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Grande treinamento de envalização.

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  • EVANGELIZAO Conceitos Fundamentais para Levar o Evangelho Nessa apostila voc ir encontrar os fundamentos bblicos da evangelizao, posturas esperadas do cristo e sugestes prticas para implementar seu ministrio de alcanar pessoas com o Evangelho da Verdade

    2010

    Ministrio Pesca Igreja Batista Cidade Universitria

    24/04/2010

  • 2
  • 3 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    Treinamento do Pesca

    PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    1. Breve Teologia da Evangelizao Quando evangelizamos algum, todos ns cristos carregamos conosco alguns pressupostos teolgicos que

    norteiam o contedo da nossa mensagem, ainda que no tenhamos parado para analisar. Pressupostos estes que

    influenciam na forma em que proclamamos e nas expectativas que alimentamos com relao ao que proclamado.

    Dentre estes pressupostos, alguns so mais evidentes que outros, vejamos a seguir alguns deles.

    A. A inspirao e inerrncia das Escrituras: Compreendemos a inspirao como sendo a influncia sobrenatural

    do Esprito Santo sobre os homens separados por Ele mesmo, a fim de registrarem de forma inerrante e

    suficiente toda a vontade revelada de Deus, constituindo este registro na nica fonte e norma de todo o

    conhecimento cristo (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.20-21) .Infelizmente muitos problemas tm surgido pelo fato de

    pessoas proclamarem o evangelho com um conceito deturpado no que diz respeito s Escrituras e Sua

    autoridade. Estas deturpaes tm dado margem ao surgimento de muitas heresias e seitas, que tm feito

    com que o cristianismo parea uma grande farsa, ou simplesmente conceitos e princpios sem fundamentos

    uma vez que a sociedade no faz muita distino dentro do cristianismo, consideram tudo e todos como

    evanglicos.

    No momento em que uma pessoa evangelizada, fala-se para ela da salvao eterna oferecida por Jesus

    Cristo conforme as Escrituras, fala-se do amor demonstrado por Jesus na Cruz conforme as Escrituras, fala-se

    tambm do alvo de todo regenerado durante a sua vida. A partir do momento em que no se acredita na

    inspirao das Escrituras, nem mesmo em sua inerrncia, conseqentemente a mensagem anunciada torna-

    se sem valor, sem fundamento, pois est baseada em fonte no confivel. Como pregaremos a Palavra se

    no confiamos no sentido exato do que estar sendo anunciado? Como evangelizaremos se no temos a

    certeza de que o que falamos procede de fato de Deus, ou se meramente uma falcia dos homens?

    O apstolo Paulo mostra a sua convico de que as Escrituras so de fato a Palavra de Deus e digna de toda

    aceitao (1 Tm 2.12; 4.9). A sua vida e mensagem estavam baseadas nas Escrituras. Note que em Romanos

    1.16, Paulo diz que o evangelho o poder de Deus para a salvao do pecador, este o evangelho pregado

    pela Igreja, um evangelho que proclama a Palavra que transforma e no simplesmente opinies dos homens

    a respeito da Palavra. A Igreja por si s no produz vida, todavia ela recebeu a vida em Cristo (Joo 10.10),

    atravs da Sua Palavra vivificadora; desse modo, ela ensina a Palavra, para que pelo Esprito de Cristo, que

    atua mediante as Escrituras, os homens creiam e recebam vida abundante e eterna. Se proclamamos para

    as pessoas o contedo das Escrituras como a mais pura verdade, como uma mensagem que pode mudar

    vidas, uma mensagem sempre atual, porque de fato cremos que a Palavra viva e eficaz,

    transformadora, e cremos que ela inspirada por Deus. Logo, no contm erros porque o nosso Deus

    perfeito e nEle no h falhas.

    B. A Universalidade do Pecado: Ao falarmos para algum das Boas Novas, no samos a procurar onde esto os

    pecadores e nem mesmo a perguntar quem pecador para que possa ouvir o que temos a dizer. Ao nos

    dirigirmos aos homens apresentando o plano de salvao de Deus para a humanidade, partimos do

    pressuposto de que todo homem pecador, est debaixo da condenao e necessita da glria de Deus (Rm.

    3.23). Uma das conseqncias mais bvias do pecado a morte. Essa verdade destacada na declarao em

    que Deus probe Ado e Eva de comer do fruto da rvore do conhecimento do bem e do mal: porque, no dia

    em que dela comeres, certamente morrers (Gn 2.17). A Palavra de Deus bem clara quando nos diz que

  • 4 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    no h um justo se quer, no h quem busque a Deus (Rm 3.10-11). Desde a queda, o homem encontra-se

    sob o domnio do pecado, que corrompeu o seu intelecto, vontade e sua faculdade moral. A raa humana

    encontra-se morta espiritualmente, escrava do pecado (Gn 6.5; Is 59.2; Jo 8.34,43,44, Ef 2.1,5) e no h nada

    que ela possa fazer para restaurar a comunho que fora quebrada (Rm 3.19-20). Partindo deste pressuposto,

    temos em mente que devemos anunciar as Boas Novas a todo homem, cientes de que todos esto perdidos

    e todos necessitam da graa, do perdo, da salvao que s vem por meio de Cristo Jesus.

    C. A Suficincia e eficcia da obra de Cristo: O apstolo Paulo falando aos Corntios, lembra-lhes do evangelho

    que lhes fora pregado por ele, por meio do qual muitos foram salvos. Paulo diz que a mensagem consistia

    em que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras relatam, foi sepultado e ressuscitou

    ao terceiro dia, e ainda apareceu a vrias pessoas (1 Co 15.1-8). Paulo est afirmando que a obra de Jesus

    Cristo na cruz d sentido genuno mensagem pregada pela Igreja, que se tudo fosse uma inveno humana,

    ou se o que Ele fez na cruz no foi o suficiente para a salvao do pecador, a nossa f v, a nossa

    mensagem consiste em mentira, em enganao (1 Co 15.14). Jesus Cristo, nosso mediador, cumpriu de

    forma cabal e vicria as demandas da Lei em favor do Seu povo. Se a obra de Cristo no fosse plenamente

    satisfeita, no haveria bno alguma a ser aplicada (Joo 17.4; 19.30; Hb 9.23-28; 1 Pe 3.18). Jesus Cristo

    veio para obter a salvao definitiva para o Seu povo (Mt 1.21; Jo 3.16; 2 Co 5.21), Ele mesmo afirma que d

    a vida eterna, e aqueles a quem Ele a d, jamais a perdero (Jo 10.27-28). Graas eficcia da obra de Cristo

    na cruz, o homem tem paz com Deus, torna-se amigo de Deus (Cl 1.21-22), torna-se filho de Deus (Jo 1.12),

    mediante f em Cristo Jesus como seu nico e suficiente salvador. amparada nesta certeza que a igreja

    evangeliza.

    D. A Responsabilidade Humana: O ser humano foi criado por Deus como um ser pessoal que tem conscincia e

    determinao prpria. Diferentemente de todo e qualquer animal, o homem faz a distino entre o eu, o

    mundo e Deus. O homem foi criado com capacidade de se relacionar com Deus (Gn 3.8-14; Jr 29.13; Mt

    11.28-30) e com o seus semelhantes, podendo compreender racionalmente a vontade de Deus, fazer-se

    entender e avaliar todas as coisas (Gn 1.28-30; 2.18-19). Deus no tinha como propsito criar robs que ao

    toque de algum dos comandos responderia sem qualquer sinal de raciocnio e, pior ainda, uma criao

    impessoal, que no tenha capacidade de se relacionar. Com certeza o homem no perfeito como o Seu

    criador e mesmo que o pecado tenha comprometido de forma gravssima todas as suas faculdades originais,

    ele no deixou de ser a imagem e semelhana de Deus. As Escrituras apresentam o evangelho como uma

    mensagem que deve ser anunciada a todos os homens, a fim de que eles possam entend-la e crer nela. A f

    um dom de Deus (Ef 2.8). Todavia, a proclamao compete a ns; uma responsabilidade inalienvel e

    essencial da Igreja. Por certo, no compreendemos exaustivamente a relao entre a soberania de Deus e a

    responsabilidade humana; contudo, a Bblia ensina estas duas verdades: Deus soberano e o homem

    responsvel diante de Deus por suas decises (Rm 1.18-2.16). Em nosso testemunho, cabe a ns

    anunciarmos o evangelho de forma inteligvel, pois estaremos dirigindo-nos a seres racionais a fim de que

    entendam a mensagem e creiam; por isso, ao mesmo tempo que sabemos que Deus quem converte o

    pecador, devemos usar todos os recursos que temos disposio para atingir aos homens perdidos; desde

    que estes recursos no contrariem a Palavra de Deus. A nossa proclamao deve ser apaixonada, no sentido

    de que queremos alertar os homens para a realidade do evangelho, persuadindo-os pelo Esprito, a se

    arrependerem de seus pecados e a se voltarem para Deus ( Rm 11:13-14; 1 Co 9.19-22).

  • 5 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    2. A Evangelizao Origina em Deus Deus tem um propsito que foi expresso por todos os tempos. Em Salmo 57.5,11; 72.19; 102.15, notamos a

    presena de uma orao, onde a expectativa do salmista : que a glria do Senhor encha a terra. Os salmos so

    expresses de louvor, de adorao e de exaltao. As oraes dos salmistas eram baseadas em revelaes. Tendo

    isso em mente, no podemos cometer o erro de interpretar os Salmos sem o contexto teolgico do Antigo

    Testamento.

    Os profetas tinham a certeza de que a Glria do Senhor encheria a terra (Hc2.14; 3.3; Is 2.12-21), e na condio de

    profetas eles esto falando de algo que com certeza acontecer. Note que o homem do Pentateuco j ouvira que a

    glria do Senhor encheria toda a terra, pois em Nmeros 14.20 encontra-se uma afirmao onde Deus diz que to

    certo quanto Ele existe a Sua glria encher a terra. Atentando para o Autor desta afirmao, no nos restam

    dvidas de que algo real, uma promessa que se cumprir.

    A. Criao e Redeno: Para algumas pessoas a queda do ser humano, a entrada do pecado na Criao de

    alguma forma frustrou os planos de Deus para sua criao. Depois de todo trabalho exercido em benefcio

    de suas Criaturas, o pecado insurge como uma barreira ao propsito de Deus. como se essas pessoas

    dissessem: Deus, como mal planejador que , no foi capaz de inibir a entrada do pecado. Em uma nica

    colocao ignoram a oniscincia e onipotncia de Deus.

    a. Conceito: De fato, as escrituras no nos ensinam assim. Alis, digno de nota que algumas

    declaraes bblicas nos levam a compreender que quando Deus se props a criar ele se props a

    redimir. Uma dessas ocasies quando Joo diz que a morte de Cristo era conhecida desde a

    fundao do mundo: E adora-la-o todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes no

    esto escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundao do mundo (Ap.13.8). A

    expresso grega ap kataboles kosmou sugere que, desde que h mundo, o Cordeiro est morto.

    possvel que algumas pessoas tomem isso de modo equivocado, e por isso necessrio que se

    compreenda aqui que, a morte de Cristo aconteceu como Decreto Divino na fundao do mundo, e

    no como ato. quele que tem o tempo como indivisvel em presente contnuo, seus decretos so

    enunciados antes de serem executados. Essa percepo claramente observada nas seguintes

    palavras de Pedro: mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o

    sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundao do mundo, mas

    manifesto no fim dos tempos por amor de vs (1P2.1.19-20). A morte de Cristo, como Decreto, j

    estava determinada desde a eternidade passada, contudo foi manifesta no tempo em uma ocasio

    oportuna: plenitude dos tempos.

    b. Antigo Testamento: Essa relao entre Criao e Redeno tambm foi exposta no Antigo

    Testamento. Em Isaas vemos a convico de que Deus o Deus Criador era poderoso para Remir Seu

    povo (Is.51.9-10), sua criao tambm produz confiana em sua Palavra (40.27). Esse Deus Criador

    do Universo tambm o Deus Criador de Isarael (Is.43.1, 7, 15; 44.2, 21). Do mesmo modo que que

    Criou a Israel, Ele escolheu e redimiu a Seu Povo (Is.44.1ss). Nos saltrio encontramos diversas

    ocasies em que o autor fala sobre a redeno do povo com fundamentao no Poder de Deus na

    Criao (Sl.89; cf. 33, 104, 8, 24, 19, 98). No Salmo 74 vemos Deus como Aquele que opera feitos

    salvadores (v.2-3, 12) e ento apresenta um breve relato da Criao (v.12-17).

    c. Novo Testamento: O NT claro em apresentar a relao entre a Criao e a Redeno de trs pontos

    de vista: a morte de Cristo como um decreto eterno de Deus, a aplicao eficiente da Morte e Cristo

    e o recebimento de tal bem-aventurana.

