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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SABRINA DOS REIS BRATTIG Trabalho de Iniciação Científica AS RELAÇÕES BILATERAIS ENTRE BRASIL E CUBA NO PERÍODO DE 2003- 2010 ITAJAÍ 2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SABRINA DOS REIS BRATTIG

Trabalho de Iniciação Científica AS RELAÇÕES BILATERAIS ENTRE

BRASIL E CUBA NO PERÍODO DE 2003-2010

ITAJAÍ 2015

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SABRINA DOS REIS BRATTIG

Trabalho de Iniciação Científica AS RELAÇÕES BILATERAIS ENTRE

BRASIL E CUBA NO PERÍODO DE 2003-2010

Trabalho de Iniciação Científica desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientadora: Prof.ª MSc Silvana Rebelo D’Alascio

ITAJAÍ 2015

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Agradeço aos familiares, amigos, colegas de trabalho e professores que me acompanharam nessa jornada e utilizaram de todos seus esforços e artifícios para me tranquilizar e motivar a fazer o meu melhor.

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“O segredo da felicidade é escolher a comédia e largar o drama.”

(Zíbia Gasparetto)

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Sabrina dos Reis Brattig b) Área de estágio Relações Internacionais / Comércio Exterior / Economia c) Orientador de conteúdo Prof. MSc Silvana Rebelo D’Alascio d) Responsável pelo Estágio Prof. MSc. Natalí Nascimento

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RESUMO

A globalização está em constante evolução e mutação, porém, com o passar das décadas, este processo ocorreu de forma tão acelerada a ponto que esta se apresenta na era atual como uma unidade intrínseca na sociedade, que corrobora para a ‘encurtar’ à distância, fazendo com que os países tornem-se cada vez mais interdependentes no quesito de comércio internacional, visto que este é o recurso utilizado para obtenção de serviços e produtos que se fazem necessários para a boa economia da nação. Nesta mesma posição, encontra-se o Brasil que mantém relações bilaterais e multilaterais junto a diversos países. Este trabalho teve como objetivo a apresentação das relações bilaterais existentes entre Brasil e Cuba onde o período compreendido entre os anos 2003 e 2010 foi escolhido não somente como de forma a centralizar a pesquisa, mas buscando a compreensão das relações mantidas dentre estas nações durante o governo do Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como a importância desta associação e os interesses envolvidos. A fundamentação teórica baseou-se em uma pesquisa bibliográfica, através da qual foi aplicada a metodologia de pesquisa qualitativa com fins descritivos, onde a incorporação de gráficos e tabelas teve o papel de demonstrar as estatísticas de comércio destes Estados. Foi identificado um acréscimo significativo no fluxo de relações mantidas entre o Brasil e Cuba neste período, em comparação com os demais anos em que houve relações entre os mesmos, tanto nas questões comerciais e econômicas, como nas relações diplomáticas, levando ao entendimento de interesse mútuo em desenvolver um relacionamento estável e duradouro, que concretizou feitos bastante expressivos nos anos conseguintes. Palavras-chave: Brasil. Cuba. Bilateral Economia. Diplomacia.

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SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................ 8 1.1 Objetivo geral ................................................................................................... 9 1.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 9 1.3 Justificativa da realização do estudo ................................................................ 9 1.4 Aspectos metodológicos ................................................................................. 10

1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados ......................................................... 11

2 Globalização e Comércio Internacional .............................................................. 12

2.1 Globalização ................................................................................................... 12 2.2 Comércio Internacional ................................................................................... 13 2.3 Diplomacia Internacional ................................................................................ 17 3 Brasil: Aspectos Gerais ...................................................................................... 19 3.1 Aspectos Sócio-Geográficos .......................................................................... 19

3.2 Aspectos Histórico-econômicos ...................................................................... 22 4 Cuba: Aspectos Gerais ...................................................................................... 33

4.1 Aspectos Sócio-Geográficos .......................................................................... 33 4.2 Aspectos Econômicos .................................................................................... 35

5 Dados Estatísticos relativos ao Comércio Exterior do Brasil e de Cuba ............ 40 5.1 Brasil ............................................................................................................... 40

5.2 Cuba ............................................................................................................... 45 5.3 Brasil e Cuba .................................................................................................. 51

6 As Relações entre Brasil e Cuba ....................................................................... 54 6.1 A Efetivação das Relações Bilaterais ............................................................. 57 7 Considerações Finais ......................................................................................... 63

Referências ............................................................................................................... 66 Apêndices.................................................................................................................. 78 Anexos ...................................................................................................................... 83

Assinatura dos Responsáveis ................................................................................... 84

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1 INTRODUÇÃO

Desde o início da civilização o comércio foi instrumento fundamental para a

obtenção de produtos e serviços que supririam as necessidades de determinado

grupo, e, com o passar dos séculos, houve ainda a ânsia na busca destes por além

de suas fronteiras, nascendo assim o Comércio Internacional.

Esta forma de troca traz consigo a possibilidade de modernização tecnológica e

melhorias na qualidade vida às partes envolvidas, mas precisa que seu sistema

esteja inteiramente vinculado à política interna dos países, onde poderá ser utilizada

para o equilíbrio social, político e econômico, tornando-se benéfico e indispensável

às mesmas.

Seja pela falta ou excesso de recursos, condições climáticas, qualificação de

mão de obra ou disponibilidade tecnológica, o que se vê na atual esfera econômica

mundial é a interdependência dos países que, por sua vez, não passa de um reflexo

do estreitamento das relações entre as nações.

O período proposto para a seguinte pesquisa caracteriza-se pelo período de

governo do ex-Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva

[apresentado doravante como ‘Lula’], cuja importância e foco dos planos de política

externa são descritos por Paula, Lucht e Dagostini (2006, p. 107) como “[...] não

apenas as políticas comerciais em si, mas também as iniciativas voltadas à

cooperação internacional, a partir de um novo espectro de alianças políticas e de um

projeto de liderança no âmbito do mundo subdesenvolvido.”.

As relações entre Brasil e Cuba foram oficialmente rompidas pelo governo

brasileiro em 19641, após adversidades de contexto global, e vieram a se

reestabelecer 22 anos depois, em 19862, ao fim da ditadura militar brasileira. Estas

se mantiveram discretas até o ano de 20033, onde foram assinados os primeiros

instrumentos de cooperação bilateral entre as nações, efetivando a parceria, com

intenção de dar estabilidade e longevidade ao relacionamento.

Este projeto de pesquisa utilizou ferramentas histórico-econômicas e estatísticas

que, de forma conjunta, levaram ao alcance do objetivo geral de relatar as relações

1 (BRASIL, 1965 apud BEZERRA, 2010, p. 181-182).

2 (TOLEDO, 1986).

3 (BRASIL, 2010).

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bilaterais entre Brasil e Cuba no período de 2003 a 2010 e aos objetivos específicos

que tratam de destacar os principais aspectos econômicos, sociais, geográficos,

políticos e diplomáticos do Brasil e de Cuba; expor os dados das balanças

comerciais e outras estatísticas de comércio que apresentem os principais parceiros

econômicos do Brasil e de Cuba e as trocas comerciais realizadas entre ambos; e

relatar as relações bilaterais ocorridas entre Brasil e Cuba no período de 2003 a

2010.

1.1 Objetivo geral

Relatar as relações bilaterais entre Brasil e Cuba no período que compreende os

anos de 2003-2010.

1.2 Objetivos específicos

Destacar os principais aspectos econômicos, sociais, geográficos,

políticos e diplomáticos do Brasil e de Cuba.

Expor os dados das balanças comerciais e outras estatísticas de comércio

que apresentem os principais parceiros econômicos do Brasil e de Cuba, e

as trocas comerciais realizadas entre ambos.

Relatar as relações bilaterais ocorridas entre Brasil e Cuba no período de

2003 a 2010.

1.3 Justificativa da realização do estudo

A análise das relações bilaterais do Brasil e de Cuba, no período indicado, fez-

se necessária em via de compreender o que houve no contexto do comércio

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internacional de ambos os países e mensurar os efeitos que essas atitudes incitaram

nessas economias, explorando não somente o volume de compra e venda de

produtos e serviços, mas os acordos e parcerias tecnológicas, financeiras,

industriais, agrícolas e sanitárias.

Para a acadêmica que o desenvolveu, o presente estudo terá imensa

importância, seja por ser através deste sua inserção como pesquisadora, por lhe

oferecer a possibilidade de exploração do tema com maior profundidade no decorrer

de sua vida acadêmica, através de outros trabalhos científicos, e também por se

tratar de temática de grande interesse, considerando o estudo mais minucioso das

relações comerciais, bilaterais e diplomáticas dos países.

Com a intenção de contribuir para com a instituição de ensino, Universidade do

Vale do Itajaí – UNIVALI, o referido estudo será disponibilizado aos acadêmicos,

professores e demais interessados, após aprovação da banca avaliadora, podendo

ser utilizado como material de apoio no desenvolvimento de novas pesquisas,

devido à especificidade do assunto e a aplicabilidade de teorias de diversas áreas

de ensino que foram tematizados no decorrer do curso.

Para a sociedade, este se torna relevante devido à análise de um cenário

econômico nacional de um passado recente, considerando como base de estudo as

relações comerciais e diplomáticas realizadas entre os países, apresentando dados

imperativos para o entendimento do comércio internacional e como o mesmo

influencia diretamente nas economias.

Houve viabilidade na elaboração deste trabalho devido a utilização de dados

estatísticos disponibilizados por portais governamentais, livros no embasamento

teórico, periódicos e artigos científicos.

1.4 Aspectos metodológicos

A metodologia utilizada neste projeto de pesquisa foi qualitativa, seguindo da

premissa que:

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É uma estratégia de classificação de um fenômeno aparentemente imponderável que, fixando premissas de natureza ontológica e semântica, instrumentaliza o reconhecimento do evento, a análise de seu comportamento e suas relações com outros eventos. (PEREIRA, 2004, p. 21).

Deve-se acrescentar, conforme Pereira (2004, p. 21), que a pesquisa qualitativa:

“[...] também se ocupa da investigação de eventos qualitativos, mas com referenciais

teóricos menos restritivos e com maior oportunidade de manifestação para a

subjetividade do pesquisador.”.

Quanto aos meios utilizados, indica-se a pesquisa bibliográfica, pois em acordo

com o exposto por Cervo e Bervian (1996, p. 48): “A pesquisa bibliográfica procura

explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em diversos

documentos.”. A escolha justifica-se devido ao fato de que a pesquisa foi realizada

de acordo com material já publicado, constituído principalmente de artigos

científicos, obras literárias para aplicação metodológica e material coletado da

internet. Ruiz (1996, p. 58) diz que: “[...] a pesquisa bibliográfica consiste no exame

desse manancial, para levantamento e análise do que já se produziu sobre

determinado assunto que assumimos como tema de pesquisa.”.

Quanto aos fins, foi utilizada a pesquisa descritiva onde, conforme Cervo e

Bervian (1996, p. 50) discorrem que: “Trata-se do estudo e da descrição das

características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou

realidade pesquisada.”. Mantendo a linha de análise de Cervo e Bervian (1996, p.

50) sobre os fins, vê-se que: “Os estudos descritivos, assim como os exploratórios,

favorecem, numa pesquisa mais ampla e completa, as tarefas da formulação clara

do problema e da hipótese como tentativa de solução.”. Tal fim tem por escopo

expor os dados sem que haja a interferência do pesquisador ou expressão de

opinião durante sua aplicação.

1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados

Os dados coletados para a elaboração deste trabalho de iniciação científica

foram, em sua totalidade, bibliográficos, vista a utilização de dados secundários

publicados em livros, periódicos, internet e fontes governamentais de estatística.

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2 GLOBALIZAÇÃO E COMÉRCIO INTERNACIONAL

Neste capítulo foram identificadas as conceituações dos principais temas

relacionados ao desenvolvimento do projeto, como: a globalização, o comércio

internacional, a interdependência comercial e a diplomacia, nas relações inter

Estados.

2.1 Globalização

Há muito se houve falar deste fenômeno, não somente como uma questão

abstrata, mas como gerador de mudanças, contribuindo com a evolução do homem

e seus adventos. Conforme citado por Keedi (2011, p. 62): “[…] ninguém deve

desconhecer que o processo de globalização, assim como a logística e o comércio

exterior, é uma das primeiras filhas do homem, tendo nascido, praticamente, com

ele”. Ainda assim, apenas a partir dos anos noventa a noção de globalização tornou-

se notável (TIUJO, 2003). Sua difusão é frequentemente associada como uma forma

de explicar as mudanças e os acontecimentos ocorridos no comércio internacional.

Por ser um fator em constante mutação, visto que sua abrangência nos mais

variados aspectos da vida humana, o conceito de globalização foi revisto por

diversos estudiosos com o passar dos tempos, onde cada um dedicou-se em

demonstrá-lo [assim como à seus efeitos] em situações da realidade vivida naquele

momento. Pode-se considerar a proposta de Adolfo (2001 apud Gomes, 2004, p. 22)

como forma de ilustrá-lo em nossa época, pois, de acordo com o mesmo: “A

globalização está ligada diretamente aos aspectos econômicos, tecnológicos e

transnacionais, motivo pelo qual todos devem se integrar, sob pena de sofrer um

processo de seleção natural no sentido evolucionista […]”.

Vê-se a ascendência de outros fatores importantes no processo evolutivo da

humanidade, através do que se deve idealizar e colocar em prática uma forma de

fazer com que a globalização trabalhe em prol do seu criador, evitando que o

contrário ocorra (KEEDI, 2011), tencionando a harmonização em sua existência.

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Toda a forma de avanço tecnológico que age na difusão do conhecimento humano

coopera para que os efeitos da globalização sejam cada vez mais notórios e

tangíveis.

2.2 Comércio Internacional

O comércio surgiu como forma de satisfazer as necessidades do homem num

contexto generalizado, através do qual se realiza a busca de produtos, serviços e

tecnologias de todas as espécies, buscando uma operação justa para as partes

envolvidas e havendo, na maioria das vezes, o intercâmbio de divisas.

O comércio exterior, por sua vez, consiste na transação de mercadorias (bens) e

serviços entre diferentes nações, utilizando os mecanismos da importação e da

exportação que, conforme Keedi (2011, p. 19) explica: “Exportar é o ato de remeter a

outro país mercadorias produzidas em seu próprio território ou em terceiros países

[...]”, enquanto complementa que: “Importar é o ato inverso, ou seja, adquirir em

outro país ou trocar com este, mercadorias de seu interesse [...]”.

Embora sua existência seja interdependente, o Comércio Exterior não é

sinônimo do Comércio Internacional, aonde este segundo vem ao meio das relações

internacionais como elemento regulador das atividades mantidas no primeiro.

O Comércio Internacional, como área específica, é percebido nas trocas comerciais havidas entre as diversas nações que compõem a comunidade mundial, inscrevendo-se na Economia Internacional e submetendo-se ao Direito Internacional Público. O grande ator, nesse contexto, é o Estado soberano, que consente em aceitar as regras universais vigentes. (SOSA, 1996, p. 32).

Quanto da abertura econômica4 de um país, espera-se que os Estados se inter-

relacionem com diversos outros Estados, para que seja possível a diversificação de

compradores e fornecedores, proporcionando maleabilidade nas negociações de

preços e qualidade, além de maior visibilidade do Estado como negociador mundial.

4 De acordo com Azevedo (1997, p. 2) entenda-se por abertura econômica “[...] uma redução da

intervenção do governo, através de uma política comercial menos restritiva”, onde complementa que “[...] uma maior abertura é resultado de um aumento da importância do comércio internacional na economia, através de um incremento da razão entre a corrente de comércio (exportações mais importações) e o PIB.”.

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A participação cada vez maior de um país no comércio mundial significa um aumento nas oportunidades de desenvolvimento e crescimento da sua economia. Países que intendem a importância da sua inserção no movimento mundial de mercadorias, bem como de serviços, aceleram esses processos. (KEEDI, 2011, p. 28).

