Le journal de l'IRDjn° 55 junho-julho-agosto de 2010

Tradução : Bertha Surlemont e Jean-Loup Guyot

Resumos para a edição internacional

Consulte o texto completo dos artigos no site Internet do IRD : http://www.ird.fr

p. 1 Atualidades

A África diante da desnutrição

M ais carne, gordura, sal e produtos açucarados, refeições rápidas, muitasvezes fora de casa ... a urbanização é acompanhada por profundas

mudanças nos hábitos alimentares. A « transição alimentar», já ocorrida nospaíses do Norte, vem por suavez pesar sobre os países emdesenvolvimento. Com umapopulação urbana que cresceumais de 10 vezes desde 1950, aÁfrica enfrenta agora umadupla carga: enquanto a fomeainda aperta uma grande parteda sua população, a obesidadee suas graves conseqüênciaspara a saúde estão chegando àscidades. Dois bairros de Uaga-

dugu, a capital do Burkina Faso, ilustram essa tendência infeliz : 36% das mul-heres e 14,5% dos homens estão com sobrepeso.

p. 1 Entrevista

Um novo Presidente do IRD

Em 09 de junho, Michael Laurent,Diretor Geral do Instituto desdejunho de 2006, foi nomeado Presi-dente do IRD no Conselho dos Minis-tros, sob proposta do ministro doEnsino Superior e Pesquisa. Outros-sim, o decreto de 03 de junho de2010 estabelece o AIRD no IRD. Aagência tem como missão : «Mobili-zar as instituições de pesquisa e ensi-no superior e outras instituições com-petentes nas questões da ciênciarelacionadas com o desenvolvimentoe incentivar a reflexão sobre estestemas; planejar e ajudar a financiaratividades científicas para o desenvol-vimento, para abrir a rede de repre-sentações do Instituto para os atoresde outras instituições de pesquisafrancesas, européias e internacionais,garantindo a coerência com os dispo-sitivos franceses já existentes.» Alémdestes ajustes legais, o novo decretoconfirma o papel do operador do Ins-tituto. Mantém, portanto, o IRD, nasua função primária, que lhe permitecontinuar a desenvolver uma pesqui-sa de excelência. Estas decisões aju-darão a finalizar a próxima dataimportante para o IRD, a elaboraçãodo contrato de objetivos 2010-2013,que será baseado no pensamentoestratégico realizado nos últimosmeses, com o apoio do ConselhoCientífico e Comissão de OrientaçãoEstratégica.

p. 5 Parceiros

Trecho da entrevista com BernardPelletier, Diretor do GrandeObservatório do ambiente e dabiodiversidade no Pacífico Sul

Sciences au Sud : Por que criar o GOPs? Bernard Pelletier : Para ter uma melhor visibilidade dasatividades de pesquisa no sul do Pacífico. Trata-se de juntar as forças, após os pedidos feitos no Fórum da pesquisa francesa no Pacífico.

SAS : Em que medida o GOPS vai contribuir para o desenvolvimento dospaíses insulares do Pacífico? B.P. : Com o desenvolvimento de conhecimentos e ferramentas para a observação defenômenos a longo prazo, como o aquecimento global, acidificação das águas e seuimpacto sobre as populações, por um melhor conhecimento da biodiversidade e suavalorização no Pacífico. O GOPS aborda questões em uma escala global. É o coorde-nador por exemplo das respostas ao edital do grande empréstimo de equipamentosde excelência, cujas propostas devem ser entregues em setembro de 2010. Na NovaCaledônia, este empréstimo se destina a fornecer as equipes científicas de meios denavegação costeira e lacustre, por exemplo.

p. 7-8-9 Pesquisas

Dossiê: Novas dinâmicas religiosasTrecho da entrevista com Jean-Pierre Dozon, antropólogo no IRD

