trabalho de filosofia

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  1. 1. VISO DE Michael Foucault SOBRE HOMOSSEXUALIDADE eventualmente mal compreendido e , em geral, os erros de leitura em relao sua obra decorrem de recortes malfeitos daquilo que ele efetivamente disse. Um dos pontos em que se instaura a m compreenso est na crtica que o filsofo faz em relao a alguns pontos dos movimentos de liberao gay. O que ele critica noa afirmao do desejo homoertico, o que seria estranho, posto que ele mesmo tinha orientao homossexual. O perigoso, segundo Foucault, a afirmao deste desejo a partir de argumentos biolgicos e naturalistas, ou seja, a converso de desejo em identidade biologicamente determinada. Em uma entrevista realizada em Toronto, em 1982, Foucault diz: O que eu quis dizer que, na minha opinio, o movimento homossexual hoje precisa mais de uma arte de viver do que de uma Cincia ou um conhecimento cientfico daquilo que a sexualidade. Em sntese: segundo Foucault, muitos homossexuais esto por demais paralisados na busca contnua por algo que explique a causa de seus desejos, no lugar de viverem estes desejos. Viso de Sigmund Freud sobre a homossexualidade Deve-se saber que a causa da homossexualidade a mesma da heterossexualidade e da bissexualidade: a escolha inconsciente do objeto do desejo. Escolha produzida na trama das relaes sociais, sempre bem circunstanciada no mbito de um sistema de sociedade particular e suas instituies e convenes o que chamamos de cultura. Nessa esfera, nenhuma escolha mais natural ou normal do que outra, melhor, pior, superior, inferior. Desde Freud e sua teoria do inconsciente, seguido por Lacan, sabemos, se h alguma razo para se falar de causa, que se aceite que todo desejo causado e, mais ainda, que todo desejo uma causa: a causa do sujeito do desejo, isto , aquilo pelo que cada um se empenha, embora sem saber. E essa condio a que ningum e nenhuma escolha escapam. No tocante ao desejo, no h causas mais legtimas que outras. Na poltica das escolhas do amor e do sexo, todas as causas so igualmente fundadas (causadas) no desejo e, pois, como desejo, legitimamente existente como um direito, tratando-se do que no inflija sofrimento a ningum, no constitua violncia sobre o outro, agresso dignidade humana. No se pode acusar a homossexualidade de nenhuma dessas coisas. Bem ao contrrio, pela extenso do preconceito, so os homossexuais que tm sido objeto de discriminaes e violncias que constituem inquestionavelmente atentados aos direitos humanos e democracia. A importncia da teorizao de Freud est em desnaturalizar a sexualidade humana, demonstrando que todas as escolhas sexuais, como produes de desejo, seguem igualmente determinaes inconscientes, no havendo o que se possa chamar de sexualidade normal, natural. Freud consegue isso demonstrando a partir de material clnico observado que a sexualidade humana, buscando o prazer, afasta-se do modelo da vida sexual animal, conforme uma economia que, atuando em seu benefcio, perverte a funo da procriao animal. Freud, com a sua teoria da perverso termo que se presta a muitas confuses e manipulado pelo preconceito,
  2. 2. mas cujo sentido, no autor, subversivo , desenvolve a compreenso crtica segundo a qual no se pode falar de conformidade natureza como critrio da normalidade quando se trata da sexualidade humana, pois, em si mesma, a sexualidade humana perversa, isto , alterante, modificadora, transformadora, realizadora de mudanas relativamente ao modelo que predomina na natureza animal. Ensina-nos Freud, sendo a pulso sexual humana orientada pela diversidade e parcialidade, a sexualidade dos seres humanos mltipla, variegada, desordenada, catica. Nesse sentido, a sexualidade entre os seres humanos simplesmente contrria natureza reprodutiva do sexo animal, no havendo razo para se falar de natural/normal e patolgico/anormal em matria de sexo no reino humano. Ser a cultura e seu trabalho de sujeio ideologia que procurar, domesticando as pulses, enquadrar os indivduos. Com a teoria da perverso, Freud subverte o conceito de normalidade sexual e desautoriza o preconceito que estigmatiza como anormal/antinatural as formas da sexualidade como a que se expressa na homossexualidade ainda que muitos psiclogos, psiquiatras e psicanalistas no vejam assim e todo um moralismo social e jurdico teime em afirmar o contrrio.