Tragdia reacende debate: otransporte de animais vivos necessrio?

Publicado em 07 de outubro de 2015 por Paola Rueda (/blogger/paola-rueda)no blog Bem-estar dos animais de produo (/blogs/subject/bem-estar-dos-animais-de-producao)

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Na passada tera-feira, 6 de outubro, um navio de bandeira libanesa que carregava 5mil bois vivos afundou (http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2015/10/embarcacao-afunda-e-bois-tentam-escapar-de-naufragio-em-barcarena.html) no cais do porto de Vila do

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Conde, em Barcarena, nordeste do Par. O gado era da multinacional Minerva, deBarretos (SP), e a carga viva, de acordo com a Companhia Docas do Par, teria comodestino a Venezuela. As causas do acidente ainda esto sendo apuradas e, apesar damaioria dos bois ter morrido, no h informao sobre vtimas humanas.

Em 2002, iniciou-se a exportao fluvial de animais vivos com o objetivo de abate oureproduo para outros paises. Desde esta poca vem se debatendo sobre o transportede animais vivos, levantando vrios questionamentos como: tempo de jornada, condiesde transporte e alimentao nos veculos, problemas sanitrios, bem-estar dos animais,dentre outros.

Cerca de 95% das exportaes de animais vivos so realizadas pelo estado do Par,sendo o Brasil o 4 maior exportador do mundo, atrs apenas de Canad, Mxico eAustrlia. Quando pensamos no montante total de animais abatidos por ano, asexportaes de bovinos vivos representam cerca de 2% do total. Ao longo destes trezeanos, vrias medidas foram tomadas pelo Ministrio da Agricultura Pecuria eAbastecimento no intuito de regulamentar as condies sanitrias e de bem-estar destesanimais, como a Instruo Normativa n13 de 30/03/2010, que visa regulamentar otransporte de animais vivos por meio fluvial.

Apesar de haver vrios relatos sobre as melhorias das condies de transporte, umapergunta deve ser feita. necessrio transportar animais vivos por longos perodos paraserem abatidos em outros paises?

A resposta no. No h motivo para enfrentarem dias de viagem, cerca de 3semanasno caso de paises do Oriente Mdio, para serem abatidos em seu destino. Omais importante que, do momento que estes bovinos entram no navio, eles no so maisbrasileiros e esto sobre responsabilidade dos pases que os importam. Desta forma, estesanimais no esto sobre jurisdio brasileira e, portanto, nossas leis de proteo aosanimais no so mais aplicveis.

Na histria pregressa, observamos dezenas de naufrgios envolvendo navios, iguais aocaso de ontem no Par. E por mais que se tente melhorar as condies de alojamento,adaptao alimentao ou transporte, tico colocar os animais em uma situao derisco apenas para impor exigncias de abate ou aumentar a lucratividade? Afinal,acidentes podem ocorrer, seja por descuido ou por uma fatalidade.

Alm disso, os ribeirinhos que ajudaram no resgate destes animais relataram que nohavia pessoas suficientes e preparadas, nem as condies mnimas necessrias parasocorrer os animais. Mais uma vez ressaltamos, se h possibilidade de um acidenteocorrer envolvendo animais vivos, preciso ter preparado um plano de emergncia parao socorro. E aparentemente, neste caso, no havia preparo para isso.

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H outras formas de comrcio que podem ser aplicadas aos pases que querem importarnossos animais. No caso de reprodutores, podemos exportar smen, vulos, embries; ouno caso de animais para abate, podemos comercializar a carne. Mas temos a obrigao,como sociedade, de repensar se tico transportar animais vivos e submet-los acondies adversas ou possveis acidentes desnecessariamente.

Assista ao nosso vdeo sobre transporte de bovinos vivos para o abate(https://www.youtube.com/watch?v=ev0D4-raXHg), realizado em 2010 junto comoutras ONGs.

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