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Ana Moreira Desemprego e população qualificada Coimbra,2013

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Ana Moreira

Desemprego e população qualificada

Coimbra,2013

  

Título:

Desemprego e População Qualificada

Autora:

Ana Moreira

Coimbra 2013

Imagem de Capa: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flickr_-_andr%C3%A9.lu%C3%ADs_-_IMG_5153.jpg André Luís

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Trabalho realizado no âmbito curricular de Fontes de Informação Sociológica sobre orientação de Paula Abreu e Paulo Peixoto (ano letivo 2013/2014).

  

Índice Introdução ................................................................................................................................ 1 

Desenvolvimento ...................................................................................................................... 2 

Estado das Artes ................................................................................................................... 2 

Desemprego ........................................................................................................................... 2 

Desemprego – realidade preocupante nos dias de hoje (plano mundial) ............................. 2 

Desemprego em Portugal ...................................................................................................... 3 

Desemprego Voluntário e Desemprego Involuntário ............................................................ 3 

Taxas de Desemprego em Portugal ....................................................................................... 4 

Geração do Desemprego ........................................................................................................ 6 

Desempregados: ..................................................................................................................... 6 

Taxa de Desemprego de acordo com a qualificação.............................................................. 6 

Taxa de Desemprego por Faixas Etárias ................................................................................. 7 

O desemprego Português relativamente ao ponto de vista macroeconómico ..................... 8 

Desempregados inscritos nos centros de emprego e de formação profissional ................... 8 

População Desempregada: total e por duração da procura de emprego em Portugal ......... 9 

Algumas medidas que a OIT apresenta para combater o desemprego: ............................... 9 

Ficha de Leitura ..................................................................................................................... 10 

Análise Crítica de um Web Site ............................................................................................ 14 

Descrição detalhada da pesquisa .......................................................................................... 15 

Conclusão ................................................................................................................................ 16 

Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 17 

Fontes de Informação Sociológica  

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Introdução

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, servindo como elemento de avaliação. Esta é uma cadeira que pertence á Licenciatura de Sociologia da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

O nosso trabalho poderia ser sobre os seguintes temas: “Desemprego e População Qualificada”, “ crise do Estado Democrático” ou “Cultura(s), Cidadania e Desenvolvimento”. O tema que escolhi foi relativo ao “Desemprego e População Qualificada”, pois é um tema bastante abrangente e apelativo uma vez que está muito ligado á atualidade. Este tema dificultou um pouco a escolha de subtemas para aprofundar o trabalho uma vez que a abrangência é grande. Achei pertinente tentar definir o desemprego e as várias formas de desemprego no meu trabalho. Abordei também o tema do desemprego na nossa atualidade, e a relação que existe entre este e Portugal.

Este é um tema muito estudado na atualidade, há imensa informação em dados estatísticos. Achei, por isso pertinente colocar alguns gráficos com informações importantes e a sua análise.

Noutra parte do trabalho realizo uma descrição detalhada da pesquisa, onde abordo detalhadamente cada passo que deu origem ao trabalho final e também á avaliação da página web. Esta página foi escolhida tendo em conta toda a informação que nela existe, e também porque era uma das páginas web com que fomos habituados a trabalhar nas aulas desta disciplina. Era um site que já conhecia bem e poderia avaliar.

Na parte final deste trabalho, encontra-se a conclusão e as referências bibliográficas.

Fontes de Informação Sociológica  

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Desenvolvimento Estado das Artes

Desemprego

Segundo Paulo Rajado, desemprego é um dos grandes problemas e um fator muito importante para a sociedade nos dias que correm, principalmente para aqueles em que o desemprego é sinónimo de insegurança e instabilidade. O desemprego não esta distribuído de igual forma, manifestando-se de diferentes formas consoante a localização geográfica. Por exemplo, o desemprego varia do litoral para o interior, do norte para o sul. Em relação a este objeto de estudo (o desemprego) também estão associadas as atividades económicas, políticas e sociais.

Esta é então, umas das realidades que as sociedades têm de resolver. O desemprego relaciona-se também com a globalização, pois este é a nível mundial, estando cada vez mais globalizado.

