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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO SOCIAL, POLÍTICAS PÚBLICAS, REDES E DEFESA DE DIREITOS LUCIANE BENCHE FUNCK O PAPEL DO ESTADO E A QUESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

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O papel do estado e a seguridade social

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Page 1: Trabalho Seguridade social

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO SOCIAL, POLÍTICAS PÚBLICAS,

REDES E DEFESA DE DIREITOS

LUCIANE BENCHE FUNCK

O PAPEL DO ESTADO E A QUESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

Ijuí - RS2011

Page 2: Trabalho Seguridade social

LUCIANE BENCHE FUNCK

O PAPEL DO ESTADO E A QUESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

Trabalho apresentado ao Curso Especialização em Gestão Social, Políticas Públicas, Redes e Defesa de Direitos da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas do Modulo I: Estado, Questão Social e Políticas Pública; Direitos e Seguridade Social: Constitucionalização e Marco Legal das Políticas Setoriais e de Defesa de Direitos; Seguridade Social: Política de Assistência Social e o Suas - Princípios, Gestão e Instâncias da Política

Prof. Odária BaltiniProf. Rita Tarifa SpoladoreProf. Maria Angela Santini

Ijuí - RS

2011

Page 3: Trabalho Seguridade social

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho retrata de uma forma sucinta, o papel do Estado e a

questão da seguridade social, levando em consideração sua importância, no que

compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e

da sociedade destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, a previdência e

a assistência social.

Em primeiro momento desenvolve-se um breve histórico do papel do

Estado, seguindo este pensamento, analisa-se o surgimento da seguridade social

como uma política pública, procurando fornecer elementos do contexto teórico-

político, seus impasses e avanços até a atual conjuntura do país.

Page 4: Trabalho Seguridade social

O PAPEL DO ESTADO E A QUESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

O Estado é o poder social institucionalizado e ele se legitima

enquanto cumpri suas finalidades. Sendo assim, o papel do Estado é expresso

pela luta entre forças políticas na organização da sociedade, que visa à

legitimidade nos serviços que presta aos interesses da coletividade.

É o Estado, por meio da lei, que, garante a liberdade dos

indivíduos e seus direitos fundamentais: vida (integridade física), trabalho (livre

iniciativa), fruto do trabalho (direito a propriedade).

Falar em direitos é indagar sobre as relações sociais e a

constituição do poder político, a formação do Estado, visto que fora da sociedade

politicamente organizada não existem direitos, somente relações de força de uns

sobre os outros. Contudo, podemos afirmar que, o Estado é uma organização

política resultante do pacto firmado entre as classes sociais em cada contexto

histórico.

Ainda assim, não se nega a existência de relações de força dentro

da sociedade e um sistema de poder de uma classe sobre a outra, mas considera-

se, que a legitimidade do poder político, decorre da vigência de um sistema

jurídico que expressa um pacto de vontades historicamente condicionadas.

Pode-se afirmar que, as mudanças nas funções e formas de

organização do Estado, são essenciais às transformações sociais. Por isso,

compreender o processo de reforma do Estado no contexto da globalização se faz

necessário, na reflexão sobre suas funções e seus impasses na atual conjuntura.

Essa consolidação do poder do Estado ocorre através da

efetivação das políticas públicas voltadas para efetivação dos direitos sociais,

previstos na Constituição Federal de 1988, que diz: é dever do Estado e direito do

Cidadão o acesso aos serviços, ações, programas e benefícios que assegurem a

efetivação dos direitos sociais.

Page 5: Trabalho Seguridade social

Seguridade Social como uma política pública.

O conceito de Seguridade social somente veio a surgir, após a

Segunda Guerra Mundial para instituir o conjunto de ações governamentais na

esfera da proteção social.

A seguridade social, como uma Política Social, está relacionada

historicamente a emergência da questão social e a função do Estado perante as

varias manifestações da mesma.

Originalmente, a questão social foi constituída em torno das

transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas na Europa do Século

XIX, devido à industrialização, quando a sociedade toma consciência dos

problemas decorrentes do trabalho urbano e da pauperização como fenômeno

social, e começa a discutir o papel do Estado e suas medidas de proteção social.

Após a Segunda Guerra Mundial, consolida-se, o Estado de Bem

Estar Social, baseado na teoria Keynesiana de ação reguladora, que tinha como

principio a garantia dos mínimos sociais. Com a intensa miséria generalizada pós

Segunda Guerra Mundial, motivar, em parte, o surgimento da legislação social e

de um conjunto de medidas de proteção social que passou a constituir, entre os

anos de 40 e 70, os pilares do Welfare State. Neste período, as Políticas de

proteção social ficavam centralizadas apenas na ação dos sindicatos e Partidos

Políticos, atendendo sempre a mesma clientela: os trabalhadores com carteiras

registradas. Nas décadas de 1960 e 1970, durante período militar, criou-se um

grande sistema de Seguridade, que se aproximou da universalização, mas

acelerou a privatização e a centralização de decisões. Na década de 1980, com a

crise financeira e administrativa, inicia-se o processo de racionalização e reforma

do Sistema de Proteção Social. Porém, somente com a Constituição Federal de

1988, é que o Sistema de Proteção Social se consolida no formato de Seguridade

Social.

