiva nesse gênero e que os recursos semióticos e multimodais presentes

nos anúncios são ricos e podem ser explorados pelos professores para garantir aos

alunos uma formação crítica, reflexiva e a ampliação das habilidades de leitura

relacionadas aos multiletramentos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O CASAMENTO DA PRINCESA: UMA AVENTURA ESTÉTICA E

HUMANIZADORA

Maiara Ferreira De Souza

[email protected]

Marcela Brasil Galvão

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente relato tem como objetivo narrar a oficina de leitura “O casamento da

princesa” e refletir sobre a criação de tempos e espaços para a leitura literária na

Educação Infantil (PAULINO, 2007; BARBOSA, 2006; ZILBERMAN, 2003). Essa

oficina foi se constituindo a partir do contato com as crianças e das discussões entre

professores e pesquisadores do projeto de extensão Tempos e espaços de leitura, o qual

se desenvolve no âmbito do grupo LINFE - da Faculdade de Educação da Universidade

Federal de Juiz de Fora – UFJF. Sentindo a necessidade de desconstruir a imagem de

princesa que era atrelada a concepção europeia, desenvolvemos a oficina, a partir do

conto africano “O casamento da princesa” escrito por Celso Sisto. O livro narra a

disputa entre dois pretendentes, chuva e fogo, pela princesa Abena. A oficina foi

dividida e dois momentos: o primeiro consistiu em fazer a apresentação geográfica da

África a partir de mapa e globo terrestre; apresentação de fotos africanas que

expressavam a cultura, paisagem, pinturas, dentre outros; confecção do colar

referenciando a cultura das tribos africanas pelas próprias crianças; o segundo momento

consistiu na realização da pintura da pele para a comemoração do casamento e na

contação da história. A oficina foi realizada no segundo semestre de 2015, com a turma

do 2º período da Educação Infantil na Escola Municipal Fernão Dias Paes, em Juiz de

Fora - MG.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ENEM COMO REFERÊNCIA DE CURRÍCULO PARA A EDUCAÇÃO

BÁSICA – A PROVA DE REDAÇÃO COMO UM INSTRUMENTO DE

TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Iara Lopes Da Silva

[email protected]

UFG (Universidade Federal de Goiás)

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística

É tendência das práticas educacionais a preocupação com a construção de saberes a

partir de um olhar transversal e interdisciplinar, pois os Parâmetros Curriculares

Nacionais apontam nessa direção e as provas do Exame Nacional do Ensino Médio

(ENEM) têm exigido dos participantes saberes integrados. Assim, este trabalho analisa

o Exame Nacional do Ensino Médio enquanto referência nacional para o

aperfeiçoamento curricular do Ensino Médio brasileiro. Buscou-se reconhecer a

necessidade de um ensino que contemple a formação integral com saberes transversais e

interdisciplinares através da análise discursiva das competências comuns a todas as

áreas de conhecimento da avaliação do ENEM e também mais especificamente das

competências que são avaliadas na prova de redação. Como materialidade discursiva é

apresentada a Matriz de Referência do ENEM e do Guia do Participante – A Redação

no ENEM, publicados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira). A análise parte primeiramente de um breve histórico do

ENEM, tramitando para a observação das competências avaliadas comuns a todas as

áreas do conhecimento e depois se reporta às competências avaliadas na prova de

redação. A observação dos discursos que regem as competências avaliadas na prova do

ENEM, especialmente na avaliação de redação, que exige a produção de texto do

gênero dissertativo-argumentativo, é analisada segundo as teorias de Bakhtin e

Fairclough. Isso permite perceber a avaliação como um discurso de referência

curricular, pois a prova escrita requer capacidade de leitura crítica, percepção de

contextos de diversas ordens e tomada de posições responsáveis diante dos problemas

apresentados. Trata-se de uma avalição que visa conduzir a uma transformação social,

de modo que o participante precisa assumir postura responsiva diante dos

enunciados/problemas por meio da criação de proposta de intervenção, o que corrobora

a necessidade de um ensino que contemple a formação integral.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA PÚBLICA NOS DISCURSOS

DOS PROFESSORES

Renata Helena Pin Pucci

[email protected]

Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)

O presente trabalho apresenta o resultado de uma pesquisa de doutoramento, a qual teve

como sujeitos professores de inglês que atuam na escola pública. O objetivo da pesquisa

consistiu em analisar, nos discursos desses professores, os sentidos elaborados acerca do

ensino do idioma nesse espaço. O apoio teórico-metodológico foi fundamentado em

contribuições teóricas de M.M. Bakhtin, que permitiu a problematização da linguagem

social, dialógica e ideológica na constituição discursiva do sujeito e também em

princípios relativos à linguagem, semiótica e ao desenvolvimento das funções psíquicas

humanas de L.S. Vigotski. Nesse aporte, temos que no meio tenso das relações sociais,

em contextos históricos e culturais determinados, onde compartilham-se significações e

sentidos são produzidos, o sujeito se elabora discursivamente. Os dados foram

construídos a partir da realização de entrevistas com sete professoras de inglês que

atuam em escolas públicas estaduais de uma cidade no interior de São Paulo. Das

análises realizadas, depreendeu-se que as professoras perpetuam alguns discursos

estabilizados relativos ao ensino da língua inglesa na escola pública, os quais encontram

ecos no âmbito social e trazem marcas do contexto sócio-histórico contemporâneo. Foi

observado nos discursos das docentes acerca do domínio da língua inglesa valorações

distintas, que são enviesadas pelas relações de classe, de modo que a língua inglesa que

promove o ingresso do aluno no mundo globalizado, com todos os benefícios agregados

a essa inserção, apresenta valor distinto quando se refere aos seus alunos das classes

populares e às justificativas para o ensino do idioma na escola pública. Ademais,

observou-se que diante de condições adversas de trabalho e da dificuldade em

reconhecerem e tornarem reconhecido seu objeto de ensino como um conhecimento

escolar formativo e relevante para a emancipação dos alunos, as docentes apoiam-se nos

discursos dos documentos oficiais na apreciação e valoração de sua prática, nos quais

buscam identificação.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DAS NOVAS

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTIC’S): UMA

ANÁLISE DOS DISCURSOS DOCENTES PROPOSTOS NOS BLOGS

EDUCATIVOS

EDMILSON FRANCISCO

[email protected]

Universidade Federal de Lavras – UFLA

Diante da realidade tecnológica, o professor de língua portuguesa nem sempre se sente

em condições de promover o ensino da língua como um sistema em contínuo processo

de evolução, daí a necessidade de se pensar em uma prática como condição de exercício

de cidadania em uma sociedade onde a informação se multiplica rapidamente. Nesta

perspectiva, em que medida a prática de ensino da língua portuguesa, hoje, tem se

conformado à realidade e ao cenário atual de uso das novas tecnologias de informação e

comunicação? Para responder à questão, traçamos como objetivo analisar os discursos e

propostas dos professores quanto ao ensino da língua, sua adequação ao ambiente

virtual e às novidades que o progresso tecnológico traz. Como caminho utilizaremos os

seguintes procedimentos metodológicos: aplicação de questionário para verificar se os

professores utilizam: a) blogs ou outros canais virtuais em busca de conteúdo e de

formação profissional e, b) ferramentas tecnológicas e como as utilizam nas aulas;

levantamento de blogs sobre língua portuguesa, análise dos discursos dos criadores dos

blogs e do tipo de linguagem utilizada no ambiente virtual para o ensino da língua. O

estudo terá suas bases teóricas em Mikhail Bakhtin, no que se refere à utilização da

língua e linguagem no jogo da comunicação linguística numa abordagem enunciativa

discursiva e em Pierre Lévy no que tange às mudanças significativas no modo de ler e

escrever com o advento das novas tecnologias de informação e comunicação.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ENSINO DAS CLASSES DE PALAVRAS NO EF II SOB O VIÉS DA

ANÁLISE LINGUÍSTICA: ESTUDO REFLEXIVO DO SUBSTANTIVO E DO

ADJETIVO A PARTIR DO GÊNERO CONTO

Denise Pereira Rebello Viglioni

[email protected]

Orientadora: Prof.ªDr.ª Natália Sathler Sigiliano

Universidade Federal de Juiz de Fora/

Mestrado Profissional Profletras

O desenvolvimento deste projeto considera o ensino do português nas escolas

brasileiras, o trabalho com a gramática normativa, que tem apresentado variações de

perspectivas, e a atuação dos professores, divididos entre ensinar ou não gramática,

como ensinar e para que ensinar. Ao refletir sobre essas questões, propõem-se

alternativas de associar a gramática às práticas discursivas sociais. Tendo como locus

investigativo turmas de 6º ano da Escola Municipal Cosette de Alencar em Juiz de Fora

e a sala de aula de Língua Portuguesa, este projeto, em desenvolvimento no ano letivo

de 2017, associa o ensino de classes de palavras, especificamente o substantivo e o

adjetivo, ao gênero textual conto, através da leitura de contos das Mil e Uma Noites. A

proposta é contextualizar a gramática e explorar a capacidade de escuta, leitura e

produção textual do aluno, apropriando-se de práticas de análise linguística com ênfase

na reflexão sobre os usos do substantivo e do adjetivo na estrutura da narrativa. O

projeto terá dois produtos finais, que explorarão a escrita e a oralidade: conto parodiado

escrito e contação dos contos produzidos. Espera-se que o aluno desenvolva habilidades

para participação eficiente e consciente nas práticas sociais de linguagem. Adota-se,

nesta pesquisa, a perspectiva de análise linguística com Mendonça (2006) e Bezerra e

Reinaldo (2013), de análise do ensino de classes de palavras em Pinilla (2007) e da

abordagem de gêneros textuais com Schneuwly & Dolz (2004).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ENSINO DE LIBRAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR: QUAIS

PERSPECTIVAS?

Emmanuelle Félix Dos Santos

[email protected] (UFRB)

Wilson Pereira De Jesus

[email protected] (UEFS)

Nos meados da década de 90 se inicia no Brasil uma nova política educacional, a

inclusiva, ampliando significativamente o acesso de alunos com necessidades

educacionais especiais (NEE) às escolas comuns. A inserção desses alunos, em especial

dos surdos, ocasiona mudanças nas práticas e nas estruturas educacionais, assim como

na formação do professor, o que requer implantação de políticas educacionais. Essa

abertura social, política e educacional proporciona aos surdos e sua língua uma

visibilidade e, concomitantemente ao reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais

(Libras) como língua, a Lei nº. 10.436/02, a institui como componente curricular nas

licenciaturas. Posteriormente, o Decreto que regulamenta esta lei estipula prazos e

percentuais para que as universidades possam implantar o componente curricular

Libras, obrigatoriamente, nas licenciaturas. Em obediência a esta determinação, a

Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), passa a ofertá-lo em 2009. Cientes

do compromisso dessa instituição com a formação de professores, o presente trabalho

estabelece como objetivo analisar as perspectivas e contribuições que a organização do

componente curricular Libras na UEFS oferece na formação do professor. Para tanto,

nos baseamos nos escritos de Tardif (2012 [1991]), Soares (1999), Lacerda (2013) e

outros. Como orientação metodológica, utilizamos o estudo de caso que, alinhada à

técnica de análise de conteúdo, buscou articular a organização da Libras nos

documentos normativos da UEFS. Isso nos possibilitou perceber que, na organização do

componente curricular Libras, na UEFS, ainda há uma incógnita sobre seus reais

objetivos, apesar de ela cumprir sim uma função formativa. Destarte, consideramos que

ele cumpre um papel importante na formação do futuro professor e que as lacunas

existentes nesta formação advêm da sua constituição legal, que apresenta sentidos

dúbios acerca de sua finalidade e, principalmente, da própria formação docente, que

ainda é marcada por reflexos da lógica disciplinar.

Palavras-chave: Libras; Ensino; Formação Docente.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ENSINO DE SEMÂNTICA A PARTIR DOS GÊNEROS TEXTUAIS – UMA

PROPOSTA DE ABORDAGEM

Carolina Alves Fonseca

Universidade Federal de Juiz de Fora

[email protected]

Este artigo - vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade

Federal de Juiz de Fora em sua linha Linguística e ensino de línguas – visa apresentar os

resultados preliminares de uma tese em andamento cujo intuito é confrontar as práticas

de ensino de semântica propostas nos livros didáticos com os parâmetros direcionadores

nacionais, no sentido de observar qual(is) concepção(ões) relativas ao campo da

significação estão presentes neles. Ademais, busca-se propor um material didático de

ensino de semântica inserida aos gêneros textuais. Para tanto, baseamo-nos nas teorias

propostas por Bronckart (1999), que evidencia o interacionismo sociodiscursivo; bem

como por Dolz & Schneuwly (2004) e Marcuschi (2003), os quais acreditam em uma

proposta de ensino-aprendizagem organizada através gêneros textuais, atribuindo à

linguagem e à interação a instrumentalização na construção do conhecimento e na

formação do cidadão. Nosso viés semântico é desenvolvido na perspectiva da

Linguística Cognitiva (LAKOFF, 1987; FAUCONNIER e TURNER, 2002;

FILLMORE, 1982), a qual fundamenta nossa abordagem e compreensão dos processos

de formação de sentido presentes na linguagem. Nas análises parciais, vem ganhando

relevo a elaboração de uma sequência de atividades acerca das metáforas e metonímias

– nos moldes da Teoria da Metáfora e da Metonímia Conceptuais, postulada por Lakoff

e Johnson (2002) - em textos que circulam na esfera jornalística. Nessa primeira etapa

de elaboração do material, as atividades objetivam trabalhar com os discentes a

metonímia como um recurso discursivo que atinge diferentes resultados a depender do

gênero textual. Isso significa que, em uma notícia policial, a metonímia “Instituição pela

pessoa” funciona como uma estratégia de escrita diferente do que se empregada em uma

reportagem. Como estamos diante de um problema prático, elegemos a pesquisa-ação

como o cerne de nossa metodologia, a fim de tentarmos construir estratégias que nos

possibilite alcançar novas práticas e, assim, chegarmos a possíveis soluções.

Palavras-chave: Ensino de semântica; Metáfora; Metonímia; Gêneros textuais;

Interacionismo Sociodiscursivo.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ESTADO DA ARTE DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO: DISSERTAÇÕES E TESES SOBRE SUJEITOS COM BAIXA

VISÃO E CEGOS NO BRASIL ENTRE 2006-2016

Maria Nazaré Carvalho Cunha de Souza

[email protected]

Sara Gonçalves Barbosa

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

A mudança de postura e do olhar sobre a deficiência é necessária e fundamental no

modo organizacional democrático, e o presente trabalho propõe-se a mencionar os

aspectos relativos à inclusão educacional de pessoas com baixa visão e cegas a partir do

uso das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC.

O presente trabalho, de caráter bibliográfico, realizou o mapeamento pelo Banco de

Teses da Capes de dissertações e Teses dos anos de 2006-2016, no território nacional,

que contenha as seguintes palavras chaves: Tecnologia de Informação e Comunicação e

Baixa Visão; Tecnologia de Informação e Comunicação e Cego.

A pesquisa teve como objetivo analisar documentos, no sentido de mapear as

características em comum encontradas nas produções. Nesse sentido, a partir da análise

de dados foi possível verificar as lacunas existentes dos referenciais analisados, quais

projetos já foram desenvolvidos, além da evolução e tendência dessas pesquisas.

A partir dessas perspectivas estão sendo analisados trabalhos nessa área,

disponibilizados pelas Capes, e a partir das interpretações dos mesmos, estão sendo

construídas categorias de análise os temas mais focalizados, como foram abordados, a

importância da formação do professor nesse processo, quais TIC foram trabalhadas, que

metodologias foram empregadas, a visão social da pesquisa, se os referências teóricos

estavam de acordo com as ideias abordadas, as possibilidade de generalização, enfim, as

contribuições da publicação em âmbito geral da educação inclusiva.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ESTADO DA ARTE DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO: DISSERTAÇÕES E TESES SOBRE SUJEITOS SURDOS NO

BRASIL ENTRE 2006-2016

Cristiane Lopes Rocha de Oliveira

[email protected]

Yasmin Carolini Lana Albao

[email protected]

Universidade Federal de Viçosa

A preocupação com a inclusão dos Surdos é algo muito recente e o processo

educacional ainda necessita de muito trabalho e adequação a fim de permitir uma

inclusão social real a essas pessoas.

Uma educação inclusiva é aquela que prioriza a participação de todos a partir de um

viés igualitário, considerando qualquer que sejam as origens e barreiras para o processo

de aprendizagem. Na educação de Surdos, são também considerados entraves para esse

processo o acesso linguístico e os aspectos educacionais, cognitivos e culturais

envolvidos.

As Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC vem se constituindo de forma

positiva como ferramenta de apoio na inclusão educacional, seja como estratégia de

ensino, seja como meio de acesso aos conhecimentos de forma facilitada.

Esse projeto, de caráter bibliográfico, volta-se para o Estado da Arte que envolvam

sujeitos Surdos, a partir do uso das TIC. Essa pesquisa teve como objetivo realizar uma

análise de produções, no intuito de gerar subsídios, na identificação de contribuições e

defasagens a partir dos documentos investigados.

A partir dessa perspectiva, o mapeamento ocorreu pelo Banco de Teses da Capes de

dissertações e teses dos anos de 2006-2016, no território nacional, que contenha as

seguintes palavras chaves: Tecnologia de Informação e Comunicação e Surdo.

A partir dessas perspectivas estão sendo analisados trabalhos nessa área,

disponibilizados pelas Capes, e a partir das interpretações dos mesmos estão sendo

construídas categorias de análise dos temas mais focalizados, como foram abordados, a

importância da formação do professor nesse processo, as TIC que foram mais

trabalhadas, que metodologias foram empregadas, a visão social da pesquisa, se os

referências teóricos estavam de acordo com as ideias abordadas, as possibilidade de

generalização, enfim, as contribuições das publicações em âmbito geral da educação

inclusiva.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O ESTUDO DE INGLÊS NA EJA: ADEQUAÇÃO AO PERFIL DE JOVENS E

ADULTOS?

Dalcylene Dutra Lazarini

[email protected]

Professora e coordenadora de Letras da FASM

Joana Castro Teixeira Machado

[email protected]

Acadêmica do 3º de Letras da FASM)

A nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases) nº. 9394/96, artigos 37 e 38, determina que a

Educação de Jovens e Adultos (EJA) seja adequada às demandas sociais, por considerá-

los dignos de assistência, nesse sentido, lecionar na EJA exige um olhar diferenciado e

uma postura dinâmica com relação ao processo ensino-aprendizagem. Com o intuito de

aprofundar essa discussão, propomos um estudo que enfoque a Língua Inglesa como

uma disciplina que precisa se tornar mais relevante para o perfil dos alunos dessa

modalidade de ensino, o que se verifica no cotidiano escolar é uma certa aversão a essa

língua estrangeira. Como contornar essa situação? Que atividades poderão ser

desenvolvidas para adequar o Inglês às demandas sociais? Esses questionamentos fazem

parte do projeto de Iniciação Científica, intitulado “Um retrato do ensino de Inglês na

EJA: o que dizem os alunos das escolas públicas de Muriaé”, em desenvolvimento no

ano de 2017 na Faculdade Santa Marcelina. Nessa cidade, com o apoio da

Superintendência Regional de Ensino de Muriaé (23ª. SRM), selecionamos três, que

oferecem a EJA para aplicar um questionário semiestruturado a ser respondido pelos

alunos de maneira individual e conjunta, com o objetivo de se verificar como o ensino

de Inglês é recebido pelos discentes. Ao investigar como isso tem ocorrido, daremos

voz aos alunos para verificar qual é o grau de importância atribuído à língua estrangeira.