Apesar, de haver vários investimentos diretos do estrangeiro, a maior atividade empresarial e a mobilidade geográfica não significam a integração homogénea das pessoas e dos territórios. Os gastos das empresas, fábricas etc., são cada vez maiores devido à subida de impostos. Assim, estas vão-se mobilizando saindo do seu país de origem e passando a localizar-se noutros países onde os custos são menores. Acabam assim, por mobilizar também os seus quadros técnicos. Esses países vão tendo cada vez mais mão - de - obra qualificada, tendo então uma forte qualificação dos assalariados e custos de trabalho baixos. Isto facilita a vida às empresas para poderem lucrar mais.

Rajado cita Bouba-Olga (2006), dizendo que atualmente assistimos a uma desindustrialização dos países desenvolvidos devido á deslocalização da produção, ou seja, as fábricas e empresas saem do centro para ir para a proferia para assim, os custos serem menos e facilitar o acesso a novos mercados. (Rajado, Paulo (2012: 4)

Desemprego – realidade preocupante nos dias de hoje (plano mundial) Segundo Mário Henriques (1998), como a nossa realidade tende a mudar de figura, torna-se necessário começar a despedir colaboradores, e estes têm cada vez menos acesso ao emprego. Num futuro próximo, apenas pessoas com qualificação e especialização poderão ter acesso a grandes organizações.

“Assim já acontece no Japão, onde somente 30% da população activa possui

emprego estável numa grande organização, a qual soluciona uma parte

significativa das suas necessidades de trabalho no exterior, onde, em

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contraponto, se pensa que 19% constituem trabalhadores por conta

própria, contra apenas 10% dos existentes em Inglaterra, uma das grandes

potências da Europa. Logo, se os índices de desemprego na Europa

baixarem, iremos desde já pensar que muitas mais pessoas irão assumir

negócios sozinhas, ou seja, terão “uma pasta”, i que permitirá “camuflar”

o número de desempregados.” (Henriques, Mário (1998: 119)).

Desemprego em Portugal

A taxa de desemprego em Portugal tem vindo a aumentar cada vez mais, atingindo níveis nunca vistos anteriormente.

Segundo Paulo Rajado (2012), a crise económica em Portugal veio coincidir com o fim dos grandes ciclos tradicionais (exemplo: têxtil, calçado, etc.). Em Portugal, há pouco investimento nas indústrias, pouca inovação. Os trabalhadores desta área têm pouca qualificação, o que contribui para o aumento a taxa de desemprego.

A produtividade sofreu uma grande diminuição, o que implica despedimentos por falta de capacidade das empresas, pois não suportam os gastos e os lucros tendem a diminuir.

Outro fator que gera desemprego em Portugal é o aumento da competitividade dos mercados, a economia portuguesa ficou condicionada a mão-de-obra concorrente a mais baixos custos nos outros países (exemplo: China). Assim, certas indústrias terminaram o seu ciclo de laboração em Portugal para ir para mercados mais atrativos, maiores perspetivas de produção e de poucos custos.

A entrada de Portugal na União Europeia também veio deixar o país mais vulnerável e exposta á competitividade, (Rajado, Paulo (2012)).

Desemprego Voluntário e Desemprego Involuntário

Fouad e Bynner (2008) (pp.25) apud Joana Gomes de Almeida e Cristina Pinto

Albuquerque (2013), dizendo que eles “fazem distinção entre dois tipos de

transições no trabalho, nomeadamente a transição voluntária, orientada

pela iniciativa pessoal, e a transição involuntária, moldada por

constrangimentos pessoais e ambientais. Assim, as transições voluntárias

incluem experiências como mudar da escola para o trabalho, de trabalho

ou de carreira, ou ainda, para a reforma, sendo que existe informação e

tempos suficiente para que o indivíduo possa considerar as múltiplas

Fontes de Informação Sociológica  

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opções para tomar uma decisão, e de se preparar para a transição.” (Fouad

e Bynner, 2008:25, apud Almeida e Albuquerque, 2013)

Ou seja, a transição voluntária liga-se com o desemprego voluntário, pois, o indivíduo despede-se e fica na situação de desemprego por vontade própria. É algo planeado pelo indivíduo, tem tempo para se habituar á sua decisão, isto é, já estava a contar com a situação de desemprego. “Por outro lado, as transições involuntárias incluem os despedimentos, as

reformas forçadas, o reentrar no mercado de trabalho devido a mudanças

políticas, as mudanças nas circunstâncias pessoais e as mudanças no

ambiente de trabalho.” (Fouad e Bynner, 2008: 25-26, apud Almeida e

Albuquerque, 2013)

Em relação ao desemprego involuntário podemos então concluir, que diz respeito a situações inesperadas. Os indivíduos não estão a contar com o despedimento ou a reforma forçada, é apanhado de surpresa sendo assim, uma situação instável.

