trabalho de qualidade de agua 02

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Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Curso de Graduação de Engenharia Sanitária e Ambiental ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO MANGUE DO ITACURUBI Dagoberto Dinon Feiber Junior David Abreu de Andrade Daniela Flesch Laforce Dayani Machado Nascimento Erica Ferreira da Silva Fernanda Cavalcanti de Albuquerque Mendes Fernanda Paulino Colella Felipe Sempe dos Santos Trabalho realizado na Disciplina de Qualidade da Água I do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental. Orientador: Prof. Dr. William Gerson Matias 2º Semestre Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

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Analise de agua

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Page 1: Trabalho de Qualidade de Agua 02

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSCCurso de Graduação de Engenharia Sanitária e Ambiental

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO MANGUE DO ITACURUBI

Dagoberto Dinon Feiber JuniorDavid Abreu de AndradeDaniela Flesch Laforce

Dayani Machado NascimentoErica Ferreira da Silva

Fernanda Cavalcanti de Albuquerque MendesFernanda Paulino ColellaFelipe Sempe dos Santos

Trabalho realizado na Disciplina de Qualidade da Água I do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental. Orientador: Prof. Dr. William Gerson Matias

2º SemestreUniversidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Centro Tecnológico – CTC Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental – ENS

Florianópolis – SC Outubro/2015

Page 2: Trabalho de Qualidade de Agua 02
Page 3: Trabalho de Qualidade de Agua 02

Sumário

Introdução........................................................................................................................4

Objetivos..........................................................................................................................4

Justificativa do Tema.......................................................................................................4

Revisão Bibliográfica.......................................................................................................4

Descrição Preliminar da Metodologia............................................................................11

Metodologia de coleta das amostras.............................................................................11

Variáveis........................................................................................................................12

Cronograma...................................................................................................................15

Análises.........................................................................................................................15

Conclusão......................................................................................................................16

Referências Bibliográficas.............................................................................................16

Anexos...........................................................................................................................16

Page 4: Trabalho de Qualidade de Agua 02

Introdução

É cada vez mais evidente a preocupação da sociedade pela preservação do

meio ambiente e dos recursos naturais. No entanto, as ações ainda são ínfimas

visto que temos mais discurso que efetividade. A sociedade está criando muitos

alertas, por meio de eventos mundiais, para avisar dos efeitos nocivos da

relação homem-natureza.

Os ambientes naturais estão sendo perigosamente transformados pelas ações

antrópicas, trazendo imenso prejuízo ao planeta. O mangue, exemplificado

neste trabalho, é um exemplo de ecossistema que normalmente está próximo

de áreas urbanas, sendo então, um dos mais afetados.

O Mangue é um ambiente que sofre a influência direta do regime de marés e é

um ecossistema riquíssimo, berçário de muitas espécies diferentes, que ficam

em risco com essa transformação antrópica

Para agravar esse contexto temos o fato de Florianópolis fazer parte de um dos

destinos turísticos mais visitados do Brasil. Esse turismo desordenado e sem

controle contribui e muito para a contaminação dos ambientes naturais.

Estudar e analisar os parâmetros e identificar os agentes que agridem os

ambientes naturais como por exemplos os córregos, rios e lagos é de extrema

importância para própria qualidade de vida das populações que vivem no

entorno desses ambientes.

É notório e cada dia mais urgente que todos nós estejamos sensibilizados para

mudar de verdade esse triste cenário que é a degradação e destruição dos

ambientes naturais, essências para vidas existentes e futuras.

Objetivos

Objetivo Geral

Analisar vários parâmetros da qualidade da água do córrego do

Itacorubi.

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Objetivos Específicos

• Analisar a influência dos efluentes domésticos no córrego do Itacurubi;

• Analisar, através de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, as

mudanças na qualidade da água ao longo do curso do córrego sobre várias

interferências;

• Relacionar e comparar as análises de cada um desses objetivos

específicos anteriormente citados.

Justificativa do Tema

Justificamos a elaboração deste trabalho pelo fato do mangue do Itacorubi ter

sofrido, ao longo do tempo, graves problemas ambientais, problemas estes que

interferiram na qualidade da água dos córregos que estão presentes nessa

região. O estudo busca monitorar os impactos nessa região que são causados

pelas problemáticas já expostas anteriormente. Esse monitoramento será

através da análise da qualidade da água, abordando os parâmetros físico-

químicos e bacteriológicos, avaliando turbidez, dureza, cor, coliformes termos

tolerantes, acidez e alcalinidade. Cruzando essas informações com os efeitos

da evolução humana sobre esse ecossistema proporemos medidas de

prevenção e recuperação dele.

Revisão Bibliográfica

O trabalho científico necessita estar fundamentado em uma abordagem teórica. As leituras realizadas serviram de suporte para definição da metodologia e interpretação das informações obtidas nas análises.

Definição dos Ecossistemas Manguezais

As áreas litorâneas constituem uma categoria particular de sistemas ambientais, nos quais de maneira complexa, considera-se a interação entre os ambientes terrestres e marinhos. Neste sentido, DE MAURO (1997) ressalta que esta interação ocorre mediante a ação mútua entre as águas doces e

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marinhas, das massas de ar provenientes de ambos os meios, dos materiais e depósitos, por exemplo.

As áreas litorâneas caracterizam-se pela presença de elementos únicos, entre os quais se destacam a linha costeira, as praias, lagunas costeiras, acumulações arenosas litorâneas (dunas) e manguezais. Cada um destes elementos caracteriza-se por apresentar processos complexos de interação mar-continente e por cumprir funções ambientais específicas.

