trabalho nutrição vitamina c e ferro

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1.0 INTRODUÇÃO Atualmente, é de fundamental importância o conhecimento das propriedades minerais e vitamínicas dos alimentos, evitando dessa forma, a ingestão desorganizada de nutrientes e restaurando o equilíbrio do organismo. Este trabalho tem como objetivo apresentar as características e funções do Ferro e da Vitamina C, visto que os mesmos são essenciais ao bom funcionamento das atividades biológica e fisiológica do ser humano. A anemia ferropriva, por exemplo, não esta relacionada com a ausência de uma vitamina e, sim, com o baixo consumo de alimentos rico em ferro. Este e encontrado em alimentos como feijão, fígado, peixe, couve e etc. A vitamina C encontrada em alimentos como laranja, limão, acerola goiaba entre outros, é um importante antioxidante que combate os radicais livres e ajuda a absorver melhor o ferro. Com isso a vitamina C deve ser consumida diariamente, pois ela não é armazenada no organismo. 1

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1.0 INTRODUÇÃO

Atualmente, é de fundamental importância o conhecimento das propriedades minerais e vitamínicas dos alimentos, evitando dessa forma, a ingestão desorganizada de nutrientes e restaurando o equilíbrio do organismo. Este trabalho tem como objetivo apresentar as características e funções do Ferro e da Vitamina C, visto que os mesmos são essenciais ao bom funcionamento das atividades biológica e fisiológica do ser humano. A anemia ferropriva, por exemplo, não esta relacionada com a ausência de uma vitamina e, sim, com o baixo consumo de alimentos rico em ferro.

Este e encontrado em alimentos como feijão, fígado, peixe, couve e etc. A vitamina C encontrada em alimentos como laranja, limão, acerola goiaba entre outros, é um importante antioxidante que combate os radicais livres e ajuda a absorver melhor o ferro.

Com isso a vitamina C deve ser consumida diariamente, pois ela não é armazenada no organismo.

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2.0 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Funções da Vitamina C no organismo

De acordo com Oliveira (2003) a vitamina c apresenta varias funções, por se capaz de ceder e receber elétrons, é um antioxidante muito importante, sendo capaz também de reciclar a vitamina E. Atua na produção e manutenção do colágeno, pois participa da hidroxilação da prolina formando o hidroxiprolina, que ira se transformar em colágeno. Outro papel muito importante e o auxilio na resistência a infecções, amenizando sintomas de gripes e resfriados.

O acido ascórbico na luz do intestino faz com que o ferro se mantenha no estado reduzido (ferroso) para que ele seja mais absorvido. Também e capaz de reagir espécies de oxigênio potencialmente tóxicas, impedindo o dano oxidativo. Alem disso promove resistência a infecção por que esta envolvida com a atividade imunológica dos leucócitos produção de interon e processo de inflamação. (MAHAN, 2005)

2.2 Funções do Ferro no organismo

As funções do ferro relacionam-se á sua habilidade de participar das reações de oxidação e redução. Quimicamente, o ferro é um elemento altamente reativo que pode interagir com o oxigênio para formar intermediário com o potencial de danificar membranas celulares ou degradar o DNA. O ferro precisa estar firmemente ligado a proteínas para impedir esses efeitos potencialmente destrutivos.

A ingestão de ferro adequada é essencial para a função normal do sistema imune. As sobrecargas e deficiências de ferro resultam em mudanças na respostas imunes. O ferro é necessário para as bactérias; portanto, sua sobre carga (especialmente por via intravenosa) pode resultar em maior risco de infecção. A deficiência de ferro afeta a imunidade humoral e celular.as concentrações de linfócitos T circulantes são reduzidas em pessoas com deficiência de ferro e a resposta mitogênica é tipicamente prejudicada. Duas proteínas que se ligam ao ferro – transferrina (no sangue) e lactoferrina (no leite materno) – parecem proteger o organismo contra infecção por negar o ferro aos microrganismos que o necessitam para sua proliferação. O ferro é utilizado pelas células cerebrais para sua função normal em pessoas de todas as idades. O ferro esta envolvido na função e síntese de neurotransmissores e, possivelmente, da mielina. Descobriu-se que a suplementação com ferro em crianças com anemia por deficiência desse mineral melhora os seus processos se aprendizagem, conforme avaliado por testes.

2.3 Fontes dietéticas da Vitamina C

Como descrito por Marchini e Oliveira (2003) o ácido ascórbico é amplamente encontrado em fontes alimentícias como frutas cítricas, folhas e vegetais frescos.

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As principais fontes de frutas são: manga, kiwi, laranja, limão, acerola e morango; e os principais vegetais são brócolis, repolho, espinafre, aspargos, couve de Bruxelas, couve-flor, pimentão e tomate.

2.4 Fontes dietéticas do Ferro

Segundo Kok (2005) o ferro está amplamente distribuído nas mais variadas fontes dietéticas como carnes, ovos, vegetais e cereais, mas a concentração no leite, nas frutas e nos vegetais é baixa.

