trabalho de personalidade - tipologia junguiana

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Tipologia Junguiana

Apresentao dos tipos psicolgicos elaborados por Carl Gustav Jung

Breve Contextualizao Carl Gustav Jung, nasceu em 26 de julho de 1875, filho do pastor protestante Johann Paul Achilles Jung e Emille Preiswerk. Cursou a faculdade de medicina de Basilia, para depois especializar-se em psiquiatria. Estudou com Pierre Janet no Hospital de Salptrire. Em 1902, sua tese de doutoramento teve o seguinte tema: "Sobre a psicologia e a patologia dos fenmenos ditos ocultos"; Em 1907 inicia uma amizade com Freud devido a fama de suas publicaes sobre a Dementia Praecox (esquizofrenia). Foi eleito em 1910 primeiro presidente da Associao Internacional de psicanlise (IPA). Em 1913 rompe com Freud e no ano seguinte renuncia ao cargo de presidente e abandona a IPA. Em 1921, publica o livro Tipos Psicolgicos. Termina, dez dias antes de morrer, um ensaio para "O Homem e Seus Smbolos. Morre em 6 de junho de 1961.

Tipos Psicolgicos Palavras como "introvertido" e "extrovertido" fazem parte da nossa linguagem quotidiana. Se algum tmido, costumamos dizer que ele introvertido demais, ou descrevemos o sujeito que a alma da festa como "to extrovertido!".

Entretanto os termos introverso e extroverso foram criados por Jung, no como sinnimos rebuscados de timidez e exuberncia, mas sim com um sentido psicolgico preciso, em que eles descrevem a direo preferencial que o fluxo da energia psquica assume em cada um de ns.

Tipos Psicolgicos Os tipos psicolgicos, criados por Jung, baseiam-se na maneira como o movimento da energia psquica (libido) se processa em relao s pessoas, aos objetos, aos animais, s outras circunstncias e condies do prprio ambiente, objetivando o entendimento das dificuldades ou facilidades nos nossos relacionamentos e no nosso modo de enfocarmos o mundo. O modelo junguiano apresenta duas ATITUDES de personalidade e quatro FUNES de orientao.

Atitudes Psicolgicas As atitudes, extroverso e introverso, so as formas psicolgicas de adaptao do indivduo ao mundo, quer seja exterior ou interior. Elas no podem existir ao mesmo tempo na conscincia, mas podem alternar-se. Assim sendo, um indivduo pode ser extrovertido numa situao e introvertido em outra. Porm, uma dessas atitudes predominar, na vida do sujeito, por toda a sua existncia. Na extroverso, uma atitude objetiva, o indivduo foca sua ateno no ambiente externo, adaptando-se com mais facilidade s situaes do mundo exterior, pois se preocupa em inteirar-se com as coisas e com as pessoas. J na introverso, que uma atitude subjetiva, esse direcionamento se d para o mundo interior e para os seus processos internos, o que torna esse indivduo introspectivo e retrado.

Atitudes PsicolgicasSimplificando bastante, numa pessoa extrovertida, a energia flui de dentro para fora, de modo que seu foco de interesse est nos objetos e relaes externas, no mundo exterior.

Num indivduo Introvertido, pelo contrrio, a energia flui para dentro e a conscincia se volta mais para o mundo interior - a psique, o inconsciente, a imaginao. Isso no quer dizer que pessoas introvertidas no tenham fases de extroverso ou vice-versa: a classificao denota apenas o sentido preferencial do fluxo.

Atitudes Psicolgicas Caractersticas da extroverso: O movimento da libido se d em direo ao mundo exterior. O objeto e a realidade exterior so de vital importncia. Tem uma natureza saliente e franca. Adapta-se com facilidade s situaes diversas. Tem medo do que est dentro. Gosta de viajar, encontrar novas pessoas conhecer novos lugares. Para o extrovertido, o introvertido um chato e negativo.