  • 6 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    i. Morte de Cristo: a morte de Cristo como um decreto eterno de Deus e sobre isso no h

    qualquer dvida: Porque, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que esta

    determinado; mas ai daquele homem por quem trado! (Lc.22.22); Vares israelitas,

    escutai estas palavras: A Jesus, o nazareno, varo aprovado por Deus entre vs com

    milagres, prodgios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vs, como vs mesmos bem

    sabeis; a este, que foi entregue pelo determinado conselho e prescincia de Deus, vs

    matastes, crucificando-o pelas mos de inquos (At.2.22-23). Ou seja, mesmo antes de

    existir o Universo, o Plano Redentor j estava estabelecido, por Soberana Graa do Criador.

    ii. Eleio: Mas, importante demonstrar que tal Decreto no inclui apenas a Cristo como

    Redentor, mas tambm a aplicao eficiente de Sua Morte para os eleitos de Deus, pois da

    mesma forma que Cristo apresentado como morto antes da fundao do mundo, os

    cristos so apresentados pelas escrituras como eleitos antes da fundao do mundo: como

    tambm nos elegeu nele antes da fundao do mundo, para sermos santos e irrepreensveis

    diante dele (Ef.1.4).

    iii. Salvao: Diante do todo das escrituras, temos conscincia que a Eleio para salvao:

    porque Deus no nos destinou para a ira, mas para alcanarmos a salvao por nosso

    Senhor Jesus Cristo (1Ts.5.9); Mas ns devemos sempre dar graas a Deus por vs, irmos,

    amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princpio para a santificao do

    esprito e a f na verdade, e para isso vos chamou pelo nosso evangelho, para alcanardes

    a glria de nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts.2.13). Assim, temos por convico que o Deus

    Criador o Deus que oferece o meio pelo qual o homem pode chegar a salvao, e, Ele

    mesmo quem garante que esse objetivo seja alcanado por sua Graa Soberana e

    Monrgica.

    d. Concluso: Assim, diante de tal informao das escrituras, podemos compreender que, quando Deus

    se props a criar Ele se props a Redimir. Portanto, Criar e Redimir so duas facetas de uma mesma

    Obra de Deus e sua auto-revelao assim nos ensina.

    B. Queda e Redeno: Ao sentenciar sua criao pela entrada do pecado no mundo Deus tambm apresentar a

    idia de um Descendente que findaria o exerccio malvolo do inimigo, um dos responsveis pelo pecado.

    (Gn.3.15), que determina a Encarnao do Verbo, pois este seria o descendente da mulher, que sofreria,

    mas venceria Satans. Na morte e ressurreio dO Descendente da mulher, Jesus Cristo, o Diabo

    absolutamente vencido, embora o plano de Deus para ele no se tenha encerrado ainda.

    C. Dilvio e Redeno: Ao condenao a humanidade em funo de sua grande maldade, Deus salva a No e a

    garantia da vitalidade da Promessa feita na Queda. A condenao consistia no dilvio (Gn.6.5.14). A

    Salvao foi pela graa de Deus por meio da f na promessa de salvao, para aquele a quem Deus havia

    Escolhido, Revelado Seu Carter, Atuado Especialmente e Revelado Seu Plano (Gn.6.9, 14-21). Neste caso, o

    meio apropriado foi a construo de um Arca. Nesse relato aprendemos que Deus estabeleceu uma aliana

    com No (Gn.6.18), executou o dilvio (Gn.7.6-8.14) e perfez a salvao proposta, neste caso, por meio da

    Arca (Gn.8.15-9.1).

    D. Abraao e a Redeno: Eleio e separao de progenitor da Nao de Israel como povo pactual (Gn.12.1-3)

    incluiu a expanso da promessa feita na queda: Agora trata-se um povo numeroso, com posse de uma terra

    extensa. Nesse relacionamento a idia de substituio na morte apresentada (Gn.22.1-18). Nesse caso, a

    Salvao foi pela graa por meio da f na promessa de Salvao de Deus, para aquele a quem Deus havia

    escolhido (Gn.12.1-3; 15.7), Revelado seu carter (Gn.14.18-20; 15.1, 4-5; 17.1-16, 19-21), Atuado

  • 7 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    Especialmente (Gn.12.1-3, 7; 13.14; 15.7) e Revelado Seu Plano (Gn.12.7; 13.14-17; 15.12-16, 18-21;

    22.22.15-18). importante lembrar que Deus fez de Abrao uma grande nao que, embora tenha nascido

    escrava no Egito, foi por Deus conduzida sua terra, por causa de sua promessa feita a Abrao. A histria de

    Abrao demonstra com clareza sua ao Milagrosa em Realizar Seus Propsitos por meio de pessoas a quem

    Ele escolhe. Tambm demonstra o interesse de alcance universal de Deus, pois em Abrao sero benditas

    todas as famlias da terra.

    E. Pscoa e a Redeno: Ao Libertar o povo escolhido por Deus da escravido do Egito, por meio do sacrifcio

    do cordeiro em substituio ao primognito da famlia, Deus apresenta claramente a idia de substituio

    (Ex.12), que prefigura o Sacrifcio de Cristo em substituio ao pecador. Mais uma vez nota-se que Deus em

    Sua Soberania exerceu Seu Plano em consonncia com sua Promessa e Palavra e salvou o povo de Deus da

    Escravido do Egito, conceito que prefigura a idia da Salvao em Cristo Jesus, que nos livra do imprio das

    trevas e nos conduz para um Relacionamento com Deus.

    F. Israel e a Redeno: Ao Constituir Israel como a Nao Separada para Deus, Ele mesmo a fez centro das

    atividades salvficas de Deus. Por isso Deus estabeleceu os rituais, as promessas, as alianas, a legislao

    para que esse povo pudesse ter acesso ao perdo de seus pecados e relacionamento com Deus. A essa

    nao o Prprio Deus prometeu e o Messias, que seria um libertador (primeiramente espiritual) que findaria

    o domnio da serpente na humanidade. Assim, Israel foi separada por Deus para ser um canal das bnos e

    no um depsito e um instrumento no alcance das Naes. Portanto, a Eleio e Separao de Israel como

    povo pactual implicou na responsabilidade de servio e misso de testemunho a todas as naes, de modo a

    apontar para o grande pice de toda a histria da Salvao: Cristo.

    G. Igreja e a Redeno: Atravs da morte de Cristo, todo homem que o confessa como Senhor (Rm.10.9)

    inserido na Igreja que Jesus Cristo est a edificar (Mt.16.18). Esse povo, separado por Deus, por Sua Graa,

    Misericrdia e Poder, considerado povo de Deus, embora no o fossem (Rm.9.25-26), filhos de Deus,

    embora no merecessem (Jo.1.12-13) e instrumentos da Sua Graa, embora incapazes (2Co.5.18-19). Assim,

    somos co-operadores com Deus (1Co.3.9) exercendo nosso ministrio com excelncia (1Co.3.10; 9.24-26),

    persistncia (1Co.9.16), servio (1Co.9.19), contextualizao (1Co.9.20-22), auto-disciplina (1Co.9.27) sem

    cessar (2Tm.4.2) para que, por meio da nossa proclamao, outras pessoas possam se achegar a Deus

    (Jo.17.20). Esse processo depende: (1) Da Salvao historicamente oferecida por Deus; (2) Do sacrifcio de

    Cristo; (3) Da ao de convencimento do Esprito Santo.

    H. Conceito: Portanto, a Evangelizao uma parceria com o Triuno Deus: Enquanto realizamos nosso trabalho

    de levar o evangelho, Deus salva aqueles que crem (1Co.1.21). Contudo, deve-se lembrar que quem

    mobiliza sua Igreja pregao do Evangelho o prprio Deus, atravs do ministrio do Esprito Santo

    (At.13.1-2). A percepo histrica da manifestao do poder de Deus demonstra claramente que Deus o

    originador da Misso Evangelstica da Igreja. Ele iniciou esse processo na Criao ao estar disposto a dar-se

    por Suas Criaturas mesmo antes de t-las criado, e o mantm hoje por intermdio do exerccio do nosso

    ministrio (2Co.5.18-19).

  • 8 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    3. O Interesse Universal de Deus O Testemunho das Escrituras claro em fornecer a Imagem de um Deus que se interessa pelo o homem e por todos

    os homens. O Deus apresentado nas escrituras no tem prazer na morte de ningum (Ez.18.32), nem mesmo do

    perverso (Ez.18.23). Por essa razo ele mesmo se Deus em resgate da humanidade (At.20.28), para que o retorno,

    converso, a Deus pudesse ser reestabelecido. Esse desejo universal de Deus percebido no AT e NT.

    A. Antigo Testamento:

    a. Criao: No princpio Deus criou os cus e a terra, e posteriormente o homem. A esse homem deu

    capacidades especiais, como o domnio sobre os animais, outras criaturas de Deus. E a esse homem

    Deus deixou uma ordem muito interessante, narrada em Gn.1.28: E Deus os abenoou, e lhes disse:

    Sede fecundos, multiplicai-vos, ENCHEI A TERRA. Desde o incio do mundo Deus tem o interesse de

    que o homem se multiplicasse com o objetivo de ENCHER A TERRA. O interesse de Deus pode ser

    comparado ao interesse de um Artista para com Sua obra. Deus ao arquitetar, projetar e construir

    essa Maravilhosa Obra de Arte, ele se interessa por toda Ela, por toda sua Criao.

    b. Queda: No meio da criao, fez a rvore do Conhecimento do Bem e do Mal. rvore que o homem

    era proibido de participar do seu fruto. Mas o homem se fez desobediente a ordem de Deus e

    desfrutou daquele fruto, se tornando conhecedor do bem e do mal, sendo Punido pela Justia de

    Deus, contudo com a Promessa da Restaurao Amorosa de Deus, descrita em Gn.3.15.

    c. Dilvio: Esse homem se multiplica, multiplicando tambm a iniqidade por toda a terra. Vendo Deus

    a maldade do homem, mais uma vez intervm em Sua Criao com sua Punio Justa, em destruio

    de suas criaturas. Contudo, dentre os homens Deus escolhe a No, homem fiel para que por ele

    possa continuar sua Obra de Arte. Interessante notar que a No, aps o dilvio ele recebe a

    mesma ordem dada a Ado no princpio: Abenoou Deus a No e a seus filhos, e lhes disse: Sede

    fecundos, multiplicai-vos e ENCHEI A TERRA (Gn.9.1). Deus tem o interessante interesse em que o

    homem se espalhe sobre a toda superfcie da terra. Pois Ele sabia que assim, o Seu nome se

    espalharia pela terra.