O Ferro heme provenientes principalmente da hemoglobina e mioglobina é encontrado em alimentos de origem animal: Carnes, Aves e Peixes sendo que esse tipo de ferro é bem aproveitado e seu nível de absorção é pouco influenciado pelas reservas ou por outros constituintes da dieta.

O Ferro não heme pode ser obtido através de alimentos de origem animal: leite e ovos e alimentos de origem vegetal: verduras de coloração verde escura, feijão e soja.A absorção do ferro não heme é altamente variável e depende das reservas de ferro do indivíduo e pode ser influenciada por outros compostos como fibras, fitatos e oxalatos.

2.5 Recomendações nutricionais diárias de Vitamina C

Segundo Oliveira (2003) recomenda-se a ingestão diária de 60 mg de vitamina C para indivíduos adultos saudáveis.Estima-se também que pessoas fumantes possam necessitar uma quantidade bem maior da vitamina,cerca de 140 mg por dia.

Segue em anexo uma tabela contendo todos os valores de ingestão diária da vitamina C segundo as faixas etárias.

2.6 Recomendações nutricionais diárias de Ferro

O ferro não é excretado na urina normal, sendo que grande parte o mesmo é reaproveitado. Conforme descrito por Oliveira (2003), a necessidade individual de ferro deve ser somente aquela necessária para repor a perda nas fezes, no suor, nos cabelos e na descamação da pele, além daquela que ocorre na menstruação normal e na transferência placentária da mãe para o feto.

Homens adultos normais devem ingerir cerca de 10 mg de ferro por dia através da alimentação,mulheres adultas em período fértil requerem de 15 mg de ferro/dia,as gestantes 30 mg/dia e ainda é recomendada uma suplementação adicional de ferro para as mesmas.As necessidades dos indivíduos em fase de crescimento variam entre 15 mg (lactentes com menos de seis meses) e 10 á 12 mg (crianças entre 3 á 10 anos e entre 11 á 18 anos ).

Segue ainda em anexo uma tabela com os valores nutricionais para uma melhor compreensão.

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2.7 Consequências da toxicidade de Vitamina C

Para Kok (2005), existem poucas evidências que de que esses altos consumos provoquem intoxicação significativa. Assim que a concentração plasmática de ascorbato atinge o limiar renal, é excretada mais ou menos quantiativamente com o aumento do consumo, e não existem evidências de que os consumos maiores aumentem as reservas corporais. O ascorbato não absorvido na luz intestinal é substrato para fermentação baceriana, e pode causar diarréia e desconforto abdominal.

2.8 Consequências da toxicidade de Ferro

É possível que o consumo excessivo de ferro permita a ocorrência de algum ferro na forma livre, promovendo a formação de radicais livres. Os problemas podem incluir maior risco de infecção bacteriana, neoplasia, artropia, miocardiopatia e disfunções endócrinas. Os indivíduos que consomem altos níveis podem apresentar efeitos colaterais gastrointestinais (constipação, náuseas, vômitos e diarréia).

2.9 Conseqüências da deficiência de Vitamina C

A deficiência de vitamina C, o escorbuto, possui como sinais iniciais alterações cutâneas, começando com tamponamento dos folículos pilosos com material córneo, seguido pelo aumento dos folículos hiperceratóticos e hemorragia petequial, com extravasamento significativo de hemácias, provavelmente em conseqüência da fragilidade aumentada dos capilares sanguíneos. Em um estágio mais tardio ocorre também hemorragia das gengivas e pode evoluir para sangramentos generalizados. Os ferimentos apresentam apenas cicatrização superficial. No estágio avançado do escorbuto, ocorre dor intensa nos ossos, que pode ser atribuída às alterações na mineralização óssea resultante da síntese anormal de colágeno.

2.10 Conseqüências da deficiência de Ferro

Segundo Kok (2005), a evolução dos níveis adequados de ferro para a anemia ferropriva ocorre em três estágios. O primeiro consiste em depleção do ferro armazenado, caracterizado pela redução nos níveis séricos de ferritina, que, por sua vez, reflete no tamanho dos depósitos de ferro e fígado, na medula óssea e baço. O segundo estágio é a redução do ferro transportado, caracterizada por queda nos níveis séricos de ferro e aumento na capacidade de ligação de ferro total. O terceiro estágio ocorre quando o aporte de ferro não é suficiente para fornecer hemoglobina bastante para novos eritrócitos e para cumprir outras funções fisiológicas. As perigosas conseqüências da deficiência de ferro estão associadas principalmente à anemia. A anemia ferropriva é a mais comum em lactantes, crianças em idade pré-escolar, adolescentes e mulheres em idade fértil.

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Os efeitos funcionais da anemia ferropriva são resultando tanto da redução nos níveis de hemoglobina circulante como nas enzimas contendo ferro e hemoglobina. É provável que estes fatores causem fadiga, inquietação e desempenho profissional comprometido. Também podem causar distúrbios na termorregulação normal e comprometimento de determinadas etapas chaves na resposta imune.