Como premissa para que haja qualquer tipo de negociação, não apenas

comercial, dentre Estados soberanos há a necessidade de ajustes de diretrizes entre

as partes buscando evitar qualquer discordância futura quanto aos termos de sua

parceria. Como exemplos, citam-se: a seleção de tarifa especial na negociação de

produtos e/ou serviços e as normas técnicas e qualitativas de produtos e/ou

serviços. Para a ratificação do acordado, os países e organizações internacionais

celebram tratados, dirigidos pelas premissas de que as partes envolvidas (duas ou

mais): serão capazes de cumprir com suas cláusulas, de que estejam em total

acordo com as mesmas, que o documento não seja considerado como ilícito pela

comunidade mundial ou que seu planejamento não seja inatingível. Assim, Neves et

al. (2009, p. 19) ponderam que: “Os tratados, fonte mais expressiva do Direito

Internacional, revelam as normas jurídicas adotadas pelos Estados e organizações

internacionais nos mais diversos assuntos.”.

Os acordos comerciais legitimados entre os Estados não devem, ou não

deveriam, restringir o seu mercado de atuação, já que tal atitude os deixaria

vulneráveis mediante mudanças no plano político, comercial ou diplomático ocorrido

em uma das partes. Como uma das hipóteses, essas alterações no comércio

internacional gerariam o déficit do produto / serviço negociado no mercado interno

do país comprador, desestabilizando o seu planejamento econômico e podendo

evoluir à uma crise. Compreende-se assim que a manutenção das relações

comerciais entre os Estados ultrapassa as questões meramente materiais, onde a

compra e venda de mercadorias torna-se uma fração num conjunto amplo de

contatos e ações comerciais. (KEEDI, 2011).

Considerando que os principais agentes no comércio internacional são as

empresas e corporações especializadas nas operações de troca entre países, os

Estados assumiriam o papel normativo e regulamentador da atividade, onde a

introdução de um país neste meio dar-se-ia por diversos motivos.

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No comércio exterior, porém, a própria operação de compra e venda internacional se sujeita a uma autorização dos Estados que jurisdicionam os agentes econômicos da transação comercial. Significa dizer que uma mercadoria não será exportada, nem importada, sem dita autorização estatal [...]. (SOSA, 1996, p. 31).

Pode-se citar como motivações para a inserção de um país no comércio

internacional, as dificuldades de escoamento de determinado produto no mercado

nacional, a sazonalidade do produto e/ou serviço e, até mesmo, empresas que se

qualificam com o intuito de atender apenas, ou em sua maioria, o mercado externo.

Porém, o ponto de partida na maioria dos casos está na capacidade de um país

na produção de determinada matéria prima ou manufatura, em grande quantidade,

levando com que o excedente do consumo interno fosse negociado com outros

países. Os países interessados na compra deste, por sua vez, buscam a importação

como alternativa de regular sua economia, uma vez que não possuem as atribuições

necessárias para suprir as exigências do próprio mercado. Assim, compreende-se a

fala explanatória de Sousa (2009, p. 15) de que: “[...] os países não poderão crescer

sem importar insumos, maquinário e outros equipamentos [...], pois nenhum é

autossuficiente.”.

Houve, com o passar das décadas, a evolução das relações entre os Estados a

um ponto em que o comércio além-fronteiras deixou de ser uma opção, mas uma

premissa da interdependência. Esta é conceituada por Tiujo (2003, p. 234) como:

“[…] um instrumento ou conceito analítico de interpretação da política mundial”, onde

autora ainda esclarece que: “Pela própria força da expressão, [a interdependência]

quer significar dependência mutua, ou seja, a possibilidade de ser afetado por forças

externas e, ao mesmo tempo, ser capaz de afetar tais agentes”.

Uma das formas utilizadas pelos Estados para inter-relacionar-se é através da

bilateralidade. Na visão jurídica, Costa (1973 apud Barza, 2013, p. 1) explica que um

contrato bilateral visa por: “disciplinar um conjunto de relações econômicas e

financeiras desenvolvidas entre nações, associações regionais e organismos

internacionais.”. Assim, Brasil (2015, p. 1) complementa que: “as relações bilaterais

visam à transferência, em caráter não comercial, de conhecimentos técnicos e

experiências [...]”.

Em um contexto geral, os Estados vivem em situação de anarquia técnica, pois,

embora exista uma ordem jurídica horizontal que integra a todos, não existe um

órgão superior de poder ao qual haja necessidade de submissão. Este aspecto fora

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percebido no começo do século XX, quando foram criadas as Organizações

Internacionais, com competências de órgãos de poder.

O mundo atual precisa ter consciência de que somente modelos de ordenação e regulação da convivência, multilateralmente instaurados e aplicados, podem ser o parâmetro para funcionamento do sistema internacional adequado para o maior número possível de Estados […]. (SILVA; CASELLA; BITTENCOURT NETO, 2012, p. 24).

Há, no âmbito internacional, um único órgão dotado de reconhecimento sob as

premissas de solução do sistema monetário, dentro dos considerados ‘padrões de

ética internacional’. Este é a Organização Mundial de Comércio, a OMC, que iniciou

suas atividades na cidade de Genebra, em janeiro de 1995, mediante a

reconfiguração do tratado base do já extinto GATT (General Agreement of Trade and

Tariff). Através da redução de tarifas, eliminação de barreiras não tarifárias, abolição

de práticas de concorrência desleal, aplicação de controle dos acordos comerciais e

arbitragem de contenciosos comerciais, este se propunha a promover um comércio

mais livre e mais justo (JAKOBSEN, 2005).

A OMC, por sua vez, zela não somente pelas questões tarifárias no comércio

internacional, mas pelas mais variadas situações que venham a criar conflitos entre

as nações, utilizando-se do sistema de solução de controvérsias e buscando um

ordenamento na política de ambos. Para solicitar a intervenção do sistema de

solução de controvérsias é encaminhado à parte demandada um pedido de consulta

formal, juntamente da informação ao Conselho-Geral da OMC sobre tal iniciativa.

Mediante o não retorno dentro de 30 dias ou conclusão das consultas em 60 dias, o

ente reclamante pode solicitar que o caso seja analisado por peritos (JAKOBSEN,

2005).

Já membro do GATT, o Brasil tronou-se membro da OMC em janeiro de 1995,

onde participou de mais de 100 disputas de controvérsias, sendo como parte

reclamante, reclamada e terceiro (World Trade Organization, 2014).

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2.3 Diplomacia Internacional

A forma como as negociações ocorrem entre as nações, são conhecidas como

parte integrante da diplomacia, que se apresenta como mecanismo mediador,

buscando auxiliar os seus Estados-pátria a atingirem seus objetivos em questões

estratégicas, comerciais e políticas, utilizando-se de conhecimentos específicos para

tal.

A diplomacia entre os Estados é um fator indispensável no comércio internacional, pois opera como agente conservador destas relações. Destaca-se que, a importância da diplomacia no fortalecimento dos meios pacíficos de solução de controvérsias e na promoção do potencial nacional interno e externo é inegável, onde se utiliza da atuação coordenada na proteção de princípios e interesses nacionais. (SILVA; CASELLA; BITTENCOURT NETO, 2012, p. 57).

Quando uma nação deixa-se representar através de uma pessoa, sendo esta

reconhecidamente capacitada para que, de forma sábia e cortês, auxilie sua pátria

nas relações exteriores e negócios internacionais, se apresenta o Diplomata, que, de

forma branda, é um funcionário do Poder Executivo da nação, especializado na

execução da política exterior (BATH, 1989). O assistencialismo está entre as tarefas

do diplomata, onde os mesmos atuam nas embaixadas dos países, auxiliando os

imigrantes no acesso aos serviços de saúde e justiça trabalhista, entre outros

(RIBEIRO, 2000).

As normas reguladoras da atividade diplomática formam escritas no Tratado de

Viena, neste mesmo lugar, no ano de 1815 e revisadas drasticamente no ano de

1961. Este tratado é reconhecido internacionalmente pelos países membros, e

outorga poderes e deveres aos servidores da função, sendo legitimado pelo Poder

Legislativo brasileiro através do Decreto Legislativo nº 56.435, de 8 de junho de

1965.

No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) é o órgão componente do

Poder Executivo Federal responsável pela política externa do país, regulando sua

formulação e execução e dando mantenimento às relações diplomáticas com demais

países, instituições e organizações de igual reconhecimento. Este foi criado por Dom

João VI, no ano de 1808, no Rio de Janeiro (LAMPREIA, 1999) e está sediado no

Palácio do Itamaraty, em Brasília, desde 1970. São competências do MRE: o

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controle sob a política internacional; as relações diplomáticas e serviços consulares;

a participação nas negociações comerciais, econômicas, jurídicas, financeiras,

técnicas e culturais com Governos e entidades estrangeiras; criação e manutenção

de programas de cooperação interacional e de promoção comercial; bem como

apoiar delegações, comitivas e representações brasileiras em agências e

organismos internacionais e multilaterais (MRE, 2014).

Interligado ao MRE, está o Instituto Rio Branco (IRBr) que é, desde 1945, o

responsável pela seleção e treinamento dos diplomatas brasileiros, onde se

lecionam os três cursos que um diplomata deve integrar no decorrer de sua carreira:

Curso de Formação de Diplomatas, o Curso de Aperfeiçoamento de Diplomatas

(CAD) e o Curso de Altos Estudos (CAE). Para admissão na carreira diplomática, é

necessária a aprovação no Concurso de Admissão do IRBr, e somente assim, será

assumido o cargo de Terceiro Secretário, tendo como linha de sucessão: Segundo-

Secretário, Primeiro-Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro

de Primeira Classe (Embaixador) (IRBR, 2014).

O Instituto Rio Branco pode ser visto também como um centro de socialização de valores, repartições de princípios, consolidação do conhecimento e de fomento a constituição de um espírito de grupo, que fundamentalmente tornou o Ministério das Relações Exteriores uma organização diferenciada pela coesão durante um longo período de sua história. (BARROS, 1986 apud FIGUEIRA, 2010, p. 9).

A carreira diplomática busca alinhar o conhecimento adquirido pelo ingressante,

em seu curso superior, aos elementos básicos da formulação e execução da política

externa nacional, auxiliando nas questões práticas da função e mantendo a

excelência nas tradições, mas sempre se renovando mediante as necessidades do

cenário mundial.

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3 BRASIL: ASPECTOS GERAIS

Este capítulo tem como princípio cumprir, de forma segmentada, o primeiro

objetivo específico da pesquisa, identificando os principais aspectos geográficos,

políticos, sociais e econômicos do Brasil.

3.1 Aspectos Sócio-Geográficos

Figura 1 - Mapa político do Brasil

Fonte: IBGE (2014)

O Brasil ou, oficialmente, República Federativa do Brasil, está localizado na

parte leste da América do Sul e possui uma área territorial de aproximadamente 8,5

bilhões de quilômetros quadrados (IBGE, 2014), sendo considerado um país

continental com a quinta maior extensão territorial do mundo (VESENTINI, 1998). O

país têm uma faixa litorânea de 7.491 Km ao leste e faz divisa com Colômbia,

Guiana Francesa, Guiana, Suriname e Venezuela ao norte, Argentina, Bolívia,

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Paraguai e Peru ao oeste e, por fim, Uruguai ao sul (PORTAL BRASIL, 2014). Seu

idioma oficial é o Português e a moeda corrente é o Real (BCB, 2014).

Devido a sua grande extensão, o clima nacional é bastante variado, sendo que

as regiões próximas à linha do Equador (ao norte) registram um clima mais úmido,

no sul identifica-se um clima subtropical (menos úmido e mais frio) e, nas as regiões

restantes, este é geralmente quente e úmido. O ponto mais alto do país é o Pico da

Neblina, com 2.993 metros (SUSIN, 2014).

A maior parte do território nacional é composta de montanhas geologicamente antigas, das quais cerca de 57% se encontra, sobre um planalto que varia de 200 a 900 metros de altitude; 40% consistem em planícies com elevação inferior a 200 metros e 3% ultrapassam 900 metros. (BAER, 2009, p. 27).

O país é divido de forma político-administrativa em 26 estados e o Distrito

Federal, sendo estes constituídos por comarcas, municípios e distritos. Os estados

também são agrupados em regiões, sendo elas: Centro-Oeste, Nordeste, Norte,

Sudeste e Sul, que surgiram com o intuito de auxiliar em interpretações estatísticas,

na criação e execução de gestões públicas de interesse comum e orientação para o

governo na aplicação de politicas públicas. (PORTAL BRASIL, 2014). O Distrito

Federal abriga a capital do país, Brasília.

O sistema governamental é a República Federativa Presidencialista, onde o

Chefe de Estado e do Governo, o Presidente da República, é escolhido pelo povo

por um mandato de tempo determinado. O poder nacional é divido de forma

tripartida: Executivo, Legislativo e Judiciário, onde todos trabalham de forma

harmônica e independente (PORTAL BRASIL, 2009).

São utilizados três diferentes fusos horários, sendo que o primeiro engloba ilhas

localizadas no mar territorial nacional, em Tempo Universal Coordenado (UTC) -2h,

o segundo é o UTC -3h que compreende as regiões Nordeste, Sudeste, Sul, o

estado de Goiás e o Distrito Federal, além do UTC -4h que abrange a região Norte e

de mais estados da região Centro-Oeste. Somente sob as áreas em UTC -3h é

aplicável o horário de verão, onde, do terceiro domingo do mês de outubro a zero

hora do terceiro domingo do mês de fevereiro, há o adiantamento dos relógios em

1h, mantendo esta região em UTC -4h. (APOLO 11, 2014).

Segundo estimativas do IBGE, a população do país em julho de 2014 era de

202,7 milhões de habitantes, apresentando uma taxa de crescimento de 0,86% entre

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os anos de 2013 e 2014 (IBGE, 2014). A densidade demográfica é de 23,73

habitantes por km² (PORTAL BRASIL, 2014). Em 2010, aproximadamente 84,36%

na nação vivia nas zonas urbanas, cerca de 160 milhões de pessoas, enquanto os

demais 15,64% viviam em zonas rurais. Conforme Baer (2009, p. 30): “Uma

característica notável sobre a distribuição regional da população no Brasil é o grau

de concentração dentro de umas poucas centenas de quilômetros da costa

marítima”, situação demonstrada claramente através do mapa apresentado na

Figura 2 deste trabalho. De acordo com sua legenda, cada ponto do mapa

representa dez mil habitantes.

Figura 2 – Mapa da distribuição da População Absoluta Brasil 2010

Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento Regional do Rio Grande do Sul (2013).

A população divide-se, num contingente étnico-racial, em 46,2% de brancos,

45,0% pardos, 7,9% pretos e 0,8% de indígenas e amarelos (IBGE, 2008). Quanto

as religiões, a população se divide entre: Católicos (68,2%), Evangélicos

Pentecostais (13%), Sem religião (6,7%), Evangélicos de Missão (4,5%), Outras

Religiões (3,1%), Evangélicos sem vínculos (2,9%), Espíritas e Kardecistas (1,6%)

(IBGE, 2010).

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O Brasil está posicionado em oitavo colocado no ranking mundial de

analfabetismo, onde 9,6% das pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler e

escrever (IBGE, 2010). O acesso a educação é um direito assegurado ao cidadão

brasileiro pelo Artigo 6º da Constituição Federal do Brasil (CONSTITUIÇÃO

FEDERAL, 1988) e, apenas através deste, que a população capacita-se a exercer

seus direitos e deveres perante a sociedade, ter uma melhor qualificação trabalhista

e possui uma vida sem pobreza.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) publicado no ano de 2013

posicionou-o na 79º posição mundial, com uma taxa de 0,744 (considerando que o

valor máximo auferido é 1 e o mínimo é 0). De acordo com o Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) o cálculo deste índice incorpora as

questões de saúde – vida longa e saudável; educação –, acesso ao conhecimento e

renda – Renda Nacional Bruta (RNB) expressa em Poder de Paridade de Compra

(PPC); com o princípio de fomentar as discussões sobre o bem-estar populacional.

(PNUD, 2014). No mesmo período, a expectativa média de vida do brasileiro era de

74 anos (WORLD BANK, 2014).

3.2 Aspectos Histórico-econômicos

A economia brasileira passou por diversos ciclos ao longo da história. Em cada

ciclo, um setor específico foi explorado e privilegiado, o que provocou diversas

mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade brasileira.

Conforme Lacerta et al. (2000, p. 9) este fenômeno é visto pela teoria econômica

como: “flutuações nas atividades econômicas da era industrial, ou seja, alternância

de períodos de expansão e de contração econômicas.”.

O Brasil foi descoberto por Pedro Alvarez Cabral, em nome de Portugal, no ano

de 1500 e sua colonização iniciou-se de fato em 1530, quando a coroa portuguesa

temia perder as terras para invasores, que já retiravam as cascas do Pau-Brasil

levando-as à Europa (HISTÓRIA DO BRASIL, 2014), fazendo deste o primeiro

produto a ser exportado do país e o primeiro ciclo do comércio internacional.