Como fundamentação teórica, serão utilizados os seguintes autores: Marcuschi (2001),

Freire (1996), Luciano (2013), Silva (2015), Soares (2008) e Oliveira (2013). A

pesquisa possibilitará uma reflexão sobre a experiência/expectativa dos alunos em

relação ao estudo de Inglês na escola e sua utilidade/empregabilidade na sua vida

pessoal e profissional. Oportunizando assim, oferecer subsídios teóricos e práticos, para

mudar a prática escolar e tornar a língua estrangeira mais atrativa para esses alunos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

GÊNERO EXPOSIÇÃO ORAL: O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE NA

SALA DE AULA

Aida Do Amaral Antunes Teixeira

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Neste relato discuto uma experiência didática visando ao ensino do gênero textual

Exposição Oral, realizada em uma turma de 5º ano do ensino fundamental de uma

escola pública localizada na zona rural do município de Extrema – MG. Assumimos a

concepção sócio histórica de linguagem desenvolvida por Bakhtin (2000), que atribui à

linguagem e à interação o papel de instrumentos essenciais na construção do

conhecimento e na formação dos indivíduos. Além disso, apoiamo-nos em Jolibert

(1994), que defende a ideia de que é vivendo em um meio sobre o qual se pode agir,

discutir, decidir, realizar e avaliar com os demais é que se criam situações favoráveis

para a aprendizagem. Quanto a isso, destacamos os estudos de Dolz e Schneuwly (2004)

que afirmam ser uma das funções da escola a de proporcionar aos alunos condições para

ultrapassarem as formas de produção oral cotidianas. A escolha do gênero se relacionou

às seguintes demandas: explorar as especificidades da produção e compreensão de

gêneros orais em sala de aula, tornando-as objeto de ensino-aprendizagem; articular as

práticas de leitura e análise linguística ao desenvolvimento da oralidade; e estruturar a

aprendizagem dos conteúdos. A intervenção didática envolveu estudo e planejamento

das informações a serem transmitidas/descritas/explicadas, escolha de estratégias

linguísticas para assegurar a oralização, a inteligibilidade e a coesão temática, o uso de

exemplificações, perguntas e sínteses e a definição dos recursos da Exposição Oral. A

promoção de condições adequadas à aprendizagem contribuiu para que os alunos

compreendessem as especificidades do gênero quanto ao seu comportamento,

planejamento, organização e transmissão do conhecimento para os demais colegas da

turma. Os resultados positivos alcançados apontaram a importância da sistematização

do ensino de gêneros orais e revelaram o envolvimento dos alunos com as atividades

propostas, enriquecendo seu repertório linguístico-discursivo e adquirindo uma

competência comunicativa mais ampla e diversificada. (BORTONI-RICARDO, 2004).

Palavras-chave: escola pública; ensino de língua portuguesa; gênero exposição oral.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O GÊNERO TEXTUAL RELATÓRIO CIENTÍFICO: AS PRÁTICAS

ESCOLARES E A CONSTRUÇÃO DE UM DISPOSITIVO DIDÁTICO

Ariane Alhadas Cordeiro

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora – PPGE (UFJF)

O presente trabalho apresenta um recorte dos resultados de uma pesquisa de mestrado

que tem como objetivo o estudo da circulação do gênero textual relatório científico com

vista à elaboração de um modelo didático de gênero (MDG) para uma turma de uma

escola da rede pública de Minas Gerais, a partir da análise de diversos modelos de

relatórios que circulam na escola nos eventos, nos manuais didáticos e nas tarefas

solicitadas pelos professores. Fundamentamos nos pressupostos teóricos do

Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) que concebe a linguagem como uma atividade

social, discursiva e interativa (BRONCKART, 2009, 2006a). Além disso, ancoramos na

perspectiva dos letramentos múltiplos, principalmente nas obras de Street (1984, 2014),

Rojo (2009, 2010, 2012, 2015), bem como dos estudos de letramento científico, Martins

(2010) e Mota-Roth (2009). Tais estudos são convergentes em evidenciar a

multiplicidade de práticas sociais com a escrita relativas e determinadas pelo contexto e

pelos sujeitos neles envolvidos. Para realizar nosso trabalho, a metodologia utilizada foi

o estudo exploratório, por ser uma proposta de investigação que articula o estudo

bibliográfico de um tema genérico, no caso a circulação do gênero relatório científico,

com base em análise dos modelos reais de relatórios científicos, observações e

entrevistas. Em uma das etapas, analisamos as práticas escolares envolvendo os

relatórios que circulam nos livros didáticos de Ciências e Língua Portuguesa adotados

na escola e os relatórios escritos pelos alunos. Analisamos, portanto, 18 textos e

percebemos que os alunos apresentaram dificuldades quanto à estrutura global do

gênero, à situação de produção e aos mecanismos de textualização. Para isso,

construímos um dispositivo didático com base na produção enfocando os

conhecimentos adquiridos pelos alunos na escrita prévia do gênero textual relatório

científico. Assim, acreditamos identificar as reais dificuldades dos alunos e ampliar os

conhecimentos científicos da turma.

Palavras-chave: Gêneros textuais. Relatório científico. Modelização didática de gêneros.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O LABORATÓRIO DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL COMO

FERRAMENTA PARA O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA: LETRAMENTO E

TECNOLOGIAS DIGITAIS

José Ribamar Lopes Batista Júnior

[email protected]

Diego Vieira da Rocha

[email protected]

Colégio Técnico de Floriano/UFPI/CNPq

Ao iniciar as atividades em 2009, no Colégio Técnico de Floriano/UFPI, percebemos a

necessidade de aliar o conhecimento acadêmico ao conhecimento prático e profissional,

preparando esses jovens para a atuação em sociedade. Nesse contexto, em 2011, surgiu

o Laboratório de Leitura e Produção Textual (LPT) como alternativa às aulas

padronizadas com conteúdos fragmentados. Assim, os projetos de letramento, com foco

no desenvolvimento das habilidades letradas orais e escritas, foram desenhados com

base na proposta de letramento de Barton (2007) e Barton e Hamilton (1998). Neste

trabalho, apresentamos os projetos desenvolvidos, no Laboratório, de 2013 a 2016:

“Pipoca Cultural”, “Leitura em Cena”, “Quer Que Eu Desenhe?”, “Polêmicas em

Debate”, “Ação Legal”, “Cais Cultural”, “Radiotec” e “Oficinas LPT”. Como proposta

comum aos projetos, agregamos o uso das tecnologias digitais, especialmente as redes

sociais. Esses novos usos da leitura e da escrita – letramentos, formam um campo vasto

de investigação, principalmente, quando associado às questões educacionais. Os

resultados apontam para o incremento da aprendizagem e do desenvolvimento da

autonomia argumentativa e de atuação social. Desta forma, percebemos a produtividade

de se promover nas aulas de Língua Portuguesa os usos sociais da leitura e da escrita,

bem como das tecnologias digitais que fazem parte da vida cotidiana dos alunos.

Igualmente, os resultados também demonstram a melhoria no desempenho dos

discentes, sua maior proficiência em português na modalidade padrão de forma prática e

crítica.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O LETRAMENTO CRÍTICO NO TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS:

UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE INFOGRÁFICOS

Danielle Guerra

CEFET-MG

Marden Silva

CEFET-MG

Esta pesquisa investigou as práticas adotadas por uma professora de inglês do Ensino

Médio do CEFET-MG, em relação ao uso de teorias de multiletramentos (KALANTZIS

e COPE, 2012) em sua prática pedagógica. Buscou-se identificar as possibilidades que

surgiram para o ensino crítico de línguas estrangeiras por meio do trabalho com gêneros

textuais. Com base nas teorias sobre letramento crítico (Mc LAUGHLIN e DeVOOG,

2004), sobre gêneros textuais (MEURER, 2004) e sobre o ensino de LE (BRASIL,

2006), adotou-se uma atividade de análise e produção de infográficos. A metodologia,

de cunho qualitativo, contou com diários reflexivos da docente e questionários

respondidos pelos alunos como instrumentos de geração de dados. A análise mostrou

que o trabalho com o letramento crítico via gêneros é possível, visto que a produção

sinalizou certo desenvolvimento do senso crítico nos alunos.

Palavras-chave: gêneros textuais; letramento crítico; ensino de LE

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O LÚDICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CONTRIBUIÇÕES DA

BRINQUEDOTECA NA CAPACITAÇÃO DOCENTE

Luciana Da Silva Almeida

[email protected]

João Batista Da Silva Santos

[email protected]

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem

A presente pesquisa objetiva esboçar um quadro das contribuições da dinamização do

espaço de uma brinquedoteca na formação de professores do curso normal médio. O

trabalho apresentou como proposta revitalizar a brinquedoteca do Colégio Estadual João

Pessoa, possibilitando a utilização desse espaço como local promotor de experiências

enriquecedoras para a formação docente. Participou do projeto uma turma de primeiro

ano do Curso de Normal Médio de Formação de professores da referida instituição, bem

como uma turma de oitavo período da Licenciatura em Pedagogia da UENF, ambos

situados no município de Campos dos Goytacazes, RJ. Aqui nos propusemos a pensar a

brinquedoteca como um laboratório lúdico/pedagógico imprescindível na formação

docente. Para a realização desse estudo, utilizamos a metodologia qualitativa e de

intervenção, realizando entrevistas, planejando e oferecendo oficinas que pudessem

subsidiar a formação desses futuros professores. Valemo-nos de alguns teóricos, como

Cunha (2001), Kishimoto (2010), Azevedo (2004), Teixeira e Martins (2012), dentre

outros. A partir dessa pesquisa, constatamos que a brinquedoteca se constitui como um

local ideal para que haja a vinculação de conceitos teóricos/metodológicos com a prática

e o fazer docente. Além disso, permitiu-nos discutir e repensar não somente a formação

docente, mas também a futura atuação pedagógica e principalmente a importância da

ludicidade na formação da criança e na prática do professor.

Palavras-Chave: Brinquedoteca, Formação de Professores, Laboratório

Lúdico/Pedagógico.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PAPEL DA ESTRUTURA DE COMPLEMENTAÇÃO NO

DESENVOLVIMENTO DE UMA TEORIA DA MENTE: UM ESTUDO

EXPERIMENTAL EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

Flávio Souza Rodrigues

[email protected]

UFJF

Luciana Teixeira

[email protected]

UFJF

Neste trabalho, verificam-se as características morfossintáticas de sentenças simples e

complexas da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a influência dessas estruturas no

desempenho de crianças e jovens surdos na execução de tarefas de Crença Falsa de 1ª

ordem e, consequentemente, no desenvolvimento da Teoria da Mente (ToM). A

hipótese que norteia este estudo é a de que o domínio da sintaxe de complementação é

condição necessária, mas não suficiente, para o desenvolvimento das funções mentais

superiores, as quais necessitam da língua como mediadora nesse processo. Assume-se

uma concepção inatista de aquisição da linguagem (CHOMSKY, 1965, 1981, 1995),

aliada a uma perspectiva psicolinguística de aquisição, baseada nas hipóteses de

bootstrapping sintático (GLEITMAN, 1990) e semântico (PINKER, 1987; 1989).

Apresentam-se resultados de uma atividade experimental conduzida em Libras com 16

participantes surdos brasileiros, com aquisição tardia de sua L1, divididos em dois

grupos, considerando-se o tempo de exposição à língua. Os resultados indicam um

efeito principal da variável “tipo de estrutura da sentença” (com ou sem encaixamento

estrutural), ocorrendo um número maior de respostas corretas às perguntas da tarefa de

Crença Falsa com construções completivas (com o verbo epistêmico acreditar) no

grupo com maior tempo de exposição à Libras. Considera-se, portanto, que o

conhecimento linguístico afeta significativamente esse tipo de raciocínio e,

consequentemente, o desenvolvimento da ToM. Tais resultados são compatíveis com a

proposta de Quadros e Cruz (2011) de que, quanto mais cedo e maior for o acesso dos

surdos à língua de sinais, melhor será o seu desenvolvimento linguístico-cognitivo.

Palavras-chave: Teoria da Mente, interface, linguagem, Libras, aquisição.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PAPEL DA PONTUAÇÃO NA ESCRITA DOS ALUNOS DA EJA

Cláudia Aparecida Ferreira Ferraz

[email protected]

Natália Satler Sigiliano

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Esta comunicação tem como objetivo apresentar um relato de experiência de uma

pesquisa-ação em andamento no ano de 2017, aplicada a uma turma de 8º ano do EFII

de Educação de Jovens e Adultos, na Escola Municipal Pedro Furtado, do município de

Itamarati de Minas. A ineficiência do ensino de regras gramaticais, as quais têm

frequentemente sido desvinculadas de seu uso efetivo nos textos, tem sido verificada

nos materiais de EJA. Ademais, as temáticas abordadas pelos materiais são, por vezes,

distantes da realidade de grande parte dos alunos. Nesse contexto, este trabalho tem

como objetivo apresentar uma nova proposta interventiva em sala de aula, cuja

finalidade é de aproximar o estudo gramatical - mais especificamente da pontuação - do

estudo textual à realidade do aluno, com base na abordagem da Análise Linguística (cf.

Mendonça, 2006; Antunes, 2003 e 2014). Por meio disso, o estudante será capaz de

perceber a importância e o papel da pontuação nos mais diversos gêneros do cotidiano.

Assim, empregando os preceitos da sequência didática (Dolz, Noverraz e

Schneuwly,(2011 [2004]), os alunos serão conduzidos a observar diversos gêneros do

cotidiano e a realização da pontuação nesses gêneros e produzirão textos de vários

gêneros jornalísticos a fim de que, ao final do projeto, seja elaborado um jornal para ser

distribuído na comunidade. Toda a sequência se pauta na reflexão linguística,

epilinguística e metalinguística, a fim de se alcançar a sistematização e a construção dos

sentidos do texto, observando-se a importância da pontuação para tal.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PAPEL DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO ENSINO DE LÍNGUA

PORTUGUESA: A IMPORTÂNCIA DA ELABORAÇÃO DE SEQUÊNCIAS

DIDÁTICAS NO TRANSPORTE DA TEORIA PARA A PRÁTICA DA SALA DE

AULA

Anna Carolina Ferreira Carrara Rodrigues

[email protected]

Universidade do Estado de Minas Gerais

UEMG - Unidade Carangola

Este trabalho, resultado do projeto intitulado “O Papel da Variação Linguística no

Ensino de Língua Portuguesa” (CARRARA, 2016) desenvolvido com alunos do

Curso de Letras da UEMG, tem como temática discutir como a abordagem das

variações linguísticas (diafásica, diastrática e diatópica) em sala de aula afeta a

aprendizagem da Língua Portuguesa pelos alunos do Ensino Fundamental II. Os

objetivos delineados pelo projeto (i) discutir a variação diastrática a partir de tirinhas

do Chico Bento e verificar sua relevância no debate em torno do preconceito

linguístico; (ii) identificar as marcas indexais típicas da fala masculina e feminina no

gênero blog; culminam no item (iii) elaborar sequências didáticas para aplicação no 6º

e 8º anos do Ensino Fundamental II que propusessem um trabalho contextualizado

com a variação linguística a partir da seleção de textos e construção de atividades com

foco em interpretação e análise/apreensão de recursos linguísticos. Para a elaboração

das sequências didáticas utilizou-se da noção metodológica oriunda da Linguística de

Corpus e foram montados dois corpora: o primeiro contendo 33 tirinhas do

personagem Chico Bento e o segundo, 30 textos colhidos de 6 blogs distintos. O

aporte teórico do trabalho prioriza as noções de preconceito linguístico (BAGNO,

2003, 2007, 2009), análise e compreensão de gêneros textuais (MARCUSCHI, 2008;

DIONÍSIO, MACHADO, BEZERRA, 2010) e os caminhos que emergem do trabalho

com gêneros para o ensino de estruturas linguísticas (NEVES, 2013). Além desse

referencial teórico básico, conceitos em torno da elaboração de sequências didáticas

(DOLZ, NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004) e o que preconizam os PCN de Língua

Portuguesa sobre a temática também foram abordados. Desse modo, o trabalho

contribuiu para que o aluno desenvolvesse olhares distintos a respeito do fenômeno da

variação linguística, além de compreender o gênero trabalhado quanto à sua função

social, situação de produção e aspectos linguísticos que o compõe.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PAPEL QUE OCUPA A LEITURA MEDIADA DE TEXTOS DIDÁTICOS DE

CIÊNCIAS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS EM SALA

DE AULA

Célio Da Silveira Júnior

[email protected]

Faculdade de Educação da UFMG

A leitura é recurso fundamental para o ensino-aprendizagem de Ciências e requer a

mediação docente intencionalmente planejada. Em geral, textos didáticos de Ciências

(TDC) são difíceis de serem compreendidos pelas múltiplas linguagens que utiliza e alta

densidade conceitual. Esse cenário aponta para a necessária reflexão sobre as

possibilidades de uso e transformação dos TDC em sala de aula, discutindo o papel

ocupado por eles e como as suas atividades de leitura têm sido propostas. Mas, faltam

pesquisas sobre essa questão. Justifica-se assim a nossa pesquisa em desenvolvimento,

esperando que as lições tiradas tragam implicações para a formação dos sujeitos

participantes. O objetivo geral é pesquisar o lugar ocupado pela mediação da leitura de

TDC nas práticas pedagógicas desenvolvidas em salas de aula da Educação Básica. É

uma investigação de natureza narrativa e condizente com os referenciais da perspectiva

histórico-cultural do desenvolvimento humano. Para os trabalhos de campo, estão

sendo envolvidos os sujeitos em formação dos cursos com os quais tenho contato em

minha atuação docente na UFMG: licenciandos e mestrandos. Estou me valendo das

narrativas escritas por esses sujeitos sobre a realidade vivenciada por eles nas escolas

em que atuam, especialmente como professores ou estagiários. Como um dos produtos

da pesquisa, espera-se o desenvolvimento de materiais didáticos que contribuam para a

formação e atuação docentes em Ciências dos sujeitos envolvidos no enfrentamento da

problemática discutida. Os primeiros resultados obtidos confirmam a hipótese inicial de

trabalho: a de que a prática de mediação docente da leitura de TDC apresenta papel de

menor status frente às demais práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula,

apesar de sua importância. Para a reversão desse quadro, reforça-se a importância das

contribuições que as pesquisas sobre essa temática podem trazer para a formação de

docentes que atuam ou atuarão com Ciências na Educação Básica.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PIBID PEDAGOGIA DA UENF: ESTÍMULO À AUTORIA PELA ESCRITA

SOLIDÁRIA

Rysian Lohse Monteiro

[email protected]

Eliana Crispim França Luquetti(Orientadora)

[email protected]

Universidade Estadual Do Norte Fluminense Darcy Ribeiro(UENF)

O presente trabalho pretende abordar o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à

Docência (PIBID) como política pública de formação inicial docente, a partir da

descrição do processo de estímulo à autoria do projeto PIBID Escrita Solidária no curso

de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy

Ribeiro (UENF). Partindo da concepção de que o domínio das práticas de escrita é

essencial para futuros professores, o projeto Escrita Solidaria promove aos vinte e

quatro alunos bolsistas a interação e estimulo. A metodologia utilizada é a documental e

bibliográfica na medida em que recorre aos questionários, arquivos de registros de

vídeos e de relatórios do PIBID Pedagogia e os interpreta conforme os conceitos

utilizados pela pedagogia da autoria. Realizou-se também uma revisão bibliográfica

sobre a autoria escrita entre professores, utilizando alguns autores como Kramer (1999),

Pécora (1992), Freire (1996) e Bohn (2003), problematizando a recusa em relação à

escrita autoral. Como resultado do processo descrito pode-se afirmar que a autoria tem

um impacto positivo na formação inicial dos estudantes de pedagogia de forma crítica e

criativa, incentivando o uso integrado de múltiplas linguagens, o respeito à pluralidade e

à construção coletiva, reconhecendo alunos e professores como sujeitos ativos da

aprendizagem.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PNAIC EM OURO PRETO: A VOZ DAS PROFESSORAS

ALFABETIZADORAS

Regina Aparecida Correa

[email protected]

Hércules Tolêdo Corrêa

[email protected] e [email protected]

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

O presente trabalho teve como objetivo geral analisar concepções acerca dos processos

de alfabetização e letramento de cinco professoras alfabetizadoras do município de

Ouro Preto – MG, que participaram da formação continuada no âmbito do Pacto

Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, em 2013. Esta pesquisa, de

abordagem qualitativa, utilizou como instrumentos de coleta de dados documentos

públicos, questionários e entrevistas. Participaram da pesquisa quatro das cinco

orientadoras de estudos do município de Ouro Preto e cinco professoras participantes do

PNAIC. Os dados coletados foram analisados com base, especialmente, nos seguintes

autores: Albuquerque e Morais (2006), Ferreira e Leal (2006), Ferreiro e Teberosky

(1986), Morais (2012), e Soares (2004, 2011, 2012, 2014, 2015, 2016). A análise dos

dados aponta que a terceira unidade dos cadernos de formação, relacionada ao sistema

de escrita alfabética e à consciência fonológica, foi a que marcou com mais intensidade

as professoras alfabetizadoras, de modo especial, porque possibilitou a compreensão

teórica de alguns conceitos que as professoras já desenvolviam na prática, como a

consciência fonológica. Com relação ao letramento, embora seis das oito unidades do

curso apresentassem um ou mais objetivos relacionados à alfabetização na perspectiva

do letramento, verificamos, por meio do depoimento das professoras, algumas

dificuldades em conceituar letramento ou mesmo de citar atividades relacionadas a ele.