    d. Babel: Mas, outra vez o homem se mostra desobediente. Eles tm uma brilhante idia. Como todos

    ainda falavam a mesma lngua, segundo Gn.11.1, ele resolveram construir uma grande cidade e uma

    Grande Torre, com o propsito no se espalhar pela superfcie da Terra. Observe o versculo 4 de

    Gn.11: Disseram: Vinde, edifiquemos para ns uma cidade e uma torre cujo tope chegue at os

    cus, e tornemos clebre o nosso nome, PARA QUE NO SEJAMOS ESPALHADOS POR TODA A

    TERRA. Note tambm que nesse momento de desobedincia, mais uma vez Deus intervm nos

    planos dos homens, pois Ele sabia que os homens tendo a mesma linguagem no haveria restries

    para o que intentassem fazer. Ento Deus confunde a lngua dos homens, conforme narrado em

    Gn.11.7-8: Vinde, desamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um no entenda a

    linguagem de outro. Destarte o Senhor os DISPERSOU dali pela superfcie da terra. Nesse momento,

    os homens juntaram-se aos que podiam entender-se, e se dispersaram, formando as naes. neste

    momento que surgem as naes, ou seja, Deus consagra-se como o Autor das Naes.

    e. Abrao: Logo, Deus o responsvel pela existncia das naes. Assim sendo, Ele se interessa pelas

    Naes. O interesse de Deus pelas naes to Grande que escolhe um Casal, a quem Promete

    constituir uma Grande Nao. Nao esta que serviria como Instrumento de Bno para outras

    naes, ou seja, uma nao como Canal de Bnos de Deus. Isso pode ser percebido em Gn.12,

  • 9 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    quando Deus separa Abro, prometendo fazer a partir dele uma grande nao: Ora, disse o Senhor

    a Abro: Sai da sua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para onde te mostrarei; de TI

    FAREI UMA GRANDE NAO, e te abenoarei e te engrandecerei o nome. S tu uma beno:

    abenoarei os que te abenoarem e amaldioarei os que te amaldioarem; em TI SERO BENDITAS

    TODAS AS FAMLIAS DA TERRA. Essa Grande Nao serviria para abenoar todas as famlias da terra.

    f. Ideal Divino para Israel: No Velho Testamento esse o mtodo encontrado para Abenoar todas as

    Naes. A partir de Israel, como canal de bnos, as naes poderiam ser abenoadas. Ou seja, o

    alcance das naes no Velho Testamento, exigia uma aproximao e uma aceitao por parte delas.

    Existem alguns exemplos desse paradigma no Velho Testamento:

    i. Raabe: Raabe era uma prostituta em Jeric, nao Inimiga a qual o Senhor entregara nas

    mos de Josu. Este, enviara a esta Cidade dois espias para que andassem na cidade e

    observassem a cidade, e Raabe pela f (Hb.11.31) acolheu-os em sua casa escondendo-os

    dos Oficiais da cidade, pois sabia ela que o Senhor, que poderoso, lhes tinha entregue

    aquela terra. Como se percebe em Js.2.9-11: Bem sei que o Senhor vos DEU esta terra (...)

    por que temos ouvido que o Senhor secou as guas do Mar Vermelho diante de vs, quando

    saeis do Egito (...) porque o vosso Deus Deus em cima dos cus e embaixo da terra.

    ii. Rute: Rute uma moabita e toma uma deciso de f, em considerar o povo de Noemi como

    seu povo e o mesmo com o Deus de Noemi. Com est escrito: No me instes a que te

    abandone e deixe de seguir-te. Por que aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que

    pousares, ali pousarei; o teu povo ser o meu povo, e o teu Deus ser o meu Deus (Rt 1.16).

    A declarao de Rute no apenas de fidelidade da Noemi, mas um reconhecimento do

    verdadeiro Deus.

    1. Observao: Em ambos casos, houve um reconhecimento do verdadeiro Deus.

    Raabe afirma que Deus Deus em cima dos cus em embaixo da terra. Rute afirma

    que o Deus de Noemi o seu Deus, pois reconhece que Ele o verdadeiro Deus.

    Esses dois casos so muito interessantes pelo fato de que ambas alcanaram

    tamanha benevolncia do Senhor que esto inseridas na Genealogia de Jesus. E

    como se percebe, o mtodo utilizado no Velho Testamento para o Alcance de

    pessoas de Fora para Dentro, ou seja, Centrpeto.

    iii. Jonas: Contudo, esse modelo no normativo. Encontramos tambm evidncias de um

    mtodo centrfugo. Como o que aconteceu com Jonas, que foi chamado por Deus para

    clamar contra uma Grande cidade Rival. Como se percebe em Jn.1.2: Dispe-te, vai

    grande cidade de Nnive, e clama contra ela, por que sua malcia subiu at mim.

    Conhecendo a histria de Jonas, sabemos que Ele se disps, mas para fugir da Presena do

    Senhor. Contudo, ao passar por provaes, acabou realizando o que Deus mandara. Mas o

    ponto mais notvel de toda essa histria, que toda a nao, desde o rei da nao at os

    animais, colocada em Panos de Saco, em jejum e se sentam em cinzas, em um ato de

    arrependimento Nacional. Ento os Ninivitas se convertem dos seus maus caminhos.

    1. Observao: Mais uma vez Deus demonstra seu interesse Internacional, onde apesar

    do Mtodo ser majoritariamente Centrpeto, Ele quer alcanar suas criaturas. Mas o

    interesse por Outras naes claro. Contudo, no to claro como no Novo

    Testamento.

  • 10 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    B. Novo Testamento:

    a. Amor de Deus: No Novo Testamento pode-se notar claramente o Interesse por todas as Naes, pelo

    fato de Deus Amar Todo o Mundo: Por que Deus AMOU ao mundo de tal maneira que DEU o Seu

    Filho unignito, para que TODO o que nEle cr no perea, mas tenha a vida eterna. Portanto Deus

    enviou o Seu Filho ao Mundo, no para que julgasse o mundo, mas para que o MUNDO fosse salvo

    por Ele (Jo.3.16-17).

    b. Morte de Jesus: interessante perceber que Jesus foi ENVIADO terra por causa do Grande Amor de

    Deus por Ela. Mas existia uma Misso para Jesus, ele no fora enviado para julgar, mas para salvar o

    mundo. O interesse de Deus pelo Mundo pode ser claramente visto pela prpria misso de Jesus,

    que tambm no era Restrita, pois ele a Propiciao pelos pecados do mundo inteiro, como se

    percebe em 1Jo.2.2: E ele a propiciao pelos nossos pecados, e no somente os nossos prprios,

    mas ainda pelos do MUNDO INTEIRO. O alcance da Propiciao de Jesus, realizada em Sua Morte,

    sem restries de fronteiras. para o Mundo Inteiro. Contudo o interesse de Deus no apenas

    pelas naes, mas pelas pessoas das naes. Nesse quesito importante realizar uma observao:

    i. Suficincia e Eficincia: Apesar do Sacrifcio de Cristo ser SUFICIENTE a todos os homens, de

    todas as naes e etnias, de todas as pocas, no significa que ela automaticamente

    EFICIENTE a todos eles. Sabemos que a salvao exige aceitao, recebimento que pode

    apenas acontecer por meio da f, que seguida do arrependimento genuno para com Deus.

    Portanto, a morte de Cristo suficiente para todo homem, mas apenas Eficiente ao que cr.

    c. O Desejo de Deus: Dessa forma o sacrifcio de Jesus tambm abrangente o suficiente para esse

    Interesse, pois Jesus se entregou em resgate por todos. Isso pode ser notado em 1Tm.2.4-6, onde

    diz: O qual deseja que TODOS os homens sejam salvos e cheguem ao pelo conhecimento da

    verdade. Portanto h um s Mediador entre Deus e os Homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si

    mesmo se entregou em resgate por TODOS. Isso tambm pode ser percebido em 2Co.5.14-14, onde

    o mesmo autor diz: Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando ns isto: um morreu por TODOS,

    logo todos morreram. E ele morreu por TODOS, para que os que vivam no vivam mais par si

    mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Um morreu por Todos. Jesus morreu

    por todos, para que esse por quem morreu, vivam para Ele. E isso nossa funo, viver para Ele, pois

    temos vida pela Morte Dele.

    d. Graa de Deus: E sabendo que o sacrifcio de Cristo para todo o Mundo e Todos, podemos afirmar

    que Graa de Deus se mostra salvadora a Todos os Homens, como Paulo afirma a Tito em Tt.2.11:

    Porquanto a graa de Deus se manifestou salvadora a TODOS OS HOMENS. Isso tambm pode ser

    verificado na Carta de Paulo aos Romanos, no captulo 5 versculos 17-18: Pois, assim como por

    uma s uma ofensa veio juzo sobre todos os homens para condenao, assim tambm por um s ato

    de justia veio a graa sobre todos os homens. Alerta: notrio o Interesse de Deus por todas as

    pessoas, mas intrnseco relembrar que isso no significa que Deus salvar todas as pessoas, nem

    que todos se convertero.

    e. Ordem de Cristo: Hoje temos uma ordem explcita para Irmos a outras pessoas e naes, como

    vemos em Mt.28.18-19, que diz: Toda autoridade me foi dada no cu e na terra. Ide, portanto, fazei

    discpulos de TODAS AS NAES. interessante que Jesus baseia a ordem em sua autoridade, pois

    Ama a todo o Mundo, se fez propiciao pelos pecados do Mundo Inteiro, e por isso podia afirmar

    para que Fossem a todas as naes. Em Marcos a ordem de Jesus acrescenta: Ide por TODO O

    MUNDO e pregai o evangelho A TODA CRIATURA (Mc.16.15).

  • 11 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    4. A Necessidade do Homem Alm de a evangelizao iniciar em Deus e de Seu claro interesse por todos os homens, temos que considerar que

    existe no homem a completa ausncia de mrito para alcanar a salvao. Em outras palavras estamos dizendo que

    o homem no capaz de salvar-se, ou de produzir a salvao de algum ou para algum. Entretanto, fundamental

    notar que tal necessidade apenas real aps a Queda, pois, o homem no foi criado assim.

    A. O Homem foi Criado por Deus: O homem criado por Deus (cf. Mt.19.4; Rm.5.12-19; 1Co.15.45-49;

    1Tm.2.13). Somente Deus seria a causa suficiente e razovel para explicar a complexidade da vida humana.

    Somente na palavra de Deus pode-se encontrar uma revelao especial das atividades de Deus na CRIAO

    do universo e de tudo o que nele existe.

    a. Diretamente por Deus: Ao observar o primeiro relato bblico da criao, no se pode chegar outra

    concluso seno que o homem resultado da interveno direta de Deus. Observe o versculo:

    Criou Deus, pois, o homem... (Gn.1.27).

    b. Distinto de outras Criaturas: Na descrio de Gnesis, Deus cria o reino vegetal distinto do animal, e

    o homem distinto de ambos. (Gn.1.11). Essa identificao exata de Deus em relao ao reino vegetal

    inclui at mesmo a condio da semente do fruto das rvores. Mas no se encontra aqui nenhuma

    referncia ou semelhana com os animais ou o homem, mas declara que sua reproduo nica e

    exclusiva segundo a sua espcie, ou como declara o prximo versculo conforme a sua espcie.

    Fato similar acontece com os animais marinhos e as aves (Gn.1.21). Note que cada ser criado por

    Deus criado segundo a sua espcie. E o mesmo acontece com os animais selvticos (Gn.1.25).

