trabalho de filosofia da educação 1

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  • UMC UNIVERSIDADE MOGI DAS CRUZES

    ADOLFO FRITZ

    ALBERTO FRAGOSO DIAS DANTAS

    ERIC BRNARDES

    PESQUISAS EM FILOSOFIA DA EDUCAO

    So Paulo, SP

    2013

  • ADOLFO FRITZ

    ALBERTO FRAGOSO DIAS DANTAS

    ERIC BRNARDES

    PESQUISAS EM FILOSOFIA DA EDUCAO

    Trabalho apresentado para avaliao do rendimento

    escolar da disciplina Filosofia da Educao, do curso

    de Ps Graduao Lato Sensu em Didtica e

    Metodologia do Ensino Superior da Universidade de

    Mogi das Cruzes, ministrado pelo Prof. Mrcio Jos

    Palharini.

    So Paulo, SP

    2013

  • SUMRIO

    BIOGRAFIAS DE CADA AUTOR .......................................................................................... 3

    Auguste Comte ................................................................................................................ 3

    Karl Marx ........................................................................................................................ 4

    Friedrich Engels ............................................................................................................. 5

    Lucius Annaeus Seneca ................................................................................................... 7

    ESCOLAS FILOSFICAS DE CADA AUTOR .......................................................................... 8

    Estoicismo - SNECA ..................................................................................................... 8

    Marxismo MARX e ENGELS ....................................................................................... 8

    Positivismo - COMTE ................................................................................................... 10

    CONTEXTO HISTRICO DE ROMA ANTIGA E EUROPA SC. XIX...................................... 10

    Historicidade de Roma ................................................................................................. 10

    Historicidade da Europa no sc. XIX ........................................................................... 12

    RESUMO DAS PRINCIPAIS OBRAS DE CADA AUTOR .......................................................... 13

    Curso de Filosofia Positiva - Comte............................................................................. 13

    Salrio, Preo e Lucro (Captulos 7 10) - Marx........................................................ 16

    Manifesto Comunista Marx e Engels ......................................................................... 18

    Sobre a Brevidade da Vida - Sneca ............................................................................ 20

    EDUCAO MARXISTA E EDUCAO LIBERAL .............................................................. 23

    Educao marxista ....................................................................................................... 23

    Educao liberal ........................................................................................................... 24

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ......................................................................................... 26

  • 3

    BIOGRAFIAS DE CADA AUTOR1

    Auguste Comte2

    As ideias de Auguste Comte, o criador do positivismo, influenciaram grandemente a

    formao da repblica no Brasil. Tanto, que o lema da bandeira brasileira, Ordem e

    progresso, foi inspirado na doutrina desse filsofo francs.

    Auguste Comte fez seus primeiros estudos em Montpellier, sua cidade natal. Em Paris,

    ingressou na Escola Politcnica, mas com o fechamento temporrio da escola, em 1816,

    voltou a Montpellier para continuar seus estudos na faculdade de medicina.

    No ano seguinte, voltou a estudar em Paris, mas foi expulso da Escola Politcnica,

    passando a realizar pequenos trabalhos para sobreviver. Ainda em 1817, tornou-se secretrio

    do filsofo socialista Saint-Simon, que o apresentou ao mundo intelectual francs.

    J imerso na elaborao da doutrina do positivismo, Comte publicou em 1822 seu

    Plano de trabalhos cientficos necessrios para reorganizar a sociedade. Dois anos mais

    tarde, rompeu com Saint-Simon, pois as doutrinas dos dois eram incompatveis. Neste perodo

    casou-se com Caroline Massin, de quem se divorciaria em 1842.

    Em 1826 Auguste Comte foi internado numa clnica de sade mental, para tratar-se de

    problemas psiquitricos. Em 1830 iniciou a publicao de seu Curso de Filosofia Positiva,

    que seria concluda doze anos mais tarde. Em 1832, retornou Escola Politcnica para

    lecionar, mas, no obtendo ctedra, saiu em 1844.

    Neste mesmo ano, teve um envolvimento platnico com Clotilde de Vaux, que

    perduraria at a morte desta, dois anos depois. Em 1848 Auguste Comte criou uma

    Sociedade Positivista, que angariou grande nmero de seguidores. Entre 1851 e 1854,

    publicou os volumes do Sistema de poltica positivista, cujas ideias viriam fundamentar

    vrias correntes de pensamento poltico, em vrios pases.

    No Brasil a influncia do positivismo de Comte traduziu-se no s no iderio de

    nossos republicanos, mas nas aes polticas que acompanharam a proclamao da Repblica.

    1 Por se tratar de biografias bem sintetizadas, reproduzimos na ntegra o contedo ora pesquisado,

    conforme citaes realizadas.

    2 Disponvel em: http://educacao.uol.com.br/biografias/auguste-comte.jhtm. Acesso em: 02 mar. 2013,

  • 4

    Entre elas, a separao entre igreja e Estado, o estabelecimento do casamento civil, o fim do

    anonimato na imprensa e a reforma educacional proposta por Benjamin Constant, um dos

    mais influentes positivistas brasileiros.

    Karl Marx3

    Terico do socialismo, Karl Marx estudou direito nas universidades de Bonn e Berlim,

    mas sempre demonstrou mais interesse pela histria e pela filosofia. Quando tinha 24 anos,

    comeou a trabalhar como jornalista em Colnia, assinando artigos social-democratas que

    provocaram uma grande irritao nas autoridades do pas.

    Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria pregada por

    Hegel (Georg Wilhelm Friedrich - um dos mais importantes e influentes filsofos alemes do

    sculo 19), Marx comeou a ter mais familiaridade dos problemas econmicos que afetavam

    as naes quando trabalhava como jornalista.

    Aps o casamento com uma amiga de infncia (Jenny von Westphalen), foi morar em

    Paris, onde lanou os Anais Franco-Alemes", rgo principal dos hegelianos de esquerda.

    Foi em Paris que Marx conheceu Friedrich Engels, com o qual manteve amizade por toda a

    vida.

    Na capital francesa, a produo de Marx tomou um grande impulso. Nesta poca,

    redigiu Contribuio crtica da filosofia do direito de Hegel. Depois, contra os adeptos da

    teoria hegeliana, escreveu, com Engels, A Sagrada Famlia, Ideologia alem (texto

    publicado aps a sua morte).

    Depois de Paris, Marx morou em Bruxelas. Na capital da Blgica, o economista

    intensificou os contatos com operrios e participou de organizaes clandestinas. Em 1848,

    Marx e Engels publicaram o Manifesto do Partido Comunista, o primeiro esboo da teoria

    revolucionria que, anos mais tarde, seria denominada marxista.

    Neste trabalho, Marx e Engels apresentam os fundamentos de um movimento de luta

    contra o capitalismo e defendem a construo de uma sociedade sem classe e sem Estado. No

    mesmo ano, foi expulso da Blgica e voltou a morar em Colnia, onde lanou a Nova Gazeta

    Renana, jornal onde escreveu muitos artigos favorveis aos operrios.

