transmissão em cc e ca.pdf

22
1 CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO UNIJORGE DANIEL LIMA MATHEUS TONETA TRANSMISSÃO EM CORRENTE ALTERNADA E CORRENTE CONTÍNUA .

Upload: matheus-toneta

Post on 01-Feb-2016

39 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Transmissão em CC e CA.pdf

1

CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO – UNIJORGE

DANIEL LIMA

MATHEUS TONETA

TRANSMISSÃO EM CORRENTE ALTERNADA E CORRENTE

CONTÍNUA

.

Page 2: Transmissão em CC e CA.pdf

2

DANIEL LIMA

MATHEUS TONETA

TRANSMISSÃO EM CORRENTE ALTERNA E CORRENTE

CONTÍNUA

Trabalho apresentado para como requisito básico para avaliação II da

disciplina de Transmissão em Energia Elétrica.

Orientador: Elias Miguel Antar Filho

Page 3: Transmissão em CC e CA.pdf

3

Lista de Figuras

1. Transmissão em ATCA 7

2. Torre de Transmissão em Corrente Alternada 7

3. Diferença Entre Torre de Transmissão CC e CA. 8

4. Linha de Transmissão em Corrente Contínua 9

5. Torre de Transmissão em Corrente Contínua 500 kV. 9

6. Transmissão em HVDC. 10

7. Lançamento do Cabo Submarino Ligando a Ilha de Gotland e o Continente

Sueco. 10

8. Distância entre a Ilha de Gotland e o Continente Sueco. 11

9. Ilustração do Sistema de Geração e Transmissão de Energia de ITAIPU.

13

10. Usina de ITAIPU. 14

11. Projeto da Expansão da Geração e Transmissão para Belo Monte. 16

12. Conversor VSC Monofásico de Dois Níveis. 18

13. Forma de Onda da Tensão Gerada sem PWM. 19

14. Forma de Onda da Tensão Gerada com PWM. 19

15. Conversor de Seis Pulsos com Capacitor do Lado CC e Tensão da Fase "a"

em Relação ao Neutro do Sistema. 20

16. Estação Conversora. 20

Page 4: Transmissão em CC e CA.pdf

Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 5

2. CORRENTE ALTERNADA ......................................................................................... 6

3. CORRENTE CONTÍNUA ............................................................................................ 8

4. HVDC ............................................................................................................................ 10

5. USINA DE ITAIPU ...................................................................................................... 12

6. NOVOS PROJETOS PARA EXPANSÃO DA TRANSMISSÃO EM HVDC NO

BRASIL ......................................................................................................................... 15

7. ESTAÇÕES CONVERSORAS ................................................................................... 17

8. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 21

9. REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 22

Page 5: Transmissão em CC e CA.pdf

5

1. INTRODUÇÃO

A história da energia elétrica iniciou em corrente contínua, a primeira aplicação

prática foi um telégrafo alimentado em corrente contínua por baterias eletromecânicas e

usando a terra como um circuito de retorno, por Samuel F. B. Mores em 1840. Já a

primeira estação elétrica no mundo, localizada na Pearl Street em Nova Iorque, foi

construída por Thomas A. Edison e iniciou a sua operação em 1882. Ela fornecia

corrente contínua em 110 V através de rede tubular e atendia uma área de

aproximadamente 1 milha (1,6 km) de raio, atendendo a uma carga inicial de 400

lâmpadas distribuídas entre 85 clientes. Com a invenção do transformado, por Gaulard e

Gibbs, foi possível gerar numa tensão, transmitir em outra e distribuir ainda em outro

nível de voltagem.

Em 1880 os sistemas em corrente contínua enfrentavam concorrência acirrada dos

recém desenvolvidos sistemas em corrente alternada monofásicos. Enquanto a

transmissão a longas distâncias apresentavam-se como a maior desvantagem dos

sistemas em corrente contínua, a ausência de um motor real apresentava-se como o

maior inconveniente dos sistemas em corrente alternada. A batalha dos sistemas

encerrou-se na década de 1890, com a invenção dos sistemas polifásicos, onde foi

possível o fornecimento de uma potência constante, já que nos sistemas monofásicos

apenas permite o fornecimento de uma potência pulsatória, em torno de um valor

médio.

Contudo, foi proposta não a troca do sistema em corrente alterna, mas um

suplemento com a corrente contínua. Superpor um link de transmissão corrente contínua

sobre um sistema em corrente alternada, ou a interconexão de dois sistemas em corrente

alternada por uma linha de transmissão em corrente contínua. A geração, uso e a maior

parte da transmissão deveriam permanecer em corrente alternada.

