INTRODUÇÃO

O que é a justiça? Este é um questionamento que povoa a mente de operadores do Direito como um todo, sejam eles magistrados, advogados, promotores e até mesmo futuros profissionais. Este questionamento pode aparecer para o magistrado no momento em que analisa um caso concreto para prolatar uma sentença. Para o advogado, no momento em que perde uma causa, para o promotor quando decide prosseguir com a acusação de um réu, para o estudante quando começa a criar senso crítico para o Direito. Independente de para quem ou quando este questionamento apareça, é vital para um operador do Direito, que seja feita uma reflexão sobre qual é conceito de Justiça, para si, para outrem, para a sociedade em que vive.

Porém, esta busca sobre a essência do conceito de Justiça não é nova. Ao contrário, remonta aos primórdios da civilização moderna, já tendo sido discutido por filósofos e pensadores de diversas áreas do conhecimento ao redor do mundo. Platão, Aristóteles, São Tomás de Aquino, são exemplos de filósofos que se preocuparam com o conceito de justiça.

Porém, ao operador do Direito atual, não basta apenas buscar os conceitos prontos dos grandes pensadores da humanidade. Cabe a ele a busca por estes conceitos em conformidade com o tempo e local onde vive, com as normas positivadas de sua nação, com a situação socioeconômica daquele ambiente em que vive. Se, conforme preconiza o artigo 2º do Código de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, o advogado é “indispensável à administração da Justiça” e “defensor do Estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social”