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INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - IPT UMA AGENDA DE COMPETITIVIDADE PARA A INDÚSTRIA PAULISTA SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICOS Consultoras: Profa. Dra. Maria Carolina A. F. de Souza Profa. Msc. Daniela Salomão Gorayeb (As notas técnicas foram elaboradas por especialistas setoriais e o seu conteúdo é de responsabilidade de cada consultor. Não refletem a opinião do IPT e as prioridades de políticas da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo). SÃO PAULO FEVEREIRO/2008

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INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO

ESTADO DE SÃO PAULO - IPT

UMA AGENDA DE COMPETITIVIDADE PARA A INDÚSTRIA PAULISTA

SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICOS

Consultoras: Profa. Dra. Maria Carolina A. F. de Souza

Profa. Msc. Daniela Salomão Gorayeb

(As notas técnicas foram elaboradas por especialistas setoriais e o seu conteúdo é de

responsabilidade de cada consultor. Não refletem a opinião do IPT e as prioridades de

políticas da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo).

SÃO PAULO

FEVEREIRO/2008

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ÍNDICE

1. Setor de Transformação de Plásticos: 3a. Geração da Cadeia Petroquímica. ___________2

2. Caracterização do setor de transformados plásticos.______________________________8

2.1 Caracterização do setor no mundo _______________________________________8

2.2 Caracterização do setor no Brasil e no Estado de São Paulo.__________________18

3. Fatores críticos à competitividade do setor ____________________________________54

4. Competitividade do Setor de Transformados Plásticos no Estado de São Paulo:

Restrições e Oportunidades ____________________________________________________78

5. Propostas de ação do Governo do Estado de São Paulo para o desenvolvimento do

setor de transformados plásticos ________________________________________________88

5.1 Propostas__________________________________________________________95

5.2 Matriz de Avaliação da Capacidade Competitiva e de Recomendações de

Políticas Públicas para o Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico da Cadeia/Setor no

Estado de São Paulo_______________________________________________________102

6. Referências bibliográficas ________________________________________________105

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SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICOS

Consultoras: Profa. Dra. Maria Carolina A. F. de Souza

Profa. Msc. Daniela Salomão Gorayeb1

1 As autoras agradecem a colaboração de Mario Ulisses Souza na viabilização de contatos e na pesquisa de campo.

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1. SETOR DE TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICOS: 3A. GERAÇÃO DA

CADEIA PETROQUÍMICA.

A indústria de produtos transformados plásticos2, pertencente à chamada 3a. Geração da

Cadeia Petroquímica, engloba o conjunto de empresas que atuam com processos por

meio dos quais resinas (polímeros) são transformadas em produtos plásticos diversos. O

termo “terceira geração da cadeia petroquímica” é bastante utilizado quando se refere a

essa indústria, mas com o desenvolvimento de resinas a partir de bases não derivadas do

petróleo (ainda que em fase muito incipiente, produtos de plásticos já estão sendo

obtidos a partir de resinas que não têm a nafta como matéria-prima), a denominação

pode não ser tão adequada. Entretanto, é de se esperar que por longo tempo ainda as

empresas voltadas para o processo de polimerização que resulta nos termoplásticos e

termofixos (estes últimos tendem a ser cada vez menos utilizados, de acordo com

especialistas em plásticos), que constituem a segunda geração da cadeia, continuem

localizadas em pólos petroquímicos integrados organizados a partir das grandes centrais

de matéria-prima. As principais resinas termoplásticas utilizadas na etapa da

transformação são: polietileno de baixa ou alta densidade (PEBD/PEAD), o

polipropileno (PP), o policloreto de vinila (PVC), o poliestireno (PS) e o polietileno

tereftalato (PET).

É comum que se incluam também as empresas beneficiadoras de resinas, especializadas

no desenvolvimento de resinas de maior valor agregado a partir da combinação de dois

ou mais polímeros, processo importante nos plásticos de engenharia e para a obtenção

de produtos diferenciados. Tal qual na segunda geração, a produção de termoplásticos

reforçados e de alto desempenho (alguns com marcas próprias), requer elevados

investimentos, o que leva à forte presença de grandes empresas, como GE Plastics,

Borealis, Rhodia, etc. Há ainda que se considerar os investimentos em nanomateriais,

para os quais se estima que a demanda mundial em 2006 tenha sido de US$ 1bi, do qual

50% oriunda da indústria de eletrônicos, e 14% do setor de cuidados médicos. Previsões

2 Uma dificuldade metodológica para a comparação internacional advém do fato de a literatura internacional sobre plásticos muitas vezes apresentar sob a denominação materiais plásticos dados relativos tanto aos transformados plásticos quanto às resinas termoplásticas, sem desagregá-los.

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para 2011 indicam demanda de US$ 4,bi, evidenciando a importância de investimentos

nessa área.

Enquanto na produção de resinas destacam-se grandes empresas multinacionais

verticalmente integradas, a principal indústria demandante, transformados plásticos, é

caracterizada por um enorme número de empresas (a maioria das quais de pequeno e

médio portes) com atuação em uma grande variedade de mercados distintos

(embalagens, materiais de construção e calçados, são apenas alguns exemplos).

Tendo como insumos as resinas termoplásticas, a indústria de transformados é capaz de

gerar uma imensa gama de produtos para diversos mercados a partir de bases produtivas

(processos) comuns. Dentre outros processos, destacam-se: injeção (confecção de

utensílios plásticos em geral, como bacias, tampas, caixas, pára-choques, calotas, etc.);

extrusão (principalmente para obtenção de filmes de PEBD, para uso como saco

plástico, ou tubos de PVC ou PE); sopro (na confecção de peças ocas, como bolsas,

frascos ou garrafas, etc.); rotomoldagem (produção de caixas d’água e tanques);

termoformagem (produção de embalagens rígidas), Vacuum Forming (produção de

protetores de cárter, pára-choques, etc.).

Os produtos obtidos por meio da transformação de resinas plásticas destinam-se a

diversos usos e mercados, seja como produtos a serem utilizados nos processos

produtivos de outras indústrias e setores de atividades (autopeças, partes de

computadores, celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, embalagens para as

indústrias de alimentos e bebidas, de higiene e limpeza, de cosméticos, farmacêutica,

produtos para a área médica, produtos para escritório, produtos para a construção civil,

para gravadoras, para o cinema, para a indústria moveleira, têxtil e calçadista,

embalagens e recipientes em geral, etc.), seja voltados ao consumo final (sacos e

sacolas, sacos de lixo, embalagens e recipientes de uso final, brinquedos, utilidades

domésticas, objetos de decoração e acessórios para a casa, objetos de uso pessoal,

presentes, artigos escolares, artigos de jardinagem, para lazer e esportes, etc.). A

considerar ainda que parte da transformação é destinada ao uso interno de empresas de

diversos setores, como automotivo, cosméticos, alimentos, produtores de instrumentos

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de medição, etc., que, portanto não aparecem nas estatísticas da indústria de

transformados plásticos.

Os setores mais dinâmicos, ou seja, aqueles cuja taxa de inovação em produtos e

processos é mais elevada, são os setores de transformação de plásticos fornecedores

para as indústrias automotiva e de eletroeletrônico, para a área médica e de saúde, para a

agricultura e também o setor de embalagem. Em geral, nos novos produtos criados

nesses setores são utilizados os plásticos técnicos a partir da formulação de novas

combinações de resinas e outros elementos. Nesses setores, embora seja fundamental

conhecimentos e capacitações em design e relacionamento com o cliente, a interação

com os produtores de resinas e compósitos ou a produção própria de resinas técnicas

constituem a chave para a capacidade de inovação.

Para o setor automotivo, a indústria de transformação deve ser altamente inovadora para

fornecer peças técnicas com plásticos de engenharia com alto conteúdo tecnológico

dado que as peças com novos compósitos estarão propiciando maior resistência à

corrosão, redução de peso, oferecendo maior segurança, inclusive no que se refere à

resistência ao fogo, o que o torna funcional não só para os painéis, mas também para as

caixas que vão acomodar os componentes eletrônicos, etc.

Para o setor produtor de eletroeletrônicos, as inovações nos plásticos aparecem no

design (estética e funcionalidade), na eliminação de algumas etapas do processo de

produção, algumas etapas da pintura, resistência à corrosão, redução do peso, e do

tamanho em geral (aspecto importante para o padrão atual das residências, por exemplo,

apartamentos cada vez menores).

Na área médica e dos cuidados com a saúde em geral há um espaço claro para os

plásticos biodegradáveis, pela característica de não se poder reciclar esses materiais

hospitalares. Novamente, a característica de versatilidade, leveza, maleabilidade,

amplia as possibilidades do uso do plástico em diversos produtos para o setor (para

seringas, cateteres, próteses ortopédicas, próteses dentárias, bolsas de sangue, etc).

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Alguns tipos de embalagens mais sofisticadas para a indústria de cosméticos, associado

ao desenvolvimento de moldes mais sofisticados, permitem design funcional e estético,

que valoriza os produtos.

Na agricultura, o potencial para o uso dos plásticos ainda não foi totalmente explorado

(nas coberturas, nas embalagens para defensivos agrícolas, nos contêineres, no

transporte e manutenção de alimentos, etc.).

Essas áreas serão cada vez mais importantes para o dinamismo do setor de

transformados, enquanto algumas áreas tradicionais, como os sacos e sacolas plásticas

tendem a perder terreno, com diversos países já impondo severas restrições ao seu uso

(mesmo em material biodegradável).

As características dos plásticos, tais como, leveza, resistência e, especialmente, a

versatilidade, oferecem amplas possibilidades de diferenciação e de diversificação.

Além disso, relativamente a outros materiais oferece benefícios em termos de custos de

obtenção e na produção, desempenho e flexibilidade. Esse conjunto de vantagens torna

os plásticos um produto substituto para um número cada vez maior de materiais.

Significativo a esse respeito é o crescente uso de plásticos na área médica e cuidados

com a saúde em geral3, e também o uso de plásticos de engenharia na produção de

componentes e partes de diferentes produtos como geladeiras, computadores, aviões e

automóveis, etc.

Entretanto, a durabilidade, outra forte característica, traz vantagens, mas também é a

fonte da principal crítica à indústria: os efeitos nocivos ao meio ambiente por se tratar

de materiais de logo período para a degradação. O peso sobre o setor dessa

característica dos plásticos torna cada vez mais essenciais investimentos em pesquisa

para o desenvolvimento de novas tecnologias de reuso, economia e geração de energia,

reciclagem, ações para a conscientização quanto ao uso e ao descarte corretos dos

materiais.

3 A importância fica clara com dados da demanda dos EUA por plásticos na área média, com valor estimado de US$ 5,0 bi em 2008, principalmente para aplicações em cateteres para angioplastia, implantes ortopédicos, etc.

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Adicionalmente, a característica de não degradáveis dos plásticos estimula diversas

pesquisas na busca de resinas degradáveis. À medida que mais pesquisas forem bem

sucedidas e bioplásticos (tendo como base diversas fontes renováveis, incluindo o

etanol, e de diversos ciclos de degradação) mostrem-se viáveis em escala comercial, à

característica diversificação de produtos finais, e à variedade de processos por meio dos

quais as resinas são transformadas em produtos de plásticos, poderá ser agregada a

diversificação também no que tange à origem dos polímeros, base da indústria de

transformados plásticos. Dessa forma, à lista de principais resinas deverão ser

adicionados os bioplásticos e, em alguns casos, vantagem adicional – o fato de serem

biodegradáveis. A tendência é de crescimento. O mercado global para polímeros

biodegradáveis evoluiu de 27,27 milhões de toneladas em 2000 (das quais, 14,57

milhões em embalagens) para 51,36 milhões de toneladas em 2005 (das quais, 23,63

milhões em embalagens) e previsão de 94,54 milhões (43,63 milhões em embalagens)

em 2010 (Business Comunications Co. Inc. in Plastics News, fevereiro de 2006).

Não obstante tal vantagem, ao mesmo tempo em que as pesquisas na busca de plásticos

biodegradáveis se multiplicam, há vários artigos advertindo que os bioplásticos podem

não ser tão amigáveis ao meio ambiente, principalmente se levarem ao uso não racional,

com o pressuposto de que se degradam, e que, portanto podem ser consumidos sem

“culpa” (a esse respeito vale mencionar a taxação de sacolas plásticas, como na Irlanda,

o pagamento pelo uso, e mesmo a tendência à proibição em alguns países). Nesses

artigos, a ênfase recai sobre a importância do uso racional dos plásticos e massificação

da reciclagem, que poderia reduzir drasticamente os indesejáveis efeitos colaterais do

crescimento no consumo mundial de produtos de plástico. Assim, um conjunto de ações

voltadas para o setor deverá reservar um espaço significativo para as questões

envolvidas na reciclagem.

O presente trabalho analisa o setor de transformação de plásticos tendo como foco a

posição do setor na cadeia na qual se insere, a competitividade no Brasil vis-à-vis os

competidores externos e algumas questões que afetam o setor atualmente como a da

reciclagem e a dos novos plásticos. Sempre que possível, a posição competitiva das

empresas do Estado de São Paulo será enfatizada. O recorte sobre o Estado de São

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Paulo é feito tendo como base os dados secundários do setor e também algumas

entrevistas com empresas e institutos de pesquisas situados no estado.

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2. CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS.

2.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR NO MUNDO

A produção mundial de plásticos (resinas) evoluiu de 1,5 milhão de toneladas em 1950

para estimados 245 milhões de toneladas em 2006 (PlasticsEurope, EuPC, 2008). Esse

volume pode ser considerado como um indicador da produção mundial de

transformados plásticos dado que, em geral, resinas são destinadas à transformação (e

considerando-se que não haja estoques relevantes de produtos finais nos produtores de

resinas e de matérias-primas, resinas, no conjunto das empresas transformadoras de

plásticos). Desse total, a Ásia responde por cerca de 40% (China, 14,5%, Japão, 6%);

Europa (UE 25 mais Noruega e Suíça) aproximadamente 25% (Alemanha, 8%; Bélgica,

Holanda e Luxemburgo, 5%; França, 3%; Itália, 2%; Espanha, 1,5%; Reino Unido,

1,5%); Estados Unidos, aproximadamente 23%; América Latina, cerca de 4% (Brasil,

3%).

Na Europa, o volume transformado de resinas (com produção estimada de 60 milhões

de toneladas) foi, em 2006, de estimadas 49,5 milhões de toneladas (crescimento de 4%

relativamente a 2005) das quais Alemanha e Itália juntas representam 40%. O

crescimento médio da demanda por resinas plásticas foi de 3,5%, chegando a 6% em

alguns países como Áustria, Alemanha e Portugal e a 12% em alguns dos novos

membros da União Européia como Polônia e República Tcheca, indicando o grande

potencial de crescimento, para o que contribuiu a integração na União Européia

(PlasticsEurope, EuPC, 2008).

A demanda por resinas plásticas (crescimento acentuado para grades de polietileno) foi

beneficiada pela recuperação da economia européia, tendo como principal motor a

Alemanha com significativos investimentos e volume de exportações. Foi beneficiada

igualmente pelo crescimento da Europa Central, onde os transformadores locais nem

sempre conseguem atender rapidamente a demanda, em especial por embalagens, e por

alguns produtos de maior conteúdo tecnológico. É fato que parte da produção de

plásticos padronizados, de baixo custo e mais intensivos em mão-de-obra vem sendo

transferida para países de menor custo da mão-de-obra, alguns da Europa Central e

Leste Europeu, no entanto, produtos de maior complexidade tecnológica continuam a

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ser produzidos na Europa Ocidental; a Alemanha em particular tem vantagens não só no

que se refere à evidente vantagem da proximidade geográfica no caso de demanda da

própria Europa, mas, especialmente, pelas competências acumuladas em produtos mais

sofisticados (plastemart.com; www.plastimart.com, acesso em 28/12/2007).

Quanto à participação, do consumo global de produtos plásticos, EUA representam

27%; Japão, 8%, Alemanha, 8%. No que se refere ao uso final, o setor de embalagens

continua a ter peso importante no consumo de resinas. Nos EUA: embalagens, 31%;

construção, 18%; consumo e institucional, 18%, transportes, 5%. No Japão:

embalagens, 36,8%; construção, 25,8%; eletroeletrônicos, 9,9%; automotiva, 7%; Na

Europa: embalagens, 37%; construção, 21%; automotiva, 6%, eletroeletrônicos, 8%.

Considerando-se a análise do conjunto de fatores que influenciam a competitividade da

indústria e os pontos destacados na análise do setor de transformados plásticos no

Brasil, pode-se conjeturar que parte das dificuldades recorrentemente apontadas para o

setor tem origem em variáveis sobre as quais o poder de gestão dos dirigentes das

empresas é baixo, em alguns casos, praticamente nulo, e que são sentidas também pelas

empresas do setor mesmo nos principais países produtores.

Recentemente, uma dessas dificuldades vem sendo sintetizada como o “fator China”,

que aparece em análises do setor na União Européia, dos EUA, etc. e que se torna muito

perceptível (“eclode”) a partir do início deste século. A esse respeito vale notar que em

análises anteriores a 2000, EUA, Alemanha e Japão aparecem como os grandes países

atores na indústria mundial de transformados plásticos.

Em análises mais recentes, a China aparece como o grande ator, o grande fator de

pressão, e gerador de reações, pelas notáveis cifras em volume de produção, consumo

interno, exportações, importações (principalmente de resinas) e pelas altas taxas de

crescimento. São cada vez comuns frases do tipo: “… o poder da União Européia no

comércio mundial da indústria dos plásticos diminuiu em favor de novas zonas

produtoras. A participação dos países da UE nas exportações mundiais de plásticos

passou de 62% em 1990 para 48% em 2001. Paralelamente, a participação dos países

asiáticos, a China, em particular, nas exportações mundiais cresceu fortemente: de 12%

em 1990 para 21% em 2001” (SESSI, 2004).

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O impacto da forte presença da China nas exportações mundiais é sentido também pelo

setor nos EUA. Em um dos gráficos da apresentação “Focus on the Future”, da SPI –

Sociedade da Indústria do Plástico, o marco inicial (em 2000) do acentuado aumento do

déficit na balança comercial dos artigos de plástico, aparece marcado com realce e com

a denominação “The China Factor”). A percepção dos efeitos do fator China sobre a

indústria de plásticos nos EUA fez com que a The Society of the Plastics Industry (SPI)

levasse a questão ao Congresso, já no início de 2003, apoiada em uma petição assinada

por mais de 11000 empregados dessa indústria, e em dados sobre emprego (1,5 milhão),

faturamento (US$ 320 bi) e resultado da Balança Comercial, que havia passado de

superávit de US$ 894 milhões a um déficit de US$ 1,4 bi4, em 2002, em grande medida

atribuído ao “fator China”5 . O objetivo foi o de comunicar amplamente que a indústria

passava por situação crítica e precisava da ajuda dos congressistas, na forma de um

programa amplo não só para essa indústria, mas para a indústria manufatureira dos EUA

como um todo, que deveria abranger, entre outros aspectos, a defesa do livre comércio,

preço do gás natural, política tributária para encorajar investimentos, isto é,

reivindicações que não se distanciam das usuais. A contrapartida da indústria ao apoio

do Governo seria o enfrentamento do desafio de continuar a inovar e a aumentar a

produtividade. O que os produtores desejavam, nos termos do representante do SPI era

um ambiente para concorrer com igualdade de condições (plasticsindustry.org, acesso

em 03/02/2008).

No Brasil não é diferente, conforme fica claro pela preocupação expressada em

entrevista para este projeto pelo presidente da Abiplast, Sr. Merheg Cachum, quanto ao

avanço dos produtos chineses no Brasil (movimento sem dúvida favorecido ainda mais

pela atual situação do câmbio, outra variável sobre a qual dirigentes de empresas não

têm poder de gestão), que do abastecimento a pequenas lojas de R$ 1,99 se expandem a

passos largos para as prateleiras e araras de grandes lojas e supermercados, alguns já de

4 Ampliado para US$ 14 bi, de acordo com o manifesto, se consideradas as aplicações de plásticos em produtos de outras indústrias, como automóveis, eletrônicos, linha branca, etc. 5 Interessante observar que diante da atribuição de parte substancial desse cenário à ofensiva da China, um dos congressistas contra argumentou que o problema não era a China, mas o fato de não haver uma estratégia para a indústria.

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maior valor agregado. O avanço já começa a ser sentido de forma mais perceptível no

segmento dos moldes (não só no Brasil), nesse caso favorecido adicionalmente pela

difusão das tecnologias de informação, que viabilizam o envio de desenhos, planos,

resultados de testes pilotos, pela Internet, ficando a movimentação física, etapa em que a

distância é relevante, para o estágio de transporte do molde acabado.

O que fica evidente pelos exemplos mencionados é que o “fator China” tem impactos

sentidos de forma geral, torna-se quase um “dado”, resulta de estratégia deliberada de

política industrial e de desenvolvimento do Governo chinês, e desse ponto de vista não

está sob poder de gestão de empresas, nem mesmo de outros países. Entretanto, reações

estão sendo esboçadas, como na Europa com a adoção de medidas antidumping.

Verifica-se também a reação de caráter oligopólico de empresas instalando plantas na

China para se beneficiar das mesmas vantagens competitivas, não só o custo da mão-de-

obra, mas também o benefício de ter presença física em um mercado de proporções

gigantes e que, pelo relativo baixo consumo, ainda tem muito a crescer. Reações de

outra natureza podem ter como núcleo investimentos em design, tecnologia, inovação,

ou seja, diferenciação na direção de produtos de maior valor agregado.

Se é muito difícil concorrer com a “grande fábrica mundial chinesa” (ainda com

estratégia de baixo custo), as condições de concorrência têm de ser buscadas no

caminho do design, da qualidade, das especialidades, da diferenciação. Em algum

momento, como parte da política de desenvolvimento, esse caminho será trilhado

também pela China, visando uma inserção mais forte nas exportações mundiais de

produtos de maior valor agregado.

Interessante assinalar que do lado da China, a grande fonte de pressão para a indústria

mundial de plásticos, também são sentidas e apontadas dificuldades e desafios para a

indústria local, tanto no que se refere aos impactos das medidas anti dumping, quanto à

dependência da importação de resinas, quanto à defasagem tecnológica na produção de

máquinas (e mesmo de moldes), quanto ao baixo valor agregado dos produtos

exportados (em contraste com a importação de produtos de maior valor agregado), etc.

Essa preocupação é claramente explicitada em texto do Sr. Liao Zhengpin, President of

China Plastics Processing Industry (LIÃO, 2005), que embora enfatizando o resultado

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favorável da balança comercial de produtos plásticos (exportações de US$ 9,74 bilhões

e importações de US$ 5,52 bilhões, em 2003), manifesta preocupação com o fato de tal

resultado dever-se principalmente ao aumento do volume exportado, posto que produtos

de alto valor agregado e de alta tecnologia ainda são pouco presentes na pauta das

exportações, e concentrados em limitado número de países e regiões (o preço médio da

tonelada dos produtos exportados foi de US$ 1097,4 e o dos produtos importados, de

US$ 2789,2). Além disso, destaca boa parte das empresas não tem experiência em

estratégias de negócios internacionais. A partir dessas considerações propõe que para

desenvolver novos tipos de produtos plásticos e aumentar a qualidade, será necessário

dar mais atenção ao desenvolvimento e produção de máquinas, moldes e ferramentas (a

notar que se o nome do país não estivesse anotado, a preocupação poderia ser

facilmente atribuída a um representante do setor no Brasil).

Nos EUA, de acordo com dados do U.S. Census Bureau, o número de empresas na

indústria de transformados plásticos (não incluindo calçados e móveis de plásticos) era,

em 2005, de 9901, com 12455 estabelecimentos empregando, no total, 739.862 pessoas

(Tabela ). As empresas com até 99 funcionários representavam 83% desse total (os

estabelecimentos representavam 67,2%) e 22% do total de empregados nessa indústria.

Isto é, 16,8% das empresas (32,8% dos estabelecimentos) representavam 78% do total

do emprego na indústria de transformados plásticos. A média de empregados por

empresa era de 20 pessoas nos estabelecimentos até 100 empregados; de 140 nos

estabelecimentos com mais de 100 empregados, e de 59 na média dessa indústria (na

indústria de transformação como um todo, a média era de 41 empregados por

estabelecimento). Vale observar que no total de estabelecimentos não estão incluídos os

estabelecimentos sem empregados que somavam 5451 no NAIC 326 – produtos de

plásticos e produtos de borracha (não há o número para cada um dos setores em

separado).

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Tabela 1 – Número de empresas, empregados, pagamento anual, EUA, 2005 (não inclui calçados e móveis de plásticos)

Faixas de no.de empregados

No. empresas

% s/ total ind. transf.

plást.

% s/ total Ind.

Transf.nos EUA

No. estab.

% s/ total ind.

transf. plást.

% s/ total Ind.

Transf.nos EUA

No. empreg.

% s/ total ind.

transf. plást.

% s/ total Ind.

Transf.nos EUA

No. médio

empreg. por

estab.

Pagamento anual aos

empreg.(1000 US$)

% s/ total ind.

transf. plást.

% s/ total Ind.

Transf.nos EUA

Pagamento médio por empregado

na inds. transf.

plast.(1000 US$)

1 - 4 empreg. 2277 23,0% 1% 2281 18,3% 1% 4317 1% 0,03% 2 215577 1% 0,04% 49,94 5 - 9 empreg. 1451 14,7% 1% 1452 11,7% 0,4% 9809 1% 0,07% 7 311150 1% 0,05% 31,72

10- 19 empreg. 1599 16,1% 1% 1603 12,9% 0,5% 22110 3% 0,16% 14 723515 3% 0,12% 32,72 20- 99 empreg. 2915 29,4% 1% 3030 24,3% 1% 129919 18% 0,95% 43 4377729 16% 0,73% 33,70

Sub total 1 8242 83,2% 3% 8366 67,2% 3% 166155 22% 1,22% 20 5627971 21% 0,94% 33,87 100 - 499 empreg.

1122 11,3% 0% 1689 13,6% 1% 181937 25% 1,33% 108 6288374 24% 1,05% 34,56

500 ou mais empreg.

537 5,4% 0% 2400 19,3% 1% 391770 53% 2,87% 163 14731876 55% 2,45% 37,60

Sub total 2 1659 16,8% 1% 4089 32,8% 1% 573707 78% 4,20% 140 21020250 79% 3,50% 36,64 Total inds.

transf. plást. 9901 100% 3% 12455 100% 4% 739862 100% 5,41% 59 26648221 100% 4,44% 36,02

Total Indústria Transformação

nos EUA 288568 100% 333460 100% 13667337 100% 41 600696305 100,0% 43,95

Fonte: elaboração própria a partir de dados de United States of America. Census Bureau, County Business Patterns (2006)

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14

No Japão, em 2005, havia, de acordo com dados do Ministério da Economia, Comércio

e Indústria, 16.616 estabelecimentos (acima de 4 empregados), com um total de 436.897

empregados (Tabela ). Os estabelecimentos com até 99 funcionários representavam

95,3% desse total e 65,6% do total de empregados nessa indústria, média de 26 pessoas

ocupadas por estabelecimento. Ou seja, 4,7% dos estabelecimentos respondiam por

37,4% do total do emprego na indústria de transformados plásticos, evidência da

concentração, apesar da atomização. Enquanto nos estabelecimentos com até 99

funcionários a média era de 17 empregados por unidade, nos estabelecimentos acima de

100 empregados era de 209 empregados por estabelecimento (na indústria de

transformação, como um todo, a média era de 29 pessoas por estabelecimento). Como

no Brasil, EUA e Japão, a atomização (com concentração) é traço marcante na estrutura

industrial dessa indústria em outros países produtores, o que leva a outra evidente

característica, a heterogeneidade.

Na China, estima-se que das estimadas 8.237 Companhias com razoável escala de

produção (pelos dados do Censo de 2004 são mais de 70.000 figuras legais, conforme

aparece na Tabela ) apenas 527 têm receitas acima de 100 milhões de Yuan, isto é, 6,3%

das Companhias são responsáveis por 47,7% da receita total em produtos de plásticos.

Só 15 Companhias têm receitas acima de 1 bilhão de Yuan, e 3 com faturamento acima

de 3 bilhões. Com o rápido desenvolvimento da indústria, tem aumentado o número de

Companhias com escala de produção relevante, em 2004 já eram 8981. (LIÃO, 2005).