Page 6: Transmissão em CC e CA.pdf

6

2. CORRENTE ALTERNADA

Os transformadores foram um dos grandes motivos no emprego da transmissão

em corrente alternada, permitindo que a energia seja transmitida sob tensões muito mais

elevada que as destinadas ao consumo. Para uma determinada quantidade de energia

conduzida, a espessura do fio é inversamente proporcional à tensão utilizada.

Alternativamente, o comprimento máximo de uma linha de transmissão, dados o

diâmetro do fio e a queda de tensão admissível, aumentaria aproximadamente com o

quadrado da tensão de distribuição. Tal fator tinha o significado prático de que usinas

geradoras menores ou maiores poderiam cobrir a demanda de consumo de uma

determinada área. Aparelhos enormes de consumo elétrico, como motores industriais ou

conversores de energia elétrica de transporte ferroviário podiam ser ligados pela mesma

rede de distribuição que alimentava a iluminação doméstica, através de um

transformador acessório com uma tensão adequada. Um outro fator que bastante

contribuiu para este quadro foi a invenção e aperfeiçoamento dos motores elétricos com

rotores em gaiola, inventado por Nikola Tesla. Baratos, robustos e eficientes, estas

maquinas são peças fundamentais na indústria moderna.

Porém existem alguns problemas na transmissão em corrente alternada que não

foram resolvidos de forma técnica e econômica, tais como a transmissão em grande

blocos de potência a grandes distâncias de forma econômica e com o mínimo de

agressão ao meio ambiente, transmissão estável de potência entre sistemas assíncronos

ou com diferentes frequências, acréscimo de potência a uma dada rede sem majorar o

nível da potência de curto circuito deste rede, a presença do efeito peculiar dificultando

a transmissão em longas distâncias, a transmissão em corrente alternada é afetada pela

capacitância e indutância da linha, transmissão subaquática ou subterrânea maiores que

30/40 km devido as severas limitações impostas pela geração de reativos do cabo CA e

a consequente necessidade de reatores em derivação impraticável em travessias

marítimas ou de rios, penalizando economicamente o uso de cabos em corrente

alternada.

Na alta transmissão em corrente alternada (ATCA) são necessários no mínimo

três cabos e reatores shunt, para evitar a sobretensões durante o chaveamento da linha

em função da alta capacitância.

Page 7: Transmissão em CC e CA.pdf

7

Figura 1. Transmissão em ATCA.

Figura 2. Torre de Transmissão em Corrente Alternada.

Page 8: Transmissão em CC e CA.pdf

8

3. CORRENTE CONTÍNUA

O desenvolvimento da eletrônica de potência, o aumento da demanda, as

distâncias entre geradores e centros de carga e as grandes dificuldades encontradas na

transmissão em corrente alternada abriram as portas para a transmissão em corrente

contínua. A transmissão em corrente contínua possui algumas vantagens que garante a

confiabilidade na transmissão de energia, tais como, a transmissão em corrente contínua

não é afetada pela capacitância e nem pela indutância da linha, utilizando toda a seção

transversal do condutor (ausência do efeito pelicular) proporcionando um controle de

potência estável e veloz, a interconexão de sistemas operando a frequências diferentes

ou de sistemas assíncronos é feito com sucesso por elos em corrente contínua, um

sistema de transmissão em corrente contínua com dois condutores metálicos e a

possibilidade do retorno pela terra na falta de um deles, equivale na prática a um

circuito duplo de corrente alternada.

Figura 3. Diferença Entre Torres de Transmissão CC e CA.

Como a geração e o consumo de energia elétrica é em corrente alternada, para

transmitir em corrente contínua é necessário converte CA em CC e no final da linha de

transmissão seja reconvertida de CC para CA. A viabilidade e vantagem da planta CC

dependem do desenvolvimento dos conversores comutadores para alta tensão e

potência.

Page 9: Transmissão em CC e CA.pdf

9

Figura 4. Linha de Transmissão em Corrente Contínua.

Figura 5. Torre de Transmissão em Corrente Contínua 500 kV.

Page 10: Transmissão em CC e CA.pdf

10

4. HVDC

A transmissão em HVDC (High-Voltage Direct Current) utiliza a corrente

contínua para a transmissão em massa de energia elétrica por longas distâncias e

interligações de redes de energia incompatíveis. Enquanto no sistema de transmissão em

ATCA (Alta Transmissão em Corrente Alternada) são necessários no mínimo três cabos

e reatores shunt, para evitar sobretensões durante o chaveamento da linha em função da

alta capacitância, o sistema HVDC é necessário somente um par de cabos, válvulas

retificadores e reatores para controlar a corrente.