SCHAEFFER-NOVELLI (1995) define o termo manguezal como ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestres e marinho, característico de áreas tropicais e subtropicais, sujeito a influência das marés.

Segundo o mesmo autor, os manguezais são constituídos de espécies vegetais típicas adaptadas à flutuação de salinidade e caracterizadas por colomizarem sedimentos predominantes lodosos, com baixos teores de oxigênio, embora apresentem condições propícias para a proteção e reprodução de espécimes animais.

Os solos dos manguezais possuem características como lodo negro, azulado, porém completamente saturado e compacto apresentando minerais e restos orgânicos, com substâncias putrefatas, ricas em bactérias.

Presença no Mundo

Os primeiros registros sobre plantas em manguezais, segundo SCHAEFFER- NOVELLI (1995), datam do ano 325 A.C., através do relatório do General Nearco que acompanhou Alexandre Magno em suas campanhas no Delta do Indo e na América a primeira descrição dos manguezais foi efetuada por Oviedo em 1526. No Brasil os primeiros relatos estão nas cartas Jesuíticas, escritas pelo padre Joseph de Anchieta em 1554, onde referencia os manguezais da Capitania de São Vicente.

Para Yokoay (1995), estas florestas apresentam maior desenvolvimento entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, estendendo-se de maneira ocasional para latitudes maiores, sofrendo reduções estruturais no desenvolvimento e no vigor, por serem plantas não tolerantes a clima frio, nem a geada. O desenvolvimento máximo dessas florestas ocorre perto da linha do Equador.

De acordo com LAMPRECHT (1959), seu meio excelente se encontra em regiões com acentuadas e frequentes precipitações, sendo que em tais condições, os rios transportam até o mar, expressivas quantidades de água carregada com partículas finas de solo, matérias orgânicas formando grandes extensões de solos lamacentos, propícios para o estabelecimento de manguezais.

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Segundo LACERDA (1984), existe no planeta em torno de 20 milhões de hectares de manguezais, sendo que as maiores áreas estão localizadas na Ásia (principalmente Malásia e na índia), América (Brasil e Venezuela) e África Atlântica (Nigéria e Senegal).

O Brasil possui em tomo de 25 mil km² de manguezais ao longo do litoral, estendendo-se desde o cabo Orange no Amapá até Laguna em Santa Catarina. Conforme PRATES et al. (1989), no estado de Santa Catarina a vegetação de manguezais, juntamente com a de dunas e restingas, representam 2,1% da área total do Estado. A maior área de mangue do estado está localizada na Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul, com uma área de 82 km².

Na ilha de Santa Catarina se destacam os manguezais de Ratones situado na maior bacia Hidrográfica ao Norte da Ilha; Saco Grande próximo dos bairros Monte Verde e Saco Grande II; e Itacorubi na Baía Norte. Na Baía Sul está o manguezal do Rio Tavares, considerado o maior manguezal da Ilha e o manguezal da Tapera.

Flora e fauna

A flora e a fauna dos manguezais são eficientemente adaptadas a mudanças bruscas e a condições ambientais que são adversas e restritivas a outros seres vivos, tais como solo inconsistente, com alta salinidade e deficiente em oxigênio (COSTA, 1995; ROMARIZ, 1996). Entre as adaptações desenvolvidas pelos mangues são notórios os rizóforos, raízes-tabulares, raízes respiratórias, folhas secretoras de sal e propágulos vivíparos que se dispersam pela água (DUKE, 1992; MENEZES, 2006).

Sendo espécies halófitas, também empregam diferentes mecanismos morfológicos e fisiológicos para regular a quantidade de sal, como: filtros para absorção de sais nas raízes; glândulas especializadas que secretam o excesso de sal nas folhas; acumulo e imobilização em diferentes tecidos das plantas (VANNUCCI, 1999; KATHIRESAN e BINGHAM, 2001; FAO, 2007).

Quanto à reprodução, uma das maiores especializações é a viviparidade, comum à maioria das angiospermas típicas de manguezal. Através dela, os descendentes germinam e crescem unidos à planta-mãe, desprendendo-se apenas quando bem desenvolvidos, o que pode levar até um ano para acontecer. Os propágulos liberados possuem reserva nutritiva suficiente para flutuarem por longos períodos, até que encontrem um ambiente propício à sua fixação. Esse artifício biológico facilita o enraizamento da planta e aumenta suas chances de sobrevivência e capacidade de dispersão (SUGIYAMA, 1995; ROMARIZ, 1996; VANNUCCI, 1999; KATHIRESAN e BINGHAM, 2001).

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Há plantas que também toleram especificidades ambientais semelhantes e que geralmente crescem nas bordas dos manguezais, entretanto, os pesquisadores se referem a elas como “espécies associadas”, diferenciando-as das “espécies verdadeiras” ou típicas de manguezais.

As espécies associadas não possuem um nível tão alto de especialização quanto os mangues e não são exclusivas dos manguezais (VANNUCCI, 1999; FAO, 2007). Há dezessete gêneros nos quais todas as espécies ocorrem apenas nos manguezais (DUKE, 1992) e setenta e uma espécies verdadeiras de mangue (FAO, 2007).

Outra característica da vegetação do manguezal é o seu zoneamento, que pode ser descrito pela formação de faixas monoespecíficas dispostas em relação à linha de água. O zoneamento segue padrões diferentes em cada local do mundo e está relacionado à capacidade ecofisiológica de cada espécie vegetal, resultando da combinação de fatores como frequência e duração da inundação, salinidade, composição do solo, grau de encharcamento do substrato e relevo (WOODROFFE, 1992; SOARES, 1995; FAO, 2007).