    3 Disponvel em: http://educacao.uol.com.br/biografias/karl-marx.jhtm. Acesso em 02 mar. 2013.

  • 5

    Expulso da Alemanha, foi morar refugiado em Londres, onde viveu na misria. Foi na

    capital inglesa que Karl Marx intensificou os seus estudos de economia e de histria e passou

    a escrever artigos para jornais dos Estados Unidos sobre poltica exterior.

    Em 1864, foi co-fundador da Associao Internacional dos Operrios, que mais

    tarde receberia o nome de 1 Internacional. Trs anos mais tarde, publica o primeiro volume

    de sua obra-prima, O Capital.

    Depois, enquanto continuava trabalhando no livro que o tornaria conhecido em todo o

    mundo, Karl Marx participou ativamente da definio dos programas de partidos operrios

    alemes. O segundo e o terceiro volumes do livro foram publicados por seu amigo Engels em

    1885 e 1894.

    Desiludido com as mortes de sua mulher (1881) e de sua filha Jenny (1883), Karl

    Marx morreu no dia 14 de maro de 1883. Foi ento que Engels reuniu toda a documentao

    deixada por Marx para atualizar O Capital.

    Embora praticamente ignorado pelos estudiosos acadmicos de sua poca, Karl Marx

    um dos pensadores que mais influenciaram a histria da humanidade. O conjunto de suas

    ideias sociais, econmicas e polticas transformaram as naes e criou blocos hegemnicos.

    Muitas de suas previses ruram com o tempo, mas o pensamento de Marx exerceu enorme

    influncia sobre a histria.

    Friedrich Engels4

    Junto com Karl Marx, Friedrich Engels realizou uma obra marcante na filosofia e na

    poltica, cuja caracterstica principal foi a elaborao das teorias do materialismo histrico.

    Engels era filho de um rico industrial alemo e soube analisar a sociedade de forma

    muito eficiente, como poucos antes dele. Na juventude, ficou impressionado com a misria

    dos trabalhadores das fbricas de sua famlia, uma delas em Manchester, Inglaterra.

    Engels completou e publicou o segundo e o terceiro volumes de O Capital, principal

    obra terica do socialismo, aps a morte de Marx. Com grande capacidade crtica e estilo

    claro - ao contrrio do de seu parceiro -, escreveu sozinho algumas das obras mais

    importantes do marxismo, como A Origem da Famlia, da Propriedade Privada e do Estado.

    4 Disponvel em: http://educacao.uol.com.br/biografias/friedrich-engels.jhtm. Acesso em: 02 mar. 2013.

  • 6

    Ao mesmo tempo, tentou ir alm de sua rea de conhecimento, provando que os

    fundamentos do marxismo poderiam ser encontrados tambm nas cincias biolgicas. Para

    isso, escreveu obras como A Dialtica da Natureza e O Papel do Trabalho na

    Transformao do Macaco em Homem, que no tm o menor fundamento cientfico, como

    se sabe atualmente.

    O filsofo cursou a escola secundria, abandonando-a um ano antes de se formar: seu

    pai insistiu em que fosse trabalhar nos negcios da famlia. Passou os trs anos seguintes

    (1838-41) nos escritrios da empresa de exportao em Bremen. Sob o pseudnimo de

    Friedrich Oswald, escreveu artigos que lhe abriram as portas do Clube de Doutores,

    frequentado por Marx.

    Interessou-se pelo movimento dos Jovens Hegelianos, intelectuais esquerdistas

    como o telogo e historiador Bruno Bauer e o anarquista Max Stirner que cultivavam a

    dialtica do filsofo alemo Hegel o conceito de que o progresso racional e as mudanas

    histricas resultam do conflito de ideias e classes opostas, concluindo numa nova sntese.

    Rejeitavam, portanto, a interpretao oficial e conservadora da filosofia hegeliana que

    justificava a Monarquia prussiana (dcadas mais tarde, em 1871, Guilherme, rei da Prssia,

    receberia a coroa do recm unificado Imprio Alemo).

    De 1841 a 1842, Engels serviu como voluntrio num regimento de artilharia em

    Berlim. A experincia foi til na derrotada revoluo de 1848 na Alemanha, contra o poder

    feudal dos junkers (grandes proprietrios de terras).

    Em Manchester, em 1842, Engels passou a viver com Mary Burns, uma operria

    irlandesa sem instruo. Quando Mary morreu em 1863, Engels exigiu que Marx se

    desculpasse por ter recebido a notcia com indiferena.

    Engels endossou sua nova interpretao materialista da histria, aps reencontrar

    Marx em Bruxelas (1845). Ambos montaram o fundamento de uma nova teoria, a do

    socialismo cientfico, em oposio ao socialismo religioso, idealista e utpico. Os dois

    fundadores do comunismo procuraram uma organizao revolucionria alem socialista.

    Engels e Marx convenceram o Segundo Congresso Comunista em Londres a adotar suas

    posies. Eles foram indicados para escrever uma declarao poltica: O Manifesto do

    Partido Comunista, de 1848.

  • 7

    Aps a derrota da Revoluo de 1848, Marx e Engels tiveram de sair da Alemanha e ir

    para a Inglaterra. Para sustentar-se e ajudar Marx, Engels trabalhou como subordinado nos

    escritrios da Ermen & Engels, em Manchester. Novamente foi bem-sucedido como homem

    de negcios.

    Assim pde tambm sustentar Marx, sua mulher e as duas filhas, enquanto o filsofo

    se dedicava exclusivamente aos estudos. Engels tambm deu amplo apoio moral a Marx.

    Quando este engravidou a empregada de sua famlia, Engels assumiu a paternidade da

    criana, para evitar um escndalo.

    Lucius Annaeus Seneca5

    H pessoas que no param de se atormentar com lembranas das coisas passadas;

    outras se afligem pelos males que viro. tudo absurdo, pois o que j aconteceu no nos afeta

    e o futuro ainda no nos toca... Devemos contar cada dia como uma vida separada.

    Essas palavras de Sneca demonstram a confiana na razo como guia para o

    comportamento moral - to caracterstica da filosofia estica. As obras de Sneca tiveram

    grande influncia na filosofia e na literatura posterior.

    Lucius Annaeus Seneca era filho de um grande orador - Annaeus Seneca, o Velho - e

    foi educado em Roma, onde estudou retrica e filosofia. Tornou-se famoso como advogado.

    Foi membro do senado romano e posteriormente nomeado questor, magistrado da justia

    criminal.

    Sneca despertou a inveja do imperador Calgula, que tentou assassin-lo. Em 41 d.C.,

    envolveu-se num processo por suas relaes com Julia Livila, uma sobrinha do imperador

    Cludio. Acusado de adultrio, foi exilado e partiu para a Crsega, onde viveu at 49 d.C.

    Durante esse perodo, escreveu suas famosas consolaes, textos dirigidos a um

    interlocutor com o propsito de confortar. Na Consolao a Mrcia, dirige-se a uma mulher

    que acabou de perder um filho, tecendo consideraes sobre a inconstncia da sorte e a

    fragilidade da vida humana. Em Consolao a Hlvia, dirige-se prpria me, consolando-a

    pelo sofrimento de ver seu filho no exlio.

