trabalho escrito psicologia
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FACULDADE DE RONDÔNIA - FARO
TRABALHO DE PSICOLOGIA – SEMINÁRIO
BULLYING ACADÊMICOS: ANA JÚLIA ZOPPI LEONARDO BRANDALISE LUANNY PONTES MAILSON MONTEIRO DOCENTE: SELENA G. LIMA TURMA: DIR02MA
PORTO VELHO, 29 DE OUTUBRO DE 2014.
BULLYING
O termo Bullying, que não existe na língua portuguesa, ele é utilizado na língua
inglesa. Ele significa formas de agressões intencionais repetidas por estudantes, que causam angústia ou humilhação a outro. Compreende, pois, todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivações evidentes, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. O Bullying se encontra presente, possivelmente, em variadíssimas situações, tais como, colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, sacanear, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences, etc. Trata-se de um comportamento consciente, intencional, deliberado, hostil e repetido. Segundo artigo de Aramis Antônio Lopes Neto e Lauro Monteiro Filho o Bullying pode se manifestar de quatro formas diferentes: verbal, físico, psicológico e sexual. Referem pesquisas onde a maioria dos alunos vitimados por Bullying destaca como a situação mais freqüente a identificação por apelido com maldade e com
propósitos de humilhação, seguido do roubo de pertences (39%), a indução ao uso de drogas (30%) e os ataques violentos (25%).
O Bullying é um problema mundial, é um problema do ser humano imaturo,
logo, deve acompanhar a humanidade desde a pré-história. É um fenômeno encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana, em qualquer país. Características da conduta:
Intencionalidade;
Reiteração ao longo do tempo;
Desequilíbrio de poder entre agressor e vitima.
Características dos sujeitos bullies
Os agressores no Bullying são, comumente, pessoas antipáticas, arrogantes e
desagradáveis, tem personalidade dominadora, autoritária e provocativa, com restritas
habilidades sociais. Alguns trabalhos sugerem que essas pessoas vêm de famílias
pouco estruturadas, com pobre relacionamento afetivo entre seus membros, são
debilmente supervisionados pelos pais e vivem em ambientes onde o modelo para
solucionar problemas recomenda o uso de comportamento agressivo ou explosivo.
Há fortes suspeitas de que as crianças ou jovens que praticam o Bullying têm
grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti -sociais,
psicopáticos e/ou violentos, tornando-se, inclusive, delinquentes ou criminosos.
Normalmente o agressor acha que todos devem atender seus desejos de imediato e
demonstra dificuldade de colocar-se no lugar do outro.
Características das vitimas de bullying
A vítima, por outro lado, costuma ser a pessoa mais frágil, com algum traço
ligeiramente destoante do modelinho culturalmente imposto ao grupo etário em
questão, traço este que pode ser físico (uso de óculos, alguma deficiência, não ser tão
bonitinho...) ou emocional, como é o caso da timidez, do retraimento...
Vítima costuma ser uma pessoa que não dispõe de habilidades físicas e
emocionais para reagir, tem um forte sentimento de insegurança e um retraimento
social suficiente para impedi-la de solicitar ajuda. Normalmente é uma pessoa retraída
e com dificuldades para novas amizades ou para se adequar ao grupo. A vítima é
frequentemente ameaçada, intimidada, isolada, ofendida, discriminada, agredida,
recebe apelidos e provocações, tem os objetos pessoais furtados ou quebrados. No
ambiente familiar a vítima apresenta sinais de evitação, medo ou receio de ir para
escola, mas, não obstante, como dissemos, não procura ajuda dos familiares,
professores ou funcionários da escola.
Alguns comportamentos de bullying
Os comportamentos de bullying são variados. Alguns são fisicamente mais
violentos, outros são de cunho mais psicológico (ameaça), podendo se apresentarem
de forma mais sutil. Os bullies etilizam-se da formula combinada de humilhação com
intimação a fim de desestabilizar a vitima sobre a qual eles se impõem como
“valentões”.
Categorias de bullying
BULLYING DIRETO: a pressão se dá de um indivíduo ou grupo sobre outra
pessoa ou grupo de pessoas.
BULLYING INDIRETO: também conhecido como agressão, ataque ou revanche
social: é alcançado através de algumas estratégias que produzem isolamento e
rebaixamento da vítima, formas especificas de desqualificação social.
Cyberbullying
Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de
violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como
"intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou
material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais
recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens
negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedore s para a
vítima foram batizados de cyberbullying.
Três motivos que tornam o cyberbullying ainda mais cruel que o bullying tradicional.
No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente
atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de
convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.
Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via
celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem.
A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor
(es), o que aumenta a sensação de impotência.
A tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente. A mensagem maldosa
pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada
na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem
conhecem a vítima. "O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação
do público", destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do
Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de
Pediatria. Ele chama a atenção para o fato de que há sempre três personagens fundamentais
nesse tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia.