Figura 6. Transmissão em HVDC.

O sistema HVDC instalado entre a ilha de Gotland e o continente sueco, no ano de

1954, foi de um marco na história da evolução dos sistemas de potência. Foi o primeiro

emprego de equipamento baseado em eletrônica de potência. O sistema, que utilizava

conversores com válvulas a arco de mercúrio, transmitia ate 20 MW, 200 A em 100 kV

no lado CC, através de um cabo submarino de cerca de 100 km.

Figura 7. Lançamento do Cabo Submarino Ligando a Ilha de Gotland e o Continente Sueco.

Page 11: Transmissão em CC e CA.pdf

11

Figura 8. Distância entre a ilha de Gotland e o continente sueco.

As vantagens da utilização do HVDC é que permite a interligação de sistemas,

utilizando características de ajustes de potência/frequência não compatíveis com

conexão síncrona. Impede fluxos indesejáveis em linhas de transmissão CA paralelas.

Controla intercâmbios, possivelmente com sinais adicionais, para garantir que as

margens de estabilidade do sistema sejam mantidas. Controla o fluxo de energia e evita

a sobrecarga, prevenindo disparos em cascata, restringindo assim falhas do sistema em

condições de contingência múltipla. Restringe a potência de curto-circuito. Permite a

conexão de sistemas elétricos que operam em frequências diferentes. Fornece suporte de

potência reativa para linhas CA longas, nos casos de emprego de CCC (Capacitor

Communtated Converters) ou VSC (Voltage Source Converters). Evita colapso de

tensão, por meio de suporte reativo dinâmico, que aumenta as margens de estabilidade.

Oferece capacidade de Black Start ou alimentação de carga passiva. Além das

vantagens técnicas existem as vantagens de ordem econômica e ambiental oferecidas

por linhas ou cabos de custo mais baixos, redução de faixas de servidão e níveis mais

baixos de campo eletromagnéticos.

Page 12: Transmissão em CC e CA.pdf

12

5. USINA DE ITAIPU

O escoamento da energia de Itaipu para o sistema interligado brasileiro, a partir da

subestação de Foz do Iguaçu no Paraná, é realizado por Funas e Copel. A energia em 50

Hz utiliza o sistema de corrente contínua de Furnas e a energia em 60 Hz utiliza o

sistema de 765 kV de Furnas e o sistema de 525 kV da Copel.

O Elo de Corrente Contínua tornou-se necessário porque a energia produzida no

setor de 50 Hz de Itaipu não pode se integrar diretamente ao sistema brasileiro, onde a

frequência é 60 Hz. A energia produzida em 50 Hz em corrente alternada é convertida

para corrente contínua e escoada até Ibiúna (SP), onde é convertida novamente para

corrente alternada, mas agora em 60 Hz.

O sistema de transmissão é formado por duas linhas de ±600 kV, com extensão de

aproximadamente 810 km, entre as subestações de Foz do Iguaçu (PR) e Ibiuna (SP). A

conversão CA/CC é feita através de oito conversores em cada subestação, cada dois

formando um polo, que compõem os dois bipolos em ±600 kV, sendo transmissão

realizada através de quatro linhas, uma em cada polo. Esse sistema começou a operar

em 1984.

O sistema de corrente alternada leva a energia produzida pelo setor de 60 Hz de

Itaipu para a proximidade do centro de consumo da região Sudeste do Brasil e, embora

apelidado de 750 kV, sua tensão de transmissão é de 765 kV. O sistema é composto de

três linhas de transmissão entre as subestações de Foz do Iguaçu e Tijuco Preto (SP), na

região metropolitana de São Paulo, cada uma com extensão de aproximadamente 900

km.

Em Tijuco Preto existem sete transformadores, para 500 kV e 345 kV, de forma a

diversificar a sua distribuição. Ao longo do sistema existem ainda duas outras

subestações, a de Ivaiporã (PR) e a de Itaberá (SP). Em Ivaiporã há conexão com a

região Sul do Brasil através de transformadores para 500 kV, o que permite a

otimização da geração de energia no sistema em função da disponibilidade energética.

Ora o fluxo de energia nesses transformadores vai em direção ao Sul ora em direção ao

Sudeste. Iniciou sua operação em 1986 e, até hoje, é o sistema de transmissão de tensão

mais elevada existente no Brasil.