Atitudes Psicolgicas Caractersticas da introverso: O movimento da libido se d em direo ao mundo interior. A realidade interior de vital importncia. Tem natureza vacilante, meditativa e isolada. Recua diante das situaes e est sempre na defensiva. As foras motivadoras vm de fatores internos ou subjetivos. Considera o extrovertido fanfarro e superficial.

Funes Psicolgicas Alm disso, de acordo com Jung, a interao entre a conscincia e a realidade (tanto exterior quanto interior) mediada por quatro funes psquicas, quatro modos de apreenso e avaliao do mundo, que so: Pensamento, Sentimento, Sensao (ou Percepo) e Intuio (que pode ser descrita como a apreenso imediata de padres e relaes, em vez de objetos isolados). Essas quatro funes se dividem em dois pares opostos: duas funes racionais, Pensamento e Sentimento, e duas funes irracionais, Sensao e Intuio. Pode parecer estranho qualificar o sentimento como uma funo racional, mas preciso entender o que esse termo significa no vocabulrio junguiano. Grosso modo, o papel das funes racionais avaliar os dados coletados pelas funes irracionais. O sentimento responsvel por estabelecer juzos de valor. Ou seja, uma funo racional.

Funes Psicolgicas As funes dividem-se em dois grupos: Racionais e IrracionaisRacionais - pensamento e sentimento baseiam-se num processo reflexivo procurando avaliar e julgar internamente as suas relaes com o mundo. Pensamento (ar): a funo cujo processo associativo de idias busca conceituar ou solucionar um problema. Portanto, trata-se de uma funo extremamente intelectual . Os indivduos pensamento so reflexivos, planejadores e julgam atravs da lgica Sentimento (gua): Sendo uma funo avaliadora aceita ou da rejeita uma idia, avaliando o sentimento agradvel ou desagradvel proporcionado por tal idia. Os indivduos sentimento so discriminatrios e reflexivos e tomam as decises pelo julgamento de valores prprios como o certo ou o errado; o bom ou o mau.

Funes Psicolgicas Irracionais - sensao e intuio so estados mentais que crescem atravs de estmulos atuantes no indivduo, que percebe o mundo alm da lgica e da razo. Sensao (terra): A percepo do mundo se d atravs das experincias conscientes que estimulam os cinco sentidos, alm das sensaes do interior do corpo. Intuio (fogo): uma experincia imediata que no exige nenhum julgamento e surge do nada. Os indivduos vem o que est no mundo interior, percebendo o mundo atravs do inconsciente.

Funes Psicolgicas Todos ns temos as quatro funes, mas no na mesma medida. Via de regra, uma delas mais desenvolvida que as outras - a nossa funo principal, nossa via de acesso preferencial ao mundo, a ferramenta mais importante que usamos para construir a nossa realidade e a funo que a nossa conscincia maneja com mais desenvoltura. O corolrio disso que seu oposto no par ser nossa funo menos desenvolvida, o que os junguianos chamam de funo inferior. Alm da funo principal, temos uma outra funo relativamente desenvolvida, que a funo secundria. Se a minha funo principal uma das funes racionais, a minha funo secundria ser irracional, e vice-versa. Juntas, elas formam uma dupla funcional - a funo irracional coleta os dados e a funo racional os interpreta. Normalmente, o plo oposto da funo secundria tambm pouco desenvolvido. Assim, se a minha funo secundria a Sensao, as chances so de que minha Intuio tambm opere como uma funo inferior.

Funes Psicolgicas Por exemplo, se a minha funo principal o Pensamento, minha funo inferior ser o Sentimento. A mesma coisa vale para a Intuio e a Sensao: se eu sou um tipo intuitivo, no costumo prestar muita ateno s minhas sensaes, meu interesse vai se voltar para os padres gerais; reciprocamente, se a minha funo dominante a Sensao, eu terei pouca conscincia dos padres gerais e vou me concentrar nas percepes imediatas.