    5 Disponvel em: http://educacao.uol.com.br/biografias/lucius-annaeus-seneca.jhtm. Acesso em: 02 mar.

    2013.

  • 8

    Em 49 d.C., Messalina foi condenada morte. O imperador Cludio casou-se com

    Agripina, que convidou Sneca para assumir a educao de seu filho Nero.

    Nero tornou-se imperador em 54 d.C. e Sneca assumiu as funes de conselheiro at

    62 d.C. Em Roma, Sneca redigiu dois de seus tratados, Sobre a Brevidade da Vida e

    Sobre o cio.

    Afastado da vida pblica, sofreu perseguio do imperador Nero. Foi acusado de

    participar da Conspirao de Piso, que teria planejado o assassinato de Nero, e condenado ao

    suicdio.

    Em 65 d.C., Sneca cortou os pulsos, na presena de amigos, no que foi seguido por

    sua esposa, Pompia Paulina.

    ESCOLAS FILOSFICAS DE CADA AUTOR

    Estoicismo - SNECA

    Corrente filosfica fundada por Zeno de Ctio (332-264 a.C.) no terceiro sc. antes da

    era crist e que est associada a pensadores como Sneca (4 a.C.-65 d.C.), Epicteto (50-138 d.

    C.) e o imperador romano Marco Aurlio (121-180 d. C.). Para os esticos, a filosofia tem

    como finalidade essencial formar o homem sbio. A Sabedoria consiste na prtica da virtude,

    em viver de acordo com a natureza ou a ordem racional (logos) do universo. O logos a

    divindade imanente ao mundo e tudo governa necessariamente. O Sbio, com serenidade e

    autodomnio, compreende o carcter necessrio do que acontece. O estoicismo desenvolveu a

    primeira moral de tipo universal fundada na igualdade de princpio de todos os homens

    (considerados cidados do mundo cosmopolitismo). Em lgica devemos a Crisipo (279-

    206 a.C.) a anlise de enunciados compostos tais como condicionais e disjuntivos e a

    identificao das formas padro de raciocnio que vieram a ser conhecidas pelo nome de

    modus ponens e modus tollens.

    Marxismo MARX e ENGELS6

    No sculo XIX, vrios pensadores tinham grande preocupao em dar respostas aos

    vrios problemas sociais que se desenvolviam no seio da sociedade capitalista. Os socialistas

    6 Disponvel em: http://www.brasilescola.com/sociologia/conceitos-marxismo.htm. Acesso em 02 mar.

    2013.

  • 9

    utpicos foram os primeiros a proporem e teorizarem meios que pudessem resolver a expressa

    diferena percebida entre os membros do proletariado e da classe burguesa.

    Em 1848, os pensadores Karl Marx e Friedrich Engels apareceram com um elaborado

    arcabouo terico que visava renovar o socialismo. Para tanto, realizaram um complexo

    exerccio de reflexo sobre as relaes humanas e as instituies que regulavam as

    sociedades. Como resultado, obtiveram uma srie de princpios que fundamentaram o

    marxismo, tambm conhecido como socialismo cientfico.

    Por meio do chamado materialismo histrico, compreenderam que as sociedades

    humanas viabilizam suas relaes a partir da forma pela qual os bens de produo so

    distribudos entre os seus integrantes. Dessa forma, as condies socioeconmicas

    (infraestrutura) acabavam determinando como a cultura, o regime poltico, a moral e os

    costumes (superestrutura) se configurariam.

    Um exemplo dessa condio pode ser vista no processo revolucionrio francs. Nesse

    evento histrico, o socialismo cientfico observa que o desenvolvimento da economia

    capitalista foi impondo a criao de um novo regime poltico, leis e costumes que se

    adequavam a essa nova realidade. Nesse sentido, os arcaicos costumes feudais bem como seus

    demais representantes acabaram sendo combatidos.

    Alm disso, o pensamento marxista alega que o materialismo dialtico seria uma das

    molas propulsoras fundamentais que alimentam as transformaes histricas. Dessa forma, no

    momento em que um sistema econmico passa a expor os seus problemas e contradies, os

    homens passam a refletir e lutar por novas formas de ordenao que possam se adequar s

    novas demandas.

    Por isso, ao avaliar os mais diferenciados contextos histricos, Marx e Engels

    chegaram concluso de que a histria das sociedades humanas se d por meio da luta de

    classes. Nessa perspectiva, o marxismo aponta que a oposio que se desenvolvia entre nobres

    e camponeses na Idade Mdia seria uma variante da mesma relao de conflito que, no mundo

    contemporneo, ocorre entre a burguesia e o proletariado.

    Pensando estrategicamente as contradies do capitalismo, Marx e Engels defendiam

    que a superao definitiva de tal sistema seria alcanada por uma sociedade sem classes.

    Contudo, para que isso fosse possvel, os trabalhadores deveriam conduzir um processo

  • 10

    revolucionrio incumbido da misso de colocar a si mesmos frente ao Estado, com a

    instalao de uma ditadura do proletariado.

    Esse regime ditatorial teria a funo de assumir os meios de produo e socializar

    igualmente as riquezas. Dessa forma, seriam dados os primeiros passos para o alcance de uma

    sociedade igualitria. Na medida em que essa situao de igualdade fosse aprimorada, o

    governo proletrio cederia lugar para uma sociedade comunista onde o Estado e as

    propriedades seriam finalmente extintas.

    Positivismo - COMTE

    Posio filosfica introduzida pelo filsofo e socilogo francs Auguste Comte,

    segundo a qual o verdadeiro conhecimento advm dos dados dos sentidos. O positivismo

    assim uma forma radical de empirismo. Comte defendeu que o pensamento humano se divide

    em trs estdios evolutivos: o religioso, o metafsico e o cientfico. Os primeiros so estdios

    primitivos de aquisio de conhecimento, os quais sero eventualmente abolidos medida que

    evolumos. O positivismo de Comte uma teoria descritiva e normativa do conhecimento

    humano. Descritiva, porque pretende dar conta do modo como o nosso conhecimento de facto

    evolui. Normativa, porque pretende fornecer regras acerca do modo como devemos alcanar o

    conhecimento. Esta posio deu origem a outras verses de positivismo, entre elas o

    positivismo lgico.

    CONTEXTO HISTRICO DE ROMA ANTIGA E EUROPA SC. XIX

    Historicidade de Roma

    Os perodos da histria de Roma:

    A histria de Roma dividida em trs momentos:

    Realeza (753-509 a.C.);

    Republicano (507-27 a.C.);

    Imperial (27 a.C. 476 d.C.).

    Quando nos lembramos de Roma logo vem em nossa cabea um imprio insolvel e

    de estupenda grandeza, mas vemos em relatos e historicamente que nem sempre foi assim,

  • 11

    sempre houve fraquezas polticas e econmicas. Para melhor entender e organizar dividido

    sua historia em trs perodos: monarquia, repblica e imprio.