Nos anos de 2011 e 2012, vários reforços foram incorporados no sistema de

transmissão da interligação Sul-Sudeste, o que afeta a operação da UHE Itaipu 60 Hz e

a transmissão pelo 765 kV. Mas o principal deles foi a entrada em operação da linha de

transmissão de 525 kV entre as subestações de Foz do Iguaçu e Cascavel Oeste (LT FI-

CVO). A LT FI-CVO aumentou o acoplamento entre a UHE Itaipu 60 Hz e o sistema

Sul, o que permitiu o aumento do recebimento de energia pela região Sul e a exploração

total da geração na UHE Itaipu 60 Hz.

Page 13: Transmissão em CC e CA.pdf

13

Figura 9. Ilustração do Sistema de Geração e Transmissão de Energia de ITAIPU.

Page 14: Transmissão em CC e CA.pdf

14

Figura 10. Usina de ITAIPU.

Além da usina de ITAIPU existe a o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, que

também faz sua transmissão em corrente contínua. Uma das duas linhas de transmissão

já está concluída e em funcionamento, enquanto a outra está na fase de testes. As duas

linhas ligam Porto Velho a Araraquara (São Paulo), com 2.375 km de extensão.

Page 15: Transmissão em CC e CA.pdf

15

6. NOVOS PROJETOS PARA EXPANSÃO DA TRANSMISSÃO EM HVDC NO

BRASIL

O aumento da população requer cada vez mais energia e as reservas naturais são

cada vez mais escassas, e por outro lado, a produção e o uso de energia estão

aumentando a poluição mundial. O protocolo de Kyoto limita o uso de alguns tipos de

combustíveis, além de incentivar o uso de energias renováveis e limpas. Por estes

motivos o Brasil necessita urgentemente realizar análises de energia e projetar novas

maneiras de gerar energia com a preocupação com o meio ambiente.

Com o crescimento da população e o consumo acelerado em todos os setores,

ocorrem ações e estudos para melhora da qualidade de vida da população em relação ao

meio ambiente e práticas sustentáveis. O setor de energia passa a ter uma atenção

especial por meio de estudos específicos em relação à busca e descobrimento de uma

eficiência energética.

Eficiência energética é a capacidade de utilizar menos energia para produzir a

mesma quantidade de iluminação, aquecimento, transporte e outros serviços baseados

no consumo de energia. Com o desenvolvimento de novas tecnologias,

automaticamente consome-se mais energia. No Brasil, assim como em outros países, os

investimentos nesta área aumentaram bastante, alternando a política energética

conforme a gestão governamental.

As principais fontes (estruturas) de energia do Brasil, geradoras de eletricidade,

são: Hidroelétricas (74%), Termoelétricas (14%) (biomassa, gás natural, carvão mineral,

óleo combustível e óleo diesel), Usinas nucleares (3%) e Energia importada (9%). As

fontes renováveis são predominantes na produção de energia elétrica no Brasil, com

aproximadamente 89%.

Apenas com este cenário, a previsão é de que o consumo de energia passe de 400

mil GWh por ano para 600 mil GWh por ano até 2017. Estima-se que 30% da energia

virá de termoelétricas movidas a biomassa, centrais eólicas e pequenas centrais

Hidrelétricas e 70% será suprido por usinas hidrelétricas.

Os investimentos no Brasil, voltados para a geração de energia especificamente de

fontes eólicas e hidrelétricas, têm empreendimentos previstos para diversas regiões, tais

como nos rios Parnaíba, Teles Pires, Belo Monte e Rio Xingu. Os investimentos no

Brasil devem ser na grande maioria de empresas internacionais, com parcerias públicas

e privadas. Conforme previsto nas políticas públicas nacionais, estes investimentos

devem ocorrer mais intensamente no campo de energia renovável e com incentivos ao

desenvolvimento de novas tecnologias que beneficiem e preservem os recursos naturais

do país.

A Usina de Belo Monte (Fig. 23), já licitada em 2010, terá uma capacidade

instalada de 11.233 MW, sendo a casa de força principal com 18 unidades geradoras,

totalizando 11.000 MW e a casa de força complementar com 6 unidades geradoras

totalizando 233 MW. Inicialmente será conectada ao Sistema Interligado através de

Page 16: Transmissão em CC e CA.pdf

16

subestação Secionadora Xingu 500 kV, subestação integrante do sistema já em

construção Tucurui-Macapá-Manaus, localizada no estado do Pará, por meio de cinco

linhas de transmissão em 500 kV. Entretanto, antecipa-se que será necessária a

ampliação das capacidades das interligações Norte-Sudeste/Centro-Oeste e Norte-

Nordeste para assegurar o requisito indicado pelas análises energéticas para os anos

finais do horizonte decenal. Os reforços nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-

Oeste bem como a ampliação das interligações acima citadas, estão sendo avaliadas e

eventualmente poderá ser utilizada tecnologia CC.

