trecho de "o livro das invenções"

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1 o Livro das Invenções

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Page 1: Trecho de "O livro das invenções"

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o Livro das Invenções

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Page 2: Trecho de "O livro das invenções"

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nAdA mAis nAtuRAl que A CARIOCA ENgENhARIA,

através da lei Rouanet de apoio à cultura, viabilize a edição

de O livro das invenções. tendo como objetivo contribuir

para a produção de uma consciência ecológica junto aos

jovens, a publicação envolve conceitos sobre meio ambiente

e sustentabilidade através da saga de dois amigos: theo e

teresa. no fundo, o sonho dos nossos heróis é contribuir

para a criação de um planeta diferente, muito melhor para

se viver.

o apoio a este projeto se coaduna também com as iniciativas

sociais do INSTITUTO JOÃO E MARIA BACkhEUSER, enti-

dade mantida pela CARIOCA ENgENhARIA que desenvolve

ações educativas envolvendo centenas de jovens e crianças

no município de Casimiro de Abreu – RJ. Acreditamos que

a leitura de O livro das invenções terá impacto positivo na

formação de hábitos mais sustentáveis não só nos partici-

pantes das atividades do IJMB, como também em milhares

de crianças e jovens que frequentam o ensino público por

esse brasil afora.

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Page 7: Trecho de "O livro das invenções"

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ThEO E TERESA RESPIRARAM OfEgANTES AO ChEgAR

NO ALTO DO JABUTICABUNkER. do colégio até a casa dos

avós do garoto os dois foram numa correria só. um desespero de

fim de mundo, como se tudo ao redor fosse desaparecer em minutos

e precisassem chegar lá no menor tempo possível. Cruzaram as

ruas agitadas da cidade. Atravessaram o Armazém do nico cheio de

gente e os corredores da casa, sem dar atenção aos chamados do vô

nico, do pai do theo, da marisa, sua “boadrasta”, da vó guiomar…

pronto. enfim, estavam no alto da casa da árvore. sob a sombra

fresca das folhas da jabuticabeira e no silêncio gostoso da compa-

nhia um do outro.

eles se entreolharam aliviados, ainda recuperando o fôlego.

mais uma vez, nenhum dos dois vencera a disputa do quem chegar

por último no Jabuticabunker é a mulher do padre. no último ano

viveram mil e uma vezes essa mesma situação. disputar um com

o outro a corrida ladeira acima, cruzando ruas e saltando pedras

e meio-fio, atropelando cachorros-sem-dono e pessoas-distraídas

pelo caminho, mas sempre chegando juntos. sempre se olhando,

ofegantes, na plataforma mais alta do Jabuticabunker, na sombra

gostosa e acolhedora da jabuticabeira. A árvore que sempre guar-

dava o melhor da brisa do dia para o momento em que os meninos

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subiam esbaforidos pelo seu tronco, para refrescá-los no instante

final da disputa, com um suave chacoalhar de galhos.

mil vezes o pai do theo ralhou com eles, ao passarem pelo

Armazém do nico derrubando as mercadorias das prateleiras. mil

vezes marisa se assustou com a correria deles pela casa. mil vezes

a vó guiomar se divertiu ao vê-los cruzar o quintal, tão vivos, tão

alegres, tão amigos.

Aos poucos a respiração dos dois foi se acalmando e o coração,

que parecia querer sair pela boca, foi voltando para seu cantinho

de sempre, no lado esquerdo do peito. os dois foram se despindo

de suas bugigangas. A mochila, as bolinhas de gude nos bolsos, um

pedaço de lanche que sobrou do recreio na escola, os tênis cheios

de dedos quentes.

teresa ainda tentou domar a cabeleira cacheada com um pre-

gador grande que sua mãe lhe deu para usar nos meses de verão,

quando faz muito calor em ouro preto. theo achou engraçado ver

a menina com os cabelos presos para cima, como se ela fosse um

coqueiro ruivo.

eles riram juntos. gargalharam. por nada. Apenas porque rir

é bom. Apenas porque haviam passado de ano sem ficar para as

provas de recuperação. e principalmente porque estavam sem nada

o que fazer pelos próximos três meses. ou melhor, tinham muita

coisa o que fazer, mas apenas as mirabolantes travessuras que eles

próprios criassem para si.

theo e teresa entraram de férias. uhu!

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