Sciences au Sud: O que caracteriza o cenário religioso nos países tropicais noinício do século XXI? Jean-Pierre Dozon: Os países tropicais distinguem-se hoje especificamente por umenorme acúmulo de oferta espiritual. Frequenta-se vários tipos de religiões, traçando um

panorama de mais diversas denominações, naAmérica Latina, África, Pacífico ... Há cultos antigos,ou muito antigos, aos quais muitas vezes acrescen-ta-se a igreja Católica, que chegou há séculos como colonialismo, e o Islã, enraizado há mais tempo. Aisso veio, mais recentemente, justapor-se no finaldo século XIX e início do século XX, os fenômenosreligiosos sincréticos : fundados por líderes que cria-ram seu próprio movimento, que se inspiram aomesmo tempo de cultos tradicionais ancestrais, dereligiões reveladas e de técnicas de missionárioscatólicos e protestantes. Cada um desenvolvendo

sua liturgia única, eles se tornaram muito importantes e são instituições, estabelecidas,como a igreja quimbanguista do Congo Kinshasa ou a Igreja Harrista na Costa doMarfim. O Islã também encontra tal dinâmica, com o advento das confrarias e caminhosalternativos. Por fim, nos últimos vinte anos, uma nova onda religiosa espetacular emamplitude, consistida principalmente de igrejas evangélicas e pregadores muçulmanos,reforçou a já inflada oferta espiritual nos países tropicais.

SAS: Pode-se falar em uma dinâmica de conquista das religiões nesses países? JP-Dozon: Sem dúvida, e isto corresponde, tanto no plano cronológico quanto político, àonda neo-liberal que se seguiu após fim da Guerra Fria. O enfraquecimento dos estados queesta causou, abriu o caminho para os empresários religiosos. Os meios de políticas públicaseficazes diminuíram significativamente, partes inteiras do seu passado – educação, saúde,infra-estrutura, coesão social – têm sido negligenciadas: Os novos atores religiosos, prega-dores muçulmanos ou pastores evangélicos, se apropriaram deste vazio. O alcance de seusmovimentos – que fazem suas próprias fronteiras e limites, evoluem e prosperam com umacerta autonomia perante suas instituições de origem e toleram a prosperidade material –torna-os particularmente adaptados à dinâmica liberal. Neste conquista do espaço público,acrescentam-se as ambições de controlar as massas: os líderes religiosos tentando mantera lealdade de grupos inteiros, grupos étnicos, jovens descontentes, imigrantes... Para isso,eles não se importam em usar meios mais exóticos : um marabuto mouride organiza emDacar casamentos em grupo, inspirado no modelo da igreja coreana Moon! Para os maisempreendedores, é uma conquista explícita do poder político, e a concorrência entre osmovimentos é difícil ; e chega às vezes a ser conflituosa mesmo; porque a população-alvonão é infinitamente expansível. Por fim, os cultos pagãos ancestrais tentam resistir a essapressão, posicionando-se como um símbolo de identidade e, muitas vezes adaptando a suaoferta ao público ocidental.

SAS: A globalização tem um impacto na oferta religiosa ?JP-Dozon: Os grandes movimentos em voga atualmente operam em redes internacio-nais, tanto do lado evangélico como do lado muçulmano. Eles se projetam para o mundocomo as grandes empresas, adotando semelhantes estratégias, como o deslocamentopara países que são considerados mais favoráveis. As igrejas acompanham cada vez maisa implantação no exterior de grandes empresas de seus países de origem. Os eixos de cir-culação dos movimentos religiosos mudaram: não estão mais polarizados predominante-mente de Norte a Sul, mas seguem uma orientação Sul-Sul ou até Sul-Norte. Assim, ospastores venezuelanos, brasileiros ou nigerianos, formados em seus países pelas «mega-igrejas» americanas, vão por sua vez fundar igrejas na África, Pacífico ou Europa. Acon-tece o mesmo com os pregadores do Islã. Estes novos movimentos estão intimamenterelacionados à globalização em curso: eles seguem o movimento de pessoas e dos capi-tais. A imigração fornece um excelente veículo, permitindo-lhes viver em qualquer localonde vão se instalar os seus muitos seguidores. A confraria Mouride do Senegal, porexemplo, está bem estabelecida em Nova York, onde tem, através da sua diáspora, umamesquita e fortes interesses econômicos.