Assim, concluímos que, embora haja tentativas de alfabetizar no contexto de letramento,

é possível perceber certa dificuldade relativa a isso e a priorização de uma das facetas

do processo de ensino e aprendizagem da leitura e escrita: a alfabetização.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PROCESSO DE INSERÇÃO DE VOZES NO GÊNERO MONOGRAFIA À

LUZ DO INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO

Laura Silveira Botelho

[email protected]

Universidade Federal de Goiás

O presente trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa de doutoramento

“Letramentos acadêmicos e a escrita do gênero monografia: um estudo de cunho

etnográfico”. Neste recorte, objetivamos discutir o processo de inserção de vozes

(PEREIRA e LEITÃO, 2015; BAKHTIN, 2010) na escrita do gênero monografia, na

seção de revisão de literatura. Para tanto, mobilizamos os pressupostos do grupo

conhecido como Novos Estudos de Letramentos (STREET, 2014) e sua vertente teórica,

Letramentos Acadêmicos (LILLIS e SCOTT, 2008; LEA, 2006, STREET e LEA,

2010). Também utilizamos os pressupostos teórico-metodológicos desenvolvidos por

Bronckart (1999), à luz do Interacionismo Sociodiscursivo. O modelo de análise

proposto por esse autor serviu para ancorar o estudo de cinco monografias escritas em

um curso de Pedagogia de uma instituição particular de ensino superior. Os resultados

parciais indicam que os alunos que desenvolveram suas monografias com resultado de

pesquisa de campo conseguiram se apropriar melhor do processo de inserção de vozes

do que aqueles que fizeram apenas revisão bibliográfica. Dessa forma, acreditamos que

as possíveis dificuldades de escrita de tal gênero podem não estar apenas na superfície

textual, mas sim no desenvolvimento (ou não) dos letramentos acadêmicos dos alunos e

de sua apropriação dos processos de escritas típicos dessa esfera discursiva.

Palavras-chave: Vozes. Gênero monografia. Letramentos acadêmicos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O PROCESSO REVERBERATIVO DA VOZ DO ALUNO NA FORMAÇÃO

CONTINUADA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR

Letícia Santos Da Cruz

[email protected]

UFRJ

Ludmila Thomé De Andrade

[email protected]

UFRJ

O texto traz reflexões tecidas a partir do olhar sobre o professor alfabetizador que cada

vez mais é convocado a estar habilitado e a lidar com diversos conhecimentos. A

pesquisa analisou monografias elaboradas por professoras alfabetizadoras, alunas do

curso CESPEB - ALFABETIZAÇÂO (Curso de Especialização Saberes e Práticas da

Educação Básica – Ênfase Alfabetização) oferecido respectivamente em 2008-2/2009 e

2010/2011-1 pela UFRJ. Adotou como metodologias integradamente a Análise

Documental e a Análise do Discurso, a fim de pensar as monografias como documentos

não neutros, assim como refletiu o interesse em compreender como as enunciações

presentes na escrita das alunas professoras traziam as marcas de suas formações,

memórias e práticas em sala de aula. Teve como objetivo pensar a escrita docente como

um caminho de pesquisa e de formação que possibilita o professor repensar suas

práticas, levando-o a se perceber como autor e sujeito histórico em sua trajetória

profissional. Analisa a prática do professor tomando-a como constituída por vários

saberes, reconhecendo assim seu inacabamento (BAKHTIN, 2003), tendo a criança

como centro organizador do trabalho pedagógico e sujeito do trabalho intelectual para o

aprendizado (CHARLOT, 2012). A alfabetização é apresentada não somente como

sistematização de um código mas, tanto como um processo de inserção no mundo da

linguagem escrita (GONTIJO, 2008), e também enquanto processo de interação

(GERALDI, 1997). A conclusão a que chegamos após análise dos materiais docentes é

a de que a prática docente é a resposta ao tensionamento dos saberes docentes no

contexto cotidiano e como o olhar sobre a criança tem importância na constituição do

discurso do professor sobre a própria prática.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O QUE É INTERDISCIPLINARIDADE? EM BUSCA DE UMA DIDÁTICA

INTERDISCIPLINAR NAS ESCOLAS BRASILEIRAS ATUAIS

Ana Carolina Vieira De Brito

[email protected]

Jéssica Oliveira Farias

[email protected]

MPPEB- CPII

O presente trabalho visa apresentar os resultados de uma pesquisa sobre os principais

desafios da educação atual acerca da interdisciplinaridade, trazendo também como

relato de experiência uma atividade interdisciplinar realizada em uma turma de

Educação Infantil segmento Maternal I pertencente a uma Creche Municipal localizada

em Anchieta, bairro do município do Rio de Janeiro no ano de 2016. Constatamos

através de uma pesquisa qualitativa que as maiores dificuldades encontradas atualmente

dentro das escolas são: a falta de motivação por parte dos alunos, a dificuldade que os

mesmos possuem em entender o sentido do que se aprende e a ausência de relação dos

conteúdos com a vida e o mundo. A proposta de uma abordagem educacional

interdisciplinar não pretende solucionar todos os problemas presentes dentro das salas

de aula, porém, consideramos fundamental a reflexão constante do processo de

aprendizagem, o diálogo e a troca de saberes entre diferentes áreas de conhecimento

para um melhor entendimento crítico de si próprio, do outro e do mundo em que

vivemos. Com o intuito de compreendermos o conceito de interdisciplinaridade e suas

contribuições para uma prática docente que busque conectar saberes e romper com o

modelo de educação fragmentado que vivenciamos hoje na escola, utilizaremos os

estudos de Japiassú (1976), Fazenda (2008), Santos (2007) entre outros. Em seguida,

discorreremos brevemente sobre os possíveis avanços que a BNCC - Base Nacional

Curricular Comum (2015/2016), como instrumento de orientação pedagógica, busca

trazer para a interação entre diferentes conhecimentos nas relações de ensino.

Abordaremos também a importância da prática reflexiva sobre o fazer docente cotidiano

para intervenções produtivas. E, por fim, proporemos uma atividade interdisciplinar

através do gênero textual receita que procura articular ações, diálogos e trabalho

cooperativo no âmbito escolar a saberes como raciocínio lógico, ciências sociais, artes e

outros.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

REFLEXÕES SOBRE O MEU PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA

ADICIONAL NO INTERCÂMBIO

LUANA CRISTINA DE OLIVEIRA SANTOS

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

Este artigo científico tem por objetivo tratar de conceitos sobre identidade, cultura e

especialmente do processo de aprendizagem de língua adicional com base na minha

experiência de intercâmbio feita na Colômbia, onde aprendi a língua espanhola. O ponto

de partida foi a narrativa autobiográfica enfocando o período de intercâmbio. A teoria

que fundamentou as interpretações apoiam-se nas perspectivas teóricas de identidade de

Hall (2006), Romero (2008), Galindo (2004), Schmidt (2014), de cultura conforme,

destacado por Tílio (2007), Santos (1996), Kraviski e Bergmann (2006) e aprendizagem

de línguas adicionais conforme sugerido por Romero (2011), Oliveira (2006), Moraes

(2010), Teixeira e Alomba Ribeiro (2012). Esta pesquisa possibilitou identificar

estratégias para o aprendizado de uma língua adicional em espaço natural, tais como:

fazer perguntas, o uso da repetição, a busca de conversação, a leitura, dentre outros. As

principais dificuldades foram: a pronúncia, a conjugação dos verbos, palavras com V e

B, e a rapidez de fala. Para superar usei a repetição, a leitura, a prática da escrita, e

acima de tudo a interação. As alterações identitárias me ficaram claras, pois se

evidenciam em minha visão de mundo, minha atitude mais social e desinibida, maior

interesse por outras e diferentes culturas, além de aprendizagem em ser auto-suficiente.

O contato com a cultura, a interação com as pessoas, a exposição e a força de vontade

frente a diversas situações novas fizeram toda a diferença. Portanto, este trabalho

ressalta a importância dessa experiência internacional mediante a visão social e ao o

ensino- aprendizagem de línguas.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O “RODÍZIO DE LIVROS” COMO INCENTIVO A FORMAÇÃO DE

LEITORES NA PERSPECTIVA DO ALFABETIZAR LETRANDO

Renata Silva Cruz

[email protected]

Escola Estadual Santa Rita de Cássia – SEE/MG

Cilene Do Carmo Gregório

ccgregó[email protected]

Escola Estadual Santa Rita de Cássia – SEE/MG

Este relato pretende abordar e discutir o trabalho de formação de leitores nos anos

iniciais e como a literatura infantil pode ser articulada à proposta de gêneros textuais,

promovendo leitores e produtores de textos na perspectiva do alfabetizar letrando. O

Projeto “Rodízio de livros” inseriu a leitura no cotidiano das crianças e a literatura

passou a fazer parte das atividades de sala e de casa, dos alunos do ciclo de

alfabetização da Escola Estadual Santa Rita de Cássia, em Viçosa/MG. Esta proposta

consiste na troca de livros de literatura infantil, selecionados previamente pelo

professor. Este revezamento de livros faz com que os alunos leiam as mesmas obras e

troquem informações sobre a experiência da leitura. Os alunos são convidados a

apresentarem o livro através de atividades que utilizem a diversidade de gêneros

textuais como, propagandas, bilhetes, diálogos etc. Para alcançar os objetivos, o

trabalho é organizado em etapas: motivação, leitura, articulação da literatura infantil

com o processo interdisciplinar de alfabetização. No entanto, não é uma proposta

isolada do planejamento, pois o incentivo à leitura também é realizado na sala de aula

pela leitura deleite e projetos literários. Esta abordagem pretende fomentar a reflexão

sobre alfabetização e letramento, considerando que a multiplicidade e a diversidade de

gêneros textuais, que circulam no ambiente escolar, podem contribuir para o

desenvolvimento de habilidades, de compreensão, interpretação e construção de

sentidos (SOARES, 2010). Autores como Saraiva (2001), Colomer ( 2007),

Souza&Feba (2011) e Smolka (2012) ressaltam a importância da leitura literária na

alfabetização, considerando que a literatura infantil é uma forma essencialmente lúdica

de linguagem escrita, sendo um elemento mediador do processo de aquisição da grafia,

em que a criança tem contato com o código de forma prazerosa. O trabalho foi realizado

em 2016 com uma turma do 3° ano do ensino fundamental.

Palavras-chave: leitura, alfabetização, gêneros textuais,

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O TRABALHO COM O GÊNERO ENTREVISTA: PERSPECTIVAS DA

REALIDADE DE UMA ESCOLA PÚBLICA

Dedilene Alves De Jesus

[email protected]

Prefeitura Municipal de Matias Barbosa

Partindo-se do pressuposto de que “é através dos gêneros que as práticas de linguagem

encarnam-se nas atividades dos aprendizes” (SCHNEUWLY E DOLZ, 1999, p. 6) e da

noção de que o conceito de multiletramentos abarca a multiculturalidade e a

multimodalidade (ROJO E MOURA, 2012), foi realizada uma sequência didática

baseada no gênero entrevista para o 6º ano de escolaridade da Escola Municipal Lucy de

Castro Cabral, município de Matias Barbosa, em novembro de 2016 . Tal sequência

apresentou as seguintes etapas: apresentação do gênero entrevista > identificação das

características do gênero > proposta de entrevista > planejamento do roteiro da

entrevista > realização da entrevista > apresentação da entrevista em sala e comentários.

Essa sequência estava vinculada a um projeto maior de leitura, no qual os alunos

realizaram a apresentação de um teatro em forma de talk-show. Inicialmente, foi

trabalhada com os alunos uma unidade do livro didático contendo o gênero entrevista,

com respectiva interpretação e identificação das características do gênero. Aos alunos

foi feita a proposta para a realização de uma entrevista filmada, ressaltando os aspectos

de preparação da mesma. Os alunos foram divididos em duplas e trios para o

preenchimento de uma ficha com informações prévias sobre a entrevista e a montagem

do roteiro. Para a escolha dos entrevistados, os alunos foram incentivados a buscarem

pessoas que exercessem um papel relevante na comunidade. Na produção da entrevista,

os alunos fizeram a gravação via celular. As entrevistas foram apresentadas em sala de

aula, com estímulo a comentários acerca do assunto tratado e das experiências

vivenciadas pelos grupos. Tal atividade permitiu que os alunos pudessem, em suas

práticas de linguagem, aperfeiçoar suas habilidades de escrita, leitura e oralidade, além

do manuseio com suportes textuais diferenciados para atendimento ao gênero.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O TRABALHO DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA E A

CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE PROFISSIONAL AO LONGO DE QUINZE

ANOS DE CARREIRA

Louise Cervo Spencer

[email protected]

Universidade Federal de Santa Maria

Partimos do princípio de que o professor de Língua Portuguesa se encontra em um

estágio de perda da identidade, pois há um desmembramento do seu objeto de estudo e

de trabalho. Para tanto, nosso objetivo nesta pesquisa é apresentar como se dá a

construção de identidade de um professor com mais de quinze anos de carreira, que se

depara com essa divisão e se vê em meio a certezas e incertezas quanto a sua prática.

Para chegarmos nesse fim, realizamos entrevistas semiestruturadas (2002 e 2017) com

um professor da área das linguagens, procurando entender este profissional em seu dia a

dia escolar. A concepção de linguagem que sustenta este estudo e orienta os

procedimentos metodológicos é baseada na perspectiva interacionista. Em consonância

com essa concepção, tem como base teórico-metodológica o Interacionismo

Sociodiscursivo. A escolha por esta teoria se deve à importância dada por ela ao estudo

do papel da prática da linguagem em situações de trabalho, neste caso, o trabalho

docente. O ISD e seus conceitos fundamentais são aqui referidos a partir dos trabalhos

desenvolvidos pelo grupo LAF da Universidade de Genève, orientado por Jean-Paul

Bronckart, e pelo grupo ALTER da PUC-SP. Ao encontro das pesquisas já realizadas

por estes grupos com o intuito de compreender a atividade educacional e suas

representações, esta pesquisa também prioriza as relações entre o trabalho docente e a

linguagem. Como nossa pesquisa ainda está em curso, adiantamos como resultados

preliminares que, a partir da análise das entrevistas, o participante compreende que o

objeto de trabalho do professor de língua deve partir do uso da linguagem, tendo em

vista tanto a estrutura gramatical quanto os princípios dos gêneros de texto, não sendo

vistos como excludentes. Este posicionamento, portanto, demonstra um interesse na

busca por atualização e reflexão constantes em sua prática docente ao longo dos anos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O TRABALHO PEDAGÓGICO COM A LITERATURA NO PROCESSO DE

ALFABETIZAÇÃO

Daniela De Carvalho Pena - Ufop

[email protected]

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

Nesta comunicação, apresentamos um levantamento de trabalhos acadêmicos

(dissertações de mestrado e teses de doutorado) que tratam da temática “Letramento

literário e alfabetização”, que servirá como ponto de partida para realização de uma

posterior pesquisa de campo. A pesquisa tem como objetivo fazer reflexões sobre a

prática pedagógica no que se refere ao trabalho com a literatura para crianças, levando

em consideração a sua importância para o desenvolvimento do imaginário, da

criatividade e do prazer e hábito da leitura. A pesquisa objetiva também identificar e

analisar as práticas pedagógicas dos docentes relativas ao trabalho com a literatura em

turmas em processo de alfabetização, bem como analisar os critérios que orientam os

professores para a seleção dos livros a serem trabalhados, quais estratégias e formas de

mediação utilizam e identificar os desafios referentes ao trabalho com a literatura no

contexto escolar. A fundamentação teórica da pesquisa são estudos que discutem e

apontam caminhos para o ensino da leitura literária e sua importância para o processo de

alfabetização, tais como PAULINO (2004), COSSON (2004), SOARES (2003), entre

outros. A pesquisa de campo deverá ser realizada por meio de observação de práticas

docentes e entrevistas. O campo de investigação para desenvolver a presente pesquisa

será constituído por uma escola pública municipal de Ouro Preto, tendo como sujeitos

professores atuantes em turmas em processo de alfabetização. Esse estudo poderá

contribuir para repensar o ensino de literatura nos anos iniciais do processo de

alfabetização.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O TRATAMENTO DADO À MULTIMODALIDADE EM PLANOS DE AULAS:

SINALIZAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

Helena Maria Ferreira

[email protected]

Isabella Bacha Ferreira

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

A comunicação proposta elege como objeto de discussão as propostas de ensino de

leitura de textos multimodais. Nesse sentido, busca-se analisar o tratamento dado à

multimodalidade em planos de aulas disponibilizados no Portal do Professor - espaço

em ambiente virtual com recursos educacionais voltados para professores da Educação

Básica. Esta pesquisa parte de uma perspectiva teórica que considera que a

disseminação das tecnologias e as alterações ocorridas nas práticas de linguagem

originaram novas demandas de leitura, evocando, assim, um redimensionamento de

metodologias de ensino. Desse modo, esta pesquisa se pauta nos fundamentos da Teoria

da Multimodalidade (KRESS; VAN LEUWENN, 2006) e nos estudos sobre os

multiletramentos (ROJO, 2009) e sobre os gêneros textuais/discursivos (DOLZ;

SCHNEUWLY, 2004). Para a análise, foram selecionados 10 (dez) planos de aulas, a

partir de indicadores previamente determinados, tais como gênero textual multimodal,

exploração de recursos não verbais, etc. Apesar de o Portal do Professor ser considerado

uma iniciativa adequada para o compartilhamento de conteúdos, materiais ou recursos

que viabilizam o desenvolvimento de práticas pedagógicas na escola, a análise

empreendida constata: a) escassez de propostas que contemplam a leitura de textos

multimodais; b) falta de uma sequência de atividades que permita diagnosticar e

consolidar habilidades relacionadas à compreensão dos elementos semióticos que

participam da constituição do gênero e da construção dos sentidos. Nesse sentido,

observa-se que as interações sociais, mediadas pelas tecnologias, impõem a

consideração dos diferentes recursos semióticos, o que implica romper com uma

tradição escolar (e cultural) que, notadamente, atribui maior valoração ao texto verbal.