Taxas de Desemprego em Portugal

Fonte: Público

Como se pode verificar no gráfico acima, o desemprego em Portugal tende a aumentar desde 1998. Sendo a taxa de desemprego em 1998 de 5,8% e tendo vindo a subir até ao ano de 2013 já com uma taxa de 17,7%.

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Fonte: Público

No gráfico acima, estão comparados os dados relativos ao desemprego dos anos 2012 e 2013. E tal como no gráfico anterior a tendência desta taxa é para aumentar...tanto que já se vê subidas de 2012 para 2013. A faixa etária entre 15-24 é a mais afetada pelo desemprego.

Taxa de desemprego total e por sexo (%) (1883 – 2012)

Fonte: PORDATA

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Neste gráfico podemos analisar o desemprego em Portugal por sexo. O sexo feminino tal como se pode verificar teve sempre níveis mais altos de desemprego do que o sexo masculino, pode estar com isto relacionado a descriminação. Desde 1993 que a taxa de desemprego feminino é maior que a taxa de desemprego masculina, mas em 2012 estas duas taxas encontram-se num ponto, estando assim em equilíbrio, mas não deixando de subir as duas taxas.

Geração do Desemprego Segundo Michel Husson, “A concepção liberal do mundo baseia-se na ideia de que o «mercado» é a solução pra todos os desequilíbrios.” (Husson, 1999: 71). Este autor defende que o desemprego só pode ter uma causa, a rigidez.

Outra causa será, os patrões/empregadores devem pagar uma remuneração aos seus trabalhadores superior á produção do mesmo, para entusiasmar e incentivar os empregados. Alguns desempregados ao terem subsídios de desemprego tão elevados acabam por deixar de procurar emprego, acomodam-se. Michel Husson chama a esta última causa teoria job search. (Husson, 1999: 71)

Desempregados: Segundo Miguel St. Aubyn, em termo de desemprego nem toda a população ativa é igual. Por exemplo, a probabilidade de um qualificado estar desempregado é menor que um não qualificado. Ainda segundo o mesmo autor, no caso de Portugal ou outros países, o desemprego tem padrões diferentes por região, grau de qualificação ou sexo. Provavelmente existirá mais desemprego em regiões com pouca atividade industrial e agrícola etc. do que em regiões em que estas existem em excesso. (Aubyn, 1997: 64)

Taxa de Desemprego de acordo com a qualificação

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Fonte: PORDATA

De acordo com o gráfico acima, podemos concluir que todos aqueles que não têm qualificação alguma (analfabetos), em 1998 eram os que tinham menor taxa de desemprego, mas esse número veio a aumentar até 2012. Em relação aos indivíduos que em termos de qualificação têm o ensino básico ou o secundário/após secundário sempre tivera, níveis de desemprego muito próximos e são aqueles que desde 1998 a 2012 tiveram as taxas mais elevadas, continuando com tendência a aumentar cada vez mais. Por fim, os indivíduos que têm o ensino superior não têm níveis de desemprego tão altos como o básico e o secundário mas, consegue estar acima da taxa de desemprego dos que não têm qualquer qualificação até meados de 2008 mais ou menos. Passando depois a ter taxa de desemprego mais baixa em relação às outras qualificações.

Taxa de Desemprego por Faixas Etárias (1883 – 2011)

Fonte: PORDATA

Neste gráfico podemos observar a taxa de desemprego em Portugal por faixa/grupos etários. Em relação á faixa etária dos 55 anos aos 64, verificamos que sempre teve uma taxa baixa em relação aos outros grupos, começando a aumentar cada vez mais a partir de 1999. Na faixa etária dos 25 anos aos 54, a taxa é a segunda mais alta. Tem sido mais ou menos estável até 1999 mas, a partir deste ano tende a aumentar. Por fim, o grupo etário dos 25 anos tem a maior taxa de desemprego. Tem tido alguns altos e baixos, mas mantendo-se sempre superior às outras duas faixas. A partir de 2007 (mais ou menos) tem aumentado acentuadamente com tendência a continuar a aumentar.

