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1 Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Escola de Contas Públicas TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO GOVERNAMENTAL Orientador: Professor Doutor Marcelo Arno Nerling Discente: Neide Massumi Okamoto Leonardi São Paulo - 2012

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Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

Escola de Contas Públicas

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO GOVERNAMENTAL

Orientador: Professor Doutor Marcelo Arno Nerling

Discente: Neide Massumi Okamoto Leonardi

São Paulo - 2012

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Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

Escola de Contas Públicas Curso de Gestão de Políticas Públicas

Pós-Graduação

Trabalho de Conclusão do Curso de Gestão de

Políticas Públicas - Pós-Graduação latu sensu

ministrado pela Escola de Artes, Ciências e

Humanidades da Universidade de São Paulo –

EACH/USP.

Neide Massumi Okamoto Leonardi

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AGRADECIMENTOS

A Deus, Senhor da Vida!

Aos meus queridos Pais pelo amor e por tantos ensinamentos recebidos.

Ao meu esposo e familiares pelo amor, compreensão, paciência, apoio e dedicação.

Ao Orientador Professor Dr. Marcelo Arno Nerling que muito me ensinou para o crescimento acadêmico, profissional e pessoal.

Aos professores que contribuíram para o meu crescimento acadêmico.

Aos amigos e aos novos amigos que fiz no curso.

À Escola de Contas Públicas do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e ao Egrégio Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pela oportunidade em participar do Curso de Gestão de Políticas Públicas - Pós-Graduação latu sensu ministrado pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo – EACH/USP.

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RESUMO

O setor público vem buscando a modernização em suas ações, pela

eficiência, eficácia e efetividade almejadas. O planejamento estratégico é

determinante para o setor público. Os planejamentos estratégicos elaborados de

forma mais conscientes, concisos, inteligentes e mais próximos das realidades são

inevitáveis. Para tal, é preciso traduzi-los em programas, projetos, atividades e

ações com metas mensuráveis, cronogramas e custos para prevenir riscos e corrigir

desvios.

Palavras-chave: planejamento estratégico governamental, gestão pública,

indicadores.

5

SUMÁRIO

RESUMO

INTRODUÇÃO.............................................................................. 6

CAPÍTULO I – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

1. Histórico.................................................................................... 8

2. Conceito de planejamento estratégico...................................... 10

3. Como planejar? ........................................................................ 11

3.1 A complexidade de planejar ............................................... 18

3.2 A finalidade ........................................................................ 20

3.3 Instrumentos de controle ................................................... 21

3.4 Indicadores de desempenho............................................... 22

3.4.1 Potencialidades e limitações dos Indicadores de desem-

penho ........................................................................... 23

3.5 Custos dos gastos............................................................... 29

3.5.1 Gestão do gasto público ......................................... 29

3.5.2 Sistemas de custos ................................................. 32

CAPÍTULO II – PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO E SUA TRADUÇÃO EM PEÇAS ORÇAMENTÁRIAS

1. A norma constitucional ............................................................. 34

2. Princípios orçamentários .......................................................... 35

3. Plano Plurianual - PPA ............................................................. 37

4. Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO .................................... 41

5. Lei Orçamentária Anual - LOA ................................................. 46

6. Programas ................................................................................ 51

7. Projetos .................................................................................... 52

8. Atividades/Ações ..................................................................... 52

9. Lei de Responsabilidade Fiscal ............................................... 53 9.1 Objetivo .............................................................................. 55

9.1.1 Evitar riscos ............................................................. 56

9.1.2 Corrigir desvios ........................................................ 59

CONCLUSÃO ............................................................................... 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 65

6

INTRODUÇÃO

O planejamento governamental no Brasil está deixando de ser uma peça

imitativa, imaginária, de utilização de política eleitoreira ou dependente da vontade

do gestor de diferentes interesses, que podem ou não viabilizar politicamente o

cumprimento das ações do programa.

A reforma do Estado reforçou, por meio de legislação, o planejamento

estratégico e indicadores de desempenho.

Mudança sentida com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal e

com a edição da Portaria nº 42, de 14/04/1999, pelo Ministério do Orçamento e

Gestão, dispondo sobre a mensuração dos programas estabelecidos no plano

plurianual por indicadores de desempenho.

O planejamento também se tornou o principal instrumento de controle dos

gastos públicos para prevenir déficits imoderados, reduzir o estoque da dívida, dar

transparência na aplicação do erário e preservar o patrimônio público (planejamento

orçamentário).

Contudo, ainda há um caminho a percorrer em busca da eficiência,

eficácia e efetividade das políticas públicas nas diversas esferas governamentais,

por meio de planejamentos estratégicos, como, por exemplo, pelos métodos de

planejamento estratégico ZOPP (Planejamento de Projeto Orientado para Objetivos)

ou PES (Planejamento Estratégico Situacional), que trouxeram dentre as diversas

inovações o planejamento participativo.

O planejamento governamental deve ser elaborado mediante estudos

estratégicos para a solução dos problemas detectados em diversas áreas,

norteando o que se deve realizar de forma transparente, séria, dando subsídio aos

gestores.

O planejamento estratégico além de antever fatos futuros, vem reunir o

acompanhamento, correção de desvios, estabelecimento de metas mensuráveis e

cronograma das etapas a serem cumpridas para o atingimento do objetivo proposto.

Igualmente importante é o controle e a avaliação da qualidade da gestão

pública, verificando-se o atingimento total, parcial ou não da finalidade

governamental planejada e traduzida em orçamentos.

7

Verificamos a importância do Controle Externo e o Controle Interno,

cabendo a este último o acompanhamento, controle e avaliação da qualidade da

gestão pública.

O Egrégio Tribunal de Contas do Estado de São Paulo edita a Resolução

nº 02/2011, que aprova os Planos Estratégicos do Tribunal de Contas do Estado de

São Paulo (Plano Estratégico Institucional e Plano Estratégico de Tecnologia da

Informação) para o período de 2011 a 2015, iniciando o Ciclo de Gestão

Estratégica.

A Gestão Estratégica é a articulação dos ativos de uma organização, com

a finalidade de definir e alcançar uma visão de futuro, cumprir sua missão

constitucional e alcançando todo o seu potencial.

Devemos considerar o Planejamento estratégico como suficiente? É o

que veremos.

8

CAPITULO I – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

1. HISTÓRICO

Os direitos individuais, coletivos e sociais dos cidadãos brasileiros

foram ampliados com a Constituição Federal de 1988, impondo assim ao Estado

Brasileiro a necessidade de modernização para satisfazer as demandas.

Na classe política brasileira criou-se um consenso na década de 90

quanto à necessidade de reformar o Estado, como modificar a Constituição Federal

e editar novas leis, nos campos político, administrativo, previdenciário, tributário e

financeiro.

Restou aprovadas a reforma administrativa e previdenciária, inclusive

com a introdução de novos dispositivos de finanças públicas. (TCESP, 2009a)

No processo de reformas, o Ministério da Administração Federal e

Reforma do Estado – MARE surgiu na primeira gestão do Presidente Fernando

Henrique Cardoso, comandado pelo ministro Bresser-Pereira e extinguiu no começo

da segunda gestão, existindo de 1995 a 1998. (ABRUCIO, 2007)

No tocante ao planejamento surgiu a Lei de Responsabilidade Fiscal,

determinada pelo art. 30 da Emenda Constitucional nº 19, de 05 de junho de 1998,

modernizando a legislação financeira, e, com a Portaria nº 42, de 14 de abril de

1999, conforme dispõe em seu artigo 2º, alínea “a”, a mensuração dos programas

no PPA por Indicadores de Desempenho.

Com a mensuração dos programas no PPA, determinada pela Portaria

nº 42, de 14 de abril de 1999, de simples peça fictícia e de manipulação total do

gestor torna-se instrumento de controle da gestão pública, não apenas pela

imposição legal, mas pela transformação cultural.

Com uma estrutura hierárquica rígida, de impessoalidade e de

formalismo dogmático, a administração governamental, desde as primeiras décadas

do século XX, atendia às necessidades administrativas do Estado, pautadas em

Max Weber e sua “Escola Burocrática de Administração”, tendo como a maior

preocupação o controle da rês pública, a execução do orçamento. A oferta dos

serviços públicos era bem reduzida.

9

A administração governamental, com o passar do tempo, foi tornando-

se obsoleta, principalmente com o avanço da área da informática e da globalização

da economia.

Os modelos econômicos apresentaram-se superados, como Welfare

State modelo difundido entre os países nórdicos (finalidade era o bem estar do

cidadão) e o liberalismo (pouca intervenção do Estado na economia – Estado

mínimo).

Surge o Consenso de Washington, em 1989, com um conjunto de

medidas neoliberais, com a necessidade de controle do déficit publico e da

eliminação da dívida pública, passando a função do Estado de mero executor para

“regulador”, para atender às novas necessidades.

Introduzindo conceitos de planejamento, organização, direção e

controle no âmbito de um novo modelo de administração pública, a administração

gerencial, e priorizando os seguintes aspectos:

a) · Planejamento dos gastos públicos;

b) · Equilíbrio das contas;

c) · Prevenção dos riscos fiscais;

d) · Transparência;

e) Participação da sociedade no processo. (TCESP, 2009, b)

O grande objetivo dos constituintes foi transformar o orçamento num

verdadeiro instrumento de planejamento da administração pública nas três esferas

de governo, introduzindo na nova Constituição de 1988 muitos dispositivos sobre

matéria orçamentária. A inter-relação dos instrumentos que compõem o processo de

planejamento do setor público é o Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes

Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA. (FUNDAP/TCESP, 2009a)

10

2. CONCEITO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Conceitualmente, planejar significa delinear um direcionamento visando

atingir um objetivo, considerando-se os riscos e oportunidades que influenciarão na

decisão e no resultado. (TCESP, 2009b)

O planejamento é uma metodologia pela qual se estabelecem e decidem

os objetivos, tendo como foco a solução de problemas identificados, determinando

previamente as ações e os materiais, humanos e financeiros necessários.

Resumindo, o planejamento procura definir o que e como fazer, utilizando

racionalmente os recursos e atingindo os objetivos almejados com eficiência,

eficácia, efetividade e humanização. E sobre este conceito temos as seguintes

considerações:

a) Planejamento como um processo decisório sistematicamente

desenvolvido antecipadamente, definindo os objetivos a serem

atingidos e decisões a serem adotadas.

b) Planejamento como uma metodologia para uniformizar procedimentos

básicos de ação para um lógico processo de decisão.

(FUNDAP/TCESP, 2009a)

Com a reforma do Estado procurou-se introduzir o planejamento

estratégico e os indicadores de desempenho por meio da legislação como a seguir:

a) conforme definido no art. 165 da Constituição Federal, introduziu-se o

planejamento estratégico determinando um novo formato para o orçamento, com a

obrigatoriedade de leis voltadas ao plano plurianual (inciso I), às diretrizes

orçamentárias (inciso II) e aos orçamentos anuais (inciso III);

b) a Portaria MOG nº 42/99, de 14/04/1999, pelo Ministério do Orçamento

e Gestão, veio dispor sobre a mensuração dos programas estabelecidos no plano

plurianual por indicadores de desempenho e de outras exigências como as metas

fiscais.

11

O planejamento estratégico além de antever fatos futuros, vem reunir o

acompanhamento, correção de desvios, estabelecimento de metas mensuráveis e

cronograma das etapas a serem cumpridas para o atingimento do objetivo proposto.

A elaboração do planejamento estratégico requer conhecimentos técnicos

altamente especializados, porque é a materialização da proposta política.

No Brasil, o planejamento governamental está deixando de ser uma peça

imaginária de utilização de política eleitoreira ou a disposição da vontade do gestor

de diferentes reações de apoio ou rejeição, para ser instrumento de controle da

gestão publica. Essa grande mudança foi sentida com o advento da Lei de

Responsabilidade Fiscal e com a edição da Portaria nº 42, de 14/04/1999. (TCESP,

2009b)

A Constituição Federal já havia disposto em 1988, no artigo 174, que

como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na

forma da lei, além das funções de fiscalização e incentivo, o planejamento, sendo o

planejamento determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

E no seu parágrafo 1º, dispõe que a lei estabelecerá as diretrizes e bases

do planejamento do desenvolvimento nacional de forma equilibrada, incorporando

e compatibilizando os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. (NERLING,

2010)

3. COMO PLANEJAR? O planejamento estratégico deve cercar os seguintes itens:

a) Análise da situação interna e externa;

b) Diagnóstico dos problemas mais significativos da sociedade e da

organização;

c) Identificação da missão fundamental da administração como elemento

definidor de prioridades políticas;

d) Definição e articulação dos objetivos básicos em escala de prioridades;

e) Mensuração do sucesso possível em termos de realização do planejamento;

f) Elaboração de calendário para a consecução das estratégias;

12

g) Mensuração e avaliação dos resultados;

h) Replanejar, corrigindo os desvios e imprevistos. (CAVALHEIROS & FLORES,

2001)

Nos três níveis de planejamento podemos identificar em qual instância

ocorre no processo decisório:

a) Nível estratégico: ocorre em escalões mais elevados do planejamento,

indicando o que deve ser feito tendo em vista o ideal da administração,

baseado nas aspirações das pessoas e dos sistemas sociais envolvidos e

interessados, sem a preocupação com o período em que devam ser atingidos

os objetivos, servindo como indicativo do que foi proposto. Realizado sob a

coordenação do órgão central de planejamento e participação da alta cúpula

da administração para que tornem as decisões legitimadas, tornando viáveis

nos demais níveis de planejamento.