Funes Psicolgicas A superior aquela mais desenvolvida ou mais usada e est subordinada ao ego, enquanto que a inferior inconsciente e, portanto mais livre e independente. Uma faz oposio outra. As funes auxiliares, sejam racionais ou irracionais, sempre diferem da funo principal ou superior. Relembrando o esquema ... Pares de opostos: racionais e irracionais Par racional: pensamento e sentimento Par irracional: intuio e sensao Funo superior, funo inferior, funo auxiliar ou segunda funo, terceira funo e funo inferior

Funes Psicolgicas A sensao constata o que est realmente presente; o pensamento nos permite conhecer o que significa este presente; o sentimento, qual o seu valor; a intuio, finalmente, aponta as possibilidades do de onde e do para onde que esto contidas neste presente Jung, C. G. Tipos psicolgicos, p.497. Ed. Vozes.

importante ressaltar o carter dinmico da tipologia, j que muito embora tipo psicolgico permanea fundamentalmente o mesmo, com o amadurecimento h uma tendncia maior integrao conscincia das funes menos desenvolvidas, havendo maior harmonizao da personalidade em sua funes e atitudes.

Os Tipos Pensamento Extrovertido: Tm a vida governada pelo pensamento. So organizados e prticos. Fazem os projetos funcionarem. Tm como parmetros as ideias, os ideais, as regras e os princpios objetivos. So: Executivos, estrategistas. Funo Inferior: Sentimento Introvertido.

Os Tipos Pensamento Introvertido: Valorizam as idias do ponto de vista do sujeito, no do objeto. Interessam-se pela produo de idias novas. Facilmente se perdem no mundo da fantasia. No so prticos, so mais tericos. No se deixam influenciar. So: Pesquisadores; Matemticos tericos; Filsofos. Funo Inferior: Sentimento Extrovertido

Os Tipos Sentimento Introvertido:

So difceis de serem compreendidos, pois seu exterior pouco revela. Do a impresso de no possurem nenhum sentimento. So pessoas reservadas e de difcil acesso.

Tm aparncia de autoridade. Evitam festas e aglomerados, pois sua funo avaliadora do sentimento paralisa-se quando muitas coisas ocorrem ao mesmo tempo. Podem parecer frios ou indiferentes. So: Artistas de uma forma geral. Funo inferior: Pensamento Extrovertido

Os Tipos Sentimento Extrovertido:

Procuram relaes harmoniosas com o ambiente. So orientados pelos dados objetivos. No precisam pensar se algo ou algum lhes importa; sabem. O pensamento est subordinado ao sentimento. So vulnerveis ao objeto amado. Fazem amizades rapidamente, pois tm boa conversa. So: Relaes pblicas e atividades a fins. Funo Inferior: Pensamento Introvertido.

Os Tipos Sensao Introvertida: So guiados pela intensidade da sensao subjetiva. Pouco capazes da compreenso objetiva. Tendem a recuar do mundo exterior e seus problemas. H uma ruptura entre a conscincia e o corpo fsico. Tm pouca capacidade racional de julgamento para classificar coisas. No compreendem a si prprios. So: Aqueles que tm fantasias profticas sombrias. Funo Inferior: Intuio Extrovertida.

Os Tipos Sensao Extrovertida: Tm percepo dos fatos bem desenvolvida. Suas reaes dependem do prprio objeto. Procuram pessoas ou situaes que provoquem fortes sensaes. O amor depende do atrativo fsico da pessoa amada. Tm bom gosto esttico. No esquecem compromissos e so pontuais. Adoram festas, esportes, comits. So: Atletas, Profissionais da moda, Homens de negcio, etc. Funo Inferior: Intuio Introvertida.