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O desemprego Português do ponto de vista macroeconómico

Segundo o autor Aubyn (1997), “…o desemprego em Portugal apresenta um

comportamento marcadamente contra-cíclico, isto é, que o desemprego diminui

quando a actividade económica de expande e aumenta em períodos de recessão,

ao mesmo tempo que não se tem manifestado uma tendência para que a própria

taxa de desemprego estrutural aumente.

Em relação à diferente evolução do desemprego na Europa e em Portugal, podem

ser apontadas duas explicações que não se excluem mutuamente. Uma delas

resulta da própria evolução macroeconómica diferenciada em Portugal e no resto

da Europa. A segunda parte de características intrinsecamente diferentes do

funcionamento do mercado de trabalho nacional” (Aubyn, 1997: 72).

Ou seja, tanto a economia de Portugal como outros países Europeus têm um mau comportamento, pois, quando o desemprego deveria diminuir, aumenta. Quando deveria aumentar, diminui. Isto trás graves problemas económicos para o país.

Desempregados inscritos nos centros de emprego e de formação profissional

Fonte: PORDATA

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O gráfico acima permite-nos ver quais as regiões do país que são mais afetadas pelo desemprego em Portugal. Podemos concluir que no litoral centro é onde se centra menos desemprego, e no litoral norte onde se centra mais o desemprego.

População Desempregada: total e por duração da procura de emprego em Portugal (1974 – 2009)

Fonte: PORDATA

Este gráfico demonstra a duração da procura de emprego em Portugal. Conclui-se que, por norma a tendência é demorar um ano ou mais, apenas entre 1981 e 2002 predominou a procura em menos de um ano.

Algumas medidas que a OIT apresenta para combater o desemprego:

Segundo Fernandes, os trabalhadores jovens e famílias com crianças foram os mais afetados com o desemprego. A Organização Internacional do Trabalho divulgou um relatório onde propõe algumas soluções com alguns custos para o erário público mas que depois estes iriam ser compensados a curto prazo.

Uma das medidas seria os bancos facilitarem empréstimos às pessoas para que pudessem criar pequenas empresas, isto desencadearia um progresso rápido. Outra medida seria, oferecer mais recursos para as Políticas Ativas do Mercado de Trabalho, para criar condições para que os trabalhadores possam voltar a trabalhar.

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A maioria destas soluções passariam por opções políticas, por exemplo, baixar a taxa de juros para que as pessoas possam ter mais poder de compra, consumirem mais, investirem mais. (Fernandes, 2013)

Ficha de Leitura

Título do capítulo: Capítulo 1

Autor do capítulo: Joana Gomes de Almeida e Cristina Pinto Albuquerque

Título do livro: “De Desempregados a Empreendedores – Percursos e Experiências”

Autor do livro: Joana Gomes de Almeida e Cristina Pinto Albuquerque

Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Data da publicação: 2013

Local de edição: Viseu

Editor: Psicosoma

Data da leitura: 24 de Outubro de 2013

Páginas: 19 – 48

Assunto: Caracterização dos tipos de desemprego e empreendedorismo e como têm vindo a desenvolver-se. Relação entre desemprego e empreendedorismo, visto de várias perspetivas.

Palavras-chave: Desemprego, Empreendedorismo, Trabalho, Imprevisibilidade, Flexibilidade, Globalização, Necessidade, Oportunidade, Exclusão social.

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Resumo: Neste capítulo, as autoras descrevem detalhadamente as noções de desemprego e empreendedorismo visto de várias frentes. Fazem ainda referências a opiniões defendidas por outros autores em relação ao mesmo assunto. Por último, as autoras analisam ainda o desemprego e empreendedorismo do ponto de vista económico e sociológico.

Introdução:

No início do capítulo as autoras começam por nos explicar as noções de trabalho e desemprego, e como estas têm vindo a evoluir. Expõem também as formas de desemprego existentes (voluntário e involuntário). Num segundo nível as autoras explicam o que é a atividade empreendedora, para que serve e como nos pode ajudar a “escapar” ao desemprego. Como este nos pode ajudar economicamente, socialmente e culturalmente. Dão-nos a conhecer também os dois tipos de empreendedorismo existentes, o empreendedorismo por necessidade ou por oportunidade. Num terceiro nível, as autoras tentam explicar-nos a perspetiva da economia e da sociologia em relação á atividade empreendedora. Num quarto nível, relacionam o desemprego com o empreendedorismo, quais as relações entre estes dois conceitos. De que forma o desemprego estimula o empreendedorismo e até que ponto este pode reduzir o desemprego. Num quinto e penúltimo nível, as autoras falam de como o Estado se tem revelado em relação ao combate de problemas sociais como o desemprego, e como tem atuado. Finalmente num último nível, as autoras falam-nos dos planos de empreendedorismo existentes para auxilar desempregados que queiram criar pequenas e médias empresas. Analisando um estudo feito por outro autor que revela que o apoio governamental tem bastante importância para os desempregados, e que este apoio deve ocorrer sistematicamente.

Desenvolvimento:

Num primeiro momento, as autoras começam por explicar que na idade média o trabalho era algo penoso e obsceno, pois existia o esclavagismo. Hoje, o trabalho é visto de maneira diferente. É visto como algo que nos completa e realiza. As autoras referem que alguns pontos que fez mudar esta perspetiva de trabalho obsceno foi o Marxismo e também o modelo Keynesiano, que defende a intervenção estatal na economia e a imposição de impostos para toda a sociedade. Assim, deixam de existir extremos de riqueza e/ou pobreza.

A industrialização e as novas tecnologias acabaram com profissões obsoletas e criam novas profissões que exigem grande conhecimento.

As autoras fazem referência aos dois tipos de desemprego existentes: o desemprego involuntário e o desemprego voluntário. O involuntário pode ser um choque para o desempregado, pois se houver uma conexão com o próprio emprego tanto a nível emocional, material ou social e o desempregado acaba por entrar em stress e sofrer consequências psicológicas graves.

Depois desta explicação as autoras referem que o trabalho é uma necessidade que as pessoas têm, pois é algo que as completa e não o fazem por obrigação, mas sim por gosto e vocação. As

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autoras citam Schnapper (1981) na página 23, referindo que os desempregados podem vivenciar o desemprego de três formas: desemprego total (capacidade de o ser humano substituir o trabalho com outras atividades), desemprego invertido (quando o desempregado se envolve em redes sociais independentes do trabalho) e o desemprego diferido (diz respeito à interação familiar que nos ajuda a ultrapassar as dificuldades).

Quando estamos desempregados voluntária ou involuntariamente, tem-se três tipos barreiras que temos de ultrapassar para aproveitar certas oportunidades. As barreiras individuais (saber se estamos informados o suficiente para saber quando aceitar uma oportunidade), as barreiras ambientais (dizem respeito ao racismo, sexismo, preconceitos etc), e por fim, as barreiras institucionais (que estão relacionados com as políticas que afetam de alguma forma as oportunidades que surgem).

Num segundo ponto deste capítulo, as autoras falam sobre a atividade empreendedora, começando por referir que sempre esteve presente na nossa sociedade. As autoras citam Murphy, Liao e Welsch (2006) na página 28, dizendo que esta atividade está relacionada com o desenvolvimento do conhecimento ao longo do tempo. O empreendedorismo hoje, é visto como um risco, pois, nunca se sabe se vamos obter bons resultados ou não.

Na Idade Média, ainda a Igreja controlava o empreendedorismo, até que ao intervir a economia acabou com certos dogmas, mostrando agora novas formas de empreendedorismo. Este passou então, a ser um meio para se introduzir novos modos de produção e produtos, combinações e recursos já existentes ou não. O empreendedorismo tem ainda cinco áreas que o impulsionam no seu desenvolvimento. A economia, a sociologia, a psicologia, o marketing e a gestão.

As autoras fazem referência a um estudo feito pela Comissão Europeia em 2011, que revela que cerca de 85 % de novos empregos foram criados por pequenas e médias empresas.

Neste capítulo, há um subtema em que as autoras falam da perspetiva da economia para o empreendedorismo. Para a economia esta é uma atividade de risco, pois, as autoras citam Cantillon na página 33, usando o exemplo do camponês – rendeiro define bem esta teoria, pois, o empreendedorismo é um comportamento de risco. Assume-se o risco sem garantias de resultados certos. Por sua vez as autoras citam Portela et al. (2008) na página 33, que defendem que “neste caso, a inconstância da natureza deixa o agricultor à mercê da incerteza”. As autoras citam ainda Kirzner (1997), na página 34, defendendo que o empreendedor é aquele que tira proveito de uma distribuição do imperfeito.