Enquadrados neste nível o processo decisório de estabelecimento de

diretrizes, objetivos e metas e a elaboração do Plano Plurianual.

b) Nível tático: o segundo nível do processo decisório, com objetivo de definir o

que pode ser feito no idealizado no nível estratégico dentro do intervalo de

tempo, adequando-os com as restrições financeiras, organizacionais e

tecnológicas. Enquadram-se neste nível a elaboração da Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), delimitado pelo

que deve ser feito e definindo o que pode ser feito sob as circunstâncias

financeiras e conjunturais do exercício.

c) Nível operacional: delimitado pelo que deve e o que pode ser feito,

estabelecidos nos níveis estratégico e tático, definindo o que será feito no

exercício financeiro Tendo como principal característica o detalhamento das

decisões do nível tático, preocupando-se com a implementação operacional

do que será realizado, fixando as ações para atingimento das metas. É

desempenhado pela execução orçamentária e acompanhado pelo órgão

central de orçamento para adoção de medidas corretivas para cumprimento

das metas, caso contrário realimentar o órgão de planejamento com as

13

informações necessárias à reavaliação e até a alteração do Plano Plurianual

(PPA).

Quanto às etapas do planejamento, indicam a metodologia a ser adotada

para uma coerente definição e detalhamento dos objetivos da administração, como

a seguir:

a) Diagnóstico: de grande importância porque proporciona informações

imprescindíveis à formulação de objetivos e estratégias, identificando a

realidade do campo de ação da administração com análises retrospectivas e

prospectivas da situação social, econômica, tecnológica e organizacional.

b) Definição de objetivos: de sua eficiência, depende a eficácia do processo de

planejamento, devendo distinguir os objetivos globais dos objetivos meio.

Os objetivos globais são a manifestação dos serviços principais que a

organização propõe a prestar, definindo de forma clara os aspectos de

natureza e qualidade, e principalmente, dando amplo conhecimento da

administração. Como exemplo dos objetivos globais, reduzir o índice de

mortalidade infantil. Geralmente ocorre no nível estratégico, em escalões

superiores da administração.

E os objetivos meio identificam detalhadamente as ações para se atingir os

objetivos globais. Por exemplo, a indicação da necessidade de construção de

postos de saúde para se atingir a redução do nível de mortalidade infantil

estipulado no objetivo global. O objetivo meio ocorre no nível tático e no nível

operacional.

c) Estratégias: instrumentos utilizados para a execução racional das atividades

programadas devem ser formulados em todos os níveis da administração

com base nas políticas definidas pelos escalões superiores, tendo como

finalidade a exploração das potencialidades da organização e redução das

suas vulnerabilidades.

d) Planos globais de desenvolvimento: documento que consolida as diretrizes

gerais para nortear a administração para alcançar, a médio e em longo prazo,

os objetivos globais, dos objetivos meio e das metas.

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e) Planos operacionais: é o seccionamento periódico dos planos globais,

geralmente anual, priorizando as metas, a curto prazo, em conseqüência da

limitação econômica, de recursos humanos e materiais. Tendo-se os

orçamentos anuais e o seu detalhamento como instrumento de controle do

processo de viabilização e de planejamento.

f) Acompanhamento: para verificar se as ações estão sendo realizadas se os

meios utilizados e os insumos estão de acordo com o esperado, e se adota

as medidas corretivas necessárias para atingir as metas.

g) Avaliação: verificar se os objetivos estão sendo alcançados e se as ações

estão surtindo os efeitos planejados, e se for o caso, realimentar o processo

de planejamento para redefinição dos objetivos e das metas.

Relativamente ao planejamento, a Constituição Federal, em seu artigo

165, determina que o plano plurianual; as diretrizes orçamentárias e os orçamentos

anuais serão estabelecidos por intermédio de lei de iniciativa do Poder Executivo.

Para o processo decisório transcorrer normalmente, dependerá da

adequada estruturação dos órgãos envolvidos no processo de planejamento,

atingindo a eficácia do princípio da inter-relação dos instrumentos de planejamento

no setor público, conforme estabelecida na Constituição Federal de 1988,

diferentemente das anteriores. (FUNDAP/TCESP, 2009a)

Dentre os diversos métodos de planejamento existentes, abordaremos o

método ZOPP (Planejamento de Projeto Orientado para Objetivos) e o PES

(Planejamento Estratégico e Situacional).

I. MÉTODO ZOOP - Planejamento de Projeto Orientado para Objetivos

Trata-se de um método de planejamento participativo de projetos, muito

difundido em todo mundo, caracteriza-se por sua flexibilidade e adaptabilidade em

diversas situações. (COELHO, Fernando, 2010)

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Três elementos diversos integram este método: Marco Lógico, o

instrumental METAPLAN (dividido em dois grupos como técnicas de Visualização e

Moderação) e a sistemática básica de planejamento.

Além da eficácia pela integração destes três elementos e na integração

do método com outros instrumentos de gerência de projetos, tem-se o uso de forma

participativa envolvendo pessoas e organizações com o projeto na troca de

informações, experiências e idéias para a tomada de decisão e na gestão das ações

planejadas.

O método ZOPP está dividido em duas fases:

1. Fase de diagnóstico chamada “análise da situação”, além de proporcionar o

nivelamento entre os participantes, compreende os seguintes passos de

levantamento e sistematização utilizados com diferentes técnicas, conforme a

situação:

a.1. análise de envolvidos: mapeamento dos principais atores (quem está

envolvido?). Nesta análise é importante identificar, analisar e conhecer os

interesses dos diversos atores envolvidos.

a.2. análise de problemas: mapeamento da situação atual (quais os principais

problemas?). Importante determinar claramente qual o enfoque a ser

analisado, se na totalidade e complexidade do problema ou a partir de um

segmento específico. O objetivo da análise do problema é identificar e delinear

os problemas centrais e correlatos (que aparecem em consequência) causa e

efeito.

a.3. análise de objetivos: mapeamento dos possíveis objetivos (qual nossa visão do

futuro?). É o estabelecimento da situação futura desejada (realista) com

solução ou abrandamento dos problemas atuais.

a.4. análise de alternativas: mapeamento das alternativas (quais as estratégias

possíveis?). Nesta etapa definem-se as prioridades preestabelecidas para

compor a estratégia do projeto na fase de planejamento, também, permite

escolher diversas e possíveis abordagens para a solução de problemas.

16

2. Fase de planejamento compreende o Marco Lógico e Matriz de

Planejamento do Projeto MPP.

O planejamento começa pela escolha de uma estratégia e o seu

detalhamento é feito em um marco lógico e depois na construção da matriz de

planejamento do projeto.

O marco lógico foi desenhado na tentativa de reunir as informações

essenciais de um projeto com definição de apenas um objetivo e deixando bem

clara a governabilidade dos gestores com relação aos efeitos e impactos

planejados.

A matriz deve ser construída com precisão, resumindo a estratégia do

projeto, os possíveis riscos externos e os indicadores para aferição do desempenho,

representando um instrumento importante de comunicação (interna e externa) do

projeto e o centro da gerência do projeto.

A inovação trazida com o Marco Lógico está na sua estrutura lógica,

realizada com extensiva discussão necessária para atender à sua lógica interna.

A matriz compõe-se da seguinte forma:

Na estratégia do projeto: objetivo, superior (impacto), objetivo do projeto

(efeitos), os resultados (produtos e serviços do projeto); atividades necessárias para

a produção dos produtos e serviços. A responsabilidade dos gestores se limita à

execução das atividades e à produção dos produtos e serviços, sendo que os

efeitos e impactos estão fora da governabilidade dos gestores.

Os pressupostos (elementos de risco) são definidos, trata-se de ações

que devem ocorrer e que contribuem para os efeitos e impactos. Dentre outros

objetivos, alertar à alta gerência sobre os possíveis riscos ao projeto.

E por último são sistematizados os indicadores para o acompanhamento

do projeto e a aferição do alcance dos objetivos. (MINGUILLO, s.d.)

II. MÉTODO PES – Planejamento Estratégico Situacional

O planejamento tradicional realiza-se na capacidade de predição, ignora

a política, o economista acredita que conhece planejamento se dominar o seu

próprio campo profissional.

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Segundo o Economista Chileno Carlos Matus, o raciocínio determinista

do planejamento tradicional é simples e perigoso, e por simples está implantado nas

cabeças que adoram a estática dos problemas bem-estruturados que têm soluções

objetivas precisas. Afirma também que “essas teorias não são inocentes. De início,

mutilam a realidade no papel, em nossas cabeças, mas uma vez implantadas, em

sua cegueira, passam a mutilar a própria realidade, a vida.” (p.23). (MATUS, 1996)

O Método do Planejamento Estratégico e Situacional – PES,

sistematizado originalmente pelo Economista Chileno Carlos Matus, é um potente

enfoque metodológico, com princípios e visões filosóficas sobre a produção social, a

liberdade humana e o papel dos governos, governantes e governados.

Os elementos fundamentais e diferenciadores do PES em relação a

outros métodos de planejamento são a análise de problemas, a identificação de

cenários, a visualização de outros atores sociais, a ênfase na análise estratégica.

Ao contrário de outros métodos ditos estratégicos, consideram-se na

análise estratégica as questões relativas às relações de poder entre atores sociais,

a variável política é importante para a viabilidade e vulnerabilidade do Plano,

fazendo parte indissociável da produção políticas públicas e do relacionamento

entre staff político-dirigente o quadro de funcionários permanentes. (MATUS, 2007)

O PES é um planejamento público integral que procura assegurar as

condições para avaliar a ação do governo, garantir o enfrentamento mais eficaz dos

problemas, identificar as causas do êxito ou do fracasso do governo, identificar as

causas do êxito ou do fracasso do governo, identificar, localizar e corrigir falhas na

ação governamental, avaliar ou alterar objetivos e metas, enfrentar contingências e

crises. (CÔRTE, 2011)

Constantemente pressupõe-se adaptação do PES a cada situação onde

é aplicado. Resumidamente são trabalhados da seguinte forma:

Momento Explicativo: (antigo “diagnóstico”): análise do Ator que planeja

(limites e potencialidades, ambiente interno e externo), seleção de problemas

estratégicos, seleção das causas fundamentais – chamadas de Nós Críticos,

construção da Árvore de Resultados a partir de uma Situação-Objetivo definida pelo

grupo.

18

Momento Operacional: desenhar ações ou projetos concretos sobre

cada Nó Crítico (Operações do Plano), definindo os recursos necessários, os

produtos esperados e os resultados previstos.

Momento Estratégico: analisar os Atores Sociais envolvidos no Plano,

seus interesses, motivações e poder, definir a estratégia possível, construir

viabilidade estratégica para atingir a Situação-Objetivo.

Momento Tático-Operacional (sistema de gestão): debates sobre as

formas organizativas, a sua cultura e o modus operandi da organização, garantindo

a execução do plano. (MATUS, 2007.)

3.1 A COMPLEXIDADE DE PLANEJAR

Na prática, o planejamento estratégico apresentou sérias limitações,

apesar de alguns avanços conquistados nos últimos anos.

Segundo autores renomados da Ciência da Administração e da Ciência

Política como Idenburg, Quinn, Mintzberg e Wildavsky, a forma em que foi

concebido o modelo e as suas formulações como o orçamento-programa, por

exemplo, não conseguem abranger todas as variáveis ambientais que permitem a

sua própria execução. Não considerando a complexidade do ambiente totalmente,

há distanciamento da execução que é a limitação do modelo. (ESAF/MP, 2011)

A Constituição Federal de 1988 trouxe algumas novidades para o

orçamento, destacando-se a consolidação do processo de planejamento, com a

instituição de três instrumentos que se interagem: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de

Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

Trouxe um avanço, dando ao orçamento público maior importância dentro

do processo de desenvolvimento do País, por outro lado, algumas complexidades

preexistentes e outras surgidas após a Constituição não foram devidamente

equacionadas, prejudicando a obtenção dos resultados esperados.

São complexidades decorrentes, em parte, de algumas imperfeições

existentes no texto constitucional, mas a maioria reside na falta da regulamentação

19

prevista no art. 165, § 9º. A Constituição Federal continua recepcionando a Lei nº

4.320, de 17 de março de 1964. (NERLING, 2010a)

O único texto regulamentador do processo orçamentário brasileiro,

mesmo com as contribuições trazidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, é a

Constituição, trazendo a criação do Plano Plurianual e da Lei de Diretrizes

Orçamentárias.

A título de exemplo das dificuldades imensas para aplicação de

determinados conceitos tem-se as expressões “delas decorrentes” e “programas de

duração continuada” que aparecem no texto do art. 165, § 1º, da Constituição, que

conceitua o Plano Plurianual, provocando muita confusão e gerando diversas

interpretações entre os técnicos que tratam do assunto.

Outra complexidade é a criação do chamado orçamento da seguridade

social, se existe o orçamento fiscal, que abrange todos os poderes da União, seus

fundos e órgãos da administração direta e indireta, confundindo a idéia do princípio

da unidade dos orçamentos por esfera de governo, como seria elaborado um outro

orçamento abrangendo apenas a seguridade social. No Governo Federal a

implementação do orçamento da seguridade social não se efetivou, apresentando

apenas os demonstrativos na lei orçamentária, designando dotação para os dois

orçamentos, fiscal e seguridade social. Ignorada nas demais esferas, principalmente

nos municípios.

