trabalhos em altura: prevenção e proteção para um bem comum

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DIOGO HENRIQUE MIKIEWSKI TRABALHOS EM ALTURA: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO PARA UM BEM COMUM PONTA GROSSA - PR 2012

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Page 1: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

DIOGO HENRIQUE MIKIEWSKI

TRABALHOS EM ALTURA: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO PARA UM

BEM COMUM

PONTA GROSSA - PR

2012

Page 2: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

DIOGO HENRIQUE MIKIEWSKI

TRABALHOS EM ALTURA: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO PARA UM

BEM COMUM

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Ponta Grossa para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, sob a orientação do Eng. MARCUS JOSÉ ANDRADE DA CUNHA, Esp.

PONTA GROSSA – PR

2012

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Universidade Estadual de Ponta Grossa

Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho

TRABALHOS EM ALTURA: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO PARA UM BEM COMUM

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Ponta Grossa para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho

Departamento de Engenharia Civil

Cursista:

Diogo Henrique Mikiewski

Prof. Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, D.Eng.

Coordenador do EngSeg2011

BANCA EXAMINADORA:

Eng. Marcus José de Andrade Cunha, Esp.

Orientador

Prof. Carlos Luciano Sant´Ana Vargas, Dr.

Prof. Gilberto Antonio Wiecheteck, Esp.

Membros

Ponta Grossa, Junho de 2012

Page 4: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Eu acredito demais na sorte.

E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho.

(Thomas Jefferson)

Page 5: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a meu pai, Estefano Mikiewski e a minha mãe, Anides Ronsoni Mikiewski, pois eles não mediram esforços para que eu chegasse até aqui, me

propiciando uma base familiar, responsável pela minha formação como pessoa e agora como profissional.

Page 6: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

AGRADECIMENTOS

Agradeço,

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por iluminar meus caminhos.

A minha grande e única família, além de todos aqueles que contribuíram para

que obtivesse êxito nesta caminhada.

Ao meu orientador, professor Marcus, por estar sempre à disposição quando

solicitado e me ajudar a desenvolver este trabalho com seus conhecimentos.

Ao coordenador do curso, Professor Carlos Vargas, que me propiciou chegar

até a conclusão deste curso dando total apoio e respaldo em todos os momentos

necessários.

A todos os professores que puderam passar um pouco do seu conhecimento

dando embasamento para minha formação como Engenheiro de Segurança do

Trabalho.

Aos grandes amigos que criei ao longo deste período e aos colegas da pós

graduação, que fizeram parte desta minha jornada.

Enfim, a todos aqueles que tiveram a mínima parcela pelo sucesso deste

trabalho, contribuindo de várias maneiras para a ocorrência desta vitória em minha

vida.

Page 7: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Page 8: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

SUMARIO

RESUMO

Acidentes de trabalho se constituem em problema de saúde pública em todo o

mundo, por serem potencialmente fatais, incapacitantes e por acometerem, em

especial, pessoas jovens e em idade produtiva, o que acarreta grandes

Page 9: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

conseqüências sociais e econômicas.

Os acidentes de trabalho são eventos que, em princípio, podem ser evitados

com o controle dos ambientes e das condições de trabalho. Desta forma, qualquer

nível de ocorrência deveria ser considerado como prioritário para a prevenção.

Trabalho em altura é sempre uma grande preocupação para os profissionais

de Segurança do Trabalho. Além dos riscos inerentes à atividade em si, existem

ainda fatores externos que contribuem para a intensificação dos riscos. Grande parte

dos acidentes envolvendo trabalho em altura são frutos da falta de uma análise

detalhada da tarefa, a análise prévia, pois é nessa fase que se identifica e corrigem-

se os possíveis riscos. Outra parte dos acidentes é causado por falhas humanas –

seja por inexperiência do executante, falta de treinamento ou mesmo pela

negligência deste em relação às normas e procedimentos existentes.

Desta forma foi criada uma nova norma brasileira que diz respeito

exclusivamente a trabalhos em altura. Esta NR tem como objetivo estabelecer os

requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo

o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a

saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com a atividade.

Palavras-chave: acidentes de trabalho; trabalho em altura; prevenção de acidentes.

Page 10: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

1. INTRODUÇÃO

A segurança dentro da empresa é sinônimo de qualidade para a mesma e de

bem-estar para os trabalhadores, alem de financeiramente, também ser vantajoso,

uma vez que ao implementar medidas como treinamento e infra-estrutura de

segurança exige-se certos investimentos, mas por outro lado evitam gastos com

processos, indenizações e tratamentos de saúde em casos que poderiam ter sido

evitados.

Realizar trabalhos em locais de diferença de nível acarreta em grande risco

para o trabalhador, já que este pode sofrer queda, e com isto causar sérios danos à

saúde ou até mesmo situações de óbito, requerendo que inúmeros procedimentos

sejam feitos para que todas as medidas de segurança sejam tomadas e evitem que

esses trabalhadores se acidentem. Os riscos de queda existem em vários ramos de

atividades e em diversos tipos de tarefas, sendo necessária uma intervenção nessas

atuações de grave e iminente risco, regularizando o processo, de forma a tornar os

trabalhos totalmente seguros.

Com a crescente preocupação com a vida dos trabalhadores, atualmente

muita coisa tem sido feita para evitar que acidentes de trabalho ocorram dentro de

uma indústria, porém ainda existe um número muito grande de situações em que

ocorrem, colocando a vida em risco dos empregados por uma série de motivos,

principalmente quando se trata de trabalho em altura, tema que será abordado neste

trabalho. Assim, desde quando se tem conhecimentos acerca do funcionamento das

indústrias, estas sempre tiveram preocupação em atingir máxima produção, porém

sem levar em consideração todas as variáveis envolvidas na mesma, sendo a

segurança do trabalhador dado pouco, ou nenhum, enfoque, dando surgimento para

os chamados acidentes de trabalho.

Segundo a Lei 8.213/91, art. 20, do Instituto Nacional de Previdência Social,

acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa

ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal

ou perturbação funcional, permanente ou temporária, que cause a morte, a perda ou

a redução da capacidade para o trabalho. Consideram-se também como acidente do

trabalho:

10

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a) a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo

exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva

relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social; e,

b) a doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em

função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione

diretamente, constante de relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.

Por outro lado, não se consideram como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c) a que não produza incapacidade laborativa; e

d) a doença endêmica adquirida pelo segurado habitante de região em que

ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante da exposição ou contato

direto determinado pela natureza do trabalho.

Existem os chamados fatores de acidentes: o agente da lesão, a condição

insegura, o tipo de acidente, o ato inseguro e o fator pessoal inseguro.

Entende-se por agente da lesão é qualquer coisa que em contato com a

pessoa determina a lesão. Já condição insegura de um local de trabalho são falhas

físicas, como proteção mecânica inadequada, equipamento defeituoso, projetos ou

construções mal planejadas ou executadas, processos, operações ou disposições

perigosos, dentre outros, que comprometem a segurança do trabalhador. Ato

inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou

inconscientemente, a riscos de acidentes, podendo levar ao acidente. O tipo de

acidente é a forma como as pessoas sofrem a lesão, ou como se dá o contato entre

a pessoa e o agente lesivo, sendo classificados como: Batidas, queda de objetos,

quedas da pessoa, esforço excessivo, repetitivo, ou em posições inadequadas,

exposição a temperaturas extremas, contato com produtos químicos agressivos,

eletricidade. Ainda, existe o fator pessoal inseguro, que é a característica mental ou

física que ocasiona o ato inseguro, como atitudes impróprias (desrespeito às

instruções, má interpretação das normas, nervosismo, excesso de confiança), falta

de conhecimento das práticas seguras, e incapacidade física para o trabalho

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Page 12: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

(MARTINEZ, 2009).

O acidente do trabalho ocorre pelo exercício da função do trabalhador em seu

local de trabalho, provocando lesão física ou psicológica, ou a perda temporária ou

permanente da capacidade de trabalho, levando até a morte dependendo da

gravidade do acidente, que ocorrem na maioria das vezes de forma imprevisível,

embora se perceba antecipadamente pelas condições de trabalho os riscos a que os

empregados estão expostos, e são várias as situações em que o empregado

encontra-se nessas condições. (PEREIRA, 2001).

