trabalho doença neurológica

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1 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO................................................ .........................................................0 4 2- OBJETIVO.................................................. .......................................................... ....04 3- FENILCETONÚRIA............................................. ....................................................04 4- DIAGNÓSTICO E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS.................................................06 5- TRATAMENTO................................................ ........................................................07 6- RESUMO.................................................... .......................................................... ....08 7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... .........................08

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Algumas doenças neurológicas - matéria de fisiologia humana

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Page 1: Trabalho Doença Neurológica

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.........................................................................................................04

2- OBJETIVO................................................................................................................04

3- FENILCETONÚRIA.................................................................................................04

4- DIAGNÓSTICO E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS.................................................06

5- TRATAMENTO........................................................................................................07

6- RESUMO..................................................................................................................08

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................08

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1. INTRODUÇÃO

A DI (Deficiência Intelectual) é uma das preocupações da saúde pública mundial, sendo a terceira condição neurológica mais prevalente, perdendo somente para a paralisia cerebral e a epilepsia. Apesar dos grandes avanços na área de neurologia, vários pacientes continuam sem diagnóstico, pois, identificar as causas da DI é um dos maiores desafios, principalmente se considerarmos diversas doenças e/ou fatores ambientais que podem levar a essa condição. Estudos demonstram que alterações genéticas são causas frequentes de DI em pelo menos, 50% dos pacientes. As doenças hereditárias do metabolismo são doenças genéticas crônicas que podem se manifestar clinicamente em qualquer idade. Ocorre a deficiência ou ausência de uma proteína, geralmente uma enzima, diminuindo os níveis plasmáticos e teciduais de substâncias importantes para o metabolismo normal e/ou o acúmulo de outras potencialmente tóxicas para o organismo. Em 1968 Charles Scriver, considerado o um dos granes pesquisadores na área de erros inatos do metabolismo, junto com seus colegas sugeriu uma possível relação entre a DI e algumas doenças genéticas, entre elas, a Fenilcetonúria (PKU).

2. OBJETIVO

Conhecer as causas e os tipos de tratamentos para a Fenilcetonúria e como ela afeta os neurotransmissores.

3. FENILCETONÚRIA

A fenilcetonúria é uma doença de herança autossômica recessiva, ou seja, é necessário herdar um gene alterado da mãe e um do pai para que a criança seja afetada, pois, se herdar apenas de um deles, a criança apenas terá o gene da doença, mas esta não se manifestará em nenhum momento de sua vida. Esta mudança no metabolismo pode está localizada em uma minúscula mutação de um único gene no cromossomo 12, e é neste gene que contém as instruções para fazer a fenilalanina-hidroxilase. Mais de 500 tipos diferentes de mutações genéticas foram identificados como resultantes de defeito funcional desta enzima. Cada mutação ou combinação de mutações resulta em mais ou menos atividade enzimática na pessoa afetada.

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Caracteriza-se pela falta ou diminuição de uma enzima presente no fígado, a fenilalanina-hidroxilase (FAH) , que é responsável por transformar um aminoácido essencial do nosso organismo denominado fenilalanina (FAL) em tirosina (tyr) ou à carência do cofator tetrahidrobiopterina, sendo esta última possibilidade mais rara.

A fenilalanina é pode atravessar as barreiras de sangue no cérebro o que significa que ela pode ter um efeito direto na química do cérebro. Uma vez que está no corpo este pode ser convertido em tirosina, outro aminoácido. Este aminoácido sintetiza a dopamina a norepinifrina(catecolaminas), que promove alerta mental. Catecolaminas são compostos químicos derivados dos aminoácidos tirosina e fenilalanina. As catecolaminas são solúveis em água, são liberadas pela glândula supra-renal em dituações de stress ou hipoglicemia. A fenilalanina realça o humor, a disposição e o ânimo, diminui as dores, auxilia no memória e no aprendizado, e suprimi o apetite.