No planejamento orçamentário, o orçamento público é considerado um

instrumento de difícil compreensão, de entendimento restrito aos especialistas da

área, porém, não deveria representar tarefa das mais complexas a análise de um

documento que simplesmente apresenta receitas e despesas.

Em análise mais profunda dos orçamentos públicos evidencia algumas

dificuldades de interpretação, sendo a principal causa a longevidade da Lei Federal

nº 4.320/64, reguladora dos balanços e orçamentos públicos. Ocorreram várias

alterações na técnica de elaboração orçamentária, na abrangência dos gastos

públicos, na ampliação da administração indireta e no próprio texto constitucional,

sem que essa Lei merecesse uma ampla reformulação para adequar-se às novas

situações.

Do ponto de vista programático, aumentou e melhorou o nível de

detalhamento programático, contudo aumentou a complexidade para interpretação,

20

particularmente pelo excesso de codificação, que dificulta a sua transparência.

Melhor forma seria a elaboração de orçamento mais agregada, deixando o

detalhamento na fase de execução, facilitando o processo de elaboração pelo Poder

Executivo e análise pelo Poder Legislativo. (FUNDAP/TCESP, 2009a)

3.2 A FINALIDADE

O planejamento é um processo e não uma etapa da administração, pois

após a mensuração e avaliação dos resultados, a administração deve corrigir os

desvios, os erros de planejamento, modificar ações, redefinir indicadores e adequar

o planejamento.

O planejamento estratégico deve contemplar a situação atual, o que e

quanto atender da necessidade de serviços e obras da população, e como chegar

ao planejado.

Um dos principais princípios da Reforma do Estado é a administração por

resultados dos programas de governo utilizando o planejamento como ferramenta,

introduzido pela Portaria do Ministério e Orçamento e Gestão nº 42, de 14/04/1999,

combinada com a Lei Complementar nº 101, de 04/05/ 2000.

A demonstração de resultados por acompanhamento dos indicadores de

desempenho e dos custos dos programas de governo. (CAVALHEIRO & FLORES,

2001)

No setor público o orçamento é tido como a única etapa do sistema de

planejamento, considerado como mero instrumento legal. Pouco destaque como

uma das etapas do planejamento para alocação racional e gerenciamento dos

recursos públicos, visando à prestação de serviços que devem ser colocados à

disposição da população.

Pela ausência de um efetivo processo de planejamento do setor público

há forte predominância do enfoque financeiro que é dado aos orçamentos públicos.

Por essa razão a elaboração orçamentária que deveria ser viável e compatível com

as metas estabelecidas no processo decisório (PPA) com recursos disponíveis,

passa exercer simultaneamente orçamentação e planejamento.

21

O conhecimento do planejamento é muito importante para que ele seja o

processo decisório do que devem ser compostos os orçamentos anuais,

principalmente ser contemplados com dados físicos, ficando para o órgão

orçamentário a função de tornar viáveis os recursos necessários para os programas

previamente aprovados nas etapas anteriores do processo.

As metas estabelecidas no Plano Plurianual, anualmente, deverão ser

priorizadas para definir, mediante a disponibilidade de recursos, quais as que

deverão ser viabilizadas em cada exercício.

Dentre os objetivos da LDO é a inter-relação entre plano e orçamento e

possibilitar a coerência entre os planos de longo, médio e curto prazo.

A Constituição Federal prevê o Plano Plurianual como instrumento legal

para estabelecer diretrizes, objetivos e metas, a Lei de Diretrizes Orçamentárias

como mecanismo para priorizar as metas determinadas no plano, e a Lei

Orçamentária Anual como instrumento de viabilização dos recursos necessários

para atingimento de metas previstas. (FUNDAP/TCESP, 2009a)

3.3 INSTRUMENTOS DE CONTROLE

O planejamento apresenta-se como um instrumento de controle da

administração pública para uma gestão equilibrada e responsável, tendo em vista a

principal preocupação do modelo econômico adotado por muitas nações, bem como

do Brasil, o déficit público e a dívida pública.

O planejamento orçamentário tornou-se o principal instrumento de

controle dos gastos públicos para prevenir déficits imoderados, reduzir o estoque da

dívida, dar transparência na aplicação do erário e preservar o patrimônio público.

(TCESP, 2009b)

Os orçamentos anuais e seu detalhamento são instrumentos usuais de

controle do processo de viabilização e controle do processo de planejamento.

(FUNDAP/TCESP, 2009a)

22

Para atender as novas necessidades, o Estado sentiu que deveria mudar

a filosofia de administração, introduzindo conceitos de planejamento, organização,

direção e controle do novo modelo de administração pública, a administração

gerencial, priorizando os aspectos como planejamento dos gastos públicos,

equilíbrio das contas, prevenção dos riscos fiscais, transparência, e participação da

sociedade no processo.

Proposta pela Emenda Constitucional nº 19/98, em 1990, a reforma do

Estado procurou introduzir o planejamento como instrumento da administração

gerencial por meio da legislação, mas não somente pela imposição legal, e sim pela

evolução tecnológica na área da informática e pela globalização da economia:

a) O planejamento estratégico na sua administração, definido no art. 165 da

Constituição Federal, ao prescrever um novo formato para o orçamento,

instituindo a obrigatoriedade da criação de leis voltadas ao plano plurianual

(inciso I), às diretrizes orçamentárias (inciso II) e aos orçamentos anuais

(inciso III), além de antever fatos futuros, engloba acompanhamento,

correção de desvios, estabelecimento de metas mensuráveis e cronograma

das diversas etapas a ser cumprido para se atingir o objetivo proposto.

b) Os indicadores de desempenho mediante a edição da Portaria MOG nº

42/99, além das novas exigências trazidas pela LRF (metas fiscais, por

exemplo).

Além de antever fatos futuros, o planejamento estratégico envolve

acompanhamento, correções de desvios, estabelecimento de metas mensuráveis e

cronograma das diversas etapas a serem cumpridas para atingir o objetivo proposto.

(TCESP, 2009b)

3.4 INDICADORES DE DESEMPENHO

A Lei nº 4.320 de 1964 e a Constituição Federal de 1988 já previam o

planejamento, mas com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal e

principalmente com a edição da Portaria nº 42, de 14/04/1999 em seu artigo 2º,

23

alínea “a” com a mensuração dos programas a ser estabelecido no PPA por

Indicadores de Desempenho, o planejamento tornou-se efetivo instrumento de

controle de gestão pública. (TCESP, 2009b)

Os indicadores de desempenho (ID) são usados para medir

economicidade, eficácia, eficiência e efetividade na auditoria operacional.

Podemos definir o indicador de desempenho como um número,

percentagem ou razão que mede um aspecto do desempenho, para se comparar

este indicador com metas preestabelecidas.

Com esses indicadores pode-se ter uma visão geral do desempenho que

se deseja medir e atingir as metas.

As informações sobre desempenho são essencialmente comparativas,

isto é, não podemos apenas considerar como desempenho o conjunto de dados

isolado, mostrando os resultados alcançados por uma instituição, necessário o

confronto com as metas do governo ou os padrões preestabelecidos, ou com outras

organizações do mesmo ramo de atividade, ou ainda realizar uma comparação com

os resultados alcançados em períodos anteriores, obtendo-se uma série histórica

para análise. (LEITE, 2011)

3.4.1. POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DOS INDICADORES DE

DESEMPENHO

A utilização de indicadores de desempenho (ID) é uma técnica

relacionada com o conceito de accountability (responsabilização) de desempenho.

(NERLING, 2011)

Com os indicadores tem-se uma visão clara sobre o resultado desejado

com o programa de governo e o que as instituições públicas e os programas devem

entregar ou produzir.

Para a sociedade, os IDs contribuem para a transparência e controle

sobre como estão sendo usados os recursos públicos e sobre quais resultados

estão sendo alcançados.

24

Por outro lado, para a organização pública, os indicadores fazem parte do

sistema de feedback sobre desempenho e alimentam o processo de aprendizagem

organizacional.

E, para os órgãos de controle, os bons sistemas de monitoramento e

avaliação, dos quais os indicadores fazem parte, servem para avaliar os resultados

alcançados nos programas de governo.

Portanto, o ID é uma ferramenta de planejamento e de controle.

Para a construção e uso de ID tem-se como a principal limitação, a

natureza da atividade, para se medir o desempenho e avaliar o que e quanto atingiu

das metas.

Nem sempre os IDs representam medição direta do desempenho, mesmo

que de um único de seus aspectos, como exemplo, a medição direta de eficácia do

ensino fundamental como o número de alunos matriculados no ensino fundamental.

Ou, sobre aspectos mais amplos do desempenho, como a efetividade,

como quando se usa o “índice de repetência” como um dos fatores a serem

considerados na formação de opinião sobre a efetividade do ensino fundamental.

Em medição indireta, é necessário o conhecimento dos pressupostos em

que se baseia o uso do indicador. A relação entre o indicador e o resultado que se

deseja medir deve estar fundamentada em conhecimento técnico-científico aceito.

Quanto à classificação dos IDs, faz-se com base na dimensão de

desempenho a qual ele mais se relaciona.

As definições de ID como medidores de efeitos ou benefícios ao público

referem-se aos indicadores de efetividade.

Como a auditoria de desempenho também trata de outras dimensões,

além dos indicadores de efetividade, temos indicadores de eficiência, eficácia e

economicidade:

a) indicador de economicidade – mede o custo dos insumos e os recursos

alocados para a atividade;

b) indicador de eficácia – mede quantidade de produto, alcance metas de entrega

de bens e serviços;

c) indicador de eficiência – mede relações entre quantidade de produto e custo dos

insumos ou características do processo, como o tempo de produção;

d) indicador de efetividade – mede o alcance dos objetivos finalísticos, traduzidos

em solução ou redução de problemas na sociedade. (TCU, 2010)

25

Quanto à natureza do ente indicado, temos os indicadores insumo, fluxo e

produto:

1) Indicador-insumo: medidas associadas à disponibilidade de recursos humanos,

financeiros ou equipamentos alocados em um programa social - número de leitos

hospitalares por mil habitantes; número de professores por quantidade de

estudantes; gasto monetário per capita nas diversas áreas de política social.

2) Indicador-processo ou fluxo: indicadores intermediários que traduzem em

medidas quantitativas o esforço operacional de alocação de recursos humanos,

físicos e financeiros para a obtenção de melhorias efetivas de bem-estar, como o

número de consultas pediátricas por mês, número de matrículas, merendas

escolares distribuídas diariamente por aluno ou ainda homens-hora dedicados a um

programa social.

3) Indicador-resultado: são os vinculados aos objetivos finais dos programas

públicos, avaliam a eficácia do cumprimento das metas especificadas, como, por

exemplo, a taxa de mortalidade infantil, cuja diminuição espera-se verificar com a

implementação de um programa de saúde materno-infantil.

4) Indicador-impacto: referem-se às dimensões empíricas da realidade social,

resultantes de processos sociais complexos (nível de pobreza, esperança de

vida ao nascer, etc.) ou avanço e retrocessos de políticas sociais implementadas.

Por exemplo: a redução da incidência de doenças na infância ou a melhoria do

desempenho escolar futuro, efeitos decorrentes de atendimento adequado da

gestante e da criança recém-nascida em passado recente.

Os Indicadores podem ser Subjetivos (Qualitativos) e Objetivos

(Quantitativos):

• Indicadores Subjetivos (qualitativos): são as medidas construídas a partir de

avaliações subjetivas, como a taxa de confiança nas instituições

democráticas, taxa de rejeição de determinado político, indicadores de

satisfação sobre determinado programa, etc.

• Indicadores objetivos (quantitativos): são as ocorrências concretas e

empíricas, como a taxa de analfabetismo, de cesarianas no SUS, etc.

Os indicadores subjetivos e objetivos podem apontar tendências

diferentes como, por exemplo, famílias de baixa renda para avaliação das condições

26

de vida, podem emitir juízos paradoxalmente mais positivos que uma análise

baseada em indicadores objetivos de rendimentos e de infraestrutura domiciliar.

(LEITE, 2011)

Geralmente o indicador social é uma medida quantitativa com significado

social próprio, com informação sobre um aspecto ou mudança da realidade,

servindo também para subsidiar as atividades de planejamento público e formulação

e reformulação de políticas publicas nas diferentes esferas de governo,

possibilitando ainda o acompanhamento das condições de vida e bem-estar da

população por parte do poder público e sociedade civil e permitem aprofundamento

da investigação acadêmica sobre a mudança social e sobre os determinantes dos

diferentes fenômenos sociais. (CARLEY, 1985 Apud MILES, 1985).

O indicador social deve ter um grau de cobertura populacional adequado

para sua finalidade, deve ser sensível a políticas públicas implementadas, específico

a efeitos de programas setoriais, inteligível para os agentes e públicos-alvo das

políticas, atualizável periodicamente, a custos factíveis, ser amplamente

desagregável em termos geográficos, socio-demográficos e socioeconômicos e

gozar de certa historicidade para possibilitar comparações no tempo (OMS, 1996

JANNUZZI, 2001).

Os Indicadores mais apropriados para retratar as Condições de Oferta de

Serviços de Saúde, como indicadores de “falta de saúde” são retratados pelas taxas

de morbidade, mortalidade infantil ou mortalidade por causas.