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Conforme nos conta Baer (2009, p. 32), o segundo ciclo da economia nacional

foi o de açúcar, onde: “Seu cultivo [da cana-de-açúcar] foi introduzido

aproximadamente em 1520 e trazido ao continente brasileiro por usineiros imigrantes

e comerciantes de açúcar vindos de ilhas do Atlântico dominadas por Portugal.”. Sua

principal área de produção era a Zona da Mata, área úmida e litorânea do Nordeste,

que, além de oferecer o clima ideal para o cultivo, era de fácil acesso para a

exportação à Europa e o recebimento de mão-de-obra escrava vinda da África.

Neste período, a administração da colônia estava instalada em Salvador, hoje capital

do estado da Bahia (BAER, 2009). Este ciclo perdurou até o final do século XVII,

onde o açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas gerou desinteresse na

produção brasileira, por ter melhor preço e qualidade. Ressalta-se, porém, que a

comercialização internacional do produto não foi interrompida por completo,

seguindo até o final do século XVIII (HISTÓRIA DO BRASIL, 2014).

No fim do século XVII o centro da atividade econômica nacional foi alterado para

os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, com a descoberta de ouro e

pedras preciosas na região. Presume-se que, durante o século XVIII, o Brasil tenha

produzido metade de ouro mundial, através de onde se iniciou o terceiro ciclo de

exportação do Brasil (BAER, 2009). Com a nova atividade mineradora, houve grande

volume de migração à região central do país, incentivando a criação de cidades e

centros de serviços próximos às áreas exploradas e o aumento na produção agrícola

e pecuária [tendo visto que o transporte de minério era feito por meios de animais].

Este, que influenciou também nas economias das regiões Sul, Nordeste e no estado

de São Paulo (BAER, 2009). O centro econômico nacional foi transferido para a

cidade do Rio de Janeiro, uma vez que seu porto serviu como principal ponto de

saída do ouro e entrada dos produtos manufaturados. Este ciclo se encerrou no final

no século XVIII, onde as principais minas operadas foram dadas por esgotadas.

O Brasil teve sua independência de Portugal declarada por Dom Pedro I no ano

de 1822, a partir de onde ele se tornou imperador, sendo sucedido por seu filho,

Dom Pedro II, após nove anos de regências (HISTÓRIA DO BRASIL, 2014). Durante

todo o século XIX, o país viveu de trocas com a Grã-Bretanha, onde se exportava

matérias-primas e alimentos, e se importavam produtos manufaturados (BAER,

2009).

O quarto ciclo econômico nacional, e talvez o mais importante de todos, foi o do

café. O plantio do grão foi introduzido ao país no século XVIII, mas era consumido

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na Europa como uma especiaria, estando ao alcance apenas das elites. Mediante o

aumento da qualidade de vida europeia [pós Revolução Industrial], o produto

começou a ser consumido em grandes escalas e, o Brasil, tornou-se seu maior

fornecedor. (BAER, 2009). Este foi produzido nos estados do Rio de Janeiro e São

Paulo, onde o porto de Santos ganhou notoriedade e foi considerado o principal

ponto de escoamento do produto às exportações. A queda deste ciclo iniciou-se com

a super oferta do produto em vista da demanda mundial e culminou com a Primeira

Guerra Mundial e a quebra da Bolsa de Nova Iorque de 1929. Sendo os Estados

Unidos da América o maior comprador de café do mundo, o ‘Ouro Negro’ foi

transformado em produto supérfluo e o Estado teve que intervir de forma efetiva para

manter seu preço no mercado.

No entanto, a crise mundial de 1929 encontrou a economia brasileira bastante fragilizada devido à grande dependência e vulnerabilidade externa. Com isso, ocorre o rompimento do modelo primário-exportador, que era a base da economia até então e que tinha a agropecuária como setor dinâmico que, “além de produzir os alimentos requeridos pela população urbana, obtinha através de suas exportações, as divisas necessárias às importações de bens de consumo para a população. (FÜRSTENAU, 1987 apud ELESBÃO, 2007, p.139).

Embora seja possível identificar os primeiros focos da produção industrial

nacional próximo ao ano de 1880, esta era bastante rudimentar e caracterizava-se

por manufaturas de baixo custo ou de transformação primária com destino à

exportação (LACERDA et al., 2000). Até a Grande Depressão de 1930, o país não

havia sentido a real necessidade de desenvolver sua indústria, pois a importação de

produtos manufaturados havia se tornado comum, muitas vezes relevando-se o alto

valor que o produto chegava ao seu destino.

Com a queda da renda nacional em quase 30% e o aumento de 33% no valor

produtos importados (LACERDA et al., 2000), a indústria nacional teve de usar sua

capacidade [grande parte ociosa] para suprir da melhor forma possível as

necessidades da nação, mesmo sem mão-de-obra totalmente qualificada e

maquinário insuficiente e obsoleto. A economia nacional começou então a se

desenvolver, em plena crise mundial, tendo criado um nicho especializado na

produção com o fim de substituir as importações, feito conhecido como: Processo de

Substituição de Importações (PSI). O intervencionismo estatal, voluntário ou não,

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influenciou para que o país enfrentasse os desafios externos e internos com

resultados positivos (PANNUNZIO et al., 2000).

O Brasil passou por profundas mudanças socioeconômicas desde a Grande Depressão da década de 1930, e, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial. Sua economia, durante séculos voltada para a exportação de uma pequena quantidade de produtos primários, foi dominada por um setor industrial amplo e diversificado em um espaço de tempo relativamente curto. (BAER, 2009, p.25).

No ano de 1930, Getúlio Vargas assumiu a Presidência da República, após a

revolução que findou a chamada República Velha e a hegemonia presidencialista do

café-com-leite. Ele tornou-se o presidente a governar por mais tempo na história,

tendo assumido de 1930 a 1945 e, posteriormente, de 1951 a 1954. Vargas instituiu

o Estado Novo em 1937, juntamente com a outorga da Constituição Federal, onde

promoveu o nacionalismo e o populismo, buscando uma economia centralizada,

controladora e autônoma, rompendo com os investimentos externos (FERREIRA,

2008). Durante seu governo, este buscou a melhoria da qualidade de vida do

trabalhador através da criação da Justiça do Trabalho, da instituição do salário

mínimo, da criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entre outros; criou

importantes obras de infraestrutura nacional, como a Companhia Siderúrgica

Nacional (CSN), a Vale do Rio Doce e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco; além

de propiciar o aumentou o parque fabril nacional. A Petrobrás seria criada pelo

mesmo durante seu segundo mandato, proveniente da campanha “O Petróleo é

nosso” (KOIFMAN, 2002).

No período seguinte, o então presidente Juscelino Kubitschek, propôs o plano

de crescimento mais ousado na economia nacional, onde suas metas beneficiariam

prioritariamente os setores de energia, transporte, siderurgia e refino de petróleo,

além do maior desenvolvimento dos setores de produção de bens de capital e de

consumo durável. O capital utilizado para implantação do plano foi, em sua maioria,

obtido por investimentos externos, mas também através de empresas estatais e

capital privado nacional. A inflação registrou altas taxas durante todo o governo e os

salários cresciam em proporções menores do que o preço dos produtos e serviços,

mas, da mesma forma, o país apresentou, entre os anos de 1956-1962, um

crescimento do PIB de 8,2%, ultrapassando o previsto (LACERDA et al., 2000).

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(...) constituiu a mais sólida decisão consciente em prol da industrialização na história econômica do país (...) e conferia prioridade absoluta à construção dos estágios superiores da pirâmide industrial verticalmente integrada e do capital social básico de apoio a esta estrutura. Daria continuidade ao processo de substituição de importações que se vinha desenrolando nos dois decênios anteriores. (LESSA, 1981 apud LACERDA et al., 2000, p. 96-97)

A economia nacional entrou em queda em 1962 principalmente pelos limites dos

benefícios do PSI que, mesmo com as políticas estabilizadoras e anti-inflacionárias

implantadas pelos dois Presidentes da República que assumiriam o país, não foram

suficientes para aumentar, ou mesmo manter, o nível de crescimento do país. João

Goulart, que fora eleito em 1961, teve sua deposição confirmada em 1964 através

de um golpe militar, onde o Brasil deixou de ser uma República Populista e tornou-se

uma Ditadura Militar. (LACERDA et al., 2000).

O plano econômico militar seguia a linha desenvolvimentista que criou o

Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), previa a regulamentação das

relações do país junto aos organismos financeiros internacionais, a melhoria das

relações com países capitalistas, retomada do desenvolvimento econômico,

aumento de investimentos externos, ajuste do déficit da balança de pagamentos, a

diminuição dos desequilíbrios regionais, a grande consolidação de oligopólios5 e o

controle da inflação, tornando visível a internacionalização na economia nacional.

(KERECKI; SANTOS, 2009).

Com o controle sobre o salário dos trabalhadores, a emissão de moedas e do

crédito, a economia foi parcialmente estabilizada até 1967, onde foi novamente

identificada à necessidade da expansão monetária e reajuste do crédito privado para

manter os níveis de queda da inflação e crescimento nacional. Vislumbrou-se assim

uma vasta entrada de investimentos externos na economia, desta vez, em forma de

empréstimos, que acresceram em muito a dívida externa do país. (LACERDA et al.,

2000).

Assiste-se neste período [1950 a 1973] a um rápido processo de industrialização no Brasil, movido por ativas políticas intervencionistas, ao mesmo tempo em que o Estado se tornava fator inflacionário, ao ordenar investimentos e gastos correntes não com base em arrecadação e

5 De acordo com o Walter Weiszflog (2012), oligopólio trata-se de: “Forma de competição que se

caracteriza pela existência de um número muito reduzido de vendedores, que, por isso, podem prever com bastante exatidão, cada qual por si, os efeitos das alterações feitas por um deles no preço ou na quantidade da oferta.”.

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poupança, mas em emissões não cobertas pelo orçamento (ALMEIDA, 1999, p. 5).

A crise do petróleo criada pelas retaliações dos países exportadores do oriente

aos maiores importadores mundiais apresentou seu auge no ano de 1973, onde o

preço do produto atingiu patamares exorbitantes e as economias dependentes

deste, seja para geração de energia ou combustíveis, foram estagnadas. (IPEA,

2010). Baer (2000, p. 109) diz que: “[...] naquela época o Brasil importava mais de

80% do petróleo que consumia [...].” O endividamento nacional através dos

empréstimos externos, foi a forma identificada pelo governo de Geisel (1974-1979)

para pagar pela importação do petróleo e colocar em prática o Plano de

Desenvolvimento Nacional II, que visava, entre outras coisas, pela autossuficiência

nacional na geração de energia e a manutenção do crescimento da economia. O

produto foi, repetidamente, o estopim para a crise econômica nacional de 1979.

Devido aos contínuos aumentos da dívida externa e da inflação, o Brasil sofreu

uma grande recessão iniciada no ano de 1981, onde voltou a crescer somente em

1984 devido ao aumento dos salários reais, que impulsionou o consumo. Com o

novo congelamento salarial e a crise agrícola ocasionada por divergências climáticas

(secas e geadas), a inflação cresce desenfreadamente no ano de 1985. (BAER,

2000). Neste ano, o Brasil vê o fim da ditadura (HISTÓRIA DO BRASIL, 2014).

A solução encontrada, pelo novo governo, para estabilizar a economia nacional,

conforme Lacerda et al. (2000, p. 183) apresenta, ocorreu quando: “Em 28 de

fevereiro de 1986 foi decretado o Plano Cruzado, o primeiro de uma série de planos

de estabilização que a economia iria assistir nos próximos anos”. Este se

fundamentava na desvalorização da moeda já existente e no reajuste dos valores

dos salários, bens e produtos. A princípio o plano foi um sucesso, mas problemas

derivados do congelamento de preços e da explosão de consumo devido ao

aumento da renda [inclusive crescimento da busca por papel moeda] apareceram

em menos de seis meses após sua implantação.

Ainda no ano de 1986 houve a aprovação do Plano Cruzado II, que visava o

reajuste dos preços defasados e, no ano consecutivo, o Plano Besser, que planejava

conter a alta inflação criada pelo seu antecessor. Este falhou e a inflação atingiu

14,14% no final de 1987. Já o Plano Verão foi iniciado em 1989 e alterou novamente

a moeda nacional para o Novo Cruzado, que desvalorizou a moeda em circulação e

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igualou sua paridade com o Dólar Americano. Seu fracasso foi eminente, sofrendo

dos mesmos males que o anterior (LACERDA et al., 2000).

Fernando Collor de Melo assumiu a Presidência da República em 15 de março

de 1990 e trouxe consigo novas propostas para a estabilização econômica.

No primeiro dia de governo o presidente anunciou o plano econômico de combate à inflação que confiscou provisoriamente contas de poupança, contas correntes e outras aplicações financeiras, a partir de determinado valor. O programa de governo estabeleceu também a extinção de órgãos públicos, a demissão e a disponibilidade de funcionários públicos federais, além de promover a privatização de inúmeras empresas públicas. (BIBLIOTECA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2014, p. 1).

As ações mais importantes em seu mandato foram aquelas que deram início a

abertura comercial brasileira, quando houve a liberação do câmbio (tornando-o

flutuante), a eliminação de incentivos fiscais às importações, a revoga de barreiras

não tarifárias e a redução tarifária generalizada. Este feito reestruturou e modernizou

a indústria nacional, proporcionando aos consumidores produtos com qualidade e

preços diferenciados.

Depois de um longo período de fechamento do mercado brasileiro às importações, acentuado pela crise do balanço de pagamentos dos anos 80, o país iniciou seu processo de liberalização comercial. [...] a consolidação desta nova tendência cristalizou-se somente nos primeiros anos da década de 1990, com a eliminação da maior parte das restrições não-tarifárias e o estabelecimento de um cronograma de redução das alíquotas de importação. (AZEVEDO; PORTUGAL, 1998, p. 1).

O primeiro passo apresentado foi o de eliminação de tarifas às importações,

onde se pretendia, ao longo dos quatro anos de seu mandato, atingir uma redução

de 50% da tarifa modal existente [de 40% para 20%]. Este plano foi acelerado e, em

julho de 1993, ele já havia atingido suas metas. (KUME; PIANI; SOUZA, 2003).

O seu governo foi interrompido em 1992 por um impeachment, conforme

Lacerda et al. (2000, p. 206) explica, devido a: “[...] forte recessão – com queda de

quase 10% no PIB –, pelo aumento de desemprego, e pela queda dos salários reais

e da massa salarial. [...] aliada ao desgaste do governo com os efeitos do confisco

ocorrido no plano anterior [às poupança e aplicações financeiras acima de 50 mil

cruzados novos], assim como às crescentes denúncias de corrupção.”. Seu sucessor

foi Itamar Franco, até então vice-presidente.

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[...] o fato pelo qual talvez seja mais lembrado o período de Itamar Franco no poder é o de elaboração do Plano Real, tendo o auxílio do então senador Fernando Henrique Cardoso, recém-empossado como ministro da Fazenda (Economia), que arregimentou uma equipe econômica disposta a enfrentar o problema da hiperinflação, que há mais de uma década assombrava as contas brasileiras, corroendo os ganhos da população. Itamar havia nomeado até então três ministros, sendo que em nenhum momento os antecessores de Fernando Henrique obtiveram sucesso. (CANCIAN, 2008, p. 1).

O plano reduziu a inflação nacional, que beirava 2.500% a.a., para 10% a.a. no

primeiro ano após seu início, salvando a economia de uma hiperinflação e deixando

uma belo legado à Fernando Henrique Cardoso, que elegeu-se Presidente da

República por dois mandados consecutivos (de 1995-1998 e de 1999-2002).

(PAULINO, 2010). Antes disso, FHC também havia ocupado o cargo de Senador,

Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda, durante o pleito de Itamar

Franco. Seus governos mantiveram um foco macroeconômico, onde houve elevadas

taxas de juros, sobrevalorização do real no mercado internacional e a abertura e

financeira do país. (PAULINO, 2010).