fenilalanina → tirosinafenilalanina-hidroxilase

tetrahidrobiopterina

Esquema da hidroxilação da fenilalanina

Por tratar-se de um aminoácido essencial, a fenilalanina deve ser obtida exclusivamente através da alimentação, especialmente pelas proteínas e, após a ingestão, ela possui dois destinos: o primeiro é ser depositado como aminoácido nos tecidos e no sangue, e o segundo, ser transformado no aminoácido tirosina. Nas pessoas que possuem essa doença, o segundo destino não ocorre, e o excesso de fenilalanina é convertido em ácido pirúvico, presente na urina e no suor. Esse ácido inibirá a produção de certas gorduras, afetando assim, o crescimento cerebral, a formação de bainha de mielina nos neurônios  e de neurotransmissores, uma vez que, o ácido pirúvico impede a entrada dos aminoácidos que são importantes na síntese de hormônios como serotonina e catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina). Uma pessoa saudável consegue metabolizar normalmente este aminoácido, mas pessoas afetadas pela fenilcetonúria não conseguem. A ocorrência mundial da fenilcetonúria é de aproximadamente 1 a cada 10.000 neonatos. No Brasil, a prevalência no ano de 2007 foi estimada em 1 a cada 23.000 nascidos vivos.

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As diferentes mutações genéticas podem determinar variações na deficiência hepática da enzima fenilalanina-hidroxilase, exteriorizando um quadro clínico heterogêneo, variável, apesar da maior parte das manifestações clínicas serem constantes. Devido não ser metabolizada, a fenilalanina vai acumulando-se no organismo. Esta acumulação lesa o cérebro da criança e deixa graves seqüelas neurológicas. Se não se detectar a tempo, produz diferentes graus de incapacidade mental.

4. DIAGNOSTICO E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Apesar de as crianças não apresentarem nenhuma característica da doença no nascimento, a partir do terceiro mês de vida começam os sinais. Atualmente, o diagnostico pode ser através do Teste do Pezinho que deve ser feito nos primeiros dias de vida da criança em qualquer parte do todo o território brasileiro.Se diagnosticada precocemente, pode-se prevenir muitos danos neurológicos.

São sinais de fenilcetonúria não tratada precocemente: Atraso do desenvolvimento psicomotor,eczemas, dermatites, rush cutâneo, atraso do desenvolvimento físico e distúrbio da pigmentação, ou seja, tendência das crianças a terem a pele, os cabelos e os olhos mais claros do que o restante dos familiares. Irritabilidade e vômitos podem ser proeminentes. Crises convulsivas são observadas em 25% dos casos, podendo, nas crianças menores, assumir as características de espasmos em flexão. Microcefalia, oligofrenia (retardo mental ) e hiperatividade são achados comuns nas crianças maiores. Aumento do tônus muscular e outras alterações observadas quando há lesão das vias nervosas responsáveis pelo início dos movimentos voluntários podem, também, estar presentes. Na forma ‘maligna’, as alterações neurológicas são mais graves do que na clássica e representadas, principalmente, por distúrbio do tônus muscular. Típicamente, a urina de crianças com fenilcetonúria não tratada tem odor peculiar no suor e na urina, embora isto seja observado somente em uma porcentagem de pacientes.

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A Fenilcetonúria pode ser dividida em: Pku clássica, pku leve, pku permanente ou (benigna ou não pku) e pku materna.

A pku clássica é a mais comum e é caracterizada pela baixa ação enzimática (fenilalanina-hidroxilase), menos que 1%. A quantidade normal de fenilalanina no sangue é de 2 a 6 mg/dL, a doença é confirmada quando os níveis estão superiores a 20 mg/dL e a quantidade tirosina estiver menor que 2 mg/dL, e pode ser verificada 48h após o nascimento, pois assim há tempo para o recém nascido ser amamentado e analisar a quantidade de fenilalanina no sangue.