Quanto às limitações na validade de vários indicadores sociais parecem

estar na raiz de alguns resultados impróprios na pesquisa social quantitativa,

podemos citar, por exemplo, quando se fala que não há associação entre

desemprego e pobreza, violência e condições de vida, sem questionar se, na

realidade, a falta de significância estatística na correlação (linear) entre os

indicadores empregados derivam de falta de validade da medida em representar as

dimensões sociais referidas.

27

Existe pouca reflexão sobre a validade dos indicadores e da estrutura de

causalidade entre as dimensões sociais estudadas, podendo afetar a conclusão

sobre a associação entre variáveis.

Necessário ter a confiabilidade dos valores calculados além de garantir a

validade do indicador em relação ao conceito representado.

A outra propriedade é a Inteligibilidade, garantindo a transparência das

decisões técnicas tomadas pelos administradores públicos e a sua compreensão por

parte da população, jornalistas, representantes comunitários e demais agentes

públicos.

Importante a utilização de alguns indicadores sociais fáceis de

compreensão na discussão de planos de governo, orçamento participativo, projetos

urbanos os técnicos de planejamento como a taxa de mortalidade infantil, renda

familiar, ou que o uso sistemático já os consolidou como o índice de preços, taxa de

desemprego.

O emprego de indicadores muito complexos pode ser visto como abuso

tecnocrático dos policy makers, sendo o primeiro passo para fracasso na

implementação de um programa ou projeto público. (CARLEY, 1985 Apud MILES,

1985).

Tipologias de indicadores sociais

A divisão dos indicadores segundo a área temática da realidade social a

que se referem é a classificação mais comum. Por exemplo: os indicadores de

saúde (percentual de crianças nascidas com peso adequado), os indicadores

educacionais (escolaridade média da população de quinze anos ou mais), os

indicadores de mercado de trabalho (rendimento médio real do trabalho, e outros),

os indicadores demográficos (taxa de mortalidade, etc.), os indicadores

habitacionais (densidade de moradores por domicílio, etc.), os indicadores de

segurança pública e justiça (roubos a mão armada por cem mil habitantes, etc.), os

indicadores de infraestrutura urbana (percentual de domicílios com esgotamento

sanitário ligado à rede pública, etc.), os indicadores de renda e desigualdade (nível

de pobreza, etc.).

28

Outras classificações temáticas reunidas, usadas na denominação dos

Sistemas de Indicadores Sociais, como os Indicadores Socioeconômicos, de

Condições de Vida, de Qualidade de Vida, Desenvolvimento Humano ou

Indicadores Ambientais.

Diferenciação dos Indicadores Sociais quanto à natureza do ente indicado

para a Análise e Formulação de Políticas Sociais: se recurso (indicador-insumo),

realidade empírica (indicador-produto) ou processo (indicador-processo).

No caso dos indicadores quantitativos, temos os indicadores-insumo

(input indicators) que correspondem às medidas associadas à disponibilidade de

recursos humanos, financeiros ou equipamentos alocados para um processo ou

programa que afeta uma das dimensões da realidade social, quantificam os

recursos.

São indicadores de alocação de recursos para políticas sociais como

número de leitos hospitalares por mil habitantes, número de professores por

quantidade de estudantes ou ainda gasto monetário per capita nas diversas áreas

de política social.

Enquanto os indicadores-insumo quantificam os recursos disponibilizados

nas diversas políticas sociais, os indicadores-produto retratam os resultados efetivos

dessas políticas.

Os indicadores intermediários são os indicadores-processo ou fluxo

(throughput indicators), que traduzem em medidas quantitativas, o esforço

operacional de alocação de recursos humanos, físicos ou financeiros (indicadores-

insumo) com a finalidade de obtenção de melhorias efetivas de bem-estar

(indicadores-produto), como número de consultas pediátricas por mês, merendas

escolares distribuídas diariamente por aluno, ou homens-hora dedicados a um

programa social.

Em alguns casos, os indicadores de insumo e processo costumam ser

chamados de indicadores de esforço, e os indicadores produto de indicadores de

resultados.

Para a avaliação de políticas sociais é utilizada a diferenciação entre

indicadores de estoque e indicadores de performance ou fluxo, referindo-se à

temporalidade do processo analisado: indicador-estoque para a medida de uma

determinada dimensão social em um momento específico, como por exemplo anos

de escolaridade; e o indicador de performance ou fluxo abrange mudanças entre

29

dois momentos distintos, como o aumento dos anos de escolaridade. (CARLEY,

1985 Apud MILES, 1985).

3.5 – CUSTOS DOS GASTOS

Nos últimos 25 anos, o Governo Federal desenvolveu esforços intensos

para implantação de instrumentos de gestão das contas públicas, focando

prioritariamente o controle e o desenvolvimento macroeconômico.

A administração pública teve que construir um novo modelo institucional,

realizando com revisão conceitual, adoção de novas práticas de estrutura

organizacional, de emprego de tecnologia, melhoria nos processos de trabalho e

alocação de força de trabalho, adequadamente selecionada e capacitada. O que

exigiu também ampla revisão do arcabouço normativo, abrangendo mudanças

constitucionais até as normas operacionais.

Tudo isso, visando melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo

Estado, com um amplo conjunto de medidas, para o aperfeiçoamento da ação

governamental em todas as etapas do ciclo do gasto público.

O que tornou relevante para o desenvolvimento da gestão a utilização de

informações sobre os custos das atividades e dos bens e serviços ofertados pelas

organizações públicas.

Mesmo com esse sentimento generalizado, o modelo conceitual existente

e as práticas atualmente adotadas pouco contribuem para orientar o

desenvolvimento de sistemas de custo no setor público brasileiro. (SOF, 2008)

3.5.1 GESTÃO DO GASTO PÚBLICO

Tanto no setor público como no setor privado, uma gestão eficiente deve

buscar primordialmente a efetividade da organização, como a satisfação das

necessidades dos clientes ou usuários dos bens e serviços públicos, e não somente

30

ter por finalidade exclusiva gastar menos recursos para maximizar somente o

resultado financeiro. (SOF, 2008)

Quanto aos aspectos estratégicos, devem-se definir a área de atuação,

sua missão, seus propósitos, os clientes e as necessidades a serem atendidos, a

estrutura organizacional constituída para execução das tarefas, a cultura

organizacional, os produtos a serem oferecidos aos cidadãos, e outras.

Importante também definir estrategicamente os problemas corretamente

pela responsabilidade da efetividade do gasto. Uma organização pública será

eficiente e realizará suas atividades com baixos custos e alta qualidade, com

escolha estratégica certa para a solução de problemas e atendimento à sociedade.

E com relação aos aspectos operacionais, a qualidade do gasto é

auferida pela capacidade da organização em produzir bens e serviços, como os

processos de trabalho e o ferramental utilizado (seleção, capacitação e motivação

do quadro de pessoal). (CROZATTI, 2011)

A avaliação do gasto público quanto à qualidade também é uma

avaliação da gestão pública, compreendendo políticas governamentais, estratégias,

estrutura organizacional, processos de trabalho, pessoas, tecnologia e outras,

devendo considerar também os aspectos relacionados com a formulação e a

implementação das políticas públicas, abrangendo insumos, desempenho, custos,

resultados e impactos.

A avaliação quanto ao emprego de insumos, mais usual no setor público

brasileiro, e a que menos contribui para garantir a qualidade, os resultados e a

efetividade do gasto. O controle de insumos, no processo de planejamento e

orçamento, foca especificamente os gastos como o valor das despesas com

determinados materiais e serviços, passagens, diárias, informática e qualquer outro

insumo.

A avaliação dos processos de trabalho e dos produtos (bens e

serviços) pode permitir a identificação de oportunidades ou necessidades de

melhoria de desempenho, que sendo de nível insatisfatório, afeta a capacidade de

formulação e de implementação das políticas, podendo estar associado a

deficiências de capacitação das pessoas, ou baixo nível de maturidade de gestão da

organização.

31

Na avaliação dos produtos há relacionamento com prazos e qualidade e

com os custos envolvidos na sua produção. Esta avaliação permitirá identificar

deficiências de desempenho da organização e também a formulação da

correspondente política pública, podendo aplicar as técnicas de planejamento e

orçamento, permitindo adotar medidas corretivas para readequação dos produtos

aos resultados e impactos a serem alcançados.

Sendo importante compreender os limites em que as informações de

custos podem oferecer contribuições para melhoria da gestão do gasto público.

Então, a implementação de sistemas de custos além de atender à

necessidade de aperfeiçoar a qualidade do gasto e conferir maior efetividade às

políticas públicas, também, tem a finalidade de cumprir à legislação vigente,

especialmente os dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal. (SOF, 2008)

Segundo a alínea “e” do inciso I do artigo 4º da LRF, a LDO deve dispor

sobre o controle de custos e a avaliação dos resultados dos programas financiados

pelo orçamento. É uma medida importante, tornando o controle uma obrigação

legal, além da exigência da LRF, a Lei 4.320/64 em seu artigo 75, III e a

Constituição art. 74.

O ideal é que as entidades possuam um órgão próprio para a realização

do controle de custos e avaliação dos resultados, importante para o êxito da gestão

governamental, o conhecimento dos benefícios proporcionados à comunidade, em

comparação com os respectivos custos.

Se esses custos forem apurados na fase de liquidação da despesa,

permite o conhecimento dos preços unitários e globais de cada serviço prestado à

comunidade, e como os relativos às ações de caráter administrativo.

(FUNDAP/TCESP, 2009b)

No que concerne aos benefícios, o sistema de custos governamental

serve como um sistema de informações de apoio à gestão, tanto para o órgão

executor das políticas públicas como pelos órgãos centrais de planejamento e de

controle para que avaliem a adequabilidade de determinadas ações

governamentais, tornando mais eficiente o processo de decisão quanto à alocação

dos recursos públicos. (SOF, 2008)

32

3.5.2 SISTEMA DE CUSTOS

Para o desenvolvimento de sistemas de custos deve-se realizar uma

prévia avaliação quanto ao uso a ser dado às informações. Segundo a Câmara

Técnica da Qualidade do Gasto do Comitê Técnico de Orçamento de que trata a

Portaria SOF nº 68, de 21 de dezembro de 2007, da Secretaria de Orçamento

Federal, foram identificadas as utilidades descritas a seguir.

a) Cálculo do preço dos produtos vendidos: fixar um preço justo a ser cobrado ou

conhecer a dimensão do resultado financeiro na venda pelas organizações

governamentais que fornecem bens ou serviços.

b) Eficiência Alocativa: em geral, o Estado não tem como finalidade a obtenção de

retorno financeiro, ficando para a sociedade avaliar permanentemente se os custos

dos bens ou serviços encontram-se elevados ou não, pois um bem ou serviço não

deve ser disponibilizado pelo governo a qualquer custo.

c) Eficiência Operacional: operacionalmente, a produção de bens e serviços

públicos devem se submeter às seguintes avaliações, trazendo melhoria da

eficiência operacional, oferecendo informações relevantes para a tomada de

decisão:

c.1) existem, normalmente, diferentes alternativas para produzir o mesmo produto

com custos menores;

c.2) Identificação de ineficiências operacionais e oportunidades de redução de

gastos a partir das informações de custos;

c.3) Avaliação do desempenho/performance das pessoas e organizações a partir

das informações de custos;

c.4) Possibilidade de comparar os custos de determinadas atividades com os

benefícios que o produto traz para a sociedade, permitindo identificar possibilidades

de redução de despesa.

33

Desta forma tanto no âmbito dos órgãos setoriais como também dos

órgãos centrais de planejamento, gestão e controle poderão utilizar as informações

do sistema de custos para aperfeiçoar a gestão, como:

Resultados financeiros de produtos, ações e programas (eficácia);

Oportunidades de redução de gasto (eficiência);

Desempenho e performance dos órgãos e dos gestores.

d)Transparência e formação de opinião

A informação de custos contribuirá para a formação de opinião pública

com a finalidade de avaliar e para o processo decisório de alocação dos recursos

públicos.

Ademais, deve ser precedido de estudos sobre as atividades, os

produtos, os centros de custos, os direcionadores de custos e os centros de

resultados como as possibilidades de utilização das informações para efeito de

avaliação da eficiência da organização.

De acordo com o § 3º do artigo 50 da Lei de Responsabilidade Fiscal

estabelece que “a Administração Pública manterá sistema de custos que permita a

avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial”.

Nota-se que além de determinar o acompanhamento sob aspectos

orçamentários da avaliação de custos, abrange também a gestão financeira e

patrimonial. (SOF, 2008)

A Portaria nº 157 de 09/03/11 (Brasília, STN, 2011) dispõe sobre a

criação do Sistema de Custos do Governo Federal, visando evidenciar os custos

dos programas e das unidades da administração pública federal.

34

CAPÍTULO II PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO E SUA TRADUÇÃO EM

PEÇAS ORÇAMENTÁRIAS

1. A NORMA CONSTITUCIONAL

A Constituição Federal em seu o artigo 165 determina que o plano

plurianual; as diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais serão estabelecidos por

intermédio de lei de iniciativa do Poder Executivo. Também que seja um sistema de

planejamento integrado, significando a existência de compatibilidade entre as três

leis que a compõe. Na verdade, não haveria a necessidade de conter

expressamente essa regra, porém, o artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal

prevê o dever da compatibilidade entre as leis orçamentárias, quanto ao seu

conteúdo, na existência comum dos programas de governo, como coerência entre o

planejamento e a possibilidade real de execução.

A elaboração do orçamento anual começa com o PPA, na LDO o seu

encaminhamento e regramento, e materialização com a LOA.