Entende-se por trabalho em altura aquele realizado em níveis diferentes e no

qual haja risco de queda capaz de causar lesão ao trabalhador. As atividades são

inúmeras, entre elas: manutenção e limpeza em fachadas, instalações elétricas em

postes, manutenção e limpeza de reservatórios elevados, torres de transmissão ou

torres de comunicação, cortes e podas de árvores, atividades em obras na

construção civil, acesso a locais específicos, ou ainda em máquinas e

equipamentos, construção e manutenção de telhados, trabalho em espaços

confinados, realizados em locais subterrâneos, dentre outros. Ainda, as principais

causas de acidentes estão relacionadas com falta de informação, de treinamentos,

de equipamentos de proteção individual (EPI) ou equipamentos de proteção coletiva

(EPC), condições inadequadas de trabalho, falta de verificação sobre as condições

de saúde necessárias para que as pessoas executem estas atividades sem colocá-

las em risco.

Segundo os dados da Autoridade para Condições do Trabalho (ACT)1,

conforme mostrado na tabela a seguir, em 2010, os acidentes de trabalho haviam

levado 130 trabalhadores ao óbito, sendo que 34 destas mortes se deram no setor

da construção civil. Além da construção civil, as atividades com mortes por acidentes

de trabalho mais números são a indústria transformadora, o comércio e serviços, a

agricultura, transportes e armazenagem e a administração pública/ regional –

respectivamente com 27, 8, 8, 4 e 3 ocorrências.

1

1

Dísponivel em: http://pt.scribd.com/doc/50981209/1-Os-acidentes-de-trabalho-Construcao-Civil. Acessado em 25/04/2012

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Page 13: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Tabela - Causas de morte em acidentes de trabalho

Observa-se na tabela que a principal causa de acidentes de trabalho mortais

é a queda em altura (com 47 mortes em 2010), seguida de choque com objetos (17

mortes), do esmagamento por máquina (14 mortes), do esmagamento (9 mortes) e

da eletrocussão (com 7 mortes), demonstrando a importância de ações necessárias

para o combate às mortes decorrentes de trabalhos em altura.

Nota-se grande importância nos cuidados com as atividades realizadas em

diferentes níveis, preocupação de grande relevância que está sendo estabelecida

em Norma Regulamentadora especifica, a NR 35 pelo Ministério do Trabalho e

Emprego, que disponibiliza aos trabalhadores os requisitos mínimos e as medidas

13

Page 14: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

de proteção para trabalhos em altura, executados em níveis diferentes e nos quais

hajam riscos de quedas e será abordada neste trabalho.

Este trabalho tem como objetivo entender sobre todas as etapas envolvidas

em um trabalho em altura, tendo como respaldo a nova Norma Regulamentadora,

NR 35, cuja intenção é demonstrar os requisitos mínimos e as medidas de proteção

para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução,

de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou

indiretamente com esta atividade.

A nova legislação determina ainda responsabilidades às empresas, que

deverão promover a capacitação e treinamento dos funcionários e garantir que essa

atividade seja realizada com equipamentos de proteção coletiva e individual,

acessórios e sistemas de ancoragem. Além disso, contempla a questão de

salvamento e emergências, avaliação periódica do estado de saúde dos

trabalhadores, incluindo os fatores psicossociais e a atuação de engenheiros para

fiscalizar o trabalho em altura e assegurar o cumprimento da norma.

Para a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso foi utilizado o

método de pesquisa de revisão bibliográfica, verificando todos os pontos do trabalho

em altura, da nova norma, discutindo todos os itens importantes e apresentando-os

àqueles que usufruirão da mesma para algum fim.

14

Page 15: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

2. HISTÓRICO

O surgimento da Revolução Industrial, na Inglaterra, por volta de 1950, trouxe

muitas transformações para a sociedade, principalmente aos trabalhadores, uma vez

que os mesmos estavam sujeitos a inúmeras situações perigosas, efetuavam

jornadas de trabalho muito superiores àquelas que o corpo suportava, em locais sem

nenhuma segurança, manuseando equipamentos e máquinas desconhecidos

gerando situações de acidentes de trabalho como: mutilação, intoxicação, desgaste

físico, stress, dentre outros. Além disso, havia o fato da mão de obra ser realizada,

principalmente, de crianças e adolescentes egressos de orfanatos, já que esta era

uma mão-de-obra barata, formada de pessoas abandonadas pela sociedade, e que

os empresários não tinham interesse em proteger.

Desta forma, os trabalhadores ficavam expostos a condições de trabalho

péssimas, decorrentes da má alimentação e a falta de higiene existente nos

barracões onde viviam o que foi capaz de provocar uma epidemia que se alastrou

por diversas indústrias do país. Em decorrência do acontecimento, a população ficou

revoltada fazendo com que os políticos ingleses fossem obrigados a promulgar uma

lei que regulamentasse a utilização dessa mão-de-obra. Assim, em 1802 surge na

Inglaterra a primeira lei cujo objetivo foi à segurança do homem no trabalho

(MACHADO, 2012).

Já no Brasil, a preocupação com a segurança no trabalho começa a surgir

em 1919, quando Rui Barbosa, em sua campanha eleitoral, faz menção à leis em

função do bem estar social e segurança do trabalhador. Essa preocupação se torna

maior quando em 1943 acontece a publicação do Decreto Lei nº 5452, que aprovou

a Consolidação das Leis do Trabalho, cujo capítulo V, refere-se à Segurança e

Medicina do Trabalho

O Brasil foi o primeiro país a ter um serviço obrigatório de segurança e

medicina do trabalho em empresas com mais de 100 funcionários. Este passo foi

dado no dia 27 de julho de 1972, por iniciativa do então ministro do trabalho Júlio

Barata, que publicou as portarias 3.236 e 3.237, que regulamentavam a formação

técnica em Segurança e Medicina do Trabalho e atualizando o artigo 164 da CLT.

Por isto, a data foi escolhida para ser o dia nacional de prevenção de acidentes de

15

Page 16: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

trabalho (SOUZA, 2012).

Em 22 de dezembro de 1977 a lei 6.514 altera o capítulo V, Título II, da

Consolidação das Leis do Trabalho sendo posteriormente regulamentada pelas

normas regulamentadoras da portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978. No instante

em que o trabalho deixou de ser individual ou restrito a pequenos grupos, deixou de

ser artesanal e passou a ser desenvolvido por contingentes cada vez maiores de

trabalhadores assalariados, começaram a aparecer os problemas que hoje

identificamos como sendo segurança e medicina do trabalho (SOUZA, 2012).

Hoje, não se tem como imaginar uma empresa que não tenha preocupação

com seus funcionários, ou pelo menos com os índices de acidentes de trabalho, já

que estes geram enormes custos para a mesma.

16

Page 17: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

3. Legislação - Responsabilidades

3.1 constituição federal

Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que

visem à melhoria de sua condição social:

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de

saúde, higiene e segurança

XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem

excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”.

3.2 LEGISLAÇÃO CIVIL

Artigo 927 do Código Civil: "aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar

dano a outrem, fica obrigado a repará-lo“.

Artigo 932 - são também responsáveis pela reparação civil:

Item III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e

repostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele."

Art. 949 - no caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o

ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da

convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

3.3 Legislação Penal

3.3.1 DOS CRIMES CONTRA A PESSOA E CONTRA A

VIDA

Homicídio simples

17

Page 18: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Artigo 12:1 Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Quando o acidente decorre de culpa grave, caracterizado em processo

criminal, o causador do evento fica sujeito:

§ 1º - se culposo

§ 3º - detenção de 1 a 3 anos.

§ 4º - aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de

regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato

socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para

evitar prisão em flagrante.

3.3.2 DAS LESÕES CORPORAIS

Artigo 129: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incurável;

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - em lesão corporal de natureza grave ou incapacidade permanente para o

trabalho:

Pena - detenção de 2 a 8 anos.

§ 7º - aumento de um terço da pena se o crime foi resultante de inobservância

de regra técnica da profissão.

18

Page 19: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

3.3.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais

grave.

Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição

da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a

prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo

com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998).

3.4 legislação trabalhista

Critério legal para Saúde e Segurança nos Trabalhos em Altura.