Na Índia (CIPAD, 2006), só entre 10% e 15% do total de empresas podem ser

consideradas de médio e grande porte e as 100 maiores representam apenas 0,3% do

total, mas geram 20% do total do faturamento.

Na França, convivendo com os grandes grupos do setor, as empresas de menos de 250

empregados, são 9, entre 10 (SESSI: Service des études et des statistiques industrielles,

2005). Na Europa, a indústria de transformação engloba mais de 40000 empresas,

empregando mais de 1,7 milhão de empregados (média de 42 pessoas ocupadas por

empresa).

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15

Tabela 2 - Número de estabelecimentos, de empregados, pagamento anual em transformados plásticos no Japão (2005)

Faixas por no. de empregados Estabelecimentos

% s/ total ind de transf plásticos

% s/ total da Indústria Empregados

% s/ total ind de transf plásticos

% s/ total da Indústria

No. médio empreg. por estab.

Remuneração (em mil Yen)

% s/ total ind de transf plásticos

% s/ total da Indústria

Remuneração média (em mil Yen)

Valor matérias-primas,comb., eletricidade, etc. (em mil Yen)

% s/ total ind de transf plásticos

% s/ total da Indústria

Faturamento dos prod. de plásticos (em mil Yen)

% s/ total ind de transf plásticos

% s/ total da Indústria

Valor da produção (em mil Yen)

% s/ valor da prod. da indús. transf. plásticos

valor adicionado (em mil Yen)

% s/ total ind de transf plásticos

% s/ total da Indústria

4 a 9 empreg. 7.739 46,6 2,8 47.369 10,8 0,6 6,1 126.347 7,6 0,4 2,67 225.809 3,8 0,0 496.398 4,6 0,0 257.732 5,8 0,2

10 a 19 empreg. 3.669 22,1 1,3 50.959 11,7 0,6 13,9 159.207 9,6 0,4 3,12 368.543 6,2 0,0 746.375 6,8 0,0 746.793 7,2 359.925 8,1 0,3

20 a 49 empreg. 3.319 20,0 1,2 98.230 22,5 1,2 29,6 338.739 20,4 0,9 3,45 1.084.664 18,2 0,1 1.965.271 18,0 0,1 1.967.811 18,8 810.544 18,3 0,8

50 a 99 empreg. 1.105 6,7 0,4 76.785 17,6 0,9 69,5 286.957 17,3 0,8 3,74 1.131.356 19,0 0,1 1.973.851 18,1 0,1 1.978.886 19,0 740.159 16,7 0,7

Sub total 1 15.832 95,3 5,7 273.343 62,6 3,4 17,3 911.250 55,0 2,5 12,98 2.810.372 47,2 16,1 ###### 47,5 17,5 #### 45,0 2.168.360 49,0 2,1

100 a 199 empreg. 513 3,1 0,2 69.204 15,8 0,8 134,9 285.625 17,2 0,8 4,13 1.117.443 18,8 0,1 2.065.642 18,9 0,1 2.074.023 19,9 840.582 19,0 0,8

200 a 299 empreg. 138 0,8 0,0 32.797 7,5 0,4 237,7 144.229 8,7 0,4 4,40 592.978 10,0 0,0 1.098.909 10,1 0,0 1.107.578 10,6 448.303 10,1 0,4

300 a 499 empreg. 97 0,6 0,0 36.277 8,3 0,4 374,0 174.725 10,5 0,5 4,82 844.456 14,2 0,0 1.467.016 13,5 0,0 1.471.489 14,1 534.333 12,1 0,5

500 a 999 empreg. 32 0,2 0,0 20.484 4,7 0,3 640,1 111.336 6,7 0,3 5,44 476.469 8,0 0,0 887.727 8,1 0,0 891.880 8,5 360.122 8,1 0,3

1000 ou mais empreg. 4 0,0 0,0 4.792 1,1 0,1 1198,0 29.893 1,8 0,1 6,24 114.623 1,9 0,0 204.683 1,9 0,0 203.019 1,9 76.604 1,7 0,1

Sub total 2 784 4,7 0,3 163.554 37,4 2,0 208,6 745.808 45,0 2,1 25,01 3.145.969 52,8 18,0 ###### 52,5 19,4 #### 55,0 ###### 51,0 2,2 Total na inds de transf. Plástico 16.616 100,0 6,0 436.897 100,0 5,4 26,3 1.657.058 100,0 4,6 3,79 5.956.341 100,0 0,3 ###### 100,0 0,4 #### 100,0 ###### 100,0 4,2

Total na Indústria 276.716 100,0 8.159.364 0,0 100,0 29,5 35.739.493 100,0 1.749.338.697 100,0 ######## 100,0 104.236.276 0,0 100,0

Fonte: Japan. Ministry of Economy, Trade and Industry (METI).Statistics

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16

Tabela 3 - Número de empresas, de empregados, e outros dados da Indústria de Transformação de Plásticos nos principais países produtores

País No. de empr./ estabelecimentos No. de empreg. No. médio de

empreg./estab./empresa

Toneladas processadas por empreg.

(dados de 2002)

Prod. de

resinas (em

milhões de ton.)

Consumo resinas (em milhões de

ton.) Faturamento

% volume transf. na produção

mundial de resinas (245 mi

ton 2006)

Exportações (em US$1000,

em 2005)

Importações(em US$ 1000, em

2005)

Consumo por

habitante (kg)

EUA (2005) 12.473 (estab. com empreg.; não inclui calçados e móveis); 9.901

empresas 743.600

60 (por estab.); 75 (por empresa)

42 55,7 45,7 (2005) US$171 bi (2005) 18,4 16.555 21.253 150

China (Censo 2004) 73.000 (faturamento anual acima de 5 milhões de yuans;US$ 618.818)

3.022.000 41 40 22 41,5 (em 2005) US$ 32,1bi

(2003) 8,9 13.769 7.104 24

Alemanha 2.800 (empresas com mais de 20

empregados) 282.500 101 48 20,8 14,5 (em 2005)

US$ 61,5 bi (2006)

4,6 22.910 11.699 176

Japão (2005) 16.616 (estab.mais de 40 empreg.) 436.897 26 44 18,2 13,5 (2005) US$ 99 bi 4,6 8.214 5.133 106 Itália (2005) 5.350 119.000 22 54 4,1 8,6 (2005) US$ 18 bi 3,2 9.875 4.747 148

França (dados 2005) 4.052 estab.; 1.419 (empresas com

mais de 20 empregados); 3.750 empr. no total.

151.808 37 (por estab); 40 por

empr. 35 8,1 8,7 (em 2005) US$ 36,3 bi 2,2 7.415 9.875 137

Bélgica (2006) 859 estab e 800 empr (inclui

plásticos e borracha - dados 2000)

30.994 (inclui plásticos e borracha

- dados 2000); 22841estab.

(plásticos em 2004)

36 3,5 1,8 (2005) US$ 6,3 bi 1,0 6.631 5.197 173

Espanha (2006) 3934 88908 23 4,6 (2006) US$ 20,4 bi

(2005) 1,9 3.257 4.374 113

Canadá (2005) 2.405 93.000 39 5,4 (2006) US$18,3 (bi) 2,2 6.216 5.768 160

Brasil 8.844 (estabelecimentos, todos os

tamanhos) 252.931 30 19 4,9 4,5

US$ 18,3 bi (2006)

1,8 614 916 24,4

México 3.140 152.600 48 21 2,9 4,5 US$ 12,5 1,8 3.069 9.075 43

India (2005) 22.000 400.000 18 4,0 US$ 5,6 bi (2006) 1,5 1,2US$ bi

(2006) 4

Fonte: elaboração própria a partir de diversas fontes. EUA: U.S. Census Bureau, 2005 e SPI (in CIPAD, 2007); China: National Bureau of Statistics of China, e China Year Book, 2006; Alemanha: IESE, 2005; Japão: Ministry of Economy, Trade and Industry (METI) e JPIF (in CIPAD, 2007); Itália: PlasticsEurope (in CIPAD, 2007); França: Panorama de la Plasturgie, 2007; Bélgica: http://goliath.ecnext.com/coms2/gi_0199-5207670/Plastics-top-sector-for-Belgium, e Direction Générale Statisitique et Information Économique – production industrielle et construction; Espanha: Spanish Plastics Industry Association (in CIPAD, 2007), INE; Canada: Canadian Plastics Industry Association (in CIPAD, 2007); Brasil – ABIPLAST. Perfil da Indústria Brasileira de Transformação de Material Plástico, Maio, 2007; México: National Plastics Industry Association, TIJERA (2005), e SHASTRI e VEJA (2007); India: Pastindia Foundation. Indian Plastic Industry. Review & Outlook, in CIPAD, 2006; plasticsnews fórum 2007 .

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17

Outra característica da indústria de transformados plásticos nos principais países

produtores, que também se verifica no Brasil, é a presença de concentração de empresas

(diversos elos) e conjunto de instituições de apoio em determinadas localizações

geográficas.

As concentrações geográficas de empresas são características nos principais países

produtores. Nos EUA, Erie, na Pensilvânia, um dos principais centros da indústria do

plástico nos EUA e é reconhecida tanto no setor de moldes quanto na produção de

embalagens, em especial para a indústria de higiene e limpeza. Responsável por mais de

10% do total da produção de plásticos por injeção dos EUA, lá estão instaladas 4 das 50

maiores empresas de plásticos do país.

Na França, um dos mais importantes e completos centros produtores da Europa,

Oyonnax, na região de Rhône-Alpes, a mais importante na produção de plásticos, em

emprego e em valor agregado, da França. Parte significativa da produção é voltada,

como no ABC Paulista, para a indústria automobilística, embora diversificada

estendendo-se do fornecimento para a indústria de móveis à aeronáutica, com peças

complexas; a região concentra cerca de 1000 empresas e emprega em torno de 27000

pessoas. A plasturgia de Rhône-Alpes obtém pouco mais de um quarto de seu

faturamento das exportações, média acima da nacional e no período de 2000 a 2004

concentrava 16% do total de investimentos acumulados na plasturgia na França. O pólo

da plasturgia como é conhecida a região, pôs em marcha um ambicioso plano de

desenvolvimento para 3 anos (2007- 2009) visando a ampliação da diversificação de

mercados, buscando outros clientes industriais para os plásticos (principalmente

indústria farmacêutica e área médica, construção, indústria do esporte), de forma a

superar os efeitos da erosão dos contratos com a indústria automobilística. Considera-

se que a inovação e busca de produtos de maior valor agregado constituem vantagens

competitivas decisivas para o futuro da indústria no pólo. O pólo de competitividade

viabilizado em 2005 em Oyonnax, engloba atividades de concepção de materiais;

design; transformadores; fabricantes de máquinas e ferramentas; centros técnicos, de

estudos, de ensino e pesquisas, de testes e ensaios, etc. A missão é a incentivar as

pequenas empresas da cadeia produtiva local a desenvolver inovação. Para tanto, as

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atividades do pólo se organizam em torno de 6 eixos: materiais/formulação; processos e

procedimentos; compósitos; plásticos “inteligentes” (funcionais); embalagens

biodegradáveis; propriedades sensoriais. Aderiram 120 empresas, das quais 85% PME,

e há mais 130 outras empresas que participam das atividades do pólo. Houve a adesão

também de 20 laboratórios de pesquisa (Les Chambres de Commerce et d’Industrie

Rhône-Alpes, 2007).

Na Alemanha, as regiões de Rhur e de Baden-Wuerttemberg detêm em torno de 40% do

total da indústria de transformação de plásticos do país. Na Itália, a região de Emília-

Romagna concentra parte considerável dos produtores de embalagem e, na indústria em

que é mais conhecida, a de bens de capital, há presença de empresas voltadas para a

fabricação de máquinas para a indústria de transformação de plásticos. Na Espanha, a

partir de uma empresa de mecânica de precisão, desenvolveu-se uma concentração

setorial em Saragoça, com foco na produção de moldes e ferramentas (SESSI, 2004;

IESE, 2005).

Mesmo a imensa China tem a sua “capital” ou “reino” do plástico em Taizhou,

província de Zhejiang (CPMIA, 2007). A presença dessas aglomerações setoriais

(clusters) é sempre amplamente divulgada como um fator de competitividade para a

indústria de transformação de plásticos do país.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR NO BRASIL E NO ESTADO DE SÃO PAULO .

Dados da ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico)

A Associação Brasileira das Indústrias do Plástico (ABIPLAST) realiza periodicamente

uma série de estimativas com relação à dimensão e evolução do setor de transformação

de plásticos no Brasil.

Em sua mais recente publicação (Abiplast, 2006), observa-se que o Consumo Aparente

de Artefatos Plásticos (definido por: Consumo Nacional de Resinas + Importação de

Artefatos – Exportação de Artefatos), em milhares de toneladas, apresentou um

crescimento, entre 2000 e 2006, de apenas 14,2% no total do período ou 2,2% ao ano,

em média (Tabela 4). Esse resultado bastante fraco contribuiu para o crescimento

insignificante do consumo per capita (4% no total do período ou 0,6% ao ano). A partir

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19

dessa tabela, observe-se também a baixa participação das exportações e das importações

no consumo aparente de artefatos plásticos (em torno de 7%). Isso ocorre em função dos

altos custos de transporte do material transformado plástico e da necessidade de

proximidade com o cliente, constituindo uma espécie de barreira natural às importações,

apesar de não intransponível como evidencia o aumento das importações da China.

Tabela 4 - Brasil: Consumo aparente de artefatos plásticos, 2000-2006, em milhares de toneladas e

em kg por habitante

Ano Consumo Nacional de Resinas

Importação de Artefatos

Exportação de Artefatos

Consumo Aparente de

Artefatos Plásticos

Consumo Per Capita de Plástico no Brasil (kg/hab)

2000 3.888 252 142 3.998 23,5

2001 3.822 234 156 3.900 22,7

2002 3.916 221 142 3.995 22,8

2003 3.817 230 200 3.847 21,8

2004 4.220 300 248 4.273 23,6

2005 4.213 325 275 4.263 23,2

2006 4.536 352 323 4.564 24,4

Cresc. Total (%) 16,7 39,6 127,8 14,2 4,0

Cresc ao ano (%) 2,6 5,7 14,7 2,2 0,6

Fonte: ABIPLAST(2006)

Entre as resinas mais consumidas no Brasil, em 2006, estão o Polipropileno (PP), o

Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e o Policloreto de Vinila (PVC). Em todos os

casos, observa-se o território brasileiro como fonte principal produtora das resinas

termoplásticas consumidas no país. A importação de resinas possui uma participação

maior no consumo aparente de Polietileno de Baixa Densidade Linear (PEBDL) e de

Polietileno Tereftalato (PET). As exportações de resinas constituem 23,9% do total

produzido no Brasil, dessas resinas selecionadas (Tabela 5).

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20

Tabela 5 - Consumo aparente de resinas termoplásticas selecionadas, 2006, em milhares de

toneladas.

Resina Produção Importação Exportação Saldo Consumo Aparente %

PP 1.235 105 223 118 1.117 24,6

PEAD 1.018 111 354 243 776 17,1

PVC 676 127 51 -76 752 16,6

PEBD 681 11 149 138 542 12,0

PEBDL 635 174 295 121 514 11,3

PET 307 172 30 -142 449 9,9

PS 361 30 57 27 333 7,3

EVA 72 14 34 20 52 1,1

TOTAL 4.985 744 1.193 449 4.535 100,0

Fonte: ABIPLAST(2006)

A ABIPLAST também realiza uma estimativa do faturamento do setor de transformados

plásticos no Brasil. Pelos seus cálculos, em 2006, o setor apresentou um faturamento

próximo de R$ 40 bilhões, 123% maior que o de 2000, em termos nominais. No

entanto, a série deflacionada pelo IGP-OG (matérias plásticas) mostra uma estagnação

em termos reais, com forte decréscimo entre os anos de 2000 e 2003 (Tabela 6).

Tabela 6 - Faturamento do setor de transformação de plásticos, 2000-2006

Ano (R$) milhões correntes

(R$) milhões constantes de 2005 (US$) milhões correntes

2000 18.176 37.995 10.042

2001 12.171 21.034 6.688

2002 18.996 25.940 8.083

2003 27.384 36.342 9.346

2004 40.441 35.822 13.173

2005 38.754 38.754 15.948

2006 40.593 18.661

Fonte: ABIPLAST(2006)

Pesquisa Industrial Anual (PIA – IBGE)– 2000 – 2005.

A Pesquisa Industrial Anual fornece dados importantes para a análise do setor de

transformados plásticos, como o Valor da Produção Industrial¸ o Valor da

Transformação Industrial (uma proxy do valor adicionado), o Custo Operacional Bruto,

o número de empresas, número de funcionários, Valor dos Salários Pagos pela indústria

e outros indicadores. Cabe ressaltar que essa pesquisa utiliza como base de informações

apenas as empresas com mais de 4 funcionários.

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21

O Valor da Produção Industrial brasileira de transformados plásticos (série

deflacionada), no período entre 1996 e 2005, passou de R$ 21,3 bilhões para R$ 31,9

bilhões, apresentando um crescimento de 49,3% no período ou de 4,5% ao ano, em

média. O Estado de São Paulo obteve um desempenho pior nesse indicador. No mesmo

período, a produção industrial paulista, nesse setor, cresceu 25,4% (ou 2,5% ao ano).

Em razão do menor ritmo de crescimento, a participação do Estado de São Paulo (ESP)

no valor da produção total do Brasil que era de 61,5% em 1996 se reduziu para 51,6%.

No último ano da série (2005), houve uma pequena recuperação da participação da

indústria paulista no total (aumento de 1,3 ponto percentual), o que poderia indicar uma

recuperação da indústria paulista relativamente a outros estados (Tabela 7).

Tabela 7 - Brasil e Estado de São Paulo - Setor de Transformados Plásticos - Valor da Produção

Industrial (R$ mil de 2005) - Deflator (deflator indústria de transformação - Contas Nacionais).

Brasil Estado de São Paulo Participação ESP/Brasil (%)

1996 21.351.456 13.122.548 61,5

1997 22.375.712 13.760.047 61,5

1998 22.771.371 12.946.040 56,9

1999 24.010.546 14.180.516 59,1

2000 29.440.130 16.999.376 57,7

2001 26.978.589 15.085.794 55,9

2002 26.342.725 14.297.601 54,3

2003 29.101.421 15.429.672 53,0

2004 30.162.991 15.164.640 50,3

2005 31.872.572 16.454.329 51,6

Cresc. Total (%) 49,3 25,4 -16,0

Cresc. ao ano (%) 4,6 2,5 -1,9

Fonte: PIA - IBGE

Nas duas regiões analisadas (Brasil e ESP), o número de unidades produtivas (unidades

locais) aumentou, embora o ritmo de crescimento também tenha sido maior no Brasil do

que em São Paulo (aumento de 63% no Brasil e de 39,5% no ESP). Dadas essas

diferenças no percentual de crescimento, a participação do ESP, em número de unidades

produtivas no setor de transformados plásticos no Brasil, que era de 56,1% em 1996 se

reduziu para 48% em 2005 (Tabela 9).

Ao realizar a comparação do valor da produção industrial com o número de unidades

locais, observa-se que o crescimento do primeiro é menor que o do segundo, o que

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22

resulta em um Valor da Produção Industrial Médio decrescente ao longo dos anos (tanto

no Brasil como no ESP). Esse indicador denota uma diminuição no porte das empresas

nesse setor (Tabela 8). A diminuição do porte das empresas também pode ser

evidenciada pela relação entre o número de unidades locais e o número de funcionários

do setor (Tabela 9).

O porte médio dos estabelecimentos (número de empregados por unidade local) nas

duas regiões, ao longo do período analisado, é equivalente. Tanto no Brasil como no

ESP, em 1996, havia em torno de 47 funcionários por estabelecimento e, em 2005, ao

redor de 40 funcionários, em média, por estabelecimento (Tabela 9). O porte médio das

unidades locais se reduziu, nas duas regiões, em função do aumento maior do número

de estabelecimentos do que do número de ocupações no setor. Como as grandes e

médias empresas do setor possuem um alto nível de mecanização nas fábricas e,

portanto, as possibilidades de substituição de homens por máquinas são pequenas, a

melhor explicação para a queda do porte médio nas duas regiões estaria associada ao

aumento do número microempresas e empresas de pequeno porte.

Tabela 8 - Brasil e Estado de São Paulo - Setor de Transformados Plásticos - Valor da Produção

Industrial Médio (por unidade local) - (R$ mil de 2005) - Deflator (deflator indústria de

transformação - Contas Nacionais)

Brasil Estado de São Paulo

1996 5.649 6.193

1997 5.427 5.890

1998 5.510 5.686

1999 5.269 5.807

2000 5.968 6.612

2001 5.165 5.536

2002 4.778 5.143

2003 4.972 5.216

2004 4.925 4.917

2005 5.172 5.566

Cresc. Total (%) -8,4 -10,1

Cresc. ao ano (%) -1,0 -1,2

Fonte: PIA - IBGE

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23

O número de funcionários (Pessoal Ocupado) nos estabelecimentos do setor de

transformados plásticos aumentou nesse período nas duas regiões analisadas. Também

nessa variável o setor de transformados plásticos apresentou um desempenho melhor no

Brasil do que no ESP (Tabela 9).

O número de pessoas trabalhando no setor no Brasil passou de 177 mil para 249 mil

pessoas (crescimento de 40,6% no total do período ou 3,9% ao ano) e, no Estado de São

Paulo, o emprego no setor passou de 99 mil para em torno de 120 mil pessoas

(crescimento de 21,1% no total do período ou 2,1% ao ano). Essas diferenças no ritmo

de crescimento do emprego no setor resultaram na diminuição da participação do ESP

no total das pessoas ocupadas no setor no Brasil (de 55,9% em 1996 para 48,1% em

2005).

Tabela 9 - Brasil e Estado de São Paulo - Setor de Transformados Plásticos - Pessoal Ocupado e

Porte Médio das Unidades Locais (UL/PO)

Unidades Locais (UL) Pessoal Ocupado (PO) Porte Médio (PO/UL)

Brasil Estado de São

Paulo Brasil Estado de São

Paulo Brasil Estado de São

Paulo

1996 3.780 2.119 177.400 99.146 46,9 46,8

1997 4.123 2.336 186.397 105.008 45,2 45,0

1998 4.133 2.277 183.918 94.148 44,5 41,3

1999 4.557 2.442 191.762 102.263 42,1 41,9

2000 4.933 2.571 211.162 108.217 42,8 42,1

2001 5.223 2.725 203.534 104.737 39,0 38,4

2002 5.513 2.780 203.267 103.177 36,9 37,1

2003 5.853 2.958 222.875 108.578 38,1 36,7

2004 6.124 3.084 233.816 104.796 38,2 34,0

2005 6.163 2.956 249.438 120.051 40,5 40,6

Cresc. Total (%) 63,0 39,5 40,6 21,1 -13,8 -13,2

Cresc. ao ano (%) 5,6 3,8 3,9 2,1 -1,6 -1,6

Fonte: PIA - IBGE

Com relação ao Valor da Transformação Industrial (VTI), o desempenho do setor em

São Paulo também foi pior que o do total do Brasil. Enquanto o VTI da indústria

brasileira de transformados plásticos cresceu 14,2% no total do período (1,5% ao ano),

no Estado de São Paulo houve um pequeno crescimento do VTI nesse período (2,2% no

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24

total ou 0,2% ao ano). Graças ao desempenho do setor no último ano, o VTI do ESP de

2005 não mostrou redução com relação a 1996 (Tabela 10).

Aparentemente, o setor em São Paulo perde competitividade relativamente ao resto do

Brasil em algum aspecto dos produtos e não nos processos produtivos. Afinal,

observando o valor do Custo das Operações Industriais (COI), nota-se que houve um

aumento de 82,4% no Brasil (6,9% ao ano), enquanto que no Estado de São Paulo o

crescimento do COI foi de 47,4% entre 1996 e 2005 (ou 4,4% ao ano). Por esse motivo,

a participação do ESP no Custo das Operações Industriais do total do Brasil que era de

61,2% em 1996 diminuiu para 49,5% em 2005 (Tabela 11).

Tabela 10 - Brasil e Estado de São Paulo - Setor de Transformados Plásticos - Valor da

Transformação Industrial (R$ mil de 2005) - Deflator (deflator indústria de transformação - Contas

Nacionais).

Brasil Estado de São

Paulo Participação

ESP/Brasil (%)

1996 10.360.928 6.391.234 61,7

1997 10.471.462 6.619.286 63,2

1998 9.937.540 5.777.452 58,1

1999 10.361.072 6.222.692 60,1

2000 10.720.778 6.281.761 58,6

2001 10.153.855 5.675.716 55,9

2002 10.196.934 5.669.096 55,6

2003 10.495.738 5.483.728 52,2

2004 10.972.971 5.732.722 52,2

2005 11.828.237 6.531.973 55,2

Cresc. Total (%) 14,2 2,2 -10,5

Cresc. ao ano (%) 1,5 0,2 -1,2

Fonte: PIA - IBGE

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25

Tabela 11 - Brasil e Estado de São Paulo - Setor de Transformados Plásticos - Custo das Operações

Industriais (R$ mil de 2005) - Deflator (deflator indústria de transformação - Contas Nacionais).

Brasil Estado de São

Paulo Participação

ESP/Brasil (%)

1996 10.990.525 6.731.314 61,2

1997 11.904.249 7.140.761 60,0

1998 12.833.828 7.168.588 55,9

1999 13.649.476 7.957.826 58,3

2000 18.719.352 10.717.616 57,3

2001 16.824.733 9.410.078 55,9

2002 16.145.792 8.628.505 53,4

2003 18.605.681 9.945.944 53,5

2004 19.190.020 9.431.917 49,2

2005 20.043.407 9.921.959 49,5

Cresc. Total (%) 82,4 47,4 -19,2

Cresc. ao ano (%) 6,9 4,4 -2,3

Fonte: PIA - IBGE

A hipótese de que as unidades produtivas do ESP possam ter aumentado sua eficiência

produtiva relativamente mais do que as unidades do Brasil é reforçada quando analisado

o indicador de produtividade da mão-de-obra (Valor da Transformação Industrial/

Pessoal Ocupado). Apesar das duas regiões terem apresentado uma queda nesse

indicador, no ESP a diminuição foi um pouco menor (-18,8% no Brasil, -19,3% no

Brasil sem o ESP e -15,6% no ESP). Com isso, a produtividade das unidades do ESP,

em 1996, era 10% maior que a produtividade das unidades do Brasil (ou 27% maior que

as do Brasil sem o ESP), e em 2005, era 15% e 33% maior, respectivamente (Tabela

12).

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26

Tabela 12 - Brasil, Brasil (exclusive Estado de São Paulo) e Estado de São Paulo - Setor de

Transformados Plásticos - Produtividade Industrial (Valor da Transformação Industrial / Pessoal

Ocupado). (R$ mil de 2005) - Deflator (deflator indústria de transformação - Contas Nacionais).

Brasil

Brasil (excl. o Estado de São

Paulo) Estado de São

Paulo ESP/Brasil ESP/Brasil (excl. ESP)

1996 58,4 50,7 64,5 1,10 1,27

1997 56,2 47,3 63,0 1,12 1,33

1998 54,0 46,3 61,4 1,14 1,32

1999 54,0 46,2 60,8 1,13 1,32

2000 50,8 43,1 58,0 1,14 1,35

2001 49,9 45,3 54,2 1,09 1,20

2002 50,2 45,2 54,9 1,10 1,21

2003 47,1 43,9 50,5 1,07 1,15

2004 46,9 40,6 54,7 1,17 1,35

2005 47,4 40,9 54,4 1,15 1,33

Cresc. Total (%) -18,8 -19,3 -15,6 4,0 4,6

Cresc. ao ano (%) -2,3 -2,4 -1,9 0,4 0,5

Fonte: PIA - IBGE

Vale ressaltar que esse mesmo indicador para o total da Indústria da Transformação no

Brasil aumentou de R$78 mil para R$80,3 mil por empregado e, no Estado de São

Paulo, a produtividade da Indústria total diminuiu de R$91,8 mil para R$89,7 mil por

empregado (queda de 2,3% no período) (Tabela 13). A comparação da produtividade do

total da indústria (R$80,3 mil por empregado) com a do setor de transformados plásticos

(R$47,4 mil por empregado) revela que, a despeito da elevada mecanização em alguns

segmentos do setor de transformação de plástico, a atividade ainda pode ser definida de

baixa produtividade e intensiva em mão-de-obra.