Por fim, evidencia-se a relevância das discussões sobre o planejamento de aulas como

estratégia para uma formação docente reflexiva, uma vez que possibilita não somente

sinalizações para a implementação de metodologias, mas também uma articulação entre

teoria e prática.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O TRATAMENTO DADO À PRODUÇÃO DE TEXTOS POR LIVROS

DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DESTINADOS A ALUNOS DE

ENSINO MÉDIO

Lara Nascimento Scherrer

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

A presente comunicação aborda a temática do ensino da produção de textos escritos em

ambiente escolar. Nesse sentido, busca-se analisar a proposta de produção de textos

escritos disponibilizada por livros didáticos de língua portuguesa de ensino médio. Para

a consecução do objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa teórica, embasada em

Antunes (2003), Geraldi (1996), Guedes (2014), Ruiz (2010), Serafini (1995), Castaldo

(2009), com vistas a caracterizar o processo de produção de textos em sala de aula,

considerando aspectos históricos e metodológicos. Além disso, foi realizada uma

análise das abordagens dadas por uma coleção de 3 (três) livros didáticos, destinados a

alunos de Ensino Médio. Para tal, foram selecionados alguns indicadores: a) gênero

textual/discursivo (texto-base e texto a ser produzido); b) caracterizadores da situação

de produção (gênero a ser produzido, público-alvo, forma organizacional, estilo de

linguagem, conteúdo temático, função social); c) etapas da produção (planejamento,

execução e revisão/reescrita). A partir do trabalho realizado, constatou-se que a

produção de textos na escola tem sido objeto de constante reflexão, evidenciando

avanços substanciais no estudo da questão, uma vez que abordagens discursivas têm

sido privilegiadas em detrimento de abordagens tradicionais. Por meio da análise,

observou-se a existência de uma preocupação com a questão dos gêneros

textuais/discursivos, no entanto, há, ainda, uma carência no que diz respeito aos

procedimentos de revisão/reescrita. Desse modo, considera-se que a temática em

questão assume relevância, pois o material didático se constitui como uma referência

para o direcionamento de uma prática pedagógica e essa prática deve estar articulada

aos avanços das pesquisas teóricas.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O USO DAS RODAS DE LEITURA COMO INCENTIVO AO ENSINO DA

PRÁTICA DE LEITURA

Elisângela Helena de Souza Peçanha Costa

[email protected]

professora da FASM - Letras

Marinalva Aparecida Dos Santos

[email protected]

Acadêmica do 3º ano de Letras da FASM

O ensino de leitura nas escolas tem suscitado inúmeras discussões entre os

pesquisadores brasileiros. Criar e desenvolver o hábito da leitura representa um desafio

a ser vencido para muitos professores, tendo em vista que grande parte dos alunos só

tem contato com uma “leitura de fragmentos” e não da obra literária em si, isto é, só

leem os textos presentes no livro didático. Além disso, a leitura mostra-se bastante

prejudicada no meio acadêmico porque poucas escolas possuem uma biblioteca de boa

qualidade. Diante da situação apresentada, esta pesquisa tem como objetivo principal

incentivar a prática da leitura entre os adolescentes da rede pública de Muriaé-MG,

principalmente por meio da utilização de contos e crônicas de escritores renomados e da

realização de rodas de leitura. Para isso, selecionamos uma turma do ensino

fundamental II, de uma escola estadual como projeto-piloto. Cabe destacar que ela é um

desdobramento de duas pesquisas em andamento na Faculdade Santa Marcelina

(FASM-Muriaé), um projeto de extensão sobre contação de histórias e um Projeto de

Iniciação Científica, intitulado “A leitura, na fase II, do ensino fundamental: projeções

para uma cartilha”. Para atingir o objetivo proposto, utilizamos como fundamentação

teórica as contribuições de Cosson (2014), Tarocco (1999) e Zilberman (1993). Até o

momento, os resultados têm nos mostrado que a maioria dos alunos não tem consciência

da importância da leitura para a sua formação como cidadão. Soma-se a isto, o

despreparo dos professores com relação às estratégias de leitura e a falta de

conhecimento literário. Finalizada esta pesquisa, pretendemos elaborar uma cartilha

contendo instruções sobre o hábito da leitura, para ser distribuída em Muriaé.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O USO DE ESTRUTURAS PASSIVAS EM ESPANHOL POR ALUNOS

BRASILEIROS

Laís Lagreca De Carvalho

[email protected]

Raquel Fellet Lawall

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho investiga as preferências de uso de estruturas passivas em espanhol (L2)

na interlíngua avançada (Selinker, 1972) de falantes nativos de Português Brasileiro

(PB) como L1. Segundo os estudos de Duarte (1990, apud FANJUL & GONZALEZ,

2014), ainda que o português brasileiro (PB) e o espanhol compartilhem todas as

possibilidades de construções passivas, a preferência por determinada construção é

diferente em cada uma das línguas, uma vez que o PB apresenta maior incidência de uso

da passiva perifrástica, enquanto o espanhol prefere a passiva pronominal (pasiva

refleja) com o pronome "se". Com base em observações de produções escritas

realizadas em sala de aula, foi possível perceber que alguns aprendizes de espanhol

falantes de PB tendem a transferir para a língua estrangeira o padrão de uso da estrutura

passiva mais recorrente na L1. Nesse contexto, nosso objetivo é verificar o padrão de

respostas de um grupo de aprendizes avançados de espanhol (L2) falantes de PB (L1)

em relação ao uso das passivas (pronominal ou perifrástica) através de uma tarefa de

produção escrita de completar frases. Buscamos responder se há transferência da L1

sobre a L2 em estágios avançados de interlíngua, apoiados na Hipótese da Transferência

Total e Acesso Total (Schwartz and Sprouse, 1996). Nossa hipótese é de que o resultado

deste teste demonstrará a interferência da L1 sobre a L2, de modo que a construção

passiva preferida no PB seja transferida para o espanhol. Caso tal fato ocorra,

apontaremos a necessidade de se pensar formas de explicitação da diferença de uso

dessas línguas com relação à construção passiva.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O USO DO FACEBOOK PARA O TRABALHO COM AS RELAÇÕES DE

GÊNEROS E SEXUALIDADES: POTENCIALIDADES PARA A AMPLIAÇÃO

DOS MULTILETRAMENTOS NA FORMAÇÃO DOCENTE

Jaciluz Dias

[email protected]

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Em meio a tantos (com)textos próprios da era digital, o Facebook pode ser concebido

como uma ferramenta para a efetivação de várias práticas educativas. Nesse sentido,

elegemos como questão de pesquisa: Quais são as potencialidades dessa ferramenta para

a discussão das relações de gêneros e sexualidades na formação docente? Este artigo

tem como objetivo analisar essa questão, a partir de dados coletados em um curso

realizado por meio do Facebook. A formação docente, inicial ou continuada, ainda é

carente nas discussões que envolvem gêneros e sexualidades (SILVA, 2015). Ainda

mais quando é feita uma problematização da subjetivação (FOUCAULT, 2014) a partir

da ótica pós-estruturalista (LOURO, 2012), associada à habilidade de multiletramentos

(ROJO, 2015), aplicada em uma nova ferramenta como uma rede social (COUTO

JUNIOR, 2013). A organização de um curso de extensão, para licenciandas(os) de uma

universidade do sul de Minas Gerais, é uma tentativa de analisar e compreender

percursos formativos das licenciaturas. Intitulado Corpo, saúde, sexualidades, o curso

teve duração de 40h, formato híbrido (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015),

contou com 70 pessoas inscritas e utilizou-se de diferentes recursos (vídeos, imagens,

textos etc.), para intervir no entendimento das relações entre os cuidados com a saúde,

as sexualidades e o corpo na sociedade; discutir sobre as vozes enunciativas presentes

nas campanhas: quem fala, com quem fala, como fala, com qual intenção fala etc.;

problematizar questões ligadas a masculinidades e feminilidades; e aprofundar as

discussões sobre relações de gênero e sexualidades existentes nos cursos de licenciatura

em relação à abordagem desse tema. A partir dessa proposta, chega-se, então, ao

resultado de que o Facebook pode ser considerado uma ferramenta potencializadora de

conhecimentos, constituindo-se como um material didático que conjuga o

aperfeiçoamento de habilidades conceituais e de análises metodológicas à ampliação de

saberes relacionados aos multiletramentos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

O USO DO VIDEOCAST COMO UMA POSSÍVEL FERRAMENTA PARA O

DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE

Geizielle Nathália França Athouguia

[email protected]

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

A linguagem oral ainda não recebe a impôrtância necessária para que os alunos possam,

de modo significativo, desenvolver sua competência oral em contextos não-cotidianos.

O presente trabalho apresenta uma abordagem teórica e explanação de resultados

prévios acerca do desenvolvimento da oralidade de alunos do sétimo ano do Ensino

Fundamental de uma escola municipal de Belo Horizonte, através da tecnologia da

informação: videocasts. Essa é uma tecnologia que além de interessante e interativa,

pode vir a oferecer uma rica possibilidade de trabalho com a oralidade. Apresentamos

um breve histórico do panorama do ensino da modalidade oral nas escolas e nos

pautamos na importância e necessidade do Letramento Digital que é tratado no

paradigma da “Pedagogia do Multiletramentos” da autora Roxane Rojo. Para sua

realização, são apresentadas concepções de autores como: Antunes (2003), Bakhtin

(1992), Bortoni-Ricardo (2008), Dolz&Schnewly (2004), Geraldi (1995, 2004), Rojo

(2012), Travaglia (2009), entre outros. Autores esses que fundamentam esta proposta de

estudo visando uma reflexão mais clara e precisa no que se refere o processo de uso da

língua em diferentes contextos sociais e a prática pedagógica no processo de aquisição

dos multiletramentos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

ORALIDADE NA ESCOLA: O GÊNERO ENTREVISTA EM UM LIVRO

DIDÁTICO DE 8ºANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Tânia Guedes Magalhães

[email protected]

Thalita De Almeida Bessa

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

As diversas pesquisas na área de ensino de Língua Portuguesa têm revelado avanços no

que diz respeito ao trabalho com a oralidade; todavia, ainda há certa desvalorização na

escola quando tais atividades são comparadas à escrita. Por isso, este trabalho pretende

contribuir com o campo de pesquisas que abordam a oralidade no ensino, utilizando,

para tanto, embasamento teórico do campo do estudo dos gêneros textuais, bem como

perspectivas que abordam as relações oralidade e letramento e sua transposição para a

sala de aula (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004; MARCUSCHI, 1997, 2001; LEAL E

GOIS, 2012). Abordamos, como recorte, a análise do gênero entrevista em um manual

didático para o 8º ano. A escolha desse gênero ocorreu uma vez que ele apresenta um

lugar intermediário nos livros didáticos em relação a outros gêneros orais

(MAGALHÃES, SILVA e OLIVEIRA, 2012; SANTOS e CRUZ, 2012; CRUZ, 2012;

MACIEL e SANTOS, 2016; TUPPER, 2011). Partindo de uma pesquisa documental, os

dados revelam que a) o livro apresenta uma concepção baseada no ensino de gêneros

textuais; b) a obra apresenta textos atuais, relacionados à realidade dos alunos; c) a

proposta final envolve atividades de escuta e análise, bem como circulação social do

gênero produzido, em uma revista produzida na escola. Entretanto, é válido ressaltar

que ainda estão presentes exercícios metalinguísticos de gramática normativa, bem

como exercícios artificializados com o gênero, em que os alunos devem produzir um

texto “fictício”, num movimento contrário ao que defendem as teorias nas quais nos

baseamos, em que as produções dos alunos devem ser reais e de efetiva circulação

social.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

OS CONCEITOS DE GÊNERO CONSTRUÍDOS NOS PCN E OS TESTES DE

REPRESENTATIVIDADE COMO PROPOSTAS DE LETRAMENTO

Álisson Pereira De Assis (Bolsista Pibic-Af)

[email protected]

Carolina Alves Magaldi (Professora Adjunta / Ufjf)

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

No presente trabalho buscamos apresentar os resultados parciais obtidos em uma

pesquisa de iniciação científica (PIBIC- Ações Afirmativas), na qual analisamos os

conceitos de gênero e sexualidade desde suas concepções binárias (Trans-Cis / Hétero-

Homossexualidade) até o aumento de categorias representadas nas redes sociais e as

noções atuais dos estudos queer. Para tal análise, nos baseamos na bibliografia da

estudiosa Guacira Lopes Louro (1997) e nos documentos oficiais do governo, com

particular ênfase nos PCN. Ademais, pesquisamos os testes de representatividade de

gênero, tais como o Teste Bechdel e o Teste Tauriel, os quais fornecem propostas

didáticas para identificar a construção de estereótipos de gênero em narrativas

ficcionais. Em nossa pesquisa exploramos as possibilidades de os testes de

representatividade serem uma ferramenta valiosa para uma proposta interdisciplinar e

intercultural de letramento. Ao analisamos as produções cinematográficas, percebemos

que essas narrativas, ainda, apresentam delimitações ao retratar os diferentes gêneros,

principalmente o feminino, tendendo as representações estereotipadas. O objetivo desse

trabalho, além de apresentar as questões supracitadas, é problematizar a maneira como

os PCN trazem os conceitos de gênero e sexualidade. O documento em questão se

preocupa em tratar das relações entre os gêneros, mas traz uma divisão dicotômica entre

comportamentos de meninos e de meninas. Propomos, em nossa análise, que a

ampliação e o aprofundamento desses temas podem ser feitos por meio dos testes de

representatividade, os quais fornecem parâmetros para identificar que gêneros são

construções narrativas e sociais, ampliando horizontes de pensamento crítico sobre a

temática.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

OS CURSOS DE PEDAGOGIA E A FORMAÇÃO DAS (OS) PROFESSORAS

(ES) PARA A PRÁTICA DOCENTE NA CRECHE: REALIDADE E DESAFIOS

Juliana Lima Da Silva

[email protected]

Patricia Maria Reis Cestaro

[email protected]

Programa de Pós-Graduação em Educação / UFJF

Este texto traz como destaque um breve fragmento daquilo que vem sendo discutido em

duas pesquisas, de mestrado e doutorado, desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação

em Educação da UFJF. Ambos os estudos tem por objetivo compreender como a

formação inicial de professores, especificamente o curso de Pedagogia, tem

contemplado a prática docente na creche com bebês e crianças de 0 a 3 anos, em suas

disciplinas e discussões. A partir da pesquisa bibliográfica de produções de autores

como Tardif, Gatti e Saviani é possível compreender o contexto e os desafios da

formação de professores em âmbito geral e no Brasil. Kramer, Azevedo e Kiehn, dentre

outros, levam-nos a compreender que por muito tempo a Educação Infantil (EI),

principalmente a creche passou despercebida pelos cursos de formação de professores.

Após o reconhecimento legal deste segmento como a primeira etapa da educação básica,

algumas discussões começam a surgir, porém com enfoque na pré-escola. E a creche?

Na LDB 9.294/96 e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia

(2006) afirma- se que o professor de bebês e crianças pequenas deve ter sua formação

em nível superior e o curso de Pedagogia deve ser o lócus desta formação. Neste

sentido, algumas mudanças estão acontecendo. A creche timidamente vem ocupando o

espaço que é seu por direito, mas isso ainda não é suficiente. É imprescindível que

todos, principalmente os cursos de Pedagogia, reconheçam a EI como a primeira etapa

da educação básica e a creche como parte integrante desta, buscando valorizar e

qualificar seus profissionais a partir de conhecimentos referentes ao cotidiano e

especificidades da prática docente de 0 a 3.

Palavras-chave: Formação Inicial de Professores; Pedagogia; Creche

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

OS LIVROS DIDÁTICOS E OS ESTUDOS DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NAS

AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Erick Augusto Cabral

Este artigo, trata do enfoque dado pelos documentos oficiais ao ensino de variação

linguística, como também faz um levantamento da descrição de livros didáticos no que

diz respeito ao objeto direto anafórico no Ensino Fundamental, verificando até que

ponto as orientações oficiais encontram eco nessas obras. Dessa forma, serão

apresentados três livros didáticos selecionados pelas redes municipais de Duque de

Caxias e de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de janeiro através do PNLD (Plano nacional

do Livro Didático), descrevendo o tratamento dado por esses livros à variação

linguística em sala de aula. Analisamos três coleções de livros didáticos (6º a 9º anos)

do Ensino Fundamental no tocante ao trabalho com o objeto direto anafórico de

terceira pessoa: as coleções “Tecendo Linguagens”, de Oliveira et al.; “Jornadas.port.”,

de Delmanto e Carvalho e “Português: Linguagens”, de Cereja e Magalhães. Dessa

forma, verificamos até que ponto essas obras contemplam as orientações dos

documentos oficiais no que diz respeito à variação linguística em suas descrições sobre

os fatos da língua, em especial o objeto direto anafórico de terceira pessoa. Percebemos

que as coleções analisadas estão longe de contemplar o que propõem os documentos

oficiais sobre a abordagem da variação linguística no tocante à descrição do objeto

direto anafórico de terceira pessoa, visto que ainda expõem o assunto numa perspectiva

tradicional, não abordando outras variantes na representação dessa variável linguística

no PB, conforme apontam os estudos de Duarte (1989), de Freire (2000, 2005, 2011), de

Averbug (2000) e de Silva (2014).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

OS MULTILETRAMENTOS E OS TEXTOS MULTIMODAIS: UM NOVO

DESAFIO PARA O ENSINO DE LEITURA NA SALA DE AULA

Joana Henrique Rinco

[email protected]

Tairine Francisquini Da Silva

[email protected]

Faculdade Metodista Granbery

A presente pesquisa procura apontar como o ensino da leitura se faz vigente dentro do

ambiente escolar, enfatizando o uso da diversidade de gêneros textuais (BRASIL, 1997)

e a aplicação de estratégias e de novas metodologias para o ensino/aprendizagem da

leitura. Para isso, é fundamental discutir o que são os letramentos e os multiletramentos

a fim de compreender o uso das novas tecnologias digitais como ferramentas

pedagógicas no tratamento dos gêneros textuais multimodais no espaço da sala de aula.

Assim, será possível verificar qual é o olhar do professor alfabetizador diante dessa

nova realidade que surge fora e dentro da escola, principalmente ao longo das aulas de

língua portuguesa. Em vista disso, enfatizaremos a transição tecnológica que a

sociedade contemporânea vivencia e como ela tem sido inserida no âmbito escolar. Por

essa razão, espera-se que o trabalho com textos multimodais tenha o propósito de tornar

as aulas mais motivadoras e interessantes para os alunos. Para verificar tais

pressupostos, metodologicamente, realizamos uma pesquisa de revisão teórica amparada

em autores como Koch (2006), Kleiman (2005), Solé (2012), Rojo (2013), Fachinetto

(2005) dentre outros, além de uma pesquisa de campo, fundamentada em uma entrevista

semiestruturada com uma professora do segundo ano do Ensino Fundamental, a fim de

observar como os processos de leitura, tendo em vista a abordagem dos textos

multimodais, são compreendidos pela profissional em uma turma de alfabetização.

Depois de feita toda análise, percebemos que a professora entrevistada utiliza-se de

meios tecnológicos como complemento de suas aulas, além de fazer o uso de textos

multimodais, no que concerne a teoria dos multiletramentos, para o desenvolvimento e

aprimoramento da competência leitora de seus alunos.