    - Realeza Romana (750 a.C. a 509 a.C.) - iniciou-se com a fundao da cidade de

    Roma e terminou em 509 a.C., quando uma revolta da aristocracia deps o ltimo rei

    Tarqunio, o Soberbo. Durante a monarquia, a organizao social bsica do mundo romano

    era a gens, que pode ser definida como uma comunidade formada por um grupo extenso de

    pessoas que se reconhecem como descendentes de um antepassado comum e que organizam

    sua vida econmica e social baseada na solidariedade. A gens romana, entretanto, no tinha

    caractersticas de comunidade igualitria, pois constitua uma organizao aristocrtica,

    muitas vezes proprietria de escravos.

    - Repblica Romana (de 459 a.C. a 31 a.C.) - O senado assumiu o poder,

    transformando-se na mais poderosa instituio poltica do mundo romano. A aristocracia

    continuou a ser a classe que dominava a vida econmica e poltica da cidade, ocorrendo uma

    tendncia para uma estratificao mais acentuada da sociedade romana. O endividamento dos

    pequenos proprietrios levava ao aumento do nmero de escravos, dos trabalhadores servis e

    mesmo do s clientes. Acirraram-se os conflitos entre patrcios e plebeus. Entretanto, tambm

    entre os plebeus comeou a se evidenciar uma estratificao: os plebeus pobres passaram a

    lutar pela abolio das dvidas, da servido por dvidas e pela repartio das terras, enquanto

    os plebeus mais ricos preocupavam-se principalmente com o acesso aos cargos pblicos. A

    organizao poltica sofreu transformaes significativas. No lugar do rei passaram a existir

    dois magistrados eleitos por um ano, em tempo de paz os cnsules -, com plena autoridade

    sobre os assuntos civis, militares e religiosos. Em caso de necessidade, como guerras, revoltas

    ou calamidades, os cnsules eram substitudos por um ditador, que teria poder absoluto pelo

    perodo de seis meses. Os romanos passaram a identificar a liberdade poltica com o governo

    eleito por tempo determinado.

    - Imprio ou Principado (de 27 a.C. a 475 d.C.) - perodo marcado por acirrada disputa

    poltica entre os principais generais e abrindo caminho para os ditadores. Esse governo

    ditador e dividido em dois momentos: Alto Imprio: perodo em que Roma alcanou grandes

    esplendor (estende-se at o sculo III d.C.) e Baixo Imprio: fase marcada por crises que

    conduziram a desagregao do Imprio Romano (do sculo II ao sculo V).

  • 12

    Prticas letradas:

    Conceito de literatura propriamente dita, seria uma disciplina regulamentadora dos

    discursos esteticamente constitudos e construdos com o intuito de produzir deleite ao agente

    da fruio, leitor ou ouvinte. J para os romanos so todos os discursos indistintamente so

    regulados por algumas disciplinas que educam e instrui o pblico leitor a recepo. Nesse

    mbito de conhecimento a obra literria um conjunto que se da com as retricas, as poesias

    e gramticas. A periodizao que se encontra nela se refere ordem cronolgica para um

    critrio de seleo contextual. Toda obra literria classificada, ou ate mesmo rotulado como

    gnero uma espcie de modelo j existente e comparado para uma melhor exemplificao e

    identificao. Todo esse contexto literrio avaliado, aceito e permitiam ao publico discernir

    se um poeta e/ou prosador era melhor do que o outro atravs de mecanismo, processo de

    composio, criatividade e sua habilidade tcnica inata, surgindo o nome arte.

    Historicidade da Europa no sc. XIX

    O sculo XIX, tambm conhecido como o sculo da Razo, vai de 1801 at 1900. Foi

    o sculo das grandes invenes das profundas transformaes poltico-sociais e econmicas

    que influenciariam as geraes seguintes. A doutrina Esprita tambm uma cincia baseada

    no resultado das pesquisas e concluses de um professor Frances do sculo XIX. Vrios

    foram os benefcios sociais da Revoluo Francesa paara a burguesia, diante os quais

    podemos citar a Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado. Produziu tambm, devido

    ao atraso moral da humanidade, malefcios tais como a explorao do trabalho.

    Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade eram associados s Manifestaes

    filosficas, polticas, religiosas, sociais e cientificas do sculo XIX.

    No campo da filosofia observa-se que a mesma passa a no tolerar os dogmas da

    Igreja e, longe de exemplificar aquela fraternidade do Divino Mestre, recolhe-se no seu

    negativismo transcendente, aplicando s suas manifestaes os mesmos princpios da cincia

    racional e materialista. Na Inglaterra do sculo XVIII, Willian Godwin desenvolve o

    pensamento anrquico, de onde surgem, no sculo XIX, duas correntes principais. Os

    movimentos polticos confrontam as prticas religiosas da igreja desviada dos princpios

    morais e aproxima das necessidades da nobreza reinante. Os questionamentos levam a um

    reexame dos textos bblicos e at a um estudo da razo de ser do cristianismo. As lies

  • 13

    sagradas do espiritismo iam ser ouvidas pela humanidade sofredora. Jesus, na sua

    magnanimidade, repartiria o po sagrado da esperana e da crena.

    RESUMO DAS PRINCIPAIS OBRAS DE CADA AUTOR

    Curso de Filosofia Positiva - Comte

    Comte prossegue, caracterizando cada um dos estados, de modo a concluir que os

    primeiros dois estados foram necessrios apenas como degraus para chegar ao seu estado

    perfeito, o estado positivo:

    - No estado teolgico, o esprito humano, dirigindo essencialmente as suas pesquisas

    para a natureza ntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os fenmenos que o

    atingem, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, concebe os fenmenos como

    produzidos pela ao direta e contnua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos,

    cuja arbitrria interveno explicaria todas as aparentes anomalias do universo.

    - No estado metafsico, que no fundo no mais que uma modificao geral do

    primeiro, os agentes sobrenaturais so substitudos por foras abstratas, verdadeiras entidades

    (abstraes personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como

    capazes de engendrar por si mesmas todos os fenmenos observados, cuja explicao consiste

    ento em referir para cada um a entidade correspondente.

    - No estado positivo, o esprito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter

    noes absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do universo e a conhecer as causas

    ntimas dos fenmenos, para se dedicar apenas a descoberta, pelo uso bem combinado do

    raciocnio e da observao, das suas leis efetivas, isto , das suas relaes invariveis de

    sucesso e similitude. A explicao dos fatos, reduzida ento aos seus termos reais, no

    mais, a partir daqui, do que a ligao que se estabelece entre os diversos fenmenos

    particulares e alguns fatos gerais cujo nmero tende, com os progressos da cincia, a diminuir

    cada vez mais.