Em áreas atingidas com menor frequência pela maré, a vegetação pode encontrar dificuldade para se estabelecer, resultando em solo exposto de alta salinidade e temperatura. Esses ambientes são conhecidos como apicuns e são formados de maneira natural nos manguezais. A ação antrópica também pode dar origem a apicuns, como por exemplo, a partir da formação de áreas mais elevadas nas margens dos rios através da deposição de sedimentos dragados (OLMOS, 2003).

Smith III (1992) chama atenção para o fato de que, apesar de possuir tantas peculiaridades, o manguezal continua sendo uma floresta e que, portanto, os processos dinâmicos comumente estudados em outros tipos florestais também estão presentes nele.

Em relação à fauna dos manguezais, há uma predominância de artrópodes e moluscos, enquanto que outros animais tais como aves, mamíferos e insetos geralmente são visitantes do local, provenientes de áreas próximas (CHAPMAN, 1977). Entre as espécies típicas, os caranguejos se tornaram culturalmente símbolos do ecossistema. De forma associada podem ser encontrados, entre outros, camarões, peixes, cobras, crocodilos, jacarés, tartarugas, iguanas, golfinhos, cervos, lontras, macacos, lagostas, pelicanos, águias e garças (VANNUCCI, 1999; KATHIRESAN e BINGHAM, 2001).

Os manguezais são refúgios naturais para procriação e desenvolvimento nos primeiros estágios da vida de espécies como os camarões de água doce e de água salgada, que depois retornam ao mar ou a montante dos rios. As aves também utilizam o manguezal como lugar de reprodução, nidificação e fonte de alimento. Já os peixes podem passar toda sua vida ou apenas parte dela no

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manguezal, ou ainda fazerem migrações esporádicas para reprodução, ou diárias devido à maré.

Desse modo, além de serem essenciais para uma fauna diversa, os manguezais estão diretamente ligados à manutenção das atividades pesqueiras nas regiões onde ocorrem (LEITÃO, 1995).

Importância dos Manguezais

Scheffer-Novelli (1995) considera que os manguezais estão, inquestionavelmente, entre os ecossistemas mais produtivos do planeta.

Os manguezais se constituem em áreas importantíssimas para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos, tendo em vista que são fonte de nutrientes para a fauna aquática. Neles, se processam a produção e o transporte de detritos fundamentais para a produtividade biológica.

Destacam-se ainda outras funções: contribuem para a formação do solo, mediante filtração e aprisionamento dos detritos; servem de habitat para muitas espécies de aves, peixes, invertebrados e alguns mamíferos e répteis; filtram o escoamento continental, retendo a matéria orgânica em suspensão e são os principais produtores de detritos, que contribuem para a atividade pesqueira.

Percebe-se que, além da importância decorrente das características ecológicas, específicas dos manguezais, pode-se considerá-los como recurso natural de usos múltiplos, destacando como fonte de recursos primários.

As principais utilizações são para extração de madeira, alimentação humana e de animais domesticados, e obtenção de tanino para trabalhar o couro ou tingir redes de pesca, cuja atividade se encontra em declínio (FAO, 2007). Também têm sido usados com resultados satisfatórios para apicultura. A aquicultura é uma atividade crescente nos manguezais e ocorre tanto na forma de tanques de cultivos, quanto em águas abertas, cultivando-se predominantemente ostras, camarões e mexilhões.

Legislação referente aos manguezais

Em 1724, o estabelecimento da legislação referente aos cuidados costeiros priorizava os manguezais como terras aluviais pertencentes à Coroa, portanto, proibia a doação dos mesmos.

Em 10 de julho de 1760, a expansão do processo extrativista (tanino) no Brasil, fez com que a Coroa Portuguesa, através do Rei Dom José, estabelecesse a proteção dos manguezais (TEIXEIRA, 1998).

No início do século XX, é criada a Lei 14.536 que, apesar de não permitir a posse e o aterro dos manguezais, possibilitava o seu arrendamento para extração de madeira, resguardadas as normas de preservação.

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Em 15 de setembro de 1965 cria-se o novo Código Florestal, através da Lei N.° 4.771 que passou a definir conceitos fundamentais para manutenção da qualidade dos espaços naturais, entre os quais se destacam:

a) as florestas existentes no território Nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilização às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País;

b) consideram-se de Preservação Permanente, pelo efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas nas restingas, como fixadora de dunas ou estabilizadora de manguezais.

Segundo SCHAEFFER-NOVELLI (1995), a Resolução N° 4 de 18 de setembro de 1985, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), considera como Reservas Ecológicas as formações florísticas e as áreas de preservação permanente, incluindo os manguezais. Após três anos, através da Lei n.° 7.661 é instituído o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro.

Na Ilha de Santa Catarina, todos os manguezais são considerados pelo Plano Diretor do Município (1998), como sendo Área de Preservação Permanente, o que determina a impossibilidade do corte da vegetação, lançamento de poluentes, efetivação de aterros, bem como a utilização para fins residenciais, comerciais e industriais.

A ocupação antrópica dos manguezais

Os manguezais distribuídos no planeta têm sofrido, ao longo da humanidade, impactos tanto de ordem natural como antrópica os quais tem influência direta sobre a qualidade e a produtividade deste ecossistema, alterando suas propriedades físicas, químicas e biológicas.

Entre os impactos de origem natural, podem-se citar a erosão da linha de costa, tempestades tropicais e hipersalinidade. Quanto aos impactos produzidos pela ação antrópica, destacam-se as obras de canalização, represamentos (barragens), sedimentação (aterros), construção de vias, edificações, descarga de efluentes sólidos e efluentes líquidos.