Palavras-chave: Leitura. Letramentos e multiletramentos. Gêneros textuais multimodais.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

OS MULTILETRAMENTOS EM SALA DE AULA: POTENCIALIDADES DO

GÊNERO TIRAS DE HUMOR

Francieli Aparecida Dias

[email protected]

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Percebe-se, cada vez mais, na contemporaneidade, a emergência de discussões

concernentes às novas tecnologias sendo apropriadas no espaço escolar. Nesse contexto,

o processo de ensino e aprendizagem tem sido reconfigurado. Tendo em vista as

inúmeras práticas sociais de leitura e escrita e a importância de considerá-las no âmbito

escolar, o presente trabalho tem por objetivo empreender um estudo sobre a ampliação

dos multiletramentos na escola, por meio do gênero textual tira de humor. Para a

consecução do objetivo proposto, foi realizada, em um primeiro momento, uma

pesquisa de cunho teórico pautada em autores que versam sobre os gêneros textuais,

como Marcuschi (2005) e Xavier (2009), em autores como Rojo (2009; 2012) e

Pinheiro (2015) que discutem questões relacionadas aos (multi)letramentos e à

multimodalidade/multissemiose que caracterizam muitos dos textos que circulam na

atualidade, ademais buscou-se caracterizar o gênero eleito para a presente pesquisa, por

meio das considerações de autores como Mendonça (2005) e Silva (2008). Em um

segundo momento, foi desenvolvida uma análise de tiras de humor, com base no estudo

teórico empreendido e na Gramática do Design Visual (Kress e Van Leeuwen, 2006),

que explora não só textos em sua forma verbal, mas também textos imagéticos. Por

meio da pesquisa empreendida, foi possível perceber as possíveis contribuições do

gênero tira de humor em sala de aula para discussões de temáticas importantes e,

consequentemente, para a ampliação dos multiletramentos, uma vez que não só

habilidades linguísticas, mas também discursivas podem ser desenvolvidas por meio da

leitura e compreensão de textos multimodais/multissemióticos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

OS PROCESSOS DE MANIPULAÇÃO DO ACONTECIMENTO NO DISCURSO

JORNALÍSTICO

Jenifer Jully Vilela De Oliveira

[email protected]

Márcio Rogério De Oliveira Cano

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

O presente trabalho encontra-se no eixo das discussões acerca do discurso midiático,

especialmente o jornalístico, desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa Leitura e Produção

dos Discursos (UFLA-CNPq). Com a crescente polarização ideológica que ocupa a

sociedade nos últimos anos, as mídias têm se reorganizado no sentido assumir o seu

espaço de manipulação do acontecimento em função dos posicionamentos que ocupam,

nesse sentido buscamos estudar as formas como tais manipulações se constituem como

estratégias linguístico-discursivas em temas polêmicos. Para tanto, constituímos um

corpus a partir de uma reportagem publicada na revista Isto É, de 07/10/2016, A falência

do ensino público. Justificamos este trabalho, embasados na teoria de Charaudeau,

2007, que afirma que “Nenhuma informação pode pretender, por definição, à

transparência, à neutralidade ou a factualidade. Sendo um ato de transação, depende do

tipo de alvo que o informador escolhe e da coincidência deste com o tipo de receptor

que interpretará a informação dada. Toda informação depende do tratamento que lhe é

imposto neste quadro de transação” e em Marcondes Filho, 1989, que defende que a

notícia para se tornar mercadoria deve envolver o leitor e para isso, é necessário tornar a

notícia mais atraente, acessível, emocionante, chocante, portanto, ela deve ser vendável

e rentável, por fim utilizamos as categorias de manipulação da grande imprensa

organizados por Perseu Abramo, 2003. Discutir sobre as manipulações de notícias na

atualidade é de suma importância para que possamos nos tornar leitores mais críticos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PALAVRA E IMAGEM ENTRELAÇADAS EM CONTO DE ESCOLA: A RENOVAÇÃO DE UM

CONTRATO DE COMUNICAÇÃO LITERÁRIO

Margareth Silva de Mattos

[email protected]

COLUNI/Universidade Federal Fluminense (UFF)

Este trabalho tem o objetivo de analisar como os efeitos patêmicos – efeitos

desencadeadores da emoção – intensificam-se por meio da relação entre a palavra e a

imagem, no contrato de comunicação literário monolocutivo de Conto de escola,

renovado na edição de 2002 da Cosac Naify. O conto machadiano, cuja temática

relaciona-se com uma questão eminentemente ética, a corrupção moral, veio a público

pela primeira vez em 1884, no periódico Gazeta de Notícias. Sua primeira edição em

livro data de 1896, na antologia Várias histórias. A edição renovada apresenta-o como

um texto híbrido verbo-visual, que tem como autor-escritor Machado de Assis e como

autor-ilustrador Nelson Cruz. A análise do processo de renovação desse contrato de

comunicação literário fundamenta-se na teoria Semiolinguística de Análise do Discurso

(CHARAUDEAU, 2009; 2007a; 2007b); na Semiótica visual (SANTAELLA, 2009); e

no estudo dos processos simbólicos de construção discursiva (FIORIN, 2014). Sua

renovação implica alterações substanciais em seu dispositivo de encenação narrativa,

especialmente as relacionadas aos parceiros do processo de produção e interpretação da

troca comunicativa (autores e leitores, seres de existência psicossocial) e aos

protagonistas do processo de interpretação (leitores inscritos no texto híbrido verbo-

visual), todos diretamente implicados no processo de intensificação dos efeitos de

sentido possíveis.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PEDAGOGIA DE PROJETOS DE APRENDIZAGEM E A EXPERIÊNCIA DO

JOVEM: POSSIBILIDADES DE COMPREENSÃO DO ENSINO DA LINGUA

PORTUGUESA EM TEMPOS DE CONVERGÊNCIAS E TECNOLOGIAS

Ana Lucia Werneck Veiga

[email protected]

Lucia Helena Schuchter

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora/

Programa de pós-graduação em Educação/ bolsistas CAPES e FAPEMIG

O presente texto traz um recorte de pesquisa de Doutorado em andamento cujo objetivo

geral é verificar como os jovens ressignificam a proposta de uma escola em processo de

transformação de suas práticas pedagógicas com a busca pela efetivação de alguns

valores, quais sejam: a responsabilidade, a solidariedade, o respeito, a afetividade e a

honestidade. Apresenta-se neste recorte como uma escola no interior de São Paulo/

Cotia proporciona o ensino da língua portuguesa aos seus educandos, mais

especificamente através da experiência de um jovem de 13 anos do Núcleo de

Desenvolvimento (Núcleo de Projeto). Busca-se fomentar a reflexão acerca do ensino

da língua portuguesa por meio da pedagogia de projetos de aprendizagem através de

roteiros de pesquisa preparados pelos educadores a partir dos interesses dos jovens e o

uso concomitante de uma Plataforma Virtual de Aprendizagem em que os educandos,

educadores e pais podem ter acesso online aos projetos de pesquisa dos educandos.

Como embasamento teórico-metodológico recorre-se a Paulus (2013) acerca de outros

modos de relações sociais, à concepção de linguagem, experiência e narrativa de

Connelly e Clandinin (1995), Greene (1995), Larrosa (1995, 2006, 2010, 2015) além do

debate acerca das práticas de leitura e escrita trazidas pelas tecnologias da informação e

comunicação segundo Marcuschi (2005), Coscarelli (2007) e Ramal (2002). Os

resultados desse recorte de pesquisa levam a compreender e debater o lugar da produção

do conhecimento e a progressiva diluição das fronteiras entre sociedade e escola,

considerando esta relação um continuum, um dentro/fora que marca as experiências de

jovens e crianças já acostumados com a convergência de tempos e espaços múltiplos,

linguagem constituída pelas novas tecnologias e redes abertas de internet

(SANTAELLA, 2007, SERRES, 2013, LATOUR, 1994, BRUNO, 2016).Palavras-

chave: ensino de LP, letramentos, tecnologias

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PESQUISAS EM EDUCAÇÃO SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Priscila De Andrade Barroso Peixoto

[email protected]

Eliana Crispim França Luquetti (Orientadora)

[email protected]

Universidade Estadual do Norte Fluminense

O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo sobre os processos percorridos

nas pesquisas em Educação sobre formação docente. Com base nas pesquisas que

tratam da temática, analisamos de forma específica as contribuições nos avanços dos

estudos sobre formação de professores e a possibilidade de organização do tema

enquanto campo de estudos. Buscamos analisar de que forma as ações do Governo vem

tratando a questão da formação de professores em sua legislação, planos e metas,

levando em conta a necessidade de se pensar na formação oferecida a esses

profissionais. Além da perspectiva da legislação brasileira, percebemos o notável

interesse de pesquisadores pelo tema da formação docente. Observamos que as

informações fornecidas pelos mapeamentos da produção científica sobre a formação de

professores cresceram e têm contribuído com a pesquisa educacional, tornando-se

fundamental no que diz respeito ao acompanhamento do processo de constituição do

percurso constitutivo da formação de professores como campo de estudos autônomo.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PODER E ASSIMETRIAS EM UMA SALA DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA

ESTRANGEIRA MULTICULTURAL

Daniel Augusto De Oliveira

[email protected]

Denise Barros Weiss

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Na atividade de conversação de sala de aula de língua estrangeira, há jogos interacionais

que exibem a institucionalidade do encontro e que envolvem uma estrutura de poder na

orientação e na execução da atividade. Objetivamos, nesta pesquisa, estudar como

alunos se engajam em uma tarefa de prática oral de uma sala de aula de uma disciplina

de Português para estrangeiros, em uma Universidade pública brasileira, à medida em

que se orientam ao objetivo específico desse encontro institucional. Para tal, utilizamos

a Sociolinguística Interacional e a Análise da Conversa como ferramentas

metodológicas. Recorremos ao conceito de face (GOFFMAN, 1980), Enquadre

(BATESON, 2002; GOFFMAN, 1974; TANNEN; WALLAT, 2002) e de papel

(GOFFMAN, 1974; SARANGI, 2010). Além disso, exploramos as ideias acerca da

interação institucional, sobretudo a partir dos escritos de Heritage (1997) e Arminen

(2005). Ademais, como dimensão da institucionalidade de encontros, apresenta-se a

noção de assimetrias (LINELL; LUCKMAN, 1991) e assimetrias institucionais

(HERITAGE, 1997) e investiga-se em que medida ocorrem suas reduções. Para a

compreensão desse sistema de relações em uma sala de aula como uma estrutura

dinâmica, analisa-se o conceito de poder, discutido por Foucault (1972). Na análise dos

registros em áudio, transcritos segundo o modelo Jefferson, tal como apresentado em

Loder (2008), observa-se que, na execução da atividade proposta pela docente, os

alunos exercem funções que são típicas do papel do professor, sendo que essas funções

envolvem trabalho de face. Ainda que os alunos as desempenhem, os resultados

sugerem que as ações dos discentes não depõem contra a institucionalidade da

interação, mas a favor de um ambiente de aprendizagem de línguas no qual os alunos

esboçam agência e protagonismo.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

POESIA DE BLECAUTE: UM GÊNERO DO DISCURSO NA SALA DE AULA

DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

Joana De São Pedro

[email protected]

IFSP – campus - Salto - SP

A experiência de sala de aula a ser relatada concretizou-se com turmas de Língua

Portuguesa e Literatura de primeiro e segundo anos de ensino médio integrado em

Informática e primeiro ano do ensino médio integrado em Automação do IFSP, campus

de Salto –SP no ano de 2017. A partir do contato dos primeiros anos com a crônica

“Fotografia” de Luis Fernando Veríssimo e da leitura do conto “Tangerine girl” de

Rachel de Queiroz pelo segundo ano, os próprios alunos produziram um novo gênero do

discurso, a saber, uma poesia de blecaute. A técnica de poesia de blecaute foi

popularizada pelo escritor e artista americano Austin Kleon (KLEON, 2010) a partir do

ano de 2005. Consiste em, a partir dos textos lidos, criar um poema ou verso

completamente novo por meio do apagamento das palavras dispensadas e destaque das

selecionadas para a poesia. A partir da visão bakhtiniana de gêneros do discurso

(BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1929/2014), consideramos a poesia de blecaute como um

gênero que traz a hibridação de linguagens verbais e visuais e torna-se uma

oportunidade para que os participantes expressem suas próprias visões de mundo,

ressignificando o que leram. A produção é envolvente para os alunos, contribuindo para

que sejam mais autônomos em seus processos de aprendizagem, bem como para o

desenvolvimento de sua agência criativa no que diz respeito à escrita em interlocução

com a arte que elaboram em cima do texto original.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

POLÍTICAS E LETRAMENTOS NA ÁFRICA DO SUL: UMA ANÁLISE DO

MATERIA L DIDÁTICO DE LÍNGUA MATERNA ADICIONAL

Caroline Vieira Rodrigues

[email protected]

Paola Natacha Bogusz

[email protected]

Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR

Em um país com onze línguas oficiais, apresentar políticas para seu ensino se torna um

grande desafio. Street ([1995] 2014) presume que nem a teoria nem a prática podem se

divorciar das raízes ideológicas dos letramentos, partindo desse pressuposto,

objetivamos com este estudo analisar as políticas linguísticas presentes nos documentos

de base para ensino de línguas na África do Sul, e práticas de letramento propostas a

partir de tais políticas, a fim de compreender como os letramentos contribuem para a

formação e atuação dos sujeitos em uma sociedade multicultural. Este trabalho está

alicerçado em aportes teóricos e epistemológicos como KLEIMAN (1995); MARTIN-

JONES (2000); MASTRELLA (2010); STREET (1984, [1995] 2014);

RAJAGOPALAN (2003), entre outros. A partir da análise de seis dos trinta e três

documentos oficiais para o ensino de línguas na África do Sul e dos materiais didáticos

para ensino de inglês e africâner na segunda série do ensino fundamental, investigamos

as políticas para ensino dos dois idiomas nos documentos de língua materna, língua

adicional 1 e adicional 2, além da maneira como as práticas de letramento visam

contribuir para a construção identitárias dos sujeitos que atuantes em uma sociedade

multilíngue. Os resultados ajudam a compreender como se assemelham/diferem os

conceitos de língua materna e adicional na África do Sul, e as concepções que regem

sua aprendizagem em um país onde “a língua materna é o multilinguismo”

(Rajagopalan, 2003, p.27).

Palavras-chave: Letramentos; Multilinguismo; Políticas Linguísticas

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS PARA ALUNOS COM ALTAS

HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO: AVANÇOS E PERSPECTIVAS

Aline Rinco Dutra Salgado

[email protected]

Cristina Maria Carvalho Delou

[email protected]

Universidade Federal Fluminense

O presente estudo faz parte de uma pesquisa realizada no Curso de Mestrado

Profissional em Diversidade e Inclusão (CMPDI), da Universidade Federal Fluminense.

Teve por objetivo contextualizar os aspectos que envolvem a implantação de Políticas

Públicas Educacionais com vistas a promover estratégias voltadas para o processo de

identificação, o Atendimento Educacional Especializado (AEE), o enriquecimento

escolar, a suplementação de ensino e a aceleração de estudos para alunos com altas

habilidades ou superdotação, bem como a formação continuada para os profissionais

que atuam nessa área. Tal percurso se configurou por meio de metodologia qualitativa,

exploratória, utilizando-se de estudos bibliográficos, tendo como ponto de partida as

concepções estabelecidas pelo Ministério da Educação e por estudiosos da Educação

Especial numa perspectiva científica. Os dados apontaram que embora haja legislação

que garanta direitos a esse público-alvo da Educação Especial, a execução de políticas

públicas está longe de promover a inclusão e o desenvolvimento das potencialidades

desse alunado. Espera-se que seja o ponto de partida para promover o desenvolvimento

de ações que garantam o cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (1996), alterada pela Lei Nº 13.234, de 29 de dezembro de 2015, “para dispor

sobre a identificação, o cadastramento e o atendimento, na educação básica e na

educação superior, de alunos com altas habilidades ou superdotação”.

Palavras-chave: Altas Habilidades ou Superdotação. Educação Inclusiva. Política

pública

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

POSSIBILIDADES DO CONTEMPORÂNEO: EDUCAÇÃO ABERTA E OS DESDOBRAMETOS MOOC, REA E POMAR

Ana Carolina Guedes Mattos

[email protected]

Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais

Adriana Rocha Bruno

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Movimentos por uma educação aberta, livre e colaborativa passaram a integrar os

debates educacionais e algumas ações já são socializadas, viabilizadas por espaços

interativos online. Este campo potente abriga as discussões propostas neste artigo fruto

de uma das investigações realizadas pelo Grupo de Pesquisa Aprendizagem em Rede –

GRUPAR – Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), notadamente com a pesquisa

“Formação docente no ensino superior em tempos de cibercultura: multiplicidade,

coaprendizagem e educação online”, financiada pela FAPEMIG, iniciada em 2013 e

finalizada em 2015. A partir destes estudos, que incluiu também análises acerca dos

conceitos de Educação Aberta e seus desdobramentos, a saber: REA (recursos

educacionais abertos), MOOC (Massive Open Online Courses) e POMAR (Percursos

online múltiplos, abertos e rizomáticos) por meio da pesquisa de Mattos (2015)

defendida no programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE-UFJF). Os estudos de

Gilles Deleuze e Felix Guattari sobre multiplicidade, devir, plano de imanência e rizoma

são abordados como potencializadores para a compreensão da educação contemporânea

e dos achados/categorias da pesquisa. Os dados revelaram a escassez de produções

sobre MOOC, pontos problemáticos no que tange a estes cursos e algumas

possibilidades dos espaços de aprendizagem online aliados aos conceitos de Educação

Aberta e REA, como o POMAR. Diante do cenário educacional e das pesquisas

realizadas emergiu a questão: Como produzir ambientes de aprendizagem que integrem

a Educação de abertura e os REA, de modo a promover adultos críticos e que

constituam redes rizomáticas? A partir deste momento canalizamos nossas forças para

criar ambientes para o desenvolvimento de Percursos formativos abertos, o que foi

denominado de POMAR.

Palavras-chave: Educação Aberta, MOOC, REA, POMAR.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

POSSÍVEIS CAMINHOS PARA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO EM

EVENTOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

Carolina Assis Dias Vianna

[email protected]

Paula Baracat De Grande

[email protected]

Unicamp/UEL

Além da formação continuada de professores que ocorre no contexto de cursos oficiais,

promovidos por órgãos públicos e universidades, há iniciativas desenvolvidas no

cotidiano escolar, as quais acreditamos que também podem gerar importantes dados e

contribuir para a reflexão sobre a educação básica (SANTOS E ORGE, 2010), ainda

que ocorram de forma pulverizada em eventos diversos de que o professor participa,

especialmente em seu local de trabalho. Com base em nossas pesquisas de doutorado, já

concluídas, propomos uma breve análise de dois desses contextos: reuniões de trabalho

pedagógico coletivo e encontros de assessoria pedagógica de editora. Assim, temos

como objetivo mostrar duas vias possíveis para a formação continuada de professores:

uma em que há a constituição de um grupo fortalecido entre pares por professoras de

uma rede de ensino e outra em que ocorre uma seleção de conceitos teóricos focados em

práticas pedagógicas, sob demanda dos próprios professores. Pretendemos identificar

discursos que se mostram mais significativos para o professor, a fim de auxiliar na

construção de cursos de formação que também se mostrem mais relevantes aos

docentes. Para tanto, pautadas em uma perspectiva dialógica da linguagem

(VOLOSHINOV, 2006) e na perspectiva sociocultural e etnográfica dos Estudos de

Letramento (HEATH, 1982; STREET, 1983; KLEIMAN, 1995), buscamos

compreender os eventos de letramento formativos de maneira situada, considerando a

esfera de atividade humana (BAKHTIN, 1997) do trabalho docente e sua relação com

esferas a ela relacionadas para analisar a configuração interacional e discursiva dos

eventos e a forma como estes são compreendidos pelos próprios participantes. Os

resultados mostram que, quando os professores são agentes de sua própria formação em

grupos identitariamente fortalecidos, ou quando conceitos teóricos são pontualmente

mobilizados para refletir sobre práticas de sala de aula, os eventos tendem a se mostrar

mais efetivos para a formação docente no local de trabalho.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PRÁTICA DE ORALIDADE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Jairo Moratório Do Carmo

[email protected]

Thais Fernandes Sampaio

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

A prática ora apresentada ocorreu em 2016 e desenvolveu-se no âmbito do ProfLetras.