As autoras apresentam-nos os dois tipos de empreendedorismo. O empreendedorismo por oportunidade e o empreendedorismo por necessidade. Para os Schumpterianos, os que são movidos pela oportunidade, são empreendedores com grande capital que encontram bem cedo oportunidades para a atividade empreendedora, tornando-se empresários. Em relação aos que são movidos pela necessidade, por norma tornam-se empreendedores pela força das circunstâncias, pois por uma razão de sobrevivência criam empresas. Como o emprego é escasso, criam a própria empresa. Assim, contribuem também para o desenvolvimento económico, mas Portela et al. (2008), (página 36), citado pelas autoras defende que a criação de empresas nem sempre significa lucro e sucesso.

Apresentando outro subtema, as autoras falam também da perspetiva sociológica, citam Swedberg (2000), na página 37, que segundo ele há muito mais literatura escrita sobre o

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empreendedorismo por parte da economia do que da sociologia. Até porque a sociologia já não explora tanto este campo. Defende ainda que há aspetos que diferem os cientistas sociais dos economistas, pois, as suas investigações são mais descritivas, têm um nível mais teórico que por norma surge de investigações empíricas. Ainda segundo este autor citado pelas autoras, diz que em relação ao empreendedorismo as ideias mais importantes no âmbito da sociologia são remetidas para a obra de Max Weber (1864 – 1920), (página 37), que defende que a visão de empreendedorismo por norma é identificada com a sua teoria de “carisma”.

Max Weber na sua obra “The Protestant Ethic and the Spirit os Capitalism” (página 37), para compreendermos o empreendedorismo faz duas referências importantes. Num primeiro momento, olha para a mudança que ocorre na atitude do ser humano face ao empreendedorismo depois da reforma do mundo ocidental.

Segundo Swedberg (2000), na página 38, citado pelas autoras, Weber analisa o modo como o protestantismo ajudou no desenvolvimento do empreendedorismo. Pois, a religião controlava esta atividade e quando o poder desta enfraqueceu, a vocação e a vontade de fazer dinheiro foi liberta de constrangimentos. A reforma do protestantismo veio também acentuar a valorização da atividade profissional.

Num penúltimo ponto, as autoras falam do Estado – Providência, isto é, a intervenção do estado na economia. As autoras citam que segundo Rosanvallon (1995, p.105), (página 45), o Estado não se tem revelado eficaz no combate aos problemas sociais tal como o desemprego. Uma vez que o desemprego jovem e de longa duração, tem vindo a aumentar o Estado passou a tomar certas medidas a favor do emprego. O Estado ajuda financeiramente os desempregados e em troca as pessoas participam em atividades do setor terciário (principalmente) para assim se justificar a remuneração que lhes é dada. Estas são medidas para que não haja aumento de exclusão social, assim é criado um mercado de trabalho secundário (trabalho temporário).

Por fim, no último subtema do capítulo as autoras terminam esta análise falando-nos dos programas de apoio ao Empreendedorismo e á criação do próprio emprego. Através deste tipo de programas os desempregados sentem-se mais seguros e assim o empreendedorismo torna-se mais fácil para eles. O estudo de Caliendo e Kritikos (2010), citado na página 48 pelas autoras revela que os apoios governamentais são fundamentais para os desempregados.

Conclusão:

Como se pode verificar as autoras ao longo do texto dão-nos algumas noções de desemprego e empreendedorismo, e as relações que existem entre si. Explicam como o trabalho era visto antigamente, e como é visto mais recentemente. Falando também na forma como o empreendedorismo se tem vindo a desenvolver, mostrando-nos as perspetivas económicas e sociológicas e o que as difere. Por fim, falam-nos também um pouco sobre o papel do Estado no que toca ao desemprego e ao empreendedorismo.

Recurso de estilo e linguagem: O texto é muito extenso, mas apesar disso está escrito em Português com uma linguagem bastante acessível e fácil de compreender.

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Análise Crítica de um Web Site  

O site que escolhi para a avaliação de uma página web, é o site do INE (Instituto Nacional de Estatística). O motivo que me levou a eleger este site foi por ser uma página da internet a que tivemos imenso acesso nas aulas de Fontes de Informação Sociológica. Foi um site com que trabalhei bastante.