Após disputar, e perder, as eleições de 1989, 1994 e 1998, Luís Inácio Lula da

Silva elegeu-se por dois mandatos consecutivos, 2003-2006 e 2007-2010 ao cargo

de Presidente da República. Um dos principais fatores para a eleição de Lula foi a

‘Carta aos Brasileiros’ que prometeu, por assim dizer, utilizar-se do mesmo formato

macroeconômico do governo anterior, sugerindo assim a estabilidade. O plano

proposto foi cumprido e o início de seu governo foi ditado pela continuação dos

planos de FHC, embora pontos fortes da economia, como a Eletrobrás, Petrobras,

Banco do Brasil, BNDES e Universidades Federais, foram fortalecidas, além de Lula

‘fugir’ da privatização das estatais (PAULINO, 2010).

Após as turbulências decorrentes da transição em 2003, navegando em águas e com ventos favoráveis do cenário internacional, o governo Lula obteve em 2004 o maior crescimento desde 1994, primeiro ano do Plano Real, quando o PIB conheceu uma variação positiva de 5,3%. O resultado de 5,7% que foi alcançado é expressivo, considerando a estagnação ocorrida no triênio 2001/2003 [...]. (NAKATANI; OLIVEIRA, 2010, p. 39).

Com a instauração de planos de longo prazo e ainda aproveitando-se da boa

fase da economia internacional, destacando-se a alta das commodities, a economia

nacional manteve-se estabilizada até meados de 2007, quando se iniciou a crise dos

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imobiliários nos Estados Unidos e atingiu, primeiramente, as economias

desenvolvidas (Nakatani; Oliveira, 2010).

As consequências negativas geradas pela crise imobiliária americana podem ser observadas também na economia brasileira. O primeiro impacto foi registrado pela Bolsa de Valores de São Paulo que, no segundo semestre de 2007, chegou a apresentar queda de quase 10% ao longo de um único dia. (ALBERNINI; BOGUSZEWSKI, 2008, p. 6)

No primeiro semestre de 2008 o Brasil presenciou a defasagem no valor das

commodities, a supervalorização do câmbio, o encolhimento do saldo da conta

corrente [que tornou-se deficitário] e a queda do saldo da balança comercial, o que

fez com que o Banco Central do Brasil (BCB) tivesse que agir, havendo o reajuste da

taxa de juros Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) e uma nova

movimentação econômica (NAKATANI; OLIVEIRA, 2010).

Lula lançou no ano de 2007 o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),

como uma nova política de desenvolvimento, que previa investimentos nas áreas de

energia, infraestrutura social e urbana e logística, visando alavancar o crescimento

da economia nacional (NAKATANI; OLIVEIR, 2010). Em conjunto com o mesmo, foi

lançado no ano de 2008 o Programa de Desenvolvimento Produtivo (PDP) que

contou com diversas ferramentas para alavancar a indústria nacional, incentivar a

exportação e revalorizar o Real no mercado internacional, tais como: isenção de

impostos e redução das taxas de juros em empréstimos de longo prazo (NAKATANI;

OLIVEIRA, 2010).

A política externa praticada pelo Brasil durante o governo Lula foi guiada pela

intensão de afirmar a soberania do país mediante a sociedade internacional, ao

mesmo tempo em que, conforme nos apresenta Duarte (2014, p. 45), houve a

“escolha do multilateralismo como estratégia central do engajamento internacional

brasileiro [...]”, onde ambos objetivos se contradizem, visto que o para praticar uma

integração econômica há de se abrir mão, em parte, da sua soberania. Altamente

engajado, colocou-se a disposição da diplomacia e viajou para os mais diversos

fóruns internacionais, totalizando 261 viagens ao exterior, atraindo a atenção da

mídia em geral.

Depois de ter criticado o seu antecessor pelo excesso de viagens, ele também parece ter sucumbido a uma “diplomacia presidencial” – embora o conceito não seja utilizado, justamente para evitar aproximações com os

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métodos utilizados anteriormente – e, de fato, a agenda de viagens ao exterior, bem como as visitas de alto nível recebidas em Brasília, jamais foram tão intensas, em qualquer época da diplomacia brasileira [...]. (ALMEIDA, 2007, p.13).

A chamada política Sul-Sul6, levou o Brasil a envolver-se ainda mais com os

países da América Latina, especialmente com os membros do Mercosul, e

economias consideradas potências médias ou pouco exploradas no comércio

internacional, com a esperança de criar uma aliança suficientemente forte que

contrapor-se-ia às economias de primeiro mundo, buscando evitar uma nova

‘colonização’ destes e criar uma nova geografia mundial onde os países em

desenvolvimento ganhariam mais poder decisório nas negociações. Citando apenas

alguns, foram buscadas parcerias com o Vietnã, Paquistão, Cuba e diversos países

africanos, embora estas tenham surtido pouco sucesso efetivo.

No plano político, é evidente o projeto de reforçar a capacidade de "intervenção" do Brasil no mundo, a assunção declarada do desejo de ocupar uma cadeira permanente num Conselho de Segurança reformado e a oposição ao unilateralismo ou unipolaridade, com a defesa ativa do multilateralismo e de um maior equilíbrio nas relações internacionais. No plano econômico, trata-se de buscar maior cooperação e integração com países similares (outras potências médias) e vizinhos regionais. (ALMEIDA, 2004, p. 4).

Foi necessária também a manutenção e reavaliação das relações com as

grandes potências, havendo a necessidade de ajustes burocráticos junto aos

Estados Unidos, busca por melhores parcerias na União Europeia e a retomada de

relações com Japão (DUARTE, 2014), buscando evitar que a dependência destes

para o crescimento econômico nacional, mas conservando o vínculo.

De acordo com o FMI (TERRA, 2013), o Brasil é a 7ª economia mundial, estando

atrás da França e a frente da Itália, com um PIB de US$ 2.246 trilhões (THE WORLD

BANK, 2013). Em dezembro de 2014, a inflação brasileira foi fechada dentro do teto

previsto pelo Banco Central nacional (6,5%), com 6,409% (GLOBAL RATES, 2014).

Em 2014, a renda per capita nacional foi de R$ 1.065,00 (IBGE, 2015) e em

julho deste mesmo ano foi apresentado pela agência de pesquisa Trading

Economics uma taxa nacional de desemprego de 6,7%, estando acima da média

mundial de 6% (TRADING ECONOMICS, 2014).

6 Conforme o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) 2015, cooperação Sul-Sul é: “[...] a

modalidade de cooperação técnica internacional que se dá entre países em desenvolvimento, que compartilham desafios e experiências semelhantes.”.

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Existe no país um salário mínimo instaurado que foi criado através da Lei nº 185

de janeiro de 1936, tendo início sua validade no dia 1º de maio de 1940, até os dias

atuais. O reajuste do salário mínimo nacional se dá pelo conceito de que tal valor

deve suprir as despesas familiares nos quesitos: alimentação, moradia, saúde,

transporte, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência7 (BRASIL, 2014). À

partir de 01/01/2015, este foi fixado em R$ 788,00 (TRADING ECONOMICS, 2015).

7 Conforme o Walter Weiszflog (2012) entenda-se por previdência, nesta colocação, como: “conjunto

de providências públicas para proteger e amparar o trabalhador e o funcionário e suas famílias, na velhice e nas enfermidades, por meio de aposentadoria e assistência médica e hospitalar”.

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4 CUBA: ASPECTOS GERAIS

Visando concluir o primeiro objetivo específico desta pesquisa, serão

apresentados neste capítulo as informações geográficas, sociais, políticas e

econômicas de Cuba, estruturando, por assim dizer, as questões que serão

abordadas nos próximos capítulos.

4.1 Aspectos Sócio-Geográficos

Figura 3 - Mapa geopolítico de Cuba

Fonte: Google Imagens (2015).

Oficialmente República de Cuba, o país tem como idioma oficial o Espanhol e

localiza-se ao norte da América Central (BRASIL EXPORT, 2014). É um arquipélago

formado pela Ilha de Cuba, a Isla de La Juventud e cerca de 4.195 recifes e

enseadas, que totalizam uma área terrestre total de 109.884 quilômetros quadrados.

Somente o território da Ilha de Cuba posiciona-o na décima sétima posição dentre as

maiores ilhas do mundo (AUTENTICA CUBA, 2014).

Geograficamente separada dos continentes, Cuba tem como seus vizinhos

mais próximos: Haiti (77 km), Bahamas -território dos Estados Unidos- (140 km),

Jamaica (146 km), o estado da Flórida -território dos Estados Unidos- (180 km) e

Cancún -território do México- (210 km). (ONE, 2015).

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O clima cubano é classificado como subtropical moderado, com duas

estações predominantes. A seca, que ocorre entre os meses de novembro a abril e é

caracterizada por temperaturas amenas e clima menos úmido, e o verão, onde a

temperatura média é de 32º C. Há ainda a temporada de furações que ocorre entre

junho e novembro (INSMET, 2015).

A topografia registrada é bastante variada, compondo-se de montanhas

baixas, colinas onduladas e planícies, ademais de uma floresta semitropical. O ponto

mais alto é o Pico Turquino com 2,005 metros (CIA, 2015). Sua costa possui 5,746

quilômetros de extensão e é composta por cerca de 300 praias, havendo mais de

500 locais propícios para mergulhos turísticos (AUTENTICA CUBA, 2014).

No ano de 2011 houve uma reformulação da divisão politico-administrativa do

país, e o mesmo conta agora com 15 províncias, 168 municípios e 1 município

especial. A capital é Havana e o município especial é a Isla de La Juventud, que

recebeu este título em 1976 e possui características de província (CIA, 2015). Seu

fuso horário é UTC/GMT -5 e o país possui horário de verão, que vigora entre os

meses de março e novembro (24 TIMEZONES, 2015).

Cuba é administrada através de uma Ditadura Socialista e o atual Chefe de

Estado e Chefe do Governo é Raúl Modesto Castro Ruz, que está no poder desde

2008 e seu partido, o Partido Comunista Cubano, é exclusivo no país. Atualmente,

Cuba é único país que utiliza o sistema de governo socialista do ocidente e um dos

poucos do mundo, estando entre: China, Coréia do Norte e Vietnã (FREITAS, 2014).

O poder nacional também é divido de forma tripartida, onde o poder executivo é

composto pelo Conselho de Estado e pelo Conselho de Ministros, o legislativo pela

Assembleia Nacional do Poder Popular e o judiciário pela Corte de apelação de

ultima instância (CIA, 2015). A população tem o direito garantido pela Constituição

Nacional à escolha de delegados para representá-los perante as Assembleias

Municipais do Poder Popular, e o escolhido ocupado este cargo pelo período de dois

anos e meio.

De acordo com as estimativas emitidas pelo Banco Mundial em 2013, a

população cubana é de 11,27 milhões de habitantes (THE WORLD BANK, 2015) e,

embora não haja divulgação de dados oficiais e atualizados por parte do governo, a

CIA estima uma taxa de crescimento populacional de 0,14% (CIA, 2014). A

densidade demográfica aproximada é de 9,98 habitantes por metro quadrado e as

zonas urbanas são ocupadas por cerca de 75% da população (CIA, 2015).

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Mais da metade da população enquadra-se como branca, com 64,1%, enquanto

26,6% como mestiços e 9,3% como negros (CIA, 2012). Nas religiões, visualiza-se

uma hegemonia católica, com 85% enquanto os demais 15% estão disseminados

entre protestantes, testemunhas de Jeová, judeus e praticantes da santeria (CIA,

2012).

A taxa de alfabetização cubana é de 99,8%, onde se espera que a população

com quinze anos ou menos saiba ler e escrever. Tal indicador atribuiu ao país a

certificação de erradicação do analfabetismo, pela UNESCO, desde o ano de 1961

(BRASIL EXPORT, 2015).

Cuba é internacionalmente reconhecida por seus êxitos nos campos da educação e da saúde, com um serviço social que supera o da maior parte dos países em vias de desenvolvimento e em certos setores se compara ao dos países desenvolvidos. Desde a Revolução Cubana, em 1959, e do subsequente estabelecimento de um governo comunista com partido único, o país criou um sistema de serviços sociais que garante o acesso universal à educação e à saúde, proporcionado pelo Estado. (BRUNS; LUQUE, 2014 apud LAMRANI, 2014, p. 2).

A expectativa de vida divulgada pelo The World Bank (2012) era de 79,7 anos e

o IDH é de 0,815, posicionando o país como 44º no ranking mundial (PNUD, 2013).

4.2 Aspectos Econômicos

O país foi descoberto no século XV, mais exatamente em 1492, por Cristóvão

Colombo e cerca de vinte anos após esta data iniciou-se a colonização da ilha,

sendo que no ano de 1526 os habitantes originais já haviam sido dizimados e

substituídos por escravos africanos (JORNAL FOLHA ONLINE, 2015).

A exploração espanhola e brevemente inglesa (entre 1762 e 1763) das riquezas

cubanas, como o açúcar e o tabaco, ocorreu de forma livre até meados do século

XIX quando a população iniciou uma revolta para tornar-se independente e, em 1868

iniciou-se a primeira guerra cubana, conhecida como Guerra dos Dez Anos, e que

terminaria com a vitória da Espanha em 1878 (JORNAL ZERO HORA, 2014).

A segunda guerra foi iniciada em 1895 e durou até 1898 onde, após a quase

rendição espanhola para os guerrilheiros cubanos, o país foi tomado por tropas

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americanas e os Estados Unidos declararam a guerra como vencida por eles. Assim,

no ano de 1902, Cuba tornou-se república, porém, não independente, visto que os

americanos permaneceram na ilha por 57 anos (AUTENTICA CUBA, 2014).

Novas revoltas iniciaram-se no arquipélago em 1953, buscando o fim do

controle político e econômico imposto pelos Estados Unidos e, no dia 1º de Janeiro

de 1959, o Exército Rebelde dirigido pelo seu comandante e chefe Fidel Castro

consegue esta vitória. Em 1961, Castro admitiu o caráter socialista8 da revolução.

Com efeito, a revolução cubana foi autóctone, teve um caráter nacional e democrático, e a implantação de um regime segundo o modelo dos países do Leste Europeu resultou de uma contingência histórica, não de uma política empreendida pela União Soviética, mas, sim, empreendida pelos Estados Unidos que, sem respeitar os princípios da soberania nacional e autodeterminação dos povos, não aceitaram os atos da revolução, como a reforma agrária, e transformaram contradições de interesses nacionais em um problema do conflito Leste-Oeste. (BANDEIRA, 2008, p. 1)

Após expropriação de empresas e propriedades americanas pelo Estado

cubano, os Estados Unidos iniciaram um processo de bloqueio comercial contra a

ilha. Iniciando em 1959 com a redução nas importações de açúcar, o embago total

das importações de qualquer produto ou material cubano foi oficializado no ano

seguinte. As relações diplomáticas entre os países foram encerrada também em

1961. (JORNAL EL PAÍS, 2014).

Ainda no ano de 1960, Cuba iniciou sua aproximação com a extinta União das

Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), através da visita do vice-presidente

Mikoyan à Havana, onde acordos comerciais e econômicos foram firmados. Para dar

inicio a estruturação do país nos moldes socialistas, a URSS ajudou de forma

financeira, técnica e militar (ÁTICA EDUCACIONAL, 2015). Este estreitamento

trouxe à Cuba a instalação de bases para lançamento de mísseis nucleares

soviéticos que, descobertos pela Agência de Inteligência Americana em 1962,

tiveram sua remoção requerida imediatamente, além de gerar o bloqueio aéreo e

marítimo do país por parte dos Estados Unidos, aumentando ainda mais a tensão na

8 De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2013) socialismo trata-se de um:

“Sistema daqueles que querem transformar a sociedade pela incorporação dos meios de produção na comunidade, pelo regresso dos bens e propriedades particulares à coletividade e pela repartição, entre todos, do trabalho comum e dos objetos de consumo.”. O sistema socialista é visto como um ‘caminho’ para alcançar o comunismo, que por sua vez trata-se de um modelo de sociedade pensado por Marx e Engels durante o séxulo XIX, onde não haveria a divisão populacional em classes sociais, mas vivería-se de forma justa e harmônica, sendo desnecessário até mesmo o comando de um governo (MUNDO EDUCAÇÂO, 2014).

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relações destes, pois a retirada das bases de Cuba foi condicionada pelos soviéticos

à não invasão da ilha pelos americanos. (CULTURA BRASIL, 2015).

O modelo econômico socialista praticado pela URSS mostrou-se menos

eficiente do que havia sido teorizado e iniciou sua deterioração na década de 80,

tendo seu fim decretado em 1991, com a queda do Partido Comunista na Rússia.