Referências normativas da ABNT determinam a elaboração de procedimentos

para trabalhos em altura. Seguem abaixo algumas destas Normas:

NBR 6494 – Segurança em Andaimes

NBR 14718 – guarda corpo

NBR 14626 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Trava-

Queda deslizante guiado em Linha Flexível

NBR 14627 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Trava-

Queda guiado Brígida em Linha

NBR 14628 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Trava-

Queda retrátil

NBR 14629 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Absorvedor de Energia

NBR 15834 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Talabarte

de Segurança

NBR 15835 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Cinturão

de Segurança tipo abdominal e talabarte de Segurança

NBR 15836 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Cinturão

de Segurança tipo para-quedista

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Page 20: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

NBR 15837 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Conectores

NBR 15595 – Acesso por cordas

NBR 15475 – Certificação de profissional de acesso por cordas

NR 06 – Equipamento de Proteção Individual

NR 18 – Obras de Construção, Demolição e Reparos

NR 35 – Trabalho em Altura

20

Page 21: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

4. RESPONSABILIDADES

Segundo a nova norma desenvolvida para trabalhos em altura todas as

pessoas participantes no processo têm suas devidas responsabilidades. Desta

forma, cabe ao empregador que o trabalho só ó se inicie após implementar todas as

medidas de proteção estabelecidas na Norma, assegurando a realização da Análise

de Risco – AR, já que esta é imprescindível para detectar os riscos aos quais estão

submetidos os ativos de uma organização, ou seja, para saber qual é a

probabilidade de que as ameaças se concretizem e, quando aplicável, a emissão da

Permissão de Trabalho – PT, que será toda a metodologia aplicada com a sua

devida liberação dos trabalhos.

Além disso, deve-se desenvolver procedimentos operacionais para as

atividades rotineiras de trabalho em altura realizando avaliação prévia das condições

no local do trabalho em altura, estudando, planejando e implementando as ações e

medidas complementares de segurança aplicáveis, , já que esta é um método

prático de grande utilidade para a identificação e antecipação dos eventos

indesejáveis e acidentes, não passíveis de previsão nas análises de risco realizadas

e não considerados nos procedimentos elaborados, em função de situações

específicas daquele local, condição ou serviço que foge à normalidade ou

previsibilidade de ocorrência. Deve-se adotar todas as providências necessárias

para que a norma seja cumprida, devendo este ser deve ser documentado,

divulgado, conhecido, entendido e cumprido por todos os trabalhadores e demais

pessoas envolvidas, devendo assegurar a interrupção imediata de trabalho em caso

de condições ambientais que o torne potencialmente perigoso à integridade física e

psíquica dos trabalhadores.

Segundo a NR 10, a avaliação prévia deve ser realizada no local do serviço

com a participação do superior e do trabalhador ou equipe envolvida, considerando

a ordem de serviço, os procedimentos de trabalho com instruções de segurança, os

equipamentos, ferramentais, possibilitando:

a) Revisar os procedimentos programados, estudando e planejando as

ações a executar;

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Page 22: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

b) Equalizar o entendimento de todos, com a eliminação de dúvidas de

execução, conduzindo ao uso de práticas seguras de trabalho e as

melhores técnicas, sabidamente corretas, testadas e aprovadas.

c) Alertar acerca de outros riscos possíveis, não previstos nas instruções

de segurança dos procedimentos;

d) Discutir a divisão de tarefas e responsabilidades;

e) Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no

serviço e, até mesmo, no procedimento de trabalho;

f) Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a

seleção de equipamentos de segurança e de trabalho;

g) Difusão de conhecimentos, criando novas motivações;

Após a avaliação prévia, o empregador deve permitir que qualquer trabalho

em altura só se inicie depois de adotadas as medidas de proteção definidas nesta

Norma, adotando providências necessárias para acompanhar o cumprimento das

medidas de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas,

repassando aos trabalhadores, a todo instante, informações atualizadas sobre os

riscos e as medidas de controle, sendo que à medida que novos riscos ou novas

soluções forem identificadas, ou quando novas técnicas para realizar o trabalho em

altura forem adotadas o trabalhador deverá receber informações e treinamentos

para eliminar ou neutralizar estes novos riscos. Também, o empregador deve

paralisar a atividade de trabalho se considerar que ela envolve grave e iminente

risco, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível, para a segurança

e saúde dos trabalhadores ou de outras pessoas.

Ainda deve estabelecer uma sistemática de autorização, devendo constar os

documentos de capacitação (realizado na empresa), dos treinamentos de segurança

(determinados nesta Norma) e da autorização formal dada pela empresa ao

trabalhador, já que muitos estabelecimentos mantêm trabalhadores envolvidos com

trabalhos em altura que não tiveram capacitação formal, e muitas vezes,

desconhecem ou subestimam os riscos inerentes à estas atividades. Após toda a

construção desta sistemática, garantir supervisão de todo o trabalho, da maneira

22

Page 23: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

como foi estabelecido pela Análise de Risco.

Por fim, cabe ao empregador assegurar a organização e o arquivamento da

documentação, devendo estar disponíveis para a fiscalização, por pelo menos 20

anos, prevista nesta Norma, sendo estes: Análise de Riscos (AR); Permissão de

Trabalho (PT), se existentes; Certificados de Treinamento; Procedimento

Operacional; Plano de Emergência da Empresa; Atestado de Saúde Ocupacional;

Registro das inspeções de EPI/Acessórios/Ancoragens.

Já aos trabalhadores cabe o dever de cumprir todas as exigências desta

norma e regulamentos estabelecidos e demais medidas internas de segurança e

saúde, interromper imediatamente o trabalho, em caso de qualquer mudança nas

condições de trabalho que o torne potencialmente perigoso, informando ao superior

hierárquico, que tomará todas as medidas cabíveis, zelando assim pela segurança

dele e de todos os envolvidos nas ações do trabalho, uma vez que os autorizados a

trabalhar em altura devem ter atenção em suas ações ou omissões já que estas

podem implicar em negligência, imprudência ou imperícia, podendo responder até

civil e criminalmente.

23

Page 24: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

5. Capacitação e Treinamento

Segundo Boog (1999) “O treinamento é a educação profissional que visa

adaptar o homem ao trabalho em determinada empresa, preparando-o

adequadamente para o exercício de um cargo. Pode ser aplicado a todos os níveis e

setores da empresa.” Na maioria dos casos os treinadores são funcionários

admitidos e mais experientes na linha de produção de algumas organizações.

BOOG (1999) também afirma que: É fundamental estabelecer pré-requisitos

voltados a formação no momento de contratar novos colaboradores, o que, ao longo

do tempo, resultará em diminuição das necessidades de treinamento e

desenvolvimentos internos. E que tenha disponibilidade para aprender e ensinar, e

ter motivação, estabelecer visão de futuro, receptividade as novas idéias,

flexibilidade, foco em resultados.

Segundo WOMACK (1992), a nova forma de organizar o trabalho e a

produção passa a exigir mão-de-obra capacitada e com maior nível de escolaridade

formal, com maior apropriação de tecnologia e conhecimento, capacidade de

decisão e responsabilidade pela concepção e execução de atividades, constituindo-

se em elementos capazes de aumentar a capacidade competitiva das organizações.

Para GITAHY (1994) capacitação é toda influência que o indivíduo recebe do

ambiente através do treinamento, assimila-as de acordo com suas inclinações e

predisposições e enriquece ou modifica seu comportamento dentro dos seus

próprios padrões pessoais. A capacitação pode ser institucionalizada e exercida não

só de modo organizado e sistemático, como também pode ser desenvolvida de

forma difusa, desorganizada, e assistemática como no lar e nos grupos sociais a que

o individuo pertence, sem obedecer qualquer plano preestabelecido.

Desta forma treinamento e capacitação são ferramentas importantes numa

empresa que busca a excelência e a qualidade nos resultados. Neste caso o foco

está voltado para a capacitação, e, conseqüentemente, à segurança dos

trabalhadores que realizam o trabalho em altura, capacitação esta que deve ser

realizada durante o horário normal de trabalho. O treinamento deve ser ministrado

por instrutores com comprovada proficiência no assunto, sob a responsabilidade de

profissional qualificado em segurança no trabalho.