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27

Tabela 13 - Brasil, Brasil (exclusive Estado de São Paulo) e Estado de São Paulo - Setor Industrial

Total - Produtividade Industrial (Valor da Transfor mação Industrial / Pessoal Ocupado). (R$ mil

de 2005) - Deflator (deflator indústria de transformação - Contas Nacionais).

Brasil Brasil (excl. o Estado

de São Paulo) Estado de São

Paulo ESP/Brasil ESP/Brasil (excl.

ESP)

1996 78,0 68,0 91,8 1,18 1,35

1997 80,5 69,1 96,7 1,20 1,40

1998 81,4 68,9 99,9 1,23 1,45

1999 80,1 70,8 94,4 1,18 1,33

2000 82,9 74,5 96,3 1,16 1,29

2001 83,6 75,3 97,1 1,16 1,29

2002 74,7 68,3 85,6 1,15 1,25

2003 78,6 72,9 88,6 1,13 1,21

2004 77,3 72,5 85,7 1,11 1,18

2005 80,3 75,0 89,7 1,12 1,19

Cresc. Total (%) 2,9 10,3 -2,4 -5,1 -11,5

Cresc. ao ano (%) 0,3 1,1 -0,3 -0,6 -1,3

Fonte: PIA – IBGE

No Estado de São Paulo, o ônus da queda da produtividade no setor de transformados

plásticos foi repassado para a mão-de-obra. Isso porque o montante de salários, retiradas

e outras remunerações pagos por esse setor, ao longo desse período, diminuiu 11%. No

Brasil, a massa de rendimento do trabalho nesse setor aumentou muito pouco (1,2% no

total do período). Nas duas regiões, a remuneração média real diminuiu

significativamente (28,0% no Brasil e 26,4% no ESP). Note-se que, em 2005, a

remuneração média real da mão-de-obra no ESP era 21% maior do que a do Brasil e

49% maior que a do Brasil excluindo os valores do ESP6 (Tabela 14).

Considerando o Excedente Operacional Bruto (EOB) como a diferença entre o Valor da

Transformação Industrial e o Valor dos Salários, Retiradas e outras Remunerações do

Trabalho, observa-se que o valor dessa variável (proxy do lucro bruto), no setor de

transformados plásticos, aumentou nas duas regiões analisadas, embora o tenha feito

com menor intensidade no ESP (20,6% no Brasil, 37,1% no Brasil excluindo o ESP e

6 A queda das remunerações médias do trabalho na indústria como um todo também aparece no Brasil e no Estado de São Paulo (28,9% e 27,2%, respectivamente).

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28

9,4% no ESP). A participação do EOB do Estado de São Paulo no total do Brasil que

era de 59,6% em 1996, passou para 54% em 2005 (Tabela 15).

Tabela 14 - Brasil, Brasil (exclusive Estado de São Paulo) e Estado de São Paulo - Setor de

Transformados Plásticos - Valor dos Salários, Retiradas e Outras Remunerações e Valor da

Remuneração Média (Remunerações / Pessoal Ocupado) (R$ mil de 2005) - Deflator indústria de

transformação - Contas Nacionais.

Salários, Retiradas e Outras

Remunerações Remuneração Média (Remunerações / Pessoal Ocupado)

Brasil Estado de São

Paulo Brasil

Brasil (excl. o Estado de São

Paulo) Estado de São

Paulo ESP/ Brasil ESP/ Brasil (excl. ESP)

1996 3.425.471 2.256.696 19,3 14,9 22,8 1,2 1,5

1997 3.700.535 2.451.927 19,9 15,3 23,3 1,2 1,5

1998 3.479.984 2.120.778 18,9 15,1 22,5 1,2 1,5

1999 3.246.242 2.041.111 16,9 13,5 20,0 1,2 1,5

2000 3.386.782 2.091.663 16,0 12,6 19,3 1,2 1,5

2001 3.165.947 1.895.593 15,6 12,9 18,1 1,2 1,4

2002 3.133.194 1.906.083 15,4 12,3 18,5 1,2 1,5

2003 3.097.619 1.798.982 13,9 11,4 16,6 1,2 1,5

2004 3.178.899 1.781.441 13,6 10,8 17,0 1,3 1,6

2005 3.465.666 2.010.382 13,9 11,2 16,7 1,2 1,5

Cresc. Total (%) 1,2 -10,9 -28,0 -24,7 -26,4 2,2 -2,3

Cresc. ao ano (%)

0,1 -1,3 -3,6 -3,1 -3,4 0,2 -0,3

Fonte: PIA – IBGE

Tabela 15 - Brasil e Estado de São Paulo - Setor de Transformados Plásticos - Excedente

Operacional Bruto (Diferença entre o Valor da Transformação Industrial e o Valor das

Remunerações) (R$ mil de 2005) - Deflator indústria de transformação - Contas Nacionais.

Brasil Estado de São

Paulo Participação

ESP/Brasil (%)

1996 6.935.457 4.134.538 59,6

1997 6.770.927 4.167.359 61,5

1998 6.457.556 3.656.675 56,6

1999 7.114.830 4.181.581 58,8

2000 7.333.996 4.190.098 57,1

2001 6.987.908 3.780.122 54,1

2002 7.063.740 3.763.013 53,3

2003 7.398.120 3.684.746 49,8

2004 7.794.072 3.951.282 50,7

2005 8.362.571 4.521.591 54,1 Cresc. Total (%) 20,6 9,4 -9,3 Cresc. ao ano (%) 2,1 1,0 -1,1

Fonte: PIA – IBGE

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29

Em resumo (Tabela 16), a análise dos dados da PIA- IBGE revelou que o setor de

transformados plásticos no ESP apresentou um desempenho relativamente inferior ao

do setor no Brasil como um todo no período entre 1996 e 2005. Excetuando-se os

indicadores de Custo Operacional Industrial e Produtividade, nos demais houve perda

de participação do setor no ESP no total do setor no Brasil (em torno de 14%).

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30

Tabela 16 - Participação do Estado de São Paulo no Brasil (%) em vários indicadores - Setor de Transformados Plásticos.

Número de

Unidades Locais Pessoal Ocupado

Valor da Produção Industrial

Valor da Transformação

Industrial

Custo Operacional Industrial

Salários, retiradas e outras rem.

Excedente Operacional Bruto

(proxy) Produtividade

(VTI/PO)

1996 56,1 55,9 61,5 61,7 61,2 53,9 59,6 0,97

1997 56,7 56,3 61,5 63,2 60,0 53,8 61,5 1,03

1998 55,1 51,2 56,9 58,1 55,9 53,4 56,6 1,01

1999 53,6 53,3 59,1 60,1 58,3 52,5 58,8 1,01

2000 52,1 51,2 57,7 58,6 57,3 51,6 57,1 1,00

2001 52,2 51,5 55,9 55,9 55,9 51,0 54,1 0,97

2002 50,4 50,8 54,3 55,6 53,4 49,3 53,3 1,00

2003 50,5 48,7 53,0 52,2 53,5 48,9 49,8 0,93

2004 50,4 44,8 50,3 52,2 49,2 47,8 50,7 1,03

2005 48,0 48,1 51,6 55,2 49,5 47,2 54,1 1,09

Cresc. Total (%) -14,4 -13,9 -16,0 -10,5 -19,2 -12,4 -9,3 12,2

Cresc. ao ano (%) -1,7 -1,6 -1,9 -1,2 -2,3 -1,5 -1,1 1,3

Fonte: PIA - IBGE

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31

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS- MTE) – 2000 – 2005.

As esperadas dificuldades para a permanência no mercado das empresas de menor porte

não desestimulam o surgimento de novas unidades, levando-se em conta os dados da

RAIS. No Brasil, o crescimento no total de estabelecimentos entre 2000 e 2005 foi de

26,3% (de 7.003 unidades em 2000 para 8.844 em 2005). Só no estrato de 0 a 49

vínculos ativos o aumento foi de 1.610 estabelecimentos (26,5%). Estabelecimentos

desse porte (com até 49 funcionários) representavam, em 2005, 86,8% do total de

estabelecimentos do setor no Brasil. Com até 4 funcionários, havia 32,5% do total de

estabelecimentos; estabelecimentos com até 99 empregados representavam 94,1%

(Tabela 17).

No Estado de São Paulo (Tabela ), a evolução do número de estabelecimentos, embora

positiva (17,4%, com 3.521 estabelecimentos em 2000 e 4.136 em 2005) foi bem

inferior à do Brasil, com conseqüente perda de participação no total de

estabelecimentos, de 50,3% em 2000 para 46,8% em 2005 (Tabela 19). Apenas nos

estratos por vínculos ativos de 50 a 99 e de 250 a 499 a participação relativa aumentou;

respectivamente de 50,9% para 53,8% e de 47,7% para 49,1%. Ressalte-se que a

participação relativa do ESP no estrato por vínculo ativo de 500 a 999 diminuiu de 47%

para 29%. Isso ocorreu não pela diminuição de estabelecimentos nesse estrato no ESP,

mas pelo aumento do número de estabelecimentos em outros estados. No estrato acima

de 1000 vínculos ativos o único estabelecimento em 2005 estava localizado em São

Paulo.

Tabela 17 - Brasil: Número de estabelecimentos por vínculo ativo, 2000 e 2005

Ano 2000 % 2005 % Nenhum vínculo ativo 381 5,4 498 5,6 Até 4 vínculos ativos 1.972 28,2 2.376 26,9

De 5 a 9 vínculos ativos 1.272 18,2 1.603 18,1 De 10 a 19 vínculos ativos 1.296 18,5 1.696 19,2 De 20 a 49 vínculos ativos 1.148 16,4 1.506 17,0 De 50 a 99 vínculos ativos 521 7,4 649 7,3

De 100 a 249 vínculos ativos 305 4,4 367 4,1 De 250 a 499 vínculos ativos 86 1,2 114 1,3 De 500 a 999 vínculos ativos 21 0,3 34 0,4 1000 ou mais vínculos ativos 1 0,0 1 0,0

Total 7.003 100,0 8.844 100,0

Fonte: RAIS – MTE

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32

No ESP, as empresas de pequeno porte também são a grande maioria do setor, embora a

participação das empresas médias e grandes seja maior nessa região do que no total do

Brasil. Os estabelecimentos com até 4 funcionários representavam, em 2005, 29,8% do

total do ESP e aqueles com até 49 funcionários representavam 86,1%.

Tabela 18 - São Paulo: Número de estabelecimentos por vínculo ativo, 2000 e 2005

Ano 2000 % 2005 %

Nenhum vínculo ativo 152 4,3 179 4,3

Até 4 vínculos ativos 979 27,8 1.055 25,5

De 5 a 9 vínculos ativos 649 18,4 758 18,3

De 10 a 19 vínculos ativos 711 20,2 833 20,1

De 20 a 49 vínculos ativos 570 16,2 737 17,8

De 50 a 99 vínculos ativos 265 7,5 349 8,4

De 100 a 249 vínculos ativos 143 4,1 158 3,8

De 250 a 499 vínculos ativos 41 1,2 56 1,4

De 500 a 999 vínculos ativos 10 0,3 10 0,2

1000 ou mais vínculos ativos 1 0,0 1 0,0

Total 3.521 100,0 4.136 100,0

Fonte: RAIS – MTE

Tabela 19 - Participação (%) de São Paulo no número de estabelecimentos do setor de

transformados plásticos no Brasil, 2000 e 2005

Ano 2000 (%) 2005 (%)

Nenhum vínculo ativo 39,9 35,9

Até 4 vínculos ativos 49,6 44,4

De 5 a 9 vínculos ativos 51,0 47,3

De 10 a 19 vínculos ativos 54,9 49,1

De 20 a 49 vínculos ativos 49,7 48,9

De 50 a 99 vínculos ativos 50,9 53,8

De 100 a 249 vínculos ativos 46,9 43,1

De 250 a 499 vínculos ativos 47,7 49,1

De 500 a 999 vínculos ativos 47,6 29,4

1000 ou mais vínculos ativos 100,0 100,0

Total 50,3 46,8

Fonte: RAIS – MTE

Com relação ao número de empregados formais (Tabela 20), as duas regiões

selecionadas, Brasil e o Estado de São Paulo, apresentaram crescimento nessa variável,

embora a primeira região tenha mostrado um desempenho um pouco superior (29,1% de

aumento) ao da segunda (21,4%). Pelos dados da RAIS o porte médio dos

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estabelecimentos (considerando o número médio de empregados formais por

estabelecimentos) do Brasil e do ESP é o mesmo, ou seja, em torno de 28 funcionários

por estabelecimento, em média.

Tabela 20 - Brasil e São Paulo: Número de estabelecimentos e de empregados e participação

relativa do Estado de São Paulo, de 2000 a 2005.

Brasil São Paulo Porte Médio (empr/estab)

Estab. Emprego Estab. Emprego Brasil São Paulo

2000 7.003 195.938 3.521 96.980 28,0 27,5

2001 7.487 202.537 3.713 99.796 27,1 26,9

2002 7.898 210.606 3.858 100.528 26,7 26,1

2003 8.213 214.694 3.927 102.192 26,1 26,0

2004 8.523 240.466 3.997 112.926 28,2 28,3

2005 8.844 252.931 4.136 117.757 28,6 28,5

Var(%) 2000-2005

26,3 29,1 17,5 21,4 2,2 3,4

Fonte: RAIS-MTE

As próximas tabelas mostram o avanço que o setor de transformados plásticos nessas

duas regiões apresentou com relação ao grau de instrução dos funcionários. No Brasil,

em 2000, os empregados com o segundo grau completo eram 20,5% do total e, em

2005, já eram 37,1% do total. Se somados a esses os funcionários com grau superior

incompleto e superior completo, o percentual passa de 26,7% em 2000 para 44,4% em

2005. Nos estratos com menor nível de instrução (de analfabetos a 8a. série completa),

houve diminuição significativa no número de funcionários (de 120 mil para 109 mil

empregados). No Estado de São Paulo, o avanço no grau de instrução da mão-de-obra

foi equivalente. Os funcionários com 2o. grau completo, superior incompleto e superior

completo representavam, em 2000, 27,5% e, em 2005, 46,6%, uma participação apenas

um pouco maior que a do Brasil7.

7 Se for subtraída dos dados do Brasil a parcela do Estado de São Paulo, os outros estados brasileiros, em seu conjunto, apresentavam, em 2005, 42,5% de funcionários nesse setor com 8a série completa, superior incompleto e superior completo. De qualquer forma, não representa uma participação significativamente menor que a de São Paulo.

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Nas duas regiões analisadas o número de empregados com até a 8a. série incompleta

diminuiu substancialmente entre os anos de 2000 e 2005. No Brasil, o número de

funcionários analfabetos reduziu-se 65% e, em São Paulo, 71%. A faixa de instrução

com o maior crescimento, tanto no Brasil, quanto em São Paulo, foi a de funcionário

com 2o. grau completo (crescimento de 133% para o Brasil, e 132% em São Paulo. O

número de empregados com superior incompleto e completo aumentou 52% no Brasil e

29% em São Paulo (Tabela 21 e Tabela 22).

Tabela 21 - Brasil: Número de empregados no setor de transformação de plástico, segundo o nível

de instrução, 2000 e 2005. Nível de instrução 2000 % 2005 % Var (%)

Analfabeto 1.624 0,8 569 0,2 -65,0 4ª série incompleta 8.130 4,1 6.271 2,5 -22,9 4ª série completa 21.285 10,9 14.758 5,8 -30,7

8ª série incompleta 40.902 20,9 32.713 12,9 -20,0 8ª série completa 49.054 25,0 55.461 21,9 13,1

Subtotal 120.995 61,8 109.772 43,4 -9,3 2º grau incompleto 22.584 11,5 30.795 12,2 36,4 2º grau completo 40.133 20,5 93.747 37,1 133,6

Subtotal 62.717 32,0 124.542 49,2 98,6 Superior incompleto 4.973 2,5 7.810 3,1 57,0 Superior completo 7.253 3,7 10.807 4,3 49,0

Subtotal 12.226 6,2 18.617 7,4 52,3 Total 195.938 100,0 252.931 100,0 29,1

Fonte: RAIS – MTE

Tabela 22 - São Paulo: Número de empregados no setor de transformação de plástico, segundo o

nível de instrução, 2000 e 2005.

Nível de instrução 2000 % 2005 % Var (%)

Analfabeto 898 0,9 258 0,2 -71,3

4ª série incompleta 4.517 4,7 2.946 2,5 -34,8

4ª série completa 11.678 12,0 7.549 6,4 -35,4

8ª série incompleta 18.517 19,1 13.856 11,8 -25,2

8ª série completa 23.788 24,5 25.014 21,2 5,2

Subtotal 59.398 61,2 49.623 42,1 -16,5

2º grau incompleto 10.895 11,2 13.236 11,2 21,5

2º grau completo 19.759 20,4 45.958 39,0 132,6

Subtotal 30.654 31,6 59.194 50,3 93,1

Superior incompleto 2.689 2,8 3.508 3,0 30,5

Superior completo 4.239 4,4 5.432 4,6 28,1

Subtotal 6.928 7,1 8.940 7,6 29,0

Total 96.980 100,0 117.757 100,0 21,4

Fonte: RAIS – MTE

A substancial melhora nos indicadores do nível de instrução dos empregados no setor de

transformados plásticos entre 2000 e 2005, na verdade, apenas segue o movimento geral

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35

que ocorreu na indústria de transformação (Tabela 23 e Tabela 24). Embora em menor

grau do que no setor de transformados plásticos, tanto no Brasil quanto em São Paulo, o

número de empregados com baixos níveis de instrução (de analfabetos até 8a série

incompleta) também se reduziu (-3% no Brasil e 14% no ESP) e o número de

empregados com superior completo e incompleto também aumentou (47% no Brasil e

35% no ESP). Ou seja, a melhora no grau de escolaridade dos funcionários entre 2000 e

2005 não foi privilégio do setor de transformação de plásticos, porém esse movimento

ocorreu com maior intensidade nesse setor em comparação com o total da indústria de

transformação.

Além disso, a participação do número de funcionários com níveis de escolaridade

maiores (maior que a 8a. série completa) é mais elevada no setor de transformados

plásticos do que na indústria de transformação no Brasil. Enquanto a participação de

empregados com mais do que a 8a série completa em 2005 era de 56,6% no setor de

transformação de plástico, no total da indústria de transformação era de 51,7%). No

ESP, essas participações em 2005 eram praticamente equivalentes (57,9% no setor de

transformados plásticos e 58,8% na indústria de transformação).

Tabela 23 - Brasil: Número de empregados na indústria da transformação, segundo nível de

instrução, em 2000 e 2005.

Nível de instrução 2000 % 2005 % Var(%) 2000-05 Analfabeto 94.740 1,9 63.889 1,0 -32,6

4ª série incompleta 325.589 6,7 315.704 5,1 -3,0 4ª série completa 634.444 13,0 503.138 8,2 -20,7

8ª série incompleta 985.041 20,2 896.219 14,6 -9,0 8ª série completa 1.015.124 20,8 1.180.143 19,2 16,3

Subtotal 3.054.938 62,5 2.959.093 48,2 -3,1 2º grau incompleto 524.244 10,7 691.246 11,3 31,9 2º grau completo 924.463 18,9 1.922.161 31,3 107,9

Subtotal 1.448.707 29,7 2.613.407 42,6 80,4 Superior incompleto 136.449 2,8 200.691 3,3 47,1 Superior completo 245.267 5,0 360.270 5,9 46,9

Subtotal 381.716 7,8 560.961 9,1 47,0 Total 4.885.361 100,0 6.133.461 100,0 25,5

Fonte: RAIS

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Tabela 24 - São Paulo: Número de empregados na indústria de transformação, segundo nível de

instrução, em 2000 e 2005.

Nível de instrução 2000 % 2005 % Var(%) 2000-05 Analfabeto 18.534 1,0 6.890 0,3 -62,8

4ª série incompleta 89.771 4,9 70.373 3,2 -21,6 4ª série completa 222.445 12,0 155.756 7,1 -30,0

8ª série incompleta 321.686 17,4 249.488 11,4 -22,4 8ª série completa 401.521 21,7 418.883 19,1 4,3

Subtotal 1.053.957 57,0 901.390 41,1 -14,5 2º grau incompleto 200.336 10,8 227.707 10,4 13,7 2º grau completo 391.441 21,2 787.547 35,9 101,2

Subtotal 591.777 32,0 1.015.254 46,3 71,6 Superior incompleto 69.395 3,8 84.199 3,8 21,3 Superior completo 134.112 7,3 190.858 8,7 42,3

Subtotal 203.507 11,0 275.057 12,5 35,2 Total 1.849.241 100,0 2.191.701 100,0 18,5

Fonte: RAIS

Dividindo a massa das remunerações dos trabalhadores no setor pelo número de

empregados formais, obtém-se a remuneração média do setor. A Tabela 25 mostra os

valores das remunerações, por trabalhador, já deflacionados pelo IPCA. O que se

observa é, tanto para o Brasil como para o ESP, uma estagnação da remuneração média.

Na verdade, houve uma ligeira queda nessas duas regiões (decréscimo de 0,4% de 2000

a 2005 no Brasil e redução real de 2,8% no ESP no mesmo período). A remuneração

média em São Paulo permaneceu em todo o período em torno de 18% maior que a

remuneração média do total do Brasil.

Tabela 25 - Brasil e São Paulo: Remuneração média real, de 2000 a 2005. Dados corrigidos pelo

IPCA, com base em valores de 2005.

Brasil (R$ de 2005)

São Paulo (R$ de 2005)

SP/ Brasil

2000 1.005 1.196 1,19 2001 1.026 1.220 1,19 2002 948 1.116 1,18 2003 963 1.130 1,17 2004 997 1.173 1,18 2005 1.001 1.162 1,16

Var(%) 2000-05

-0,4 -2,8 -2,4

Fonte: RAIS

A localização do setor no Estado de São Paulo pode ser observada a partir da Tabela 26.

As quatro regiões administrativas com maior representatividade no setor, em termos do

número de estabelecimentos, são, em ordem decrescente: São Paulo (com 2.624

estabelecimentos e 74.431 empregados); Campinas (com 685 estabelecimentos e 21.758

empregados); Sorocaba (com 205 estabelecimentos e 7.369 empregados) e São José dos

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Campos (com 113 estabelecimentos e 4.527 empregados). Interessante notar que a

remuneração média dos funcionários é bastante equivalente entre essas 4 regiões, muito

embora fosse esperado que a região administrativa de São Paulo, pelo seu maior custo

de vida, apresentasse uma remuneração média maior. Nessas quatro regiões, a

remuneração média, em 2005, girou em torno de R$1.200,00. Com exceção da região

administrativa de Marília, cuja remuneração média era de R$1.079,00, as demais

regiões apresentaram remunerações bastante abaixo (quase a metade) das remunerações

médias das quatro regiões administrativas mais representativas do setor de

transformados plásticos.

Tabela 26 - Número de estabelecimentos, empregos e remuneração média, no setor de

transformados plásticos, por regiões administrativas do Estado de São Paulo, 2005.

Regiões Administrativas Estabel. % Empregos % Rem. Média (R$) Araçatuba 43 1,0 576 0,5 660,8 Barretos 8 0,2 355 0,3 705,7 Bauru 85 2,1 2.308 2,0 841,7

Campinas 685 16,6 21.758 18,5 1.144,9 Central 67 1,6 1.605 1,4 810,5 Franca 43 1,0 847 0,7 750,4 Marilia 53 1,3 1.427 1,2 1.079,5

Presidente Prudente 21 0,5 300 0,3 681,3 Registro 1 0,0 15 0,0 653,6

Ribeirão Preto 67 1,6 1.048 0,9 803,2 São José dos Campos 113 2,7 4.527 3,8 1.263,0

Santos 13 0,3 118 0,1 668,3 São Paulo 2.624 63,4 74.431 63,2 1.202,7

São José do Rio Preto 108 2,6 1.073 0,9 670,8 Sorocaba 205 5,0 7.369 6,3 1.192,1

Total do Estado 4.136 100,0 117.757 100,0 1.162,0

Fonte: RAIS – MTE

Das 4 principais regiões administrativas para o setor de transformados plásticos em

termos do número de estabelecimentos, as tabelas a seguir mostram os municípios mais

relevantes para o setor, também considerando o número de estabelecimentos.

Na região administrativa de São Paulo (63% dos estabelecimentos e do emprego do

setor de transformação de plásticos no Estado de São Paulo), sobressaem-se os

seguintes municípios: São Paulo, com 1.418 estabelecimentos e 30.404 empregados em

2005, Guarulhos, com 207 estabelecimentos e 7.473 empregados em 2005, Diadema,

com 192 estabelecimentos e 6.952 empregados em 2005, além de São Bernardo do

Campo, Barueri e Santo André. Desses municípios, deve-se destacar o crescimento do

número de estabelecimentos entre 2000 e 2005 em Guarulhos e também ressaltar a

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variação positiva do emprego no setor em todos eles (com exceção de Barueri cujo

número de empregos permaneceu praticamente estável).

Tabela 27 – Estabelecimentos, empregos e porte médio, por município, da região administrativa de

São Paulo, em 2000 e 2005.

Estabelecimentos Empregos Participação(%) 2005 2000 2005

Var(%) 2000-2005 2000 2005

Var(%) 2000-2005 Estabel. Empregos

Porte Médio (emp/est) em 2005

São Paulo 1.430 1418 -0,8 28.989 30.404 4,9 34,3 25,8 21,4 Guarulhos 155 207 33,5 6.409 7.473 16,6 5,0 6,3 36,1 Diadema 167 192 15,0 6.361 6.952 9,3 4,6 5,9 36,2

São Bernardo do Campo 96 102 6,3 4.326 4.625 6,9 2,5 3,9 45,3 Barueri 73 83 13,7 3.235 3.242 0,2 2,0 2,8 39,1

Santo André 53 64 20,8 902 1.164 29,0 1,5 1,0 18,2 Taboão da Serra 42 62 47,6 917 1.557 69,8 1,5 1,3 25,1

Cotia 42 48 14,3 767 1.880 145,1 1,2 1,6 39,2 São Caetano do Sul 43 47 9,3 824 1.166 41,5 1,1 1,0 24,8

Osasco 44 42 -4,5 1.674 1.738 3,8 1,0 1,5 41,4 Santana de Parnaíba 31 41 32,3 730 1.272 74,2 1,0 1,1 31,0

Mauá 21 32 52,4 881 1.027 16,6 0,8 0,9 32,1 Itaquaquecetuba 32 31 -3,1 1.760 1.862 5,8 0,7 1,6 60,1

Caieiras 27 28 3,7 948 1.221 28,8 0,7 1,0 43,6

Embu 19 23 21,1 1.379 1.469 6,5 0,6 1,2 63,9

Carapicuíba 20 22 10,0 646 829 28,3 0,5 0,7 37,7

Suzano 11 19 72,7 546 672 23,1 0,5 0,6 35,4

Arujá 10 18 80,0 496 1.185 138,9 0,4 1,0 65,8

Cajamar 20 16 -20,0 416 637 53,1 0,4 0,5 39,8

Mogi das Cruzes 6 16 166,7 169 249 47,3 0,4 0,2 15,6 Ferraz de

Vasconcelos 11 15 36,4 428 482 12,6 0,4 0,4 32,1

Franco da Rocha 16 14 -12,5 465 765 64,5 0,3 0,6 54,6 Vargem Grande

Paulista 3 14 366,7 58 290 400,0 0,3 0,2 20,7

Ribeirão Pires 16 11 -31,3 361 314 -13,0 0,3 0,3 28,5

Outros* 30 59 96,7 1.718 1.956 13,9 1,4 1,7 33,2 Total da R.A de São

Paulo 2.418 2624 8,5 65.405 74.431 13,8 63,4 63,2

28,4 Total do Estado de

São Paulo 3521 4136 17,5 96.980 117.757 21,4 100,0 100,0

28,5

Fonte: RAIS

* Municípios com menos de 10 estabelecimentos em 2005

Na região administrativa de Campinas (16,6% dos estabelecimentos e 18,5% do

emprego do setor de transformação de plásticos no Estado de São Paulo), o destaque,

em número de estabelecimentos, aparece nos seguintes municípios: Campinas, com 74

estabelecimentos e 1.306 empregados em 2005, Jundiaí, com 45 estabelecimentos e

4.395 empregados em 2005, Americana, com 40 estabelecimentos e 506 empregados

em 2005 e Limeira, com 38 estabelecimentos e 510 empregados em 2005. Jundiaí

apresenta estabelecimentos que empregam, em média, 97,7 funcionários, o que indica a

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39

presença de grandes empresas nesse município. Destaque-se também que Americana,

Limeira e Indaiatuba mais do que dobraram o número de empregados no setor no

período que decorreu entre os anos de 2000 e 2005 (Tabela 28).