Figura 11. Projeto da Expansão da Geração e Transmissão para Belo Monte.

Page 17: Transmissão em CC e CA.pdf

17

7. ESTAÇÕES CONVERSORAS

A partir da década de 70, iniciaram-se as primeiras instalações de elos CCAT

usando conversores CA/CC com semicondutores do tipo tiristores de potência. Já a

década seguinte foi marcada pela crescente instalação de compensadores estáticos (SVC

– Static Var Compensator) nos sistemas de potência, também baseados em conversores

tiristorizados.

O domínio dos conversores com tiristores de potência tem se mantido até os dias

de hoje, na forma de equipamentos do tipo SVC e transmissão em CCAT. Outros

semicondutores desenvolvidos ao longo deste período não foram capazes de reduzir a

importância dos tiristores, dado a sua alta confiabilidade, custo e perdas

comparativamente menores.

Com a introdução do conceito de Facts (Flexible AC Transmission System),

lançado originalmente pelo Dr. Hingorani, em 1988, aliado ao desenvolvimento de

novos tipos de semicondutores, imaginou-se que haveria uma invasão de variedades de

equipamentos dessa família.

Entre as novas opções de dispositivos Facts, conversores baseados e fonte de

tensão (VSC – Voltage Sourced Converter) têm encontrado se espaço, a julgar pelo

crescente número de projetos ao redor do mundo.

Os equipamentos que empregam conversores VSC de maior sucesso comercial

são o Stacom e o CCAT-VSC. O primeiro destina-se primordialmente à regulação de

tensão, constituindo-se numa evolução do SVC, ao passo que o segundo é um sistema

de transmissão em corrente contínua com requisitos próprios para aplicação,

principalmente em sistemas CA fracos (baixa potência de curto-circuito), cargas

isoladas (sem geração própria) ou com transmissão através de cabos (subterrâneos ou

submarinos).

O VSC é um conversor CA/CC que se utiliza de dispositivos semicondutores com

capacidade de controle de condução e bloqueio, ou seja, dispositivos que exigem um

pulso de disparo para entrar em condução e podem interromper a condução através de

outro pulso, diferentemente dos tradicionais tiristores, que permitem controle apenas do

momento de início da condução, dependendo de um cruzamento da corrente pelo zero

para interrompê-la. Os dispositivos semicondutores mais comimente encontrados na

indústria hoje são os GTOs (Gate Turn-off Thyristor) e os IGBTs (Insulated Gate

Bipolar Transistor).

Os dispositivos semicondutores poderiam ser classificados, segundo sua

complexidade, em três tipos:

Tipo 1: Diodos – que conduzem de imediato, bastando aplicar tensão

positiva (ou seja, polarizando diretamente), e entram em corte quando a

corrente passa por zero.

Page 18: Transmissão em CC e CA.pdf

18

Tipo 2: Tiristores (originalmente reverse blocking triode thyristor ou SCR

– silicon controlled rectifiers) – que necessitam de polarização direta e

também de um sinal de controle em seu gate. Uma vez iniciada, a

condução perdura até o próximo cruzamento da corrente pelo zero.

Tipo 3: Transistores, Controlled switches e Force-commutated thyristors –

que podem controlar a condução positiva) e também o bloqueio da

corrente, através de pulso no gate.

No último tipo, estão inseridos os principais dispositivos necessários na operação

do conversor VSC. Atualmente, o elemento mais comumente adotado na prática é o

IGBT.

Figura 12. Conversor VSC Monofásico de Dois Níveis.

Os conversores utilizados em aplicações reais são de topologias mais complexa do

que o monofásico, porém a essência do princípio de funcionamento é a mesma do

conversor mais simples de dois níveis.

A topologia do conversor VSC monofásico de dois níveis é mostrado na figura 12.

As chaves indicadas na figura são compostas na prática por semicondutores do tipo

GTO ou IGBT. Os diodos em antiparalelo têm a função de suprir um caminho

alternativo da corrente nos momentos em que houver bloqueio de condução por parte

dos IGBT, visto que a corrente no sistema CA tem característica indutiva e, por

consequência, não pode ser interrompida de forma instantânea se a carga fosse

puramente resistiva.