Na pku leve caracteriza-se pela atividade enzimática de 1 a 3%, tendo concentração de 10 a 20 mg/dL.

Na pku benigna os níveis de phe variam entre 4mg/ dL, e atividade enzimática superior a 3%.

A pku materna: com o devido diagnóstico e tratamento as pessoas afetadas com a fenilcetonúria conseguem chegar a fase adulta e assim podem também ter seus filhos. Entretanto, as mulheres com pku que desejam ser mães devem tomar um cuidado redobrado para que ao engravidarem tenham a concentração de phe controlada no sangue, pois o excesso desse provoca pouca entrada de tirosina e entrada de elevada de phe pela placenta e acarreta danos neurológicos irreversíveis para o feto. Os principais problemas acarretados retardo mental, microcefalia, risco de doenças congênitas do coração e apresentam ao nascer, peso abaixo do normal.

5. TRATAMENTO

O tratamento dietético da fenilcetonúria baseia-se na restrição de proteínas que contenham fenilalanina na alimentação e o uso de fórmulas específicas para cada idade do paciente, e deve ser realizado por toda vida. Por outro lado, como há a necessidade de se reduzir ao mínimo necessário a fenilalanina proveniente da dieta, deve-se suplementar a dieta com proteínas ricas em substâncias derivadas da fenilalanina e que, no caso dos afetados pela fenilcetonúria, não são produzidas. Exemplo maior destas substâncias é a tirosina, um aminoácido que, por ser formado

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a partir da reação catalisada pela enzima que está alterada na fenilcetonúria, encontra-se deficiente nos pacientes fenilcetonúricos. Ela é de extrema importância para o desenvolvimento adequado do cérebro e sua deficiência pode ocasionar alterações cerebrais. À deficiência de tirosina também se deve a hipopigmentação da pele, dos olhos e dos cabelos dos pacientes, por isso geralmente os fenilcetonúricos têm pele, olhos e cabelos claros.

MEDICAMENTOS

PreKUnil: São comprimidos que contém uma quantidade elevada de triptofano e tirosina, precursores da serotonina, dopamina e norepinefrina. Mediante a inibição competitiva, combatem o aumento da fenilalanina que chega nas células nervosas, reduzindo deste modo, o efeito prejudicial na produção de neurotransmissores. Eles também contêm quantidades suplementares de alguns aminoácidos essenciais. Esse medicamento é recomendado para crianças acima de 7 anos. Os comprimidos PreKUnil não podem ser tomados em PKUs maternas.

Kuvan (Sapropterin Dihydrochloride): é indicado para reduzir a phe no sangue de pacientes com hiperfenilalaninemia (HPA) BH4. Sendo utilizada apenas com acompanhamento de uma dieta com restrição de phe.

Os lactentes recebem as fórmulas especiais e, a elas é adicionado leite integral-modificado com a menor quantidade de fenilalanina possível;Amamentação materna pode ocorrer desde que exista controle diário da Fenilalanina sangüínea; A introdução de outros alimentos deve ocorrer aos 4 meses de idade, contendo baixos teores de fenilalanina, tais como vegetais e frutas, sempre com controle da quantidade diária permitida de ingesta do aminoácido.

6. RESUMO

O diagnóstico precoce e uma dieta restrita em fenilalanina continuam sendo de extrema importância para o tratamento mais eficaz para fenilcetonúricos, sendo capaz de prevenir os principais achados neurológicos e a DI na maioria dos casos.

Apesar dos esforços científicos no intuito de disponibilizar novas estratégias terapêuticas e das observações de que alguns dos sintomas apresentados por pacientes afetados pela fenilcetonúria são reversíveis mesmo com o início tardio do tratamento, algumas limitações sociais e intelectuais ainda são consideradas irreversíveis.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

http://www.unesc.net/portal/blog/ver/307/21288 http://pkubiobio.blogspot.com.br/