Estima-se que 25% dos manguezais brasileiros tenham sido destruídos desde o começo do século vinte. Além disso, muito dos que ainda existem são classificados como vulneráveis ou ameaçados de extinção (Dinerstein, E, et al. 1995).

Em Florianópolis, desde o princípio da ocupação pelos colonos, os manguezais foram explorados na extração da lenha para os engenhos e para uso doméstico. Além disto, determinadas espécies vegetais foram amplamente extraídas para o tingimento de redes e velas de barcos usados na pesca, bem como nos curtumes.

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Atualmente, os problemas que afetam os manguezais de Florianópolis estão ligados à expansão urbana sobre estes ecossistemas.

Caracterização da área de estudo

Localização

Geograficamente o estado de Santa Catarina está localizado na região Sul do Brasil, juntamente com os estados do Rio Grande do Sul e Paraná (IBGE; 1997). Esta é a menor região do Brasil e representa em torno de 7% da área total do país.

O município de Florianópolis possui uma extensão de 451 km² e 175 km de litoral, está localizado na Grande Florianópolis, estado de Santa Catarina e localizado entre as latitudes 27° 20’ e 27°52' Sul e entre as latitudes 48° 15’ e 48° 45’ Oeste de Greenwich, (PRATES et al., 1989).

O mesmo está dividido em duas áreas: uma localizada no setor continental e a outra (a própria Ilha de Santa Catarina), apresentando contorno irregular composto de baías, pontas, enseadas e ilhas menores.

A área de estudo abrange a bacia hidrográfica do Itacorubi localizada na região Centro-Oeste da Ilha de Santa Catarina. Situa-se aproximadamente entre as coordenadas geográficas 27°34’07” - 27°37’57 latitude Sul e 48°28’25” – 48°33’00”de longitude Oeste de Greenwich.

Manguezal do Itacorubi

O manguezal do Itacorubi é o segundo maior manguezal urbano do Brasil, de acordo com o presidente do Instituto Mangue Vivo. Este possui área de 182,1339 ha e se desenvolve em uma bacia de área total de 2844,4340 ha.

Está localizado no 4º Distrito de Florianópolis, sendo formado pelas bacias dos rios Itacorubi e do Meio. Estas bacias cortam o manguezal no sentido Sul-Norte e, unem-se formando uma única região estuária. A bacia hidrográfica do Itacorubi abrange os bairros Santa Mônica, Córrego Grande, Parque São Jorge, Itacorubi, Trindade além da Baía Norte.

O manguezal do Itacorubi tem como principais características as declividades acentuadas nas cabeceiras, e as baixas declividades a jusante, por meio do qual deságua na Baía Norte.

De acordo com o artigo do Decreto-lei N° 178 (1967) e o Decreto N° 64.340 (1969), os terrenos de marinha e acrescida de marinha, localizados nas Bacias dos rios Itacorubi e do Meio, com área de 2.073.641 m², passaram sob forma de utilização gratuita a ser da jurisdição da Universidade Federal de Santa Catarina (ETUSC, 1990).

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Em 1999, em Brasília, a Universidade Federal de Santa Catarina, Prefeitura Municipal de Florianópolis, Fundação Municipal de Meio Ambiente de Florianópolis, Procuradoria da República de Santa Catarina e Associações Comunitárias, com a interveniência da Secretaria do Patrimônio da União, assinaram o instrumento de cooperação a qual regula a implantação do Parque Manguezal do Itacorubi em Florianópolis.

Espécies de Mangue predominantes no Manguezal do Rio Itacorubi

O ecossistema estuarino do manguezal do Rio Itacorubi apresenta como características principais de flora, três espécies predominantes: mangue vermelho (Rhizophora mangle Linneo); mangue preto (Avicennia schaureniana Stapf & Leechman ex Moldenke) e mangue branco (Laguncularia racemosa Linneo). Estas espécies estão localizadas de acordo com o alcance das marés e a distância que as separa da orla marítima e fluvial à terra firme.

A Avicennia schaureniana (Mangue Preto) é a espécie dominante no Manguezal do Itacorubi, ocupando as baixadas lamacentas, constantemente, alagadas pelas marés. Já a Rhizophora mangle Linneo (Mangue Vermelho), provida de altas raízes adventícias, ocupa pequenas depressões, em lugares afastados do mar, e na orla marítima e fluvial, frequentemente atingidas pela flutuação das marés. A Laguncularia racemosa Linneo (Mangue Branco), usualmente distribuída em grupamentos densos, baixos, de folhagem verde clara, em lugares pouco atingidos pelas marés.

Em relação ao porte, a Avicennia schaureniana é predominante, com indivíduos adultos de mais de 8m, seguido por Rhizophora mangle Linneo, com indivíduos entre 3m e 4m, e finalmente Laguncularia racemosa Linneo, com indivíduos adultos de 2m a 3m de altura. A caracterização precedente indica que na área de estudo o gênero Avicennia se apresenta de forma totalmente dominante sobre as outras duas espécies (DALOTTO, 2003).

Ação Antrópica no Manguezal do Itacorubi

Estando próximo ao centro histórico de Florianópolis e, portanto, em uma área com grande tendência de expansão urbana, o manguezal do Itacorubi foi o mais alterado da Ilha (CARUSO, 1983), perdendo cerca de 60% da sua área original (SÁNCHEZ DALOTTO, 2003).

Além de obras de infraestrutura rodoviária e de saneamento, o mangue foi agredido pela construção de um aterro sanitário, pela implantação de loteamentos residenciais e pela contaminação por resíduos industriais provenientes dos laboratórios da Universidade Federal de Santa Catarina (CECCA, 1997). A UFSC também foi responsável pela construção de tanques de piscicultura no manguezal, junto ao centro de Ciências Agrárias (BERNARDY, 2000).