Para Cuba, essa situação foi um duro golpe, visto que seu isolamento econômico do

restante do mundo, devido aos países membros do Conselho de Ajuda Mútua

Econômica (CAME) serem seus únicos parceiros e o ainda vigente bloqueio

americano, o país ficou comercialmente isolado. Houve uma queda de 85% em seu

o comércio exterior e 70% nas importações, além da redução de 34% da produção

interna nacional entre os anos de 1990 e 1993 (CAMBAÚVA; ALTMAN, 2012).

Para Cuba, o fim da Guerra Fria representou a interrupção da ajuda econômica soviética e levou a um reordenamento de suas prioridades na política externa, vendo-se obrigada então a buscar, inclusive, novas formas de financiamento. (BALARDIM; LOSADA; BOHRER, 2013, p. 2).

Quando Silva e Johnson (2010, p. 10) falam que: “Cuba vivenciou uma crise

econômica e social de enorme proporção, que colocou em dúvida a própria

capacidade de sobrevivência do país”, estes se referem ao chamado “Período

Especial em Tempos de Paz” que fora assim nomeado por Castro para definir o

momento econômico vivenciado pelos mesmos entre 1991 e 2004, onde a escassez

de energia, combustíveis, produtos agrícolas e industriais atingiu níveis críticos e foi

necessário grande racionamento. Foi então que a necessidade de uma reforma na

política externa viu-se necessária para o reestabelecimento da ordem econômica,

através da qual Cuba manteve seus princípios de soberania, manutenção do

socialismo, a inclusão segura no sistema comercial internacional semelhando-se

muito a forma de abertura econômica praticadas pela China e Vietnã, e a ampliação

da capacidade produtiva interna.

Como forma de resistência às adversidades do cenário pós-Guerra Fria, internamente o país se organizou e mobilizou a população para manter a segurança, a soberania e a autodeterminação. Buscou redistribuir igualmente as dificuldades e os ajustes econômicos, assim como garantir níveis de segurança alimentar e energética para os cubanos. (BALARDIM; LOSADA; BOHRER, 2013, p. 6)

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O reestabelecimento do turismo foi a primeira transformação econômica, pois

além de gerar empregos formais e informais, propiciou a entrada de moedas fortes

como o euro e o dólar à economia autóctone. Foi iniciada também uma busca por

capitais estrangeiros, através de investimentos em indústrias e joint ventures, além

da reestruturação da diplomacia internacional onde, aproximando-se prioritariamente

de países do eixo ‘Sul’, Cuba iniciou um discurso sobre a necessidade da

multilateralidade comercial para manutenção da não intervenção e

autodeterminação da soberania das Nações (BALARDIM; LOSADA; BOHRER,

2013).

O interesse do país em integrar as atividades econômicas mundiais levou-os a

participar fielmente das reuniões das Cúpulas Ibero-americanas, além de sua

inserção no CARICOM, uma maior aproximação do MERCOSUL e Comunidade

Andina (CAN), dando à Cuba, em troca, uma boa imagem no cenário global,

passando maior credibilidade aos países (SILVA; JOHNSON, 2010). Neste período,

Cuba iniciou acordos comerciais com a Rússia, China, Coréia do Norte e do Sul,

Vietnã, Índia e Indonésia, além da manutenção das relações já firmadas com países

africanos e a abertura de diálogos com países do Oriente Médio, como Irã, Egito,

Síria e Argélia. Já no início do século XXI, o país buscou aproximação da América

Latina, onde países como Venezuela, Bolívia e Brasil tornaram-se fortes aliados.

O fim da Guerra Fria mudou radicalmente o cenário de atuação da diplomacia cubana, mas o governo do país conseguiu estabelecer uma nova rede de aliados internacionais que evitou seu isolamento econômico e político. (SANTORO, 2010, p. 4).

Após alterações na Constituição Federal Cubana, Fidel Castro, que ocupava o

cargo de primeiro-ministro desde 1959, tronou-se Presidente do país em 1976 e

permaneceu neste cargo até 2008. Devido aos 49 anos no comando e por ter

implantado em Cuba um governo ditatorial, o historiador Hamilton (2015 apud

Carmo, 2015, p. 1) explica que Fidel: “Passou de libertador para ditador.”. A saída de

Fidel do comando do país foi devido a problemas em sua saúde, deixando no cargo

o seu irmão caçula Raúl Modesto Castro Ruz.

Raúl, por sua vez, já era ativo no governo de Fidel, tendo ocupado a cadeira de

Ministro da Defesa desde 1959 e assumido o Ministério do Interior durante o ‘período

especial’ cubano. Após a posse, este iniciou o que foi chamado de ‘alinhamento de

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política econômica e social’ no país, fazendo o que, por vezes, Fidel não o tinha feito

em quase 50 anos, como a retomada de negociações junto aos Estados Unidos com

o intuito de findar o bloqueio comercial à ilha (BASSETS, 2014). De acordo com as

análises feitas por Dumas (2015, p. 4): “[...] a ainda tímida abertura econômica

promovida por Raúl Castro permite esperar algumas mudanças, mesmo que não

uma reforma profunda [...].”, mesmo vivenciando um grande avanço quanto ao

estímulo às cooperativas na indústria e no setor de serviços, a substituição de

importações e o plano de descentralização administrativa.

O embargo americano esta alicerçado sobre a lei Torricelli de 1992, que objetiva

barreiras às empresas que desejem comercializar com ambas as nações [Cuba e

Estados Unidos] e a lei Helms-Burton de 1996, que dificultou ainda mais essas

barreiras, tornando possível sanções contra empresas de outras nacionalidades

estabelecidas na ilha (SANTORO, 2010). Essas medidas já sofreram criticas e, até

mesmo repúdio, por diversos Estados e pela ONU.

Em 17 de dezembro de 2014, foi anunciado pelos presidentes Barack Obama

(EUA) e Raúl Castro uma reaproximação das nações, cujos rumores de negociações

datam de 2009, buscando o realinhamento diplomático e das políticas econômicas e

jurídicas, com o intuito de findar este veto (AZNAREZ, 2014, p. 1).

Cuba possui duas moedas correntes, o Peso Cubano (CUP) que pode ser

utilizado somente pelos moradores do país e o Peso Cubano Conversível (CUC) que

é a moeda turística. (AUTENTICA CUBA, 2015). O país aceita a circulação de

dólares, porém, em sua conversão para o CUC, é aplicada uma taxa adicional de

10% sobre valor total. Conforme Valdés (1993 apud BALARDIM; LOSADA;

BOHRER, 2013, p.8) esclarece: “A permissão de circulação de dólares na economia

cubana foi uma resposta ao crescimento do mercado negro, mas também uma

tentativa do ministério da Economia, de acumular moeda forte para o comércio

exterior cubano.”.

O PIB divulgado em 2012 era de U$S 72,3 bilhões e sua inflação no ano de

2013 era de 6% (CIA, 2015). Já o PIB per capita estimada era de U$S 5.890,00

(THE WORLD BANK, 2011) e a taxa de desemprego em 2013 era de 4,7% (CIA,

2015).

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5 DADOS ESTATÍSTICOS RELATIVOS AO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL E DE CUBA

Objetivando o cumprimento do segundo objetivo específico deste projeto de

pesquisa, apresentar-se-ão neste capítulo as tabelas e dados estatísticos da

economia do Brasil e de Cuba, durante o período de 2003 a 2010, sendo estes

necessários para uma clara compreensão sobre a aproximação destas nações, além

da descrição dos principais fatores de sua inter-relação, visando discorrer sobre os

atos internacionais selados entre ambos.

5.1 Brasil

Inicialmente, apresenta-se a balança comercial nacional onde é possível a

identificação de um intenso aumento no fluxo monetário analisando-a desde o ano

de 2003, tanto na importação quanto na exportação, sendo este à partir do ano

2005, e uma queda no ano de 2009. Esta segunda, esta alicerçada na crise

financeira internacional iniciada em 2007, cuja intensificação apresentou-se na

primeira metade do ano de 2008 (NAKATANI; OLIVEIRA, 2010).

Tabela 1 - Balança Comercial Brasil - 2003-2010 (U$S)

Ano Importações Exportações Saldo

2003 48.325.566.630 73.203.222.075 24.877.655.445

2004 62.835.615.629 96.677.498.766 33.841.883.137

2005 73.600.375.672 118.529.184.899 44.928.809.227

2006 91.350.840.805 137.807.469.531 46.456.628.726

2007 120.617.446.250 160.649.072.830 40.031.626.580

2008 172.984.767.614 197.942.442.909 24.957.675.295

2009 127.722.342.988 152.994.742.805 25.272.399.817

2010 181.768.427.438 201.915.285.335 20.146.857.897

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do Aliceweb (2014).

Para melhor visualização dos dados da Tabela 1, foi elaborado pela acadêmica,

com base nestes mesmos dados, o gráfico apresentado na Figura 4, onde observa-

se de forma mais clara que, independentemente do fluxo de comércio, o saldo da

balança permaneceu positivo [ou superavitário] durante os oito anos analisados,

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mesmo com uma queda de aproximadamente US$ 15 Bi entre os anos de 2007 e

2008 que, conforme explicado por Rucinski (2013, p. 9): “Com a economia mundial

em colapso, era de se esperar que houvesse uma redução do consumo mundial, já

que os mercados tentavam se ajustar de acordo com a falta de liquidez

momentânea.”.

Figura 4 – Gráfico Balança Comercial Brasil - 2003-2010 (U$S)

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do Aliceweb (2014).

Considerando o valor em U$S Free On Board (FOB) para a análise dos índices

quanto aos principais parceiros do Brasil na exportação, foram selecionados os dez

países com maior valor monetário para a confecção das Tabelas 2 e 3, que os

apresentam em ordem decrescente. Foram confeccionadas duas tabelas para

apresentação dos dados, com o intuito de facilitar a leitura, onde a Tabela 2

apresenta dos dados dos anos de 2003 a 2006 e a Tabela 3 apresenta os dados dos

anos 2007 a 2010.

Nos primeiros quatro anos, analisados através da Tabela 2, identifica-se que os

Estados Unidos e Argentina, nesta exata ordem, foram os principais receptores de

mercadorias e serviços brasileiros, sendo que a terceira e quarta posições da lista

são intercalados por Holanda e China, e a Alemanha permanece na quinta posição,

sendo que da sexta à décima posição há uma oscilação maior.

O Reino Unido ocupa a nona posição da tabela no ano de 2003, mas não

aparece em nenhum outro ano, abrindo espaço para a França e Rússia que ocupam

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a décima posição em 2004 e 2005 e, por último, a Venezuela que aparece na tabela

pela primeira vez em 2006 [dentre os anos pesquisados] e já ocupa a sexta posição.

Tabela 2 - Principais Parceiros Econômicos Brasil - Exportação - 2003-2006 (U$S Bilhões)

2003 2004 2005 2006

País Valor País Valor País Valor País Valor

EUA 16.728 EUA 20.099 EUA 2.253 EUA 25.065

Argentina 4.569 Argentina 7.390 Argentina 9.930 Argentina 14.416

China 4.533 Holanda 5.919 China 6.834 China 10.748

Holanda 4.247 China 5.441 Holanda 5.285 Holanda 8.840

Alemanha 3.140 Alemanha 4.046 Alemanha 5.032 Alemanha 7.211

México 2.747 México 3.957 México 4.073 Venezuela 4.723

Japão 2.315 Itália 2.909 Chile 3.623 Itália 4.463

Itália 2.209 Japão 2.774 Japão 3.482 Japão 4.321

Reino Unido 1.901 Chile 2.555 Itália 3.228 Chile 4.264

Chile 1.886 França 2.193 Rússia 2.917 México 4.260

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do Aliceweb (2014).

Na Tabela 3, por sua vez, identificamos um cenário similar ao apresentado na

Tabela 2, mas somente nos anos de 2007 e 2008 quando onde Estados Unidos,

Argentina, China, Holanda e Alemanha ocupam as primeiras posições. Nos anos de

2009 e 2010 vemos o crescimento da China, que passa a ocupar o primeiro lugar

deste ranking, deixando os Estados Unidos em segundo, Argentina em terceiro,

Holanda em quarto, Alemanha como quinto, Japão em sexto e Reino Unido em

sétimo, pelos mesmos dois anos.

O lugar da China no comércio exterior brasileiro reflete, portanto, um processo mais amplo de diversificação dos negócios realizados pelo Brasil, bem como de mudança da geografia econômica mundial. No âmbito do comércio exterior brasileiro, as iniciativas do Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, intensificaram as relações exteriores do país com países periféricos desde o início do governo Lula, em 2003. (PAUTASSO, 2010, p. 2).

Em 2009 a Índia está em nona posição e sendo seguida pela Bélgica, visto que

esta é a primeira e única aparição de ambas os países no período elegido, enquanto

a oitava posição deste ano fica a cargo da Venezuela. As três últimas posições da

tabela de 2010 são ocupadas por Chile, Itália e Rússia, nesta mesma ordem.

Tabela 3 - Principais Parceiros Econômicos Brasil - Exportação - 2007-2010 (U$S Bilhões)

2007 2008 2009 2010

País Valor País Valor País Valor País Valor

EUA 24.524 EUA 27.423 China 21.003 China 30.785

Argentina 11.739 Argentina 17.605 EUA 15.601 EUA 19.307

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China 8.402 China 16.522 Argentina 12.784 Argentina 18.522

Holanda 5.748 Holanda 10.482 Holanda 8.150 Holanda 10.227

Alemanha 5.691 Alemanha 8.850 Alemanha 6.174 Alemanha 8.138

México 4.458 Japão 6.114 Japão 4.269 Japão 7.140

Chile 3.913 Venezuela 5.150 Reino Unido 3.723 Reino Unido 4.627

Japão 3.894 Chile 4.791 Venezuela 3.610 Chile 4.258

Itália 3.836 Itália 4.765 Índia 3.415 Itália 4.235

Venezuela 3.565 Rússia 4.652 Bélgica 3.137 Rússia 4.152

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do Aliceweb (2014).

Em comparação das Tabelas 2 e 3, são citados, no total, 15 países, sendo que 3

deles foram citados apenas uma vez. Quanto aos valores das exportações, verifica-

se um aumento próximo a cem por cento comparando apenas os países citados na

primeira posição, indiferentemente do país.

No cenário da importação brasileira, os principais parceiros no período de 2003

a 2010 estão representados pelas Tabelas 4 e 5. Estas também estão divididas em

dois períodos, de quatro anos cada, sendo a primeira de 2003 a 2006 e a segunda

de 2007 a 2010, com o mesmo intuito da divisão anterior. Num panorama sob os oito

anos analisados, Tabela 4 e 5, identifica-se a hegemonia dos Estados Unidos como

adquirente de produtos e serviços nacionais, explicitados através de um crescimento

de 182,61% quanto ao valor das importações e superior a 100% quanto à

quantidade embarcada.

O Reino Unido ocupa a nona posição do ranking no ano de 2003 e somente

neste ano é citado. Já o México e a Índia, aparecem pela primeira, e única, vez entre

os dez principais exportadores para o Brasil no ano de 2009 e 2010,

consecutivamente, ambos em última posição. Já a Coréia do Sul, aparece pela

primeira vez no ano de 2004 e permanece, oscilando posicionamento, até o ano de

2010, enquanto o Chile mostra-se no ano de 2006 a 2008, somente.

Tabela 4 - Principais Parceiros Econômicos Brasil - Importação - 2003-2006 (U$S Bilhões)

2003 2004 2005 2006

País Valor País Valor País Valor País Valor

EUA 9.569 EUA 11.357 EUA 12.666 EUA 14.657

Argentina 4.672 Argentina 5.569 Argentina 6.241 Argentina 8.053

Alemanha 4.204 Alemanha 5.071 Alemanha 6.144 China 7.990

Japão 2.520 China 3.710 China 5.354 Alemanha 6.503

China 2.147 Nigéria 3.501 Japão 3.405 Nigéria 3.918

França 1.766 Japão 2.868 Argélia 2.831 Japão 3.839

Itália 1.738 França 2.288 França 2.699 Coréia do Sul 3.106

Nigéria 1.521 Itália 2.049 Nigéria 2.643 Chile 2.866

Reino Unido 1.206 Argélia 1.944 Coréia do Sul 2.326 França 2.837

Argélia 1.123 Coréia do Sul 1.729 Itália 2.276 Itália 2.570

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do Aliceweb (2014).