24

Page 25: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Assim pode-se considerar capacitado, recebendo seu registro, através do

certificado, para trabalho em altura, todo aquele trabalhador que foi submetido e

aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito horas,

cujo conteúdo programático deve no mínimo incluir:

a) Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;

Além das normas internas da empresa e as especificas e peculiares às suas

atividades devem ser explicadas ainda as Normas Regulamentadoras 01, 06, 18 e a

atual 35, direcionada especificamente para trabalhos em altura, além daquelas

relacionadas ao tipo de serviço realizado.

b) Análise de Risco e condições impeditivas;

Risco é a capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos

à saúde e a segurança das pessoas. Desta forma a adoção de medidas de controle

deve ser precedida da aplicação de técnicas de análise de risco, cujo método

consiste em um exame sistemático e avaliação de todas as etapas e elementos de

um determinado trabalho para desenvolver e racionalizar toda a seqüência de

operações que o trabalhador executa, identificar os riscos potenciais de acidentes

físicos e materiais, identificar e corrigir problemas operacionais e implementar a

maneira correta para execução de cada etapa do trabalho com segurança.

c) Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de controle;

d) Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;

e) Equipamentos de proteção individual para trabalho em altura: seleção,

inspeção, conservação e limitação de uso;

f) Acidentes típicos em trabalhos em altura;

g) Condutas em situações de emergência, incluindo técnicas de resgate e

primeiros socorros.

Cada treinamento realizado pelo empregador deve ser feito em um prazo

máximo de dois anos, salvo em situações que ocorrerem qualquer tipo de alteração

nos procedimentos, condições ou operações de trabalho, algum novo evento que

demonstre necessidade de novo treinamento, no retorno do trabalhador afastado por

período superior a noventa dias e/ou mudança de empresa. Nestes casos

específicos a carga horária e o conteúdo programático devem atender a situação

que o motivou.

25

Page 26: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

6. Planejamento e Organização

Segundo SILVA, 2006, planejar é a arte de elaborar o plano de um processo

de mudança. Compreende um conjunto de conhecimentos práticos e teóricos

ordenados de modo a possibilitar interagir com a realidade, programar as estratégias

e ações necessárias, e tudo o mais que seja delas decorrente, no sentido de tornar

possível alcançar os objetivos e metas desejados e nele preestabelecidos. Silva

define planejamento como “o modo de agir sobre algo de modo eficaz”.

Para OLIVEIRA, 2002, Organização da empresa é a ordenação e o

agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados

estabelecidos.

Conforme os conceitos citados anteriormente, todo trabalho em altura deverá

ser planejado, organizado e executado por trabalhador capacitado e autorizado, cujo

estado de saúde foi avaliado, tendo sido considerado apto para o trabalho em altura,

através de atestado de saúde ocupacional do trabalhador, que deve ser renovado

periodicamente, incluindo nesta declaração todos os exames e a sistemática de

avaliação como partes integrantes do Programa de Controle Médico da Saúde

Ocupacional – PCMSO, para executar essa atividade e que possua aceitação formal

da empresa.

Ao se realizar um planejamento do trabalho em altura deve-se sempre em

consideração que se houver outros meios para a execução do mesmo, evitar o

trabalho em altura, já que este é de risco de grau elevado, porém se este for um

único meio para realização do trabalho, adotar medidas que eliminem o risco de

queda dos trabalhadores, e em caso de algum problema na execução do serviço,

medidas que minimizem as conseqüências da queda, quando o risco de queda não

puder ser eliminado.

Os procedimentos operacionais para as atividades rotineiras de trabalho em

altura devem conter, no mínimo, as diretrizes e requisitos da tarefa, as orientações

gerenciais, o detalhamento da tarefa, as medidas de controle dos riscos

características à rotina, as condições impeditivas, os equipamentos de proteção

26

Page 27: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

coletivos e individuais necessários e as competências e responsabilidades, alem de

uma análise de riscos.

Assim, para as atividades não rotineiras as medidas de controle devem ser

demonstradas através da Análise de Risco e na Permissão de Trabalho.

Em uma análise de Risco deve-se considerar:

a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;

b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;

c) a autorização dos envolvidos;

d) o estabelecimento dos pontos de ancoragem;

e) as condições meteorológicas adversas;

f) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos equipamentos

de proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às

orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos

fatores de queda;

g) o risco de queda de materiais e ferramentas;

h) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;

i) o atendimento a requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas

regulamentadoras;

j) os riscos adicionais;

Além dos riscos de queda em altura intrínsecos aos serviços objeto da Norma,

existem outros riscos, específicos de cada ambiente ou processo de trabalho que,

direta ou indiretamente, podem expor a integridade física e a saúde dos

trabalhadores no desenvolvimento de atividades em altura.

k) as condições impeditivas;

l) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros

socorros, de forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;

m) a necessidade de sistema de comunicação.

As atividades de trabalho em altura não rotineiras somente poderão ser

permitidas diante da apresentação da Permissão de Trabalho. Já as atividades

rotineiras poderá também exigir Permissão de Trabalho, dependendo da situação

analisada pelo profissional qualificado em segurança no trabalho.

27

Page 28: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

A Permissão de Trabalho deve:

a) ser emitida em três vias, respectivamente

I. disponível no local de trabalho;

II. entregue ao responsável pela autorização da permissão;

III. arquivada;

b) conter os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos

trabalhos e as disposições e medidas estabelecidas na Análise de Risco;

c) conter a relação de todos os envolvidos e suas autorizações;

d) ser assinada pelo responsável pela autorização da permissão;

e) ter validade limitada à duração da atividade, restrita ao turno de trabalho,

podendo ser revalidada pelo responsável pela autorização nas situações em

que não ocorra mudanças nas condições estabelecidas ou na equipe de

trabalho;

f) encerrada após o término da atividade e organizada de forma a permitir sua

rastreabilidade.

Lembrando, que para ser realizado qualquer tipo de atividade, antes deve ser

realizado um check-list para verificação dos itens de segurança e saúde,

assinalando no local correto todos os tópicos, fornecendo informações corretas

acerca do trabalho a ser executado.

28

Page 29: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7. Equipamentos de Proteção Individual

Conforme Norma Regulamentadora nº 6, Equipamento de Proteção Individual

– EPI é todo dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à

proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Segundo a norma, a empresa é obrigada a fornecer ao empregado,

gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e

funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

• Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção

contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais;

• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

• Para atender situações de emergência.

Por tratar de trabalhos em altura, devem-se selecionar e adotar Equipamentos

de Proteção Individual - EPI, acessórios e sistemas de ancoragem especificados e

escolhidos considerando-se o conforto, a carga aplicada aos mesmos e o respectivo

fator de segurança, em caso de queda, além dos riscos adicionais.

Como em qualquer outra atividade, ao receber o EPI, periodicamente e antes

do início dos trabalhos estes devem ser inspecionados, ainda mais por tratar de

prevenção de queda de altura, recusando-se os que apresentem defeitos ou

deformações, devendo inutilizá-los para uso e descartá-los.

Tratando-se de trabalho em altura existem inúmeros equipamentos que são

imprescindíveis para manter a segurança do trabalhador, sendo que estes são

apresentados segundo Normas Regulamentadoras.

Equipamentos de proteção individual segundo a nova norma para

proteção contra queda com diferença de nível

• NBR 14626:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Trava-Queda deslizante guiado em Linha Flexível

29

Page 30: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

• NBR 14627:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Trava-Queda guiado Brígida em Linha

• NBR 14628:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Trava-Queda retrátil

• NBR 14629:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Absorvedor de Energia

• NBR 15834:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Talabarte de Segurança

• NBR 15835:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Cinturão de Segurança tipo abdominal e talabarte de Segurança n º Posicionamento

e Restrição

• NBR 15836:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Cinturão de Segurança tipo para-quedista

• NBR 15837:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura -

Conectores

7.1 CINTURÃO DE SEGURANÇA TIPO PÁRA

QUEDISTA

7.1.1 REGULAMENTAÇÃO

NBR 15836:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura —

Cinturão de segurança tipo para quedista.

2.1.1.

7.1.2 APLICAÇÃO:

O cinturão de segurança tipo pára-quedista é indicado para a proteção do

usuário contra riscos de queda em Trabalhos em Altura. Trabalhos no setor de

30

Page 31: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Energia Elétrica, Telefonia, Construção Civil, Montagem de Estruturas Metálicas,

Logística e demais trabalhos realizados acima de 2m de altura, onde não existam

sistemas de proteção coletiva instalados.

Figura - Cinturão Pára Quedista

7.1.3 ESPECIFICAÇÃO:

Cinturão de Segurança, tipo pára quedista, confeccionado em cadarço de

material sintético, dotado de cinco fivelas duplas sem pino, confeccionadas em aço

1055 temperado, pintado em epóxi, sendo duas para ajuste das pernas, uma para

ajuste da correia de cintura e duas para ajuste das correias frontais na altura do

abdômen, três meias argolas em “D”, em aço forjado, sendo uma localizada na

parte traseira, na altura dos ombros, regulável ao cinto através de um passador

plástico e duas fixas nas laterais da correia de cintura através de costura reforçada.