    Assim, cada categoria de animal foi criada em conformidade com sua prpria espcie, bem como a

    sua reproduo de acordo com essa conformidade.

    c. Em Posio Exaltada: O fato de que o homem no pertence categoria dos animais pode ser

    percebido em funo da criao distinta dos outros seres vivos, como uma espcie distinta de ser

    vivo e pela posio distinta que tem das demais criaturas (Gn.1.26). Essa identificao demonstra

    que existe algo especial, no somente na criao, mas na formao. Alm da interveno especial, o

    homem criado imagem e semelhana de Deus. Isso faz toda diferena entre o homem e os

    outros seres vivos. Mas ainda reforado por sua posio exaltada, pois criado para ter domnio

    sobre todos os outros seres vivos. Portanto, o homem est colocado numa posio privilegiada em

    relao a demais criaturas.Essa posio exaltada ainda demonstrada de forma potica em Salmos,

    quando Davi escreve uma exaltao das obras de Deus dizendo: Quando contemplo os teus cus,

    obra de teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que o homem para que dele te lembres?

    E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus, e de

    glria e de honra o coroaste. Deste-lhe domnio sobre as obras de tua mo, e sob teus ps tudo lhe

    puseste (Sl.8.3-6). Portanto, o homem considerado como pice da criao, a coroa da criao, e

    por isso tem sua distino de todas as outras criaes e criaturas e est acima de todas elas. Outro

    fator que evidencia essa verdade que como a criao do homem a Obra Criativa de Deus chegou

    ao fim. Isso pode ser observado pela frase dita pelo prprio Deus aps a criao do homem: Viu

    Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom (Gn.1.31).

    d. Imagem de Deus: Ser criado a imagem de Deus significa que tudo o que torna possvel um ser

    autoconsciente, incluindo os aspectos materiais e imateriais do homem, indica que o arqutipo do

    homem o Deus trino e que nossos atributos refletem, ainda que imperfeitamente, o carter de

    Deus. A imagem de Deus influencia os seguintes aspectos do ser humano:

  • 12 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    i. Justia Original: Esse termo diz respeito a condio do homem, que foi criado sem pecado.

    Em Gn.1.31, aps a criao do homem fala que tudo o que Deus fizera eram muito bom.

    Salomo tambm faz uma boa observao do homem com criatura especial de Deus quando

    diz : Eis o que to somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas

    astcias. (Ec.7.29). O Novo Testamento testemunha de maneira semelhante, mas o faz

    retratando a condio do salvo como uma volta a um estado anterior. Paulo, em sua epstola

    aos Colossensses faz a seguinte observao: No mintais uns aos outros,, uma vez que vos

    despistes do velho homem com seus feitos, e vos revestistes do novo homem que se refaz

    para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou (Cl.3.10; cf.Ef.4.24). O

    uso do termo refaz que traz a idia de realizar novamente algo anteriormente pronto ou

    de fazer novo novamente, como sugere a forma grega da palavra em pauta. Portanto a

    criao do homem segundo esta imagem moral implica que a condio original do homem

    era de santidade positiva, e no um estado de inocncia ou de neutralidade moral (Louis

    Berkhoff, 189)

    ii. Constituio Natural do Homem: Por ser criado a Imagem de Deus o homem dispe de uma

    capacidade moral e racional. Essas capacidades asseguram a condio de homem ao ser

    humano, e impossvel que participe dessa condio sem a presena dessas ddivas. Ou

    seja, embora o homem hoje esteja em um estado de pecado, no perdeu completamente

    essas caractersticas, mas impossvel que elas sejam exatamente como foram outrora.

    Portanto, importante evidenciar que, ainda que o homem tenha a capacidade moral e

    intelectual, ela foi maculada pelo pecado. Entretanto, vlido demonstrar que mesmo aps

    a queda o homem apresentado como sendo imagem de Deus (Gn.9.6; 1Co.11.7; Tg.3.9).

    Segue-se que impossvel afirmar que o homem perdeu totalmente a Imagem de Deus, da

    mesma forma que impossvel afirmar que ela seja identicamente a mesma.

    iii. Condio Espiritual do Homem: natural esperar que o homem sendo criado a imagem de

    Deus desfrute de uma condio espiritual, pois Deus esprito (Jo.4.24). E no difcil

    observar esse fato, pois mesmo na narrativa da criao podemos encontrar dados referentes

    a esse fato: ...lhes soprou nas narinas o flego de vida, e o homem passou a ser alma

    vivente (Gn.2.7). Dois fatos podem ser ressaltados e considerados importantes nesta

    questo:

    1. A vida do homem s foi possvel aps o sopro de vida da parte de Deus, sendo

    considerado como o princpio da vida do homem;

    2. A expresso alma vivente considerada condio de sua vida.

    iv. Vida Infinita: Ao ser criado a Imagem de Deus, o homem participa da vida como ddiva de

    Deus, no de maneira completa e perfeita como o prprio Deus (que eterno por

    definio). O sopro divino foi a doao de uma vida interminvel, ainda que a punio pelo

    pecado inclusse a morte do corpo (fsica), a vida no finda nela. Ou seja, apesar da morte

    fsica ser real, a alma do homem dotada de uma existncia interminvel. Note que Jesus

    ensinou que aquele que cr tem vida eterna (Jo.11.26). Entretanto, Ele tambm ensinou que

    os que no crem e no guardam sua palavra podem sofrer a morte eternamente (Jo.8.51-

    52). por isso que Ele afirma que o fogo esperado para os infiis um fogo eterno (Mt.18.8;

    25.41; Mc.9.4; 9.45; cf. Jd.1.7). Assim, todo o que no tem o seu nome escrito no livro da

    vida ser lanado no lago de fogo (Ap.20.15) eternamente.

  • 13 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    e. Com desejo eternidade: Essa vida interminvel doada por Deus ao homem tambm razo pela

    qual o homem nunca se satisfaz em sua vida. Sobre isso, Salomo, o pregador, atesta: Tudo fez

    Deus formoso no seu devido tempo; tambm ps a eternidade no corao do homem, sem que este

    possa descobrir as obras que Deus fez desde o princpio at ao fim (Ec.3.11).

    B. Aps a Queda o Homem muda de posio: Antes o homem desfrutava da comunho com Deus e plena

    liberdade. Contudo, aps a queda o homem sofre da ausncia de Deus, da perda da liberdade e da

    escravido do pecado.

    a. O Homem Totalmente Depravado: isso no significa que o homem far todo o mal que capaz de

    fazer, mas que todas as faculdades do homem foram complemente corrompidas. Assim, isso implica

    que:

    i. No h absolutamente no pecador bem espiritual algum com relao a Deus, mas somente

    perverso. (Rm.7.18; 2Tm.3.2-4).

    ii. totalmente destitudo de amor a Deus (Jo.5.42).

    iii. carregado de desejo pecaminoso que ultrapassa a considerao por Deus e sua Lei

    (2Tm.3.4).

    iv. supremamente determinado em sua preferncia do eu (egosta) em relao a Deus,

    interna ou externamente (2Tm.3.2).

    v. possudo de averso a Deus (Rm.8.7).

    vi. desordenado e corrompido em cada faculdade (Ef.4.18; Tt.1.15; 2Co.7.1; Hb.3.12).

    b. Que totalmente incapaz de Agradar a Deus: Alm de totalmente corrompido, o homem natural,

    no regenerado, incapaz de agradar a Deus. Nada que, porventura, ele venha a fazer seja

    suficiente para conseguir a aprovao de Deus. A inconformidade do homem com as exigncias

    morais da Lei de Deus faz com que ele seja impossibilitado de agradar a Deus (Rm.8.8; Hb.11.6).

    Quando falamos da corrupo do homem em termos de incapacidade total, queremos dizer trs

    coisas:

    i. Que o pecador no regenerado no pode praticar nenhum ato, por insignificante que seja,

    que fundamentalmente obtenha a aprovao de Deus e corresponda s exigncias da lei

    Santa de Deus (Is.64.6)

    ii. Que ele no pode mudar sua preferncia fundamental pelo pecado e por si mesmo,

    trocando-a pelo amor a Deus; no pode sequer fazer algo que se aproxime de tal mudana.

    Numa palavra, ele incapaz de fazer qualquer bem espiritual. H abundante suporte bblico

    para essa doutrina: Jo.1.13; 3.5; 6.44; 8.34; 15.5; Rm.7.18, 24; 8.7,8; 1Co.2.14; 2Co.3.5;

    Ef.2.1, 8-10; Hb.11.6.

    iii. Que a incapacidade do homem no tange apenas sua moralidade, mas sua insuficincia e

    insignificncia diante da Majestade e Soberania de Deus. Qualquer atividade que tenha por

    foco distinto da Glria de Deus, no agrada a Deus (1Co.10.31). No interessa qual seja essa

    atividade. Por mais que se reconhea a possibilidade da realizao de um bem natural,

    cvico, sem f impossvel agradar a Deus (Hb.11.6).

    iv. Que tal incapacidade inclui a impossibilidade de receber o ES (Jo.17.14) ou a palavra de

    Cristo (Jo.8.43-45). Essa incapacidade est diretamente ligada completa falta de vontade

    (Rm.3.11), perverso (Rm.1.18-23) e designao divina (Rm.1.24, 26, 28, 32).

  • 14 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    c. Que o homem no tem Livre Arbtrio: A expresso Livre Arbtrio fala sobre a capacidade do ser

    humano em julgar o que certo e errado, moral e imoral e optar por realizar livremente, ou seja,

    sem outra influncia, o que desejar. Entretanto, todas as faculdades do ser humano foram

    corrompidas e por isso, sua vontade est atrelada a prtica pecaminosa (Ef.2.1-3). Ou seja, no

    possvel para o homem julgar o que fazer sem a influncia do pecado, que permeia toda sua

    constituio. por isso que Jesus atesta que quem pratica o pecado escravo do pecado (Jo.8.34).

    Escravido o estado oposto Liberdade, e a verdadeira liberdade exige o conhecimento da

    verdade (Jo.8.32; 14.6; 17.17) e a presena do Esprito Santo (2Co.3.17). por isso que as escrituras

    usam de forma recorrente a idia de que na Salvao fomos chamados liberdade (Gl.5.1, 13) e

    mudana de senhorio, do pecado para Deus (Rm.6.18.22).

    d. Que o homem tem Livre Agncia: Apesar de no ser capaz de realiza qualquer bem que alcance de

    Deus favor, as escrituras demonstram que o homem livre para realizar o que bem intentar.

    Normalmente suas aes seguem sua natureza (Rm.1.19-30; Ef.2.1-3; 4.17-19).

    e. Que o homem depende da Ao Divina para se converter: Uma vez que o homem escravo do

    pecado, no capaz de salvar-se, incapaz de agradar a Deus ou de lhe comprar o favor, o homem

    complemente dependente da ao do ES no convencimento do pecado, da justia e do juzo

    (Jo.16.8-11). A idia de convencer implica na ao do ES de apresentar o evangelho de modo to

    claro que o pecador tenha diante de si a possibilidade de aceit-lo. Somente por intermdio da ao

    do Esprito Santo que o pecador pode receber o evangelho. ministrio do ES guiar o homem

    verdade (Jo.16.13; 8.32; 14.6; 17.17) conforme a orientao de Jesus Cristo (Jo.16.14).

    f. Que o homem complemente responsvel por sua condio: A Bblia nunca coloca sobre Deus a

    responsabilidade da prtica ou da culpa do pecado, mas antes, sobre aqueles que praticam o mal

    que sobrevm a culpa, a punio e o peso dessa infrao da lei moral de Deus. Isso se chama

    responsabilidade. Assim, o homem natural, no regenerado, alm de desprovido da Graa, de ser

    incapaz de agradar a Deus, escravo do pecado, responsvel por cada uma de suas ofensas a Deus.

    g. Conceito: Sobre isso a Confisso de Westminster diz: O homem, devido sua queda num estado de

    pecado, perdeu completamente toda capacidade para querer algum bem espiritual que acompanhe

    a salvao. assim que, como homem natural que est inteiramente oposto ao bem e morto no

    pecado, no pode, por sua prpria fora converter-se ou preparar-se para isso. Ou seja, no

    possvel para o homem alcanar a sua prpria salvao. Por isso, depende exclusivamente da graa

    de Deus para ser resgatado. Por isso, Deus estabeleceu um plano, um modo pelo qual o homem

    pode ser salvo, liberto, redimido e retornar ao estado original no qual fora criado.