Esse tormento permanente que a internet provoca faz com que a criança ou o
adolescente humilhados não se sintam mais seguros em lugar algum, em momento
algum. Na comparação com o bullying tradicional, bastava sair da escola e estar com
os amigos de verdade para se sentir seguro. Agora, com sua intimidade invadida, todos
podem ver os xingamentos e não existe fim de semana ou férias. "O espaço do medo é
ilimitado", diz Maria Tereza Maldonado, psicoterapeuta e autora de A Face Oculta, que
discute as implicações desse tipo de violência.
Bullying e Mobbing
O termo bullying define os comportamentos que consistem em intimidar e
humilhar colegas de escola, companheiros de bairro e vizinhança e até mesmo no
trabalho, através da atitude do “valentão” que se julga com força para atacar e
atemorizar aquele que lhe desperte sentimentos que deflaram essa atitude de
descarga agressiva.
Já o termo Mobbing é o abuso psicológico laboral , mais especificamente um
conjunto de condutas que levam ao desgaste da vitima com o intuito de sua
autoeliminação. Ela é percebida como uma maneira de premeditada de agir encontra-
se no terreno fértil nas organizações de trabalho onde predominam relações
interpessoais do tipo rígido e autoritário.
Aspectos jurídicos do bullying
É valioso salientar que esse comportamento de ataque e de desconstrução do
outro implica, em suas diferentes formas, uma violação do sistema jurídico como um
todo, e constitui uma modalidade de abuso de direito.
Nesse contexto, sobressaem os direitos de personalidade, como à imagem, à
honra e à integridade psíquica, de modo que qualquer comportamento que provoque
a desestabilização psicológica do outro constitui uma modalidade de ato ilícito e, como
tal, passível de indenização.
O Código Civil, no art. 186, estabelece que aquele que, por ação ou omissão
voluntaria, negligencia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito, razão pela qual a prática de bullying
constitui conduta indenizável.
O bullying constitui um grave problema de ordem social. Não se trata de uma
maneira de ser, nem a simples adoção de comportamentos aceitáveis, mas ao
contrário, são condutas que precisam ser repelidas pelo direito e cujas vítimas
necessitam de proteção dos sistemas jurídicos, sociais e de saúde.
ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
1. Agente menor de 18 anos;
Quando o agente do bullying for criança ou adolescente e seu comportamento
ameaçador, humilhante e intimidador recair sobre qualquer outra pessoa, seja criança,
adolescente oumesmo adulta, a sua conduta pode configurar ato infracional conforme
definido no art. 103 do ECA, sujeitando a criança às medidas de proteção em razão da
sua conduta (art. 98, inciso III, do ECA), e, se for adolescente, as medidas
socioeducativas previstas no art. 112 do mesmo Estatuto.
2. Agente maior de idade:
Os comportamentos de humilhação e intimação reiterados, quando praticados
por uma pessoa adulta contra criança ou adolescente, violam o ECA, e, dependendo do
caso, podem corresponder a um tipo penal, dando ensejo a processo penal, além dos
aspectos de natureza civil decorrentes do ato ilícito.
CONSEQUÊNCIAS
Vítimas de Bullying desenvolvem medo, pânico, depressão, distúrbios psicossomáticos
e geralmente evitam retornar à escola. A fobia escolar geralmente tem como causa
algum tipo dessa violência. Outras crianças que sofrem Bullying, dependendo das
características de suas personalidades e das relações com os meios onde vivem, em
especial entre suas famílias, poderão não superar totalmente os traumas sofridos na
escola. Elas poderão crescer com sentimentos negativos e com baixa autoestima,
apresentando sérios problemas de relacionamento no futuro. Poderão, igualmente,
assumir um comportamento agressivo, vindo a praticar o Bullying no ambiente sócio-
cupacional adulto e em casos extremos, poderão tentar ou a cometer suicídio.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Do ponto de vista psicológico, as vítimas de bullying devem receber
atendimento psicoterapêutico para a elaboração dos conflitos emocionais que
decorrem do processo de vitimização ao qual estão submetidas com o intuito de
superar a debilidade que a relação oprimido-opressor instaura.
O sujeito do bullying vale-se de uma máscara para esconder a própria história
de fragilidade, opressão e desrespeito.
Além das intervenções jurídicas que são necessárias para azer cessar esse tipo
de comportamento, é imperioso que se estabeleça uma supervisão familiar, escolar e
social efetiva, bem como se cumpra um acompanhamento psicológico que auxilie a
internalizar regras e a construir atitudes de empatia, respeito e solidariedade.
Referencias Bibliográficas.
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-
agressao-humilhacao-567858.shtml
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=126
Livro “Manual de Psicologia Jurídica para operadores do Direito” Jorge Trindade,
quinta edição.