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Recentemente, foi construído um centro comercial de grande porte nos seus limites, o Shopping Iguatemi, acentuando ainda mais a pressão urbana sobre essa área. Por outro lado, tal empreendimento mobilizou parte da população e dos técnicos em defesa do manguezal, que questionaram os impactos e a legalidade da sua construção.

Análises da Qualidade da Água do Mangue do Itacorubi

Foram estabelecidas por QUEIROZ, R. U. et al (1998), no período de Novembro de 1991 a Outubro de 1992, quatro estações de amostragem, onde foram realizadas seis campanhas de amostragens com o objetivo de determinar e avaliar a existência de metais pesados nos compartimentos abióticos do ecossistema do Manguezal, através da análise por fluorescência X e espectrofotometria de absorção atômica. Os resultados encontrados nas campanhas estão apresentados no quadro a seguir:

Por meio dos resultados encontrados, concluiu-se que:

a) Há poluição por metais pesados nos rios que cortam o Manguezal do Itacorubi. Foi verificada a presença de alumínio, cádmio e ferro nos compartimentos abióticos do ecossistema acima dos níveis permitidos;

b) Os sedimentos constituem o compartimento mais significativo na retenção dos metais pesados;

c) A qualidade da água esta comprometida para o desenvolvimento da biota aquática pelo elevado teor de ferro e alumínio;

d) O manguezal funciona como uma eficiente barreira biogeoquímica seletiva na retenção dos metais pesados.

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O estudo do fluxo de maré no ecossistema do manguezal foi realizado por SORIANO-SIERRA (1998), através de 40 estações de estudos georreferenciadas (GPS), no intervalo de Julho de 1992 e Fevereiro de 1993. A partir deste estudo foi concluído que:

a) A frequência de inundações do substrato pela maré é de 512 vezes por ano, correspondendo a uma inundação completa a cada 17,1 horas;

b) O fluxo do escoamento no substrato é laminar;c) Quando a maré atinge a amplitude máxima, num intervalo de 5 min

antes e depois do pico máximo, não há circulação da água de inundação do substrato;

d) No período do estudo, a temperatura média, a salinidade média e o pH da água superficial do substrato interno do manguezal ficaram, respectivamente, (18,7 ± 3,0)°C, (24,6 ± 6,0)°/oo e (6,0 ± 1,1);

e) A rede fluvial que corta o manguezal, a temperatura na coluna de água é homogênea, com média anual de 21,1°C, atingido extremos de 13,5 °C no inverno e 30,0 °C no verão;

f) O gradiente de variação da salinidade na rede fluvial oscila entre 4°/oo e 40°/oo, acompanhando o fluxo de maré;

g) O pH médio na rede fluvial é de 7,52, com extremos de pH 6,4 e pH 8,2, na 198 parte interna do manguezal e na desembocadura dos rios, respectivamente;

h) Uma das implicações ecológicas mais graves, é que parte da área de manguezal fica excluída da água de inundação, proporcionada pelo fluxo da maré, ficando as águas encaixadas dentro dos leitos dos canais artificiais;

i) Está ocorrendo a colmatação das lenticelas dos pneumatóforos de espécies de mangue por fração fina e muita fina de solos, oriundos da lixiviação das bordas dos canais artificiais, ambos os processos estão causando a morte da vegetação.

Para a caracterização hidrológica do Manguezal do Itacorubi foram realizados experimentos por SORIANO-SIERRA, et al. (1998) na região continente-manguezal-baía, em dois intervalos de tempo diferentes. No ano de 1993, coletou-se amostras mensais dos pontos 1 a , e no período de Fevereiro de 1994 a Março de 1996 e em Setembro de 1996, no ponto de amostragem , foram efetuadas nove campanhas de amostragem, com coletas de 30 em 30 minutos durante o hemiciclo da maré. Os pontos de amostragem estão identificados na figura a seguir:

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Os resultados da análise da aguá referentes ao estudo de SORIANO-SIERRA, et al. (1998) encontram-se no quadro a seguir:

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Através dos resultados encontrados foi concluído que:

a) O Manguezal de Itacorubí apresenta-se no aspecto hidrológico temporalmente heterogêneo;

b) Os parâmetros hidrológicos apresentam uma ampla variação, de acordo com as estações do ano, o efeito da maré e as condições atmosféricas (precipitações e estiagem);

c) A maritimidade (fluxo da maré) apesar de pouca amplitude no local, é importante na circulação de água de inundação, contendo matérias particuladas e dissolvidas, pois os rios apresentam um pequeno volume fluviométrico de águas que deságuam no manguezal;

d) O balanço de matéria exportada e ou importada pelo ecossistema, o caracteriza como importador de matéria inorgânica e orgânica, ocorrendo somente um excedente exportado de clorofila e feopigmentos, oriundos do próprio ecossistema.

Para determinar as concentrações totais de: Hg, Pb, Cd, Se, As, Sn U, Zn , Ni, Cu, Cr, Sb, Sr, Pd e Ag, foram coletadas 4 amostras de sedimentos de superfície do Mangue de Itacorubí por SILVA et al. (1998), no mês de Maio

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de 1995. A média e a faixa das concentrações dos metais encontrados estão apresentadas a seguir:

Através dos resultados encontrados concluiu-se que:

a) Há uma heterogeneidade na distribuição dos metais dentro da mesma área territorial (ecossistema de Itacorubi), pois no ponto 204 de amostragem MI 2 houve uma alta concentração de Hg, podendo ser relacionada a contaminação antropogênica, oriunda de uma fonte poluidora (UFSC);

b) Os metais As, Pb e Sn são considerados como traçadores para aportes antropogênicos, encontrados em excesso no Manguezal do Itacorubi;

c) Para os metais como Pb, As, Sn, U e Ag, as concentrações encontradas são maiores que a composição média elementar para sedimentos;

d) Para outros metais como Cd, Zn, Ni, Cu, Cr, Pd, Sb, e Sr, as concentrações são similares ou ligeiramente menores.