    Assim se v, por este conjunto de consideraes, que, se a filosofia positiva o

    verdadeiro estado definitivo da inteligncia humana, aquele para o qual ela sempre, e cada vez

    mais, tendeu, nem por isso ela deixou de utilizar necessariamente, no comeo e durante

    muitos sculos, a filosofia teolgica, quer como mtodo, quer como doutrina provisria;

  • 14

    filosofia cujo carter ela ser espontnea e, por isso mesmo, a nica que era possvel no

    princpio, assim como a nica que podia satisfazer os interesses do nosso esprito nos seus

    primeiros tempos. agora muito fcil ver que, para passar desta filosofia provisria

    filosofia definitiva, o esprito humano teve, naturalmente, que adotar, como filosofia

    transitria, os mtodos e as doutrinas metafsicas. Esta ltima considerao indispensvel

    para completar a viso geral da grande lei que indiquei.

    Com efeito, concebe-se facilmente que o nosso entendimento, obrigado a percorrer

    degraus quase insensveis, no podia passar bruscamente, e sem intermedirios, da filosofia

    teolgica para a filosofia positiva. A teologia e a fsica so profundamente incompatveis, as

    suas concepes tm caractersticas to radicalmente opostas que, antes de renunciar a umas

    para utilizar exclusivamente as outras, a inteligncia humana teve de se servir de concepes

    intermdias, de caractersticas mistas, e por isso mesmo prpria para realizar, gradualmente, a

    transio. este o destino natural das concepes metafsicas que no tm outra utilidade

    real.

    O pensamento de Comte, mais do que uma filosofia original, era uma filosofia que

    captou certo esprito do sculo XIX e lhe deu uma espcie de justificao. Este tipo de esprito

    positivista viria a conhecer uma reao extrema, anti-positivista: o romantismo e o

    irracionalismo, que acabariam por dar o perfil definitivo filosofia do continente europeu do

    sculo XX. Ao passo que o positivismo exaltava a cincia, o romantismo e o irracionalismo

    deploravam a cincia. Ambas as ideias parecem falsas e exageradas.

    As ideias de Comte so vagas e os argumentos que ele usa para as sustentar so pouco

    mais do que sugestes. A prpria ideia de cincia que Comte apresenta est errada; no

    verdade que a cincia tenha renunciado a explicar as causas mais profundas dos fenmenos,

    nem verdade que na histria do pensamento tenhamos assistido a uma passagem de uma

    fase mais abstrata para uma fase mais concreta ou positiva. Pelo contrrio, a cincia apresenta

    um grau de abstrao cada vez maior, e a prpria filosofia, com as suas teorias e argumentos

    extremamente abstratos, conheceu no sculo XX um desenvolvimento como nunca antes tinha

    acontecido.

    O positivismo defende que s a cincia pode satisfazer a nossa necessidade de

    conhecimento, visto que s ela parte dos fatos e aos fatos se submete para confirmar as suas

    verdades, tornando possvel a obteno de noes absolutas.

  • 15

    Do que dissemos decorre que o trao fundamental da filosofia positiva considerar

    todos os fenmenos como sujeitos as leis naturais invariveis, sendo o fim de todos os nossos

    esforos a sua descoberta precisa e a sua reduo ao menor nmero possvel, e considerando

    como absolutamente inacessvel e vazio de sentido a procura daquilo a que se chamam as

    causas, sejam primeiras ou finais. intil insistir muito num princpio que se tornou to

    familiar a todos os que estudaram, com alguma profundidade, as cincias de observao. Com

    efeito, todos ns sabemos que, nas nossas explicaes positivas, mesmo nas mais perfeitas,

    no temos a pretenso de expor as causas geradoras dos fenmenos, dado que nesse caso no

    faramos seno adiar a dificuldade, mas apenas de analisar com exatido as circunstncias da

    sua produo e de lig-las umas s outras por normais relaes de sucesso e similitude.

    O pressuposto fundamental , pois, o de que h uma regularidade no funcionamento da

    natureza, cabendo ao homem descobrir com exatido as leis naturais invariveis a que

    todos os fenmenos esto submetidos. Essas leis devem traduzir com todo o rigor as

    condies em que determinados fatos so produzidos. Para isso tem de se partir da observao

    dos prprios fatos e das relaes que entre eles se estabelecem de modo a chegar a resultados

    universais e objetivos. Qualquer fato observado o resultado necessrio de causas bem

    precisas que importante investigar. At porque as mesmas causas produzem sempre os

    mesmos efeitos, no havendo na natureza lugar para a fantasia e o improviso, tal como, de

    resto, acontece com uma mquina que se comporta sempre como previsto. A isto se chama

    determinismo. O determinismo , ento, uma consequncia do mecanicismo moderno e teve

    inmeros defensores, entre os quais se tornou famoso Laplace (1.749-1.827).

    Escreve ele:

    Devemos considerar o estado presente do universo como um efeito do seu estado

    anterior e daquele que se h de seguir. Uma inteligncia que pudesse compreender todas as

    foras que animam a natureza e a situao respectiva dos seres que a compem? uma

    inteligncia suficientemente vasta para submeter todos esses dados a uma anlise ? englobaria

    na mesma frmula os movimentos dos maiores corpos do universo e os do mais pequeno

    tomo; para ela, nada seria incerto e o futuro, tal como o passado, seriam presente aos seus

    olhos.

  • 16

    Salrio, Preo e Lucro (Captulos 7 10) - Marx

    Fora do trabalho Cap. 7

    Para Marx, o valor do tempo de trabalho no intuitivo. Ou seja, o valor de 10h de

    trabalho 10h de trabalho. Bem como, funcionrios no vendem seu trabalho, mas sua fora

    de trabalho: o direito do capitalista dispor dela. H limites para o tempo pelo qual uma pessoa

    pode vender sua fora de trabalho. Se fosse indefinido seria escravido.

    Para Thomas Hobbes, o valor de um homem seu preo: o que cobra pelo uso de sua

    fora.

    Podemos definir o valor do trabalho da seguinte forma:

    H compradores que tm terra, maquinaria, matrias-primas e meios de vida, produtos

    do trabalho (exceto terras), e vendedores de trabalho sem esses recursos. a acumulao

    prvia ou originria, que devia chamar-se expropriao originria. uma srie de

    processos histricos resultado da separao entre o trabalho do homem e seus instrumentos de

    trabalho. Essa separao se perpetua, at que haja uma revoluo.

    Que valor da fora de trabalho ?

    O valor da fora de trabalho determinado pela quantidade de trabalho necessrio

    para produzi-la. O homem precisa de certa quantidade de coisas para viver, e para manter seus

    filhos e para adquirir habilidades. Diferentes indstrias tero valores diferentes. Igualdade de

    salrios um erro. Tipos diferentes de foras de trabalho tm valores distintos e portanto

    preos distintos. Pedir retribuio igual ou justa em sistema de trabalho assalariado como

    pedir liberdade em sistema de escravido. Desta forma, o valor da fora de trabalho o valor

    dos artigos de primeira necessidade necessrios pra produzir, desenvolver, manter e perpetuar

    a fora de trabalho.