Tabela 28 – Estabelecimentos, empregos e porte médio, por município, da região administrativa de

Campinas, em 2000 e 2005

Estabelecimentos Empregos Participação(%) 2005

2000 2005 Var(%)

2000-2005 2000 2005 Var(%)

2000-2005 Estabel. Empregos

Porte Médio (emp/est) em

2005

Campinas 67 74 10,4 1.148 1.306 13,8 1,8 1,1 17,6

Jundiaí 39 45 15,4 3.448 4.395 27,5 1,1 3,7 97,7

Americana 25 40 60,0 223 506 126,9 1,0 0,4 12,7

Limeira 24 38 58,3 232 510 119,8 0,9 0,4 13,4

Indaiatuba 14 34 142,9 370 781 111,1 0,8 0,7 23,0

Valinhos 27 30 11,1 548 982 79,2 0,7 0,8 32,7

Pedreira 19 26 36,8 452 824 82,3 0,6 0,7 31,7

Piracicaba 27 25 -7,4 345 417 20,9 0,6 0,4 16,7

Rio Claro 21 24 14,3 1.843 793 -57,0 0,6 0,7 33,0 Santa Bárbara

D´oeste 18 23 27,8 500 777 55,4 0,6 0,7 33,8

Sumaré 13 22 69,2 720 967 34,3 0,5 0,8 44,0

Itupeva 13 20 53,8 369 619 67,8 0,5 0,5 31,0

Atibaia 9 19 111,1 145 319 120,0 0,5 0,3 16,8

Bragança Paulista 14 19 35,7 305 467 53,1 0,5 0,4 24,6

Araras 19 18 -5,3 555 719 29,5 0,4 0,6 39,9

Itatiba 11 18 63,6 109 356 226,6 0,4 0,3 19,8

Jaguariúna 12 16 33,3 1.042 886 -15,0 0,4 0,8 55,4

Louveira 16 15 -6,3 349 381 9,2 0,4 0,3 25,4

Vinhedo 9 14 55,6 135 414 206,7 0,3 0,4 29,6

Várzea Paulista 6 13 116,7 54 220 307,4 0,3 0,2 16,9

Hortolândia 8 12 50,0 264 379 43,6 0,3 0,3 31,6 São José do Rio

Pardo 4 11 175,0 110 308 180,0 0,3 0,3 28,0

Outros* 96 129 34,4 2.883 4.432 53,7 3,1 3,8 34,4 Total da RA de

Campinas 511 685 34,1 16.149 21.758 34,7 16,6 18,5 31,8 Total do Estado de

São Paulo 3521 4136 17,5 96.980 117.757 21,4

100,0 100,0 28,5

Fonte: RAIS

* Municípios com menos de 10 estabelecimentos em 2005

A região administrativa de Sorocaba (5% dos estabelecimentos e 6,3% do emprego do

setor de transformação de plásticos no Estado de São Paulo), terceira mais

representativa no Estado de São Paulo em número de estabelecimentos no setor de

transformados plásticos, apresenta apenas o município de Sorocaba com alguma

expressão no setor. Em 2005, essa cidade contava com 51 estabelecimentos e 1.718

empregados no setor. O porte médio dos estabelecimentos do município de Votorantim

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40

é relativamente alto (70,8 empregados por estabelecimento), denotando a presença de,

pelo menos, uma empresa de grande porte (Tabela 29).

Tabela 29 – Estabelecimentos, empregos e porte médio, por município, da região administrativa de

Sorocaba, em 2000 e 2005.

Estabelecimentos Empregos Participação(%) 2005

2000 2005

Var(%) 2000-2005 2000 2005

Var(%) 2000-2005 Estabel. Empregos

Porte Médio (emp/est) em

2005

Sorocaba 41 51 24,4 1.210 1.718 42,0 1,2 1,5 33,7

Itu 15 20 33,3 267 295 10,5 0,5 0,3 14,8

Avaré 9 16 77,8 259 425 64,1 0,4 0,4 26,6

Botucatu 7 15 114,3 334 637 90,7 0,4 0,5 42,5

Salto 4 13 225,0 25 581 2224,0 0,3 0,5 44,7

Votorantim 6 13 116,7 491 921 87,6 0,3 0,8 70,8

Boituva 6 11 83,3 114 265 132,5 0,3 0,2 24,1

Iperó 8 11 37,5 286 283 -1,05 0,3 0,2 25,7

Outros 52 55 5,8 2010 2.244 11,6 1,3 1,9 40,8 Total da RA de

Sorocaba 148 205 38,5 4.996 7.369 47,5 5,0 6,3 35,9 Total do Estado de

São Paulo 3521 4136 17,5 96.980 117.757 21,4

100,0 100,0 28,5

Fonte: RAIS

* Municípios com menos de 10 estabelecimentos em 2005

Na região administrativa de São José dos Campos (2,7% dos estabelecimentos e 3,8%

do emprego do setor de transformação de plásticos no Estado de São Paulo), apenas os

municípios de São José dos Campos e Lorena possuem significância para o setor de

transformados plásticos. São José dos Campos contava com 27 estabelecimentos e 582

empregados e Lorena com 25 estabelecimentos e 1.182 empregados em 2005 no setor

de transformados plásticos (Tabela 30).

Tabela 30 – Estabelecimentos, empregos e porte médio, por município, da região administrativa de

São José dos Campos, em 2000 e 2005.

Estabelecimentos Empregos Participação(%) 2005

2000 2005 Var(%)

2000-2005 2000 2005 Var(%)

2000-2005 Estabel. Empregos

Porte Médio (emp/est) em

2005

São Jose dos Campos 23 27 17,4 525 582 10,9 0,7 0,5 21,6

Lorena 19 25 31,6 811 1.182 45,7 0,6 1,0 47,3

Pindamonhangaba 6 10 66,7 210 436 107,6 0,2 0,4 43,6

Taubaté 4 10 150,0 156 729 367,3 0,2 0,6 72,9

Outros 36 41 13,9 1.491 1.598 7,2 1,0 1,4 39,0 Total da RA de S.J. dos

Campos 88 113 28,4 3.193 4.527 41,8 2,7 3,8 40,1 Total do Estado de São

Paulo 3521 4136 17,5 96.980 117.757 21,4

100,0 100,0 28,5

Fonte: RAIS

* Municípios com menos de 10 estabelecimentos em 2005

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41

A base de dados da RAIS apresenta 3 subsetores que compreendem as empresas de

transformação de plásticos, a saber, subsetor de Laminados Planos e Tubulares de

Plástico, subsetor de Embalagem de Plástico e subsetor de Artefatos Diversos de

Plástico. No Brasil (Tabela 31), em 2005, os estabelecimentos e emprego no setor

estavam divididos da seguinte forma:

• O subsetor de Laminados Planos e Tubulares de Plástico abrigava 4%

dos estabelecimentos e 5% dos empregos do setor.

• O subsetor de Embalagem de Plástico abrigava 30% dos

estabelecimentos e 36% do emprego do setor.

• O subsetor de Artefatos Diversos de Plástico – pela sua ampla

abrangência – abrigava 65% dos estabelecimentos e 58% do emprego do

setor.

Tanto em número de estabelecimentos, quanto em número de empregos, o subsetor que

apresentou maior crescimento percentual entre 2000 e 2005 foi o subsetor de

Embalagens (28% e 34% no período, respectivamente). Os outros dois subsetores

também mostraram crescimento significativo no período.

O maior porte médio dos estabelecimentos aparece no subsetor de Laminados Planos e

Tubulares de Plástico (37,7 empregados, em média, por estabelecimento em 2005),

embora esse tenha se reduzido no último ano da série em razão do alto crescimento do

número de estabelecimentos. No subsetor de Artefatos Diversos de Plásticos,

novamente, por sua ampla abrangência no tipo de produto e tipo de empresa, aparecem

os estabelecimentos de menor porte (25,4 empregados, em média por estabelecimento

em 2005).

A remuneração média nominal nos três subsetores elevou-se em torno de 50% no

período analisado (2000-2005). O subsetor de Laminados Planos e Tubulares de

Plástico apresentou o menor crescimento (41,7%), mas possui remuneração 24% maior

que a média do setor.

Em São Paulo, os números do setor são muito parecidos com o que se apresentou para o

total do Brasil (Tabela 32). Há apenas dois destaques a serem mencionados:

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42

• O crescimento do emprego no subsetor de Laminados Planos e Tubulares

de Plástico, entre 2000 e 2005, foi muito aquém da média do crescimento

do emprego no total do setor no Estado de São Paulo (5% versus 21%).

• A remuneração média dos empregados no subsetor de Laminados Planos

e Tubulares de Plástico é 35% maior que a média do setor no Estado de

São Paulo.

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43

Tabela 31 - Brasil: Número de estabelecimentos, emprego e remuneração média, por subsetor de transformados plásticos, de 2000 a 2005.

Laminados planos e tubulares de plástico Embalagem de plástico Artefatos diversos de plástico Total

Ano Estab. Emprego Rem. Média

(R$) Porte Médio Estab. Emprego

Rem. Média (R$)

Porte Médio

Estab. Emprego Rem. Média

(R$) Porte Médio Estab. Emprego

Rem. Média (R$)

Porte Médio

2000 269 11.209 878,9 41,7 2.089 68.281 655,2 32,7 4.645 116.448 654,0 25,1 7.003 195.938 667,3 28,0 2001 294 13.386 1.148,6 45,5 2.214 70.098 718,3 31,7 4.979 119.053 695,9 23,9 7.487 202.537 733,6 27,1 2002 283 10.453 957,3 36,9 2.402 75.646 765,6 31,5 5.213 124.507 744,3 23,9 7.898 210.606 762,5 26,7 2003 292 11.019 1.054,5 37,7 2.508 76.683 840,9 30,6 5.413 126.992 832,7 23,5 8.213 214.694 847,0 26,1 2004 329 13.207 1.204,5 40,1 2.591 87.100 916,7 33,6 5.603 140.159 934,7 25,0 8.523 240.466 943,0 28,2 2005 344 12.970 1.245,0 37,7 2.688 92.064 985,0 34,3 5.812 147.897 990,3 25,4 8.844 252.931 1.001,5 28,6

Var (%) 2000-05 27,9 15,7 41,7 -9,5 28,7 34,8 50,3 4,8 25,1 27,0 51,4 1,5 26,3 29,1 50,1 2,2 Part (%) em 2005 3,9 5,1 124,3 30,4 36,4 98,4 65,7 58,5 98,9 100,0 100,0 100,0

Fonte: RAIS

Tabela 32 - São Paulo: Número de estabelecimentos, emprego e remuneração média, por subsetor de transformados plásticos, de 2000 a 2005.

Laminados planos e tubulares de plástico Embalagem de plástico Artefatos diversos de plástico Total

Ano Estab. Emprego Rem. Média

(R$) Porte Médio Estab. Emprego

Rem. Média (R$)

Porte Médio

Estab. Emprego Rem. Média

(R$) Porte Médio

Estab. Emprego Rem. Média (R$) Porte Médio

2000 136 6.148 1.076,0 45,2 907 31.436 825,5 34,7 2.478 59.396 748,8 24,0 3.521 96.980 794,4 27,5 2001 142 8.331 1.394,5 58,7 964 31.680 900,9 32,9 2.607 59.785 783,7 22,9 3.713 99.796 871,9 26,9 2002 132 5.411 1.192,9 41,0 1.024 33.290 969,9 32,5 2702 61.827 832,7 22,9 3.858 100.528 897,5 26,1 2003 138 5.501 1.287,9 39,9 1.043 33.329 1.071,7 32,0 2746 63.362 927,0 23,1 3.927 102.192 993,6 26,0 2004 158 6.647 1.538,4 42,1 1.056 35.959 1.191,5 34,1 2783 70.320 1.028,2 25,3 3.997 112.926 1.110,2 28,3 2005 166 6.449 1.579,3 38,8 1.099 39.360 1.243,9 35,8 2871 71.948 1.079,9 25,1 4.136 117.757 1.162,0 28,5

Var(%) 2000-05 22,06 4,90 46,77 -14,06 21,17 25,21 50,68 3,33 15,86 21,13 44,21 4,55 17,47 21,42 46,27 3,37 Part (%) em 2005 4,0 5,5 135,9 26,6 33,4 107,0 69,4 61,1 92,9 100,0 100,0 100,0

Fonte: RAIS

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Dados de comércio exterior a partir dos dados da SECEX

A análise dos dados de comércio exterior de produtos transformados plásticos apresenta

algumas dificuldades. A principal delas diz respeito à subestimação que se faz com

relação aos valores exportados e importados. Isso porque o plástico participa da

composição de outros produtos (como das autopeças, dos componentes

microeletrônicos, dos brinquedos) que estão classificados em categorias diversas e

diferentes da que geralmente se utiliza para avaliar o comércio exterior de produtos de

plástico (capítulo 39 da NCM). Assim, acredita-se que os valores de exportação e de

importação de produtos de plástico devam ser significativamente maiores daqueles que

freqüentemente se atribui ao setor e conforme será observado a seguir.

De qualquer forma, cabe mencionar que alguns produtos de plásticos são de difícil

comercialização internacional. Os tubos e os frascos médios e grandes, por exemplo,

tendem apresentar baixos valores de comércio em função da sua baixa densidade (pouco

conteúdo ocupando um espaço grande nos contêineres). Ademais, os produtos de

plásticos que constituem partes de outros produtos (acessórios, peças e embalagens)

tendem a não ser comercializados por conta da necessidade de proximidade física do

cliente com o fornecedor (são ilustrativos os exemplos de empresas transformadoras que

possuem seu processo produtivo dentro da empresa do cliente). Assim, esses segmentos

estão mais protegidos da concorrência internacional, no que se refere apenas às

importações. Afinal, as empresas de capital nacional podem ser ameaçadas com a vinda

dos fornecedores globais dos clientes de capital estrangeiro.

Realizados esses comentários, segue-se a análise dos dados de comércio exterior

fornecidos pela SECEX.

O setor de transformação de plásticos tem apresentado recorrentes déficits comerciais,

embora esse tenha diminuído no período compreendido entre 2000 e 2006. A redução

do déficit brasileiro de produtos de plásticos deve-se ao crescimento das exportações (de

149%) superior à elevação das importações (52,3%). Em 2006, enquanto o país

exportou US$ 734 milhões, as importações somaram US$ 1.034 milhões, o que

produziu um déficit de US$ 300 milhões, 22% menor que o do ano 2000 (Tabela 33).

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Tabela 33 - Exportações, importações e saldo comercial do setor de transformados plásticos, no

Brasil e no Estado de São Paulo, em 2000 e 2006, em mil dólares.

Brasil São Paulo 2000 2006

Var (%) 2000-06 2000 2006

Var (%) 2000-06

Exportações 294.853 734.090 149,0 183.597 456.282 148,5

Importações 679.306 1.034.413 52,3 399.714 553.337 38,4

Saldo -384.453 -300.324 -21,9 -216.116 -97.055 -55,1

Fonte: Secex

Os dados da Tabela 34 mostram a importância de São Paulo no que se refere às

exportações de transformados plásticos, com participação de 62,1% no total das

exportações do setor. Mostram ainda que o ritmo de crescimento das exportações e das

importações de transformados plásticos foi maior que o das exportações e importações

do total dos produtos da indústria de transformação no Brasil. Desse modo, a

participação do setor no total do comércio exterior da indústria de transformação

aumentou de 2000 para 2006. No Brasil, as exportações de plásticos passaram de 0,65%

em 2000 para 0,70% em 2006 das exportações da indústria de transformação e, em São

Paulo, o incremento foi equivalente (em 2000, as exportações de plásticos equivaliam a

0,97% das exportações da indústria de transformação e, em 2006, a participação

aumentou para 1,07%). O mesmo ocorreu para as importações.

Com relação ao total exportado e importado pelo Brasil (considerando todos os setores

produtivos de bens tangíveis), a participação do setor de transformados plásticos caiu,

embora em pequeno percentual. Em 2006, as exportações de plástico equivaliam a 0,5%

do total exportado pelo Brasil e 1% do total exportado pelo estado de São Paulo. As

importações, no mesmo ano, representavam 1,1% do total importado pelo Brasil e 1,5%

do importado pelo ESP8.

8 Cabe salientar que as exportações são registradas com base na sede da empresa produtora do produto exportado, ao passo que as importações são registradas com base na sede da empresa importadora e, não necessariamente, a empresa que consumirá o produto importado.

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46

Tabela 34 - Participação (%) das exportações e importações do setor de transformados plásticos na

indústria de transformação e no total do Brasil e do Estado de São Paulo, 2000 e 2006.

Brasil São Paulo 2000 2006 2000 2006

Ind. De transformação 0,65 0,70 0,97 1,04 Exportações

Total 0,54 0,53 0,93 0,99 Ind. De transformação 1,39 1,41 1,66 1,76

Importações Total 1,22 1,13 1,56 1,49

Fonte: Secex

Os principais destinos das exportações de transformados plásticos do Brasil, em 2006,

foram: Argentina, EUA, Chile e México, com participação sobre as exportações totais

de, respectivamente, 16,6%, 11,4%, 5,9% e 3,9% (Tabela 35). Entre 2000 e 2006, houve

aumento das exportações para esses países (algo em torno de 100%, com exceção do

México, para o qual as exportações aumentaram 302% nesse período). No entanto,

como a taxa de crescimento das exportações foi maior para outros países, houve uma

maior diversificação das exportações, no que se refere ao seu destino. Em 2000, 83,9%

das exportações brasileiras se concentravam nos 10 principais países de destino. Em

2006, os 10 principais destinos correspondiam a 71,8% das exportações totais de

plásticos (Tabela 35). Ainda assim, pode-se considerar que há uma elevada

concentração das exportações em alguns países, sobretudo em alguns da América Latina

(como Argentina, Chile, México, Colômbia, Venezuela, Paraguai e Uruguai)9.

Tabela 35 - Brasil: Total de exportações do setor de transformados plásticos aos principais destinos

de 2006, valores em mil dólares, 2000 e 2006.

2000 % 2006 % Var(%) 2000-06 Argentina 94.341 32,0 172.227 23,5 82,6

Estados Unidos 53.665 18,2 118.354 16,1 120,5 Chile 31.560 10,7 60.876 8,3 92,9

México 9.984 3,4 40.140 5,5 302,0 Venezuela 6.111 2,1 27.364 3,7 347,8 Colômbia 3.345 1,1 27.250 3,7 714,8 Paraguai 20.861 7,1 23.252 3,2 11,5 Uruguai 14.342 4,9 22.304 3,0 55,5

Países Baixos 670 0,2 18.893 2,6 2718,1 Espanha 1.097 0,4 16.535 2,3 1408,0 Outros 58.879 20,0 206.895 28,2 251,4 Total 294.853 100,0 734.090 100,0 149,0

Fonte: Secex

9 Em 2006, esses países foram o destino de metade das exportações brasileiras de transformados plásticos.

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Tabela 36 - Brasil: Total de exportações do setor de transformados plásticos aos 10 principais

destinos de 2000 e de 2006, valores em mil dólares, 2000 e 2006.

2000 Mil US$ % 2006 Mil US$ %

Argentina 94.341 32,0 Argentina 172.227 23,5

Estados Unidos 53.665 18,2 Estados Unidos 118.354 16,1

Chile 31.560 10,7 Chile 60.876 8,3

Paraguai 20.861 7,1 México 40.140 5,5

Uruguai 14.342 4,9 Venezuela 27.364 3,7

México 9.984 3,4 Colômbia 27.250 3,7

Cayman,Ilhas 6.846 2,3 Paraguai 23.252 3,2

Bolívia 6.337 2,1 Uruguai 22.304 3,0

Venezuela 6.111 2,1 Países Baixos 18.893 2,6

Itália 3.352 1,1 Espanha 16.535 2,3

Outros 47.455 16,1 Outros 206.895 28,2

Total 294.853 100,0 Total 734.090 100,0

Fonte: Secex

No estado de São Paulo, a concentração das exportações nos 10 principais países de

destino é equivalente ao total do Brasil (em torno de 70%). O mesmo movimento de

diversificação das exportações (quanto aos países de destino) também ocorreu para as

empresas exportadoras de plásticos do estado de São Paulo (Tabela 37).

Tabela 37 - São Paulo: Total de exportações do setor de transformados plásticos aos 10 principais

destinos de 2000 e de 2006, valores em mil dólares, 2000 e 2006.

2000 Mil US$ % 2006 Mil US$ %

Argentina 65.516 35,7 Argentina 123.798 27,1

Estados Unidos 32.336 17,6 Estados Unidos 71.459 15,7

Chile 22.435 12,2 Chile 33.735 7,4

Paraguai 8.793 4,8 México 28.617 6,3

México 8.330 4,5 Venezuela 20.087 4,4

Uruguai 8.040 4,4 Colômbia 14.196 3,1

Venezuela 3.950 2,2 Uruguai 10.339 2,3

Bolívia 3.598 2,0 Paraguai 9.458 2,1

Hong Kong 2.774 1,5 Alemanha 8.881 1,9

Bélgica 2.738 1,5 Guatemala 8.032 1,8

Outros 25.087 13,7 Outros 127.679 28,0

Total 183.597 100,0 Total 456.282 100,0

Fonte: Secex

As importações de transformados plásticos também estão concentradas em alguns países

de origem. Em 2006, 76,8% das importações de plásticos do Brasil eram oriundas de

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apenas 10 países, com destaque para os países europeus (sobretudo Alemanha, França,

Itália e Espanha) e para os países asiáticos (China, Japão e Coréia do Sul). Entre 2000 e

2006, desses 10 principais países, as importações aumentaram significativamente (com

exceção das importações dos EUA, cujo aumento foi de apenas 1% no período). O

destaque do crescimento das importações vai para a China, de onde vieram US$10

milhões em produto de plástico em 2000 e US$ 72 milhões em 200610 (Tabela 38).

Tabela 38 - Brasil: Total de importações do setor de transformados plásticos, a partir dos

principais países de origem de 2006, valores em mil dólares, 2000 e 2006.

2000 % 2006 % Var(%) 2000-06

Estados Unidos 223.276 32,9 225.594 21,8 1,0

Argentina 57.334 8,4 121.226 11,7 111,4

Alemanha 67.074 9,9 100.702 9,7 50,1

Uruguai 34.623 5,1 79.973 7,7 131,0

China 10.494 1,5 71.946 7,0 585,6

França 37.385 5,5 49.244 4,8 31,7

Itália 41.772 6,1 47.443 4,6 13,6

Japão 16.185 2,4 47.072 4,6 190,8

Espanha 23.491 3,5 25.617 2,5 9,1

Coréia do Sul 10.096 1,5 25.305 2,4 150,6

Outros 157.575 23,2 240.291 23,2 52,5

Total 679.306 100,0 1.034.413 100,0 52,3

Fonte: Secex

As importações de transformados plásticos realizadas por empresas do Estado de São

Paulo são provenientes dos mesmos países que as importações do Brasil. Há uma

concentração um pouco maior das importações oriundas dos EUA (30% do total

importado em 2006) no ESP do que no Brasil (21,8%).

10 Cabe ressaltar que as exportações brasileiras de plásticos para a China, em 2006, foram de apenas US$ 9 milhões.

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Tabela 39 - Estado de São Paulo: Total de importações do setor de transformados plásticos, a partir

dos principais países de origem de 2006, valores em mil dólares, 2000 e 2006.

2000 % 2006 % Var(%) 2000-06

Estados Unidos 158.753 39,7 167.021 30,2 5,2

Alemanha 32.641 8,2 60.651 11,0 85,8

Argentina 34.556 8,6 57.741 10,4 67,1

China 4.859 1,2 29.213 5,3 501,3

Japão 10.183 2,5 27.220 4,9 167,3

Itália 19.981 5,0 21.817 3,9 9,2

França 18.831 4,7 19.672 3,6 4,5

Espanha 13.709 3,4 13.069 2,4 -4,7

Reino Unido 11.413 2,9 12.078 2,2 5,8

México 6.641 1,7 11.609 2,1 74,8

Outros 88.149 22,1 133.247 24,1 51,2

Total 399.714 100 553.337 100 38,4

Fonte: Secex

Dada a concentração das exportações de transformados plásticos para países da América

Latina e das importações dos países da Europa, América do Norte e Ásia, o saldo do

comércio exterior de plásticos brasileiro é positivo com os países da América Latina e

negativo com os países desenvolvidos. Como mostram as tabelas a seguir, os maiores

superávits comerciais do Brasil no comércio de plásticos, em 2006, aparecem com a

Argentina (US$ 51 milhões), Chile (US$ 45 mi), Venezuela (US$ 27 mi), Colômbia

(US$ 24 mi) e México (US$ 22 mi) e os maiores déficits comerciais com os Estados

Unidos (US$ 107 milhões), Alemanha (US$ 89 mi), China (US$ 62 mi), Uruguai (US$

57 mi) e Japão (US$ 46 mi) (Tabela 40 e Tabela 41).

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Tabela 40 - Principais superávits comerciais brasileiros, no setor de transformados plásticos, em

2006 e em mil dólares.

País Saldo comercial (em mil dólares)

Argentina 51.001

Chile 45.407

Venezuela 27.259

Colômbia 24.555

México 22.860

Paraguai 19.221

Bolívia 14.151

Angola 12.067

Países Baixos 9.090

Austrália 8.565

Guatemala 8.406

África do Sul 8.197

Rep.Dominicana 5.867

Peru 5.803

El Salvador 5.446

Porto Rico 5.138

Costa Rica 4.920

Honduras 4.475

Cuba 4.420

Equador 4.386

Fonte: SECEX

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51

Tabela 41 - Principais déficits comerciais brasileiros, no setor de transformados plásticos, em 2006

e em mil dólares.

País Saldo Comercial (em mil dólares)

Estados Unidos -107.240

Alemanha -89.813

China -62.869

Uruguai -57.669

Japão -46.320

França -42.951

Itália -40.544

Coréia do Sul -24.372

Taiwan (Formosa) -18.344

Índia -16.265

Suíça -12.935

Reino Unido -11.797

Dinamarca -10.866

Suécia -9.412

Espanha -9.082

Singapura -7.285

Hong Kong -5.656

Canadá -5.261

Bélgica -4.933

Tailândia -4.899

Israel -4.552

Áustria -3.856

Fonte: SECEX

Embora as exportações brasileiras de plástico tenham crescido significativamente entre

2001 e 2005 (89%11, segundo as categorias consideradas pela UNCTAD), o país ainda

apresenta números muito tímidos perante outros países. Em 2005, o Brasil ficou na 33a.

posição entre os maiores exportadores de transformados plásticos do mundo, com US$

614 milhões, 0,4% do total das exportações mundiais e 2,7% das exportações da

Alemanha, primeira colocada no ranking dos maiores exportadores do produto (US$ 22

bilhões e 14% das exportações mundiais). Os Estados Unidos aparecem na segunda

posição (com US$ 16 bilhões) e a China na terceira posição em 2005 (com US$ 13

11 O crescimento das exportações brasileiras de plástico foi um pouco maior que a variação das exportações mundiais do produto (67,9%)

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bilhões). Ressalte-se o intenso crescimento das exportações chinesas nesse período

144% (a variação percentual entre os países selecionados consta na Tabela 42).

Tabela 42 - Principais países exportadores de transformados plásticos do mundo, em 2005, em

milhões de dólares.