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DALOTTO (2003) foi responsável pela realização da análise de água superficial de 14 amostras coletadas no ano de 2002 e os pontos de coleta foram registrados no sistema de proteção UTM. Os pontos de coleta, bem como os resultados das análises encontramse no quadro a seguir:

A partir da análise dos resultados encontrados e baseando-se na Resolução CONAMA N° 357 de 17 de Março de 2005, o autor pode concluir que:

a) Todos os rios estudados apresentam pH dentro dos padrões estabelecidos para água salobras, para rios de classes I e II, situados entre 6,5 e 8,5;

b) Os valores de oxigênio dissolvido no entanto, estão fora dos padrões uma vez que apresentam valores inferiores à 4mg/l O2, sugerindo a presença de matéria química orgânica e inorgânica em excesso no meio, consumindo o oxigênio;

c) Os valores de NH3+ para os pontos de amostragens 2, 3 e de 7 até 15 estão com os valores acima do permitido que é de 3,7mg/l a pH inferior a 7,5. Somente os pontos 4, 5 e 6 atendem a este parâmetro.

d) A amônia é um indício forte de contaminação por dejetos humanos, sendo que a amônia é um indicador de contaminação recente por esgotos domésticos.

e) Há excesso na concentração de PO4-² nos pontos de amostragens 2, 3 e nos pontos de 6 até 15, que esta fixado em 0,1 mg/L, para ambientes lóticos e tributários de ambientes intermediários.

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f) Os fosfatos estão presentes em diversos tipos de compostos e nos efluentes domésticos aparecem principalmente na forma de surfactantes (detergentes);

g) Os valores encontrados para o Fe+², somente os pontos 4 e 10 encontram-se dentro do padrão estabelecido pela Resolução, em 0,3 mg/l do elemento dissolvido, para os demais pontos é um indicativo de fonte poluidora, oriunda de contaminação antropogênica.

O monitoramento da qualidade da água existente no ecossistema do Manguezal, efetuado durante o período de 1991 a 2002, tendo como base diversas análises realizadas por inúmeros autores, indica a piora da situação relacionada ao aumento populacional e ao aumento da carga poluidora lançada sem tratamento na Bacia hidrográfica.

No ano de 2006 foram realizadas análises da água superficial nos pontos de amostragem sob o Rio Itacorubi, o Rio Sertão e nos afluentes e canais que convergem no manguezal. Foi coletado o total de 14 amostras, as quais foram analisadas no Laboratório da Estação de Carijós. Foi utilizada a técnica de tubos múltiplos para a caracterização bacteriológica. Na coleta das amostras, o fluxo de água salina foi evitado. Os resultados da análise bacteriológica são apresentados no quadro a seguir:

Quando comparados com o estabelecido na Resolução do CONAMA N° 357 de 17 de Março de 2005 para rios de Classe 1 e 2, os resultados encontram-se muito além dos padrões estabelecidos. A análise bacteriológica realizada em

Page 20: Trabalho de Qualidade de Agua 02

2006 vetou a expectativa na melhoria da qualidade da água esperada devido ao início do funcionamento da rede coletora de esgoto em 2003, na área territorial da Bacia Hidrográfica do Rio Itacorubi.

Políticas públicas para a proteção dos manguezais

As políticas públicas em vigor relacionadas à proteção de manguezais são:

Política Nacional do Gerenciamento Costeiro (PNGC), através do Segundo Programa, que visa à proteção e preservação de ecossistema em região estuarina e o saneamento ambiental;

Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH), que trata do saneamento ambiental da bacia hidrográfica e solução dos conflitos pelo uso da água;

Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), com várias Leis, com destaque para a que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, que estabelece critérios para criação, implantação e gestão de unidades de conservação;

Descrição Preliminar da Metodologia

Empregamos uma pesquisa de cunho exploratório, onde não formulamos

hipóteses a serem testadas, mas através de revisão bibliográfica procuramos

uma compreensão melhor do assunto em questão e da evolução que o

mangue do Itacorubi sofreu nos últimos anos. Principalmente, por que não

havia um grande conhecimento sobre o problema a ser estudado.

Logo, a metodologia aplicada foi:

I) Revisão bibliográfica para compreensão das características do

mangue e a sua evolução dos últimos anos.

II) Caracterizamos a região de estudo por meio de estudos e pesquisas

já realizas.

III) Captamos amostras ao longo da pesquisa para levantar parâmetros

que auxiliasse na avaliação e diagnóstico da atual situação da região

de estudo.

Page 21: Trabalho de Qualidade de Agua 02

Metodologia de coleta das amostras

Utilizamos garrafas pet de água (IMAGEM ?) de 1L respectivamente nomeadas com local, data e horário do momento da coleta.(IMAGEM ?). Depois de coletadas, colocamos as amostras em uma caixa de isopor com gelo para conservá-las e porque elas precisam de abrigo da luz solar. Lacramos bem os frascos de amostra para que o gelo e a água não entrassem em contato, não tendo risco de o gelo diluir a amostra, nem de a amostra contaminar o local dentro da caixa. A limpeza dos frascos que escolhemos é de suma importância também. Por isso lavamos todas as garrafas e tampas com água destilada, para evitar que algum contaminante modifique a amostra.