    Produo da mais-valia Cap. 8

    Um trabalhador precisa de 6 horas de trabalho, num total de 3 xelins para conseguir os

    bens imprescindveis sua subsistncia. No entanto, se o trabalhador vende a um capitalista

    por 3 xelins, o capitalista no tem mais-valia ou sobreproduto. Logo, ao comprar a fora

    de trabalho o capitalista compra o direito de dispor dela por todo o dia ou toda a semana.

  • 17

    Valor da fora de trabalho dado pelo necessrio para sua conservao ou reproduo.

    O uso da fora limitado pela energia do operrio. O uso da fora de trabalho pode ser maior

    que seu valor. Se o capitalista faz o trabalhador trabalhar por mais que 6 horas, apropria-se

    desse sobretrabalho, o que se transforma em mais-valia ou sobretrabalho. O capitalista paga 3

    e ganha 6. Esse lucro revertido em contratao de mais trabalhadores. Isso leva constante

    reproduo do operrio como operrio e capitalista como capitalista. Assim, a taxa de mais-

    valia depende da proporo entre a jornada que o trabalhador precisa fazer para reproduzir o

    valor da fora de trabalho e o sobretempo que o capitalista ganha. Depende do tempo que a

    jornada se prolonga alm do tempo de reproduo do salrio.

    Valor do trabalho Cap. 9

    Valor ou tempo do trabalho o valor da fora de trabalho medida pelas mercadorias

    necessrias sua manuteno. Trabalhador tem a impresso que o valor da fora de trabalho

    o valor do trabalho. Se operrio precisaria trabalhar 6 horas para comprar os produtos

    necessrios sobrevivncia, mas trabalha 12, ele acha que o valor pago o valor de 12 horas

    de trabalho. Portanto, deve-se observar:

    Primeiro: o valor o preo da fora de trabalho toma a aparncia do preo ou valor do

    prprio trabalho (mesmo que preo e valor do trabalho no tenham sentido).

    Segundo: Paga-se s parte do valor ao trabalhador. A parte no paga forma a mais-

    valia.

    Isso distingue trabalho assalariado de outras formas histricas. At o trabalho no

    remunerado parece ter sido pago. Escravos davam o trabalho de graa.

    Na idade mdia os servos trabalhavam parte em suas terras e parte na de seus

    suseranos, mas essas partes eram separadas e claras. No entanto, a mesma coisa, exceto que

    servos no tinham contrato e eram forados, mas operrios entregam voluntariamente.

    Ressalta-se que, Marx sempre vai usar valor do trabalho com o significado de valor

    da fora de trabalho.

  • 18

    Lucro obtm-se vendendo mercadoria por seu valor Cap. 10

    O capitalista que vende um produto, vende-o pelo valor e seu lucro vem do valor no-

    pago ao trabalhador. J o valor da mercadoria dada pelo total de trabalho que encerra.

    Repetio: lucros vm de vender a mercadoria pelo prprio valor.

    Manifesto Comunista Marx e Engels

    O Manifesto do Partido Comunista (Manifest der Kommunistischen Partei - alemo)

    foi escrito pelos tericos fundadores do socialismo cientfico Karl Marx e Friedrich Engels e

    expressa o programa e propsitos da Liga Comunista. Os autores defendiam a queda da

    burguesia, a soberania do proletariado, a dissoluo da antiga sociedade burguesa e a

    fundao de uma nova sociedade sem classes e sem propriedade privada. Esse manifesto

    uma anlise da luta de classes e um pedido de unio entre os operrios do mundo. Este

    texto teve sua primeira verso publicada em alemo em 1848, somente depois foi traduzido

    para outros idiomas.

    Para Marx e Engels a sociedade capitalista divide-se em classes: de um lado

    proprietrios, latifundirios e burgueses, que detm os meios de produo; do outro lado os

    trabalhadores e camponeses, que s possuem capacidade de trabalho para vender em toca de

    salrio este segundo grupo explorado pelo primeiro. Para os autores do Manifesto

    Comunista h uma luta entre os dois plos da sociedade, uma luta de classes.

    A histria de toda a sociedade que existiu at agora a histria da luta de classes.

    Para Marx o conflito e a luta de classes so inevitveis nas sociedades capitalistas,

    porque os interesses de trabalhadores e dos capitalistas que so donos dos meios de produo

    so fundamentalmente divergentes. A luta de classes o motor que impulsiona e molda a

    mudana social.

    Cidade e campo / O antigo e o novo

    Sempre houve explorao, seja na cidade seja no campo. Contudo, antes, nas

    sociedades predominantemente rurais esta explorao era velada. Porm a burguesia a

    desnudou, convertendo, claramente, os trabalhadores em operrios assalariados.

  • 19

    Se nas sociedades feudais a revolta se dava numa luta entre camponeses e a nobreza,

    nas sociedades capitalistas a luta se d entre os trabalhadores explorados e os empregadores

    donos do capital e, portanto, donos dos meios de produo.

    A mudana das regras das sociedades capitalistas, segundo Marx, deveria partir dos

    operrios das fbricas, que, organizados, fariam uma revoluo socialista.

    A luta entre as classes de trabalhadores contra os proprietrios definiria as

    transformaes que deveriam ocorrer.

    Quando as desigualdades sociais fossem suprimidas e a riqueza nacional, produzida

    coletivamente, fosse capaz de garantir condies dignas de vida a toda a populao, estaria

    alcanado um novo estgio: o comunismo.

    No comunismo no haveria mais classes sociais, nem mesmo o estado seria

    necessrio. No havendo mais desigualdade estaria aberto o caminho para a existncia de uma

    sociedade livre de qualquer tipo de dominao, opresso e explorao.

    Abolio da propriedade

    Marx e Engels propem como modo de reverso desse estado de coisas onde reina a

    opresso e a explorao a via revolucionria, com a abolio da sociedade privada. Na

    proposta de Marx no haveria mais empresas privadas, os trabalhadores deixariam de ser

    explorados e no seria praticada a mais-valia (descrita em detalhes em sua obra O Capital).

    Tudo passaria a ser, aps a revoluo, propriedade do Estado, que, representando a populao,

    faria a redistribuio de toda a riqueza produzida pela sociedade. Estaria implantado o

    Socialismo, com os trabalhadores, antes explorados, no poder.

    Algumas medidas apontadas por Marx e Engels que poderiam ser tomadas por uma

    nao que se propusesse estabelecer uma revoluo socialista: extino da propriedade

    privada latifundiria, com a transferncia da renda da terra para o Estado; abolio dos

    direitos de herana; controle completo pelo Estado de todo o sistema de transportes; obrigao

    de trabalhar estendida a todos os cidados; educao pblica gratuita para todas as crianas;

    abolio do trabalho infantil nas fbricas.

    Em suma, Marx concebia o Comunismo como resultado inevitvel do Socialismo.

    Aps a derrubada do Capitalismo, o Estado governaria em benefcio dos trabalhadores.Com a

  • 20

    passagem do tempo, contudo, o Estado perderia sua razo de ser, uma vez que o controle da

    vida social estaria cada vez mais concentrado em nveis locais. O Estado ento diminuiria

    gradativamente.