Em leis distintas, porém, indissociáveis, formando um único instrumento

de planejamento, controle, reavaliação e correção.

O § 1º do artigo 165 da C.F. determina que o PPA deve conter objetivos,

diretrizes e metas, onde as diretrizes são os Programas, objetivos pela motivação da

existência do programa. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá as

diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de

Capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração

continuada, de forma regionalizada.

O § 2º estabelece que a lei de diretrizes orçamentárias:

compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo

as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente;

orientará a elaboração da lei orçamentária anual;

disporá sobre as alterações na legislação tributária;

estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

O § 5º determina que integre a lei orçamentária anual: o orçamento fiscal,

orçamento de investimento das empresas e orçamento da seguridade social.

(NERLING, 2010a)

35

E a meta, segundo definição e Oswaldo Maldonado Sanches, em

Dicionário de Orçamento, Planejamento e Áreas Afins, “expressa a quantificação de

um objetivo; parcela do objetivo; deve possuir expressão qualitativa e quantitativa no

orçamento, retratando os resultados de cada passo intermediário que conduz à

realização dos objetivos”.

A LDO deve especificar os programas de governos, os indicadores de

desempenho pretendidos para o exercício a que se refere e as metas e prioridades

em termos físicos e quantitativos (metros quadrados, metros lineares, quilômetros,

etc., e valor).

A LDO estaria quebrando a integração entre os instrumentos de

planejamento, se deixar de referir valores financeiros, relativo aos programas e

ações. Afetaria a compatibilidade, se a LDO especificar metas que não poderão ser

cumpridas face à capacidade de geração de receitas e as despesas obrigatórias.

Então, a compatibilidade é essencial à garantia de eficácia do planejamento.

(CAVALHEIROS & FLORES, 2001)

2. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

O parágrafo 1º do artigo 1º que considera a alma da Lei de

Responsabilidade Fiscal estabelece que a responsabilidade na gestão fiscal

pressuponha a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e

corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o

cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a

limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com

pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações

de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição

em Restos a Pagar.

O grande objetivo da LRF é evitar os déficits e reduzir as dívidas, por meio

de princípios que direcionam todos os artigos: ação planejada, ação transparente,

previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas

púbicas e cumprimento de metas.

36

O planejamento é o primeiro princípio, não é uma inovação trazida pela

Lei Fiscal, já era imposta pela Constituição Federal e de diversas legislações como

a Lei Federal nº 4.320/64 e a Lei Federal nº 10257/01 (Plano Diretor).

A necessidade de planejamento para uma gestão pública responsável foi

evidenciado com a LRF, também, profissionalizando as peças de planejamento com

exigência de conteúdos mínimos.

Concernente ao princípio da publicidade já determinado pela Constituição

Federal, a LRF vem adicionar ferramentas para a participação popular e publicidade

dos atos administrativos. Com a LRF veio à inovação colocando a disposição da

sociedade, inclusive via internet, destacamos a participação em audiências públicas

e a ampla divulgação das informações gerenciais como o Relatório Resumido da

Execução Orçamentária, do Relatório de Gestão Fiscal, e Anexos de Metas e

Riscos Fiscais. (TCESP, 2009b)

Observância ao princípio do equilíbrio das contas públicas com os

orçamentos guardando coerência com as normas de gestão fiscal, sendo atingível

com previsões equilibradas, dimensionando receitas e despesas para os quatro

anos. (CAVALHEIROS & FLORES, 2001)

As informações com maior transparência e qualidade, tanto o controle

interno como externo exige ação fiscalizadora efetiva e contínua. Além da obrigação

da administração pública de manter sistema de custos que permita a avaliação e o

acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

Ainda, tem-se a responsabilização do gestor público sempre que

houver o descumprimento das regras, com a suspensão de transferências

voluntárias, garantias e contratação de operações de crédito, inclusive ARO

(Antecipação da Receita Orçamentária). Os responsáveis sofrerão as sanções

previstas na Lei de Crimes Fiscais (Lei nº 10028, de 19 de outubro de 2000).

(TCESP, 2009b)

37

3. PLANO PLURIANUAL – PPA

Vetado o artigo 3º da LRF que versava sobre o Plano Plurianual (PPA),

está regulado pela Constituição Federal, artigo 165, parágrafo 1º.

O PPA é um planejamento estratégico que envolve um plano de médio

prazo, abrangendo quatro anos, ou seja, do 2º ano do mandado do atual gestor até

o 1º ano próximo gestor, mirando a continuidade do planejamento na gestão,

evitando-se desperdício de recursos e obras inacabadas entre outras situações.

Quanto à composição da peça PPA: a) Previsão de investimento (despesa de capital: investimentos e inversões

financeiras – art. 12 da Lei nº 4320/64) para mais de um exercício financeiro,

não sendo possível a sua realização sem citada previsão (art. 167, § 1º, da

Constituição Federal; art. 5º, § 5º, da LC nº 101/2000);

b) Previsão, para quatro anos (na vigência do PPA), das despesas de capital

(aumento do ativo: aquisição de bens, construção de prédios públicos – escolas,

hospitais –, por exemplo; ou redução do passivo permanente: amortização de

dívida de longo prazo, por exemplo);

c) Previsão de gastos oriundos das despesas de capital (operação, manutenção

dos serviços instalados);

d) Previsão de despesas necessárias a programas de duração continuada (saúde,

educação, assistência social);

e) Previsão, na referida peça, quando da criação, expansão ou aperfeiçoamento

da ação governamental (art. 16, II, da LC nº 101/2000);

f) Condição para licitar obras e serviços de engenharia (art. 7º, § 2º, IV da Lei nº

8666/93), bem como para contratos com prazo superior a um exercício

financeiro (art. 57, I, da Lei nº 8666/93);

g) Emendas ao projeto da Lei Orçamentária Anual – LOA somente podem ser

aprovadas quando forem compatíveis com o PPA (art. 166, § 3º, I, da

Constituição Federal);

h) Metas e prioridades governamentais para o segundo ano do respectivo mandato

(Presidente, Governador, Prefeito), pois a Lei de Diretrizes Orçamentárias –

LDO não tem como estabelecer, remetida ao Legislativo antes do PPA;

38

i) Quantificação financeira (R$) dos projetos e atividades, também, classificação

por função e subfunção (Portaria MOG nº 42/99);

j) Incorporação das diretrizes e prioridades do Plano Diretor (art. 40, § 1º, da Lei

nº. 10257/2001 – Estatuto da Cidade);

k) Inclusão somente de ações exeqüíveis;

l) Elaboração e proposta (projeto de lei) pelo Poder Executivo ao Poder

Legislativo.

Quanto ao processo legislativo orçamentário:

a) Prazo de remessa (art. 35, § 2º, I, do ADCT): até quatro meses antes do

encerramento do primeiro exercício financeiro do respectivo mandato

(Presidente, Governador, Prefeito);

b) Devolução do autógrafo para sanção (art. 35, § 2º, I, do ADCT): até o

encerramento da sessão legislativa correspondente (meados de dezembro);

c) Vigência atual: esferas federal e estadual de 1-1-2008 a 31-12-2011; esfera

municipal de 1-1-2010 a 31-12-2013. (TCESP, 2009b)

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 165, parágrafo 1º

determina que o PPA deve conter objetivos, diretrizes e metas de forma

regionalizada para despesas de capital e outras delas decorrentes e para as

relativas aos programas de duração continuada.

Conforme essa metodologia, as definições de que as diretrizes são

representadas pelos programas e os objetivos pela motivação da existência do

programa.

A definição de meta indica duas variáveis: o aspecto físico (qualitativo) e

o aspecto financeiro (quantitativo). Se, anteriormente, para elaboração do

orçamento não havia sustentação técnica para a ausência de valores, com a

definição de meta por meio da LRF, artigo 1º, § 1º, de que os orçamentos devem

guardar coerência com as normas de gestão, como a estrita observância do

princípio do equilíbrio das contas públicas com previsões equilibradas para as

receitas e despesas para os quatro exercícios.

39

Assertiva justificada tendo em vista que se a LDO deve possuir

compatibilidade com o PPA para comprovar a compatibilidade o atendimento dos

25% à Manutenção do Ensino e dos 15% às ações de saúde.

Os valores registrados no PPA devem possuir expressão indicativa e não

normativa, podendo e devendo ser atualizados pela LDO e LOA.

De acordo com os artigos 84 e 165 da Constituição Federal de 1988,

determina a iniciativa do processo do PPA pelo Poder Executivo, por entender que a

função de conhecer as necessidades da população e de estimar a capacidade em

realizá-las seja do Executivo.

O PPA representa a plataforma de governo, por essa razão é um

instrumento político, devendo ter a participação estratégica, no caso do Município,

por exemplo, a participação do Prefeito e dos Secretários, portanto é um

instrumento político e técnico ao mesmo tempo. O plano de governo deve ser

elaborado com metodologia técnica para ser executado e controlado, metodologia

iniciada com a edição da Portaria nº 42/99 e a LRF. (CAVALHEIROS & FLORES,

2001)

O PPA é composto por Programas. O artigo 2º da Portaria MOG nº 42/99

define o Programa como instrumento de organização da ação governamental, tendo

como finalidade à concretização dos objetivos pretendidos, e mensurado por

indicadores e não mera peça de ficção elaborada ao prazer pelo gestor.

A materialização das propostas de trabalho que o gestor propôs em sua

campanha é feita por meio de programas que representam os objetivos gerais da

administração, são ações a serem desenvolvidas, objetivando a solução ou

minimização de “problemas” (diminuição de desigualdades sociais, por exemplo).

(TCESP, 2009b)

Os programas de governo devem ser elaborados por entes

individualmente em cada âmbito de governo, em nível de função e subfunção,

classificação igual para todos os órgãos públicos e não mais em classificação

funcional-programática da despesa, tendo dois motivos, que a obrigatoriedade é

prevista somente para a lei orçamentária e os balanços e que a obrigatoriedade

prevista, anteriormente, somente existe porque a consolidação das contas nacionais

se dará nestes níveis, conforme dispõem os artigos 3º e 4º da Portaria nº 42/99.

40

Não se podem confundir os programas com os projetos, atividades e

operações especiais que são meios para se atingir aqueles objetivos do programa.

Por exemplo, a construção de escolas não poderá ser um programa, mas, um

projeto, uma forma necessária para se chegar ao resultado positivo de um

programa.

O Município não existe para construir a escola, porém, para resolver uma

demanda social relacionada com a educação, então, a demanda é que será o

programa e a escola, um projeto, que um meio para se chegar ao resultado de um

programa.

Deverão ser realizadas as audiências públicas e participação popular

(LRF, artigo 48, Parágrafo único), pelo Poder Executivo na fase da elaboração e

pelo Legislativo na fase da discussão.

É preciso regulamentação quanto à forma da realização das audiências

públicas e participação popular.

A sua não realização acarreta a nulidade do processo e elaboração do

PPA, pois afronta o artigo 48 da LRF e ao princípio constitucional da transparência.

Também devem ser chamados para opinar sobre os programas previstos no PPA,

sendo uma das tarefas nas respectivas leis de criação, os conselhos municipais

(merenda, saúde, meio-ambiente, Fundeb).

Com relação ao sistema de controle interno, a Constituição Federal,

artigo 74, inciso I, traz como dever, avaliar as metas previstas no PPA, porém, há

carência de implementação prática o dispositivo constitucional, ou pela ausência de

metodologia para elaboração do plano e pela falta de atuação do sistema de

controle.

Hoje se tem a metodologia de elaboração e controle dos programas de

governo e do PPA, conjugando-se, na ordem:

A Portaria nº 42 que ordena a elaboração do PPA com indicadores;

A Constituição Federal de 1988, artigo 74, que atribui ao sistema de controle

interno o dever de avaliar o plano; e

A Lei de Responsabilidade Fiscal, artigo 4º, I, determina que a LDO disponha

sobre a avaliação dos programas. (CAVALHEIROS & FLORES, 2001)

41

4. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO

Uma das grandes inovações da Constituição Federal de 1988, no

contexto do planejamento orçamentário, foi a LDO.

À LRF, instrumento que busca a contenção do déficit e da dívida, pautado

na economia da despesa.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, no parágrafo 2º, do artigo

165, a lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas de prioridades da

administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício

financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá

sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação

das agências financeiras oficiais de fomento. (TCESP, 2009b)

A LDO funciona como elo entre a fase de planejamento de médio prazo

(PPA) e a fase de decisões sobre o que será feito (LOA). É um passo muito

importante, onde será dito qual a parte dos objetivos e metas aprovados no Plano

Plurianual que será executada no exercício subseqüente.

Quando o dispositivo do parágrafo 2º do artigo 165 da Constituição

Federal menciona que a LDO compreenderá as metas e prioridades da

administração pública, significa que o Plano Plurianual aprovado por lei, as

constantes metas é de cumprimento obrigatório, porém, não quer dizer que todas as

metas do PPA devem ser incluídas na LDO e que todas inclusas precisam ser

atendidas integralmente no exercício, razão pela qual se fala em prioridades.

Significa que selecionadas as metas do PPA para atendimento no todo ou em parte

com prioridade, o planejador elege mediante critérios de necessidade, relevância,

urgência e viabilidade financeira, deixando para exercícios seguintes as demais

metas.