Vinculados à linha de pesquisa Teorias da Linguagem e Ensino, estabelecemos diálogo

entre o conhecimento construído na área da Linguística e a prática docente de

professores de Língua Portuguesa. Aplicada na Fase VIII da EJA de uma escola pública

de Juiz de Fora, a experiência é o recorte de uma intervenção pedagógica desenvolvida

a partir de práticas de linguagem ancoradas no gênero textual relato de experiência

vivida. A seleção aborda a oralidade, por ser a modalidade da língua mais negligenciada

pela escola. Considerando discussões sobre o estudo global do texto (ANTUNES, 2010;

KOCK e ELIAS, 2014; entre outros) e a análise linguística (MENDONÇA, 2006;

BEZERRA e REINALDO, 2013; ANTUNES, 2014; entre outros), objetiva provocar o

alargamento da compreensão do que sejam as práticas de memória, estimulando o aluno

a falar e valorizar sua história pessoal. Além disso, pretende considerar o contexto de

produção, circulação e recepção dos relatos escritos e orais em sua compreensão e a

relação entre gênero, suporte, variedade linguística e estilística e objetivo comunicativo

da interação dos relatos. Foi usado como repositório de textos o Museu da Pessoa –

museu virtual e colaborativo, que conta com coleções temáticas de relatos em vídeos e

textos escritos. Em termos metodológicos, desenvolvemos um trabalho de pesquisa-

ação (TRIPP, 2005; ENGEL, 2000), que permite ao professor-pesquisador desenvolver

estratégias para compreender melhor a sua prática e intervir nessa prática, com o intuito

de aprimorá-la. Os resultados apontam para maior protagonismo dos alunos na

investigação de seus próprios discursos. A pesquisa culmina na produção de vídeo e

textos para incorporação ao acervo do Museu da Pessoa, como forma de valorização da

história dos alunos como conhecimento a ser compartilhado.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PRÁTICAS DE LEITURA E DE ESCRITA: O DESAFIO DO LETRAMENTO

Paola Cordeiro Fernandes

[email protected]

Secretaria Municipal de Educação de Sapucaia

Em diferentes épocas e diferentes grupos sociais, as práticas de leitura e de escrita

também se apresentam de diferentes modos e em diferentes suportes, exigindo, assim,

diferentes perspectivas, especialmente na relação ensino aprendizagem. O estudo aqui

apresentado teve como uma das questões de partida, refletir quais as características e

concepções de letramento subjacentes à concepção de processo ensino-aprendizagem de

uma determinada escola. Refletir sobre o papel e o lugar da linguagem na cultura atual

requer compreender seus valores, representações, concepções, enfim, as diferentes

dimensões do letramento, em suas múltiplas relações com a sociedade. Sem uma

perspectiva de articulação entre diferentes concepções e enfoques dos processos de

aquisição, desenvolvimento e usos da linguagem verbal (oral e escrita), ou seja, dos

processos de alfabetização e letramento, a escola atribui um sentido instrumental para o

ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, privilegiando o domínio da técnica em

detrimento das práticas e usos sociais. Como um estudo de caso do tipo etnográfico,

torna-se relevante repensar o cotidiano escolar e a prática pedagógica, já que parte da

prática e à prática retorna, ressignificando-a teoricamente – o que torna possível

reconstruir a teia de relações que se formam no processo de ensino e aprendizagem

dentro e fora do espaço escolar. Na escola pesquisada, observamos uma perspectiva

tradicional mecanizada do processo de ensino e aprendizagem, baseada numa

fundamentação comportamentalista e descontextualizada. Dada esta realidade da prática

pedagógica, destacamos, ainda, uma perspectiva redutora do papel da linguagem no

processo de ensino e aprendizagem. A leitura, colocada como castigo, e a escrita,

vinculada a esforço manual da caligrafia, fazem com que os alunos compreendam essas

atividades como sacrifício e obrigação, relacionando-as ao desprazer e promovendo

atitudes de rejeição.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PRÁTICAS DE LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Josieli Almeida De Oliveira Leite

[email protected]

(UFJF)

Este trabalho visa abordar as práticas de letramentos presentes no contexto de uma

turma de educação infantil tendo em vista que as crianças nessa etapa de escolarização

ainda não dominam convencionalmente a leitura e a escrita. Esses resultados compõem

a pesquisa de mestrado intitulada “Gêneros discursivos na educação infantil: diálogos

possíveis”, que está fundamentada na psicologia histórico-cultural de Vigotski e na

filosofia da linguagem de Bakhtin. Para fomentar as discussões aqui apresentadas trago

os conceitos de letramento autônomo e letramento ideológico de Street (2010), além das

contribuições de Kleiman (1995), Soares (2010) e Rojo (2009) sobre os letramentos. A

pesquisa do tipo etnográfico foi o direcionamento metodológico utilizado nessa

pesquisa e os dados foram produzidos a partir da inserção em campo e da observação

participativa em uma escola municipal de Juiz de Fora. Os achados revelam que o

modelo ideológico de letramento dialoga mais com a perspectiva de práticas de

letramento na educação infantil, pois essas práticas são consideradas em suas

pluralidades. Nessa perspectiva, vê-se que as crianças, junto com seus pares,

ressignificam as culturas nas quais estão inseridas e, às suas maneiras, envolvem-se em

eventos e práticas de letramento.

Palavras-chaves: Letramento ideológico. Letramento autônomo. Educação Infantil.

Letramentos.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PRÁTICAS DE ORALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL:

CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DAS ATIVIDADES DE ESCUTA

Vanessa Titonelli Alvim

[email protected]

Tânia Guedes Magalhães (orientadora)- UFJF

As pesquisas de diversos autores da área da linguagem que se dedicam ao estudo da

oralidade mostram que essa temática é recente na escola básica e ainda pouco

compreendida pelos docentes. Estudos que se debruçam sobre as relações entre

oralidade e escrita estão em cena dede a década de 60. Em sua aplicação escolar

utilizamos alguns teóricos como (MARCUSCHI, 1996; SHENEUWLY e DOLZ, 2004;

LEAL E GOIS, 2012), bem como documentos oficiais (PCN 1997, 1998; OCEM, 2006)

reafirmam a necessidade de se trabalhar com a modalidade oral em sala de aula

enfocando, principalmente os gêneros orais e a reflexão sobre a linguagem. Dessa

forma, esse estudo tem como objetivo apresentar o resultado do desenvolvimento de um

projeto de letramento, por meio de uma pesquisa-ação, no qual buscamos realizar

atividades voltadas para a análise linguística do texto oral (MENDONÇA, 2006),

tomando como objeto de estudo as atividades de escuta. Com base em uma pesquisa

teórica vimos que a escuta tem vários objetivos, a saber: 1) Compreensão do texto oral;

2) análise do texto oral, envolvendo questões linguísticas; prosódicas, gestuais e

contextuais; 3) compreensão das formas de comportamento nas tomadas de notas; 4)

obtenção de modelos de gêneros orais para futuras produções; 5) tomadas de notas; 6)

retextualização e análise de relação oral-escrito a partir das transcrições. Portanto,

iremos exemplificar esses objetivos através as atividades desenvolvidas ao longo do

projeto: “Ideias para salvarmos o planeta”.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E

PESSOAL DE JOVENS ALUNOS

Cristiane Elvira De Assis Oliveira

[email protected]

Pedagoga do IF SUDESTE MG Campus Juiz de Fora

Profissionais do Instituto Federal do SUDESTE de MG Campus Juiz de Fora, das áreas

de Administração, Pedagogia e Psicologia, tiveram a iniciativa de desenvolver um

projeto de orientação profissional e pessoal, o IFarol, voltado aos estudantes dos

Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio. O objetivo desse projeto foi oportunizar

aos jovens participantes ferramentas para desenvolver aspectos organizacionais e

metodológicos em suas escolhas, à luz das contribuições de Levenfus e Bandeira

(2009), segundo os quais as escolhas conscientes se desenvolvem a partir de um

profundo trabalho de autoconhecimento, sendo definidas pelos interesses, capacidades e

valores individuais, que são socialmente construídos. Como metodologia utilizou-se a

pesquisa-ação (THIOLLENT, 1992) que faz uma intervenção no problema, buscando

seu equacionamento, acompanhando e avaliando as ações emergidas e desenvolvidas. O

projeto foi estruturado a partir de quatro temáticas: autoconhecimento, pesquisa das

profissões, planejamento e organização, desafios da juventude. Com encontros

semanais, os estudantes foram convidados a construir um projeto pessoal e profissional

(SAMPAIO, 2012; WUNDERLICH; SITA, 2013). A partir da reflexão sobre a vida,

valores, realidade do mercado educacional, de trabalho e atuações profissionais. Foram

utilizadas técnicas e ferramentas como dinâmicas de grupo, filmes, instrumentos

psicopedagógicos, jogos didáticos e registros de atividades. Os resultados alcançados

foram: estudantes mais conscientes de suas potencialidades, talentos, habilidades e

dificuldades, com maior equilíbrio emocional num período marcado por instabilidade,

dúvidas e angústias, mais responsáveis pelas escolhas (SAMPAIO, 2012); jovens

incentivados a planejar com assertividade seus projetos de vida, considerando sonhos,

oportunidades e desafios (SAMPAIO, 2012). Conclui-se que este projeto contribuiu

com a reflexão das possibilidades de escolhas dos estudantes, oportunizando a estes

uma formação voltada para o conhecimento de si; auxiliou a pensar o curso que estão

fazendo, oferecendo condições na decisão de continuarem na área de formação ou não,

permitindo uma escolha mais consciente da área de interesse.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PROBLEMATIZAÇÕES DOS USOS DA TEORIA DE JEAN PIAGET NA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Gabriella S. Ebeling

[email protected]

Júlia M. C. Pereira

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Considerando a importância das contribuições da teoria de Jean Piaget nos cursos de

formação de professores, a presente pesquisa teve como objetivo analisar os usos da

teoria do referido autor em trabalhos na área da Educação. A metodologia escolhida

para a realização da pesquisa foi a denominada “Estado da Arte”, cuja característica é o

mapeamento bibliográfico. Fez-se um levantamento na plataforma online da ANPEd,

buscando por artigos que fizessem menção a Piaget, publicados num intervalo de 10

anos (2006 a 2015), em diferentes Grupos de Trabalho (GTs). Foram encontrados 30

artigos, os quais utilizam suas teorias sob diferentes perspectivas. Os resultados obtidos

levaram à construção de um quadro de categorias de análise, contemplando 5 perfis:

artigos que contém obras de Piaget nas referências bibliográficas, porém ausentes no

corpo do texto; artigos que citam o autor mas não os seus conceitos; artigos que citam

seus conceitos mas não os desenvolvem; artigos que fazem uso de suas teorias de forma

detalhada como parte importante do texto; artigos que utilizam suas teorias como

principal referencial teórico. Dentre os trabalhos analisados, foram registrados apenas

10 em que os conceitos piagetianos apresentados foram tratados com maior

aprofundamento. Este cenário nos leva a problematizar a presença da teoria de Piaget na

formação docente, uma vez que 2/3 dos artigos analisados não trouxeram aos leitores

uma abordagem mais consistente da mesma. Tal questionamento encontra justificativa

no fato de que esses artigos, por apresentarem resultados de pesquisas relacionadas a

educação, podem ser utilizados na formação de professores.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PROCESSOS REFERENCIAIS NOMINAIS NO GÊNERO CARTA DO

LEITOR: ESTRATÉGIAS PARA FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS

Cristiane Barbalho Da Silva Gaio De Sá

[email protected]

UFRJ/ SME

Este trabalho tem como objetivo principal apresentar um recorte dos resultados obtidos

na aplicação de atividades que visaram ao trabalho com o processo de referenciação, nas

aulas de Língua Portuguesa em três turmas do 9º ano de uma escola municipal do Rio

de Janeiro, articulado ao ensino do gênero textual carta do leitor; e compartilhar a

experiência dessa aplicação. Essa experiência ocorreu no primeiro semestre de 2016,

sendo aplicada no decorrer de cinco semanas, com 5 tempos de aula cada uma, servindo

como base para a dissertação do mestrado profissionalizante (Profletras/UFRJ). Nos

processos referenciais, vinculados aos pressupostos teóricos de Mondada e Dubois

(2003), Koch e Elias (2007), Cavalcante (2013), Santos (2014), dentre outros

pesquisadores, destacou-se nessas atividades o papel recategorizador que as anáforas

diretas, por meio de formas nominais, realizam na retomada de seus referentes, a fim de

despertar no aluno um ensino crítico e consciente do uso da língua. A importância do

tema decorre da necessidade de despertar no aluno a observação do valor argumentativo

de alguns mecanismos referenciais que podem revelar julgamentos, valores e opiniões

dos enunciadores. Assim, conforme preveem os PCN, objetivou-se articular um ensino

de Língua Portuguesa que envolva leitura, análise linguística e produção de texto, tendo

a língua como um produto histórico, social, pragmático e interacional, de acordo com o

estudo de gêneros proposto por Koch (2002), Dolz e Schneuwly (2004), Koch e Elias

(2007), Marcuschi (2010), dentre outros. Dessa forma, contribuindo para a formação de

leitores críticos em sua língua materna.

Palavras-chave: Referenciação; gênero textual; carta do leitor; ensino.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

PROMOVENDO AS PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NOS ANOS FINAIS

DO ENSINO FUNDAMENTAL

Clarice De Matos Oliveira

[email protected]

PIBID-CAPES /UFJF

Carolina Garcia De Carvalho Silva

[email protected]

PIBID-CAPES/UFJF/PJF

O presente relato tem como objetivo descrever experiências exitosas do PIBID no

ensino de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental de uma escola pública da rede

municipal de Juiz de Fora. A partir de uma concepção de ensino de língua voltada para

as práticas sociais de letramento, assumimos uma postura teórico-metodológica de

ensino interacionista de linguagem (KLEIMAN, 1992; 1995; 2007; SOARES, 2001,

KOCH, 2006; TRAVAGLIA, 2000; MARCUSCHI, 2003; SCHNEUWLY e DOLZ,

2004; ROJO e MOURA, 2012). No ano de 2015, elaboramos duas sequências didáticas

relacionadas ao projeto “Leituras Temáticas”. Desenvolvemos nosso trabalho abarcando

dois temas centrais: o uso excessivo do celular e o narcisismo na era digital. O primeiro

tema foi escolhido em virtude de um debate ocorrido entre os alunos e os professores

sobre o uso do celular durante as aulas. Como consequência, gerou-se a discussão do

uso excessivo das redes sociais, levando-nos à necessidade de trabalhar o segundo tema:

a grande exposição, principalmente dos jovens, de sua vida pessoal nessas redes. Para

abordarmos os temas, selecionamos uma série de textos, de diversos gêneros, para

leitura, análise e discussão. Além da reflexão sobre os temas, houve também a análise

linguística necessária à leitura e posterior produção de textos dos alunos. Nesse sentido,

nosso objetivo era o de que os discentes pudessem usar a Língua Portuguesa em

situações baseadas em práticas de uso, e não em ambientes descontextualizados. Tal

competência, como é definida nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua

Portuguesa (PCNs), remete à capacidade de produção de discursos, tanto escritos quanto

orais. Portanto, buscou-se, em todas as atividades, fazer com que o aluno fosse

protagonista do processo de aprendizagem, construindo o seu próprio conhecimento,

por meio da interação não somente com o professor e os bolsistas, mas também com os

colegas.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

QUESTÕES DE LETRAMENTO A PARTIR DO GÊNERO NOTÍCIA

Simone Miranda Fernanes Alvarenga

[email protected]

Profa no Estado de MG

Mauricéia Silva De Paula Vieira

mauricé[email protected], Profa Dra DCH/UFLA

Esse trabalho discute o tema letramento na interface com os conhecimentos linguísticos,

a partir do gênero notícia. De modo mais específico, analisa-se a recorrência da

estrutura do sintagma nominal (SN) no gênero notícia. Partiu-se do pressuposto de que

o SN como mecanismo linguístico, constitui-se como estratégia argumentativa e

persuasiva na construção do gênero notícia. Tradicionalmente, considera-se que a

notícia, por ser um texto informativo, possui como função apenas a de registrar os fatos

ocorridos. Considerando-se que a argumentatividade insere-se na linguagem, algumas

pesquisas demonstram que as expressões nominais referenciais desempenham várias

funções cognitivo-discursivas de grande relevância na construção do sentido

(KOCH&TRAVAGLIA,2006).Complementando o exposto, Soares, (2004) postula que

os eventos de letramento se originam de situações em que a língua é parte integrante da

natureza e da interação entre os participantes nos processos comunicativos. Assim, nas

práticas cotidianas, os aprendizes interagem com o gênero notícia em diversos suportes,

o que favorece as práticas de letramento. Entretanto, considera-se necessário um

trabalho mais sistematizado para que o aprendiz compreenda a relevância das

estratégias linguístico discursivas empregadas como recurso de textualização. O corpus

dessa pesquisa foi constituído por textos do gênero notícia, retirados da revista: Istoé,

seção A Semana. Após as análises foi possível perceber que, nas notícias selecionadas, a

escolha léxica dos referentes e dos modificadores que constituem o SN configura-se

como mecanismos linguísticos que contribuem para persuadir o leitor. Sendo assim, a

relevância do trabalho justifica-se pela necessidade de um trabalho reflexivo sobre os

conhecimentos linguísticos, a fim de que o aprendiz possa utilizar tais conhecimentos

para desenvolver o letramento.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

REFLETINDO SOBRE A EMERGÊNCIA DOS OLHARES

Angela Simone De Mattos Esteves

[email protected]

Mestranda CMPDI –UFF

Este trabalho foi realizado no Centro Educacional de Niterói em 2016 e teve o propósito

e permitir uma reflexão sobre a riqueza do espaço escolar em que Bennett (2009) afirma

poder ter consequências diretas sobre a aceitação dos alunos que têm necessidades

particulares. Os objetivos desse trabalho foram estabelecer as relações entre os sentidos

do corpo humano e as diferentes percepções de mundo; refletir sobre o processo de

desnaturalização do senso comum e registrar esse processo. Segundo Bourdieu (1989),

existem coisas que se tornaram tão comuns que ninguém lhes presta atenção. Os

participantes foram alunos com idade entre 14 e 15 anos em uma turma de 9º ano do

Ensino Fundamental II em aulas de Língua Portuguesa. Nessas aulas, eles assistiram aos

filmes: “A prova” (1991) de Jocelyn Moorhouse e “Janela da alma” (2001) de João

Jardim e Walter Carvalho, conversaram e discutiram sobre seus respectivos enredos.

Após essas aulas, foi dado início a parte prática em que os alunos fotografaram com os

olhos vendados. Em seguida eles fizeram áudio descrições dos lugares fotografados;

registros a partir das lembranças das descrições; compartilhamento e busca das

correlações entre as fotografias, os textos e os seus respectivos autores; registros

descritivos a partir da análise da imagem e por último, escreveram uma narrativa

envolvendo a cena registrada. O registro, a análise e a recriação dessa cena foram

elaborados com o intuito de se compreender o porquê da existência da cena, a razão de

ter sido considerada como algo que fugia ao senso comum. Concluímos mediante as

possíveis exigências dos alunos que têm necessidades particulares no que concerne o

processo de aprendizagem, que se precisa de uma revisão seja do educador/educando à

própria consciência para que possa refletir sobre seus próprios hábitos diante de

situações que envolvam pessoas que têm necessidades particulares.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

Reflexão sobre a prática docente de línguas adicionais sob a perspectiva da

pedagogia de multiletramentos

Renata De Souza Gomes

[email protected]

CEFET-RJ, campus Itaguaí

Desde a formação do grupo de Nova Londres, muito se tem discutido sobre os

multiletramentos e suas diretrizes pedagógicas. Nesse texto, almejo apresentar sob

forma de diário-reflexivo (LIBERALI, 1999) a minha prática de sala de aula de ensino

de língua inglesa como língua adicional sob a perspectiva dos multiletramentos em dois

contextos diferentes do CEFET-RJ: no ensino técnico em mecânica integrado ao médio,

no campus Itaguaí e nas aulas do curso de pós-graduação em línguas adicionais, no

campus Maracanã no ano de 2017. No primeiro nível de ensino mencionado, serão

observados o currículo proposto e a implementação das atividades pensadas para alunos

do terceiro ano. Tais atividades almejam contemplar as noções de gênero textuais

(emergentes e diversos), agência, autonomia, e o uso de novas tecnologias aplicadas ao

ensino de língua inglesa (MILLER ,2012;PAIVA 2010; ROJO 2013). Ao passo que na

sala de aula da pós-graduação serão observados como professores de línguas adicionais

em formação continuada compreendem e trabalham sob a perspectiva dos

multiletramentos em seus diferentes contextos de trabalho e de que forma essa

pedagogia contribui para suas práticas de sala de aula. Como metodologia, farei uma

comparação discursiva entre o texto do meu diário reflexivo enquanto professora de

dois níveis distintos de ensino dentro de uma mesma instituição e a análise do discurso

de trechos do diário reflexivo dos alunos da pós-graduação. Objetiva-se estudar os

desafios da implementação da pedagogia de multiletramentos para ensino de línguas

em contextos diversos de ensino.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

REFLEXÕES SOBRE AS AÇÕES FORMATIVAS DO INSTITUTO DE

APLICAÇÃO FERNANDO RODRIGUES DA SILVEIRA- CAP-UERJ

Ana Lucia Gomes De Souza

[email protected]

CAp-UERJ

Liliane Neves

[email protected]

CAp- UERJ

Considerando as recentes discussões acerca das diretrizes curriculares nacionais para a

formação inicial e continuada em nível superior para as licenciaturas e formação

pedagógica, buscamos neste trabalho trazer reflexões sobre a ação formativa do Instituto

de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, CAp- UERJ. Fundado em 1957

como campo de estágio e experimentação metodológica, verificamos ao longo destas

cinco décadas a sua expansão nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Sua

transformação em Instituto nos anos 2000 reafirmou sua importância na formação

inicial e continuada de professores. Neste sentido, o CAp-UERJ se constitui como uma

escola de educação básica ao mesmo tempo em que se apresenta como um espaço de

formação docente, viabilizando a ampliação de atividades aos seus estudantes, além de

desenvolver pesquisa acadêmica fomentando a interação entre os seus professores

pesquisadores e estudantes. Nosso foco aqui recai sobre a ação do Departamento de

Ensino Fundamental- DEF, que corresponde ao trabalho realizado no Núcleo Comum

dos primeiros anos do ensino fundamental, bem como as experiências extensivas

formativas realizadas por sua equipe de docentes. Para a fundamentação teórica deste

trabalho, propomos um diálogo com autores que trabalham com o campo da formação

continuada, como: Antônio Nóvoa (2009), Bernadete Gatti (2009), Maurice Tardiff

(2000) e Mikhail Bakhtin (2011), e desta forma provocarmos uma reflexão sobre a

missão formativa da universidade pública.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A PRODUÇÃO DE DESENHOS COMO

ESTRATÉGIA PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO

José Leandro Peters

Doutorando em História pela UFJF, professor de História na Prefeitura de Juiz de Fora.