Os Tipos Intuio Introvertida: Dirigem-se para os contedos do inconsciente. No se comunicam bem e so mal compreendidos. So confusos, perdendo-se facilmente. Esquecem compromissos e so desorganizados. Tm vaga noo do seu prprio corpo fsico. Possuem uma misteriosa capacidade de pressentir o futuro. So: Videntes, Profetas, Artistas, Xams. Funo Inferior: Sensao Extrovertida.

Os Tipos Intuio extrovertida:

Tm grande capacidade de percepo. Vem atravs da camada externa. Esto sempre espreita de novas oportunidades. Do pouca ateno ao corpo, no percebendo quando esto cansados ou famintos. Sentem-se prisioneiros de situaes estveis.

So: Empresrios inovadores, capites de indstria, corretores de valores, estadistas. Funo Inferior: Sensao Introvertida.

Os TiposCombinando as duas formas de orientao da energia psquica com as quatro funes, e levando em conta a funo principal e a secundria, Jung chegou a dezesseis tipos psicolgicos bsicos, que so:1. Intuio Pensamento Introvertido (funes inferiores: Sensao Sentimento Extrovertidos). 2. Intuio Pensamento Extrovertido (funes inferiores: Sensao Sentimento Introvertidos). 3. Intuio Sentimento Introvertido (funes secundrias: Sensao Pensamento Extrovertidos). 4. Intuio Sentimento Extrovertido (funes secundrias: Sensao Pensamento Introvertidos). 5. Pensamento Intuio Introvertido (funes inferiores: Sentimento Sensao Extrovertidos). 6. Pensamento Intuio Extrovertido (funes inferiores: Sentimento Sensao Introvertidos). 7. Pensamento Sensao Introvertido (funes inferiores: Sentimento Intuio Extrovertidos). 8. Pensamento Sensao Extrovertido (funes inferiores: Sentimento Intuio Introvertidos). 9. Sensao Pensamento Introvertido (funes inferiores: Intuio Sentimento Extrovertidos). 10.Sensao Pensamento Extrovertido (funes inferiores: Intuio Sentimento Introvertidos). 11.Sensao Sentimento Introvertido (funes inferiores: Intuio Pensamento Extrovertidos). 12.Sensao Sentimento Extrovertido (funes inferiores: Intuio Pensamento Introvertidos). 13.Sentimento Intuio Introvertido (funes inferiores: Pensamento Sensao Extrovertidos). 14.Sentimento Intuio Extrovertido (funes inferiores: Pensamento Sensao Introvertidos). 15.Sentimento Sensao Introvertido (funes inferiores: Pensamento Intuio Extrovertidos). 16.Sentimento Sensao Extrovertido (funes inferiores: Pensamento Intuio Introvertidos).

Os Tipos Podemos notar que a orientao da energia psquica tambm invertida: se a atitude da conscincia extrovertida, o inconsciente ser introvertido. Da mesma forma, uma conscincia introvertida corresponde a um inconsciente extrovertido.) Na dcada de 40, as psiclogas Katharine Cook-Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers desenvolveram um questionrio para definir o tipo psicolgico que foi imediatamente adotado por boa parte da comunidade junguiana (e no s), o Myers-Briggs Type Indicator, ou MBTI. tipologia original de Jung, elas acrescentaram um outro fator, que saber se a postura que predomina no sujeito de avaliao ou de percepo do mundo. O foco dos tipos perceptivos (na nomenclatura do MBTI, classificados como P, de perceiving) est na coleta de informaes, enquanto os tipos avaliadores (J, de judging) se preocupam mais com a interpretao dessas informaes.

Consideraes Finais Devemos ter em mente que esta tipologia pretende ser apenas um sistema representativo, uma aproximao terica da realidade, cujo objetivo facilitar a apreenso consciente da estrutura que subjaz a personalidade individual. Ou seja:Este complicado esquema nada mais que um artificialismo que visa facilitar a compreenso das peculiaridades da personalidade humana, mas na verdade no existe nada alm do que...

...isso