2.11 Metabolismo da Vitamina C

O ácido ascórbico administrado oralmente em altas doses é absorvido na parte superior do intestino delgado, passando para a corrente circulatória e distribuindo-se pelos tecidos em quantidades variáveis, em certas condições, como na diarréia, sua absorção pode ser limitada assim como na esteatorréia, úlcera péptica ou na resserção gátrica. No sangue, o ácido ascórbico acha-se em maior proporção nos leucócitos, e em muitos casos a sua concentração média pode atingir cerca de 50% de seu valor normal. No que respeita a sua absorção, o ácido ascórbico é absorvido em quantidades apreciáveis somente no intestino delgado e que o nível de absorção na parte distal é de apenas a metade da secção proximal. Aventa-se que a possível causa dessa diferença resida em uma menor densidade dos elementos de absorção na secção distal assim com uma redução do lúmen intestinal, o que proporcionaria uma redução da área da superfície de absorção devida a uma redução do líquido contido na porção distal do intestino delgado. As mais altas concentrações encontram-se no córtex supra- renal e na hipófise e em menor teor nos músculos e tecido adiposo. Os principais metabólitos de ácido ascórbico excretados na urina, além do ácido ascórbico inalterado, são o ácido diidroascórbico, o ácido oxálico é o ácido 2,3-dicetogulônico, sendo que seus teores na urina acham-se relacionados com as espécies animais e também com o teor de ácido ascórbico administrado.

2.12 Metabolismo Do Ferro

Existe uma regulação na absorção do ferro através de proteínas da membrana (receptores) das células vilosas intestinais. Também é regulado através da quantidade de ferro ligado a transferrina (proteína que transporta o ferro), quando saturada diminui a absorção , indicando que há ferro suficiente; e quando a transferrina está sem ferro ligado (apotransferrina) aumenta a absorção, pois indica necessidade de ferro no organismo. Uma vez que ferro é transferido para a circulação segue um ciclo fechado, onde é utilizado principalmente na síntese da hemoglobina e após cada ciclo do eritrócito vai novamente ser disponibilizado para a circulação. Após a absorção, combina-se a uma proteína sangüínea denominada transferrina ou siderofilina. Através de seus receptores (TfR) é capaz de ligar-se a dois átomos de Fe. Esses receptores cedem o ferro ao eritroblasto, na medula óssea ou a outros tecidos onde ele ficará armazenado. Os macrófagos tissulares desempenham papel fundamental no transporte e armazenamento do ferro. Fagocitam e metabolizam a hemoglobina dos eritrócitos envelhecidos reaproveitando o ferro ou armazenando.

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3.0 CONCLUSÃO

Com base nas informações apresentadas nesse trabalho, conclui-se que a vitamina C e o mineral ferro são fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo. Eles permitem, dentre outras coisas, produção e manutenção do colágeno e função normal do sistema imune, o que e essencial para a manutenção da saúde. Uma dieta equilibrada deve conter esses elementos, mas é importante ressaltar que as quantidades ideais para a ingestão são especificas para grupos como crianças, adolescentes, adultos, lactantes, nutrizes e gestantes. Vimos também que o excesso ou a deficiência de Vitamina C e Ferro pode causar transtornos para o nosso corpo. Sendo assim, a ingestão dos mesmos deve ser adequada ao seu grupo.

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4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MAHAN. L. Kathleen, STUMP. Sylvia. Escott-Stump. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11ª Ed. São Paulo: Roca, 2005, 1228 p

OLIVEIRA. J. E. Dutra, Marchini. J. Sergio, Ciências Nutricionais. 1ªEd.Sao Paulo.Saevier,1998, 403 p

KOK, Frans J; VOSTER, Hester H. Introdução à nutrição humana. 1º Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005, 563 p

Disponível em: <http://www.millenniumbcp.pt>. Acesso em 01 de abril de 2011.

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5.0 ANEXOS

5.1 Anexo 1 - Fontes de alimentos ricos em vitamina C

5.2 Anexo 2 - Fontes de alimentos ricos em ferro

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5.3 Anexo 3

Recomendações nutricionais de ingestão diária de vitamina C

Estágio da vida Idade Homens (mg/d) Mulheres (mg/d)Criança 0-6 meses 40 (AI) 40 (AI)

6-12 meses 50 (AI) 50 (AI)1-3 anos 15 154-3 anos 25 25

9-13 anos 45 45Adolescentes 14-18 anos 75 65

Adultos 19 e + 90 75Fumantes 19 e + 125 110Grávidas Até 18 anos -- 80

19 e + -- 85Nutrizes Até 18 anos -- 115

19 e + -- 120

5.4 Anexo 4

Recomendações nutricionais de ingestão diária de ferro

Necessidades diárias de ferroRDA (Recommended Dietary Allowances)

crianças de 6 meses a 3 anos 10 mgadolescentes do sexo masculino 12 mgadolescentes do sexo feminino 15 mgadultos masculinos e femininos 10 mgsexo feminino em idade reprodutiva e nutrizes

15 mg

gestantes 30 mg

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