  • 15 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    5. A Soluo Divina para o Homem Ns normalmente falamos sobre um PLANO DA SALVAO, principalmente quando estamos envolvidos na tarefa de

    anunciar o evangelho. O uso do termo plano muito interessante, pois reconhece que algum teve que organizar

    e planejar o que se props a cumprir. Ora, se Deus o Arquiteto de tal projeto, reconhecemos que Ele o estabeleceu

    por completo, e que, por sua Graa e Soberania o executou na histria. Segue-se que confirmamos que a

    Evangelizao nasce em Deus, que Arquitetou o Plano da Salvao.

    As Escrituras falam de uma Economia de Redeno. A palavra Economia, utilizada em referncia a Redeno, deriva

    da palavra grega oikonomia que significa administrao, mordomia. Ou seja, Deus administra historicamente a

    Redeno dos homens. Logo, Deus estabeleceu um Plano para a salvao dentro da histria do homem e pretende

    lev-lo a cabo. O pice dessa histria Jesus Cristo, que morreu por ns para que ns pudssemos viver com Deus.

    A. Significados da Morte de Cristo: Ainda que a Morte de Cristo no possa ser resumida em uma ou duas

    frases, podemos facilmente considerar quatro significados principais para essa Obra: (1) A morte de Cristo

    foi em substituio dos pecadores; (2) foi uma redeno para os pecados; (3) uma reconciliao do homem

    para com Deus; (4) e uma propiciao pelo pecado.

    a. Em lugar dos Pecadores: Neste ponto vlido recordar algumas verdades: (1) Quando o homem caiu

    e se afastou de Deus, ficou em dbito eterno para com Deus; (2) Contudo, a nica maneira de o

    homem pagar por essa dvida, era sofrendo eternamente a penalidade fixada pela transgresso; (3)

    tambm importante perceber que, o cumprimento dessa penalidade, o que Deus deveria exigir por

    uma questo de justia, e teria exigido, se no tivesse agido com amor e compaixo do pecador.

    Assim, nota-se que o homem, por si s no poderia resolver seu problema ou pagar sua dvida

    diante de Deus, a no ser que um substituto fosse providenciado, o que est fora do alcance do

    homem conseguir. Contudo, est dentro do Plano Histrico de Deus conceder esse Substituto. Isso

    observado desde Gn.3.15, como j observamos. E, de fato, Deus designou um substituto na pessoa

    de Jesus Cristo para tomar o lugar do homem, e este substituto expiou o pecado e obteve eterna

    redeno para o homem.

    i. Conceito: Na Teologia esse aspecto da morte de Cristo chamada de Expiao Vicria, que

    pode ser entendida como Substituio Penal. E no sem provas que se admite essa

    realidade, pois a Bblia certamente ensina que os sofrimentos e a morte de Cristo foram

    vicrios, e vicrios no sentido mais estrito da palavra, que Ele tomou o lugar dos pecadores, e

    que a culpa deles lhes foi imputada e a punio que mereciam foi transferida para Ele (Louis

    Berkhof, 346) [Lv.1.2-4; 16.20-22; 17.11; Is.53.6, 12; Mt.20.28; Mc.10.45; Jo.1.29; 11.50;

    Rm.5.6-8; 8.32; 2Co.5.14, 15, 21; Gl.2.20; 3.13; 1Tm.2.6; Hb.9.28; 1Pe.2.24 ].

    ii. Definio: Cristo o substituto proposto legalmente por Deus para assumir o dbito moral

    do homem em seu lugar, de modo que pde providenciar um benefcio eterno para este,

    para que o homem no tivesse mais que suportar o fardo da condenao do pecado. Nosso

    texto base obviamente 2Co.5.14, 15, 21.

    b. Para Redeno dos Pecados: A redeno um aspecto da morte de Cristo sobre a cruz, que ligado

    ao pecado e restrito em seu significado. Como substituio tem o sentido de assumir a culpa, a

    redeno tem sentido de pagar essa culpa assumida. Ou seja, a redeno aplicada no que diz

    respeito ao pecado e o dbito que ele causa, que pode apenas ser pago com sangue (Hb.9.22 cf.

    Lv.17.11). Logo, para que o preo de pecado pudesse ser pago, era necessrio derramamento de

  • 16 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    sangue de um Cordeiro sem mculas. Essa era exigncia colocada na histria da redeno, que tem

    seu significado completo em Cristo (Jo.1.29; cf. Is.53.9; 1Pe.2.21-22).

    i. No Antigo Testamento: No Antigo Testamento podemos perceber que o sentido de

    redeno aplicado, no somente a pessoas, mas tambm a posses, como terras e animais

    (Lv.25.25, 47, 48). A idia expressa nesse contexto de prover liberdade atravs do

    pagamento de um resgate. Ou seja, um preo era pago em dinheiro, em conformidade com

    a Lei, para comprar novamente uma propriedade que necessitasse ser libertada ou

    resgatada (Nm.3.51; Ne.5.8). E a partir deste uso, o termo no Antigo Testamento usada

    normalmente com um senso de libertao, embora o idia de pagamento esteja presente.

    1. Deus: Deus visto como o Redentor de Israel, pois aquele que prov Libertao

    para seu povo. Em Dt.9.26 temos uma bela demonstrao desse fato: Soberano

    Senhor, no destruas o teu povo, tua prpria herana! Tu o redimiste com a tua

    grandeza e o tiraste da terra do Egito com mo poderosa. Como podemos observar,

    Deus visto pelo escritor sagrado como Aquele que Liberta. Redeno aqui vista

    exatamente neste sentido, e a histria da sada do povo do Egito a prova definitiva

    desse sentido (2Sm.7.23).

    2. Homem endividado: O Velho Testamento tambm apresenta a figura do homem

    endividado que poderia hipotecar seus bens para conseguir pagar o que estava

    devendo. Se porventura, ainda no fosse suficiente ele poderia hipotecar sua fora,

    suas habilidades como um escravo at que sua dvida fosse paga: Depois de haver-

    se vendido, haver ainda resgate para ele (Lv.25.48). Um irmo poderia, se tivesse

    condies, redimi-lo, mas no era o que normalmente aconteceria. Outra maneira

    de redimir esse homem seria se ele herdasse subitamente uma propriedade para,

    ento, pagar sua dvida. Contudo, existe ainda outra possibilidade, e essa merece

    nossa ateno: a figura do Redentor Parente.

    3. Redentor Parente: O redentor parente seria algum com capacidade para remi-lo, e

    que se preocupasse suficientemente por ele, a ponto de responsabilizar-se pelas

    dvidas e as solvesse, ento poderia ser libertado. Um exemplo desse caso o De

    Boaz, que agiu como Redentor Parente, da famlia de Noemi, que resgatou a Rute

    (Rt.3.9; cf. Os.3.15; Is.43.3, 10-14). A figura do Redentor Parente, prefigura a idia da

    encarnao de Cristo, como nosso Redentor Humano, em resgate da Humanidade.

    ii. No Novo Testamento: No NT as figuras do VT so utilizadas em apresentao da morte de

    Cristo. Quatro termos poderiam ser empregados aqui para descrever essa ao de Deus em

    Cristo:

    1. Agoraz: A idia expressa por esse vocbulo de comprar (Mt.13.44, 46; 14.15;

    Mc.6.36; Lc.9.13; cf. LXX Gn.41.57, 42.5, 7; Dt.2.6) Este vocbulo aplicado

    soteriologia neotestamentria de maneira interessante. Observe o texto de

    1Co.6.20: Por que fostes comprados por preo (cf. 1Co.7.23). A idia presente

    neste texto aponta para uma compra de alto valor. Assim, podemos concluir que

    essa compra implicou no pagamento de um preo alto (2Pe.2.1), que o sangue do

    prprio Messias (Ap.5.9, 10) e desgua diretamente no servio daquele que foi

    comprado em benefcio do comprador (1Co.6.19, 20; 7.22, 23).

  • 17 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    2. Lytr: um termo muito utilizado no NT e significa basicamente que o redimido

    desatado e liberto. Mas isso ocorre apenas quando recebido o pagamento do

    preo do resgate. Assim, por meio do pagamento, o redimido desatado e est

    livre. Mt.20.28 testemunha esse fato: tal como o Filho do Homem, que no veio

    para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (cf. LXX:

    Ex.30.11-16; Lv.25.31, 32; Nm.2.46-51; NT: Lc.1.68; 2.38; 24.21; Tt.2.14; Hb.9.12;

    1Pe.1.18,19). Eventualmente o termo vem acompanhado de uma preposio, como

    apolutr. Seu significado basicamente redeno, seguindo mesmo rumo do

    verbo em pauta (Lc.21.28; Rm.8.23; Ef.4.30 prisma escatolgico; Rm.3.24; Ef.1.7,

    14; Cl.1.14; Hb.9.14 prisma de libertao de incrdulos; 1Co.1.30 sentido geral).

    3. L: O termo significa basicamente soltar, e por isso NT vemos o termo sendo

    aplicado em diversas ocasies, tais como desatar a sandlia (Mc.1.7; Lc.3.16; Jo.1.27;

    At.13.25; At.7.33 em relao a Ex.3.5), soltar o filhote da jumenta (Mt.21.2; Mc.11.2,

    4-5; Lc.19.30-31, 33), soltar as cadeias de Paulo (At.22.30), desatar as ataduras de

    Lzaro (Jo. 1 1 .44), entre outros. Na verdade, o termo em paute utilizado com

    quatro sentidos bsico: (1) Libertar, Desligar, e aplicado a Anjos (Ap.9. 14-15) e a

    Satans (Ap.20.3, 7); (2) Em Lc.13 15-16 Jesus apresenta o conceito de libertar

    algum de um problema espiritual (doena), que neste caso trata-se de um esprito

    de enfermidade. Sentido semelhante visto em Mc.7 35; (3) Quebrar, desfazer

    (At.13.43), destruir (At.27.41); (4) Soltar, livrar da morte e do pecado (At.2.24;

    Ap.1.5) Em At.2.24 vemos que a ressurreio de Jesus rompeu os grilhes da morte,

    e em Ap.1.5 que o seus sangue nos libertou dos nossos pecados (cf.Ap.5.9; 7.14).

