trabalho semestral aciaria.docx
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1- Faça um breve comentário sobre o histórico dos processos pneumáticos de fabricação de aço liquido.
Até 1856, quando Henry Bessemer na Grã-Bretanha e William Kelly, nos Estados Unidos, quase simultaneamente, inventaram o processo de sopro pneumático, o aço era obtido apenas pela refusão de pequenas quantidades de sucata em fornos de cadinho ou pelo penoso processo de pudlagem em fornos de revérbero.
Inicialmente o convertedor com sopro atmosférico utilizava revestimento ácido (pedra silicosa). Devido a necessidade de se baixar o teor de fósforo, foi-se necessário utilizar escórias básicas, desta forma, o revestimento ácido do convertedor Bessemer se consumia muito rapidamente, pois reagia com a escória.
Graças aos trabalhos de Sidney Gilchrist Thomas, o convertedor recebeu o revestimento básico (dolomítico), em 1877. Tal descobrimento permitiu a remoção do fósforo dos minérios europeus com teor mais elevado deste elemento.
No processo Bessemer ácido, o conversor é carregado com gusa líquido a uma temperatura de 1300 a 1400°C e o calor necessário para:
a) elevar a temperatura do ar até a do metal líquido,
b) fundir as adições,
c) compensar as perdas térmicas de condução e convecção através do revestimento e pela radiação da camada superior do banho.
Em princípio, a operação do conversor consiste na injeção de ar sob pressão pela parte inferior por meio de canais nos refratário chamados de ventaneiras, fazendo com que o ar atravesse o banho de gusa líquido.
A idéia original foi exposta pelo próprio Sir Henry Bessemer em 1856, porém, as dificuldades na obtenção do oxigênio puro, em quantidades industriais, não permitiram a sua utilização prática.
das grandes instalações para produção de oxigênio, é que a idéia foi novamente retomada por vários metalurgistas. Em 1939, Otto Lellep em Oberhausen e em 1941, Carl Valerian Schwarz em Aachen na Alemanha; em 1947, Prof. Robert Durrer na Suíça e, em 1949, Heribert Trenkler na Áustria, experimentaram a utilização de oxigênio em convertedores.
Finalmente, em novembro de 1952, iniciou-se a operação da Aciaria I da Voest, com dois convertedores de 30 ton., sendo que a primeira instalação no hemisfério sul foi a da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira em Monlevade-MG, inaugurada em outubro de 1957.
2- Explique as alas que compõem a aciaria LD.
A aciaria engloba 4 alas.
- ala de carregamento
- ala de convertedor
- ala de vazamento
- ala de lingotamento
ALA DE CARREGAMENTO: compreende
- recebimento e pesagem de gusa e sucata.
- plataforma de operações e a cabine de comando dos convertedores.
- panelas de gusa e escoria (auto-acionada).
ALA DE CONVERTEDORES: compreende
- fornos
- sistema de captação de gases
- lanças de oxigênio
- silos e sistema de carregamento de cal e fundentes
As lanças de oxigênio ficam suspensas acima do convertedor.
Normalmente duas lanças encontram-se ligadas aos sistemas de oxigênio e
Refrigeração.
Uma na posição de sopro e outra na reserva.
ALA DE VAZAMENTO: compreende
- área de preparação de panelas de aço, montagem e reparos do revestimento
refratário.
- montagem de válvulas gaveta.
- secagem e pré-aquecimento de panelas e o sistema de sua movimentação.
- O carro panela é geralmente, auto-acionado e desloca-se sobre trilhos entre a ala de lingotamento e a posição de vazamento sob o convertedor.
ALA DE LINGOTAMENTO: compreende
- lingotamento convencional
- lingotamento cont1nuo mais lingotamento convencional
- Lingotamento contínuo, etc. __
Quando se utiliza o lingotamento convencional deve-se considerar:
- Ala de preparação de lingoteiras e montagem de carros de .1ingotamento
- Ala de estripamento dos lingotes.
Quando se utiliza o lingotamento cont1nuo deve-se considerar:
- Ala de estocagem, escarfagem e despacho das placas ou blocos.
3- Ilustre o perfil geométrico do convertedor LD.
4- Explique o funcionamento da lança de oxigênio.