7.1.4 RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES:

Antes de usar, fazer um exame visual detalhado, assegurando assim que o

cinto encontra-se em perfeito estado de utilização, o usuário deve certificar-se que:

31

Page 32: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

a) Todas as fitas de nylon estejam perfeitas, sem cortes, furos, rupturas,

partes queimadas, desfiamentos, mesmo que parciais; - Todos os pontos

de costura estejam perfeitos, sem desfiamentos ou descosturados;

b) Todos os componentes metálicos estejam sem ferrugem, amassados ou

danificados;

c) Não há suspeita de contaminação por produtos químicos. O cinturão não

deverá ser utilizado quando houver constatação de qualquer problema na

inspeção; O cinto deve ser bem regulado ao corpo do executante; Durante

o uso, tome precauções para proteger o cinto de calor excessivo, cortes,

ataques químicos; Nenhuma modificação poderá ser feita no cinturão

com relação às costuras, às fitas e argolas;

d) Sempre que possível recomenda-se que o cinto tenha o mesmo usuário

com fim de limitar os ajustes e controlar a freqüência do uso; Armazená-lo

em local seco, à sombra, sem contato com piso de cimento, fontes de

calor, produtos químicos, abrasivos ou cortantes; Teoricamente, a vida útil

do cinturão não pode ser preestabelecida, dependendo muito da

freqüência e cuidados durante o uso, grau de exposição a produtos

químicos, elementos abrasivos e luz solar. Caso seja constada qualquer

irregularidade ou ocorra queda o equipamento deve ser condenado.

7.1.5 CONSERVAÇÃO E LIMPEZA:

Limpar com água e sabão neutro. Em nenhum caso utilizar solventes, ácidos

ou bases fortes. Deixe secar em lugar ventilado e na sombra.

7.2 TALABARTE DE SEGURANÇA

8.1

32

Page 33: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7.2.1 NORMALIZAÇÃO – REGULAMENTAÇÃO

ABNT NBR 15834:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura

– Talabarte de segurança

7.2.2 APLICAÇÃO:

Proteção do usuário em caso de queda, nas operações realizadas com auxilio

de plataforma móvel, elevador de manutenção e demais trabalhos realizados acima

de 2m de altura, onde não existam sistemas de proteção coletiva instalados.

7.2.3 ESPECIFICAÇÃO:

Talabarte de Segurança duplo em forma de “Y”, confeccionado em cadarço

de material sintético tubular com elástico interno e com absorvedor de

energia, dotado de três mosquetões de segurança, de dupla trava,

confeccionados de aço, sendo dois numa das extremidades e junto ao absorvedor

de energia, ambos fixos através de costura reforçada.

Figura - Talabarte de Segurança

7.2.4 MOVIMENTAÇÃO COM TALABARTES:

O trabalhador deverá portar e utilizar o sistema de proteção contra quedas

individual de maneira constante durante todo o seu deslocamento/ permanência

33

Page 34: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

pelas estruturas ou escadas tipo plataforma. Portanto para uma movimentação

segura e eficiente, devemos utilizar de "Talabartes de Progressão Duplos", estes são

utilizados conectando-se alternadamente cada uma das duas extremidades do

talabarte, de maneira que o trabalhador tenha sempre um dos dois conectores de

grande abertura, conectado a estrutura, protegendo-o contra qualquer possibilidade

de queda.

7.2.5 RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES:

Antes do uso, o usuário deve certificar-se que:

a) Todas as fitas de nylon estejam perfeitas, sem cortes, furos, rupturas, partes

queimadas, desfiamentos, mesmo que parciais.

b) Todos os pontos de costura estejam perfeitos, sem desfiamentos ou descosturados.

c) Todos os componentes metálicos estejam sem ferrugem, amassados ou danificados.

d) Não há suspeita de contaminação por produto químico.

e) Atenção: Jamais retire ou viole o absorvedor de energia do seu cinto de segurança.

7.2.6 CUIDADOS NECESSÁRIOS:

Os cintos e seus acessórios devem sofrer inspeção de pré-uso e serem

vistoriados constantemente e, caso seja notado algum sinal de insegurança em

alguma parte de seus componentes estes não poderão ser usados, devendo ser

substituídos ou sofrer manutenção. Durante a utilização do Talabarte verifique se o

mesmo não está em contato com partes cortantes, situação que pode

comprometer a condição do uso do equipamento e causar acidentes graves.

7.3 EQUIPAMENTO TRAVA-QUEDAS

34

Page 35: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7.3.1 NORMALIZAÇÃO

NBR 14628 - Equipamento de proteção individual - Trava-queda retrátil -

Especificação e método de ensaio.

NBR 14627 - Equipamento de proteção individual - Trava-queda guiado em linha

rígida - Especificação e métodos de ensaio.

NBR 14626 - Equipamento de Proteção individual - Trava-queda guiado em linha

flexível - Especificação e métodos de ensaio.

EN 355 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura.

Amortecedores.

7.3.2 APLICAÇÃO:

Proteção do usuário nos trabalhos em alturas com risco de quedas; onde

devem ter liberdade de movimentação vertical e horizontal com segurança.

7.3.3 ESPECIFICAÇÃO:

Dispositivo trava-quedas de movimentação retrátil, constituído de fita de nylon

de 25mm de largura e 2,2mm de espessura, equipado com um mosquetão de

segurança de aço forjado, de dupla trava, fixo a um dispositivo metálico indicador de

stress que, por sua vez, e fixo na extremidade do cabo retrátil e na outra

extremidade, na parte superior, é fixo um mosquetão de segurança de aço com trava

por sistema de mola.

35

Page 36: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Figura - Trava-quedas

7.3.4 USO DOS TRAVA-QUEDAS:

O trava-queda retrátil deve ser fixado sempre acima da cabeça do usuário, a

uma distância de, no mínimo, 70 cm, em um ponto com resistência igual ou superior

a 1500 kg (NBR 14628). A carga máxima de trabalho dos trava-quedas retráteis

(peso do trabalhador) é de 100 kg (NBR 14628). Antes de conectar o trava-queda ao

cinturão, faça o teste inicial de bom funcionamento: só use o aparelho após

constatar:

a) Imediato travamento da fita após ser puxado com força para fora.

b) Retorno integral da fita retrátil após deixar de ser puxado. A fita retrátil deve

ser conectado à argola dorsal (costas) ou alças frontais (peito) do cinturão pára-

quedista e durante o uso é necessário que fique esticado pela ação da mola interna

retrátil.

c) Após o uso, nunca deixar a fita recolher com velocidade (tomar o mesmo

cuidado que se exige para manuseio das trenas de medição). Para efetuar o

recolhimento da fita de nylon faça a substituição do cinturão por uma fraca corda. A

corda possibilitará fácil recuperação da fita retrátil no próximo uso e rompe-se

facilmente se for puxada acidentalmente por empilhadeira ou caminhão, sem causar

danos ao trava-queda e à instalação.

36

Page 37: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7.3.5 INSPEÇÃO DOS TRAVA-QUEDAS COM CABO

RETRÁTIL:

a) Os trava-quedas retráteis devem ser obrigatoriamente inspecionados antes de cada

uso, fazendo-se o teste de bom funcionamento.

Importante: não efetuar teste de queda livre de peso, visto que, rompendo ou

danificando o pino de segurança do destorcedor, os aparelhos deverão ser enviados

para revisão.

b) Os trava-quedas devem ter fácil deslocamento ao longo de toda a linha e em

nenhum caso deve haver possibilidade de amassar a carcaça do aparelho por

choque mecânico.

c) As fitas retráteis de nylon devem estar perfeitas, sem cortes, furos, rupturas, partes

queimadas, desfiamentos, mesmo que parciais. Os pontos de costura devem estar

perfeitos, sem desfiamento ou descosturados.

d) O lacre de segurança (indicador de stress) não pode estar danificado ou rompido, em

sendo detectado o rompimento do lacre o equipamento deve ser imediatamente

retirado de operação e encaminhado a manutenção

e) Realizar o 3AA (auto-análise, auto-avaliação e auto-aprendizagem) antes de

realizar qualquer trabalho em altura.

Caso seja constada qualquer irregularidade ou ocorra queda o equipamento deve

ser condenado.