O INE é um site a que toda a gente tem acesso mas, não é dirigido a toda a gente. Tem ainda uma linguagem adequada ao seu tipo de público, uma linguagem simples e fácil de perceber.

Este é um site que trabalha com a estatística. Tem uma dimensão bastante ampla em relação ao seu tema, pois faz estudos estatísticos a todos os níveis. Tem grande profundidade. Aprofunda bastante cada tema, tendo variados temas dentro de outros temas.

Em relação ao tempo que o site cobre, ou seja, o tempo que se perde a fazer a nossa pesquisa ou o nosso trabalho, não se pode afirmar ser muito rápido de se encontrar as informações exatas. Nem sempre chegamos onde queremos em pouco tempo, pois como o site tem vários temas e alguns deles relacionados e muito parecidos demoramos algum tempo.

O formato desta página web é bastante simples e bem feito, ajustando-se a todos os tipos de ecrãs. Este não é um problema que o site tenha (formato). É ainda um site bem organizado/estruturado, e a meu ver é adequado áquilo que a página trata.

O seu conteúdo é muito enriquecedor, informação bastante precisa. Durante toda a minha experiência nesta página web, não detetei erros. Assim, presumo que seja uma página sem imprecisões, e se as houver devem ser em baixo número.

Trata-se de um site informativo e não de propaganda.

Tem como fontes o próprio INE e outros autores, sendo estes fidedignos e credíveis. É dinâmico e bastante atual. Tem informações novas todas as semanas, não estando desatualizado.

Avalia e trata vários temas que outros sites não avaliam, faz gráficos de quase todo o tipo de informação. É um site muito pormenorizado. Conseguimos encontrar informação em todos os seus cantos. Tem uma grande singularidade por isso mesmo. Para além de gráficos, tabelas e coisas do género, tem também textos geralmente bem escritos, diretos e curtos. São textos de análise e não textos de desenvolvimento. Em relação á estética do site (cores etc.), é um site bastante apelativo (principalmente no que trata a cores). Não tem cor em exagero, tem o necessário para chamar á atenção, pois, cores a mais acaba por ser repulsivo.

É um site bastante extenso, com muita informação e por vezes perdemo-nos em busca da informação que queremos. O site do INE interage com outros sites, por exemplo o PORDATA através de ligações. Este espaço na internet, isto é, esta página web não nos cobra nenhum tipo de preço para o podermos utilizar. É um site gratuito e disponível em duas línguas (português e inglês).

Fontes de Informação Sociológica  

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A página encontra-se disponível em: http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main

Descrição detalhada da pesquisa

O método utilizado para fazer esta pesquisa foi essencialmente procurar livros em catálogos bibliográficos, deixando para último recurso a pesquisa na internet. Começando por procurar livros na biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, introduzi o descritor da pesquisa (Desemprego e população qualificada) e não obtive nenhum resultado. Foi então que decidi utilizar como fonte um dos livros que os docentes da disciplina nos recomendaram para fazer a ficha de leitura. Posteriormente procurei diretamente na biblioteca municipal de Aveiro com a ajuda de uma bibliotecária da mesma, livros que estivessem relacionados com o tema. Encontrei vários livros nesta biblioteca, utilizando-os para enriquecer o meu trabalho. Assim, consegui bastante informação nos livros, a maioria dos textos desenvolvidos no estado das artes foram conseguidos através do conteúdo destes.

Para conseguir os gráficos acedi ao PORDATA, escrevendo a expressão mais adequada (Gráficos de taxas de desemprego). Como vi tantos resultados e ficando sem saber qual o melhor de todos para o meu trabalho, recorri a operadores booleanos. Deparei-me então com muito menos resultados, sendo mais fácil escolher os gráficos mais pertinentes.

Por fim, utilizei a página da cadeira como fonte para referenciar as citações ao longo do desenvolvimento do trabalho.

Fontes de Informação Sociológica  

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Conclusão  

Concluído o trabalho, fiquei a saber mais sobre o desemprego, e como este tem vindo a evoluir ao longo do tempo e quais os impactos que tem na sociedade e na economia em geral.

Este é um tema de trabalho em que não foi muito difícil encontrar informação, embora sendo um pouco complicado encontrar informações específicas. Apesar disso, é um tema vasto. Existe imensos tipos de informação referente ao desemprego e população qualificada. Este tipo de trabalhos ajudam-nos a aprofundar os nossos conhecimentos, pois, por vezes pensamos que sabemos tudo sobre um tema atual e afinal quando nos tentamos informar mais, vemos que existe muito mais para além daquilo que nós conhecíamos. É muito enriquecedor.