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Considerando somente a Tabela 4 como base de análise, identifica-se que o

Estados Unidos esteve na primeira posição, seguido por Argentina na segunda. A

Alemanha ocupa a terceira colocação nos anos de 2003 a 2005 e em 2006, trocou

de posição com a China, que vinha crescendo de quinto em 2003, para quarto em

2004 e 2005. Japão, França e Itália estão no ranking durante os quatro anos, porém

alteram posições, enquanto a Argélia apareceu somente entre os anos de 2004 a

2006.

Tabela 5 - Principais Parceiros Econômicos Brasil - Importação - 2007-2010 (U$S Bilhões)

2007 2008 2009 2010

País Valor País Valor País Valor País Valor

EUA 18.723 EUA 25.627 EUA 20.032 EUA 27.044

China 12.621 China 20.044 China 159.111 China 25.595

Argentina 10.404 Argentina 13.258 Argentina 11.281 Argentina 14.434

Alemanha 8.669 Alemanha 12.026 Alemanha 9.868 Alemanha 12.553

Nigéria 5.281 Japão 6.807 Japão 5.367 Coréia do Sul 8.421

Japão 4.609 Nigéria 6.704 Coréia do Sul 4.818 Japão 6.986

França 3.524 Coréia do Sul 5.413 Nigéria 4.760 Nigéria 5.920

Chile 3.462 França 4.678 Itália 3.664 Itália 4.838

Coréia do Sul 3.391 Itália 4.612 França 3.615 França 48.010

Itália 3.347 Chile 3.951 México 2.783 Índia 4.242

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do Aliceweb (2014).

A Tabela 5 mostra, em primeira instância, o crescimento da China, que se

coloca como segundo maior parceiro brasileiro nas importações de 2007 a 2010,

com um crescimento superior a cem por cento do valor negociado somente nestes

quatro anos. Nestes mesmo período, os Estados Unidos permanecem em primeiro,

enquanto Argentina e Alemanha estabilizam-se em terceira e quarta posição. As

demais posições são alternadas, a cada ano, pela Nigéria, Japão, França, Coréia do

Sul e Itália.

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5.2 Cuba

A Tabela 69 apresenta os dados da balança comercial cubana dentre os anos de

2003 e 2010, onde identifica-se um déficit constante e crescente entre os anos de

2003 a 2008, havendo um declínio nos anos de 2009 e 2010. Tal redução no déficit

da balança pode ser em consequência da nova política econômica adotada por Raúl

Castro, que busca a substituição das importações através do fortalecimento e

incentivo da indústria (BALARDIM; LOSADA; BOHRER, 2013).

Tabela 6 - Balança Comercial Cuba - 2003-2010 (CUP Milhões)

Ano Exportação Importação Saldo

2003 1.688 4.673 -2.985

2004 2.332 5.615 -3.283

2005 2.159 7.604 -5.445

2006 2.925 9.498 -6.573

2007 3.686 10.079 -6.394

2008 3.664 14.234 -10.570

2009 2.863 8.906 -6.043

2010 4.550 10.644 -6.095

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da Oficina Nacional de Estadísticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012)

Na Tabela 710, estão representados os países do continente europeu, onde a

Espanha ocupa o primeiro lugar na lista, seguido pela Holanda, a Itália em terceira,

Alemanha em quarta e Bélgica em quinta, num classificação geral. A Holanda

9 Os dados estatísticos utilizados para a elaboração das Tabelas 6 a 11 foram retirados do Anuário

Estatísticos de Cuba publicado pela Oficina Nacional de Estadisticas de La Republica de Cuba (ONE), conforme fonte, com edição inicial no ano de 2013 contendo dados referente aos anos de 2007 a 2012, dos quais foram considerados para tal pesquisa somente o período de 2007 a 2010, conforme previsto nos objetivos. Visto que esta pesquisa visa abranger informações de anos anteriores aos coletados em tal documento, identificou-se, junto ao mesmo órgão, a emissão de um Anuário Estatístico com dados dentre os anos de 2002 a 2007, com publicação no ano de 2008, porém tal conteúdo foi removido pelo governo cubano de seus sites oficiais e não sendo mais disponibilizadas vias impressas, impossbilitando o seu acesso pelo público. Ressalta-se ainda que todos os dados estatísticos publicados pelo governo cubano utilizam-se da moeda nacional, o Peso Cubano (CUP), e que as conversões para Dólar Americano (U$S), comumente utilizado para tais informações, são feitos por órgão secundários devido ao interesse de equiparação às informações prestadas pelas demais nações. Desta forma, todas as estatísticas apresentadas nesta pesquisa estão conforme publicação original, assim como destacado nas tabelas. 10

Quanto aos principais parceiros econômicos, as estatísticas utilizadas para este artigo consideraram o total do fluxo de comércio entre essas nações e Cuba, sendo que os valores apresentados relacionam-se como o total do comércio realizado, sem o devido destaque entre a participação nas importações ou exportações, estanto estes ainda agrupados por continentes, sendo que a exposição destes no artigo foi feita da mesma forma, considerando os cinco países com maior valor monetário no fluxo de comércio para a confecção das Tabelas 7 a 9.

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apresenta uma grande queda entre os anos de 2007 e 2008, e torna a crescer, mas

sem atingir o mesmo nível inicial. Já Espanha, Itália e Alemanha demonstram um

crescimento entre 2007 e 2008, seguidos de uma redução em 2009, da qual

somente a Espanha recuperou-se em 2010. Os valores de troca com a Rússia

somente caíram durante o período analisado.

Tabela 7 - Principais Parceiros Econômicos - Cuba – Europa - 2007-2010

(CUP Milhões)

País 2007 2008 2009 2010

Espanha 1.154.838 1.427.275 906.336 946.123

Holanda 526.599 386.208 306.104 414.416

Itália 415.196 552.023 353.263 330.230

Alemanha 395.989 404.658 308.981 297.663

Rússia 362.358 324.706 283.129 284.693

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da Oficina Nacional de Estadísticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012)

Na Ásia, a China representa mais de 70% das trocas cubanas com o continente,

sendo este seguido pelo Vietnam, Coréia do Sul, Japão e Turquia, num panorama

dos quatro anos destacados. Mesmo colocando-se em primeiro lugar no ranking, a

China demonstra uma queda entre os anos de 2007 e 2009, com um pequeno

aumento em 2010 apenas. A Coréia do Sul e o Vietnam foram nações onde houve

um aumento, se comparados os anos de 2007 e 2008, seguido de uma baixa

constante em 2009 e 2010. A Turquia apresentou queda entre os anos de 2007 a

2009, com um aumento de quase cem por cento entre este último e 2010. Já o

Japão, apresentou fluente queda no período.

Tabela 8 - Principais Parceiros Econômicos - Cuba – Ásia - 2007-2010 (CUP Milhões)

País 2007 2008 2009 2010

China 2.446.404 2.157.898 1.687.508 1.903.809

Coréia do Sul 333.591 433.012 113.022 99.016

Vietnam 283.949 516.566 279.179 269.123

Japão 236.895 162.593 94.201 86.372

Turquia 41.870 37.821 15.713 29.555

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da Oficina Nacional de Estadísticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012)

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Venezuela, Canadá, Estados Unidos, Brasil e México, posicionam nesta mesma

ordem no ranking das Américas.

Tabela 9 - Principais Parceiros Econômicos – Cuba – Américas - 2007-2010 (CUP Milhões)

País 2007 2008 2009 2010

Venezuela 2.693.639 4.887.004 3.135.490 6.018.601

Canadá 1.399.689 1.412.400 741.328 935.422

Estados Unidos da América 581.657 962.767 598.212 406.203

Brasil 446.380 641.820 570.964 502.198

México 219.678 383.304 337.280 377.971

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da Oficina Nacional de Estadísticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012)

Tanto a Venezuela quanto o Canadá, mostram um crescimento no volume das

trocas quando comparados os anos de 2007 e 2008, com uma queda substancial

em 2009 e uma recuperação em 2010, valendo destacar que para a Venezuela,

especificamente, o crescimento de 2010 representou o maior fluxo financeiro dentre

os anos analisados. Já os Estados Unidos, Brasil e México apresentam um

crescimento entre 2007 e 2008, com consecutivas quedas em 2009 e 2010.

A Figura 5 foi elaborada pela acadêmica, considerando o valor total do comércio

entre os países e no período exibido na Tabela 9, com vista em exprimir a

participação de cada uma dessas nações no mercado cubano.

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da Oficina Nacional de

Estadisticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012).

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Na Figura 5, é visível a importância da Venezuela como parceiro econômico

cubano, visto sua participação superior a 60% nas trocas com este.

Cuba and Venezuela's mutually dependent relationship, seen in trade and investment, security and diplomacy, is notably asymmetrical. Venezuela provides critical oil supplies on subsidized terms in return for Cuban doctors, teachers, sports trainers and military advisors. (PICCONE, TRINKUNAS, 2014, p. 1)

A relação de dependência mutua entre Cuba e Venezuela, vista no comércio e investimentos, segurança e diplomacia, é notavelmente assimétrica. A Venezuela fornece suprimentos críticos de petróleo sob termos subsidiados na troca por médicos cubanos, professores, treinadores esportivos e assessores militares. (PICCONE, TRINKUNAS, 2014, p. 1, tradução livre)

O gráfico da figura citada mostra ainda o Canadá com 17% deste contingente,

Estados Unidos com 9% estando este seguido pelo Brasil com 8% e o México, por

fim, com cerca de 5%.

Cuba mantém também relações comerciais com o continente africano, conforme

demonstrado através da Tabela 10, tendo como seus principais parceiro a Argélia,

Nigéria, Marrocos e Angola. É possível visualizar a existência de um estreitamento

de laços com a Costa do Marfim, onde houve o início de um comércio com este a

partir de 2009 e permanece em ascensão. A Argélia tem para si cerca de 54% do

comércio cubano com o continente.

Tabela 10 - Principais Parceiros Econômicos - Cuba - África - 2007-2010 (CUP Milhões)

País 2007 2008 2009 2010

Argélia 234.349 248.131 170.613 214.139

Nigéria 2.582 175.605 65.323 21.625

Marrocos 8.210 40.193 7.720 19.203

Angola 34 7.323 33.375 27.485

Costa do Marfim - - 27.827 93.465

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da Oficina Nacional de Estadísticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012)

Ainda quanto à leitura dos dados da Tabela 10, vê-se que o fluxo comercial da

Argélia e da Nigéria sofreram reflexos similares, com um aumento expressivo quanto

as trocas realizadas entre os anos 2007 e 2008, apresentando um considerável

declínio no ano de 2009, sendo que em 2010, a Argélia aumenta seus índices e a

Nigéria sofre novamente uma redução superior a 50%. Já o Marrocos apresenta

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uma variação extrema entre o primeiro e o segundo ano, uma grande redução no

terceiro ano e uma pequena recuperação no último. Enquanto Angola apresenta

crescimento até 2010, quanto sobre uma queda quando comparada ao ano anterior.

A Oceania também possui parcerias com Cuba, porém, devido a este continente

é formado por centenas de Ilhas, seu comércio se restringe apenas a três locais:

Nova Zelândia, Austrália e Vanuatu, assim como exposto através da Tabela 11.

Tabela 11 - Principais Parceiros Econômicos - Cuba - Oceania - 2007-2010 (CUP Milhões)

País 2007 2008 2009 2010

Nova Zelândia 74.237 105.083 8.088 28.895

Austrália 15.378 11.578 5.621 8.992

Vanuatu - 14.101 - 11.395

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da Oficina Nacional de Estadísticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012)

O maior volume de trocas é identificado junto à Nova Zelândia, que consome

uma fatia deste mercado superior a 75%, sendo que a Austrália e Vanuatu dividem

os demais 25%. De qualquer forma, em análise a tais números, vê-se um grande

volume de trocas com a Nova Zelândia em 2007, que cresce em 2008, porém sofre

uma redução drástica em 2009 e renova-se em 2010, porém de forma mais discreta;

enquanto a Austrália mantém níveis inferiores, porém mais estáveis, com um

declínio entre os anos de 2007 e 2009, e um novo aumento em 2010. Vanuatu, por

sua vez, é apresentada na citada tabela somente nos anos de 2008 e 2010, sendo

que apresenta um decréscimo entre o primeiro ano e o segundo.

Como já mencionado, nesta estratégia de diversificação de parcerias as relações comerciais de Cuba ainda são frágeis com África e Oceania. No primeiro caso, apesar dos laços históricos e políticos com alguns países da região, as trocas comerciais sofrem o problema da similaridade e não da complementação, ou seja, há uma coincidência das necessidades comerciais neste momento histórico. Em relação ao segundo, as distâncias física e política parecem ser determinante para a insignificância da relação comercial. (SILVA, JOHNSON, 2010, p. 10).

Os produtos que são exportados por Cuba estão classificados pelo nicho da

indústria nacional onde os mesmo foram produzidos. Durante o período de 2007 a

2010, vê-se ainda uma grande importância dos minérios para a economia da nação,

sendo este o principal item da lista, seguido pelas indústrias açucareira e do tabaco,

com participação equivalente, além da pesca e agropecuária, nesta mesma ordem.

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A visualização de tais informações é possível através da Tabela 12 deste referido

trabalho de pesquisa.

Tabela 12 - Principais Produtos Exportados - Cuba - Total por Nicho de Indústrias (CUP Milhões)

Indústria 2007 2008 2009 2010

Agropecuária 15 15 15 14

Pesca 84 74 46 60

Açucareira 203 236 226 266

Mineração 2.081 1.434 839 1.151

Tabaco 236 235 212 202

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da Oficina Nacional de Estadísticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012)

Quanto aos produtos importados, as estatísticas realizadas pelo país declaram

as mesmas, dentro das fontes utilizadas, pela classificação do bem na entrada em

seu mercado, sendo classificados como: bens de consumo, bens intermediários e

bens de capital11.

Tabela 13 - Importação - Cuba - Total por Classe Econômica (CUP Milhões)

Classe 2007 2008 2009 2010

Bens de Consumo 2.134 2.563 1.788 1.532

Bens Intermediários 6.074 9.808 5.994 8.074

Bens de Capital 1.872 1.864 1.125 1.039

Fonte: Oficina Nacional de Estadísticas de La Republica de Cuba (ONE) (2012)

A Tabela 13 apresenta esses mesmos dados, expondo os bens de consumo

como maior parte das importações cubanas, representando cerca de 70% destas,

sendo que os bens de consumo e os bens de capital aparecem nesta mesma ordem

quanto a importância para a economia do país.

11

Cabe discorrer que, de acordo com Silva (2015): “[...] bens de consumo destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas, [...] bens intermediários são transformados ou agregados na produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo produtivo e [...] bens de capital são utilizados na fabricação de outros bens”.

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5.3 Brasil e Cuba

Relacionado ao comércio realizado entre Brasil e Cuba, no período de 2003 a

2010, apresenta-se a Tabela 14 com dados das exportações, importações e o saldo

destes. Nesta tabela, é possível identificar que as exportações brasileiras foram mais

expressivas durante estes oito anos, mantendo o saldo nacional superavitário, e que

ambas as atividades apresentaram crescimento, embora oscilante, interrompido

somente pela queda no ano de 2009 e retomado com ânimo no ano de 2010.

Tabela 14 - Intercâmbio Comercial Brasil e Cuba - 2003-2010 (U$S)

Ano Exportação Importação Saldo

2003 69.607.616 22.384.614 47.223.002

2004 132.061.869 45.308.841 86.753.028

2005 245.726.571 38.876.528 206.850.043

2006 343.824.663 31.595.636 312.229.027

2007 323.850.748 88.790.438 235.060.310

2008 526.848.434 45.364.051 481.484.383

2009 277.230.116 53.386.714 223.843.402

2010 414.871.651 73.417.244 341.454.407

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do Aliceweb (2015).

A Figura 6 trata-se de um gráfico, elaborado com base nos dados da Tabela 14,

que demonstra a faixa de crescimento do comércio entre Brasil e Cuba no período

pesquisado.

Em 2008, o Brasil já era o quarto parceiro comercial de Cuba, com trocas comerciais superiores a US$ 650 milhões, além de US$ 1 bilhão em empréstimos para infraestrutura cubana entre 2003 e 2010. Pelo montante e pelo conteúdo dos investimentos brasileiros, pode-se inferir que tal parceria tem objetivos profundos e de longo prazo, certamente ultrapassando o âmbito apenas econômico-comercial. (BALARDIM, LOSADA, BOHRER, 2013, p. 13).

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Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do MDIC (2014).