7.3.6 MANUTENÇÃO DOS TRAVA-QUEDAS COM CABO

RETRÁTIL:

Os trava-quedas retráteis devem ser revisados por empresa especializada

nas seguintes condições:

a) Reprovação no teste inicial de bom funcionamento.

b) Pino de segurança do distorcedor rompido ou danificado (indica que o

aparelho já reteve uma queda e de acordo com a NBR 14628 necessita de revisão).

c) Cabo retrátil frouxo devido às suas deformações permanentes e/ou mola

interna retrátil desregulada.

37

Page 38: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

d) Inspeção anual, obrigatória, conforme NBR 14628.

Notas: Os aparelhos a serem enviados para revisão não devem ser abertos (risco de

ferimento). Os mosquetões não devem ser enviados junto com os trava-quedas,

visto que, são facilmente desconectados e, muitas vezes, possuem ajustes

específicos para a linha onde estão instalados.

7.4 AMORTECEDORES PÁRA QUEDAS

Utilizado nos trabalhos em altura que necessitem de algum espaço de

manobra, a sua utilização deve ser sempre feita em associação com um arnês e

destina-se à proteção de quedas.

Figura - Amortecedor Pára-quedas

7.4.1 NORMALIZAÇÃO

NBR 14629 - Equipamento de proteção individual - Absorvedor de energia -

Especificação e métodos de ensaio.

7.4.2 ESPECIFICAÇÕES

O sistema Pára-quedas por amortecimento é constituído por fita dobrada

em material sintético (poliamida ou poliester), mantida unida de forma a abrir

38

Page 39: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

sempre que se verifique uma queda. As extremidades do Amortecedor Pára-

quedas terminam em argola, onde são aplicados os acessórios para fixação ao

arnês e ao ponto de ancoragem.

7.4.3 USO DOS AMORTECEDORES PÁRA QUEDAS

A fixação do Amortecedor Pára-quedas é sempre feita num ponto fixo que

se encontre acima do plano de trabalho, cuja resistência aparente não deixe

dúvidas.

Na utilização deste equipamento deve ter-se em conta a distância de

paragem indicada pelo fabricante, ou seja, a distância abaixo do nível de trabalho

dentro da qual não devem existir obstáculos, para que o trabalhador na

eventualidade de queda não choque contra eles.

Esta distância inclui o comprimento do Amortecedor depois de totalmente

alongado, os elementos de ancoragem, mais o alongamento sofrido pelo arnês e

a altura do corpo do utilizador.

O amortecedor pára-quedas é um equipamento que depois de utilizado não

poderá ser reutilizável.

7.4.4 INSPEÇÃO

a) Nas partes flexíveis (fita e invólucro): Verificar indícios de desgaste, o estado das

costuras, sinais de deterioração etc.

b) Nos acessórios (mosquetões): ver respectivas fichas técnicas.

No caso de degradação aparente, o amortecedor pára-quedas deve ser

imediatamente posto fora de serviço.

7.4.5 MANUTENÇÃO

a) Deve ser armazenado em locais ou recipientes reservados para o efeito e em

ambientes secos e fora do alcance dos raios solares diretos.

39

Page 40: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

b) Em caso algum devem ser feitas alterações ou reparações: sempre que se

verificar uma avaria ou dúvida sobre o funcionamento do aparelho em questão, deve ser

enviado para reparação especializada.

c) Em contato com o ar as fibras sintéticas envelhecem naturalmente; este

envelhecimento pode provocar alguma diminuição da elasticidade, não afetando, todavia,

a resistência do material.

Importante: Evitar o contato com óleos ou líquidos corrosivos e trabalhos em altas

temperaturas

7.5 REGULADOR ANTIQUEDAS

7.5.1 REGULAMENTAÇÃO

NBR 14629 - Equipamento de proteção individual - Absorvedor de energia -

Especificação e métodos de ensaio.

EN 353-2 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura.

Dispositivos antiquedas.

EN 363 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura. Sistemas

antiquedas.

40

Figura - Regulador Anti-quedas

Page 41: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7.5.2 APLICAÇÃO:

Utilizado nos trabalhos em altura ou sempre que exista necessidade do

utilizador se posicionar para melhor realizar o trabalho. A sua utilização é

integrada no conjunto "corda de amarração", como dispositivo de posicionamento

ao posto de trabalho.

7.5.3 USO DOS REGULADORES ANTI-QUEDAS

A verificação e o controlo devem incidir:

a) exame visual tendo em vista a detecção de fissuras, indícios de desgaste,

princípio de fraturas, fendas, oxidações, corrosões etc.

b) teste manual das partes móveis, visando o funcionamento das molas.

Importante: No caso de degradação aparente, o regulador deve ser

imediatamente posto fora de serviço.

7.5.4 UTILIZAÇÃO

Equipamento constituído por um conjunto de mecanismos capazes de

bloquear a corda em qualquer ponto, permitindo assim ao utilizador encontrar a

melhor posição para realizar o trabalho. Em alguns modelos pode ter incorporado

um sistema de fecho que permite a sua fixação diretamente ao cinto de trabalho.

7.5.5 ESPECIFICAÇÕES

Para regular a sua posição de trabalho o executante deve:

para se aproximar puxar a ponta livre da corda no sentido de frente para a

trás;

41

Page 42: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

para se afastar do posto de trabalho, consoante o modelo empurrar a

alavanca de regulação ou acionar a pastilha de libertação da corda.

Em todos os casos a extremidade livre da corda de amarração deve ter

uma costura ou um nó, para que aquela não se possa escapar do aparelho.

7.5.6 MANUTENÇÃO

a) Em caso algum devem ser feitas alterações ou reparações. Sempre que se

verificar uma avaria ou dúvida sobre o funcionamento do aparelho em questão, deve ser

enviado para reparação especializada.

b) Após a utilização e sempre que se justificar o Regulador deve ser limpo de

eventuais sujidades que possam acelerar a sua deterioração ou impedir o seu normal

funcionamento.

c) Os Reguladores são peças metálicas capazes de resistir a grandes tensões, mas

não estão preparados para sofrer pancadas, por exemplo, não devem ser atirados para o

chão.

d) Embora os reguladores sejam construídos em metal com tratamento anti-

corrosão, não devem entrar em contacto com produtos corrosivos. O seu armazenamento

não deve ser feito em locais úmidos.

7.6 MOSQUETÕES

7.6.1 REGULAMENTAÇÃO

NBR 15837:2010 - Conectores.

EN 362 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura.

Dispositivos antiquedas. Uniões.

42

Page 43: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

EN 364 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura.

Dispositivos antiquedas. Sistemas anti-quedas.

Figura - Mosquetão

7.6.2 APLICAÇÃO

Os Mosquetões de dupla segurança destinam-se a servir de ligação entre

pontos capazes de suportar forças consideráveis, nomeadamente a ligação do

cinto de trabalho à corda de amarração e ao fiador; a ligação do arnês a um

sistema pára-quedas.

7.6.3 ESPECIFICAÇÕES

Os Mosquetões para utilizar nos trabalhos em altura devem ser dotados de

dupla segurança. Só devem poder ser abertos após pelo menos duas operações

consecutivas efetuadas deliberadamente.

− Existem vários tipos e modelos de Mosquetões de dupla segurança, todos

eles basicamente constituídos por:

− um corpo principal em metal tratado, numa das duas extremidades recebe

o sistema de fecho e a outra serve de batente desse mesmo fecho;

43

Page 44: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

− o fecho é constituído por um corpo metálico tratado, que tem embutido uma

mola para fecho automático; quando o utilizador solta o fecho este fecha-se

automaticamente por acção da mola de reposição não havendo perigo de ficar

aberto.

7.6.4 INSPEÇÃO

A verificação e o controlo devem incluir:

− exame visual tendo em vista a detecção de fissuras, indícios de desgaste,

princípio de fraturas, fendas, oxidações, corrosões, etc.

− teste manual das partes móveis, visando o funcionamento das molas.

Importante: No caso de degradação aparente, o Mosquetão deve ser

imediatamente posto fora de serviço.

7.6.5 MANUTENÇÃO

a) Os Mosquetões não devem estar em contacto com produtos corrosivos

para os metais, durante a utilização ou enquanto armazenados.

b) Os utilizadores não devem fazer qualquer tipo de reparações nos

Mosquetões, Sempre que se verificar uma avaria ou suspeita sobre o seu funcionamento

deve ser enviado para reparação especializada.

c) Depois de utilizados os Mosquetões devem ser limpos de sujidades que

se possam ter acumulado durante os trabalhos. A limpeza dos mosquetões deve ser feita

com produtos indicados pelo fabricante, ou na ausência destes simplesmente com água.

d) Os Mosquetões são peças capazes de resistir a grandes tensões, mas não

estão preparados para sofrer grandes pancadas, pelo que devem ser manuseados com

cuidado.