Posso concluir que qualificação nem sempre é sinónimo de emprego garantido. Antes pelo contrário, os indivíduos com menos qualificação têm mais acesso a certos empregos porque o empregador não precisão de lhe pagar um salário tão alto. E que o desemprego não está apenas presente em Portugal mas sim no resto do mundo.

Em relação á página web, esta foi escolhida por ser um site que tivemos a oportunidade de explorar e conhecer bem/melhor nas aulas de Fontes de Informação Sociológica. Outra razão por ser escolhido, foi o facto de estar relacionado com o tema do trabalho. Tem imensa informação, gráficos, tabelas, taxas etc., relativas ao desemprego.

Fontes de Informação Sociológica  

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Referências Bibliográficas

Almeida, Joana Gomes e Albuquerque, Cristina Pinto (2013), De desempregados a empreendedores-Percursos e Experiências. Psicosoma: Viseu, 25-26.

Aubyn, Miguel St. (1997), “Desemprego”, in Pedro Pita Barros, Miguel St. Aubyn e Miguel St. Aubyn (orgs.), Problemas Actuais Da política Económica Portuguesa: Crescimento, Desemprego, Participação na União Económica e Monetária. Lisboa: Conselho Económico e Social, 55-96.

Henriques, Mário (1998), Capital Humano. (local da edição): Vida Económica, pp.119.

Husson, Michel (1999), Miséria do capital – Uma crítica do neoliberalismo. Lisboa: Terramar, pp.71.

PORDATA (2012) “Desempregados inscritos nos centros de emprego e de formação profissional no total da população residente com 15 a 64 anos (%) nos municípios”. Acedido em: 28 de Novembro de 2013. Disponível em:

http://www.pordata.pt/Municipios/Desempregados+inscritos+nos+centros+de+emprego+e+de+formacao+profissional+no+total+da+populacao+residente+com+15+a+64+anos+(percentagem)-592

PORDATA (2013) “Taxa de desemprego: total e por sexo (%) – Portugal”. Acedido em: 28 de Novembro de 2013. Disponível em:

http://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+desemprego+total+e+por+sexo+(percentagem)-550-3168

PORDATA (2013) “População desempregada: total e por grupo etário – Portugal”. Acedido em: 28 de Novembro de 2013. Disponível em:

http://www.pordata.pt/Portugal/Populacao+desempregada+total+e+por+grupo+etario-40

Público (2013) “Taxa de desemprego sobe para 17,7%”. Acedido em: 28 de Novembro de 2013. Disponível em:

http://www.publico.pt/economia/noticia/taxa-de-desemprego-sobe-para-177-1593850#/0

PORDATA (2013) “População desempregada: total e por duração da procura de emprego – Portugal”. Acedido em: 28 de Novembro de 2013. Disponível em:

http://www.pordata.pt/Portugal/Populacao+desempregada+total+e+por+duracao+da+procura+de+emprego-360

PORDATA (2013) “Taxa de desemprego: total e por grupo etário (%) – Portugal”. Acedido em: 28 de Novembro de 2013. Disponível em:

Fontes de Informação Sociológica  

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http://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+desemprego+total+e+por+grupo+etario+(percentagem)-553

Público (2013) “OIT propõe a Portugal soluções para desemprego”. Acedido em: 28 de Novembro de 2013. Disponível em:

http://www.publico.pt/economia/jornal/oit-propoe-a-portugal-solucoes-para-desemprego-27341355

Rajado, Paulo José do Vale Pereira Santos (2012), “O desemprego em Portugal: Uma análise ao nível dos concelhos entre 2001/2009”, Dissertação de Mestrado em Economia. Coimbra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 3-5; 11-12.

                                                                                               Fontes de Informação Sociológica 

  

Anexo A-Página da internet

                                                                                               Fontes de Informação Sociológica 

  

Anexo B-Referência bibliográfica da ficha de leitura

Almeida, Joana Gomes e Albuquerque, Cristina Pinto (2013), “Capítulo 1” in Joana Gomes Almeida e Cristina Pinto Albuquerque (orgs.), De desempregados a empreendedores-Percursos e experiências. Viseu: Psicosoma, 19-48.