O conversor interliga o sistema monofásico em C, do lado direito, ao sistema em

CC, do lado esquerdo. O termo dois níveis refere-se ao fato do conversor ser capaz de

exteriorizar dois níveis de tensão do lado CA: +𝑈𝑑

2 e –

𝑈𝑑

2. Para ter os dois níveis de

tensão, o capacitor do lado cc foi desmembrado em dois. Como há controle total dos

IGBTs, ao iniciar a condução com o IGBT superior (mantendo o inferior bloqueado), a

tensão externa no lado CA assume o valor de +𝑈𝑑

2, ao passo que quando o inferior

Page 19: Transmissão em CC e CA.pdf

19

estiver em condução (nesse momento, deve-se manter o superior desativado), a tensão

externa do lado CA assume o valor negativo –𝑈𝑑

2. Os dois IGBTs não podem ser

ativados simultaneamente, sob risco de curto no capacitor.

Se o sistema de controle de disparo desse conversor estiver sincronizado na

frequência fundamental, a tensão resultante será uma onda retangular, cuja componente

fundamental será uma função senoidal nessa frequência. A corrente CC poderá ocorrer

nos dois sentidos, enquanto a tensão CC é sempre unidirecional. Percebe-se que tal onda

retangular no lado CA contém um razoável conteúdo harmônico, exigindo um

contingente de filtros para sua eliminação. Dessa forma, é necessário procurar formas

para reduzir tal conteúdo harmônico. Uma medida imediata seria a mudança da

estratégia de disparo dos IGBTs, adotando-se a técnica de PWM (Pulse Width

Modulation), em que há disparo dos IGBTs numa frequência bem maior que a

fundamental, resultando numa forma de onda com vários degraus, que resultam num

menor conteúdo harmônico. A desvantagem desta técnica é a geração de maiores perdas

decorrente dos múltiplos chaveamentos dos semicondutores. A figura 14 ilustra a forma

de onda da tensão CA utilizando a técnica PWM.

Figura 13. Forma de Onda da Tensão Gerada sem PWM.

Figura 14. Forma de Onda da Tensão Gerada com PWM.

Page 20: Transmissão em CC e CA.pdf

20

Outra alternativa de gerar uma tensão CA mais próxima da senoidal seria com a

utilização de configurações mais complexas de conversores VSC. Um caminho seria o

aumento do número de níveis de tensão, e o outro seria pela colocação em série de

conversores de configuração simples, mas defasados magneticamente.

Figura 15. Conversor de Seis Pulsos com Capacitor do Lado CC e Tensão da Fase "a" em Relação ao Neutro

do Sistema.

Figura 16. Estação Conversora.

Page 21: Transmissão em CC e CA.pdf

21

8.CONCLUSÃO

A transmissão em corrente alternada comparada a transmissão em corrente

contínua tem um valor elevado na implantação da linha. Contudo na transmissão em

corrente contínua é necessário a implantação das estações terminais, onde é convertido

CC em CA, para que possa ser feita a distribuição.

Na projeção de uma LT é necessário verificar qual o melhor sistema a ser

implantado para ser feita a distribuição, CA ou CC. E para isto é preciso fazer um

levantamento de quantos quilômetros será a linha, qual a carga a ser transportada, as

condições locais, as características do sistema, terminais, etc. Não é possível estabelecer

de modo genérico o ponto crítico entre CA/CC, estudos publicados têm mostrado que o

ponto crítico se situa numa faixa de 500 a 1500 km.

Page 22: Transmissão em CC e CA.pdf

22

9.REFERÊNCIAS

C. Celso de Brasil Camargo, TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA:

ASPECTOS FUNDAMENTAIS, 4ª edição 2009.

Aspectos Gerais da Transmissão em CC e CA,

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&

uact=8&ved=0CBwQFjAAahUKEwiZk8Pg1O_IAhVLiJAKHaFRDts&url=http%3A%

2F%2Fwww.maxwell.vrac.puc-

rio.br%2F17889%2F17889_4.PDF&usg=AFQjCNEfZv8XFKWpZwAcBJh9gJc8e4bSa

g&sig2=UeQVWA_OtJ6lcwPRSELQ9Q&bvm=bv.106379543,d.Y2I Acessado em: 28

de Novembro de 2015.

EM, ELETRICIDADE MODERNA, Aranda Editora ano 42 Nº 485, Agosto 2014.