44

Page 45: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7.7 CORDAS DE SEGURANÇA

7.7.1 REGULAMENTAÇÃO

NBR 15837:2010 - Conectores.

- EN 353-2 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura.

Dispositivos Antiquedas.

Parte 2: dispositivos antiquedas deslizantes sobre suporte flexível.

- EN 362 - Equipamento de proteção individual contra quedas em altura. Uniões.

- EN 363 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura. Sistemas

antiquedas.

- EN 364 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura. Métodos de

ensaio

7.7.2 APLICAÇÃO

São utilizadas para trabalhos em altura, como suporte de ancoragem do

pára-quedas deslizante, sempre que exista risco de queda.

45

Figura - Cordas de Segurança

Page 46: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7.7.3 ESPECIFICAÇÕES

Corda em poliamida, multifilamentos, com diâmetro 10/12 mm ou 14/16

mm, de acordo com o dispositivo pára-quedas deslizante com que vai ser

utilizada. Numa das extremidades tem um argola, com costura, para fixação ao

mosquetão.

A corda para utilizar com um dispositivo pára-quedas deslizante deve

obedecer ás características indicadas pelo fabricante do mesmo, em particular no

que respeita ao diâmetro, com comprimento 30 metros

Importante: No caso de degradação aparente a corda deve ser imediatamente

posta fora de serviço, nomeadamente se apresenta fios partidos, se sofreu um

esforço violento, ou se esteve em contacto com produtos químicos nefastos.

7.7.4 MANUTENÇÃO

Para evitar que a corda se desfie nas extremidades, deve ser aquecida

com uma chama até começar a fundir, apertando-a de seguida (não deve ser feita

diretamente com as mãos, para não sofrer queimaduras). Esta operação deve ser

feita mesmo que venha a existir uma costura.

Para evitar que se degradem precocemente, as cordas não devem:

ser pisadas;

sofrer esforços violentos e desajustados ao tipo de corda;

entrar em contacto ou na proximidade de fontes de calor;

entrar em contacto com produtos químicos.

As cordas devem manter-se sempre o mais limpas possível, utilizando-se

por exemplo um encerado, um saco ou um recipiente durante a utilização para

evitar que não fiquem em contacto com o chão.

46

Page 47: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Se a cordas estiverem sujas devem ser lavadas com água e secas num local

arejado, seco e fora do alcance direto dos raios solares.

A armazenagem e transporte das cordas deve ser feita em recipientes ou

locais previamente destinados para o efeito. Esses locais devem caracterizar-se

por terem um ambiente fresco, seco, fora do alcance dos raios solares e inerte

quimicamente.

7.8 GANCHO DE ANCORAGEM

7.8.1 REGULAMENTAÇÃO

NBR 15837:2010 - Conectores.

EN 362 - Equipamento de proteção individual contra quedas em altura. Uniões.

EN 364 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura. Métodos de

ensaio

Figura - Gancho de Ancoragem

8.6.1 Aplicação:

47

Page 48: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Bastão de ancoragem, desenvolvido para criação de linhas de vida provisória

durante a realização de trabalho em altura. Permite que o usuário esteja ancorado

durante o acesso, descida e permanência em altura, o sistema deve ser utilizado

junto com dispositivo trava-quedas e cinturão de segurança tipo para quedista.

7.8.2 ESPECIFICAÇÕES

Dispositivo de ancoragem modelo gancho com trava de segurança,

confeccionado alumínio com abertura máxima de 110mm, carga de ruptura mínima

22kN, o dispositivo possui duas placas de fixação com 75mm de comprimento e

30mm de largura, utilizadas para fixar o gancho ao sistema cilíndrico de conexão

que possui 195mm de comprimento total, possui orifícios laterais localizados nas

laterais na parte inferior do dispositivo que permitem a realização do travamento

através de esferas metálicas, possui uma alça confeccionada em aço, possui um

orifício localizado no meio da alça para conexão da corda que realiza a abertura do

gancho.

Ponteira:

Dispositivo de conexão para vara de manobra confeccionado em alumínio

com comprimento total de 125mm, ponteira superior com 38mm de diâmetro

possuindo sistema de travamento através de esferas metálicas e molas, ponteira

inferior de 16mm de diâmetro.

Engate:

Dispositivo confeccionado em liga de bronze alumínio para engate na ponteira

inferior e encaixe universal para engate na vara de manobra.

Bolsa:

Bolsa confeccionada em lona 10, utilizada para transporte da corda e gancho

de ancoragem.

7.9 ANEL DE ANCORAGEM COM ABSORVEDOR

48

Page 49: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7.9.1 REGULAMENTAÇÃO

NBR 15837:2010 - Conectores.

EN 362 - Equipamento de proteção individual contra quedas em altura. Uniões.

EN 364 - Equipamento de proteção individual contra quedas de altura. Métodos de

ensaio

Figura - Anel de ancoragem

7.9.2 APLICAÇÃO

Utilizado na realização de pontos de ancoragem provisórios

7.9.3 ESPECIFICAÇÕES

Anel de ancoragem confeccionado em cadarço de poliéster 30mm, revestido

com cadarço tubular de poliamida amarelo de 40mm, atua como proteção a abrasão

e indicador de vida útil, costuras reforçadas com linha de nylon 16 multicolorida e

encerada, comprimento de 120cm, com absorvedor de energia.

7.9.4 LIMITAÇÕES DE USO

Não recomenda-se a utilização em superfícies cortantes.

49

Page 50: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

7.10 CINTA DE ANCORAGEM

Figura - Cinta de ancoragem

7.10.1APLICAÇÃO

Utilizado na realização de pontos de ancoragem provisórios

7.10.2ESPECIFICAÇÕES

Cinta de ancoragem com 80cm de comprimento e 50mm de largura,

confeccionada em cadarço de poliéster na cor preta, possui duas meia argolas em

aço forjado em suas extremidades. As partes metálicas são costuradas em linha de

nylon 16 multicolorida e encerada.

7.10.3LIMITAÇÕES DE USO

Não recomenda-se a utilização em superfícies cortantes.

50

Page 51: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

8. Emergência e Salvamento

Inicialmente, deve-se elaborar e implementar procedimentos de emergência e

resgate adequados ao trabalho em altura contemplando, no mínimo:

I. descrição dos possíveis cenários de acidentes obtidos a partir da AR;

II. descrição das medidas de salvamento e de primeiros socorros a serem

executadas em caso de emergências;

III. seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,

iluminação de emergência, resgate, primeiros socorros e transporte de vítimas;

IV. acionamento da equipe responsável pela execução das medidas de resgate e

primeiros socorros;

V. exercício simulado periódico de salvamento e combate a incêndio,

considerando possíveis cenários de acidentes para trabalhos em altura,

realizado, no mínimo, uma vez a cada ano.

Em caso de qualquer problema envolvendo o trabalho que está sendo

realizado pelo empregado, o empregador deve disponibilizar equipe para respostas

em caso de emergências para trabalho em altura, onde estas equipes deverão estar

preparadas e aptas a realizar as condutas mais adequadas para os possíveis

cenários de situações de emergência em suas atividades. As respostas serão

proporcionais ao nível de treinamento e aptidão necessárias em função da

existência ou não de equipe própria, externa ou composta pelos próprios

trabalhadores, sendo que se a equipe de emergência e salvamento for própria ou

formada pelos próprios trabalhadores as respostas serão realizar o resgate e os

primeiros socorros de imediato com as técnicas aprendidas. Já, se a equipe for

externa a resposta será chamar a equipe de emergência com a maior brevidade e

dar todo o suporte e retaguarda à(s) vítima(s) e a equipe de resgate.

Para segurança e eficácia em casos de emergência, o empregador deve

assegurar que o plano de emergência, documento contendo os procedimentos para

contingências de ordem geral, que os trabalhadores autorizados deverão conhecer e

estar aptos adotá-los nas circunstâncias em que se fizerem necessários, após

análise de risco, contemple os treinamentos específicos necessários para cada

51

Page 52: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

realidade, utilização de sistemas de comunicação adequados, equipamentos

adequados para resgate e primeiros socorros. Desta forma, as pessoas

responsáveis pela execução das medidas de salvamento devem estar capacitadas a

executar o resgate, prestar primeiros socorros e possuir aptidão física e mental

compatível com a atividade a desempenhar.