    4. Romai: O termo ryomai aparece 15x em todo o NT, sendo que 7x refere-se a

    citaes do VT, mas ele todos os casos Deus o Libertador. Uma nica vez o termo

    faz referncia a Obra de Deus na Salvao, conforme apresentada por Paulo em sua

    Epstola aos Colossensses: Ele nos libertou do imprio das trevas e nos transportou

    para o reino do Filho do seu amor (Cl.1.13). A nfase aqui sobre a libertao moral

    do homem, por que Imprio das Trevas ilustra a situao de pecado que o homem

    vivia antes da libertao efetuada por Deus, por meio de Jesus Cristo. Contudo,

    podemos nos lembrar de Rm.11.26 e 1Ts.1.10 como textos que expresso a

    expectativa escatolgica do cristo.

    iii. Conceito: Portanto, deve ser observado que a doutrina da redeno mostrada pelo NT um

    cumprimento completo da verdade mostrada em sombras no AT, de que h um sentido em

    que o preo pago, mas o escravo no necessariamente liberto (que o estado de todos

    por quem Cristo morreu que ainda no so salvos) e que, por uma realizao mais profunda

    e abundante da redeno, o escravo pode ser solto e liberto (que o estado de todos que

    so salvos). A relao dos no salvos com a verdade de que, pela sua morte, Cristo pagou o

    preo do resgate, crer no que est declarado como verdadeiro. A relao dos salvos com a

    verdade de que, por sua morte, Cristo liberta, reconhecer essa liberdade maravilhosa e,

    ento, pela rendio de si mesmo, tornarem-se escravos voluntrios do redentor. Se Cristo

    deu sua vida por mim, o mnimo que posso fazer dar a minha a ele.

    c. Reconciliar o Mundo com Deus: A idia de reconciliao completamente neotestamentria, e s

    pode ser real por meio da Obra de Cristo. A reconciliao necessria pelo fato de que o homem

    sem salvao vive em uma relao de inimizade e hostilidade com Deus (Rm.5.9, 10; cf. 2Co.5), e,

    como inimigos de Deus est plenamente passvel de sofrer a manifestao de Sua Ira. Contudo, o

  • 18 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    cenrio no assim deixado, pois vemos que Deus prope uma resoluo para esse problema por

    meio da morte do Senhor Jesus (Rm.5.10). Assim, fomos aproximados a Deus, pois Cristo mudou

    completamente nosso estado anterior de inimizade e substituiu por um de Justia e de completa

    harmonia com Deus (2Co.5.18-20; cf. Rm.5.10; 11.15; 2Co.5.18-21; Ef.2.16; Cl.1.20-21).

    d. Satisfazer a Ira de Deus: Como j foi demonstrado anteriormente, Deus demonstra sua Justa Ira para

    com o pecado (Jo.3.36; Rm.1.18-32; Ef.2.3; 1Ts.2.16; Ap.6.16; 14.10, 19; 15.1, 7; 16.1; 19.15), de

    forma que, qualquer que seja a atitude desse Deus absolutamente Santo contra o pecado,

    completamente justo e aceitvel, pois, devido a seu carter Santo, no pode deixar impune o mal,

    nem to pouco fingir que ele no existe, ou que no tem importncia. Por sua Justia e Santidade

    deve puni-lo. Contudo, em Cristo providenciada uma oferta propiciatria e assim a Ira de Deus

    contra o pecado apaziguada. Logo, pode-se dizer que a Morte de Cristo, alm de Substitutiva,

    Redentora, Reconciliadora, tambm Propiciatria, pois satisfaz a Ira de Deus pelo pecado (1Jo.2.1-

    2; Rm.3.25; Hb.9.5a).

    B. Conseqncias da Morte de Cristo: Diante dos principais significados da Obra de Cristo a nosso favor

    necessrio demonstrar que tal Obra tem conseqncias diretas queles que so beneficiados por ela.

    a. Justificao: A Justificao no apenas uma das conseqncias da Obra de Cristo a nosso favor,

    mas um tema doutrinrio central na Salvao e fundamental para a essncia do cristianismo. Tal

    importncia expressa pelo prprio vocbulo: JUSTIFICAR, que carrega o sentido de declara justo

    diante de Deus. Isso no significa que uma pessoa, ao ser declarada justa, seja absolutamente sem

    falhas ou completamente justa no seu proceder, mas que a partir desse momento ela

    Posicionalmente Justa, ou livre de culpa do pecado. A justificao o pronunciamento do juiz justo

    de que o homem em Cristo justo; mas esta justia uma questo de relacionamento, e no de

    carter tico (LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento. pp. 414). Como Deus no

    apenas o legislador, mas o Justo Juiz (2Tm.4.8; Tg.5.9), o sentido forense da expresso est

    completo. Mas vlido demonstrar que, diante do Juiz, o justificado tem acesso pela f a esta graa

    (Rm.5.2; 9.30), desfruta de um relacionamento de paz com Deus (Rm.5.1) e implica na

    demonstrao de uma conduta concernente com a Nova Posio (Rm.6.7; Tg.2.24)

    b. Adoo: Paulo ensina que o presente de justificao traz com isto o estado de filiao por adoo

    (i.e., intimidade permanente com Deus como o Pai divino da pessoa, Gl. 3:26; 4:4-7). Justificao

    a bno bsica na qual adoo fundada; adoo a bno de coroamento para a qual

    justificao direcionada. O status de adotado pertence a todos que recebem o Cristo (Jo.1:12).

    Agora, os crentes esto debaixo do cuidado paternal de Deus e de sua disciplina (Mat.6:26; Hb.12:5-

    11) e dirigido, especialmente por Jesus, a viver suas vidas levando em conta o reconhecimento de

    que Deus seu Pai celestial. Adoo e regenerao acompanham um ao outro como dois aspectos

    da salvao que o Cristo traz (Jo.1:12-13), mas eles sero distinguidos. Adoo o favor de uma

    relao, enquanto regenerao a transformao de nossa natureza moral. Ainda a ligao

    evidente; Deus quer que seus filhos, a quem ama, adotem o Seu carter, e para isso, Ele entra em

    ao adequadamente.

    c. Santificao: Santificao uma transformao contnua dentro de uma consagrao mantida, e

    gera real retido. Por santo entende-se aqui como um portador de uma verdadeira semelhana

    com Deus. Santificao o estado de ser separado permanentemente para Deus, e aflora desde a

    cruz, onde Deus, em Cristo, nos comprou e nos conduziu para Ele (At.20:28; 26:18; Hb.10:10).

    Santificao implica em renovao moral (Rm.8:13; 12:1-2; 1Co.6:11, 19-20; 2Co.3:18; Ef.4:22-24;

    1Ts.5:23; 2Ts.2:13; Hb.13:20-21). Ou seja, somos santos e chamados santificao (1Co.1.2).

  • 19 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    d. Perseverana: Diante do que j foi anunciado uma pergunta precisa ser feita: Aquele que foi

    justificado, adotado, santificado persistir para sempre neste estado?. Ou melhor: Ser um cristo

    sempre um cristo?. Ou ainda: Existe possibilidade de se perder a salvao?. Historicamente a

    resposta para a questo em pauta sempre correu para dois lados distintos: o sim (arminianos) e o

    no (calvinistas). Ainda que o debate ainda subsiste nas conversas teolgicas, importante notar

    que as evidncias bblicas testemunham a favor da indestrutibilidade da salvao:

    i. Pedro: Em 1Pe.1.3-5 lemos: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo

    a sua muita misericrdia, nos regenerou para uma viva esperana, mediante a ressurreio

    de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herana incorruptvel, sem mcula, imarcescvel,

    reservada nos cus para vs outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a f,

    para a salvao preparada para revelar-se no ltimo tempo.

    ii. Paulo: Paulo testemunha que nada pode nos separar do amor de Deus: Porque eu estou

    bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas

    do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem

    qualquer outra criatura poder separar-nos do amor de Deus, que est em Cristo Jesus,

    nosso Senhor (Rm.8.38-39). Em Fl.1.6 lemos: Estou plenamente certo de que aquele que

    comeou boa obra em vs h de complet-la at ao Dia de Cristo Jesus. Na sua segunda

    carta a Timteo tambm atesta: ...estou sofrendo estas coisas; todavia, no me

    envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele poderoso para

    guardar o meu depsito at aquele Dia (2Ti.1.12).

    iii. Cristo: O prprio Cristo testemunhou essa verdade quando falou que aqueles que o Pai lhe

    d, ir at ele e Ele de modo nenhum os jogar fora (Jo.6.37). Neste mesmo trecho

    anunciado por Ele que a vontade de Deus Pai que todo o que crer tenha a vida eterna e

    seja ressuscitado por Ele no ltimo dia (v.39, 40, 44; cf. Jo.10.27-30)

    e. Glorificao: A Glorificao a confirmao dessa certeza obtida pela doutrina da Perseverana dos

    Santos. A Glorificao o estgio final da salvao e aplicado a todos os salvos

    incondicionalmente, observe: Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou

    para serem conformes imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primognito entre muitos

    irmos. E aos que predestinou, a esses tambm chamou; e aos que chamou, a esses tambm

    justificou; e aos que justificou, a esses tambm glorificou (Rm.8.28-39). Se analisado com cautela o

    texto, notar-se- que todos os verbos relacionados a Salvao so ativos e reportam para uma

    atividade realizada por completo no passado: Conheceu, Predestinou, Chamou, Justificou, Glorificou.

    Ou seja, aquele que salvo, j era conhecido por Deus e predestinado por ele para a salvao,

    mesmo que ainda seria chamado, justificado e glorificado. O que nota-se com clareza aqui que

    Deus, quando resolveu conceder salvao eterna aos homens ele o fez de maneira completa. Logo,

    aquele que j foi Predestinado para salvao, j est Glorificado, mesmo que isso seja um evento

    futuro.

  • 20 PRIMEIRA PARTE: Conceituao Bblica

    C. Resumo: Diante das afirmaes feitas acima, trazemos um resumo abaixo para descrever nosso estado sem

    Cristo, sua obra em nosso favor e o resultado dela em nossas vidas:

    Nossa Velha Posio Obra de Cristo na Cruz Nossa Nova Posio

    Condenados pelo pecado Jesus pagou o preo do pecado Remidos, perdoados

    Escravos de pecado, da morte e de

    Satans.

    Cristo derrotou o pecado, a morte e

    Satans.

    Libertos do medo e do poder dos

    mesmos

    Declarados pecadores Ele nos justificou (deu-nos sua

    Justia)

    Declarados justos

    Inimigos de Deus Cristo nos reconciliou. Amigos de Deus

    Condenados sob a Lei Ele nos libertou do Livro da Lei Livres da lei pela f

    Estrangeiros, alienados Ele nos preparou para a adoo do

    Pai

    Herdeiros, filhos

    Espiritualmente mortos Ele nos deu Esprito da Vida Nascidos de novo, batizados e

    habitados pelo Esprito

    Eternamente mortos Ele nos deu a Vida Eterna Selados e vivos para toda a

    eternidade

    mpios em prtica Atravs de Cristo, o Esprito nos

    justifica.

    Santificados em posio e prtica

    Sem esperana futura Ele nosso precursor na

    ressurreio, arrebatamento,

    ascenso e glorificao

    Seremos como Ele, glorificado.

  • 21 SEGUNDA PARTE: 5 Posturas Fundamentais

    Treinamento do Pesca

    SEGUNDA PARTE: 5 Posturas Fundamentais

    1. Defina sua Identidade e Propsito O primeiro passo a ser dado em uma vida evangelizadora o reconhecimento da sua identidade como filho de Deus,

    de seus benefcio, privilgios e responsabilidades para com Deus, nossos irmos e com o mundo.

    A. Relacionamento com Deus: O mais importante de todos

    os nossos relacionamentos o Relacionamento com Deus.

    Enquanto vivemos para ador-lo e glorific-lo em todas as

    atividades da nossa vida (1Co.10.31), Deus em Sua graa realiza

    sua obra em ns nos habilitando a viver de modo adequado

    diante de Sua Presena. por isso que o primeiro e maior

    mandamento : Amars, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu

    corao, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de

    toda a tua fora. Este o grande e primeiro mandamento

    (Mt.22.37-38; Dt.6.5). Por isto, o Objetivo maior do homem

    Glorificar a Deus e desfrutar desse relacionamento por toda a

    Eternidade.