    Sobre a confiana de Marx numa nova era comunista, ele escreveu em seu manifesto:

    O que a burguesia (...) produz, acima de tudo, seus prprios coveiros. A sua queda e

    a vitria do proletariado so igualmente inevitveis.

    Sobre a Brevidade da Vida - Sneca

    Em A brevidade da Vida, Sneca presenteia-nos com temas que enriquecem o esprito

    e arejam a mente atravs de seu pensamento filosfico, Sobre A Brevidade da Vida a obra

    mais difundida do filsofo Lcio Anneo Sneca, um dos textos mais conhecidos de toda a

    Antiguidade latina.

    Vindo de uma famlia tradicional com relao s atividades intelectuais, Sneca

    exerceu desde muito cedo algumas funes pblicas, como senador e cnsul, conhecendo a

    gloria e o poder rapidamente.

    Para compreender e conhecer melhor a sua vida se faz necessrio dividi-la nos

    seguintes perodos: mocidade, exilio em Crsega, preceptor de Nero, e velhice. Intelectual de

    um saber enorme, quando jovem, revela uma diversidade de atitudes sente-se atrado pela

    poesia, eloquncia, filosofia e cincias, por motivos de sade viveu com alguns parentes no

    Egito, onde estudou as condies e usos da regio.

    Ao voltar para Roma dedicou-se ao foro no senado, onde continuou aps as reformas

    de Augusto o ideal republicano, combatido pelos novos imperadores absolutistas. Em 39

    tornou-se benjamim da melhor sociedade de Roma e em meio ao foro e ao mundo, aos poucos

    se torna muito admirado o que lhe da gloria, mas desperta sobre si a inveja, em especial do

    imperador Calgula, que planejava mata-lo, mas desistiu ao saber que o jovem tsico, muito

    em breve iria morrer de morte natural.

    Odiados por todos que conheciam seu mal governo para livrarem-se dele Calgula foi

    morto e aps sua morte, Cludio Csar Germnico, tio de Calgula, subiu ao trono em 41;

    casado com sua mulher Agripina, ambiciosa e esperta, que o induziu a adotar seu filho Nero,

    do primeiro marido, como seu sucessor.

  • 21

    Arrependido, Cludio tentou desfazer a adoo, mas j era tarde, morreu

    provavelmente envenenado, tornando-se imperador o jovem Nero, Este foi o momento vivido

    por Sneca em sua mocidade e mesmo tendo sido salvo da louca inveja de Calgula, as

    relaes que tinha com Cludio no o salvaram em 41 da acusao de adultrio com Julia

    Livila, irm de Calgula e Agripina, pois Menssalina, com inveja da beleza de Julia,

    ambicionava leva-la a ruina, e com essa acusao, conseguiu que fosse condenada a morte e

    Sneca mandado para o exilio, onde viveu 8 anos, que segundo Leoni foi o melhor perodo da

    vida de Sneca, homem ativo e intelectualmente genial.

    Porm esse perodo que passou no exilio fez com que o autor se dedicasse

    completamente aos estudos cientficos e a meditao filosfica o que lhe possibilitou algumas

    vantagens inestimveis de sua dor. no exilio que se forma a personalidade de Sneca, pois

    foi na realidade em que se encontrava que o filosofo descobriu seu equilbrio espiritual, suas

    obras revelam a sabedoria do viver espiritualmente mais de materialmente.

    Em 49, tendo morrido tragicamente Menssalina, Sneca regressa a Roma enviado por

    Agripina para educar Nero, o herdeiro do imprio. Quanto ao governo de Nero, em seus

    primeiros sete anos, ajudado pelo conselheiro Sneca e o prefeito do pretrio, Afrnio Burro

    compara-se o seu governo ao governo de Augusto, sua m ndole at ento era corrigida e

    freada por eles, porm mais tarde sua maldade predominou por conta de sua me. Agripina

    muito ambiciosa desejava imperar e no suportava as influncias que eles tinham sobre seu

    filho.

    Aps tentar salvar o imprio e tendo morrido Afrnio Burro, provavelmente

    envenenado, Sneca decide pedir autorizao a Nero para afastar-se da vida publica. E Nero o

    concede. Desde ento Sneca, retirou-se para uma vida privada em sua casa, sozinho, pobre,

    onde se dedicou aos seus estudos preferidos, porm mais tarde foi acusado Tcito de ter

    guardado riquezas vindas de fonte impura ( governo de Nero o qual costumava dar dinheiro

    para calar os que poderiam falar algo suspeito) mas segundo Leoni, o filosofo desculpa-se

    indiretamente em seu tratado De Beneficius ( II XVIII). Liberto da responsabilidade de

    aconselhar Nero, Sneca vive seus trs ltimos anos de vida escrevendo e meditando, dessa

    solido, surgem as suas mais profundas meditaes: a moral que pregava a liberdade do alm

    tumulo.

  • 22

    Nero com seu dio insacivel pelo velho preceptor, em 65 com a descoberta de uma

    conjuno contra o imperador feita por Calpurnio Piso aproveitou a ocasio para acusa-lo

    (injustamente) de participar da conjurao.

    Sneca nega, mas intimado a morrer. Ele no se abala pede as tabuas do testamento,

    porm isso lhes negado e ele diz aos seus amigos que se no pode atestar deixa-lhes o seu

    reconhecimento em sua imagem de uma vida virtuosa, consola seus amigos e despede-se de

    sua esposa Pompia Paulina que pede para morrer junto com ele, mas o imperador retira do

    local e impede sua morte.

    Sneca corta a veia de seus braos, mas vendo que as feridas no so suficientes, bebi

    cicuta, toma um banho de gua quente, depois um de vapores quentes e, finalmente, fica sem

    foras e morre.

    Muitas de suas obras forma perdidas, dentre elas algumas filosficas e outras de

    tratados de histria natural e geografia. Destacando-se quatro obras muito importantes: De

    Clementia (escrita em 55 e dirigida a Nero), De Benficos (em 7 volumes para Ebucio

    Liberal), Naturalis quaestiones (de escasso interesse filosfico em sete volumes) e Espistulae

    Ad Lucilium, feitas em seus ltimos anos de vida dirigidas a Lucilio, so 124 dividas em 5

    volumes). Esta ultima sua obra mais perfeita a qual ele da o melhor de si e revela o

    ecletismo moral.

    Sneca um filosofo de personalidade que se eleva em comparao aos outros

    filsofos, ate mesmo de sua poca, de sua escola.

    O estoicismo, filosofia a qual Sneca fazia parte considerada a base da educao

    mental, pois se adaptou, modernizou-se com o passar do tempo e tornou-se mais acessvel.

    A filosofia na concepo de Sneca feita de humana compreenso e bom senso, sua

    filosofia moral, visa a elevao do individuo, ele adapta o pensamento que expressa ao desejo

    que tem de construir um estilo sem percussores, imitadores, com isso coloca-se em destaque

    na literatura latina.