País 2001 % 2005 %

VAR (%) 01-05

1º Alemanha 12.881 14,1 22.910 14,9 77,9

2º Estados Unidos 13.254 14,5 16.555 10,8 24,9

3º China 5.629 6,2 13.769 9,0 144,6

4º Itália 6.104 6,7 9.875 6,4 61,8

5º Japão 3.821 4,2 8.214 5,4 114,9

6º França 4.520 4,9 7.415 4,8 64,0

7º Bélgica 4.260 4,7 6.631 4,3 55,6

8º Canadá 4.175 4,6 6.216 4,1 48,9

9º Reino Unido 3.886 4,3 5.930 3,9 52,6

10º Holanda 2.755 3,0 4.855 3,2 76,2

11º Hong Kong 4.361 4,8 4.220 2,8 -3,2

12º Coréia do Sul 1.991 2,2 3.571 2,3 79,3

13º Espanha 2.005 2,2 3.257 2,1 62,4

14º Áustria 1.719 1,9 3.103 2,0 80,5

15º México 2.114 2,3 3.069 2,0 45,2

33º Brasil 324 0,4 614 0,4 89,4

Outros 17.578 19,2 33.197 21,6 88,9

Total 91.379 100 153.402 100,0 67,9

Fonte: Unctad Nota: Os valores totais compreendem a soma dos subsetores classificados nos códigos (SITC Rev3): 581 (tubos, canos e mangueiras de plásticos); 582 (chapas, lâminas e filmes); 583 (monofilamentos de plásticos) e 893 (artigos diversos de plástico).

Entre os maiores importadores de transformados plásticos do mundo em 2005 estão os

Estados Unidos (com US$ 21 bilhões, 13% das importações mundiais), Alemanha (com

US$ 11 bilhões, 7% do total importado), França, México, Reino Unido e China (com,

respectivamente, 6,4%, 5,9%, 5,5% e 4,6% do total importado no mundo). Entre os

países exibidos na tabela, China e Coréia do Sul apresentam o maior crescimento das

importações do produto nesse período (137% e 156%, respectivamente). O Brasil se

situa na 33a. posição, com apenas 0,6% do total importado pelo mundo (Tabela 43).

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Tabela 43 - Principais países importadores transformados plásticos do mundo em 2005, em milhões

de dólares.

País 2001 % 2005 %

VAR(%) 01-05

1º Estados Unidos 13.071 13,9 21.254 13,7 62,60 2º Alemanha 7.138 7,6 11.699 7,6 63,91 3º França 5.999 6,4 9.876 6,4 64,62 4º México 6.766 7,2 9.075 5,9 34,12 5º Reino Unido 5.103 5,4 8.446 5,5 65,51 6º China 2.988 3,2 7.104 4,6 137,72 7º Canadá 4.018 4,3 5.769 3,7 43,59 8º Bélgica 3.250 3,5 5.197 3,4 59,90 9º Japão 3.342 3,6 5.133 3,3 53,58 10º Itália 2.828 3,0 4.748 3,1 67,88 11º Espanha 2.372 2,5 4.374 2,8 84,39 12º Holanda 2.705 2,9 4.059 2,6 50,06 13º Hong Kong 3.888 4,1 3.879 2,5 -0,25 14º Polônia 1.620 1,7 3.164 2,0 95,23 15º Coréia do Sul 1.135 1,2 2.912 1,9 156,57 33º Brasil 643 0,7 917 0,6 42,52 Outros 26.932 28,7 47.121 30,5 74,96 Total 93.800 100,0 154.727 100,0 64,95

Fonte: Unctad Nota: Os valores totais compreendem a soma dos subsetores classificados nos códigos (SITC Rev3): 581(tubos, canos e mangueiras de

plásticos); 582 (chapas, lâminas e filmes); 583 (monofilamentos de plásticos) e 893 (artigos diversos de plástico).

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3. FATORES CRÍTICOS À COMPETITIVIDADE DO SETOR

Os determinantes da competitividade variam de um setor para o outro, mas de modo

geral, são considerados fatores relevantes: capital e capacidade de investimento; escala;

tecnologia e capacitação tecnológica (escala de produção, processos, maleabilidade para

mudanças em materiais, processos e produtos, isto é flexibilidade); inovação

(desenvolvimento e adoção de inovações); capacidade de desenvolvimento de design e

projetos próprios; qualidade; prazos de entrega; custos ao longo da cadeia; capacidade

de negociação e de articulação/relacionamento com fornecedores e clientes (condições

de negociação, custos das matérias-primas, custos de troca de fornecedores, custos de

troca de clientes, grau de “aprisionamento”); localização (mercados consumidores e

fornecedores); logística e distribuição (distâncias e condições de acesso); capacidade de

diferenciação e de diversificação (por investimentos em desenvolvimento ou por meio

de acordos ou aquisições de empresas); enfim, capacidade de produzir a preços

competitivos no mercado nacional e internacional. Ou seja, a competitividade de uma

indústria depende de vários fatores relacionados não só aos fatores internos e estratégias

de cada uma das empresas constituintes da indústria, mas também às características do

ambiente em que as empresas operam.

Quanto à estrutura do setor, observa-se, como mencionado anteriormente, que o setor de

transformados plásticos é caracterizado pela presença e liderança de algumas grandes

empresas em mercados específicos (calçados de plástico, autopeças, tubos e conexões e

embalagens, por exemplo) e de uma grande massa de pequenas e médias empresas, que

constituem parte significativa do tecido industrial. Apesar da dispersão há um número

expressivo de empresas geograficamente concentradas, como é o caso do ABC paulista.

O grande número de empresas concorrendo torna intensa a rivalidade entre as empresas,

o que tem reflexos tanto positivos quanto negativos.

Essa rivalidade, especialmente em preços, dificulta o estabelecimento de acordos entre

empresas e a definição de estratégias e políticas coesas em termos de ações que gerem

benefícios coletivos (aliar concorrência e colaboração) e aumento da competitividade

setorial. Por outro lado, os efeitos negativos do grande número de empresas dispersas

podem ser atenuados pela diferenciação de produtos, e pela focalização em

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determinadas regiões e segmentos de demanda. Uma das principais formas é a busca de

oportunidades na fabricação sob encomenda, o que permite aliar de forma coerente

especialização (nos processos, por exemplo, extrusão) e diversificação (produtos e

mercados).

Além disso, acordos de cooperação entre empresas podem facilitar a superação de

alguns gargalos típicos das empresas de menor porte, como os relacionados à

distribuição, ao acesso a linhas de financiamento, e mesmo a programas de apoio ao

fortalecimento do setor e de empresas. Acordos podem ser facilitados pela proximidade

de localização das empresas, mas com o avanço das tecnologias de informação (TI)

mesmo empresas distantes fisicamente podem estabelecer acordos para o

desenvolvimento conjunto de diversas atividades, como sites compartilhados, divisão de

custos de participação em feiras internacionais, prospecção de clientes no mercado

doméstico e internacional, (em especial no caso de empresas que têm

complementaridades), treinamento de mão-de-obra e para capacitação gerencial,

algumas negociações com fornecedores e clientes comuns, reivindicações conjuntas

junto a órgãos públicos, etc.

Políticas visando ampliar a competitividade para setores como o de transformados

plásticos têm de ter como um dos alvos o estímulo a estratégias dessa natureza e,

adicionalmente, à exploração de sinergias possíveis entre as empresas que se encontram

aglomeradas geograficamente.

As características da estrutura industrial do setor de transformação de plásticos não o

favorecem no que se refere às forças competitivas. Em parte considerável dos

segmentos não há grandes barreiras à entrada12 de novos concorrentes; o poder de

negociação com fornecedores (segunda geração da petroquímica e seus distribuidores) e

com os compradores (em especial quando se trata das grandes montadoras e seus

fornecedores de primeira linha) é limitado. Entretanto, essas observações não podem ser

12 As barreiras mais relevantes estão ligadas principalmente às possibilidades de diferenciação do produto e à importância da experiência acumulada quanto a design, produtos, processos e distribuição - o que

representa vantagem para as empresas já estabelecidas com relação a potenciais entrantes. Em alguns segmentos, no entanto, máquinas e moldes sofisticados constituem um empecilho significativo à abertura de novas empresas.

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generalizadas, pois o setor é bastante heterogêneo, em processos e tipos de produção –

linha própria, subcontratação - produtos, segmentos atendidos, complexidade

tecnológica dos produtos, produtos, tamanho e poder de mercado das empresas. Por

suas características, coloca algumas restrições ao fortalecimento e a processos de

expansão e diversificação de empresas que destinam seus produtos ao consumidor final.

O canal de distribuição utilizado é, em geral, o varejo constituído por pequenas lojas,

como as inúmeras R$1,99, mas também pelo grande varejo, como supermercados,

grandes lojas de departamentos, etc., muitas vezes com maior poder de negociação,

comprimindo as margens de fornecedores de produtos de plásticos de menor porte. A

essa pressão a montante, agregam-se os efeitos do fato de que embora o padrão de

consumo não se distancie muito do verificado em países desenvolvidos, a elevada

concentração de renda brasileira leva a uma escala de vendas relativamente baixa, o que

torna inviável (da ótica da racionalidade empresarial) o investimento em moldes,

máquinas e resinas técnicas para a produção de produtos de mais alto valor agregado.

A estratégia de algumas empresas transformadoras tem sido a de concentrar-se na

produção de produtos de menor valor (que requerem menos investimentos em moldes e

resinas) e complementar sua carteira de produtos com a importação de produtos (não

mais só os sofisticados) para os quais a escala nacional é considerada insuficiente. Ou

seja, a reduzida escala no consumo constitui forte impeditivo para avanços em design e

em mais sofisticação do produto brasileiro.

Quanto à demanda no caso de componentes e peças, também é usual clientes com poder

de mercado e de barganha superior ao dos fornecedores (os transformadores) e, é

crescente a concorrência de fornecedores globais, favorecida inclusive pelo avanço das

tecnologias de informação, que torna relativa parte das vantagens da proximidade

cliente/fornecedor.

A dotação de fatores (mão-de-obra e recursos naturais) não parece ser um fator limitante

da competitividade da indústria nacional de transformados plásticos. Quanto à força de

trabalho, tanto os comentários de representantes do setor, quanto à avaliação da infra-

estrutura brasileira de formação de mão-de-obra especializada em plásticos indicam

níveis razoáveis de qualificação da mão-de-obra em âmbito nacional. Entretanto,

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especialmente para as empresas fornecedoras de partes e peças técnicas para outros

setores industriais, é fundamental um corpo de funcionários altamente capacitado em

atividades de ferramentaria. Essas empresas, muitas vezes, transformam os plásticos

com o uso dos moldes dos clientes e, portanto, devem garantir a sua qualidade e seu

tempo de utilização. Portanto, investimentos na formação de mão-de-obra técnica no

setor de metal-mecânica (ferramentaria, em especial) são cruciais para a determinação

da competitividade das empresas transformadoras fornecedoras.

Quanto aos recursos naturais, pode-se afirmar que a presença de petróleo (elo inicial da

cadeia de transformados) só representa vantagem competitiva se conjugada à existência

de uma segunda geração consolidada e competitiva. As empresas produtoras de resinas

garantem o abastecimento das transformadoras com a matéria-prima básica, mas não

chegam a configurar-se como um diferencial positivo, uma vez que os preços tendem a

ser superiores, ou, no máximo, equipararam-se aos preços internacionais13 (não havendo

qualquer vantagem em custo). Adicionalmente, os fornecedores de resinas plásticas, a

segunda geração, assim como as empresas enriquecimento de materiais plásticos, têm,

no geral maior poder de negociação que os clientes, evidenciando a fragilidade do elo

terceira geração da cadeia, os transformadores.

Essa característica não é restrita ao setor no Brasil, mas geral, como ilustra o comentário

a respeito do setor de plásticos na Europa, que destaca a importância das empresas de

transformação, que representam 60% do faturamento de todo o setor de plásticos na

Europa14, mas são o elemento mais frágil da cadeia. São dependentes do fornecimento

de matérias-primas, em mãos de poucas grandes multinacionais, com poder de fixação

de preços (em alguns segmentos, as cinco maiores empresas fornecedoras chegam a

deter mais de 90% do mercado, de acordo com informações da PlasticsEurope). Estão

também sob pressão dos clientes, em grande parte grandes montadoras do setor

automobilístico, eletro-eletrônicos, alimentos e outros. Note-se que essa posição relativa

mais frágil não vale para o setor como um todo, pois apesar da atomização, com

13 Segundo informações obtidas em entrevistas realizadas para este trabalho, as resinas plásticas no Brasil têm preços, em média, 20% superiores aos do mercado internacional. 14 Ministère de l’ Économie, des Finances e de l’ Industrie, 2004, apud, IESE, 2005

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predominância de pequenas empresas, as grandes empresas representam boa parte do

total de empregos, da produção e do faturamento, com tendência à concentração,

característica do setor, em geral, não só no Brasil. Há empresas nesse setor industrial

que possuem competência técnica para adequar-se às demandas dos transformadores,

inovando quando necessário.

Um dos argumentos utilizados para explicar as lacunas na produção local de máquinas e

moldes mais sofisticados é a insuficiente escala do mercado nacional. Com isso,

demandas específicas de máquinas ou moldes muitas vezes não podem ser atendidas.

Nesses casos, resta aos transformadores importar as ferramentas, moldes, máquinas e

equipamentos demandados (alguns entrevistados mencionaram que muitos moldes já

vêm sendo importados da China). O mesmo ocorre com alguns tipos de aditivos,

produzidos apenas internacionalmente. Segundo entrevistados, a maior proximidade dos

produtores estrangeiros dos fabricantes desses insumos especiais traz claras vantagens

aos estrangeiros em termos de rapidez no desenvolvimento e lançamento de novos

produtos.

A atomização, com presença predominante de empresas de pequeno porte,

freqüentemente concorrendo em preços torna intensa a rivalidade. As dificuldades para

atuar aliando concorrência e cooperação tendem a reforçar esse comportamento

competitivo. A pressão de produtos substitutos é a força competitiva à qual o setor é

menos vulnerável. Sobre esse aspecto, comente-se que o momento é particularmente

favorável ao setor de produtos de plástico porque vive um estágio no qual o consumo de

plástico está sendo ampliado pelo desenvolvimento de novos usos e pela substituição a

outros materiais. Por outro lado, a potencialidade de substituição e de ampliação do

mercado torna o setor atrativo a investimentos (em estratégias de diversificação) de

empresas de setores substitutos, como o de papel e vidro (caso do grupo Saint Gobain),

tendência já apontada em estudos internacionais sobre a indústria de plásticos.

De acordo com a percepção de alguns entrevistados e a partir das informações

analisadas neste estudo, o setor de transformados plásticos no Brasil apresenta uma

situação intermediária no que concerne à tecnologia/ capacitação tecnológica/inovação.

Apesar de haver muitas empresas que não detêm tecnologia de ponta, algumas (em geral

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de grande porte) que têm acesso à tecnologia da fronteira seja em processos, máquinas

ou moldes.

Quanto ao capital e à capacidade de investimento, o setor (com exceção das grandes

empresas líderes) encontra-se em posição desfavorável relativamente aos concorrentes

internacionais tanto pela menor disponibilidade de capital e por seu maior custo, quanto

pelas dificuldades de acesso ao financiamento. De fato, os impactos não são exclusivos

ao setor de transformados, mas como neste são predominantes (em número de unidades)

as pequenas empresas, o diferencial negativo é expressivo comparativamente ao setor

em outros países. No que concerne à escala, o setor encontra-se também em situação

desfavorável. O mercado consumidor é muito restrito a uma pequena parcela da

população, e o excedente não é direcionado com facilidade para o exterior e são raros os

casos de empresas operando no Brasil que têm a maior parte da produção destinada para

a venda em mercados externos.

No que tange à qualidade dos produtos pode-se dizer que o setor apresenta uma situação

intermediária. Enquanto algumas empresas estão capacitadas a atender a rigorosas

especificações técnicas e padrão de qualidade dos clientes, parte significativa das

empresas ainda está bastante defasada em termos de tecnologia, processos, práticas

organizacionais e de relacionamento com clientes. As dificuldades na esfera operacional

refletem-se na dificuldade de cumprir os prazos de entrega, uma das falhas mais

apontadas por clientes, e reconhecida pelos produtores. Quanto a preços, ao menos de

acordo com a argumentação dos representantes do setor, os produtores nacionais estão

em desvantagem em função dos custos mais elevados (especialmente, os custos de

matéria-prima, financeiros, tributários).

Quanto às condições de distribuição, embora parte dos produtores seja beneficiada pela

proximidade aos grandes mercados consumidores, isso não se aplica ao conjunto de

produtores como um todo e, ademais, ainda são necessários vultosos investimentos em

infra-estrutura rodoviária, ferroviária e portuária, para que a distribuição das empresas

possa representar um dos fatores competitivos. Essas restrições têm impactos tanto no

mercado interno – dificultando a concorrência com produtos importados – quanto nas

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exportações – conquista de mercados, cujas condições internas são mais adequadas que

as brasileiras.

O setor ressente-se ainda da falta de políticas setoriais e, com a difusão do

reconhecimento da importância da preservação do meio ambiente, o poder da opinião

pública não o favorece daí a relevância da intensificação de ações do setor voltadas para

o aumento da reciclagem pós-consumo dos produtos de plásticos. Temas relacionados à

questão ambiental são crescentemente postos em pauta e ligados à dinâmica e

competitividade da indústria dos plásticos, e ganham espaços próprios em estudos

nacionais e internacionais sobre a indústria. Capacidade de pesquisa e desenvolvimento

em bioplásticos e em formas de tratar a reciclagem e o lixo gerado pela indústria e no

pós-consumo agrega-se às clássicas 5 forças competitivas propostas por Porter. O

mesmo vale para a atenção atribuída pelas autoridades públicas à questão e à

“qualidade” do conjunto de leis e normas a ela relacionadas. Nesse ponto, fica clara a

importância do desenvolvimento de relações mais continuadas e sólidas de empresas e

Universidades, Institutos de pesquisa e órgãos de apoio e de financiamento à pesquisa.

No Brasil, o número de empresas na indústria de transformados plásticos é considerado

excessivo e vem sendo citado por representantes do segmento como um problema,

especialmente no que tange à atualização tecnológica do setor. Como se viu, não é pelo

número de empresas em si que o Brasil teria diferencial negativo, pois é próximo ao de

muitos outros países, no total e na média (cerca de 40) de empregados por empresa, em

2005. Cabe observar que a competitividade de uma indústria não pressupõe que todas as

empresas estejam na fronteira tecnológica, mas sim que haja um conjunto relevante

capacitado nesse sentido. As pequenas empresas têm determinada funcionalidade nas

diferentes indústrias em que há espaços para sua inserção, mas a dinâmica da indústria

na grande maioria das vezes não depende delas.

A possível restrição à competitividade advém não do número de empresas, mas do fato

de a indústria ser constituída por grande número de empresas, muitas funcionando em

condições muito próximas à total informalidade, e concorrendo basicamente em preços,

sem condições de inovação, operando com máquinas tecnologicamente obsoletas, e com

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produtos de baixa qualidade. É esse quadro, se generalizado, que pode gerar uma das

restrições ao desenvolvimento do setor com feições mais modernas.

A isso se alia a já recorrente (afetando, inclusive, os principais países produtores)

ameaça da importação de produtos chineses de diferentes níveis em termos de uso e de

qualidade, com os indesejáveis efeitos sociais, principalmente no que diz respeito ao

emprego. Empresas nacionais, inclusive as de utilidades domésticas estão optando por

importar determinados produtos acabados da China para complementar suas linhas de

produtos ao invés de produzi-los internamente. Os argumentos, também já recorrentes

centram-se na falta de condições para competir com os chineses, tendo em vista os

custos mais elevados (relativamente aos concorrentes internacionais, de acordo com os

representantes do setor) da mão-de-obra, custo interno das matérias-primas, custo do

capital, dificuldades de acesso a financiamentos e impostos.

São fortes obstáculos considerando-se que os mencionados determinantes da

competitividade têm peso que varia de um segmento para outro, mas de modo geral,

estão presentes em todos eles. Por exemplo, enquanto escala e liderança em custo são

fundamentais para produtos mais próximos a commodities, a diferenciação é a estratégia

competitiva adequada para empresas do segmento de utilidades domésticas, materiais

para escritório, etc. Entretanto, mesmo em commodities a diferenciação, em termos

amplos, é cada vez mais um requisito competitivo, assim como empresas com produtos

diferenciados podem buscar simultaneamente a liderança em custos.

Ainda no que tange às características estruturais e às estratégias das empresas do setor,

nota-se crescente tendência à concentração, da qual é sintomático o movimento de

fusões e aquisições (já marcante na segunda geração) envolvendo empresas

transformadoras de capital nacional, como a Votocel, uma das líderes em seu segmento

(comprada por grupo internacional), e estrangeiras como a GE Plastics do segmento de

beneficiamento de resinas (comprada por empresa árabe, aparentemente como parte de

estratégia de diversificação via verticalização para a frente).

Em parte, a justificativa para a venda de negócios pode ser encontrada no fato de que a

contribuição das unidades vendidas era pouco representativa para o faturamento global

do grupo. Para a empresa compradora trata-se de uma estratégia de expansão, muitas

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vezes via diversificação, visando ampliar as condições de competitividade.

Diversificação, como estratégia de expansão, e diferenciação, e, em vários casos, escala

e liderança em custos, como estratégias de competição, criam condições favoráveis ao

surgimento de inovações, mesmo que incrementais, o que pode representar vantagens

competitivas relevantes. A diversificação nesse caso significa ter fôlego financeiro para

arcar com custos de pesquisa constantes visando o desenvolvimento de novos

compostos, incluindo a nano tecnologia, uma das fortes tendências da indústria mundial

de transformação de plásticos.

De acordo com dados apresentados na Plastics News, julho de 2007 (Plastics News,

julho de 2007; P&M Corporate Finance, LLC, 2006), houve, em âmbito mundial, em

2004, 359 fusões e aquisições no setor de transformados plásticos; 418 em 2005, e em

2006 foram 428, das quais 317 estratégicas e 111 financeiras, principalmente nos

segmentos de embalagens, bens de consumo e produtos para área medica. A tendência

expande-se também no elo da distribuição de resinas, no Brasil e no exterior (por

exemplo, a aliança de quatro principais distribuidores do Canadá – Plastique Polyfab,

Plastique Alto, Redwood Plastics, e Warehoused Plastic Sales – formando a Prisma

Plastics).

Seja qual for a justificativa em termos de lógica empresarial, os movimentos de fusões e

aquisições reforçam a tendência à concentração nos diversos níveis da cadeia na qual se

insere a indústria de produtos transformados plásticos, incluindo o elo com

característica atomização. Com isso, associada à heterogeneidade em número e tamanho

de empresas, mercados de destino dos produtos, a heterogeneidade também no que

tange às condições de competitividade das empresas tende a se acentuar.

Há um pequeno número de empresas que conseguiram reunir condições para

investimentos em atualizações tecnológicas e para competir em mercados

internacionais. Nos segmentos de produção de plásticos com maior valor agregado, a

presença predominante é de grandes empresas estrangeiras, situação que tende a se

acentuar tendo em vista o mencionado movimento de aquisições. No fornecimento a

grandes empresas multinacionais, a maior parte é atendida por fornecedores globais. Daí

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a importância da capacidade de internacionalização produtiva para as empresas de

capital nacional que queiram fazer parte desse grupo seleto de fornecedores globais.

É, portanto, no processo (e tudo o que ele envolve, da gestão ao pós-venda) que reside o

núcleo da competitividade dessa indústria o que, em decorrência, torna crucial o sistema

de gestão, não só na esfera das decisões de produção e qualidade, mas também na esfera

da comercialização. Daí a importância do foco na produtividade, qualidade e

custos/preços. A relevância da gestão de processos torna-se mais clara quando se tem

presente que as inovações e fontes de melhorias estão, em geral, nas etapas anteriores da

cadeia produtiva, nas resinas e materiais resultantes de diversas combinações, nas

máquinas, e nos moldes. A qualidade dos produtos está vinculada à qualidade dos

processos nas empresas transformadoras (incluindo qualificação da mão-de-obra), às

características das máquinas e qualidade no uso (incluindo manutenção) dos

equipamentos e moldes.

Cabe às empresas transformadoras, no que diz respeito à inovação, o design. No

entanto, em diversos casos, mesmo o design fica a cargo de outro elo, o dos clientes,

como ocorre, em geral, no caso de empresas que exercem as atividades de fornecedoras

de peças, componentes, etc. para outras empresas. Ficam evidentes as inerentes inter-

relações de empresas com os fornecedores de resinas (uso adequado e rendimento,

novas especificações, aperfeiçoamentos, novos usos, etc.), com os fabricantes das

máquinas e, principalmente, no elo moldes/transformação, que é parte integrante do

processo de transformação15.

Sinalizador dessa importância é o fato de que diante da constatação de lacunas,

incluindo as relativas a aspectos técnicos, ao não cumprimento de prazos, várias

empresas transformadoras estão se diversificando via integração vertical para trás,

15 A esse respeito vale mencionar que nos EUA, o SPI, Society of the Plastics Industry, Inc. refere-se à indústria de plásticos incluindo os processadores de plásticos, os produtores de máquinas e equipamentos e os fornecedores de resinas. Os dados relativos a número de empresas e número de empregados nessa indústria obtidos nessa fonte são importantes, mas comparações com a indústria no Brasil devem levar em conta esse fato. Dados do US Bureau of Statistics são mais adequados permitindo comparação por porte de estabelecimento.

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passando a fabricar os próprios moldes, utilizando essa capacitação adicional como um

diferencial na conquista e retenção de clientes.

Em alguns casos, os dirigentes consideram que nos moldes de fato está o segredo da

competitividade da empresa, e, portanto, a opção é pela fabricação interna, ao menos

durante certo período. A esse respeito, vale apontar que em uma das empresas visitadas,

o entrevistado comentou que desenvolveu durante alguns anos os moldes em uma

ferramentaria “de confiança”, mas essa opção revelou-se não acertada quando a

ferramentaria, de um particular “saber fazer” moldes aprendidos em conjunto com o

cliente, passou a oferecer a fabricação de moldes especiais para concorrentes da parceira

de aprendizagem de longos anos; a pareceria foi desfeita, a fabricação de moldes

internalizada, mas parte do conhecimento específico havia sido já difundido, via

ferramentaria, entre concorrentes; como a produção de moldes pode variar em detalhes

não houve como alegar quebra de contrato judicialmente, até porque não havia patente

requerida (note-se, apesar das perdas para a empresa participante da pesquisa, e do uso

de certa forma mal intencionado, ou, no mínimo oportunista, tratou-se de caso bem

sucedido de compartilhamento e difusão de conhecimentos).

Em outras empresas, o início das atividades foi com a produção de moldes e,

posteriormente decidiu-se pela diversificação como estratégia de expansão, via

verticalização para a produção de produtos de plásticos, viabilizando-a com

investimentos em novas plantas ou pela aquisição de empresas já atuantes como

transformadoras. Essa estratégia de expansão também marca a história de empresas

estrangeiras como a Plastek, que desde 2000 tem planta no município de Indaiatuba

(www.plastekbrasil.com.br, acesso em 30 de setembro de 2007). A empresa tem sede

em Erie, Pensilvânia, e foi pioneira no desenvolvimento de embalagens para

desodorantes e uma das principais fornecedoras classe mundial do produto

(www.plastekgroup.com, acesso em 30 de setembro de 2007).

Fica evidente igualmente a potencial vulnerabilidade das empresas de menor porte tanto

no que diz respeito às relações com clientes, quanto no que diz respeito às relações com

fornecedores, incluindo-se as distribuidoras, às quais muitas sequer têm acesso. Essa é

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uma considerável restrição à competitividade, posto que implica custos mais elevados

de matéria-prima.

Sobre os Bioplásticos

Independentemente das eventuais ressalvas, os avanços nas pesquisas para

desenvolvimento de bioplásticos levaram à obtenção em escala de laboratório e,

posteriormente, em escala industrial, de resinas obtidas de outra fontes que não a

primeira geração da indústria petroquímica.

Na busca de opções aos plásticos que requerem longo tempo para se degradarem (“não

degradáveis”) vêm sendo desenvolvidas diversos estudos em Universidades em Centros

de Pesquisa, muitos no estado de São Paulo. Os resultados apontam tanto para

possibilidades de aceleração do processo de degradação quanto para materiais

biodegradáveis. Quanto à primeira possibilidade, pode-se mencionar pesquisa de

GIESSE (2003) que patenteou o plástico degradável com luz solar. O material consiste

em uma mistura do polietileno com um polímero orgânico que fica disperso na estrutura

do plástico e atua como acelerador do processo de degradação. Enquanto o plástico

convencional se desfaz no período de 20 a 30 anos, o plástico foto degradável o faz na

metade do tempo. Esse processo (que também recebeu críticas por parte de alguns dos

entrevistados) pode ser incluído nas soluções a médio prazo para o impacto ambiental

causado pelos plásticos derivados do petróleo, deixando a reciclagem como uma

solução imediata e os plásticos biodegradáveis como uma solução a longo prazo.