Entre os produtos exportados à Cuba estão o óleo de soja refinado e bruto,

grãos, como arroz, café e o milho, pedaços e miudezas de frango e bovino, leite,

sabão, entre tantos outros itens de consumo básico e consumo industrial (MDIC,

2014). Conforme demonstrado através do gráfico da Figura 7, cerca de 42% das

exportações são de produtos industrializados, enquanto outros 40% são produtos

manufaturados, 15% de produtos básicos e 3% são produtos semimanufaturados.

As operações especiais somam pouco mais de 0,01%.

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados da MDIC (2014).

Já na operação inversa, as importações brasileiras de Cuba neste período

caracterizavam-se, em sua maioria, por produtos de uso médico e laboratorial, como

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glândulas e tecidos para uso opoterápico, seguido de medicamentos, vacinas,

reagentes para diagnósticos, instrumentos para análises e pesquisas, cremes de uso

estético; além de charutos e cigarros, bebidas alcoólicas fermentadas, matérias

minerais (MDIC, 2014). Estas se tratavam de: 50% de produtos industrializados,

42% de produtos manufaturados, 8% de produtos semimanufaturados e outros

0,48% de produtos básicos, conforme demonstrado na Figura 8.

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do MDIC (2014).

Os dados do intercâmbio comercial entre Brasil e Cuba elucidam esta relação

que, depois de tanto tempo estagnada, foi retomada com certo receio e apresentou

seu auge durante os oito anos que tratam esta pesquisa.

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6 AS RELAÇÕES ENTRE BRASIL E CUBA

Este capítulo visou o atendimento ao terceiro objetivo específico proposto no

presente artigo onde foram indicados que, a análise dos fatores que levaram o Brasil

ao tamanho estreitamento de vínculos com Cuba durante o governo Lula são

bastante vastas, pois podem ser consideradas desde a política externa aplicada por

este, que previa a diversificação das parcerias em prol da descentralização do

comércio com as grandes potências e a aproximação junto aos mercados em

expansão [especialmente do eixo Sul do mundo], até a visão de que Cuba trata-se

de um ponto estratégico, não somente logístico, mas econômico para o país,

considerando as raízes socialistas do Partido dos Trabalhadores (PT), que elegeu à

presidência da república o seu candidato, e por muito tempo líder, após mais de

uma década de trabalho e esforços para tal.

Embora comentado anteriormente, Pecequilo (2008 apud Barão 2015, p. 70)

reitera que: “[...] na busca de novos parceiros e no aprofundamento de relações já

existentes, a prioridade foi dada aos países em desenvolvimento, sem, contudo,

comprometer as relações tradicionais com os países desenvolvidos [...]”. A

preferência deste governo nas relações com economias em expansão, além de visar

o multilateralismo aparece como uma forma de defesa da soberania nacional. Esta

postura é clara quando identificados alguns dos tratados multilaterais promovidos

durante tal gestão.

BRIC12 é um agrupamento político-econômico formado por Brasil, Rússia,

Índia, China que se uniram nesta formação a partir de 2006 e identificam-

se perante a sociedade internacional como países de economia

emergente. Este grupo visa fortalecer a influência das nações-membro

perante as negociações de nível mundial nos campos: financeiro,

comercial, saúde, ciência e tecnologia, segurança e agricultura (BRASIL,

2015);

IBSA (IBAS em português), é um acordo trilateral celebrado no ano de

2007 entre a Índia, Brasil e África do Sul, visando a cooperação e troca

12

O grupo tornou-se BRICS em 2011 com a incorporação da Àfrica do Sul (do inglês South Africa) (Wellner, 2014).

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entre estes países (IBSA, 2015). São temas de desenvolvimento mútuo no

grupo: comércio e investimentos diretos, ciência e tecnologia, energia,

meio-ambiente, agricultura, segurança, turismo, transporte e infraestrutura,

educação, cultura e desenvolvimento social, saúde (IBSA, 2015).

União Sul-Americana das Nações (UNASUL) que foi criada em 2008 após

aprimoramento do projeto de criação da Comunidade Sul-Americana das

Nações (CASA) de 2004, tem como objetivo a formação de um organismo

regional integrado nos âmbitos político, social, econômico, ambiental e de

infraestrutura (SANTOS, 2014). É formada por Argentina, Bolívia, Brasil,

Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e

Venezuela. Desde março de 2011, o grupo ganhou status de observador

junto a Assembleia Geral das Nações Unidas (ISAGS, 2015). Desta forma,

o governo brasileiro cumpre com seu objetivo de unificar o continente

através do multilateralismo e fortalece sua posição individual no cenário

internacional.

Compreendendo-se o que diz Moita (2008 apud Barnabé 2012, p. 3) que: “a

diplomacia é uma atividade através da qual se aplica a política externa”, identifica-se

a maestria com que Vizentini (2005, p. 14) resume a política externa e diplomacia

brasileiras no contexto internacional durante o governo Lula: “Cordial, mas

contestadora, a diplomacia brasileira estabeleceu sua rede com os países em

desenvolvimento afetados pelo protecionismo e pelos subsídios agrícolas do

Primeiro Mundo.”, onde completa que “a diplomacia se apresenta como o campo

mais bem sucedido do atual governo, com o país recuperando uma ação de grande

intensidade e alcance planetário [...]”.

Neste momento da diplomacia brasileira, destacou-se a grande participação de

Lula, definida como “altiva e ativa” (AMORIM, 2010).

[...] pode-se dizer que o governo Lula investiu muitos recursos humanos e materiais na elaboração do novo discurso diplomático e que essa elaboração envolveu também a multiplicação de iniciativas diplomáticas nas mais diversas frentes de atuação. (ALMEIDA, 2005, p. 14)

Lula foi o único candidato do PT a concorrer à presidência da república entre os

anos em que o partido esteve em pleito (1989, 1994, 2002) e, é possível identificar,

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neste espaço de tempo, o amadurecimento dos ideais e projetos pretendidos pelo

seu governo, onde foram apresentados o maior esclarecimentos quanto as políticas

públicas e externas, reconhecimento das obrigações do país perante os organismos

internacionais, transmissão de maior confiabilidade e realismo entre as propostas e

a possibilidade de realização. Ainda assim, observa-se em seus discursos a ideia de

que as grandes economias teriam que, necessariamente, prestar suporte aos países

de Terceiro Mundo visando um crescimento homogêneo das economias globais;

críticas às negociações do Brasil junto a ALCA; e certo desconforto quanto a

decisões tomadas pelo FMI e OMC; enquanto que, em contraponto, conforme

retratado por Almeida (2003, p. 8): “[...] o candidato Lula era o mais entusiástico

promotor do Mercosul, mas ainda aqui com pouco realismo em relação às chances

de uma moeda comum no curto prazo ou no que tange à implantação de instituições

mais avançadas [...]”, sendo que, mesmo de forma incerta, havia ciência deste sobre

a importância do Mercosul para o Brasil.

Uma nova política externa deverá [...] contribuir para reduzir tensões internacionais e buscar um mundo com mais equilíbrio econômico, social e político, com respeito às diferenças culturais, étnicas e religiosas. A formação de um governo comprometido com os interesses da grande maioria da sociedade, capaz de promover um projeto de desenvolvimento nacional, terá forte impacto mundial, sobretudo em nosso Continente. (PROGRAMA OFICIAL DO CANDIDATO LULA, 2002 apud ALMEIDA, 2003, p. 8).

Quando da eleição de Lula para o cargo de Presidente da República do Brasil,

muito foi especulado pelas mídias nacional e internacional sobre o histórico dos

discursos socialistas feitos por ele e demais integrantes e representantes de seu

partido, assim como os reflexos que tais pensamentos teriam para com a economia

brasileira e mundial. De fato, o PT tem em sua essência e viu sua criação nas

reivindicações dos sindicalistas em apoio ao proletariado, que formaram, e ainda

formam seu corpo partidário. Estes que, por sua vez, assistiam a uma sociedade

minada por aspectos da desigualdade e idealizavam no modelo socialista de

governo a solução para estas. Nunes (2007, p. 4) nos confirma que: “O Partido dos

Trabalhadores é fruto da ação política dos movimentos sociais que entraram em

cena na política brasileira no período da transição para a democracia, que se inicia

em meados da década de 1970 [...]”.

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Co-fundador do partido, Lula ficou à frente deste durante alguns anos e, mesmo

após engajar-se nas disputas presidencialistas, permaneceu participativo (PT, 2015).

O viés socialista em sua vida política é identificado de forma tênue, através de

declarações e discursos proferidos por este, porém com viés ao reconhecimento e

vitória da classe trabalhadora por seu próprio esforço.

O socialismo que nós queremos irá se definindo nas lutas dia-a-dia, do mesmo modo como estamos construindo o PT. O socialismo que nós queremos terá que ser a emancipação dos trabalhadores. E a libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores. (LULA, 1979 apud NUNES, 2007, p. 9).

Mesmo que de forma distante e inconclusa, é incabível a negativa da existência

de uma empatia de Lula, e consequentemente do PT, para com o regime socialista,

onde Cuba torna-se um espelho de uma sociedade que manteve-se forte em prol de

um posicionamento político que enfraqueceu-se, de forma contínua, diante do

capitalismo edificado nos demais Estados do mundo. Em consoante, Costa (2008, p.

100) discorre: “Apesar da dissolução da URSS e sua área de influência direta na

Europa, contra todas as perspectivas e apostas, o regime cubano permanecia de pé,

mesmo após os anos de “período especial”.

6.1 A Efetivação das Relações Bilaterais

No ano de 1987 foi assinado entre os governos da República Federativa do

Brasil e a República de Cuba o acordo base para as demais relações estabelecidas

entre estes no decorrer dos anos. Em 18 de março de 1987 foi assinado o primeiro

ato bilateral que previa o Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica

das nações, sendo este promulgado no Brasil em 1º de março de 1991 (BRASIL,

1991). Desde então, e até os dias atuais, foram assinados 107 Atos Bilaterais entre

Brasil e Cuba (BRASIL, 2015), sendo que durante os oito anos do governo do

Presidente Lula, foram assinados o total de 57 atos bilaterais.

Com o Brasil as relações entre os dois países conheceram uma verdadeira mudança, passando de apoio discreto para a cooperação efetiva, sob a política externa do governo Lula (2003-2010). Efetivaram-se acordos nas

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áreas petrolíferas (com a participação da Petrobras) e portuária (com financiamento do BNDES para a construtora Odebrecht) que já estão sendo executados. (BALARDIM; LOSADA; BOHRER, 2013, p. 13).

A listagem completa dos atos compreende o Apêndice - 1 deste trabalho, e foi

utilizado pela acadêmica como guia para a exposição de algumas das cooperações

previstas entre os países envolvidos. Os cinco atos comentados foram selecionados

com base em exemplificar um ato referente a cada área de cooperação, sendo:

saúde, educação, empreendedorismo, agricultura e tecnológica. Também serão

indicados e comentados os atos que, motivos a serem descritos, não foram

aprovados pela Justiça brasileira para entrar em vigor e dar inicio às atividades

propostas.

O primeiro Ato Bilateral exposto será o Memorando de Entendimento na Área de

Saúde, assinado em Havana no dia 26 de setembro de 2003 que prevê, conforme

seu Art. I, parágrafo 1: “estabelecer mecanismos de cooperação na área da saúde,

com ênfase na transferência de tecnologia e no desenvolvimento conjunto de

projetos e de pesquisas técnico-científicas.”. Entre os objetivo iniciais propostos,

encontram-se ensaios para detecção de vírus HIV 1 e HIV 2, busca por anticorpos

do vírus da hepatite C e vírus da Dengue. Este memorando entrou em vigor na data

de sua assinatura (BRASIL, 2003a).

Na área da educação, o Protocolo de Intenções para a Cooperação

Internacional em Alfabetização de Jovens e Adultos foi assinado em Havana no

mesmo dia 26 de setembro de 2003 e entrou em vigor na data de sua assinatura em

ambas as nações. Este acordo, por sua vez, tem como princípio o auxílio direto de

Cuba ao Brasil nas questões de alfabetização. Os métodos de alfabetização

cubanos foram colocados a disposição do Brasil (BRASIL, 2003b):

4. De igual modo, a Parte cubana dispõe-se a oferecer sua experiência no acompanhamento dos alfabetizados até a conclusão do ensino fundamental, com uso de gravações de aulas em vídeo e material impresso, que também podem ser traduzidos para o português e permitam economizar tempo e recursos humanos qualificados.

Como reflexo deste acordo, indica-se a assinatura do projeto de ‘importação’ do

programa de alfabetização cubana ‘Yo si puedo’ [Sim, eu posso; tradução nossa] no

ano de 2005, em caráter experimental. Este programa educacional foi empregado

com sucesso na Venezuela, Nicarágua e Haiti (REVISTA ÉPOCA ONLINE, 2015).

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O Termo de Cooperação Técnica na Área de Micro e Pequena Empresa foi

promulgado entre Brasil e Cuba na cidade de Brasília em 27 de agosto de 2003,

entrou em vigor nesta mesma data, prevendo, conforme seu Artigo 1 (BRASIL

2003c):

[...] identificar e promover o desenvolvimento de ações e projetos visando a transferência de conhecimentos, mecanismos e instrumentos de apoio ao empreendedorismo e a iniciativas de desenvolvimento voltadas às micro e pequenas empresas, prioritariamente nos seguintes temas: a)Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável; b)Turismo; c)Educação e Desenvolvimento da Cultura Empreendedora; e d)Derivados de Cana-de-açúcar;

Quanto a prioridade na aprovação dos projetos, o Artigo 8 deste memorando

apresenta:

a)prioridade para Projetos de âmbito Comunitário, Regional e Nacional por esta ordem; b)relação custo/benefício apresentada pelo Projeto; c)efeito multiplicador dos resultados do Projeto; d)reforço institucional; e)grau de co-participação das entidades executoras proponentes (contrapartida oferecida); e f)grau de transferência de conhecimentos e experiências de forma a dotar as entidades participantes da máxima autonomia possível no termo do Projeto.

Como instituições executoras e coordenadoras do projeto, o Brasil designou a

Agência Brasileira de Cooperação (ABC), para as questões burocráticas como o

recebimento, análise, aprovação e acompanhamento dos projetos recebidos, e o

Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) para as

questões práticas, como a elaboração de projetos, disponibilização de local, material

e transporte para fazer possível a aplicação dos projetos, além da formulação de

relatórios designados às partes envolvidas sobre o andamento do projeto (BRASIL,

2003c).

Na área agrícola, apresentar-se-á o Ajuste Complementar ao Acordo de

Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto ‘Apoio

ao Processo de Diversificação Integral Agrícola e Industrial do Setor Açúcareiro

Cubano – Caprinovinocultura’. Este ato foi assinado em Brasília, no dia 12 de agosto

de 2010 e iniciou vigência em mesma data. O projeto tem como intuito utilizar do

conhecimento e experiências da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

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(Embrapa) e demais produtores brasileiros para a capacitação e geração de

tecnologias da ovinocaprinocultura, buscando o desenvolvimento e diversificação da

questão agropecuária em Cuba (BRASIL, 2010a).

Por fim, apresenta-se o Memorando de Entendimento para Colaboração no

Setor das Tecnologias da Informação e das Comunicações que foi assinado em

Havana no dia 24 de fevereiro de 2010. Através deste memorando, os países

envolvidos buscariam o intercâmbio de informações e tecnologias em vista de

aprimorar os sistemas de informação estatais e de governo eletrônico, promover

pesquisas visando à produção e a comercialização de tecnologias e inovações nesta

área (BRASIL, 2010b), além de:

a) cooperar para a promoção de uma Sociedade da Informação inclusiva; b) intercambiar informações sobre programas e políticas de apoio à inclusão digital; c) empregar as TICs com vistas à promoção da universalização das comunicações, especialmente nas zonas rurais; d) cooperar para a difusão da Televisão e da Rádio Digitais; e) desenvolver projetos de pesquisa e de inovação tecnológica no campo das TICs, em particular nas áreas de eletrônica, automação, mecatrônica, nanotecnologia, software e conteúdos digitais interativos e interoperáveis; f) colaborar para a formação de recursos humanos na área das TICs; g) desenvolver a colaboração entre empresas, centros docentes e organizações de pesquisa de ambos os países; h) promover a construção de parques tecnológicos no setor das altas tecnologias de informação e comunicações; i) intercambiar informações em matéria de legislação, normas jurídicas e técnicas no campo das TICs; j) intercambiar informações em matéria de disposições reguladoras, normas, supervisão e controle do mercado das comunicações; k) colaborar para a promoção da segurança informática e da segurança de redes; l) promover ferramentas de governo eletrônico; m) promover políticas e aplicações do software livre; n) colaborar no campo do ensino à distância, da telemedicina, do comércio eletrônico e dos serviços postais; o) intercambiar informações com relação ao tratamento da propriedade intelectual no campo das TICs; p) concertar posições em foros como a União Internacional de Telecomunicações (UIT), a União Postal Universal (UPU) e outras organizações internacionais com competência em matéria de TICs e de governança da Internet, e q) cooperar no campo da Certificação Digital.