Ao coletarmos a amostra, utilizamos luvas de proteção de látex, e posicionamos a garrafa contra a correnteza para evitar coletar muito material em suspensão, como folhas e detritos. Antes da coleta, enchemos as garrafas com água do mangue duas vezes, para garantir que a amostra esteja em um ambiente que não irá alterar suas propriedades físico-químicas e bacteriológicas, garantindo uma certeza maior nos resultados. Realizamos a coleta aproximadamente abaixo de 30 cm da lamina d’água.

Para garantir resultados confiáveis, fomos imediatamente para o laboratório para medir o seu pH. O indicado seria determinar o pH da amostra em campo no intervalo de 15 minutos, porém, só possuímos o aparelho em laboratório. Após a medição do pH, começamos os próximos procedimentos para análises, como nos foi ensinado nas aulas de laboratório da disciplina Qualidade da água, podendo coletar resultados de análise ao longo do dia ou no dia seguinte – como no caso da análise para coliformes -. O prazo do tempo de coleta e análise foi estabelecido pela tabela apresentada em sala de aula da disciplina de Qualidade de Água. (IMAGEM 07).

Definimos três locais para a amostragem ao decorrer do corpo hídrico, que foram:

1.

2.

3.

Page 22: Trabalho de Qualidade de Agua 02

Variáveis

Classificação da água do Mangue

Os parâmetros analisados da água do mangue e sua classificação foram baseados na Resolução CONAMA nº 357.

Onde temos a seguinte classificação pela resolução no Capítulo I, Art. 2º:

“Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

I - águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 ‰;

II - águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 ‰ e inferior a 30 ‰;

III - águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 ‰. “.

Os manguezais são corpos d’água que sofrem influência diretamente das marés, o que altera a sua salinidade. Quando temos maré enchente, as águas salgadas estão invadindo a área e o solo fica predominantemente salino, já nas marés baixas, as águas doces inundam as margens dos rios cobertas pelo mangue e "invadem" o estuário, predominando, então a baixa salinidade. Por isso, apresentaremos as duas classificações e seus respectivos parâmetros, retiradas da resolução.

No Capítulo II, Art. 5º as águas salinas são classificadas como:

I - classe especial: águas destinadas:

a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral; e

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:

a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000;

b) à proteção das comunidades aquáticas; e

c) à aqüicultura e à atividade de pesca.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:

Page 23: Trabalho de Qualidade de Agua 02

a) à pesca amadora; e

b) à recreação de contato secundário.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) à navegação; e

b) à harmonia paisagística.

Já o Capítulo 6º da resolução, Art. 6º prevê que as águas salobras são classificadas como:

I - classe especial: águas destinadas:

a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral; e,

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:

a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à aqüicultura e à atividade de pesca;

d) ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional ou avançado; e

e) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película, e à irrigação de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:

a) à pesca amadora; e

b) à recreação de contato secundário.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) à navegação; e

b) à harmonia paisagística.

Variáveis analisadas

Baseado na resolução CONAMA 357/2005 e no aprendizado ao decorrer do semestre na disciplina de Qualidade de Água, os parâmetros a serem estudados são:

Page 24: Trabalho de Qualidade de Agua 02

pHO Potencial Hidrogeniônico (pH) consiste num índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer, determinado pelo logaritmo de base 10 da concentração do íon hidrônio. Esse parâmetro é importante, já que valores de pH muito afastados da neutralidade tendem a afetar o ecossistema e seu desenvolvimento.

Condutividade

Medida que um meio aquoso tem de conduzir corrente elétrica. A condutividade da água se dá pela presença de íons, e pode ser relacionada com o teor de sólidos dissolvidos.

TurbidezÉ decorrente da presença de sólidos orgânicos e inorgânicos, em suspensão ou estados coloidais. A turbidez é a característica da água de impedir a passagem da luz, ocasionada pelos sólidos presentes. Sendo que a passagem da luz para o meio aquático é importantíssimo para o seu desenvolvimento, e o aumento da turbidez de uma água pode ser decorrente de desmatamento ou ainda a presença de esgotos domésticos.

CorA água pode apresentar certa coloração devido à presença de resíduos orgânicos, extratos vegetais, íons e outros. A cor é classificada em cor aparente e verdadeira. Cor aparente é a coloração da água devido à matéria orgânica em suspensão. E a cor verdadeira é a coloração da água devido as substâncias coloidais e dissolvidas.

Sólidos Totais

Sólidos totais são aqueles sólidos que após a secagem em 104ºC permanecem, sendo eles de fonte mineral como orgânica. Os sólidos na água causam alteração na cor, sabor, problemas de corrosão e turbidez.

FerroO Ferro é uma variável predominante em águas naturais em associação com o manganês, oriundos de solos arenosos, pântanos ou terrenos de aluvião. Em solos como da região de estudo, a matéria orgânica se decompõe, consumindo uma taxa de oxigênio e produzindo gás carbônico, o que solubiliza os compostos de ferro. Quando a água apresenta uma coloração marrom, normalmente é ocasionada pela presença de ferro na forma férrico (Fe+3), que foi oxidada do ferro na forma ferroso (Fe+2), e essa água é rica em oxigênio.

Coliformes Totais e Fecais

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Coliformes totais, denominados também de termotolerantes, são bactérias que atuam no trato intestinal de animais. Também faremos a análise da bactéria E. Coli, que pertence ao grupo coliforme fecal, e vive no trato intestinal de animais e homens, sendo que fora do trato intestinal não sobrevive por muito tempo. Logo quando temos uma grande quantidade dessa bactéria em um ambiente, podemos concluir que existe um lançamento continuo de esgoto doméstico.