[email protected]

Rafaela Andrade Savino De Oliveira

Mestre em Educação pela UFJF, Técnico em assuntos educacionais na UFJF

[email protected]

Entendemos que a linguagem tem um papel central no desenvolvimento escolar do

aluno devendo ser trabalhada em suas variadas formas em todas as disciplinas escolares.

Este trabalho é fruto da tentativa de incluirmos práticas de letramentos nas diferentes

áreas de conhecimento. Propomos analisar trabalhos produzidos por alunos dos 6º e 7º

anos do ensino fundamental ao longo dos anos de 2015 e 2016 em uma escola

municipal de Juiz de Fora. Muitos desses alunos tinham grande dificuldade na leitura e

escrita de textos, mas conseguiram expressar uma percepção da realidade vivida e do

conteúdo trabalhado por meio da produção de imagens. Parte considerável desses

trabalhos intercala a temática estudada com a realidade vivida, nos levando a concluir

que os alunos se apropriam do conhecimento estudado para interpretar a realidade em

que vivem. Baseamos o trabalho nas definições de letramento de Magda Soares (2012) e

Street (2014). Soares afirma que existem duas dimensões de letramentos: a individual,

na qual, o letramento é concebido como um atributo pessoal, e a social, na qual, os

letramentos representam um fenômeno cultural que envolve práticas sociais

relacionadas à leitura e a escrita. Essas práticas são de suma importância para o

processo de construção dos conhecimentos escolares, visando à formação de um

cidadão crítico e transformador da sociedade. No presente trabalho iremos nos ater à

produção de desenhos como meios de expressão do conhecimento histórico adquirido.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

RELATOS DE EXPERIÊNCIA EM FORMAÇÃO CONTINUADA:

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA

Maria Olinda Venancio

[email protected]

Queila Adriana De Alcântara

[email protected]

Secretaria Municipal de Educação- JF

O relato de prática apresenta a oficina "Escrita de textos: Relatos de Experiência" que

foi ministrada como curso de formação continuada, oferecido pela Secretaria de

Educação de Juiz de Fora, aos profissionais da Rede Municipal, nos anos de 2015 e

2016. Dentre o referencial teórico empregado nas oficinas, destacam-se o material da

Olimpíada de Língua Portuguesa, os autores Dolz e Schneuwly(2004), Nóvoa(1992),

Heidegger(2011) e Tardif(2002). O objetivo foi oportunizar aos profissionais que

tivessem interesse e necessidade, a chance de não só entenderem a estrutura do gênero

textual, mas também proporcionar a reflexão sobre a própria prática. A concepção que

sustentou a oficina foi a de professor autor. Dentro dessa concepção, o professor

formado numa dimensão discursiva e, consequentemente, pela via da alteridade, torna-

se leitor de sua própria prática, uma vez que durante o processo de formação, recebe

escutas e devolutivas de sua própria produção. Esta formação permitiu resgatar a base

reflexiva da atuação profissional e ajudou os participantes a entenderem a forma como

realmente abordam as situações da prática. Participaram profissionais de várias áreas e

setores da escola. A oficina foi ministrada em dez encontros com módulos de três horas.

As experiências vividas e registradas sobre as práticas servirão, certamente, como

exemplos para outros professores. Dessa oficina resultou o projeto de publicação de

uma obra que contemplará uma coletânea de relatos dos profissionais que fizeram o

curso, além de outros capítulos sobre a formação continuada. A interação entre os

participantes, o registro dos encontros e das estratégias estabelecidas para as reflexões e

escrita dos relatos foram determinantes para a proposta de construção da obra.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

RELATOS DE FORMAÇÃO DOCENTE: CALL PARA ENSINO DE LÍNGUA

INGLESA

Patricia Vasconcelos Almeida

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

O contexto deste relato de experiência é uma disciplina de um curso de graduação em

Letras (Português/Inglês), em uma universidade federal no sul de Minas Gerais. A

disciplina “Aprendizagem de língua inglesa assistida pelo computador” tem como

objetivo capacitar os alunos, futuros professores, para o ensino de língua inglesa

mediado pelas tecnologias digitais, como base nos preceitos de Computer-Assisted

Language Learning - CALL (Stockwell 2012) e formação de professores (Vieira-

Abrahão, 2010). Ao longo da referida disciplina, em 2015, textos teóricos sobre CALL

e formação de professores foram estudados e discutidos para fornecer embasamento

necessário à realização do trabalho final. Este consistia na ministração de uma atividade

de quinze minutos, na qual os alunos teriam que ensinar língua inglesa por meio dos

recursos tecnológicos (computador conectado à internet) em um laboratório de

informática. Durante a atividade esperava-se que os alunos conseguissem ministrar a

atividade fazendo uso apenas do computador conectado à internet. Porém a maioria

deles apenas fez a transposição de atividades do meio presencial para o recurso

tecnológico, não explorando assim, toda a potencialidade de uma ferramenta conectada

a rede, assim como demandam estudos relacionado ao CALL. Focando para o processo

de formação, discussões online, via Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), foram

estabelecidas após cada atividade, com o intuito de discutir a luz das teorias de

formação de professor a viabilidade, vantagens e desvantagens do uso do computador

como ferramenta didática, objetivando assim, promover uma formação crítico-reflexiva

dos alunos que vivenciaram esta experiência.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

REVISTA “CIÊNCIA NA PONTA DA LÍNGUA”: UMA EXPERIÊNCIA COM

LETRAMENTO CIENTÍFICO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Barbara Delgado Azevedo

[email protected]

Gisele De Oliveira Barbosa

[email protected]

Maria Carolina Botelho Domingues

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

O objetivo do trabalho é relatar a experiência de elaboração da revista “Ciência na ponta

da língua”, com alunos do 9º ano de uma escola da rede municipal de Juiz de Fora –

MG, durante o ano de 2016 no âmbito do projeto “Letramento cientifico e gêneros

textuais” (UFJF). Nossa proposta de trabalho resultou na construção de um projeto de

letramento que enfoca a leitura e a escrita do discurso científico na esfera escolar. Para

embasar nossa experiência, apoiamo-nos no trabalho com gêneros textuais

(BRONCKART, 1999, 2006), em aspectos do letramento científico (SANTOS, 2007;

MOTTA-ROTH, 2011), bem como na perspectiva de ensino de línguas pelo viés do

Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2010; DOLZ, SCHNEUWLY, 2004),

que nos apresentam uma concepção de linguagem como interação, fator essencial de

desenvolvimento humano. Nessa perspectiva, o projeto permitiu que os alunos

desenvolvessem capacidades de linguagem, interagindo pelos textos científicos nos

diversos ambientes sociais (escola, feira de ciências, horto florestal). A elaboração de

uma revista na qual se priorizou os textos da esfera científica proporcionou aos alunos a

experiência de refletir sobre a construção e circulação dos textos científicos, ampliar

suas capacidades de linguagem, bem como inserir-se em práticas de letramento

científico. Além disso, o projeto de construção da revista proporcionou aos educandos

não só a experiência de leitura e escrita, mas a oportunidade de os discentes perceberem

a escrita como um processo, que necessita de elaboração, reescrita e revisão, e que visa

a um propósito concreto, com leitores reais, como também uma atitude mais reflexiva

perante o desenvolvimento científico e seu impacto na sociedade.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

RODA DE VERSOS: PRETEXTOS PARA BRINCAR, COMPARTILHAR E

ENCANTAR

Maria Rosana do Rêgo e Silva

Mestranda em Educação – PPGE/UFJF

[email protected]

Ana Rosa Costa Picanço Moreira

Doutora em Educação – UFJF

[email protected]

Este trabalho pretende compartilhar as experiências com gêneros da tradição oral,

especialmente as quadrinhas populares de duas turmas da Educação Infantil, uma do 1º

período e outra do 2º período, de uma escola municipal de Juiz de Fora – MG, que

ocorreram durante o segundo semestre de 2015. O enfoque do trabalho se deteve no

caráter oral e na dimensão lúdica dos textos, promovendo momentos de fruição,

encantamento, brincadeiras interação cultural, confirmando a vocação primeira dos

gêneros da tradição oral. Ao longo do semestre, as crianças tiveram diferentes

oportunidades de recitar as quadrinhas populares por meio de brincadeiras de roda, roda

de versos, sarau e utilizando sussuradores. Os sussuradores foram instrumentos

importantes para que as crianças pudessem compartilhar com os colegas, a equipe

escolar e os familiares os versos mais significativos para elas. As reflexões sobre

linguagem estão embasadas especialmente nos estudos de Vigotski e no trabalho com os

textos da tradição oral abordados por Araujo. A experiência foi bastante significativa,

visto que as crianças das duas turmas se envolveram em todas as atividades propostas.

Algumas delas apresentaram quadrinhas novas, ensinadas pelos familiares. No que diz

respeito ao desenvolvimento da oralidade, é possível dizer que houve um avanço

considerável, especialmente para as crianças mais tímidas, que procuraram aprender

uma quadrinha para recitar nos momentos de brincadeira. Os aspectos sonoros da

linguagem como ritmo e rimas não passaram despercebidos pelas crianças. Acreditamos

que tal experiência poderá contribuir para a reflexão fonológica, importante para a

aquisição do código linguístico.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

SALA DE AULA: CAMPO DO JOGO LITERÁRIO

Luciana Genevan Da Silva Dias Ferreira

[email protected]

Pontifícia Universidade Católica De Minas Gerais

No ano de 2010, em uma escola da rede pública estadual de ensino, em Juiz de

Fora/MG, em um contexto formal de ensino-aprendizagem, desde os primeiros

encontros em sala de aula, atuando como professora da área de linguagens e códigos, ao

ministrar aulas de português, literatura e redação, para turmas de Educação de Jovens e

Adultos (EJA) que cursavam o Ensino Médio, verifiquei resistência por parte dos

discentes no trabalho com a leitura, principalmente com a leitura do texto literário.

Paradoxalmente, após as primeiras aulas, comecei a perceber que, apesar de muitos não

se sentiam à vontade para realizar leituras em voz alta, gostavam de ouvir as histórias,

principalmente, as literárias. Diante dessa constatação, experimentei/ensaiei um trabalho

em sala de aula, primeiro com autobiografias e biografias, depois com contos literários,

utilizando como principal metodologia a condução feita por mim, professora, por meio

do “ler com”, da leitura conjunta com os alunos. Desse modo, pude verificar como se

efetivou o processo de construção de sentidos por parte do aluno/leitor e, a partir dos

resultados observados, verifiquei que o ensino de literatura constitui-se, sobretudo, por

meio do próprio texto literário. A prática foi realizada no Ensino Médio com duas

turmas de EJA, na Escola Estadual Delfim Moreira. As fontes teóricas nas quais o

trabalho se alicerça pautam-se na relação autor-texto-leitor, com ênfase para o contato

do leitor com o texto literário, procurando compreender como o leitor age para produzir

sentido sobre o texto que lê. Assim, os teóricos da recepção respaldaram o trabalho,

destaque dado à abordagem de Wolfgang Iser acerca do texto como um campo de jogo

em que o leitor é chamado a adentrar e participar.

Palavras-chave: Ensino de Literatura. Leitura. Leitor. Estética da Recepção.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

SEQUÊNCIA DIDÁTICA EM SALA DE AULA: OS IMPACTOS DO PACTO

NO TRABALHO INTERDISCIPLINAR.

Graziele Ramos Da Conceição Cácio

[email protected]

E.E. Santa Rita de Cássia

Neste relato apresento uma das experiências de se trabalhar interdisciplinarmente em

sala de aula, no ciclo de alfabetização na Escola Estadual Santa Rita de Cássia-Viçosa-

MG no ano de 2015. O trabalho foi realizado com uma turma do segundo ano do ensino

fundamental I, foi executada uma sequência didática no ensino de ciências, abordando

as descobertas do corpo humano de forma lúdica e prazerosa, concomitantemente às

disciplinas de língua portuguesa, matemática, história e geografia, esta foi distribuída

em quatro etapas: apresentação, exploração, reflexão e apropriação. Os trabalhos foram

pensados e elaborados a partir das perspectivas do programa de formação continuada

para professores da Rede Estadual de Ensino o Pacto Nacional pela Alfabetização na

Idade Certa – PNAIC 2015, e da minha prática pedagógica enquanto alfabetizadora. A

reflexão, a partir desses parâmetros formativos, foi importante para a reformulação e

aplicação de planos interdisciplinares contextualizados as novas propostas didático-

pedagógicas. Os estudos do Caderno 3 do PNAIC e de autores como

PIASSI&ARAUJO(2012),RUSSO(2012), e nas discussões nos encontros, sobre os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), proporcionaram momentos de autorreflexão

sobre o ato de alfabetizar. Mas a maior consideração sobre o ato de ensinar/aprender na

alfabetização, é que o professor durante este processo consiga que o aluno entenda mais

que conceitos, interprete o mundo de forma contextualizada, onde os saberes científicos

e ou sociais sejam capazes de ajudá-los a mudar sua realidade de forma crítica, não

minimizando a alfabetização aos atos de saber ler e escrever. Apesar da discussão sobre

o tema não ser recente e já constar nos PCNs, o PNAIC evidenciou, de forma mais

enfática e instigante a abordagem interdisciplinar na sala de aula, impactando

positivamente sobre a minha prática pedagógica nos anos inicias da alfabetização.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

SIMULAÇÃO DE UM SPEED DATING COMO TÉCNICA DE CONVERSAÇÃO

EM TURMAS DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

Flávia Rodrigues De Souza

[email protected]

Idalena Oliveira Chaves

[email protected]

UFV – Universidade Federal de Viçosa

À luz da abordagem comunicativa (Almeida Filho, 2011), a simulação de situações

cotidianas em sala de aula como incentivo à conversação é essencial na prática de

ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE), especialmente em turmas

multiculturais ou com diferentes níveis de proficiência. Neste trabalho, objetivou-se

relatar uma prática de conversação inspirada em eventos para encontros rápidos,

conhecidos em outros países como speed dating, e aplicada em dois semestres letivos

(2016-2 e 2017-1), em turmas regulares de alunos intercambistas da Universidade

Federal de Viçosa (UFV), como forma de praticar aspectos da língua trabalhados nas

aulas teóricas, como cumprimentos, profissões, masculino/feminino, rotina, cultura

brasileira, entre outros. As turmas eram compostas de no máximo 20 estudantes de

graduação, de variados cursos, advindos de diferentes países, e em diferentes níveis de

proficiência em português. Foram confeccionados cartões com perfis de brasileiros

comuns, contendo dados como nome, profissão, renda e preferências (hobby, comidas,

música). Os cartões foram apresentados, de cabeça para baixo, para que cada aluno

escolhesse, às cegas, o seu personagem. As carteiras foram organizadas em duas fileiras,

de modo que cada aluno pudesse ficar frente-a-frente com seu par. A troca de pares foi

feita a cada três minutos para que cada aluno pudesse conhecer o máximo de

personagens e escolher o seu “par perfeito”. Ao fim da atividade, os alunos foram

convidados a, voluntariamente, descreverem os personagens por quem mais se

interessaram. A forma aleatória de escolha de personagens permitiu maior interação

entre os estudantes e tornou a atividade divertida, provavelmente por permitir a cada um

explorar o imaginário e atuar, assumindo o seu personagem.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

TECENDO SABERES E CONSTRUINDO ENTENDIMENTOS SOBRE

PRÁTICAS DE LEITURA À LUZ DA PRÁTICA EXPLORATÓRIA

Andréia Mello Rangel

[email protected]

Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro

Apoiada nos princípios balizadores da Prática Exploratória (ALLWRIGHT, 2009),

apresento um recorte da minha pesquisa, na qual busquei, ao construir um movimento

de aprendizagem colaborativa com os meus alunos, trabalhar para entender as práticas

de leitura dos aprendizes, os quais constituíram uma turma do nono ano do ensino

fundamental de uma escola pública estadual do Rio de Janeiro. Nesse estudo, os dados

foram gerados a partir de um processo de ensino e aprendizagem que considerou as

múltiplas epistemes coexistentes dentro do ambiente escolar, de modo que não apenas

os conhecimentos hegemônicos, legitimados pelos currículos escolares, tivessem espaço

dentro da sala de aula. Esse estudo se alinha à teoria postulada por Vygotsky (2003), na

medida em que destaca a importância da interação dos sujeitos no processo de ensino-

aprendizagem. Na busca de envolver os aprendizes na ação do “trabalhar para

entender”, formulei, com o auxílio dos meus alunos, atividades inspiradas na

abordagem para o ensino, a pesquisa e a reflexão da Prática Exploratória. Essas

atividades se constituíram como APPE – Atividades Pedagógicas com Potencial

Exploratório (ALLWRIGHT, 2005). Dessa forma, contemplaram tudo o que envolveu o

processo educacional nessa pesquisa: a escola, minha condição de professora, os meus

alunos e nossas vivências, de modo que não somente o trabalho com a língua

(TRAVAGLIA, 2009) e com os gêneros discursivos (BAKHTIN, 2011) fosse

contemplado. Nessa pesquisa, ao entender o currículo escolar como um espaço em que

haja a tessitura dos saberes dos agentes da aprendizagem, percebe-se aprendizes e

professora como produtores de conhecimento e como agentes do ensinar e do aprender.

Assim, essa pesquisa se configura como uma possibilidade de reflexão sobre uma

política de trabalho não apenas para a leitura, mas com as práticas de leitura de

aprendizes e professora.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

TEORIA E PRÁTICA: O USO DAS ABSTRAÇÕES TEÓRICAS NO ENSINO

DE LÍNGUA INGLESA

Laryssa Sena Palmeira

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho tem o intuito de relatar uma experiência ainda em curso no

município de Juiz de Fora, realizada com três turmas particulares de inglês: uma turma

com três alunos, com a qual realiza-se um encontro semanal de três horas e outras duas

turmas, com quatro e oito alunos, ambas com um encontro semanal de duas horas.

Enquanto graduanda em Letras, com ênfase em linguística, utilizei os conhecimentos

adquiridos acerca da teoria gerativa (CHOMSKY,1994) no ensino de inglês destas

turmas, quanto às habilidades de leitura, escrita, fala, conversação e compreensão

auditiva, tendo como foco a pronúncia. Dispondo do livro American English File 1

como suporte de conteúdo didático, desenvolvi uma aplicação prática de conceitos

linguísticos como as noções de “princípios e parâmetros” e “regência e ligação”, no que

tange (i) a fonética e a fonologia (FIORIN, 2003), como a utilização do IPA (Alfabeto

Fonético Internacional) a fim de fomentar produções significativas no desempenho da

oralidade e (ii) da morfossintaxe (MIOTO; FIGUEIREDO-SILVA; LOPES, 2004),

como classe gramatical das palavras e sua função sintática, no intuito de promover

competência de leitura e de escrita. Este relato busca dialogar com a linguística aplicada

ao ensino de língua estrangeira, a fim de comparar as convergências e as divergências

entre teoria linguística e sala de aula, além de intentar uma aprendizagem de língua

inglesa expressiva.