  • 23

    EDUCAO MARXISTA E EDUCAO LIBERAL

    Educao marxista

    Durante o sculo XIX, tem-se a viso de que um ser social aquele que pensa e

    podemos entender ento que o ser natural aquele que reage. Contudo este raciocnio surge

    em decorrncia da imaturidade reinante poca, que gera a segmentao bem definida de

    classes em burguesia e proletariado. Apesar de Marx (1989 p.195) definir que o trabalho tem

    a funo de produzir bem material para a existncia do ser humano ele pensa sobre a

    educao e faz uma importante observao: Mesmo quando sozinho eu desenvolvo uma

    atividade cientifica, etc. uma atividade que raramente posso levar a cabo em direta associao

    com outros, sou social, porque quando um homem que realiza tal atividade. No s o

    material da minha atividade como tambm a prpria linguagem que o pensador emprega -

    que me foi dada como produto social. A minha prpria existncia uma atividade social.

    Portanto percebe-se aqui que erroneamente tem-se a viso de que Marx enxergava

    somente o trabalho proletrio como forma de existncia social, no os pensadores e as pessoas

    envolvidas com a educao tambm eram seres sociais. Neste instante definido a

    importncia da educao, pois ns como seres humanos no nascemos geneticamente sabendo

    o que fazer para sobreviver, portanto para que isso acontea necessrio que aprendamos,

    sejamos educados para isso. Portanto a educao importante, mas no tanto como o

    trabalho, pois este que produz o bem para a nossa existncia.

    Nesta fase (inicio do sculo XIX) no existia a distino de classe social e portanto

    no havia o favorecimento em decorrncia da mesma, situao esta que vira a mudar com o

    surgimento da propriedade privada que segmenta a sociedade existente, que deixa de ser uma

    comunidade e surge a classe social com declaraes claras de funes dentro destas e

    transformando estas divises em compartimentos estanque onde no havia a possibilidade de

    migrao de indivduos.

    Para ns fica claro que neste instante surge a separao entre o trabalho manual e o

    trabalho intelectual e consequentemente a valorizao do primeiro em detrimento do segundo.

    Logo o efeito disso aparece, pois a educao assume um carter privado, onde podemos

    dizer que o objetivo desta educao atingir apenas aqueles que detm a propriedade,

    defender os interesses da classe dominante, fazendo ento a diviso da educao que atuar de

    uma forma para a classe dominante e uma forma para a classe dominada. Isso funcionava

  • 24

    muito bem enquanto tinha-se um regime escravagista ou um regime feudal, pois a diviso era

    encarada como natural, porm ao surgir a burguesia a situao se torna mais gritante ainda,

    pois fica claro que os produtores do capital so aqueles que ditaro a forma como a educao

    ser apresentada e portanto a ciso se torna mais evidente.

    Portanto agora surge o dilema da educao burguesa, pois ela prega a educao como

    plenitude do individuo, mas os interesses classistas no permitem que ela seja estendida ao

    proletrio, principalmente pois se evidenciaria a diviso existente e ento poderia surgir o

    questionamento, o descontentamento da classe dominada, ameaando assim o equilbrio do

    poder.

    Fica claro neste perodo que o trabalho a fonte da existncia social, porm a

    educao necessria para que atm mesmo este possa ser executado de maneira eficiente,

    mas a burguesia no permitia que isso fosse plenamente aplicado com medo de perder a sua

    hegemonia.

    Educao liberal

    No inicio do sculo XX surgiu nos Estados Unidos uma nova corrente educacional,

    chamada de Liberal, porm deveremos confundir com o liberalismo econmico, pois esta

    corrente abordava para um conjunto de ao em que o aluno deixaria num primeiro momento

    de dedicar-se as disciplinas das chamadas artes servis (engenharias, marcenarias, etc.), que

    tinham por objetivo a produo de bens materiais e as belas artes que tem por essncia

    produzir um bem artstico. J o que chamamos de Artes Liberais, visavam a edificao do

    individuo.

    A partir desta viso foi demonstrado que o aluno durante um perodo de dois a trs

    anos estudariam disciplinas que o capacitasse a adquirir, organizar e expor seus

    conhecimentos em discusses intelectuais. Este conhecimento viria atravs das leituras de

    clssicos da literatura com Plato, Aristteles, Euclides, Newton, Descartes, etc., e desta

    forma ser capaz de ler e entender as obras em todos os ramos do conhecimento.

    Com o conhecimento adquirido desta forma, surge a capacidade de discernimento ao

    aluno e portanto ele no seria facilmente influenciado por discursos prontos e muitas vezes

    populistas, podendo em muitas vezes oferecer uma soluo para o problema. Isso torna o

    estudante capaz de participar de debates culturais, cvicos e cientficos, trazendo-o a luz da

  • 25

    cidadania. Porm o projeto de uma educao liberal no uma ao que se desenvolve num

    ciclo de aprendizado, mas sim um projeto para toda a vida, pois praticamente impossvel

    cumprir todo o contedo da literatura prevista nesta modalidade.

    Atualmente esta modalidade de educao aplicada em Universidades nos Estados

    Unidos, porm houve uma experincia realizada com alunos do ensino mdio. Porm dada a

    caracterstica do perfil deste alunado houve a necessidade de uma estratgia diferenciada na

    adoo do modelo. A falta de maturidade exigiu que a participao do professor como um

    direcionador das aes informando regras e forma de trabalho, consumiu de 10 a 15%. Numa

    segunda fase o professor atua como um facilitador, desenvolvendo a curiosidade do aluno e

    auxiliando-o em suas dificuldades consome 70% do perodo, e no final que toma de 15 a 20%

    do tempo os alunos passam a discutir os temas expondo suas opinies mediados pelo

    professor.

    Ao se observar a situao de nossa educao, percebe-se que no existe uma politica

    de estado para a educao. Se houvesse esta teria que contemplar a educao liberal como

    pr- requisito, pois seja no ensino fundamental, no mdio e principalmente no superior, no

    estamos preparando indivduos aptos para a tomada de deciso, para a participao atravs da

    cidadania. Estamos formando indivduos tcnicos e executores de ordens incapazes de

    tomarem decises e aes para o centro de suas vidas.

  • 26

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    Livros:

    COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva. In: _________________. Auguste

    Comte: coleo Os Pensadores. So Paulo: Abril Cultural, 1978.

    MARX, Karl; ENGELS, F. O manifesto comunista. So Paulo: Boitempo, 1998.

    MARX, Karl. Karl Marx: coleo Os Pensadores (O capital Captulos 7 10). So Paulo: Abril Cultural, 1977.

    SNECA, L. A. Sobre brevidade da vida. So Paulo: Nova Alexandria, 2003.

    Sites da internet:

    http://educacao.uol.com.br/biografias/auguste-comte.jhtm

    http://educacao.uol.com.br/biografias/karl-marx.jhtm

    http://educacao.uol.com.br/biografias/friedrich-engels.jhtm

    http://educacao.uol.com.br/biografias/lucius-annaeus-seneca.jhtm

    http://lucasmafaldo.blogspot.com.br/2005/09/educao-liberal.html

    http://www.brasilescola.com/sociologia/conceitos-marxismo.htm