Dureza das águas

A dureza de uma água é a característica que a mesma possui de resistir à formação de espuma com o sabão.

Valores permitidos para um corpo d’água

A resolução classifica as águas doces como classe 2, enquanto as águas salobras e salinas como classe 1. Conforme os parâmetros mencionados, a Resolução CONAMA 357/2005 prevê no Capítulo 3, Art. 18, valores máximos permitidos para um corpo d’água salina, os seguintes valores:

Óleos e graxas visualmente ausentes; Materiais virtualmente ausentes; pH entre 6,5 e 8; Ferro dissolvido no máximo 0,3mg/L Fe; Substâncias que produzem odor e turbidez, virtualmente ausentes;

A Resolução CONAMA 357/2005 prevê no Capítulo 3, Art. 21, valores máximos permitidos para um corpo d’água salobra, os seguintes valores:

Óleos e graxas visualmente ausentes; Materiais virtualmente ausentes; pH entre 6,5 e 8,5; Ferro dissolvido no máximo 0,3mg/L Fe; Substâncias que produzem odor e turbidez, virtualmente ausentes;

Cronograma

Data AtividadeDisponibilização do projeto do trabalho no Moodle

31/10 Disponibilização da parte inicial do trabalho no Moodle16/11 Coletamos a Amostra do Mangue no período Matutino

16/11Análise das variáveis no LIMA (Laboratório Integrado do Meio

Ambiente)17/11 Retorno ao LIMA para finalização das análises

Page 26: Trabalho de Qualidade de Agua 02

23/11Finalizamos o trabalho, com todas as revisões e referências

bibliográficas e os dados que coletamos das análises.24/11 Disponibilização do Trabalho concluído no Moodle26/11 Apresentação em sala presencial

Resultados das Análises

Conclusão

Referências Bibliográficas

BERNARDY, Rógis Juarez. Uso de sensoriamento remoto para análise ambiental do Parque Manguezal do Itacorubi, Florianópolis – SC. Dissertação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil: Florianópolis, 2000. Disponível em: <repositorio.ufsc.br>. Acesso em: 21 de outubro de 2015.

TRINDADE, Larissa Carvalho. Os manguezais da Ilha de Santa Catarina frente à antropização da paisagem. Dissertação de Mestrado da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo: Florianópolis, 2009. Disponível em: <repositorio.ufsc.br>. Acesso em: 21 de outubro de 2015.

VIEIRA, Sálvio José. Transdisciplinaridade aplicada à Gestão Ambiental de Unidade de Conservação. Estudo de Caso: Manguezal do Itacorubi. Florianópolis/SC. Sul do Brasil. Tese de Doutorado da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil: Florianópolis, 2007. Disponível em: <repositorio.ufsc.br>. Acesso em: 21 de outubro de 2015.

CETESB. Guia Nacional de coleta e preservação de amostras. Editora Athalaia Gráfica e Editora: Brasília, Distrito Federal, 2011. Disponível em: “http://laboratorios.cetesb.sp.gov.br/wp-content/uploads/sites/47/2013/11/guia-nacional-coleta-2012.pdf “. Acesso em: 30 de outubro de 2015.

REFERÊNCIAS DAS IMAGENS

Page 27: Trabalho de Qualidade de Agua 02

Anexos

IMAGEM 01 - Ecossistemas Mangueis

IMAGEM 02 - Flora e fauna

IMAGEM 03 - Manguezal do Itacorubi

IMAGEM 04 - Avicennia schaueriana (Mangue Preto) - Especie predominante no Manguezal

Page 28: Trabalho de Qualidade de Agua 02

MAGEM 05 E IMAGEM 06 - Ação Antrópica no Manguezal do Itacorubi

Parâmetros Quantidade Mínima PreservaçãoPrazo máximo

para a realização do

ensaioDEMANDA BIOQUÍMICA DE

OXIGÊNIO - DBO51000 Refrigeração 6 horas

Page 29: Trabalho de Qualidade de Agua 02

DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO

100H2SO4 até pH <2 e

Refrigeração7 dias

Ph 50 Analisar imediatamente 15 min

FÓSFORO TOTAL 100Refrigeração com

preservante H2SO448 horas

NITROGÊNIO TOTAL 500Analisar assim que

possível ou adicionar H2SO4 até pH <2

7 dias

SÓLIDOS

(ST, STD,SS, SSed)2000 Refrigeração 7 dias

METAIS 1000 HNO3 até pH <2 6 meses

NITROGÊNIO AMONIACAL 500Analisar assim que

possível ou adicionar H2SO4 até pH <2

7 dias

CLORETOS 100 Refrigeração -

COR 500 Refrigeração 48 horas

CONDUTIVIDADE 500 Refrigeração 28 dias

ALCALINIDADE 200 Refrigeração 24 horas

DUREZA PARCIAL OU TOTAL 100HNO3 ou H2SO4 até

pH <26 meses

SULFATOS 200 Refrigeração 28 dias

NITROGÊNIO (NO3-, NO2

-) 300Analisar assim que

possível, refrigeração48 horas

OXIGÊNIO DISSOLVIDO eletrodo

300 Analisar imediatamente15 minin loco

TEMPERATURA - Analisar imediatamente 15 min

TURBIDEZ 100Plástico: Analisar no

mesmo dia; Vidro:24 h refrigeração

24 horas

IMAGEM 07 – Tabela de Período pós coleta para análises