    B. Relacionamento com irmos: Nosso relacionamento com Deus deve ser de tal forma que nossos outros

    relacionamentos sejam influenciados positivamente. O Amor deve ser o dbito que temos com outras

    pessoas, nem uma outra coisa a mais. O Amor deve ser a constante dvida que devemos ter com outras

    pessoas. Contudo, a prtica correta do conceito da dvida do amor a constante retribuio ou restituio

    de sua dvida. Observe o que Paulo fala sobre isso: ningum fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor

    com que vos ameis uns aos outros (Rm.13.8a). Esse reconhecimento de constante dvida e restituio a

    essncia da prtica da Lei: pois quem ama o prximo tem cumprido a lei (Rm.13.8b). No existe como

    compreendermos a Prtica da Lei se longe de ns estiver a conscincia da Prtica do Amor. Esse nosso

    dever para com nossos irmos.

    C. Relacionamento com no cristos: Do mesmo modo que devemos a nossos irmos a demonstrao do

    Amor de Cristo, ns tambm o devemos queles que no conhecem a Cristo. Paulo fala que no devemos

    dever a ningum. nesse momento que nos lembramos do ensino de Cristo sobre o amor: O segundo,

    semelhante a este, : Amars o teu prximo como a ti mesmo (Mt.22.39; Lv.19.18). Da composio desses

    dois mandamentos, segundo Jesus, dependem toda a Lei e os Profetas (Mt.22.40). Ou seja, ns temos uma

    dvida para com o Mundo que Amar e demonstrar o Amor de Deus a todas as pessoas. A essa atitude

    chamamos Evangelizao.

    D. Nosso Propsito: Para nos ajudar a compreender qual nossa misso nessa terra, Paulo nos instrui: Visto

    que, na sabedoria de Deus, o mundo no o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar

    aqueles que crem por meio da loucura da pregao (1Co.1.21). H nessa declarao uma Santa Parceria:

    Deus quem salva, mas Ele o faz por intermdio da pregao do Evangelho. Assim, nosso relacionamento

    com Deus de tal forma bem estabelecido que na dependncia Dele, levamos Sua Palavra e Verdade para

    que outras pessoas possam ser alcanadas por Sua Graa. No nos interessa o que o mundo busca, ns,

    porm, pregamos a Cristo crucificado (1Co.1.23).

  • 22 SEGUNDA PARTE: 5 Posturas Fundamentais

    2. Reconhea quem o Seu Senhor (Mt.28.18) O segundo passo o reconhecimento de quem o nosso Dono e Senhor. Quando estvamos mortos em nossos

    delitos e pecados (Ef.2.1-3), o que nos governava era o pecado (Rm.6.17) e a ele ramos submissos. Contudo, em

    Cristo Jesus ns fomos feitos servos da Justia (Rm.6.17-18). Agora, livres do pecado, ns fomos feitos servos de

    Deus (Rm.6.22), declarados justos (Rm.5.1), santificados (1Co.1.2) e preparados para a realizao de boas obras

    (Ef.2.10). Por essa razo, devemos submeter nossa vida ao servio Daquele que nos tirou das trevas para sua

    maravilhosa luz (1Pe.1.9), para realizar Sua Vontade.

    Nosso modelo nessa tarefa o de Jesus Cristo que mesmo sendo Deus (Jo.1.1), se esvaziou, assumiu a forma

    humana (Fl.2.4-5), foi identificado como Servo (Jo.13.1ss) Sofredor (Is.53), foi obediente at a morte e morte de

    Cruz, e em tudo isso procurou realizar a vontade de Deus: De fato, a vontade de meu Pai que todo homem que vir

    o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no ltimo dia (Jo.6.40). Ao realizar sua Misso, Jesus foi

    feito Senhor e Cristo (At.2.36), e tem toda a autoridade no cu e na terra (Mt.28.18). Assim, Aquele que nos

    comissiona, o mesmo que nos serve de exemplo. Ele quer que faamos o que Ele fez.

    A. Toda Autoridade: Ter toda a autoridade trata da suprema e infinda autoridade total de Cristo, e o termo

    empregado aqui pode ser entendido como controle pleno (Jo.10.18), direito (2Ts.3.9) e poder (Mc.1.27). Ou

    seja, Aquele que nos ordena Aquele que tem toda Autoridade, Poder, que est em posio de comando e,

    portanto tem direito para ordenar. Ou seja, Cristo a Autoridade e que exerce autoridade por potencial e

    direito, visto ter a mais alta posio e privilgios no Reino do qual o Rei.

    B. Cu: A autoridade de Cristo reconhecida no cu. O termo grego usado aqui usado em outros lugares no

    NT como uma referncia ao cu fsico (Lc.16.17), ou espiritual (Ef.1.3; Cl.4.1) ou at mesmo em uma

    referncia indireta a Deus (Mc.11.30). Aqui, temos por certo tratar-se de sua Autoridade nas regies

    celestiais, o lugar mais excelso da manifestao de Deus. Assim, O reconhecemos como o Logos que existe

    desde o princpio (Cl.1.17), que estava com Deus e que Deus (Jo.1.1), O Supremo Sumo-Sacerdote (Hb.3.1),

    perfeito para sempre (Hb.7.28), superior a todos e a tudo (Hb.1.2), a imagem do Deus invisvel (Cl.1.15), a

    expresso exata do Ser de Deus (Hb.1.3), criador de todas as coisas (Jo.1.2; Cl.1.16). Sendo que Cristo

    quem Ele , por que razo ele precisaria ter toda autoridade na Terra?

    C. Terra: A verdade que Cristo tem sua autoridade reconhecida desde antes da fundao do mundo, mas na

    sua encarnao essa autoridade foi demonstrada humanidade de forma irrevogvel (Mt.7.29; 9.6; 10.1;

    Mc.1.27; 11.27-33; Lc.4.32; 36; Jo.5.26-27; 10.17-18; 17.1-2). Isso indica que Cristo evidencia tal autoridade

    entre os homens por meio do Seu ministrio pblico, por Seus atos poderosos, por Sua morte e ressurreio

    (At.2.22-36). Ou seja, alm do domnio e do governo de Cristo sobre toda a terra e cu (que o fundamento

    da ordem evangelstica) Ele ainda demonstrou tal autoridade como prova e corroborao em Seu ministrio.

    Portanto, tal mandamento visto pela autoridade de posio e direito e pela autoridade demonstrada,

    que ratifica ainda o mais importante grau da ordem anunciada.

    D. Princpio: Assim, nesse texto reconhecemos dois aspectos fundamentais para a Evangelizao: (1) Como

    servos de Deus a disposio de Jesus Cristo, ns somos comissionados, enviados a esse mundo para

    fazermos discpulos, levarmos o evangelho por Aquele que tem toda a Autoridade no Ce, ou seja, nosso

    Senhor (1Co.8.6; Ef.4.5). Entretanto, Jesus Cristo tambm feito nosso Modelo, pois sua Autoridade Eterna

    fora demonstrada em Seu ministrio terreno. Assim, tal como Cristo, teramos autoridade concedida por

    Deus (Jo.1.12) demonstrada em autoridade no ministrio para Deus. Logo, a ao evangelstica, como

    fundamentada na autoridade de Cristo, uma demonstrao do poder-autoridade de Deus por meio da

    construo da autoridade (moral) com o poder-autoridade concedida por Deus.

  • 23 SEGUNDA PARTE: 5 Posturas Fundamentais

    3. Entenda Sua Misso (Mt.28.19-20) Um passo importante na realizao ministrio o entendimento da misso que nos foi delegada. A ao ministerial

    dos seguidores de Cristo marcada pela presena de quatro atitudes: Pr-Atividade, Fazer Discpulos, Mentorear ,

    Sem Restries. Todos os termos ressaltados tem suas peculiaridades e vamos observ-las com cautela com o

    objetivo de ressaltar do texto aplicaes para a prtica ministerial relevante e em conformidade com a vontade do

    nosso Soberano Senhor que tem toda a autoridade.

    A. Pr-Atividade: O termo que descreve essa atitude o famoso Ide. Algumas pessoas entendem que esse

    versculo pressupe que esse versculo deveria ser traduzido como Indo, em funo do particpio grego

    usado nessa frase. Entretanto, o particpio aoristo seguido por um infinitivo aoristo e tal construo

    chamada Particpio Circunstancial e sua traduo com o infinitivo em portugus: Ide. Esse tipo de

    construo normal em narrativas (Mt.2:8; 9:13; 11:4; 17:27; 21:6; 22:15; 25:16; 28:7; cf. Mc.16.15; Lc.7.22;

    13.32; 17.14; 22.8). Ou seja, o cristo comissionado por Cristo deve tomar a iniciativa para levar o evangelho

    a quem quer que seja. Portanto, a ordem de carter centrfugo, onde os discpulos deveriam iniciar em

    pr-atividade a abordagem evangelstica.

    B. Fazer Discpulos: Um discpulo aquela pessoa que est debaixo da superviso e comando do seu mestre e

    de forma nenhuma lhe superior (Mt.10.24; Mt.26.18). algum que busca seguir seu mestre, estar onde

    ele est e a fazer o que ele faz. (Mt.8.23; Mt.9.19; Mt.10.25). aquele que est debaixo do ensino de seu

    mestre. (Mt.11.1; Mt.5.1-2; cf. Mt.12.1-2; 13.36; 15.1-2; 16.20-21; 24.3ss; 26.1). Portanto, fazer discpulos

    implica em conduzir pessoas a estarem debaixo da superviso e comando de Cristo, para que busquem

    segui-lo por sua vida, estarem prontos a fazer o que Ele fez e estarem debaixo do Seu ensino por intermdio

    de outros discpulos. O termo Fazer Discpulos implica em fazer novos seguidores de Jesus (At.6.7) o que s

    possvel por intermdio da evangelizao dos Seus seguidores (At.14.21; cf. At.5.42; 8.4, 35, 40). Portanto,

    para realizar a ordem de Cristo, necessrio ao homem ser seguidor de Cristo (1Co.11.1).

    C. Mentorear: Mentorear implica em Batizar e Ensinar o novo convertido.

    a. Batismo: O batismo cristo um sinal de Deus para significar purificao interior e remisso de

    pecado (At 22.16; 1Co 6.11; Ef 5.25-27), regenerao operada pelo Esprito e uma nova vida (Tt 3.5)

    e a permanente presena do Esprito Santo, como selo de Deus testificando e garantindo que aquele

    que o recebe est seguro em Cristo para sempre (1Co 12.13; Ef 1.13-14). Fundamentalmente, o

    batismo significa unio com Cristo na sua morte, sepultamento e ressurreio (Rm 6.3-7; Cl 2.11-12),

    e essa unio com Cristo a base da vida do discpulo deste ponto em diante. Isso significa que

    aquele que foi batizado em nome de Jesus deve conformar sua vida Dele e viver de acordo com o

    que Cristo espera de sua vida. Deve ser por essa razo que Ele nos adverte: Se algum quer vir aps

    mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me (Mt.16.24). O Batismo Cristo feito na

    autoridade da Trindade (Pai, Filho e Esprito Santo).

    b. Ensino: O ensino esperado por Cristo o ensino da Obedincia: ns temos a misso de ensinar o

    novo na f a obedecer tudo o que Jesus tem ordenado. Ou seja, no basta apenas anunciar o

    evangelho, nosso trabalho deve ser norteado pelo ministrio de Cristo, desempenhado em

    excelncia, na proclamao do evangelho e treinamento do novo na f at que ele possa fazer o

    mesmo com outras pessoas. Portanto, necessrio viver e conviver com pessoas que precisam ser

    feitas discpulas de Cristo, e est debaixo da nossa responsabilidade trein-lo para que venha a ser

    um discpulo maduro e pronto a realizar o mesmo. Assim, existe uma continuidade na ao, pois

    uma vez que o nefito discipulado, nutrido nas escrituras e treinado para uma vida crist

  • 24 SEGUNDA PARTE: 5 Posturas Fundamentais

    adequada ele far o mesmo com outras pessoas, pois ele tambm deve aprender a levar o

    evangelho. Assim vemos que a ordem que Cristo deixa aqui fundamento da continuidade e

    expanso da f, que deveria ser disponvel a todos atravs do ministrio cristo.