Pela lança é feita a injeção de oxigênio pela boca do convertedor, e pelo fundo sopra-se argônio com a finalidade de promover melhor homogeneidade do banho e facilitar as reações de oxidação. A lança consiste de 3 tubos concêntricos, de aço sem costura, terminando num bocal de cobre eletrolítico; no interno, flue o oxigênio; o intermediário, é para a alimentação da água de resfriamento e o esterno, para o retomo da água aquecida. A ponta da lança contém 3 a 5 dutos em forma de venturi, para obter a velocidade supersônica
do gás. Um sistema de talha elétrica, comandado da plataforma do conversor, suspende ou abaixa a lança. Dispositivo de segurança impede a sua queda, no caso de ruptura do cabo de sustentação; a duração média de uma lança é de algumas centenas de corridas.
5- Cite e explique todas as matérias primas e insumos usados no convertedor LD.
1- OXIGÊNIO
Deve-se ter no mínimo 99,5% de pureza. Os restantes 0,2 a 0,3% consistem em: 0,2% de argônio e 0,005% máximo de nitrogênio, (importante para evitar fenômenos de envelhecimento sob tensão).
A vazão de O2 deve ser a velocidades supersônicas para penetrar na camada de escória e, também, para evitar o entupimento dos bocais da lança. É, igualmente relevante para determinar a altura do bocal em relação ao banho, de importância para controlar o grau de oxidação da escória e de remoção do enxofre e do fósforo.
2- GUSA
Contém: 4,0 a 4,5% de C, 0,5 a 1 ,5% de Si, 0,3 a 2,0% de Mn, 0,03 a 0,05% de Se 0,05 a 0,15% de P.
O metal líquido, depois de vazado na panela, ao resfriar, atinge a saturação com o carbono.
No vazamento do alto forno, a temperatura do gusa é de 1480 a 1510°C, pois até o carro torpedo chegar ao convertedor haverá uma perda de temperatura do gusa de cerca de 135o C, e o processo de refino necessita de uma temperatura do gusa acima de 1400o C. Com a queda da temperatura, o excesso de carbono deixa o banho sob a forma de grafite, poluindo o ambiente.
Entre 80 a 75% da carga do convertedor é constituída de gusa líquido, sendo o restante, de sucata.
A dessulfuração do gusa pode ser feita no carro torpedo ou na panela de carga. Neste último caso, o grau de tratamento pode ser ajustado individualmente para cada corrida.
Os agentes dessulfurantes utilizados são: Magnésio, Carboneto de Cálcio e o Carbonato de Cálcio. O uso deste último tem dois inconvenientes: alto consumo específico e baixo poder dessulfurante.
A injeção de magnésio tem como base a elevada afinidade deste com o enxofre. Como o magnésio tem baixo poder de ebulição (1100oC) e vaporiza facilmente, deve ser misturado com cal ou coque (formando briquetes).
A geração de escória varia de 5 a 16 kg/t de gusa, dependendo da taxa de injeção e da escumagem efetuada.
3- SUCATA
São usadas: tanto a sucata interna, (pontas de lingotes, de placas ou blocos, de tarugos ou de corte de chapas), como a externa, (sucata de operações industriais: de estamparia ou prensagem, ou de obsolescência: ferro-velho). Com a sucata externa, há o risco de contaminação, (metais não ferrosos, tintas, etc.).
4- ESCORIFICANTES
Usa-se cal, dolomito calcinado e fluorita. Na cal, procura-se alta porosidade e elevada reatividade.
Cal dolomítica pode ser usada para proteger o revestimento de magnésia ou de dolomita do conversor, procurando-se operar com 4 a 6% de MgO na escória.
O consumo de cal dolomítica é da ordem de 30 a 35 kg por t de aço. A fluorita promove a dissolução da cal e baixa o ponto de fusão, alem de estimular a fluidificação da escória.
5- FERRO-LIGAS
Fe-Cr e maiores quantidades de Fe-Mn podem ser adicionados no estado líquido durante o vazamento. Pode-se empregar um forno de indução para este fim, evitando-se ter que superaquecer o banho para dissolver as ferro- ligas.
6- REFRATÁRIOS
A duração do revestimento tem evoluído pela utilização de refratários de melhor qualidade e pelo emprego de revestimentos diferenciados, embora, por outro lado, as temperaturas do aço líquido tenham aumentado por causa do lingotamento contínuo e do desenvolvimento da metalurgia secundária.