A Constituição Federal conceitua a seguridade social como “um

conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,

Page 6: Trabalho Seguridade social

destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência

social” (art. 194).

Portanto, a Seguridade Social tem como objetivo, conforme

previsto no texto constitucional, a implementação de políticas públicas, destinadas

ao atendimento nas áreas de saúde pública, assistência social e previdência

social.

Com o processo de descentralização no plano de gestão e da

seguridade, os municípios passaram a ter maior poder de legislação e autonomia

na esfera tributaria e fiscal, assim como maiores atribuições e responsabilidades

na condução das Políticas Sociais. Porém, sempre podem ocorrer conflitos entre o

Estado e as intenções do governo eleito, considerando que a política é feita de

diferentes interesses.

Quanto à forma de financiamento, pode-se dividi-los em sistemas

contributivos e não contributivos. No Sistema contributivo, o segurado contribui

diretamente, na expectativa de auferir um benefício no futuro. No Sistema não

contributivo, não se exige do beneficiário uma contribuição direta, pois seus

recursos são provenientes da arrecadação direta de tributos pelos entes estatais,

que posteriormente contemplarão o orçamento anual com os recursos destinados

para cada setor.

Portanto, entende-se que, a Previdência Social se estrutura em

forma de sistema contributivo, enquanto a Saúde e a Assistência Social se

estruturaram na forma de sistemas não contributivos.

Quanto à Saúde, destacamos ainda a organização do SUS –

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. O SUS, apesar de suas deficiências, foi uma

inovação importante na implantação e execução das ações de saúde pública no

Brasil, e tem contribuído, especialmente nas campanhas de vacinação, tratamento

da AIDS, procedimentos de alta complexidade médica e um espetacular

crescimento no número de transplantes realizados no Brasil.

Page 7: Trabalho Seguridade social

A Previdência Social concederá benefícios visando à cobertura

dos riscos doença, invalidez, morte, idade avançada, proteção à maternidade e à

família.

As políticas de saúde pública deverão garantir gratuitamente a

toda a população brasileira o acesso aos serviços de saúde pública. Por serviços

de saúde pública, dentre outros, entende-se o direito à vacinação, medicamentos

de alto custo e uso prolongado, consultas, internações e procedimentos

hospitalares, bem como a prevenção de doenças.

As políticas de assistência social destinam-se a amparar,

gratuitamente, as camadas sociais menos favorecidas, através de programas e

ações de proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice,

bem como promoção de integração ao trabalho, habilitação e reabilitação e

integração na vida social de pessoas portadoras de necessidades especiais.

Page 8: Trabalho Seguridade social

CONCLUSÃO

Sobre a compreensão da Seguridade Social, pode-se perceber

que a Previdência Social, é um importante instrumento da Seguridade, na medida

em que, quanto maior for sua área de abrangência, menor será o número de

dependentes dos programas assistenciais, destinando-se a proteção da população

economicamente ativa e seus dependentes frente aos riscos e circunstâncias

previsíveis.

Pode-se perceber que os direitos sociais assegurados na

Constituição Federal de 1988, foi um marco importante no país, sendo

relacionados a conceitos de justiça, igualdade e democracia, visando resguardar a

integridade do sujeito perante seus semelhantes e perante o Estado, consolidando

esse avanço no centro de desenvolvimento da democracia, pois há o desejo de

uma sociedade onde todas as pessoas sejam, de fato, titulares de direitos que lhe

assegurem vida digna.

Page 9: Trabalho Seguridade social

REFERÊNCIAS

BOCHETTI, I. Seguridade Social e Projeto Ético-Político do Serviço Social: que direitos para qual cidadania. In: Serviço Social e Sociedade, 74. São Paulo: Cortez, 2004.

CORREA, Wilson L. Seguridade e Previdência Social na Constituição de 1988. Disponível em: http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=1431, acesso em 19/07/2011.

FARIAS, Pinheiro y Oliveira Dias: Questão Social: um conceito revisitado, Contribuiciones a las Ciencias Sociales. Disponível em: http://www.eumed.net/rev/cccss/03/fpod.htm, acesso em 19/07/2011.

SPOSATI, A. Mínimos Sociais e Seguridade Social: Uma revolução da consciência da cidadania. In: Serviço Social e Sociedade, 55. São Paulo: Cortez, 1997.