Fundamentalmente, a LDO é um instrumento que elege prioridades num

contexto maior, de médio prazo definido pelo PPA. (FUNDAP/TCESP, 2009b)

42

A LDO deve traduzir as metas, definindo o quanto deve ser realizado em

unidades de medida física, e quanto financeiramente, elas representarão para

aquele exercício.

Ressalta-se que as alterações na legislação tributária podem afetar a

arrecadação impactando positiva ou negativamente a gestão orçamentário-

financeira, o que torna obrigatório o tratamento na lei que estabelece as diretrizes

para a elaboração do orçamento do ente federado.

Conteúdo da LDO, segundo a Constituição Federal e a LRF:

a) Metas e prioridades da Administração para o exercício seguinte em forma

de anexo (parcela do PPA que será realizada no seguinte ano; elo entre o

PPA e a LOA), também em relação às despesas de capital;

b) Orientações básicas para a elaboração da LOA (repartição do orçamento

em percentual (%) para cada área de atuação do respectivo governo, como

na educação, saúde, saneamento básico; percentual que o Executivo terá

na LOA para a abertura de créditos adicionais suplementares por decreto;

definição de condições para contratação de operações de crédito por

antecipação da receita orçamentária – ARO);

c) Disposições sobre as alterações na legislação tributária, como aumento de

alíquota do IPTU, correção dos valores venais, sem prejuízo de leis

específicas;

d) Indicações específicas das mudanças na política de pessoal (art. 169, § 1º,

II, da Constituição Federal – criação e/ou provimento de cargos e empregos

públicos, instituição ou alteração de plano de carreira, aumento de

remuneração, por exemplo) haja vista que o ato deve atender à referida

exigência para não ser nulo de pleno direito (art. 21, I, da LC nº 101/2000);

e) Identificação de limite para o gasto do Legislativo (art. 29-A, 51, IV, e art. 52,

XIII, ambos da Constituição Federal);

f) Critérios para contingenciamento (“congelamento”, “limitação de

empenhos”) de dotações quando a evolução bimestral da receita

comprometer os resultados orçamentário e financeiro (art. 4º, I, “b” c.c art.

9º, ambos da LC nº 101/2000);

g) Regras visando avaliar a eficiência das ações desenvolvidas, pautadas no

controle dos custos dos serviços oferecidos (art. 4º, I, “e”, da LC nº

101/2000);

43

h) Condições para ajudar financeiramente instituições privadas sem fins

lucrativos (auxílios, subvenções e contribuições ao terceiro setor, por

exemplo – art. 4º, I, “f”, da LC nº 101/2000);

i) Condições para transferência de recursos a entidades da administração

indireta (art. 4º, I, “f”, da LC nº 101/2000);

j) Autorização para o Município auxiliar o custeio de despesas próprias do

Estado e da União (art. 62 da LC nº 101/2000);

k) Critérios para o Executivo efetuar a programação financeira mensal de todo

o Ente inclusive do Legislativo (art. 8º da LC nº 101/2000);

l) Percentual da Receita Corrente Líquida (RCL) que será retido na LOA para

a formação de Reserva de Contingência, voltada a passivos contingentes e

outros riscos fiscais imprevistos (art. 5º, III, da LC nº 101/2000);

m) Quais os casos que justifiquem a contratação excepcional de horas extras

quando o respectivo Poder ou órgão superar o “limite prudencial” (Executivo

Municipal: 51,30% da RCL; Legislativo Municipal: 5,70% da RCL –art. 22,

parágrafo único, da LC nº 101/2000);

n) Determinação do índice de preços para atualização monetária do principal

da dívida mobiliária refinanciada (art. 5º, § 3º, da LC nº 101/2000);

o) As emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO somente

podem ser aprovadas quando forem compatíveis com o PPA (art. 166, § 4º,

da Constituição Federal); e

p) Elaboração e proposta (projeto de lei) pelo Poder Executivo ao Poder

Legislativo.

Quanto ao processo legislativo orçamentário:

a) Prazo de remessa até 15 de abril de cada exercício financeiro (art. 35, § 2º,

II, do ADCT); e

b) Devolução do autógrafo para sanção até o término do primeiro período da

sessão legislativa correspondente (meados de junho) (art. 35, § 2º, II, do

ADCT).

Entre outros conteúdos exigidos pela LDO, critérios para a

implementação do instituto da limitação de empenho, imprescindível ao

44

planejamento orçamentário como instrumento de busca do equilíbrio das contas do

setor governo, trazido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Os Anexos da Lei de Diretrizes Orçamentárias:

a. Anexo de Metas Fiscais

Podemos definir metas fiscais como a expectativa de arrecadação e

gastos, visando produzir “sobra” (superávit primário) para quitação de juros e do

principal da dívida flutuante ou fundada. Este anexo estabelece as metas anuais em

valores correntes (incluída a inflação esperada) e constantes (com expurgo dos

efeitos inflacionários) para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes,

conforme o parágrafo 1º, do art. 4º, da LRF.

Segue a composição do Anexo de Metas Fiscais:

a) Previsão trienal da receita e da despesa, e a estimativa dos resultados

nominal, primário e bruto da execução orçamentária;

b) Previsão trienal do estoque da dívida pública (flutuante e fundada), com

previsão descendente;

c) Avaliação das metas do ano anterior, justificando o eventual

desatendimento;

d) Demonstrativo das metas anuais com a devida metodologia de cálculo,

comparando-as com os resultados dos três exercícios anteriores e com as

premissas e objetivos da política nacional;

e) Evolução do patrimônio líquido;

f) Avaliação financeira (curto prazo) e atuarial (longo prazo) dos regimes

próprios de previdência;

g) Estimativa de compensação da renúncia de receita, além da margem de

expansão (% da receita corrente líquida - RCL) das despesas obrigatórias

de caráter continuado - art. 17 da LC nº 101/2000. (TCESP, 2009b)

Consoante o disposto no artigo 5º, II, parágrafos 1º e 2º da Lei Federal nº

10.028/2000, reguladora dos Crimes Contra as Finanças Públicas, a falta de

apresentação do Anexo de Metas Fiscais sujeita o respectivo Chefe do Poder

45

Executivo à multa de até 30% dos vencimentos anuais, sendo a penalidade

processada e julgada pelo Tribunal de Contas. (NERLING, 2011b)

b. Anexo de Riscos fiscais

Baseado no parágrafo 1º do art. 4º da LRF, definimos os riscos fiscais

como a possibilidade da ocorrência de eventos ou fatos econômicos capazes de

impactar ou onerar de forma substancial e negativa as contas públicas, ameaçando

o equilíbrio na execução orçamentária.

De forma genérica e exemplificativa destaca-se:

a) Frustração na arrecadação, decorrente de fatos posteriores à elaboração do

orçamento (queda na atividade econômica, variação no câmbio);

b) Demandas judiciais em virtude de tributos instituídos;

c) Ações trabalhistas;

d) Calamidade pública (epidemias, enchentes);

e) Despesas não empenhadas na competência devida (exercícios anteriores –

art. 37 da Lei nº 4320/64).

A classificação dos Riscos Fiscais é feita em dois grupos: os Riscos

Orçamentários e os Riscos da Dívida.

a. Riscos Orçamentários: possibilidade das receitas e despesas previstas não se

realizarem durante a execução do Orçamento. Exemplos:

1 – Arrecadação de Tributos menor do que a prevista no Orçamento – Frustração na

arrecadação, devido a fatos ocorridos posteriormente à elaboração da peça

orçamentária e/ou restituição de determinado tributo não previsto.

2 – Restituição de tributos a maior que a prevista no Orçamento.

3 – As variáveis: nível de atividade econômica, taxa de inflação e taxa de câmbio

podem influenciar no montante de recursos arrecadados sempre que houver desvios

entre as projeções das variáveis na elaboração do orçamento e os valores

observados durante a execução orçamentária, como os coeficientes que relacionam

os parâmetros aos valores estimados. São variáveis que também podem influenciar

no montante de recursos arrecadados.

46

b. Riscos de Dívida: referem-se a possíveis ocorrências, externas à administração,

que caso se realizem, resultarão em aumento da dívida pública. São verificados,

principalmente, a partir de dois tipos de eventos: administração da dívida quando

ocorrem fatos como a variação das taxas de juros e de câmbio em títulos vincendos,

e também os passivos contingentes que representam dívidas, sua existência

depende de fatores imprevisíveis como resultados dos julgamentos de processos

judiciais.

Os precatórios não se enquadram no conceito de Risco Fiscal por se

tratarem de passivos “efetivos” e não de passivos contingentes, conforme

estabelecido pelo art. 100, parágrafo 1º da Constituição Federal, sendo obrigatória a

inclusão no orçamento das entidades de direito público, verba necessária ao

pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado,

constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, com pagamento

até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados

monetariamente. (TCESP, 2009b)

4.4. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA

A LOA é o instrumento de programação para a materialização do

conjunto de ações e objetivos planejados, objetivando o atendimento da

coletividade. É baseada nas situações previstas no PPA e obedecida a LDO,

conforme determinado no art. 165, § 5º, I, II e III, da Constituição Federal; no artigo

5º da LC nº 101/2000 e nos artigos. 2º ao 7º da Lei nº 4320/64. Evidencia as

políticas econômica, financeira e o programa de trabalho do setor governo,

estimando a receita e fixando despesa pública.

Composição da LOA:

a) Orçamento Fiscal da administração direta: respectivos Poderes, fundos e

órgãos; administração indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas

pelo poder público; empresas estatais dependentes;

b) Orçamento de Investimento das empresas que o Poder Público detenha,

direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto;

47

c) Orçamento da Seguridade Social das entidades e órgãos da administração

direta e indireta, inclusive fundos e fundações instituídos e mantidos pelo

setor governo, voltados à saúde, à previdência e à assistência social, de

acordo com o artigo 194 da Constituição Federal; empresas estatais

dependentes. (TCESP, 2009b)

A Lei Orçamentária Anual é um instrumento de planejamento que opera

no nível tático do sistema, mas a forma estruturada e o nível de detalhamento de

informações formam base do nível operacional.

De imediato aparenta a existência de três orçamentos distintos, mas o

orçamento é um só, atendendo o princípio orçamentário da unidade.

Na prática, o orçamento fiscal e o da seguridade social formam um único

instrumento, em cumprimento constitucional é feita a identificação das ações de

caráter fiscal e ações da social, estas pertencentes às áreas de saúde, previdência

e assistência social, conforme o artigo 194 da Constituição Federal. E as de ações

de caráter fiscal, todas as demais, também as da área de educação.

O orçamento de investimento das empresas em que o poder público

detém o controle acionário, apesar de se submeterem às regras do direito privado,

passou a ser uma espécie de apêndice do orçamento público, sendo uma inovação

do processo constituinte de 1988. (FUNDAP/TCESP, 2009c)

Requisitos para a elaboração da LOA:

a) Compatibilidade com o PPA e com a LDO inclusive em relação às

respectivas emendas ao projeto (inciso I do § 3º artigo 166 da Constituição

Federal e artigo 5º da Lei Complementar nº 101/2000);

b) Anexo atestando e demonstrando compatibilidade das metas fiscais

propostas na LDO quanto aos resultados primário, nominal e bruto da

execução orçamentária (inciso I do artigo 5º da LC nº 101/2000);

c) Demonstrativo do efeito (impacto orçamentário – receitas e despesas) de

toda e qualquer renúncia fiscal como isenções, anistias, remissões, entre

outras, independentemente da época de concessão, e das medidas de

compensação das despesas obrigatórias de caráter continuado, quando

48

superior a dois exercícios (art.17 da LC nº 101/2000) e das novas renúncias

de receitas (art. 5º, II, da LC nº 101/2000);

d) Provisão para reserva de contingência destinada a passivos contingentes

como pagamentos imprevistos/inesperados e riscos fiscais (inciso III do

artigo 5º da LC nº 101/2000);

e) Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e das

receitas correspondentes constarão da LOA, (§ 1º do artigo 5º, da LC nº

101/2000);

f) Refinanciamento da dívida pública de forma separada na lei orçamentária e

nas de crédito adicional (§ 2º do artigo 5º da LC nº 101/2000);

g) Vedação de consignação de crédito orçamentário com finalidade imprecisa

ou dotação ilimitada (art. 167, VII, da Constituição Federal; art. 5º, § 4º da

LC nº 101/2000; art. 5º da Lei nº 4320/64; “princípio da especialização ou da

discriminação”);

h) Vedação de investimento com execução que ultrapasse um exercício

financeiro sem previsão no PPA, ou sem lei que autorize a inclusão, sob

pena de crime de responsabilidade (art. 167, § 1º, da Constituição Federal;

art. 5º, § 5º, da LC nº 101/2000);

i) Obrigatoriedade da classificação da despesa até o nível de elemento (art.

15 da Lei nº 4320/64);

j) Elaboração e proposta (projeto de lei) pelo Poder Executivo ao Poder

Legislativo (§6º do artigo 166 da Constituição Federal);

Quanto ao processo legislativo orçamentário:

a) Prazo de remessa até quatro meses antes (31 de agosto de cada exercício)

do encerramento do exercício financeiro (art. 35, § 2º, III, do ADCT);

b) Devolução do autógrafo para sanção (art. 35, § 2º, III, do ADCT): até o

encerramento (término) da sessão legislativa correspondente (meados de

dezembro);

c) Prazo de remessa (art. 35, § 2º, III, do ADCT): até quatro meses antes (31

de agosto de cada exercício) do encerramento do exercício financeiro; e

d) Devolução do autógrafo para sanção (art. 35, § 2º, III, do ADCT): até o

encerramento da sessão legislativa correspondente, meados de dezembro.

49

Destacamos, dentre o conteúdo exigido pela LOA, a exigência da

inserção da reserva de contingência é um instrumento muito importante no contexto

do planejamento orçamentário, quando da ocorrência de passivos contingentes,

inovação trazida pela LRF.

A LOA é de iniciativa do Executivo, o Legislativo pode alterá-la somente

nos casos relacionados com a correção de erros ou omissões, ou com os

dispositivos do texto do projeto de lei.

A LOA deve guardar compatibilidade com PPA e indicar os recursos

necessários, sendo admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,

excluídas as que incidam sobre os serviços da dívida e dotações para pessoal e

seus encargos (Art. 166 da Constituição Federal).

Salientamos que a auditoria deve atentar para os restos a pagar sem

cobertura financeira, pois evidencia uma administração contrária à gestão

responsável, ficando respectivo gestor sujeito às sanções cabíveis, provavelmente o

administrador gastou desconsiderando o efetivo ingresso de recursos, e,

consequentemente, de tomar as medidas cabíveis de limitação de empenho e

movimentação financeira prevista no art. 9º da LRF (atentar para o disposto no art.

5º, III, da Lei nº 10028/2000, conforme descrito na alínea “d” dos Requisitos para a

elaboração da LOA). (TCESP, 2009b)

Alterações Orçamentárias:

A LOA é um instrumento de planejamento tático de curto prazo, cabendo

o detalhamento dos projetos e atividades, e o seu cumprimento depende o sucesso

de todo planejamento da entidade. É importante a perfeita consonância da LOA com

os demais planos orçamentários e que seja efetivamente cumprida. Assim, as

modificações na LOA, transposição, remanejamento e a transferência só se

efetivam mediante lei específica, justamente para garantir o cumprimento do

planejamento aprovado no Legislativo.

A distinção entre Crédito Adicional, previsto no Inciso III, § 1º, do Artigo

43, da Lei 4.320/64, daquelas formas de alteração de dotações orçamentárias,

dispensa lei específica, existindo ligação entre elementos de uma mesma categoria

econômica atrelada a uma mesma atividade, projeto ou operação especial.

50

Então, permite-se ao legislador que estipule na LOA um percentual

genérico e difuso para que o Executivo possa abrir créditos adicionais por meio de

suplementação, por simples decreto.

O Executivo poderá adequar o gasto a pequenas alterações que não

foram previstas na lei orçamentária por intermédio de créditos adicionais, sendo esta

entre outras a sua finalidade, como a mudança de fornecedor (de pessoa física para

pessoa jurídica), ou a necessidade de adquirir mais material permanente para dar

continuidade a execução de um projeto. Sendo que os créditos adicionais não

podem representar troca de intenção do dirigente, assim como ocorre com

transposição, remanejamento e a transferência.

Assim temos:

Remanejamento - troca de dotações entre órgãos orçamentários, sendo

necessária lei específica.

Transposição – intercâmbio entre programas de governo, necessária lei

específica.

Transferências – troca entre as categorias econômicas, corrente e de capital,

necessitando de lei específica.

Transcrevemos uma tabela elaborada de acordo com o quadro esquemático

que acompanha a Nota Interativa SDG nº 08 do Egrégio Tribunal de Contas do

Estado de São Paulo para facilitar o entendimento sobre a transposição,

remanejamento e a transferência e até onde pode abranger o crédito adicional:

Órgão Unidade Função Subfunção Programa Atividade Categoria

Econômica

Natureza

Despesa

Modalidade

aplicação

Elem.Des-

pesa

Desdobra

mento

2. 10. 04. 121. 0003. 2.041. 4. 4. 90. 52. 00

decreto

Lei específica

Então, observamos que por decreto, dentro do percentual autorizado na

LOA, o dirigente pode manipular verbas da “Natureza da despesa” até o

desdobramento, e nos demais, somente por lei específica, como por exemplo, a

51

alteração de despesa de capital para despesa corrente e vice-versa. (TCESP,

2009b)

6. PROGRAMAS

O artigo 2º da Portaria MOG nº 42/99 define o Programa como

instrumento de organização da ação governamental, tendo em mira à concretização

dos objetivos pretendidos, e mensurado por indicadores estabelecidos no plano

plurianual.

Esses indicadores de desempenho são fundamentais para transformar o

PPA num instrumento real de planejamento a ser utilizado pelo gestor de forma

séria.

O PPA compõe-se de programas, representando os objetivos gerais da

administração, é a materialização das propostas de trabalho que o gestor fez em

sua campanha, são “ações” a serem desenvolvidas com objetivo de solucionar ou

minimizar os “problemas”.

Por outro lado, os projetos são meios para se atingir aqueles objetivos.

Para visualizar segue o quadro:

Necessidade Programa Projetos

Que toda criança do município seja alfabetizada

Erradicação do analfabetismo

Construção de Escolas construção de Creches

Melhoria do ensino nas escolas do município

Programa de formação contínua de docentes

Construção de um Centro de aperfeiçoamento de

professores

Que os munícipes tenham acesso à saúde

Melhoria da Saúde pública Construção de postos de saúde,

(TCESP, 2009b)

52

7. PROJETOS

Os projetos, as atividades e as operações especiais são os meios para

atingir os objetivos do programa.

No projeto de lei a ser encaminhado ao Legislativo, devem-se incluir os

projetos, as atividades e as operações especiais.

O artigo 2º da Portaria MOG nº 42/99 define o projeto como um

instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo

um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que

concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. Ou seja, um

projeto geralmente envolve um investimento, a construção de um prédio ou uma

benfeitoria. Por exemplo, a construção de uma escola. (TCESP, 2009b)

8. ATIVIDADES E AÇÕES

Conforme o artigo 2º da Portaria MOG nº 42/99, Atividade e Ações são os

instrumentos de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo

um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente,

resultando um produto necessário à manutenção da ação de governo. As atividades

constituem-se naquelas ações que darão vida e utilidade ao projeto após sua

conclusão, como exemplo, o trabalho dos docentes e auxiliares numa escola.

Temos ainda, as Operações Especiais que são as despesas que não

contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um

produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Exemplo de operações especiais: pagamento de aposentadorias e

pensões e juros da dívida. (TCESP, 2009b)

53

9. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Com a ampliação dos direitos individuais, coletivos e sociais dos cidadãos

brasileiros com a Constituição Federal de 1988, houve a necessidade de

modernização para que as demandas fossem satisfeitas, formando um consenso na

classe política brasileira quanto à necessidade de reformar-se o Estado.

A reforma consistia em modificar a Constituição Federal e editar novas

leis nos campos político, administrativo, previdenciário, tributário e financeiro.

As reformas administrativa e previdenciária foram aprovadas, restando a

política e a tributária.

Por determinação do artigo 30 da Emenda Constitucional nº 19, de 05 de

julho de 1998, foi promulgada a Lei de Responsabilidade Fiscal, em 4 de maio de

2000.

Baseada na experiência da União Européia (Tratado de Maastricht), da

Nova Zelândia (Fiscal Responsability Act) e norte-americana (Código de Boas

Práticas para Transparência Fiscal - Declaração de Princípios) a Lei de

Responsabilidade Fiscal além de preencher as lacunas abertas pelo inciso I do

artigo 163 e pelo § 9º do artigo 165 da Constituição Federal, modernizou a

legislação financeira brasileira.

O parágrafo 1º do artigo 1º da LRF dispõe que a responsabilidade na

gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que previnem riscos e

corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o

cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a

limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com

pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações

de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição

em Restos a Pagar.

Destacamos o aspecto da prevenção de riscos e a correção de desvios

capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.

Este é o grande objetivo, isto é, a lei fiscal visa evitar os déficits e

reduzir as dívidas, a ser atingido por meio de princípios que norteiam todos os

54

demais artigos da lei como a ação planejada, ação transparente e cumprimento de

metas. (TCESP, 2009a)

A Lei Complementar nº 101 (LRF) tem objetivo específico regulamentar

finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, dentre outras

providências.

A LRF coexiste complementando e atualizando a Lei Federal nº 4.320/64.

(MONTEIRO, 2001)

Também, além da LRF ser instrumento complementar a Carta de 1988,

determinado pela Emenda Constitucional nº 19 que introduziu a Reforma

Administrativa, suprindo a lacuna aberta pelo artigo 163, que reclamava uma lei de

finanças públicas, foi mais adiante, preceituando certos conteúdos das diretrizes

orçamentárias e do orçamento anual que substituirá a Lei nº 4.320/64, previsto no

do artigo 165, § 9º, inciso I, da CF, dispondo que cabe à lei Complementar dispor

sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do

plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.

(TOLEDO JUNIOR, ROSSI, 2005)

Com a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) freou-se a

cultura de acumulação de deficits, passaram a se submeter a um rigoroso conjunto

de regras em direção ao equilíbrio nas contas públicas, procurando-se coibir pela

imposição de parâmetros fiscais rigorosos. (TCESP, 2009b)

E em 20/06/11, a Portaria da STN nº 407 aprova a 4ª edição do Manual

de Demonstrativos Fiscais, que compreende os relatórios e anexos referentes aos

demonstrativos descritos nos parágrafos 1º, 2º, e 3º do art. 4º e nos artigos 48, 52,

53 e 55 da Lei Complementar nº 101/2000, que deverão ser elaborados pela União

e pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, válido para o exercício de 2012.

(STN, 2011)

55

9.1 – OBJETIVO

No parágrafo1º, do artigo 1º encontramos a essência da Lei de

Responsabilidade Fiscal onde dispõe sobre a responsabilidade na gestão fiscal que

pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem

desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento

de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e

condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal,

da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de

crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em

Restos a Pagar.

Quanto ao aspecto da prevenção de riscos e a correção de desvios

capazes de afetar o equilíbrio das contas publicas, esse é o grande objetivo da Lei.

Em outras palavras a Lei Fiscal objetiva evitar os déficits e reduzir as dívidas, por

meio dos princípios que direciona todos os demais artigos da Lei, como a ação

planejada, ação transparente e cumprimento de metas.

A ação planejada significa que o planejamento é o primeiro princípio da

lei de responsabilidade fiscal, apesar de que já era uma ação imposta ao governante

por força da Constituição Federal e de diversas legislações, como a Lei nº 4320/64 e

a Lei nº 10257/01 (Plano Diretor), enfatizou a necessidade de planejamento para

uma gestão pública responsável, profissionalizou as peças de planejamento, a partir

da exigência de conteúdos mínimos.

A ação transparente também é uma exteriorização do princípio da

publicidade, já havia sido consagrado pela Constituição Federal. A Lei Fiscal veio

determinar a adição da participação popular e publicidade dos atos administrativos,

inovou ao colocar à disposição da sociedade, inclusive pela internet, diversos

mecanismos de cunho democrático, entre os quais destacamos: a participação em

audiências públicas e a ampla divulgação das informações gerenciais, por meio do

Relatório Resumido da Execução Orçamentária, do Relatório de Gestão Fiscal, bem

como dos Anexos de Metas e Riscos Fiscais.

56

A Publicidade e transparência não são sinônimas, a publicidade

(publicações) faz parte da transparência, sendo que a transparência só se

aperfeiçoa com ampla participação popular (audiências públicas).

O cumprimento de metas tem em vista a maior transparência e qualidade

das informações, o controle exige ação fiscalizadora atuante e contínua tanto dos

órgãos externos quanto internos.

Também nos termos do § 3º, do artigo 50 temos a obrigação da

Administração Pública de manter sistema de custos que permita a avaliação e o

acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

Ademais os instrumentos de controle estabelecidos pela Lei, deve-se

considerar a responsabilização do gestor público sempre que houver o

descumprimento das regras, com a suspensão de transferências voluntárias,

garantias e contratação de operações de crédito, inclusive ARO (Antecipação da

Receita Orçamentária). Os responsáveis sofrerão as sanções previstas na Lei de

Crimes Fiscais (Lei nº 10.028, de 19 de outubro de 2000). (TCESP, 2009b)

9.1.1 EVITAR RISCOS

Como redutor dos gastos públicos temos o planejamento, é um

instrumento de controle da administração para uma gestão equilibrada e

responsável.

O déficit público e a dívida pública são as principais preocupações do

modelo econômico adotado pelo Brasil e por muitas nações. (TCESP, 2009b)

E o planejamento orçamentário é o principal instrumento de controle para

prevenir déficits imoderados e injustificados, reduzir o estoque da dívida em nível

equivalente à capacidade de geração de receita do ente federado, Política

monetária previsível e controlada, dar transparência na aplicação do erário e

preservar o patrimônio público. (TOLEDO JUNIOR, ROSSI, 2001)

57

O art. 165 da Constituição Federal determinou a criação de leis que

instituam:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

Quanto ao planejamento orçamentário, destacamos a Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) como um instrumento que busca a contenção do déficit e da

dívida, pautado na economia da despesa, sendo uma das grandes inovações da

Constituição Federal de 1988.

Assim, o conteúdo da LDO com relação aos Riscos Fiscais é classificado

em Riscos Orçamentários e os Riscos da Dívida integrante do Anexo de Riscos

Fiscais.