Um amplo leque de materiais está à disposição, como tijolos de dolomito ligado com alcatrão; dolomito enriquecido com carbono, ligado com alcatrão; dolomito-grafite enriquecido com carbono, ligado com alcatrão; dolomito enriquecido com magnésia, ligado com alcatrão; magnésia, ligada
com alcatrão; magnésia, ligada com alcatrão e impregnada com piche; magnésia-grafite, ligada com alcatrão ou resina, magnésia, queimada, impregnada de alcatrão.
Aditivos metálicos, como alumínio, magnésio e silício, ou combinações destes elementos, são usados para evitar a oxidação do carbono. Estes metais não só aumentam a resistência à oxidação, como também, reduzem a porosidade e evitam a penetração da escória, pela formação de óxidos e carbonetos; outrossim, melhoram a resistência a quente, tanto à corrosão com à erosão.
O consumo de refratário depende do tipo de revestimento, da geometria do conversor e do programa de produção, variando entre 1 ,5 a 8 kg/t de aço.
6- Explique as matérias primas usadas na fabricação dos refratários, bem como os tipos de tijolos refratários.
Matérias primas utilizadas para a fabricação de Tijolos refratários para LD.
-Doloma – obtido a partir da calcinação da dolomita
(CaO.MgO) CaCo3 MgC03
- Magnésia - CMgO) - obtida da calcinação da magnésia (MgC03)
-Doloma - Magnésia
Tipos de tijolos
Alcatroados - baixa resistência a compressão
- são fabricados impregnando-se uma mistura de doloma e/ou magnesia
- com material recuperado (tijolos usados)
- o ligante é geralmente o alcatrão
Curados - são tijolos alcatroados onde são curados a T = 1300QC, para remover parte das matérias voláteis e endurecer o alcatrão.
- melhora a resistência compressão
Queimados - são tijolos prensados sem ligantes e aquecidos a T = 1600QC de modo se fizer uma liga cerâmica.
- alta resistência a compressão
- estes tijolos podem posteriormente ser impregnados, com alcatrão a fim de atingir o adequado % C residual sendo também aumenta à sua resis-tência mecânica.
7- Explique a operação do convertedor LD.
Com o convertedor inclinado, a sucata é carregada por uma calha ou por um vagão basculador, seguindo-se o gusa líquido.Colocado na posição vertical, introduz-se a lança de oxigênio até a altura pré-determinada (1,0 a 1,5m distante do banho). A pressão de oxigênio varia de 10,5 a 12,6 atmosferas.Após a ignição, que ocorre depois de alguns segundos, faz-se o carregamento da cal por meio do silo montado sobre o forno.O tempo de sopro varia entre 17 a 18 minutos e o tempo total da corrida é de aproximadamente 35 minutos. O rendimento em aço produzido, em relação aos materiais carregados, é da ordem de 90%. O consumo de oxigênio a 99,5% de pureza é, aproximadamente, de 57 Nm3 por tonelada de aço.Completado o sopro, a lança é retirada e o conversor basculado para a horizontal. Mede-se a temperatura do banho com um pirômetro de imersão e colhe-se uma amostra para análise, que é feita entre 3 a 5 minutos.No final do vazamento, retém-se a escória no conversor com o "tampão flutuante" de modo a vedar o furo de corrida quando a escória começar a vazar.Para vazar a escória, bascula-se completamente o conversor para o lado oposto sobre o pote de escória e prepara-se o conversor para a corrida seguinte.As adições de liga são feitas no jato, durante o vazamento na panela.
8- Cite todas as reações químicas Do processo LD.
A primeira reação que ocorre no convertedor é o oxigênio que sai da lança e encontra o ferro metálico no banho líquido. Este contato ocorre não pela afinidade do oxigênio pelo ferro, pois outros elementos como silício, carbono e manganês, possuem mais afinidade pelo oxigênio, mas pela grande quantidade de ferro no banho (mais de 97%).
A reação então é:
2Fe + O2 → 2FeO
Em seguida devido à maior afinidade do silício pelo oxigênio, este reage com o FeO, retornando o ferro para o banho.
2FeO + Si → SiO2 + 2Fe
Em seguida o manganês se oxida da mesma forma.
FeO + Mn → MnO + Fe
A silica formada combina-se com o FeO, MnO e cal do fundente para formar a escória
FeO + SiO2 → 2FeO.SiO2
CaO + SiO2 → CaO.SiO2
MnO + SiO2 → MnO.SiO2
Em seguida a oxidação do carbono
FeO + CO → Fe + CO2
2C + O2 → 2CO
C + O2 → CO2