Quanto às possibilidades de obtenção de plásticos biodegradáveis, pode-se citar

pesquisa de ROZ (2006) sobre o amido termoplástico como alternativa biodegradável

para o plástico. O amido de milho, quando misturado com diversos glicóis, processado

em um misturador intensivo e prensado, submetido a análises, inclusive mecânicas,

pode apresentar características semelhantes aos plásticos convencionais, com a

vantagem de ter um custo menor que os produtos obtidos a partir do petróleo, além de

ser biodegradável e poder ser processado nos mesmos equipamentos utilizados no

processamento dos plásticos convencionais.

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Um exemplo de bioplástico é o Amidoplast®, desenvolvido por SEBIO E CHANG

(2005), trata-se de um laminado termoplástico biodegradável à base de amido e gelatina

e plastificado com água e glicerol, obtido pelo processo de extrusão de dupla rosca.

Pode ser termoformado e moldado por injeção para diversas aplicações. Estudos de

laminados obtidos após o processo de extrusão visando avaliar suas propriedades

mecânicas de tração e barreira, tais como resistência máxima à tração, percentagem de

alongamento, elasticidade, permeabilidade ao vapor de água e índice de desintegração

em água mostraram que o material apresenta as características adequadas para substituir

os plásticos convencionais. Ademais, tem a vantagem de menor impacto no meio

ambiente, pois pode ser metabolizado em qualquer organismo dos seres vivos.

Outro exemplo é o Polihidroxibutirato (PHB), do qual pode ainda derivar um

copolímero polihidroxibutirato-valerato (PHB- HV); ambos pertencem à família dos

polihidroxialconoatos, os dois descritos como poliésteres de origem natural similar16. A

tecnologia foi desenvolvida (sob coordenação de PRADELLA, 1998) no Laboratório de

Biotecnologia Industrial (LBI) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado ao

Governo do Estado de São Paulo. Concluídos os testes de laboratório (em 1994) e

identificado o potencial econômico, a tecnologia foi transferida para a empresa PHB

Industrial, atualmente proprietária do material sob a marca BYOCICLE®. De início, a

empresa está explorando o potencial econômico para o mercado internacional. De

acordo com o diretor executivo da empresa, Sylvio Ortega Filho (matéria publicada no

site http://diariodonordeste.globo.com, acesso em 26/09/2007), o material atende a

diversas técnicas produtivas, como injeção, extrusão, termoformagem e prensagem - só

não foi possível ainda a aplicação para a produção de filme (saco plástico). O

BYOCICLE® pode ser utilizado, por exemplo, na produção de embalagens de

cosméticos, alimentos, defensivos agrícolas, e em diversos usos na área médica. Essa é

16 A marca BYOCICLE® é propriedade da empresa PHB Industrial, controlada pelas empresas Irmãos Biagi S.A- Açúcar e Álcool e grupo Balbo, que atuam há mais de 70 anos no setor sucroalcooleiro. A planta piloto de produção do BYOCICLE® fica anexa à Usina da Pedra, no município de Serrana, na região de Ribeirão Preto, SP (informações obtidas no site http://www.biocycle.com.br/site.htm, acesso em 26/09/2007).

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uma das áreas para as quais se defende o uso dos plásticos biodegradáveis, mesmo em

artigos que relativizam as vantagens de tais materiais.

Outro exemplo de aplicação de plástico biodegradável é o notebook com corpo de

plástico degradável, já oferecido pela Fujitsu no Japão. O material é obtido a partir do

amido de milho (pode ser também obtido a partir da batata e do trigo, por exemplo),

resultando em emissões de carbono 15% mais baixas. A empresa já havia utilizado esse

tipo de plástico em celulares. Espera-se que tal material se decomponha em alguns

meses quando exposto ao ambiente (http://idgnow.uol.com.br, 21 de agosto de 2007,

acesso em 03/11/2007). De fato, os bioplásticos já são conhecidos há muito tempo. O

polilactídeo (PLA) é comercializado desde 1990, sendo utilizado na produção de potes

para plantas, tigelas e implantes médicos. Uma das explicações para o uso restrito é o

custo ainda relativamente elevado.

Em uma situação de alto preço do petróleo e de crescente percepção da crucialidade da

generalização dos cuidados com o ambiente, associadas à disponibilidade de novos

conhecimentos em pesquisa, é natural a multiplicação de investimentos na busca de

novos materiais (não só na indústria de transformação de plásticos), mas a justificativa

central não deve ser a vantagem da rápida degradação (algumas vezes contestada com

argumentos irrefutáveis). O foco deve estar, segundo boa parte da literatura e de

especialistas ouvidos para este trabalho, na sustentabilidade dos produtos de plásticos, já

que a justificativa social é inquestionável.

Sobre a Reciclagem

Ao longo dos anos, as evidentes vantagens, inclusive ambientais, do plástico foram

sendo relativizadas pelo grande calcanhar de Aquiles: “o não ser degradável”. Dado que

o plástico é um substituto para uma ampla gama de materiais, e que nada há a sinalizar

que vá deixar de o ser, cabe focar fortemente na reciclagem. Como os bioplásticos (de

rápida degradação ou não), a reciclagem é um dos grandes temas atuais na indústria de

transformados em âmbito mundial, e tem motivado estudos e projetos. Plásticos

degradáveis devem ser largamente utilizados quando são o material mais indicado. Nos

demais casos, o consumo sustentável - economia, conservação, uso racional,

aproveitamento, geração de energia na queima, reutilização, reciclagem, deposição

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correta nos aterros, pesquisas para identificar e desenvolver processos economicamente

viáveis – deve ser o eixo principal das discussões sobre o plástico e seu uso. Portanto,

são importantes projetos e ações voltados para o educar, mas também ações e

investimentos na própria “sub cadeia” da reciclagem, como a disposição pós uso

adequada, a coleta, o processamento, a transformação, a comercialização, a forma de

integração das pessoas envolvidas nas diversas etapas.

A reciclagem de plásticos tem sido alvo de estudos e projetos não só porque é um dos

elos da cadeia dos plásticos, com capítulo próprio nas estatísticas, mas também pela

constatação de seus benefícios em termos ecológicos, sociais e econômicos, incluindo o

potencial de rentabilidade tanto para os recicladores quanto para os transformadores. O

processo utiliza 10% do valor energético do processo primário (energia utilizada para

processar o material virgem).

No Brasil, a reciclagem já alcança taxas expressivas, mas ainda se dá de forma pouco

organizada e coordenada. Segundo textos e especialistas consultados, o lixo brasileiro

tem de 5 a 10% de plásticos, dos quais apenas 15% são reciclados, pela grande

variedade de plásticos e desorganização na coleta dos materiais. Todo material plástico

deve conter o símbolo representado por três setas e o numero de identificação da

variedade do plástico ao centro; no caso do PET, por exemplo, o número de

identificação é 1. Entretanto, não é raro encontrar-se peças plásticas, principalmente

embalagens, que não apresentam essa simbologia e precisam, portanto, ser submetidos a

testes práticos de identificação por especialistas, o que dificulta sua reciclagem.

São três os processos que podem ser utilizados na reciclagem de plásticos: reciclagem

mecânica, reciclagem química, e reciclagem energética.

A reciclagem mecânica é o processo mais conhecido. Consiste na conversão de

descartes plásticos pós-industriais e pós-consumo em grânulos que podem ser utilizados

na produção de outros produtos plásticos. Após coletados, os materiais plásticos são

manualmente separados por sua composição, etapa que é facilitada pela identificação

das peças com o símbolo dos plásticos. Após separados, os diferentes materiais são

compactados e enfardados, sendo encaminhados para a reciclagem, na qual são moídos

e lavados, retirando-se as impurezas. Por último, o material moído é seco, extrusado

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(formando o espaguete) e granulado (formando os pellets), podendo ser utilizado

novamente em processos de injeção, extrusão, sopro, gerando novos produtos plásticos.

Por envolver somente etapas de separação e lavagem com água, exige um material

inicialmente limpo para gerar produtos de qualidade. A utilização de descartes plásticos

oriundos de coleta seletiva e indústrias é mais indicada do que a utilização dos descartes

alocados em aterros ou lixões.

A reciclagem química é o processo mais indicado para a reutilização de plásticos em

embalagens para alimentos, pois consiste no reprocessamento de plásticos em

petroquímicos básicos, como monômeros e hidrocarbonetos, que podem ser utilizados

como produtos químicos ou para a produção de novos plásticos. O processo tem custo

elevado, porém resulta em resinas de elevada qualidade, com características similares às

resinas virgens. É um processo apropriado para países como o Brasil, pois oferece alta

flexibilidade no reprocessamento de materiais compostos como blendas poliméricas de

PE e PP. Os monômeros resultantes do processo são destinados, como matérias-primas,

a refinarias e centrais petroquímicas. Além disso, esse processo possibilita uma redução

de custo e facilitação nos processos de pré-tratamento, separação e coleta dos plásticos,

visto que os novos desenvolvimentos do processo permitem certo grau de

contaminantes, como papéis, tintas e outros materiais. Os principais processos de

reciclagem química são hidrogenação (gera compostos puros aproveitáveis por

refinarias), gaseificação (gera o gás de síntese, hidrogênio e monóxido de carbono,

utilizado na formação de metanol pela indústria de combustíveis), quimólise (gera

monômeros) e pirólise (gera frações de hidrocarbonetos).

A reciclagem energética consiste na recuperação de energia dos plásticos por meio de

processos térmicos, podendo gerar energia elétrica e térmica, o que a diferencia dos

convencionais processos de incineração. O método se baseia no aproveitamento da

energia presente no plástico, equivalente à energia contida em quantidades iguais de

óleo combustível. Outra vantagem do processo é a redução da quantidade do resíduo em

até 90%, restando 10% de resíduo inerte esterilizado. O quadro a seguir apresenta

diferentes funções que os plásticos virgens e reciclados podem ter.

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Quadro 1- Possíveis usos para os plásticos reciclados

Plástico Usos para o plástico virgem Usos para o plástico reciclado

PET Embalagem de bebidas e água mineral Camisetas, carpetes, capas de travesseiros, jaquetas

HDPE Engradados de leite, frascos de xampu e

condicionador, embalagem de leite e cremes Caixas para depósito de cereais, canos para agricultura, engradados,

madeira plástica, cones, brinquedos, mobílias para quintal

PVC Flexível Canos, cabos e tubulações, solado de calçados Mangueira de jardim, pisos

LDPE/LLDPE Filmes laminados e embalagens de leite e óleo Sacos e caixas plásticas de lixo

PP Potes de sorvete, baterias e sacos de tecido Engradados, móveis, bagageiros

PS Potes de Iogurte, talheres de plástico Cabides, acessórios para escritório, caixas de CDs e vídeos

Fonte: LEVY (2006)

No Brasil, cerca de 20% do plástico produzido é reciclado, o que equivale a 200 mil

toneladas por ano, enquanto na Europa, onde a reciclagem é controlada por leis, há anos

esse valor está estabilizado em 22%. O Brasil ocupa o 4º lugar na reciclagem mecânica

(ou primária) de plásticos, a mais comum no país, ficando atrás da Alemanha, Áustria e

EUA.

Em 1997, foi criado no Brasil o projeto de lei 3750, visando regulamentar a situação da

reciclagem de plásticos no Brasil. Entre outros pontos, o projeto trata da

responsabilidade das empresas produtoras e distribuidoras de bebidas, cosméticos,

produtos de higiene e limpeza e óleos lubrificantes, combustíveis e outros, pelas

embalagens plásticas utilizadas na comercialização desses produtos. O projeto de lei

trata também de processos de recompra das embalagens, da utilização de plásticos

reciclados em embalagens alimentícias, do patrocínio da educação ambiental da

população pelas empresas citadas, do descarte inapropriado de plásticos e do aumento

do IPI sobre sacos e sacolas e de polietileno e embalagens de PET.

Um fator bastante relevante no Brasil é a questão social associada à reciclagem, visto

que o lixo reciclado é, na maioria das vezes, coletado por trabalhadores não-registrados

com baixas condições sócio-econômicas. Essa situação pode ser modificada com a

adoção de medidas consistentes para a gestão adequada da coleta de recicláveis,

tomando como um dos elementos da equação a presença dessas pessoas. Portanto, a

organização do setor de reciclagem no Brasil envolve, além de criação de opções para o

recolhimento do lixo, a geração de opções de inserção e de renda para os atuais

catadores.

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Ainda no âmbito social, poderiam ser estabelecidas parcerias entre escolas e projetos

ambientais, educando as novas gerações, seus pais e os funcionários dessas instituições,

e promovendo o maior contato entre as crianças e o meio ambiente. Pode-se também

associar postos de saúde, médicos, hospitais e empresas a campanhas ambientais. O lixo

é responsável por diversas doenças e boa parte das empresas já adota políticas

ambientais, podendo ser estimuladas a participar com palestras sobre o tema e

patrocinar iniciativas na área.

O maior instituto ambiental de plásticos no Brasil é o Plastivida, criado em 1994, com o

intuito de promover a utilização ambientalmente correta dos plásticos, e seu

desenvolvimento no país. O instituto já é uma referência na área de plásticos,

articulando a comunicação entre governo, sociedade e indústria com informações sobre

coleta seletiva e reciclagem.

Um projeto de reciclagem de plásticos que pode ser citado é o Ítalo-Brasileiro, que visa

divulgar o modelo italiano de reciclagem de plásticos às prefeituras do Brasil, iniciando

o trabalho com a prefeitura do Estado de São Paulo (sub-prefeitura da Sé), e estabelecer

a colaboração entre os dois países no desenvolvimento de novas tecnologias de

reciclagem e re-utilização de matérias pós-consumo.

De forma geral, na Europa são cobrados tributos sobre a embalagem primária, recaindo

somente sobre o produtor. Porém, na Itália, o modelo se baseia na imposição de taxas

não somente para o produtor, mas também para o consumidor, que “repassa” o dinheiro

ao produtor, responsável por “repassá-lo” ao município para fazer a coleta seletiva, ou

contratar uma empresa (ou cooperativa) que o faça. Basicamente, a idéia é criar leis que

tornem obrigatória a reciclagem de plásticos, além de definir quem irá pagar por essa

reciclagem e quanto irá pagar.

Outras iniciativas também vêm sendo adotadas em todo o país. Um exemplo é o projeto

Reciclagem Cidadã, criado pela prefeitura de São José dos Campos, com o objetivo de

atuar junto aos catadores de materiais recicláveis, unindo-os em cooperativas de

trabalho do projeto. Para tornar o projeto viável e interessante para os catadores, a

prefeitura da cidade realizou pesquisas com 171 catadores de lixo, que, em sua maioria,

demonstraram grande interesse em formar cooperativas, pois acreditavam que desta

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forma a concorrência entre eles seria reduzida, e o transporte e separação do material

seriam facilitados. Os catadores de lixo ao se unirem poderiam aumentar sua

lucratividade, pois costumavam vender os materiais por preços muito baixos. Após

avaliação dos resultados da pesquisa, a prefeitura cadastrou todos os catadores, que

passariam a fazer a venda de seus materiais diretamente para a empresa recicladora, ao

invés de vender para sucateiros. Além disso, os passariam por um processo de

capacitação profissional e participariam de cursos e palestras sobre cooperativismo, suas

vantagens e deveres com a sociedade. Em Campinas há experiência semelhante com as

incubadoras de reciclagem, projeto na UNICAMP, com apoio de recursos da FINEP, e

participação da Prefeitura.

Algumas iniciativas também são tomadas por faculdades, com programas de estímulo à

reciclagem por parte de alunos e funcionários, e também com cursos sobre a

importância dos cuidados com o meio ambiente. Um exemplo é o projeto Reciclar,

criado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), que visa o envolvimento da

comunidade universitária na coleta seletiva de materiais potencialmente recicláveis e no

destino final deles. O projeto também engloba a aprendizagem sobre quais são os

materiais recicláveis, educação preventiva, limpeza e preservação do Campus, gerando

recursos para a Assistência Social.

Outros projetos são direcionados por empresas, que divulgam e apóiam a venda de

alguns produtos elaborados a partir de materiais reciclados. Um desses projetos é o

recicla Três Rios, que incentiva a venda de “vassouras ecológicas” fabricadas por

comunidades menos favorecidas da cidade de Três rios (RJ) e confeccionadas a partir

do reaproveitamento de garrafas PET. Outro exemplo é o projeto Reciclar, criado pela

Usina termelétrica Santa Cruz, que visa reciclar os resíduos de todos os setores da

empresa, além de ensinar aos funcionários e moradores da cidade a importância da

reciclagem e a lucratividade que esse procedimento pode fornecer.

Exemplo adicional é do Tetra Pak, que a partir de estudos preliminares para avaliar as

possibilidades de reciclagem das embalagens tetra, foi investindo significativamente em

pesquisa e desenvolvimento nessa área, culminando com a criação de unidade de

negócio com atuação voltada especificamente para a reciclagem das embalagens.

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Atualmente, de acordo com diretor dessa unidade Tetra Pak entrevistado para este

projeto, em São Paulo há 8 empresas que a partir das embalagens Tetra Pak (TP)

recicladas produzem telhas. Das 8 empresas, 6 estão localizadas nas proximidades de

Campinas e de Jundiaí. Quanto ao porte, 5 têm menos que 10 empregados; 1 emprega

15 pessoas; 1 emprega 30 pessoas; 1 emprega 40 pessoas. Das 8 empresas, 4 têm

produção mensal de 20 toneladas; 1 produção de 15 toneladas; 1 com produção de 30

toneladas; 1 com 40 toneladas (para 1, não há informações sobre o volume produzido).

Uma das observações ao longo da entrevista foi quanto às dificuldades dessas empresas,

em geral de pequeno porte e que além das restrições comuns a pequenas empresas têm

de lidar com o fato de que o ICMS que recai sobre o produto é de 22%, enquanto sobre

telhas de amianto (com restrições à produção em diversos países) a incidência é de

apenas 8%.

Como no caso dos componentes das embalagens tetra, um dos quais o filme de plástico,

alguns projetos de reciclagem consistem em direcionar a coleta para esses materiais

separadamente, chamada de coleta extra-seletiva, de forma a facilitar a reciclagem

mecânica, dos processos, o de menor custo. Dois materiais plásticos consumidos em alta

escala no Brasil são o PET e o PVC. O uso das embalagens PET vem crescendo

constantemente, substituindo embalagens como latas de flandres, vidros,

multilaminados e outros plásticos, mas também aumentando os problemas ambientais

causados por elas. Do percentual de 5 a10% de plástico presente no lixo urbano, cerca

de 6% são formados por PVC, o plástico utilizado para a fabricação de cabos, fios,

embalagens, filmes e muitos outros itens.

A reciclagem do PET é feita pelo processo mecânico, resultando em produtos variados,

como fibra poliéster, tecidos, resinas, fitas e embalagens (exceto alimentícias). O grande

desafio no Brasil é utilizar o PET reciclado em embalagens alimentícias, já que essa é a

principal utilização do PET. Em outros países já está sendo utilizada a tecnologia de

monocamada, que consiste, basicamente, em uma lavagem descontaminante do material

reciclado, assegurando-lhe o mesmo nível de limpeza do material virgem.

No Brasil, essa tecnologia ainda não está sendo utilizada e a Anvisa só permite a

utilização do PET reciclado em embalagens alimentícias multicamadas, ou seja, que

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tenham camadas virgens em contato direto com o alimento, o que garante a segurança

do alimento, porém consome baixa quantidade do PET reciclado. A restrição de

utilização de PET reciclado em alimentos se deve aos perigos de uma contaminação por

produtos não alimentícios, como pesticidas e químicos sanitários em geral, que tenham

sido armazenados na garrafa PET anteriormente à sua reciclagem.

O plástico PVC é renovável, pois é composto por 57% de cloro, derivado do sal

marinho, e 43% de eteno, derivado do petróleo, o que resulta em uma necessidade de

cerca de 0,3% da quantidade total de petróleo extraído no mundo. Além disso, seu

processo de reciclagem já é realizado há bastante tempo e a quantidade presente em

resíduos urbanos é baixa, pois ele é utilizado em produtos de longa vida útil, como

cabos e fios. No Brasil, a tecnologia utilizada para reciclagem desse item é um pouco

diferente da tradicional, pois as etapas de lavagem e aglutinação não costumam ser

realizadas para que o produto reciclado se torne competitivo. O problema é que esse

método alternativo exige matérias-primas mais puras, requerendo menor teor de

contaminantes e exigindo a adição de aditivos que, algumas vezes, podem tornar o

produto mais caro e reduzir sua qualidade quando mal manipulados.

Estudo de PIVA et al. (1999) sobre o mercado brasileiro de reciclagem do PVC apontou

diversas dificuldades enfrentadas pelo setor. As principais foram a falta de um resíduo

puro e confiável por descaso com a coleta seletiva, a cobrança de altos impostos como

ICM e IPI (sobretaxados), dificuldades no tratamento da água utilizada no processo e na

manutenção da qualidade dos produtos. Além disso, constataram que os recicladores

preferem utilizar o resíduo industrial (40% do total de PVC descartado) ao pós-consumo

(60% do total de PVC descartado), por ser mais limpo e de composição mais constante.

Apontaram também que ao longo da pesquisa ouviram questionamentos sobre o IPI

cobrado sobre PVC reciclado, já que este é o único plástico reciclável sobre o qual a

taxa é imposta.

Na Europa, assim como em países como EUA e China, a demanda por plásticos também

vem crescendo, e com ela, a necessidade de reciclar. Em cada um desses países, as

tendências e os modelos de reciclagem são diferentes.

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Na Europa, são produzidos 21 milhões de toneladas de plástico pós-consumo; a

indústria de embalagens é a maior consumidora de plásticos, e, dessa quantidade,

apenas 16,5% são reciclados. A tendência na Europa é a de que o sucesso de ações de

reciclagem depende da participação do consumidor e de projetos do governo. Na

Alemanha, por exemplo, após o lançamento de campanhas pelo governo, a participação

dos consumidores no processo de reciclagem aumentou. Em outros países da União

Européia, as taxas de reciclagem aumentaram quando se uniram e se adequaram à

legislação da U.E., segundo a qual os fabricantes de plásticos são responsáveis pelo

pagamento de impostos ao governo, que são destinados à coleta seletiva.

Pesquisas feitas em países europeus constataram que os consumidores estão dispostos a

utilizar materiais reciclados, desde que apresentem as mesmas características de

aparência, qualidade e preço dos materiais tradicionais. Uma das dificuldades para tanto

está relacionada à variedade, pois o custo do processo é elevado pela necessidade de

separação, muitas vezes manual dos polímeros, que têm diferentes propriedades e

necessitam de diferentes metodologias de reciclagem. Visando superar essa dificuldade,

foi desenvolvido o projeto NOVPOL, com um processo capaz de reciclar até 5

polímeros diferentes concomitantemente (no processo tradicional, apenas 0,01% de

contaminação cruzada poderia prejudicar o produto final). O projeto foi desenvolvido

pela empresa italiana Filtri Clean Técnica e facilita o processo de reciclagem de

plásticos, tornando-o economicamente viável e criando um termoplástico com

características adequadas, tanto mecânicas quanto para processamento.

Nos Estados Unidos, ao contrário da União Européia, a comodidade é preferida à

reciclagem, o que situa os padrões de reciclagem pós-consumo dos americanos muito

abaixo dos padrões europeus. Ademais, não existem benefícios econômicos capazes de

incentivar o mercado de reciclagem no país, tornando os próprios produtores os maiores

recicladores dos plásticos que sobram de processamentos na própria indústria. A

principal tendência que tem contribuído com a reciclagem nos EUA é a da

sustentabilidade baseada no impacto ao meio ambiente; o ciclo de nenhum produto deve

afetar sua fonte ou o próprio ambiente. Outras duas tendências também vêm se

acentuando nos EUA: uma baseada na recuperação de energia e redução da emissão de

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gases estufa para a atmosfera; e a outra, os plásticos bio derivados, opção aos derivados

do petróleo, obtidos por fontes renováveis.

Na China, durante muitos anos a indústria de plásticos focou o crescimento e

desenvolvimento de novas tecnologias, mas atualmente o foco tem se voltado ao

desenvolvimento industrial ligado à proteção ambiental. Existem poucas

regulamentações que incentivem a reciclagem na China e, assim como nos EUA, pela

falta de apoio do governo, poucas empresas apresentam interesse em patrocinar grandes

iniciativas de reciclagem. Ademais, a educação ambiental ainda é incipiente no país,

com o que, a percepção quanto aos benefícios da reciclagem, é relativamente baixa. No

entanto, o avanço da reciclagem é fundamental para o país, principalmente

considerando-se que a importação de resinas, representa cerca de 50% do volume de

resinas consumido.

A maioria da empresas recicladoras chinesas é de pequeno a médio porte e, como o

governo não lançou um programa de educação ambiental no país, são elas as

responsáveis por difundir a importância do cuidado com o ambiente e da reciclagem. O

setor informal de coleta ocupa espaço importante na China, assim como no Brasil,

econômica e ambientalmente, e não existem leis que regulamentem o setor de

reciclagem como ocorre na Europa, ou seja, não está definido no país quem deverá

pagar pela reciclagem. Apesar disso, por ser o maior exportador de produtos de plástico,

maior produtor e consumidor mundial de filmes sintéticos para a agricultura e pelo

baixo custo da mão-de-obra dos catadores urbanos e rurais, a China recicla cerca de 9%

do material produzido. É também o maior importador mundial de resíduos plásticos,

principalmente de fonte industrial, destinando os resíduos ao mercado de reciclagem e

utilizando-os em mistura com a resina primária (não-reciclada) em diversos produtos,

porém ainda em proporções menores do que seria possível, exatamente por falta da

resina secundária (reciclada).

Há claras diferenças entre os modelos de reciclagem, dos EUA, da União Européia e da

China. O primeiro se baseia no conceito de sustentabilidade ambiental pelo ciclo de vida

dos plásticos; o segundo se baseia na responsabilização dos fabricantes e, no caso da

Itália, consumidores de materiais plásticos pelo pagamento de impostos para coleta, e o

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terceiro ainda se apóia em base informal, de catadores (como ocorre no Brasil), e é entre

os três é o menos organizado. O interesse e o envolvimento do governo no processo de

reciclagem são evidentes e destacadamente superiores na União Européia, relativamente

a EUA e China.

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4. COMPETITIVIDADE DO SETOR DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS

NO ESTADO DE SÃO PAULO: RESTRIÇÕES E OPORTUNIDADES

Como apresentado no item anterior, o Estado de São Paulo (ESP) concentra cerca de

50% de toda a indústria transformadora de plásticos. A despeito de não haver dados

precisos, representantes do setor acreditam que o ESP abrigue, em número significativo,

todos os segmentos de mercado da indústria transformadora de plásticos (peças técnicas

para outras indústrias, embalagem, filmes, utensílios domésticos, móveis, etc.). Isso

porque um dos principais fatores de competitividade desse setor é a proximidade com os

clientes, dado o elevado custo do transporte e a necessária interação com clientes de

outras indústrias, quando a empresa transformadora é fornecedora de peças técnicas.

Como no ESP estão concentrados, tanto o consumidor final, como vários subsetores

industriais (consumidores de peças e embalagens de plásticos), o setor de transformados

plásticos inevitavelmente precisará montar suas principal base de operações no ESP.

Desse modo, acredita-se que, enquanto no ESP concentrar-se grande parte do mercado

consumidor final e um número substantivo de empresas industriais de segmentos

variados, a importância do ESP para o setor será sempre elevada. É nessa correlação

entre presença de clientes e presença de empresas transformadoras de plásticos que

parece residir a explicação para a diminuição do peso do ESP no setor, nesses últimos 5

anos. A transferência para ou a abertura de novas plantas industriais de setores

demandantes da indústria de transformados plásticos para outros estados brasileiros tem

como resultado a ida de empresas fornecedoras; dentre elas, as empresas

transformadoras de plásticos (tanto as especializadas em peças técnicas como as

produtoras de embalagens). Outra explicação para a diminuição da participação relativa

de São Paulo é o bom desempenho da agropecuária no período recente.