    D. Sem Restries: No mesmo texto Jesus Cristo nos diz que devemos fazer isso a todas as naes.

    Normalmente os cristos tm tomado esse mandamento como uma ordem primeiramente geogrfica,

    quando na verdade ela essencialmente cultural. Jesus emprega o termo grego que deu origem a nossa

    palavra etnia. Ou seja, o cristo deve estar preparado para levar o evangelho a pessoas de qualquer tribo,

    seja urbana ou no. No devemos restringir a ao evangelstica, pois Jesus nos ensina a amar todas as

    pessoas, inclusive nossos inimigos, pois foi assim que Ele mesmo fez conosco (Rm.5.8; Jo.3.16). O que se

    conclui que Cristo tem interesse em todas as culturas existentes no planeta, pois no faz acepo de

    pessoas (Rm.2.11) nem para salvao nem para preterio (Rm.2.5-10). Ou seja, no deveria haver racismo,

    bairrismo, exclusivismo, sentimento sectarista ou qualquer forma de preconceito entre os discpulos. Eles

    devem realizar tal tarefa baseados na prpria misso de Cristo (Lc.19.10), que a base e fundamento da

    ao evangelstica.

    Toda a atividade ministerial do cristo Ordenada por Cristo (nosso Senhor) e deve ser desempenhada como Cristo

    (pois Ele o nosso modelo). Assim, aprendemos que devemos nortear nossa atividade evangelstica pelo exemplo de

    Cristo, em obedincia sua ordem, podendo ainda contar com sua presena ativa em nosso ministrio, pois Ele

    mesmo garante: E eis que estou convosco todos os dias at consumao do sculo (Mt.28.20).

  • 25 SEGUNDA PARTE: 5 Posturas Fundamentais

    4. Entenda Sua Mensagem Um passo importante a ser dado na evangelizao reconhecer o que de fato o Evangelho. Como vimos acima, a

    misso que Cristo espera de ns vai muito alm do simples levar o evangelho, mas, tambm temos a

    responsabilidade de anunciar a grande salvao de Deus.

    Para se transmitir a mensagem do evangelho fundamental que se conhea esta mensagem, pois, quanto melhor

    conhecermos, mais capacitados estaremos para transmiti-la. A fim de expressarmos aqui qual a mensagem

    determinada nas Escrituras, faremos o uso de algumas idias das quatro leis espirituais, que um mtodo simples e

    prtico para se comunicar a mensagem do evangelho.

    A. Deus tem um plano para o homem: O homem foi criado por Deus para que O adorasse, para que O servisse

    e para que vivesse em perfeita harmonia com o Seu Criador. Infelizmente a desobedincia do homem, o

    pecado, quebrou essa harmonia que havia, causando uma grande separao entre O Criador e Suas

    criaturas. Em Joo 3.16 encontramos expresso o plano de Deus para o homem, plano este que envolve o Seu

    amor, um amor sem medidas, ao ponto de entregar o nico Filho para morrer em uma cruz. Este amor tem

    um propsito, que dar a vida eterna a todo aquele que crer em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador,

    um plano que envolve a restaurao daquele relacionamento harmonioso que havia antes do pecado entrar

    no mundo. Paulo, quando escreveu Timteo, tambm falou explicitamente acerca do plano de Deus para o

    homem. Ele disse que ...Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores...(I Tm 1.15). Cristo veio ao mundo

    para trazer salvao ao perdido. Jesus fez uma distino bem clara entre qual o Seu objetivo e qual o de

    um ladro (Jo 10.10). Disse Ele que o ladro vem somente para roubar, matar e para trazer destruio vida

    do homem, mas Ele veio para dar vida ao homem, uma vida abundante. O plano de Deus consiste em dar o

    melhor para o homem, a Salvao, a vida eterna. Deus quer restaurar a comunho com o homem, porm h

    um problema que precisa ser encarado.

    B. impossvel ao homem chegar-se a Deus: fundamental mostrar ao homem a situao em que ele se

    encontra, a fim de que possa mudar de atitude. Muita gente que est em pecado, no recorre ao Salvador

    porque no tm noo da situao em que se encontra. As pessoas no compreendem a necessidade de

    serem salvas, alguns at acham que no tm pecado. O pecado consiste em desobedincia a Deus por no

    fazer o que foi ordenado ou por fazer o que foi proibido por Ele. Por causa da desobedincia do homem, a

    sua situao de separao Deus (Rm 3.23). O homem encontra-se privado de desfrutar de um

    relacionamento com Deus. Uma das primeiras reaes que Ado e Eva tiveram aps comerem do fruto que

    Deus havia proibido que comessem, foi correr e se esconder de Deus entre as rvores do jardim, refletindo

    aqui uma imagem de culpa. E desde ento o homem tem sempre procurado esconder-se de Deus. O homem

    tem fugido de Deus. Por causa do pecado ele encontra-se impedido de desfrutar do amor e da glria de

    Deus. A Bblia bem clara quando diz que todo homem merece a morte por causa do pecado (Rm 6.23),

    este o salrio que lhe fora designado. A morte retratada aqui implica em separao de Deus nesta vida,

    pois o homem sem Deus encontra-se morto em seus pecados e delitos (Ef 2.1,5). Esta morte envolve

    tambm a separao de Deus por toda a eternidade (Ap 20.14), para aqueles que no crerem na eficincia

    do sacrifcio de Cristo na cruz. Todo homem est debaixo do juzo de Deus. O pecado causa separao entre

    Deus e o Homem e para o homem impossvel chegar-se novamente a Deus. Por mais que ele tente ou faa

    alguma coisa, sempre ser frustrado, mas em Mateus 19.26, Jesus afirma que o que impossvel para o

    homem possvel para Deus.

    C. Deus prov o meio para que Seu plano se cumpra: Vendo a situao do homem, Deus pelo seu amor e

    graa intervm na histria da humanidade e abre um caminho onde no havia nenhum. Deus providenciou o

    meio para que o relacionamento que fora quebrado fosse restaurado, e o homem pudesse receber a vida

    eterna. A providncia de Deus foi enviar o Seu nico filho, Jesus Cristo, para morrer numa cruz trazendo

  • 26 SEGUNDA PARTE: 5 Posturas Fundamentais

    salvao a todo aquele que nEle crer (Jo 3.16). Esta foi a maior prova de amor demonstrada. Paulo afirmou

    que ...Deus prova o Seu amor por ns pelo fato de Cristo ter morrido em nosso favor quando ainda ramos

    pecadores(Rm 5.8). Muitas pessoas no compreendem o sacrifcio de Cristo na cruz, no sabem o porqu

    dEle ter morrido e nem o que isso tem a ver com a salvao, com a vida eterna. Em Colossenses 2.13 e 14

    encontramos uma explicao simples e clara do que foi o sacrifcio de Cristo na cruz: o homem encontrava-

    se morto espiritualmente, perdido em seus pecados, e Deus o faz viver novamente, dando uma nova vida

    por meio de Jesus Cristo. O sacrifcio de Jesus na cruz foi suficiente para nos justificar de todos os nossos

    pecados, tanto os que j cometemos quanto os que ainda iremos cometer. Ele nos perdoou e cancelou o

    nosso escrito de dvida, ou seja, aquilo que era o motivo da separao entre Deus e o homem, Jesus

    removeu-o e cravou-o na cruz. Todo homem estava debaixo da maldio da lei, porm Cristo nos resgatou,

    nos redimiu dessa maldio, pois Ele se tornou maldito em nosso lugar (Gl 3.13). O homem perdido precisa

    compreender que ...Deus tornou pecado por ns aquele que no tinha pecado, para que nele nos

    tornssemos justia de Deus(2 Co 5.21) . No momento em que Cristo foi cravado na cruz, Ele levou sobre si

    todos os nossos pecados, assumindo a nossa culpa e tornando-nos justos perante Deus (Rm 5.1). Esta foi a

    maneira de Deus religar o homem com Ele, visto que impossvel ao homem faz-lo por si mesmo.

    D. A salvao um presente: O sacrifcio foi realizado, a salvao est diante do homem, mas o que me parece

    que este insiste que precisa fazer alguma obra a fim de merec-la ou a fim de conquist-la. Em Efsios 2.8

    encontramos a seguinte declarao: Porque pela graa sois salvos, mediante a f, e isto no vem de vs

    dom de Deus, no de obras para que ningum se glorie. Fica bem claro nesta passagem que a salvao

    graa de Deus, ou seja, um favor que homem algum merece, um presente de Deus para o homem e por

    um presente no se paga. A Bblia ainda nos diz que por mais que o homem fosse bom, fizesse grandes

    obras, de nada adiantaria, porque a salvao um presente para que ningum se glorie, para que ningum

    se ache digno de receb-la por algum mrito prprio. Consideremos que voc possua uma dvida que jamais

    conseguiria pagar, mesmo que trabalhasse por toda a sua vida. Surge ento um amigo e lhe oferece um

    cheque em branco, assinado, lhe dizendo que a sua dvida j est paga, basta aceitar o cheque e cobrir o

    valor da dvida. Encontramos registrado nas Escrituras que Jesus veio para os que eram seus, porm estes

    no O receberam, porm a todos aqueles que O receberam deu-lhes o privilgio de serem feitos filhos de

    Deus (Jo 1.11-12) ou seja, todos aqueles que aceitaram o presente de Deus. O cheque j est assinado, a

    dvida j foi saudada, s preciso crer nisso e aceitar o presente. O homem quer complicar o que to

    simples e ao mesmo tempo to valioso. Quando Deus fala que para ter a vida eterna preciso somente crer

    no sacrifcio de Jesus Cristo na cruz, confiar nEle como nico e suficiente salvador (Jo 5.24), o homem fica a

    inventar meios para chegar-se a Deus, ou meios para se conquistar a vida eterna. Por mais que ele busque

    em outras fontes, o nico meio de ter acesso a Deus atravs do Seu Filho Jesus Cristo, porque em nenhum

    outro h salvao seno em Jesus Cristo(At 4.12). Todo o homem que invocar o nome do Senhor, receber

    dele o maior de todos os presentes, a vida eterna com Deus(Rm 10.13).

    E. Deus quem faz a obra: A ordem que foi dada a todo cristo que anuncie estas Boas Novas, as boas

    notcias a respeito da salvao em Jesus Cristo. Muitos cristos sentem-se frustrados ou desanimados por

    proclamar a mensagem e as pessoas permanecerem indiferentes. Sentem-se como se tivessem jogado o seu

    tempo fora. importante no nos esquecermos que a obra de convencer o pecador da sua condio e da

    sua necessidade, pertence ao Esprito Santo, pois Ele quem convence o homem do pecado, da justia e do

    juzo (Jo 16. 7-11). No queiramos fazer o que no cabe a ns. Somos apenas instrumentos nas mos de

    Deus, o autor da Salvao, e sem a Sua atuao o pecador no se converte.

  • 27 SEGUNDA PARTE: 5 Posturas Fundamentais

    5. Comece a Evangelizar De nada adianta tomar as quatro posies anteriores se voc no colocar em prtica tudo o que j sabe. Por isso,

    fundamental que voc inicie sua evangelizao e incorpore essa prtica crist em sua vida, pois temos certeza que

    cristos resgatados por Deus devero dedicar suas vidas para alcanar outras pessoas. Por isso, os conselhos abaixo

    servem para norte-lo no incio da sua caminhada.

    A. Siga pessoas exemplares: Uma das grandes dificuldades de se iniciar encontrar exemplos a seguir na

    evangelizao. Por isso, trazemos aqui alguns exemplos que podem servir de modelo para sua

    evangelizao:

    a. Exemplo de Paulo: