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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS MICHAELLE GERALDA DOS SANTOS TRIAGEM FITOQUÍMICA E ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA DO EXTRATO DICLOROMETANO-ETANÓLICO DE RAÍZES DE Eriosema crinitum (Kunth) G. Don (Leguminosae) Diamantina 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

MICHAELLE GERALDA DOS SANTOS

TRIAGEM FITOQUÍMICA E ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA DO

EXTRATO DICLOROMETANO-ETANÓLICO DE RAÍZES DE Eriosema

crinitum (Kunth) G. Don (Leguminosae)

Diamantina

2014

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MICHAELLE GERALDA DOS SANTOS

TRIAGEM FITOQUÍMICA E ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA DO

EXTRATO DICLOROMETANO-ETANÓLICO DE RAÍZES DE Eriosema

crinitum (Kunth) G. Don (Leguminosae)

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado do

Programa de Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas da Universidade Federal dos Vales

do Jequitinhonha e Mucuri, como requisito

parcial à obtenção do título de Mestre em

Ciências Farmacêuticas.

Área de concentração: Farmacologia de produtos

naturais e plantas medicinais.

Orientador: Dr. Gustavo Eustáquio Brito Alvim

de Melo

Diamantina

2014

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Ficha Catalográfica - Sistema de Bibliotecas/UFVJM

Bibliotecária: Jullyele Hubner Costa CRB-6/2972

Santos, Michaelle Geralda dos.

S237t 2014

Triagem fitoquímica e atividade antiproliferativa do extrato diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema crinitum (Kunth) G. Don (Leguminosae) / Michaelle Geralda dos Santos. – Diamantina:

UFVJM, 2014. 99 p.: il.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Eustáquio Brito Alvim de Melo

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Faculdade de Ciências Biológicas.

Mestrado - Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas, 2014.

1. Eriosema crinitum. 2. Inflamação. 3. Proliferação celular. I.

Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de. II. Título. CDD 615.321

Elaborada com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

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Triagem fitoquímica e atividade antiproliferativa do extrato diclorometano-etanólico de

Eriosema crinitum (Kunth) G. Don (Leguminosae)

Michaelle Geralda dos Santos

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas, nível de Mestrado, como

parte dos requisitos para obtenção do

tí tulo de Mestre.

APROVADA EM 21 / 02 / 2014

Prof.ª Edel Figueiredo Barbosa Stancioli – UFMG

Membro

Prof.ª Patrícia Machado de Oliveira – UFVJM

Membro

Prof. Gustavo Eustáquio Brito Alvim de Melo – UFVJM

Presidente

DIAMANTINA

2014

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AGRADECIMENTOS

Ao maravilhoso Deus e à sua bondosa Mãe Nossa Senhora, por terem me concedido saúde,

sabedoria e perseverança em todos os momentos e pela graça da concretização desse sonho.

À minha querida mãe Douraci, pelo seu amor incondicional, pelo seu exemplo dual de mãe e

pai. Com sua fé inabalável, sempre participou de todas as minhas caminhadas. Você é a razão

de tudo!

Aos meus irmãos Michelle, Júnior e Roberto pela amizade, incentivo, carinho e pelo amor que

nos une.

À minha avó Judite, minha segunda mãe, sempre presente em minha vida, pelo amor, carinho

e pelas suas orações,

A todos os meus familiares que estiveram presentes durante esta jornada, em especial, à tia

Lourdes por me acolher em sua casa desde a época da graduação;

Ao meu tio Serafim Luciano Costa (Finfin) pelo auxílio na coleta da “Pustemeira”;

Ao meu namorado, Willian, pela sua presença constante, por todo amor, carinho, dedicação e

paciência;

Ao meu orientador, Prof. Dr. Gustavo Eustáquio Brito Alvim de Melo, grande exemplo de

competência; pelos ensinamentos, confiança, amizade, apoio, respeito e incentivo em todos os

momentos da realização desse trabalho. Por me ajudar em meu crescimento científico,

profissional e pessoal. Agradeço a oportunidade que me foi dada.

Ao pessoal do Herbário Dendrológico Jeanine Felfili, na pessoa do Prof. Dr. Evandro L. M.

Machado pela identificação taxonômica da planta que foi objeto desse estudo;

Ao Prof. Dr. Luiz Elídio Gregório pela colaboração, por toda atenção, dedicação e por sua

participação na análise química do extrato vegetal;

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À Profa. Dra. Cristiane F.F. Grael pela colaboração e pelo auxílio na confecção do extrato

vegetal;

À Profa. Dra. Etel Rocha Vieira pela colaboração, atenção e disposição em ajudar;

Aos colegas e professores da Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas pela amizade, apoio

e bons momentos de convívio. Nós somos os pioneiros!

À toda equipe do Bioex, especialmente Rosa, Vinícius e Mariana pela amizade, parceria,

dedicação e atenção em todos os momentos;

À toda equipe do Labimuno, por terem me acolhido com carinho, pela atenção, dedicação,

pela transmissão de conhecimentos e, principalmente pela amizade. Em especial, agradeço à

Bethânia e Valéria: presentes de Deus em minha vida. Adoro vocês!

Às colegas Bárbhara e Débora, pelo auxílio na realização das reações cromogênicas e da

CCDC;

Enfim, a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a conclusão desse

trabalho: alunos, professores e funcionários. Meus sinceros agradecimentos!

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“Change your opinions, keep to your

principles; change your leaves, keep intact

your roots.”

Victor Hugo

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RESUMO

A Eriosema crinitum (Kunth) G. Don é utilizada no Vale do Jequitinhonha como planta anti-

inflamatória na forma de decocção de suas raízes. Tendo em vista a complexidade do

processo inflamatório, o qual envolve a ativação de células do sistema imune e produção de

diversos mediadores, o objetivo desse estudo foi realizar uma triagem fitoquímica e avaliar a

possível atividade anti-inflamatória, in vitro, do extrato diclorometano-etanólico de raízes de

E. crinitum, através da avaliação do efeito do mesmo sobre a proliferação de linfócitos, a

produção de citocinas e da ciclooxigenase 2 (COX-2). A triagem fitoquímica do extrato foi

realizada por meio de reações cromogênicas, fluorogênicas e de precipitação, seguidas da

análise em cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodos

(CLAE-DAD). A citotoxicidade do extrato sobre hemácias, após 4 horas de cultura, e sobre

leucócitos do sangue periférico humano, após 24 horas ou 5 dias de cultura, foi avaliada por

meio do teste de atividade hemolítica e pelo método de exclusão com azul de Tripan,

respectivamente. Na avaliação do efeito do extrato sobre a proliferação de linfócitos, por

citometria de fluxo, células mononucleares do sangue periférico humano (PBMC) foram

incubadas, por 5 dias, em meio de cultura contendo o mitógeno Fitohemaglutinina (PHA), na

presença ou ausência do extrato nas concentrações de 25 μg/mL, 12,5 μg/mL e 6,25 μg/mL.

Essas mesmas culturas foram realizadas no tempo de 36 horas para análise da citocina IL-2,

por ELISA. Para análise da produção das citocinas TNF-α e IFN-γ, culturas de sangue total

foram estimuladas com Miristato Acetato de Forbol (PMA) e tratadas com o extrato nas

concentrações de 50 μg/mL, 25 μg/mL e 12,5 μg/mL. Essas concentrações foram utilizadas

em culturas de sangue total estimuladas com lipopolissacarídeo (LPS) para investigação do

efeito do extrato sobre a expressão de COX-2. A produção de citocinas e de COX-2 foi

analisada por citometria de fluxo. Os resultados evidenciaram a presença de terpenos e das

subclasses dos flavonoides: flavonas e flavonóis no extrato. O extrato, nas concentrações

iguais ou inferiores a 50 μg/mL, não foi tóxico para culturas celulares de 24 horas e, para

culturas de 5 dias, as concentrações não tóxicas foram iguais ou inferiores a 25 μg/mL.

Quanto à ação anti-inflamatória, o extrato não inibiu a produção das citocinas TNF-α e IFN-γ

e também não foi capaz de reduzir a expressão de COX-2. No entanto, o extrato inibiu a

proliferação de linfócitos e suas subpopulações T CD4 e TCD8, tendo uma eficácia em

relação à Dexametasona de 71,65%, 53,14% e 167,94% para linfócitos totais, T CD4 e T

CD8, respectivamente. O extrato também reduziu os níveis de IL-2 nas culturas estimuladas

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com PHA. Esses achados sugerem que o extrato apresenta um efeito inibidor, principalmente

sobre a proliferação de células T CD8, associado à inibição na produção de IL-2. Diante dos

resultados apresentados, os princípios ativos presentes na planta parecem exercer suas funções

anti-inflamatórias regulando a proliferação de linfócitos T, principalmente os linfócitos T

CD8. Essa função poderia ser explorada em desordens de natureza inflamatória-

linfoproliferativa, bem como prevenção da rejeição de transplantes de órgãos. Para tal, ensaios

adicionais são necessários para investigar e identificar os constituintes ativos e os mecanismos

moleculares envolvidos na ação inibitória apresentada pelo extrato.

Palavras-chave: Eriosema crinitum, inflamação, proliferação celular, IL-2.

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ABSTRACT

The Eriosema crinitum (Kunth) G. Don is used in Jequitinhonha Valley as anti-inflammatory

plant in the form of decoction of its roots. Given the complexity of the inflammatory process,

which involves the activation of immune cells and production of several mediators, the aim of

this study was to perform a phytochemical screening and evaluate the potential anti-

inflammatory activity, in vitro, the dichloromethane-ethanol extract of the roots of E. crinitum

by assessing the effect of the same on lymphocyte proliferation, production of cytokines and

cyclooxygenase-2 (COX-2). The phytochemical screening of the extract was performed using

chromogenic reactions, fluorogenic and precipitation followed by analysis in high efficiency

liquid chromatography coupled with a diode array detector (HPLC-DAD). The cytotoxicity of

the extract after 24 hours or 5 days of culture on erythrocytes and leukocytes in human

peripheral blood was evaluated by the test of hemolytic activity and the method of exclusion

with Trypan blue, respectively. In evaluating of the effect of the extract on the proliferation of

lymphocytes by flow cytometry, mononuclear cells from human peripheral blood (PBMC)

have been incubated for 5 days in a culture medium containing the mitogen

Phytohemagglutinin (PHA) in the presence or absence of extract at concentrations of 25

μg/mL, 12.5 μg/mL and 6.25 μg/mL. These cultures too were performed in the time of 36

hours for analysis of IL -2 by ELISA. To analyze the production of cytokines TNF-α and

IFN-γ, whole blood cultures were stimulated with Phorbol Myristate acetate (PMA) and

treated with the extract at concentrations of 50 μg/mL, 25 μg/mL and 12.5 μg/mL. These

concentrations were used in whole blood cultures stimulated with lipopolysaccharide (LPS) to

investigate the effect of the extract on the expression of COX-2. Cytokine production and

COX-2 was analyzed by flow cytometry. The results showed the presence of terpenes and

subclasses of flavonoids: flavones and flavonols in extract. The extract, in concentration equal

or greater than 50 μg/mL was not toxic to cell cultures after 24 hours and in culture after 5

days, non- toxic concentrations were equal to or greater than 25 μg/mL. In relation to the anti-

inflammatory action, the extract did not inhibit the production of TNF-α and IFN-γ and also

was not able to reduce the expression of COX-2. Moreover, the extract inhibited the

proliferation of lymphocytes and their subpopulations CD4 and CD8, and its efficacy

compared to dexamethasone was 71.65%, 167.94% and 53.14% for total lymphocytes, CD4

and CD8, respectively. The extract also reduced the levels of IL-2 in cultures stimulated with

PHA. These findings suggest that the extract has an inhibitory effect, especially on the

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proliferation of CD8 T cells associated with the inhibition of IL-2. Considering the presented

results, the active molecules present in the plant seem to play their anti-inflammatory

functions by regulating the T lymphocytes proliferation, mainly T CD8 lymphocytes. This

function could be exploited in inflammatory lymphoproliferative disorders, as well as in the

prevention of transplant rejection. Further trials are needed to investigate the active

constituents and the molecular mechanisms involved in the inhibitory action displayed by the

extract.

Keywords: Eriosema crinitum, inflammation, cellular proliferation, IL-2.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Eriosema crinitum. Estrutura total da planta (A e B), fruto legume (C) e flor

(D)........................................................................................................................................

29

Figura 2. Extrato diclorometano-etanólico (1:1) de raízes de E. crinitum...........................

39

Figura 3. Sequência de procedimentos utilizados para as análises de proliferação celular

pela diluição do VPD450.....................................................................................................

52

Figura 4. Sequência de procedimentos utilizados para a análise do percentual de

linfócitos positivos para as citocinas avaliadas....................................................................

57

Figura 5. Sequência de procedimentos utilizados para as análises de expressão de COX-

2............................................................................................................................................

59

Figura 6. Pesquisa de taninos em raízes de Eriosema crinitum...........................................

61

Figura 7. Pesquisa de alcaloides em raízes de Eriosema crinitum.......................................

62

Figura 8. Pesquisa de flavonoides em raízes de Eriosema crinitum pelas reações de Pew

e de Shinoda.........................................................................................................................

63

Figura 9. Pesquisa de flavonoides em raízes de Eriosema crinitum pela reação com

Cloreto de Alumínio.............................................................................................................

63

Figura 10. Pesquisa de antraquinonas em raízes de Eriosema crinitum..............................

64

Figura 11. Pesquisa de saponinas em raízes de Eriosema crinitum.....................................

64

Figura 12. Pesquisa de esteroides e terpenos em raízes de Eriosema crinitum...................

65

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Figura 13. Cromatografia em Camada Delgada Comparativa (CCDC) para pesquisa de

terpenos em raízes de E. crinitum........................................................................................

66

Figura 14. Cromatograma da análise do extrato diclorometano-etanólico de raízes de

Eriosema crinitum por CLAE-DAD, modo Spectrum Max Plot.........................................

67

Figura 15. Cromatograma da análise do extrato em diclorometano-etanólico de raízes de

Eriosema crinitum no comprimento de onda de 288nm por CLAE-DAD..........................

68

Figura 16. Estrutura básica dos flavonoides e as principais subclasses...............................

69

Figura 17. Espectros em UV/Vis (190 – 600 nm) dos picos indicativos da presença de

flavonóis no extrato diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema

crinitum................................................................................................................................

70

Figura 18. Espectros em UV/Vis (190 – 600 nm) dos picos indicativos da presença de

flavonas no extrato diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema

crinitum................................................................................................................................

71

Figura 19. Percentual de hemólise em culturas tratadas com diferentes concentrações do

extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum e com o controle do solvente

DMSO 2% (n = 8) após 4 h de cultura.................................................................................

73

Figura 20. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

viabilidade celular, após 24 horas de cultura.......................................................................

74

Figura 21. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

viabilidade celular, após 5 dias de cultura ...........................................................................

75

Figura 22. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (DE) sobre a

proliferação de linfócitos......................................................................................................

77

Figura 23. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (DE) sobre a

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produção de IL-2.................................................................................................................. 79

Figura 24. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (DE) sobre o

percentual de linfócitos TNF-α+ (A) e de linfócitos IFN-γ+ (B).........................................

80

Figura 25. Análise da intensidade média de fluorescência (IMF) de monócitos COX-

2+..........................................................................................................................................

81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Posição sistemática da espécie Eriosema crinitum.................................................

29

Tabela 2. Mediadores inflamatórios e respostas celulares desencadeadas............................. 31

Tabela 3. Reativos Gerais de Alcaloides (RGA) utilizados na pesquisa da presença de

alcaloides nas raízes de Eriosema crinitum............................................................................

41

Tabela 4. Composição do gradiente de fase móvel utilizado na análise em CLAE-DAD do

extrato diclorometano-etanólico de Eriosema crinitum.........................................................

46

Tabela 5. Anticorpos monoclonais marcados com fluorocromos utilizados para análise de

populações linfocitárias, marcação de citocinas e análise da enzima ciclooxigenase............

53

Tabela 6. Pesquisa de classes de metabólitos secundários em raízes de E.

crinitum...................................................................................................................................

66

Tabela 7. Faixa de absorção e intensidade das bandas I e II para identificação das

subclasses de flavonoides.......................................................................................................

69

Tabela 8. Caracterização dos voluntários...............................................................................

72

Tabela 9. Índice de proliferação para linfócitos e suas subpopulações em culturas não

estimuladas com PHA............................................................................................................

78

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BSA Bovine serum albumin

CFSE Carboxyfluorescein Diacetate Succinimidyl Ester

CIPq-Saúde Centro Integrado de Pós-Graduação e Pesquisa em Saúde

CLAE-DAD Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detector de Arranjo de

Diodos

COX Ciclooxigenase

DE Extrato Diclorometano-etanólico de Eriosema crinitum

dL Decilitro

DEXA Dexametasona

DMSO Dimetilsulfóxido

ELISA Enzyme Linked Immunosorbent Assay

EUA Estados Unidos

FITC Isotiocianato de Fluoresceína

fL Fentolitro

FR Fator de Retenção

FSC-A Forward side scatter – área

FSC-H Forward side scatter – altura

G Grama

HRP Horseradish Peroxidase

ICAM-1 Molécula Intercelular de Adesão 1

IE Índice de Espuma

IFN-γ Interferon gamma

iNOS Óxido Nítrico Sintase induzível

IL-1 Interleucina 1

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IL-1Ra Antagonista do Receptor de IL-1

IL-2 Interleucina 2

IL-4 Interleucina 4

IL-5 Interleucina 5

IL-6 Interleucina 6

IL-9 Interleucina 9

IL-10 Interleucina 10

IL-12 Interleucina 12

IL-13 Interleucina 13

IL-17 Interleucina 17

IL-18 Interleucina 18

IL-21 Interleucina 21

IL-22 Interleucina 22

IP Índice de Proliferação

LPS Lipopolissacarídeo

Μg microgramas

Μm micrômetro

μM Micromolar

mAU mili unidades de absorbância

MG Minas Gerais

mL mililitros

Nm Nanômetro

MS Ministério da Saúde

NK Natural killer

OMS Organização Mundial da Saúde

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PAF Fator Ativador de Plaquetas

PBMC Células Mononucleares do Sangue Periférico

PBS Tampão Fosfato Salina

PBS-W Tampão Fosfato Salina – Wash

PBS-P Tampão Fosfato Salina de Permeabilização

PE Ficoeritrina

PerCP-Cy5.5 Proteína Clorofila Peridinina combinada a Cianina

Pg Picograma

PHA Fitohemaglutinina

PMA Miristato Acetato de Forbol

PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

RENAME Relação Nacional de Medicamentos Essenciais

RGA Reativos Gerais de Alcaloides

PRR Receptores de Reconhecimento de Padrões

SP São Paulo

SSC-A Side light scatter - área

SSC-H Side light scatter - altura

SUS Sistema Único de Saúde

TFA Trifluoroacético

TGF-β Fator de Crescimento Transformante beta

TLR Receptores do tipo “Toll” (do inglês: Toll-like Receptors)

TMB 3,3’, 5,5’ tetrametilbenzidina

TNF-α Fator de Necrose Tumoral alpha

UFVJM Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

VCAM-1 Molécula de adesão vascular celular 1

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UV/Vis Ultravioleta/Visível

VPD450 Violet Proliferation Dye 450

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 22

2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................................. 23

2.1 Plantas medicinais......................................................................................................... 23

2.2 A família Leguminosae (Fabaceae) e o gênero Eriosema............................................. 25

2.3 Composição química e investigação de atividades biológicas de espécies do gênero

Eriosema .............................................................................................................................

26

2.4 Eriosema crinitum......................................................................................................... 28

2.5 Resposta inflamatória.................................................................................................... 30

3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................. 36

4 OBJETIVOS.......................................................................................................................... 38

4.1 Objetivo Geral............................................................................................................... 38

4.2 Objetivos Específicos.................................................................................................... 38

5 METODOLOGIA.................................................................................................................. 39

5.1 Material vegetal............................................................................................................. 39

5.1.1 Coleta e identificação taxonômica............................................................................. 39

5.1.2 Preparo do extrato bruto............................................................................................. 39

5.2 Triagem fitoquímica das principais classes de metabólitos secundários presentes nas

raízes de E. crinitum............................................................................................................

40

5.2.1 Pesquisa de taninos..................................................................................................... 40

5.2.2 Pesquisa de alcaloides................................................................................................ 41

5.2.3 Pesquisa de flavonoides............................................................................................. 42

5.2.4 Pesquisa de antraquinonas.......................................................................................... 43

5.2.5 Pesquisa de saponinas e índice de espuma................................................................. 43

5.2.6 Pesquisa de esteroides e terpenos............................................................................... 44

5.3 Análise do extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum por Cromatografia

Líquida de Alta Eficiência acoplada a Detector de Arranjo de Diodos (CLAE-

DAD)...................................................................................................................................

45

5.4 Critérios de inclusão e sujeitos da pesquisa.................................................................. 46

5.5 Amostra biológica......................................................................................................... 47

5.6 Parâmetros hematológicos............................................................................................. 47

5.7 Obtenção das Células Mononucleares do Sangue Periférico (PBMC) humano........... 47

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5.8 Avaliação da citotoxicidade do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E.

crinitum, in vitro..................................................................................................................

48

5.8.1 Avaliação da atividade hemolítica do extrato diclorometano-etanólico de raízes de

E. crinitum...........................................................................................................................

48

5.8.2 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

viabilidade de PBMC humanas...........................................................................................

49

5.9 Análise do efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre

a proliferação de linfócitos humanos..................................................................................

50

5.10 Anticorpos utilizados................................................................................................... 53

5.11 Avaliação do efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

sobre produção de citocinas por linfócitos humanos, in vitro.............................................

54

5.11.1 Avaliação do efeito extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

sobre a produção de IL-2.....................................................................................................

54

5.11.2 Avaliação do efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

sobre a produção de IFN-γ e TNF-α...................................................................................

56

5.12 Avaliação do efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

sobre a expressão de COX-2...............................................................................................

58

6 ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................................................... 60

7 RESULTADOS ..................................................................................................................... 61

7.1 Triagem fitoquímica das principais classes de metabólitos secundários presentes nas

raízes de E. crinitum............................................................................................................

61

7.2 Análise do extrato em diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum por

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a Detector de Arranjo de Diodos

(CLAE-DAD)......................................................................................................................

67

7.3 Análise de hemogramas dos sujeitos da pesquisa......................................................... 72

7.4 Citotoxicidade do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum............... 72

7.5 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

proliferação de linfócitos humanos.....................................................................................

75

7.6 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a produção

de IL-2 por linfócitos humanos...........................................................................................

78

7.7 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a produção

de TNF-α e IFN-γ por linfócitos humanos..........................................................................

79

7.8 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a expressão

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de COX-2............................................................................................................................ 81

8 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................................................................... 82

9 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 86

REFERÊNCIAS........................................................................................................................

ANEXO A.................................................................................................................................

87

97

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22

1 INTRODUÇÃO

As plantas medicinais têm sido utilizadas desde a antiguidade para a cura de diversas

doenças. Muitos compostos bioativos foram descobertos a partir de fontes naturais e são hoje

utilizados no tratamento de diversas doenças.

O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do mundo e o Cerrado contribui

relevantemente para essa posição. Porém, estudos acerca das atividades biológicas da grande

maioria das espécies vegetais ainda são escassos. Assim, pesquisas que envolvam espécies

presentes nesse bioma são de grande relevância para contribuir com a obtenção de respaldo

científico na utilização de plantas medicinais pela população, para a valorização da riqueza

vegetal e para a possibilidade de descoberta de substâncias bioativas com potencial para o

desenvolvimento de novos fármacos.

A família Leguminosae (Fabaceae) é uma das famílias mais expressivas em termos de

número de espécies no Cerrado. Dentre essas espécies se encontra a Eriosema crinitum

(Kunth) G. Don, uma planta que tem sido utilizada há tempos por raizeiros de Diamantina e

região para fins anti-inflamatórios. Porém, não existem relatos na literatura sobre a avaliação

da composição química ou da bioatividade de extratos dessa planta.

Diante disso, iniciamos o presente estudo com o intuito de investigar, primeiramente, a

toxicidade do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre hemácias e

leucócitos do sangue periférico humano, in vitro. Em seguida, realizamos uma caracterização

química preliminar do extrato vegetal de forma paralela à avaliação de seu efeito inibitório

sobre a produção de citocinas pró-inflamatórias e sobre a expressão da enzima ciclooxigenase

2 (COX-2), bem como sobre a proliferação de linfócitos do sangue periférico humano, in

vitro.

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23

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Plantas medicinais

A utilização de plantas com fins medicinais para tratamento, cura e prevenção de

doenças é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade (RATES, 2001).

A Organização Mundial da Saúde (OMS), considerando as plantas medicinais como

importantes instrumentos da assistência farmacêutica, tem expressado, por meio de vários

comunicados e resoluções, sua posição a respeito da necessidade de valorizar a sua utilização

no âmbito sanitário ao observar que 70% a 90% da população nos países em vias de

desenvolvimento dependem delas no que se refere à Atenção Primária à Saúde (WHO, 1993;

WHO, 2011).

Apesar da grande evolução da medicina alopática, a partir da segunda metade do

século XX, têm existido obstáculos básicos na sua utilização pelas populações carentes, que

vão desde o acesso aos centros de atendimento hospitalares à obtenção de exames e

medicamentos. Estes motivos, associados à fácil obtenção e à grande tradição do uso de

plantas medicinais, contribuem para sua utilização pelas populações dos países em

desenvolvimento (VEIGA JÚNIOR, PINTO e MACIEL, 2005).

Segundo Calixto (2000a), entre as várias razões que têm proporcionado o interesse da

população pelos medicamentos fitoterápicos, pode-se mencionar a preferência por terapias

naturais; os efeitos colaterais observados com os medicamentos sintéticos e a crença errônea

de que os medicamentos fitoterápicos não possuem efeitos colaterais; a tendência da

população em acreditar que os medicamentos fitoterápicos podem ser efetivos nos tratamentos

de doenças quando os medicamentos sintéticos falham; a automedicação; a existência de

estudos científicos para alguns produtos fitoterápicos e o alto custo dos medicamentos

sintéticos.

A utilização de componentes químicos derivados de produtos naturais é

reconhecidamente importante na produção e desenvolvimento de fármacos (CALIXTO et al.,

2000b). Estima-se que cerca de 40% dos medicamentos disponíveis foram desenvolvidos a

partir de fontes naturais, sendo que dentre essa porcentagem, aproximadamente 25% são

derivados direta ou indiretamente de constituintes químicos vegetais (CALIXTO et al.,

2000b; RATES, 2001).

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Assim, as plantas com finalidades terapêuticas, além de seu uso na medicina popular,

têm contribuído, ao longo dos anos, para a obtenção, de forma direta ou indireta, de vários

fármacos, até hoje amplamente utilizados na clínica, como a morfina (Papaver somniferum

L.), os glicosídeos cardiotônicos digitoxina (Digitalis purpurea L.) e a digoxina (Digitalis

lanata Ehr.), os antimaláricos quinina (Cinchona spp) e artemisina (Artemisia annua), bem

como vários medicamentos utilizados no tratamento do câncer, como vimblastina e vincristina

(Catharanthus roseus), o taxol (Taxus brevifolia), dentre vários outros com funções

terapêuticas diversas (CALIXTO, 2001).

A pesquisa por novos produtos bioativos de origem vegetal pode ser feita de forma

randômica, por observação ecológica ou etnobotânica (BASSO et al., 2005). A pesquisa

randômica é extremamente laboriosa e fornece uma taxa muito baixa de sucesso. A

observação ecológica consiste em buscar bioatividade a partir de plantas de áreas que indicam

a presença de compostos ativos como aquelas em que há ausência de herbívoros, indicando

ocorrência de substâncias tóxicas ou através da zoofarmacognosia, em que o alvo são as

plantas ingeridas por animais, principalmente primatas, para alívio de sintomas (BERRY et

al., 1995). A pesquisa etnobotânica utiliza o conhecimento popular para selecionar as plantas

que serão estudadas e, ao contrário da pesquisa randômica, a etnobotânica apresenta uma alta

probabilidade de obtenção de compostos com alguma atividade biológica (BASSO et al.,

2005).

Nos últimos anos, as pesquisas etnobotânicas vêm crescendo, particularmente em

países como o Brasil. O enfoque dos trabalhos varia conforme a região, mas o tema

predominantemente contemplado aborda o âmbito das plantas medicinais (OLIVEIRA et al,

2009).

Tendo em vista que o Brasil se configura como um dos países com a maior

biodiversidade do mundo, o país encontra-se em uma posição estratégica para desenvolver

uma exploração racional e sustentada de novas substâncias de valor terapêutico (MYERS, et

al., 2000; BASSO et al., 2005). Grande parte das plantas nativas brasileiras ainda não tem

estudos e muitas espécies são utilizadas sem respaldo cientifico quanto à eficácia e segurança,

o que demonstra a existência de uma enorme lacuna entre a oferta de plantas e as poucas

pesquisas. Desta forma, considera-se este um fator de grande incentivo ao estudo com plantas,

visando sua utilização como fonte de recursos terapêuticos, pois o reino vegetal representa,

em virtude da pouca quantidade de espécies estudadas, um vasto celeiro de moléculas a serem

descobertas (FOGLIO et al., 2006).

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A biodiversidade brasileira está distribuída em seis biomas, sendo o Cerrado brasileiro

a segunda maior área de plantas nativas do país, sendo considerado um hotspot mundial; uma

área que concentra grande biodiversidade e é prioritária para conservação (MYERS et al.,

2000; BASSO et al., 2005; JOLY et al., 2011). As plantas encontradas no Cerrado despertam

o interesse da indústria de medicamentos, pois estas constituem fontes de compostos bioativos

(CARAMORI et al., 2004). Embora haja relatos de atividades biológicas de espécies

presentes no Cerrado, sendo muitas plantas utilizadas pela população residente como agentes

antimicrobianos, anti-inflamatórios e antifúngicos, dentre outras atividades (BOONCLARM

et al., 2006; REBECC et al., 2010; SILVA et al., 2009), existem poucos estudos sobre os

efeitos terapêuticos dos extratos brutos, ou compostos isolados, provenientes de plantas deste

bioma (NAPOLITANO et al., 2005).

2.2 A família Leguminosae (Fabaceae) e o gênero Eriosema

Leguminosae (ou Fabaceae) representa uma das maiores famílias dentre as

Angiospermas. É de distribuição cosmopolita e ocorre em diferentes latitudes e altitudes, nos

mais variados ambientes (JOLY, 1975). No Brasil ocorrem aproximadamente 200 gêneros e

1.500 espécies (SOUZA e LORENZI, 2005), dos 630 gêneros e 18.000 espécies existentes na

família (JUDD et al., 2002).

As espécies representantes dessa família destacam-se principalmente por sua

importância econômica, pois são amplamente utilizadas na alimentação humana, com

espécies como Phaseolus vulgaris L. (feijão) e Arachis hypogaea L. (amendoim), fornecem

matéria-prima para medicamentos, fragrâncias, madeiras nobres e óleos, bem como para fins

paisagísticos (POLHILL et al., 1981; HEYWOOD, 1993, ALVES, 2008).

Em termos taxonômicos, reconhece-se Leguminosae como uma família monofilética

dividida em três subfamílias: Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae (LEWIS et al.,

2005, ALVES, 2008). Papilionoideae é considerada a maior subfamília dentre as

Leguminosae, abrangendo dois terços dos gêneros e espécies (LEWIS et al., 2005).

O gênero Eriosema pertence à subfamília Papilionoideae e foi descrito em 1825 por

Auguste Pyramo De Candolle, que tratou o gênero como uma seção do gênero Rhynchosia,

com oito espécies, com a ressalva de que poderia ser elevado à categoria genérica (GREAR,

1970). Após revisão por Desvaux, em 1826, foi elevado a gênero com o nome de Euriosma

Decand. Porém, devido a dúvidas sobre a ortografia e a autoria do gênero ter gerado confusão,

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26

somente no ano 2000 o termo Eriosema foi definido, e finalmente atribuído a Desvaux que

publicou a alteração ortográfica (FORTUNATO et al., 2002).

Eriosema (DC.) Desv. é um gênero pantropical e inclui cerca de 150 espécies com o

centro de diversidade na África. No continente americano está representado por 38 espécies,

das quais 30 encontram-se na América do Sul (LEWIS et al., 2005). Grear (1970), no entanto,

registrou a ocorrência de 32 espécies somente no Brasil.

O gênero Eriosema inclui ervas eretas, ou subarbustos, são, geralmente, perenes,

contêm xilopódio ou raízes napiformes ou fusiformes, flores amarelas e fruto legume reto,

geralmente pubescente. Podem ser encontradas em campos graminosos até arbustivos,

campos rupestres, áreas úmidas, pastagens e áreas degradadas (ROGALSKI e MIOTTO,

2011).

2.3 Composição química e investigação de atividades biológicas de espécies do gênero

Eriosema

O primeiro estudo fitoquímico com espécies do gênero Eriosema foi realizado por Ma et

al. (1995), onde foram isoladas e identificadas nove substâncias no extrato diclorometânico de

raízes da espécie E. tuberosum, uma espécie encontrada na Província Yunnan, na China. As

substâncias são pertencentes às classes das flavanonas, isoflavanonas, chalconas e cromonas.

Cinco das nove substâncias isoladas mostraram atividade antifúngica contra Cladosporium

cucumerinum e Candida albicans.

Em 1996, Ma et al. isolaram e identificaram seis cromonas (iso-eriosematin, eriosematin

A, B, C, D e E) também a partir do extrato diclorometânico de raízes da espécie E.

tuberosum. As cromonas eriosematin A, D e E inibiram o crescimento de Cladosporium

cucumerinum e de Candida albicans.

A partir de repetidas purificações cromatográficas da fração solúvel em butanol do

extrato metanólico de E. tuberosum, foram identificadas sete substâncias: cinco

isoflavonoides glicosídicos e duas isoflavononas (MA et al., 1998), além de três novos

fenólicos glicosídicos e quatro constituintes fenólicos não glicosídicos já conhecidos. Os

compostos fenólicos foram tóxicos para o fungo Cladosporium herbarum (MA et al., 1999).

Outra espécie do gênero Eriosema, a E. kraussianum, é utilizada na África do Sul para

tratamento de impotência sexual em homens. Em um estudo do extrato de raízes dessa planta

em mistura de diclorometano e etanol na proporção de 1:1, foram isoladas e identificadas

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27

cinco novas pirano-isoflavonas, denominadas Kraussianona 1, 2, 3, 4 e 5. As Kraussianonas 1

e 2 demonstraram atividade de relaxamento do músculo liso comparável àquela encontrada

para o citrato de sildenafil (Viagra®) no teste de disfunção erétil em músculo liso de pênis de

coelho, no qual esse medicamento foi utilizado como referência para comparação (DREWES

et al., 2002). Em 2004, Drewes et al. isolaram outras 2 pirano-isoflavonas (Kraussianona 6 e

7) e demonstraram que as Kraussianonas 3 e 5, isoladas anteriormente e presentes em menor

quantidade no extrato de raízes de E. kraussianum, tiveram efeito contrário ao do Viagra®

quando realizaram o teste de disfunção erétil como no estudo anterior. Ainda em estudos com

E. kraussianum, Ojewole, Drewes e Khan (2006), demonstraram que as Kraussianonas 1 e 2,

presentes em extrato hidro-etanólico das raízes dessa planta reduziram os níveis glicêmicos

em um modelo experimental com ratos.

Em um estudo utilizando um modelo experimental de pré-eclâmpsia com ratas, foram

verificados vários efeitos da Kraussianona 2, isolada de extrato diclorometânico das raízes de

E. kraussianum, quando essa substância foi administrada a ratas, dentre os quais foram

observados: redução da mortalidade fetal, decréscimo da pressão sanguínea e da concentração

de dois fatores antiangiogênicos solúveis no plasma, tirosina kinase 1 semelhante a fms (sFlt-

1) e endoglina (sEng) (RAMESAR et al., 2012).

Outra espécie encontrada na África do Sul é a E. glomerata, da qual foram isoladas, a

partir do extrato diclorometano-metanólico (1:1), duas novas diidrochalconas, denominadas

Erioschalconas A e B. Essas substâncias inibiram o crescimento de quatro microrganismos:

Bacillus megaterium, Escherichia coli, Chlorella fusca e Microbotryum violaceum

(AWOUAFACK et al., 2008).

O extrato etanólico de partes aéreas de E. robustum, espécie encontrada no Leste e área

Central da África, apresentou atividade anti-fúngica e antimicrobiana, inibindo o crescimento

dos microrganismos Aspergillus fumigatus, Cryptoccocus neoformans, Staphylococcus

aureus, Enterococcus faecalis e Escherichia coli (AWOUAFACK et al., 2013). Awouafack,

Tane e Eloff (2013) isolaram duas novas flavonas a partir do extrato etanólico de partes aéreas

dessa espécie, denominadas robusflavona A e B, as quais exibiram significante atividade

antioxidante, sendo que nos estudos de Awouafack et al. (2013) essas substâncias

apresentaram moderada atividade anti-fúngica e antimicrobiana.

Em um estudo utilizando extratos hexânico e diclorometânico de raízes de E. chinense,

uma espécie encontrada na Tailândia, foram isolados oito novos flavonoides prenilados,

denominados khonklonginols A-H, dentre os quais alguns demonstraram citotoxicidade sobre

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linhagens de células humanas de carcinoma de células pequenas do pulmão (NCI-H187) e

carcinoma epidermal oral (KB), bem como exibiram atividade contra Mycobacterium

tuberculosis H37Ra (SUTTHIVAIYAKIT et al., 2009).

Prasad et al. (2013) avaliaram o extrato etanólico das raízes da espécie E. chinense,

encontrada no nordeste da Índia, e validaram o potencial antidiarréico dessa planta, o qual foi

atribuído pelos efeitos do tipo antimotilidade e antissecretório gastrintestinais associados com

atividade antibacteriana contra cepas de bactérias implicadas na diarreia. Nesse estudo, o

extrato e sua fração em clorofórmio mostraram-se ricos em flavonoides, fenóis, alcalóides e

taninos, sendo que o constituinte isolado que também apresentou atividade antidiarreica é uma

flavanona prenilada denominada lupinifolina.

Thongnest et al. (2013), também estudaram a espécie E. chinense e, através de métodos

espectroscópicos, elucidaram estruturas de seis flavonoides prenilados, uma isoflavona, além

de outros 12 substâncias conhecidas a partir dos extratos em hexano, diclorometano e etanol

de raízes dessa planta. Alguns dos flavonoides isolados apresentaram atividade antioxidante e

antimicrobiana.

A espécie E. laurentii, encontrada na África, é utilizada em Camarões para tratamento

de infertilidade e outras doenças ginecológicas, bem como para os sintomas relacionados á

menopausa. Recentemente, um estudo demonstrou que o extrato metanólico de partes aéreas

dessa espécie teve propriedades semelhantes ao estrógeno, pois preveniu a secura e atrofia

vaginal e a perda de massa óssea em ratas ovariectomizadas, além de melhorar o perfil

lipídico dos animais. Os autores também encontraram que os constituintes majoritários do

extrato, sendo provavelmente os responsáveis pela atividade do mesmo, foram os

isoflavonoides genistina e genisteína (ATEBA et al., 2013).

2.4 Eriosema crinitum

Dentre as espécies do gênero Eriosema, encontra-se a Eriosema crinitum (Kunth) G.

Don, uma planta nativa do Brasil, encontrada nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas

Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo (GREAR 1970; FORTUNATO, 1999). Seu habitat

consiste de campos secos, arbustivos e campos cerrados, caracterizada por ser uma planta de

pequeno porte, ervas eretas com 14 a 17,5 cm de altura, com flores amarelas e raízes

fusiformes, de difícil visualização em campo (Figura 1). A posição sistemática da E. crinitum

está indicada na Tabela 1.

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Figura 1. Eriosema crinitum. Estrutura total da planta (A e B), fruto legume (C) e flor (D).

Tabela 1. Posição sistemática da espécie Eriosema crinitum

Popularmente conhecida como “Pustemeira”, E. crinitum é utilizada por raizeiros em

Diamantina e região para o tratamento de processos inflamatórios na forma de decocção de

suas raízes. No entanto, em levantamento bibliográfico recente, não foram encontrados

estudos que tenham avaliado os mecanismos envolvidos na atividade anti-inflamatória

atribuída à espécie ou que tenham investigado a composição química das raízes da planta.

A B

C D

Categoria Nome científico

Reino Plantae

Divisão Tracheophyta

Classe Magnoliopsida

Ordem Fabales

Família Fabaceae/Leguminosae

Subfamília Papilionoideae

Tribo Phaseoleae

Gênero Eriosema

Espécie Eriosema crinitum

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30

2.5 Resposta inflamatória

A reação inflamatória é um evento complexo que envolve o reconhecimento do

agente/estímulo lesivo, para sua posterior destruição ou neutralização, seguido da tentativa de

reconstruir o tecido danificado. A presença desse agente lesivo desencadeia a ativação e a

amplificação do sistema imune resultando na ativação de células e na liberação de diversos

mediadores responsáveis pela resposta inflamatória. No entanto, se a destruição do agente

agressor e o processo de reparo não ocorrem de maneira eficiente e sincronizada, a resposta

inflamatória pode levar a uma lesão tecidual persistente induzida pelo acúmulo de leucócitos,

colágeno e outras substâncias que podem ser prejudiciais ao organismo (NATHAN, 2002).

Macroscopicamente a resposta inflamatória é caracterizada pelos sinais da

inflamação, descritos por Cornelius Celsus no século I dC, a saber: calor, rubor, tumor e dor.

No século XVIII, Rudolf Virchow acrescentou a perda de função aos sinais descritos por

Celsus (MEDZHITOV, 2010).

Esses sinais refletem, na verdade, as mudanças hemodinâmicas (ou vasculares) e

celulares que ocorrem durante a inflamação. As mudanças hemodinâmicas são caracterizadas

pela vasodilatação arteriolar e um aumento localizado da permeabilidade microvascular.

Todas as etapas que constituem o processo inflamatório, como vasodilatação, aumento da

permeabilidade vascular e migração celular, são reguladas pela ação de vários mediadores

liberados durante uma lesão tecidual ou na presença de microrganismos patogênicos,

alérgenos, compostos tóxicos, corpos estranhos e irritantes. Esses mediadores que orquestram

o processo inflamatório são derivados de proteínas presentes no plasma ou produzidos e

liberados por células endoteliais, leucócitos infiltrados no sítio inflamatório ou por células

residentes. Além disso, podem ser classificados de acordo com suas propriedades bioquímicas

em sete grupos (MEDZHITOV, 2008; GILROY et al., 2004), conforme representado na

Tabela 2.

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31

Tabela 2. Mediadores inflamatórios e respostas celulares desencadeadas

Grupo

Mediador

Resposta

1 Aminas vasoativas (histamina e

serotonina).

Aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação

ou vasoconstrição.

2 Peptídeos vasoativos (substância P,

cininas, fibrinopeptídeos A e B e

produtos da degradação da fibrina).

Degranulação de mastócitos

Vasodilatação e aumento da permeabilidade

vascular.

3 Fragmentos do complemento (C3a,

C4a e C5a).

Recrutamento de granulócitos e monócitos e

induzem a degranulação de mastócitos.

4 Mediadores lipídicos (leucotrienos,

tromboxanos, prostaglandinas e fator

ativador de plaquetas).

Vasodilatação (ou vasoconstrição), recrutamento de

leucócitos, aumento da permeabilidade vascular e

ativação de plaquetas.

5 Enzimas proteolíticas (elastina,

catepsina e metaloproteinases da

matriz).

Defesa do hospedeiro, remodelagem tecidual e

migração leucocitária.

6 Quimiocinas. Extravasamento e quimiotaxia de leucócitos.

7

Citocinas

Efeitos locais: indução da expressão de moléculas

de adesão e de quimiocinas, facilitando a migração

de leucócitos.

Efeitos sistêmicos: indução de proteínas de fase

aguda levando à febre.

Durante o processo inflamatório as células endoteliais que revestem os vasos são

ativadas por diversos mediadores inflamatórios (histamina, trombina, fator ativador de

plaquetas (PAF) e citocinas) e expressam moléculas de adesão que se ligam a moléculas

complementares expressas na membrana celular dos leucócitos promovendo a rolagem e a

firme adesão dos leucócitos às células do endotélio e, posteriormente, sua transmigração para

o sítio inflamatório. Esses eventos celulares (rolagem, adesão e migração) são propiciados por

proteínas expressas na membrana celular endotelial e também nos leucócitos, conhecidas

como moléculas de adesão ou adressinas. A expressão dessas moléculas de adesão é regulada

pelos vários mediadores inflamatórios (POBER e SESSA, 2007; LANGER e CHAVAKIS,

2009).

No tecido, a distinção da infecção/lesão é feita por células do sistema imune inato

através de receptores expressos em suas membranas que reconhecem estruturas moleculares

do agente agressor, conhecidos como Receptores de Reconhecimento de Padrões. Um

exemplo desse reconhecimento é a identificação de patógenos pelos receptores do tipo “Toll”

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32

(TLR) expressos nas membranas de macrófagos, células dendríticas e mastócitos residentes

no tecido, levando à produção de uma ampla gama de mediadores inflamatórios tais como

moléculas quimiotáticas (quimiocinas) e as citocinas Fator de Necrose Tumoral alpha (TNF-

α), Interleucina (IL)-1 e IL-6 que, por sua vez, agem induzindo a expressão de moléculas de

adesão e o aumento da permeabilidade do endotélio de forma a provocar o extravasamento de

proteínas plasmáticas e leucócitos (principalmente neutrófilos), que são normalmente restritos

aos vasos sanguíneos, para o espaço extravascular onde se encontra o sítio de infecção/lesão

(ZENZ et al., 2008; APOSTOLAKI et al., 2010; MEDZHITOV, 2010).

Os leucócitos mono e polimorfonucleares do sistema fagocítico efetuam a fagocitose e

a eliminação de agentes invasores/agressores e restos celulares durante a inflamação.

Portanto, a migração dos leucócitos, antes restritos ao lúmen dos vasos, para o espaço

extravascular e subsequentemente para o foco inflamatório é um evento fundamental para

uma resposta inflamatória. Essas células são responsáveis por conter e destruir

microrganismos patogênicos através da fagocitose e da liberação de espécies reativas de

oxigênio, de nitrogênio e enzimas proteolíticas presentes em seus grânulos (YONEKAWA e

HARLAN, 2005; MEDZHITOV, 2010). No entanto, essas substâncias não são específicas a

ponto de destruir somente o agente agressor e também promovem danos teciduais. Embora os

leucócitos sejam críticos para a defesa do hospedeiro, sendo os efetores primários da

inflamação e respostas imunes, durante o processo de transmigração da corrente sanguínea

para o espaço extravascular, essas células podem lesionar a parede dos vasos, provocando

trombose ou promovendo edema. Os leucócitos emigrados podem ainda iniciar e sustentar o

dano tecidual através da liberação de diversos mediadores, como oxidantes, proteases, lipídios

bioativos e citocinas (YONEKAWA e HARLAN, 2005).

Quando a ação do agente inflamatório cessa, um processo de resolução da resposta

inflamatória é ativado, no qual há redução da liberação de mediadores, recuperação do estado

hemodinâmico original da microcirculação, reparo tecidual e eliminação das células

inflamatórias por recirculação sistêmica, drenagem linfática ou por morte celular (GILROY et

al., 2004; SERHAN et al., 2011). Entretanto, o processo inflamatório pode seguir outro curso

que não a resolução e resultar em fibrose (substituição por tecido conectivo) ou progredir para

um processo inflamatório crônico como resultado da persistência do agente agressor

(infecções persistentes por certos microrganismos; exposição prolongada a agentes

potencialmente tóxicos ou reações autoimunes) ou falhas nos processos de resolução.

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Assim, os eventos promovidos pelas células do sistema imune inato (neutrófilos,

células dendríticas, células natural killer – NK, macrófagos e mastócitos) são importantes

para iniciar a cascata inflamatória, porém, é necessário mencionar que a ativação da

imunidade adaptativa, que consiste na expansão de um pequeno número de linfócitos

antígeno-específicos que participam dos processos tardios da inflamação (BARTON, 2008;

CRUVINEL et al., 2010) é crucial para a resolutividade do processo inflamatório. Os

linfócitos são os principais componentes celulares da resposta adaptativa, sendo divididos em

linfócitos B, responsáveis pela produção de anticorpos e linfócitos T, que amplificam a

resposta antígeno-específica e contribui para a resposta imune humoral, para a resposta imune

mediada por células e para a resposta reguladora (SHERWOOD e TOLIVER-KINSKY,

2004). Quando ativados, diante da exposição ao antígeno, apresentado por células

especializadas do sistema imune inato, os linfócitos T reconhecem especificamente o antígeno

e secretam a citocina IL-2, a qual atua como um fator de crescimento autócrino nessas células,

promovendo expansão clonal e proliferação. Esse evento precede as respostas efetoras dos

linfócitos T, as quais são importantemente orquestradas por citocinas, assim como na resposta

imune inata (GANGULY; BADHEKA e SAINIS, 2001).

As citocinas são polipeptídeos que medeiam e regulam as reações imunes e

inflamatórias, podendo atuar de forma autócrina (nas células produtoras), parácrina (nas

células próximas) ou endócrina (ação à distância). São sintetizadas pelas células do sistema

imune como linfócitos, monócitos/macrófagos, mastócitos, células dendríticas, além de outros

tipos de celulares, como as endoteliais e algumas células teciduais e células do sistema

nervoso (GONCHAROVA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2011). As citocinas são secretadas

por um curto período e em quantidade limitada e são consideradas redundantes quanto às suas

fontes e seus efeitos, pois uma citocina pode ser produzida por células diferentes e citocinas

distintas podem produzir o mesmo efeito. Já outras citocinas possuem efeito pleiotrópico, ou

seja, efeitos múltiplos em diversos tipos celulares (ZHANG e AN, 2007).

Frequentemente as citocinas são produzidas em cascata, ou seja, uma citocina estimula

suas células-alvo a produzir mais citocinas. Essas substâncias se ligam a receptores

específicos, ativando mensageiros intracelulares que regulam a transcrição gênica (ZHANG e

AN, 2007). Assim, as citocinas influenciam a resposta, a diferenciação, a proliferação e a

sobrevida das células do sistema imune, bem como regulam a secreção e a atividade de outras

citocinas (OLIVEIRA et al., 2011), podendo atuar como pró-inflamatórias (aumentam os

mediadores inflamatórios) tais como IL-1α, IL-1β, TNF-α, IL-12 e IL-18; e citocinas anti-

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inflamatórias (atuam diminuindo a expressão de genes inflamatórios) como por exemplo IL-

10, IL-13, Fator de Crescimento Transformante beta (TGF-β), IL-22, IL-1Ra, Interferon alpha

e beta (IFN-α/β) (DINARELLO, 2007).

É importante ressaltar que as citocinas exercem um papel importante na regulação da

resposta inflamatória e no controle tanto da imunidade inata quanto da adaptativa. Os

linfócitos T helper (Th), principais células atuantes na imunidade adaptativa, são classificados

de acordo com o padrão de citocinas que secretam, resultando em uma resposta mediada por

célula (Th1) associada à secreção de IL-2, IL-12 e IFN-γ, sendo importantes contra patógenos

intracelulares, ou uma resposta imune humoral (Th2), associada à secreção de IL-4, IL-5, IL-

10 e IL-13, sendo efetiva na proteção contra helmintos, principalmente. Além disso, a

produção de citocinas caracteriza outras subpopulações de linfócitos T, tais como as células T

reguladoras produtoras de TGF-β e IL-10, que suprimem ou modulam a resposta imune. As

células T reguladoras são classificadas em naturais (Treg), envolvidas na proteção contra

autoantígenos, e adaptativas (Tr1 e Th3), que são requeridas para a imunotolerância. As

células Th17 produzem IL-17, IL-21 e IL-22 e fornecem proteção contra patógenos

extracelulares, sendo envolvidas em outros processos inflamatórios como artrite reumatóide.

Recentemente têm sido apontadas também as células Th9, que produzem IL-9, e são

relacionadas à indução de hipersecreção de muco em asmáticos, porém com papel

patofisiológico ainda não estabelecido. Por fim, as células Th22, caracterizadas pela produção

de IL-22, parecem estar envolvidas na homeostase e patologia da pele (ANNUNZIATO e

ROMAGNANI, 2009; JÄGER e KUCHROO, 2010; ARUN, TALWAR e KUMAR, 2011).

As citocinas contribuem fortemente para a indução da expressão de moléculas

envolvidas com os processos de adesão e migração celular, tais como E-selectina, ICAM-1,

VCAM-1, de receptores celulares (como o receptor de IL-2) e pela expressão e ativação de

enzimas, como óxido nítrico sintase induzível (iNOS) e ciclooxigenase (COX)-2 (HADDAD,

2002).

A enzima COX se apresenta como duas isoformas ativas: COX-1 e COX-2, as quais

promovem a síntese de prostaglandinas (PG), importantes mediadores do processo

inflamatório. COX-1 é expressa constitutivamente em muitos tecidos e é responsável pela

síntese de PG em níveis basais requeridos para a homeostase. COX-2 é uma enzima não

detectada na maioria dos tecidos em condições fisiológicas, mas é induzida por fatores pró-

inflamatórios no sítio da inflamação e expressa principalmente por macrófagos. A produção

excessiva de prostaglandinas resulta em uma resposta inflamatória exacerbada e produção de

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dor. Assim, a inibição da expressão e produção desses poderosos mediadores constitui um

alvo interessante para substâncias que atuam como anti-inflamatórios (RUITENBERG e

WATERS, 2003; ZHOU et al, 2009).

Estudos têm demonstrado a ação de extratos de plantas medicinais na redução dos

níveis de citocinas pró-inflamatórias, como IL-2, TNF-α e IFN-γ, bem como da expressão

e/ou atividade de COX-2 (GANGULY; BADHEKA e SAINIS, 2001; ZHOU et al., 2009;

AVELAR et al., 2011; ALMEIDA, 2012; LEE, LEE, KO, 2012; AVELAR-FREITAS et al.,

2013; HELLINGER et al., 2013), revelando que a investigação de atividades biológicas a

partir de extratos vegetais consiste em uma importante estratégia para a identificação de

substâncias que podem fornecer novos fármacos anti-inflamatórios.

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3 JUSTIFICATIVA

O uso de plantas medicinais tem se tornado significativo nos últimos anos, sendo

incentivado pela OMS (WHO, 1993; WHO, 2011). No Brasil, país detentor de uma das

maiores biodiversidades do planeta, englobando 15 a 25% de todas as espécies vegetais

(JOLY et al., 2011), a fitoterapia tem sido o foco de ampla discussão. Vale ressaltar que, em

2006, duas políticas foram publicadas para o setor de plantas medicinais e fitoterápicos. A

primeira foi a “Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares” (PNPIC)

(Portaria MS nº 971, de 03/05/2006) implantada no Sistema Único de Saúde (SUS) que

contempla diretrizes, ações e responsabilidades do governo federal, estadual e municipal para

a oferta de serviços do SUS, incluindo a fitoterapia. A segunda, formulada pelo Ministério da

Saúde, foi a “Política Nacional de Medicamentos Fitoterápicos” (Decreto Presidencial nº

5.813, de 22/06/2006), com diretrizes que vão além das esferas do setor de Saúde, englobando

toda a cadeia produtiva de plantas medicinais e produtos fitoterápicos.

Além disso, em 2008, foi publicada a Portaria Interministerial nº 2.960, de 09/12/2008

aprovando o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e criando o Comitê

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Em 2010, a Portaria MS nº 886, de

20/04/2010 instituiu a “Farmácia Viva” no SUS, que, no contexto da Política Nacional de

Assistência Farmacêutica, visa atender à população com a fitoterapia, promovendo o resgate e

a valorização da cultura popular no que se refere à utilização de plantas medicinais, com a

introdução de conhecimentos científicos. Recentemente, a Portaria MS/GM nº 533, de 28 de

março de 2012, na qual é estabelecido o elenco de medicamentos e insumos da Relação

Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME acrescentou quatro medicamentos

fitoterápicos aos oito já disponíveis.

A E. crinitum é uma planta nativa brasileira utilizada em Diamantina e região como

uma planta com propriedade anti-inflamatória. Não existem estudos que tenham avaliado as

atividades biológicas dessa planta e, como estudos de outras espécies do gênero identificaram

constituintes químicos inéditos e apresentaram as mais diversas atividades biológicas, há

necessidade de estudos que busquem investigar e demonstrar os mecanismos pelos quais a E.

crinitum atue como um anti-inflamatório e que identifiquem os possíveis constituintes

químicos responsáveis por essa atividade.

Nesse estudo, determinou-se, primeiramente, as concentrações do extrato da planta

que são tóxicas às células do sangue periférico, já que a avaliação da toxicidade é de

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fundamental importância para dar continuidade ou não aos estudos com a planta. Em seguida,

avaliou-se os efeitos do extrato de raízes de E. crinitum sobre a proliferação e produção de

citocinas por linfócitos do sangue periférico humano, bem como sobre a expressão de COX-2,

in vitro.

Além disso, realizou-se uma triagem fitoquímica das principais classes de metabólitos

secundários presentes no extrato através de reações cromogênicas, fluorogênicas e de

precipitação para direcionar a identificação de substâncias através de cromatografia líquida de

alta eficiência.

Acreditamos que o estudo químico preliminar da planta e o efeito de seu extrato sobre

parâmetros imunológicos, possam contribuir para a indicação de uma possível atividade

biológica atribuída à E. crinitum na medicina popular e para o conhecimento da tão

diversificada e ainda pouco conhecida flora medicinal brasileira.

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4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Realizar uma triagem fitoquímica e avaliar a possível atividade anti-inflamatória, in

vitro, do extrato diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema crinitum.

4.2 Objetivos Específicos

Caracterizar as principais classes de metabólitos secundários presentes no extrato

diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum.

Determinar as concentrações não tóxicas, in vitro, do extrato diclorometano-etanólico

de raízes de E. crinitum sobre hemácias e leucócitos do sangue periférico humano.

Avaliar o efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

proliferação de linfócitos do sangue periférico humano.

Investigar o efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

produção de citocinas pró-inflamatórias IL-2, TNF-α e IFN-γ em linfócitos do sangue

periférico humano.

Avaliar o efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

expressão de COX-2 em monócitos do sangue periférico humano.

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5 METODOLOGIA

5.1 Material vegetal

5.1.1 Coleta e identificação taxonômica

Os exemplares de E. crinitum foram coletados no município de Datas-MG (S

18º27.318´ W 43º39.764´, altitude 1223 m) no período matutino, em que a temperatura é mais

baixa e há menor insolação, no dia 10 de setembro de 2012 . Para a identificação botânica,

exemplares contendo flores foram utilizados para confecção das exsicatas, as quais foram

arquivadas sob os números de registro 881 e 882, no Herbário Dendrológico Jeanine Felfili do

Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e

Mucuri (UFVJM), sob supervisão do Prof. Dr. Evandro Luiz Mendonça Machado.

5.1.2 Preparo do extrato bruto

Após a coleta, raízes de E. crinitum foram incubadas em estufa para secagem a

temperatura de 35°C até atingirem peso constante. Em seguida, as raízes foram pulverizadas

em moinho de facas (Marconi®) fornecendo uma massa de 450 g. O extrato foi preparado

através de maceração de raízes pulverizadas em frascos de vidro âmbar utilizando como

solvente uma mistura de diclorometano e etanol na proporção de 1:1. Ao término de 72 horas

de maceração, o extrato diclorometano-etanólico foi filtrado em papel filtro, concentrado em

evaporador rotativo Fisatom® (40-42o

C, sob pressão reduzida) e armazenado em frascos de

vidro revestidos com papel alumínio. Após completa evaporação do solvente foi obtida uma

massa de 12,1 g de extrato de cor castanha (Figura 2).

Figura 2. Extrato diclorometano-etanólico (1:1) de raízes de E. crinitum.

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Para a condução dos experimentos, o extrato diclorometano-etanólico de raízes de E.

crinitum foi dissolvido em Dimetilsulfóxido (DMSO) (Sigma, St. Louis, MO, EUA) a uma

concentração de 5 mg/mL.

5.2 Triagem fitoquímica das principais classes de metabólitos secundários presentes nas

raízes de E. crinitum

A triagem fitoquímica preliminar nas raízes de E. crinitum foi realizada por meio de reações

cromogênicas, fluorogênicas e de precipitação conforme Jigna e Sumitra (2007), Silva et al.

(2010), Bustamante et al. (2010) e Sociedade Brasileira de Farmacognosia (2013).

5.2.1 Pesquisa de taninos

Três testes gerais de identificação de taninos foram realizados, utilizando-se como

controle positivo folhas de Hamamelis virginiana (hamamelis). Para confirmar a presença de

taninos na amostra, pelo menos duas das três reações realizadas precisam apresentar resultado

positivo.

Assim, 2,5 g de raízes pulverizadas de E. crinitum e de H. virginiana foram

submetidos à decocção por 15 minutos com 50 mL de água destilada. Após esse período, a

solução foi filtrada, mantida à temperatura ambiente e chamada de solução extrativa A. Essa

solução foi distribuída em 4 tubos de ensaio identificados, sendo que em cada tubo foi

realizada uma reação de identificação: tubo 1 - reação com gelatina, tubo 2 – reação com

cloreto férrico, tubo 3 – reação com acetato de chumbo e o tubo 4 representou o branco da

reação contendo somente o decocto.

Na primeira reação, foram adicionadas a 2 mL da solução extrativa A, 2 gotas de ácido

clorídrico (HCl) e solução de gelatina a 2,5% p/v gota a gota. A formação de precipitado

indica a reação positiva para taninos.

Na segunda reação, foram adicionados a 2 mL da solução extrativa A, 10 mL de água

destilada e 3 gotas de solução de cloreto férrico (FeCl3) a 1% em metanol. A formação de cor

azul é indicativa da presença de taninos hidrolisáveis ou gálicos e a cor verde é indicativa da

presença de taninos condensados ou catéquicos.

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Na terceira reação, foram adicionados a 5 mL da solução extrativa A, 10 mL da

solução de ácido acético a 10% e 5 mL de uma solução de acetato de chumbo a 10%. A

formação de um precipitado esbranquiçado indica a presença de taninos hidrolisáveis.

5.2.2 Pesquisa de alcaloides

Para a pesquisa de alcaloides, 2 g das raízes de E. crinitum pulverizadas foram

adicionados a 20 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) a 1% . Essa solução foi fervida por 2 minutos

e filtrada em algodão. Após filtração a solução foi dividida em duas porções denominadas A e

B, para a pesquisa direta e confirmatória de alcaloides na amostra vegetal, respectivamente.

A porção A foi distribuída em 5 tubos para a realização da pesquisa direta de

alcaloides encontrados na forma combinada. O primeiro tubo consistiu o branco da reação

contendo 2 mL da porção A. Nos demais tubos foram adicionadas 2 gotas de um dos Reativos

Gerais de Alcaloides (RGA). A Tabela 3 apresenta os RGA, com o nome, composição e a cor

do precipitado formado quando estes reagem com alcaloides. A turvação e/ou formação de

precipitado é um indicativo da presença de alcaloides na amostra.

Tabela 3. Reativos Gerais de Alcaloides (RGA) utilizados na pesquisa da presença de

alcaloides nas raízes de Eriosema crinitum.

RGA Preparo Composição Cor do

precipitado

Dragendorff Carbonato de bismuto 5 g

Iodeto de potássio 25 g

Ácido clorídrico concentrado 12 mL

Água destilada 100 mL

Iodo bismutato de

potássio

Alaranjado

Mayer Cloreto de mercúrio 1,35 g

Iodeto de potássio 5 g

Água destilada 100 mL

Iodo mercurato de

potássio

Branco

Bouchardat/

Wagner

Iodo 1 g

Iodeto de potássio 2 g

Água destilada 100 mL

Iodo-Iodeto de

potássio

Marrom

Amarelo Hager Solução de Ácido pícrico a 1% Ácido pícrico

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Com a porção B foi feita a pesquisa confirmatória da presença de alcaloides na forma

livre na amostra. Assim, foi adicionada solução de hidróxido de amônio (NH4OH) a 10% a

essa porção para tornar o pH básico e, em seguida foram adicionados 7 mL de clorofórmio

(CHCl3). Após 10 minutos de extração, a camada clorofórmica foi retirada e mantida em

banho-maria até a completa evaporação do solvente. O resíduo foi dissolvido em 5 mL de

H2SO4 a 1% e essa solução foi dividida em 5 tubos de ensaio, aos quais foram adicionadas 2

gotas de um dos RGA citados anteriormente. O resultado é considerado positivo quando

ocorre turvação ou formação de precipitado.

As reações direta e confirmatória também foram realizadas para as folhas de Peumus

boldus (boldo do Chile) como controle positivo para a presença de alcaloides. Para que a

amostra seja considerada positiva para alcaloides, no mínimo 3 reações confirmatórias da

porção B devem apresentar resultado positivo.

5.2.3 Pesquisa de flavonoides

Para realizar a pesquisa de flavonoides, 1 g de raiz pulverizada de E. crinitum foi fervida

com 10 mL de etanol a 70% por dois minutos. A mistura foi filtrada em algodão, obtendo-se

um extrato etanólico. A identificação genérica de flavonoides foi feita por três reações, como

descritas a seguir.

Na primeira, denominada reação de Shinoda, foram adicionados a 2 mL do extrato

etanólico seis fragmentos de magnésio (Mg) e 1 mL de HCl concentrado. O aparecimento de

uma coloração rósea a vermelha indica a presença de flavonoides na amostra.

A segunda reação foi realizada com cloreto de alumínio. Para isso, um papel filtro foi

umedecido em duas áreas diferentes com o extrato etanólico de raízes de E. crinitum e sobre

uma das regiões umedecidas foi adicionada uma gota de cloreto de alumínio (AlCl3) a 5%. A

reação é considerada positiva se houver aparecimento de fluorescência com mudança de cor

para amarelo a amarelo esverdeado.

Por fim, fez-se a reação de Pew, em que 3 mL do extrato etanólico foram colocados em

uma cápsula de porcelana e levados à fervura em banho de água até que o solvente

evaporasse. Ao resíduo foram adicionados 3 mL de metanol, e o conteúdo da cápsula foi

transferido para um tubo de ensaio. Neste tubo foram adicionados zinco metálico e 3 gotas de

HCl concentrado. A reação é positiva quando há formação de coloração vermelha.

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A amostra de raízes de E. crinitum seria considerada positiva para flavonoides se, no

mínimo, duas das reações descritas apresentassem resultado positivo. Paralelamente, realizou-

se as reações para flavonoides utilizando folhas de Baccharis trimera (Less) DC (carqueja)

como controle positivo.

5.2.4 Pesquisa de antraquinonas

Para pesquisa direta de antraquinonas livres adicionou-se 5 mL de NH4OH a 10% em

0,20 g do pó de raízes de E. crinitum. O desenvolvimento de coloração rósea a vermelha

indica resultado positivo.

Além da pesquisa direta fez-se a reação conhecida como reação de Bornträger com

prévia hidrólise ácida, para a análise de glicosídeos antraquinônicos e dímeros. Neste teste,

foram adicionados 8 mL de etanol a 25% a 1 g do pó de raízes de E. crinitum. A mistura foi

fervida e filtrada em algodão. Em seguida, adicionou-se H2SO4 a 5% à solução e aqueceu-se a

mesma levemente. Após o resfriamento, foram adicionados 5 mL de clorofórmio e, após 3

minutos de extração, a fase orgânica foi decantada e retirada. Adicionou-se 5 mL de NH4OH a

10% e a solução foi agitada fortemente e, em seguida, mantida em repouso. O

desenvolvimento de coloração rósea ou vermelha na fase aquosa sugere a presença de

antraquinonas.

A presença de antraquinonas na amostra só é considerada positiva se a reação de

Bornträger com hidrólise apresentar resultado positivo; se esta última reação for negativa, o

resultado é considerado negativo mesmo se a reação direta for positiva. Para ambas as reações

foram utilizadas folhas de Cassia senna L. (sene) como controle positivo para antraquinonas.

5.2.5 Pesquisa de saponinas e índice de espuma

Para a pesquisa de saponinas, transferiu-se 1 g de raiz pulverizada de E. crinitum foi

transferido para um erlenmeyer contendo 100 mL de água destilada. A mistura foi fervida por

5 minutos e, em seguida foram adicionadas gotas de carbonato de sódio 0,20 M até atingir pH

7. A solução resfriada foi filtrada e transferida para um balão volumétrico, onde o volume foi

completado com água destilada para 100 mL. A solução foi diluída com água destilada nas

proporções de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90 e 100% em tubos de ensaio (16 x 160 mm).

As soluções diluídas foram agitadas vigorosamente no sentido vertical por 15 segundos e, em

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seguida, o tubo foi mantido em repouso por 15 minutos. Como controle positivo para a

presença de saponinas foram utilizadas folhas de Baccharis trimera (Less) DC (carqueja).

A amostra é positiva para saponina quando há formação de anel de espuma com altura

igual ou superior a 1 cm. O índice de espuma (IE) é calculado para a maior diluição na qual a

amostra é positiva para saponinas e é utilizado para comparação entre as espécies ou gêneros

vegetais .

O índice foi calculado conforme a fórmula abaixo:

Em que p = peso da amostra vegetal (1 g); P = percentual da amostra utilizada no

preparo do extrato ou teor da planta no extrato em g; V = volume do extrato no tubo de ensaio

com formação de espuma de 1cm de altura (sem a diluição, ou seja, volume original em mL).

5.2.6 Pesquisa de esteroides e terpenos

Para a realização da pesquisa de esteroides e terpenos, 1 g de raiz de E. crinitum

pulverizada foi macerado por 30 minutos em 5 mL de clorofórmio. Em seguida, a mistura foi

filtrada e transferida para tubo de ensaio, no qual foi adicionado 1 mL de anidrido acético. A

mistura foi agitada suavemente e acrescentou-se, cuidadosamente, algumas gotas de H2SO4

concentrado na parede do tubo. A formação de anel de cor avermelhada entre as camadas

clorofórmica e ácida indica a presença de terpenos e anel de coloração azul esverdeada indica

que a reação foi positiva para esteroides. Paralelamente, foi realizada a reação para folhas de

Ginkgo biloba, que consistiu o controle positivo para terpenos.

Além disso, como análise complementar para presença de terpenos, foi realizada uma

Cromatografia em Camada Delgada Comparativa (CCDC) utilizando-se uma placa

cromatográfica contendo uma camada de 250 μm de sílica gel como fase estacionária

(Whatman®, UV 254 nm).

Primeiramente, 1 g de raiz de E. crinitum pulverizada foi macerado em 10 mL de

diclorometano por 15 minutos em banho-maria a 40°C. Em seguida, filtrou-se a mistura e o

filtrado foi levado à secura em banho-maria a 40°C. Adicionou-se 1 mL de clorofórmio ao

resíduo e aplicou-se uma gota da amostra com auxílio de um capilar de vidro na

cromatoplaca. Foi também aplicada na cromatoplaca, uma gota do extrato diclorometano-

IE = p x 1000

-------------

P x V

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etanólico de raiz de E. crinitum e do padrão alfa-bisabolol, ambos dissolvidos em

clorofórmio. A cromatoplaca foi colocada em uma cuba contendo a fase móvel constituída de

tolueno e de acetato de etila 93:7 (v/v). Ao fim da corrida, observou-se a cromatoplaca em

câmara escura sob luz ultravioleta nos comprimentos de onda de 254 nm e 386 nm. A

revelação das bandas foi feita após imersão da cromatoplaca em solução de vanilina sulfúrica

(1 g de vanilina, 1 mL de ácido sulfúrico e metanol em quantidade suficiente para 100 mL) e

secagem da mesma em estufa a 100°C por 10 minutos. Para comparação da amostra com o

padrão sesquiterpeno alfa-bisabolol, foi calculado o fator de retenção pela razão entre as

distâncias percorridas pelas manchas de coloração violeta e a distância percorrida pela fase

móvel.

5.3 Análise do extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum por Cromatografia

Líquida de Alta Eficiência acoplada a Detector de Arranjo de Diodos (CLAE-DAD)

Uma alíquota de 100 mg do extrato em diclorometano-etanólico de E. crinitum,

previamente seco em evaporador rotativo, foi ressuspendida em 10 mL de metanol

(JTBaker®, México), com auxílio de sonicador, por 5 minutos à temperatura ambiente. O

extrato ressuspendido foi filtrado em filtro de 13 mm de diâmetro com poro de 0,20 μm, com

auxílio de seringa de 10 mL. O filtrado obtido foi eluído através de uma coluna contendo 0,50

g de C-18, pré-condicionada com metanol, com o intuito de retirar substâncias que

apresentem adsorção irreversível em C-18. O material coletado foi diluído em igual volume

de metanol e uma injeção de 20 μL foi realizada no cromatógrafo líquido.

Para a análise em CLAE-DAD, foi utilizado um cromatógrafo líquido de alta eficiência

(Thermo Scientific®), equipado com uma bomba de quatro canais modelo Accela 600,

contendo injetor automatizado Accela, degaseificador on line e detector por arranjo de diodos

(DAD) modelo Accela PDA Detector 80 Hz. Os dados foram registrados e analisados

utilizando o software ChromQuest 5.0.

As condições empregadas foram: fase móvel aplicada em gradiente, conforme descrito na

Tabela 4, fluxo de 1 mL/minuto e coluna de fase reversa (Octadecilsílica C-18, Phenomenex

Luna C18(2)®) com diâmetro interno de 150 mm x 4,60 mm, diâmetro de partícula de 3 μm e

poro de 100 Å, protegida por pré-coluna do mesmo adsorvente e fabricante. A detecção foi

realizada na faixa do ultravioleta ao visível (UV/visível) nos comprimentos de onda (λ) entre

190 e 600 nm.

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Tabela 4. Composição do gradiente de fase móvel utilizado na análise em CLAE-DAD do

extrato diclorometano-etanólico de Eriosema crinitum.

Tempo (minutos) % Fase móvel A % Fase móvel B

0 90 10

5 90 10

45 0 100

50 0 100

52* 90 10

60* 90 10 A – água ultrapura contendo 0,1% de ácido trifluoroacético (TFA, Synth® - Brasil)

B – acetonitrila (Tedia® – EUA) contendo 0,1% de ácido trifluoroacético (TFA, Synth® - Brasil)

*Reequilíbrio da coluna cromatográfica

5.4 Critérios de inclusão e Sujeitos da pesquisa

Foram utilizados como critérios de inclusão no estudo: indivíduos com idade entre 18

e 39 anos, que não reportassem doença infecciosa, autoimune, crônico degenerativa ou de

hipersensibilidade e que não estavam em uso de anti-inflamatórios esteroidais e/ou não

esteroidais, bem como mulheres que, além de preencherem os critérios citados, não fossem

gestantes.

O recrutamento desses voluntários foi realizado através da abordagem de estudantes

da UFVJM nas dependências da universidade. Após serem esclarecidos dos objetivos da

pesquisa, aqueles que concordaram e que estavam aptos a participar do estudo, deram seu

consentimento livre e esclarecido (Anexo I). O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê

de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

(UFVJM), protocolado sob o registro n° 002/09.

No total, 36 voluntários participaram do estudo, sendo 13 homens e 23 mulheres, com

idade média de 26 ± 4 anos.

Os procedimentos experimentais descritos a seguir foram realizados no Laboratório de

Imunologia do Centro Integrado de Pós-Graduação e Pesquisa em Saúde (CIPq-Saúde) da

UFVJM.

5.5 Amostra biológica

A amostra biológica consistiu de 15 mL de sangue venoso, coletados de forma

asséptica por punção da veia antecubital mediana, na fossa antecubital, utilizando tubos a

vácuo heparinizados. Os procedimentos de coleta foram conduzidos por pessoal treinado e

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capacitado para tal e obedeceram as Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia

Clínica e Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso (2010). Após a utilização da

amostra biológica nas análises descritas a seguir, todo o material remanescente foi descartado

adequadamente.

5.6 Parâmetros hematológicos

Para obtenção dos valores de leucócitos totais e da série vermelha (hemácias,

hemoglobina e hematócrito), foi utilizado o contador automático de células CELM CC-550®

(CELM, Baruerí, SP, Brasil). A contagem diferencial de leucócitos foi realizada pela

observação em microscópio óptico do esfregaço sanguíneo corado com Giemsa e May-

Grunwald, conforme descrito em Carvalho e Silva (1988).

5.7 Obtenção das Células Mononucleares do Sangue Periférico (PBMC) Humano

Para a avaliação das concentrações tóxicas do extrato diclorometano-etanólico de

raízes de E. crinitum, bem como nas análises do efeito desse extrato sobre a proliferação

celular, utilizou-se as células mononucleares do sangue periférico (PBMC) a partir do sangue

coletado de voluntários hígidos.

Assim, 15 mL de sangue periférico venoso, coletados em tubos a vácuo contendo

heparina (Vacutainer; Becton Dickinson, San Jose, CA, EUA), foram diluídos na proporção

1:1 em Tampão Fosfato de Salina (PBS) (NaCl 1,50 M; Na2HPO4 0,08M; NaH2PO4 0,02M,

pH 7,20-7,40) e as PBMC foram obtidas por meio de gradiente de densidade durante

centrifugação (400 g, 21°C, 30 min) com Ficoll-Histopaque 1077 (Sigma, St. Louis, MO,

EUA), conforme descrito por Bicalho et al. (1981). O anel de PBMC, formado após a

centrifugação, foi recolhido e lavado 2 vezes em PBS (250 g, 4ºC, 15 min). Em seguida, as

células foram ressuspensas em 1 mL de PBS ou RPMI (Gibco, Invitrogen Corporation, Grand

Island, NY, EUA). Após ajuste da concentração celular, as células foram novamente

centrifugadas e ressuspensas em PBS ou RPMI suplementado com L-glutamina (Sigma, St.

Louis, MO, EUA) (2 mM), e coquetel antibiótico/antimicótico (penicilina G 100 UI/mL,

estreptomicina 100 µg/mL e anfotericina B 250 ng/mL - Sigma, St. Louis, MO, EUA), em

uma concentração de 1x107 células/mL.

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5.8 Avaliação da citotoxicidade do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E.

crinitum, in vitro

Com a finalidade de identificar as concentrações não tóxicas do extrato

diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum que seriam utilizadas nos demais ensaios,

foram conduzidos ensaios de citotoxicidade sobre as hemácias e leucócitos do sangue

periférico humano.

5.8.1 Avaliação da atividade hemolítica do extrato diclorometano-etanólico de raízes de

E. crinitum

Para avaliar se o extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum seria capaz

de causar lise em hemácias humanas, realizou-se o teste de hemólise in vitro, conforme

Montagner (2007) e modificado como a seguir. Preparou-se uma suspensão de hemácias

diluídas 1:20, a partir do sangue coletado de 8 indivíduos hígidos, adicionando-se 500 µL de

sangue total a 10 mL PBS em um béquer. A suspensão foi mantida sob leve agitação em um

agitador magnético durante toda a execução do teste. Em seguida, o extrato da planta, nas

concentrações finais de 100 μg/mL, 50 μg/mL, 25 μg/mL e 12,5 μg/mL, foi incubado em PBS

na presença de 100 μL da suspensão de hemácias. Culturas contendo 100 μl de suspensão de

hemácias na concentração 1:20 e o extrato da planta em suas respectivas concentrações finais,

foram submetidas à adição de água ultra pura para fornecer o controle positivo que

representasse 100% de hemólise. Para eliminar a interferência da absorbância do extrato na

densidade óptica de cada análise, foram confeccionados os respectivos controles (brancos),

nos quais o extrato, nas concentrações testadas ou o DMSO foram adicionados ao PBS ou à

água. Foram confeccionadas também culturas de hemólise espontânea (controle negativo) que

consistiram de PBS e 100 μL de suspensão de hemácias com seu respectivo branco (somente

PBS), além de culturas controle do solvente, com adição de DMSO, em substituição ao

extrato, acrescidas de 100 μL da suspensão de hemácias. As culturas foram confeccionadas

em tubos de poliestireno (Falcon 2059, Becton Dickinson, San Jose, CA, EUA) e foram

incubadas por 4h em estufa úmida a 37°C e 5% de CO2. Após esse período, os tubos foram

centrifugados (7 min, a 500 g e 18ºC) e 200 μL do sobrenadante foram transferidos para uma

placa de 96 poços de fundo chato. Na sequência, foi realizada a leitura da absorbância em 540

nm, no leitor de placas. Dos valores de absorbância dos testes e controles foram subtraídos os

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valores de absorbância de seus respectivos brancos e o resultado do teste de hemólise foi

obtido como percentual de hemólise de acordo com a equação:

Hemólise (%) = Absorbância (extrato) - Absorbância (controle negativo) x 100

Absorbância (controle positivo) - Absorbância (controle negativo)

5.8.2 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

viabilidade de PBMC humanas

Com o intuito de verificar se o extrato diclorometano-etanólico de raízes de E.

crinitum seria tóxico às PBMC humanas, realizou-se o ensaio de viabilidade celular pelo

método de exclusão com azul de Tripan.

Assim, isolou-se as PBMC a partir do sangue periférico de 8 voluntários hígidos,

como descrito anteriormente, e incubou-se 50 μL de suspensão celular (cerca de 5x104

células) em meio contendo RPMI-1640 (Gibco, Invitrogen Corporation, Grand Island, NY,

EUA) acrescido de L-glutamina (2mM) (Sigma, St. Louis, MO, EUA), soro fetal bovino

(Gibco, Invitrogen Corporation, Grand Island, NY, EUA) (10%), e coquetel

antibiótico/antimicótico (penicilina G 100 UI/mL, estreptomicina 100 µg/mL e anfotericina B

250 ng/mL - Sigma, St. Louis, MO, EUA) o que denominamos de RPMI completo, na

ausência (controle) ou presença do extrato diclorometano-etanólico nas concentrações finais

na cultura de 100 μg/mL, 50 μg/mL, 25 μg/mL e 12,5 μg/mL. Culturas celulares tratadas com

DMSO em substituição ao extrato constituíram o grupo controle do solvente. As culturas

foram realizadas em tubos de polipropileno (Falcon 2059, Becton Dickinson, San Jose, CA,

EUA) em duplicata, sendo incubadas por 24 horas ou 5 dias em estufa úmida a 37°C e 5%

CO2. Após esse tempo, as células foram removidas dos tubos por lavagem com 2 mL de PBS,

transferidas para tubos de poliestireno (Falcon 2059, Becton Dickinson, San Jose, CA, EUA)

e centrifugadas (300 g, 21º C, 10 min). Em seguida, avaliou-se a viabilidade das suspensões

celulares pela técnica de exclusão com azul de Tripan através da contagem em câmara de

Neubauer após incubação de 10 µL das suspensões celulares com 190 µL azul de Tripan a

0,4%. A viabilidade celular foi determinada pelo percentual de células viáveis (não coradas)

no universo de células totais.

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5.9 Análise do efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

proliferação de linfócitos humanos

Para essa análise utilizamos a técnica de incorporação e decaimento da fluorescência

do Violet Proliferation Dye 450 (VPD450), um corante excitável no laser violeta do citômetro

de fluxo e que é funcionalmente similar ao CFSE (do inglês: 5-(and-6)-carboxyfluorescein

diacetate succinimidyl ester), conforme descrito por Lyons et al.(1999). Assim, foram

isoladas PBMC de 8 voluntários hígidos e 1x107 células foram suspensas em PBS e incubadas

com 1 μM de BD Horizon Violet Proliferation Dye 450 (VPD 450) (Becton Dickinson, San

Jose, CA, EUA) por 15 minutos em banho-maria. Em seguida, lavou-se as suspensões

celulares por centrifugação (500 g, 10 min., 18°C) com 10 mL de PBS, e descartou-se o

sobrenadante. A reação foi interrompida pela adição 10 mL de RPMI completo, seguida de

centrifugação (500 g, 10 min, 18°C). Descartou-se o sobrenadante e ressuspendeu-se as

células em RPMI-1640.

Para avaliar o efeito inibitório do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E.

crinitum sobre a resposta proliferativa de linfócitos, foram confeccionadas culturas

estimuladas com o mitógeno fitohemaglutinina (PHA) na presença do extrato.

Aproximadamente 5x105 células foram incubadas em RPMI completo sendo

estimuladas ou não com 10 μL de PHA (Sigma, St. Louis, MO, EUA) (5 μg/mL) na ausência

ou presença do extrato nas concentrações finais de 25 μg/mL, 12,5 μg/mL e 6,25 μg/mL ou de

DMSO, representando a cultura controle do solvente. Como controle de inibição, células

estimuladas com PHA foram simultaneamente tratadas com a dose farmacológica de

Dexametasona 8 μg/mL, que corresponde a 15 µM (Fosfato Dissódico de Dexametasona -

Decadron injetável, 4 mg/mL, Aché Laboratórios Farmacêuticos, Brasil), um anti-

inflamatório que inibe a ativação de leucócitos (SPIES et al., 2010). Além disso, foram

confeccionadas culturas contendo o extrato nas mesmas concentrações citadas acima, mas

sem estímulo com PHA, a fim de verificarmos se o extrato, por si só, apresentava algum

efeito mitogênico. As culturas foram confeccionadas em placas de 24 poços e foram

incubadas por 5 dias em estufa úmida, a 37ºC e 5% de CO2. Após esse período, as células

foram retiradas da placa e transferidas para tubos de poliestireno onde foram lavadas duas

vezes com PBS gelado (200 g, 4ºC, 10 min).

Com o intuito de identificar as subpopulações linfocitárias, incubamos 20 µL de

suspensão celular com 1 µL de anticorpos anti-CD4 conjugado com fluorocromo PE e anti-

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CD8 conjugado com fluorocromo FITC (Tabela 5, página 51) por 15 min a 4º C e ao abrigo

da luz. Após lavagem com PBS-W (PBS contendo BSA 0,5% e azida sódica 0,1%, pH 7,2-

7,4), as células foram ressuspensas em PBS e foi feita a determinação da proliferação celular

pela medida do decaimento da fluorescência do VPD450 utilizando a citometria de fluxo

(FACSCANTO II - Becton Dickinson, San Jose, CA, EUA) com aquisição de 50000 eventos.

Após aquisição dos eventos, foi feita a análise da proliferação celular utilizando o

programa FACSDIVA (Becton Dickinson, San Jose, CA, EUA). Em gráficos de distribuição

pontual em função do tamanho celular em área (FSC-A) versus o tamanho celular em altura

(FSC-H), selecionou-se a região R1 onde não continham “doublets” celulares, (Figura 3A).

Em outro gráfico correspondente aos eventos de R1, através dos parâmetros FSC-A versus a

complexidade interna celular em área (SSC-A), a população de linfócitos foi definida pela

região R2 (Figura 3B). Os eventos em R2 foram analisados em gráficos pontuais de

fluorescência para PE x FITC (CD4 x CD8) (Figuras 3C), nos quais as regiões R3 e R4 foram

definidas como aquelas que incluíam os linfócitos T CD4+ e T CD8

+, respectivamente. Em

seguida, os eventos nas regiões R2, R3 e R4 foram analisados para intensidade de

fluorescência do VPD450 utilizando histogramas de fluorescência para VPD450 em função

do número de eventos (Figuras 3D a 3I). Os marcadores M1, M7 e M13 foram definidos

como o pico de células que não proliferaram na análise de linfócitos totais (Figura 3D),

linfócitos TCD4 (Figura 3E) e TCD8 (Figura 3F) corados com VPD450 após estimulação

com PHA por 5 dias. Os marcadores M2 a M6; M8 a M12 e M14 a M18 foram definidas de

acordo o padrão de marcação para VPD450, correspondente ao perfil proliferativo das células

analisadas e representam o número de ciclos de proliferações celulares obtidos ao longo dos 5

dias de estimulação das culturas celulares (Figuras 3D a 3F). Em seguida, esses marcadores

foram utilizados para a análise do perfil proliferativo de linfócitos totais (Figura 3G),

linfócitos TCD4 (Figura 3H) e TCD8 (Figura 3I) após estimulação com PHA na presença do

extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (25 μg/mL).

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Figura 3. Sequência de procedimentos utilizados para as análises de proliferação celular pela diluição do

VPD450. O gráfico de distribuição pontual FSC-H x FSC-A foi utilizado para excluir os “doublets” celulares

(A), seguido da geração de gráficos de distribuição pontual FSC x SSC utilizados para a seleção da população de

linfócitos nas culturas (B). Em seguida foram utilizados gráficos de distribuição pontual PE x FITC para

selecionar as regiões R3 e R4, correspondentes às subpoplulações de células TCD4+ e TCD8

+ (C). Histogramas

de VPD450 x eventos, foram utilizados para definir as regiões M1 a M6, M7 a M12 e M13 a M18, com os quais

foi obtido o índice de proliferação (IP) para a população de linfócitos (D e G), e para as subpopulações TCD4 (E

e H) e TCD8 (F e I). Os histogramas D a F representam culturas estimuladas com PHA, enquanto G a I

representam culturas que foram também tratadas com o extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum

(25μg/mL).

A proliferação foi determinada pelo índice de proliferação (IP), calculado como a

seguir:

(1)

sendo,

IP = 100 - Y

Y

X0 + X1 + X2 + X3 + X4 + X5 + X6 + X7

2 4 8 16 6432 128Y (%) =

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(2)

X0 representa a porcentagem de células que não se dividiram (localizadas em M1, M7 ou

M13), e X1 a X7 representam os picos de divisão gradual (localizados de M2 a M6; M8 a

M12 ou M14 a M18) (ÂNGULO e FULCHER, 1998).

5.10 Anticorpos utilizados

Para identificação das subpopulações linfocitárias, marcação das citocinas

intracitoplasmáticas e análise da enzima ciclooxigenase, por citometria de fluxo, foram

utilizados anticorpos monoclonais marcados com fluorocromos, cujas especificações estão

contidas na Tabela 5.

Tabela 5. Anticorpos monoclonais marcados com fluorocromos utilizados para análise de

populações linfocitárias, marcação de citocinas e análise da enzima ciclooxigenase.

Anticorpo Especificidade Marca Clone

Anti-CD4 humano marcado com PE1 Subpopulação de

Linfócitos T-CD4

BD Biosciences RPA-T4

Anti-CD8 humano marcado com FITC2 Subpopulação de

Linfócitos T-CD8

BD Biosciences RPA-T8

Anti-IFN- humano marcado com PE Interferon- Sigma 25723.11

Anti-TNF-α humano marcado com PE Fator de necrose tumoral-α BD Biosciences MAb11

IgG1 marcado com FITC e IgG2a

marcado com PE

Controle de Isotipo BD Biosciences

X39 e X40

Anti-CD14 marcado com PerCP-Cy5.5 População de monócitos BD Biosciences

M5E2

Anti-COX-1 marcado com FITC e anti-

COX-2 marcado com PE

Enzima ciclooxigenase

(COX) dos tipos 1 e 2

BD Biosciences AS70 e

AS67

1PE: Ficoeritrina

2FITC: Isotiocianato de Fluoresceína

3 PerCP- Cy5.5: Proteína Clorofila Peridinina combinada a Cianina

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5.11 Avaliação do efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

sobre a produção de citocinas por linfócitos humanos, in vitro

A dosagem da citocina IL-2 foi realizada pela técnica Enzyme Linked Immunosorbent

Assay (ELISA) a partir do sobrenadante das culturas, enquanto a avaliação da produção das

citocinas IFN-γ e TNF-α intracelularmente foi feita por citometria de fluxo, conforme descrito

abaixo.

5.11.1 Avaliação do efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

sobre a produção de IL-2

Primeiramente, isolamos PBMC a partir do sangue coletado de 6 voluntários hígidos.

Em seguida, aproximadamente 5x105 células foram incubadas em RPMI completo sendo

estimuladas ou não com 10 μL de PHA (5 μg/mL) na presença do extrato nas concentrações

finais de 25 μg/mL, 12,5 μg/mL e 6,25 μg/mL ou de DMSO, representando a cultura controle

do solvente. Como controle de inibição da produção de IL-2, células estimuladas com PHA

foram simultaneamente tratadas com Dexametasona (8 μg/mL que corresponde a 15 µM). As

culturas foram confeccionadas em placas de 24 poços e foram incubadas em estufa úmida, a

37ºC e 5% de CO2 por 36 horas. Esse tempo foi escolhido tendo em vista a análise do pico de

produção de IL-2 nas culturas estimuladas de PBMC, em experimentos de padronização

realizados em nosso laboratório (dados não demonstrados). Após esse período de incubação, o

sobrenadante das culturas foi retirado para a dosagem de IL-2 por meio da técnica de ELISA.

Para quantificação de IL-2, foi utilizado o kit de ELISA DuoSet (R&D Systems,

EUA). Os procedimentos experimentais foram realizados conforme orientação do fabricante,

conforme descrito a seguir.

Para a sensibilização da placa de 96 poços de fundo chato, adicionou-se 100 µL/poço

do anticorpo de captura (anticorpo de camundongo anti-IL-2 humano, 720 μg/mL) diluído

para uma concentração de 4 μg/mL em PBS (NaCl 137 mM; KCl 2,7 mM; Na2HPO4 8,1 mM;

KH2PO4 1,2 mM, pH 7,2-7,4) e incubou-se a placa à temperatura ambiente por 15 horas.

Após esse tempo, a placa foi lavada cinco vezes com 300 μL/poço de solução tampão de

lavagem (PBS contendo 0,05% de Tween 20, pH 7,2 -7,4), utilizando uma lavadora de

microplacas (ELx50, Biotek). O líquido remanescente foi retirado secando-se a placa em

papel toalha. O bloqueio dos sítios reativos da placa foi realizado pela adição de 300 µL de

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solução tampão de bloqueio (PBS contendo 1% de albumina bovina e 0,05% de azida sódica)

seguida de 1 hora de incubação à temperatura ambiente. Por fim, a placa foi lavada como

descrito anteriormente e o sobrenadante remanescente foi totalmente removido secando-se a

placa em papel toalha.

Para a quantificação de IL-2 nas amostras, foram adicionados à placa 100 μL/poço do

sobrenadante de cada cultura descrita acima, sendo que nas duas primeiras colunas da placa

foram adicionados 100 μL/poço do padrão de IL-2 (IL-2 humana recombinante, 60 ng/mL)

diluído em PBS para as concentrações de 1000 pg/mL, 500 pg/mL, 250 pg/mL, 125 pg/mL,

62,5 pg/mL, 31,25 pg/mL e 15,625 pg/mL, consistindo de uma curva padrão para o cálculo

das concentrações de IL-2 nas amostras analisadas. O padrão de IL-2 e as amostras foram

avaliados em duplicata. A placa foi incubada por 2 horas à temperatura ambiente e, ao final

desse período, a placa foi lavada com solução tampão de lavagem como citado acima, seguido

de completa remoção do sobrenadante em papel toalha.

Na sequência, foram acrescentados 100 μL/poço de anticorpo de detecção (anticorpo

de cabra anti-IL-2 humano biotinilado, 90 μg/mL) diluído em reagente diluente (solução

tampão salina Tris – Trizma base 20mM e NaCl 150 mM – contendo 0,1% de albumina

bovina e 0,05% de Tween 20) para uma concentração de 0,5 μg/mL e, após 2 horas de

incubação à temperatura ambiente, a placa foi lavada com solução tampão de lavagem,

seguida da adição de 100 μL/poço de estreptavidina conjugada com horseradish-peroxidase

(Estreptavidina-HRP) diluída 1:200 em reagente diluente. Ao final de 20 minutos de

incubação no escuro à temperatura ambiente, a placa foi lavada e adicionou-se 100 μL/poço

do substrato TMB (3,3’, 5,5’ tetrametilbenzidina, Sigma, St. Louis, MO, EUA) diluído em

tampão citrato (Na2HPO4 0,4 mM e citrato de sódio 0,2 mM, pH 5) contendo 0,005% de

peróxido de hidrogênio. A placa foi incubada no escuro à temperatura ambiente por 30

minutos e, em seguida foram acrescentados 50 μL/poço da solução de parada H2SO4 2N. A

determinação da densidade óptica foi realizada nos comprimentos de onda de 450 e 570 nm

em um leitor de microplacas (SpectraMax 190, Molecular Devices). Para a determinação da

concentração de IL-2 em cada cultura, as densidades ópticas em 450 nm foram subtraídas

daquelas correspondentes em 570 nm para efeito de correção de imperfeições ópticas da placa

de 96 poços.

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56

5.11.2 Avaliação do efeito extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre

a produção de IFN-γ e TNF-α

Amostras de sangue de 8 voluntários hígidos foram coletadas em tubos a vácuo

contendo heparina, e alíquotas de 500 µL foram adicionadas em tubos de polipropileno

contendo 500 µL de meio de cultura RPMI-1640 na ausência (controle) ou presença (controle

positivo) de 25 µL de Miristato Acetato de Forbol – PMA (Sigma, St. Louis, MO, EUA) (25

ng/mL), um éster de forbol caracterizado por induzir leucócitos a sintetizarem citocinas pró-

inflamatórias, e 1 µL Ionomicina (Sigma, St. Louis, MO, EUA) (1ng/mL), que atua

potencializando a atividade do PMA sobre os leucócitos (PRUSSIN; METCALFE, 1995;

SEMPOWSKI et al., 1999).

Para avaliar o potencial do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

em inibir a produção de citocinas pró-inflamatórias, culturas contendo os mesmos

componentes acima citados, foram acrescidas de extrato nas concentrações finais de 50

µg/mL, 25 µg/mL e 12,5 µg/mL. Como controle de inibição foi utilizado o fármaco

Dexametasona (8 μg/mL que corresponde a 15 µM). Além disso, todas as culturas receberam

10 µL de Brefeldina A (Sigma, St. Louis, MO, EUA) (1mg/mL), um metabólito fúngico que

inibe a secreção proteica por impedir o transporte de proteínas do retículo endoplasmático

para o complexo de Golgi (MISUMI et al., 1986; ZELNICKOVA et al., 2007).

As culturas foram incubadas por 4 horas em estufa úmida a 37°C e 5% de CO2. Em

seguida, lavou-se as células por centrifugação (250 g, 7 min, 18°C) com PBS-W (PBS

contendo 0,5% de BSA e 0,1% de azida sódica, pH 7,2-7,4) e procedeu-se à lise eritrocitária

por adição da solução de lise de hemácias e incubando as células por 10 min à temperatura

ambiente. Após a incubação, as amostras foram centrifugadas (250 g, 7 min, 18°C), o

sobrenadante descartado e as células foram suspensas em PBS-W. As células foram

permeabilizadas pela adição de PBS-P (PBS contendo 0,5% de BSA, 0,1% de azida sódica e

0,5% de saponina, pH 7,2-7,4), seguidas de homogeneização por inversão e incubação por 15

min à temperatura ambiente. Em seguida, as amostras foram centrifugadas (250 g, 7 min,

18°C) e o sobrenadante descartado. As células foram lavadas com PBS-W (250 g, 7 min,

18°C) e, após descartar o sobrenadante, as suspensões celulares foram homogeneizadas e

distribuídas em tubos contendo anticorpos monoclonais, específicos para as citocinas IFN- e

TNF-α e conjugados com o fluorocromo ficoeritrina (PE) e os respectivos controles isotípicos

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57

(Tabela 5, página 51). Após incubação por 30 minutos, à temperatura ambiente e ao abrigo da

luz, as células foram lavadas com PBS-W (250 g, 7 min, 18°C) e, por fim, foi avaliado o

parâmetro de produção de citocinas intracitoplasmáticas, por citometria de fluxo

(FACSCANTO II - Becton Dickinson, San Jose, CA, EUA), procedendo-se a aquisição de

30000 eventos por tubo (BRITO-MELO et al., 2006).

Para análise dos dados, utilizamos o programa FACSDIVA (Becton Dickinson, San

Jose, CA, EUA), no qual foram gerados gráficos bidimensionais de distribuição pontual FSC-

A versus FSC-H, nos quais foi delimitada uma região R1 em que os “doublets” celulares

foram excluídos (Figura 4A). A partir desses gráficos, foram gerados novos gráficos de

tamanho e complexidade interna celular (FSC-A x SSC-A) que apresentavam os eventos

referentes à R1 (Figura 4B). Em seguida, a população de linfócitos foi selecionada (região

R2) (Figura 4B) e avaliada em gráficos de distribuição pontual de FSC-A versus fluorescência

para PE (que estava conjugado ao anticorpo anti-IFN-γ ou anti-TNF-α) (Figura 4C)

permitindo a análise do percentual de células positivas para cada uma das citocinas avaliadas.

Figura 4. Sequência de procedimentos utilizados para a análise do percentual de linfócitos positivos para

as citocinas avaliadas. Inicialmente, foram gerados gráficos de distribuição pontual FSC-A x FSC-H utilizados

para a exclusão de “doublets” celulares na região R1 (A). Em seguida foram utilizados gráficos de distribuição

pontual FSC-A x SSC-A para selecionar a população de linfócitos (R2) (B). O terceiro gráfico (C) foi gerado

para avaliar a expressão de citocinas em linfócitos. Esse gráfico é referente a uma cultura estimulada com PMA e

marcada com anticorpos monoclonais para IFN-γ.

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58

5.12 Avaliação do efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

sobre a expressão de COX-2

Para avaliar o efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre

a expressão de COX-2, alíquotas de 1 mL de sangue heparinizado foram adicionadas a tubos

de polipropileno. Para induzir a produção de COX-2, adicionou-se 2 μL de LPS (2 μg/mL)

(lipopolissacarídeo de Escherichia coli 0127:B8, Sigma, St. Louis, MO, EUA) na ausência ou

presença do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum nas concentrações de 50

μg/mL, 25 μg/mL e 12,5 μg/mL. Uma cultura não estimulada com LPS consistiu o controle

negativo. Após 4 horas de incubação em estufa úmida a 37ºC e 5% de CO2, alíquotas de 100

μL de cada cultura foram transferidas para tubos de poliestireno contendo anticorpo anti-

CD14 conjugado com o fluorocromo PerCP-Cy5.5 (Tabela 5, página 51), seguido de

incubação por 20 minutos à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. Em seguida, foram

adicionados 2 mL de solução de lise eritrocitária homogeneizando-se em vórtex e incubou-se

os tubos por 10 min à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. Após esse tempo, as

suspensões celulares foram centrifugadas (5 min, 500 g, 18°C) e o sobrenadante foi

descartado. Procedeu-se, então, à permeabilização celular pela adição de 500 μL de PBS-P e

incubação por 10 min à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. As células foram lavadas em

PBS-W (5 min, 500 g, 18°C) e o sobrenadante foi descartado. Na sequência, as células foram

incubadas com 1 μL de reagente contendo anticorpos anti-COX-1, conjugado com o

fluorocromo FITC, e anti-COX-2, conjugado com o fluorocromo PE (Tabela 5, página 51)

por 30 minutos à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. Paralelamente o mesmo

procedimento foi realizado para a confecção dos controles isotípicos. Após a incubação, as

células foram lavadas em PBS-W (5 min, 500 g, 18°C) e suspensas em PBS para análise da

expressão de COX-2 intracitoplasmática, por citometria de fluxo (FACSCANTO II - Becton

Dickinson, San Jose, CA, EUA), procedendo-se a aquisição de 50000 eventos por tubo.

Para análise dos dados, utilizamos o programa FACSDIVA (Becton Dickinson, San

Jose, CA, EUA), no qual foram gerados gráficos bidimensionais de distribuição pontual em

função de FSC-A versus FSC-H, nos quais foi delimitada uma região R1 em que os

“doublets” celulares foram excluídos (Figura 5A). Para identificação dos monócitos, os

eventos presentes em R1 foram avaliados em gráficos de SSC-A versus fluorescência para

PerCP-Cy5.5 (que estava conjugado ao anticorpo anti-CD14), nos quais foi possível

selecionar a população de interesse (região R2) (Figura 5B). Para a análise do percentual de

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monócitos positivos para COX-1 e COX-2, os eventos presentes em R2 foram analisados em

gráficos de distribuição pontual de fluorescência para PE versus fluorescência para FITC

(conjugados aos anticorpos anti-COX-2 e anti-COX-1, respectivamente) para culturas não

estimuladas (Figura 5C) e estimuladas com LPS (Figura 5E). Além disso, a expressão de

COX-2, por célula, foi avaliada através da intensidade média de fluorescência (IMF) em

histogramas em escala logarítmica de número de eventos versus fluorescência para PE. Para

isso, foi posicionado o marcador M1, para estabelecer um limiar de negatividade em função

da curva de fluorescência obtida para as culturas não estimuladas (Figura 5D), que serviu de

referência para avaliar a intensidade de fluorescência das células marcadas com PE (COX-2)

para as demais condições experimentais (Figura 5F).

Figura 5. Sequência de procedimentos utilizados para as análises de expressão de COX-2. O gráfico de

distribuição pontual FSC-H x FSC-A foi utilizado para excluir os “doublets” celulares (A), seguido da geração

de gráficos de distribuição pontual SSC x PerCP-Cy5.5 utilizados para a seleção da população de monócitos nas

culturas (B). Em seguida foram utilizados gráficos de distribuição pontual PE x FITC para visualizar os eventos

referentes à cada uma das enzimas COX-1 e COX-2 em culturas não estimuladas (C) e estimuladas com LPS

(E). Histogramas de PE x número de eventos foram utilizados para definir a região M1 para a cultura controle

não estimulada com LPS (D) e para culturas que receberam estímulo com LPS representando o percentual de

células que produziram COX-2 (F).

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60

6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados foram expressos como média ± desvio padrão e as análises foram realizadas

utilizando o software GraphPad Prism 5 (GraphPad Software Inc., San Diego, CA, EUA).

Para análise da normalidade dos dados, utilizamos o teste Shapiro-Wilk e as diferenças entre

as variáveis com distribuição normal foram testadas utilizando ANOVA com Post Hoc de

Tukey. Para as variáveis com distribuição assimétrica, foi utilizado o teste Kruskall-Wallis

com Post Hoc de Dunns. Diferenças estatisticamente significantes foram consideradas quando

p<0,05.

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61

7 RESULTADOS

7.1 Triagem fitoquímica das principais classes de metabólitos secundários presentes nas

raízes de E. crinitum

A Figura 6 mostra o resultado da pesquisa de taninos através das reações com acetato

de chumbo (Figura 6A), com cloreto férrico (Figura 6B) e com gelatina (Figura 6C) para as

amostras de H. virginiana (controle positivo) e raízes de E. crinitum. As três reações

realizadas apresentaram resultados negativos nas soluções contendo a amostra vegetal de

raízes de E. crinitum, não sendo visualizada a formação de precipitado para as reações com

gelatina e acetato de chumbo e o desenvolvimento de cor azul ou verde na reação com cloreto

férrico.

Figura 6. Pesquisa de taninos em raízes de Eriosema crinitum. Reação negativa para análise de taninos

verificada pela ausência da formação de precipitado esbranquiçado na reação com acetato de chumbo (A),

ausência da formação da cor azul/verde na reação com cloreto férrico (B) e ausência de precipitado na reação

com gelatina (C). Folhas de H. virginiana foram utilizadas como controle positivo para fins de comparação com

os resultados obtidos.

Para a identificação de alcaloides em raízes de E. crinitum utilizando os Reativos

Gerais de Alcaloides (RGA), foram realizadas a pesquisa direta de alcaloides na forma

combinada e a pesquisa confirmatória de alcaloides na forma livre. A Figura 7 mostra o

resultado da pesquisa de alcaloides para o controle positivo (P. boldus) e para raízes de E.

crinitum. Embora tenha sido observado o desenvolvimento de precipitados nos tubos

contendo os reativos de Dragendorff (6B), de Mayer (6C) e de Bouchardat (6D), para raízes

de E. crinitum, a coloração destes não corresponde àquelas que configuram a reação positiva

A B C

Controle

positivo

Raiz de E. crinitum Controle

positivo

Controle positivoRaiz de E. crinitum Raiz de E. crinitum

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(Tabela 3). Portanto, a pesquisa direta de alcaloides foi negativa para a amostra vegetal

analisada. Além disso, para a reação confirmatória de alcaloides, seria necessário que pelo

menos três das reações realizadas fossem positivas para confirmar a presença de alcaloides na

amostra vegetal analisada. As amostras de raízes de E. crinitum apresentaram resultado

positivo apenas para a reação de Dragendorff onde foi formado um precipitado de coloração

alaranjada. Dessa forma, esses resultados descartam a presença de alcaloides em raízes de E.

crinitum.

Figura 7. Pesquisa de alcaloides em raízes de Eriosema crinitum. Resultado negativo para análise de

alcaloides verificado na reação direta. Não houve formação de precipitados de cor alaranjado, branco, marrom e

amarelo nos tubos tratados com os reativos de Dragendorff (B), de Mayer (C), de Bouchardat (D) e de Hager

(E), respectivamente na amostra de raízes de E. crinitum, ao contrário do resultado mostrado para os tubos na

parte superior da figura, referentes à amostra de P. boldus (controle positivo), onde esses precipitados estão

presentes. Os tubos identificados com a letra “A” contêm somente o extrato das folhas de P. boldus (superior) e

de raízes de E. crinitum (inferior) para visualização da cor do extrato para fins de comparação com os resultados

obtidos.

Em todas as reações realizadas para pesquisa de flavonoides a amostra de raízes de E.

crinitum foi positiva. A Figura 8 apresenta o resultado positivo para a reação de Shinoda, em

que houve desenvolvimento de coloração avermelhada (Figura 8A), e para a reação de Pew

em que ocorreu formação de coloração rósea (Figura 8B). Na reação com cloreto de alumínio

foi observada emissão de fluorescência sob a luz ultravioleta (Figura 9).

Controle positivo

A B C D E

Raiz de E. crinitum

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63

Figura 8. Pesquisa de flavonoides em raízes de Eriosema crinitum pelas reações de Pew e de Shinoda.

Resultado positivo para análise de flavonoides pela reação de Pew em que flavonoides reagem com zinco

metálico em solução ácida exibindo coloração vermelha (A), comparável ao controle positivo (folhas de B.

trimera). Na reação de Shinoda (B), houve formação de coloração rósea na presença de magnésio em solução

ácida. Foi utilizado um branco das reações, contendo somente o extrato de folhas de B. trimera (controle

positivo) e de raízes de E. crinitum, para visualização da cor do extrato, para fins de comparação com o resultado

obtido.

Figura 9. Pesquisa de flavonoides em raízes de Eriosema crinitum pela reação com Cloreto de Alumínio.

Resultado positivo para análise de flavonoides pela reação com cloreto de alumínio em que houve aparecimento

de fluorescência de cor amarela esverdeada (A), comparável ao controle positivo (folhas de B. trimera).

A pesquisa de antraquinonas está demonstrada na Figura 10. Não foram encontradas

antraquinonas nas raízes de E. crinitum, uma vez que, tanto a reação direta (Figura 9A),

quanto na reação de Bornträger com prévia hidrólise ácida (Figura 10B) foram negativas.

A B

Controle positivo Raiz de E. crinitum Branco Teste Branco Teste

Raiz de E. crinitumControle positivo

Controle positivo Raiz de E. crinitum

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Figura 10. Pesquisa de antraquinonas em raízes de Eriosema crinitum. Resultado negativo para

antraquinonas evidenciado pela ausência de coloração rósea a avermelhada tanto na pesquisa direta (A) quanto

na reação de Bornträger com prévia hidrólise ácida, ao contrário do resultado mostrado para o controle positivo

(folhas de C. senna).

A pesquisa de saponinas nas raízes de E. crinitum e B. trimera (controle positivo) está

demonstrada na Figura 11. Os resultados indicaram a ausência dessa classe química nas raízes

de E. crinitum, já que em todas as diluições testadas, a espuma formada apresentou altura

inferior a 1cm (aproximadamente 0,4 cm) (Figura 11B).

Figura 11. Pesquisa de saponinas em raízes de Eriosema crinitum. Resultado negativo para saponinas

verificado pela ausência de espuma persistente com altura igual ou maior que 1 cm em todas as diluições (B).

A B

Controle positivo Raiz de E. crinitum Controle positivo Raiz de E. crinitum

A

B

10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Controle positivo

Raiz de E. crinitum

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65

Para fins de comparação com os resultados obtidos, foram utilizadas folhas de B. trimera como controle positivo

(A), onde houve formação de espuma com altura acima de 1 cm a partir da primeira diluição (10%).

A Figura 12 representa a pesquisa de terpenos em raízes de E. crinitum. Após a reação

cromogênica, houve formação de anel de coloração avermelhada, o que sugere resultado

positivo para terpenos.

Figura 12. Pesquisa de esteroides e terpenos em raízes de E. crinitum. Nesta pesquisa as raízes pulverizadas

foram submetidas à extração com clorofórmio seguida de adição de anidrido acético e ácido sulfúrico

concentrado. A formação de anel de cor avermelhada sugeriu um resultado positivo para presença de terpenos na

amostra.

Para complementar a pesquisa de terpenos, foi realizada uma Cromatografia em

Camada Delgada Comparativa (CCDC), utilizando como padrão o sesquiterpeno alfa-

bisabolol. A Figura 13 representa a análise da cromatoplaca em luz ultravioleta (Figura 13A)

e após revelação com vanilina sulfúrica (Figura 13B). Pela análise em luz ultravioleta no

comprimento de onda de 254 nm, foi possível observar a presença de manchas referentes às

amostras aplicadas (extrato diclorometano-etanólico de raiz de E. crinitum e resíduo do

macerado em diclorometano de raiz de E. crinitum). Após revelação com vanilina sulfúrica,

foi observada a presença de manchas de coloração violeta em posições semelhantes às

manchas de mesma cor apresentadas pelo padrão (Figura 13B). O cálculo do fator de retenção

(FR) indicou a presença de terpenos na amostra, tendo em vista que os valores para as

amostras analisadas (extrato diclorometano-etanólico - FR = 0,57 - e resíduo de macerado em

diclorometano - FR = 0,55 - de raiz de E. crinitum) são próximos ao valor do FR do padrão

(0,62).

Branco Teste

Raiz de E. crinitum

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Figura 13. Cromatografia em Camada Delgada Comparativa (CCDC) para pesquisa de terpenos em

raízes de E. crinitum. Utilizou-se cromatoplaca com fase estacionária de sílica gel e a fase móvel constituiu de

tolueno e acetato de etila 93:7 v/v. Análise em ultravioleta no comprimento de onda de 254 nm (A) e revelação

das manchas com solução de vanilina sulfúrica (B). Amostras aplicadas em duplicata: 1) Extrato diclorometano-

etanólico de raiz de E. crinitum ; 2) resíduo do macerado de raiz de E. crinitum em diclorometano; P) Padrão

sesquiterpeno alfa-bisabolol.

A Tabela 6 apresenta as classes de metabólitos secundários pesquisadas em raízes de

E. crinitum e o resultado encontrado para cada uma.

Tabela 6. Pesquisa de classes de metabólitos secundários em raízes de E. crinitum.

Classe de Metabólito Secundário Resultado

Taninos Negativo

Alcaloides Negativo

Flavonoides Positivo

Antraquinonas Negativo

Saponinas Negativo

Terpenos Positivo

Esteroides Negativo

1 2 2 1 P 1 2 2 1 P

A B

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67

7.2 Análise do extrato em diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum por

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a Detector de Arranjo de Diodos

(CLAE-DAD)

A Figura 14 apresenta o cromatograma obtido no modo Spectrum Max Plot

(absorbância em mAU versus tempo em minutos), gerado a partir de substâncias presentes no

extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum que apresentaram absorção máxima

nos comprimentos de onda entre 190 e 600 nm.

Figura 14. Cromatograma da análise do extrato diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema crinitum

por CLAE-DAD, modo Spectrum Max Plot.

Tendo em vista que a maioria das substâncias presentes no extrato apresentou

absorção máxima, aproximadamente, no comprimento de onda de 288 nm, foi gerado o

cromatograma da Figura 15 (absorbância em mAU versus tempo em minutos) monitorado em

288 nm.

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

mA

U

-200

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

mA

U

-200

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2,7

72

2,9

65

3,0

83

7,1

72

7,7

57

8,8

31

9,0

99

9,4

54

9,7

16

9,8

66

10

,02

31

0,1

21

10

,20

71

0,3

52

10

,48

91

0,6

50

10

,94

51

1,0

45

11

,18

9 11

,32

71

1,4

96

11

,71

01

1,8

49

12

,17

81

2,2

95

12

,38

71

2,4

93

12

,58

91

2,8

84

13

,03

31

3,2

10

13

,34

31

3,4

25

13

,54

11

3,6

07

13

,78

01

3,9

45

13

,99

81

4,3

51

14

,52

91

4,6

21

14

,96

81

5,0

59

15

,36

11

5,5

50

15

,63

51

5,7

83

16

,29

21

6,9

08

17

,19

51

7,5

12

17

,87

51

8,3

48

18

,49

81

8,5

88

18

,78

31

8,9

02

19

,12

31

9,4

20

19

,52

71

9,7

25

20

,02

32

0,3

03

20

,61

42

0,8

14

20

,97

02

1,1

01

21

,30

82

1,5

18

21

,74

62

1,8

84

22

,25

82

2,4

24

22

,86

12

3,1

03

23

,27

22

3,8

57

24

,33

72

4,5

91

24

,75

82

4,9

17

25

,35

32

5,5

83

25

,80

32

6,1

61 2

6,4

49

26

,70

52

6,9

56

27

,28

72

7,4

91

27

,75

02

7,9

33

28

,39

32

8,5

32

28

,79

72

8,9

44

29

,40

32

9,6

36

29

,92

73

0,1

15

30

,28

83

0,4

97

30

,93

63

1,1

26

31

,47

23

1,9

09

32

,07

83

2,1

76

32

,30

33

2,5

81

32

,87

03

3,1

27

33

,38

53

3,4

84

33

,62

83

3,7

47

33

,94

43

4,3

43

34

,52

83

4,8

73

35

,16

33

5,4

37

35

,75

73

5,9

68

36

,17

13

6,5

40

36

,95

1 37

,27

93

7,5

12

37

,90

43

8,0

96

38

,48

73

8,7

38

39

,21

23

9,4

48

39

,65

13

9,7

80

39

,97

84

0,3

43

40

,59

94

0,7

46

40

,87

74

1,1

75

41

,36

94

1,5

51

41

,94

04

2,1

64

42

,66

3 42

,80

24

2,9

76

43

,23

54

3,4

35

43

,66

3 43

,82

74

4,0

53

44

,27

24

4,4

87

44

,63

54

4,8

15

45

,04

64

5,2

39

45

,42

64

5,6

01

46

,38

44

6,6

12

46

,76

24

6,8

67

46

,99

54

7,2

69

47

,44

74

7,7

57

47

,94

24

8,4

90

48

,82

2

49

,83

5

51

,86

85

2,3

12

53

,26

95

3,6

78

54

,03

15

4,4

59

54

,63

25

4,8

71

55

,01

35

5,0

82

55

,15

95

5,2

58

55

,33

75

5,6

59

56

,06

35

6,4

25

56

,49

65

6,7

82

56

,90

75

7,0

08

57

,15

25

7,4

98

57

,87

85

7,9

09

58

,07

85

8,1

55

58

,44

65

8,6

10

58

,84

95

8,9

77

59

,04

85

9,1

08

59

,26

85

9,3

87

59

,51

25

9,7

92

Spectrum Max Plot

Eriosema crinitum grad 1 191213 2Retention Time

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68

Figura 15. Cromatograma da análise do extrato diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema crinitum

no comprimento de onda de 288 nm por CLAE-DAD.

Considerando os cromatogramas obtidos, verificamos que o extrato diclorometano-

etanólico de raízes de E. crinitum apresenta perfil químico complexo, com substâncias de alta,

média e baixa polaridade. As substâncias de alta polaridade são representadas por picos com

menores tempos de retenção (Tr), eluídos entre 1 e 20 minutos, resultantes de maior afinidade

pela fase móvel. Alguns picos foram eluídos entre 20 e 35 minutos, demonstrando a presença

de substâncias de média polaridade. Os picos eluídos tardiamente, entre 35 e 47 minutos,

devido à maior afinidade pela fase estacionária apolar (coluna C18), se destacam por

apresentarem maior intensidade e serem majoritários em relação aos demais picos, indicando

que as substâncias de baixa polaridade predominam no extrato.

Os flavonoides apresentam como estrutura básica um núcleo fundamental constituído

de 15 átomos de carbono arranjados em três anéis, sendo dois anéis fenólicos substituídos (A

e B) e um pirano (cadeia heterocíclica C) acoplado ao anel A (Figura 16) (DORNAS et al.,

2007). As substâncias da classe dos flavonoides, quando analisadas por espectros de

ultravioleta, apresentam duas bandas de absorção bem características, sendo elas: a Banda II,

com absorção máxima entre 240-285nm correspondente ao grupo benzoil (anel A) e a Banda

I, com absorção máxima entre 300-550nm correspondente ao grupo cinamoil (anel B) da

molécula (ZUANAZZI; MONTANHA, 2007).

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69

Figura 16. Estrutura básica dos flavonoides e as principais subclasses (DORNAS et al., 2007).

A análise das Bandas I e II (máximo de absorção e intensidade) pode auxiliar na

identificação das subclasses de flavonoides, conforme apresentado na Tabela 7 (MARSTON;

HOSTETTMANN, 2006).

Tabela 7. Faixa de absorção e intensidade das bandas I e II para identificação das subclasses

de flavonoides.

Subclasses

de Flavonoides

Banda II (240 - 285 nm) Banda I (300 - 550 nm)

Flavonas 240 – 280 305 – 350 (intensa)

Flavonóis 240 – 280 350 – 385 (intensa)

Dihidroflavonóis 270 – 295 (intensa) Baixa intensidade

Flavanonas 270 – 295 (intensa) Ombro

Isoflavonas 245 – 270 (intensa) -

Chalconas Pequena 340 – 390

Auronas 220 – 270 (intensa) 370 – 430

Antocianidinas 270 – 280 (pequena) 480 – 550 (intensa)

2’ 4’

5’

6’

2

8

6

5

3

1’

3’

4

79

10

1

A C

B

Antocianidina

Flavona

Flavonol

Isoflavanona

Chalcona

Flavanona

Dihidroflavonol

Estrutura básica

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70

De acordo com nossos resultados, os espectros obtidos em CLAE-DAD apresentaram

picos de absorção em regiões características de substâncias da classe dos flavonoides. Esse

resultado está de acordo com aqueles encontrados para a triagem realizada por meio de

reações cromogênicas, fluorogênicas e de precipitação. A análise de absorção e intensidade

das bandas I e II sugere a presença das subclasses flavonóis (Figura 17) e flavonas (Figura

18).

Figura 17. Espectros em UV/Vis (190 – 600 nm) dos picos indicativos da presença de flavonóis no extrato

diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema crinitum. Tr = tempo de retenção.

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71

Figura 18. Espectros em UV/Vis (190 – 600 nm) dos picos indicativos da presença de flavonas no extrato

diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema crinitum. Tr = tempo de retenção.

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72

7.3 Análise de hemogramas dos sujeitos da pesquisa

A caracterização dos voluntários participantes do estudo, referente aos parâmetros

hematológicos, está indicada na Tabela 8. De acordo com os dados obtidos, os voluntários

apresentaram hemograma dentro dos limites da normalidade para indivíduos adultos.

Tabela 8. Caracterização dos voluntários.

Parâmetros (valores de referência*) Média ± DP

Hemácias (3,8 a 5,6 milhões/mm3) 4,96 ± 0,65 milhões/ mm

3

Hemoglobina (12 a16 g/dL) 14,40 ± 1,82 g/dL

Hematócrito (36 a 47%) 42,71 ± 4,84%

HCM (27 a 34 pg) 28,91 ± 0,12 pg

VCM (80 a 100 fL) 86,10 ± 1,34 fL

CHCM (32 a 35%) 33,72 ± 0,39%

Leucócitos totais (3,5 - 11 x 103/mm

3) 7 ± 2 x10

3/mm

3

Neutrófilos (40-70%) 55 ± 8%

Linfócitos (20-50%) 41 ± 8%

Monócitos (2-20%) 2 ± 1%

Eosinófilos (0-8%) 2 ± 2%

Basófilos (0-3%) 0 ± 0%

*Valores de referência de acordo com Xavier et al. (2010).

7.4 Citotoxicidade do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum

Uma vez que os ensaios biológicos para análise do potencial anti-inflamatório de E.

crinitum seria conduzido utilizando-se sangue periférico humano, e tendo em vista que a

indução de morte celular seria prejudicial para investigação de possíveis atividades biológicas

do extrato, decidimos determinar inicialmente quais concentrações do extrato diclorometano-

etanólico de raízes de E. crinitum não seriam tóxicas para culturas de células da linhagem

vermelha (hemácias) e linhagem branca (leucócitos).

A Figura 19 apresenta o percentual de hemólise induzido por diferentes concentrações

do extrato. Os resultados demonstram que não houve indução de hemólise quando as culturas

foram tratadas com o solvente DMSO ou com o extrato nas concentrações de 12,5 μg/mL

(1,63 ± 0,42 %) e 25 μg/mL (2,53 ± 1,88 %). Porém, nas concentrações de 50 μg/mL (16,70 ±

10,00 %) e 100 μg/mL (82,66 ± 9,54 %) o extrato demonstrou efeito hemolítico, sendo o

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73

percentual de hemólise para essas culturas estatisticamente significante em relação às culturas

controle do solvente.

Figura 19 - Percentual de hemólise em culturas tratadas com diferentes concentrações do extrato

diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum e com o controle do solvente DMSO 2% (n = 8) após 4 h

de cultura. Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão. * Diferença em relação ao grupo

controle do solvente, p ≤ 0,05. Método estatístico utilizado – Kruskal-Wallis com post hoc de Dunns.

O efeito citotóxico do extrato sobre PBMC, após 24 horas e 5 dias de cultura foi

avaliado pelo método de exclusão com azul de Tripan. As Figuras 20 e 21 demonstram os

resultados para a análise da viabilidade celular após 24 horas e 5 dias de cultura,

respectivamente. Após 24 horas de cultura, o extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum

(DE) nas concentrações de 12,5 μg/mL, 25 μg/mL e 50 μg/mL não reduziu a viabilidade

celular (DE 12,5 μg/mL: 97,56 ± 0,32%; DE 25 μg/mL: 95,09 ± 1,71%; DE 50 μg/mL: 93,88

± 1,46%) quando comparado às culturas controle (96,75 ± 1,49%) e controle do solvente

(DMSO: 95,66 ± 1,56%). Houve indução de morte celular quando as culturas foram tratadas

com o extrato na concentração de 100 μg/mL (56,60 ± 7,24%).

DMSO 12,5 25 50 1000

20

40

60

80

100

concentração do extrato (g/mL)

% H

emóli

se

Extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (μg/mL)

Hem

óli

se (

%)

*

*

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74

Figura 20. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a viabilidade celular,

após 24 horas de cultura. Percentual de PBMC viáveis nas culturas controle, DMSO e nas culturas tratadas

com o extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum em diferentes concentrações, avaliado por

exclusão com azul de Tripan utilizando câmara de Neubauer (n = 8). Os resultados foram expressos como média

± desvio padrão da viabilidade nos diferentes grupos. Diferenças significativas (p≤0,05, Kruskal-Wallis com

post hoc de Dunns) são identificadas pelas letras “a” e “b”, para as comparações em relação às culturas controle

e DMSO, respectivamente.

Após 5 dias de cultura, o extrato em concentração igual ou inferior a 25 μg/mL, não

demonstrou efeito citotóxico às PBMC (DE 12,5 μg/mL: 93,56 ± 3,03%; DE 25 μg/mL: 83,75

± 6,67%) quando comparado às culturas controle (91,50 ± 2,86%) e controle do solvente

(DMSO: 85,47 ± 7,75%). Porém, nas culturas tratadas com 50 μg/mL e 100 μg/mL do extrato

houve significativa redução da viabilidade celular (DE 50 μg/mL: 65,47 ± 10,37%; DE 100

μg/mL: 54,70 ± 2,90%) (Figura 21).

Controle DMSO 12,5 25 50 1000

20

40

60

80

100

Cél

ula

s v

iáv

eis

(%)

Extrato DE de E. crinitum (μg/mL)

a,b

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75

Figura 21. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a viabilidade celular,

após 5 dias de cultura. Percentual de PBMC viáveis nas culturas controle, DMSO e nas culturas tratadas com

extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum em diferentes concentrações, avaliado por exclusão com

azul de Tripan utilizando câmara de Neubauer (n = 8). Os resultados foram expressos como média ± desvio

padrão da viabilidade nos diferentes grupos. Diferenças significativas (p≤0,05, Kruskal-Wallis com post hoc de

Dunns) são identificadas pelas letras “a” e “b”, para as comparações em relação às culturas controle e DMSO,

respectivamente.

7.5 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a

proliferação de linfócitos humanos

Com o intuito de avaliar a possível atividade anti-inflamatória do extrato

diclorometano-etanólico de raízes E. crinitum, inicialmente investigamos o efeito do extrato

sobre a resposta proliferativa de linfócitos e subpopulações de linfócitos T CD4 e T CD8,

estimulados com o mitógeno PHA, conforme demonstrado na Figura 22.

Os resultados indicam que o extrato DE nas concentrações de 12,5 μg/mL e 25 μg/mL

reduziu de forma significativa o índice de proliferação de linfócitos (DE 12,5 μg/mL 1,21 ±

0,37; DE 25 μg/mL 0,46 ± 0,25) e de linfócitos T CD8 (DE 12,5 μg/mL 1,56 ± 0,39; DE 25

μg/mL 0,45 ± 0,15) quando comparado às culturas tratadas apenas com PHA (Linfócitos: 2,12

± 0,65; Linfócitos T CD8: 2,99 ± 1,53). Observou-se ainda que essa redução foi dose-

dependente, ou seja, a maior concentração do extrato promoveu maior redução no índice de

proliferação.

Extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (μg/mL)

Cél

ula

s viá

vei

s (%

) a,b

a,b

atual DE Eriosema 5 dias

Ctrl DMSO 12,5 25 50 1000

20

40

60

80

100

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76

Além disso, a resposta proliferativa de células TCD4 foi reduzida em culturas tratadas

com 25 μg/mL do extrato (0,47 ± 0,29), quando comparado às culturas PHA (2,07 ± 0,77).

O solvente DMSO não alterou o índice de proliferação celular para linfócitos totais

(DMSO 2,11 ± 0,77) e para as subpopulações de linfócitos TCD8 (DMSO 2,56 ± 1,47) e

TCD4 (DMSO 2,26 ± 1,09), quando comparado às culturas PHA. Já a Dexametasona,

utilizada como controle de inibição, reduziu de forma significativa o IP de linfócitos (0,33 ±

0,26) e das subpopulações de linfócitos TCD8 (0,76 ± 0,77) e TCD4 (0,24 ± 0,25),

comparados às culturas PHA. Deve-se ressaltar que a redução da proliferação pelo extrato na

maior concentração testada (25 μg/mL) foi de 4,6; 4,4 e 6,6 vezes para os linfócitos, linfócitos

T CD4 e linfócitos T CD8, respectivamente. Além disso, esse efeito foi devido à presença do

extrato nas culturas, já que o controle do solvente DMSO não teve efeito sobre a proliferação

de linfócitos.

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77

Figura 22. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (DE) sobre a proliferação de linfócitos.

PBMC foram incorporadas com VPD450 e incubadas por 5 dias na ausência e na presença de PHA e tratadas

com extrato DE de E. crinitum nas concentrações 6,25 µg/mL; 12,5 µg/mL ou 25 µg/mL. Os resultados foram

expressos como média ± desvio padrão do índice de proliferação de linfócitos (A) e das subpopulações

0

1

2

3

4

* *

*

LINFÓCITOS

0

1

2

3

4

5

Índ

ice

de

Pro

life

raçã

oÍn

dic

e de

Pro

life

raçã

o (

%)

*

*

*

LINFÓCITOS T CD8

0

1

2

3

4

Índ

ice

de

Pro

life

raçã

o

PHA (5 μg/mL) - + + + + + + DE (μg/mL) - - - 6,25 12,5 25 -

DMSO (0,5%) - - + - - - - DEXA (8 μg/mL) - - - - - - +

* *

LINFÓCITOS T CD4

A

B

C

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78

linfocitárias T CD8 (B) e T CD4 (C) (n = 8). Como controle de inibição foi utilizado Dexametasona (DEXA). *

Diferença em relação ao grupo PHA, p ≤ 0,05. Método estatístico utilizado – ANOVA seguida de Tukey.

Além disso, verificamos que o extrato DE, por si só, não apresenta efeito mitogênico,

tendo em vista que em culturas tratadas com o extrato sem estímulo com PHA não houve

aumento na resposta proliferativa dos linfócitos e das subpopulações, conforme dados dos

índices de proliferação demonstrados na Tabela 9.

Tabela 9. Índice de proliferação para linfócitos e suas subpopulações em culturas não

estimuladas com PHA.

Culturas

Índice de Proliferação (%)

Linfócitos Linfócitos T CD4 Linfócitos T CD8

Controle 0,051 ± 0,074 0,034 ± 0,079 0,035 ± 0,079

DMSO 0,023 ± 0,017 0,007 ± 0,004 0,005 ± 0,004

DE 25μg/mL 0,015 ± 0,009 0,007 ± 0,004 0,007 ± 0,004

DE 12,5 μg/mL 0,020 ± 0,007 0,007 ± 0,004 0,005 ± 0,004

DE 6,25 μg/mL 0,015 ± 0,005 0,007 ± 0,004 0,005 ± 0,004

Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão. Diferenças significativas foram consideradas

quando p ≤ 0,05 (ANOVA com post hoc de Tukey, para dados com distribuição simétrica; Kruskal-Wallis com

post hoc de Dunns, para variáveis com distribuição assimétrica).

7.6 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a produção

de IL-2 por linfócitos humanos

Tendo em vista que a proliferação de linfócitos em resposta a um estímulo requer a

produção da citocina IL-2 por linfócitos ativados e que o extrato DE inibiu a proliferação

celular estimulada pelo mitógeno PHA, foi feita a investigação do efeito do extrato sobre a

produção de IL-2.

A Figura 23 apresenta os níveis de IL-2 detectados em culturas estimuladas com PHA

e tratadas com o extrato DE em diferentes concentrações. Os dados demonstram que o extrato

reduziu significativamente os níveis de IL-2, novamente de forma dose-dependente, nas

culturas tratadas com 12,5 μg/mL (28,01 ± 7,95 pg/mL) e 25 μg/mL (17,02 ± 4,04 pg/mL)

comparado às culturas tratadas apenas com PHA (58,77 ± 15,70 pg/mL). Também houve

diferença estatisticamente significante para a redução de IL-2 em culturas tratadas com

Dexametasona (6,53 ± 10,73 pg/mL) comparado ao PHA. Já o solvente DMSO não foi capaz

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79

de inibir a produção desta citocina (DMSO: 39,79 ± 15,7 pg/mL), mostrando que o efeito foi

devido à presença do extrato.

Figura 23. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (DE) sobre a produção de IL-2. PBMC

foram incubadas por 36 horas na ausência e na presença de PHA e tratadas com extrato DE de E. crinitum nas

concentrações 6,25 µg/mL; 12,5 µg/mL ou 25 µg/mL. IL-2 foi quantificada por ELISA e os resultados estão

expressos como média ± desvio padrão dos níveis de IL-2 produzidos por linfócitos (n = 6). Como controle de

inibição foi utilizado Dexametasona (DEXA). * Diferença em relação ao grupo PHA, p ≤ 0,05. Método

estatístico utilizado – ANOVA seguida de Tukey.

7.7 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a produção

de TNF-α e IFN-γ por linfócitos humanos

A análise do efeito do extrato DE sobre a produção das citocinas pró-inflamatórias

TNF-α e IFN-γ por linfócitos humanos constituiu outra forma de investigar uma possível

atividade imunomoduladora dessa planta (Figura 24). Os dados mostram que nas culturas

tratadas com o extrato DE não houve alteração do percentual de linfócitos que produziram

TNF-α (Figura 24A), bem como IFN-γ (Figura 24B). A Dexametasona, utilizada como

controle de inibição, reduziu de forma significativa o percentual de linfócitos positivos para

TNF-α (13,6 ± 6,92%) quando comparado às culturas tratadas apenas com PMA (35,8 ±

8,76%). Da mesma forma, esse fármaco reduziu significativamente o percentual de linfócitos

positivos para IFN-γ (18,00 ± 9,63%), quando comparado à cultura PMA (36,63 ± 8,64%).

RESULTADO curva menor

0

20

40

60

80

100IL

-2 (

pg

/mL

)

PHA (5 μg/mL) - + + + + + +

DE (μg/mL) - - - 6,25 12,5 25 -

DMSO (0,5%) - - + - - - -

DEXA (8 μg/mL) - - - - - - +

IL-2

(pg/m

L)

*

* *

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Figura 24. Efeito do extrato diclorometano-etanólico de E. crinitum (DE) sobre o percentual de linfócitos

TNF-α+ (A) e de linfócitos IFN-γ+ (B). Alíquotas de sangue total periférico foram incubadas por 4 horas na

ausência e na presença de PMA e ionomicina e tratadas com extrato DE de E. crinitum nas concentrações 12,5;

25 e 50 µg/mL. As citocinas foram analisadas intracelularmente por citometria de fluxo. Os resultados foram

expressos como média ± desvio padrão do percentual de linfócitos citocina+ para n = 8. Como controle de

redução da expressão de citocinas foi utilizado Dexametasona (DEXA). * Diferença em relação ao grupo PMA,

p ≤ 0,05. Método estatístico utilizado – ANOVA seguida de Tukey.

0

10

20

30

40

50

*

0

10

20

30

40

50

% L

infó

cito

s C

itoci

na

+

*

PMA (25 ng/mL) - + + + + + +

DE (μg/mL) - - - 12,5 25 50 -

DMSO (1%) - - + - - - -

DEXA (8 μg/mL) - - - - - - +

TNF-α A

IFN-γ B

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81

7.8 Efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre a expressão

de COX-2

A análise do efeito do extrato DE sobre a expressão da enzima COX-2 por monócitos

humanos representou outra forma de investigar a possível ação anti-inflamatória dessa planta.

Essa análise foi realizada pela intensidade média de fluorescência (IMF), que permite

correlacionar o sinal fluorescente emitido pela célula com a densidade da enzima presente no

seu interior. A avaliação da IMF para a COX-2 em monócitos (Figura 25) demonstrou que a

estimulação com LPS aumentou 67,85 vezes a expressão de COX-2 por monócitos em cultura

de sangue total em relação às culturas não estimuladas (controle: 1,15 ± 1,97%; LPS: 78,03 ±

6,63%). Porém o tratamento simultâneo com o extrato DE nas diferentes concentrações

testadas não reduziu tal expressão (DE 12,5 μg/mL: 77,4 ± 11,74%; DE 25 μg/mL: 74,18 ±

7,36%; DE 50 μg/mL: 77,75 ± 13,75%) quando comparadas às culturas tratadas apenas com

LPS.

Figura 25. Análise da intensidade média de fluorescência (IMF) de monócitos COX-2+. Alíquotas de

sangue total periférico foram incubadas por 4 horas na ausência e na presença de LPS e tratadas com extrato DE

de E. crinitum nas concentrações 12,5; 25 e 50 µg/mL. A COX-2 foi analisada intracelularmente por citometria

de fluxo. Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão para n = 5. Diferença em relação ao grupo

LPS foi considerada significativa quando p ≤ 0,05. Método estatístico utilizado – ANOVA seguida de Tukey.

DMSO (1%) - - + - - -

LPS (2 μg/mL) - + + + + +

DE (μg/mL) - - - 12,5 25 50

Inte

nsi

dad

e M

édia

de

Flu

ore

scên

cia

DE EC

CO

NLPS

DM

SO+LPS

DE 1

2,5+

LPS

DE 2

5+LPS

DE 5

0+LPS

0

20

40

60

80

100

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82

8 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A Eriosema crinitum é uma espécie comumente encontrada no Cerrado e é utilizada

pela população do Vale do Alto Jequitinhonha para tratamento de condições inflamatórias.

Porém, nenhuma informação científica está disponível no que tange a quaisquer tipos de

estudos: químicos, biológicos e/ou de toxicidade para essa planta. Dessa forma, inicialmente,

realizamos uma triagem fitoquímica seguida de uma análise por CLAE-DAD para caracterizar

as principais classes de metabólitos secundários presentes na planta. Em seguida, avaliamos a

toxicidade do extrato de raízes de E. crinitum sobre células sanguíneas para identificarmos as

concentrações que seriam utilizadas nos ensaios para a investigação de uma possível atividade

anti-inflamatória dessa planta.

A análise por CLAE-DAD permitiu detectar a presença das subclasses de flavonoides

flavona e flavonol no extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum. Esse resultado

está de acordo com a triagem fitoquímica, realizada através de reações cromogênicas,

fluorogênicas e de precipitação, que direcionou a análise dos espectros. Embora não existam

estudos químicos anteriores para a E. crinitum, vários trabalhos que avaliaram outras espécies

do gênero Eriosema apontaram substâncias da classe dos flavonoides como as responsáveis

pela atividade biológica apresentada por essas espécies. Vale ressaltar que alguns dos

flavonoides isolados são moléculas inéditas, tais como as Kraussianonas 1 a7, presentes nas

raízes de E. kraussianum (DREWES et al., 2002; DREWES et al., 2004), as Erioschalconas A

e B isoladas a partir de E. glomerata (AWOUAFACK et al., 2008), as Robusflavonas A e B

extraídas de partes aéreas de E. robustum (AWOUAFACK, TANE E ELOFF, 2013) e os

khonklonginols A-H isolados nas raízes de E. chinense (SUTTHIVAIYAKIT et al., 2009).

Dessa forma, a possibilidade de que os flavonoides detectados no extrato

diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sejam também moléculas inéditas, reforça a

necessidade de estudos que busquem identificar a estrutura das mesmas e constitui uma

primeira perspectiva do nosso trabalho.

Tendo em vista que, dentre as substâncias presentes em extratos vegetais, podem

existir aquelas com ações tóxicas que induzem morte celular (VEIGA JÚNIOR, PINTO e

MACIEL, 2005), os primeiros ensaios realizados nesse estudo buscaram avaliar a toxicidade

do diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum sobre hemácias e células mononucleares

do sangue periférico. No teste de atividade hemolítica, a hemoglobina liberada no meio após

a ruptura de eritrócitos provocada por uma substância tóxica é detectada pela leitura de

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absorbância do sobrenadante da cultura (MONTAGNER, 2007). Por meio do teste de

atividade hemolítica, observou-se que o extrato na concentração de 100 μg/mL apresentou

atividade hemolítica maior que 80%, sendo que na concentração de 50 μg/mL, o percentual de

hemólise foi menor que 20%, ou seja, um valor baixo que não comprometeria as culturas

celulares de sangue total.

A análise de toxicidade sobre PBMC foi realizada pelo método de exclusão com azul

de Tripan (TENNANT, 1964; SONG et al., 2012; ZANATTA et al., 2012), onde células que

perderam a integridade da membrana retêm o corante no citoplasma enquanto as células vivas

permanecem não coradas (TENNANT, 1964). Observamos que para 24 horas de cultura,

somente na concentração de 100 μg/mL o extrato mostrou-se tóxico, sendo que quando o

tempo de cultura foi de 5 dias, as células perderam a viabilidade quando tratadas com o

extrato nas concentrações de 100 μg/mL e 50 μg/mL. Assim, nas culturas de análise do efeito

do extrato sobre a produção de citocinas e sobre a expressão de COX-2, em que o sangue total

é incubado por 4 horas na presença do extrato, utilizamos as concentrações iguais ou

inferiores a 50 μg/mL. Por outro lado, na avaliação da proliferação celular, em que PBMC são

mantidas em contato com o extrato durante cinco dias, as concentrações finais do extrato nas

culturas foram iguais ou inferiores a 25 μg/mL.

Os dados de citotoxidade mostrados aqui podem ser utilizados em investigações

futuras e servem de ponto de partida para aqueles estudos que visem avaliar a ação dos

constituintes ativos do extrato de E. crinitum sobre parâmetros sanguíneos e que necessitam

da confecção de culturas de sangue total ou de células mononucleares do sangue periférico

humano (PBMC).

A inflamação é um processo complexo que envolve a ativação de células do sistema

imune e a produção de mediadores inflamatórios, como as citocinas, que atuam amplificando

a resposta inflamatória. Nesse estudo, como parte da investigação da possível atividade anti-

inflamatória de E. crinitum, foi avaliado o efeito do extrato diclorometano-etanólico de raízes

dessa planta sobre a produção das citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IFN-γ por linfócitos

estimulados com PMA. Os resultados indicaram que o extrato não diminuiu a produção de

TNF-α e de IFN-γ. No entanto, por se tratar de um estudo com o extrato bruto, o qual

apresenta um perfil complexo de substâncias, comprovado pela análise em CLAE-DAE, é

possível que a investigação de frações do extrato, ou até de substâncias isoladas, leve à

obtenção de resultados diferentes dos encontrados, pois a concentração de constituintes ativos

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do extrato em uma determinada fração poderia resultar na redução do número de moléculas

interferentes que não contribuem para o efeito anti-inflamatório da planta.

Além disso, devemos considerar que existem outras citocinas importantes na

manutenção do processo inflamatório e que não foram avaliadas nesse estudo, tais como IL-1,

IL-6, IL-12 e IL-17, as quais podem ter sua produção inibida pelo extrato. Em relação às

citocinas que atuam de forma a modular a resposta imune, como por exemplo, IL-10 e TGF-β,

a indução do aumento na produção dessas citocinas consiste de outro mecanismo pelo qual o

extrato poderia exercer seu efeito anti-inflamatório.

Com relação à enzima ciclooxigenase 2 (COX-2), uma isoforma produzida por células

relacionadas ao processo inflamatório, e responsável pela produção de PGE2, um poderoso

mediador inflamatório, sua análise consiste de um importante alvo para drogas anti-

inflamatórias, tais como os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES) (RUITENBERG;

WATERS, 2003). No presente estudo, o extrato diclorometano-etanólico de raízes de E.

crinitum não diminuiu a expressão de COX-2 induzida por LPS em monócitos do sangue

periférico humano. No entanto, a expressão proteica pode não se correlacionar com a

atividade enzimática e os resultados aqui apresentados não significam que a planta não tenha

atividade inibidora de COX. A análise da inibição da atividade de COX-2, medida pela

diminuição na produção de PGE2, poderia apresentar-se como uma forma adicional para

avaliar a função anti-inflamatória do extrato sobre essa via enzimática.

O achado principal desse trabalho, em relação à investigação da atividade anti-

inflamatória do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum, foi a capacidade de

o extrato inibir a resposta proliferativa de linfócitos e de suas subpopulações T CD4 e T CD8

em culturas estimuladas com fitohemaglutinina (PHA). A PHA é uma lectina presente em

Phaseolus vulgaris e tem forte ação mitógena sobre linfócitos T através da interação com os

carboidratos presentes nos receptores para antígenos dessas células, dessa forma ativando e

induzindo a proliferação dos linfócitos humanos, in vitro (NOWELL, 1960;

KANELLOPOULOS et al., 1985). O efeito antiproliferativo do extrato apresentou-se de

forma dependente da dose, ou seja, o índice de proliferação decresceu nas culturas tratadas

com o extrato da menor para a maior concentração. Comparada ao fármaco Dexametasona, a

eficácia do extrato em inibir a proliferação foi de 71,65% e 53,14% para os linfócitos T e

linfócitos T CD4, respectivamente. Para os linfócitos T CD8, o extrato mostrou eficácia de

167,94%, ou seja, o efeito antiproliferativo sobre essas células foi maior que aquele

apresentado pela Dexametasona.

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85

Além disso, verificou-se que a ação antiproliferativa exercida pelo extrato sobre os

linfócitos T foi devido à redução dos níveis da citocina IL-2, sendo que a eficácia em relação

à Dexametasona foi de 38,33%. Assim, podemos sugerir que parte da atividade anti-

inflamatória atribuída à E. crinitum na medicina popular pode ser devida à ação dos

constituintes químicos presentes na planta sobre a ativação de linfócitos T.

Dessa forma, outra perspectiva seria a busca de frações ativas do extrato

diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum para investigações de possíveis vias de

sinalização e fatores de transcrição envolvidos na redução da citocina IL-2. A expressão dessa

citocina envolve, principalmente, a ativação do fator de transcrição NF-kB. O reconhecimento

do antígeno pelo complexo receptor de linfócito T/CD3 juntamente com estímulos co-

estimulatórios iniciam a ativação da via de sinalização de NF-kB, sendo esse fator de

transcrição essencial para a proliferação de células T, produção de citocinas e o

desenvolvimento de respostas imunes mediadas por células (GAO et al., 2009).

Os flavonoides, classe de substâncias presentes no extrato diclorometano-etanólico de

raízes de E. crinitum, tem sido apontados como responsáveis pela inibição da proliferação de

linfócitos em outros estudos e tal efeito esteve associado à redução dos níveis de IL-2 em

culturas celulares (BROCHADO et al., 2003; KOVAČEVIĆ et al., 2006; CHANG et al.,

2008; GAO et al., 2009).

A inibição da produção de IL-2 é um mecanismo de ação central de vários

imunossupressores como a Ciclosporina A, a qual atua inibindo a transcrição de IL-2 de

linfócitos T (SCHREIBER; CRABTREE, 1992). No presente estudo, além da redução dos

níveis de IL-2, foi possível identificar que o extrato diclorometano-etanólico de raízes de E.

crinitum teve maior efeito inibitório sobre a resposta proliferativa da subpopulação linfocitária

T CD8, sendo mais eficaz que o fármaco Dexametasona. As células T CD8, quando ativadas,

se diferenciam em células T citotóxicas, as quais tem papel importante na proteção contra

infecções virais, câncer e rejeição do transplante de órgãos (GAO et al., 2009). De acordo

com nossos resultados, o extrato parece apresentar um forte efeito inibidor, principalmente

sobre a proliferação de células T citotóxicas, e pode apresentar-se como uma fonte natural

promissora para o desenvolvimento de novos fármacos efetivos em doenças de natureza

inflamatória-degenerativa mediadas por células T, bem como na obtenção de novas moléculas

úteis na prevenção da rejeição de transplantes de órgãos.

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86

9 CONCLUSÃO

A avaliação química preliminar do extrato diclorometano-etanólico de raízes de

Eriosema crinitum indicou que esse extrato possui perfil complexo quanto à sua composição e

sugere a presença de substâncias das subclasses dos flavonoides: flavona e flavonol, as quais

podem ser responsáveis, pelo menos em parte, pela atividade biológica do extrato.

Em relação à investigação da possível atividade anti-inflamatória de raízes de E.

crinitum, os dados sugerem um efeito inibidor do extrato diclorometano-etanólico de raízes

dessa espécie sobre a resposta proliferativa de linfócitos e suas subpopulações T CD4 e T

CD8, sendo que esse efeito parece estar associado à inibição na produção da citocina IL-2.

Esses achados abrem perspectivas para a realização de uma análise química mais

detalhada, buscando identificar as substâncias presentes no extrato, bem como para

investigações adicionais, partindo do fracionamento do extrato, a fim de caracterizar os

constituintes ativos e verificar as vias intracelulares envolvidas na atividade biológica de

raízes de E. crinitum.

Diante do exposto, os resultados obtidos permitem explicar parte dos atributos

terapêuticos da planta na medicina popular, sendo importante mencionar que, mediante busca

na literatura, esse trabalho fornece uma contribuição inédita em relação à caracterização

química e atividade biológica da espécie E. crinitum.

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ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Termo de esclarecimento

Convidamos você a participar do projeto de pesquisa intitulado “Avaliação da atividade

imunomoduladora do diclorometano-etanólico de Eriosema crinitum (Kunth) G. Don

(Leguminosae)” que será realizado na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e

Mucuri (UFVJM) e tem por objetivo avaliar se a planta “Pustemeira” tem efeito sobre o

sangue. Você está sendo convidado a participar desse estudo por ter idade entre 20 e 39 anos e

por não estar tomando remédios. Se você concordar em participar do estudo iremos coletar

(tirar) um pouco de seu sangue (15 mL) na veia do braço (da mesma maneira que é coletado

quando você faz algum exame de sangue), em dia e horário a combinar. No laboratório vamos

fazer testes com seu sangue usando a planta Erva Baleeira e o que sobrar do sangue não será

guardado, sendo descartado com todo o cuidado. A coleta do sangue será feita em uma veia

de seu braço, podendo causar uma leve dor na hora e uma pequena mancha roxa que

desaparecerá em 3 a 4 dias após a coleta. Outros riscos mais raros (não é comum acontecer)

de sua participação incluem tontura, enjôo e de contaminação. A coleta será feita por pessoa

treinada, em local limpo e reservado, equipado com maca, utilizando material estéril e

descartável. Ao doar seu sangue para este projeto você estará contribuindo para os

conhecimentos sobre esta planta que é utilizada na medicina popular. Os seus dados serão

mantidos em sigilo (segredo) e sua identidade não será revelada. Só os pesquisadores

envolvidos no projeto terão acesso aos dados, que serão utilizados apenas para fins de

pesquisa e divulgação científica em congressos, livros e revistas, mas sua identidade não será

divulgada. Você não receberá qualquer forma de remuneração (pagamento) pela sua

participação no estudo e você não terá nenhum gasto (portanto, não está previsto nenhuma

forma de ressarcimento). Quaisquer dúvidas que possam surgir durante o andamento deste

estudo por parte do voluntário poderão ser esclarecidas junto aos membros da equipe

responsáveis pelo projeto, pessoalmente ou por telefone. Se depois de autorizar a coleta, você

não quiser que seu sangue seja usado, tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento

em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta do sangue, independente do

motivo e sem prejuízo na sua relação com os pesquisadores e a UFVJM. Os pesquisadores

responsáveis por este projeto podem decidir sobre a sua exclusão do estudo por razões

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científicas, a respeito das quais você deverá ser devidamente informado. Em caso de qualquer

dúvida você deverá e/ou poderá entrar em contato a qualquer hora com a pesquisadora

responsável Michaelle Geralda dos Santos pelo telefone (38)9977-9991 ou pelo e-mail

[email protected]. Você também poderá entrar em contato com o Comitê de Ética

em Pesquisa da UFVJM no Campus JK, Rodovia MGT 367, Km 583, nº 5000, Alto da

Jacuba, CEP 39100-000

Diamantina – MG, telefone: (38) 3532- 1240 ou pelo e-mail [email protected] para

informações sobre a aprovação do projeto pelo comitê.

Termo de livre consentimento pós-informado

Eu discuti os riscos e benefícios da minha participação no estudo intitulado “Avaliação da

atividade imunomoduladora do diclorometano-etanólico de Eriosema crinitum (Kunth)

G. Don (Leguminosae)” com os pesquisadores envolvidos. Eu li e compreendi todos os

procedimentos que envolvem esta pesquisa e tive tempo suficiente para considerar a minha

participação no estudo. Eu perguntei e obtive as respostas para todas as minhas dúvidas. Eu

sei que posso me recusar a participar deste estudo ou que posso abandoná-lo a qualquer

momento sem qualquer constrangimento ou prejuízo. Eu também compreendo que os

pesquisadores podem decidir a minha exclusão do estudo por razões científicas, sobre as quais

eu serei devidamente informado. Não terei nenhuma remuneração e nenhum gasto por

participar do projeto. Tenho uma cópia deste formulário, o qual foi assinado em duas vias

idênticas e rubricadas.

Portanto, aqui forneço o meu consentimento para participar do estudo intitulado “Avaliação

da atividade imunomoduladora do diclorometano-etanólico de Eriosema crinitum (Kunth) G.

Don (Leguminosae)”, durante todos os testes realizados.

Diamantina,

Assinatura do voluntário:

Testemunha:

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Testemunha:

Declaro que expliquei todos os objetivos, benefícios e riscos deste estudo ao voluntário, dentro

dos limites de meus conhecimentos científicos.

Pesquisador responsável:

Michaelle Geralda dos Santos (38) 9977- 9991

[email protected]

Comitê de Ética em Pesquisa da UFVJM

Campus JK – Rodovia MGT 367 – Km 583 – nº 5000 – Alto da Jacuba

CEP: 39.100-000 Diamantina - MG

Coordenação: Profa. Dra. Thais Peixoto Gaiad Machado

Vice-coordenação: Profa. Dra. Rosamary Aparecida Garcia Stuchi

Secretária: Dione Conceição de Paula

Telefone: (38) 3532-1240/3532-1200

E-mail: [email protected]