Do montante total de atos bilaterais firmados entre Brasil e Cuba durante o

Governo Lula, somente dois atos ainda estão classificados como ‘em tramitação’

pelo SCI. A Tabela 15 apresentou quais foram esses atos.

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Tabela 15 - Atos Bilaterais Em Tramitação

Título do Acordo Celebração

Acordo em Matéria de Turismo 26/09/2003

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Cultural e Educacional para o Reconhecimento de Títulos de Medicina Expedidos em Cuba

15/09/2006

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do SCI (2015).

Em comentários aos mesmos, identificou-se que o ‘Acordo de Matéria de

Turismo’ não entrou em vigência no Brasil, porém, de acordo com Revista Época

Online (2013, p. 1), em julho de 2013: “os ministérios do Turismo dos países

firmaram um memorando de entendimento para ampliar o fluxo de turistas [...]”, o

que leva à concepção de que este é um assunto ainda recente e de mútuo interesse.

Com relação ao ato assinado visando o Ajuste Complementar ao Acordo de

Cooperação Cultural e Educacional para o Reconhecimento de Títulos de Medicina

Expedidos em Cuba, verifica-se que este tramitou junto ao senado nacional até 11

de novembro de 2009, quanto foi retirado da pauta. Sendo que em 06 de julho de

2011 foi apresentado pelo Senador Roberto Requião o projeto de alteração da Lei nº

9.349, de 20 de dezembro de 1996, para:

[...] determinar que os diplomas de cursos de graduação, Mestrado ou Doutorado de reconhecida excelência acadêmica, expedido por instituições de educação superior estrangeiras, poderão ter revalidação ou reconhecimento automático; estabelece que o Poder Público divulgará, periodicamente, a lista de cursos e instituições acima referidas. (BRASIL, 2011).

Tal projeto de revisão da lei foi aprovada pela Comissão de Educação em 15 de

julho de 2014 e encaminhada à Câmara dos Deputados, para entrada em votação,

no dia 30 de julho de 2014, sendo que ainda não houve inclusão deste em pauta

(BRASIL, 2015). Este projeto, por menos específico que seja, comparado com o ato

assinado pelos governos brasileiro e cubano, vem desburocratizar as políticas

culturais e educacionais do país e beneficiar não somente a população que buscou

formação educacional em Cuba, mas em todo o mundo, desde que a instituição

esteja inclusa em tal projeto.

Através destas informações, foi identificado que o relacionamento Brasil x Cuba

durante os anos 2003-2010 dava-se de forma que o comércio executado não

consistia em produtos e serviços de alto valor agregado ou em grandes volumes

movimentados [embora tenha havido um grandioso aumento nas trocas exercidas].

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Na realidade, o comércio entre os mesmos apresentou-se muito mais como uma

cooperação brasileira para com o desenvolvimento da ilha, pois prestou auxílio, de

forma técnica e intelectual, para o aperfeiçoamento agrícola e tecnológico [entre

outros], formação de mão-de-obra qualificada para serviços pouco fomentados ou

nunca antes realizados, além do fornecimento de produtos extremamente escassos

aos mesmos. Em apenas alguns atos assinados o Brasil é beneficiado de forma

mútua ou exclusiva, como, por exemplo, no plano de fortalecimento do setor

odontológico, demonstrando uma ‘solidariedade’ para com Cuba.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A investigação empregada na produção desta pesquisa visou demostrar, através

de seu objetivo geral, as relações bilaterais existentes entre Brasil e Cuba no

decorrer dos anos de 2003 a 2010, onde o capítulo primeiro apresentou os principais

conceitos relacionados ao seu desenvolvimento, buscando ilustrar ao leitor o cenário

no qual este se posicionou, explanando de forma breve questões como a

globalização e seu envolvimento com o comércio internacional; a orgânica do

comércio exterior; e a posição da diplomacia.

O primeiro objetivo específico foi composto pelos capítulos terceiro e quarto, que

apresentaram os alguns dos dados sociais, geográficos, políticos e histórico-

econômicos sobre o Brasil e Cuba respectivamente.

O capítulo quinto comportou os dados estatísticos referentes ao comércio

internacional do Brasil e de Cuba, onde foram demonstradas informações das

balanças de comerciais, principais parceiros na importação e exportação e produtos

de maior comercialização, através de tabelas e gráficos. O subcapítulo 5.3 tratou

especificamente das transações comerciais realizadas entre estes países,

demonstrando o crescimento no fluxo de transações.

As relações bilaterais efetivas entre Brasil e Cuba referem-se ao terceiro objetivo

específico proposto para esta pesquisa, o qual foi cumprido por via do capítulo sexto

que, além de discorrer sobre o histórico das relações e situações que levaram a tal

aproximação, comenta alguns dos atos promulgados entre os mesmos.

Como problema de pesquisa, a acadêmica indica que houve a adaptação do

tema no decorrer do projeto, pois este visava a análise das relações unicamente

econômicas realizadas entre Brasil e Cuba e foi proposta a ampliação do tema para

que ocorresse a análise das relações bilaterais entre Brasil e Cuba, podendo assim

abranger de forma mais completa relacionamento existente em tal período dentre

estes países.

Analisadas as informações investigadas sobre Brasil e Cuba, seja de forma

individual ou conjunta, torna-se claro que, para as perspectivas de expansão de

comércio atingirem um patamar de equivalência, onde as economias trocarão entre

si bens e serviços que corroborem ao seu engrandecimento econômico, social e

tecnológico, será necessária uma manutenção delicadas da relação já existente. O

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socialismo cubano, a economia fechada ao capitalismo por tantos anos e o bloqueio

americano contra os mesmos geraram um imenso atraso à Cuba, sendo que a

globalização, para eles, acontece de uma forma mais morosa e que a inserção de

novas ideias, informações e tecnologias sejam mais dificultadas.

Assim, é necessário que Cuba continue seu processo de abertura econômica,

buscando investimentos na infraestrutura nacional e especializando de mão-de-obra

para produção de bens e serviços de valor agregado, para que tais ações possam

atrair divisas ao país e ainda mais investimentos, pois, caso haja o realinhamento

das relações entre Cuba e os Estados Unidos, será necessário que a ilha mostre-se

interessante ao olhos do Brasil [e do mundo] não somente como um facilitador ao

acesso dos portos americanos mais como um integrante da economia global.

Por fim, conclui-se que todos os objetivos propostos para investigação foram

cumpridos de forma satisfatória, além de ter-se identificado que esse estreitamento

de relações entre as nações frutificou diversos outros acordos de grande valia a

ambas nos anos que se seguiram à data pesquisada (2011 - dias atuais). Podem-se

citar como exemplos:

Empréstimo efetuado à Cuba pelo Banco Nacional do Desenvolvimento

(BNDES), com intermédio do MDIC, para a ampliação e revitalização do

Porto de Mariel. Este totalizou o valor de US$ 600 milhões, para serem

utilizados em quatro (4) anos e foi efetuado com a premissa de que o

valor somente poderia ser empregado na compra de produtos e serviços

brasileiros.

A vinda de médicos cubanos para complementação do contingente de

profissionais para implementação do programa do Governo Federal ‘Mais

Médicos’, sendo que cerca de 11 mil cubanos estão trabalhando em

território brasileiro, compondo 79% destes.

Criação do Fórum Empresarial Brasil-Cuba, organizado pela Federação

das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), que busca atrair

investimentos brasileiros à ilha, mostrando os benefícios existentes para

a construção de empresas e empreendimentos (hotéis, resorts).

A acadêmica deixa as seguintes sugestões de temas para pesquisas futuras

consoantes a esta, visando possibilitar a continuidade deste estudo:

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As Relações Bilaterais entre Brasil e Cuba no Governo Dilma Rousseff

(2011-2018);

Análise da Efetivação dos Atos Bilaterais Promulgados entre Brasil e

Cuba durante o Governo Lula (2003-2010);

Estados Unidos x Cuba: Os reflexos do fim do embargo nas relações

entre o Brasil e Cuba.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

Apêndice 1 - Atos Bilaterais Brasil e Cuba - 2003 a 2010

Título do Acordo

Celebração Situação

Termo de Cooperação Técnica na Área de Micro e Pequena Empresa

27/08/2003 Vigente

Acordo Marco 26/09/2003 Vigente

Acordo em Matéria de Turismo 26/09/2003 Em tramitação

Memorando de Entendimento para a Promoção do Desenvolvimento Industrial

26/09/2003 Vigente

Memorando de Entendimento para a Cooperação nos Setores da Pesca e da Aquicultura

26/09/2003 Vigente

Memorando de Entendimento na Área de Saúde 26/09/2003 Vigente

Memorando de Entendimento para a Troca de Experiência em Saúde Bucal

26/09/2003 Vigente

Memorando de Entendimento para Cooperação Técnica em Matéria de Saúde Animal e Sanidade Vegetal

26/09/2003 Vigente

Protocolo de Entendimento em Matéria de Meio Ambiente 26/09/2003 Vigente

Protocolo de Intenções na Área de Agropecuária 26/09/2003 Vigente

Protocolo de Intenções na Área de Educação, Saúde e Trabalho com Vistas ao Reconhecimento Recíproco de Diplomas de Graduação e de Pós-Graduação "Stricto Sensu" na Área da Saúde.

26/09/2003 Vigente

Protocolo de Intenções para a Cooperação Internacional em Alfabetização de Jovens e Adultos

26/09/2003 Vigente

Protocolo de Intenções sobre Cooperação Educacional na Área de Saúde

26/09/2003 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto de Estudos para Manejo e Uso Racional dos Recursos de Águas Minerais (Águas Subterrâneas) SIAGAS - Cuba.

29/10/2004 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto Avaliação e Diagnóstico sobre a Degradação Ambiental da Mina "El Cobre" de Cuba.

29/10/2004 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto Fortalecimento Institucional do Ministério da Agricultura de Cuba na Área de Investigação Agropecuária.

29/10/2004 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto Fortalecimento das Capacidades Locais para Impulsionar a Economia Territorial das Províncias Cubanas no Marco do Programa de Desenvolvimento Humano Local de Cuba - PDHL.

29/10/2004 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto Fortalecimento do Programa Nacional de DST/AIDS de Cuba-Fase II.

29/10/2004 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto Capacitação para a Aplicação de Geoestatística na Exploração Mineira de Cuba.

29/10/2004 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto de Aplicação de Modelos Econométricos.

27/06/2005 Vigente

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Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para a Implementação do Projeto "Intercâmbio Técnico e Institucional na Área de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos em Bacias Hidrográficas".

05/12/2005 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para a Implementação do Projeto "Diplomado em Banca Comercial”.

07/12/2005 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Cultural e Educacional para o Reconhecimento de Títulos de Medicina Expedidos em Cuba

05/09/2006 Em tramitação

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto "Capacitação para o Uso de Tecnologia Sig na Análise e Edição de Cartografia geológica Digital em Cuba”.

27/10/2006 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto "Estudo da Degradação Ambiental da Mineração na Região de Santa Lúcia no Ocidente de Cuba”.

27/10/2006 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto "Utilização da Geoestatística para a Classificação de Recursos e Reservas Minerais em Cuba”.

27/10/2006 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto "Diretrizes para a Validação de Métodos Alternativos para Detecção de Contaminantes Microbiológicos em Produtos de Interesse da Vigilância Sanitária e da Agricultura”.

27/10/2006 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto "Gestão Integrada de Águas Litorâneas”.

27/10/2006 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto "Fortalecimento da odontologia no Brasil e em Cuba - Fase I”.

27/10/2006 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto "Transferência de Metodologias para a Combinação de Resistência a Isolados de Begomovirus, Tospovirus e Nemátodos em Genótipos de Tomate com Qualidade Agronômica Desejável”.

13/07/2007 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto "Diplomado em Banca Comercial - Fase IV”.

13/07/2007 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto "Aplicação de Modelos Econométricos - Fase II”.

13/07/2007 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto "Transferência de Técnicas Avançadas para Determinação de Metais Pesados em Solos, Fertilizantes, Compostos Orgânicos e Plantas Hortícolas de Cuba - Controle de Qualidade”.

13/07/2007 Vigente

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Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e tecnológica Desenvolvimento Tecnológico para Implementação do Projeto "Controle de Qualidade de Produtos de Risco Submetidos à Vigilância Sanitária”.

13/12/2007 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e tecnológica Desenvolvimento Tecnológico para Implementação do Projeto "Apoio Técnico para Implementação de Bancos de Leite Humano em Cuba”.

13/12/2007 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto Suporte Técnico e Extensão Institucional do Sistema de Informação de Águas Subterrâneas (SIAGAS) em Cuba.

15/01/2008 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto "Fortalecimento Institucional das Assessorias Internacionais do Ministério da Saúde do Brasil e do Ministério de Saúde Pública de Cuba”.

15/01/2008 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto "Fortalecimento Institucional do Centro para o Controle Estatal de Qualidade dos Medicamentos e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária na Área de Vigilância Sanitária de Medicamentos”.

15/01/2008 Vigente

Comunicado Conjunto sobre Cooperação Técnica para a Produção de Soja

15/01/2008 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Brasil e Cuba para Implementação do Projeto "Assistência Técnica para a Produção de Soja em Cuba”.

30/05/2008 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto "Diplomado em Banca Comercial - Fase V”.

29/09/2008 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto "Fortalecimento Institucional do Centro de Tecnologia e Qualidade do Ministério da Indústria Sidero-Mecânica de Cuba”.

04/05/2009 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para implementação do Projeto "Modelo Conceitual de Estrutura do Banco de Dados Geológicos da República de Cuba".

04/05/2009 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para implementação do Projeto "Capacitação na Utilização de Derivados de Crédito como Instrumentos Financeiros de Controle de Risco Creditício”.

04/05/2009 Vigente

Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Colaboração no Setor das Tecnologias da Informação e das Comunicações

24/02/2010 Vigente

Protocolo Complementar ao Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba na Área da Saúde

24/02/2010 Vigente

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Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Fortalecimento Institucional dos Laboratórios Nacionais de Vigilância Sanitária do Brasil e de Cuba”.

24/02/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Fortalecimento Institucional do CECMED e da ANVISA na Área de Vigilância Sanitária”.

24/02/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Desenvolvimento de Capacidades Técnicas em Controle Biológico de Pragas Agrícolas entre Brasil e Cuba”.

24/02/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Assistência Técnica para a Produção de Soja e Milho em Cuba – Fase II”.

24/02/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Transferência de Metodologias para o Controle Genético de Ralstonia Solanacearum, Begomovirus, Tospovirus, Potyirus y Phytophthora Capsici no Tomate e Pimentão”.

24/02/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Limites Permissíveis de Metais Pesados na Agricultura Cubana – Transferência e Adequação da Experiência e Elaboração da Legislação Brasileira”.

24/02/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Transferência de Técnicas Avançadas para o Beneficiamento de Sementes e Avaliação de Substratos Orgânicos Utilizados na Produção de Mudas de Flores e Plantas Ornamentais de Cuba”.

12/08/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Organização e Conservação de Provas, Amostras e Materiais Documentais Relacionados comas Investigações Geológicas para o Desenvolvimento de uma Litoteca em Cuba”.

12/08/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Fortalecimento Institucional do Centro de Tecnologia e Qualidade do Ministério da Sideromecânica de Cuba – Fase II”.

12/08/2010 Vigente

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Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Apoio à Declaração do Patrimônio Geológico e Mineiro da República de Cuba”.

12/08/2010 Vigente

Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Apoio ao Processo de Diversificação Integral Agrícola e Industrial do Setor Açúcareiro Cubano – Caprinovinocultura”.

12/08/2010 Vigente

Fonte: Elaborado pela acadêmica com base em dados do SCI (2015).

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ANEXOS

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Assinatura dos Responsáveis

Nome do estagiário Sabrina dos Reis Brattig

Orientador de conteúdo Prof. MSc Silvana Rebelo D’Alascio

Responsável pelo Estágio Prof. MSc. Natalí Nascimento