Palavras chave: ensino de inglês, linguística aplicada, pronúncia do inglês, leitura e

escrita do inglês.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

TEXTOS MULTIMODAIS DO FACEBOOK NA CONSTRUÇÃO DE

SENTIDOS EM SALA DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA: UM PENSAR

EXPLORATÓRIO

Márcia Regina Lacerda Da Silveira

[email protected]

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (FFP)

O presente trabalho explicita, a partir da pesquisa que está sendo realizada, a minha

vontade como professora e mestranda do PROFLETRAS de entender como

determinados textos multimodais veiculados no Facebook são interpretados por alunos

do Ensino Fundamental e como as produções textuais dos próprios alunos, nesse

ambiente digital, são construídas, enfatizando o caráter interacionista e colaborativo

dessa rede social. A pesquisa coaduna-se, portanto, com a visão dialógica e de interação

de Bakhtin (1997), considerando as orientações expostas nos Parâmetros Curriculares

Nacionais (BRASIL,1998) sobre o estudo de gêneros em sala de aula. O interesse por

esse tema surgiu ao observar que a maioria dos meus alunos lê muitos posts veiculados

no Facebook e que alguns textos tipicamente digitais não são muito comuns nas aulas

de língua portuguesa. Textos como memes e gifs, multimodais por definição, revelam

humor, crítica ou características sociais e fazem parte da vida de inúmeras pessoas

conectadas à internet nos dias de hoje. Entendo, pois, que uma reflexão sobre o

conteúdo desses textos nas práticas da sala de aula seja necessária. A partir do

entendimento sobre a construção de sentidos revelada por esses textos, pretendo: 1)

observar se o conteúdo veiculado por textos digitais do Facebook gera reflexões e

inferências por parte dos alunos e 2) proporcionar aos alunos um ambiente favorável à

reflexão e ao debate de ideias. Para tanto, a abordagem para o encaminhamento da

pesquisa tem sido a Prática Exploratória (ALLWRIGHT E HANKS, 2009) ao

considerar como ponto essencial a qualidade de vida em sala de aula.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

TIRAS CÔMICAS E CHARGES: LETRAMENTO MULTIMODAL NA

PERSPECTIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Jeniffer Aparecida Pereira Da Silva

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

O advento das novas tecnologias influenciou não só a produção de diversos gêneros

textuais, mas também a relação entre texto verbal e outros recursos semióticos.

Conceitos como letramento e multimodalidade foram redimensionados, colocando na

pauta dos estudos sobre os gêneros textuais a perspectiva do letramento multimodal.

Nesse viés, o objetivo deste trabalho é analisar a ampliação do conceito de letramento e

compreender como o letramento multimodal pode impactar as questões de leitura e

escrita na atualidade. Para isso, foram selecionadas, em suportes de ampla circulação

nacional, tiras cômicas e charges, que apresentam, além da articulação entre diversas

linguagens, o humor como característica principal. Ramos (2009) argumenta que por

serem veiculadas em jornais e revistas, tanto as tiras cômicas quanto as charges

ganharam espaço em avaliações sistêmicas que envolvem habilidades leitoras e

influenciam as práticas de letramento no âmbito escolar. Assim, esses gêneros

multimodais apresentam abrangentes potencialidades tanto de pesquisa quanto de

produção de material didático. O quadro teórico abrange autores como Kress (2006),

Soares (2001), Dionísio (2005), Jewitt (2005), Ramos (2009), Catto (2013) entre outros.

A metodologia do trabalho foi desenvolvida a partir de uma pesquisa teórica e de

análises de cunho qualitativo. A pesquisa justificou-se pela necessidade de abordar a

multimodalidade nas atuais práticas de leitura e escrita na sociedade. Justificou-se,

ainda, pela importância dos textos multimodais no âmbito escolar e no contexto social

da vida das pessoas. Os resultados parciais revelam a importância da ampliação dos

estudos sobre os gêneros textuais no âmbito escolar, bem como na formação de novas

propostas de ensino com vistas a ampliar o letramento multimodal dos aprendizes.

Palavras-Chave: multimodalidade, gênero textual, tiras cômicas, humor, letramento.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

TRAJETÓRIAS FORMATIVAS DOCENTES: ALGUNS ELEMENTOS DE

ANÁLISE

Carla Patrícia Quintanilha Corrêa

[email protected]

ISEPAM/UFJF

O presente trabalho objetiva indicar a possível relação entre a trajetória formativa do

professor formador e a concepção de docência que será por ele mobilizada na formação

de novos professores. Para isso, o texto se fundamenta nas contribuições de alguns

autores, tais como Isaia e Bolzan (2007), Langhi e Nardi (2012), Calderano (2014),

Gatti (2014), Marcelo (2009), dentre outros, que investigam a importância da trajetória

formativa do professor no desempenho das atividades docentes e suas concepções de

docência. Pensando em professores que atuam nos cursos de licenciatura, tal discussão

se mostra ainda mais urgente, na medida em que são formadores de professores que

atuarão na educação básica. Nesse caso, se o próprio formador apresenta lacunas

formativas em sua trajetória, isso pode indicar dificuldades na preparação de novos

professores. Tais dificuldades estariam associadas à concepção de docência que foi

sendo construída pelo formador ao longo da sua trajetória, com potencialidade de

influenciar sua atuação junto aos licenciandos. Parece haver consenso entre os autores

citados de que a trajetória formativa deve ser concebida como um continuum e não

como dois momentos estanques (formação inicial dissociada da formação continuada).

Além disso, as experiências pregressas à formação inicial também são relevantes na

constituição da docência e precisam ser valorizadas na formação de professores. Da

mesma forma, os saberes acumulados ao longo da carreira são importantes mesmo após

a aposentadoria do professor e necessitam de atenção. Assim, a reflexão proposta é

parte integrante de uma pesquisa em andamento e espera reunir alguns elementos de

análise sobre a temática proposta, indicando a relevância das pesquisas sobre a

formação de professores na contemporaneidade.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAIS REAIS DE LEITURA E ESCRITA EM UMA

PERSPECTIVA DO DISCENTE

Fernanda Abreu Gualhano

[email protected]

Adrieli Bonjour Laviola Da Silva

[email protected]

Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG

A pesquisa intenta-se em averiguar se a premissa de que “jovens não tem hábito e gosto

em ler e de escrever” é verídica, como também, avaliar as técnicas de ensino de leitura e

escrita no âmbito escolar, com o intuito de verificar se tal prática tem sido eficaz na

inserção dos alunos no desempenho do letramento. Para a composição dos dados foi

realizada uma abordagem quantitativa e qualitativa, mediante a aplicação de

questionário. Esse foi realizado com o 3º ano do Ensino Médio público, da cidade de

Carangola – MG. Assim, obtemos informações sobre a vida socioeconômica de cada

um; as práticas de leitura e escrita dentro e fora do setor escolar; e, por fim, a didática

escolhida e exposta nas aulas pelo professor sob a ótica do aluno. A escolha dessa

abordagem foi com a finalidade de compreender a visão do aluno sobre o que esses

expõem acerca do tema; dos obstáculos e aprazimentos e da consequência da escolha

metodológica do professor. Em síntese, o resultado socioeconômico dessa pesquisa

mostra que em duas turmas, a maioria dos alunos moram em zona rural; as profissões

das responsáveis, na maior parte, foram domésticas e donas de casa; e nas três turmas,

os responsáveis, em geral, possuem o nível de escolaridade até o Ensino Fundamental.

Em seguida, o resultado do que foi objetivado nessa pesquisa foi válido, visto que

relatamos duas turmas com uma relação boa, em contrapartida, uma não tem essa

relação agradável para com as aulas de Língua Portuguesa. Além do mais, tivemos três

opiniões e reações distintas acerca da experiência desses com a leitura e escrita no

âmbito social, em que cada turma opinou distintamente, sendo, as opções utilizadas:

boa, mediana, ruim. Assente-se nas concepções tratadas, principalmente, por Koch e

Elias (2006); Marcuschi (2008) e Magda Soares (1999, 2002).

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UMA ANÁLISE LINGUÍSTICO-DISCURSIVA DO GÊNERO MEME(S)

João Miller Da Silva

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

As novas tecnologias da informação intensificaram, no contexto social, a circulação de

textos que combinam imagens estáticas ou em movimento, sons, palavras, cores,

diagramações e entre outros – os denominados textos multimodais/multissemióticos.

Esses textos conquistam o cotidiano dos internautas, leitores e escritores, e exigem uma

habilidade de leitura e escrita conforme as semioses utilizadas. Nesse sentido, o presente

trabalho tem por objetivo compilar estudos que versam sobre o gênero meme(s) - uma

manifestação cultural que tem recebido destaque nos últimos tempos na internet. Os

memes são compreendidos como enunciados, pois possuem um vínculo com a realidade

social e apresentam conteúdos com finalidade comunicativa explícita. Para a realização

da pesquisa proposta empreendeu-se um estudo teórico acerca dos gêneros

textuais/discursivos, mais precisamente, sobre o gênero meme. Para tal, foram

estudados os autores Cavalcante (2012), Rojo (2012), Marcuschi (2012), Bakhtin

(2003), Dionísio (2011), entre outros autores, Recuero (2007), Lisboa (2015), Sousa

(2015), entre outros. Além disso, foram analisados 5 (cinco) memes. Essa análise

contemplou aspectos voltados para questões ligadas à multissemiose, às relações

dialógicas, à organização temática, às taxonomias etc. A partir da pesquisa

empreendida, foi possível constatar que o gênero meme(s) apresenta uma multiplicidade

de configurações, emanando diferentes propostas de interpretações, dependendo do

contexto social em que circula. Além disso, o gênero apresenta uma composição

peculiar, constituída por recursos semióticos que colaboram no processo de produção

dos sentidos. Assim, o contexto de produção, a mensagem verbal e os elementos

imagéticos se articulam, permitindo ao leitor a identificação do objetivo comunicativo

subjacente ao texto (entretenimento, crítica política, interação entre amigos, manutenção

de contato, etc). Desse modo, o estudo do gênero meme se configura como uma

importante estratégia para a formação de leitores críticos e proficientes.

Palavras-Chave: Gêneros textuais/discursivos. Leitura. Gênero meme(s)

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UMA EXPERIÊNCIA COM O GÊNERO TEXTUAL PROPAGANDA NO

SEGUNDO SEGMENTO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Rita De Cássia Eutrópio Mendonça Bezerra

[email protected]

Centro de Estudos Superiores de Tefé/UEA/AM

O presente relato de experiência tem como objetivo apresentar os resultados de uma das

atividades desenvolvidas no Projeto de Extensão “Os Gêneros Textuais como objeto de

ensino no processo ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa nos anos finais do

Ensino Fundamental”, financiado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Esse projeto foi desenvolvido no Centro de Estudos Superiores de Tefé/AM e teve

como objetivo oportunizar aos professores de Língua Portuguesa dos Anos Finais do

Ensino Fundamental momentos de reflexão acerca dos fundamentos teóricos e

metodológicos que embasam as práticas de linguagem na perspectiva do letramento. A

experiência aqui relatada ocorreu no segundo semestre de 2016 com duas turmas do

segundo segmento da Educação de Jovens e Adultos de uma escola pública situada no

município de Tefé/AM e teve como participantes a professora das turmas e três

acadêmicas de Letras. Assim, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento das

competências e habilidades para a leitura e produção textual desenvolvemos o projeto

“A linguagem e o gênero textual propaganda” cujo objetivo foi oportunizar aos

discentes os conhecimentos dos diferentes usos da linguagem desse gênero textual, bem

como suas estratégias comunicativas. Os referenciais teóricos adotados foram:

Albuquerque (2006), Antunes (2009), Marcuschi (2008), PCN (1988), dentre outros.

Para o desenvolvimento das atividades utilizamos a sequência didática, conforme

proposta por Dolz & Schneuwly (2014), através das seguintes etapas: exposição do

projeto para as turmas, apresentação dos conceitos de tipologias textuais e gêneros

textuais, identificação das características da propaganda, leitura e interpretação de

diferentes modelos de propaganda, elaboração da primeira produção, orientações para a

reescrita, segunda produção, apresentação das propagandas. Na avaliação das atividades

desenvolvidas os alunos evidenciaram a importância do trabalho com gêneros textuais

reais que fazem parte do seu cotidiano, pois através da experiência foi possível

vivenciar uma aprendizagem significativa.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UMA PESQUISA COMO ENSAIO: EXERCITANDO UMA DOCÊNCIA

Leiliane Aparecida Gonçalves Paixão

[email protected]

Mestranda em Educação

Programa de Pós-Graduação em Educação

PPGE/FACED

Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF

O relato que segue destaca a pesquisa intitulada Formação de professores que ensinam

matemática: produção do conhecimento matemático através do dispositivo-oficina e

seus efeitos no ensino e na aprendizagem da matemática na escola

(CAPES/FAPEMIG-Processo: APQ-03416-12). A pesquisa foi ofertada para

professores/as que ensinam matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental e foi

realizada no Núcleo de Educação em Ciência, Matemática e Tecnologia (NEC) da

Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF. O

NEC foi um importante ambiente, pois nos possibilitou ter um espaço interdisciplinar e

dinâmico de formação, pesquisa e interação entre os envolvidos na pesquisa. Utilizamos

também o espaço de uma escola municipal de Juiz de Fora, parceira do projeto. A

pesquisa teve seu início no ano de 2013 e seguiu até 2016 na qual atuei como bolsista de

iniciação científica durante todo o projeto. Durante o andamento da pesquisa,

caminhamos com alguns autores como Ana Paula Roos, Sílvio Gallo, Gilles Deleuze,

Gelsa Knijnik, Maria Anastácio, Ponte, Brocado e Oliveira, Marcelo Borba e Penteado,

Ivete Baraldi, Sônia Clareto e Sá, Margareth Rotondo, Michel Foucault, Virginia

Kastrup, dentre outros. Os estudos contribuíram para propiciar discussões e

prepararmos atividades para o curso de extensão a ser realizado com os professores e as

professoras da escola.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UMA PROPOSTA DE (RE)LEITURA POÉTICA COM AUXÍLIO DO QR CODE

Wesley Henrique Avemédio Filgueiras

[email protected]

Pós-graduando em Mídias na Educação (UFJF)

Este trabalho se propõe a refletir o uso do QR Code como ferramenta educativa,

oferecendo ao aluno um processo de (re)leitura poética diferenciado, despertando-lhe

curiosidade em analisar poesias com ajuda do celular. O projeto foi desenvolvido com

turmas do nono ano do ensino fundamental da Escola Estadual Nyrce Villa Verde de

Magalhães, ao longo do primeiro trimestre de 2017.

Antes do desenvolvimento de tais atividades, o professor, com uso de data-show,

apresentou a história e as principais características do QR Code. Tais códigos são

capazes de armazenar dados e redirecionar o utilizador para conteúdos específicos,

permitindo o acesso a infinitos gêneros orais e escritos.

Os alunos foram divididos em cinco equipes. Por meio de um sorteio, cada grupo ficou

responsável por um cartão que fornecia “pistas” para encontrar o primeiro código, por

exemplo, no cartão havia “O código está debaixo da caixa de giz do seu professor.”

Após encontrá-lo, o discente posicionava a câmera sobre o código e era encaminhado ao

site do professor para a visualização do poema, do questionário e uma série de outros

materiais (pintura, música, releitura, etc.). Além disso, os alunos foram convidados a

fazer uma releitura do poema oferecido.

Após recomendações de uso do recurso, os alunos entraram no site http://br.qr-code-

generator.com/ e colocaram as respostas do questionário juntamente com a releitura do

poema na área reservada para textos, criando um código que, posteriormente, foi

inserido em um documento do Word. Ao término da atividade, os discentes entregaram

o trabalho impresso ao professor.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA COM GÊNEROS TEXTUAIS

ARGUMENTATIVOS PARA O 3º ANO DO ENSINO MÉDIO

Andressa Christine Oliveira Da Silva

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Nívia De Oliveira Paiva

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Neste trabalho, objetivamos relatar uma experiência docente que ocorreu no estágio

supervisionado da licenciatura em Letras-Português. Este estágio foi realizado no

Colégio de Aplicação João XXIII, da Universidade Federal de Juiz de Fora, no ano de

2016, em uma turma do 3º ano do Ensino Médio. Os referenciais teóricos que

embasaram este trabalho foram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino

Médio (BRASIL, 2006); Dolz, Noverraz e Schneuwly (2010) e Mendonça (2006). A

proposta de intervenção de estágio foi organizada em uma sequência de 8 aulas de 50

minutos. Desta sequência, pretendemos relatar as duas aulas que foram ministradas e o

planejamento das outras seis aulas. Nas aulas 1 e 2, trabalhamos com a leitura de

charges e de um artigo de opinião sobre redes sociais. Fizemos também uma discussão

oral e um exercício escrito de compreensão de texto. Na aula 3, trabalharíamos com o

uso de vírgulas no interior de orações em charges, tirinhas e imagens. O objetivo seria

discutir a função da vírgula, a importância de usá-la em certos contextos e como a falta

dela causa problemas de interpretação. Na aula 4, identificaríamos no texto da aula 2 a

função da vírgula em algumas sentenças e faríamos alguns exercícios de consolidação.

Na aula 5, apresentaríamos postagens de redes sociais e faríamos uma discussão sobre

situações semelhantes vistas nas redes sociais dos alunos. Depois, levantaríamos alguns

questionamentos sobre a escrita nas redes sociais, e proporíamos a reescrita das

postagens. Na aula 6, faríamos a correção oral da reescrita e uma proposta de redação

sobre “Vantagens e desvantagens do internetês”, com base na leitura e discussão sobre

dois textos desse tema. Na aula 7, os alunos produziriam o texto dissertativo-

argumentativo. Na aula 8, entregaríamos as redações corrigidas dos alunos, e iríamos

rever e trabalhar com as dificuldades mais recorrentes.

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Caderno de Resumos do IV Colóquio de Letramentos, Linguagem e Ensino

UMA PROPOSTA INTERVENTIVA DE AMPLIAÇÃO DE REPERTÓRIO:

PERSONAGENS PLANOS E ESFÉRICOS EM OBRAS DE MACHADO DE

ASSIS E LIMA BARRETO

Rosane Queiroga Eliotério (Mestranda)

[email protected]

Marco Aurélio De Sousa Mendes (Orientador)

[email protected]

UFJF

O sistema educacional brasileiro passou por uma grande transformação no final do

século XX, incluindo, naturalmente, as escolas de Ensino Fundamental. Os índices

insatisfatórios de alfabetização preocupavam autoridades e estudiosos da área de

linguagem. Pesquisas referentes à aquisição da língua materna e ao processamento da

alfabetização começaram a ganhar notoriedade no meio acadêmico. A tais estudos

agregou-se o termo letramento, que passou a ser objeto de análise de diversos

pesquisadores. Tendo como foco o ensino de literatura, conceitos como letramento

literário, escolarização da literatura e ampliação de repertório passam a ser

fundamentais para que textos dessa modalidade tornem-se mais difundidos e apreciados

em nossas salas de aula, pois como aponta Antonio Candido em O direito à literatura

(2004), esta é uma necessidade universal, um direito e também fator de humanização.

Sabe-se que ao ensino de literatura não se destina o espaço que este merece em nossas

escolas. Além disso, muitos alunos se sentem incapazes de compreender textos mais

complexos e, por conseguinte, veem-se desestimulados a leituras mais densas. Partindo

dessa realidade e da necessidade de modificá-la é que fazemos a proposta de uma

experiência interventiva em uma turma de Nono Ano do Ensino Fundamental da Escola

Municipal Quilombo dos Palmares, de Juiz de Fora, no ano de 2017. Tem-se o objetivo

de incrementar o letramento literário através da ampliação de repertório. Para atingir tal

meta escolhemos uma proposta de trabalho que consiste na apresentação de personagens

planos e esféricos aos alunos. Para tanto, faremos a leitura de obras de dois autores que

fazem parte do cânone brasileiro: Machado de Assis e Lima Barreto. Do primeiro serão

estudados os contos Mariana e Pai contra mãe e, do segundo, o romance Clara dos

Anjos. Devido ao fato de o projeto se encontrar em fase inicial, pretende-se apresentar

para esta comunicação as linhas principais de nossa proposta interventiva, dando ênfase

ao aspecto da Leitura Compartilhada.

Palavras-chave: letramento literário, ampliação de repertório, personagens.