Um segmento importante da indústria de transformação de plásticos tem como cliente a

atividade da agropecuária. Assim, a transformação de plásticos se expandiu também

para essas áreas de avanço da agricultura e pecuária (plasticultura). Outra área

geográfica que atrai os transformadores de plásticos, em função da necessidade de

proximidade com o cliente, é a Zona Franca de Manaus. Nessa região estão presentes

muitas empresas montadoras de eletro-eletrônicos e, portanto, também empresas

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fornecedoras de peças de plástico. Quando o setor de eletro-eletrônicos se expande, a

produção de plásticos e a importância dessa região para o setor de transformados

plásticos se expandem igualmente.

O Estado de São Paulo, nesse período, segundo apontam resultados preliminares desta

pesquisa, manteve seu enorme peso e provavelmente ganhou participação, relativamente

a outros estados brasileiros, na área de pesquisa de novos plásticos, sobretudo os

chamados bioplásticos, conforme ilustram os exemplos detalhados ao longo deste

relatório. Aqui reside uma evidente potencialidade para o estado: o de construir uma

rede extensa de pesquisa em plásticos. Afinal, o estado já conta com um avançado

parque de laboratórios nas Universidades e Centros de pesquisa, e com pesquisadores

com trabalhos importantes na área de desenvolvimento de novos plásticos

biodegradáveis, que transformados em produtos finais podem constituir um interessante

segmento para exportação.

A infra-estrutura de pesquisa e de formação de mão-de-obra especializada no ESP na

área de plásticos é extremamente rica, pelo menos, em relação a outros estados.

Universidades como UFSCAR, USP, UNESP e UNICAMP oferecem cursos de

graduação e pós-graduação em Engenharia de Materiais (ainda mais relacionado a

plásticos do que os cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Engenharia

de Alimentos e o curso de Química que, por sua vez, também podem ser aproveitados

pelas empresas transformadoras de plásticos, no momento da busca por profissionais)

.Para cursos técnicos em plásticos, o estado conta com instituições como a FATEC

(Paula Souza, Mauá e ABC), Oswaldo Cruz e UniABC. Para cursos de treinamento e

especialização em plásticos, a diversidade e o número de cursos são maiores.

Oferecendo cursos para esse fim, podem ser citadas a UNICAMP (através do

COTUCA), a UFSCAR, as escolas do SENAI (das unidades de Jundiaí, Marília, São

Bernardo do Campo, Sorocaba e Taubaté)e várias escolas particulares. Dada a

importância crescente da atividade de ferramentaria para a determinação da

competitividade das empresas, é necessário, na próxima deste estudo, realizar um

mapeamento dos cursos voltados para a formação de ferramenteiros.

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Cabe salientar que o Estado de São Paulo também pode assumir posição de referência

nas ações articuladas para a reciclagem, que, ademais, contribuiriam para atenuar uma

das cenas mais distantes de um cartão postal, o imenso número de garrafas PET boiando

nos Rios que cortam o município de São Paulo em dias de chuvas torrenciais. Além

disso, há que considerar a oportunidade representada pela situação privilegiada do

estado, posto que nele há presença significativa de todos as indústrias/segmentos

demandantes dos produtos da indústria de transformados plásticos, das grandes

montadoras a grandes empresas da agroindústria.

As reflexões e os resultados das entrevistas com dirigentes e representantes de empresas

e da indústria apontam para claras potencialidades que o setor de transformados

plásticos oferece ao desenvolvimento do Estado de São Paulo (no aumento da densidade

e competitividade de vários setores industriais presentes no estado e com as perspectivas

de geração de vários desenvolvimentos tecnológicos). O estado pode oferecer também

contribuições significativas para o aumento da competitividade do setor (como a

ampliação das pesquisas em novos plásticos, a montagem de um setor de reciclagem de

plásticos, a oferta especializada de profissionais nas áreas de materiais e de metal-

mecânica, além do maior mercado consumidor do país).

No que concerne à estrutura da demanda final, a presença de um parque industrial

relativamente completo e integrado favorece a competitividade das empresas

fornecedoras a outros setores industriais. O estado conta com importante estrutura de

fornecimento aliada à vantagem da proximidade como mercado consumidor, tanto o

setor de transformação, quanto o mercado final. Adicionalmente representa um mercado

final atrativo (pela população e razoável nível de renda) para todos os produtos, dos

mais populares aos mais sofisticados. Conta também com a presença de todos os

segmentos organizacionais demandantes, dos mais variados setores industriais aos

segmentos de serviços (material de escritório, equipamentos de informática, etc.) e

comércio (para equipamentos de informática e embalagens de todos os tipos). No

entanto, há que se citar que ao longo das entrevistas foram muito mencionadas as

dificuldades do trânsito, sempre congestionado, que fazem com que curtas distâncias

demorem horas para serem percorridas e, adicionalmente, em condições de precária

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segurança, o que encarece os custos e reduz acentuadamente uma das vantagens da

localização em São Paulo: a localização próxima a clientes e fornecedores. Vários

entrevistados ao responderem a questão sobre as vantagens da localização em São

Paulo, responderam enfaticamente: nenhuma.

A presença de produtores de máquinas e moldes, por seu turno, pode constituir

importante fator de competitividade. Representantes do setor argumentam, como já

mencionado, que, ao menos em parte, há equivalência em termos de qualidade dos

produtos e tecnologia, entre os produtores nacionais de máquinas e moldes e os

localizados nos grandes mercados de países desenvolvidos. A despeito disso,

consideram que o segmento de fabricação de moldes no Brasil e no estado de São Paulo,

onde se concentra um dos principais centros de produção, no ABC, ainda não conseguiu

reunir as condições necessárias para que possa ser considerado competitivo seja no que

tange ao mercado internacional, seja no que tange ao mercado interno.

Os fatores de competitividade usualmente apontados para a produção de moldes estão

relacionados principalmente à capacidade de investimento em atualização tecnológica;

de atender às especificações dos clientes, com qualidade e cumprimento dos prazos; de

oferecer assistência pós-venda, em questões técnicas e na manutenção dos moldes. A

produção de moldes é complexa e envolve um conjunto de atividades com

características de “interdisciplinaridade”, que exige máquinas especializadas e mão-de-

obra com qualificação.

Na área técnica são requeridos, conhecimentos profundos em design, projetos técnicos,

mecânica, metalurgia, automação, transformação de plásticos, resinas e compósitos,

entre outros, de tal forma que a empresa tenha flexibilidade para atender rapidamente

diferentes especificações. Na área administrativa, conhecimentos profundos na área de

comercialização, em prospecção de novos mercados e clientes, cálculo de custos,

especialmente, capacidade de relacionamento, de negociação com clientes, de prestação

de um leque amplo de serviços, posto que a produção de moldes é sob encomenda.

Esses fatores ganham maior importância na medida em que a China vem representando

crescente ameaça para os tradicionais países produtores de moldes, como Portugal,

Itália, Canadá,etc. O segmento de moldes nesses países está sendo obrigado a buscar

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novos modelos de negócios de maneira a se adaptar à nova realidade, com maior

importação de moldes da China por parte de seus tradicionais clientes. No caso do setor

em Portugal, por exemplo, o novo cenário torna o setor bastante frágil, visto que cerca

de 90% da produção é para exportação.

Uma das evidentes reações para os países mais afetados pelo avanço da China também

nos moldes é procurar ampliar as vendas no mercado interno (que pode ser limitado) e

buscar novos mercados para exportação. Países da América Latina que têm uma

indústria de transformação relevante, como é o caso do Brasil, passam a ser atrativos. A

produção de moldes no Brasil ainda não conseguiu construir uma imagem, isto é estar

associada a alguma competência específica. Como a concorrência mundial está

aumentando, os produtores locais, em geral menos competitivos, terão de lidar, de um

lado com a continuidade de importações da China, que está ameaçando mesmo os

produtores mais sólidos. De outro, com as tentativas desses produtores (competitivos,

mas que perderam espaços de mercado para a China) de entrar em novos mercados

como reação à perda de mercado para a China em parte de seus mercados tradicionais.

Para a indústria de transformação de plásticos esse aumento da concorrência no setor de

moldes pode ser vista, ao menos em uma análise de curto prazo, como benéfica, pela

pressão para reduções de preços. Entretanto, uma opção à generalização da importação

de moldes pode ser o planejamento e a execução de um conjunto de medidas que

estimulem e viabilizem uma articulação maior entre fabricantes locais de moldes e a

indústria de transformação. A essencialidade das relações entre esses elos, como um dos

fatores de competitividade, explica-se pelo peso dos moldes no total dos custos, e,

portanto, como um dos principais fatores de competitividade na indústria de

transformação de plásticos.

No caso do Brasil e mais especificamente no caso de estados com aglomerações

geográficas de produtores de moldes, como São Paulo, essa opção é viável e justifica-se

não só pelo potencial do mercado interno, e pelos benefícios (emprego e renda) de se

manter um setor industrial ativo, mas também pela própria lógica dos ganhos

empresariais. A concentração de empresas de um mesmo setor em localidades próximas

potencialmente oferece vantagens derivadas das redes de relações (caso se formem

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efetivamente), além das vantagens naturalmente da concentração geográfica como a

disponibilidade de mão-de-obra, redes de serviços e difusão voluntária ou não de

informações. No âmbito desses centros já foram feitos investimentos de certa monta e já

há conhecimentos e experiência acumulada, que embora possam não ser suficientes

representam um passo já dado para tornar o setor mais competitivo. Com isso haverá

benefícios para o setor cliente, o de transformados plásticos, posto que nos moldes

(assim como nas resinas, nos compósitos e nas máquinas) encontra-se a fonte de boa

parte do conteúdo de inovação dos produtos finais. As potenciais vantagens são

alargadas quando se tem simultaneamente a concentração de empresas clientes e

fornecedoras como é o caso do ABC.

O desenvolvimento de um novo modelo nas relações fornecedor/cliente pode atenuar ou

eliminar parte considerável dos gargalos apontados para a ainda baixa competitividade

do setor de moldes, principalmente no que se refere ao design, à capacidade de

atendimento das especificações no caso de moldes mais complexos e ao cumprimento

de prazos de entrega. Serão necessários esforços de ambas as partes principalmente no

que se refere ao compartilhamento de conhecimentos, à maior qualificação da mão-de-

obra nas novas competências requeridas (em particular em automação e design) e

investimentos em máquinas mais avançadas. Os custos serão reduzidos e os resultados

agilizados se, de forma articulada, houver a ampliação de cursos ofertados pela rede

pública de cursos técnicos e faculdades (cursos de design em moldes, por exemplo) já

disponíveis; a maior abertura e integração de centros de pesquisa e empresas

(fabricantes de moldes e transformadoras); ampliação da atuação de instituições de

apoio à pesquisa (por exemplo, via PIPE da FAPESP e acesso mais facilitado ao

PRUMO do IPT).

Do ponto de vista do governo do estado de São Paulo, no âmbito de uma agenda de

competitividade de cadeias produtivas, o setor de moldes deve ser considerado como

parte importante para a ampliação da competitividade do setor de transformados

plásticos, ele próprio também pressionado pelo avanço das importações da China. Além

disso, com forte presença da cadeia petroquímica e como o principal produtor de

transformados plásticos deve contar igualmente com um setor de moldes cuja relevância

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vá bem além da participação no total de empresas e no total do emprego (cerca de 60%),

isto é, tenha condições de competir ao menos no mercado nacional.

Estima-se que haja cerca de 40.000 empresas de moldes e que a produção mundial de

moldes tenha sido de 30 bilhões de euros em 2005. Os principais países produtores são

China, EUA, Japão, Alemanha, mas outros produtores também se destacam como

Canadá, Espanha e Portugal (cuja produção é 90% voltada para exportação). As taxas

de crescimento do setor na China (no qual há um forte componente de capital

estrangeiro) têm contribuído para uma situação de sobrecapacidade instalada, levando a

uma redução no número de empresas e no emprego em alguns dos países produtores

(Soares, 2006), o que, por sua vez, obriga à definição de ações visando adaptar o setor

ao novo cenário concorrencial.

A preocupação em fortalecer o setor e torná-lo mais resistente à ameaça das

importações da China tem levado à proposição de ações específicas para o setor nos

principais países produtores. Não há porque ser diferente no estado de São Paulo, até

pelos dados globais do setor. Relativamente a alguns desses países produtores de

moldes, Portugal, por exemplo, o setor no Brasil e no estado de São Paulo tem a

vantagem de contar com mercado interno bastante significativo, que, todavia, também é

atrativo e alvo para empresas de fora. Como o saldo na importação/exportação de

moldes já é negativo, e boa parte das importações é de moldes de maior valor agregado,

ao contrário das exportações, se o setor não se tornar mais competitivo, os déficits

tendem a aumentar.

Tendo como base a análise dos fatores de competitividade desenvolvida para o setor no

Brasil, e considerando-se o perfil do setor no estado de São Paulo (pelos dados, pelas

informações de pesquisa bibliográfica e pelas entrevistas com representantes da

indústria em São Paulo), pode-se fazer uma síntese avaliando os diversos fatores que

afetam a competitividade da indústria de transformados plásticos no estado. Os itens

podem ser organizados em 4 grupos, conforme feito por SHASTRI, R., VEJA (2007)

tendo como referência a difundida análise de Porter (1985), em cuidadosa análise da

indústria de transformados plásticos no México.

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Quanto ao grupo que engloba os itens relativos à estrutura do setor e às estratégias das

empresas, tais como: número, tamanho e dispersão/aglomeração das empresas;

especialização, natureza da rivalidade, perfil da gestão, estratégia e práticas

competitivas das empresas, etc., as empresas, em grande número, estão dispersas,

embora haja algumas claras concentrações geográficas. A ameaça à competitividade não

é pelo número de empresas, até porque é uma característica presente também nos outros

países produtores, mas pela “qualidade das empresas e o padrão de concorrência entre

elas, de tal forma, que é um obstáculo a ações conjuntas mesmo em aglomerações

geográficas. Em grande medida são empresas familiares, e há heterogeneidade nas

práticas de gestão; as empresas que operam como fornecedoras de partes e componentes

para grandes empresas são induzidas a melhorar a estrutura organizacional e adotar

práticas mais modernas de gestão; assim também as empresas (pela complexidade

administrativa) de linha própria para o mercado interno e externo. Na outra ponta

encontram-se pequenas empresas com tecnologia e estrutura organizacional

rudimentares.

Esses itens são relacionados a empresas e às suas decisões estratégicas e não a uma

determinada localização. Entretanto, a competitividade do setor está associada não ao

todo, mas à presença de um conjunto relevante de empresas competitivas, quesito no

qual a indústria no estado de São Paulo tem vantagens perceptíveis. Ademais, conta

com a presença de grandes empresas nacionais e multinacionais da cadeia petroquímica

e do ele da transformação de plásticos.

Adiciona-se ainda a presença de uma das principais aglomerações geográficas, no ABC

e outras aglomerações menos delimitadas, mas não menos importantes, como na região

de Campinas (plásticos técnicos, beneficiamento de resinas, fornecimento para

montadoras, para empresas de alimentos, de higiene e limpeza, entre outros), e em

Pompéia (em torno da Jacto, e com forte ênfase nos produtos para a agricultura).

Quanto aos itens agrupados em perfil da demanda, tais como: tamanho e crescimento do

mercado; poder de compra e padrão de exigências dos clientes/consumidores (qualidade

dos consumidores/clientes); sofisticação dos produtos/aplicações; normas e padrões para

os produtos; cadeias de fornecimento bem estabelecidas, etc., o estado de São Paulo tem

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grande potencial de mercado no que tange ao consumo final; dispõe de grande

capacidade de produção e nele estão localizadas grandes empresas clientes, com

exigências de qualidade compatíveis com padrões internacionais.

Os elos entre empresas clientes e fornecedoras são considerados cada vez mais

estratégicos e favorecem a difusão e adoção de novas tecnologias, pelo relacionamento,

e pela necessidade de a qualidade estender-se á cadeia como um todo, para que o

produto final seja de qualidade. Portanto, como essas vantagens não são copiáveis

facilmente, o estado tem vantagens, que, no entanto, exigem esforços direcionados à sua

preservação e ampliação. É fato que não basta um estado querer a instalação de uma

grande planta produtiva, pois a decisão muitas vezes sequer é tomada na filial do país,

no caso de multinacionais. Mas é fato também, que pela lógica empresarial que não se

guia pelos vínculos ao local, mas pelas efetivas vantagens que propicia, ofertas de

instalação de plantas em outros estados podem ser irrecusáveis em termos econômicos.

Há ainda a considerar que não está havendo um expressivo movimento de saída de

empresas do estado. Entretanto, a opção de uma montadora em outro estado significará

a instalação de um conjunto de fornecedores, dentre eles, transformadores de plásticos

(interessante apontar que há estudos mostrando que a Ford instalada na Bahia, não

compra grandes volumes das empresas transformadoras locais). Note-se que o próprio

Governo com os grandes hospitais públicos é um grande demandante em um dos

segmentos mais importantes e para o qual estão voltadas muitas pesquisas nos principais

países produtores, a área médica. Esse é, sem dúvida, um potencial a explorar e para o

qual o apoio do estado pode ser fundamental.

Quanto aos itens relacionados ao perfil das indústrias fornecedoras, de serviços de

apoio, como: fornecedores de matérias-primas, bens de capital, moldes e ferramentas;

fornecedores de serviços de apoio; centros de P&D; assistência técnica, design;

consultorias especializadas; capacitação técnica, etc. No estado de São Paulo estão

localizadas plantas de grandes fornecedoras de resinas, não só as do pólo de Capuava.

Com a bacia de Santos, o estado será relevante também no petróleo; embora as decisões

estratégicas e gestão sejam de outra esfera, o estado receberá benefícios que poderão ser

direcionados para pesquisas de novos materiais, processo, etc. ampliando as atuais

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vantagens. No estado estão instaladas grandes empresas beneficiadoras de resinas; de

fabricação de bens de capital (e escritórios de comercialização de líderes mundiais);

empresas de design; centros de apoio; enfim, também nesse conjunto de itens o estado

se destaca.

Quanto aos itens relativos a fatores locais, como localização geográfica, capital humano,

estrutura educativa/científica; incentivos governamentais; infra-estrutura básica; sistema

jurídico; ambiente para negócios; estabilidade, etc. Nesse conjunto reside o grande

diferencial do estado, com evidentes vantagens competitivas. O estado tem infra-

estrutura de transportes e logística que reconhecidamente são fatores decisivos na

escolha de localização das empresas. Tem várias universidades públicas, federais e

estaduais com pesquisas reconhecidas na área de plásticos, inclusive bioplásticos,

biodegradáveis e tecnologias de reciclagem; centros de pesquisa nas próprias

universidades ou em institutos do estado como o Ital, no qual se insere o CETEA de

reconhecida competência na área de embalagens, mas que opera no limite da capacidade

de atendimento; cursos técnicos em colégios técnicos do estado e privados; uma das

principais fundações de amparo à pesquisa, etc. São vantagens relevantes, apesar de

algumas delas estarem mais em estágio potencial do que efetivamente acionadas

diretamente para a indústria de transformação de plásticos.

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5. PROPOSTAS DE AÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PARA O DESENVOLVIMENTO DO SETOR DE TRANSFORMADOS

PLÁSTICOS

Com base na análise da indústria de transformados plásticos realizada tendo como

referência dados e informações, podem-se identificar temas relevantes e algumas das

principais tendências. De maneira geral, essa indústria é caracterizada por uma estrutura

atomizada no que diz respeito ao número de empresas, mas com concentração, no que

se refere à participação e poder de mercado. O elo da transformação de plásticos recebe

pressões tanto de fornecedores quanto de clientes. Outra característica bastante realçada

em estudos internacionais e no Brasil é a organização das empresas em clusters. França,

principalmente, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Itália, e a própria China têm

exemplos de aglomerações geográficas de empresas da indústria do plástico. No Brasil

não é diferente e o ABC Paulista, além de outras regiões com expressiva concentração

de empresas transformadoras e das indústrias e segmentos de apoio, são ilustrativas a

esse respeito.

Tendência à concentração; estratégias de verticalização para a frente por parte das

grandes fornecedoras de resinas; estratégias de diversificação por parte de grandes

empresas de produtos que foram e continuam a ser substituídos pelos plásticos (caso de

grandes fabricantes de vidro e de papel); o grande e temido avanço (visto por alguns dos

como avassalador) da indústria chinesa dos plásticos no mercado internacional (grande

importadora de resinas, inclusive recicladas e grande exportadora de uma enorme

variedade de artigos de plásticos, muitos de baixo valor agregado, mas não só); a

própria tendência de parte dos transformadores a adotar práticas de intensa rivalidade,

sintetizam as ameaças às empresas já instaladas na indústria. Do outro lado, a reação

deve vir via investimentos em melhorias dos processos, dado que eles (na esfera da

produção e da comercialização) constituem o núcleo dessa indústria e é neles que

podem ser identificadas fontes de construção de vantagens competitivas. Ademais, as

inovações são no design (muitas vezes propriedade das empresas clientes), nas resinas,

particularmente nas novas combinações, nas máquinas, que com o avanço tecnológico

levam a mudanças significativas no elo da transformação de plásticos. Por exemplo, as

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modernas máquinas de fabricação de moldes, à medida que for sendo difundida levará a

alterações nos requisitos quanto à qualificação da mão-de-obra. Os moldes sairão das

máquinas muito próximas da versão final e o ferramenteiro terá de reunir entre as

competências básicas excelentes conhecimentos de máquinas automatizadas.

As tendências mais apontadas para a indústria de transformados abrangem e que

orientam as estratégias, e em parte delas são derivadas, abrangem entre outros:

- Novas tecnologias de reciclagem e novos usos para o material reciclado;

- Bioplásticos;

- Criação de novas resinas;

- Pesquisas e desenvolvimento de novos compostos;

- Novos produtos com plásticos;

- Novas tecnologias de processamento (máquinas);

- Uso crescente da nanotecnologia;

- Conservação de energia;

- Reciclagem (com educação para a economia e minimização dos desperdícios e para a

redução do lixo);

- Concentração dos compradores (indústria ou comércio);

- Concentração dos fornecedores de resinas;

- Concentração na indústria (apesar da atomização);

- Estratégia de expansão das empresas com instalação de plantas em países de baixo

custo de fabricação (principalmente mão-de-obra, mas não só) e subcontratação, com

mais destaque para a China, mas no caso das empresas européias também para os países

do Leste Europeu. Isso não significa necessariamente abandonar os investimentos nos

países de origem, isto é, trata-se de uma política de reorganização da produção: para

produtos padronizados, tendência à subcontratação internacional, o que de fato não

chega a ser novidade; para produtos de maior densidade tecnológica, investimentos na

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matriz, buscando obter as vantagens concorrência em custos e as da concorrência por

diferenciação, com produtos maior valor agregado;

- Sofisticação dos moldes e novas tecnologias de fabricação, que permitem maior

precisão;

- Expansão das redes de subcontratação; cadeias mais integradas e com maiores

exigências em termos de competências das empresas subcontratadas, em consonância

com o contínuo desenvolvimento de novas resinas, novos compostos, evolução nos

plásticos de engenharia, nos quais países como a China e Índia estão investindo

consistentemente;

- Novas exigências (em parte decorrentes do item anterior) em termos de gestão;

importância de desenvolver competências na esfera da comercialização (incluindo a

prospecção de novas oportunidades) e distribuição (a tempo e com a qualidade

requerida) e “aprender a fazer negócios” com grandes contratantes no mercado nacional

e internacional, mais relevante diante do avanço do “fator China” (é claro que do ponto

de vista estrito da racionalidade empresarial, a importação pode ser vista como a saída,

mas a que custo, para as próprias empresas e, principalmente o custo social?);

- Formação de alianças entre empresas do mesmo país ou de diferentes países, algumas

no âmbito de programas oficiais dos Governos, exemplo do Governo de Singapura que

está promovendo junto a fornecedores europeus interessados em entrar no mercado

chinês, a parceria com subfornecedores locais respeitados que já estão já operando na

China, prometendo a garanti da propriedade intelectual (o que não elimina a difusão dos

conhecimentos).

- Organização das empresas em clusters; criação de “pólos” que integram todos os elos

da cadeia, organizações de apoio, instituições de classe; universidades e institutos de

pesquisa, um dos mais ativos o de plasturgia na região Rhône-Alpes na França.

- Atuação de organizações governamentais com políticas setoriais, seja promoção, como

no mencionado exemplo de Singapura, seja com medidas de apoio à reciclagem, seja

com medidas de restrição ao uso de determinados produtos (atualmente as sacolas de

plástico tem sido estado entre os principais protagonistas), seja com a criação de fundos

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governamentais de tecnologia e desenvolvimento, como, por exemplo, na Índia (Global

Plastics Letter, março, 2009);

- Expansão das redes de subcontratação (cadeias mais integradas e com maiores

exigências em termos de competências das empresas subcontratadas);

-Impactos (e reações, como medidas antidumping) da posição da indústria de

transformação de plásticos chinesa no cenário mundial.

Sugestões para a indústria no Brasil devem ter como base essas tendências, além, é

claro, de levar em conta os fatores de competitividade, as especificidades da

região/estado para as quais estão sendo pensadas, e as expectativas e reivindicações dos

dirigentes de empresas e representantes da indústria (o que não significa que

necessariamente serão atendidas com as ações).

No caso de São Paulo, as necessidades identificadas para o setor e as oportunidades que

pode haver para o setor no estado estão relacionadas principalmente ao aproveitamento,

e agilidade na ampliação quando necessário, da já existente completa infra-estrutura de

apoio (formação de mão-de-obra) e de pesquisa (universidades e centros de pesquisa de

reconhecida excelência); completa infra-estrutura de apoio (formação de mão-de-obra) e

de pesquisa (universidades e centros de pesquisa); da presença de um parque industrial

completo e de todos os elos da cadeia (matérias-primas; resinas; máquinas; moldes,

clientes); da presença de empresas capazes de atender os diversos segmentos de

mercado. Esses diferenciais são valiosos no que tange a uma das principais lacunas do

setor: a frágil integração com os clientes e com os produtores de resinas e moldes.

A oportunidade nesse aspecto é representada pela possibilidade de coordenação do

processo de criação de centros de excelência em criação, produção e distribuição de

produtos transformados plásticos (explorando as vantagens da proximidade a segmentos

demandantes, como: montadoras; agroindústria; alimentos; cosméticos, etc.). A

contribuição do estado pode ser identificada em ações pertinentes ao âmbito do Governo

de São Paulo, para a criação de um ambiente mais favorável ao segmento

(evidentemente, com as necessárias contrapartidas das empresas no que se refere à

contribuição para o desenvolvimento).

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Ações conjuntas entre empresas em atividades nas quais haja complementaridades

(pesquisa e desenvolvimento, consórcios de exportação, marketing e etc.) constituem

uma forma relevante de obter competitividade, embora ainda fracamente reconhecida

pelos empresários, causa principal da pouca aplicação prática. Decorre daí, a

importância de apoiar e ampliar a divulgação de experiências com êxito. Caso arranjos

desse tipo consigam se consolidar nas áreas em que se verifica concentração de

produtores de transformados plásticos, eles podem vir a representar um forte fator de

competitividade da indústria na localidade e no estado. Note-se que isso não significa

privilegiar o apoio a empresas aglutinadas localmente em detrimento de ações voltadas

para empresas individuais. (até porque no estado de São Paulo verificam-se algumas

concentrações geográficas importantes, mas também um grande número de empresas

dispersas). De fato, são dois caminhos igualmente relevantes em uma agenda de

competitividade setorial.

Os comentários de representantes de empresas entrevistados para este trabalho também

apontam a carência de mão-de-obra bem qualificada para as atividades de impressão,

parte essencial do processo produtivo em empresas de embalagens, por exemplo. Além

disso, vale ressaltar, que atividades como as de desenvolvimento de novos produtos e de

design, essenciais quando se busca maior diferenciação, demandam profissionais com

formação técnica adequada, ou ao menos com uma sólida formação básica para que

possam ser treinados posteriormente pelas próprias empresas.