p. 4 Parceiros

Um melhor manejo da águaagrícola saeliana

M elhorar a produtividade da água naÁfrica subsaariana é uma condição

essencial para chegar à segurança alimentare para lutar contra a pobreza rural. A produ-tividade da água corresponde à quantidadede cereais, de carne de criação ou de arrozproduzida com um metro cúbico deste líquido precioso. No Sael, é 10 vezes menor

do que na região de Beauce, o celeiro da França. Esses desafios estão na pauta do «Challenge program Água e Alimentação», elaborada pelo Grupo consultivo para a pesquisa agrícola internacional (CGRAI), e visando um melhor gestão da água à escala degrandes bacias e reforçar a disponibilidade e o acesso à comida. Para definir as principaisquestões de pesquisa a serem tratadas e encontrar respostas específicas, os «Bassin focalprojects» foram implantados além do programa. Os Basin Focal Projects «bacia do Níger»e «bacia da Volta», conduzidos por hidrólogos do IRD, acabam de entregar seus relató-rios finais.

p. 2 Atualidades

As geleiras patagônicasem perigo

A grande maioria das geleiras daPatagônia e da Terra do Fogo

estão regredindo. Pesquisadores aca-bam de calcular a diminuição dessesgigantes inacessíveis : em 60 anos,alguns diminuíram até cerca de 40%.

p. 12 Planeta

Emprego e setor informalno países do Sul

O setor informal é o principal prove-dor de empregos nos países em

desenvolvimento. O conhecimento destetipo de atividades especial é então essen-cial para compreender o funcionamentodessas economias e para lutar contra apobreza ainda subsiste. Mas a tarefa édifícil porque há obviamente poucosdados oficiais e confiáveis sobe o assun-to. A conferência internacional, realizadaem maio último, em Hanói, abordou emum contexto bastante incomum, já que aatual crise global parece aumentar aindamais o peso da economia informal, des-truindo empregos em outras categoriasde trabalho. Reunindo mais de 300 pes-quisadores, estatísticos e os decididorespolíticos a nível mundial – um sinal doinício de umacooperação Sul-Sul – o encontroproduziu resul-tados científicose até políticos,muito concre-tos.

p. 11 Valorizaçã

Plantas para a recuperação de solos contaminados

A indústria metalúrgica não é sem conseqüências para o solo, esta despeja algunsmetais pesados, que apresentam um toxicidade conhecida para o homem e os ecos-

sistemas. Para resolver esse tipo de poluição, pesquisadores selecionaram plantas e micror-ganismos capazes de extrair esses metais do solo e acumulá-los. Estes processos de des-contaminação interessam países do Norte como do Sul que também questionam ospesquisadores sobre a forma como esses mecanismos de acumulação funcionam. Váriaspatentes valorizam estes trabalhos.

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p. 3 Atualidades

Os mosquitos preferem os bebedores de cerveja

O s consumidores de cerveja atraem mais os mosquitos doque os amantes de água! A informação revelada por

uma recente publicação do IRD, do centro Muraz de Bobo-Dioulasso e do Instituto de Pesquisa em Ciências da Saúde(Burkina Faso) refere-se à cerveja de sorgo produzida artesa-nalmente (dolo). Um estudo que é parte da pesquisa sobre atransmissão da malária.

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p. 3 Atualidades

Uma segunda vida para omapeamento de solos

C onhecer os estoques de carbono no solo, parcelapor parcela e para todo um país, agora é possível!

A Informação assim como muitos outros dados sobre osolo, além disso, está disponível há pouco tempo para todo o território do Laos. Acaba deser desenvolvido por pesquisadores do IRD, a segunda geração do método de mapeamen-to, combinando as terras registradas, geoestatísticas e dados topográficos e ambientaislocalizados facilmente acessíveis.

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