Os riscos fiscais são as possibilidades de ocorrências de eventos ou fatos

econômicos capazes de impactar ou onerar de forma substancial e negativa as

contas públicas, que ameace o equilíbrio na execução orçamentária, conforme dita o

§ 1º, do art. 4º, da LRF. Como por exemplo, a frustração na arrecadação, decorrente

de fatos posteriores à elaboração do orçamento (queda na atividade econômica,

variação no câmbio); demandas judiciais em virtude de tributos instituídos; ações

trabalhistas; calamidade pública como epidemias, enchentes; despesas não

empenhadas na de exercícios anteriores (artigo 37 da Lei nº 4320/64).

Quanto aos Riscos Orçamentários podemos definir como possibilidade

das receitas e despesas previstas não se realizarem durante a execução do

Orçamento. Como exemplos, citamos:

1 – Arrecadação de Tributos menor do que a prevista no Orçamento.

2 – Restituição de tributos maior que a prevista no Orçamento.

3 – Nível de Atividade Econômica, Taxa de Inflação e Taxa de Câmbio, variáveis

que podem influenciar no montante de recursos arrecadados sempre que houver

desvios entre as projeções destas variáveis quando da elaboração do orçamento e

os valores observados durante a execução orçamentária.

Com relação aos Riscos de Dívida, são as possíveis ocorrências externas

à administração, resultando em aumento do estoque da dívida pública, acontecem

principalmente a partir de dois tipos de eventos:

58

A administração da dívida, ou seja, como a variação das taxas de juros e de

câmbio em títulos vincendos.

Os passivos contingentes que representam dívidas que dependem de resultados

dos julgamentos de processos judiciais que são imprevisíveis.

Salientamos que os precatórios são os passivos “efetivos” e não de

passivos contingentes, não se enquadrando no conceito de Risco Fiscal, pois,

conforme estabelecido pelo art. 100, § 1º da Constituição Federal, é obrigatória a

inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao

pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado,

constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o

pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados

monetariamente.

Então, tanto pela Constituição Federal como pela LRF, as limitações para

evitar riscos e as metas são:

a) art. 29-A, 51, IV, e art. 52, XIII da Constituição Federal: identificação de limite para o gasto do legislativo;

b) art. 4º, I, “b” c.c art. 9º, ambos da LC nº 101/2000: Regras para

contingenciamento (congelamento, limitação de empenhos) de dotações caso a evolução bimestral da receita comprometer os resultados orçamentário e financeiro. Importante ao planejamento orçamentário operar como instrumento de busca do equilíbrio das contas do setor governo;

c) art. 4º, I, “e”, da LC nº 101/2000: Regras para avaliar a eficiência das ações

desenvolvidas, com controle dos custos dos serviços oferecidos;

d) art. 4º, I, “f”, da LC nº 101/2000: Critérios para ajudar financeiramente instituições privadas sem fins lucrativos como auxílios, subvenções e contribuições ao terceiro setor;

e) art. 4º, I, “f”, da LC nº 101/2000: Critérios para transferência de recursos a

entidades da administração indireta; f) art. 62 da LC nº 101/2000: Autorização para o Município auxiliar o custeio de

despesas próprias do Estado e da União; g) art. 8º da LC nº 101/2000: Critérios para o Executivo efetuar a programação

financeira mensal de todo o Ente inclusive do Legislativo; h) art. 5º, III, da LC nº 101/2000: Quanto será retido na LOA do Percentual da

Receita Corrente Líquida - RCL para a formação de Reserva de Contingência, voltada a passivos contingentes e outros riscos fiscais imprevistos;

59

i) art. 22, parágrafo único, da LC nº 101/2000: Casos que justifiquem a

contratação excepcional de horas extras quando o respectivo Poder ou órgão superar o “limite prudencial”, ou seja, para Executivo Municipal, 51,30% da RCL e para o Legislativo Municipal: 5,70% da RCL;

j) art. 5º, § 3º, da LC nº 101/2000: Determinação do índice de preços para

atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada; k) art. 166, § 4º, da Constituição Federal: Somente podem ser aprovadas as

Emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO quando forem compatíveis com o PPA;

l) Elaboração e proposta (projeto de lei) pelo Poder Executivo ao Poder

Legislativo; m) art. 35, § 2º, II, do ADCT: O prazo de remessa é até 15 de abril de cada

exercício financeiro; n) art. 35, § 2º, II, do ADCT: Devolução do autógrafo para sanção até o término

do primeiro período da sessão legislativa correspondente (meados de

junho). . (TCESP, 2009b)

9.1.2 - CORRIGIR DESVIOS

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumento que busca a

contenção do déficit, fundamentado na economia da despesa, uma das grandes

inovações da Constituição Federal de 1988. (TCESP, 2009b)

Para se corrigir desvios pode-se:

a) contingenciar dotações quando se avizinhar o déficit orçamentário;

b) implantar a contabilidade de custos para eliminar desperdícios e para subsidiar

o exame de eficiência dos programas governamentais;

c) editar leis específicas disciplinando o repasse de subvenções como a

destinação, metas de atendimento, formas de acompanhamento pelo Conselho

Municipal de Assistência Social;

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d) Critérios para o Executivo efetuar a programação financeira mensal de todo o

Ente inclusive do Legislativo (art. 8º da LC nº 101/2000);

e) Percentual (%) da Receita Corrente Líquida (RCL) que será retido na LOA para

a formação de Reserva de Contingência, voltada a passivos contingentes e

outros riscos fiscais imprevistos (art. 5º, III, da LC nº 101/2000). (TOLEDO.

ROSSI, 2001)

CONTROLE INTERNO

A Constituição da República de 1988 em seu inciso I do artigo 74 trouxe o

dever do sistema de controle interno de avaliar as metas previstas no plano

plurianual, enquanto a Portaria nº 42/99 ordena a elaboração do PPA com

indicadores, e a Lei de Responsabilidade Fiscal, artigo 4º, inciso I, alínea “e”

determina que a Lei de Diretrizes Orçamentárias disponha sobre a avaliação dos

programas.

Assim, o PPA é o instrumento de constante avaliação e controle. Em

princípio a rotina da avaliação será realizada pela unidade orçamentária,

responsável pela execução dos programas, contudo, deverão ser analisadas pela

coordenação do controle interno.

Portanto, a atribuição do sistema de controle interno é o controle

finalístico dos programas de governo, não somente no processo, mas no resultado

da ação governamental, na capacidade do gestor em transformar o plano do

governo em benefícios para a sociedade, ainda, deve dar apoio ao controle externo.

O planejamento deve ser eficaz, controlado e permanente para que

possam ser efetuadas as correções de rumo.

CONTROLE EXTERNO

A LRF trouxe a necessidade das ações governamentais se tornarem mais

efetivas e transparentes, devendo os Tribunais de Contas estar atentos ao

planejamento estratégico público nacional, atuando também como órgão orientador

técnico-legal para o atingimento e obediência dos princípios constitucionais

determinados no caput do artigo 37, observância do disposto no artigo 70, com

atribuições conferidas pelo artigo 71 da Constituição Federal e os contidos nos

artigos 57 e 59 da LRF. (CAVALHEIRO. FLORES, 2001)

61

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, antes mesmo da edição

da Lei Fiscal, iniciou uma série de ações pedagógicas, seminários e palestras em

diversas regiões do Estado, também, foram elaborados cartilhas e manuais sobre

assunto da área de atuação, distribuídos e disponibilizados na Internet aos órgãos

jurisdicionados ao público em geral.

Até 2009 foram realizados 384 ciclos de debates com agentes políticos e

dirigentes municipais, dentre outros, sempre abordando temas relacionados à LRF.

Quanto à educação fiscal foi realizada uma parceria com o Governo do

Estado de São Paulo, a Fundação do Desenvolvimento Administrativo – FUNDAP, a

Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM e a Fundação Vanzolini para desenvolver o

Programa de Gestão Governamental – PGG, com 95 horas-aula, semipresencial,

nas unidades da Rede do Saber, fazendo parte da inserção dos municípios no ciclo

de gestão governamental do Projeto Modernização do Sistema de Controle Externo

– PROMOEX.

Apesar do trabalho pedagógico, sem outra alternativa, foram aplicadas

ações punitivas multas pessoais aos transgressores e comunicados às Secretarias

de Governo, ao Ministério da Fazenda e ao Banco Central, diante dos

descumprimentos das obrigações fiscais, resultando em sanção institucional de

suspensão de transferências voluntárias. (TCESP, 2010)

A Resolução nº 02/2011 de 05/10/2011, publicado no DOE em 11/10/11,

aprova os Planos Estratégicos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o

Plano Estratégico Institucional e Plano Estratégico de Tecnologia da Informação,

para o período de 2011 a 2015.

De acordo com o Anexo I à Resolução nº 02/2011 de 05/10/2011, foram

múltiplas as razões para que o TCESP iniciasse um Ciclo de Gestão Estratégica –

mudanças sociais e na gestão pública; adesão o Programa de Modernização do

62

Sistema de Controle Externo dos Estados e Municípios Brasileiros – PROMOEX;

harmonização das diversas iniciativas de aprimoramento da gestão e atualização

tecnológica e avaliação de impacto e de necessidades de adequação considerando

o projeto de lei de Responsabilidade Orçamentária que tramita no Senado Federal.

A articulação dos ativos de uma organização é a Gestão Estratégica, com

a finalidade de definir e alcançar uma visão de futuro, cumprir sua missão

constitucional e alcançando todo o seu potencial.

São três etapas para implantação da Gestão Estratégica Institucional:

1ª) Formulação da Estratégia: sendo estabelecidas as Declarações

estratégicas determinando a missão e visão do futuro, e analise situacional do

ambiente interno apontando os pontos fortes e pontos fracos e análise do ambiente

externo identificando as ameaças e oportunidades.

2ª) Tradução da Estratégia: tradução da visão do futuro em objetivos

estratégicos, indicadores e metas, definindo também as iniciativas estratégicas

necessárias para alcançar as metas, construindo Mapa Estratégico.

3ª) Execução da Estratégia: controle e avaliação dos resultados a partir

da implantação das iniciativas estratégicas e acompanhamento.

O Anexo II da Resolução nº 02/2011 trata do Plano Estratégico de

Tecnologia da Informação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que vem

empreendendo esforços para aprimorar a gestão e modernizar sua estrutura de

trabalho incluindo a tecnologia da informação, proporcionando maior controle,

agilidade e transparência na execução de suas ações.

A Gestão Estratégica de TI é a articulação dos ativos do Departamento

de Tecnologia da Informação (DTI) objetivando definir e alcançar a Visão do Futuro,

cumprindo sua missão e alcançando todo o seu potencial.

São cinco etapas em que se fundamentou a metodologia para realizar o

planejamento do DTI:

1ª) Diagnóstico Situacional do DTI: com aplicação de um modelo de

excelência que indica em que medida será necessário elevar o nível de maturidade

dos processos de trabalho para alcançar a excelência pretendida com TI como

políticas, contingências, governança, infraestrutura, gestão de portifólio e projetos,

gestão do orçamento e segurança da informação digital.

63

2ª) Formulação da Estratégia: assegurar um entendimento uniforme da

Missão do Departamento e uma visão futura compartilhada.

3ª) Tradução da Estratégia: quando a Visão do Futuro é traduzida em

objetivos estratégicos, indicadores e metas necessárias para alcançar as metas,

definindo também as iniciativas estratégicas construindo Mapa Estratégico.

4ª) Identificação do portifólio de projetos de TI: utilizando as iniciativas

definidas na etapa anterior, preenchendo uma ficha de projeto.

5ª) Elaboração do Plano de Gestão e recomendações para Gestão do

Plano Estratégico.

64

CONCLUSÃO

Com a ampliação dos direitos individuais, coletivos e sociais mediante

promulgação da Constituição Federal de 1988, foi imposta ao Estado Brasileiro a

necessidade de modernização para atingir dos resultados almejados pela sociedade

para solução dos problemas.

Vindo assim, dentre outras, a Lei de Responsabilidade Fiscal para

modernizar a legislação financeira.

O planejamento estratégico deve primeiramente antever fatos futuros,

traduzindo em programas, projetos, atividades e ações. Reunir o acompanhamento,

prevenir riscos, corrigir os desvios, estabelecer metas mensuráveis e cronogramas

de etapas a serem realizadas para o alcance da efetividade.

Dentre os métodos de planejamento existentes, o método ZOPP –

Planejamento de Projeto Orientado para Objetivos e o PES – Planejamento

Estratégico Situacional são utilizados no planejamento do setor público.

O método ZOPP é um método de planejamento participativo muito

difundido em todo o mundo, tem como característica a flexibilidade e adaptabilidade

em diversas situações. E no método de planejamento – PES há análise de

problemas, identificação de cenários, a visualização de outros atores sociais e a

análise estratégica (relações de poder entre os atores sociais).

Com a edição da Resolução nº 02/2011 em 05/10/2011, publicado no

DOE em 11/10/11, foi aprovado os Planos Estratégicos do Tribunal de Contas do

Estado de São Paulo, compreendendo, basicamente, a Formulação (entendimento

uniforme da Missão da organização e estabelecer uma Visão do Futuro

compartilhada) e a Tradução da Estratégia (Mapa Estratégico e Detalhamento dos

objetivos), caminhando para definir e alcançar uma visão de futuro, cumprir sua

missão constitucional e alcançar todo o seu potencial.

Atualmente, há uma preocupação cada vez maior dos gestores públicos

com o planejamento mais dinâmico, mais próximo da realidade, da situação em que

se encontram os problemas da comunidade, do povo e como resolve-los.

65

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