8.1 CHECK LIST PARA UM PLANO DE RESGATE

Segundo Gueiros, 2012, alguns itens são de suma importância quando se trata de

medidas para minimizar conseqüências da queda do trabalhador.

• Implementação do resgate da queda: Procedimentos de resgate devem envolver

recursos internos e externos. No mínimo, trabalhadores no local precisam de um

plano para avaliar e resgatar o trabalhador caído enquanto peritos externos vão

chegando; envolver-se com as instituições locais de resgate durante o processo de

planejamento pode ser extremamente benéfico. Quando chamado para participar de

um encontro sobre sistemas de proteção de queda em um prédio de altura elevada,

o chefe do resgate avalia que a discussão pré-incidente deverá ajudar a orientar os

membros da equipe em no máximo 20 minutos.

• Local do resgate: É importante considerar como os trabalhadores no seu local de

trabalho estão expostos a risco de quedas.

• Equipamentos necessários: Os diversos tipos de sistemas de contenção de quedas

em uso dentro de sua organização podem criar obstáculos aos equipamentos e

procedimentos necessários para resgatar um trabalhador caído. Isto é de vital

importância no planejamento do resgate porque o tipo de equipamentos de

contenção irá indicar onde o trabalhador estará após a queda.

• Como resgatar o trabalhador no ponto da queda: O item final consiste em determinar

quais métodos serão utilizados para realizar o resgate da vítima de queda.

52

Page 53: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

9. APLICAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

Segundo a empresa Gulin2, responsável pela fabricação de Equipamentos de

Proteção Contra Quedas, Movimentação e Resgate existem algumas situações,

descritas a seguir, que são citadas em normas, onde deve-se tomar alguns cuidados

específicos.

• Havendo risco de queda em trabalhos a mais de 2 m (dois metros) de altura do piso

deve ser utilizado o cinturão pára-quedista (NR 18.23.3), com ligação,

obrigatoriamente, pelas costas ou peito.

Figura - Recomendações para trabalho em altura

• As argolas ou alças na linha da cintura do cinturão pára-quedista devem ter seu uso

restrito para posicionamento de trabalho e limitação de distância (NBR 11.370).

2

2

Disponivel em http://www.gulin.com.br/f17.html. Acessado em 20/05/2012

53

Page 54: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Figura - Recomendações para trabalho em altura

• As argolas ou alças dos ombros devem ser usadas para movimentação de

emergência (resgate) com suporte de ombros. Para movimentação constante, deve-

se usar um trava-queda ligado, obrigatoriamente, às argolas ou alças do peito ou das

costas (NBR 11.370).

Figura - Recomendações para trabalho em altura

54

Page 55: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Figura - Recomendações para trabalho em altura

• Havendo risco de queda na movimentação vertical ou horizontal deve ser usado

trava-queda ( NR 6 - Anexo I).

• Em andaimes deve ser usado cinturão pára-quedista com trava-queda ligado em

cabo independente (NR 18.23.3.1).

• Em cadeira suspensa deve ser usado cinturão pára-quedista ligado em cabo

independente (NR 18.15.52) pelas costas ou peito.

Figura - Recomendações para trabalho em altura

55

Page 56: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

• As cadeiras suspensas e os guinchos para pessoas devem possuir duas travas de

segurança (NR 18.15.51).

Figura - Recomendações para trabalho em altura

• É proibida a improvisação de cadeira suspensa (NR 18.15.54) similar às fotos

abaixo. Seu uso é proibido, além de muito perigoso, pois não possui nenhuma trava

de segurança.

• A cadeira suspensa deve apresentar em sua estrutura a razão social do fabricante e

seu CNPJ (NR 18.15.53).

• Os pontos de ancoragem para trava-quedas, cadeiras suspensas e guinchos para

pessoas, devem ter resistência de, no mínimo, 1.500 kg ( NBR 14.626 / 627 / 628 /

751).

• A realização de trabalho em espaço confinado deve ser precedida de inspeção prévia

e elaboração de Ordem de Serviço com os procedimentos a serem adotados (NR

18.20 e NR 33).

• A realização de trabalho em telhados e coberturas deve ser precedida de inspeção

prévia e elaboração de Ordem de Serviço com os procedimentos a serem adotados

(NR 18.18).

56

Page 57: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

Figura - Recomendações para trabalho em altura

• O MTE exige por meio da NR 18.18 que, nos telhados seja instalado linha de

segurança para movimentação do trabalhador com cinturão tipo pára-quedista.

• É proibida a concentração de carga em um mesmo ponto sobre o telhado ou

cobertura (NR 18.18.5.1). As telhas de fibrocimento, alumínio ou barro não foram

projetadas para suportar cargas concentradas. Para andar sobre telhas deve-se usar

passarela para telhado.

• Todos os empregados devem receber treinamento admissional (carga horária mínima

de seis horas) e periódico, visando garantir a execução de suas atividades com

segurança (NR 18.28.1).

57

Page 58: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho procurou-se apresentar os problemas e as medidas a

serem adotadas para diminuir a incidência de acidentes de trabalho em diferença de

nível. Os comentários aqui apresentados no que se refere às NR – Normas

Regulamentadoras, principalmente no concernente aos acidentes e aos elementos

utilizados para proteção do trabalhador, visam apenas apresentar uma linha de

pensamento e a interpretação técnica e legal do tema proposto.

Na atualidade, considera-se que saúde e segurança no trabalho devem

tratados como prioridade por todos, envolvendo os trabalhadores, todos os setores e

todas as dimensões da empresa. Assim, impõe-se promover um esforço com vista à

introdução e consolidação de uma cultura de prevenção dos riscos profissionais na

sociedade e nas empresas, onde efetivamente, as condições de trabalho são

determinantes para o nível de acidentes e para as doenças profissionais adquiridas,

tendo um impacto direto nas capacidades profissionais, físicas e psicológicas do

trabalhador e, conseqüentemente, na produtividade da própria empresa.

A preparação e implementação das medidas de segurança é uma

responsabilidade de todos os envolvidos. Sempre que um trabalho seja

desenvolvido em altura o homem tem de estar sempre em segurança, por isso todo

um planejamento e analise de riscos devem ser feitos para que o trabalho se dê de

maneira segura, verificando-se fase a fase. Ainda, é necessário também efetuar um

acompanhamento constante e inspeções regulares.

Ainda deve-se levar em consideração que os custos de um acidente são

enormes, tanto para o indivíduo, como para a entidade patronal e para a sociedade,

assim aplicando medidas eficácias para evitar que acidentes do trabalho ocorram

minimiza-se todo e qualquer problema, social, financeiro, fazendo com que todos os

envolvidos estejam satisfeitos.

É necessário dar prioridade àquelas medidas que eliminem ou reduzam os

perigos na sua origem e que proporcionem uma proteção coletiva, através de

equipamentos de proteção individual e coletiva, consolidando-se assim uma tarefa

58

Page 59: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

bem sucedida onde todos os envolvidos executaram sua função de forma correta e

tudo ocorreu em conformidade com aquilo que estava previsto.

Assim, pode-se notar que setor prevencionista brasileiro ganhou uma nova

Norma Regulamentadora de suma importância para tratar dos serviços executados

em ambientes de altura, já que não era possível permanecer de mãos atadas, vendo

a ocorrência diária de mortes ocasionadas por quedas de altura, principalmente as

originadas no segmento da indústria da construção civil brasileira, mas não

excluindo outros setores industriais, também responsáveis pelas mortes fatais no

trabalho. Portanto, a NR 35, elaborada por trabalhadores, empresários e governo,

vem justamente para estabelecer outro momento, este com mais ferramentas e

controle preventivo para segurança das pessoas e seus postos de trabalho.

A NR 35 é essencial, pois define as obrigações e responsabilidades do

empregador e do trabalhador, minimizando o número de acidentes durante as

inspeções, consideradas de alto risco. Além disso, ela evita um grande e atual

problema, que é justamente a falta de profissional qualificado e certificado no

mercado.

Deve-se lembrar sempre que tudo o que é gasto com segurança do trabalho

não pode ser considerado como despesas, e sim como investimento, afinal

prevenção é primordial.

59

Page 60: Trabalhos em altura: Prevenção e proteção para um bem comum

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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