Nas entrevistas para este trabalho foi muito ressaltado que ainda há muito que evoluir

no que tange aos moldes. Carências quanto a esse importante elo da cadeia chegaram a

ser apontadas como um efetivo gargalo na busca de competitividade, seja pelo peso

(custo do molde e sua manutenção em condições adequadas) no custo total dos produtos

transformados plásticos, seja pelas dificuldades de encontrar fornecedores capazes de

desenvolvê-los com a necessária qualidade. O fato de que algumas transformadoras vêm

internalizando a fabricação de moldes é ilustrativo a esse respeito. Observou-se também

nas empresas pesquisadas, casos de diversificação por verticalização para trás, com a

fabricação própria de moldes. A proposta de organização de centros de excelência

poderia contribuir não só para reduzir parte dos problemas apontados no que se refere

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aos moldes, pela articulação produtor de moldes/ cliente (o elo da transformação de

plásticos), mas também seria funcional como uma barreira não tarifária (e local) à

importação de moldes. A integração dos diversos elos em um local com ampla infra-

estrutura destinada para essa indústria especificamente, teria, entre outros benefícios, a

redução de custos, imediatos e de longo prazo, contribuindo para a competitividade dos

produtos do centro de excelência. Obviamente, as mesmas observações aplicam-se ao

desenvolvimento de design, um dos fatores cruciais para a competitividade da indústria

da transformação de plásticos.

Ao longo da pesquisa de campo constatou-se que empresas transformadoras que estão

investindo em desenvolvimento de beneficiamento próprio de resinas, inclusive

utilizando nanotecnologia, para aumentar as possibilidades de diferenciação dos

produtos, com um atendimento mais personalizado aos clientes. Nesse aspecto fica

evidente a potencial contribuição de relações mais estreitas com universidades e

institutos de pesquisa (a exemplo do papel já exercido e consolidado pelo CETEA do

ITAL em Campinas). Portanto, uma das ações do Governo do estado para essa indústria

deve estar voltada para o apoio, incluindo programas de financiamento para viabilizar e

acelerar as pesquisas nessa direção. Tal programa poderia estar ser também um meio de

parceria entre instituições públicas e empresas. Por exemplo, o financiamento poderia

ter como contrapartida da empresa o oferecimento de estágios remunerados para

estudantes de Colégios Técnicos, com ganhos para os dois lados.

No Brasil, o mercado de reciclagem se apóia, como na China, em grande parte no

trabalho informal, e muitas vezes desorganizado, dos catadores. Porém os pressupostos

do projeto de lei 3750 aproximam-se do que é feito atualmente na Europa. Por ser

desorganizada e depender do trabalho informal de pessoas que vivem da coleta seletiva,

a implementação da reciclagem no Brasil, não só de plásticos, mas de todos os outros

resíduos, deve ser associada a outras políticas ambientais e energéticas, além de contar

com o apoio conjunto de órgãos de educação, saúde, empresas e, logicamente, dos

governos nacional e local. Os produtos de plástico não são os causadores dos problemas

ambientais; produtores e consumidores o são. Para reduzir os possíveis prejuízos

ambientais, é importante ampliar as ações que beneficiem o processo de reciclagem e

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utilização dos plásticos, principalmente pós-consumo, para algum fim, seja esse a

formação de novos itens plásticos ou a utilização como fonte energética para processos.

Projetos apropriados de reciclagem devem englobar iniciativas ambientais,

governamentais e sociais (tendo presente que a coleta seletiva no Brasil ainda é centrada

em catadores que dependem desse trabalho). Em simultâneo, devem ser ampliados

também os estímulos a pesquisas sobre a utilização de fontes renováveis para a

obtenção de plásticos de qualidade. Mas, como os plásticos comuns, os plásticos obtidos

por fontes renováveis devem fechar um ciclo, ou seja, devem ter um destino como

compostagem ou utilização como fonte energética. O “modelo” a ser adotado pode se

beneficiar da observação dos pontos fortes e fracos dos modelos já mais consolidados,

como os da União Européia. Por exemplo, a regulamentação e o apoio governamental

europeus poderiam ser associados às iniciativas norte-americanas, como o plástico

bioderivado. Quanto à forma de inserção da mão-de-obra envolvida, uma das opções é a

organização em cooperativas, para o que o apoio governamental federal, e

especialmente o local, pode ser bastante relevante.

Finalmente cabe observar enfaticamente que mais que iniciar um conjunto de ações e

interrompe-las sem que a elas tenha sido dedicado devido tempo para o ciclo necessário

até sua consolidação e obtenção de resultados concretos (sempre frustrante e um

obstáculo à disponibilidade de adesão a futuras propostas), vale escolher alguma ou

algumas e trata-las como um projeto de longa duração, persistindo e adotando

necessárias ações derivadas até obter ao menos parte considerável dos resultados

esperados. Nesse aspecto, ações para a reciclagem e para investimentos em bioplasticos

e nanopartículas podem encabeçar a lista. Isso porque estão mais ao alcance da esfera

estadual (articulada com a municipal), já um conjunto de recursos (pessoas, infra-

estrutura de ensino e pesquisa, disponibilidade de agências de apoio e financiamento,

etc.). Além disso, resultados alcançados terão efeitos sociais evidentes e contribuirão

para levar a indústria de transformados (com os respectivos elos) no estado de São

Paulo a patamar mais próximo daquele dos principais produtores mundiais. A

considerar ainda que são tendências do setor no mundo, que, portanto, inevitavelmente

terão de ser adotadas, com ou sem a contribuição de órgãos governamentais, mas esta,

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se efetiva, contribuirá para acelerar o processo. O apoio para a constituição dos Centros

de Excelência em plásticos, embora requeiram certo período para maturação deve estar

entre as prioridades, pois podem dar novas feições ao setor de transformados no estado

e representar “lócus” privilegiado para os necessários avanços no design, um dos fatores

nucleares para a competitividade do setor.

O apoio a iniciativas já existentes de forma a consolidá-las também pode ser acionado

no curto prazo. Observe-se que boa parte das ações propostas para o setor em estudo

realizado no ABC há 10 anos e referendadas em diversos seminários na região,

continuam a ser retomadas na pauta de proposições de novos projetos, o que evidencia a

distância entre as propostas no papel e sua realização, que requer persistência.

5.1 PROPOSTAS

Proposta 1

Apoio a iniciativas/empresas com departamentos de pesquisa e desenvolvimento já

estruturados ou que venham a desenvolvê-los; que investem em novas tecnologias,

como novos compostos (por exemplo, uma das empresas pesquisadas já está investindo

em pesquisas para desenvolvimento próprio de compostos com nanopartículas).

Estímulos a transformadoras instaladas no estado com capacidade de inovar e de

produzir itens até agora importados. Especial atenção à produção de itens da área

médica, o que pode contribuir para a redução dos custos de diversos produtos nos

hospitais públicos.

Proposta 2

Programa de pesquisa em bioplásticos e nano tecnologia aplicada a materiais plásticos,

fortes tendências no âmbito dos principais países produtores. Nesse caso, com forte

apoio dos órgãos estaduais de apoio e financiamento à pesquisa. No estado de São

Paulo já estão sendo desenvolvidas várias pesquisas em bioplásticos, muitas delas em

universidades públicas do estado. Entretanto, ainda não se obteve a necessária

articulação entre os centros/laboratórios de pesquisa, entre os pesquisadores. A difusão

para as empresas também pode ser intensificada, especialmente no caso de resultados de

pesquisas que contribuam para viabilizar a redução dos custos, visto que esse é

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considerado por especialistas um dos principais fatores restritivos ao uso mais intensivo

dos bioplásticos. A despeito dessa limitação, os bioplásticos (nos quais se incluem os

plásticos verdes, como os derivados de etanol nos quais empresas líderes do setor de

resinas, como a Braskem, por exemplo, vêm investindo fortemente) estão tendo uso

crescente, no caso de alguns países, como conseqüência de legislação ambiental mais

severa, portanto, não há como ignorar tal tendência.

Proposta 3

Programas voltados para a reciclagem dos diversos materiais e nas suas diversas formas.

Por exemplo, rever o ICMS de produtos fabricados a partir de materiais reciclados, caso

das telhas a partir da reciclagem de caixas tetrapak sobre as quais incide ICMS de 22%,

enquanto para as telhas de amianto (já proibidas em diversos países), o ICMS é de 8%.

Apoio do estado, articulado aos municípios, para a construção de várias mini usinas de

reciclagem (distribuídas por município e por regiões/bairros no caso de municípios

maiores). Contribuição importante pode ser obtida pela cooperação com o Plastivida

para intensificação das ações, já amplamente reconhecidas. A articulação e a

cooperação estado/municípios são essenciais para o sucesso e continuidade de qualquer

programa de reciclagem, que depende de um esquema muito bem organizado de coleta,

tarefa a ser definida no âmbito dos municípios/regionais. Ademais, a cooperação

estado/município deve abranger o apoio necessário para a criação/ativação dos

Conselhos Ambientais nos municípios. Devem ser desenvolvidas campanhas em

conjunto com empresas destacando a importância do uso racional e da reutilização de

sacolas plásticas em consonância com a tendência mundial. O mesmo vale para o

incentivo para que empresas produtoras tornem-se responsáveis, ou ao menos parceiras

em iniciativas, pela reciclagem dos produtos após o uso. Essa é outra tendência

mundial; empresas estão investindo em plantas específicas para a reciclagem, como

ilustra o mencionado caso da Tetra Pak e o investimento da Coca Cola em planta

específica para a reciclagem em alguns países como México, EUA, etc. Investimentos

dessa natureza contribuem para a geração de empregos e de renda nas localidades em

que se efetivam. Um projeto articulado de reciclagem da coleta à transformação tem

potencial econômico e social tanto por uma forma mais adequada de inserção dos

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coletadores, quanto pelo fato de que alguns produtos finais resultantes da reciclagem

podem ser usados para construções de moradias. Particular ênfase vem sendo atribuída

à reciclagem energética, com estímulo ao desenvolvimento de tecnologias, que

intensificada pode representar uma significativa forma de obtenção de energia. Novas

tecnologias em reciclagem são outra forte tendência do setor no âmbito dos principais

países produtores.

Proposta 4

Programa de investimentos em P&D com apoio da FAPESP para bioplásticos,

nanotecnologia, etc. Nesse caso, o IPT tem papel fundamental, mas deve ser como um

dos agentes principais agentes coordenadores e como parte da infra-estrutura e não

como único. Isto é, os investimentos e demais iniciativas devem ter em primeiro lugar o

interesse de um conjunto relevante de empresas (poderia haver algo como uma chamada

pública on line para a participação no programa, ou a partir da identificação de

iniciativas já existentes, articulá-las buscando sinergias e incluir Fapesp, IPT,

Universidades, Institutos de pesquisa, cada qual com seus conhecimentos e experiência

acumulados).

Proposta 5

Criação de novos cursos e reestruturação dos atuais, com foco nas efetivas necessidades

de qualificação de mão-de-obra para o setor de transformados plásticos. Para isso, é

fundamental uma pesquisa junto às empresas de transformados para o levantamento

dessas necessidades, que se estendem de necessidades técnicas a carências na área de

gestão empresarial. Por exemplo, ao longo da pesquisa, constatou-se que há carências

no que se refere à mão-de-obra para impressão (uma das atividades importantes na

transformação, em especial no caso das embalagens). Outra constatação da pesquisa foi

a necessidade de formação de ferramenteiros e técnicos com novas competências, posto

que a evolução tecnológica das máquinas exigirá um novo perfil desses profissionais.

Além disso, podem ser organizados cursos com foco em novas tecnologias de processos

e temas atuais de gestão (incluindo novas técnicas de comercialização, prospecção de

novas oportunidades, relações com clientes, aspectos econômicos, etc.), particularmente

para empresários e dirigentes de pequenas empresas; o cuidado deve ser o de não

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oferecer cursos de “prateleiras”, sem antes avaliar que tipo de conhecimento está sendo

efetivamente demandado.

Proposta 6

Apoio aos Arranjos Produtivos Locais já existentes.

Proposta 7

Centros de Excelência em plásticos, integrando Institutos de P&D; Institutos de

Metrologia e Normas Técnicas; Universidades, design (no sentido amplo, englobando a

elaboração do projeto em interação com o cliente); moldes (com certa especialização,

ou ao menos foco nos moldes requeridos pelos produtores de plásticos locais e com

amplo leque de oferta dos serviços associados, como manutenção); máquinas;

distribuição das resinas; empresas beneficiadoras; transformação; reciclagem. O estado

de São Paulo tem como uma das principais vantagens à presença de todos os elos da

cadeia com empresas relevantes, Universidades e Institutos públicos de pesquisas com

várias pesquisas voltadas para o segmento; escolas técnicas; faculdades, etc. Esse

conjunto, no entanto, não está adequadamente articulado. Os Centros de Excelência

poderão ser articulados em torno de uma empresa (transformadora, cliente, fornecedora

de máquinas, etc.) ou de um Instituto de pesquisa (particularmente importante se o

objetivo for o estímulo à inovação), ou de uma Escola Técnica. O foco na transformação

deve estar voltado para as especificidades da região (agricultura, automobilística, eletro

eletrônicos, alimentos, cosméticos, farmacêutica, área médica). Para o conjunto

articulado seriam desenvolvidos os necessários programas de apoio, sem produtos de

prateleira e sem imposição de cima para baixo; os programas devem ter objetivo claro e

totalmente compatível com o propósito de cada Centro. A partir daí, FAPESP, etc.

ofereceriam apoio com mais flexibilidade (utilizando critérios apropriados a cada

Centro e não estritamente acadêmicos, sempre, óbvio, com foco na pesquisa e

desenvolvimento).

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O ABC paulista17, já alvo de diversas iniciativas, pode ser a base para um dos Centros.

No entanto, é importante que outras regiões sejam mapeadas e analisadas, pois há outras

concentrações de empresas no estado além do ABC (com 10,8% do total de

estabelecimentos do setor no estado de São Paulo e 13% do total de empregados).

Campinas, por exemplo, pode ser o núcleo para a constituição de outros desses centros

(Campinas e cidades do entorno participam com 6,5% do total de estabelecimentos e

6,0% do total de empregados do setor no estado, percentuais que se ampliam para

10,0% e 11,6% respectivamente, incluindo-se Pedreira, Limeira, Jundiaí, Itupeva e

Itatiba); a região de Pompéia, Tupã, etc. na Região Administrativa de Marília

(participação de 1,3% no total de estabelecimentos e 1,2% do total do emprego do setor

no estado), também tem várias empresas, nesse caso voltadas para a Agricultura e, e

certa forma, em torno da Unipac (Jacto). Tanto na região de Campinas (com Holambra,

circuito das frutas, etc.), quanto na de Marília, são evidentes as oportunidades para a

Plasticultura, segmento de mercado importante para a indústria de transformados

plásticos.

Proposta 8

Estímulo à subcontratação intra estado de São Paulo; entre outras justificativas, porque

essa é uma via importante para a difusão de tecnologia.

17 Uma das iniciativas que vem sendo articulada há cerca de 10 anos ganhou novo fôlego recentemente no âmbito da organização do APL ABC (e com a ampliação do pólo petroquímico local) do qual participam a FIESP, prefeituras locais, em especial a de Santo André, sindicatos e empresas locais. O projeto tem apoio da Suzano Petroquímica e tem a adesão de cerca de 50 empresas do segmento de transformação de plástico da região, que participarão, entre outros, de programas de capacitação; já houve também apoio à participação na maior feira do setor na Alemanha. Em paralelo, estão sendo dados passos para a concretização de um “condomínio industrial”; Além disso, o sindicato dos químicos continua a atuando na capacitação de mão-de-obra (o programa que tem apoio do FAT e vem sendo desenvolvido há cerca de 10 anos, inicialmente recebeu o nome de Alquimia). De acordo com informações obtidas em entrevista com representante do sindicato, formou nova turma em 2007. Segundo informações do mesmo entrevistado, o sindicato também atuou no sentido de obter a ampliação do Cartão do BNDES, anteriormente utilizado quase que exclusivamente para a compra de maquinário e passa a valer também para a compra de matérias-primas para as empresas transformadoras (esse beneficio foi expandido para todas as empresas do Brasil) por meio de empresas conveniadas ao BNDES.

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100

Proposta 9

Desenvolvimento de linhas de financiamento específicas para a compra de máquinas

atualizadas tecnologicamente, utilizando a Caixa Econômica do Estado e coordenando,

via Secretaria de Desenvolvimento do Estado, a busca de linhas de financiamento, de

acesso facilitado. Tão importante quanto às máquinas é a atualização em processos. O

IPT, principalmente via Projeto de Unidades Móveis (PRUMO), mas não só, tem

competências acumuladas e, portanto, pode desempenhar papel fundamental.

Proposta 10

Criação de barreiras não-tarifárias (por exemplo, requisitos para produtos importados,

com atenção aos contaminantes) e de normas e procedimentos que restrinjam a

concorrência por meios desleais.

Proposta 11

Apoio às empresas que já aderiram ao Programa Export Plastic e ações que facilitem a

adesão de novas empresas como uma forma de canalizar para o estado os benefícios da

experiência já acumulada pelo Programa. Ações acessórias podem ser adotadas de

forma a se contrapor aos efeitos negativos do câmbio atual (sobre o qual o poder de

gestão de empresas e de governos estaduais é limitado).

Proposta 12

Mapear e sistematizar, criando um banco de dados acessível a empresas, sobre as

pesquisas (que já podem ser tornadas públicas) que estão em desenvolvimento ou já

foram desenvolvidas nas Universidades e Institutos de pesquisa e que podem ser

disponibilizadas para uso nas empresas. Essa pode ser a base para a construção de um

“Portal dos Plásticos” com informações, que pode ter espaços abertos para pesquisa e

espaços “fechados” nos quais demandantes e ofertantes podem dar os primeiros passos

para a realização de negócios.Além disso, pode se transformar em uma via de oferta “on

line” de serviços a empresas do setor18. Ao IPT em conjunto com Universidades e

18. O projeto de criação de um Centro de Serviço Virtual (CVP) de serviços e recursos destinado às PMEs do setor de plásticos na Espanha, Portugal e Sul da França pode servir referência (a ser adaptado às

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101

Institutos de pesquisa caberia papel relevante na implementação de projeto dessa

natureza.

Proposta 13

Campanhas de divulgação e valorização do setor em São Paulo, tendo como um dos

focos as vantagens do estar em São Paulo (lembrando que a maioria dos entrevistados

enfatizou que não vê qualquer vantagem em estar localizado em São Paulo e,

especificamente no caso da Região Metropolitana foram citados os fortes gargalos no

trânsito, que eliminam parte das vantagens de localização próxima a clientes, e a

violência). Campanhas devem ser pensadas tendo como centro argumentos para

justificar o ICMS mais alto no estado de São Paulo (outra forte crítica dos entrevistados

e reivindicação para que seja equiparado ao dos demais estados; alguns entrevistados

destacaram que estão pensando em transferir a produção para cidades próximas a São

Paulo, mas já em outros estados, caso de Extrema, em Minas Gerais), mostrando que o

diferencial do imposto é utilizado para propiciar vantagens à sociedade e às empresas

instaladas no estado. Como já mencionado anteriormente, as vantagens de São Paulo

estão relacionadas à proximidade com o mercado consumidor, à infra-estrutura

rodoviária e portuária relativamente mais estruturada que a de outros estados, à presença

de mão-de-obra qualificada e à existência de centros de pesquisa e formação com

reconhecida excelência. Essas vantagens devem ser ressaltadas e o estado de São Paulo

deve investir continuamente para mantê-las e ampliá-las, caso contrário, o diferencial

para mais do imposto fica sem muitas justificativas.

especificidades do setor em São Paulo). O conceito CVP foi testado nessas regiões com apoio do Programa Interreg III-B Sudoe, destinado à promoção do desenvolvimento regional. Os resultados positivos levaram a uma forma de sua continuidade com o projeto e_SeSME (Serviços eletrônicos para PMEs na Cadeia de Fornecimento de Plásticos). O orçamento total é de 1,8 milhões de Euros, dos quais 890.000 Euros contribuição da Comissão Europeia via Programa e-Ten. O objetivo é ampliar o potencial de desenvolvimento e inovação das empresas européias do setor. Via Portal, serão vendidos serviços tecnológicos especializados de a empresas da Europa, através de uma plataforma de Internet simples, funcional e rentável (espera-se). Entre os serviços on-line previstos destacam-se: engenharia (simulação, concepção, custos); cursos especializados; informação técnica; serviços digitais (bases de dados, links, programas inteligentes); conhecimentos competitivos, (tecnologia, ambiente, mercado, concorrência), etc. www.cefamol.pt//Noticias (acesso, 12/01/2008).

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102

5.2 MATRIZ DE AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE COMPETITIVA E DE RECOMENDAÇÕES

DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO E

TECNOLÓGICO DA CADEIA /SETOR NO ESTADO DE SÃO PAULO

Na matriz exibida a seguir, encontram-se os principais fatores de competitividade que

afetam o setor de transformados plásticos. Na primeira coluna, foi atribuído o grau de

importância do fator de competitividade para o setor. Na segunda coluna, avaliou-se a

eficácia dos fatores no Brasil, incluindo a existência de instrumentos que desenvolvam e

fortaleçam os fatores. Na terceira coluna, foi determinado se o Estado de São Paulo

possui algum diferencial competitivo naquele fator, relativamente ao restante do país.

Na quarta e na quinta coluna, estão descritos as propostas e os agentes responsáveis por

sua execução para aqueles fatores de competitividade cujo grau de importância para o

setor tenha sido considerado elevado.

1. Grau de Importância do

fator/Instrumento para a

Competitividade do Setor no Brasil

- Pouco - Médio -Muito

2. Eficácia do fator/Instrumento

no Brasil

- Pouco - Médio -Muito

3. Diferencial Competitivo

do ESP

- Pouco - Médio -Muito

4. Recomendações de Ações de curto,

médio e longo prazos

5. Instituições Públicas e Privadas

Responsáveis ou Envolvidas

(Quem Faz e Qual o

Horizonte de Tempo)

Dimensões 1. Investimento

1.1 Financiamento (custo, prazo, acesso, garantias, capilaridade, equalização de juros)

Muito Pouco Pouco Ver Proposta 9 Bancos Públicos (Médio Prazo)

1.2 Proximidade do mercado Muito Pouco Muito Ver Proposta 13 Governo do Estado (Curto Prazo)

1.3. Universidades, Agências de Fomento e Centros de pesquisa

Muito Pouco Muito Ver Proposta 7 Universidades, Agências de Fomento e Centros de pesquisa (Médio Prazo)

1.4. Qualificação e disponibilidade de mão-de-obra

Médio Médio Muito

1.5. Custo da mão de obra Médio Médio Médio 1.6. Infra-estrutura de transporte e logística Muito Pouco Médio Ver Proposta 13 Governo do

Estado (Curto Prazo)

1.7. Infra-estrutura de energia Pouco Médio Muito 1.8. Incentivos fiscais Pouco Pouco Pouco 1.9. Poder de compra público Pouco Pouco Pouco

1.10. Poder de compra privado Muito Pouco Médio Ver Proposta 6 Agentes que integram Arranjos Produtivos Locais (Médio Prazo)

1.11. Marco regulatório Muito Médio Médio Ver Proposta 10 Governo do Estado (Médio Prazo)

1.12. Parceria Público-Privada Pouco Pouco Pouco

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103

1. Grau de Importância do

fator/Instrumento para a

Competitividade do Setor no Brasil

- Pouco - Médio -Muito

2. Eficácia do fator/Instrumento

no Brasil

- Pouco - Médio -Muito

3. Diferencial Competitivo

do ESP

- Pouco - Médio -Muito

4. Recomendações de Ações de curto,

médio e longo prazos

5. Instituições Públicas e Privadas

Responsáveis ou Envolvidas

(Quem Faz e Qual o

Horizonte de Tempo)

Dimensões 1.13. Barreiras institucionais (Burocracia e Sindicatos)

Pouco Médio Médio

2. Comércio Exterior

2.1. Exportações 2.1.1. Câmbio Muito Pouco Pouco Ver Proposta 11 Governo do

Estado (Curto Prazo).

2.1.2.Crédito Fiscal e Draw Back Médio Pouco Pouco 2.1.3. Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC)

Pouco Pouco Pouco

2.1.4. Infra-estrutura de transporte e logística Muito Pouco Muito Ver Proposta 13. Governo do Estado (Médio Prazo).

2.1.5. Questões tributárias e fiscais Muito Pouco Pouco Ver Proposta 13. Governo do Estado (Médio Prazo).

2.1.6. Financiamento (custo, prazo, acesso, garantias, capilaridade, equalização etc.).

Muito Pouco Pouco Ver Proposta 11. Governo do Estado, APEX e demais organizações já envolvidas no Programa e Nossa Caixa. (Curto Prazo).

2.1.7. Barreiras institucionais (Burocracia e Sindicatos)

Pouco Médio Médio

3. Custo de produção 3.1. Custo de mão-de-obra Médio Médio Médio 3.2 Fornecedores:

- Máquinas: - Moldes: - Resinas:

Muito Muito Muito

Médio Médio Médio

Médio Médio Médio

Ver Proposta 7, Proposta 9.

Governo do Estado, empresas e organizações setoriais (Curto e Médio Prazos).

3.3. Escala Muito Pouco Pouco Ver Proposta 6 e Proposta 8

Agentes que integram os Arranjos Produtivos Locais (Médio Prazo).

3.4. Energia (disponibilidade e custo) Médio Médio Médio 3.5. Carga tributária Médio Médio Pouco 3.6. Grau de utilização da capacidade Muito Médio Médio Ver Proposta 6 Arranjos

Produtivos Locais (Médio Prazo).

3.7. Financiamento Médio Pouco Pouco 3.8. Barreiras institucionais (Burocracia e Sindicatos)

Pouco Médio Médio

4. Capacitação Tecnológica e Inovação 4.1. Financiamento (custo, prazo, acesso, garantias, capilaridade, equalização etc.).

Muito Pouco Pouco Ver Proposta 1, Proposta 2 e Proposta 4.

Bancos Públicos estaduais.

4.2. Mão-de-obra qualificada (disponibilidade) Muito Pouco Muito Ver Proposta 5. Governo do Estado, Instituições de Pesquisa e de Formação de

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1. Grau de Importância do

fator/Instrumento para a

Competitividade do Setor no Brasil

- Pouco - Médio -Muito

2. Eficácia do fator/Instrumento

no Brasil

- Pouco - Médio -Muito

3. Diferencial Competitivo

do ESP

- Pouco - Médio -Muito

4. Recomendações de Ações de curto,

médio e longo prazos

5. Instituições Públicas e Privadas

Responsáveis ou Envolvidas

(Quem Faz e Qual o

Horizonte de Tempo)

Dimensões Mão-de-obra; Empresas transformadoras e de moldes. (Médio Prazo)

4.3. Universidades, Fatecs, Agências de Fomento e Centros e Institutos de pesquisa.

Muito Médio Muito Ver Propostas 1, 2, 4, 7 e 12.

Governo do Estado, Instituições de Pesquisa e de Formação de Mão-de-obra.

4.4. Infra-estrutura de qualidade e metrologia Muito Médio Médio Ver Propostas 7 e 10.

Organizações que integram os Centros de Excelência e demais organizações pertinentes.

4.5. Incentivos fiscais e tributários Muito Pouco Pouco Ver Propostas 1, 2 e 4..

Governo do Estado (Médio Prazo)

4.6. Barreiras institucionais (Burocracia e Sindicatos)

Pouco Médio Médio

4.7. Relação com os fornecedores: - De moldes: - De máquinas: - De resinas:

Muito Médio Muito

Pouco Pouco Pouco

Pouco Pouco Pouco

Ver Proposta 7. Ver Proposta 7.

Entidades setoriais e Governo do estado. (Médio Prazo)

4.8. Relação com os usuários/clientes Muito Pouco Pouco Ver Proposta 8. 4.9. Inovações organizacionais: o papel das ações coletivas e de conteúdo cooperativo.

Muito Pouco Médio Ver Proposta 6. Agentes que integram Arranjos Produtivos Locais (Médio Prazo)

4.10. Novos materiais (bioplásticos, nanotecnologias, plásticos de engenharia, etc.).

Muito Pouco Médio Ver Propostas 1, 2, 4 e 12.

Institutos de Pesquisa, Governo do Estado e Entidades Setoriais (Médio Prazo)

5. Meio Ambiente 5.1. Legislação Muito Pouco Pouco Ver Proposta 3. Governo do

Estado e Entidades Setoriais (Curto Prazo).

5.2. Instrumentos financeiros (crédito carbono) Médio Médio Médio 5.3. Barreiras institucionais (Burocracia e Sindicatos)

Médio Pouco Pouco

. 5.4. Reciclagem Muito Pouco Pouco Ver Proposta 3. Governo do Estado e Entidades Setoriais (Curto Prazo).

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